Hoje Macau EventosLusofonia | Cinco companhias na VI mostra de teatro lusófono em Macau Portugal, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste participam no Teatrau – VI mostra de teatro dos países de língua portuguesa, de 22 a 27 de Outubro, em Macau [dropcap]D[/dropcap]e Portugal participa nesta mostra, coordenada e produzida pelo Instituto Português do Oriente (IPOR), o colectivo Primeira Pedra, fundado em 2018 e que se destaca “pelas intervenções artísticas, organização de eventos multidisciplinares e produção de espectáculos” Fundado em 1975, o grupo independente de arte dramática Hiu Hok encenou já mais de 200 peças, que “cobrem diferentes tipos de teatro”, indicou, em comunicado, o IPOR. Moçambique apresenta o Centro de Teatro do Oprimido, uma associação cultural lançada em 2013, de difusão de “técnicas alternativas de comunicação” e de dinamização cultural “para a formação e educação comunitária” e a procura de “soluções para problemas que afectem o desenvolvimento da comunidade”. Já a companhia LEGI TÉLA – Grupo tradicional de teatro e dança, de São Tomé e Príncipe, foi considerado no ano em que foi fundado, 2010, o melhor grupo de teatro na competição de teatro nacional do país. De Timor-Leste participa a companhia Estrela de Ramelau, criada em 2018 e que integra, entre outros, vários estudantes do ensino secundário e superior timorense, além de alunos da Escola Portuguesa de Díli. Faixa cultural O Teatrau realiza-se no âmbito da 11.ª semana cultural entre a China e os países de língua portuguesa, inaugurada oficialmente no sábado passado. O programa das companhias de teatro inclui ainda a realização de oficinas e visitas a instituições educativas para promoção da língua portuguesa, da criatividade e expressão pessoal, referiu. Com entrada livre, os espectáculos realizam-se no edifício do Antigo Tribunal, no centro da cidade. Sob o tema “uma faixa, uma rota cultural”, a semana cultural, organizada pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os países de língua portuguesa e co-organização do Instituto Cultural, apresenta ainda espectáculos musicais, exposição de pintura e fotografia, gastronomia e artesanato do bloco lusófono.
Hoje Macau EventosLusofonia | Cinco companhias na VI mostra de teatro lusófono em Macau Portugal, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste participam no Teatrau – VI mostra de teatro dos países de língua portuguesa, de 22 a 27 de Outubro, em Macau [dropcap]D[/dropcap]e Portugal participa nesta mostra, coordenada e produzida pelo Instituto Português do Oriente (IPOR), o colectivo Primeira Pedra, fundado em 2018 e que se destaca “pelas intervenções artísticas, organização de eventos multidisciplinares e produção de espectáculos” Fundado em 1975, o grupo independente de arte dramática Hiu Hok encenou já mais de 200 peças, que “cobrem diferentes tipos de teatro”, indicou, em comunicado, o IPOR. Moçambique apresenta o Centro de Teatro do Oprimido, uma associação cultural lançada em 2013, de difusão de “técnicas alternativas de comunicação” e de dinamização cultural “para a formação e educação comunitária” e a procura de “soluções para problemas que afectem o desenvolvimento da comunidade”. Já a companhia LEGI TÉLA – Grupo tradicional de teatro e dança, de São Tomé e Príncipe, foi considerado no ano em que foi fundado, 2010, o melhor grupo de teatro na competição de teatro nacional do país. De Timor-Leste participa a companhia Estrela de Ramelau, criada em 2018 e que integra, entre outros, vários estudantes do ensino secundário e superior timorense, além de alunos da Escola Portuguesa de Díli. Faixa cultural O Teatrau realiza-se no âmbito da 11.ª semana cultural entre a China e os países de língua portuguesa, inaugurada oficialmente no sábado passado. O programa das companhias de teatro inclui ainda a realização de oficinas e visitas a instituições educativas para promoção da língua portuguesa, da criatividade e expressão pessoal, referiu. Com entrada livre, os espectáculos realizam-se no edifício do Antigo Tribunal, no centro da cidade. Sob o tema “uma faixa, uma rota cultural”, a semana cultural, organizada pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os países de língua portuguesa e co-organização do Instituto Cultural, apresenta ainda espectáculos musicais, exposição de pintura e fotografia, gastronomia e artesanato do bloco lusófono.
Hoje Macau SociedadeMIF | Feira internacional começa amanhã e decorre até sábado A Feira Internacional de Macau (MIF) e a Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa (PLPEX) vão promover a partir de amanhã os países lusófonos, com Cabo Verde em destaque, indicou ontem a organização [dropcap]C[/dropcap]abo Verde é o país parceiro do evento, que se realiza entre amanhã e sábado, organizado pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, com o apoio de entidades económicas e comerciais de Macau, do interior da China e de Hong Kong. O ministro da Indústria, Comércio e Energia de Cabo Verde, Alexandre Dias Monteiro, vai liderar uma delegação com uma “presença institucional forte” que conta ainda com a ministra da Educação de Cabo Verde, Maritza Rosabal Peña, sublinhou a presidente da Cabo Verde TradeInvest, Ana Lima Barber, na conferência de imprensa que serviu para apresentar o evento. Ambos os ministros deverão participar nos dias da MIF em pelo menos duas cerimónias: a assinatura de protocolos relacionados com o ensino superior e de geminação entre a ilha de Boa Vista e uma cidade da província chinesa de Jiangsu, indicou a responsável da Cabo Verde TradeInvest, a agência pública de promoção e de investimento daquele país. Ana Lima Barber sublinhou ainda que todas as ilhas de Cabo Verde vão estar representadas por 22 empresas dos sectores de agronegócios, comércio, serviços e indústria, na certeza de que este tipo de eventos “fortalece as relações comerciais e empresariais e fomenta novas oportunidades” para as empresas. A 24.ª MIF e a PLPEX deste ano vão custar no total cerca de 41,9 milhões de patacas e ocupar uma área de aproximadamente 24 mil metros quadrados, com 1.500 stands e pavilhões temáticos. Milhões tecnológicos A presidente da Cabo Verde TradeInvest referiu ainda que uma empresa de Macau está a investir mais de 40 milhões de dólares no país na área das tecnologias de informação, para se expandir no mercado africano. A Macao Bringbuys Web Technology quer criar um uma plataforma de fornecimento de serviços tecnológicos para a África Ocidental na capital cabo-verdiana, num projecto que já aumentou para o dobro em termos de investimento estimado, indicou Ana Lima Barber, que lidera a agência pública de promoção e de investimento daquele país lusófono. “O projecto tem cinco anos e depois será revisto”, assinalou aquela responsável. Barber referia-se a um investimento cujos princípios foram definidos num acordo assinado durante o 12.º Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre China e Países de Língua Portuguesa, em 2018, referindo-se a um centro de computação em nuvem, um centro de dados ‘offshore’, instituições de formação e incubadoras em Cabo Verde com planos de expansão mo mercado africano. A empresa está agora “a olhar para este investimento já com uma dimensão muito maior”, explicou, salientando a vertente de comércio electrónico para “expor as empresas chinesas ao mercado africano, para exportarem”, mas sobretudo a “oportunidade de investimento [que significa] também para Cabo Verde”. A mesma responsável aproveitou para explicar que o projecto se enquadra na vontade de Cabo Verde em “atrair investimentos de qualidade”, proporcionados, sublinhou, pela política de incentivos fiscais, a livre transferência de fundos, a estabilidade laboral, social e política, bem como pela conectividade com outros países e outros mercados, como o lusófono e o europeu.
Hoje Macau SociedadeMIF | Feira internacional começa amanhã e decorre até sábado A Feira Internacional de Macau (MIF) e a Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa (PLPEX) vão promover a partir de amanhã os países lusófonos, com Cabo Verde em destaque, indicou ontem a organização [dropcap]C[/dropcap]abo Verde é o país parceiro do evento, que se realiza entre amanhã e sábado, organizado pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, com o apoio de entidades económicas e comerciais de Macau, do interior da China e de Hong Kong. O ministro da Indústria, Comércio e Energia de Cabo Verde, Alexandre Dias Monteiro, vai liderar uma delegação com uma “presença institucional forte” que conta ainda com a ministra da Educação de Cabo Verde, Maritza Rosabal Peña, sublinhou a presidente da Cabo Verde TradeInvest, Ana Lima Barber, na conferência de imprensa que serviu para apresentar o evento. Ambos os ministros deverão participar nos dias da MIF em pelo menos duas cerimónias: a assinatura de protocolos relacionados com o ensino superior e de geminação entre a ilha de Boa Vista e uma cidade da província chinesa de Jiangsu, indicou a responsável da Cabo Verde TradeInvest, a agência pública de promoção e de investimento daquele país. Ana Lima Barber sublinhou ainda que todas as ilhas de Cabo Verde vão estar representadas por 22 empresas dos sectores de agronegócios, comércio, serviços e indústria, na certeza de que este tipo de eventos “fortalece as relações comerciais e empresariais e fomenta novas oportunidades” para as empresas. A 24.ª MIF e a PLPEX deste ano vão custar no total cerca de 41,9 milhões de patacas e ocupar uma área de aproximadamente 24 mil metros quadrados, com 1.500 stands e pavilhões temáticos. Milhões tecnológicos A presidente da Cabo Verde TradeInvest referiu ainda que uma empresa de Macau está a investir mais de 40 milhões de dólares no país na área das tecnologias de informação, para se expandir no mercado africano. A Macao Bringbuys Web Technology quer criar um uma plataforma de fornecimento de serviços tecnológicos para a África Ocidental na capital cabo-verdiana, num projecto que já aumentou para o dobro em termos de investimento estimado, indicou Ana Lima Barber, que lidera a agência pública de promoção e de investimento daquele país lusófono. “O projecto tem cinco anos e depois será revisto”, assinalou aquela responsável. Barber referia-se a um investimento cujos princípios foram definidos num acordo assinado durante o 12.º Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre China e Países de Língua Portuguesa, em 2018, referindo-se a um centro de computação em nuvem, um centro de dados ‘offshore’, instituições de formação e incubadoras em Cabo Verde com planos de expansão mo mercado africano. A empresa está agora “a olhar para este investimento já com uma dimensão muito maior”, explicou, salientando a vertente de comércio electrónico para “expor as empresas chinesas ao mercado africano, para exportarem”, mas sobretudo a “oportunidade de investimento [que significa] também para Cabo Verde”. A mesma responsável aproveitou para explicar que o projecto se enquadra na vontade de Cabo Verde em “atrair investimentos de qualidade”, proporcionados, sublinhou, pela política de incentivos fiscais, a livre transferência de fundos, a estabilidade laboral, social e política, bem como pela conectividade com outros países e outros mercados, como o lusófono e o europeu.
Hoje Macau SociedadeEmbratur vai propor ao Congresso brasileiro casinos como em Macau [dropcap]O[/dropcap] presidente da Embratur – Instituto Brasileiro do Turismo disse ontem em entrevista à Lusa que vai ser proposto ao Congresso a autorização de abertura de casinos em ‘resorts’ integrados como os de Macau e Singapura. Gilson Machado Neto disse que há várias “acções ambiciosas” que vão ser enviadas ao Congresso brasileiro ainda este ano, mas que há também uma proposta que está a ser alvo de análise: a abertura de casinos no Brasil. “Outra coisa que temos em mente é a liberalização de ‘clusters’ de resorts integrados como este [MGM, em Macau], de casino, no Brasil”, explicou. “No Brasil o casino ainda é proibido”, lembrou, pelo que é necessário garantir uma mudança legislativa para concretizar esta aposta na indústria do jogo e do lazer. “É esse modelo de Macau e de Singapura que nós estamos a estudar e vamos apresentar ao Congresso”, precisou Gilson Machado Neto. Em Macau, onde são esperados cerca de 40 milhões de visitantes este ano, o ministro do Turismo brasileiro já tinha feito questão de apontar, na segunda-feira, uma das apostas para impulsionar ainda mais o turismo e o financiamento privado: os casinos. “Quero lembrar que o [poder] legislativo no Brasil avalia regulamentar a operação de casinos em ‘resorts’ [integrados], abrindo grandes vias de investimento” no país, sublinhou Marcelo Álvaro António, à margem do Fórum de Economia de Turismo Global, que terminou ontem.
Andreia Sofia Silva SociedadeBolsa de Valores em Macau | Analistas alertam para problemas estruturais das empresas As autoridades de Macau desejam abrir uma bolsa de valores no território, mas analistas e economistas acreditam que não só as empresas não possuem a contabilidade organizada como faltam estruturas complementares e um quadro legal de suporte [dropcap]A[/dropcap] Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) demonstrou esta semana ter receios quanto à viabilidade de uma bolsa de valores no território, e as preocupações não são para menos. De acordo com dois economistas ouvidos pelo HM, e vários analistas ouvidos pelo South China Morning Post, Macau não tem dimensão ou estrutura suficiente para operar este tipo de entidade. Albano Martins, economista, disse ao HM que este é um assunto antigo, que nunca ganhou outros contornos porque o mercado financeiro de Macau não mudou. “Estive no gabinete de estudos da AMCM e durante muitos anos esse assunto foi debatido. Macau não tem condições do ponto de vista financeiro para ter bolsa de valores, porque cerca de 90 por cento das empresas não tem contabilidade organizada.” “Em termos fiscais, Macau é um bom sítio porque os impostos são baixos, mas não sei qual é a vantagem para o território em si. Porquê Macau e não uma outra cidade da China”, questionou Albano Martins, que alertou para as diferenças em termos de documentação legal. Outro economista, José Pãosinho, também acredita que “não faz sentido” a existência de uma bolsa de valores em Macau “pela estrutura das empresas existentes e as regulamentações”. Além da ausência de uma contabilidade organizada, o economista aponta que uma bolsa de valores “seria mau para a imagem de Macau, pois poderia tornar-se no centro de colocação de tudo o que fosse rejeitado em Hong Kong”. “Oiço esse tema desde 1988, quando cheguei ao território. Macau não tem dimensão suficiente, em termos de liquidez, para ter uma bolsa de valores, a não ser que fossem só os estrangeiros a recorrer a ela. Além disso, faltariam quadros técnicos.” De acordo com a edição de ontem do South China Morning Post (SCMP), a ideia seria abrir uma bolsa de valores do tipo Nasdaq que operaria em yuan, em regime offshore, e que teria como foco principal as empresas do ramo tecnológico que operam na zona da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. “Isso só seria viável se Macau fosse um sítio, e mais nada. Do ponto de vista das operações das empresas de Macau não vejo nada de especial. E porquê uma bolsa de tecnologia em Macau quando em Hong Kong as estruturas existem todas?”, questionou José Pãosinho. Diferenças abissais Há muito um mercado financeiro regulamentado e solidificado, Hong Kong tem actualmente 164 bancos licenciados, 70 deles com enorme presença internacional, como é o caso da Goldman Sachs, JP Morgan Chase ou Morgan Stanley, entre outros, sem esquecer as 600 empresas correctoras. Na China, as cidades de Shenzen e Xangai há muito que desempenham um importante papel como praças financeiras. Ouvido pelo SCMP, Kenny Ng, consultor para a área de segurança da empresa Everbright Sun Hung Kai, que opera na área financeira, acredita que uma bolsa de valores em Macau poderia entrar em choque com o projecto já existente em Shenzen. “Se a bolsa de valores de Macau se posicionar num mercado de estilo Nasdaq, vai sobrepor-se ao ChiNext e ao mercado de pequenas e médias empresas da bolsa de valores de Shenzen.” Clement Chan, director-geral de contas da consultora BDO, felicita o Governo de Macau por esta iniciativa, mas alerta para o facto de “uma operacionalização significativa de uma bolsa de valores necessitar de ser suportada por vários desenvolvimentos complementares na área legal, contabilística e financeira, só para nomear alguns”. Nesse sentido, “Macau tem um longo caminho a percorrer para estabelecer o essencial”. O facto de se propor uma bolsa de valores em yuan constitui outro obstáculo, defende Kenny Ng, pelo facto de ser uma moeda ainda pouco transaccionada por investidores internacionais, o que traria um impacto negativo ao projecto. No final de Agosto, Macau tinha depósitos em yuan, em regime offshore, na ordem dos 51.12 mil milhões, um valor que representa apenas sete por cento do montante registado em Hong Kong, na ordem dos 664 mil milhões de yuan. “Se os depósitos em yuan feitos em Macau fossem cambiados para dólares de Hong Kong, seriam suficientes para cobrir apenas metade de um dia de transacções na bolsa de valores de Hong Kong, que atingiu a média de 107.4 mil milhões de dólares, num só dia, em 2018”, lê-se no SCMP. Angela Leong expectante A deputada Angela Leong disse ao Jornal do Cidadão que está expectante face à possibilidade de vir a ser criada uma bolsa de valores em Macau a operar em renmimbi. A empresária, ligada à Sociedade de Jogos de Macau, espera que as autoridades do território possam desenvolver medidas que se articulem com as políticas nacionais, aproveitando o papel de Macau como plataforma entre a China e os países de língua portuguesa e o seu lugar no projecto da Grande Baía.
Andreia Sofia Silva SociedadeBolsa de Valores em Macau | Analistas alertam para problemas estruturais das empresas As autoridades de Macau desejam abrir uma bolsa de valores no território, mas analistas e economistas acreditam que não só as empresas não possuem a contabilidade organizada como faltam estruturas complementares e um quadro legal de suporte [dropcap]A[/dropcap] Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) demonstrou esta semana ter receios quanto à viabilidade de uma bolsa de valores no território, e as preocupações não são para menos. De acordo com dois economistas ouvidos pelo HM, e vários analistas ouvidos pelo South China Morning Post, Macau não tem dimensão ou estrutura suficiente para operar este tipo de entidade. Albano Martins, economista, disse ao HM que este é um assunto antigo, que nunca ganhou outros contornos porque o mercado financeiro de Macau não mudou. “Estive no gabinete de estudos da AMCM e durante muitos anos esse assunto foi debatido. Macau não tem condições do ponto de vista financeiro para ter bolsa de valores, porque cerca de 90 por cento das empresas não tem contabilidade organizada.” “Em termos fiscais, Macau é um bom sítio porque os impostos são baixos, mas não sei qual é a vantagem para o território em si. Porquê Macau e não uma outra cidade da China”, questionou Albano Martins, que alertou para as diferenças em termos de documentação legal. Outro economista, José Pãosinho, também acredita que “não faz sentido” a existência de uma bolsa de valores em Macau “pela estrutura das empresas existentes e as regulamentações”. Além da ausência de uma contabilidade organizada, o economista aponta que uma bolsa de valores “seria mau para a imagem de Macau, pois poderia tornar-se no centro de colocação de tudo o que fosse rejeitado em Hong Kong”. “Oiço esse tema desde 1988, quando cheguei ao território. Macau não tem dimensão suficiente, em termos de liquidez, para ter uma bolsa de valores, a não ser que fossem só os estrangeiros a recorrer a ela. Além disso, faltariam quadros técnicos.” De acordo com a edição de ontem do South China Morning Post (SCMP), a ideia seria abrir uma bolsa de valores do tipo Nasdaq que operaria em yuan, em regime offshore, e que teria como foco principal as empresas do ramo tecnológico que operam na zona da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. “Isso só seria viável se Macau fosse um sítio, e mais nada. Do ponto de vista das operações das empresas de Macau não vejo nada de especial. E porquê uma bolsa de tecnologia em Macau quando em Hong Kong as estruturas existem todas?”, questionou José Pãosinho. Diferenças abissais Há muito um mercado financeiro regulamentado e solidificado, Hong Kong tem actualmente 164 bancos licenciados, 70 deles com enorme presença internacional, como é o caso da Goldman Sachs, JP Morgan Chase ou Morgan Stanley, entre outros, sem esquecer as 600 empresas correctoras. Na China, as cidades de Shenzen e Xangai há muito que desempenham um importante papel como praças financeiras. Ouvido pelo SCMP, Kenny Ng, consultor para a área de segurança da empresa Everbright Sun Hung Kai, que opera na área financeira, acredita que uma bolsa de valores em Macau poderia entrar em choque com o projecto já existente em Shenzen. “Se a bolsa de valores de Macau se posicionar num mercado de estilo Nasdaq, vai sobrepor-se ao ChiNext e ao mercado de pequenas e médias empresas da bolsa de valores de Shenzen.” Clement Chan, director-geral de contas da consultora BDO, felicita o Governo de Macau por esta iniciativa, mas alerta para o facto de “uma operacionalização significativa de uma bolsa de valores necessitar de ser suportada por vários desenvolvimentos complementares na área legal, contabilística e financeira, só para nomear alguns”. Nesse sentido, “Macau tem um longo caminho a percorrer para estabelecer o essencial”. O facto de se propor uma bolsa de valores em yuan constitui outro obstáculo, defende Kenny Ng, pelo facto de ser uma moeda ainda pouco transaccionada por investidores internacionais, o que traria um impacto negativo ao projecto. No final de Agosto, Macau tinha depósitos em yuan, em regime offshore, na ordem dos 51.12 mil milhões, um valor que representa apenas sete por cento do montante registado em Hong Kong, na ordem dos 664 mil milhões de yuan. “Se os depósitos em yuan feitos em Macau fossem cambiados para dólares de Hong Kong, seriam suficientes para cobrir apenas metade de um dia de transacções na bolsa de valores de Hong Kong, que atingiu a média de 107.4 mil milhões de dólares, num só dia, em 2018”, lê-se no SCMP. Angela Leong expectante A deputada Angela Leong disse ao Jornal do Cidadão que está expectante face à possibilidade de vir a ser criada uma bolsa de valores em Macau a operar em renmimbi. A empresária, ligada à Sociedade de Jogos de Macau, espera que as autoridades do território possam desenvolver medidas que se articulem com as políticas nacionais, aproveitando o papel de Macau como plataforma entre a China e os países de língua portuguesa e o seu lugar no projecto da Grande Baía.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaDeclaração conjunta | Só cenário de violência extrema justificaria análise, diz analista Carlos Gaspar, que fez parte da delegação portuguesa que assinou a Declaração Conjunta com as autoridades chinesas, em 1987, defende que só um cenário de violência “em larga escala tornaria inevitável uma nova avaliação das condições políticas” que garantem o cumprimento do documento na RAEM [dropcap]A[/dropcap]valiar a situação política que garanta o respeito pela Declaração Conjunta, assinada em 1987, só numa situação de violência extrema. É esta a posição de Carlos Gaspar, antigo conselheiro de Mário Soares que fez parte da delegação portuguesa que assinou o documento. Carlos Gaspar, hoje professor universitário, foi ainda assessor de Jorge Sampaio, Presidente da República portuguesa à data da transferência de soberania do território, em 1999. “Os acontecimentos de Hong Kong não são comparáveis à repressão de Tiananmen, mas devem ser acompanhados pelas autoridades responsáveis. Obviamente, um cenário de violência em larga escala tornaria inevitável uma nova avaliação das condições políticas que garantem o quadro de referência da Declaração Conjunta luso-chinesa sobre Macau”, apontou ao HM quando confrontado com uma carta enviada por um cidadão de Hong Kong, em conjunto com colegas de Macau, ao Governo português. A carta pede que as autoridades portuguesas condenem as violações dos direitos humanos por parte da polícia e tríades. Enviada há três meses para Lisboa, a missiva ainda não obteve resposta. O HM tentou obter uma reacção junto da Presidência da República portuguesa, que reencaminhou as perguntas para o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE). Até ao fecho desta edição, o MNE não respondeu às questões colocadas. Carlos Gaspar recorda o facto de a Declaração Conjunta luso-chinesa “não prever mecanismos de avaliação”. Contudo, “tanto Portugal como a República Popular da China têm a responsabilidade de proceder à análise das condições políticas que garantem o respeito pelo conjunto das disposições fundamentais do acordo bilateral que tornou possível a transferência de poderes em Macau”. O pedido feito na carta enviada às autoridades portuguesas não é novo, como destaca Carlos Gaspar. “Essa questão foi posta pela primeira vez em 1989, depois da repressão das manifestações de Tiananmen, quando podia estar posta em causa a continuidade das políticas de reforma e de abertura do regime chinês, em que se inscrevem tanto a Declaração Conjunta sino-britânica, como a Declaração Conjunta luso-chinesa. Nesse quadro, Portugal associou-se às sanções impostas pela União Europeia, mas manteve abertos todos os canais oficiais com a República Popular da China, que confirmou a sua linha reformista em 1992.” Sem interesse Fernando Lima, autor do livro “Macau, um Diálogo de Sucesso” e ex-assessor de Cavaco Silva, quando este era primeiro-ministro, de 1986 a 1995, defende que o Governo português não está interessado numa possível avaliação do documento. “O que retenho é a declaração de Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, segundo a qual ‘a Lei Básica está a ser cumprida em Macau’. Também nessa declaração fala de contactos permanentes com as autoridades da RAEM para casos pontuais que suscitam apreensão. Quais são, não conhecemos. Perante a declaração do ministro, duvido que o Governo português queira, alguma vez, proceder a qualquer avaliação, até porque sabe que a China nunca a aceitaria, independentemente dos acontecimentos de Hong Kong.” Para Fernando Lima, “a Declaração Conjunta é um compromisso entre dois Estados com prazo de validade e, desde a transferência de soberania, Pequim considera Macau, tal como Hong Kong, um assunto interno da China”, rematou. Garcia Leandro, ex-Governador de Macau, não aceitou comentar o caso por considerar que este assunto cabe às autoridades competentes.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaDeclaração conjunta | Só cenário de violência extrema justificaria análise, diz analista Carlos Gaspar, que fez parte da delegação portuguesa que assinou a Declaração Conjunta com as autoridades chinesas, em 1987, defende que só um cenário de violência “em larga escala tornaria inevitável uma nova avaliação das condições políticas” que garantem o cumprimento do documento na RAEM [dropcap]A[/dropcap]valiar a situação política que garanta o respeito pela Declaração Conjunta, assinada em 1987, só numa situação de violência extrema. É esta a posição de Carlos Gaspar, antigo conselheiro de Mário Soares que fez parte da delegação portuguesa que assinou o documento. Carlos Gaspar, hoje professor universitário, foi ainda assessor de Jorge Sampaio, Presidente da República portuguesa à data da transferência de soberania do território, em 1999. “Os acontecimentos de Hong Kong não são comparáveis à repressão de Tiananmen, mas devem ser acompanhados pelas autoridades responsáveis. Obviamente, um cenário de violência em larga escala tornaria inevitável uma nova avaliação das condições políticas que garantem o quadro de referência da Declaração Conjunta luso-chinesa sobre Macau”, apontou ao HM quando confrontado com uma carta enviada por um cidadão de Hong Kong, em conjunto com colegas de Macau, ao Governo português. A carta pede que as autoridades portuguesas condenem as violações dos direitos humanos por parte da polícia e tríades. Enviada há três meses para Lisboa, a missiva ainda não obteve resposta. O HM tentou obter uma reacção junto da Presidência da República portuguesa, que reencaminhou as perguntas para o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE). Até ao fecho desta edição, o MNE não respondeu às questões colocadas. Carlos Gaspar recorda o facto de a Declaração Conjunta luso-chinesa “não prever mecanismos de avaliação”. Contudo, “tanto Portugal como a República Popular da China têm a responsabilidade de proceder à análise das condições políticas que garantem o respeito pelo conjunto das disposições fundamentais do acordo bilateral que tornou possível a transferência de poderes em Macau”. O pedido feito na carta enviada às autoridades portuguesas não é novo, como destaca Carlos Gaspar. “Essa questão foi posta pela primeira vez em 1989, depois da repressão das manifestações de Tiananmen, quando podia estar posta em causa a continuidade das políticas de reforma e de abertura do regime chinês, em que se inscrevem tanto a Declaração Conjunta sino-britânica, como a Declaração Conjunta luso-chinesa. Nesse quadro, Portugal associou-se às sanções impostas pela União Europeia, mas manteve abertos todos os canais oficiais com a República Popular da China, que confirmou a sua linha reformista em 1992.” Sem interesse Fernando Lima, autor do livro “Macau, um Diálogo de Sucesso” e ex-assessor de Cavaco Silva, quando este era primeiro-ministro, de 1986 a 1995, defende que o Governo português não está interessado numa possível avaliação do documento. “O que retenho é a declaração de Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, segundo a qual ‘a Lei Básica está a ser cumprida em Macau’. Também nessa declaração fala de contactos permanentes com as autoridades da RAEM para casos pontuais que suscitam apreensão. Quais são, não conhecemos. Perante a declaração do ministro, duvido que o Governo português queira, alguma vez, proceder a qualquer avaliação, até porque sabe que a China nunca a aceitaria, independentemente dos acontecimentos de Hong Kong.” Para Fernando Lima, “a Declaração Conjunta é um compromisso entre dois Estados com prazo de validade e, desde a transferência de soberania, Pequim considera Macau, tal como Hong Kong, um assunto interno da China”, rematou. Garcia Leandro, ex-Governador de Macau, não aceitou comentar o caso por considerar que este assunto cabe às autoridades competentes.
João Santos Filipe PolíticaPereira Coutinho questiona Governo sobre medidas para a carne de suínos [dropcap]J[/dropcap]osé Pereira Coutinho quer saber que medidas estão a ser tomadas pelo Governo para garantir a segurança no que diz respeito às importações de carne de porco, vindas do Interior. É este o conteúdo da última interpelação escrita pelo deputado ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), que surge na sequência do surto de peste suína que afecta o outro lado da fronteira. “Nos últimos tempos os cidadãos têm estado quase sempre bastante preocupados com a qualidade sanitária das carnes de porco consumidas em Macau. A questão da peste suína clássica tem afectado muito o consumo de carnes de porco no interior do continente, tendo como consequência o aumento brutal dos preços e obrigado ao escoamento adicional das reservas estatais destas carnes face à sua escassez”, começa por contextualizar. Porém, segundo o deputado, a questão é mais preocupante porque há outros surtos que podem ameaçar a saúde da população. Por isso, Coutinho pergunta: “Que medidas concretas e efectivas estão a ser adoptadas pelas autoridades veterinárias locais no sentido de detectar preventivamente […] os suínos que não estão contaminados com peste suína clássica, peste suína africana, febre afitosa, doença vesiculosa dos suínos, encefalite de vírus Nipah e outras doenças graves?”. Mas além da qualidade da carne importada, o legislador considera que é preciso ir mais longe e começar a prevenção com a monitorização de quintas afectadas: “Que medidas concretas e efectivas foram implementadas para detectar preventivamente que as importações são originárias de explorações do interior do continente identificadas com sinais clínicos de carbúnculo hemático, turberculose, para-tuberculose, doença de Aujeszky, brucelose, doença de Teschen, gastroenterite transmissível, síndrome reprodutiva e respiratória porcina?”, pergunta. Mecanismo de informação Por outro lado, o deputado quer saber se existe em vigor um mecanismo que permita que as autoridades sanitárias da RAEM sejam notificadas regularmente sobre a proveniência de carne, principalmente quando é proveniente de locais sujeitos a quarentenas ou restrições de movimentação. Foi em Agosto de 2018 que o surto de peste suína africana foi pela primeira vez identificado na China. Desde então alastrou-se a regiões como Mongólia, Vietname, Camboja, Hong Kong, Coreias, Laos ou Myanmar. Contudo, no Interior o impacto tem sido mais profundo e fez disparar o preço da carne de porco. Este é um aumento que também se fez sentir em Macau, uma vez que as únicas empresas que têm autorização para importar porcos vivos, a Nam Kwong e Nam Yue, trazem os animais do Interior.
João Santos Filipe PolíticaAL | Pressões para omitir agradecimento a Taipa e Cardinal [dropcap]S[/dropcap]ulu Sou admitiu ontem que foi pressionado por actuais juristas da Assembleia Legislativa para abdicar da intervenção antes da ordem do dia em que agradeceu aos assessores legais Paulo Cardinal e Paulo Taipa. A intervenção foi feita em Dezembro do ano passado, depois dos dois juristas portugueses terem sido dispensados por decisão de Ho Iat Seng e da mesa da AL. “Se se recordam em Dezembro tive um discurso antes da ordem do dia para agradecer o contributo dos dois assessores jurídicos. Mas depois de ter submetido a proposta de discurso à AL, alguns juristas ligaram-me a sugerir que não falasse sobre esse assunto”, revelou ontem o jovem deputado. “Segundo eles [os juristas], o assunto da intervenção antes da ordem do dia não respeitava o regimento porque não era um assunto sobre a sociedade local, sobre a comunidade”, acrescentou. De acordo com o Regimento da AL, ou seja as regras que orientam o funcionamento do hemiciclo, as intervenções antes da ordem do dia podem focar dois aspectos: “qualquer assunto de interesse para a RAEM ou para a sua população” ou ainda a “emissão de declarações políticas”. A solução para que os juristas autorizassem o deputado a discursar acabou por ser esta segunda opção: “No final, utilizei o outro ponto do regimento. Fiz a intervenção como emissão de uma declaração política, porque são as duas abordagens que o período antes da ordem do dia permite”, reconheceu. A intervenção ficou marcada pelo agradecimento em português do deputado, que não domina o idioma, a Paulo Taipa e Paulo Cardinal: “Muito obrigado por tudo”, afirmou na altura Sulu Sou.
João Santos Filipe PolíticaAL | Pressões para omitir agradecimento a Taipa e Cardinal [dropcap]S[/dropcap]ulu Sou admitiu ontem que foi pressionado por actuais juristas da Assembleia Legislativa para abdicar da intervenção antes da ordem do dia em que agradeceu aos assessores legais Paulo Cardinal e Paulo Taipa. A intervenção foi feita em Dezembro do ano passado, depois dos dois juristas portugueses terem sido dispensados por decisão de Ho Iat Seng e da mesa da AL. “Se se recordam em Dezembro tive um discurso antes da ordem do dia para agradecer o contributo dos dois assessores jurídicos. Mas depois de ter submetido a proposta de discurso à AL, alguns juristas ligaram-me a sugerir que não falasse sobre esse assunto”, revelou ontem o jovem deputado. “Segundo eles [os juristas], o assunto da intervenção antes da ordem do dia não respeitava o regimento porque não era um assunto sobre a sociedade local, sobre a comunidade”, acrescentou. De acordo com o Regimento da AL, ou seja as regras que orientam o funcionamento do hemiciclo, as intervenções antes da ordem do dia podem focar dois aspectos: “qualquer assunto de interesse para a RAEM ou para a sua população” ou ainda a “emissão de declarações políticas”. A solução para que os juristas autorizassem o deputado a discursar acabou por ser esta segunda opção: “No final, utilizei o outro ponto do regimento. Fiz a intervenção como emissão de uma declaração política, porque são as duas abordagens que o período antes da ordem do dia permite”, reconheceu. A intervenção ficou marcada pelo agradecimento em português do deputado, que não domina o idioma, a Paulo Taipa e Paulo Cardinal: “Muito obrigado por tudo”, afirmou na altura Sulu Sou.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAL | Sulu Sou admite que sente “medo” devido a pressões políticas O deputado mais novo do hemiciclo confessou que a pressão que sofre devido à actividade política faz com que tanto ele, como os membros da Novo Macau, sintam medo. O legislador admitiu ainda que houve ameaças contra a associação vindas de Macau e do Interior da China [dropcap]A[/dropcap] actividade política faz com que Sulu Sou, e os outros membros da Novo Macau, sintam medo no dia-a-dia. A confissão foi feita pelo deputado ontem, quando recordou as ameaças a um membro da associação e à própria associação, que colocaram em causa o futuro da mesma. “Sim [sentimos medo]… Eu… Nós somos humanos e algumas vezes temos medo, preocupamo-nos… Somos humanos. Mas vamos tentar dar o nosso melhor para manter as nossas promessas e os nossos princípios no futuro”, admitiu Sulu Sou, numa conferência de imprensa que serviu para fazer o balanço da última sessão legislativa. Foi em Agosto deste ano que a Associação Novo Macau tentou organizar um referendo sobre a implementação de um sufrágio universal em Macau. Durante as acções de campanha para promover o referendo um dos membros foi ameaçado verbalmente, o que gerou uma queixa junto da polícia. Porém, houve ainda outra ameaça em relação às actividades da associação pró-democracia. Este ambiente, em conjunto com que se passa em Hong Kong, levou o democrata a admitir que a associação tem cada vez menos margem de manobra. “Enfrentamos tempos difíceis, não só em Macau, mas também em outras regiões, em outras sociedades vizinhas, e podemos prever que no futuro vamos enfrentar cada vez mais pressão e dificuldades no nosso trabalho”, afirmou. “Mas não vamos desistir”, prometeu. Ainda em relação às ameaças, Sou recusou dar pormenores uma vez que uma delas está actualmente a ser investigada pela polícia. Quanto às ameaças à associação, Sou considerou ser uma questão política, pelo que não seria possível fazer queixa junto das autoridades: “Disseram-nos que algo ia acontecer à Associação Novo Macau. Mas até agora podemos confirmar que não aconteceu nada. […] Também não sei se vai acontecer ou não”, respondeu. O legislador admitiu ainda que as ameaças tiveram origem em Macau e no Interior da China. Linha vermelha Sulu Sou confessou ainda que todo este cenário complica a acção política, uma vez que ele e os membros sentem que há áreas sensíveis na política de Macau, mas que não conseguem identificá-las. “Falámos recentemente e não sabemos o que é a área sensível de actuação política. Não conseguimos saber o que é sensível em Macau. […] Vou continuar com os meus princípios, mas é um facto que enfrentamos mais e mais pressão”, prometeu. Na conferência de ontem, o mais novo legislador do hemiciclo traçou os objectivos para a nova sessão legislativa, que começa esta tarde e se prolonga até Agosto do próximo ano. Um dos principais objectivos do deputado passa por fazer com que a AL se assuma efectivamente como um órgão de supervisão do Executivo e para isso conta com o apoio do futuro Chefe do Executivo. Neste aspecto, Sulu Sou recordou que Ho Iat Seng, como presidente da AL, sempre sublinhou a missão de supervisão do hemiciclo.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAL | Sulu Sou admite que sente “medo” devido a pressões políticas O deputado mais novo do hemiciclo confessou que a pressão que sofre devido à actividade política faz com que tanto ele, como os membros da Novo Macau, sintam medo. O legislador admitiu ainda que houve ameaças contra a associação vindas de Macau e do Interior da China [dropcap]A[/dropcap] actividade política faz com que Sulu Sou, e os outros membros da Novo Macau, sintam medo no dia-a-dia. A confissão foi feita pelo deputado ontem, quando recordou as ameaças a um membro da associação e à própria associação, que colocaram em causa o futuro da mesma. “Sim [sentimos medo]… Eu… Nós somos humanos e algumas vezes temos medo, preocupamo-nos… Somos humanos. Mas vamos tentar dar o nosso melhor para manter as nossas promessas e os nossos princípios no futuro”, admitiu Sulu Sou, numa conferência de imprensa que serviu para fazer o balanço da última sessão legislativa. Foi em Agosto deste ano que a Associação Novo Macau tentou organizar um referendo sobre a implementação de um sufrágio universal em Macau. Durante as acções de campanha para promover o referendo um dos membros foi ameaçado verbalmente, o que gerou uma queixa junto da polícia. Porém, houve ainda outra ameaça em relação às actividades da associação pró-democracia. Este ambiente, em conjunto com que se passa em Hong Kong, levou o democrata a admitir que a associação tem cada vez menos margem de manobra. “Enfrentamos tempos difíceis, não só em Macau, mas também em outras regiões, em outras sociedades vizinhas, e podemos prever que no futuro vamos enfrentar cada vez mais pressão e dificuldades no nosso trabalho”, afirmou. “Mas não vamos desistir”, prometeu. Ainda em relação às ameaças, Sou recusou dar pormenores uma vez que uma delas está actualmente a ser investigada pela polícia. Quanto às ameaças à associação, Sou considerou ser uma questão política, pelo que não seria possível fazer queixa junto das autoridades: “Disseram-nos que algo ia acontecer à Associação Novo Macau. Mas até agora podemos confirmar que não aconteceu nada. […] Também não sei se vai acontecer ou não”, respondeu. O legislador admitiu ainda que as ameaças tiveram origem em Macau e no Interior da China. Linha vermelha Sulu Sou confessou ainda que todo este cenário complica a acção política, uma vez que ele e os membros sentem que há áreas sensíveis na política de Macau, mas que não conseguem identificá-las. “Falámos recentemente e não sabemos o que é a área sensível de actuação política. Não conseguimos saber o que é sensível em Macau. […] Vou continuar com os meus princípios, mas é um facto que enfrentamos mais e mais pressão”, prometeu. Na conferência de ontem, o mais novo legislador do hemiciclo traçou os objectivos para a nova sessão legislativa, que começa esta tarde e se prolonga até Agosto do próximo ano. Um dos principais objectivos do deputado passa por fazer com que a AL se assuma efectivamente como um órgão de supervisão do Executivo e para isso conta com o apoio do futuro Chefe do Executivo. Neste aspecto, Sulu Sou recordou que Ho Iat Seng, como presidente da AL, sempre sublinhou a missão de supervisão do hemiciclo.
João Luz InternacionalUNICEF | Um em cada três menores de 5 anos é desnutrido ou tem excesso de peso Pelo menos uma em cada três crianças menores de 5 anos no mundo sofre de desnutrição ou excesso de peso, de acordo com um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância. A falta de opções leva a dietas pouco saudáveis com consequências para a saúde potencialmente crónicas [dropcap]N[/dropcap]o relatório tornado público ontem, a UNICEF alerta que milhões de crianças estão a comer pouca comida de que necessitam e demasiada daquela de que não precisam. O resultado, de acordo com a UNICEF, é que muitas crianças correm risco de desenvolvimento cerebral fraco, problemas de aprendizagem, imunização e sofrem mais infecções e doenças. A directora executiva da agência da ONU, Henrietta Fore, explica que “milhões de crianças sobrevivem com dietas não saudáveis porque não têm melhor opção”. A responsável considera que “apesar de todos os avanços tecnológicos, culturais e sociais das últimas décadas, perdemos de vista o facto mais básico: se as crianças comeram mal, vão também viver mal”. De acordo com a UNICEF, é necessário mudar a forma como as pessoas pensam e respondem à desnutrição: “não é apenas se as crianças comem o suficiente, mas sim dar-lhes a comida certa. Esse é o nosso desafio diário”. O relatório divide os problemas de desnutrição em três tipos: crianças desnutridas, fome invisível causada pela falta de nutrientes essenciais e excesso de peso. De acordo com dados da UNICEF, 149 milhões de crianças menores de 5 anos no mundo são muito baixas para a idade, resultado de má alimentação, enquanto 50 milhões são muito magras. As crianças magras demais, um problema que em situações mais graves pode ser letal, concentram-se na Ásia e não em países com situações de emergência como as encontradas em vários países africanos. Além disso, 340 milhões – uma em cada duas crianças nessa faixa etária – sofrem de deficiências de vitaminas e nutrientes essenciais, como vitamina A ou ferro. Ainda antes de nascerem, uma fatia considerável de fetos sofre de pobre nutrição, um problema que conduz a atrasos de crescimento. Estas crianças podem nunca atingir o peso que deveriam ter nem o desenvolvimento cerebral que permita o completo potencial cognitivo. Ou seja, começam a vida com um atraso que pode levar dificuldades de aprendizagem na escola, um problema que resultar em notas piores, com todas as consequências em termos de oportunidade económica já em idade adulta. Fórmula desastrosa Ainda 40 milhões sofrem de sobrepeso ou obesidade, um problema que explodiu nos últimos anos. Os problemas, conforme descritos no relatório, começam nos primeiros meses de vida, pois apenas dois em cada cinco bebés com menos de seis meses alimentam-se exclusivamente de leite materno, conforme recomendado por especialistas. O uso de fórmula de leite em pó para amamentação aumentou significativamente nos últimos anos, com um crescimento de 41 por cento em todo o mundo entre 2008 e 2013 e disparando 72 por cento em países como Brasil, China ou Turquia. Na próxima etapa, de 6 meses a dois anos, 44 por cento das crianças não comem frutas ou vegetais e 59 por cento não incluem na sua dieta ovos, laticínios, peixe ou carne, relata a UNICEF. No caso de crianças em idade escolar, o relatório alerta para o abuso de alimentos ultraprocessados, refrigerantes e ‘fast food’. Como exemplo, a UNICEF aponta que 42 por cento dos adolescentes que frequentam a escola em países em desenvolvimento e subdesenvolvimento consomem bebidas carbonatadas cheias de açúcar pelo menos uma vez por dia e 46 por cento consumem fast food pelo menos uma vez por semana. Estas percentagens sobem para 62 e 49 por cento, respectivamente, em adolescentes que vivem em países desenvolvidos. Dieta económica Famílias com menos recursos tendem a alimentar os seus filhos com alimentos de menor qualidade, cujo custo é cada vez menor, em contraste com o aumento dos preços de produtos saudáveis. Por exemplo, num país altamente desenvolvido, como o Reino Unido, a taxa de sobrepeso dobra nas localidades mais pobres em comparação às mais ricas. “Estamos a perder espaço na luta por dietas saudáveis”, alertou Henrietta Forre, apelando a que os governos, o sector privado e a sociedade civil se unam para alcançar melhores resultados. Um dos destaques do relatório aponta para o facto de que com o avançar da idade, a criança fica exposta a comida pouco saudável a nível alarmantes, conduzida em grande parte por grandes campanhas de marketing e publicidade. Outro factor que agiganta o problema é aquilo a que se convencionou chamar de “deserto nutritivo”, ou seja, existe tanto em áreas urbanas como rurais uma abundância de comidas ultra-processadas e acesso facilitado a “fast food” e a refrigerantes carregados de açúcar. A combinação de todos estes factores resultou na tempestade perfeita, com o aumento de casos de excesso de peso e obesidade em crianças e adolescentes de todo o mundo. Entre 2000 e 2016, a proporção de crianças e adolescentes, entre os 5 e os 19 anos, com peso a mais duplicou de uma em cada dez para uma em cada cinco. Se alargarmos o espectro temporal, em comparação com 1975, dez vezes mais raparigas têm excesso de peso, número que sobe para 12 vezes mais em rapazes. Matar a fome O relatório da UNICEF também aponta desastres naturais relacionados com o clima como causa para severas crises alimentares. Por exemplo, a seca é um fenómeno responsável por cerca de 80 por cento dos estragos e perdas na agricultura. Períodos de seca extrema conduzem a alterações drásticas no tipo de comida disponível para as famílias, assim como para a qualidade e preço dos alimentos. Face a este cenário de agravamento global, a UNICEF lançou um conjunto de medidas para combater a crise da má nutrição, apelando a governos, ao sector privado, pais, famílias e negócios. Assim sendo, um dos caminhos apontados passa encorajar as famílias e os jovens a exigirem comida saudável, educação sobre nutrição e implementação de políticas, já com provas dadas, como o imposto que incida sobre produtos com elevadas doses de açúcar, de forma a reduzir a procura de alimentos pouco saudáveis. Outra sugestão passa por pressionar os fornecedores a agirem decentemente com os consumidores mais novos no sentido de dar prioridade a alimentação saudável a preços mais acessíveis. Criar um ambiente que proporcione o acesso a comida saudável para crianças e adolescentes, através de abordagens com resultados comprovados, como rotulagem precisa e fácil de entender nas embalagens, assim como controlo mais apertado nas campanhas de marketing que promovam o consumo de alimentos pouco saudáveis. A UNICEF sugere também o reforço da mobilização de sistemas de apoio sociais em matérias como saúde, acesso a água, saneamento básico, educação e protecção social. Na óptica da entidade, o fortalecimento destes factores pode ter uma influência positiva na nutrição das crianças. Finalmente, para ganhar a batalha nutritiva, a UNICEF recomenda que o poder político e económico tome decisões informadas, recolhendo, analisando e usando informação e dados que conduzam a melhores resultados.
João Luz InternacionalUNICEF | Um em cada três menores de 5 anos é desnutrido ou tem excesso de peso Pelo menos uma em cada três crianças menores de 5 anos no mundo sofre de desnutrição ou excesso de peso, de acordo com um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância. A falta de opções leva a dietas pouco saudáveis com consequências para a saúde potencialmente crónicas [dropcap]N[/dropcap]o relatório tornado público ontem, a UNICEF alerta que milhões de crianças estão a comer pouca comida de que necessitam e demasiada daquela de que não precisam. O resultado, de acordo com a UNICEF, é que muitas crianças correm risco de desenvolvimento cerebral fraco, problemas de aprendizagem, imunização e sofrem mais infecções e doenças. A directora executiva da agência da ONU, Henrietta Fore, explica que “milhões de crianças sobrevivem com dietas não saudáveis porque não têm melhor opção”. A responsável considera que “apesar de todos os avanços tecnológicos, culturais e sociais das últimas décadas, perdemos de vista o facto mais básico: se as crianças comeram mal, vão também viver mal”. De acordo com a UNICEF, é necessário mudar a forma como as pessoas pensam e respondem à desnutrição: “não é apenas se as crianças comem o suficiente, mas sim dar-lhes a comida certa. Esse é o nosso desafio diário”. O relatório divide os problemas de desnutrição em três tipos: crianças desnutridas, fome invisível causada pela falta de nutrientes essenciais e excesso de peso. De acordo com dados da UNICEF, 149 milhões de crianças menores de 5 anos no mundo são muito baixas para a idade, resultado de má alimentação, enquanto 50 milhões são muito magras. As crianças magras demais, um problema que em situações mais graves pode ser letal, concentram-se na Ásia e não em países com situações de emergência como as encontradas em vários países africanos. Além disso, 340 milhões – uma em cada duas crianças nessa faixa etária – sofrem de deficiências de vitaminas e nutrientes essenciais, como vitamina A ou ferro. Ainda antes de nascerem, uma fatia considerável de fetos sofre de pobre nutrição, um problema que conduz a atrasos de crescimento. Estas crianças podem nunca atingir o peso que deveriam ter nem o desenvolvimento cerebral que permita o completo potencial cognitivo. Ou seja, começam a vida com um atraso que pode levar dificuldades de aprendizagem na escola, um problema que resultar em notas piores, com todas as consequências em termos de oportunidade económica já em idade adulta. Fórmula desastrosa Ainda 40 milhões sofrem de sobrepeso ou obesidade, um problema que explodiu nos últimos anos. Os problemas, conforme descritos no relatório, começam nos primeiros meses de vida, pois apenas dois em cada cinco bebés com menos de seis meses alimentam-se exclusivamente de leite materno, conforme recomendado por especialistas. O uso de fórmula de leite em pó para amamentação aumentou significativamente nos últimos anos, com um crescimento de 41 por cento em todo o mundo entre 2008 e 2013 e disparando 72 por cento em países como Brasil, China ou Turquia. Na próxima etapa, de 6 meses a dois anos, 44 por cento das crianças não comem frutas ou vegetais e 59 por cento não incluem na sua dieta ovos, laticínios, peixe ou carne, relata a UNICEF. No caso de crianças em idade escolar, o relatório alerta para o abuso de alimentos ultraprocessados, refrigerantes e ‘fast food’. Como exemplo, a UNICEF aponta que 42 por cento dos adolescentes que frequentam a escola em países em desenvolvimento e subdesenvolvimento consomem bebidas carbonatadas cheias de açúcar pelo menos uma vez por dia e 46 por cento consumem fast food pelo menos uma vez por semana. Estas percentagens sobem para 62 e 49 por cento, respectivamente, em adolescentes que vivem em países desenvolvidos. Dieta económica Famílias com menos recursos tendem a alimentar os seus filhos com alimentos de menor qualidade, cujo custo é cada vez menor, em contraste com o aumento dos preços de produtos saudáveis. Por exemplo, num país altamente desenvolvido, como o Reino Unido, a taxa de sobrepeso dobra nas localidades mais pobres em comparação às mais ricas. “Estamos a perder espaço na luta por dietas saudáveis”, alertou Henrietta Forre, apelando a que os governos, o sector privado e a sociedade civil se unam para alcançar melhores resultados. Um dos destaques do relatório aponta para o facto de que com o avançar da idade, a criança fica exposta a comida pouco saudável a nível alarmantes, conduzida em grande parte por grandes campanhas de marketing e publicidade. Outro factor que agiganta o problema é aquilo a que se convencionou chamar de “deserto nutritivo”, ou seja, existe tanto em áreas urbanas como rurais uma abundância de comidas ultra-processadas e acesso facilitado a “fast food” e a refrigerantes carregados de açúcar. A combinação de todos estes factores resultou na tempestade perfeita, com o aumento de casos de excesso de peso e obesidade em crianças e adolescentes de todo o mundo. Entre 2000 e 2016, a proporção de crianças e adolescentes, entre os 5 e os 19 anos, com peso a mais duplicou de uma em cada dez para uma em cada cinco. Se alargarmos o espectro temporal, em comparação com 1975, dez vezes mais raparigas têm excesso de peso, número que sobe para 12 vezes mais em rapazes. Matar a fome O relatório da UNICEF também aponta desastres naturais relacionados com o clima como causa para severas crises alimentares. Por exemplo, a seca é um fenómeno responsável por cerca de 80 por cento dos estragos e perdas na agricultura. Períodos de seca extrema conduzem a alterações drásticas no tipo de comida disponível para as famílias, assim como para a qualidade e preço dos alimentos. Face a este cenário de agravamento global, a UNICEF lançou um conjunto de medidas para combater a crise da má nutrição, apelando a governos, ao sector privado, pais, famílias e negócios. Assim sendo, um dos caminhos apontados passa encorajar as famílias e os jovens a exigirem comida saudável, educação sobre nutrição e implementação de políticas, já com provas dadas, como o imposto que incida sobre produtos com elevadas doses de açúcar, de forma a reduzir a procura de alimentos pouco saudáveis. Outra sugestão passa por pressionar os fornecedores a agirem decentemente com os consumidores mais novos no sentido de dar prioridade a alimentação saudável a preços mais acessíveis. Criar um ambiente que proporcione o acesso a comida saudável para crianças e adolescentes, através de abordagens com resultados comprovados, como rotulagem precisa e fácil de entender nas embalagens, assim como controlo mais apertado nas campanhas de marketing que promovam o consumo de alimentos pouco saudáveis. A UNICEF sugere também o reforço da mobilização de sistemas de apoio sociais em matérias como saúde, acesso a água, saneamento básico, educação e protecção social. Na óptica da entidade, o fortalecimento destes factores pode ter uma influência positiva na nutrição das crianças. Finalmente, para ganhar a batalha nutritiva, a UNICEF recomenda que o poder político e económico tome decisões informadas, recolhendo, analisando e usando informação e dados que conduzam a melhores resultados.
Hoje Macau China / ÁsiaPeste suína leva China a proibir carne de Timor-Leste [dropcap]A[/dropcap] China interditou a entrada de carne de porco proveniente de Timor-Leste devido ao surto de peste suína africana detectado no arquipélago. Segundo um edital publicado hoje pela Administração Geral da Alfândega da China mas datado de sábado passado, passa a ser proibida a importação, directa ou indirecta, ou o transporte de porcos, javalis ou “produtos derivados” de Timor-Leste. Quem violar a interdição será punido de acordo com a lei, sublinha a Alfândega, e os animais ou produtos serão devolvidos ao arquipélago ou destruídos. No caso de a China servir apenas como ponto de passagem dos animais ou produtos rumo a um outro mercado, o veículo em que segue a mercadoria deverá ser selado e só aberto com a autorização da alfândega chinesa, explica o edital. O Ministério da Agricultura de Timor-Leste anunciou a 3 de Outubro que cerca de 400 porcos em explorações agrícolas tinham morrido de peste suína. A interdição não deverá ter impacto na economia timorense, uma vez que a China não importou qualquer produto animal de Timor-Leste nem no ano passado nem nos primeiros oito meses deste ano, segundo dados oficiais da Administração Geral da Alfândega da China. A Alfândega justifica a medida com a necessidade de “proteger a segurança da pecuária chinesa e prevenir a introdução da epidemia” na China continental. Mas a peste suína africana foi já detectada na China continental há um ano, tendo-se espalhado por 32 províncias e regiões do país. A doença não é transmissível aos seres humanos, mas é fatal para porcos e javalis, tendo obrigado ao abate de mais de um milhão de suínos, segundo o Ministério chinês da Agricultura. O país já perdeu 40% do seu gado, o que levou a inflação na China a subir em Agosto ao ritmo mais rápido dos últimos 18 meses. A carne de porco é parte essencial da cozinha chinesa, compondo 60% do total do consumo de proteína animal no país. Dados oficiais revelam que os consumidores chineses comem mais de 120 mil milhões de quilos de carne de porco por ano. Para compensar o défice na produção doméstica, estimado em 10 milhões de toneladas, a China tem aumentado as importações do Brasil e da Europa. No final do ano passado, as autoridades chinesas autorizaram três matadouros portugueses a exportar para o país. As estimativas iniciais apontavam que as exportações portuguesas para China se fixassem em 15 mil porcos por semana, movimentando, no total, 100 milhões de euros.
Amélia Vieira h | Artes, Letras e IdeiasArtaud [dropcap]F[/dropcap]alemos primeiro da loucura, esse imenso espectro que se abate nesta personalidade. Não sabemos se nasceu louco, mas que foi uma criança já de si marcada, foi-o: uma gaguez insidiosa, meningite, sonambulismo, e uma visceral antipatia pela cidade natal, Marselha. Era um ser profundamente esquisito, daqueles que só a raridade faz, as pessoas estranham, e tudo delas analisam ou julgam entender, mas que logo os subtrai a um mal muito maior que é o das suas próprias existências comuns. Artaud trazia a marca do génio, essa aflição tão ingrata para o próprio, como para aqueles que a temem com o ferrão da mórbida cobiça: para isso, vestiu-se aquele corpo enfermo de singulares disposições anatómicas que o tornaram fascinantemente repulsivo para alguns, hipnótico para outros, excepcional, sempre. Esta vida vai fazer o favor a si mesma de elevar bem alto a ruptura a tudo, com tudo, com todos. Uma vida em rota de colisão com as coisas se abre inteira para uma difícil e apaixonante marcha: é Artaud, o eterno Feiticeiro! Artaud está a fazer 123 anos de vida no dia 4 de Setembro, uma efeméride que não deve ser esquecida neste mundo de doentes mentais que baniu para sempre o louco, de tal forma que deles nada mais saiu que pestilência nervosa… “arvoradas” em Amazónias de chamas insidiosas (aquilo não é um fogo, é uma fornalha a céu aberto que cobre de negritude os narizes de todos nós já de si bastante chamuscados) pertenceu ao Surrealismo, mas foi expulso por não querer a pés juntos politizar-se : “Que tenho eu a ver com todas as Revoluções do mundo, se sei permanecer eternamente doloroso e miserável, no seio do meu próprio ossário?”, e com toda esta recusa encontra-se no manicómio. Os amigos, esses, seguem os seus emblemas, e sabemos bem o quão ocupados se encontram nas suas ditirâmbicas manobras para se prostrarem de ora avante diante do seu insuportável sofrimento, dele, como o de qualquer outro, os mesmos que já lhe tinham sabotado algumas peças de teatro. É a editora Gallimard que tutela a sua obra, e foi ela mesma a recusar-lhe poemas recomendando-lhe uma conduta mais literária (seja lá o que isto quer dizer) e é desta ruptura onde não aceita qualquer tipo de dirigismo e galopa na radical manifestação de si mesmo em termos abissais, que nascerá em 1929 «A Arte e a Morte». Todas as formas de entendimento estão agora vedadas a este alguém que de raiva em raiva faz tremer de luz um esqueleto amaldiçoado. É uma obra memorável que dita o que um cérebro faz nas suas ligações extremas e violentas sem que tenha de pedir licença ou perdão para afirmar a trágica e obsoleta condição da vida. Ele desejou escrever a sua história com sangue, isso sabemo-lo, sobretudo enquanto dramaturgo, desejou que a exigência poética de que era portador não fosse interpretada por reducionismos de pareceres psiquiátricos, desejou duplicar-se quase metafisicamente muito para além da palavra que todos esperam. Ele criou a sua própria condição electrizante e ao subir ao palco, era o triunfador, todo o espectáculo. A sua miséria era uma ave de grandes penas e ele a flama de um bem único capaz de fulminar incautos. «O Teatro e o seu Duplo» é a escola de teatro de todo o século vinte. Artaud era incansável mesmo na insanidade e na desdita de uma vida que desejou que fosse gritada, e mais, escutada, e mesmo assim é ele quem rejeita a supremacia da palavra do chamado teatro digestivo. A arte é para ele como a morte, uma forma de reencontrar os pedaços estilhaçados de um corpo cuja combustão acelerava a sua própria tragédia, um pânico florescente que não cabia em nenhuma linguagem usada, vista, escutada ou composta, e é quando fala que ficamos agarrados a um feitiço qualquer que não podemos mais interromper. O que diz? Muita coisa, é um solavanco errático de esgares e sons onde se denota algumas palavras que pensamos conhecer e mesmo que não entendamos o propósito sabemos que o nosso cérebro abriu corredores muito fundos onde foi buscar um antigo xamã. Se o olharmos em simultâneo ficamos paralisados. Nós precisamos destas pessoas como de um bem maior, do seu sacrifício, da sua inteligência, da sua estranheza, da sua incontornável loucura de que estamos impedidos, do seu trabalho contínuo, audaz, perspicaz como única salvação para conseguir estar vivo, vida que se interrompe cedo, nesta caso, aos 52 anos, agarrado a um sapato. – Dirão: a arte performativa de Artaud! Mas não creio que qualquer intenção parecida lhe ocorresse nesse instante, morremos agarrados àquilo que temos à mão. …naquele ponto subtil onde o olhar da consciência projecta sem se perder um extremo fogo, lá onde o nervo se desprende enfim do pensamento a repousar sabe Deus em que estratificações astrais, jaz a MORTE como derradeiro sobressalto de um saber cheio de transes mas SUSPENSO Sem dúvida ainda uma obra de Arte. A Morte continua e a Arte é a sua versão mais completa. A Humanidade em suspenso aguarda os seus Avatares, ela terá que os escutar. Talvez entenda mais sobre si mesma e dispa a audácia de uma monótona vida que a todos igualou até à frouxidão. Valerá a pena dar-lhe os Parabéns. Já foi Setembro.
Paulo José Miranda h | Artes, Letras e IdeiasA beleza do Rio [dropcap]R[/dropcap]ogério tinha 55 anos e era aposentado da companhia área Varig. Sem muitos luxos, mas vivia no bairro do Leblon a duas quadras da praia. Além de um bom papo acerca de samba e bossa nova, Rogério gostava da cidade do Rio e do time Fluminense, com a mesma paixão. Uma noite, um estrangeiro foi descuidado em dizer durante um jantar “Rogério, o Rio é lindo, mas para mim há outras cidades mais bonitas”. No dia seguinte, às 9 da manhã, Rogério estava à porta do hotel do cara, para fazer um tour privado pelo Rio, durante o dia todo. Não aceitava que alguém pudesse pensar que existisse outra cidade mais bela do que a da sua paixão. O passeio começou pela Vista Chinesa, na floresta da Tijuca, de onde se avista, do cimo, grande parte da cidade: o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, a Baía de Guanabara, as praias de Ipanema e do Leblon, a Lagoa e Niterói. É realmente uma vista de tirar o fôlego. O estrangeiro agradeceu a Rogério e reiterou a sua posição: “A cidade é muito bonita, mas gosto mais de outras cidades”. Pra Rogério aquilo era o fim. Pegou no cara e desceram até à Lagoa, até ao Leblon, Ipanema, Copacabana. Almoçaram no bar Veloso, onde Vinicius de Moraes escreveu “Garota de Ipanema” para João Gilberto tornar imortal com voz e violão, depois de verem passar a jovem Heloísa a caminho da praia. Rogério não desistia de tentar convencer o estrangeiro acerca da beleza ímpar do Rio e além de mostrar vários lugares emblemáticos e históricos da cidade, acabava-se em histórias sobre a cidade e suas personagens. O seu time acabava de ser campeão carioca, há poucos dias, derrotando na final o Volta Redonda, e ele comportava-se e conversava com os garçons e com os frequentadores do bar como se tivesse sido campeão da Copa dos Libertadores. Mas para Rogério era mais importante ser vencedor carioca do que de qualquer outra copa. E explicava: “Cara, aonde é que tu vai encontrar aqui no Rio um argentino ou um colombiano para tirar sarro dele, depois da vitória? Agora flamenguista, vascaíno, botafoguense é o que não falta!” E quando passava algum torcedor desses times, que ele conhecia, lá tirava ele sarro. Depois do almoço atravessaram o túnel Zuzu Angel em direcção a São Conrado. No final do túnel, junto à entrada da Rocinha, dois bandidos com pistolas mandam-nos parar e sair do carro. Com algumas coronhadas e gritos, exigiram que entrassem no porta-malas. Rogério tremia e disse que não entrava, que lhe dessem um tiro, mas que não entrava, tinha a certeza de que se o fizesse acabaria por morrer com falta de ar. Um dos bandidos não hesitou e disparou à queima-roupa no peito de Rogério. O estrangeiro, mais atónito do que com medo, como se estivesse a assistir ao que estava a acontecer e não a participar dos acontecimentos, entrou no porta-malas do carro. Fechado no escuro e na improbabilidade dos acontecimentos, pois de onde vinha isto só podia ser um filme, ouvia Rogério dizer que o Rio era a cidade mais bela do mundo. Pouco depois, escutava tiros, que deviam estar a ser trocados entre os bandidos e a polícia militar. O carro balançava mais que uma pequena embarcação em alto mar e não demorou a capotar. O estrangeiro acabou por desmaiar e só acordou num hospital, com poucos ferimentos, mas em estado de choque. Fizeram-lhe várias perguntas a que não conseguiu responder, não se lembrava do que tinha acontecido, nem como foi ali parar. Perguntou pelo seu amigo brasileiro, que lhe estava a mostrar a beleza da cidade do Rio.
Hoje Macau EventosTransferência de soberania | Lisboa acolhe exposição na Delegação de Macau [dropcap]E[/dropcap]stá patente, até ao dia 27 de Dezembro, uma exposição na Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa alusiva à transferência de soberania de Macau para a China. Para esta mostra, com o nome “Recordações Memoráveis de 1999” o Arquivo de Macau disponibilizou mais de cem arquivos da colecção documental da Comissão dos Diversos Sectores de Macau para as Actividades de Celebração do Retorno de Macau à Pátria (CDMSP). Com os arquivos, a organização espera conseguir transmitir “momentos marcantes e importantes da reunificação e reviver uma memória colectiva que há muito é apreciada”. Além disso, esta mostra pretende revisitar “os pontos cruciais dos contactos sino-portugueses”.
Hoje Macau EventosTransferência de soberania | Lisboa acolhe exposição na Delegação de Macau [dropcap]E[/dropcap]stá patente, até ao dia 27 de Dezembro, uma exposição na Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa alusiva à transferência de soberania de Macau para a China. Para esta mostra, com o nome “Recordações Memoráveis de 1999” o Arquivo de Macau disponibilizou mais de cem arquivos da colecção documental da Comissão dos Diversos Sectores de Macau para as Actividades de Celebração do Retorno de Macau à Pátria (CDMSP). Com os arquivos, a organização espera conseguir transmitir “momentos marcantes e importantes da reunificação e reviver uma memória colectiva que há muito é apreciada”. Além disso, esta mostra pretende revisitar “os pontos cruciais dos contactos sino-portugueses”.
João Luz VozesCrucificados pelo sistema [dropcap]E[/dropcap]xistem, pelo menos, duas versões bem diferentes do princípio “Um País, Dois Sistemas”. Diria que são mesmo antagónicas. O tema voltou a ocupar-me a mente depois de ontem publicarmos uma notícia sobre a tensão entre liberdade académica e a frágil sensibilidade dos estudantes chineses para enfrentar realidades políticas que firam o amor patriótico. Argumentou-se que “exageros” de liberdade académica não podem atropelar “Um País, Dois Sistemas”. Não é a primeira vez que vejo esta confusão com o princípio “Uma só China”. A existência de dois sistemas deveria pressupor exactamente o contrário. Deveria garantir liberdade para falar a verdade, sem medo de ferir sensibilidades patrióticas que não aguentam qualquer tipo de vestígio crítico, nem que seja a simples e crua natureza da factualidade. Aliás, não deixa de ser irónico que estudantes do Interior da China venham para Macau atacar as especificidades de um território que deveria ter um “elevado grau de autonomia”. Se preferem o conforto ideológico ao conhecimento, porque vieram para cá? Este caso é apenas mais um exemplo do avançado estado de diluição da essência de Macau. Apesar dos discursos políticos repetirem os mantras do costume. E depois querem que Taiwan embarque nesta mais que óbvia impostura, querem que caiam em cima da espada quando podem ler exactamente o que se passa, quando podem olhar para a diluição avançada do segundo sistema. Perdoem-me o título a puxar a Ratos de Porão, veia punk anda a palpitar forte. Para quem não sabe do que estou a falar, não há aqui nada para ver. Siga.
David Chan Macau Visto de Hong Kong VozesCaem as máscaras [dropcap]C[/dropcap]omo a comunidade internacional já esperava, a 4 de Outubro, o Governo de Hong Kong promulgou finalmente a Lei Anti-Máscaras, uma Portaria de Regulamentação de Emergência que entrou em vigor a 5 de Outubro. A Portaria é simples e contempla apenas duas infracções. Em primeiro lugar, em qualquer concentração de mais de 50 pessoas, ou numa marcha de mais de 30, autorizados ou não pela polícia, os participantes não podem usar máscaras. Os infractores incorrem numa pena de prisão até 12 meses e numa multa de HK$25.000. Em segundo lugar, em presença de alguém que tenha o rosto coberto num local público, a polícia está autorizada a exigir-lhe que se descubra. Os infractores incorrem numa pena de prisão até seis meses e numa multa de HK$10.000. A Lei Anti-Máscara proíbe o uso de máscaras, propriamente ditas, de pinturas faciais ou de qualquer adereço que esconda o rosto, total ou parcialmente. Esta lei só pode ser quebrada por alguém que possua permissão legal ou em caso de existir motivo de força maior. A Portaria enuncia três motivos de força maior, a saber, motivos religiosos, de saúde, ou por exigência da profissão, por exemplo agentes de autoridade destacados para manifestações públicas. No último caso o uso de máscara destina-se a garantir a segurança pessoal dos agentes. Estão também abrangidos por esta isenção os profissionais de saúde, obrigados ao uso de máscara por motivos sanitários. A Portaria também estipula que o Governo de Hong Kong deverá formular acusação no prazo máximo de um ano, a contar da data da infracção. O Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau apoiou o Governo da RAEHK na promulgação desta Portaria porque acredita que ajuda a combater os crimes violentos e a restaurar a ordem social. Segundo o editorial do “Global Times”, esta lei não afecta o direito da população a manifestar-se pacificamente e a expressar as suas opiniões, mas ajudará a reduzir a violência e a manter o estado de direito em Hong Kong. No entanto, se olharmos para o exemplo de outros países, verificamos que as leis anti-máscara não surtem grande efeito. A 21 de Novembro de 2013, na Ucrânia, devido à recusa do Presidente Viktor Yanukovych de assinar um tratado comercial com a União Europeia, a população de Kiev manifestou-se na Praça da Liberdade (Maidan Nezalezhnosti). Em Janeiro de 2014, o Governo promulgou uma medida contra o uso de máscaras e de capacetes. A lei foi aprovada, mas os manifestantes desobedeceram-lhe. A lei foi retirada 12 dias após a sua promulgação e o Primeiro Ministro Mykola Azarov demitiu-se. Em França, em Novembro de 2018, irrompeu o movimento dos coletes amarelos. O Parlamento aprovou em Maio de 2019, uma lei que proíbia o uso de máscaras durante a manifestações. A lei continua em vigor. Contas feitas, esta Portaria é uma medida legal que vai acabar com a violência social ou que, pelo contrário, vai deitar mais achas para a fogueira? Como a lei foi promulgada há poucos dias, é impossível fazer para já uma avaliação correcta. No entanto, a comunidade de Hong Kong deverá reflectir na possibilidade de criar uma outra lei que possa efecivamente erradicar a violência das ruas se, por via desta Portaria, tal não vier a acontecer. Mas temos de esperar para ver se a lei vai ou não atingir os seus objectivos. Mas uma coisa é certa. Os transgressores desta lei incorrem em penas de prisão e no pagamento de multas. No entanto, a legislação de Hong Kong, prevê a pena máxima. O que quer dizer que não terão de cumprir a pena de prisão e pagar a multa em simultâneo. Se os Tribunais condenarem os infractores apenas ao pagamento das multas, será esta Portaria suficiente para acabar com a violência na cidade? Mas, independentemente do resultado, os comentários do editorial do Global Times e do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau estão certos. Esta lei não afecta o direito da população a manifestar-se pacificamente e a expressar as suas opiniões. No entanto, se a violência não puder ser combatida eficazmente, Hong Kong não vai poder restabelecer a ordem social. Em última análise, Hong Kong seria a maior vítima da violència. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado do Instituto Politécnico de Macau Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
Hoje Macau EventosFOLIO | Hoje Macau com novo suplemento especial [dropcap]F[/dropcap]oi lançado este sábado, no Festival Literário Internacional de Óbidos (FOLIO), um novo suplemento especial H, do Hoje Macau. O tema do suplemento é o “Medo” e contou com a participação de vários autores, como David Soares, que escreveu sobre “Medo do Futuro: Hoje Como Ontem”. O autor esteve sempre ligado à literatura do fantástico, tendo publicado inúmeros romances. O suplemento “O Medo” foi editado por João Paulo Cotrim, editor da Abysmo, e por Carlos Morais José, director do Hoje Macau, e surge depois do lançamento do suplemento “A Nuvem” na última edição da Feira do Livro de Lisboa. No FOLIO, houve ainda lugar a uma mesa-redonda sobre o tema “O Medo”, com a participação de João Paulo Cotrim, Ana Teresa Sanganha, Patrícia Câmara, Carlos Morais José e António Eloy.