Hoje Macau China / ÁsiaChina encoraja cooperação internacional no espaço com teste de aterragem em Marte [dropcap]A[/dropcap] China convidou hoje observadores internacionais a assistirem a um teste do seu módulo de aterragem em Marte, à medida que o país apela a uma inclusão global em projectos espaciais. Tratou-se da “primeira aparição pública da missão de exploração chinesa de Marte, e uma medida importante para Pequim avançar pragmaticamente com as trocas e cooperação internacionais espaciais”, apontou em comunicado a Administração Espacial Nacional da China. Os convidados para o evento vieram de 19 países e incluíram os embaixadores do Brasil, França e Itália. A demonstração das capacidades para pairar, evitar obstáculos e desacelerar foi realizada num local fora de Pequim que simula as condições no Planeta Vermelho, onde a força da gravidade é cerca de um terço do nível da Terra. A China planeia lançar uma sonda e um veículo de exploração para Marte, no próximo ano, visando explorar detalhadamente partes diferentes do planeta. O programa espacial chinês alcançou um marco no início deste ano ao pousar uma sonda no lado oculto da lua, o hemisfério lunar que não pode ser visto da Terra. Desde a sua primeira missão tripulada, em 2003, o programa chinês desenvolveu-se rapidamente e tem procurado cooperar com agências espaciais da Europa e de outros lugares. Os Estados Unidos, no entanto, interditaram a maior parte da cooperação espacial com a China, alegando motivos de segurança nacional e impediram a China de participar na Estação Espacial Internacional.
Hoje Macau China / ÁsiaEmpresas chinesas interessadas em fornecer material circulante a Portugal, diz Pedro Nuno Santos [dropcap]O[/dropcap] investimento na renovação de material circulante, sobretudo nos metros de Lisboa e Porto, está a atrair empresas chinesas, revelou hoje o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos. Num discurso durante a 6.ª Gala da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa, no Casino Estoril, o governante falou dos planos para as áreas que tutela, referindo que, no caso da ferrovia, “o investimento passa necessariamente pela renovação do material circulante”. “Esta é uma oportunidade à qual as empresas chinesas já estão a responder, em particular para os metros de Lisboa e do Porto, e desejamos que assim o possam continuar a fazer”, declarou. Pedro Nuno Santos disse ainda que “o investimento que Portugal já está a fazer na modernização e na expansão da rede ferroviária nacional tem de representar uma oportunidade para recuperar a sua capacidade industrial de material circulante ferroviário”. Segundo o governante, o executivo está aberto “à criação de parcerias tecnológicas com empresas chinesas que operem neste sector, atraindo investimento, partilhando conhecimento e honrando os 40 anos de relações diplomáticas” entre os dois países”. O ministro recordou que o executivo está “a trabalhar numa versão actualizada do documento estruturante das opções de investimento para a próxima década”, o Programa Nacional de Investimentos, que “dará prioridade ao transporte ferroviário”.
Hoje Macau China / ÁsiaBrasil e China assinam acordos em áreas como agricultura e saúde [dropcap]O[/dropcap] Brasil e a China assinaram esta quarta-feira, em Brasília, acordos e memorandos de entendimento nas áreas de política, economia, comércio, agricultura, inspecção sanitária, transporte, saúde e cultura, segundo o Governo brasileiro. O Presidente chinês, Xi Jinping, está em Brasília, capital brasileira, para participar na 11.ª Reunião do BRICS (bloco formado pelo Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) e reuniu-se com o seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores. Entre os acordos assinados está um plano de acção para a cooperação agrícola e protocolos sanitários para a exportação de melões brasileiros para a China e importação de peras chinesas pelo Brasil. No sector dos transportes foi assinado memorando de entendimento para a partilha de boas práticas, políticas públicas e estratégias para o seu desenvolvimento. O Ministério da Saúde e a Administração Nacional de Medicina Tradicional Chinesa também pretendem estabelecer uma cooperação ampla no campo de saúde, com foco em medicina tradicional, complementar e integrada, segundo a agência Brasil. “A China é o nosso primeiro parceiro comercial. Juntamente com toda a minha equipa, bem como com o empresariado brasileiro, queremos mais do que ampliar, queremos diversificar as nossas relações comerciais. (…) A China faz cada vez mais parte do futuro do Brasil”, afirmou Jair Bolsonaro. Já o líder chinês declarou ter plena confiança no futuro do Brasil, frisando a necessidade de aumentar o comércio e a cooperação em áreas como a agricultura, energia, mineração, óleo e gás, ciência e tecnologia e investimentos através do Programa de Parcerias de Investimento. “A China avalia como positivos os esforços do Governo Brasileiro para promover o desenvolvimento socioeconómico do país. Decidimos juntos que continuaremos a intensificar o contacto, aprofundando a confiança mútua e vamos aumentar e melhorar o comércio e investimentos”, afirmou Xi Jinping. Este foi o segundo encontro entre os dois chefes de Estado em menos de um mês. No final de Outubro, Jair Bolsonaro foi recebido por Xi Jinping em Pequim, capital chinesa. Na ocasião, foram assinados oito acordos nas áreas do ensino superior, agricultura e energia. A China é o maior parceiro comercial do Brasil, sendo os minérios, petróleo e produtos agrícolas as matérias-primas que o mercado chinês mais compra ao Brasil. O ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, afirmou hoje que o Governo brasileiro tem intenção de formar uma área de livre comércio com a China. “Estamos a conversar com a China sobre a possibilidade de considerarmos uma ‘free trade area’ [área de livre comércio]. Estamos a procurar um alto nível de integração. É uma decisão. Queremos integrar-nos nas cadeias globais. Perdemos tempo demais, temos pressa”, afirmou o ministro, num seminário dos BRICS, em Brasília.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Manhã marcada por corte de vias e lançamento de gás lacrimogéneo sobre manifestantes [dropcap]O[/dropcap] corte de importantes estradas e o disparo de gás lacrimogéneo sobre manifestantes marcaram a manhã em Hong Kong, no quarto dia seguido de confrontos violentos que começaram com uma greve geral convocada para segunda-feira. Pouco depois das 07:00, grupos de manifestantes bloquearam o túnel que liga a ilha de Hong Kong ao continente, enquanto uma outra importante via, a de Tolo, que liga várias áreas da periferia, permanece cortada desde a noite de quarta-feira. A ponte número 2 dessa rodovia está localizada ao lado da Universidade Chinesa de Hong Kong, onde foram registados os confrontos mais violentos nos últimos dias e onde numerosos estudantes permanecem entrincheirados, construindo barricadas e armazenando bombas incendiárias. A associação estudantil daquela universidade tentou ontem obter uma ordem judicial para impedir que a polícia anti-motim entre novamente no campus, mas o tribunal rejeitou a reivindicação. Por outro lado há uma centena de estudantes barricados na Universidade Politécnica, que anunciou ontem que suspendeu as aulas até ao fim da semana por razões de segurança. Dada a situação, as autoridades de educação da cidade decidiram cancelar hoje os dias lectivos em todos os jardins de infância, escolas primárias e secundárias e centros especiais até segunda-feira. Os ‘media’ locais indicaram que há a registar pelo menos dois feridos graves na quarta-feira: um trabalhador de um departamento do Governo, que foi atingido na cabeça por um objecto supostamente lançado por manifestantes, e um jovem de 15 anos que foi também atingido na cabeça por uma granada de gás lacrimogéneo. Ambos permanecem em estado grave. Estes dois casos fazem crescer o saldo de feridos graves: um jovem de 21 anos que foi baleado por um polícia de trânsito na segunda-feira e um homem de 57 anos que, no mesmo dia, foi incendiado por um manifestante após uma discussão política. Além disso, a polícia encontrou na quarta-feira à noite, um homem de 30 anos morto, vestido de preto, a cor usual dos manifestantes, supostamente após ter caído de um prédio. O jornal de Hong Kong South China Morning Post noticiou hoje que a chefe do Governo local, Carrie Lam, reuniu-se na quarta-feira à noite com altos funcionários do Governo para discutir se as eleições para os conselhos distritais, programadas para dia 24, devem ser adiadas, não existindo para já uma comunicação oficial das autoridades sobre o assunto. As manifestações em Hong Kong começaram em Junho, após uma proposta de emendas a uma lei de extradição, já retirado pelo Governo, mas que espoletou em um movimento que exige uma reforma dos mecanismos democráticos de Hong Kong e uma oposição à crescente interferência de Pequim. No entanto, alguns manifestantes optaram por tácticas mais radicais do que protestos pacíficos e confrontos violentos com a polícia tornaram-se habituais nas ruas de Hong Kong.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauGrande Prémio de Macau | Guia do Espectador Grande Prémio de Macau de F3 – Taça do Mundo de F3 da FIA [dropcap]A[/dropcap] 37ª edição da corrida de Fórmula 3 do Grande Prémio coincide com a estreia do novo Fórmula 3 da FIA, um monolugar de 380cv, o mais potente de sempre, e que obrigou a um reforço na segurança e uma nova homologação do Circuito da Guia. A introdução destes carros na 4ª edição da Taça do Mundo de F3 da FIA foi tudo menos consensual, existindo um desassossego quanto às velocidades que estes possam atingir. Isto, aliado ao facto que o chassis e motor único deste monolugar em tudo vai contra ao espírito de uma disciplina que pautou pela variedade de construtores desde 1950. Principal novidade: Um carro totalmente novo e igual para todos. Pontos de interesse: – Dan Ticktum tentará ser o primeiro piloto da história a vencer três vezes esta corrida – Robert Shwartzman poderá ser o primeiro piloto a conseguir juntar ao título do Campeonato FIA de F3 um triunfo em Macau – Como se irá sair Sofia Floersh após o brutal acidente do ano passado – David Schumacher (filho de Ralf Schumacher) e Enzo Fittipaldi (neto de Emerson Fittipaldi) trazem apelidos pesados ao Circuito da Guia – O jovem local Charles Leong faz a sua segunda participação na prova Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA A celebrar a sua 12ª edição em 2019, a Taça GT Macau é designada como Taça do Mundo de GT da FIA pelo quinto ano consecutivo. Desde que a FIA “tomou conta” da prova de “sprint” de carros de GT mais importante do calendário internacional, esta tornou-se a arena predilecta na Ásia para os grandes construtores automóveis de viaturas da classe GT3. Contudo, nem todos os construtores se atrevem a enfrentar uma corrida que tem sido colorida de episódios nos últimos anos. Este ano apenas a Audi, BMW, Mercedes-Benz e a Porsche vão estar numa grelha de partida que cresceu de 15 para 17 carros este ano. Principal novidade: Apenas construtores germânicos à partida. Pontos de interesse: – O brasileiro Augusto Farfus Jr defende o seu ceptro e o da BMW Motorsport – Depois da derrota o ano passado, Edoardo Mortara vai tentar vencer pela sétima vez no Circuito da Guia – O piloto com mais vitórias da Mercedes-AMG, Maro Engel, vai para o “hattrick” – A Porsche está disposta a quebrar o enguiço e tentará ganhar uma corrida que não vence desde 2008 Corrida da Guia Macau – WTCR – Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA O pelotão da WTCR está de volta ao Circuito da Guia. Dos habituais vinte e seis titulares, haverá seis concorrentes convidados, um deles de Macau, o que prefaz a maior grelha de partida de uma temporada que tem sido marcada por corridas acesas e alguns atritos entre pilotos, incluindo o português Tiago Monteiro. Alfa Romeo, Audi, CUPRA, Honda, Hyundai, Lynk & co e Volkswagen são as marcas representadas este fim-de-semana, sendo que das três corridas pontuáveis para o campeonato, a última é que atribui o título de vencedor da Corrida da Guia – a prova de carros de turismo mais antiga do continente asiático. Principal novidade: Desta vez Macau não é a última prova da temporada, essa sera em Dezembro em Sepang (Malásia). Pontos de interesse: – Rob Huff (VW) tentará obter a sua décima vitória no Circuito da Guia – Luta pelo campeonato: Esteban Guerrieri (Honda) lidera o WTCR com 288 pontos, contra 282 de Norbert Michelisz (Hyundai), 248 de Thed Bjork e 240 de Yvan Muller – Regresso do português Tiago Monteiro (Honda), um ex-vencedor da Corrida da Guia, a Macau, – Billy Lo (Audi) é o único representante de Macau na prova 53º Grande Prémio de Motos de Macau A “Clássica do Extremo Oriente” volta a reunir a nata das corridas de estrada de motociclismo. Da edição do ano passado para esta, apenas se nota a ausência de Martin Jessopp, terceiro classificado em 2018, que se retirou das lides. Peter Hickman será certamente o homem a bater este fim-de-semana e terá no seu companheiro de equipa Michael Rutter o maior rival. Qualquer vencedor que não o duo da MGM Aspire-Ho by Bathams Racing poderá ser considerado uma surpresa. A exemplo dos anos anteriores não haverá qualquer piloto asiático à partida. Principal novidade: A velha máxima prevalece; para quê mexer no que está bem. Pontos de interesse: – Peter Hickman tem estado invencível nas provas de estrada este ano e prepara-se para somar mais um triunfo em Macau – O recordista de vitórias na prova de motociclismo da RAEM, Michael Rutter, está cada vez mais habituado à condução da monstruosa Honda RC213CV. – Com ambições limitadas por um orçamento apertado, André Pires é o único piloto lusófono na prova Taça Food4U de Carros de Turismo de Macau Apesar das criticas dos pilotos, a corrida de carros de turismo para os pilotos locais do Grande Prémio continuará a manter o formato de duas corridas dentro de uma: uma para a classe para viaturas com motorizações de 1950cc ou superior e outra para viaturas de 1600cc Turbo. Macau tem mais de duas dezenas de pilotos, onde se destacam incontornáveis nomes do automobilismo macaense, como Filipe Souza, Jerónimo Badaraco, Célio Alves Dias ou o veterano português Rui Valente, a que se juntam “sangue novo” como Delfim Mendonça Choi, Sabino Osório Lei ou Luciano Lameiras. Principal novidade: Maior equilíbrio de forças entre os carros de construção local e os TCR na classe 1950cc ou Superior Pontos de interesse: – Kelvin Leong e Wong Lan Long têm a difícil missão de manter o ceptro da corrida não fuja para Hong Kong – Filipe Souza e “Noni” Badaraco podem ter uma palavra a dizer nas lutas pelos lugares do pódio Taça GT – Corrida da Grande Baía O ano passado esta corrida era um troféu monomarca – Taça Lotus – muito pouco cativante. A feliz abertura aos carros da categoria GT4, que se juntam aos Lotus Exige ex-troféu vistos aqui o ano passado, trouxe um novo brilho a uma corrida que tem um enorme potencial. Estes pequenos GT, além de apelativos ao olho do normal espectador, têm um custo muito apelativo. Aston Martin, Audi, BMW, Ginetta, Mercedes-Benz, KTM e Lotus fazem-se representar na grelha de partida. Principal novidade: Regresso dos carros da categoria GT4 ao Circuito da Guia Pontos de interesse: – O sucesso da prova deste ano poderá tornar esta corrida uma das mais apetecíveis no futuro – Eurico de Jesus é o único nome português numa lista que conta com vários pilotos de Macau, incluindo o ex-F3 Lei Kit Meng ou os ex-WTCC/WTCR Mak Ka Lok e Kevin Tse.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauGrande Prémio de Macau | Guia do Espectador Grande Prémio de Macau de F3 – Taça do Mundo de F3 da FIA [dropcap]A[/dropcap] 37ª edição da corrida de Fórmula 3 do Grande Prémio coincide com a estreia do novo Fórmula 3 da FIA, um monolugar de 380cv, o mais potente de sempre, e que obrigou a um reforço na segurança e uma nova homologação do Circuito da Guia. A introdução destes carros na 4ª edição da Taça do Mundo de F3 da FIA foi tudo menos consensual, existindo um desassossego quanto às velocidades que estes possam atingir. Isto, aliado ao facto que o chassis e motor único deste monolugar em tudo vai contra ao espírito de uma disciplina que pautou pela variedade de construtores desde 1950. Principal novidade: Um carro totalmente novo e igual para todos. Pontos de interesse: – Dan Ticktum tentará ser o primeiro piloto da história a vencer três vezes esta corrida – Robert Shwartzman poderá ser o primeiro piloto a conseguir juntar ao título do Campeonato FIA de F3 um triunfo em Macau – Como se irá sair Sofia Floersh após o brutal acidente do ano passado – David Schumacher (filho de Ralf Schumacher) e Enzo Fittipaldi (neto de Emerson Fittipaldi) trazem apelidos pesados ao Circuito da Guia – O jovem local Charles Leong faz a sua segunda participação na prova Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA A celebrar a sua 12ª edição em 2019, a Taça GT Macau é designada como Taça do Mundo de GT da FIA pelo quinto ano consecutivo. Desde que a FIA “tomou conta” da prova de “sprint” de carros de GT mais importante do calendário internacional, esta tornou-se a arena predilecta na Ásia para os grandes construtores automóveis de viaturas da classe GT3. Contudo, nem todos os construtores se atrevem a enfrentar uma corrida que tem sido colorida de episódios nos últimos anos. Este ano apenas a Audi, BMW, Mercedes-Benz e a Porsche vão estar numa grelha de partida que cresceu de 15 para 17 carros este ano. Principal novidade: Apenas construtores germânicos à partida. Pontos de interesse: – O brasileiro Augusto Farfus Jr defende o seu ceptro e o da BMW Motorsport – Depois da derrota o ano passado, Edoardo Mortara vai tentar vencer pela sétima vez no Circuito da Guia – O piloto com mais vitórias da Mercedes-AMG, Maro Engel, vai para o “hattrick” – A Porsche está disposta a quebrar o enguiço e tentará ganhar uma corrida que não vence desde 2008 Corrida da Guia Macau – WTCR – Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA O pelotão da WTCR está de volta ao Circuito da Guia. Dos habituais vinte e seis titulares, haverá seis concorrentes convidados, um deles de Macau, o que prefaz a maior grelha de partida de uma temporada que tem sido marcada por corridas acesas e alguns atritos entre pilotos, incluindo o português Tiago Monteiro. Alfa Romeo, Audi, CUPRA, Honda, Hyundai, Lynk & co e Volkswagen são as marcas representadas este fim-de-semana, sendo que das três corridas pontuáveis para o campeonato, a última é que atribui o título de vencedor da Corrida da Guia – a prova de carros de turismo mais antiga do continente asiático. Principal novidade: Desta vez Macau não é a última prova da temporada, essa sera em Dezembro em Sepang (Malásia). Pontos de interesse: – Rob Huff (VW) tentará obter a sua décima vitória no Circuito da Guia – Luta pelo campeonato: Esteban Guerrieri (Honda) lidera o WTCR com 288 pontos, contra 282 de Norbert Michelisz (Hyundai), 248 de Thed Bjork e 240 de Yvan Muller – Regresso do português Tiago Monteiro (Honda), um ex-vencedor da Corrida da Guia, a Macau, – Billy Lo (Audi) é o único representante de Macau na prova 53º Grande Prémio de Motos de Macau A “Clássica do Extremo Oriente” volta a reunir a nata das corridas de estrada de motociclismo. Da edição do ano passado para esta, apenas se nota a ausência de Martin Jessopp, terceiro classificado em 2018, que se retirou das lides. Peter Hickman será certamente o homem a bater este fim-de-semana e terá no seu companheiro de equipa Michael Rutter o maior rival. Qualquer vencedor que não o duo da MGM Aspire-Ho by Bathams Racing poderá ser considerado uma surpresa. A exemplo dos anos anteriores não haverá qualquer piloto asiático à partida. Principal novidade: A velha máxima prevalece; para quê mexer no que está bem. Pontos de interesse: – Peter Hickman tem estado invencível nas provas de estrada este ano e prepara-se para somar mais um triunfo em Macau – O recordista de vitórias na prova de motociclismo da RAEM, Michael Rutter, está cada vez mais habituado à condução da monstruosa Honda RC213CV. – Com ambições limitadas por um orçamento apertado, André Pires é o único piloto lusófono na prova Taça Food4U de Carros de Turismo de Macau Apesar das criticas dos pilotos, a corrida de carros de turismo para os pilotos locais do Grande Prémio continuará a manter o formato de duas corridas dentro de uma: uma para a classe para viaturas com motorizações de 1950cc ou superior e outra para viaturas de 1600cc Turbo. Macau tem mais de duas dezenas de pilotos, onde se destacam incontornáveis nomes do automobilismo macaense, como Filipe Souza, Jerónimo Badaraco, Célio Alves Dias ou o veterano português Rui Valente, a que se juntam “sangue novo” como Delfim Mendonça Choi, Sabino Osório Lei ou Luciano Lameiras. Principal novidade: Maior equilíbrio de forças entre os carros de construção local e os TCR na classe 1950cc ou Superior Pontos de interesse: – Kelvin Leong e Wong Lan Long têm a difícil missão de manter o ceptro da corrida não fuja para Hong Kong – Filipe Souza e “Noni” Badaraco podem ter uma palavra a dizer nas lutas pelos lugares do pódio Taça GT – Corrida da Grande Baía O ano passado esta corrida era um troféu monomarca – Taça Lotus – muito pouco cativante. A feliz abertura aos carros da categoria GT4, que se juntam aos Lotus Exige ex-troféu vistos aqui o ano passado, trouxe um novo brilho a uma corrida que tem um enorme potencial. Estes pequenos GT, além de apelativos ao olho do normal espectador, têm um custo muito apelativo. Aston Martin, Audi, BMW, Ginetta, Mercedes-Benz, KTM e Lotus fazem-se representar na grelha de partida. Principal novidade: Regresso dos carros da categoria GT4 ao Circuito da Guia Pontos de interesse: – O sucesso da prova deste ano poderá tornar esta corrida uma das mais apetecíveis no futuro – Eurico de Jesus é o único nome português numa lista que conta com vários pilotos de Macau, incluindo o ex-F3 Lei Kit Meng ou os ex-WTCC/WTCR Mak Ka Lok e Kevin Tse.
João Santos Filipe Entrevista Grande Prémio de MacauChong Coc Veng | Presidente da Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC) admite que território pode receber campeonato TCR Ásia A AAMC vai estudar a possibilidade de os pilotos locais competirem com viaturas que adoptam o regulamento TCR Ásia. Se houver interesse, uma prova deste género até pode ser integrada no Grande Prémio de Macau, nos próximos anos. Chong considera ainda que cabe aos pilotos locais viabilizarem carreiras internacionais e que o Governo já fornece grandes apoios [dropcap]E[/dropcap]stá ligado ao Grande Prémio de Macau desde 2000. Mas quais são as primeiras memórias das corridas? Acho que as memórias mais antigas e presentes que tenho são de 1979 quando comecei a participar nas corridas, o que fiz até 1989. Na altura era uma espécie iniciado que nem conhecia muito bem os regulamentos. Como foram resultados? Não foram nada de especial, mas uma vez fiquei em primeiro. Só que depois como alguém apresentou queixa sobre o carro, houve uma inspecção técnica e perdi alguns lugares ou acabei desclassificado… Deve ter sido isso, acho que fui desclassificado. No ano seguinte participei em mais corridas, antes de Macau, e consegui terminar no pódio. Onde correu, além de Macau? Até deixar de correr em 1989 competi em diferentes lugares na Ásia, como no Japão, onde participei na Taça Mitsubishi Mirage. Também havia uma competição com este carro em Macau, mas nunca participei nessa prova, só no Japão. Ao longo da sua carreira que carros gostou mais de conduzir? Gostei muito de correr com o Toyota Celica e com o Mitsubishi Lance. Foram realmente carros com que gostei mesmo de competir. Também corri com um Ford Capri que me deixou boas memórias. FOTO: Rómulo Santos Deixou as corridas em 1989 e em 2000 assume um lugar na organização do evento. Qual é a tarefa mais complicada, ser piloto ou organizador? Como piloto só é preciso focarmo-nos nas corridas, mas como gestor é necessário olhar para um panorama muito mais amplo. Temos de conhecer as opiniões dos pilotos, mas também perceber o ambiente das corridas, saber o que a organização pretende, quais os objectivos com as provas e ainda cumprir as directrizes da FIA. São experiências muito diferentes. Assumo que a tarefa de organização seja mais difícil… Eu não vou dizer isso porque eu gosto destes desafios. Gosto de ter um desafio para ultrapassar. Desde que está envolvido, qual é a edição do Grande Prémio que foi mais bem sucedida? Honestamente, não encaro o Grande Prémio em termos de edições positivas ou negativas. Não acho que tenha havido uma edição muito muito muito boa ou outra má. Vejo as corridas como um desafio e vejo esta equipa [da comissão organizadora], que tem muita dedicação e uma grande paixão pelo automobilismo, a trabalhar para responder a esse desafio e a dar o seu melhor para que as coisas corram bem. Este ano vamos ver os novos Fórmula 3 em acção. Quem teve a iniciativa de trazer este modelo para Macau? A mudança partiu da Federação Internacional do Automóvel [FIA], que sugeriu que o novo modelo estivesse em Macau já este ano. Mas a decisão só foi tomada depois de várias reuniões e discussões entre a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau [COGPM] e a FIA. Este é um carro mais potente do que o anterior, o que coloca alguns desafios à organização… Foi preciso fazer melhoramentos na pista. O Circuito da Guia tinha uma homologação de classe três da FIA e para recebermos estes carros foi preciso aumentar o nível para o dois. Foi um processo feito através dos estudos da FIA, que tem uma comissão para trabalhar na segurança dos circuitos. Estudaram-se todas as curvas do circuito e adoptaram-se as recomendações, que focaram a adopção de novos equipamentos de segurança, ou seja, aumentou-se a segurança do circuito, que acabou homologado com o nível dois. A mudança acontece após o espectacular acidente da Sophia Floersch. Dificultou a escolha? Sabemos que é sempre difícil evitar os acidentes nas provas de automobilismo. Portanto, o que se faz é estudar profundamente qualquer acidente que resulte das provas para, se possível, evitá-los ou minimizar os efeitos. Foi nesse sentido que aplicamos os pareceres da FIA para aumentar a segurança e nos próximos anos vai ser este modelo de F3 em Macau. Até hoje André Couto foi o único vencedor de Macau na F3. Quando é que este feito pode ser repetido? Eu tenho sempre a esperança que os pilotos locais tenham bons resultados. Mas se tivermos em conta que Macau é um território pequeno, com poucos pilotos, acho que o facto de se chegar a este nível já é muito positivo. Nós gostávamos que houvesse vitórias, mas depende principalmente do trabalho árduo dos pilotos. O que quer dizer? Gostávamos muito de ter outros pilotos como o André Couto, com esta experiência e qualidade. Mas isso depende de vários factores e dos esforço do próprio piloto. Como sabemos, o automobilismo exige muitos recursos financeiros e eu não acredito que haja lugar no mundo onde os pilotos sejam tão apoiados financeiramente como em Macau. Porém, o apoio do Governo e da AAMC tem limites, por isso tem de ser o piloto a conduzir o processo e a arranjar apoios financeiros. O Governo não pode financiar as carreiras dos pilotos a 100 por cento, eles têm de arranjar outros patrocínios. Como encara que os pilotos estrangeiros consigam apoios das empresas locais, mas que o mesmo não aconteça com os pilotos de Macau? É uma pergunta que não me compete responder. São escolhas das empresas, que têm a sua actividade comercial e decidem os pilotos que patrocinam de acordo com os seus interesses. Agora, quando se fala dos subsídios atribuídos pelo Instituto do Desporto [ID] parece-me que não existem as injustiças que muitas vezes se contam. Acho que nenhum Governo atribui um subsídio maior a um piloto do que a outro quando estão nas mesmas condições. Quanto à AAMC, como apoiam os pilotos locais? Como os apoios financeiros partem do ID, o nosso apoio é mais na parte técnica, nas questões relacionadas com a interpretação dos regulamentos da FIA. Também disponibilizamos uma rede de contactos com outras associações para os pilotos interessados em participar em corridas fora de Macau. Existe um intercâmbio frequente entre a AAMC e outras associações que fazem parte da FIA. No último ano, o presidente da COGPM colocou a hipótese da Taça do Mundo de GT sair de Macau. Este ano o número de inscritos subiu de 15 equipas para 17. É suficiente? Consideramos que se tivermos mais de 15 equipas profissionais, que o número é consideravelmente aceitável. Estamos a falar de equipas profissionais, de topo, que têm outras alternativas e lugares onde podem correr. Por isso, no nosso entender este número muito próximo dos 20 carros é satisfatório. Na Taça de Carros de Turismo de Macau os pilotos queixam-se porque não gostam que as classes 1.600cc Turbo e 1.9500cc ou superior estejam em pista ao mesmo tempo. Há planos para alterar os regulamentos? Temos sempre em mente os pilotos. Esses regulamentos foram adoptados há alguns anos e sabemos que é bom mudar. Mas quando mudamos, temos de ter consciência de que há mais custos para os pilotos, que precisam de comprar outros carros. E a maior parte dos pilotos são amadores, não têm recursos para aguentar mudanças constantes nos regulamentos. Ponderam criar uma corrida em Macau com o regulamento do Campeonato TCR Ásia? É uma hipótese que está a ser considerada. Mas se houver mudança vai ser feita de forma gradual, ou seja, ao longo do anos, o que não impossibilitará os carros actuais de poderem correr. A hipótese abre as portas para que mesmo o Campeonato TCR Asia venha a Macau… Uma corrida com os regulamentos TCR Ásia permitiria convidar não só os pilotos locais, mas também outros pilotos asiáticos. Estamos até a estudar a possibilidade de Macau fazer parte desse campeonato. Mas isto tem de ser feito por fases. Primeiro, temos de ver se há interesse dos pilotos locais, que é o primeiro aspecto a ser considerado. Se estas mudanças foram implementadas talvez seja mais para 2022 ou 2023. Também temos de ver como se desenvolve o automobilismo nos próximos anos. Isso faria com que tivesse de ser disputada uma outra corrida do Grande Prémio? Sim, os carros com o regulamento TCR Ásia não iriam competir com os 1.600cc ou 1.950cc. Mas, primeiro o AAMC está a analisar se este tipo de viaturas interessa aos pilotos locais. Só numa segunda fase é que vamos comunicar com a COGPM, que tem a decisão final. Há dois anos que o apuramento para a Taça de Carros de Turismo de Macau é realizado na pista de Zhaoqing. Antes era disputado em Zhuhai, poderá haver mudanças no próximo ano? Em 2020 pode ser disputado numa pista diferente. É uma decisão que só vai ser tomada depois de Janeiro. Mas na selecção de uma pista temos em conta diferentes aspectos, como a proximidade, devido aos custos da logística, a existência de hospitais, hotéis, entre outros. Achamos que a rotatividade é importante para que os pilotos não se aborreçam e tenham uma experiência diferente. Há alguma pista em mente? Não, só vamos começar a estudar o assunto após o Grande Prémio de Macau, em Janeiro do próximo ano. Anteriormente foi apresentado um plano para a expansão do edifício do Grande Prémio que nunca foi concretizado. Como estão os trabalhos? Esta é uma pergunta que compete ao ID responder. Não tenho todos os dados para poder dar uma resposta. Mas gostava de ter um edifício maior para trabalhar? Claro que sim. Estamos num edifício construído em 1993 e desde esse período a sociedade sofreu muitas mudanças e uma grande evolução. Por isso, gostava que o edifício também fosse desenvolvido, porque mesmo as exigências das corridas – e Macau é um evento com muito valor para a FIA – também mudaram. Agradecimentos à herança portuguesa O presidente da AAMC fez questão de sublinhar a importância da Administração Portuguesa no que diz respeito ao Grande Prémio de Macau e à tradição do automobilismo. “Temos uma tradição muito longa e enraizada no desporto automóvel. É um aspecto em que temos de agradecer aos portugueses porque faz parte da herança e foi o desenvolvimento da prova que fez com que o interesse pela modalidade se desenvolvesse desta forma”, afirmou Chong Coc Veng, presidente do AAMC. “Naquela altura Portugal tinha eventos com nível mundial no automobilismo e trouxe essa experiência para Macau”, acrescentou.
Luís Carmelo h | Artes, Letras e IdeiasBloom, doze anos antes [dropcap]N[/dropcap]o Outono de 2007, Harold Bloom revelou no The New York Review of Books que tinha decidido “voltar a ler Shakespeare em vez da Bíblia, depois de ter regressado à vida”, na sequência de alguns dias de internamento. E a conclusão surgiu logo a seguir com clareza: “Não há separação entre vida e literatura em Shakespeare”. Este “back to life” não podia ser mais auspicioso. Se a Bíblia é uma imensa alegoria que desliza entre o exemplo, o vivido, a disposição policial e a produção de imagens inauditas, Shakespeare, na linha de Bocaccio, foi sobretudo o organizador genial de mil tradições orais que dominavam os acervos memoriais do seu tempo. É quase a mesma diferença que hoje existe entre os acontecimentos que se reproduzem como cerejas a partir dos media e das redes sociais, criando cadeias ficcionais apaixonadas e delirantes (que replicam as funcionalidades mitológicas do ‘exemplum’), e os acontecimentos e as histórias que se constituem, no nosso dia-a-dia, sob a forma de cápsulas instantâneas ou de simples vaivéns de conjuntura. O público da actualidade procura (ainda que involuntariamente) as grandes metáforas da vida nas curtas narrativas que os media vão desdobrando sobre os fragmentos soltos do quotidiano. E acontece muitas vezes que, a partir de eventos reais que são eleitos como notícia, se forma, com total impotência por parte dos mecanismos editoriais, uma sequência de alegações, conjecturas e rumores que acaba por transformar a notícia original numa verdadeira cadeia ficcional. É o que tecnicamente se designa por meta-ocorrência ou narrativa conspurcada (tão própria das redes sociais) em que proliferam milagres, delírios, pseudo-polémicas inconsequentes e os já habituais – e cada vez mais apurados – adereços “fake” induzidos. Este processo acelerou-se e tornou-se quase normal nos últimos anos. Os exemplos inundam-nos, submergem o quotidiano e são facilitados pela massificação globalizada que oscila entre as esferas do público e do privado e no seio da qual o impacto dos media é diagnosticado sobretudo por filtros passionais e afectivos. Existirá, pois, uma correspondência entre estas novas cadeias ficcionais – espécie de ‘literatura de cordel high-tech’ – e o mundo das alegorias que procurava o milagre e a disrupção para traduzir as relações entre a virtude e o interdito, ou entre o conhecido e o desconhecido. Enfim: Bloom teria a sua razão, quando separava o patamar da parábola que reinventa com enlevo a realidade e o patamar da conta-corrente que a relata, amplia e transfigura (através de personagens e factos que vão e vêm, sucumbem ou reaparecem). Num e noutro, o “canône” não deixa de ser um beco com saída (apenas) para a imaginação. Num e noutro, são os antigos requisitos da fé que se sublimam. Para quem recuperava à época de uma doença grave, é normal que as ilusões deste segundo patamar se tornassem mais aliciantes. Mas para quem calcorreia o stress do dia-a-dia, nada melhor do que umas prestidigitações mágicas à Méliès aliadas ao furor das cerejas. Como se umas e outras fossem verdade, ainda que, no nosso tempo, o sentido – a simples produção de sentido – se imponha cristalinamente aos apetites da verdade. Recuperei esta brevíssima reflexão justamente no dia em que Harold Bloom faleceu: 14 de Outubro de 2019. Volto agora a dar-lhe luz. E faço-o porque me foi importante lê-lo, a despeito dos detractores, muitos deles ‘formados’ dentro de barricadas claustrofóbicas e com capacidade para distinguir apenas um limitado segmento do horizonte (sei bastante bem que, do outro lado, existem barricadas simétricas e ‘muito seguras de si’, com usos e costumes em conformidade). Coisa de claques, afinal. É a vida. *The New York Review of Books , Vol. LIV, Nº 18, 22/11/07, p.40.
António Cabrita Diários de Próspero h | Artes, Letras e IdeiasO encontro [dropcap]C[/dropcap]ircundou-me sentando-se à minha mesa, num gesto felino, sem pedir licença. Ela e a sua canadiana. Olhei-a de soslaio. Fiquei surpreendido, era o retrato da minha avó materna aos quarenta e picos. O meu olhar dividia-se entre o ecrã, onde o Liverpool fulminava o City, e aquela efígie de nariz em gancho, o cabelo preso noutros dois ganchos, e a mirada compassiva que visava a cadela enorme que começou a ladrar nas minhas costas: Estrela deita!, ordenou. No que foi obedecida. Olhei a bisarma, a sua cor impossível, de madrepérola. Ela sossegou-me, Muito meiga, catorze anos. Fixei-lhe o rosto, via como a minha avó fora bonita, um sorriso solto enfeixado no brilho dos olhos. Fez um aceno com a canadiana e diz-me, como se encantada, Oito anos, um AVC. Dizia-o e sorria. Colou-se-me um ar espantado, perguntei, Que fazia antes? Pegou sem cerimónia na minha lapiseira, pousada no caderno aberto, e começou a redigir uma palavra com dificuldade, letra a letra. A meio adivinhei: Socióloga. Isso, acrescentou, sublinhando com o indicador, na amabilidade que se oferece límpida. Oito anos, AVC, repetiu. Mas muito feliz, esclareceu, rindo, antes de rematar, É a vida! Era impossível não acreditar, irradiava. Tive cadeira de rodas, agora canadiana, orgulhava-se. E consegue ler? Lia muito, hoje difícil, escrever difícil, ler difícil… É um problema de concentração, anui. Isso, apontou a cabeça, desenhando com a mão o lóbulo, Muito afectado!, antes de lhe sobrevir um novo sorriso traquinas e de voltar: Sou feliz! E com tal condão o afirmava que era impossível descrer, mesmo imaginando como teria perdido a fala e a conquista que fora aceder de novo à palavra. É a vida!, repeti eu. Conversámos durante vinte minutos. Entendia tudo, rápida e sagaz, apesar das dificuldades na fala e de tropeçar nalgumas sílabas que lhe pedalavam no vazio. Tinha um filho de dezasseis anos, que agora vivia com o pai. Tiveram de ir embora… impossível, com isto… mas visita-me! – acentuava, com o ar de quem recebe uma graça! Reformada por invalidez!, gaguejou, espreitando-me os livros, sobre a mesa, curiosa. Mas muito feliz!, repetia e o seu sorriso não autorizava pena, antes contagiava. Depois a cadela começou a ficar impaciente. Quer ir embora… farta! É a sua guardiã, mede-lhe os tempos de tolerância… – brinquei. Isso! E ri muito. Estrela, espera! Saiu pouco depois, aquela mulher (onde se sobrepunha o retrato da minha avó paterna, também ela espontânea) que fora tu cá tu lá com o Pierre Bourdieu, mas agora se conformava a um expressão afásica, castigada, embora serena, de uma tão nítida alegria de viver com o seu poucochinho, que me perturbou; foi mesmo o encontro que mais me impressionou nesta visita a Lisboa. Acabou o jogo, emborco o vodka e rumo a casa, rememorando aquele sorriso que me tamborila no crânio. Recosto-me no sofá, abro a net e leio esta notícia: «As autoridades russas detiveram este sábado um conhecido professor e historiador suspeito do homicídio de uma aluna de 24 anos, com quem colaborara em vários trabalhos. Oleg Sokolov, professor na Universidade de São Petersburgo e condecorado com a Legião de Honra da França, foi apanhado pela polícia local depois de ter caído ao rio Moika, na mesma cidade, enquanto tentava desfazer-se do corpo desmembrado da jovem. Estaria bêbado. Ao ser resgatado, a polícia encontrou dois braços humanos dentro da mochila que carregava. Na habitação do historiador estavam as restantes partes do corpo de Anastasia Yeshchenko, a aluna com quem Sokolov colaborou em diversos trabalhos. Alexander Pochuyev, advogado do suspeito, confirmou à AFP que este já confessou o crime e que está a colaborar com as autoridades. Disse que matou a jovem, com quem alegadamente mantinha uma relação amorosa, depois de uma discussão. O homem terá dito ainda que tinha planeado desfazer-se do corpo para depois cometer suicídio em público, vestido de Napoleão. Sublinhe-se que foi consultor em vários filmes históricos e escreveu vários livros sobre Napoleão Bonaparte.» Que contraste, entre a nobreza daquela mulher incapacitada, cuja inteligência correra outrora a alta velocidade até à hemorragia que a estancou, e que vive de poucos acordes e das dádivas de um presente amarrado à difícil artesania das palavras e ao pontilhado das sensações, mas ancorada num evidente equilíbrio emocional, e este grosseiro Napoleão de pacotilha, a quem a cultura e as honras só perverteram, uma besta de pomposa fatuidade! E tantos conheço iguais! Lembro-me de Transtromer, do poeta sueco a quem em Novembro de 1990 um derrame cerebral atirou para uma afasia profunda e para o silêncio de três décadas, entregando-se à sua grande paixão: ouvir música. E lembro-me sobretudo deste seu poema, de que fiz uma versão: «Farto dos que chegam atulhados/ em palavras e nomes – uma algazarra / mas nada de linguagem – //parto para a ilha coberta de neve. // O indomável não tem nomes. // Brancas, as suas páginas/ encadeiam em todos os sentidos.// Dou de caras com as pegadas/ de um cervo na neve:/ nada de palavras mas uma linguagem.» É isto mesmo, a Ana Cristina – perguntei o nome da socióloga ao empregado de balcão, depois dela ter saído – perdeu as palavras mas tem uma linguagem, ganhou o seu combate, ao douto macacão Sokolof só lhe resta o papagueamento das palavras de outros e a cagança das honrarias com que caricatura a vida que nunca lhe pertenceu.
Hoje Macau SociedadeKevin Ho assina acordo de gestão de hotel na ex-sede do Jornal de Notícias [dropcap]O[/dropcap] empresário de Macau Kevin Ho afirmou hoje ter assinado um acordo de gestão com o grupo Marriott para gerir um novo hotel, que vai ocupar o antigo edifício do Jornal de Notícias, no Porto. “Foi assinado um contrato de gestão com uma das marcas do grupo, a Marriott Autograph Collection, mas o nome será outro”, afirmou o também vice-presidente do grupo de comunicação social Global Media à Lusa, sobre o novo projeto hoteleiro com mais de 200 quartos. “O montante total do investimento, incluindo a compra do edifício e a renovação, vai rondar os 30 milhões de euros”, disse. A notícia foi avançada na terça-feira pelo portal Macau News Agency. O empresário e proprietário, juntamente com outros sócios, adiantou que vão ser contratadas “equipas de arquitetos e de engenheiros, todas portuguesas”, para desenvolverem os trabalhos de reconversão do edifício. Kevin Ho acrescentou que o nome do novo hotel vai ser “Journal Hotel” e foi escolhido “por equipas de marca e de ‘design’”, numa alusão à história do edifício. “Pareceu-nos ser o melhor nome para representar o edifício, a história e a cidade”, sublinhou. Em relação ao condomínio residencial de luxo, previsto para a Foz do Douro, Kevin Ho disse que “estão a ser pedidas diferentes licenças e autorizações” à câmara municipal do Porto, sem avançar o valor do projeto. Sobre o projeto de desenvolvimento de uma incubadora de ‘startups’ em Vila Nova de Gaia, assinado entre o município e a Câmara de Comércio de Macau, no ano passado, o empresário adiantou estar “ainda na fase inicial”. A futura incubadora pretende reunir ‘startups’ portuguesas e da província de Guangdong, mas os dois lados continuam a “procurar a melhor abordagem para o projeto”, que poderá incluir “talvez a colaboração da Universidade do Porto e outras instituições”, indicou. Em 2017, Kevin Ho, através da KNJ Investment, adquiriu 30% da Global Media, dona do Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias (JN), TSF e Dinheiro Vivo, entre outros, num investimento de 15 milhões de euros. Em outubro último, o BCP vendeu a totalidade da participação de 10,5% que detinha naquele grupo, “em partes iguais a dois acionistas de referência da Global Media Group”, sem indicar quais. Os principais acionistas da Global Media são, além da KNJ, o empresário José Pedro Soeiro.
João Luz VozesDez anos [dropcap]C[/dropcap]hui Sai On fez o balanço de uma década de governação na terça-feira. Tirando as palavras vazias e a fuga cirúrgica a algumas questões, os números apresentados e o confronto entre pré e pós Chui Sai On são impressionantes. Pelo menos, sem contexto. Investimentos públicos a duplicar em muitos sectores, com particular destaque para os apoios sociais. Mas em momento nenhum se mencionou que no início do primeiro mandato de Chui Sai On, abria o Strip do Cotai, que tornou Macau no território do mundo com maior volume de receitas de jogo. A mina fiscal que nasceu das águas para ser o solo mais fértil em termos de jogo é a razão destes números. Aliás, a ascensão progressiva de Macau ao topo dos PIB per capita do mundo não é um acidente, numa terra onde pouco ou nada se produz. Portanto, face a este contexto, não admira que o investimento público tenho aumentado exponencialmente. A inércia levaria a estes resultados, a governação em piloto-automático levaria a este resultado. O que admira é que numa das cidades mais ricas do mundo não haja saneamento básico em condições, o tratamento de esgotos seja meramente simbólico (a maioria vai parar directamente ao rio) e a cidade esteja repleta de ratos. Isso, sim, é admirável. Também é impressionante o tempo que se demora para se fazerem obras importantíssimas para Macau, como o segundo hospital público, outro estabelecimento prisional, ou o Metro Ligeiro. Enfim, todas estas questões foram deixadas de fora, ou abordadas com a leviandade de “opá, não me chateiem, estas coisas demoram, há processos, procedimentos e processamentos que emperram esta coisa”.
João Luz SociedadeDívida de jogo na origem de ataque com arma branca em pensão ilegal [dropcap]U[/dropcap]m homem do Interior da China atacou com um cutelo um conterrâneo, numa pensão ilegal, e foi detido, de acordo com a informação revelada ontem pela Polícia Judiciária (PJ). Na origem da agressão terá estado uma dívida de jogo e o atacante está indiciado pela prática do crime de ofensa qualificada à integridade física e posse de arma proibida. Segundo a informação revelada pela PJ, os dois envolvidos são do Interior da China e de apelido Ding. Conheceram-se no dia 11 de Novembro na pensão ilegal, onde pagaram por uma cama, cada um, e decidiram ir jogar juntos. Porém, nas mesas de um dos casinos do território, o atacante perdeu todo o seu dinheiro e pediu ao recém-conhecido que lhe emprestasse 10 mil dólares de Hong Kong. A vítima aceitou adiantar o dinheiro, na esperança de que o empréstimo fosse devolvido na totalidade. No entanto, a sorte do agressor não mudou e no dia seguinte, já a 12 de Novembro, o dinheiro emprestado foi totalmente perdido. Com uma dívida de 10 mil dólares de Hong Kong, o atacante sugeriu à vitima que lhe emprestasse mais 15 mil dólares. O objectivo do agressor era utilizar o dinheiro para levantar da loja de penhores um relógio, que já havia penhorado anteriormente. A vítima concordou com mais um empréstimo, porque lhe tinha sido prometido que receberia o relógio como forma de pagamento pelos dois empréstimos. Contudo, depois de levantar o relógio de luxo, o agressor quis ficar na posse do bem e recusou entregá-lo. Foi este comportamento que levou ao desentendimento entre os dois recém-conhecidos. No MP Já no quarto, e quando discutiam, o agressor foi à cozinha buscar um cutelo e atacou a vítima, cansando-lhe lesões na cabeça, testa, orelha direita, braço esquerdo e no dedo anelar da mão direita. Após as agressões, o agredido tentou fugir e já fora da pensão, com ajuda de residentes locais, conseguiu chegar à esquadra do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), onde apresentou queixa. Após este momento, as forças da autoridade foram à pensão ilegal e procederam à detenção do agressor. O caso está agora a ser seguido pelo Ministério Público e o atacante enfrenta acusações pela prática do crime de ofensa qualificada à integridade física, punida com pena de até 13 anos de prisão. Já a posse de arma proibida prevê uma pena que pode chegar aos dois anos.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Estudantes do continente retirados da cidade [dropcap]E[/dropcap]studantes universitários oriundos do continente estão a ser retirados de Hong Kong, numa altura em que a região é palco de confrontos cada vez mais violentos entre manifestantes antigovernamentais e a polícia. Pelo terceiro dia consecutivo, manifestantes causaram interrupções no serviço ferroviário, bloquearam ruas e ocuparam o centro financeiro da cidade. Os confrontos, que só na segunda-feira causaram 128 feridos e mais de 260 detenções, alargaram-se, entretanto, a alguns campus universitários. As autoridades disseram que a polícia marítima usou um barco para ajudar um grupo de estudantes do continente a deixar a Universidade Chinesa de Hong Kong, que permaneceu barricada por manifestantes após confrontos violentos com a polícia na terça-feira. Segundo o jornal chinês Beijing Evening News, estudantes do continente dizem que os seus dormitórios foram invadidos e que foram pintados insultos nas paredes. Muitos estão a beneficiar de um programa que oferece uma semana de acomodação grátis em hotéis e albergues de Shenzhen. Várias estações de metropolitano e de comboio foram encerradas depois de os manifestantes antigovernamentais terem bloqueado as entradas e vandalizado as instalações. O Departamento de Educação de Hong Kong disse inicialmente que os pais podiam escolher se manteriam os filhos em casa, mas acabou por suspender as aulas nas escolas primárias e secundárias. Pelo menos 11 instituições de ensino superior anunciaram que as aulas estão suspensas, de acordo com a emissora de Hong Kong RTHK. Descrevendo a situação como desanimadora, a agência apelou para “as crianças em idade escolar ficarem em casa, não saírem à rua, ficarem longe do perigo e não participarem em actividades ilegais”. Violência à solta Na Universidade Chinesa de Hong Kong, estudantes e outros preparavam-se para confrontos com a polícia. Bombas e cocktails Molotov iluminaram partes do campus na noite anterior, enquanto a polícia lançava gás lacrimogéneo e disparava balas de borracha contra os manifestantes. Grupos de polícia de choque foram mobilizados para o centro de Hong Kong e territórios periféricos para tentar conter a violência. Nos arredores da metrópole, muitos estudantes universitários estavam armados com bombas incendiárias, enquanto outros carregavam arcos e flechas.
Hoje Macau EventosCinema | Sound & Image Challenge exibe película sobre comunidade macaense Chama-se “Macaenses – An odyssey” e é o documentário da autoria de António Pinto Marques que será exibido na edição deste ano do festival de curtas-metragens Sound & Image Challenge, em Dezembro. O cartaz, que celebra dez anos de existência, conta ainda com outros filmes realizados em Macau e que venceram a competição nos últimos anos [dropcap]A[/dropcap] décima edição do festival de curtas-metragens Sound & Image Challenge, organizado pela Creative Macau, decorre entre os dias 3 e 10 de Dezembro e celebra os dez anos de existência de uma iniciativa que visa mostrar o que de melhor se faz ao nível de curtas-metragens em Macau, mas não só. O cartaz deste ano faz uma retrospectiva às produções que foram ganhando a competição nos últimos anos, dando destaque aos projectos desenvolvidos em Macau. Na secção de documentários, de salientar a exibição de “Macaenses – An Odyssey”, de António Pinto Marques, no dia 4 de Dezembro. Este filme, com pouco mais de 28 minutos de duração, foi feito o ano passado e relata a história da comunidade macaense na diáspora, neste caso na América do Norte. O documentário contém diversas entrevistas feitas a macaenses que há muito deixaram a sua terra natal, resultado de diversos fluxos migratórios que se sucederam após a Guerra do Ópio e o Tratado de Nanjing, em 1842. Ao longo dos anos, a comunidade macaense tem emigrado, sobretudo para a Austrália, Portugal, Canadá, Brasil ou Estados Unidos, reagindo a cenários económicos ou políticos menos favoráveis. O realizador, António Pinto Marques, fez os seus estudos na London School of Film, tendo trabalhado no documentário “The World at War” para a BBC, considerado “uma inovadora série documental” de 26 episódios narrados pelo actor Lawrence Oliver sobre a II Guerra Mundial. O programa inclui também o documentário “Histórias de Lobos”, realizado em Portugal por Agnes Meng, em 2018. Em cerca de 22 minutos conta-se a história da localidade de Pitões das Junias, onde os poucos habitantes convivem com lobos em plena montanha. Agnes Meng estudou na Universidade Tsinghua, em Pequim. O público poderá também ver documentários realizados na Índia, Irão, Indonésia e Turquia, entre outros. Pequenos de Macau O Sound & Image Challenge mostra também as curtas-metragens realizadas em Macau e que se revelaram vencedoras em competições anteriores. É o caso de “Motivation”, do realizador português António Caetano de Faria, que faz parte do conjunto de produções vencedoras entre 2012 e 2013, juntamente com “Drugs are Good”, de Kenny Leong, ou “The Facebookers of Macau”, de Óright. Estes filmes serão exibidos na tarde do dia 4 de Dezembro, entre outras produções estrangeiras. O festival inclui também a secção “Cinema Expandido”, que também a 4 de Dezembro, às 19h00, exibe o documentário “Bijagó, o Tesouro Sagrado”, de Domingos Sanca, da Guiné-Bissau. Esta produção, feita em 2018, conta a tradição da ilha de Canhabaque, na Guiné-Bissau, onde os homens são obrigados a separar-se das suas mulheres por questões rituais, o que causa um enorme sofrimento às mulheres da ilha devido a estas práticas ancestrais. Domingos Sanca estudou cinema em Cuba e já realizou diversos documentários, com presença em vários festivais internacionais. Todos os filmes são exibidos no Teatro D.Pedro V. No dia 3 de Dezembro, dia de arranque do festival, haverá um concerto da banda da Casa de Portugal em Macau, a partir das 17h30.
Hoje Macau EventosCinema | Sound & Image Challenge exibe película sobre comunidade macaense Chama-se “Macaenses – An odyssey” e é o documentário da autoria de António Pinto Marques que será exibido na edição deste ano do festival de curtas-metragens Sound & Image Challenge, em Dezembro. O cartaz, que celebra dez anos de existência, conta ainda com outros filmes realizados em Macau e que venceram a competição nos últimos anos [dropcap]A[/dropcap] décima edição do festival de curtas-metragens Sound & Image Challenge, organizado pela Creative Macau, decorre entre os dias 3 e 10 de Dezembro e celebra os dez anos de existência de uma iniciativa que visa mostrar o que de melhor se faz ao nível de curtas-metragens em Macau, mas não só. O cartaz deste ano faz uma retrospectiva às produções que foram ganhando a competição nos últimos anos, dando destaque aos projectos desenvolvidos em Macau. Na secção de documentários, de salientar a exibição de “Macaenses – An Odyssey”, de António Pinto Marques, no dia 4 de Dezembro. Este filme, com pouco mais de 28 minutos de duração, foi feito o ano passado e relata a história da comunidade macaense na diáspora, neste caso na América do Norte. O documentário contém diversas entrevistas feitas a macaenses que há muito deixaram a sua terra natal, resultado de diversos fluxos migratórios que se sucederam após a Guerra do Ópio e o Tratado de Nanjing, em 1842. Ao longo dos anos, a comunidade macaense tem emigrado, sobretudo para a Austrália, Portugal, Canadá, Brasil ou Estados Unidos, reagindo a cenários económicos ou políticos menos favoráveis. O realizador, António Pinto Marques, fez os seus estudos na London School of Film, tendo trabalhado no documentário “The World at War” para a BBC, considerado “uma inovadora série documental” de 26 episódios narrados pelo actor Lawrence Oliver sobre a II Guerra Mundial. O programa inclui também o documentário “Histórias de Lobos”, realizado em Portugal por Agnes Meng, em 2018. Em cerca de 22 minutos conta-se a história da localidade de Pitões das Junias, onde os poucos habitantes convivem com lobos em plena montanha. Agnes Meng estudou na Universidade Tsinghua, em Pequim. O público poderá também ver documentários realizados na Índia, Irão, Indonésia e Turquia, entre outros. Pequenos de Macau O Sound & Image Challenge mostra também as curtas-metragens realizadas em Macau e que se revelaram vencedoras em competições anteriores. É o caso de “Motivation”, do realizador português António Caetano de Faria, que faz parte do conjunto de produções vencedoras entre 2012 e 2013, juntamente com “Drugs are Good”, de Kenny Leong, ou “The Facebookers of Macau”, de Óright. Estes filmes serão exibidos na tarde do dia 4 de Dezembro, entre outras produções estrangeiras. O festival inclui também a secção “Cinema Expandido”, que também a 4 de Dezembro, às 19h00, exibe o documentário “Bijagó, o Tesouro Sagrado”, de Domingos Sanca, da Guiné-Bissau. Esta produção, feita em 2018, conta a tradição da ilha de Canhabaque, na Guiné-Bissau, onde os homens são obrigados a separar-se das suas mulheres por questões rituais, o que causa um enorme sofrimento às mulheres da ilha devido a estas práticas ancestrais. Domingos Sanca estudou cinema em Cuba e já realizou diversos documentários, com presença em vários festivais internacionais. Todos os filmes são exibidos no Teatro D.Pedro V. No dia 3 de Dezembro, dia de arranque do festival, haverá um concerto da banda da Casa de Portugal em Macau, a partir das 17h30.
Hoje Macau PolíticaEnsino | Pereira Coutinho pede mais medidas para materiais digitais [dropcap]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho interpelou o Governo sobre a necessidade de estabelecer mais medidas para a introdução de um maior número de materiais digitais nas escolas. Numa interpelação escrita, Pereira Coutinho disse que não basta o Fundo de Desenvolvimento Educativo (FDE), da responsabilidade da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), dar financiamento às escolas. “A mera atribuição de subsídios por via do FDE para a aquisição de materiais didácticos electrónicos complementares é manifestamente insuficiente para acompanhar as políticas educacionais mais avançadas a nível mundial”, apontou o deputado, dando como exemplo os casos de Singapura ou alguns países do norte da Europa. Nesse sentido, Coutinho questiona se as autoridades educativas “vão tomar como referência os países mais avançados na área educacional, nomeadamente Singapura, Finlândia, Holanda e Suíça, quanto ao uso de tecnologias nas salas de aula, possibilitando aos professores e alunos um massivo aumento de acesso à informação no sentido de melhorar e aumentar o ensino de qualidade”. O deputado acredita ainda que os meios digitais podem também ser utilizados para “elevar os conhecimentos linguísticos pela via tecnológica, evitando que sejam contratados por exemplo, intérpretes-tradutores do interior da China, por, alegadamente, os cursos ministrados nas escolas e universidades locais não terem qualidade”.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaHong Kong | Consulado de Portugal e Governo atentos à segurança dos estudantes Os episódios de violência ocorridos esta terça-feira na Universidade Chinesa de Hong Kong levaram o Consulado-geral de Portugal em Hong Kong e Macau a emitir uma nota de apoio aos estudantes portugueses que residam no território. Sou Chio Fai, director dos Serviços do Ensino Superior, disse também estar atento à situação [dropcap]A[/dropcap] violência que tem assaltado as ruas de Hong Kong desde os episódios desta terça-feira na Universidade Chinesa de Hong Kong estão a levar as autoridades de Portugal e Macau a reagir. Ontem, o Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong fez uma publicação na sua página oficial de Facebook onde pede os contactos de estudantes portugueses que se encontrem na região vizinha, a fim de garantir a sua segurança e “prestar qualquer apoio em caso de necessidade”. Também Sou Chio Fai, responsável máximo pela Direcção dos Serviços de Ensino Superior (DSES), apelou ontem no programa matinal “Fórum Macau”, transmitido pelo canal chinês do Rádio Macau, a que os alunos de Macau que se encontram a estudar no território vizinho se afastem da violência, mantenham contactos com as respectivas famílias e fiquem em espaços seguros, como as suas casas. Segundo a rádio Macau, a DSES diz que há 1778 alunos de Macau em Hong Kong, não tendo recebido qualquer pedido de ajuda de nenhum deles. Sou Chio Fai adiantou também que a DSES está em contacto estreito com as autoridades de Hong Kong, bem como com associações de alunos de Macau em Hong Kong, para saber mais detalhes sobre a situação em que se encontram estes estudantes. No mesmo programa radiofónico, Sou Chio Fai lembrou que questões como a Lei Básica e a Constituição chinesa já estão incluídas nos programas de licenciatura, existindo também acções patrióticas, como erguer a bandeira nacional e cantar o hino. O director da DSES disse ainda esperar que as universidades possam disponibilizar mais oportunidades para os jovens entenderem o progresso do País, salientando que a DSES vai proporcionar mais recursos para essa área. Carta de apoio Entretanto, na página de Facebook “IPM Secrets”, criada por estudantes do Instituto Politécnico de Macau (IPM), foi publicada uma carta assinada por estudantes universitários de Macau que declaram apoio aos estudantes da Universidade Chinesa de Hong Kong. “Somos um grupo de estudantes universitários de Macau e estamos conscientes de que não podemos representar todos os estudantes e todas as universidades”, pode ler-se. “A polícia de Hong Kong fez ataques contínuos e irrazoáveis no campus universitário, atacando muitos estudantes desarmados com gás pimenta e balas de borracha. Os estudantes universitários de Macau estão atentos e recordam este episódio de forma emotiva”, acrescentam, clamando por maior apoio por parte da comunidade académica de Macau.
Hoje Macau SociedadeLei dos Arquivos | Consulta pública começa esta sexta-feira [dropcap]T[/dropcap]em início esta sexta-feira, dia 15, o processo de consulta pública relativo à revisão da lei dos arquivos. De acordo com um comunicado oficial emitido ontem pelo Instituto Cultural (IC), a consulta pública terá a duração de 30 dias. O regime arquivístico em vigor data de 1989 e fixa as regras de selecção, conservação, eliminação, transferência e incorporação de documentos dos arquivos dos órgãos do Governo e dos serviços da Administração Pública. Além disso, o diploma prevê os elementos necessários para a classificação e gestão de arquivos privados, os prazos para acesso aos arquivos públicos, o processo de reprodução de documentos e o regime sancionatório. O IC defende que, desde 1999, “o sistema político, as organizações governamentais, o ambiente económico e o enquadramento social diferenciam-se muito dos da época de elaboração do referido decreto-lei”, pelo que “algumas disposições do regime arquivístico vigente já não se adaptam à realidade actual”. Nesse sentido, a proposta que vai amanhã a consulta pública prevê “o reforço da gestão dos arquivos públicos, da protecção e da utilização dos arquivos privados”, o regime sancionatório a aplicar, a forma como será feito o acesso aos arquivos públicos e a reprodução de arquivos públicos, entre outras áreas.
Hoje Macau SociedadeLei dos Arquivos | Consulta pública começa esta sexta-feira [dropcap]T[/dropcap]em início esta sexta-feira, dia 15, o processo de consulta pública relativo à revisão da lei dos arquivos. De acordo com um comunicado oficial emitido ontem pelo Instituto Cultural (IC), a consulta pública terá a duração de 30 dias. O regime arquivístico em vigor data de 1989 e fixa as regras de selecção, conservação, eliminação, transferência e incorporação de documentos dos arquivos dos órgãos do Governo e dos serviços da Administração Pública. Além disso, o diploma prevê os elementos necessários para a classificação e gestão de arquivos privados, os prazos para acesso aos arquivos públicos, o processo de reprodução de documentos e o regime sancionatório. O IC defende que, desde 1999, “o sistema político, as organizações governamentais, o ambiente económico e o enquadramento social diferenciam-se muito dos da época de elaboração do referido decreto-lei”, pelo que “algumas disposições do regime arquivístico vigente já não se adaptam à realidade actual”. Nesse sentido, a proposta que vai amanhã a consulta pública prevê “o reforço da gestão dos arquivos públicos, da protecção e da utilização dos arquivos privados”, o regime sancionatório a aplicar, a forma como será feito o acesso aos arquivos públicos e a reprodução de arquivos públicos, entre outras áreas.
Hoje Macau SociedadeTSI | Polícias condenados por condução com álcool [dropcap]D[/dropcap]ois polícias foram condenados no âmbito de um caso de um acidente causado por condução com excesso de álcool ocorrido no dia 10 de Janeiro, noticiou o canal chinês da Rádio Macau. Nesse dia, os dois polícias estavam de folga, sendo que um deles foi apanhado a conduzir com excesso de álcool no sangue, tendo sido condenado, pelo Tribunal de Segunda Instância (TSI) a uma pena de três anos e três meses de prisão, e proibição de condução por três anos. Quanto ao colega, que assumiu as culpas do acidente, foi condenado a um ano e três meses de prisão com pena suspensa. O acidente ocorreu no cruzamento da Avenida Almirante Lacerda com a Rua de João de Araújo, tendo o carro atingido um peão. O agente policial que não consumiu álcool assumiu ser o condutor da viatura, mas após a investigação, verificou-se que era o outro agente alcoolizado o responsável pelo acidente. O teste de alcoolemia registou 2.07 gramas de álcool por litro de sangue.
João Luz SociedadeEscola Pui Ching | Professor publica posts violentos sobre Hong Kong Um docente do ensino secundário publicou uma série de posts no Facebook usando retórica violenta. Um deles, em tom irónico, refere que os manifestantes deviam usar AK 47 contra a polícia. Um ex-aluno da escola, onde estudaram muitos elementos da elite política local, repudiou a linguagem usada. A DSEJ apela à integridade dos professores [dropcap]H[/dropcap]á pouco mais de uma semana, um aluno foi chamado à direcção da escola secundária Keang Peng devido a publicações numa rede social a demonstrar alguma simpatia para com manifestantes de Hong Kong e com Taiwan. Não foi mencionado em qualquer publicação que o teor das mensagens tivesse alguma conotação violenta. A situação inverteu-se ontem com a denúncia numa página de Facebook, de mensagens publicadas por um professor da Escola Secundário Pui Ching. Numa das publicações, o docente refere-se aos manifestantes de Hong Kong como “baratas ou cruzados”, enquanto lança um ultimato: “Se não saírem amanhã do aeroporto, e se impedirem a minha família de passar férias comigo, olho por olho não vai bastar. Quero dez vezes mais do que isso”. Numa outra publicação, cujo print screen também foi divulgado, o professor respondeu a uma pergunta. “O que fazem a quem diz algo com que discordam? Lançam uma bomba incendiária”. O comentário é seguido de um emoji de coração. Noutra publicação, o professor apela à imaginação. “Quem concorda com os manifestantes são heróis, os que não concordam são idiotas azuis. Todos os dias falam de 31.8 e de 18.9. Se detestam os polícias porque não usam AK47? Sinto nojo quando os vejo destruir lojas”. Nesta publicação, o docente alude às datas usadas nos protestos. Por exemplo, 31.8 é 31 de Agosto, dia da carga policial dentro de uma carruagem do MTR e do confronto com contra-manifestantes, alegadamente ligados a tríades. A ideia foi ironizar com os números usados, que mais valia usar AK47. Resposta do Governo Em resposta enviada ao HM, a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) cingiu-se a dizer que “os professores devem manter uma imagem conducente com a profissão, respeitar a ética profissional com integridade, focarem-se no seu trabalho, concentrarem-se na educação e assegurarem a ordem que o ensino requer”. A DSEJ acrescenta ainda que “os docentes devem ser objectivos e equilibrados em qualquer tema e expressar as suas opiniões de forma pacífica e racional”. Quanto à eventualidade de investigar o caso, a DSEJ não respondeu até ao fecho da edição. Outra reacção veio de dentro, mais propriamente de um antigo aluno da Escola Secundário Pui Ching, que publicou no Facebook a resposta. O ex-aluno categoriza as palavras do docente como “ofensivas e agressivas”, e confessa-se “desapontado com os comentários”, porque considerar contrárias ao espírito e lema da escola, que traduzido para português será algo como “Faz o teu melhor e age com correcção”. Além disso, sublinha que parte do papel de um docente é servir de exemplo para os alunos e deixa o desejo de que a escola actue e garanta a qualidade do corpo docente. Importa referir que a Associação de Antigos Alunos da Escola Secundária Pui Ching inclui nomes como Alexis Tam, o director dos Serviços do Ensino Superior Sou Chio Fai, os deputados Chui Sai Peng e Wong Kit Cheng, o ex-director dos Serviços para os Assuntos do Trânsito Wong Wan, o ex-presidente o IPIM Jackson Chan, entre outros notáveis da elite política local.
João Luz SociedadeEscola Pui Ching | Professor publica posts violentos sobre Hong Kong Um docente do ensino secundário publicou uma série de posts no Facebook usando retórica violenta. Um deles, em tom irónico, refere que os manifestantes deviam usar AK 47 contra a polícia. Um ex-aluno da escola, onde estudaram muitos elementos da elite política local, repudiou a linguagem usada. A DSEJ apela à integridade dos professores [dropcap]H[/dropcap]á pouco mais de uma semana, um aluno foi chamado à direcção da escola secundária Keang Peng devido a publicações numa rede social a demonstrar alguma simpatia para com manifestantes de Hong Kong e com Taiwan. Não foi mencionado em qualquer publicação que o teor das mensagens tivesse alguma conotação violenta. A situação inverteu-se ontem com a denúncia numa página de Facebook, de mensagens publicadas por um professor da Escola Secundário Pui Ching. Numa das publicações, o docente refere-se aos manifestantes de Hong Kong como “baratas ou cruzados”, enquanto lança um ultimato: “Se não saírem amanhã do aeroporto, e se impedirem a minha família de passar férias comigo, olho por olho não vai bastar. Quero dez vezes mais do que isso”. Numa outra publicação, cujo print screen também foi divulgado, o professor respondeu a uma pergunta. “O que fazem a quem diz algo com que discordam? Lançam uma bomba incendiária”. O comentário é seguido de um emoji de coração. Noutra publicação, o professor apela à imaginação. “Quem concorda com os manifestantes são heróis, os que não concordam são idiotas azuis. Todos os dias falam de 31.8 e de 18.9. Se detestam os polícias porque não usam AK47? Sinto nojo quando os vejo destruir lojas”. Nesta publicação, o docente alude às datas usadas nos protestos. Por exemplo, 31.8 é 31 de Agosto, dia da carga policial dentro de uma carruagem do MTR e do confronto com contra-manifestantes, alegadamente ligados a tríades. A ideia foi ironizar com os números usados, que mais valia usar AK47. Resposta do Governo Em resposta enviada ao HM, a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) cingiu-se a dizer que “os professores devem manter uma imagem conducente com a profissão, respeitar a ética profissional com integridade, focarem-se no seu trabalho, concentrarem-se na educação e assegurarem a ordem que o ensino requer”. A DSEJ acrescenta ainda que “os docentes devem ser objectivos e equilibrados em qualquer tema e expressar as suas opiniões de forma pacífica e racional”. Quanto à eventualidade de investigar o caso, a DSEJ não respondeu até ao fecho da edição. Outra reacção veio de dentro, mais propriamente de um antigo aluno da Escola Secundário Pui Ching, que publicou no Facebook a resposta. O ex-aluno categoriza as palavras do docente como “ofensivas e agressivas”, e confessa-se “desapontado com os comentários”, porque considerar contrárias ao espírito e lema da escola, que traduzido para português será algo como “Faz o teu melhor e age com correcção”. Além disso, sublinha que parte do papel de um docente é servir de exemplo para os alunos e deixa o desejo de que a escola actue e garanta a qualidade do corpo docente. Importa referir que a Associação de Antigos Alunos da Escola Secundária Pui Ching inclui nomes como Alexis Tam, o director dos Serviços do Ensino Superior Sou Chio Fai, os deputados Chui Sai Peng e Wong Kit Cheng, o ex-director dos Serviços para os Assuntos do Trânsito Wong Wan, o ex-presidente o IPIM Jackson Chan, entre outros notáveis da elite política local.
Hoje Macau SociedadeAutoridade Monetária | Celebrado acordo com Timor-Leste [dropcap]T[/dropcap]endo por base o desenvolvimento da “Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) celebrou um novo “Acordo de cooperação” com o Banco Central de Timor-Leste. O acordo foi assinado em Portugal pelo presidente do Conselho de Administração da AMCM, Chan Sau San e pelo governador do Banco Central de Timor-Leste, Abraão de Vasconcelos, sob o testemunho do governador do Banco de Portugal, Carlos da Silva Costa. A cooperação entre as duas instituições, inclui uma aposta no intercâmbio, através do diálogo periódico e ainda, a realização de formação profissional e estudos relativos à cooperação, tendo as partes, assumido o compromisso de realizar encontros periódicos. O novo “Acordo de cooperação” foi o resultado da negociação baseada no “Acordo de Cooperação e Assistência Técnica”, celebrado em 2008 pelas duas instituições.
Hoje Macau SociedadeAutoridade Monetária | Celebrado acordo com Timor-Leste [dropcap]T[/dropcap]endo por base o desenvolvimento da “Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) celebrou um novo “Acordo de cooperação” com o Banco Central de Timor-Leste. O acordo foi assinado em Portugal pelo presidente do Conselho de Administração da AMCM, Chan Sau San e pelo governador do Banco Central de Timor-Leste, Abraão de Vasconcelos, sob o testemunho do governador do Banco de Portugal, Carlos da Silva Costa. A cooperação entre as duas instituições, inclui uma aposta no intercâmbio, através do diálogo periódico e ainda, a realização de formação profissional e estudos relativos à cooperação, tendo as partes, assumido o compromisso de realizar encontros periódicos. O novo “Acordo de cooperação” foi o resultado da negociação baseada no “Acordo de Cooperação e Assistência Técnica”, celebrado em 2008 pelas duas instituições.