Hoje Macau China / ÁsiaHuawei | EUA cancela várias licenças de exportação O governo dos EUA cancelou quarta-feira algumas licenças de exportação para o conglomerado chinês de telecomunicações Huawei, impedindo empresas norte-americanas de lhe venderem componentes, agravando as tensões entre EUA e China. “Não comentamos licenças específicas, ma podemos confirmar que revogamos algumas licenças de exportação para a Huawei”, disse ontem um porta-voz do Departamento do Comércio à AFP. “Estamos a avaliar em permanência a maneira pela qual os nossos controlos podem proteger ainda melhor a nossa segurança interna e os nossos interesses em matéria de política externa, considerando as ameaças e uma paisagem tecnológica em constante mudança”, acrescentou. “No quadro deste processo, como temos feito, revogámos licenças de exportação”, especificou. A Huawei está desde há anos no centro de uma intensa disputa entre Washington e Pequim, com os norte-americanos a acusarem a empresa de poder espiar em benefício das autoridades chinesas. Em reacção, um porta-voz do Ministério do Comércio chinês disse, em comunicado, que “os EUA estenderam demasiado o conceito de segurança interna, politizaram as questões económicas e comerciais, abusaram das medidas de controlo de exportações e adoptaram, por diversas vezes, sanções e medidas de repressão absurdas contra empresas chinesas específicas”. O porta-voz avisou que “a China tomará todas as medidas necessárias para salvaguardar firmemente os direitos e os interesses legítimos das empresas chinesa”. Desde 2019, as sanções de Washington eliminaram a Huawei das cadeias de aprovisionamento mundiais de tecnologias e componentes dos EUA. As sanções norte-americanas forçaram a empresa chinesa a recentrar-se em sectores como programas informáticos, aparelhos interligados, informática de empresa e carros eléctricos, onde detém a marca Aito.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Comércio externo registou subida homóloga de 8% em Abril O valor das trocas comerciais realizadas entre a China e o resto do mundo, denominado na moeda chinesa, aumentou 8 por cento, em Abril, em termos homólogos, segundo dados oficiais divulgados ontem pelas alfândegas do país asiático. O comércio externo da China ascendeu em Abril a cerca de 3,64 biliões de yuan. As exportações aumentaram 5,1 por cento, em relação ao mesmo mês do ano passado, para 2,08 biliões de yuan. As importações cresceram 12,2 por cento, para 1,56 biliões de yuan. O excedente comercial chinês fixou-se assim em 513,4 mil milhões de yuan no quarto mês do ano. Em termos acumulados, entre Janeiro e Abril, o comércio entre a China e o resto do mundo aumentou 5,7 por cento, em yuan, com as vendas a subirem 4,9 por cento e as compras 6,8 por cento. As alfândegas também divulgaram ontem dados sobre o comércio externo denominado em dólares, que são utilizados como referência pelos analistas internacionais e que normalmente divergem dos dados comunicados em moeda chinesa devido às flutuações da taxa de câmbio. O comércio entre a China e o resto do mundo denominado na moeda norte-americana aumentou 4,4 por cento, em termos homólogos, para cerca de 512,56 mil milhões de dólares, com as importações a subirem mais (8,4 por cento) do que as exportações (1,5 por cento). Os números são mais positivos do que o previsto pelos especialistas, que esperavam que as exportações crescessem 1 por cento e as importações 5,4 por cento.
Hoje Macau China / ÁsiaVisita | China e Hungria são bons amigos, diz Xi Jinping A China e a Hungria são bons amigos e bons parceiros de confiança mútua, afirmou o Presidente chinês, Xi Jinping, num discurso escrito ao chegar esta quarta-feira a Budapeste para uma visita de Estado à Hungria. “Estou muito satisfeito por fazer uma visita de Estado ao belo país da Hungria, a convite gracioso do presidente Tamas Sulyok e do primeiro-ministro Viktor Orban”, disse, estendendo as sinceras saudações e votos de felicidades ao governo e ao povo húngaros em nome do governo e do povo da China, indica o Diário do Povo. Observando que a Hungria é conhecida pela sua história consagrada pelo tempo e profunda herança cultural, Xi disse que o povo húngaro é trabalhador, inteligente, aberto, inclusivo, pioneiro e criativo. Nos últimos anos, o governo e o povo da Hungria têm avançado com determinação, fazendo progressos impressionantes no desenvolvimento económico e social, disse, acrescenta a publicação. “Como bons amigos e parceiros estratégicos abrangentes, nós, na China, tanto o governo como o povo, regozijamo-nos sinceramente com vossas conquistas.” Em 1949, a Hungria foi um dos primeiros países a reconhecer e estabelecer relações diplomáticas com a República Popular da China. Em 2004, os dois países decidiram estabelecer uma parceria amigável e cooperativa. Nos últimos anos, os dois lados têm visto frequentes intercâmbios de alto nível, confiança mútua aprofundada, resultados frutíferos na cooperação da iniciativa Uma Faixa, Uma Rota, intercâmbios interpessoais e culturais vibrantes e estreita coordenação e colaboração em assuntos internacionais e regionais, afirmou Xi. “Juntos, demos um belo exemplo de construção de um novo tipo de relações internacionais caracterizado pelo respeito mútuo, imparcialidade, justiça e cooperação de benefício mútuo”, disse. Fazer o futuro Este ano marca o 75.º aniversário das relações diplomáticas China-Hungria, trazendo uma oportunidade importante para o crescimento das relações bilaterais, continuou o Presidente chinês. Xi disse que espera reunir-se com o presidente Sulyok, o primeiro-ministro Orban e outros líderes húngaros e que eles delinearão conjuntamente um novo plano para a cooperação e o desenvolvimento, com vista a conduzir a relação China-Hungria a grandes passos e levá-la a um nível superior. “Acredito que, não importa como o cenário internacional evolua, a China e a Hungria verão sempre e abordarão a relação bilateral a partir de uma perspectiva ampla e uma visão de longo prazo”, disse. “Através de esforços vigorosos e determinados, trabalharemos juntos para o objectivo de construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade e daremos a nossa devida contribuição para a paz, a estabilidade, o desenvolvimento e a prosperidade do mundo”, acrescentou. “Estou confiante de que, com os esforços concertados dos dois lados, esta visita será um sucesso total e inaugurará um futuro ainda mais brilhante para as relações China-Hungria”, disse ainda.
António Graça de Abreu Via do MeioProvíncia de Yunnan – Na fabulosa Lijiang Viajo de Dali para Lijiang, trezentos quilómetros por uma estrada em mau estado – lá por baixo, por vales e túneis, existe já uma nova auto-estrada em construção –, subindo pelas montanhas até aos 3.100 metros e depois descendo para o extenso planalto ondulado e sinuoso onde se situa a cidade de Lijiang que estende o seu casario por terras a 2.450 metros de altitude. Estamos bem no norte da província de Yunnan, a duzentos quilómetros da fronteira com o Tibete. Por aqui não existem montes, nem serras, há montanhas e montanhas, infindáveis vales profundos, desfiladeiros e mais planaltos entre montanhas, e ainda mais montanhas por cima de outras montanhas. O alto Yangtsé passa também por aqui, no fundo de um canyon, rasgando a montanha há umas boas dezenas de séculos. Muito antes de chegar a Lijiang, aparecem no horizonte, por detrás do escuro dos cumes próximos, os picos nevados de Yulong Xueshan, ou seja a Montanha de Neve do Dragão de Jade, com o ponto mais alto a 5.550 metros, rodeado pelo maior conjunto de glaciares do hemisfério norte. Tudo a 20 quilómetros de Lijiang, em linha recta. Pode-se subir pelos fios suspensos nos ossos da montanha até aos 4.506 metros – dizem-me ser o mais elevado teleférico do mundo – mas a íngreme escalada não é conveniente para corações sensíveis à altitude. O ar rarefeito, a escassez de oxigénio podem provocar fulminantes ataques cardíacos, embolias cerebrais, etc. Chegada às alturas do planalto, a minha mulher de Xangai, nascida e criada na grande metrópole ao nível do mar, começa a sentir dores no coração. O motorista do carro que nos trouxe desde Dali passou meia viagem a meter-lhe medo com a altitude, as tonturas, as dores no peito, as mortes súbitas. A minha companheira já sente o coração virado do avesso, dói-lhe tudo, acima do estômago, abaixo do pescoço. Acredito que seja psicossomático mas preocupo-me, vou ter de acautelar a estadia por estas paragens e não pensar em trepar pelas montanhas. Tenho, no entanto, quase a certeza que regressada a Xangai, na lisura das grandes planícies, tudo quanto é coração, diafragma e anexos da Wang Hai Yuan, minha esposa, voltará a funcionar em pleno. Já não vou poder subir até à cidadezinha de Zhongdian, setenta quilómetros a norte, rebaptizada como Shangri-la, a 3.150 metros de altitude, logo abaixo do Tibete 丽江Lijiang, que significa “rio bonito”, é Património Mundial pela Unesco desde 1997. A cidade foi abalada por um tremendo terramoto em Fevereiro de 1996, 7,2 graus na escala de Richter, que provocou 300 mortos e 16.000 feridos. A parte nova do pequeno burgo sofreu enormes danos, mas a cidade antiga, com as casas e as empenas em madeira apoiadas em estruturas sólidas de pedra e adobe, – uma arquitectura velha de dez séculos –, permaneceu quase intacta, resistiu bem ao abalo sísmico. Tal facto despertou atenções por toda a China e foi também objecto de estudo por vários organismos internacionais. Gente da Unesco acabou por visitar Lijiang e, ano e meio depois do tremor de terra, a cidade foi declarada Património Mundial. E merece tal distinção. Estamos diante, dentro de um dos mais fascinantes lugares da China. As casas, todas de um ou dois pisos, começaram a ser construídas nas dinastias Song e Yuan (secs. XI a XIV). A arquitectura é singularíssima porque mistura estilos tibetanos, chineses e naxis, esta a minoria nacional mais presente na região. Lijiang foi, em tempos não muitos recuados, um grande entreposto, um centro de comércio, de intercâmbio e trocas na chamada Rota do Chá. Daqui partiam grandes caravanas de cavalos transportando o chá de Yunnan e Sichuan para o Tibete e para a antiga Birmânia. O burgo antigo distribui-se por milhares de casas quadradas de madeira com dois sobrados e um vasto pátio interior. Fiquei alojado numa destas casas, adaptada a pousada, com apenas dez quartos nos dois pisos e o bonito nome de Hotel das Aves Migrantes. Que sensação óptima adormecer numa cama limpa nas faldas do Tibete rodeado da serena vetustez dos séculos! E, porque era a época baixa, paguei a enormidade de 60 yuans por noite, mais ou menos 8 euros, por um duplo confortável, com as camas aquecidas – estamos em Março, ainda faz frio –, e temos direito a quarto de banho privativo, sem pequeno almoço, mas com chamadas telefónicas para a China e internet grátis. Fiz o meu turístico negócio da China!… As ruas, muitas delas atravessadas por pequenos canais com água sempre a correr, estão pavimentadas com lajes de pedra de várias cores e não faltam lanternas chinesas penduradas em tudo quanto é casa e telhado, há lojas e lojas onde se vende um pouco de tudo, quinquilharia e peças de bom artesanato, roupa às toneladas, sedas, algodões, brocados, casacões para os invernos frios feitos com lã dos rebanhos da montanha, de excelente qualidade. As montanhas de Caxemira, do outro lado dos Himalaias, não estão longe…E há restaurantes quase porta sim, porta não, com pratos típicos dos naxis, comida estranha, exótica que não me entusiasmou sobremaneira. Na praça central, todas as noites encontram-se grupos de naxis, principalmente mulheres com os trajes da sua minoria que dançam num grande círculo. Qualquer pessoa pode entrar na roda e juntar-se à festa. Também todos os dias, às oito horas da noite, num típico e original teatro em madeira, acontece um concerto-espectáculo da responsabilidade dos vinte e quatro idosos membros da Orquestra Naxi de Lijiang. Têm entre 70 e 90 anos. Pendurados nas suas barbichas de velhos sábios e nas roupas coloridas de brocado tocam nos antiquíssimos erhu, suona, guzheng (violinos, flautas, harpas, marimbas) antiga música taoísta que dizem entroncar nas dinastias Han, Tang e Song (secs. I a XI). Alguns membros da orquestra, devido à provecta idade, ao cansaço dos anos, ao ritmo embalador do concerto, de vez em quando adormecem. O recital, mais para ver os velhos e a decoração original do interior do teatro do que para ouvir a música monótona e repetitiva, também deu para eu passar pelas brasas. Para fechar a estadia em Lijiang fui até ao parque do Lago do Dragão Negro, uns dois quilómetros a norte da cidade. Sabia da sua existência há muitos anos e das espantosas fotografias que aí se tiram. A capa do meu segundo livro de poesia “China de Seda” é uma foto deste lugar que fui buscar à net em 2001. Chegou finalmente a minha vez de estar em Lijiang e fotografar tudo com os olhos, o coração e a câmara digital. As águas do lago espraiam-se abraçadas pela vegetação das margens. Ao fundo, pavilhões e torres reflectem-se nas águas azuis, paradas, tendo logo por detrás os picos imaculadamente brancos da neve em Yulong Xueshan, a montanha do Dragão de Jade. A água do lago corre depois para a cidade, com cascatas e pequenas pontes unindo o enrugar da terra. Aqui um homem, à deriva pelo mundo chinês, levitando no ar leve e depurado da manhã, acredita encontrar o Paraíso.
Hoje Macau SociedadeDemografia | Natalidade baixa 13,3% no primeiro trimestre Durante o primeiro trimestre deste ano, nasceram em Macau 856 bebés, o que representa descidas de 13,3 por cento face ao mesmo período de 2023 e 10,9 por cento em termos anuais, segundo dados ontem divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Das 856 crianças nascidas nos primeiros três meses, 452 eram meninos e 404 meninas. O número de casamentos registados foi de 937, mais 96, em termos trimestrais. No cômputo geral, no fim do primeiro trimestre deste ano a população total de Macau era composta por 686.400 pessoas, mais 2.700, face ao trimestre anterior. A DSEC atribuiu o aumento populacional à subida do número de trabalhadores não-residentes domiciliados em Macau, que eram 179.469 no fim de Março (+2.808 face ao trimestre anterior). Quanto à distribuição percentual da população por sexo, a população feminina (366.200) era superior à masculina (320.200), representando 53,4 por cento da população total. Se por um lado houve menos nascimentos, os óbitos aumentaram. Nos primeiros três meses do ano morreram 631 pessoas, menos 27 do que no trimestre anterior. As três principais causas antecedentes de morte foram tumores (232 óbitos), doenças do aparelho circulatório (159 óbitos) e doenças do aparelho respiratório (110 óbitos).
Hoje Macau SociedadeConstrução civil | DSAL promove curso para técnicos de segurança A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e a Universidade de Macau organizam o “curso de formação de técnico superior de segurança na construção civil”, com três turmas para a língua chinesa e apenas uma turma em inglês. Segundo um comunicado da DSAL, há 154 vagas disponíveis, estando as candidaturas já abertas. As aulas iniciam-se entre Junho e Setembro deste ano. As inscrições terminam no dia 17 para a turma de inglês e no dia 31 para as turmas em chinês, sendo que se podem candidatar residentes com ensino secundário complementar completo e que tenham dois ou mais anos de experiência em execução de obras ou gestão de segurança na construção civil. Este curso é organizado pela DSAL desde 2005 tendo já formado 1 995 alunos. Aos formandos que completarem o curso e forem aprovados na avaliação será emitido o certificado do curso pela DSAL e Universidade de Macau, bem como atribuído o subsídio de formação de 2.500 patacas pela DSAL. O presente curso conta para os requisitos de formação de técnico superior de segurança na construção civil no âmbito da lei da segurança e saúde ocupacional na construção civil, implementada em 2023.
João Santos Filipe Manchete SociedadePandemia | Dificuldades dos mais necessitados aumentaram Investigadores da Universidade Cidade de Macau defendem a necessidade de aumentar a contribuição mensal dos trabalhadores para a segurança social das actuais 90 patacas por mês para 763 patacas por mês Desde o aparecimento da pandemia que a vida da população com menos meios financeiros se tornou mais difícil. A conclusão faz parte de um estudo publicado na revista Internacional Journal of Religion, por académicos de Universidade Cidade de Macau, com o título “Integração e capacitação: A mudança da política social de Macau na era pós-pandémica”, da autoria de Hu Jierong, Peng Yanchong e Ka U Lao. Numa análise ao sistema social da RAEM, e às futuras necessidades de financiamento, os académicos concluem que a pandemia veio alterar as condições dos mais pobres. “Sob a influência da epidemia, a vida dos residentes mais pobres sofreu um grande impacto, e há um risco maior para a sua segurança financeira”, é indicado. O estudo sublinha igualmente que o agravar das dificuldades desta camada da população “mostra que há um grande fosso a nível dos rendimentos entre as classes sociais de Macau”. Por outro lado, o documento explica que a redução das receitas do Governo, no pós-pandemia, é um risco para a segurança social do território. “O impacto da epidemia da covid-19 na economia afectou seriamente a sustentabilidade da segurança social, que é dominada pelo financiamento do Governo. A pandemia trouxe uma quebra geral das receitas, o que resultou numa pressão significante no financiamento dos serviços sociais”, foi argumentado. “Como consequência, a capacidade de resposta da segurança social sofreu uma redução significativa”, foi acrescentado. Expectativas inversas É na altura em que se sentem mais dificuldades no financiamento do sistema de segurança social, que os autores reconhecem que as exigências pelos serviços sociais vão ser superiores e que se corre o risco de entrar numa situação de maior desequilíbrio. Neste sentido, é alertado que o futuro dos apoios sociais em Macau pode passar por grandes alterações de financiamento, com os cidadãos a terem de desenvolver um maior esforço. “A manutenção de um nível elevado de protecção social exige um apoio financeiro crescente. Perante as flutuações económicas causadas por novos riscos sociais e a instabilidade das receitas fiscais, a responsabilidade financeira do Governo em matéria de assistência social enfrenta fragilidades e insustentabilidade”, é alertado. “As políticas sociais de Macau durante a covid-19 expuseram alguns problemas, o que exige o ajustamento das políticas sociais para alcançar um desenvolvimento sustentável”, foi vincado. Como exemplo, os autores indicam que a pensão para os idosos pode actualmente chegar a um montante de 3.740, que resulta de contribuições mensais de 90 patacas. No entanto, os académicos indicam que se o Governo tiver como objectivo aumentar o montante da pensão para idosos para o nível do índice mínimo de subsistência, actualmente em 4370 patacas, que nesse caso a contribuição mensal deve ser aumentada para 763 patacas por mês para garantir um certo equilíbrio. Os autores reconhecem que actualmente não há consenso sobre este assunto e que os aumentos não devem ser implementados durante uma fase de recuperação económica. Contudo, alertam que a longo prazo vai ser este o caminho.
João Luz Manchete SociedadePortas do Cerco | Avaliados danos de chuva a centro subterrâneo Os danos provocados pelas chuvadas do fim-de-semana passado que abriram autênticas cataratas no terminal subterrâneo de autocarros das Portas do Cerco estão em avaliação. O Governo prevê “reparações mais abrangentes” ao terminal que já havia sido reparado em 2018, com custos para os cofres públicos superiores a 126 milhões de patacas Desde que foi oficialmente aberto, em Novembro de 2004, o Terminal subterrâneo de autocarros das Portas do Cerco tem sofrido inúmeras intervenções, desde a ampliação, a melhoria de instalações, até às obras de remodelação que se avizinham. No passado fim-de-semana, o terminal conheceu um novo capítulo com as chuvadas que fustigaram Macau no sábado e que levaram a infiltrações a grande dimensão e à queda de grandes massas de água de fendas no tecto do terminal subterrâneo. Como tal, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) indicou na quarta-feira que “estão em curso acções coordenadas com os departamentos pertinentes, com o objectivo de realizar uma avaliação e reparação mais abrangentes” ao terminal subterrâneo. Na noite de sábado, a DSAT “mobilizou o empreiteiro responsável para efectuar uma vedação de emergência, tendo procedido à inspecção e reparação dos danos identificados no tecto, após a conclusão do serviço de autocarros na referida noite”. Segundo a DSAT, as infiltrações foram detectadas “nos pontos de conexão dos sistemas de drenagem instalados nos tectos que cobrem as faixas de circulação nos dois lados e a zona de estacionamento reservado do terminal subterrâneo das Portas do Cerco”. Para já, não há uma estimativa das autoridades sobre o escopo e custo das reparações à estrutura. No entanto, a DSAT assegura que “continuará a reforçar as inspecções e a manutenção dos terminais e paragens de autocarros, garantindo a segurança do ambiente de espera”. História que se repete Depois da devastação provocada pelo tufão Hato, que danificou o terminal de autocarros das Portas do Cerco, o Governo lançou um concurso público para introduzir melhorias na estrutura que terminou com a adjudicação da empreitada à Companhia de Engenharia e de Construção da China (Macau), com um preço de 122,8 milhões de patacas. À “factura” foram acrescentados 2,745 milhões de patacas para a Pengest Internacional – Planeamento Engenharia e Gestão para fiscalização da empreitada e mais de um milhão de patacas à Universidade de Macau para controlo de qualidade. No total, as obras de melhorias custaram aos cofres públicos mais de 126,5 milhões de patacas.
Hoje Macau PolíticaFórum Macau | Brasil nomeia delegado O Brasil nomeou um novo delegado em representação do país junto do secretariado permanente do Fórum Macau. Hervelter de Mattos assumiu funções esta terça-feira em substituição do seu antecessor, Adriano Giacomet Higa de Aguiar. Formado em Diplomacia pelo Instituto Rio Branco, Hervelter de Mattos desempenhou várias funções, desde 1989, de carreira diplomática nas embaixadas do Brasil, Marrocos, Singapura, Indonésia, República Checa, El Salvador, Dominica, Suécia, Venezuela, entre outros. Segundo um comunicado do Fórum Macau, o novo delegado “possui rica experiência profissional em relações externas e diplomacia”, sendo também, por acumulação de funções, cônsul-geral adjunto do Consulado-Geral do Brasil em Hong Kong.
João Luz Manchete PolíticaObras Públicas | Pedida prioridade para PME de construção Leong Hong Sai quer que o Governo reduza a desigualdade de oportunidades entre companhias de grande dimensão e pequenas e médias empresas na participação em obras públicas. O deputado dos Moradores sugere a possibilidade de grupos de PME poderem concorrer a concursos públicos O deputado Leong Hong Sai considera que as pequenas e médias empresas (PME) da construção estão numa posição injusta de desvantagem em relação a companhias grandes na participação em concursos públicos das obras públicas. Estes limites de dimensão devem ser corrigidos pelo Governo através da alteração de critérios de participação em concursos públicos de adjudicação de empreitadas, defende o legislador engenheiro civil numa interpelação escrita divulgada ontem. O deputado ligado à União Geral das Associação dos Moradores de Macau aconselhou o Executivo a seguir as práticas de províncias e cidades do Interior da China que garantem a atribuição a PME de cerca de 40 por cento em obras com valor superior a 4 milhões de renminbis, enquanto nas obras com custo inferior a 4 milhões de renminbis, sem concurso público, é dada prioridade às PME. Leong Hong Sai argumenta que estes critérios criam condições para o desenvolvimento das PME e proporcionam um ambiente de negócios amigável. “Vai o Governo melhorar os critérios de candidatura e licitação em concursos de obras públicas para incentivar a participação de PME?”, questiona. Todos juntos Um dos passos sugeridos pelo deputado dos Moradores é a redução dos limites mínimos para as candidaturas de empresas de menor dimensão ou permitir que participem em concursos públicos em conjunto com outras empresas. O legislador sugere também que nos contratos de adjudicação com grandes empresas, o Governo deve obrigar as adjudicatárias a distribuírem subcontratos a PME locais, para que as pequenas empresas garantam uma determinada parcela dos investimentos públicos em obras de construção. Outro ponto principal da interpelação escrita, passa por dar prioridades às PME que apresentem maior percentagem de trabalhadores residentes. Além disso, Leong Hong Sai destaca a importância de promover “inovações tecnológicas em domínios como ajustamento da linha de produção, modernização do equipamento, informatização”, assim como apostar no alinhamento das PME com práticas que garantam sustentabilidade. Para tal, o deputado pede ao Governo que providencie apoio financeiro e técnico para modernizar o tecido empresarial.
Hoje Macau PolíticaEmpresas sociais | Ho Ion Sang pede condições especiais O deputado Ho Ion Sang considera que os concursos públicos de atribuição de lojas em edifícios públicos deviam prever lugares reservados ou condições de acesso preferencial para empresas sociais do território. As empresas sociais são entidades comerciais que respondem a necessidades especiais, como acontece com idosos ou pessoas com deficiências, mas que ao contrário das associações de cariz solidário, têm como objectivo gerar lucro. Estes lucros são depois utilizados para reinvestir nos serviços sociais. Segundo Ho Ion Sang, pelo menos duas empresas sociais estão muito bem estabelecidas no território. Contudo, também enfrentam dificuldades, dado o elevado preço das rendas que pagam. Nesta lógica, Ho Ion Sang quer saber se o Governo vai implementar medidas, com a criação de condições mais favoráveis no arrendamento de espaços comerciais nos edifícios de habitação pública. O deputado pergunta também se é possível estas empresas mudarem-se para alguns espaços que estão há muito tempo sem serem arrendados, por não haver interesse do mercado. Além desta medida, Ho Ion Sang defende que o Governo deve criar uma plataforma para fazer a ligação entre empresas sociais, fornecedores de produtos e organizações de eventos. De acordo com o deputado, uma plataforma deste género seria não só uma forma de auxiliar este tipo de empresas, mas também promover mais postos de trabalho em Macau.
João Santos Filipe PolíticaNgan Iek Hang defende aumento de eventos desportivos regionais Ngan Iek Hang considera que os Jogos Nacionais devem ser utilizados para aumentar, no futuro, a cooperação desportiva entre Macau, Hong Kong e Guangdong. O pedido faz parte de uma interpelação escrita, que foi divulgada ontem pelo deputado da Associação dos Moradores. O deputado destaca que a 15.ª Edição dos Jogos Nacionais vai ter eventos nas três regiões, dando o exemplo da maratona, prova de estrada de ciclismo e “outras corridas”. Porém, na perspectiva do deputado, este tipo de cooperação é uma raridade e que os Jogos Nacionais deviam contribuir para alterar este cenário. “Actualmente, existem poucas ligações entre Macau e as outras regiões ao nível de eventos desportivos. Será que as autoridades têm a intenção de reforçar a cooperação desportiva com outras cidades da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau?”, pergunta. “Será que estes eventos podem ter ligações transfronteiriças?”, acrescenta. No mesmo sentido, considera que o Governo deve promover mais eventos para a zona de cooperação aprofundada, de forma a “aumentar ainda mais a cooperação”. Ngan Iek Hang vai mais longe e considera que os eventos desportivos inter-regiões podem ser uma forma de incentivar o desenvolvimento de uma indústria especializada, no território que pretendem ser “uma cidade de desporto”. Aproveitar a boleia Ainda sobre o evento nacional, que vai decorrer entre 9 e 21 de Novembro de 2025, em Macau, Hong Kong e Guangdong, o deputado pretende saber como o investimento pode ser rentabilizado para criar uma marca de turismo em Macau. “Gostava de perguntar como as autoridades consideram que o evento pode ser utilizado para desenvolver as indústrias desportivas e culturais?”, pergunta “E como a competição pode ser utilizada para criar para Macau uma reputação como cidade de desporto?”, acrescenta. Na interpelação, Ngan Iek Hang pede ao Executivo para fazer um ponto da situação sobre os preparativos para as provas que vão ser realizadas no próximo ano.
João Santos Filipe Manchete PolíticaIdosos | Lam Lon Wai sugere aposta na inteligência artificial O deputado dos Operários defende que o Executivo deve apostar nas novas tecnologias para prestar apoio psicológico a idosos, e ao mesmo tempo encontrar métodos mais eficazes para identificar casos de isolamento O deputado Lam Lon Wai defende que o Governo deve explorar novas formas de utilizar a inteligência artificial e a digitalização para prestar serviços e reforçar a saúde mental dos idosos. O assunto foi abordado numa interpelação escrita, em que o legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) indica que o território deve apostar mais “nos serviços para a terceira idade”. No documento, o deputado começa por elogiar as medidas adoptadas pelo Governo nos últimos anos, como a construção de apartamentos para idosos, a criação de uma rede de cuidados para a terceira idade e a disponibilização de serviços diversificados, em comparação com o que se verificava no passado. No entanto, Lam mostrou-se preocupado com alguns desafios, como o facto de a área de cuidados para idosos não ser atractiva para os mais jovens. Este é um aspecto “sério” para o deputado, dado que a tendência demográfica de envelhecimento populacional. O deputado considera assim haver possibilidade de desenvolver novas tecnologias para esta área: “A esperança média de vida em Macau continua a aumentar. Como as autoridades planeiam utilizar a inteligência artificial e a digitalização para criar mais formas de chegar aos idosos e explorar as suas necessidades no âmbito do desenvolvimento da indústria da terceira idade?”, pergunta. Atenção ao isolamento Na óptica do legislador, a digitalização é também uma forma de acompanhar os mais velhos, depois de nos últimos anos terem surgido casos de isolamento com consequências fatais. “Nos últimos anos, devido à influência da pandemia e às mudanças económicas, o número de casos de idosos isolados aumentou”, indicou. O membro da Assembleia Legislativa sugere que a tecnologia seja incorporada nas diferentes iniciativas governamentais para identificar os potenciais casos de isolamento. Por outro lado, o deputado pretende que o Governo proceda a uma mudança de paradigma, e que os apoios sociais deixem de ser essencialmente prestados e orientados pela Administração, mas que se promova antes um envolvimento global da sociedade.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteAICEP | Fórum anual focado na Inteligência Artificial termina hoje Chega hoje ao fim a 31ª edição do Fórum AICEP das Comunicações Lusófonas, focado na área da inteligência artificial, que trouxe a Macau representantes do sector das telecomunicações dos países de língua portuguesa. João Caboz Santana, presidente da AICEP – Associação Internacional das Comunicações de Expressão Portuguesa, destaca o desenvolvimento de Macau na área das telecomunicações “Criar Valor com Inteligência Artificial” é o mote da 31ª edição do Fórum AICEP das Comunicações Lusófonas, o encontro anual que junta representantes do sector das telecomunicações dos países de língua portuguesa e que arrancou ontem em Macau e que chega hoje ao fim. O evento, que trouxe a Macau a representante da autoridade reguladora das telecomunicações em Portugal, Sandra Maximiano, presidente do conselho de administração da ANACOM, conta ainda com representantes das autoridades locais na área das telecomunicações, nomeadamente Ebel Chan, vice-presidente comercial da CTM – Companhia de Telecomunicações de Macau, ou Derby Lau, directora dos Serviços de Correios e Telecomunicações. Em entrevista ao HM, João Caboz Santana, presidente da AICEP, frisou a importância de discutir as questões da Inteligência Artificial (IA) em Macau. “A IA suscita ainda muitas questões, existindo poucas respostas. É importante discutir de forma ampla este tipo de soluções, e não vale a pena tentar parar o vento com a mão. A IA traz soluções incontornáveis para as economias e sociedades, e é oportuno discutir este assunto em Macau. Temos um painel específico no fórum para discutir como devemos encarar a regulação deste sector, como é o caso das questões de segurança, privacidade e transparência. Nesta área, os quadros regulatórios dos países são, na maior parte, omissos”, disse. A iniciativa conjunta, que todos os anos se realiza num país ou região diferente do universo lusófono, pretende criar um espaço para discutir soluções com aplicação prática no mercado das telecomunicações. “A AICEP quer dar um importante contributo nas cooperações na área do digital”, frisou João Caboz Santana, que entende que a IA é, actualmente, “um dos mais importantes factores disruptivos do momento”. “Há quem diga que estamos a viver a quarta revolução industrial, e, de facto, no contexto dos importantes desafios que decorrem da transformação digital, a IA está a impactar fortemente todos os aspectos da nossa vida, rompendo, de forma generalizada, os nossos hábitos e formas de trabalhar, sendo importante estudar os seus progressos.” Para o presidente da AICEP, a IA é, cada vez mais, “uma mais-valia para pessoas e organizações”. “Temos de avaliar como conseguimos tirar melhor partido dessas soluções tecnológicas que vão permitir que as organizações melhorem a sua qualidade, aumentem a sua eficiência e reduzam entraves competitivos”, indicou o responsável. Grande “satisfação” Criada na Guiné-Bissau em 1990, a AICEP é constituída por todos os operadores de correios, telecomunicações e órgãos reguladores desta área dos países de língua portuguesa, incluindo Macau. “É grande motivo de satisfação continuarmos com esta ligação importante a Macau a fim de continuarmos com grandes actividades de cooperação em prol do desenvolvimento [do sector], pois, sendo nós uma associação focada no desenvolvimento das comunicações, devemos preservar um dos pilares estruturais da associação, que é a lusofonia.” O fórum, que conta também com a presença de representantes da área das telecomunicações de Hong Kong e China, representa “dois dias de trabalho em prol do desenvolvimento do sector das comunicações que é, talvez, um dos mais importantes motores de desenvolvimento de qualquer economia”. João Caboz Santana destaca a existência de “fortes laços de cooperação com os CTT e CTM em Macau, há vários anos”, entidades que categoriza como “importantes membros do nosso grupo associativo”. “O facto de estarem inseridos numa economia tão diferente da europeia, como é a asiática, faz com que haja uma partilha de desenvolvimento e soluções do que melhor que se vai fazendo nas economias asiáticas, já tão avançadas.” O responsável destaca a possibilidade de Macau, por estar integrada na economia chinesa, poder transmitir conhecimentos e experiências a outros países de língua portuguesa com menor grau de desenvolvimento na área das telecomunicações. “O desenvolvimento das telecomunicações nos países de língua portuguesa não é, de todo, semelhante, e temos de apostar nas soluções dos países mais desenvolvidos. Os países menos desenvolvidos têm, de facto, vantagens e benefícios oriundos dos que já têm um maior grau de desenvolvimento, podendo aprender com o que estão a fazer, evitando erros, saltando etapas e acelerando processos”, referiu. Neste sentido, “Macau, através dos seus membros [na AICEP], tem dado importantes contributos em prol da sustentabilidade e desenvolvimento de economias menos desenvolvidas no mundo português”. Camisola amarela Questionado sobre o grau de desenvolvimento do sector das telecomunicações de Macau face a Portugal e a outros países lusófonos, João Caboz Santana entende que o território está no pelotão da frente. “Macau já tem muito bom estado de desenvolvimento do sector das telecomunicações, com soluções bastante inovadoras e um mercado muito maduro e desenvolvido. Certamente que é um mercado que está na linha da frente no que diz respeito à oferta de produtos e serviços, sabendo oferecer aos mercados e clientes produtos com grande qualidade, a preços acessíveis e tão bons e avançados como o que de melhor se vai fazendo no resto da Europa.” Relativamente à progressiva integração do território na ilha de Hengqin e na Grande Baía, João Caboz Santa diz estar confiante e optimista, ainda que haja entraves a solucionar relacionados com diferenças de acesso a redes sociais e sistemas de pagamentos no mundo digital entre a RAEM e a China. “A ligação de Macau e China ao mundo que fala português é muito forte e ambas as partes desejam que se fortaleça. Há organizações locais, como é o caso do Fórum Macau, que têm feito um trabalho extraordinário no sentido de fazer crescer as relações entre todos. O facto de Macau estar cada vez mais inserido na economia chinesa não tem prejudicado a sua ligação aos países de língua portuguesa, bem pelo contrário.” O presidente da AICEP entende que “é do interesse da China e das regiões a existência de uma forte cooperação e intercâmbio em termos de trabalho, e isso reflecte-se também na área das telecomunicações”. “Macau tem sabido manter o desenvolvimento das comunicações em ligação com as comunidades lusófonas, proporcionando soluções que vão de encontro às necessidades dos clientes”, rematou. O segundo do dia do fórum, que arrancou hoje às 9h, conta com a presença de Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, que tem a tutela das telecomunicações no território. No mesmo painel falam ainda João Bento, CEO dos CTT em Portugal, bem como Derby Lau e Vandy Poon, administrador-delegado e CEO da CTM. De Portugal chega Alberto Pimenta, dos CTT em Portugal, que vai falar sobre as últimas novidades na área do comércio electrónico, enquanto Shi Wei, da Baidu AI Cloud, falará da área da IA na China. A regulação sobre a tecnologia em foco na edição deste ano do fórum será abordada no painel das 14h15 com a presença de Derby Lau, dos CTT locais, João Bento e Augusto Mota de Carvalho, presidente do conselho de administração da Angola Cables. Por sua vez, o “Impacto da IA no Mercado de Trabalho” será o tópico a debater a partir das 15h30, com a presença de Ivan Cheung, partner da consultora Delloite, na China ou José Arantes, director institucional e de arquivo da RTP – Rádio e Televisão de Portugal. Além do fórum de debate, realiza-se também a assembleia-geral da AICEP. O evento arrancou ontem no Hotel Sheraton.
Hoje Macau China / ÁsiaPaquistão diz que ataque que matou cinco chineses foi planeado no Afeganistão O exército do Paquistão afirmou ontem que o atentado suicida que matou cinco engenheiros chineses e um motorista paquistanês, em Março, foi planeado no Afeganistão e que o bombista era um cidadão afegão. Em conferência de imprensa, o porta-voz do exército, o major-general Ahmad Sharif, disse que quatro homens envolvidos no ataque de 26 de Março em Bisham, um distrito na província de Khyber Pakhtunkhwa, foram detidos. Sharif afirmou que o ataque que matou os engenheiros chineses, que estavam a trabalhar na maior barragem paquistanesa, Dasu, foi uma tentativa de prejudicar a relação entre o Paquistão e a China. Milhares de chineses estão a trabalhar em projectos relacionados com o Corredor Económico China–Paquistão, uma parte crucial da iniciativa chinesa Uma Faixa, Uma Rota, que visa abrir novas rotas comerciais. Sharif afirmou que o Paquistão dispõe de provas sólidas de que os talibãs paquistaneses, que têm refúgios no Afeganistão, estão por detrás de uma vaga de ataques que matou 62 elementos das forças de segurança em todo o país desde Janeiro. Os ataques levaram várias embaixadas estrangeiras a adoptar medidas de segurança adicionais, pedindo ao pessoal diplomático e aos cidadãos do Paquistão que se mantivessem vigilantes. Num comunicado difundido na terça-feira, o consulado dos Estados Unidos afirmou estar “ciente da ameaça de um ataque terrorista no porto de Karachi” e pediu aos cidadãos norte-americanos e ao pessoal da embaixada que se mantivessem afastados da zona. O consulado aconselhou-os também a manterem-se discretos e alerta em locais frequentados por turistas. Karachi, a maior cidade do Paquistão, tem sido palco de vários ataques de militantes nos últimos anos. Negas talibãs No mês passado, cinco trabalhadores japoneses escaparam por pouco a um ataque de um bombista suicida que teve como alvo a carrinha que seguiam e que matou um transeunte paquistanês. Sharif afirmou que os talibãs afegãos não honraram as promessas, que fizeram à comunidade internacional antes de chegarem ao poder, de não permitirem que quaisquer forças utilizassem o Afeganistão para realizar ataques noutros países. Os talibãs paquistaneses – um grupo separado, mas um aliado próximo dos talibãs afegãos que tomaram o poder no Afeganistão em Agosto de 2021 – negaram estar por detrás do ataque de Março, afirmando numa declaração na altura que “os nossos únicos alvos são as forças de segurança que nos foram impostas”. “Não estamos de forma alguma envolvidos neste ataque”, declararam na altura. O porta-voz do exército do Paquistão prometeu não permitir a permanência de estrangeiros sem documentos no país. Sharif disse que as forças armadas paquistanesas concluíram 98 por cento da construção de uma vedação ao longo da fronteira com o Afeganistão e 91 por cento da vedação ao longo da fronteira com o Irão, a fim de controlar os movimentos ilegais, travar o contrabando e impedir ataques de militantes transfronteiriços. Desde o ano passado, 563.639 afegãos em situação ilegal no Paquistão regressaram ao Afeganistão, depois de Islamabade ter lançado uma ofensiva contra os imigrantes ilegais, o que suscitou críticas generalizadas por parte de grupos de defesa dos direitos humanos. O Afeganistão nunca reconheceu a fronteira porosa com o Paquistão, que atravessa a terra ascentral dos Pashtun, o maior grupo étnico do Afeganistão.
Tânia dos Santos Sexanálise VozesArrancar os pêlos Como é que se começou a arrancar os pêlos? Foi esta questão que a Rebecca Herzig se debruçou no seu livro Plucked: A History of Hair Removal. A autora, com rigor académico, explora história dos pêlos e as suas práticas ao longo do tempo, principalmente em contexto norte-americano. O fascínio pelos pêlos começou mais ou menos assim: os europeus chegaram às Américas e deparam-se com comunidades nativas com poucos pêlos. Nessa altura fizeram questão de realçar a sua superioridade através dos seus pêlos faciais. Um suposto sinal de racionalidade e capacidade intelectual. Assim se estabeleceram indicadores para hierarquias sociais, justificações para a colonização e controlo. Contudo, depois dos americanos nativos estarem devidamente controlados e separados nas reservas, outra assumpção de pêlos surgiu, em consonância com a teoria da evolução do Darwin. Ele, por sinal, era obcecado pelo tema. Dedicou alguns capítulos do seu trabalho a conjecturar como é que nos separamos dos nossos parentes primatas a esse nível. Talvez porque haveria uma escolha preferencial pela pele macia dos menos peludos? Talvez porque haveria facilidade de aguentar temperaturas altas, possibilitado a caça em horas quentes do dia? As massas rapidamente abraçaram a ideia de que a falta de pêlos seria um sinal de distanciamento primata. Quem esteve particularmente vulnerável a esta retórica foram as mulheres. As mulheres têm o poder de parir e amamentar. São funções que as aproximam do seu legado animal, um legado do qual o ser humano muito tenta se afastar. Os pêlos são por isso um lembrete dessa ligação evolutiva. Daí a importância de limpá-los, minimizá-los ao máximo. Durante o movimento sufragista os pêlos foram altamente escrutinados. Os pêlos, os responsáveis pelas tendências emancipatórias, eram tidos como demasiado masculinos, animalescos e pouco higiénicos. Muitos objectos e técnicas para acabar com pêlos supérfluos foram desenvolvidos desde a segunda metade do séc. XIX. Muitos cremes depilatórios foram comercializados contendo substâncias tóxicas. Há quem tenha morrido com produtos que só as desenvencilhavam da penugem por três semanas. Claro que desde cedo que se tentou descobrir formas mais definitivas de remover pêlos, como a electrose ou raio-x, que não tiveram a devida supervisão e cuidado científico. Os efeitos secundários prejudicaram muitas mulheres na altura, no início do século XX. Apesar de uma das conclusões do livro ser que os padrões sociais estão sempre em mutação, e que o status quo é frágil e precário, os pêlos continuam a ser alvo de muito desdém actualmente. A tecnologia, contudo, já é muito mais avançada. Quem tiver meninas na família terá assistido, certamente, como se torna numa questão importante do seu desenvolvimento e entrada na adolescência. Apesar de um tópico menos contencioso, não deixa de ser um rito de passagem: a primeira vez que arrancam os pêlos. Eu nunca me esquecerei da minha primeira vez. Tinha uma tia que era esteticista e ela já tinha tornado muito claro que as minhas pernas teriam de ser depiladas o quanto antes. Eu anuí, quem quer ser a pré-adolescente peluda? A dor, o cheio da cera, as lições tricológicas de como não aumentar ainda mais a densidade de pêlos da minha situação já precária ficaram gravadas na minha memória. O que vale é que teria como resolver este meu estado decrépito: visitá-la de três em três semanas, passar por dores indiscritíveis e gastar dinheiro. Sem pêlos, tudo ficaria bem. Várias antes de mim passaram pelo mesmo. Há mais de 150 anos que os pêlos supérfluos continuam a ser arrancados de muitas maneiras, e continuam a ser objecto de controlo. Já para não falar dos pêlos púbicos e das suas muitas possíveis apresentações. A verdade é que agora, nas tentativas de desmantelar binarismos de género, os pêlos têm sido altamente implicados. Em pleno século XIX, já é um acto político decidir não arrancar os pêlos. Ostentá-los é uma forma de contrariar a representação do pêlo que vive fora do couro cabeludo. Ainda que muitas pessoas continuem, e continuarão, a ser plucked.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Banco central não descarta nova subida de juros para travar inflação O governador do banco central do Japão disse ontem que poderá considerar uma mudança na política monetária, com uma nova subida de juros, se a recente desvalorização do iene causar uma aceleração da inflação. “Em comparação com situações passadas, as flutuações cambiais são mais suscetíveis de afectar os preços” ao consumidor, disse Kazuo Ueda, perante uma comissão do parlamento japonês. O líder do Banco do Japão (BoJ) acrescentou que “está a acompanhar de perto os movimentos recentes de depreciação do iene”. A moeda do Japão estava ontem a negociar numa faixa perto dos 154 ienes por dólar, depois de no final de Abril ter caído para 160 ienes, pela primeira vez há 34 anos. Isto depois do BoJ ter decidido, de forma unânime, manter a política monetária. Ueda admitiu ser possível que a inflação no Japão esteja actualmente mais dependente de alterações no mercado cambial e de movimentos “mais agressivos” das empresas na fixação de preços ou salários. “Em alguns casos, isto fará com que a inflação subjacente mude. Se tal situação ocorresse, seria necessária uma resposta de política monetária”, disse o governador do BoJ. O banco central do Japão subiu em Março a taxa de juro de referência a curto prazo, para 0,1 por cento, o primeiro aumento em 17 anos, mas um valor ainda muito longe das taxas nas outras principais economias mundiais. O iene tem vindo a desvalorizar-se acentuadamente face ao dólar, entre outras moedas, em grande parte devido a este diferencial. Um iene fraco tende a impulsionar o mercado de acções, uma vez que inflaciona as remessas estrangeiras dos exportadores, mas também aumenta os custos das importações de energia e matérias-primas, das quais o Japão é dependente.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Toyota regista lucro recorde até Março A fabricante japonesa de automóveis Toyota Motor anunciou ontem lucros recorde de 4,94 biliões de ienes no ano fiscal terminado em Março, mais do dobro do que no período anterior. No ano fiscal que decorreu entre Abril de 2023 e 31 de Março passado, o lucro operacional da Toyota subiu também 96,4 por cento, para 5,32 biliões de ienes, o valor mais elevado de sempre para uma empresa japonesa, de acordo com a imprensa local. O lucro operacional antes de juros e impostos, conhecido pela sigla inglesa de EBIT, aumentou 89,8 por cento em termos homólogos, para 6,96 biliões de ienes, referiu a fabricante. O volume de vendas da Toyota, a maior empresa automóvel do mundo no que toca a vendas, foi de 45,1 biliões de ienes, um aumento de 21,4 por cento face ao ano anterior. A Toyota vendeu, entre Abril do ano passado e Março, 9,44 milhões de veículos, um aumento de 7 por cento em termos homólogos, depois de subidas em todos os mercados da empresa. A excepção foi o Japão, mercado onde o grupo Toyota foi afectado pela suspensão das vendas da subsidiária Daihatsu, disse o director financeiro da empresa, Yoichi Miyazaki. Futuro eléctrico A Daihatsu retomou na terça-feira as operações em todas as fábricas no Japão depois de uma suspensão de mais de quatro meses devido a uma série de irregularidades divulgadas por uma investigação externa. As vendas de todo o grupo, incluindo a marca de luxo Lexus, atingiram 10,3 milhões de veículos, mais 7,3 por cento que um ano antes. Mais de um terço (37,4 por cento), ou quase 3,9 milhões, eram eléctricos, um aumento de 7,8 por cento. O efeito favorável das taxas de câmbio, devido à fraqueza do iene, teve um impacto positivo no lucro operacional da empresa no valor de 685 mil milhões de ienes, avançou Miyazaki. No entanto, a descida do iene significou também a subida do preço das matérias-primas para a empresa japonesa, algo que foi compensado por uma redução de custos no valor de cerca de 120 mil milhões de ienes, disse o director financeiro. Para o exercício em curso, que começou a 1 de Abril e vai até ao final de Março de 2025, a Toyota prevê uma queda de 27,8 por cento no lucro líquido, para 3,57 biliões de ienes. Relativamente ao volume de vendas, a Toyota espera um aumento de 2 por cento, para 46 biliões de ienes.
Hoje Macau China / ÁsiaMorreu académica australiana Helen Hill, que partilhou história timorense A académica e activista australiana Helen Hill, que escreveu a “História de Timor”, faleceu terça-feira, na Austrália, vítima de doença, tendo o Governo timorense considerado ontem que “fará muita falta”. “Helen Hill ajudou a partilhar a nossa história e a nossa luta com o mundo. Ela educou milhares de estudantes. Fará muita falta”, refere o Governo timorense, em comunicado. A académica australiana visitou Timor-Leste pela primeira vez em 1975 para escrever uma tese de mestrado sobre a transição para a independência, mas o país acabou por ser ocupado pela Indonésia. “Em vez disso, ela escreveu ‘A História de Timor’, publicado no final de 1975, que se tornou a bíblia para estudiosos e activistas que queriam saber sobre os acontecimentos na nossa terra em apuros que levaram à invasão”, refere o Governo timorense. Para a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Helen Hill foi das “poucas australianas que corajosamente recusou a acreditar que a Fretilin e o povo timorense seriam derrotados quando quase todo o mundo pensava o contrário”. “Lembro-me de Helen Hill desde sua visita no início de 1975 como estudante universitária e encontrei-a novamente ao longo dos anos durante a ocupação e a descobri como uma verdadeira amiga de Timor-Leste”, lembrou o secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, também em comunicado. Lamentos gerais O antigo Presidente e ex-primeiro-ministro timorense Taur Matan Ruak também lamentou a morte da “activista australiana que lutou pela causa de Timor-Leste”, bem como organizações da sociedade civil timorense, que tiveram a oportunidade de trabalhar com Helen Hill. “Helen Hill e alguns outros amigos australianos foram instrumentais em ajudar a criação da representação da FRETILIN e o trabalho dos representantes da FRETILIN nas Nações Unidas nos primeiros dias de nossa luta”, explicou Mari Alkatiri. Helen Hill ajudou a estabelecer a representação da frente diplomática da Fretilin, em Nova Iorque, em 1984, organizou em Camberra um evento no qual o actual Presidente, José Ramos-Horta, discursou pela primeira vez, após a invasão da indonésia, e esteve sempre envolvida em acções de solidariedade com o povo timorense. Após a restauração da independência, em 2002, Helen Hill trabalhou em Timor-Leste em vários projectos, incluindo programas de desenvolvimento comunitário na Universidade Nacional de Timor-Leste. Foi condecorada em 2014 pelo antigo Presidente Taur Matan Ruak com a medalha da Ordem de Timor-Leste.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul-Lisboa | Portugal destaca “impacto positivo” da nova rota aérea directa A nova ligação aérea entre Portugal e a Coreia do Sul poderá trazer um forte impulso ao turismo internacional para o país. O Turismo de Portugal aplaude a criação da nova rota e mostra-se optimista no desenvolvimento novas oportunidades no mercado asiático O Turismo de Portugal destacou ontem o “impacto positivo” na promoção do turismo internacional para o país da nova ligação aérea directa entre Seul e Lisboa, a operar a partir de Setembro pela Korean Air. “Destaca-se sobretudo pelo impacto positivo na promoção do turismo internacional para Portugal e no fortalecimento da conectividade aérea com uma região muito importante e carenciada de ligações a Portugal”, sustenta o Turismo de Portugal em comunicado. Referindo que a nova rota é “o culminar de um trabalho colaborativo intenso” com a ANA Aeroportos e a Korean Air, o Turismo de Portugal destaca que “representa a segunda ligação directa da Ásia para Portugal e deverá potenciar novas oportunidades de mercado não só na Coreia, mas também no Japão, onde a Korean Air tem uma forte presença consolidada e poderá captar uma fatia importante do mercado japonês através das suas ligações via Seul”. Com três voos semanais, às quartas-feiras, sextas-feiras e domingos, a nova ligação directa entre Seul e Lisboa será inaugurada no próximo mês de Setembro. “Esta rota é um marco na conectividade aérea e no fortalecimento das relações entre Portugal e a Ásia”, afirma o presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade, citado no comunicado, acrescentando que este organismo “está focado em identificar e aproveitar oportunidades em mercados promissores para atender às necessidades do turismo.” Segundo o Turismo de Portugal, a Coreia do Sul é “um dos mercados asiáticos muito promissores” para o sector, tendo-se destacado em 2023 como o 25.º mercado turístico da procura externa aferido pelo indicador dormidas e o 19.º no indicador hóspedes. Face a 2022, o número de hóspedes em 2023 aumentou cerca de 189 por cento, fixando-se em 170,1 mil, enquanto nas dormidas o acréscimo foi de 136,2 por cento, registando-se 264,7 mil dormidas de sul-coreanos em Portugal. “Estes números reflectem um potencial de crescimento significativo para Portugal nos próximos anos com a implementação desta nova rota”, sustenta o Turismo de Portugal, reafirmando o seu “compromisso com a promoção da conectividade e a expansão para novos mercados, […] através de uma aposta clara na captação de novas rotas e parcerias estratégicas de ‘marketing’ envolvendo os destinos nacionais”. Pólos ligados A companhia aérea de bandeira sul-coreana Korean Air anunciou na terça-feira o lançamento de voos ‘charter’ directos entre a capital da Coreia do Sul, Seul, e Lisboa a partir de 11 de Setembro. Num comunicado, a Korean Air disse que irá usar aviões Boeing 787-9, com capacidade para 290 passageiros, para operar três voos semanais entre o aeroporto de Seul Incheon e Lisboa. A companhia aérea disse que os voos irão decorrer durante quase dois meses, pelo menos até 25 de Outubro, mas admitiu que “também tem planos para prolongar a operação desta rota durante a época de inverno”. A Korean Air sublinhou que a nova ligação a partir de Incheon irá oferecer “os únicos voos diretos entre Lisboa e o Nordeste da Ásia”, região que inclui o Japão, a Mongólia e o extremo oriente da Rússia. “Os novos voos directos irão facilitar a deslocação, tornando mais acessíveis as viagens para Lisboa e cidades vizinhas”, disse a companhia aérea, que deu como exemplo o Porto. Esta ligação poderá também ser usada para passageiros que queiram voar entre Macau e Lisboa, disse na segunda-feira num comunicado a CAM, empresa gestora do aeroporto da região administrativa especial chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaRússia | Pequim felicita Putin pela tomada de posse para um quinto mandato O Governo chinês felicitou ontem o Presidente russo, Vladimir Putin, pela sua tomada de posse para um quinto mandato à frente do Kremlin. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que a Rússia “vai continuar a fazer novas conquistas na construção do Estado [russo] e no desenvolvimento económico e social” sob a liderança de Putin. Lin Jian afirmou que as relações entre China e Rússia “têm mantido um desenvolvimento saudável e estável” e “têm desempenhado um papel positivo na promoção do desenvolvimento comum e do progresso no mundo”. “Os laços entre China e Rússia trouxeram benefícios tangíveis para os povos dos dois países”, acrescentou o porta-voz, manifestando a esperança de que Moscovo e Pequim “reforcem continuamente a sua confiança mútua”, “expandam a sua cooperação”, “pratiquem um multilateralismo genuíno” e “conduzam a governação global numa direcção mais justa e razoável”. O porta-voz chinês recusou-se a confirmar se Putin vai visitar a China este mês, como o líder russo anunciou anteriormente. Em Fevereiro de 2022, pouco antes do início da invasão da Ucrânia, Putin e o Presidente chinês, Xi Jinping, proclamaram em Pequim uma “amizade sem limites” entre as suas nações. Desde então, têm argumentado que os seus laços “não ameaçam nenhum país” e que, de facto, “promovem o multilateralismo nas relações internacionais”. Desde o início do conflito na Ucrânia, a China tem apelado ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção às “preocupações legítimas de todos os países”, referindo-se à Rússia.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Música de protesto proibida Um tribunal de recurso atendeu ontem ao pedido do Governo de Hong Kong para proibir uma canção popular de protesto, anulando uma decisão judicial anterior. O Governo central chinês justificou ontem que a proibição da música pelo tribunal de Hong Kong foi uma “medida necessária”. “Impedir que alguém use ou transmita a música em questão (…) é uma medida legítima e necessária tomada por Hong Kong para cumprir a sua responsabilidade de proteger a segurança nacional”, disse Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, durante a sua conferência de imprensa regular. “Glória a Hong Kong” é a primeira música proibida no território desde o regresso da ex-colónia britânica à China, em 1997. O Governo de Hong Kong apresentou em Junho um pedido para proibir a música. Entretanto, no final de Julho, os tribunais rejeitaram o pedido, considerando que a sua proibição levantaria sérias questões sobre a liberdade de expressão. O Executivo da cidade apresentou um recurso que foi ontem atendido pelo tribunal.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Autor do ataque em hospital passou três anos na prisão e é residente local O autor do ataque a um hospital no sudoeste da China, que causou dois mortos e 21 feridos, é residente da vila onde ocorreu o incidente e esteve preso anteriormente, informou a imprensa local. O suspeito, que se encontra sob custódia policial desde terça-feira, tem 40 anos e vive na mesma vila onde ocorreu o incidente, segundo fontes policiais citadas pelo jornal chinês Henan Daily. O homem passou anteriormente três anos na prisão após ter cometido em 2013 uma agressão relacionada com um litígio sobre a compra de uma mota, segundo o mesmo jornal. Até ao momento, as autoridades não divulgaram informações sobre os motivos do ataque de terça-feira, que ocorreu às 13:20 locais no Hospital Chengnan, na vila de Zhenxiong, província de Yunnan. As imagens de vigilância do hospital divulgadas pouco depois do incidente mostram um homem no hospital com pelo menos duas facas com as quais atacou várias pessoas, após o que várias caíram no chão com ferimentos. Em 2016, depois de vários episódios de violência em hospitais chineses, as autoridades decidiram colocar polícias armados nos centros de saúde para impedir ataques de doentes ou familiares contra o pessoal médico. Quatro anos mais tarde, o país asiático promulgou uma lei da saúde que concedeu uma protecção específica ao pessoal médico e proibiu ameaçar ou pôr em perigo a segurança dos trabalhadores do sector, embora factores como a escassez de recursos médicos e o elevado custo de alguns tratamentos continuem a ser fonte de conflito. Armas do crime A China tem registado vários incidentes deste género, normalmente protagonizados por pessoas com problemas psicológicos ou ressentimentos com vizinhos ou a sociedade em geral. A lei chinesa proíbe rigorosamente a venda e posse de armas de fogo, pelo que os ataques são geralmente feitos com facas, explosivos de fabrico artesanal ou por atropelamento. Em Julho passado, um homem armado com uma faca matou seis pessoas e feriu outra num jardim-de-infância na província de Guangdong, no sudeste da China.
Hoje Macau China / ÁsiaSérvia | Presidente declarou perante Xi que Taiwan faz parte da China Depois de Paris, o Presidente chinês prossegue o seu périplo pela Europa. Em Belgrado, ouviu do seu homólogo sérvio palavras de amizade e reconhecimento de “Uma só China” O Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, declarou que “Taiwan é a China” durante um discurso de boas-vindas ao homólogo chinês Xi Jinping, que se encontra em Belgrado. “Temos uma posição clara e simples sobre a integridade territorial da China”, disse Vucic a uma multidão reunida em frente à sede do Governo da Sérvia. “Sim, Taiwan é a China”, sublinhou Vucic, num discurso transmitido pela televisão local. O Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, foi recebido ontem na capital da Sérvia pelo homólogo sérvio, antes das conversações bilaterais destinadas a aprofundar os laços económicos entre Pequim e Belgrado. A República Popular da China investiu milhares de milhões de euros na Sérvia e nos Balcãs, nomeadamente nos sectores da exploração mineira e da indústria transformadora. Pequim e Belgrado assinaram um acordo de comércio livre no ano passado. Alvo falhado O chefe de Estado chinês chegou a Belgrado no final da tarde de terça-feira, após uma visita de Estado a França onde manteve conversações com o Presidente francês Emmanuel Macron sobre os diferendos comerciais. Além da França, os dois outros países escolhidos por Xi Jinping para a primeira viagem à Europa desde 2019 (Sérvia e Hungria) são considerados estados com boas ligações com a Rússia e a República Popular da China. O ministro das Finanças sérvio, Sinisa Mali, disse ontem à emissora pública RTS que as conversações com a delegação de Pequim vão concentrar-se num “grande projecto”, mas não forneceu mais pormenores. Esta visita de Xi Jinping a Belgrado coincide com o 25.º aniversário do bombardeamento da embaixada chinesa pelos Estados Unidos, que matou três pessoas no dia 7 de Maio de 1999. A embaixada foi atingida durante uma campanha de ataques da NATO contra alvos sérvios durante a guerra do Kosovo. Mais tarde, os Estados Unidos pediram desculpa, alegando que os mapas não estavam actualizados e por isso, o piloto do avião de combate falhou o alvo. Referindo-se aos factos de 1999, num artigo publicado ontem no diário sérvio Politika, Xi Jinping escreveu que a NATO tinha “bombardeado sem vergonha” o edifício da embaixada.