Angola | Alteração no investimento chinês gera oportunidades

O investimento chinês na antiga colónia portuguesa está a virar-se para fontes de energia limpas em detrimento do financiamento de projectos de combustíveis fósseis

 

Analistas defendem que a reconfiguração do modelo de financiamento ao exterior pela China, visando reduzir riscos de incumprimento e apoiar a transição energética, resultou numa queda no investimento em África, mas pode gerar oportunidades para Angola.

No âmbito da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, a China cimentou a sua posição como credora dos países africanos, através do financiamento e construção de portos, aeroportos, linhas ferroviárias ou autoestradas.

No entanto, a crise de dívida entre os países em desenvolvimento, as alterações climáticas e o abrandamento da economia chinesa, levaram Pequim a mudar o paradigma, com apostas em projectos mais pequenos e nas energias renováveis.

Investigadores do Global China Initiative (GCI), no Centro de Política de Desenvolvimento Global da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, apontam um declínio persistente dos novos empréstimos por entidades chinesas a mutuários governamentais africanos, que se acentuou nos últimos anos.

O valor dos novos empréstimos caiu de um pico de 28,5 mil milhões de dólares, em 2016, para pouco menos de mil milhões de dólares, em 2022 – o segundo ano consecutivo em que os empréstimos caíram abaixo dos dois mil milhões de dólares.

“A iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ parece estar num período de reconfiguração”, observou Oyintarelado Moses, analista de dados no GCI, à agência Lusa, numa entrevista por escrito.

Também Michael Pettis, professor de teoria financeira na Faculdade de Gestão Guanghua, da Universidade de Pequim, apontou um formato de pirâmide no gráfico do investimento chinês a nível mundial, com uma ascensão repentina que atinge o pico em 2016 e regista, logo de seguida, uma descida abrupta.

O ponto de viragem foi a entrada em incumprimento da Venezuela, explicou Pettis à agência Lusa. Segundo diferentes estimativas, Caracas deve actualmente 10 mil milhões de dólares a diferentes instituições chinesas.

“Isto foi um choque muito grande para Pequim”, referiu o economista, que vive no país asiático há mais de duas décadas. “Foi a primeira vez que [a China] percebeu que conceder empréstimos a países em desenvolvimento é bastante arriscado e que, quando há uma expansão demasiado rápida, é provável que surjam problemas”.

A pandemia da covid-19 e o aumento das taxas de juros nos últimos anos, em resposta à inflação galopante na economia mundial, terão tornado a China ainda mais cautelosa.

“A maior mudança que temos de reconhecer é que a era das taxas de juro baixas e do dinheiro barato que saía da China para estes países acabou”, disse Ammar A. Malik, investigador da unidade de investigação AidData do Instituto de Investigação Global de William & Mary, nos EUA.

“O desafio [para a China] é agora garantir que estes países têm liquidez suficiente e que estes projectos são suficientemente funcionais para que [Pequim] possa cobrar os seus reembolsos com juros e atempadamente”, afirmou.

Aposta verde

Nos últimos anos, vários governos beneficiários solicitaram aos credores, incluindo a China, um adiamento ou alívio da dívida.

No caso de Angola, um dos principais mutuários da China em África, a queda no investimento pode estar associada à decisão das autoridades chinesas de reduzir o financiamento de projectos de combustíveis fósseis e direccionar o dinheiro para fontes de energia mais limpas.

O Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou, em 2021, que a China vai passar a apoiar “fortemente” o desenvolvimento verde nos países mais pobres.

“Este compromisso provavelmente resultará em apoio financeiro ao desenvolvimento das energias renováveis em Angola”, frisou Oyintarelado Moses.

“Futuras oportunidades de financiamento da China podem apoiar a transição energética de Angola e diversificar a sua economia, altamente dependente das exportações de petróleo”, disse.

5 Fev 2024

Casa Garden | Exposição atravessa meio milénio de cartografia de Macau

A exposição “Mapamorphosis: 500 Anos de Cartografia” abre amanhã portas ao público na Casa Garden. A mostra que partiu do conceito de Marco Rizzolio, com curadoria de Pedro Luz documenta a transformação e expansão da cidade através de um conjunto de mapas e elementos multimédia. A inauguração da exposição será acompanhada por um seminário

 

Se cinco anos fazem diferente, imagina-se o impacto de cinco séculos na evolução do tecido urbano de uma cidade de confluências de culturas como Macau? Esta metamorfose está na génese da exposição “Mapamorphosis: 500 Anos de Cartografia e Desenvolvimento Económico de Macau”, que é inaugurada amanhã, às 18h30, na Casa Garden.

A mostra, organizada pela Associação Cultural 10 Marias e a Fundação Oriente, partiu da ideia de Marco Rizzolio e conta com a curadoria e direcção multimédia de Pedro Luz.

A exposição assinala a transformação geográfica de Macau ao longo dos séculos através de uma colecção de mapas de diversas fontes, permitindo-nos simultaneamente visualizar o crescimento urbano e o desenvolvimento socioeconómico de Macau.

“Na era pré-colonial, a área de Macau estava reduzida a uns meros três quilómetros quadrados, o seu processo de expansão deu-se, a partir do século XVI, com o estabelecimento dos portugueses e a ‘conquista’ de território. Durante a segunda metade do século XX, a área terrestre de Macau aumentou aceleradamente, passando de 15 quilómetros quadrados em 1972 para 21 em 1994. Hoje, a área terrestre é aproximadamente de 32 quilómetros quadrados com uma população de cerca de 680 mil habitantes, fazendo com que Macau seja uma das cidades do mundo com maior densidade populacional”, é destacado pela organização.

 

Imagens e ideias

A organização do evento indica que a mostra terá como base o “importante acervo cartográfico de Macau com manifesto interesse pedagógico e didáctico, com o uso das novas tecnologias”.

Nesse sentido, a evolução geográfica da cidade e a sua consequente expansão territorial pode ser testemunhada através dos vários mapas que vão estar expostos na Casa Garden, mas também através de um vídeo da autoria de Pedro Luz que será projectado no espaço da exposição. A “projecção videográfica, com base em cartografias, mapas e imagens satélites promove o conhecimento da geografia de Macau e divulga o seu desenvolvimento histórico e económico, de forma interativa e informativa”, acrescenta a nota da Associação Cultural 10 Marias.

Além dos elementos visuais, a inauguração da mostra será acompanhada de um seminário sobre desenvolvimento económico e urbanístico de Macau, amanhã às 18h30 na Casa Garden, que terá como convidados Priscilla Roberts, Nuno Soares, Marco Caboara e José Sales Marques.

“Mapamorphosis: 500 Anos de Cartografia e Desenvolvimento Económico de Macau” estará patente ao público até 17 de Março e a entrada é livre.

5 Fev 2024

HK | Piloto Anson Wong morre durante detenção policial

O piloto de Hong Kong de 57 anos participou em pelo menos 24 edições do Grande Prémio de Macau e representou as cores da equipa Son Veng, com sede em Macau. Segundo a versão da polícia da RAEHK, Wong morreu 20 minutos depois de ser dominado e algemado por três agentes

 

O alegado traficante de droga que morreu na semana passada 20 minutos depois de ser dominado pela polícia de Hong Kong, foi identificado como Anson Wong, piloto que correu no Grande Prémio de Macau pelo menos 24 vezes. A informação sobre a morte de um suspeito de estar envolvido numa rede de tráfico de cocaína foi revelada na quinta-feira, mas a identidade apenas foi tornada pública no sábado.

Quando a morte foi comunicada pelas autoridades, a polícia de Hong Kong defendeu-se ao apontar que o homem tinha oferecido resistência face a uma tentativa de detenção, em que três agentes teriam ficado feridos. O relato inicial indicava igualmente que o suspeito tinha cooperado com as autoridades no início das buscas, mas que se tornou violento, quando os polícias começaram a investigar o carro onde seguia. Também nessa altura, indicaram as autoridades da região vizinha, Anson Wong terá tentado arrancar com a viatura, o que levou a que fosse detido com uso da força por três agentes.

Segundo a versão da polícia de HK, a morte não terá acontecido quando os agentes recorreram à força para fazer a detenção, mas 20 minutos depois, supostamente quando Anson Wong estava algemado e foi “encontrado inconsciente” dentro de uma viatura da polícia.

A vítima mortal foi levada para um hospital em Tuen Mun, nos Novos Territórios, onde foi declarado morto pelas 11h48 de quinta-feira. Logo desde o início, as autoridades indicaram que a morte do homem de 57 anos se tinha devido a problemas cardíacos.

 

Rede de 100 milhões

Anson Wong era suspeito de estar envolvido numa rede de tráfico de cocaína avaliada em 100 milhões de dólares de Hong Kong.

O piloto foi abordado pelas autoridades no âmbito de uma operação resultou na detenção de mais três indivíduos, entre os quais uma mulher com 75 anos, que alegadamente liderava o grupo. Estes estariam ligados a um contentor que chegou a Hong Kong vindo da América do Sul com cerca de 150 quilos de cocaína.

Após a morte, as autoridades de Hong Kong prometeram investigar a ocorrência, para depois submeterem um relatório para tribunal de Coroner, em Hong Kong, para onde são encaminhadas as mortes consideradas suspeitas.

Aos 57 anos, Anson Wong era uma cara bem conhecida do panorama do automobilismo local, dadas as ligações à equipa Son Veng, com a qual competiu várias vezes

Sgundo o jornal The Standard, Wong participou pelo menos 24 vezes no Grande Prémio de Macau com vitórias em diferentes categorias. Além disso, participava em várias provas no Interior, em campeonatos como o de Carros de Turismo da China.

5 Fev 2024

SMG | Temperaturas devem subir 1,3 graus entre 2041 e 2060

Com a temperatura em Macau a aumentar, os SMG prevêem que os “fenómenos meteorológicos de temperatura elevada” também se tornem mais frequentes. As previsões foram realizadas com base no relatório sobre alterações climáticas 2023, do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas

 

As temperaturas médias máximas anuais em Macau, em meados do século XXI (2041-2060), devem subir cerca de 1,3°C e 1,6°C, respectivamente, em relação à média de 1995-2014, de acordo com as autoridades locais.

Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) de Macau afirmaram que a temperatura global em Macau vai continuar a aumentar e os fenómenos meteorológicos de temperatura elevada vão tornar-se mais frequentes no século XXI.

Os serviços de meteorologia basearam-se no relatório sobre alterações climáticas 2023, do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), para projectar as alterações climáticas de Macau no século XXI sob diferentes cenários de emissões, de acordo com a informação publicada no ‘site’ da DSMG na quinta-feira.

Assim, no futuro, o número de dias muito quentes em Macau vai aumentar à medida que a temperatura global subir.

“No cenário de emissões médias, o número de dias muito quentes em meados do século XXI (2041-2060) vai aumentar para 77,7 dias por ano, em comparação com a média de 27,8 dias por ano em 1995-2014, e o número de dias muito quentes no final do século XXI (2081-2100) deverá ultrapassar os 100 dias por ano”, indicaram.

 

Menos CO2 só após 2050

Os SMG previram ainda que, com base nas actuais medidas globais de redução de emissões, se verifique um declínio gradual das emissões de CO2, depois de um pico em meados do século XXI.

“No entanto, se o público for pró-activo na redução das emissões de gases com efeito de estufa e atingir os objectivos do Acordo de Paris o mais rapidamente possível, ainda é possível limitar o aquecimento futuro de Macau a um nível mais baixo”, consideraram.

O Acordo de Paris é um tratado internacional juridicamente vinculativo sobre as alterações climáticas.

Foi adoptado por 196 Partes na Conferência da ONU sobre Alterações Climáticas (COP21), em Paris, França, a 12 de Dezembro de 2015, tendo entrado em vigor a 4 de Novembro de 2016.

O objectivo global é manter “o aumento da temperatura média global bem abaixo dos 2°C” em relação aos níveis pré-industriais.

No entanto, nos últimos anos, os líderes mundiais têm sublinhado a necessidade de limitar o aquecimento global a 1,5°C até ao final deste século, de acordo com a ONU.

5 Fev 2024

Saúde | Contratação de médicos portugueses fracassada

A contratação de médicos portugueses para trabalhar em Macau falhou, depois de uma sucessão de declarações de governantes que admitiram desistências de clínicos em processo de recrutamento. O facto de os restantes candidatos terem BIR remeteu-os para uma situação fragilizada, obrigando-os a estagiar e a fazer internato e exames

 

O recrutamento de médicos portugueses para reforçar o sistema de saúde de Macau fracassou por completo, depois de várias notícias que foram apontando a desistência e diminuição de candidatos.

Segundo noticiou o jornal Plataforma de Macau, a contratação do pessoal clínico esbarrou numa questão legal devido ao facto de os profissionais serem portadores de BIR. Como o estatuto de residente da RAEM não foi previsto no enquadramento legal para contratar pessoal clínico, os médicos portugueses, apesar de residentes, ficariam obrigados a passar num exame de especialidade para poder trabalhar em Macau. Além disso, ficariam ainda obrigados a um ano de internato, o que implicaria a realização de exames em todas as aéreas da medicina, um pouco à semelhança do que acontece com médicos acabados de sair da faculdade.

O retrocesso a nível de progressão profissional acabou por deitar por terra o recrutamento destes médicos, apesar de o processo ter sido tratado ao mais alto nível político.

O Plataforma de Macau acrescenta ainda que não há sinal de que o Governo inicie um novo processo de candidaturas para contratar clínicos de Portugal.

 

Episódios anteriores

O processo de contratação de médicos lusos começou com a visita de Ho Iat Seng a Portugal em Abril do ano passado, naquela que seria a primeira saída do Chefe do Executivo desde o levantamento das restrições fronteiriças impostas pela política de zero covid-19.

No mês seguinte, a secretária dos Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, visitou Portugal com a contratação de médicos na agenda de trabalho. Assim sendo, a secretária reuniu com o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, e discutiu “a situação de emprego em Macau” assim como “a possibilidade de médicos portugueses virem trabalhar para o território”. Foi através desta reunião que surgiram os 12 nomes para reforçar o sector da saúde da RAEM.

Já com os recrutamentos em andamento, o director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, revelava já a desistência de candidatos, sem especificar quantos.

Inicialmente, 12 médicos mostraram interesse em serem recrutados pelos Serviços de Saúde para trabalhar em Macau. Contudo, após o processo de selecção, a lista ficou a reduzida a oito, pelo facto de os restantes não cumprirem as exigências locais.

Porém, no passado mês de Novembro, Alvis Lo reconheceu que entre os oitos profissionais que cumpriam os requisitos legais, alguns não aceitaram a mudança para a RAEM, sem especificar quantos.

“Esses candidatos por motivos familiares ou razões pessoais optaram por não trabalhar em Macau. Tudo depende da escolha deles”, afirmou o também médico.

Recorde-se que o Governo da RAEM solicitou o auxílio institucional do Governo de Portugal, incluindo do à altura Ministro da Saúde Manuel Pizarro e à Ordem dos Médicos de Portugal.

Cerca de um mês depois da admissão de Alvis Lo, os Serviços de Saúde indicavam que seriam contratados apenas dois profissionais especialistas de Medicina Interna.

5 Fev 2024

Eventos | Manuel Silvério propõe construção de um estádio novo

Numa carta aberta dirigida ao Chefe do Executivo, o ex-presidente do Instituto do Desporto sugere a construção de um novo estádio em Macau com capacidade para receber “mega” eventos no território

 

O ex-presidente do Instituto do Desporto e antigo presidente do Comité Organizador dos Jogos da Ásia Orienta, Manuel Silvério, defende a necessidade de ser construído um estádio em Macau com capacidade para pelo menos 50 mil pessoas. A posição foi expressa através de uma carta aberta para o Chefe do Executivo, publicada nas redes sociais, com o objectivo de contribuir para o “desenvolvimento do turismo cultural e das artes de Macau”.

Manuel Silvério começa por explicar a razão do território não conseguir atrair grandes eventos desportivos ou musicais, ao contrário do que acontece com Hong Kong ou com Shenzhen. Actualmente, Lionel Messi está em Hong Kong, onde ontem participou num encontro entre o Inter Miami e uma selecção da região vizinha. Dias antes, tinha estado em Shenzhen, onde a sua equipa perdeu por 6-0 frente ao Al-Nassr de Cristiano Ronaldo. O português não participou no encontro por estar lesionado.

“Como adepto, também adoraria ver essas equipas em Macau, mas ao observar o recente desempenho de ‘Seventeen’ no Estádio de Macau, fica evidente que Macau ainda não oferece as melhores condições quando comparado com Hong Kong ou Shenzhen”, escreveu o ex-dirigente do ID. Macau deseja receber jogos internacionais de futebol e ver as super-estrelas em acção […] é urgente a necessidade de um grande estádio com instalações adequadas”, acrescentou.

Silvério fez referência aos espectáculos da banda Kpop Seventeen, esgotou dois concertos que tiveram lugar no Estádio de Macau. Todavia, o evento ficou marcado pelas críticas de parte da população, não só face ao barulho para montar o palco, mas face ao som do espectáculo e ainda devido aos cortes das estradas.

Sobre os polémicos espectáculos, Silvério indicou que “são benéficos para os interesses globais de desenvolvimento de Macau, contribuindo para a activação da comunidade, estimulando a economia local e desviando visitantes para outras partes da cidade”. Porém, admitiu que pode haver uma melhor comunicação com a população.

 

Capacidade limitada

Sobre o Estádio de Macau, o ex-dirigente do ID indica que “a capacidade actual de 15 mil espectadores” é “claramente insuficiente para apoiar eventos de grande escala”. Por isso, sugere um novo estádio. “Macau precisa de considerar a construção de um estádio noutro local que possa acomodar um público maior para atender às necessidades do desenvolvimento sustentável futuro”, atirou. “Acredito que a construção de um estádio com capacidade para 50 a 60 mil pessoas reduziria efectivamente o impacto sobre os residentes e teria um impacto positivo no desenvolvimento da indústria de Macau”, justificou Manuel Silvério. “Se Macau quiser continuar a receber eventos de grande porte, resolver o problema da falta de espaço é crucial. Acredito que o planeamento e construção de grandes estádios são essenciais para equilibrar o conflito entre residentes e a actividade comunitária”, considerou.

Sobre os locais para o estádio, Silvério sugere a Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental, porque “há amplo espaço de estacionamento e zonas de apoio e para lidar com o fluxo de veículos e pedestres”. Contudo, também indica que se pode aproveitar o espaço do actual Estádio de Macau, e ligá-lo ao Macau Jockey Club. “Anexar o Estádio de Macau e as instalações do Jockey Club pode ser uma solução viável […] oferecendo funções de apoio logístico e reduzindo o impacto nas estradas e nos residentes ao redor”, sugeriu.

“Com um local mais adequado, Macau poderá acolher mais competições e shows tão ansiados, sem a necessidade de se ter de ir ‘caçar estrelas’ noutras cidades”, concluiu.

5 Fev 2024

GP Macau | Félix da Costa não esconde que gostaria de voltar à Guia

António Félix da Costa, o único piloto português a vencer a corrida principal do Grande Prémio de Macau por duas ocasiões (2012 e 2016), voltou a relembrar que o Circuito da Guia é o seu circuito predilecto, como também desvendou que esteve muito perto de regressar a Macau para participar no 70.º Grande Prémio de Macau

 

No popular podcast brasileiro “Pelas Pistas”, que contou com a apresentação Thiago Alves e dos ex-pilotos de Fórmula 1, Christian Fittipaldi e Nelsinho Piquet, o piloto de Cascais voltou a classificar o Circuito da Guia como seu traçado favorito, “é um flow inacreditável, quando acertas…”, referiu com entusiasmo de quem tem uma enorme admiração pelo circuito citadino do território.

Questionado por Nelsinho Piquet, piloto que correu em Macau em 2003 e 2004 antes de rumar à Fórmula 1, se já tinha corrido num carro de GT no traçado citadino da RAEM, Félix da Costa deixou claro que “não”, mas que é algo que “quero muito”, passando a explicar que “quando eu lá corri de Fórmula 3, o tempo da pole-position era 2:14 ou 2:12, mas agora o carro é outro, e fazem tempos inferiores a 2:10, mas os GT já fazem tempos de 2:14, muito rápidos. Neste (último) ano (o nível) estava muito bom, muitos carros e pilotos bons. Era algo que eu gostaria de fazer.”

Félix da Costa competiu no evento de Macau por cinco ocasiões. Depois do sexto lugar na estreia em 2010 e o abandono no ano seguinte, Félix da Costa conquistou o título mais apreciado da Fórmula 3 em 2012 ao volante de um monolugar que hoje pode ser visto no Museu do Grande Prémio. Regressaria no ano seguinte, terminando em segundo, para voltar a subir ao primeiro lugar do pódio em 2016.

 

Regresso esteve próximo

Nas vésperas da 70.ª edição do maior cartaz desportivo da RAEM, o nome de Félix da Costa foi apontado pela imprensa de Hong Kong ao lugar vago no terceiro monolugar da Rodin Carlin a ser inscrito no Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 – Taça do Mundo de F3. A equipa britânica que estava a passar um momento conturbado, que culminou com o despedimento do seu fundador Trevor Carlin, acabou mesmo por não alinhar com um terceiro carro na corrida ganha pelo inglês Luke Browning.

O piloto natural de Cascais que tem contrato com a marca Porsche confirmou que teve “uma proposta para participar de Fórmula 3 e não fui, mas quase que fui”. Mesmo não tendo revelado a identidade da equipa, Félix da Costa reconheceu que “até disse que sim, mas ia ter um dia de testes nessa mesma semana e a Porsche bem que ficou… e pronto, enfim!”

O piloto português continua a fazer parte da TAG Heuer Porsche Formula E Team, a equipa oficial da Porsche Motorsport no Campeonato do Mundo de Fórmula E da FIA, para monolugares com motorização eléctrica. Para este ano, a marca germânica decidiu que os seus dois pilotos, Félix da Costa e o alemão Pascal Wehrlein, não podiam participar noutros campeonatos ou competições fora da Fórmula E, o que obrigou Félix da Costa a abandonar o seu programa no Campeonato do Mundo de Endurance da FIA (WEC).

O piloto português vai regressar à República Popular da China no fim de semana de 25 e 26 de Maio, para disputar a prova de Xangai do Campeonato do Mundo de Fórmula E da FIA.

4 Fev 2024

Tecnologia | Xi Jinping pede mais esforços na inovação

O Presidente chinês, Xi Jinping, pediu ontem à direcção do Partido Comunista (PCC) mais esforços para promover a inovação nos domínios da ciência e tecnologia, para que sirvam de motores de crescimento e garantam a auto-suficiência do país.

Xi, que é também o secretário-geral do PCC, presidiu a uma reunião do Politburo, o mais alto órgão de decisão do partido, na qual apelou a “novas forças produtivas” impulsionadas por “avanços tecnológicos revolucionários”.

“Precisamos de fazer uma profunda transformação e modernização industrial”, afirmou Xi, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, acrescentando que a inovação deve “melhorar a vida dos trabalhadores” e gerar “um aumento substancial da produtividade”.

“A inovação nos domínios da ciência e da tecnologia vai gerar novas indústrias, novos modelos e novos motores de crescimento”, disse o Presidente, que reiterou o seu compromisso de “acelerar em direcção à auto-suficiência”.

Xi reiterou o seu empenho em “acelerar o processo de auto-suficiência” e instou o PCC a trabalhar “arduamente” para alcançar “avanços nas tecnologias de base” e “promover firmemente um desenvolvimento de alta qualidade”.

“Ainda existem muitos factores que limitam o desenvolvimento de alta qualidade, que deve ser orientado por uma nova teoria da produtividade. A inovação deve desempenhar o papel de liderança”, disse.

 

Sem dependências

Nos últimos anos, perante relações tensas com Washington e muitos dos seus aliados, a China sublinhou a necessidade de aumentar a auto-suficiência em sectores tecnológicos de ponta, especialmente aqueles em que está dependente de países terceiros, como os ‘chips’ semicondutores.

A China também assumiu um forte compromisso de liderar a inovação tecnológica com investimentos em sectores como a supercomputação, o desenvolvimento de redes de quinta geração (5G), a inteligência artificial (IA), o armazenamento em nuvem e os grandes volumes de dados, a corrida espacial, a tecnologia militar, as soluções para veículos inteligentes e a energia limpa, que são vistos como sectores que favorecerão o seu crescimento numa época de estagnação económica.

Alguns dos avanços levantaram suspeitas em Washington de que as empresas chinesas estão a colaborar com as Forças Armadas do país, o que levou à criação de listas negras para impedir o Governo chinês de adquirir ou ter acesso a tecnologia desenvolvida por indivíduos ou empresas norte-americanas.

Para fazer face a este problema, Xi rodeou-se, no 20.º Congresso, em 2022, de uma nova equipa de homens da sua confiança para alcançar a “auto-suficiência tecnológica” e garantir “a estabilização das cadeias industriais e de abastecimento”, afirmou na altura.

4 Fev 2024

Exposição | UM acolhe mostra de mestres do impressionismo francês

É inaugurada hoje no Museu de Artes da Universidade de Macau a exposição “With The Sunshine, Across The Sea: From French Impressionism to Landscape Paintings of Macao” que reúne quase 130 obras, com destaque para trabalhos de mestres do impressionismo como Théodore Géricault, Claude Monet e Gustave Courbet

 

Uma ponte entre o prolífero período artístico do impressionismo francês e a pintura de paisagem com Macau como pano de fundo são os conceitos centrais da exposição que é inaugurada hoje, a partir das 16h, no Museu de Artes da Universidade de Macau.

“With The Sunshine, Across The Sea: From French Impressionism to Landscape Paintings of Macao” é o nome da mostra, patente até 5 de Maio, composta por quase 130 obras, incluindo pinturas de mestres como Théodore Géricault, Claude Monet e Gustave Courbet.

Apesar do natural protagonismo das pinturas a óleo de mais de uma dezena de vultos do impressionismo francês, serão exibidas fotografias de autores da altura, quadros do pintor neo-impressionista francês do século XX André Hambourg.

O movimento artístico que acabaria por se denominar Impressionismo partiu de um pequeno grupo de pintores franceses no final do século XIX que romperam com os cânones das academias de artes, inspirados nas experiências de Eugène Delacroix ou J. M. W. Turner. Encabeçado por pintores como Claude Monet, Pierre-Auguste Renoir, Edgar Degas e Paul Cézanne, o impressionismo afasta-se do realismo de correntes anteriores e lança no mundo das artes uma nova interpretação da luminosidade e movimento. A nova estética acabaria por atribuir aos pintores impressionistas uma reputação de perigosos radicais.

 

Visões e imagens

A ligação entre a Normandia e Macau é feita através de pinturas de paisagens de Macau de autoria de artistas baseados em Macau, como George Smirnoff, Luís Luciano Demée e Kwok Se, que “foram buscar inspiração à convergência de culturas”, indica a organização da mostra.

Após a cerimónia de abertura da exposição, por volta das 16h30, será apresentada uma palestra intitulada ‘Scenery Under the Visions of West and East’, conduzida em mandarim. A palestra será apresentada por Li Jun, que dirige o Departamento de Artes e Design da Faculdade de Artes e Humanidades da Universidade de Macau, no Auditório da Livraria da universidade.

Partindo das obras que compõem a exposição, Li Jun, que também fez a curadoria da mostra, irá explicar como “os meios contrastantes da água e do óleo sofrem uma reação química mágica e dão origem a um efeito harmonioso semelhante à convergência das culturas oriental e ocidental em Macau”. A ideia é guiar o público pelas técnicas usadas pelos mestres da corrente artística de forma a poderem apreciar a originalidade e estética dos quadros impressionistas e das representações de paisagens de Macau.

A mostra é organizada pelo Museu de Artes da Universidade de Macau, que fica no primeiro e segundo piso da Biblioteca Wu Yee Sun, a L’association Peindre en Normandie, Les Franciscaines in Deauville, e a Ardi Photographies, com o apoio do Instituto Cultural e o Museu de Arte de Macau. A curadoria está a cargo do Departamento de Artes e Design da Faculdade de Artes e Humanidades.

A exposição pode ser visitada entre as 10h e as 17h todos os dias, excepto feriados públicos e nos primeiros três dias dos feriados do Ano Novo Lunar. A entrada para a exposição e para a palestra é grátis.

4 Fev 2024

Ano Novo Lunar | Previstos 111 mil passageiros e 860 voos

A companhia China Southern Airlines planeia lançar, no primeiro trimestre de 2024, duas ligações, uma desde Istambul e outra desde Moscovo

 

O Aeroporto Internacional de Macau prevê processar cerca de 860 voos e 111 mil passageiros durante o período do Ano Novo Lunar, de 10 a 14 de Fevereiro, informou ontem a empresa gestora da infra-estrutura.

Num encontro com os jornalistas, o director do departamento de Marketing da CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau, Eric Fong, disse acreditar que “cerca de 24 mil passageiros viajem através do Aeroporto Internacional de Macau durante o período de pico num único dia” e que sejam operados “80 voos adicionais durante os cinco dias de férias”.

O Ano Novo Lunar celebra-se este ano a 10 de Fevereiro, e inaugura o Ano do Dragão. Durante este período de férias, dá-se a maior migração anual do mundo, com milhões de pessoas na China a viajarem para celebrar a ocasião com família e amigos.

Ao prever 860 ligações e 111 mil passageiros durante a época festiva, Fong notou que os números representam uma subida de 110 por cento e 140 por cento, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado, e uma recuperação de 77 por cento e 74 por cento dos valores de 2019, antes do início da pandemia de covid-19.

Actualmente, o aeroporto só tem ligações para o Interior e outros destinos asiáticos. Em termos de passageiros, 46 por cento e 16 por cento são provenientes do Interior e de Taiwan, respectivamente, enquanto outras regiões e países asiáticos representam os restantes 38 por cento, números “semelhantes a 2019”, declarou Fong.

No primeiro trimestre de 2024, o aeroporto irá operar 271 voos adicionais, cobrindo 11 destinos internacionais e regiões do Interior, incluindo Seul, Hanói, Banguecoque, Phnom Penh, Taipé e Xangai, nomeadamente “para atrair ainda mais os viajantes internacionais”, afirmou.

 

Alta cooperação

Ainda de acordo com o responsável, a CAM “está a cooperar proactivamente com o Governo da região administrativa especial para desenvolver um turismo abrangente e uma indústria de lazer”, além de “expandir as fontes de passageiros aéreos do Sudeste Asiático e do Nordeste Asiático”.

Neste sentido, frisou o director, a companhia aérea China Southern Airlines planeia lançar, no primeiro trimestre de 2024, duas ligações, uma desde Istambul e outra desde Moscovo, em direcção a Pequim e com transferência para Macau.

Já a AirAsia Camboja planeia, na mesma altura, inaugurar um voo diário entre Phnom Penh e Macau.

Em Novembro, Ho Iat Seng garantiu que o aeroporto vai lançar “mais voos internacionais directos”. Já as obras de aterro e ampliação da infra-estrutura, serão lançadas na segunda metade deste ano.

O aeroporto, actualmente com uma pista, tem capacidade para receber até 9,6 milhões de passageiros, mas a taxa de utilização é de “apenas 60 por cento”, lamentou Ho Iat Seng.

“Espero que a Air Macau possa adquirir aviões maiores, para realizar voos de longo curso”, sublinhou o Chefe do Executivo, referindo-se à companhia aérea de bandeira do território.

Em Junho, a directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes, descreveu o lançamento de voos directos entre Macau e Portugal como “um sonho”, mas lembrou também ser possível trabalhar com os aeroportos vizinhos de Hong Kong, Cantão e Shenzhen.

4 Fev 2024

Jogo | Receitas nos casinos sobem 67% em Janeiro

Com uma receita mensal de 19,3 mil milhões de patacas em Janeiro, a indústria do jogo registou o melhor resultado dos últimos três anos, à excepção de Outubro do ano passado

 

As receitas do jogo atingiram no primeiro mês do ano 19,3 mil milhões de patacas, mais 67 por cento do que em igual mês de 2023, anunciaram ontem as autoridades.

Em Janeiro do ano passado, as receitas dos casinos tinham sido 11,6 mil milhões de patacas, de acordo com a informação da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).

Apesar do aumento em termos anuais, o valor de Janeiro de 2024 representa ainda 77,5 por cento do registado em igual mês de 2019, antes do início da pandemia de covid-19.

Em Dezembro, as receitas do jogo tinham atingido 18,6 mil milhões de patacas, o segundo valor mais elevado desde o início da pandemia.

O recorde pós–pandemia, 19,5 mil milhões de patacas, foi fixado em Outubro, na chamada ‘semana dourada’ do 1.º de Outubro, quando se assinala o aniversário da implementação da República Popular da China, um dos picos turísticos do país.

Macau fechou 2023 com receitas totais de 183,1 mil milhões de patacas, quatro vezes mais do que no ano anterior, mas apenas 62,6 por cento da receita acumulada registada em 2019, de acordo com os dados do regulador do jogo.

No ano passado, o território recebeu mais de 28,2 milhões de visitantes, cinco vezes mais do que no ano anterior e 71,6 por cento do registado antes do início da pandemia.

 

A crescer

Macau, que à semelhança do Interior seguiu a política de ‘zero casos de covid’, reabriu as fronteiras a todos os estrangeiros, incluindo turistas, em Janeiro de 2023, depois de quase três anos de rigorosas restrições.

Contudo, o principal motor da recuperação da maior indústria da RAEM foi o fim das restrições de circulação no Interior, que permitiram que os jogadores voltassem ao território.

Entre Fevereiro de 2020, quando se começaram a sentir os efeitos da pandemia, e Dezembro de 2022, quando foram levantadas as restrições contra a covid no Interior, apenas por uma vez as receitas brutas do jogo ultrapassaram os 10 mil milhões de patacas, o que aconteceu em Maio de 2021.

Também entre Março de 2022 até Dezembro as receitas mensais nunca foram superiores a 3,7 mil milhões de patacas. Contudo, com o fim das restrições no Interior, o cenário mudou dramaticamente, e as receitas nunca mais ficaram abaixo de 10 mil milhões de patacas.

O recorde mensal das receitas de jogo foi estabelecido em Fevereiro de 2014, antes de uma campanha contra o segmento VIP. Nesse mês, que coincidiu com as celebrações do Ano Novo Chinês, os casinos registaram receitas brutas de 38 mil milhões de patacas.

4 Fev 2024

TNR | Número perto de 90 por cento do registo de 2019

No fim do ano passado, a população activa de Macau incluía mais de 176 mil trabalhadores não-residentes, registo que fica a 89,9 por cento dos níveis de 2019. Pelo meio, os trabalhadores do Interior da China quase atingiram o registo pré-pandémico, os filipinos registam uma diminuição significativa e a comunidade de TNR vietnamitas diminuiu para quase metade

 

No final de 2023, o número de trabalhadores não-residentes (TNR) empregados em Macau era de 176.661, registo que representa uma recuperação face aos tempos da pandemia, ficando a 89,9 por cento do número de trabalhadores sem estatuto de residente da RAEM verificado em 2019 (196.538), indicam as estatísticas da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL).

A hotelaria, restauração, construção e trabalho doméstico foram os sectores que mais empregaram TNR no final do ano passado. Em relação às empregadas domésticas, que contabilizaram 25.757 pessoas, mais de 55 por cento são oriundas das Filipinas. Enquanto os trabalhadores da construção (mais de 30 mil no fim de 2023) eram praticamente todos chineses, registo semelhante ao verificado no sector do comércio por grosso e a retalho.

A hotelaria e restauração davam no fim do ano passado emprego a quase 50 mil TNR, perto de 40 mil vindos do Interior da China e mais de 5.000 das Filipinas. Importa referir que face a 2019, o ano passado encerrou com menos 5.362 trabalhadores nos sectores da hotelaria e restauração, deficit de mão-de-obra que tem afligido estas indústrias com particular acutilância desde que terminaram as restrições fronteiriças de combate à pandemia.

Trocas nacionais

Os trabalhadores chineses sem BIR eram mais de 121 mil no fim de 2023, registo que fica perto dos mais de 122 mil no final de 2019. Já os TNR vindos da Indonésia chegaram mesmo a ultrapassar o total de pessoal antes do período pandémico ao contabilizar 6.124 no fim de Dezembro do ano passado, tendência que se verificou também nos profissionais vindos do Myanmar.

De resto, quase todas as restantes comunidades de TNR caíram significativamente entre 2019 e 2023. Os trabalhadores sem BIR vindos das Filipinas eram no fim do ano passado menos quase 15 por cento em relação ao fim de Dezembro de 2019. Já a comunidade oriunda do Vietname, registou uma quebra para quase metade do total registado em 2019, situação que se repetiu com não-residentes de Hong Kong.

4 Fev 2024

Habitação Económica | Metro quadrado custa entre 26.100 e 35.600 patacas

Os participantes no concurso de 2019 vão pagar mais pelas habitações económicas, face aos concursos de 2021 e do ano passado, mas têm a vantagem de poder vender as casas no mercado privado, decorridos 16 anos da compra

 

Os preços da habitação económica vendida através dos concursos realizados entre 2019 e 2023 varia entre 26.100 e 35.600 patacas por metro quadrado. O anúncio foi feito pelo Instituto de Habitação (IH) ao final da noite de quarta-feira, através de dois comunicados.

O concurso de 2019, foi lançado por Fernando Chui Sai On, a menos de dois meses de deixar o Governo, e numa altura em que não havia preço de venda nem data de conclusão das habitações.

Ontem, foi revelado que os compradores das 3.017 fracções construídas nos Lotes B4, B9 e B10 da Zona A dos Novos Aterros vão ter de pagar 35.600 patacas por metro quadrado. Este é o preço mais alto estabelecido pelo Governo, entre os montantes a cobrar anunciados na quarta-feira, mas tem os compradores têm a vantagem de poderem vender as casas no mercado privado.

Os tamanhos da fracções em causa ainda não foram anunciados. Porém, se tiverem em conta as dimensões mínimas exigidas pela lei, um apartamento do tipo T1 vai custar 907,8 mil patacas (25,5 metros quadrados), o T2 vai custar 1,2 milhões de patacas (33 metros quadrados) e o T3 vai ter um preço de 1,5 milhões de patacas (42,5 metros quadrados). As dimensões incluem a obrigação de as casas terem uma varanda com uma dimensão mínima de dois metros quadrados.

Segundo a legislação actual, o preço de venda das fracções tem em conta aspectos como “a capacidade aquisitiva” dos compradores, “a localização dos edifícios”, “o ano de construção” ou “a orientação e localização na estrutura global do edifício”.

No concurso de 2019, que permite a venda das habitações no mercado privado passados 16 anos, foram aceites 35.765 candidaturas. As habitações económicas são vendidas pelo Governo com um preço de desconto, que para este concurso é considerado de 60 a 70 por cento do valor da fracção. O desconto é chamado “rácio bonificado”. Por isso, se passados 16 anos a fracção for vendida, o vendedor vai ter de entregar ao Governo entre 60 e 70 por cento do valor de avaliação fiscal dessa fracção.

Sem venda

No caso dos concursos lançados em 2021 e 2023, sendo que este último ainda decorre, o preço por metro quadrado foi estabelecido nas 26.100 patacas.

Este valor significa que seguindo as áreas úteis mínimas exigidas por lei, um T1 vai custar pelo menos 665,6 mil patacas (25,5 metros quadrados), o T2 861,3 mil patacas (33 metros quadrados) e o T3 1,1 milhões de patacas (42,5 metros quadrados).

No âmbito do concurso público de 2021, foram admitidas 9.796 candidaturas para 5.254 fracções habitacionais construídos nos lotes A1 a A4 e A12 da Zona A dos Novos Aterros.

Em relação ao concurso de venda de habitações económicas de 2023, estão disponíveis 5.415 apartamentos, que estão a ser construídos nos lotes B5, B7, B8, B11 e B12 da Zona A dos Novos Aterros.

Contudo, ao contrário do que aconteceu no concurso de 2019, estas fracções apenas podem ser vendidas ao Governo, no caso de venda futura. Além disso, o preço de venda é aquele que foi pago na conta, ao qual ainda é deduzido o montante necessário para realizar obras que autoridades considerem necessárias.

4 Fev 2024

“Fai Chun – Oferta de Papéis Votivos” começa hoje na FRC

Decorre hoje e amanhã, na Fundação Rui Cunha (FRC), o tradicional evento relacionado com a chegada do Ano Novo Chinês, “Fai Chun – Oferta de Papéis Votivos”. O público poderá deslocar-se à galeria da FRC entre as 10h e as 17h e ficar, gratuitamente, com estes papéis que contêm mensagens de boa sorte escritas em caligrafia chinesa.

Trata-se de um evento co-organizado pela Associação de Poesia dos Amigos do Jardim da Flora e é orientado por 37 mestres locais de caligrafia chinesa, nomeadamente Ung Choi Kun, Hong San San ou Choi Vai Keng, que se juntam a Ng Pio (Yum Fung Chan), o presidente da associação. Poetas como Ko Tak Kong, Chong Iat Fai e Yun Wing On também irão estar presentes ao longo dos dois dias para criar dísticos de versos, no âmbito das celebrações do Novo Ano Lunar do Dragão.

Boa Onda

Fai Chun (揮春) é uma decoração tradicional usada durante o Ano Novo Chinês, que marca a chegada da época primaveril. Em português poderá traduzir-se por Onda de Primavera. As pessoas colocam os Fai Chun nas portas para criar uma atmosfera alegre e festiva, já que as frases caligrafadas significam boa sorte e prosperidade. Normalmente, os Fai Chun tradicionais são de cor vermelha, com caracteres pretos ou dourados inscritos a pincel, que visam proteger as casas com votos de bons auspícios para o ano que se segue. Hoje em dia são mais frequentes as versões impressas e produzidas em larga escala. Podem ser quadrados ou rectangulares e pendurados na vertical ou na horizontal, geralmente aos pares. Não existem apenas na China, mas também na Coreia, Japão e Vietname.

2024 é o Ano do Dragão de Madeira, que se inicia a 10 de Fevereiro de 2024 (primeiro dia do Novo Ano Chinês) e dura até 28 de Janeiro de 2025.

A FRC descreve, em comunicado, que “o Dragão é o único dos 12 signos do zodíaco chinês que se baseia num animal imaginário”, o que faz com que os dragões “sejam tão carismáticos e grandiosos na vida”.

“Na cultura chinesa, o Dragão pode ser descrito como um ser focado e motivado. Os nativos deste signo têm uma personalidade repleta de confiança, sem qualquer problema em serem assertivos e assumirem papéis de liderança. Prevê-se que 2024 seja um ano caracterizado pela inovação, visão e crescimento”, aponta-se ainda na mesma nota.

1 Fev 2024

A criosfera e o clima

A forma simplista de nos referirmos ao clima, definindo-o como um sistema constituído por cinco componentes (atmosfera, litosfera, hidrosfera, criosfera e biosfera) que interagem entre si, esconde uma verdade bem mais profunda que consiste no facto de se tratar de um sistema altamente complexo, o que levou o climatologista português Professor José Pinto Peixoto (JPP) (1922-1996), inspirado nas Confissões de Santo Agostinho1, a afirmar:

“Quid est clima? (O que é o clima?)

Si nemo a me quaerat, scio! (Se ninguém me perguntar, eu sei o que é!)

Si quaerenti explicare velim, nescio! (Se me perguntarem e eu quiser explicar, eu não sei!)”

Este sistema, de acordo com JPP e Abraham Oort na obra “Physics of Climate”2, escrita em coautoria (1992), está sempre a evoluir e deve ser considerado como uma entidade com vida própria (“[…] the climate is always evolving and it must be regarded as a living entity”).

Devido à confusão que por vezes se estabelece entre “tempo” e “clima”, talvez seja conveniente relembrar que são conceitos bem diferentes. Não é correto usar a expressão “condições climatéricas”, frequentemente referida para designar “condições meteorológicas” ou o “tempo”. Recordo-me frequentemente do desabafo de um colega meteorologista que se queixava que «sentia o ouvido arranhar» quando ouvia tal expressão. Por outro lado, o termo “climatérico”, não se deve empregar quando se pretende referir o “clima”. Trata-se de um galicismo que se pode confundir com “climactérico”, palavra que em medicina se refere ao período em que se verificam alterações físicas e psíquicas consideráveis (como, por exemplo, a menopausa e a andropausa). Para aumentar a confusão, e segundo o acordo ortográfico de 1990 (AO90), esse termo médico pode-se também escrever “climatérico”, como, aliás, é referido no Brasil.

Os conceitos de “clima” e “tempo” são diferentes. O primeiro refere-se, numa determinada região, às condições meteorológicas médias durante um período mais ou menos longo, de preferência não inferior a trinta anos, enquanto “tempo” (“condições meteorológicas” ou “estado do tempo”) se refere ao que está a acontecer ou a um período relativamente curto. Assim, por exemplo, não se deve afirmar que “o espetáculo ao ar livre foi adiado devido às condições climatéricas”, mas sim “o espetáculo ao ar livre foi adiado devido às condições meteorológicas”.

Todas as componentes do sistema climático têm grande importância e, embora a atmosfera seja a componente central, não se pode desprezar o papel que a criosfera desempenha, a qual está a diminuir de extensão em ritmo acelerado devido à fusão do gelo que a compõe. A implicação desta realidade sobre a sustentabilidade da vida na terra justifica que lhe dediquemos alguma atenção. A criosfera é constituída por grandes massas de gelo e de neve continentais, glaciares, gelo marinho, lagos e rios congelados, solo permanentemente congelado (permafrost), solo sazonalmente congelado e precipitação sólida.

A redução da área abrangida pelas camadas de gelo e de neve está a provocar diminuição do albedo3 (ou coeficiente de reflexão) médio do planeta. Quanto mais branca é uma superfície, maior é a radiação refletida, ou seja, maior o albedo. A neve e o gelo têm um albedo relativamente elevado, enquanto a água líquida tem um albedo menor, o que faz com que quanto menor for a área abrangida pelo gelo e neve, menor será a radiação solar refletida e, consequentemente, maior a radiação absorvida pelos oceanos.

Nas últimas décadas, devido aos gases de efeito de estufa (GEE), o aquecimento global tem causado o degelo de parte significativa da criosfera, o que, juntamente com a dilatação das massas de água oceânicas, também provocada por este aquecimento, continuará a provocar a subida do nível do mar. Segundo o “Relatório Especial do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas sobre o Oceano e a Criosfera num Clima em Alteração” (The Intergovernmental Panel on Climate Change Special Report on the Ocean and Cryosphere in a Changing Climate), a taxa de aumento médio global do nível do mar, no período 2006-2015, foi cerca de 2,5 vezes a taxa referente ao período 1901-1990. Por outro lado, a fusão do gelo contido no permafrost implica a libertação de metano, um dos mais poderosos GEE, o que também contribui para a aceleração do aquecimento global.

O eventual desaparecimento de toda a criosfera, que atinge uma espessura de cerca de 4 km na parte leste da Antártida e 3 km na Gronelândia, teria consequências drásticas para a sustentabilidade do nosso planeta. Segundo cálculos de cientistas que colaboram com o IPCC, o desaparecimento total dos glaciares implicaria uma subida do nível médio do mar de cerca de 40 cm, a fusão das camadas de gelo da Gronelândia causaria um aumento de 7,2 m e se todo o gelo da Antártida fundisse a subida seria de cerca de 58 m! Entretanto, na segunda metade do século passado, a fusão parcial do gelo dos glaciares e das calotas polares já causaram um aumento do nível do mar de cerca de 2,5 cm, acrescido de cerca de 1 cm devido à fusão parcial do gelo que cobre a Gronelândia. Antevê-se que o ritmo desta subida continuará a aumentar, o que terá como implicações o aumento do fluxo migratório de populações que habitam zonas do litoral mais baixas, nomeadamente em algumas ilhas do Pacífico e do Índico e, num futuro a médio e longo prazo, também dos habitantes das zonas baixas do litoral de alguns países como Bangladeche, China, Índia e Países Baixos.

Imagens de satélite da NASA permitem constatar que a área abrangida pela extensão mínima do gelo marinho no Ártico, em 2012, era cerca de metade da extensão mínima referente a 1979.

De acordo com o IPCC, as alterações que se antevê que ocorram na criosfera e nos oceanos até ao fim do século XXI, dependem dos cenários de emissões de GEE adotados nos modelos climáticos. Assim, por exemplo, num cenário de altas emissões, as consequências serão bem mais graves do que num cenário de baixas emissões. No entanto, em qualquer dos cenários, a perda de massa de gelo, a degradação do permafrost e o aquecimento, a acidificação e a desoxigenação dos oceanos levar-nos-ão a situações em que a adaptação às alterações climáticas se torna cada vez mais difícil.

Referências

“Quid est ergo tempus?/Si nemo ex me quaerat, scio/si quaerenti explicare uelim, néscio” (Santo Agostinho, em “Confissões”)

Traduzida em mais de vinte línguas, esta obra, publicada em 1992 pelo American Institute of Physics de Nova Iorque, explica como os fenómenos ambientais interagem à escala global, recorrendo a uma abordagem integrada das componentes do sistema climático.

O albedo de uma superfície que reflete toda a radiação incidente é 1, enquanto o de uma superfície negra ideal, que absorve toda a radiação é 0. O albedo médio do globo terrestre é cerca de 0,3. O do gelo marinho é entre 0,5 e 0,7 e o do mar alto é cerca de 0,06.

31 Jan 2024

Gastronomia | Nova temporada de programa de Joana Barrios gravada em Macau

Joana Barrios, chef portuguesa que apresenta em Portugal o programa de culinária “O da Joana” ou “À la Barrios”, no canal 24 Kitchen, encontra-se em Macau a fazer gravações para a nova temporada do programa. Joana já passou pelo restaurante de sopas de fitas Cheong Kei, na Rua da Felicidade, ou nos espaços de restauração do Grand Lisboa Palace, no Cotai

 

A diversidade gastronómica e cultural de Macau terá levado a chef portuguesa e actriz Joana Barrios a enveredar-se nos meandros dos restaurantes do território, onde está desde a semana passada em gravações para a nova temporada do programa “À la Barrios”, que será transmitida no canal de televisão por cabo 24 Kitchen.

A novidade foi anunciada na conta de Instagram de Joana Barrios, bem como na conta oficial do 24 Kitchen. “Em breve vai ser tudo mais divertido e colorido na nova temporada do À La Barrios! A Joana Barrios foi até Macau para se inspirar. Curiosos? Acompanhem todas as novidades aqui”, podia ler-se há uns dias.

Na sua conta, Joana, natural do Alentejo e que, nos últimos tempos, tem-se tornado mais conhecida do grande público devido à sua presença na televisão a cozinhar, tem levantado a ponta do véu relativamente ao lado da gastronomia local que poderá aparecer nos ecrãs portugueses.

Joana Barrios já esteve nos espaços de restauração do Grand Lisboa Palace a experimentar iguarias mais sofisticadas, mas não ignorou a típica comida chinesa local, tendo passado pelo restaurante de sopa de fitas Cheong Kei, situado na Rua da Felicidade, uma das mais tradicionais e turísticas de Macau.

“Estou a tentar não fazer overposting nem dar cabo de tudo com spoilers.
Acabámos de gravar aqui, na casa da tradicional sopa de fita Cheong Kei, na Rua da Felicidade, e tenho muitas coisas para dizer, especialmente numa altura em que em Lisboa se sucedem aberturas de restaurantes de caldos com massa (porque noodles e ramen são coisas diferentes), é extraordinário enfiar na boca um ninho de longas fitas irregulares de uma massa que não está escrita”, descreveu a apresentadora.

No Instagram, Joana Barrios acrescentou que, nesse estabelecimento, “os noodles são ainda feitos de modo artesanal seguindo a receita familiar e utilizando os mesmos utensílios desde a abertura”. “Da massa dos noodles também se fazem outras delícias como os ‘Won Ton’ de camarão que podem ser fritos acompanhados com molho ‘doçura’ ou cozidos servidos num caldo”, escreveu ainda.

O pombo e as memórias

Joana Barrios considerou “tokenizada e formal” a experiência com a comida servida no Cotai, pois um prato de pombo levou-a às memórias de infância ou adolescência, enquanto “a visita ao pequeno restaurante da família Lao, na Rua da Felicidade, deu cabo de mim”.

A equipa de filmagens está a ser acompanhada por um tradutor, embora, no que diz respeito à cozinha, Joana Barrios descreva que, para sensações e gostos proporcionados pela comida, “não foi necessária tradução”, pois “a comoção é um sentimento universal”.

O HM contactou a apresentadora do programa no sentido de saber mais detalhes a propósito deste projecto e da nova temporada do “À la Barrios”, mas até ao fecho desta edição não foi obtida resposta.

“À la Barrios” já deu origem a um livro de receitas lançado em Portugal em Novembro de 2022, mas Joana Barrios já conhece os meandros do mundo editorial em livros de cozinha, tendo lançado “Sopeira”, “O da Joana” ou “Palato Rico, Palato Pobre”. Antes de ter o seu próprio programa de televisão, começou a cozinhar no “Programa da Cristina”, anteriormente transmitido na SIC.

Joana Barrios é actriz formada pela Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, tendo ainda uma pós-graduação em Crítica de Cinema e Música Pop. Começou a trabalhar com a companhia Teatro Praga em 2008, mas depois passou para o mundo da televisão com o programa “Armário”, uma série de documentários sobre moda transmitida na RTP2.

Em 2021, começou a ser uma das apresentadoras do 24 Kitchen, a par de nomes como Jamie Oliver, Henrique Sá Pessoa ou Filipa Gomes, com o programa “O da Joana”.

31 Jan 2024

Narcotráfico | Pequim espera que EUA valorize trabalho conjunto

As autoridades chinesas aplaudem a retoma da cooperação bilateral no combate ao tráfico de fentanil

 

A China reconheceu ontem que houve dificuldades em retomar a cooperação com os Estados Unidos na luta contra o opióide fentanil, mas espera que Washington “valorize a oportunidade” de “trabalhar lado a lado” com Pequim.

“Retomar a cooperação na luta contra os estupefacientes não tem sido fácil, mas esperamos que os EUA valorizem o lançamento de um grupo de trabalho como uma oportunidade de trabalhar lado a lado com a China”, disse ontem o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, em conferência de imprensa.

De acordo com Wang, Washington deve “trabalhar de forma pragmática e com base na igualdade” no grupo de trabalho anti-drogas, que reuniu na terça-feira em Pequim para abordar os mecanismos de combate à entrada de fentanil em território norte-americano.

A imprensa oficial chinesa referiu ontem que os EUA mudaram o seu foco “da culpabilização da China para a procura de cooperação”, e que este é “o caminho a seguir para os dois países resolverem os seus problemas”. “A atitude condescendente dos Estados Unidos não beneficia a cooperação entre os dois países em matéria de luta contra a droga”, afirmou ontem o académico Sun Chenghao, citado pelo jornal oficial Global Times.

Sun acusou Washington de ser “incapaz de controlar o tráfico de droga, do qual a China não é culpada”. “As recentes conversações não são apenas um gesto de boa vontade, mas também um favor aos Estados Unidos nos seus esforços para combater esta crise. Em vez de criticar a China, os Estados Unidos deveriam concentrar-se em melhorar a sua própria governação”, afirmou Sun.

No bom caminho

Os Estados Unidos saudaram na terça-feira a promessa da China de cooperar numa maior coordenação contra a distribuição e exportação de precursores químicos utilizados na produção de fentanil, mas salientaram que ainda há muito trabalho a fazer.

De acordo com a Casa Branca, o grupo é “um mecanismo fundamental para coordenar os esforços bilaterais para combater o fabrico e o tráfico global de drogas sintéticas ilícitas, incluindo o fentanil”.

Segundo a presidência norte-americana, as duas partes sublinharam a necessidade de coordenar as acções de aplicação da lei em questões que vão desde a “utilização indevida” de precursores químicos até ao financiamento ilícito de organizações criminosas.

A reunião de terça-feira marca o recomeço da cooperação bilateral sobre o tráfico de droga entre as duas potências, que teve início com o encontro entre o Presidente norte-americano Joe Biden e o seu homólogo chinês Xi Jinping, em Novembro do ano passado, em São Francisco.

31 Jan 2024

Da Yuan, Grande Ciclo de 540 anos

A 4 de Fevereiro de 2024 celebra-se o Lichun, Princípio da Primavera e inicia-se o período (运, yun) 9 de vinte anos (2024-2043) ligado com o Elemento Fogo Li (离), que fecha o Grande Ciclo, Da Yuan (大元), iniciado em 1504.

O Grande Ciclo (大元) de 540 anos é dividido em três Zheng Yuan (正元), cada com 180 anos: o Alto, 1º Zheng Yuan (正元) começou em 1504 e terminou em 1683; o Médio, 2º Zheng Yuan entre 1684 e 1863; e o Baixo, 3º Zheng Yuan de 1864 a 2043. Dentro dos 180 anos de cada Zheng Yuan (正元), conhecido por San Yuan Jiu Yun (三元九运), existem três ciclos de sessenta anos, cada com nove períodos (运, yun): o ciclo alto (shang yuan 上元) contém os períodos (yun) 1, 2, 3 de vinte anos cada; no ciclo médio (zhong yuan中元) encontram-se os períodos 4, 5 e 6; e o ciclo baixo (xia yuan下元) inclui o período 7, 8 e 9.
Cada período (yun) é governado por um dos oito trigramas do Bagua, excepto o 5.º associado com o centro/meio a representar a Terra no San Yuan Jiu Yun (三元九运), que também se chama Luo Shu Yun.

Assim, referente ao Baixo, 3º Zheng Yuan (正元) com 180 anos (1864-2043), quanto aos três ciclos de 60 anos [San Yuan Jiu Yun] no Ciclo Alto (shang yuan 上元) com 60 anos, o 1º período (yun) de 20 anos (1864-1884), Kan (坎) está associado ao Elemento Água; o 2º período de 20 anos (1884-1904), Kun (坤), ligado ao Elemento Terra; e o 3º período de 20 anos (1904-1924), Zhen (震), associado ao Elemento Madeira.

Quanto ao Ciclo Médio (zhong yuan中元) com 60 anos, contem o 4º período de 20 anos (1924-1944), Xun (巽) Vento (associado com Madeira); o 5º período de 20 anos (1944-1964), Centro (中) conectado com o Elemento Terra, é o momento de balanço e mudança; e o 6º período de 20 anos (1964-1984), Qian (乾) Céu (associado com o Elemento Metal). Mas segundo referem alguns especialistas, o 4º período é de 30 anos (1924-1954), o 5º período, o meio, a servir de espelho e o 6º período tem 30 anos (1954-1984).

No Ciclo Baixo (xia yuan下元) com 60 anos, o 7º período de 20 anos (1984-2004), Dui (兑) Lago (associado ao Elemento Metal); o 8º período (yun) de 20 anos (2004-2024), Gen (艮) Montanha (conectado com o Elemento Terra) e o 9º período de 20 anos (2024- 2044), Li (离) ligado com o Elemento Fogo.

Como para o Feng Shui o ano começa com o Lichun (normalmente a 4 de Fevereiro, podendo também ocorrer a 3 ou a 5 de Fevereiro) todas as datas referidas acima estão conectadas com o ano solar.

SAN YUAN JIU YUN

Explicado a divisão do grande ciclo Da Yuan, convém referir San Yuan Jiu Yun (三元九运), com 180 anos, provém do Calendário Huangdi (黄帝历). Segundo o livro Lüshichunqiu-zunshi (吕氏春秋-尊师), Huangdi no ano 2698 a.n.E ordenou a um dos seus oficiais, Da Nao (大挠), a feitura do calendário. Outro livro, Wu Xing Da Yi (五行大义) da dinastia Sui refere ter Da Nao usado os Cinco Elementos (五行, Wu Xing), combinando as mudanças de energia (气, qi) do Céu/Sol/yang e da Terra/Lua/yin, o que deu os 10 Tian Gan (天干, Caules Celestes) e os 12 Di Zhi (地支, Ramos da Terra) e da combinação dos dois criou o ciclo de 60 anos. Os nomes dos Caules Celestes e dos Ramos da Terra foram dados por Da Nao.

Em Sichuan Yanting na aldeia Panya foi encontrado uma estela que no topo referia Tianhuangshi (天皇氏) ter sido a primeira pessoa a usar o nome Ganzhi (干支) para separar os anos.
Ganzhi refere-se à combinação de Tian Gan e Di Zhi.

Jia (甲), o primeiro Tian Gan, combinado com Zi (子), o primeiro Di Zhi, é o primeiro ano dos 60 e Jia Zi serviu também para dar o nome ao ciclo de 60 anos.

No sistema solar existiam nove planetas, (apesar de Plutão ter agora deixado de ser considerado um planeta), e Mu Xing (木星, Júpiter) e Tu Xing (土星, Saturno) estão alinhados a cada vinte anos. Já estes dois planetas e Shui Xing (水星, Mercúrio) em sessenta anos ficam no mesmo alinhamento. Em cento e oitenta anos, todos os nove planetas (Vênus, Mercúrio, Terra, Marte, Júpiter, Úrano, Saturno, Nepturno e Plutão) encontram-se num alinhamento completo. Tal não muda e esta dimensão do Tempo está sequenciada no San Yuan Jiu Yun (三元九运), reflectindo este o Céu que separa o Tempo em ciclos.

Os antepassados ao estudar o Céu descobriram a relação com os planetas do sistema solar e assim encontraram o ciclo de vinte anos do alinhamento dos planetas Júpiter e Saturno com o período (运yun) de vinte anos. O mesmo ocorreu com o alinhamento dos planetas Júpiter, Saturno e Mercúrio, cujos 60 anos se liga com um Yuan (元). Quanto aos 180 anos do alinhamento completo dos nove planetas, conecta com um Zheng Yuan (正元), corresponde a um San Yuan Jiu Yun.

BEI DOU JIU XING

Também se descobriu que as nove estrelas da Constelação Ursa Maior (Bei dou jiu xing, 北斗九星, Mapa do Grande Carro) [7 estrelas mais brilhantes (Bei dou qi xing, 北斗七星) com as outras duas estrelas, cuja luminosidade é muito fraca zuofuxing (左辅星) e youbixing (右弼星)], afectam o ocorrido na Terra, correspondendo cada uma das nove estrelas a vinte anos, dando o resultado de 180 anos.

A estrela número 1 da Bei dou jiu xing, a Dubhe (天枢, Tianshu) no Feng Shui é denominada Tanlang (贪狼); a estrela número 2, Merak, (天璇 Tianxuan) conhecida no Feng Shui por Jumen (巨门); a número 3, Phecda (天玑 Tianji) no Feng Shui chamada Lucun (禄存). A 4 Megrez (天权Tianquan) onde começa a bifurcação é pelo Feng Shui denominada Wenqu (文曲). A estrela 5 Alioth (玉衡, Yuheng) na ponta do trapézio, no Feng Shui é denominada Lianzhen (廉贞); a 6 Mizar (开阳, Kaiyang) no Feng Shui chamada Wuqu (武曲); a da ponta, a estrela 7 Alkaid (瑶光, Yaoguang) no Feng Shui designada por Pojun (破军). As outras duas estrelas, cuja luminosidade é muito fraca, a estrela 8, zuofuxing (左辅星) e a número 9, a youbixing (右弼星). Estas as estrelas do Mapa do Grande Carro, Constelação Ursa Maior (Bei dou jiu xing, 北斗九星).

O sistema da dimensão do Tempo, San Yuan Jiu Yun (三元九运) com nove períodos (yun) de 20 anos cada, pode ser ligado com cada um dos 9 planetas do sistema solar, ou conectado com uma das 9 estrelas da Constelação Ursa Maior (Bei dou jiu xing, 北斗九星), e assim se percebe como cada estrela nos irá afectar num período 20 anos.

No último dos San Yuan Jiu Yun (三元九运) com 180 anos, o ciclo baixo (xia yuan下元) com 60 anos, entre 1984 até 2043 está conectado no Yi Jing com o hexagrama n.º 50 Ding Gua (o Caldeirão), trigrama superior Fogo [duas linhas inteiras, com uma quebrada no meio] sobre trigrama inferior Madeira [duas linhas inteiras tendo na base uma quebrada]. “As linhas (yao) que compõem este hexagrama formam a imagem do caldeirão; abaixo estão as pernas sobre as quais está o bojo, em seguida as alças e acima as argolas usadas para carregá-lo. Esta imagem do hexagrama original sugere também a ideia da cozinhar”, pois a madeira é colocada a alimentar o fogo.

Cada hexagrama (gua) tem seis linhas (yao) e cada linha controla dez anos. Na quarta linha (2014-2023), linha inteira (yang yao masculina), mas havendo uma linha mutável (o velho yang a corresponder ao número 9) na quarta posição, significa: “Ding com uma das pernas quebradas”. A respeito dessa quarta linha que faz a ligação entre o que se encontra em baixo ao que está em cima, Confúcio comenta: “Carácter fraco numa posição de destaque, pouco saber com grandes planos, força diminuta aliada à grande responsabilidade, raramente escaparão ao infortúnio”.

O ano de 2023 fez de fronteira entre o fim do 8º período (yun) de 20 anos, que começou a 4 de Fevereiro de 2004 às 19h56m e finalizará às 16h28m de 4 de Fevereiro de 2024, quando abre o 9.º período (yun) de vinte anos (2024-2044) conectado no Yi Jing com o hexagrama n.º 30 Li Gua, significa Aderir (Fogo).

31 Jan 2024

Jockey Club | Proprietários de cavalos desesperam por compensações

Numa reunião com os proprietários dos animais, a Companhia de Corridas de Cavalos de Macau recusou ter disponibilidade para pagar compensações por danos gerados pelo encerramento do Macau Jockey Club

 

Os proprietários dos cavalos que correm no Macau Jockey Club esperam que a empresa apresente uma proposta de compensação, pelos danos causados com o fim das corridas. A informação foi divulgada ontem pelo Canal Macau e tem por base uma reunião entre os proprietários dos animais e a Companhia de Corridas de Cavalos de Macau que decorreu na sexta-feira.

Segundo a emissora, que cita “várias fontes” não identificadas, os proprietários dos cavalos saíram “muito chateados” da reunião que tinha como objectivo discutir o destino a dar aos animais, após o Jockey Club encerrar. Entre os protestos, houve proprietários que se queixaram de terem comprado animais a pensar que a empresa ia cumprir não só o calendário anual das corridas, mas também funcionar durante os próximos 24 anos, como previsto no contrato assinado com o Governo.

Contudo, no encontro, a empresa terá afirmado que não tem intenções de pagar qualquer compensação aos proprietários pelo encerramento abrupto do espaço. A situação afecta alguns proprietários que trabalham com Companhia de Corridas de Cavalos de Macau há pelo menos 20 anos e sentem que estão a ser tratados injustamente.

As fontes citadas, indicam também que apesar do Jockey Club saber há muito tempo que ia fechar as portas, não se coibiu de ao longo dos últimos dois anos, quando já negociava com o Governo o encerramento do espaço, de incentivar à compra de mais cavalos para as corridas.

Ajudas de custos

Segundo a TDM, em relação às compensações, entre os proprietários dos animais há quem esteja aberto a receber apenas ajudas para os custos no envio dos cavalos para países como a Austrália ou a Nova Zelândia.

No entanto, os proprietários consideram também que a companhia lhes mentiu, uma vez que quando foi confrontada com a possibilidade de encerrar antes do final do contrato, definiu as informações como rumores. Na altura, também o Executivo recusou comentar um cenário de rescisão do contrato de concessão, quando decorriam negociações para que fosse terminado antecipadamente.

Ainda de acordo com a emissora, a empresa tem até amanhã para apresentar uma proposta de compensação. No caso de não o fazer, os proprietários ameaçaram falar publicamente e iniciar os procedimentos legais para serem compensados pelos danos.

Os proprietários indicaram também que o processo de encerramento do Jockey Club deveria estar a ser controlado pelo Governo, porque consideram que o Executivo foi o principal responsável por permitir que a empresa continuasse a operar, em 2018, quando a concessão foi renovada, mas também pelo encerramento abrupto, anunciado no início do mês passado.

31 Jan 2024

Turismo | Associação espera um ano melhor face a 2023

Luís Herédia, presidente da Associação de Hotéis de Macau, disse à TDM Rádio Macau, disse esperar um ano ainda melhor no que ao turismo diz respeito, dizendo mesmo que se pode esperar “um ano à Dragão”, com alusão ao signo do zodíaco chinês de 2024. “A cidade continua animada mesmo nos dias de semana, com bastante gente, e se continuar assim o Ano Novo Chinês irá constituir um pico alto [em termos de turismo]. Aí os preços sobem, mas também os recursos. Esperemos que comece assim [um ano à ‘Dragão’].”

O responsável adiantou ainda que 2024 poderá ser um ano mais positivo em termos turísticos, face a 2023, pois “há mercados que vão voltar”, além de que se vão “estabelecer alguns transportes aéreos e vamos ter mais entretenimento, pelo que o produto se torna mais completo e mais atractivo, e acreditamos que será ainda melhor [o ano]”.

Contudo, Luís Herédia diz que vão sempre faltar quartos “para alguns segmentos”, ainda que haja um aumento face a 2019, mas que pode não corresponder totalmente à procura, dada a pequena dimensão do território. Isso explica o aumento dos preços dos quartos por noite. “Pode acontecer haver falta de quartos para alguns segmentos, mas a área de Macau é assim. Temos mais sete mil quartos em relação a 2019 e, mesmo assim, vendem-se. Temos um produto muito atractivo, não só como destino em si, com oferta cultural e de entretenimento, e temos quartos de qualidade. Falta-nos ainda mais entretenimento e, aí, faltam-nos quartos.”

31 Jan 2024

AL | Obras Públicas voltam a não consultar autor antes de renovações

A Direcção dos Serviços das Obras Públicas enviou ao autor do projecto da Assembleia Legislativa um pedido de consulta sobre a pintura das fachadas em pedra do edifício já depois de iniciados os trabalhos. Não é a primeira vez que o arquitecto Mário Duarte Duque é convidado a pronunciar-se sobre obras já concluídas no edifício

 

A Direcção dos Serviços das Obras Públicas (DSOP) voltou a pedir um parecer prévio ao autor do projecto da Assembleia Legislativa (AL) depois de iniciar uma obra. Desta vez, o motivo do pedido de consulta de opinião foi a “renovação das fachadas do edifício” da AL, uma obrigação legal que implica a indeminização do autor se a obra avançar sem o seu aval prévio.

O HM confrontou a DSOP com o sucedido, mas ficou sem resposta desde o envio do primeiro e-mail no passado dia 14 de Novembro, apesar de várias indicações da direcção de serviços de que o envio das respostas estaria para breve.

Não é primeira vez que esta situação se verifica. O mesmo sucedeu com a instalação de grades nas janelas em saídas de emergência e a ampliação do parque de estacionamento subterrâneo da AL, com o autor a ser convidado a pronunciar-se já depois de feitas as obras. Aliás, só até 2015 o edifício foi alvo de 34 intervenções de remodelação, sem que o autor da obra tenha sido consultado.

“No que ser prende com a consulta ao autor da obra de arquitectura a respeito de intervenções nessas obras, depois de terem já sido decididas e realizadas, é um hábito que se instaurou no Departamento de Edificações Públicas da extinta DSSOPT, cujos técnicos e chefias transitaram para a nova DSOP, dirigida pelo Eng. Lam Wai Hou”, afirmou ao HM Mário Duarte Duque. O arquitecto deu nota ao director da DSOP que “essas consultas não se pautaram pela boa-fé”, desejando o futuro não traga “mais do mesmo”.

Idade da pedra

Outro aspecto que importa salientar em relação às obras de renovação das fachadas da AL, prende-se com a própria natureza da intervenção, que passou pela pintura da pedra em vez da limpeza da superfície das fachadas.

“A proibição de pintar as partes de edifícios em cantaria, que vigora em Macau desde 1963, é de mera cautela a actos de obra menos esclarecidos. A pedra é dos materiais mais dispendiosos da construção, seja na sua aquisição seja pela forma como é trabalhado. Confere carácter nobre às edificações e à paisagem urbana onde essas edificações existem. Por isso, pintar trabalhos de cantaria é um tratamento avesso às características próprias do material e reduz valor à edificação e à paisagem urbana. Sendo certo que não se pintam metais preciosos, também a pedra não se pinta, antes se limpa”, refere o arquitecto.

Porém, Mário Duarte Duque salienta que “não há tradição, nem conhecimento” sobre a limpeza de fachadas de edifícios, nomeadamente em pedra, surgindo a pintura como o único recurso. O arquitecto ressalva que estas práticas não ocorrem em edificações sob a alçada do Instituto Cultural.

“Espera-se que futuras gerações de administradores de obras públicas se imbuam de outra cultura, e saibam como tratar estes edifícios que vêm sendo pintados e lhes devolvam a fisionomia das suas cantarias”, acrescentou.

31 Jan 2024

GIF | Chu Un I reconduzida como coordenadora

Chu Un I foi nomeada em comissão de serviço coordenadora do Gabinete de Informação Financeira (GIF) dos Serviços de Polícia Unitários. Segundo o despacho do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, publicado ontem no Boletim Oficial, a nomeação vigora a partir de hoje por um período de um ano.

A nomeação não é uma surpresa, uma vez que Chu Un In era a anterior Coordenadora do Gabinete de Informação Financeira, que desde hoje passou a integrar os Serviços de Polícia Unitários. Chu é licenciada em gestão de empresas pela Universidade de Macau e tem um mestrado na mesma área, pela Universidade de São José.

A nível do currículo profissional, ingressou em 2001 o Departamento de Auditoria, Inspecção e Justiça Tributária da Direcção dos Serviços de Finanças, onde permaneceu até 2006. Nesse ano, tornou-se técnica do Departamento de Administração da Direcção dos Serviços das Forças de Segurança de Macau até se mudar, em 2007, para o GIF, como técnica superior. Entre 2015 e 2017 desempenhou as funções de ordenadora-adjunta até ser promovida.

Além de Chu Un I, também Fong Iun Kei foi nomeada coordenadora-adjunta do GIF, funções que desempenhava anteriormente, desde 2020, antes da integração do GIF nos Serviços de Polícia Unitários.

31 Jan 2024

Metro Ligeiro | Ajuste directo para armazenar equipamentos custa 56 milhões

Entre os seis contratados para a prestação de serviços assinados no ano passado pela Metro Ligeiro de Macau, dois foram distribuídos por ajuste directo. As empresas escolhidas directamente são as estatais Nam Kwong e Companhia de Seguros da China Taiping (Macau)

 

A Metro Ligeiro de Macau atribuiu à empresa Nam Kwong um contrato por ajuste directo de 56,2 milhões de patacas. A informação foi divulgada na semana passada e consta do portal da empresa.

Segundo a informação disponível, o ajuste directo visa os “serviços de armazenamento, gestão de armazéns e de distribuição de mercadorias dos equipamentos e sobressalentes de reserva do sistema de metro ligeiro”. No âmbito dos serviços de gestão de armazéns estão incluídas tarefas como segurança, abastecimento de água, de energia e limpeza.

O contrato prevê a prestação do serviço pela Companhia de Logística Nam Kwong durante dois anos, tendo entrado em vigor a 19 de Dezembro e prolongando-se até 18 de Dezembro de 2025.

O valor representa uma redução face ao contrato anterior que vigorou entre 19 de Dezembro de 2021 e 18 de Dezembro de 2023. Nessa altura, a Companhia de Logística Nam Kwong recebeu 58,4 milhões de patacas para prestar os “serviços de armazenamento, gestão, segurança, limpeza e transporte dos equipamentos e sobressalentes de reserva do sistema de metro ligeiro”.

Tal como aconteceu com a contratação mais recente, a informação adiantada pela empresa Metro Ligeiro de Macau indica que a atribuição do contrato resultou igualmente de ajuste directo. Esta é uma modalidade de contratação pública que pode ser utilizada quando se considera que o serviço a prestar é demasiado especializado e não existem outras empresas com capacidade.

Aposta nos seguros

No que diz respeito a ajustes directos, esta tem sido mais a excepção do que a regra no Metro Ligeiro de Macau. Porém, foi utilizada duas vezes nas seis contratações realizadas no ano passado pela empresa com capitais públicos.

O outro concurso público visou a contratação de seguros de bens danificados e máquinas avariadas e o contrato foi atribuído à Companhia de Seguros da China Taiping (Macau) pelo preço de praticamente 4,6 milhões de patacas. A empresa mãe da Companhia de Seguros da China Taiping (Macau) é detida a 90 por cento pelo Ministério das Finanças do Governo Central.

No que diz respeito à restante contratação, em quatro contratos, a empresa do Metro Ligeiro de Macau atribuiu mais 76 milhões de patacas às empresas Companhia de Gestão de Segurança Global, Serviços de Limpeza East Sun, Gestão de Propriedades e Instalações Premier e Companhia de Engenharia Jardine (Macau).

31 Jan 2024

Ho Iat Seng elembra “missão original” de não defraudar Pequim e a população

A Comissão de Gestão da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin reuniu na terça-feira para preparar os trabalhos relativos a 2024. O encontro foi presidido por Ho Iat Seng e o governador da província de Guangdong, Wang Weizhong.

Um dos pontos fulcrais da reunião passou pelo estudo do “espírito” transmitido nos documentos das autoridades centrais, sobretudo, o plano geral do desenvolvimento da zona de cooperação.

A intervenção do Chefe do Executivo de Macau foi pautada pela enumeração de três pontos fundamentais para a gestão de Hengqin. O primeiro, passa por “ter sempre presente ‘a missão original’ para corresponder às expectativas das autoridades centrais e reforçar a confiança e determinação em prol da concretização das metas da primeira fase”. Aliás, o Chefe do Executivo realçou a “elevada atenção mostrada pelo Presidente Xi Jinping ao desenvolvimento e construção de Hengqin”, assim como o “forte apoio e cooperação dos ministérios nacionais” e garantiu que “a Comissão de Gestão não irá frustrar a confiança e a alta expectativa do Presidente Xi e do Governo Central, nem defraudar a esperança dos residentes de Guangdong e de Macau”.

O segundo ponto elencado por Ho Iat Seng, foi a entrada em funcionamento da zona aduaneira de Hengqin e a elaboração de regimes complementares para criar do outro lado da fronteira um ambiente semelhante ao de Macau. Para isso, o líder do Governo da RAEM considera essencial “impulsionar a implementação de vários serviços públicos e regalias sociais, que estejam conforme o padrão da RAEM”.

Conta que Deus fez

O terceiro ponto destacado pelo líder da RAEM, foi o papel da Ilha da Montanha para a diversificação da economia de Macau, papel descrito como uma das principais prioridades de trabalho a desenvolver em Hengqin para cumprir a estratégia ‘1+4’.

O governador da província de Guangdong, Wang Weizhong, começou também por destacar que “a exploração da Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin é uma grande iniciativa, projectada, planeada e promovida pessoalmente pelo Presidente Xi Jinping”, indicando que “todos devem estudar e pôr em prática a essência das instruções importantes do secretário-geral Xi Jinping sobre a cooperação entre Guangdong e Macau”.

Por fim, Wang Weizhong salientou que se deve promover fortemente a cooperação no domínio do bem-estar e das condições de vida da população e impulsionar “a conexão das políticas e mecanismos com Macau em termos da segurança social, educação, cuidados médicos e serviços governamentais”, para “criar um ambiente apropriado para habitar e trabalhar, semelhante ao de Macau”.

31 Jan 2024