Volta a Portugal | Campeões de outras andanças com paixão pelo ciclismo

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]ampeões de outras modalidades, Carlos Lopes e Vanessa Fernandes são apaixonados pelo ciclismo, uma modalidade do povo e elogiam os heróis e sobreviventes que fazem a Volta a Portugal.

Filha de um ex-vencedor da Volta a Portugal e irmã de um atual membro do pelotão da prova, ambos de nome Venceslau, Vanessa Fernandes optou, com enorme sucesso, pelo triatlo, mas mantém um grande carinho pelo ciclismo.

“Se calhar foi o meu primeiro desporto. Por isso, desde muito nova que estou habituada a estar envolvida neste desporto. Desde muito nova ia ver provas do meu pai. Este é o desporto que é a minha raiz. E agora com o meu irmão ainda tenho mais vontade de estar aqui”, referiu, à agência Lusa.

Questionada sobre sobre qual dos desportos é mais duro, a medalha de prata nos Jogos Olímpicos Pequim2008 diz que “o problema é que o ciclismo são muitas etapas, não é só uma prova”.

“O triatlo em duas horas estava acabado, mas o ciclismo tem algo de especial e tem uma relação que bate sempre muito no sofrimento. Essa palavra é dura, mas é preciso saber lidar bem com ela e ser uma aliada”, referiu.

Para Vanessa Fernandes, os ciclistas acabam por ser sobreviventes, mas é a forma de passar por momentos de maior sofrimento.

“Nós temos de ter isso como obstáculo, mas saber treiná-lo. Isso treina-se mentalmente e fisicamente. Não temos de ver essa palavra [sobrevivente] como algo mau, mas de algo que podemos usufruir”, concluiu.

Garantindo que adora ciclismo, Carlos Lopes acha que fazer uma maratona “equivale muito” a uma etapa de uma prova de ciclismo, lembrando que os corredores conseguem ter ligeiros momentos de descanso, ao contrário de uma maratona, em que é sempre “a dar ao ‘pedal'”.

“O ciclismo é tremendo, porque é corrido debaixo de temperaturas diferentes. Isto ao fim de muitos dias é tremendo”, afirmou.

O campeão olímpico da maratona em 1984 diz que “é um prazer” acompanhar a Volta a Portugal, algo que faz sempre, mesmo que por vezes como “clandestino”.

“É a festa de um povo. As pessoas adoram, incentivam, acarinham e têm muito respeito pelos ciclistas, porque isto é um desporto nacional. Toda a gente diz que o futebol é desporto rei, eu acho que não, mas sim aqueles que lutam individualmente e conseguem através disso fazer coisas maravilhosas”, afirmou.

Sobre a etapa de hoje, que liga Guarda às Penhas de Saúde, Carlos Lopes diz que “é a etapa rainha e é aí que se define muito a qualidade a competência e a vontade de vencer”, concluindo que “é uma etapa extraordinária”.

“Quando se está preparado as coisas são fáceis, quando não se está as coisas ficam difíceis. Os que estão preparados devem aventurar-se mais, aqueles que não têm de saber gerir o esforço”, aconselhou.

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