Hoje Macau InternacionalDiplomatas asiáticos instam Pyongyang a destruir arsenal nuclear [dropcap style=’circle’] D [/dropcap] iplomatas asiáticos de topo pressionaram no fim-de-semana a Coreia do Norte para cumprir o seu compromisso de desmantelar totalmente o seu arsenal nuclear, numa altura em que há preocupações de que esteja a prosseguir os seus programas armamentistas. O ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano, Ri Yong Ho, por seu lado, atacou os Estados Unidos num fórum sobre segurança na Ásia, em Singapura, acusando-os de certas atitudes “alarmantes”, entre as quais “elevar mais ainda a sua voz para manter as sanções contra” a Coreia do Norte. Tais atitudes, disse Ri aos seus homólogos, poderão fazer com que um acordo com a Administração Trump, que engloba o compromisso de Pyongyang em proceder à desnuclearização total da Península da Coreia, “enfrente dificuldades”. A China e os Estados do sudeste asiático também foram alvo de apelos, nas reuniões de Singapura, para concluírem rapidamente um pacto de não-agressão eficaz que possa ajudar a evitar possíveis confrontos no disputado mar do Sul da China. Ambas as partes anunciaram um acordo de princípio sobre um “código de conduta” regional que classificaram como um marco, após 16 anos de negociações esporádicas. O alarme relativo ao aumento do proteccionismo comercial, que os Governos asiáticos advertiram poderá impedir o crescimento económico, dominaram também as reuniões, com o Japão a exortar a rápida conclusão de um acordo de livre comércio entre os 16 Estados asiáticos que não inclua os Estados Unidos. O ministro dos Negócios Estrangeiros filipino, Alan Peter Cayetano, afirmou que a aproximação entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos, juntamente com a conclusão de uma primeira versão do “código de conduta” para o mar do Sul da China são progressos, mas acrescentou que “como qualquer avanço em negociações diplomáticas, poderá levar a alguma coisa muito boa ou poderá levar a nada”. “Agora, o trabalho difícil está mesmo nos pormenores”, disse Cayetano à imprensa antes de iniciar um dia de reuniões entre os membros da Associação de Estados do Sudeste Asiático (ASEAN) e os seus parceiros Estados Unidos, China, Japão e Coreia do Sul. Os chefes da diplomacia da ASEAN e os seus homólogos da China, Japão e Coreia do Sul instaram os Estados Unidos e a Coreia do Norte “bem como partes interessadas, a continuarem a trabalhar no sentido da obtenção de paz e estabilidade duradouras numa Península Coreana desnuclearizada”, de acordo informação a que a agência Associated Press (AP) teve acesso.
João Luz VozesMilhões [dropcap style=’circle’] A [/dropcap] quilo que separa o homem do servo. A abundância numérica dos vitoriosos, a aritmética que define quem manda nisto tudo, que separa o ouro do joio, porque cereal e mercadorias são relíquias de mercados ancestrais. Sou o denominador comum a todos os poderes, a escala decimal que torna tudo possível. Nada funciona com centavos, a unidade da miséria, a identidade cambial dos ratos que se banqueteiam com as migalhas que caem das nossas mesas. Nada alguma vez será erigido com centavos. Podem esquecer outro hospital, sistema de metro, rede de esgotos e tratamento de águas residuais digno do grau civilizacional que os países médios atingiram há muito tempo. Objectivos que não estão ao alcance dos centavos e que acabam por não ser prioridades absolutas dos milhões. Entretanto, os centavos dormem em quartos húmidos, íntimos com o bolor e as pestes, ocupados com trabalhos que lhes permitem ficar à tona no imenso lago de milhões que é Macau, a sonhar com opulência distante, a fantasiar com as meninas que distribuem publicidade dos casinos, à espera que um golpe de sorte os empurre para o paraíso dos milhões. No outro lado do espectro, os milhões descansam nos paraísos onde não há impostos, coisa de pobre. Paraísos onde tudo se torna impessoal, onde os milhões gozam de anonimato, impessoalidade, onde ficam à margem a multiplicarem-se numa miríade de empresas offshore, em labirintos de quotas sociais que se dissipam por labirintos de opacidade até não serem de ninguém. Milhões elusivos, fugidios, ocultos, imperceptíveis apesar de estarem à vista de todos. Milhões de auto-geração, que se multiplicam espontaneamente, milhões que crescem na sombra, enquanto os centavos minguam ao sol como peixe seco. Milhões que deixam o pendor para a barbárie acentuar-se, que tratam animais como evocações de tempos medievais. Milhões que não se atemorizam com a autoridade, com outros pequenos milhões de multa, mas que actuam quando sentem que a má publicidade chegue às flutuações bolsistas. Milhões que se juntam de forma natural, maniatados por quem sabe, seguindo aritméticas místicas que são a génese de impérios, que transformam homens em deuses. Os centavos, por sua vez, são pesados. São um fardo que verga as costas de quem os acumula em sacos e bolsos que se recheiam de fatiga. Metal pesaroso, que pouco vale, chocalhando miséria nos bairros mais modestos. Centavos e trocos que mais ninguém quer, que são lixo inútil para os que conseguem compor uma mesa diariamente sem esforço. Espalham-se centavos no chão e só o pobre os vê, só ele o detecta. Os milhões não são assim. Os milhões não têm peso, flutuam num vácuo existencial, dividem-se entre carteiras de acções, cartões vários, participações sociais, dividendos rachados, fracções de heranças, títulos de propriedade. Os milhões só quando estão em pânico se agregam num saco e mesmo assim não são tão pesados como um saco de trocos. Trocos são os sedimentos sólidos que restam das reacções económicas, o refugo, a escória da vida fatigante que se vai acumulando nos bolsos de quem gasta tudo o que amealha. Os milhões não veem a rua, não conhecem a luta diária de quem tem tecto incerto, os milhões não têm concepção das cruéis escolhas entre bens essenciais que os centavos têm de fazer. O quando se acumulam em biliões, os milhões olham para baixo para o patobravismo dos milhões inferiores, seus lacaios e assassinos. É por isso que os milhões olham para o mercado imobiliário como uma arena de arrendatários trapaceiros, animais sem escrúpulos. É por isso que os milhões olham para as inundações no Porto Interior como uma oportunidade de investir alguma caridade. É por isso que os milhões estarão para sempre em antagonismo com os centavos e numa relação que mestre e servo.
Diana do Mar PolíticaRevisão da Lei Eleitoral vai incluir representantes de órgão municipal na comissão que elege o Chefe Segue para a Assembleia Legislativa a proposta de alteração à Lei Eleitoral para o Chefe do Executivo de modo a que a comissão que escolhe o líder do Governo passe a incluir dois representantes do futuro órgão municipal. A nova entidade pública entra em funcionamento a 1 de Janeiro [dropcap style≠‘circle’]F[/dropcap]ace à criação do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), que inicia funções a 1 de Janeiro, o Governo apresentou uma proposta de alteração à Lei Eleitoral para o Chefe do Executivo para incluir dois membros do órgão municipal sem poder político na comissão de 400 membros que escolhe o líder do Executivo. O diploma define que os representantes do IAM a inserir na Comissão Eleitoral para o Chefe do Executivo sejam seleccionados de entre os membros do Conselho de Administração e do Conselho Consultivo “mediante sufrágio interno”. Apesar da mexida, a Comissão Eleitoral que elege o Chefe do Executivo, com um mandato de cinco anos, vai manter o mesmo número de membros, ou seja, 400. Com a entrada em cena de representantes do futuro órgão municipal – prevista na Lei Básica – haverá, no entanto, uma redistribuição dos assentos. Segundo o diploma, cujos principais contornos foram apresentados na sexta-feira pelo porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, os dois representantes do IAM vão integrar o quarto sector, composto por 50 membros, que engloba 22 representantes dos deputados à Assembleia Legislativa, 12 deputados de Macau à Assembleia Popular Nacional e 16 representantes dos membros de Macau no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC). Os dois assentos a serem ocupados por membros do órgão municipal vão ser subtraídos aos destinados aos representantes de Macau na CCPPC, que passarão então a ser 14 em vez dos actuais 16. A proposta de alteração à Lei Eleitoral para o Chefe do Executivo tem entrada em vigor prevista para 1 de Janeiro do próximo ano, coincidindo assim com a data da criação do IAM. Flexibilidade superior O Conselho Executivo deu ainda luz verde a três projectos de regulamento administrativo relativos à Lei do Ensino Superior, aprovada no Verão passado, que entra em vigor na próxima quarta-feira, dia 8. O primeiro diz respeito ao Regime de Avaliação da Qualidade do Ensino Superior, destinada às instituições e aos seus cursos, em que se define expressamente os requisitos das duas modalidades de avaliação (acreditação e a auditoria). No âmbito dos processos de avaliação, o diploma, que visa aumentar o nível das instituições de ensino e assegurar a qualidade dos cursos, prevê o recurso a especialistas ou entidades para prestar opiniões, incluindo para a constituição do Grupo de Peritos para a Avaliação da Qualidade. Um processo que, segundo o coordenador do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior se encontra em curso. “Estamos no processo de constituição”, indicou Sou Chio Fai, dando conta de que gostaria de contar com especialistas de Portugal, China e Estados Unidos. Os novos cursos (locais e não locais) e os que sofrem alterações significativas um ano após a entrada em vigor são sujeitos à avaliação conforme os cursos correspondentes, estando estipulado um período de transição de um ano. Na próxima quarta-feira entra também em vigor o Estatuto do Ensino Superior, que regula especificamente os requisitos e os procedimentos sobre o estabelecimento da instituição do ensino superior e a criação dos cursos. O regulamento administrativo também introduz melhorias às regras de admissão ao ensino superior, definindo a qualificação e os requisitos para exercer funções do pessoal docente, bem como o processo e os requisitos de atribuição de graus de mestrado e doutorado. Por fim, o terceiro regulamento administrativo respeitante ao Regime do Sistema de Créditos no Ensino Superior, que define um período de transição de cinco anos para os cursos existentes, à excepção dos cursos que conferem o grau de mestre. Em suma, o trio de regulamentos administrativos vai introduzir maior flexibilidade, indicou Sou Chio Fai, dando como exemplo a possibilidade de os institutos que sejam aprovados na avaliação ministrarem mestrados.
Valério Romão h | Artes, Letras e IdeiasUm adeus invisível [dropcap style=’circle’] A [/dropcap] s redes sociais vieram revolucionar a forma como fazemos negócios, como acedemos à informação ou como ouvimos música. Mas acabaram por mudar, ainda que mais subtil e gradualmente, a forma como nos relacionamos. Por um lado, alargaram o campo de possibilidades: a nossa presença online permite-nos não depender do corpo e da sua geografia existencial para encetar ou manter contacto com alguém. Habituámo-nos a dispor de duas formas de apresentação distintas: no Facebook (e restantes redes sociais) e pessoalmente. Uma não exclui nem complementa a outra. São dois mundos que – embora por vezes se possam sobrepor – têm uma existência perfeitamente independente. Esta adjudicação mais ou menos involuntária de um património alargado de conhecimentos virtuais não acontece sem um acréscimo de ansiedade da nossa parte. De repente, este “outro mundo” passa a exigir-nos uma atenção existencial: há toda uma série de comportamentos e de reacções digitais que nos convidam a estar atentos e a interagir. Seja na apreciação do conteúdo que os outros colocam na rede, seja na análise do modo como os outros reagem ao que fazemos online. Este mundo fosforescente não é – ainda – um substituto da realidade física e do leque de estímulos e perspectivas que esta possibilita. É antes um faz-de-conta assaz elaborado que nos permite ter uma presença social semi-velada, semi-comprometida de que podemos dispor sem o receio de que as nossas escolhas tenham as consequências que estas costumam ter no “mundo real”. Mas esta vida dupla não acarreta somente a ansiedade da notificação. Traz também o conforto de ter sob a alçada dos polegares um conjunto de situações no formato da disponibilidade. Se fulano não pode sair hoje há sempre sicrano ou beltrano – e, coincidência, até estão online; se a mulher ou homem com quem estou decide, por algum motivo, deixar-me, não fico refém da minha limitada geografia existencial para suprir as necessidades que uma relação colmata. Mas nem precisamos de chegar ao limite supra-enunciado: o próprio balancete a que estão sujeitas todas as relações – e que lhes determina o futuro – é afectado pela aparente amplitude de possibilidades que o virtual dispõe sobre o tecido do tempo. A paciência para solucionar as fricções que necessariamente advêm do contacto continuado entre duas pessoas é menor; a disposição para fazer as mudanças que permitem aumentar o grau geral de tolerância numa relação diminuem. Tudo o que é difícil parece ou fica mais difícil. Desde logo, encetar ou terminar uma relação parecem ser os únicos momentos em que as coisas são mais fáceis que dantes. Ghosting é a palavra escolhida para o fenómeno que consiste em determinado sujeito eclipsar-se numa relação. É o equivalente contemporâneo a “ir comprar tabaco” e a forma mais eficiente de alguém se ver livre de um compromisso sem as consequências que advêm de verbalizá-lo. Sem conversas, sem justificações, sem lágrimas. A forma como já tínhamos higienizado da morte da vida contemporânea estendeu-se agora aos finais de relação. Para quê perder tempo e apanhar uma camada de nervos quando dispomos do silêncio para anunciar a nossa saída de cena? No máximo um “não sei o que te dizer” ou “deixo-te as chaves” e o outro que resolva as ambiguidades de sentido. É fácil. É tudo fácil.
Diana do Mar Manchete PolíticaCrime de ultraje ao hino apenas em actos graves, públicos e intencionais Apenas actos graves, públicos e intencionais de deturpação do hino nacional chinês vão ser considerados crime de ultraje à luz da proposta de alteração à lei da utilização e protecção da bandeira, emblema e hino nacionais [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] acto intencional de adulterar a letra ou partitura do hino nacional chinês ou proceder à execução instrumental e vocal do mesmo de forma distorcida e depreciativa em ocasiões ou locais públicos vai constituir crime de ultraje. É o que prevê expressamente a proposta de alteração à lei da utilização e protecção da bandeira, emblema e hino nacionais, cujos principais contornos foram apresentados na sexta-feira em conferência de imprensa pelo Conselho Executivo. A existência de dolo figura assim como um dos requisitos para que haja crime de ultraje, como realçou o director dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ). “Também vamos ver se o acto é público e grave. Com certeza tem de atingir um certo nível de gravidade”, complementou Liu Dexue. A moldura penal, tal como anunciado anteriormente, mantém-se. À luz da lei em vigor, que data de 1999, quem ultrajar os símbolos nacionais é punido com pena de prisão até três anos ou com multa até 360 dias. No caso particular do hino considera-se como falta de respeito a execução “maliciosa” fora dos precisos termos da sua partitura formal ou com alteração da sua letra. A proposta de lei vem também alargar ao hino (ou à sua letra e partitura) a proibição de uso para determinados fins, como comerciais e outros “indevidos”, algo que o diploma vigente não define expressamente. “Para além de fins comerciais ou de publicidade, conforme a lei do hino nacional do Estado [e] em adequação com a situação actual de Macau, não podemos utilizar o hino nacional para fins pessoais”, indicou o director da DSAJ, dando como exemplo o uso da “Marcha dos Voluntários” como “música de ‘background’ para eventos ou actividades profissionais”. Em paralelo, à semelhança do definido para a bandeira e emblema, estende-se ao hino a possibilidade de ser proibido “noutras ocasiões ou locais” pelo Chefe do Executivo. A revisão do diploma, que segue agora para a Assembleia Legislativa, visa alinhar-se com a nova Lei do Hino Nacional da China, em vigor desde 1 de Outubro. Tal sucede depois de, no mês seguinte, o Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN) ter aprovado a sua inclusão nos anexos das Leis Básicas de Macau e de Hong Kong, os quais regulam as leis nacionais a aplicar nas duas Regiões Administrativas Especiais. De pé e com compostura De modo a “dar mais um passo” na concretização das normas relativas à defesa da dignidade do hino nacional chinês, a proposta de lei introduz uma espécie de código de conduta. “Sugere-se que, durante a sua execução instrumental e vocal, os presentes devem permanecer respeitosamente de pé e comportar-se com compostura”, afirmou o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, durante a apresentação do diploma. “Não é [em] qualquer momento que têm de ficar de pé. O que estamos a solicitar é respeito. Vamos ver qual tipo de evento [e] o número de participantes”, explicou Liu Dexue. “Se estivermos numa sala com muitos intervenientes e é um grande evento normalmente vamos ficar todos de pé, mas por exemplo, se uma pessoa tem alguma deficiência ou outros problemas [é] claro que não vamos pedir-lhe [isso]. Vamos analisar caso a caso”, sublinhou o director da DSAJ. As normas aplicam-se a estrangeiros. “Todas as pessoas que estão a participar no evento têm este dever de respeitar o hino nacional, sejam locais ou estrangeiros”, pelo que ficam sujeitos às mesmas sanções, esclareceu o mesmo responsável. Os actos que desrespeitem o hino durante a sua execução constituem infracção administrativa punível com multa de 5.000 a 50.000 patacas, a mesma prevista já para os casos de uso indevido da bandeira. Instruções para escolas e ‘media’ O diploma define também a integração do hino nacional chinês no ensino primário e secundário da educação regular, aplicável a todas escolas, incluindo às internacionais e à Escola Portuguesa de Macau. À luz do proposto, as instituições de ensino devem organizar os alunos “para aprenderem a cantar o hino e ensinar-lhes a compreender o seu espírito, bem como a respeitar o cerimonial relativo à sua execução instrumental e vocal”. O director da DSAJ garantiu, no entanto, que a autonomia das escolas vai ser respeitada, não estando previstas sanções para o incumprimento. “Cada escola, com base na autonomia de ensino, pode seguir essas instruções e depois fazer a respectiva organização. O processo de implementação também tem a sua flexibilidade e elasticidade”, afirmou. Para os meios de comunicação social também foram delineadas instruções, com o diploma a sugerir que o Governo pode solicitar-lhes que se “adeqúem ao desenvolvimento das acções de divulgação sobre o hino nacional por si promovidas, com vista à promoção dos conhecimentos alusivos ao cerimonial de execução instrumental e vocal do mesmo”. “Não vamos punir nem sancionar os meios de comunicação social por não divulgarem ou não respeitarem essas instruções. O que gostaríamos é de promover o hino nacional (…) e de solicitar a vossa colaboração”, clarificou Liu Dexue. “É uma medida facultativa e não obrigatória. Vamos respeitar a vossa autonomia e toda a liberdade de expressão”, garantiu. Já em concreto para as estações de televisão e rádio o diploma dita que devem reproduzir o hino em determinadas celebrações importantes, como a tomada de posse do Chefe do Executivo ou do presidente da Assembleia Legislativa, exemplificou o director da DSAJ. O hino chinês, composto nos anos 1930 e conhecido como a “Marcha dos Voluntários”, foi elevado ao seu estatuto actual após a instauração da República Popular em 1949, ainda que durante a Revolução Cultural tenha sido proibido e substituído pela popular melodia “O Leste é Vermelho”, que exalta Mao Tsé-Tung.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Pequim volta a ameaçar Estados Unidos com tarifas [dropcap style=’circle’] A [/dropcap] China disse estar pronta para aplicar tarifas de 60 mil milhões de dólares aos Estados Unidos, caso aquele país avance com taxas alfandegárias aos produtos chineses. Em causa estão 5.207 produtos norte-americanos – como café, mel e químicos industriais – aos quais serão aplicadas tarifas que rondam os 60 mil milhões de dólares, de acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério das Finanças chinês. Esta é a resposta da República Popular da China à eventual imposição de taxas sobre produtos chineses, num valor que pode alcançar os 200 mil milhões de dólares. Acusando a presidência norte-americana de Donald Trump de prejudicar a economia mundial com tais tarifas, a tutela das Finanças chinesa nota que “a China é forçada a apresentar contra-medidas”. O Ministério das Finanças chinês admite, por isso, “tarifas de retaliação de 25 por cento, 20 por cento, 10 por cento ou 5 por cento”, que avançam caso a administração dos Estados Unidos “persista em colocar as suas ideias em prática”. Panela de pressão Na quarta-feira, o Governo de Pequim vincou que as tentativas de chantagem e pressão dos Estados Unidos sobre a aplicação de taxas alfandegárias aos produtos chineses nunca “vão funcionar”. “A chantagem e a pressão dos Estados Unidos nunca vão funcionar com a China e se foram tomadas medidas que piorem a situação nós iremos aplicar contra-medidas para que possamos manter os nossos direitos e interesses”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Geng Shuang. “Pensamos que os conflitos comerciais devem resolver-se com conversações e negociações. Os nossos esforços e a nossa sinceridade estão à vista de todos”, acrescentou. Fontes próximas da administração norte-americana indicaram na terça-feira que os Estados Unidos pretendem estabelecer taxas alfandegárias de 25 por cento sobre as exportações chinesas, o que pode vir a totalizar um valor correspondente aos 200 mil milhões de dólares. “O diálogo deveria ter como base a confiança mútua e a igualdade, estabelecendo regras e credibilidade porque as ameaças unilaterais e a pressão são contraproducentes”, frisou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim.
Sofia Margarida Mota EventosArte | Ai Weiwei denuncia demolição de estúdio em Pequim [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] estúdio de Ai Weiwei em Pequim foi demolido na passada sexta-feira. O artista não foi notificado pelas autoridades e divulgou as imagens através da sua conta no Instagram. Outros estúdios e galerias estão a ser informados que vão ter de sair de Caochangdi, o bairro artístico localizado na zona nordeste da capital. Conhecido como um espaço alternativo ao conhecido bairro artístico de Pequim 798 Art District, Caochangdi, localizado na zona nordeste da capital tem sido um porto de abrigo que acolhe artistas e estudantes. Antes, uma aldeia que vivia de agricultura, actualmente Caochangdi é conhecido como um dos locais de maior dinamização artística da capital. No entanto, na passada sexta-feira, Ai publicou na sua conta de Instagram vários vídeos e imagens que denunciavam a demolição de Zuoyou, o estúdio que mantinha em Pequim e de onde saíram algumas das suas mais conhecidas obras. Num dos vídeos, o artista mostra escavadoras a derrubarem a fachada, as paredes e janelas de Zuoyou. De acordo com Ai, a demolição foi feita sem que tivesse qualquer conhecimento ou notificação prévia por parte do Governo. “Hoje, começaram a demolir o meu estudio ‘Zuoyou’, em Pequim, sem me prevenir… Adeus”, refere o artista numa das publicações, citado pela publicação online “Artforum” Depois de mostrar a destruição do estúdio, Ai publicou também algumas das obras que ali foram concebidas desde que ocupou aquele espaço há mais de 15 anos. Entre elas o artista destacou Template (Collapsed) de 2009, Tree e Yu Yi de 2015 e o protótipo da instalação dedicada aos refugiados que esteve recentemente em exposição em Hong Kong, “Law of the Journey” de 2017. Acontecimentos repetidos Este é o segundo estúdio do artista e dissidente destruído pelas autoridades chinesas, depois de em 2011 o seu espaço em Xangai ter tido o mesmo destino. É de salientar que o artista de 61 anos reside actualmente em Berlim. Zuoyou, era descrito por Ai Weiwei como uma “fábrica socialista ao estilo da Alemanha de Leste”, uma vez que tinha albergado uma oficina de automóveis. Na dissidência O artista, que participou no projecto do Estádio Olímpico de Pequim em 2008, é conhecido por se opor ao regime. Esta oposição valeu-lhe a condenação a prisão domiciliária, na China, entre 2011 e 2015, ano em que recuperou o passaporte e se mudou para a Alemanha, onde estabeleceu um estúdio em Berlim. O trabalho de Ai denuncia as violações dos direitos humanos em todo o mundo, a crise por detrás do êxodo, a censura e a apatia através de vários materiais e plataformas, explicou o activista na inauguração da última exposição em Santiago do Chile, em Maio passado. Ai Weiwei teve apenas uma exposição autorizada no continente em 2015. A mostra em apreço era composta por uma instalação, exposta no 798, que reconstruía um templo em ruínas. Agora é de vez Não é a primeira vez que o bairro artístico corre perigo. Esteve sob ameaça de destruição ao longo de vários anos, mas em Maio de 2011 o Governo optou pela sua preservação. Na altura, já era um marco do panorama artístico e arquitectónico da capital. Preservando a estrutura de uma aldeia, Caochangdi mantinha-se um espaço conhecido pela sua singularidade e dinamismo silencioso, à margem do frenesim comercial. No entanto, estes dias estão contados. A demolição acontece depois das autoridades de Pequim terem notificado algumas das galerias e estúdios daquele bairro da capital que Ai Weiwei também ajudou a construir. De acordo com o site “Artforum”, galerias como a De Sarthe e a X Gallery, por exemplo, foram avisadas que teriam 13 dias para se relocalizarem. Caochangdi Art District é um dos vários bairros artísticos localizados na zona norte de Pequim e que vai ser alvo de um plano de intervenção do Governo ainda desconhecido.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeEduardo Ascensão, antropólogo urbano: “A Ilha Verde é um lugar totalmente à margem” Investigador do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, Eduardo Ascensão está a realizar um trabalho de investigação sobre o antigo bairro de lata da Ilha Verde, demolido em 2010. O académico fala de um lugar que serviu de acolhimento de imigrantes chineses ilegais em duas fases distintas, nos anos 60 e 80, e do papel da Administração portuguesa nas tentativas de realojamento dos moradores Como é que surgiu o interesse pelo bairro de lata da Ilha Verde? É um interesse particular dentro de um enquadramento mais geral. O meu projecto de investigação é sobre diferentes formas de intervenção de estruturas do Estado em bairros de barracas ou populares, em diversas cidades de língua portuguesa. Faço uma abordagem histórica e também geográfica. Histórica no sentido em que pego em alguns exemplos de locais e nas suas transformações ao longo do tempo, o que implica contextos que eram coloniais e depois uma passagem para os contextos pós-coloniais. Tenho olhado para intervenções como as favelas do Rio de Janeiro ou uma série de programas de melhoramentos de bairros periféricos que houve na Guiné-Bissau nos anos 90. Em Lisboa, também temos uma história longa de habitação informal desde os anos 50. Macau aparece aqui porque vivi cá em criança e adolescente e lembrava-me bem do bairro da Ilha Verde, onde eu às vezes me perdia a andar de bicicleta. Lembro-me que era um lugar bastante diferente em relação ao resto da cidade e sempre me despoletou a curiosidade de como é que o bairro ali tinha nascido. Era um lugar à margem. Era um lugar totalmente à margem, notava-se até pouca presença de polícia ou de outras instituições mais oficiais e tive agora confirmação disso. Entrevistei alguns moradores que me falaram desse carácter muito peculiar do bairro. Alguma pesquisa histórica e de arquivo foi desfiando uma história muito interessante, um local que sempre, desde os anos 20 do século XX, foi aquilo que os estudos de emigração chamam de área de recepção de migrantes pobres e ilegais, que cá se denominam refugiados da China continental. Isso é muito interessante porque já na altura era denominado bairro dos indigentes chineses, ou seja, das classes operárias mais baixas. Eram pessoas que trabalhavam ali perto, em fábricas de cimento, de panchões, e tinham ali uma habitação precária relativamente perto do local de trabalho. No final dos anos 50 há referências de que em toda a zona em redor da Ilha Verde, e também a norte do Canídromo, ou Fai Chi Kei, houve um enorme afluxo de refugiados da China, antes ou depois da Revolução Cultural, e era uma imigração económica mas também mais complexa, ligada à Revolução Cultural. Muitos chineses da província de Guangdong, mas também de outras províncias chinesas, vinham a nado pelo Canal dos Patos e depois instalavam-se no bairro de lata em barracas por eles construídas. E é este período que está a estudar? Não. O foco da minha investigação é o momento sucessivo a este, quando a Administração portuguesa, ainda administração colonial, estabelece comunicações com Lisboa, com o governo colonial de Hong Kong e com agências da ONU para os refugiados quanto à necessidade de providenciar alguma habitação menos precária para este enorme afluxo de refugiados. Quantas pessoas viviam nessa altura no bairro? Entre duas a cinco mil pessoas, seria uma população muito flutuante e difícil de enumerar. A população de Macau nessa altura rondaria as 100 mil pessoas, no princípio dos anos 60, e houve um afluxo massivo de refugiados que poderiam ser cerca de 60 mil pessoas. Também havia bairros de barracas na Taipa e na parte do Porto Exterior, mas a maior parte deles estava na zona do Fai Chi Kei, Doca do Lam Mau, Ilha Verde, bairro Tamagnini Barbosa. Já tinha havido a necessidade de habitação social nos anos 50 com o bairro Tamagnini Barbosa na sua primeira versão, que era constituído por blocos térreos onde foram depois feitos edifícios mais altos. A pergunta que fui fazendo sobre o bairro da Ilha Verde é porque é que este plano da Administração colonial portuguesa, que implicava a construção de alguns prédios de habitação de altura média, não foi construído e, em vez disso, foi subsistindo um bairro de barracas pré-fabricadas relativamente melhoradas até 2010. Havia infra-estruturas, tal como esgotos ou electricidade? Sim. Não havia inicialmente, mas depois houve a provisão de esgotos e pontos de água. Alguns moradores optavam, ainda assim, por aceder apenas aos pontos de água colectivos para não pagarem. Segundo relatos de ex-moradores, estas casas tinham uma baixa renda, de cerca de três patacas ao mês, o que, na prática, fazia com que as pessoas não tivessem custos com a habitação. Este é um factor que se repete nos bairros precários pelo mundo fora. Essa renda era paga a quem? Era paga ao Governo ou à Câmara Municipal do Leal Senado. Há coisas que ainda não consegui apurar. Uma das respostas que quero obter é se as antigas casas do bairro de lata foram feitas através da despensa de materiais iguais pelo Leal Senado ou se eram modelos iguais porque havia empreiteiros locais que reproduziam os modelos. Alguns elementos arquitectónicos destas casas são semelhantes, tirando as palafitas e algumas casas da ilha de Coloane. No segundo andar as famílias dormiam e quase tudo acontecia no piso térreo. Mas ainda vou ter que deslindar melhor essa dúvida que, para o projecto, é a mais importante. Isto porque o alinhamento das ruas no bairro é resultado de um processo de planeamento. As ruas tinham número e tudo provém do plano de refugiados do início dos anos 60. Essa topografia foi feita por moradores, ou pelas autoridades? Foi feita pelo Governo. Era uma malha típica de planeamento racional e moderno por parte das autoridades e depois foi sendo preenchida com a construção das casas feita ao longo do tempo. Havia um plano residencial e moderno, da década de 60, que nunca chegou a ser feito. Porquê? Haverá uma razão mas ainda não consegui apurar, mas essa situação repetiu-se em diversos contextos no final do colonialismo português. Criaram-se planos para populações ditas autóctones ou indígenas, e que estiveram ligados à pressão internacional que houve sobre o colonialismo português quando todos os outros impérios já tinham dado origem a países independentes. O caso de Macau é sempre particular, mas é neste quadro de desenvolvimento de planos que nem sempre eram postos em prática que se pode incluir este plano. A Administração portuguesa, na altura, afirmava em documentos que não tinha capacidade para providenciar habitação para tantas pessoas. Aí é feita uma comunicação com Lisboa para ter algum apoio nesse sentido, o que mostra que não é surpreendente que os planos para as populações pobres não tenham sido implementados. Após a revolução de 1974 em Portugal a Administração portuguesa deixa de ser do tipo colonial e passa a ser de transição. A partir daí, no início dos anos 80, há um esforço muito grande para levar avante planos de habitação social para as classes mais vulneráveis chinesas. Portanto, não podemos falar de uma falta de investimento de Portugal em Macau ao nível da habitação social, mas sim de dificuldades técnicas e legais de implementação. Não. O bairro de Tamagnini Barbosa já era uma tentativa de habitação social para classes sociais e não apenas para funcionários públicos. Já nos anos 50 havia a percepção de que havia essa necessidade. Não me parece que tenham existido dificuldades técnicas ou legais na implementação desses planos. Em Macau havia menos a compulsão dos poderes coloniais em querer exercitar o poder civilizacional sobre as populações chinesas [por oposição ao que aconteceu nas ex-colónias portuguesas em África] porque havia uma espécie de separação sem essa compulsão de civilizar. Admitia-se que os chineses tinham uma civilização muito rica e havia um pacto de co-habitação. Já na altura as comunidades viviam completamente separadas. Um pouco separadas. A partir dos anos 80 foram feitos enormes investimentos e aí a Administração portuguesa tem, se calhar, uma história feliz, pois dá-se início a uma verdadeira política de habitação social. É também no início dos anos 80 que se dá um novo fluxo de imigrantes chineses. Entrevistei muitos que entravam em Macau pela zona do Canal dos Patos. Uma residente, por exemplo, veio a nado, como era muito comum nessa altura, por razões económicas e também porque queria fugir da política do filho único. O bairro da Ilha Verde serve então, pela segunda vez, como área de recepção de imigrantes ilegais e que se foram estabelecendo por ali. O que percorre muitas memórias e histórias dos habitantes com que falei é a existência de um espírito comunitário bastante particular, que é, mais uma vez, uma característica que se repete em muitos assentamentos informais do mundo. Depois dessa segunda vaga de imigração, não houve mais nenhuma até à sua total demolição? Sim, e nesse intervalo estamos a falar de um período de 30 anos. Houve tentativas de destruir o bairro e realojar as pessoas ao longo desse período? No início dos anos 80, o Instituto de Acção Social e as Obras Públicas construíram os centros temporários de habitação (CTH) para retirarem algumas pessoas, numa óptica de erradicação de barracas, que depois iriam ser canalizadas para as listas de espera de habitação social. Havia aqui uma política pensada e com algum impacto oficial. A Administração portuguesa terá muitos aspectos negativos mas julgo que neste período, anos 80, foi um dos períodos de maior desenvolvimento. Alguma legislação que sai no Boletim Oficial, em 1993, é em muito semelhante ao plano especial de alojamento do Programa Especial de Realojamento (PER) português de 1993, que tinha como objectivo erradicar as barracas nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. Houve então essa influência portuguesa. Foi-se buscar essa legislação para, de alguma forma, existirem instrumentos legais para proceder de forma justa administrativamente, ou seja, sem o despejo violento de moradores. Tudo isso foi um pouco suspenso, e no início dos anos 2000 há uma parte do bairro que é demolida para construir um viaduto que liga o Fai Chi Kei e a zona de acesso à Ponte da Amizade. Em 2010 dá-se o processo final de demolição. Mas se no início as pessoas eram encaminhadas para os CTH e habitação social, no final umas famílias foram realojadas na zona da Areia Preta, mas outros foram indemnizados com um valor mais baixo do que aquele que iria permitir adquirir uma habitação. Este processo final já foi mais discricionário e é uma pergunta que fica para as autoridades locais à qual não tenho resposta. O bairro da Ilha Verde tem uma história muito rica, percorre todo o século XX e percorre-o de uma forma importante e positiva.
Hoje Macau China / ÁsiaChina elimina milhares de vídeos e música online e investiga conteúdo pró-fascista [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas eliminaram milhares de arquivos de vídeo e música online e estão a investigar obras “que promovem o fascismo e o militarismo”, informou o Ministério da Cultura e Turismo na quinta-feira, em comunicado. O ministério removeu 4.664 produtos musicais online, mais de cem mil vídeos e 4.300 comentários de utilizadores por “infrações” genéricas e ordenou a 18 plataformas de música online a realização de “inspeções” ao seu conteúdo para que se autocensurem. A mesma entidade ordenou às autoridades culturais do município de Pequim, bem como às das províncias de Zhejiang e Guangzhou para investigarem casos de “obras musicais online que glorifiquem o fascismo e o militarismo”. A campanha chinesa visa “regular a ordem comercial do mercado de cultura online e investigar aqueles produtos culturais online que contêm conteúdo vulgar”. Nesta última ação foram eliminados conteúdos de alguns dos fornecedores mais populares do país, como QQ Music, ou as páginas Douyin e Kuaishou que permitem aos utilizadores carregar e partilhar vídeos. Por outro lado, 11 empresas de banda desenhada online retiraram da internet 977 obras e 167 histórias. Alguns meios de comunicação estatais já tinham acusado algumas dessas empresas de divulgarem “imagens sexualmente sugestivas” e até mesmo “conteúdo incestuoso”, de acordo com o jornal China Daily. O ministério acrescentou que vai reforçar a supervisão sobre os operadores para os obrigar a tomarem “medidas fortes” contra o conteúdo pornográfico, vulgar, violento e pouco ético, assim como contra todos aqueles que incitem ao crime. Na semana passada, a China tinha lançado uma campanha contra 19 aplicações de vídeo, incluindo Bilibili e Miaopai, populares entre os adolescentes, que acusou de difundir conteúdo “obsceno, violento ou pornográfico”, bem como de “promoverem informação distorcida”. A ação resultou no encerramento definitivo de três aplicações e a retirada da Bilibili por um mês da loja de aplicativos Android. A campanha é liderada pela Administração do Ciberespaço da China que tem desde quarta-feira um novo responsável, Zhuang Rongwen.
Hoje Macau China / ÁsiaPopulação da Índia irá ultrapassar a da China em 2022, diz Banco Mundial [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] população da Índia deverá ultrapassar a da China, actualmente o país mais populoso do mundo, no ano de 2022, de acordo com novos dados divulgados pelo Banco Mundial. “A China, com 1,4 mil milhões de habitantes é o país mais populoso do mundo em 2017. No entanto, a Índia, segundo país mais populoso, com 1,3 mil milhões de pessoas, deverá superar a população da China até 2022”, revela dados do Banco Mundial, disponíveis no portal da instituição sobre saúde, nutrição e população mundial, através de gráficos e tabelas que apresentam previsões até 2050. Em 2022, as previsões indicam que a população da Índia será de 1.411.415.000 enquanto a China terá 1.404.652.000 habitantes. Segundo os dados, a taxa de fertilidade da China diminuiu drasticamente desde a década de 1970. Os dados também indicam que, embora o México e o Japão tenham população semelhante (129 milhões e 127 milhões, respetivamente) em 2017, as estruturas etárias desses países parecem muito diferentes. As pirâmides populacionais dos dois países mostram que a população do México é muito mais jovem do que a do Japão. O México tem mais jovens e o Japão tem mais idosos. A população com mais de 65 anos aumentou rapidamente desde os anos 90 no Japão. No entanto, a população com mais de 65 anos no México deverá exceder 10 milhões em 2020 e aumentar de forma constante. Estima-se que as diferenças na população com idades entre 65 anos ou mais entre o Japão e o México diminuam até 2050. No que toca à saúde, o estudo refere, por exemplo, que as mulheres são mais vulneráveis ao VIH do que os homens, especialmente na África Subsaariana. Em 20 países da África Subsaariana, mais de 60% da população afetada pelo VIH são mulheres. Em outras regiões, menos da metade da população afetada pelo HIV são mulheres (sul da Ásia: 33%, América Latina e Médio Oriente: 38%). Segundo o Programa das Nações Unidas para o Combate ao VIH/Sida (UNAIDS), fatores estruturais, comportamentais e biológicos estão a aumentar o risco de infeção pelo VIH entre as mulheres. Os dados indicam que há mudanças na causa da morte em países de baixo rendimento nos últimos 16 anos. Em países de alto rendimento, a maioria das mortes é causada por doenças não transmissíveis, como doenças cardíacas e AVC, enquanto a maioria das mortes em países de baixo rendimento é causada por doenças transmissíveis. Na Zâmbia, Quénia, Malauí, Níger e Botsuana, com a maior proporção de causas de morte por doenças transmissíveis, mais de 78% das mortes foram causadas por doenças transmissíveis em 2000. No entanto, a proporção de causas de morte por doenças não transmissíveis aumentou nestes países em 2016. No Botswana, por exemplo, a percentagem de mortes causadas por doenças transmissíveis tem vindo a diminuir rapidamente, enquanto a proporção de mortes por doenças não transmissíveis aumentou entre 2000 e 2016.
Hoje Macau DesportoVolta a Portugal | Campeões de outras andanças com paixão pelo ciclismo [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]ampeões de outras modalidades, Carlos Lopes e Vanessa Fernandes são apaixonados pelo ciclismo, uma modalidade do povo e elogiam os heróis e sobreviventes que fazem a Volta a Portugal. Filha de um ex-vencedor da Volta a Portugal e irmã de um atual membro do pelotão da prova, ambos de nome Venceslau, Vanessa Fernandes optou, com enorme sucesso, pelo triatlo, mas mantém um grande carinho pelo ciclismo. “Se calhar foi o meu primeiro desporto. Por isso, desde muito nova que estou habituada a estar envolvida neste desporto. Desde muito nova ia ver provas do meu pai. Este é o desporto que é a minha raiz. E agora com o meu irmão ainda tenho mais vontade de estar aqui”, referiu, à agência Lusa. Questionada sobre sobre qual dos desportos é mais duro, a medalha de prata nos Jogos Olímpicos Pequim2008 diz que “o problema é que o ciclismo são muitas etapas, não é só uma prova”. “O triatlo em duas horas estava acabado, mas o ciclismo tem algo de especial e tem uma relação que bate sempre muito no sofrimento. Essa palavra é dura, mas é preciso saber lidar bem com ela e ser uma aliada”, referiu. Para Vanessa Fernandes, os ciclistas acabam por ser sobreviventes, mas é a forma de passar por momentos de maior sofrimento. “Nós temos de ter isso como obstáculo, mas saber treiná-lo. Isso treina-se mentalmente e fisicamente. Não temos de ver essa palavra [sobrevivente] como algo mau, mas de algo que podemos usufruir”, concluiu. Garantindo que adora ciclismo, Carlos Lopes acha que fazer uma maratona “equivale muito” a uma etapa de uma prova de ciclismo, lembrando que os corredores conseguem ter ligeiros momentos de descanso, ao contrário de uma maratona, em que é sempre “a dar ao ‘pedal'”. “O ciclismo é tremendo, porque é corrido debaixo de temperaturas diferentes. Isto ao fim de muitos dias é tremendo”, afirmou. O campeão olímpico da maratona em 1984 diz que “é um prazer” acompanhar a Volta a Portugal, algo que faz sempre, mesmo que por vezes como “clandestino”. “É a festa de um povo. As pessoas adoram, incentivam, acarinham e têm muito respeito pelos ciclistas, porque isto é um desporto nacional. Toda a gente diz que o futebol é desporto rei, eu acho que não, mas sim aqueles que lutam individualmente e conseguem através disso fazer coisas maravilhosas”, afirmou. Sobre a etapa de hoje, que liga Guarda às Penhas de Saúde, Carlos Lopes diz que “é a etapa rainha e é aí que se define muito a qualidade a competência e a vontade de vencer”, concluindo que “é uma etapa extraordinária”. “Quando se está preparado as coisas são fáceis, quando não se está as coisas ficam difíceis. Os que estão preparados devem aventurar-se mais, aqueles que não têm de saber gerir o esforço”, aconselhou.
Hoje Macau China / ÁsiaChina ameaça Estados Unidos com tarifas sobre produtos que rondam 60 mil milhões [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China disse estar pronta para aplicar tarifas de 60 mil milhões de dólares aos Estados Unidos, caso aquele país avance com taxas alfandegárias aos produtos chineses. Em causa estão 5.207 produtos norte-americanos – como café, mel e químicos industriais – aos quais serão aplicadas tarifas que rondam os 60 mil milhões de dólares, de acordo com um comunicado hoje divulgado pelo Ministério das Finanças chinês. Esta é a reposta da República Popular da China à eventual imposição de taxas sobre produtos chineses, num valor que pode alcançar os 200 mil milhões de dólares. Acusando a presidência norte-americana de Donald Trump de prejudicar a economia mundial com tais tarifas, a tutela das Finanças chinesa nota que “a China é forçada a apresentar contramedidas”. O Ministério das Finanças chinês admite, por isso, “tarifas de retaliação de 25%, 20%, 10% ou 5%”, que avançam caso a administração dos Estados Unidos “persista em colocar as suas ideias em prática”. Na quarta-feira, o Governo de Pequim vincou que as tentativas de chantagem e pressão dos Estados Unidos sobre a aplicação de taxas alfandegárias aos produtos chineses nunca “vão funcionar”. “A chantagem e a pressão dos Estados Unidos nunca vão funcionar com a China e se foram tomadas medidas que piorem a situação nós iremos aplicar contramedidas para que possamos manter os nossos direitos e interesses”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Geng Shuang. “Pensamos que os conflitos comerciais devem resolver-se com conversações e negociações. Os nossos esforços e a nossa sinceridade estão à vista de todos”, acrescentou. Fontes próximas da administração norte-americana indicaram na terça-feira que os Estados Unidos pretendem estabelecer taxas alfandegárias de 25% sobre as exportações chinesas, o que pode vir a totalizar um valor correspondente aos 200 mil milhões de dólares. “O diálogo deveria ter como base a confiança mútua e a igualdade, estabelecendo regras e credibilidade porque as ameaças unilaterais e a pressão são contraproducentes”, frisou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Rodrigo Duterte defende regresso da pena de morte, apesar das declarações do Papa [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] governo de Rodrigo Duterte garantiu que manterá os planos para restabelecer a pena de morte nas Filipinas, apesar das declarações proferidas na quinta-feira pelo papa Francisco que classificou tal prática como “inadmissível” à luz do catolicismo. Nas Filipinas, mais de 85% da população é católica. O porta-voz do Presidente filipino, Harry Roque, afirmou hoje que o executivo de Manila “vai tentar persuadir de modo gentil” os senadores para que estes aprovem a lei que visa restabelecer a pena capital nas Filipinas, proibida no país desde 2006. “Continua a ser uma das prioridades do governo restaurar a pena de morte para os crimes mais graves relacionados com as drogas. Mas a decisão está agora nas mãos do Senado (câmara alta do congresso filipino)”, disse o porta-voz numa conferência de imprensa. A Câmara dos Representantes (câmara baixa do congresso filipino) aprovou em março passado o projeto-lei relacionado com o restabelecimento da pena capital, que foi uma das grandes promessas eleitorais de Duterte, num âmbito de uma linha dura de combate contra o narcotráfico. A Conferência Episcopal das Filipinas, que sempre se opôs à medida defendida por Rodrigo Duterte, assegurou hoje, num comunicado, que as declarações do papa Francisco esclarecem qualquer dúvida sobre a posição da Igreja Católica em relação à pena de morte. Na quinta-feira, a Santa Sé anunciou que o papa Francisco mudou o catecismo católico para declarar a pena de morte inadmissível, assumindo igualmente o compromisso da Igreja para a abolir no mundo inteiro. “À luz do Evangelho, a pena de morte é inadmissível porque atenta contra a inviolabilidade e a dignidade da pessoa”, referiu o novo texto, cuja alteração foi anunciada em comunicado pelo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Luis Ladaria Ferrer. As Filipinas aboliram a pena de morte em 2006 durante a presidência de Gloria Macapagal Arroyo, que desde o passado dia 23 de julho é a nova líder da Câmara dos Representantes e uma das principais aliadas políticas de Duterte. Nesta matéria, Portugal assumiu uma posição de vanguarda e foi um dos primeiros Estados soberanos (e o primeiro europeu) a abolir a pena de morte, em 1867.
Hoje Macau EventosMadonna lembra “lenda do fado” que foi Celeste Rodrigues [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] cantora norte-americana Madonna lembrou a “espantosa lenda do fado” que foi Celeste Rodrigues e salientou a sua sorte por a ter conhecido. Num vídeo da fadista a cantar partilhado no Instagram oficial da cantora, Madonna escreveu: “Tão sortuda por ter conhecido e ouvido e cantado com esta espantosa Lenda do Fado! Que descanse com os anjos”. Em dezembro, a autora de “Like a Virgin”, agora residente em Lisboa, já tinha partilhado um vídeo em que cantava “Can’t help falling in love”, de Elvis Presley, com Celeste Rodrigues. O velório da fadista Celeste Rodrigues, que morreu na quarta-feira aos 95 anos, realiza-se hoje, a partir das 19:00, no Pátio da Galé, na Praça do Comércio, em Lisboa, disse à agência Lusa o neto, Diogo Varela Silva. O funeral da fadista realiza-se na sexta-feira, a partir das 14:30, em direção ao cemitério dos Prazeres, onde será sepultada no panteão dos artistas, segundo a mesma fonte. Entre as reações à sua morte, o músico Jorge Fernando afirmou que Celeste Rodrigues é uma dessas pessoas que deviam ser eternas, e mostrou-se convicto de que a fadista “continuará a viver na cabeça e no coração das pessoas”. Camané recordou a “vivacidade incrível e contagiante” que a fadista mantinha aos 95 anos. Luís de Castro, da Associação Portuguesa dos Amigos do Fado, afirmou que a fadista era “senhora de uma voz bonita, tendo desenvolvido, ao longo de uma carreira de mais de 60 anos, as suas extraordinárias qualidades de intérprete”. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, referiu a “voz única”, a alegria, a amabilidade e a forma como Celeste Rodrigues “nunca perdeu a curiosidade de conhecer um mundo em permanente mudança”. “Celeste Rodrigues tinha de facto uma voz única, distinta da voz da sua mãe, distinta da voz da sua irmã Amália, distinta na sua independência, autonomia e sobretudo alegria”, lê-se numa mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa. O primeiro-ministro, por seu turno, elogiou a forma “plena e livre” de estar na vida de Celeste Rodrigues, e disse esperar que a sua voz continue “a inspirar gerações”. Numa mensagem na sua conta oficial do Twitter, António Costa referiu-se à irmã de Amália Rodrigues como “querida amiga”, recordando a sua “forma de estar no fado, plena e livre”. O ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes, em comunicado, afirmou que a fadista “inspirou gerações de artistas com o seu talento e dedicação”, e protagonizou uma “vibrante carreira”. Celeste Rodrigues, nascida no Fundão, a 14 de março de 1923, morreu hoje, em Lisboa, e celebrizou fados como “A Lenda das Algas”, “Fado das Queixas”, “Noite de Inverno” e “Saudade vai-te embora”, tendo, ao longo de uma carreira de 73 anos, pisado os mais diferentes palcos, desde as casas de fado em Lisboa, ao antigo Casino da Urca, no Rio de Janeiro, com a irmã Amália Rodrigues, do Teatro dos Campos Elísios, em Paris, ao Concertgebouw, em Amesterdão, ou ao Queen Elizabeth Hall, em Londres, entre outros.
Hoje Macau InternacionalVenezuela | Maduro acusa homólogo colombiano de ordenar alegado atentado de que foi alvo [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou o seu homólogo colombiano, Juan Manuel Santos, de ter ordenado o alegado ataque de que foi alvo este sábado, que provocou sete feridos. “Tudo aponta para a extrema-direita venezuelana, em aliança com a extrema-direita colombiana e tenho a certeza que Juan Manuel Santos está por detrás deste atentado”, denunciou Maduro, durante um transmissão televisiva ao país este sábado, desde o palácio presidencial de Miraflores. O Presidente da Venezuela explicou que o seu homólogo colombiano, Juan Manuel Santos, vai abandonar a presidência do país, no dia 7 de agosto e que não podia deixar o poder “sem fazer dano” ao seu país. “Tratou-se de um atentado para me matar. No dia de hoje (sábado) tentaram assassinar-me. As investigações apontam a Bogotá”, disse. Duas explosões, aparentemente provocadas por um ‘drone’ [avião não tripulado], obrigaram hoje o Presidente da Venezuela a abandonar rapidamente uma cerimónia de celebração do 81.º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar). O ato, que decorria na Avenida Bolívar de Caracas (centro), estava a ser transmitida em simultâneo e de maneira obrigatória pelas rádios e televisões venezuelanas e no momento em que Nicolás Maduro anuncia que tinha chegado a hora da recuperação económica ouviu-se uma das explosões, que fez inclusive vibrar a câmara que focava o chefe de Estado. Nesse instante, a mulher do Presidente venezuelano, Cília Flores, e o próprio chefe de Estado olharam para cima. Antes da televisão venezuelana suspender a transmissão foi possível ainda ver, o momento em que militares rompiam a formação. “As investigações estão muito avançadas” e já “foram capturados parte dos autores materiais do atentado e capturada parte da evidência [drone]”, afirmou o Presidente venezuelano. Por outro lado disse esperar que o Presidente norte-americano, Donald Trump, entre outros, colaborem com a Venezuela, porque, segundo Maduro, as primeiras investigações indicam que vários dos responsáveis intelectuais e financeiros do atentado vivem na Florida. “Espero ter a colaboração dos Governos do continente, onde estão parte destes redutos da extrema-direita fascista”, frisou. Colômbia já negou acusações A Presidência da Colômbia refutou a afirmação do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que acusou o seu homólogo colombiano, Juan Manuel Santos, de ter ordenado o alegado ataque de que foi alvo este sábado. “Isso não tem base, o presidente está empenhado no batismo da sua neta Celeste, e não em derrubar governos estrangeiros”, disse uma fonte da presidência colombiana aos jornalistas, este sábado. “Tudo aponta para a extrema-direita venezuelana, em aliança com a extrema-direita colombiana e tenho a certeza que Juan Manuel Santos está por detrás deste atentado”, denunciou Maduro, durante uma transmissão televisiva ao país, desde o palácio presidencial de Miraflores. O Presidente da Venezuela explicou que Juan Manuel Santos vai abandonar a presidência do país, no dia 7 de agosto e que não podia deixar o poder “sem fazer dano” ao seu país.
Hoje Macau DesportoTianjin Quanjian de Paulo Sousa perde e atrasa-se no campeonato chinês de futebol [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Tianjin Quanjian, comandado pelo português Paulo Sousa, atrasou-se na luta pelos lugares cimeiros da liga chinesa de futebol, ao perder em casa frente ao Henan Jianye por 2-1, em jogo da 16.ᵃ jornada da competição. O português Ricardo Vaz Te foi o autor dos dois golos que deram a vitória ao Henan Jianye, aos 29 e 51 minutos, enquanto o brasileiro Pato marcou, aos 53 minutos, para a equipa da casa. A derrota deixa a equipa de Paulo Sousa em oitavo lugar da liga chinesa, com 21 pontos, enquanto o Henan Jianye subiu ao 10.° lugar. O campeonato chinês é liderado pelo Beijing Guoan, com 32 pontos.
Hoje Macau China / ÁsiaCem chineses distinguidos como “internautas jovens bons” São jovens e comportam-se lindamente na Internet. O Comité Central da Liga da Juventude Comunista da China e a Administração do Ciberespaço da China, organizaram a campanha “internautas jovens bons”, que distinguiu uma centena de jovens cuja presença online foi considerada exemplar [dropcap style≠‘circle’]S[/dropcap]hi Yue, uma “xue ba” de 29 anos de idade, ou seja, uma aluna com notas máximas, possui diplomas das universidades mais importantes da China. No entanto, traçou o seu caminho para a fama na internet como apresentadora de um podcast dedicado à promoção de hábitos saudáveis na comunidade adepta dos jogos de vídeo Apelidada de “Nv Liu”, Shi começou a editar e narrar jogos na internet quando estudava arquitectura na Universidade Tsinghua e na Universidade de Pequim. Após a graduação, tornou-se apresentadora de transmissão ao vivo em tempo integral. Shi foi seleccionada entre os cem “internautas jovens bons” e reconhecida como um modelo para jovens chineses por introduzir espectadores à indústria de jogos e à ciência, conhecimento, cultura e história, e por promover hábitos de jogo saudáveis. “Nv Liu passou muita energia positiva para seus 2,6 milhões de seguidores,” diz um comunicado emitido pelo Comité Central da Liga da Juventude Comunista da China e pela Administração do Ciberespaço da China, que organizaram a campanha “internautas jovens bons”. Processo de escolha Todos os cem escolhidos, com idades compreendidas entre 14 e 40 anos, foram seleccionados por internautas e jurados da campanha. Li Ziqi, um blogger bem conhecido que fala sobre comida, também está entre os “internautas jovens bons”. Li postou mais de uma centena de vídeos online para ensinar sua audiência a cozinhar comida chinesa tradicional. As suas receitas culinárias obedecem escrupulosamente ao calendário, nomeadamente às estações do ano e aos festivais do calendário lunar chinês. O comunicado elogia seu trabalho que combina a cultura gastronómica chinesa com a apresentação de nos novos media e a promoção da cultura chinesa. De acordo com a Xinhuau, a lista de internautas modelo também inclui activistas que defendem o interesse público, caricaturistas e editores que promovem conhecimento e generosidade, e cidadãos que combatem crimes na internet e conteúdo ilegal.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Universidade manipulou exames para admitir menos mulheres Uma universidade privada de medicina em Tóquio manipulou, supostamente durante vários anos, os resultados dos exames de acesso à instituição com o objectivo de admitir menos mulheres [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] caso está a ser investigado por um escritório jurídico contratado pela própria universidade, que aguarda nas próximas semanas por conclusões que esclareçam melhor a situação, disse ontem um porta-voz daquele estabelecimento do ensino superior à agência de notícias Efe. O caso foi tornado público no momento em que o Ministério Público de Tóquio investiga a mesma universidade pela suposta pressão exercida por um alto funcionário do Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia para que esta admitisse o seu filho, sob a ameaça de retirar a ajuda pública. A Universidade de Medicina de Tóquio começou a manipular os resultados obtidos pelos candidatos para estudar medicina em 2011, depois de ter registado um aumento no número de alunas no ano anterior. Naquele ano, 40 por cento dos novos alunos da universidade privada eram mulheres, o dobro do registado em 2009. Mais adequados Desde então, o conselho de administração da universidade aplicou critérios mais restritivos na avaliação de mulheres nos exames de admissão de forma a manter a percentagem de estudantes do sexo feminino em cerca de 30 por cento do total de novos alunos, segundo o jornal Yomiuri, que cita fontes ligadas ao processo, mas sem as identificar. Na base da manipulação estaria a ideia de que os homens são mais adequados à profissão médica, porque as mulheres japonesas frequentemente param de trabalhar depois de se casarem e de terem filhos, segundo o jornal japonês. No Japão, aproximadamente metade das mulheres deixa definitivamente os seus empregos depois de se tornarem mães, devido a factores socioculturais e dificuldades em conciliar vida a familiar e profissional neste país asiático. O Governo lançou a estratégia “Womenomics” para promover uma maior participação feminina no trabalho, mas o país continua a registar uma diferença salarial entre homens e mulheres, bem como uma diminuta presença do género feminino nas grandes empresas e na classe política.
José Simões Morais h | Artes, Letras e IdeiasCônsules portugueses de Fuchau e Xangai As comemorações não realizadas em Hong Kong contrastam com as dos 25 residentes portugueses de Fuchau (Fuzhou), província de Fuquiam (Fujian), que prestaram “homenagem à Pátria, festejando condignamente o 4.º Centenário da Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia pelo ínclito navegador Vasco da Gama”, segundo O Porvir que refere, “No dia 17 de Maio reuniram-se na residência de monsieur Frandon, ilustrado cônsul de França e vice-cônsul de Portugal naquela cidade, e de lá expediram o seguinte telegrama COMISSÃO EXECUTIVA VASCO DA GAMA, MACAU. Esta pequena colónia portuguesa não podendo festejar grandiosamente este glorioso aniversário une-se do coração felicitando seus compatriotas. FRANDON Cônsul. Após o telegrama enviado, seguiu-se uma esplêndida garden party e um lauto banquete em que todos foram muitíssimo obsequiados por monsieur e madame Frandon, e no qual o digno cônsul fez o seguinte eloquente e agradabilíssimo brinde, que nós daqui, em nosso nome e no da pátria agradecida, penhoradíssimos lhe agradecemos: O dia de que os portugueses, não somente residentes na sua Mãe Pátria, mas em todos os países do mundo celebram solenemente hoje o quarto centenário universal, não é uma data memorável, somente na História de Portugal, é uma data memorável, direi mesmo excepcionalmente importante na História de todos, humanidade. Se o príncipe Henrique, não o da Prússia que actualmente se acha na China, mas o de Portugal que vivia no XV século, não houvesse tido a ideia genial de alargar os conhecimentos marítimos dos seus contemporâneos e de ir, sobre os frágeis navios da época, reconhecer….” O Sr. Ernest Frandon está há quinze anos encarregado do consulado português em Fuchau (Fuzhou) com o cargo de vice-cônsul de Portugal que o desempenha gratuitamente e zelando sempre “com tanta dedicação pelos interesses dos portugueses residentes naquela cidade como se eles fossem seus compatriotas, e tem também mostrado sempre tanto amor por Portugal como se ela fosse a sua própria nação. É um benemérito em toda a extensão da palavra, e são tantos, tão valiosos e desinteressados os serviços que tem prestado aos portugueses de Fuchau, que todos o estimam e lhe são gratos, e todos gostariam, assim como nós também gostaríamos, que o nosso governo recompensasse de algum modo o digno cônsul concedendo-lhe uma mercê honorífica, que ele bem a merece, e podemos até dizer que lhe é devida”, segundo O Porvir de Maio de 1898. Cônsules de Shanghai O francês Ernest Frandon desde 1883 desempenhava as funções de Vice-Cônsul de Portugal em Fuchau, cargo para o qual já a 10 de Julho de 1855 fora nomeado o negociante inglês Guilherme Halis Luce. Em 1849, o Governador Ferreira do Amaral escolhera o negociante estabelecido em Cantão, John Dent, cônsul de Portugal nessa cidade e o negociante britânico, Thomas C. Beale, para o mesmo cargo, em Xangai, até que em 1862 ocorreu a falência da Firma Dent, Beale & Co., que então representava os interesses portugueses em Xangai. A 20 de Março de 1862 “foi criado o consulado português de Neng-pó (Ningbo) em Fuchau, com sede no primeiro porto e com jurisdição na costa da China, desde Amói até Xangai, sendo nomeado Francisco João Marques para o desempenho do cargo de cônsul nesses dois portos”, Luís Gonzaga Gomes. “Reconhecida pelas autoridades chinesas, a casa Dent manteve a representação consular portuguesa em Xangai até 1862. Depois, o nível de representação diplomática acompanhou as oscilações sociais de quem assumia aquelas funções. Quando se deu a falência da casa Dent, foi nomeado como cônsul António José Homem de Carvalho” Jr. (?-1878), que emigrou para Xangai, onde veio a falecer. “Deste modo, <rebaixou-se o Consulado português da alta esfera social em que vivia o nosso cônsul (…) Para ir albergar-se em a oficina de um typografo”, segundo Alfredo Gomes Dias, que em nota refere, “De acordo com Forjaz trata-se de um comerciante, mas na List of Foreign Residents in Shanghae, publicada no North China Herald, de 23 de Setembro de 1850, em Xangai, este macaense trabalhava no North China Herald Office, como revisor.” (…) “Homem de Carvalho e José da Silva, macaenses, foram cônsules de Portugal em Xangai até à chegada do primeiro diplomata de carreira”, Anselmo Ferreira Pinto Bastos. “Formado em Direito pela Universidade de Coimbra, Pinto Bastos foi nomeado cônsul de 1.ª classe em Xangai por decreto de 23 de Janeiro de 1879, sendo a 1 de Novembro de 1881 promovido a cônsul de 1.ª classe em Londres.” Já o nosso protagonista, o tenente de cavalaria Joaquim Maria Travassos Valdez, nomeado Cônsul de Portugal de 1.ª classe em Shanghai por decreto de 3 de Fevereiro de 1887, tomou posse do consulado a 8 de Junho e como cônsul geral em Xangai a 14 de Agosto de 1889. Mas a 18 de Outubro de 1890, O Macaense refere, para substituir o cônsul Valdez na sua ausência é nomeado para o lugar de vice-cônsul português em Shanghae o Sr. Bottu”, (empregado do arsenal do governo chinês). Uma desconsideração aos nossos compatriotas! “Assevera-se que o Sr. Valdez pediu ao cônsul francês para o substituir e, como era de esperar, o pedido não foi aceite, porque o cônsul francês tem muito que fazer na própria concessão com os seus inúmeros encargos. Não consta, porém, o que era de estranhar, que o Sr. Valdez se lembrasse ou tivesse a vontade de fazer o mesmo pedido aos outros seus colegas que tem menos a lidar nos seus respectivos consulados; e alguns dos quais já ficaram temporariamente encarregados do nosso consulado aqui, nomeadamente o Sr. Bonilla, cônsul de Espanha, o Sr. Carl Bock, cônsul de Suécia e Noruega, o Sr. Joseph Hass, cônsul de Áustria, em fim vários outros cavalheiros de alta posição social com prestígio, e com vasta ilustração e experiência em coisas de leis.” Mas no sábado dia 4 de Outubro de 1890 foi preso Filomeno Pereira, acusado de ter posto fogo à casa, onde morava, na rua margin 1 de Soochow Creek, num renque de casas há bem pouco incendiadas e subsequentemente reconstruídas por conta das companhias de seguro. O irmão Eusébio também ali tinha casa e participara no crime. Estavam elas asseguradas em 2500 taéis. “Este caso foi inquirido no consulado português em audiência secreta. O Sr. Valdez procedeu na terça-feira a uma visita domiciliária na casa de Filomeno Pereira”, onde se encontraram maiores vestígios do crime. Mandou os dois irmãos, um preso para a estação de polícia em Hongkew e outro para a estação central. É de interesse público “que o Sr. Valdez empregue todos os meios ao seu alcance para descobrir a culpabilidade dos incendiários”, visto que “tanto em Hong Kong como em Shanghai nestes últimos tempos têm havido muitos incêndios que provocaram suspeitas, mas não foram descobertos os criminosos, que ficaram impunes, sendo além disso beneficiados com as indemnizações das casas de seguro. O cônsul Valdez, com a pressa que tem de regressar ao reino, tem trabalhado até altas horas da noite” neste caso.
Andreia Sofia Silva EventosExposição | “Inner Harbour Zine” mostra Porto Interior através da arte Chama-se “Inner Harbour Zine” e pretende mostrar, até Outubro, as vivências e histórias do Porto Interior, sem esquecer o seu futuro. Si Kei é a curadora da iniciativa da associação Community Art Project que acontece nas bibliotecas dos bairros do Patane e de São Lourenço [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]eebates, experiências artísticas e sessões de storytelling acontecem a partir de amanhã, até ao dia 31 de Outubro, para contar os detalhes das histórias que povoam a zona do Porto Interior, lugar que outrora vivia da pesca e da indústria. É esta a proposta da associação Community Art Project, que organiza várias actividades com o apoio do Instituto Cultural e que se inserem na iniciativa “Inner Harbour Zine”. Estas acontecem entre amanhã e o dia 30 deste mês na biblioteca do Patane, enquanto que a biblioteca de São Lourenço acolhe outra série de eventos entre o dia 1 de Setembro e 31 de Outubro. Pelo meio há o “Zine Storytelling”, que visa a participação de moradores, no dia 11 deste mês, sem esquecer um workshop pensado para famílias no dia 18 deste mês. Si Kei, curadora da iniciativa e uma das responsáveis da Community Art Project, contou ao HM que o objectivo principal do projecto é não deixar as memórias do Porto Interior morrer. “Vamos organizar diferentes tipos de eventos sobre temas como a pesca ou as indústrias que têm vindo a desaparecer nos últimos anos, sem esquecer o futuro do Porto Interior e das restantes áreas litorais do território. Vamos falar de diferentes temas para que o público possa conhecer melhor o Porto Interior”, frisou. O workshop e a sessão de storytelling terá a participação de artistas, mas não só. “Pedimos a artistas e a pessoas que não têm experiência artística para participar no evento. Estas vão fazer criações individuais que terão edições limitadas para venda ao público.” A ideia é que esses materiais revelem “a sua visão sobre o Porto Interior, o que sentem em relação a essa zona e as suas experiências no local”. Esses trabalhos vão responder a três temas, tais como “a linha costeira e as mudanças e o futuro, as vivências na zona do Porto Interior e as indústrias da zona”. Zona perdeu voz Si Kei contou ao HM a decisão de focar a zona aconteceu depois de perceberem as consequências do tufão Hato, ocorrido há um ano e que causou inundações graves no Porto Interior. “Percebemos que o tufão do ano passado trouxe sérios impactos à zona e depois disso, alguns meses depois, não houve mais vozes sobre a zona, que voltou a ficar esquecida. No desenvolvimento económico de Macau esta área sempre ficou para trás, apesar de ter elementos históricos únicos.” Para Si Kei, o Porto Interior representa “a era dourada de Macau de há séculos atrás”, pelo que “é muito importante voltar a levantar a voz sobre esta zona e mostrar às pessoas o que está a acontecer aqui”. Mais do que apostar na vertente artística, a associação Community Art Project pretende aumentar a consciência das pessoas sobre os desafios que o Porto Interior enfrenta actualmente. “É importante que as pessoas saibam mais e falem sobre a zona, para que o Governo esteja atento em termos de implementação de políticas de desenvolvimento urbanístico.” Si Kei lamenta que apenas o projecto de integração regional da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau seja destaque na opinião pública. “Ninguém quer saber da zona do Porto Interior, e é por isso que queremos aumentar a consciência de quem continua a viver nesta zona e cujas vidas poderiam mudar e melhorar.” Para a curadora do projecto, quem continua a residir na área já não acredita em mudanças. “Muitos locais estão a sair da zona e os trabalhadores migrantes estão a mudar-se para lá, o que significa, por um lado, que os locais conseguem viver num lugar melhor mas a nossa investigação mostra que os residentes continuam a ficar, vivem lá desde jovens e a maior dificuldade para eles é que podem ter dificuldades, sem canais para falar, e nem sabem como falar.” “Não estão muito optimistas quanto ao futuro, e pensam que já passaram dez e quinze sem que tenha havido mudanças significativas. Gostaríamos de levá-los a pensar que a sua situação pode melhorar”, rematou a curadora.
Jorge Rodrigues Simão Perspectivas VozesA guerra das tarifas alfandegárias “The biggest single thing that has lifted people out of poverty is free trade.” George Osborne [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] escritor Mark Twain afirmou que a história não se repete, mas rima. As tarifas alfandegárias estão de volta, depois de um longo exílio, e estão a ser aplicadas em milhares de milhões de dólares de produtos comercializados, que vão desde o aço e alumínio até motociclos Harley-Davidson e fazem parte de uma guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, e entre os Estados Unidos e a “União Europeia (UE) ”, ainda que na reunião realizada entre o presidente Donald Trump e presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, a 25 de Julho de 2018, em Washington, conduziu a um entendimento em que a administração americana vai renegociar as taxas aduaneiras e barreiras ao comércio com a UE, podendo aliviar algumas tensões. As duas partes vão trabalhar em conjunto para estabelecer uma relação comercial livre de taxas alfandegárias, livre de barreiras e de subsídios para bens industriais. O acordo Estados Unidos-UE irá reforçar as trocas comerciais nos serviços, indústrias químicas, farmacêutica, de produtos médicos e agrícolas, destacando neste domínio a integração do comércio de soja, pois os Estados Unidos são os maiores produtores mundiais deste bem agrícola. Existe a esperança em uma solução para as pesadas taxas aduaneiras que os Estados Unidos passaram a aplicar ao aço e alumínio importados a partir da UE, bem como para as taxas que esta, em retaliação, passou a aplicar a diferentes bens americanos, desde os “jeans” ao uísque. A Alemanha recebeu com bom agrado os resultados da reunião pois a indústria automóvel receava a promessa do presidente Trump de passar a aplicar taxas de 25 por cento, sobre os carros importados. O acordo até ser implementado depois das negociações que se vão encetar, contempla a não imposição de taxas adicionais, que podem evitar uma guerra comercial e salvaguardar milhões de postos de trabalho, sendo excelente para a economia mundial. O outro ponto essencial da reunião é a concordância na reestruturação da “Organização Mundial de Comércio (OMC)”. As empresas americanas do sector automóvel, que registaram quedas fortes na sua cotação bolsista, não só têm vindo a queixar-se do impacto da subida das taxas sobre o alumínio e o aço que são matérias-primas importantes para a sua indústria, como também não concordam com taxas mais altas sobre as importações, dado terem muitas fábricas no Canadá e no México e também importam componentes da Europa para as suas fábricas nos Estados Unidos. As tarifas são impostas por um país que torna as importações mais caras. Os Estados Unidos promulgaram essa recente rodada de tarifas como uma resposta ao seu deficit comercial (quando um país compra mais do exterior do que vende). A ideia é tornar os produtos estrangeiros menos desejáveis e, assim, proteger a indústria doméstica. É de recordar que os maiores economistas da história teriam receio de impor impostos para enfrentar um desequilíbrio comercial. A melhor forma de reduzir o deficit comercial é exportar mais e não reduzir as importações tornando-as mais caras. O uso de tarifas para melhorar a posição comercial de um país, foi essencialmente o que a Grã-Bretanha rejeitou há mais de um século. O argumento foi derrotado devido ao trabalho de dois grandes economistas, Adam Smith, pai da economia, e David Ricardo, o pai do comércio internacional. Quando o Reino Unido revogou a “Leis dos Cereais (ou Corn Laws em Inglês)” foram as tarifas sobre a importação de cereais na Grã-Bretanha, em vigor entre 1815 e 1846 para proteger os preços britânicos dos grãos nacionais contra a concorrência de importações. Tal leis são frequentemente vistas como exemplos do mercantilismo britânico, porque foram projectadas para proteger os proprietários ingleses, promovendo a exportação e limitando a importação de grãos, quando os preços caíram abaixo do ponto de referência e foram finalmente abolidos devido à agitação militante da “Anti-Corn Law League”, criada em Manchester em 1839, que argumentava que as leis que constituíam um subsídio aumentavam os custos industriais. Após uma campanha prolongada, os opositores da tarifa finalmente obtiveram o que queriam em 1846, um triunfo significativo que era indicativo do novo poder político da classe média inglesa. Assim, a sua abolição marcou um avanço significativo em direcção ao livre comércio. A “Leis dos Cereais” aumentaram os lucros e o poder político associado dos latifundiários e era uma legislação proteccionista, que em 1846, marcou uma era de maior abertura para a Grã-Bretanha, então o operador dominante no mundo. Ao contrário de muitos economistas, Adam Smith teve a oportunidade de colocar as suas teorias em prática e como comissário de alfândega da Escócia, defendia a remoção de todas as barreiras comerciais, qualificadas apenas pela necessidade de arrecadar receitas, para o que considerava serem os propósitos apropriados de governar um país, como fornecer estradas. O economista Adam Smith apoiou a cobrança de impostos sobre as importações e exportações a um nível moderado, mas não tão alto que o contrabando seria uma actividade lucrativa e fiel às crenças de que sobre políticas governamentais que não distorcem o mercado, estabeleceu, que os deveres fossem iguais para diferentes produtores e importadores, de modo a que um grupo ou um país não teria uma vantagem sobre o outro, tendo por exemplo, observado a iniquidade de isentar o produto da fabricação e destilação privada (que era absorvida pelos ricos) do imposto especial de consumo, enquanto cobrava as gorjetas preferidas dos pobres. Assim, se as tarifas fossem necessárias, deveriam tratar todos os comerciantes e nações comerciais da mesma forma, de modo a não distorcer a “mão invisível” (a sua contribuição mais notável na sua obra “Uma Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações”) do mercado, alocando o que os produtores deveriam fazer. Os economistas posteriores, desviaram-se de Adam Smith no desenvolvimento de novas linhas de pesquisa, mas mantiveram os seus juízos. Inspirado pela riqueza das nações, David Ricardo desenvolveu a teoria da vantagem comparativa, que mostra que as nações devem especializar-se e depois comercializar, o que levou a uma maior prosperidade. É de considerar, que no século XX, grandes economistas como Paul Samuelson, aumentaram ainda mais a nossa compreensão do comércio internacional, destacando que há aqueles que beneficiam mais e outros que beneficiam menos quando uma nação se especializa, mesmo que a economia ganhe em geral. Assim, o seu trabalho destaca o impacto distributivo do comércio e aponta formas de ajudar os perdedores da globalização. É de considerar que mesmo que a nossa compreensão das questões em torno do comércio tenha evoluído, os princípios centrais estabelecidos pelos grandes economistas de há dois séculos permanecem. As tarifas são uma medida proteccionista que é ineficiente, e também distorcida se impostos mais altos em algumas importações significam que se tornam menos competitivos em relação a outros. Os países usaram frequentemente o proteccionismo para fomentar indústrias domésticas, até que possam competir com empresas estabelecidas. Este foi o caso dos Estados Unidos no século XIX, quando competiram contra a Grã-Bretanha, e ainda é o caso da China em vários sectores. A China, em particular, não é tão aberta ao comércio como os Estados Unidos e a UE, que tem sido uma constante queixa das empresas ocidentais, e a China tem sido medida nas suas respostas a cada rodada de tarifas americanas. Os Estados Unidos estão a ameaçar impor tarifas sobre quase todas as exportações chinesas, a menos que a situação comercial Estados Unidos-China melhore. O presidente dos Estados Unidos, a 20 de Julho de 2018, afirmou que estaria disposto a impor tarifas sobre todos os quinhentos mil milhões de dólares de produtos importados da China, ameaçando intensificar um conflito sobre a política comercial que abalou os mercados financeiros. Os seus comentários preocuparam os investidores que já estavam a enfrentar o impacto do fortalecimento do dólar americano nos resultados corporativos, e os principais índices de acções na “Wall Street” caíram no mesmo dia. O dólar americano caiu contra as principais moedas sobre a ameaça do presidente Trump de impor mais tarifas de importação, e a repetição de reclamações sobre o aumento das taxas de juros e a força do dólar americano. O “índice do dólar (DXY na sigla em língua inglesa)”, é um índice que mede o valor do dólar em relação a um cabaz de seis principais moedas. É uma média geométrica ponderada do valor do dólar comparado ao euro, iene, libra, dólar canadiano, coroa sueca e franco suíço e estava prestes a registar a sua maior perda em um dia, no espaço de três semanas. O dólar contra o iene, estava a caminho da sua pior queda diária em dois meses. O DXY foi estabelecido em Março de 1973, logo após o desmantelamento dos acordos de Bretton Woods e inicialmente, o valor do índice do dólar era 100. O dólar, desde então, atingiu altas de pouco mais de 160 e um mínimo de cerca de 71, a 16 de Março de 2008. A composição do cabaz foi alterada apenas uma vez, porque várias moedas de países europeus foram substituídas pelo euro desde 1999. O DXY é actualizado sempre que os mercados estão abertos. A China não poderá facilmente retaliar de maneira semelhante, já que não importa quinhentos mil milhões de dólares de produtos dos Estados Unidos. A China poderia optar pela imposição de restrições de investimento, o que seria muito prejudicial, uma vez que distorceriam as cadeias de suprimentos e as decisões operacionais de empresas multinacionais, o que não seria facilmente revertido, ao contrário das tarifas, que podem ser cobradas um dia e removidas no dia seguinte. Existem alguns sinais de que o investimento foi afectado pelas tensões comerciais. A fabricante de circuitos integrados “Qualcomm”, americana, retirou a sua oferta de quarenta e quatro mil milhões de dólares pela “NXP Semiconductors”, holandesa, a 26 de Julho de 2018, por não conseguir a aprovação dos reguladores “antitrust” da China para a maior aquisição da indústria de circuitos integrados, tornando-se a vítima de maior visibilidade, desde o início da guerra entre as duas economias. O acordo de fusão expirou quase vinte e um meses após a “Qualcomm” se ter oferecido para comprar a fabricante holandesa de circuitos integrados. O silêncio da China sobre a aquisição levou a empresa americana a acreditar de que a aprovação não seria dada, dado o acordo ser eficaz no maior mercado consumidor do mundo. O acordo global de aquisição tinha sido aprovado pelas entidades reguladoras dos Estados Unidos e da UE. A distorção adicional do comércio, que ocorre em parte por meio de empresas que investem em cadeias de suprimento/distribuição e realizam fusões e aquisições através das fronteiras nacionais, seria algo que os grandes economistas se oporiam. Afinal, há consenso que o comércio internacional beneficia uma economia. A “Iniciativa sobre Mercados Globais (IGM na sigla em língua inglesa) é um centro de pesquisa, na Escola de Negócios Booth da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos. A IGM apoia pesquisas originais sobre negócios internacionais, mercados financeiros e políticas públicas. A IGM é ainda famosa pelas pesquisas semanais que conduz no seu “Economics Experts Panel”, um painel composto por cinquenta e um economistas líderes nas universidades dos Estados Unidos. A IGM colocou duas questões acerca do livre comércio, sendo a primeira para saber se o comércio mais livre beneficia a eficiência produtiva e oferece aos consumidores melhores escolhas e, a longo prazo, se esses ganhos são muito maiores do que quaisquer efeitos sobre o emprego, tendo 56 por cento dos participantes concordado, 26 por cento, concordado plenamente e 5 por cento de duvidosos. A segunda pergunta era a de saber se os cidadãos dos Estados Unidos, em média, estiveram em melhor situação com o “Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA na sigla em língua inglesa)” do que teriam se as regras comerciais para os Estados Unidos, Canadá e México anteriores ao NAFTA tivessem permanecido, tendo 63 por cento dos participantes concordado, 22 por cento concordado plenamente e 5 por cento de duvidosos. O NAFTA foi assinado pelos líderes do Canadá, Estados Unidos e México a 7 de Outubro de 1992, mas apenas entrou em vigor a 1de Janeiro de 1994 depois de um agitado processo de confirmação por parte dos Estados Unidos, onde a xenofobia, etnocentrismo e o preconceito de certos sectores políticos ofereceram enormes obstáculos. O NAFTA criou uma zona de livre comércio na qual tarifas e outras barreiras ao comércio de bens e serviços e recursos financeiros serão gradualmente eliminadas em um período de quinze anos, mas era de prever que a maior parte das liberalizações ocorresse nos primeiros cinco anos. Os grandes economistas provavelmente diriam que há melhores maneiras de beneficiar a posição comercial de um país, como a abertura do mercado global para o comércio de serviços. Tal beneficiaria desproporcionalmente os Estados Unidos como o maior exportador de serviços em todo o mundo, competindo bem, mesmo com as barreiras comerciais em vigor. Se a China abrisse mais o seu sector de serviços, como já está a proceder com prudência, poderia aumentar as exportações dos Estados Unidos para a China e reduzir o deficit comercial, por exemplo. O Reino Unido, o segundo maior exportador, e outras economias avançadas, como a UE e o Japão, também verão uma melhoria na sua posição comercial, dado que a maior parte dessas economias avançadas compreende serviços. Mesmo considerando o facto de que os serviços nem sempre são negociados (por exemplo, restaurantes), a UE apontou vender mais serviços que reflictam melhor o que produz. A economia da UE é de 70 por cento de serviços, enquanto os mesmos representam apenas um quarto das exportações. O ideal seria vender mais, em vez de importar menos (e, portanto, consumir menos ou produzir com componentes mais caros), que é uma das lições a retirar dos maiores economistas da história e daí se defender a abertura de mercados em todo o mundo para que os países pudessem vender mais do que produzem, o que traria uma maior prosperidade. As suas percepções continuam a sustentar a economia actual. A política, no entanto, tem outra visão.
Hoje Macau SociedadeJogo | Receitas da MGM China sobem 32 por cento no segundo trimestre [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s receitas da operadora de jogo MGM China atingiram 561 milhões de dólares no segundo semestre do ano, uma subida de 32 por cento face a igual período de 2017, foi ontem anunciado. Os resultados do segundo trimestre foram impulsionados pelas receitas do novo ‘resort’ em Macau, o MGM Cotai, que contribuiu com 185 milhões de dólares, de acordo com um comunicado divulgado pela MGM Resorts. A empresa atribuiu também ao MGM Cotai o aumento de 42 por cento nas receitas dos jogos de mesa, comparativamente a igual período do ano anterior. No entanto, o segmento VIP (angariado nas salas de grandes apostas) sofreu uma descida de 7 por cento, indicou. No mesmo comunicado, o MGM Resorts anunciou um crescimento de 3 por cento nas receitas globais da empresa no segundo trimestre de 2018, face ao mesmo período do ano anterior, para 2,2 mil milhões de dólares. “O segundo semestre foi melhor do que esperávamos e fizemos um progresso significativo para capitalizar as futuras oportunidades de crescimento em apostas desportivas no Japão”, afirmou, em comunicado, o director executivo da MGM Resorts International, Jim Murren.
Victor Ng Manchete SociedadeCloee Chao questiona o que levou imprensa chinesa a ignorar manifestação [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pesar de quarta-feira o protesto contra a concessionária Melco ter reunido cerca de 1300 manifestantes, segundo os números da PSP, e 3300, segundo os promotores, foram raras as menções ao evento nas edições de ontem da imprensa em língua chinesa. Ao HM, Cloee Chao, presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo, entidade promotora da manifestação, mostrou-se desiludida e avançou com a possibilidade de ter havido ordens editoriais para boicotar a cobertura da manifestação, por ser inconveniente à operadora. “Para algumas publicações não é vantajoso publicar notícias negativas relacionadas com algumas empresas. São decisões ligadas a ordens dos editores dos jornais, até porque os jornalistas não têm o poder para fazer a escolha”, afirmou Cloee Chao, ao HM. Questionada se as decisões se devem ao facto de estar envolvida a concessionária Melco Resorts and Entertainment, que tem Lawrence Ho, filho de Stanley Ho, como o principal accionista, a presidente da associação respondeu de forma afirmativa: “Sim, porque a família do responsável da Melco tem muito poder em Macau”, apontou. Segundo os números da organização, participaram no evento cerca de 3300 pessoas, entre os deputados Au Kam San e o deputado José Pereira Coutinho. Também por esse motivo, Cloee Chao mostrou-se desiludida com a falta de cobertura noticiosa na imprensa. “Estou muito desiludida. Acho mesmo que a razão se prende com as chefias dos órgãos de comunicação social, que quiseram bloquear as informações. A participação não foi pouca e até houve duas pessoas que desmaiaram… Mesmos os trabalhadores dos casinos através das redes sociais e aplicações móveis discutiram a pouca cobertura noticiosa”, admitiu. No entanto, esta não deverá ser a única iniciativa em nome do pagamento do 14.º mês aos trabalhadores da operadora Melco. Segundo Cloee Chao, a Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo pondera agora apresentar uma carta junto do Governo e da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos. “Será que a operadora, que ganha uma fortuna em Macau, pode investir no exterior sem assumir a sua responsabilidade social no território? Estamos perto dos novos concursos para a atribuição das licenças de jogo e espero que o Governo tenha este aspecto em conta no futuro”, sublinhou. Ainda não há data agendados para os protestos.
Hoje Macau SociedadeTufões | Autoridades de Macau anunciam conclusão do sistema de alerta [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades de Macau anunciaram ontem a conclusão de um conjunto de sistemas de alerta para tufões e inundações, no âmbito de vários esforços realizados para a prevenção e redução de catástrofes. Os equipamentos podem entrar “em funcionamento já este mês”, uma vez que a instalação foi concluída “antes do tempo previsto”, lê-se num comunicado divulgado pelo Gabinete de Comunicação Social. A época de tufões arrancou em Junho e prevê-se que termine em Outubro. Na zona baixa ao longo da costa oeste das três penínsulas (Macau, Taipa e Coloane), os noventa postes do sistema de videovigilância foram equipados com avisos sonoros, capazes de cobrir uma área de entre 50 e 100 metros, indicou o comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), de acordo com o comunicado. Foram também instalados altifalantes nos carro-patrulha para emitir as informações da proteção civil em três línguas: chinês, português e inglês, refere a mesma nota. O comunicado avança ainda que a Protecção Civil optimizou as plataformas de divulgação de informações meteorológicas, para que estas cheguem a todos de forma atempada. “Além de se aproveitar a forma tradicional de divulgação, como por exemplo a página electrónica, rádio, televisão, entre outros, são utilizadas as redes sociais, tais como Wechat e Facebook”, avança o comunicado. Segundo as autoridades, os sistemas serão activados sempre que accionado o nível 3 ou superior do aviso de ‘Storm Surge’.