Filipa Araújo BrevesDespesas apresentadas no hemiciclo [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]uma ida à Assembleia Legislativa, ontem, o Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, avançou com a apresentação do relatório sobre a execução do orçamento do ano passado. “O valor total das despesas ordinária integrada do Governo para 2014 cifrou-se em 67 milhões de patacas, com uma taxa de execução de 80,3%, reflectindo uma subida de 30,5%, ou seja, de 15,690 milhões de patacas, em comparação com o ano de 2013. A parte relacionada com as despesas correntes perfez 57,949 milhões de patacas, com uma taxa de execução de 87,8%, enquanto as despesas de capital relacionadas com o Plano de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA) ascenderam a nove milhões e 129 mil patacas, com uma taxa de execução de 52%”, indicou o Secretário. Na apresentação, Lionel Leong indicou que a educação ocupou 13,1% da despesa ordinária integrada, 13% os Serviços Gerais de Administração Pública, a Saúde com 7,6% e a segurança pública com 6,3%. Lionel Leong alegou ainda que há contas para pagar este ano e por isso os valores podem indicar gastos inferiores aos previstos. O relatório não levantou grandes questões, sendo que Ng Kuok Cheong apelou ao Governo para perceber a “conjuntura para se saber se o Governo está a gastar muito ou não”. F.A.
Hoje Macau BrevesTaiwan quer cooperação judiciária com Macau [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] chefe do Gabinete de Delegação Económica e Cultural de Taipei em Macau, Lu Chang Shui, espera que o Governo de Macau possa assinar um acordo de cooperação judiciária com Taiwan, com o objectivo de combater o crime. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, numa exposição de pintura de comemoração de nascimento de Sun Yat Sen, Lu disse considerar que os dois governos têm a responsabilidade de proteger a segurança da população. Por isso mesmo espera que o Governo de Macau possa assinar um acordo de cooperação judiciária com a Ilha Formosa. No entanto, lamenta que até ao momento não tenha havia qualquer progressão nesta matéria. Recorde-se que o Governo ainda não assinou acordos de cooperação judiciária com o interior da China ou Hong Kong, estando em fase negociações.
Filipa Araújo Manchete PolíticaPereira Coutinho leva morte de Lai Man Wa à AL. Associação pede investigação mais aprofundada [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Associação de Iniciativa para o Desenvolvimento Comunitário apela ao Governo para que este investigue de forma mais profunda a morte da directora dos Serviços de Alfândega, Lai Man Wa, incluindo se o alegado suicídio terá tido origem em pressões ou ameaças. Ontem, também José Pereira Coutinho levou o tema à Assembleia Legislativa, acusando até o Governo de “assumir uma posição de ocultação e atraso na divulgação atempada da notícia” da morte, tanto na conferência de imprensa, como nas subsequentes explicações oficiais. Numa interpelação oral em plenário, Pereira Coutinho acusou os “líderes responsáveis pelas comunicações oficiais” de demonstrarem “nervosismo, falta de preparação e de planeamento nas comunicações oficiais” das mortes dos funcionários públicos. Classificando a ocorrência como “presumível suicídio”, o deputado diz que “foi claro o erro na percepção da forma como a notícia foi divulgada, gerando desconfiança e subsequente descrédito por parte da maioria dos meios de comunicação social locais e estrangeiros e do público em geral”. O deputado referia-se ao anúncio da morte da Directora-Geral dos Serviços de Alfandega, Lai Man Wa, mas também à do trabalhador do Comissariado contra a Corrupção, que se suicidou há cerca de dois meses. O deputado diz que os líderes responsáveis devem estar melhor preparados. “São vários os erros que foram detectados nas comunicações oficiais relativas à notícia”, destacando-se a “falta de consciência na previsão das reacções dos meios de comunicação”, na “divulgação tardia do suicídio (…) transpirando a sensação de querer tentar atrasar o máximo possível” e a “atitude arrogante e pouco convincente de cariz paternalista com imposição de justificações dando o suicídio como facto consumado”. Ainda com explicações por apresentar, o deputado espera que o Governo cumpra melhor as suas funções, respeitando sempre a dor da família e a lembrança de quem perdeu a vida. Estranho caso Também num comunicado enviado aos meios de comunicação, o vice-presidente da Associação de Iniciativa para o Desenvolvimento Comunitário, Lei Man Chao, disse questionar a forma de tratamento de uma “morte estranha”, num caso que já provocou “desconfiança e inquietação junto da sociedade”. Apesar de já terem sido divulgadas informações mais detalhadas sobre a morte, Lei Man Chao defende que existem “irracionalidades” em relação ao tempo e localização do ocorrido, apontando que o Governo escolheu terminar o caso rapidamente, negando a existência de suspeitos de um possível homicídio. “Numa primeira explicação do caso, o Governo referiu que a directora foi encontrada na casa-de-banho do edifício Ocean Gardens sem nenhum documento de identificação e que só foi identificada no hospital. No entanto, em explicações aos jornalistas, o Governo disse que o facto de se tratar de uma identidade especial não avisou os média de imediato. As explicações do Executivo foram inconsistentes, parece que está a esconder algo”, apontou. O vice-presidente da Associação considera que devem existir mais informações detalhadas para uma maior investigação, dando como exemplos a faca, o saco de plástico e os soporíferos encontrados no local do crime. “Será que esses materiais foram levados da sua casa? Quem é que a ex-directora contactou antes de morrer, incluindo redes sociais? Devem existir pistas nessas comunicações. No entanto, o Governo afirmou tratar-se de suicídio ao fim de poucas horas e obviamente não verificou todas as informações. As explicações que deram são sinal de uma investigação demasiado descuidada ou uma intenção de esconder algo”, apontou. Lei Man Chao pretende ainda saber se as autoridades já apuraram os motivos do suicídio de um titular de um principal cargo, já que parecia não haver sinais de que Lai Man Wa iria cometer suicídio. “Será que ela sofria pressões no trabalho ou problemas de saúde? Qual foi a origem? Será que outros membros do Governo vão sofrer as mesmas pressões ou ameaças?”, questionou.
Hoje Macau BrevesDengue | SS confirmam novo caso importado [dropcap style=’circle’]H[/dropcap]á mais um caso de dengue importado, de acordo com os Serviços de Saúde (SS). Num comunicado, avançam que se trata de uma mulher de 29 anos, TNR de Taiwan que reside na zona do Pérola Oriental e viajou até à sua terra-natal entre os dias 23 e 29 do mês passado. Suspeita-se que a doença tenha sido contraída primeiramente pelo seu namorado, cuja infecção foi confirmada ainda na Ilha Formosa. Foi no dia 1 de Novembro que a jovem começou a revelar sintomas como erupções cutâneas, dores de olhos, febre e dores musculares. Depois de uma consulta numa clínica privada do território, chegaram os resultados de análises laboratoriais que confirmaram a presença do anticorpo. Este é o terceiro caso importado de febre de dengue.
Flora Fong SociedadeIACM vai seguir com limpeza e remodelação de prédio abandonado [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]ntre a Avenida do Ouvidor Arriaga e a Rua da Madre Terezina situa-se um conjunto de prédios abandonados. Este tem servido, nos últimos 40 anos, como refúgio de TNR pouco endinheirados, consumidores de drogas e jovens que se aventuram em “busca de fantasmas” num local que se diz abandonado. Finalmente, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais conseguiu entrar em acordo com o proprietário dos edifícios, que vai agora ver-se livre do entulho que lá se junta. A Associação Mútua dos Moradores do Bairro O Tâi enviou uma carta, em Agosto, ao IACM, pedindo que o prédio fosse remodelado devido à falta de segurança que implicava para os moradores da zona. Nos anos 60, teve ali lugar um assassinato de um comentador de corridas que foi esfaqueado 40 vezes por um amigo. O caso tem contornos ainda mais sinistros: o homicida violou a mulher da vítima mais de três vezes. O edifício está vazio desde então e ninguém quer sequer aproximar-se do local. O mesmo jornal avançou que o IACM respondeu à associação, afirmando que já conseguiu contactar o proprietário do edifício de três andares, que concorda em limpar o entulho. O vice presidente da associação, Chan Peng Hong, considera que essa decisão pode resolver os riscos de segurança na zona. “O cimento das paredes do edifício já caiu, os vidros estão destruídos, cresceu muito mato e insectos e ratos reproduzem-se lá dentro. Muitas pessoas foram consumir droga para o edifício e os TNR mais corajosos compraram camas e foram para ali viver porque sabem que está abandonado”, disse Chan. Um morador daquela zona, Wong, apontou que existem várias escolas perto do edifício, acrescentou que até já viu jovens a lá entrar para ter aventuras. Embora não saiba quando vai ser reconstruído, o problema da sujidade e entulho ficou resolvido.
Leonor Sá Machado SociedadeDroga | Tribunais optam por desintoxicações com pena suspensa [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s tribunais estão a optar por condenar os consumidores de droga com mais desintoxicações em pena suspensa do que com penas de prisão. De acordo com o chefe do departamento de Prevenção e Tratamento da Toxicodependência do Instituto de Acção Social (IAS), Hon Wai, desde 2009 que cerca de 700 casos tiveram este fim. A informação foi dada ontem, na mesma altura em que o IAS assegurou que a conclusão da proposta de revisão da Lei de Combate à Droga está prevista para final deste ano. Esta é contudo a primeira fase, não de todo o processo até à entrada em vigor. Sobre o aumento das penas para casos de droga, como tem vindo a defender o Governo, o chefe defende a posição oficial: “a ideia do Governo é aumentar essas penas”, no que aos casos de tráfico diz respeito. É que, explica, se Macau “adoptar uma moldura legal mais leve” torna-se numa “terra baixa”. Tal implica que a RAEM se torna num destino apetecido para os traficantes de droga de regiões adjacentes que vêem no território um local onde as penas não são tão graves como no seu país de origem. No que diz respeito ao consumo, o responsável ilustrou com o aumento do número de casos em que se favoreceu o tratamento em prisão suspensa, mas não indicou se esta vai ser a via a optar, como têm defendido especialistas que trabalham de perto com toxicodependentes. O Governo, recorde-se, queria aumentar também as penas para quem consome. Questionado pelo HM sobre uma calendarização até à entrada em vigor, Hon Wai referiu apenas que “é difícil de saber, mas da parte do Governo está quase”. Naquela que foi a segunda reunião da Comissão de Luta contra a Droga, em cima da mesa esteve ainda a inserção, na lista actualizada de drogas da Comissão de Narcóticos (CND) da Organização das Nações Unidas (ONU), dos estupefacientes novos em Macau. Esta é publicada anualmente em Março e o IAS prepara-se agora para actualizar os seus números e enviá-los para a CND. Está, contudo, uma questão em causa: a Comissão de Luta Contra a Droga está indecisa quanto à fusão, ou não, da lista na proposta de revisão. É que, por um lado, “as novas drogas também vão estar dentro da lei”, mas esperar pela conclusão da proposta ou da lista poderá “implicar atrasos” na entrega dos documentos. Um esclarecimento Uma das soluções pode ser tirar a lista actual da proposta de lei e tratá-lo como um elemento separado, que será posteriormente publicado através de despacho em Boletim Oficial. Assim tudo poderia seguir dentro do prazo. De acordo com Hon Wai, são dez as novas drogas no mercado. Todas elas de natureza química, têm “efeitos a longo prazo e incuráveis”, de acordo com mesmo responsável. “Esse é o grande problema. É preciso agir de imediato, porque os efeitos só são visíveis a longo prazo e não têm cura”, lamentou. Para já, são necessárias reuniões do IAS com a Direcção dos Serviços da Reforma Jurídica e do Direito Internacional e com os Serviços para os Assuntos de Justiça. Além disso, terão que ser coordenados os trabalhos entre a Polícia Judiciária (PJ) e os Serviços de Saúde (SS). “Na reunião, os vogais chegaram ao consenso de que a PJ e os SS podem trabalhar ao mesmo tempo, com a polícia a recolher informações sobre as drogas novas consumidas em Macau e os Serviços de Saúde a estudarem as consequências e efeitos desta droga”, disse.
Hoje Macau BrevesNegócio das ourivesarias caiu quase 90% [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] jornal Ou Mun avança na sua edição de ontem que o volume de negócios das ourivesarias caiu cerca de 80% a 90% este ano. A Associação das Ourivesarias começou a fazer uma inspecção de qualidade do ouro vendido em 121 lojas desde o passado dia 11 de Novembro, uma iniciativa na qual participaram representantes da Direcção dos Serviços de Economia (DSE) e que durou três dias. “Os negócios pioraram muito e registaram uma grande quebra, especialmente no sector das ourivesarias. Espero que o volume de negócios no nosso sector possa manter o mesmo nível do ano passado. Os residentes têm capacidade de consumo, mas a confiança dos consumidores foi afectada pelo facto da economia estar em declínio”, referiu Li Chi Fong, presidente da Associação.
Flora Fong SociedadeSaúde Mental | SS prometem mais consultas [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] director dos Serviços de Saúde (SS), Lei Chin Ion, confirma um aumento no número de pedidos de consultas e outros serviços dedicados à saúde mental. No entanto, considera que o número de pessoal da área de Psicologia é já suficiente para a procura dos residentes. A afirmação foi feita numa resposta a uma interpelação escrita de Chan Meng Kam, que questionou os SS sobre a criação de um mecanismo de apoio psicológico ao nível comunitário. A resposta foi positiva, já que Lei confirmou a existência de tal modelo. O deputado quis ainda saber se os critérios cumprem as normas da Organização Mundial de Saúde (OMS). Na resposta, Lei Chin Ion afirmou que os SS têm dado atenção à saúde mental dos cidadãos e que já tomou medidas que correspondem aos critérios da OMS, incluindo o modelo de aproximar os serviços de psicologia à comunidade. O director afirmou que nos primeiros nove meses deste ano, no Departamento de Psicologia do Hospital São Januário, registaram-se mais de 18 mil consultas, mostrando um aumento de 3,2% comparando com o período homólogo do ano passado. Nos centros de saúde, foram registadas mais duas mil consultas relativamente ao ano passado, tendo o valor subido 26,6%. Lei confirma que a procura por serviços de saúde mental dos cidadãos de Macau aumentou, mas garante que os SS têm investido na contratação de profissionais. “Temos 13 médicos de psicologia, 14 terapeutas mentais, 29 terapeutas mentais clínicos e 20 assistentes sociais, ou seja, cada cem mil residentes de Macau tem 8,8 profissionais de saúde à sua disposição. Acrescentando isto aos subsídios de consultas psicológicas para as instituições sem fins lucrativos, cuidamos da saúde mental de toda a população”, indicou Lei Chin Ion, que afirmou ainda que depois dos pacientes mentais saírem de hospital têm direito a um serviço de acompanhamento via telefone, compreendendo o processo de recuperação e dando apoio. Nos primeiros nove meses deste ano, já mais de mil pacientes usufruíram deste serviço.
Andreia Sofia Silva PolíticaGoverno desconhece gastos anuais do São Januário [dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oi uma semana difícil para o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, em matérias de orçamentos na sua tutela. Depois de um relatório do Comissariado de Auditoria (CA) ter chumbado a forma como os Serviços de Educação e Juventude fiscalizam os subsídios a escolas particulares (ver caixa), eis que Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde (SS) admitiu que não há conhecimento sobre os gastos anuais do hospital público. “Nós esforçámo-nos muito para fazer essa estatística, mas alguns serviços são sobre posicionados com os centros de saúde, é difícil esclarecer (as contas) de toda a cadeia financeira. Tentámos separar as contas, mas o número não é confiável e vamos tentar fazer a separação. Existindo esta questão cria mal-estar junto da população. Podemos fazer uma estatística muito básica, mas muitos serviços estão interligados, e os centros de saúde recebem os doentes que saem do hospital. Os SS são responsáveis pela fiscalização e despesas de todos os serviços e não separamos as contas, fiscalizamos tudo em conjunto. Uma separação completa de contas é muito difícil”, disse ontem o director dos SS no âmbito de uma conferência de imprensa sobre a saída do chefe de gabinete de Alexis Tam (ver última). Luz para a semana Confrontado com a questão, o Secretário da tutela admitiu também não conhecer os gastos e prometeu novas informações dentro de uma semana. “Concordo com as perguntas e também gostava de saber. Neste momento o director dos SS não tem a informação, mas para a semana os nossos colegas devem fazer uma conferência de imprensa para explicar o assunto.” De frisar que há vários meses que o HM tentava saber estes dados junto dos SS, sem nunca ter conseguido uma resposta neste sentido. Os SS apresentaram ainda os dados mais recentes em relação ao recrutamento de pessoal médico, técnicos e enfermeiros. No total, foram contratados 591 profissionais, sendo que 62 só viram o seu processo de recrutamento concluído este ano. Para 2016, Lei Chin Ion explicou que vão ser recrutadas mais 278 pessoas, sendo que 59 lugares vão ficar por preencher devido à aposentação de profissionais de saúde. Directora da DSEJ promete rever leis A directora dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Leong Lai, também esteve presente na conferência, tendo considerado que o “estatuto das escolas merece uma revisão, bem como o diploma referente à contabilidade”. Confrontada com o relatório de auditoria, Leong Lai garantiu que as escolas já entregaram todos os documentos necessários sobre os subsídios atribuídos, tendo referido que o organismo “tem de aumentar a transparência” sobre o processo. Já Alexis Tam garantiu que a composição do Fundo de Desenvolvimento Educativo (com membros da DSEJ) não vai ser alterada, por ser a que melhor responde às políticas do Executivo. “Em relação à educação, preciso de reforçar a equipa da DSEJ, cujos trabalhos estão com diversas tarefas”, concluiu ainda o Secretário.
Hoje Macau BrevesGoverno | Tortura é proibida e punida por lei [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China garantiu ontem que as confissões forçadas são proibidas e punidas por lei, em resposta a um relatório da Amnistia Internacional (AI) que denuncia a persistência da prática de tortura em detidos e advogados. “A China é um país regido pela lei que proíbe a tortura e que pune claramente a prática de coerções forçadas nos interrogatórios”, declarou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Hong Lei, horas depois de a organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos AI ter divulgado o relatório “No End in Sight” (Sem fim à vista). Hong acrescentou que “quando se encontram casos de confissões obtidas sob coerção, os responsáveis são tratados em conformidade com a lei”. O regime comunista vai continuar a tentar melhorar a situação dos direitos humanos, afirmou. “Vamos continuar a melhor o nosso sistema de protecção oficial para que todos sejam tratados com justiça”, destacou. O relatório da AI defende que a tortura e as confissões forçadas continuam no sistema judicial chinês, acrescentando que os advogados são as mais recentes vítimas das autoridades. A ONG constatou que, apesar de a obtenção de confissões forçadas ser proibida, o Governo “fracassou na aplicação” da lei e os órgãos competentes não investigam as denúncias de tortura, ao mesmo tempo que os tribunais continuam a aceitar estas confissões como provas para permitir uma condenação.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Magnata compra diamante para a filha por 45 ME [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m milionário de Hong Kong gastou o valor recorde de 48,4 milhões de dólares para oferecer à filha um diamante de 12,3 quilates, leiloado na noite de quarta-feira pela Sotheby’s, em Genebra. O misterioso comprador do “Blue Moon” foi o magnata do imobiliário de Hong Kong Joseph Lau – condenado em 2014 por corrupção em Macau – que o rebaptizou, de imediato, de “Blue Moon of Josephine”, em homenagem à sua filha de sete anos. Na véspera, o milionário da antiga colónia britânica havia desembolsado 28,5 milhões de dólares por um raro diamante cor-de-rosa, de 16,08 quilates – o maior do seu tipo a ir a leilão – da casa rival Christie’s, que nomeou de “Sweet Josephine”. Uma porta-voz de Joseph Lau, em Hong Kong, confirmou ambas as aquisições à agência AFP. A jóia, apresentada em anel, em formato rectangular, foi vendida por 48,6 milhões de francos suíços, incluindo taxas, depois de uma licitação inicial de 43,2 milhões de francos suíços, foi arrematada ao fim de uma “guerra” ao telefone de oito minutos. Recordista absoluto Segundo o director da divisão internacional de joalharia da Sotheby’s, David Bennett, a venda do “Blue Moon” bateu vários recordes, tornando a pedra preciosa no “mais caro diamante independentemente da cor, e a jóia mais cara alguma vez vendida em leilão”. De acordo com David Bennett, trata-se também do preço mais elevado por quilate. O anterior recorde mundial para uma jóia vendida em leilão pertencia ao diamante de 24,78 quilates denominado de “Graff Pink” que, em Novembro de 2010, foi arrematado por 46,2 milhões de dólares num leilão na Sotheby’s, também realizado em Genebra. Esta não é a primeira vez que Joseph Lau, de 64 anos, adquire pedras preciosas raras para a sua filha. Alegadamente, em 2009, terá gasto 9,5 milhões de dólares num outro diamante azul, ao qual chamou de “Star of Josephine”. Joseph Lau foi condenado, em Março de 2014, por corrupção e branqueamento de capitais a um cúmulo jurídico de cinco anos e três meses de prisão por um tribunal de Macau, num processo conexo ao do ex-secretário para os Transportes e Obras Públicas Ao Man Long. Contudo, é improvável que cumpra a pena, dado que as duas Regiões Administrativas Especiais chinesas não têm um acordo de extradição.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Milhares inundam Facebook da líder da oposição [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]ezenas de milhares de internautas chineses inundaram ontem a página do Facebook da líder da oposição e candidata presidencial em Taiwan, Tsai Ing-wen, criticando-a por se opor a um encontro entre os líderes dos dois lados. Em Taiwan “existe democracia, a liberdade de expressão é uma garantia e todos se podem expressar”, reagiu Tsai, face aos mais de 50.000 comentários feitos por internautas da China continental, onde aquela rede social está censurada. “Prefiro ver este incidente pelo lado positivo e espero que os internautas chineses possam ver perfis de diferentes pessoas no Facebook. Convido todos a visitar a minha página”, disse ontem Tsai à imprensa local. Os presidentes da China e de Taiwan, Xi Jinping e Ma Ying-Jeou, respectivamente, reuniram-se no sábado passado, em Singapura, num encontro inédito e histórico. A líder do Partido Democrático Progressista, mais céptico em relação a Pequim, atacou Ma Ying-Jeou por não ter defendido a democracia e liberdade em Taiwan, durante o encontro, e por não se ter referido à ilha como República da China. Esta semana, um jornal estatal da China acusou Tsai de ser “tacanha e egoísta”. Cuidado com a raiva Em editorial, o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista Chinês (PCC), disse que a líder da oposição em Taiwan “cometeu um erro”, descrevendo-a como “raivosa”. Ela “expôs o seu apoio à independência”, criticou o jornal, aludindo a uma postura que Pequim ameaça retaliar “usando a força”, caso se concretize. Depois da guerra civil chinesa ter acabado, com a vitória do PCC, o antigo governo nacionalista (Kuomintang) refugiou-se na ilha de Taiwan, onde continua a identificar-se como governante de toda a China. Pequim considera Taiwan uma província chinesa e defende a “reunificação pacífica”, segundo a mesma fórmula adoptada para Hong Kong e Macau (“Um país, dois sistemas”). Do ponto de vista da diplomacia internacional, existe a República Popular da China, governada pelo PCC, e a República da China, na ilha de Taiwan, mas ambos os lados rejeitam uma divisão definitiva. Taiwan tem previsto para Janeiro a realização de eleições legislativas, e Tsai é a favorita a ganhar o exercício, numa altura em que a opinião pública taiwanesa olha com desconfiança para as relações cada vez mais estreitas com a China comunista.
Joana Freitas EventosFringe | Dança, circo, histórias e teatro ao fim-de-semana [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Festival Fringe continua este fim-de-semana com diversas peças de dança, teatro e circo locais e de fora. Na sexta-feira, as actividades abrem com o espectáculo “Brinquedo, Arroz e Chuva”, uma peça de teatro falada em Cantonês que retrata a história de um jovem de Sarajevo que dispara a sua arma e muda o curso da história, ao mesmo tempo que um outro rapaz começa o seu dia de trabalho, numa cozinha, apenas desejando saber como cozinhar uma boa refeição. Do outro lado, um grupo de pessoas, que esperam ansiosas pela época das chuvas – como irão suportar a longa espera? “Três histórias, três adolescentes de três diferentes lugares, diferentes origens e diferente tempos, mas…será que no fim… todos possuem os mesmos impulsos, os mesmos ideais?”, aponta a organização. O espectáculo – da responsabilidade da Long Fung Drama Club – custa 50 patacas e está em exibição de sexta-feira a domingo, nos Lagos Nam Van, a partir das 20h00. Sábado e domingo é a vez de “(Des) Contextualizado”, apresentado pelo grupo Unitygate e Stella e Artists. O espectáculo de dança acontece nas Ruínas de São Paulo, às 16h00 e 17h00, e na Rua da Palha às 14h00, tendo entrada livre. Conta-me histórias Se o seu interesse for ouvir histórias, então é para si a actividade trazida por Uncle Arvin, de Hong Kong, um contador de histórias que se tem dedicado ao desenvolvimento das artes junto da comunidade, promovendo o conto e apostando na criatividade dos livros ilustrados. Em Cantonês, as histórias vão poder ser ouvidas sábado às 18h30 no Café falala e às 20h30 no Buddy Caffe. No domingo, hora marcada para as 15h15 no Dream Corner, às 18h30 no Café Philo e às 20h30 no Mind Café. A entrada custa 50 patacas com uma bebida incluída. Domingo, o dia está dedicado ao teatro. “Sem Abrigo” é a peça apresentada pelo Teatro Areia Preta – MAS Productions, às 17h00 no teatro Hiu Kok, na Av. do Dr. Francisco Vieira Machado. A entrada é livre para ficar a conhecer a história de quatro sem abrigo. “O grupo Teatro Areia Preta faz-nos ver que cada um de nos poderia acabar numa situação parecida, sem casa, sem trabalho, consequência da falta de amor do ser humano e de uma sociedade imperfeita”, explica a organização. Às 16h00 nas Ruínas de São Paulo acontece o espectáculo de circo “A Vida numa Bolha”, de Alfredo Silva. “Um balão viaja impulsionado pelo vento consoante a sua direcção e intensidade e porque não também pela criatividade e imaginação? Um simples Balão irá compor um ambiente singular e criar um mundo fantástico e divertido! Como será a vida dentro de um Balão?”, atira a organização. A entrada é livre. Finalmente, de Taiwan, chega “Beleza 2015″. Trazido pela Oz Theatre Company mostra duas personagens sem nenhuma característica peculiar que debatem entre si as relações de poder entre duas pessoas, questionando o verdadeiro valor da beleza. Marcados para as 15h00 e para as 20h00, no edifício do antigo tribunal, o espectáculo custa 50 patacas.
Andreia Sofia Silva EventosSunny Side Up lança disco sobre Fernando Pessoa [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hama-se “Pessoa” e é o novo trabalho da banda Sunny Side Up, composta pelos músicos Tomás Ramos de Deus, Filipe Fontenelle e Miguel Andrade. Ao HM, Filipe Fontenelle fala de um disco composto por dez canções, todas elas feitas a partir de poemas do poeta português Fernando Pessoa. “Na sequência do primeiro disco que fizemos, ‘Tributo a Macau’, esta foi uma proposta que a gente quis fazer aproveitando a data que ia ser assinalada este ano, dos 80 anos da morte de Fernando Pessoa. Aproveitamos para fazer uma escolha de poemas que gostássemos e fizemos um disco com dez poemas, todos compostos pela banda”, disse o músico. O público poderá ouvir canções em Português e também Chinês. A versão traduzida foi feita com base em livros cedidos pelo Instituto Cultural (IC) e com o trabalho do departamento de Português da Universidade de Macau. Da selecção “Fomos procurar em toda a obra do Fernando Pessoa e fomos escolhendo os poemas que gostássemos, ou que pudessem ficar melhor musicados. Às vezes havia poemas muito curtos, com um verso apenas, que iria ter mais parte instrumental, e quisemos dar ênfase à poesia e à palavra. Temos alguns temas que ficaram fora do disco, que vão ser apresentados ao vivo, mas o espectáculo vai ter cerca de uma hora e meia e o disco tem apenas dez músicas. Foi um processo natural e levou alguns meses a preparar”, explicou Felipe Fontenelle. O concerto de que fala o músico servirá para apresentar oficialmente o novo trabalho dos Sunny Side Up e irá decorrer no Teatro D.Pedro V a 27 de Novembro. Os bilhetes já se encontram à venda e custam cem patacas. Quanto ao álbum “Pessoa”, estará disponível em formato digital no iTunes e em formato físico na Casa de Portugal em Macau, entidade que apoia o projecto.
Leonor Sá Machado EventosThis is My City | Conferências, cinema e cabaret no fim do mês [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] This is My City (TIMC) está aí à porta e promete uma série de actividades para todos os gostos. Até meados de Dezembro, a população vai poder assistir a sessões de cinema ao ar livre, a palestras inovadoras e participar numa conferência sobre Economias Criativas ou numa concentração de fotógrafos. Entre as actividades está, de acordo com o organizador do evento, Manuel Correia da Silva, a conferência com enfoque nas Economias Criativas. Esta é, para o designer, “a que mais vale a pena destacar”. Questionado sobre o conteúdo da iniciativa, Manuel Silva explica que “vai bastante além do design e da arquitectura de uma cidade”, abrangendo áreas como a Política ou a Economia que gerem o território. O TIMC apresenta assim Charles Landry ao público, um renomado escritor e especialista desta área, que em 1978 abriu a sua empresa de consultoria, Comedia. Esta foca-se na relação entre cultura, criatividade e a transformação das cidades. Landry corre o mundo dando conselhos e sugestões aos seus governos sobre como dinamizar o espaço urbano. Vão ainda estar presentes outros especialistas de Hong Kong, Macau e Shenzhen. A palestra, organizada em conjunto com o Centro de Estudos Europeus, também vai dar atenção ao caso de Macau. “Para situar a conversa no local onde estamos, também teremos oradores de Macau, Hong Kong e Shenzhen, pelo que achámos que seria interessante também juntar um grupo de pessoas do Porto”, explica. É que a cidade portuguesa é, como esclarece Manuel Silva, “cidade-irmã” da RAEM, pelo que se quer “explorar mais esta parceria”. Desenvolver, pensar, fazer e investir são os quatro painéis desta sessão, que tem lugar às 10h00 de 8 de Dezembro, no Centro de Design de Macau. Concentrações várias Tudo começa no Albergue SCM, a 24 de Novembro. Os horários ainda vão ser anunciados, mas o TIMC conseguiu trazer o projecto Pechakucha a Macau, que permite a apresentação de um sem número de temas com uma regra: cada orador terá 20 segundos para apresentar cada imagem de uma série de 20, ficando cada apresentação nos cinco minutos de duração. O projecto abrange todos os temas possíveis, desde música, design, urbanismo, fotografia, experiências pessoais e sociais, entre outras. O Pechakucha acontece em alternância com uma mostra de cinema ao ar livre, cuja selecção de curtas-metragens foi feita por António Conceição – conhecido por Kiko –, vocalista da banda local Turtle Giant. Ambas terão lugar das 18h00 às 21h30. O dia 28 reserva-se à “Hackathon”, uma maratona de programadores informáticos cujo objectivo é criar novas formas de facilitar a vida na cidade, de soluções “inteligentes” como aplicações móveis. O mesmo dia acolhe uma concentração de “instagramers”, a Instameet. Pessoas com contas na rede social Instagram vão andar pela cidade com um olho na lente e outro no que se passa à volta. A ideia é captar, através da fotografia, a essência da cidade. O Centro de Design é o ponto de partida e as fotografias serão depois publicadas sobre o hashtag de #TIMCity2015. Da conversa ao cabaret A 3 de Dezembro estreia a mostra Luso Design Show, para a qual a organização convidou uma série de artistas lusófonos, incluindo do Brasil, Angola e Portugal. “Vamos ter marcas muito interessantes”, acrescentou Manuel Correia da Silva ao HM. Dois dias depois, estreia na cidade um espectáculo que conta com a mestria de Inês Trickovic e se passeia pelas margens de Macau. Trata-se de um cabaret flutuante – já que acontece num barco – com muita dança e música à mistura. Esta é a única iniciativa paga de todo o programa, mas os preços ainda serão anunciados. Finalmente, o TIMC deste ano encerra com a vinda do música e designer angolano Vítor Gama, que vai apresentar um instrumento totalmente original por si criado na Universidade de São José. Chama-se Toha e será apresentado juntamente com a história e experiência de Gama neste mundo. O TIMC tem trazido várias iniciativas internacionais ao longo dos últimos anos.
José Simões Morais h | Artes, Letras e IdeiasO primeiro Grande Prémio de Macau [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]or iniciativa de três residentes de Macau, Fernando de Macedo Pinto, Carlos Humberto da Silva e Pires Antas, na Primavera de 1954 ficou resolvido realizar-se uma corrida entre amigos. Mas à ideia inicial de uma prova de regularidade-velocidade veio-se juntar, pelo entusiasmo de Paul du Toit ao ver a qualidade do traçado do circuito e a parecença com o do Mónaco, a realização de uma corrida de velocidade. Colocada como primeira hipótese, uma prova de resistência de 24 horas, tipo Le Mans, mas por não haver carros suficientes, pensou-se depois numa corrida de duas horas, o que não despertava grande interesse devido às grandes despesas na vinda dos carros de Hong Kong. Paul du Toit conseguiu convencer a organização a pensar na realização de um Grande Prémio de carros e garantiu que, caso viesse a materializar-se esse projecto, só de Hong Kong viriam pelo menos vinte concorrentes com os seus respectivos carros. O programa foi apresentado por Carlos H. da Silva em 17 de Julho de 1954, na conferência de imprensa no café do Hotel Riviera. Além de falar na prova de regularidade-velocidade para comemorar a criação da Delegação de Macau do Automóvel Clube de Portugal, foi ainda referida a realização do Grande Prémio de Macau. Na reunião encontravam-se ainda outros quatro entusiastas do automobilismo, Srs. Capitão Júlio Augusto da Cruz, Capitão-Tenente Pires Antas, Agente Técnico Macedo Pinto e Dr. António Nolasco da Silva, os fundadores da Delegação de Macau do A.C.P. Uma semana depois, já se explicitava ser uma corrida de velocidade, tipo Le Mans reduzido e o vencedor absoluto era quem fizesse o maior número de voltas ao circuito, durante quatro horas consecutivas. A corrida, denominada Grande Prémio de Macau, realizar-se-ia a 31 de Outubro, sendo o circuito, então descrito com 3,9 milhas, denominado Circuito da Guia. Como estes cinco organizadores não poderiam, só por si, dar conta do recado, solicitava-se aos desportistas e entusiastas por automobilismo, que viessem colaborar para as funções de juízes, fiscais, directores, adjuntos, etc.. Regulamentos para a corrida De tal maneira foi grande a receptividade a nível regional que, todos os quartos dos hotéis da cidade nos finais de Setembro estavam já reservados para o fim-de-semana das corridas. Por isso, no início de Outubro, apareceram nos jornais de Macau anúncios solicitando a quem tivesse quartos de casal e singulares para alugar nos dias 29, 20 e 31, que contactasse com o Dr. António Nolasco. Os regulamentos da prova, divulgados no princípio de Outono, referiam que para a prova do Grande Prémio poderia participar qualquer Carro de Turismo, de fabrico corrente, ou qualquer carro de desporto ou especial, entendendo-se por carro de desporto, o que é vendido pela fábrica sob tal rubrica, com ou sem modificações introduzidas pela mesma fábrica e por carro especial, um carro de fabrico corrente modificado pelo concorrente da forma que melhor entender para melhorar o seu rendimento. As viaturas seriam divididas pela sua cilindrada. As inscrições gratuitas para o Grande Prémio deveriam dar entrada até ao dia 11 de Setembro, mas de 12 a 22 de Setembro seria de $50,00. Só era permitido usar gasolina 85/90 octanas. Os condutores eram prevenidos de que lhes estava vedado qualquer auxílio prestado por estranhos, sob pena de desclassificação. As viaturas seriam devidamente inspeccionadas pelo Clube, podendo exigir aos concorrentes que obedecessem aos requisitos julgados indispensáveis, sendo excluído das provas quem não obedecesse. Seriam permitidos dois corredores por cada viatura. O percurso com partida do Porto Exterior, frente à Ponde N.º 2 da Capitania dos Portos, seguia pela Estrada de S. Francisco, Estrada dos Parses, Cacilhas, Ramal dos Mouros, D.ª Maria, Rua dos Pescadores, Macau-Seac, vindo a acabar na Avenida Oliveira Salazar, no ponto da partida. Locais para assistir às provas Ao longo do mês de Novembro, nos jornais apareceram avisos a proibir as pessoas de atravessarem a pista do circuito durante as horas de treino e das corridas, a não ser pelas pontes. Pedia-se a quem tivesse cães, porcos, cabritos, para evitarem a todo o transe que os mesmos atravessassem a pista, porque poderiam ser igualmente a causa de desastres de funestas consequências. A entrada dos espectadores far-se-ia por uma única via, situada junto da Calçada de S. Francisco onde funcionariam as bilheteiras, devendo os espectadores atravessar uma ponte dupla construída para esse fim. Havia duas outras pontes mais pequenas, uma junto do Ramal dos Mouros, para uso da unidade militar ali aquartelada e outra, junto do posto central, para uso dos comissários e director de corrida. Na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues, já dentro da pista e sem perturbar o movimento no circuito, circulariam cem triciclos para uso exclusivo dos espectadores. Em frente ao posto náutico (antigo pavilhão da Pan-Americana, hoje ao lado do Hotel Casino Waldo) foram construídas quatro bancadas, cada uma para quinhentas pessoas, sendo duas delas pagas pelo Sr. Ho Yin. Os bilhetes começaram a ser vendidos no dia 25 de Outubro na Firma H. Nolasco & Cia., Hotel Riviera e Pousada Macau. Na bancada central, o preço era de $7,50 e nas laterais de $5,00. Havia ainda, no recinto do Clube Náutico, por acordo com a Comissão do G.P., cadeiras a $2,50 cada uma, com mesa e $1,50 sem mesa, tendo os sócios entrada livre no Clube. Em toda a extensão dos terrenos conquistados ao mar no Porto Exterior, desde S. Francisco até as bancadas, havia lugares para peões, ao preço de $0,50 por pessoa. Junto das bancadas vendia-se farnéis com sanduíches, bolos, fruta e bebidas, a preço acessível. Entre a bancada central e a primeira bancada lateral funcionavam os poços dos automóveis, para os mecânicos ali fazerem os consertos, colocar combustível e outras beneficiações nos carros das provas durante as corridas. Para os representantes da Imprensa estavam reservados lugares junto ao Posto Central, podendo eles e os fotógrafos, quando munidos dos emblemas, servir-se da ponte levantada junto do posto e destinada aos juízes das provas. O posto central, instalado junto do local da partida, era onde os locutores davam ao público todos os pormenores segundo o andamento das corridas, existindo aí o quadro com a classificação dos corredores. À volta de todo o circuito havia ainda quatro postos de ambulância, nove de remoções, quatro de socorros (incêndio), dez postos sinaleiros e treze de telecomunicações, ligando estes directamente ao posto central, onde se encontravam os comissários, o director de corrida e outros juízes de provas. No dia 28 de Outubro, chegaram de Hong Kong os primeiros cinco carros participantes nas corridas e os restantes vieram no dia seguinte. O Primeiro Grande Prémio de Macau Chegava o tão desejado 31 de Outubro de 1954. Os treinos tinham-se efectuado no dia anterior, pela manhã entre as 8 horas e as 9:30, pois foram adiados uma hora, e na parte da tarde, quinze minutos após terminada a prova de regularidade-velocidade, realizaram-se durante mais uma hora e meia. Dos vinte e cinco concorrentes que se tinham inscrito, três tinham desistido, um outro encontrava-se em Inglaterra e o quinto, de Hong Kong, sofrera um grave desastre. Assim, no primeiro dia de treinos, no sábado 30 de Outubro, estiveram vinte pilotos mas, devido a três deles sofrerem acidentes, ficaram dezassete para realizar os treinos do dia seguinte. Eram eles, conforme a ordem que observariam na partida, na categoria de carros de desporto ou especiais: Pennels, número 9, num Austin Healy 100; com o n.° 7, Bell num Morgan; seguiam-se os concorrentes a pilotar um Triumph TR2: Reginaldo Rocha n.° 14, Lauder n.° 10, Paul du Toit n.° 8 e Eduardo de Carvalho n.° 5; a correr num M.G. Special, Macedo Pinto n.° 11. Já na categoria de carros de turismo: White n.° 25 e Wilson n.° 2 pilotavam um Riley 2 ½; a conduzir um Ford Zephyr estavam Ferry n.° 18, Roseveare n.° 12 e Fong n.° 3; Reynolds n.° 17 guiava um Citroën e Rediern Steane n.° 26 um Hilman; Astwood n.° 20, Robert Ritchie n.° 19 e Wen Lenard n.° 4, conduziam um Fiat 1100. Todos os corredores tinham que completar pelo menos uma volta em treino oficial, conduzindo o carro da prova em que se inscreveram. Já nos treinos dessa manhã, realizados das 8 às 9 horas, mais dois carros ficavam pelo caminho. A prova, anunciada para começar ao meio-dia, era aguardada com enorme interesse por milhares de espectadores. Meia hora antes de começar, estavam pilotos e viaturas no parque automóvel e por ordem do juiz de partida, foram colocados os quinze carros nas suas posições. Primeiro os carros de desporto e depois os carros de turismo, seguindo a ordem da cilindrada, mas todos paralelos uns aos outros e com a frente voltada para o mar. Com os concorrentes de pé em frente aos carros respectivos, pois a largada era tipo Le Mans onde todos partiriam em simultâneo, após os intervalados três sinais, de minuto a minuto, dados pela sereia para iniciar a prova de quatro horas o Governador baixou a Bandeira Nacional, dando a partida. O vibrante relato foi narrado no Clarim de 4 de Novembro por S.F.: “Ao sinal de largar, correram todos para os carros, uns saltando para dentro destes, outros, abrindo rapidamente a portinhola ao mesmo tempo que punham o motor a funcionar. Esta emocionante partida valeu por todo o resto da prova.” Com uma rapidez de relâmpago, o corredor G. J. Bell, num Morgan de 2088 c.c., em menos de 30s já se encontrava no circuito. A seguir, largaram dois carros de turismo, depois o Triumph de Carvalho, seguido de mais dois outros da mesma marca. O Austin conduzido por R. Pennels, o carro mais potente da prova, com 2660 c.c., perdeu imenso tempo na largada, assim como o M. G. Special do único corredor de Macau, Macedo Pinto, que, segundo contou depois, no meio da excitação se esquecera de destravar o carro. O Morgan, rapidíssimo, tomou logo a dianteira, fechando a primeira volta com quase um terço do percurso de avanço sobre o segundo. Porém, antes de fechar a 5.ª volta, ao passar junto da guarita que fica na curva do reservatório de água, saiu-lhe uma roda ao carro, vindo a ficar inutilizado para o resto da prova. Bell, contudo, nada sofreu pois, a viatura, apesar da velocidade que trazia, vinha encostada ao muro do Porto Exterior, tendo o condutor a presença de espírito de não largar o volante e conduzir o carro travado até parar completamente, mas já na rampa que desce para a água. Numa excelente prova de desportivismo e cavalheirismo, Paul du Toit, ao passar junto da bancada central, antes da sua 5.ª volta, abrandou a marcha para dizer à esposa de Bell que estava tudo bem e nada acontecera ao marido. Com isto, Toit perdeu uns quarenta segundos e para a sua frente passaram alguns concorrentes. A prova continuou com o Austin de Pennels na dianteira, seguido dos Triumph. Atrás vinham os carros de turismo comandados por Ritchie e entre eles, o MG de Macedo Pinto. Contudo, à 8.ª volta Pinto achava-se à frente de todos os carros de turismo. À 11.ª volta, Pennels parou o Austin junto dos poços, para substituir uma roda. Passou então a comandar o Triumph n.° 5 de Carvalho, seguido por Toit n.° 8 e Rocha n.° 14. Atrás, vinha Pinto n.° 11 e Ritchie n.° 19, estando os restantes mais atrasados, com Lenard n.° 4 na cauda. Tendo completado a 14.ª volta, o Austin de Pennels sofreu um acidente perto da ponte em frente ao Quartel de S. Francisco e ficou inutilizado para o resto da prova. Valeu a perícia do condutor que, com presença de espírito conseguiu, após manobras dificílimas, tirar o carro da direcção da área onde se encontravam dezenas de espectadores, acabando por embater contra um poste. No circuito havia agora treze carros. Entre o n.° 5 de Carvalho e o n.° 8 de Toit travava-se luta tremenda para conquistar o comando. O n.° 5, não largava a dianteira, nem o n.° 8 o seu intento de o ultrapassar. Luta que manteve a assistência emocionada. Entretanto, Pinto, n.° 11, prosseguia na prova com uma grande regularidade e perdendo sempre terreno seguia o Triumph de Rocha n.° 14. Atrás, vinha Ritchie sempre fugindo dos restantes. Entre estes, salientam-se o Fiat 1100 de Astwood e o Hillman de Steane n.° 26. A cerca de duas horas da prova, o efectivo dos carros em competição baixou para doze, em virtude da desistência do n.° 25, um Riley conduzido por A. White, o qual teve uma avaria mecânica, depois de completadas vinte voltas. Até ao fim da prova não se registou mais nenhuma desistência nem acidente. Digna de menção foi a perícia do Capitão J. Ferry, n.° 18, num Ford Zephyr, que fez as últimas trinta voltas sem travões no carro, continuando a prova sempre na mesma cadência. De todos os carros, os únicos que não pararam nenhuma vez junto dos poços foram os três conduzidos pelos portugueses, Eduardo de Carvalho, Reginaldo da Rocha e Macedo Pinto. Esta descrição foi baseada, com ligeiras diferenças, do que o repórter S.F. fez da prova e seria uma falta ficar esquecida, de tão viva é a sua narração. Ao fim de 4 horas 3 minutos e 19,1 segundos de prova, a bandeira de xadrez foi mostrada à passagem do Triumph TR 2, n.° 5, conduzido pelo português Eduardo de Carvalho. Estava encontrado o vencedor absoluto do 1.° Grande Prémio de Macau, que, após a volta de consagração, recebeu a taça das mãos de Sua Exa. o Governador, que a mandara fazer em Lisboa e custara cerca de $1200. Já a casa “Omega”, ofereceu-lhe um relógio de mesa. Tinha sido esta marca a emprestar os cronómetros usados nas provas. Classificação por categorias Assim, nos carros de desporto ou especiais, o primeiro lugar foi do português Eduardo de Carvalho que deu 51 voltas, cobrindo a distância de 319,77 km em 4 horas 3 minutos e 19,1 segundos, à velocidade média horária de 49 milhas. A velocidade máxima foi de 95 milhas atingida entre o reservatório e as bancadas e a mínima, 10 milhas, na curva entre Dona Maria e a Rua dos Pescadores. Em segundo ficou Paul du Toit, num “Triumph TR 2”, com 51 voltas em 4 h., 4m., 46 s., à velocidade média horária de 48,8 milhas, gastando mais 1 minuto e 27 segundos que o vencedor. Em terceiro, Reginaldo da Rocha, em “Triumph TR 2”, com 50 voltas em 4 h. 1m. 55,5s., à velocidade média horária de 48,4 milhas. Em quarto lugar, o único macaense que correu no 1.º Grande Prémio de Macau, Fernando Macedo Pinto, no seu MG Special de 1100 c.c., com 48 voltas feitas em 4h. 3,4 s., à velocidade média horária de 46,8 milhas, apesar de ter um carro com muito menos potente, 47 cavalos; teve como mecânico Joaquim Vale. Já nos Carros de Turismo, o primeiro na Classe B, para carros com cilindrada entre 750 a 1100 cc., foi Robert Ritchie em Fiat 1100, com 48 voltas, em 4h. 1m., 57,6 s., à velocidade média horária de 46,4 milhas. Na Classe D (de 1501 a 2000 cc), o primeiro foi D. N. Steane, em Hillman, com 46 voltas, em 4h. 1m. 29s. à velocidade média horária de 44,6 milhas. Na Classe E (de 2001 a 3000 cc), ficou em primeiro K.O. Mak num Ford Zodiac, com 45 voltas em 4h. 01m. 56s., à velocidade média horária de 43,5 milhas. Foi tal o entusiasmo com estas corridas, que nunca mais se deixou de realizar o Grande Prémio de Macau.
Sérgio Fonseca Grande Prémio de MacauGP | Francisco Mora vem à descoberta do GP Francisco Mora [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]urante vários anos consecutivos Portugal esteve representado na Corrida da Guia do Grande Prémio de Macau pelo portuense Tiago Monteiro. Contudo, o Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC) rumou a outras paragens e com ele levou Monteiro. Mas, a bandeira da República Portuguesa continuará a estar presente na prova, dado que o jovem Francisco Mora fará a sua estreia no Circuito da Guia na prova rainha de carros de turismo do Sudeste Asiático. O jovem português falou ao portal de automobilismo SportMotores.com pela primeira vez publicamente sobre esta sua participação na prova. O piloto de 19 anos disse que o objectivo principal passa por fazer duas boas corridas, sem erros. “Sei que Macau é uma das pistas mais difíceis e exigentes do mundo onde cometer um erro é fácil. Tenho que estar muito concentrado pois não há escapatórias e o mais pequeno erro significa um acidente”, explicou. Sabendo que a concorrência é forte e tem nomes sonantes como Gianni Morbidelli, Rob Huff, Alain Menu ou o compatriota Rodolfo Ávila, Mora é cauteloso quando se trata de falar de resultados. “Vamos ver como corre e onde terminamos, visto que esta será a primeira vez que vou correr [em Macau] e muitos dos meus adversários já lá andaram”, realçou. O jovem da Maia participou este ano em algumas corridas do Campeonato de Itália de GT com um dos Mercedes da Sports & You, mas na segunda metade da temporada virou-se para o Campeonato Nacional de Velocidade, sendo o único inscrito na categoria de Turismos, aos comandos de um SEAT Léon TCR da Veloso Motorsport, sagrando-se sem grandes dificuldades campeão nacional da especialidade. Antes disso, Mora também tinha alinhado nas duas corridas da TCR International Series no Autódromo Internacional do Algarve, com resultados expectativa dada a sua curta experiência ao volante deste tipo de viaturas. Mora está inscrito com um SEAT Léon TCR da Target Competition, fazendo equipa com Rafaël Galiana, Andrea Belicchi, Keith Chan, Jordi Oriola e Stefano Comini, o líder do Campeonato de Pilotos e que vai para a prova de Macau discutir o título da TCR International Series com Pepe Oriola e Jordi Gené. O piloto luso revelou também à mesma fonte que não irá ter qualquer oportunidade de testar pela equipa italiana antes da prova do Circuito da Guia. Audi com baixa pesada Entretanto a Audi sofreu uma baixa pesada. Lucas Vanthoor não marcará presença na Taça do Mundo FIA GT, devido às lesões que sofreu no acidente na prova de Misano do Blancpain Sprint Series. O piloto da Audi e quarto classificado na Taça GT Macau o ano transacto protagonizou um violento acidente na corrida italiana há um mês, tendo na altura lhe sido diagnosticado uma fractura numa perna e duas fracturas na anca. O belga esperava poder estar recuperado a tempo de participar na prova do território. Vanthoor foi submetido a exames pelos médicos da Audi na quarta-feira passada, tendo estes lhe negado a participação na corrida. “Os médicos da Audi disseram que se eu tivesse mais um acidente poderia magoar ainda mais a minha anca. Eu estava preparado para arriscar mas não fui autorizado e respeito a decisão”, escreveu Vanthoor na rede social Twitter. A marca de Ingolstadt, que estreia nas ruas de Macau o novo R8 LMS GT3, deverá nomeou o alemão René Rast, ex-vencedor das 24 horas de Spa-Francorchamps e 24 horas de Nurburgring, fazer parelha com Edoardo Mortara e Marchy Lee.
André Ritchie Sorrindo SempreO genuíno Made in Macau [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]ovembro é o meu mês preferido aqui em Macau. Não, qual bom tempo, temperatura amena, ausência de humidade ou gloriosos dias de céu limpo. Sim, também. Mas, caríssimo leitor, Novembro é o meu mês preferido porque é o mês do Grande Prémio de Macau. Calma. Não deixe de ler o artigo pelo facto de não ser fã do desporto motorizado, por detestar os engarrafamentos que o Grande Prémio provoca ou simplesmente porque concorda com aquele ilustre deputado que acha que esse evento viola a Lei da Prevenção e Controlo do Ruído Ambiental. Se é de Macau e/ou gosta de Macau, então tem de gostar do Grande Prémio de Macau. Passo a explicar. Tente falar com qualquer maquista sobre o Grande Prémio e, aposto consigo, será presenteado com um brilho nos olhos, entusiasmo e episódios interessantíssimos do passado. Sobretudo quando em conversa com maquistas mais antigos, pois não nos podemos esquecer do passado humilde desta cidade, dos tempos em que eventos locais com a mesma projecção do Grande Prémio eram praticamente inexistentes. Era pois o principal cartaz turístico de Macau, atingindo uma dimensão global, e isto muito antes de Macau ser re-inventada e invadida por combates do Manny Pacquiao e concertos da Britney Spears. O Grande Prémio é, por isso, a verdadeira festa local, celebrada e vivida com animação e intensidade no seio da comunidade Macaense. Sou grande entusiasta do desporto automóvel. No entanto, hoje vou-me debruçar sobre as histórias antigas do Grande Prémio que me foram contadas pelos meus familiares. Ainda hoje quando falo com a minha avó Ester sobre o Grande Prémio, ela há-de repetir com a mesma excitação de sempre o episódio do acidente que vivenciou mesmo à sua frente, junto da actual curva do Hotel Mandarim, quando um carro de competição se despistou e veio em direcção dela e dos seus irmãos que, felizes da vida, faziam um piquenique na berma do circuito enquanto viam passar os bólides. Não havia rails de protecção e o que lhes salvou a vida foi uma árvore! Da mesma forma, também se lembra do dia em que Arsenio Laurel perdeu a vida no Circuito da Guia, do fumo que se via à distância quando o carro se incendiou após o acidente e da exaltação geral quando a má notícia circulou do circuito para o resto da cidade. Já o meu falecido Tio-avô Pepe, era eu ainda miúdo quando me mostrou fotos a preto e branco por ele tiradas da queda da ponte pedonal entre o Hotel Lisboa e a Av. Rodrigo Rodrigues. Estavam tantas pessoas naquela estrutura provisória a assistir às corridas que a coisa toda cedeu e caiu. Houve mortes. Avançando uma geração, o meu Tio Nano ainda hoje fala do Alpine Renault que nos anos 60 foi o primeiro carro a completar uma volta ao circuito em menos de 3 minutos. Foi, na altura, um grande feito. Ora, para efeitos de comparação, nas celebrações do 50º aniversário do Grande Prémio em 2003, testemunhei com os meus próprios olhos a incrível velocidade de um Formula 1 que arrasou a barreira dos 2 minutos! Da parte dos meus pais também não são poucas as histórias que contam: a minha mãe teve a agradável experiência de gerir até agora a única edição do Grande Prémio que foi assolada por um tufão. No meio de chuvadas, ventos fortes e placards publicitários que voavam pela pista fora, decidiu-se adiar em um dia o Grande Prémio: as corridas principais realizaram-se numa 2ª feira! Contado assim até parece simples, mas imagine-se os impactos em toda a logística do evento. Quanto ao meu pai, foi médico destacado na pista quando eu era miúdo e, entre outros, tive o privilégio de andar num belíssimo Porsche 911, um Rescue Car da organização. Parece não ser nada de especial, mas, caríssimo leitor, queira perceber que nos anos 80 os Porsches em Macau contavam-se pelos dedos de uma mão. Que histórias tenho eu, então, para contar aos meus filhos e netos quando for velhinho? Aqui vão duas das minhas preferidas, que de alguma forma mostram como as coisas eram diferentes também no meu tempo: Quando era miúdo, era permitido aos participantes locais do Grande Prémio circularem pela cidade com os seus bólides, pois não existiam as instalações actuais onde os carros de competição ficam estacionados. Era comum encontrar-se carros a serem preparados para o Grande Prémio nas garagens locais. Andava eu na escola primária e sempre que passava um carro de corrida – o ronco dos carros daqueles tempos era infernal – a miudagem ia a correr para ver. Eis então que o condutor dum desses bólides foi simpático e resolveu animar a malta: encostou o carro à nossa frente, parou e começou a fazer brum, bruum, bruuum, BRUUUM! Até que parou porque partiu o motor, fez uma fumaceira tremenda e os bombeiros tiveram de intervir. Tive muita pena do homem. Sou do tempo em que a bancada da Curva do Hotel Lisboa era em bambú. A casa de banho resumia-se a um pequeno cubículo com paredes de lona onde as necessidades eram feitas directamente para o mar (o aterro do NAPE não existia). Das janelas do Hotel Lisboa de vez em quando apareciam umas meninas e ouvia-se da bancada um colectivo “waaaah!”. Bom ambiente. Mas um dia a bancada cedeu e teve de ser evacuada. Foi um pequeno grande susto – o bambú estalava por todos os lados! Fomos reembolsados: 20 patacas era quanto custava o bilhete. Essas são apenas algumas das minhas histórias do Grande Prémio. Como disse, qualquer maquista terá as suas, bem como as dos seus pais, tios e avós. Caríssimo leitor, provavelmente até aqui ainda não entendeu qual o sentido deste artigo. Não leve a mal, pois na verdade todo esse build-up foi enchimento de chouriços e serviu apenas para poder rematar a peça da seguinte forma: Numa altura em que em Macau tanto se vende o peixe da diversificação económica, tanto se fala no conceito “Made in Macau”, nas indústrias criativas e no apoio que se deve dar aos projectos locais e inovadores, aos incubadores de ideias e essa treta toda. Eis que temos aqui um verdadeiro produto “Made in Macau”: o Grande Prémio tem mais de meio século de existência, faz parte da nossa memória colectiva, é financeiramente auto-sustentável, atrai turistas, está intrinsecamente ligado à evolução física da cidade, tem um circuito com um enorme valor histórico que, tal como qualquer peça de património, foi protegido e se manteve intacto ao longo desses anos todos e é gerido por uma organização local muito experiente e com alto grau de profissionalismo. Acima de tudo, o Grande Prémio é um produto genuinamente nosso, de elevadíssima qualidade e prestígio que projecta mundialmente de forma muito positiva o nome de Macau. Portanto, não se trata simplesmente de se gostar ou não de corridas de automóveis. Estamos a falar do património da nossa cidade. Dito isto, que venham as corridas! Brum, brum, bruuum! Sorrindo Sempre O iluminadíssimo académico Dr. Roy Eric Xavier (*), figura respeitadíssima pela comunidade macaense local, deu uma entrevista interessantíssima com afirmações acertadíssimas sobre tudíssimo. Todavia, coitadíssimo, como é internacional e não domina a língua portuguesa, ficará eternamente sem perceber se o autor desta coluna adopta uma atitude séria ou sarcástica, pois Sorrindo Sempre é intraduzível para língua internacional, you know, Smiling Always, right? I put you in the eye of the street, get it? No? Aliás, desgraçadíssimo, pela mesma razão nem à sua própria entrevista poderá aceder e talvez por isso mereça um pequeníssimo desconto pois muito do que disse poderá resultar de um lost in translation. Tal como o middle name do seu próprio nome, de origem anglo-saxónica, que veio mal escrito na totalidade da peça, do início ao fim. How ironic. Caso o caríssimo leitor desconheça essa distinta personagem, faço aqui uma pequena introdução: Dr. Roy Eric Xavier é uma figura incontornável do campo dos estudos sócio-económico culturo-luso-sino-maquisto-internacionais, versado na especialidade do chupâ-sapeca. A sua credibilidade é indisputável. O expoente máximo das suas investigações foi atingido quando afirmou existirem pelo mundo fora 1 milhão de Macaenses. Sim, 1 milhão. One effing million. Teremos de contar com os que estão no São Miguel Arcanjo? Não: segundo esse distinto expert, existem os “Macanese from Macau” e os “International Macanese” – uma definição lata e abrangente que só ele sabe explicar. How refreshing. Finalmente, Dr. Roy Eric Xavier é também o célebre estudioso que há um ano atrás adoptou uma atitude de lai mau cheng quando instituições locais lhe recusaram apoio para um projecto pessoal que envolvia avultadas quantias porque, alegou, o mesmo seria executado por highly qualified professionals. E acabou disparando e disparatando para todos os cantos, dando tiros nos pés – nos seus próprios bem como nos dos representantes das instituições a quem inicialmente pedira apoio. How smart. Importante entrevista, de facto. Dr. Roy Eric Xavier é para ser levado a sério. Sorrindo sempre. (*) Leia-se “Dóctor Ruói Eruíque Zêivier”
Hoje Macau Em exibição h | Artes, Letras e IdeiasO guião de Hollywood VS o guião de Macau POR THOMAS LIM [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]m Setembro de 2015 tive a honra de ser convidado pelo Instituto de Estudos Europeus (IEEM) e pela Creative Macau a regressar à RAEM pelo segundo ano consecutivo, para conduzir um curso de guionismo durante duas semanas. O que me deixou, contudo, ainda mais entusiasmado foi o facto das inscrições terem chegado ao limite máximo de 15 alunos dias antes do prazo final. De acordo com o IEEM, entre cinco a sete pessoas viram a sua entrada negada, infelizmente, porque não havia mais espaço. Sem dúvida que estes números – além de me fazerem sentir apreciado e feliz – provam que as pessoas de Macau percebem a importância do treino e da prática no que toca a escrever guiões de cinema. Isto é um importante e encorajador passo em frente na construção em Macau de uma indústria cinematográfica mais vibrante. Hollywood versus Macau Passou quase um ano desde que me mudei para Los Angeles. Naturalmente, tenho muito a dizer sobre a produção de filmes em Hollywood, especialmente quando comparado com aquela que se faz no continente de onde sou, a Ásia. Primeiro que tudo, é preciso ver que, na Ásia, vemos muitos filmes de Hollywood, idolatramos a magnitude dos orçamentos destas películas e o poder de distribuição. Produtores e realizadores de filmes sonham em trabalhar em Hollywood, onde um orçamento de cem milhões de dólares americanos é considerado normal actualmente. Na Ásia, contudo, a maior parte dos nossos filmes são feitos com menos de cinco milhões de dólares. De facto, muitos deles são feitos com orçamentos abaixo dos dois milhões. Uma das razões para os filmes de Hollywood precisarem de tanto dinheiro é o custo das estrelas que aparecem nos filmes – metade do orçamento vai, normalmente, para os dois principais actores, se forem, claro, considerados grandes estrelas de cinema. Como realizador, a maior recompensa para todo o tempo e energia dispensado em fazer um filme é vê-lo ser lançado comercialmente, em grandes salas de cinema. Os realizadores deveriam, aliás, fazer os filmes tendo sempre em consideração que o ecrã de cinema é enorme comparado ao tamanho da audiência e não esperar apenas que os seus filmes sejam vistos em DVDs ou ecrãs de computador. Esta deve ser uma parte importante na arte de fazer cinema. E é aqui que Macau pode ser um luxo tremendo. Todos os países ou territórios no mundo têm uma certa percentagem dos seus cinemas reservados para filmes de Hollywood e outra percentagem para filmes feitos localmente. Por exemplo, no Japão, 50% dos filmes apresentados nos principais cinemas são filmes de Hollywood, enquanto a outra metade são filmes japoneses. Nos EUA, contudo, os filmes feitos localmente são os ‘blockbusters’ de Hollywood! Isso significa que um realizador americano que fez o seu filme com um milhão de dólares compete com os filmes orçados em cem milhões por um lugar no cinema. Mas, se um realizador produz um filme em Macau com esse mesmo dinheiro – um milhão de dólares – atrevo-me a dizer que conseguiria mostrar o seu filme em todos os principais cinemas de Macau e talvez até nas regiões vizinhas, como Hong Kong, Taiwan, Singapura, Malásia e até na China continental! Entretanto, o seu colega americano, que faz o seu filme com o mesmo orçamento nos EUA, tem provavelmente zero hipóteses de ver a sua obra ser apresentada nos cinemas mais ‘mainstream’. Esta é precisamente uma das razões para que os realizadores de Macau tenham mais apoio, mais recursos para fazer os filmes e, mais importante que tudo, confiança na distribuição do filme, enquanto o realizador americano é deixado ao desespero e à depressão, questionando-se onde é que o seu filme de um milhão de dólares o vai levar. Uma comparação como esta mostra-nos claramente as vantagens de fazer filmes na Ásia e é esta a razão por que eu continuo a focar-me em fazer filmes no Oriente, de forma a conseguir mais oportunidades para a distribuição comercial dos meus filmes. Seja como for, não interessa se estamos em Hollywood ou em Macau, qualquer filme – ou projecto – que valha a pena começa com um bom guião… Curso “Escrever um guião de Hollywood” 2015 O curso que leccionei em Macau foi considerado um curso de guionismo intermédio: a continuação do curso básico do ano passado “Da história ao guião”. Desta vez, tivemos 15 participantes (o máximo permitido), sendo que metade deles eram alunos que já estiveram presentes no último curso e a outra metade eram pessoas que estavam lá pela primeira vez. O curso durou dez dias, teve lugar todas as segundas e sexta-feiras, das 19h00 e às 21h00. Nos primeiros dois dias usei o tempo para revermos algumas das ideias mais básicas e mais importantes do que é escrever um guião de cinema, algo que foi essencial não só para os novos estudantes, como para os que já tinham feito o curso anterior. O guionismo está vivo. É possível manter longas discussões acerca da escrita, o que é muito diferente da matemática, onde as fórmulas e os conceitos podem ser ensinados num determinado tempo. Durante o curso, examinámos as estruturas dos guiões, a forma como as personagens são desenhadas, a criação de conflitos para efeitos dramáticos e até a formatação dos guiões, entre outras coisas. Como no curso de 2014, os participantes deste ano têm diferentes ‘backgrounds’ e idades variadíssimas: desde os vinte e tal aos cinquenta. A maioria eram trabalhadores e alguns até tinham experiência em filmagens e cinema. Todos eram bastante proactivos e tive duas semanas fantásticas enquanto partilhava as minhas experiências, não só respondendo às suas perguntas, como ouvindo as suas opiniões sobre a produção de filmes e de guiões. Foi fantástico. Alguns dos participantes estão já a formar grupos de guionismo, para se encontrarem uma vez por mês para criticar e motivar-se uns aos outros e aos seus roteiros. É uma iniciativa fantástica. Curso “Re-escrever para Hollywood” 2016 Uma semana depois de ter deixado Macau, no final de Outubro, recebi um email da Creative Macau a convidar-me para regressar a Macau em 2016 para conduzir a terceira parte do curso de guionismo. Em princípio, isso acontecerá entre 25 de Janeiro e 5 de Fevereiro, sendo o título do curso “Re-escrever para Hollywood”. Esta será mais uma continuação do curso anterior, mas utilizarei a primeiro semana para rever conhecimentos mais importantes para eventuais novos estudantes. Ainda que o ponto de maior enfoque vá ser escrever uma longa-metragem, haverá alguns dias em que vamos também ter um cheirinho do que é escrever para curtas-metragens. Vamos ainda analisar as nossas oportunidades de sucesso nas indústrias cinematográficas dos EUA, Hong Kong e Macau. As inscrições deverão abrir em meados ou finais de Novembro e, pela nossa experiência, as vagas deverão esgotar rapidamente. Por isso, se está ou conhece alguém que esteja interessado em escrever um guião, inscreva-se o mais cedo possível, para que não fique de fora. Estou ansioso por regressar a Macau para leccionar este curso e passar momentos agradáveis com toda a gente, partilhando as alegrias e tristezas do que é escrever para Hollywood. *realizador
Flora Fong PerfilDinizio Silva, jogador de futebol [dropcap style=’circle’]T[/dropcap]em apenas 17 anos, mas a vida deste jovem já está cheia de aventuras e esperanças para o futuro, bem como missões para cumprir. “Actualmente sou jogador de uma equipa de futebol local, a MFA Development, e jogo como avançado e médio. Fui também seleccionado para a selecção de Macau”, começa por dizer ao HM Dinizio Silva. Dinizio começou a ter contacto com este desporto quando tinha apenas quatro anos. A tenra idade para começar a dar pontapés na bola deve-se à influência da família, já que o pai também era jogador de futebol. “O meu pai ensinou-me a jogar futebol nos campos desde que eu era muito pequenino, porque o meu pai era futebolista a tempo inteiro.” Dinizio já teve a sorte de jogar em competições no interior da China, na Mongólia Interior, e na Tailândia. Experiências diferentes para quem joga futebol no território. “Nas competições, tivemos concorrentes muitos fortes, sobretudo das equipas nacionais. Normalmente a equipa de Macau perde nos jogos, mas esforçamo-nos ao máximo e ganhámos experiência, usufruindo também do jogo.” Em breve, Dinizio vai participar numa actividade maior, o Campeonato do Pacífico, na Austrália, e não consegue esconder a excitação. “Estou muito contente por ter sido escolhido entre muitos jovens locais para a selecção que representa a minha terra natal. É sinal de que o treinador reparou no meu progresso”. Mas, como todas as histórias, também a deste jovem jogador não se pode focar apenas no actual sucesso. Dinizio também passou tempos difíceis no que à bola diz respeito. “Pensei em desistir deste desporto. Em anos anteriores, não jogava bem e fui muitas vezes chamado à atenção pelo treinador. Foi muito frustrante.” Dinizio não parece ter muito tempos livre para a diversão como os outros jovens da sua idade, já que os treinos de futebol, como admite, são muitos e muito duros. “Tenho treinos todos os dias, três horas por dia.” Dar o salto Dinizio nasceu e cresceu em Macau, mas considera a sua cidade “um bocado seca”, como nos diz. “Vou sempre aos mesmos sítios nos tempos livres. Normalmente assisto a filmes, faço natação durante o Verão, passeio e faço compras com amigos, mas jogo mais futebol e fico em casa.” Se calhar é por causa disso mesmo que o jovem quer sair do território. “Estou a pensar frequentar uma universidade onde possa beneficiar também de treinos de futebol, para que possa jogar no estrangeiro. Se conseguir, queria ser jogador fora de Macau. Já acho bom ser jogador em Hong Kong ou em Portugal”, disse, acrescentando que, além de pensar em ser futebolista, ainda não escolheu qualquer outra profissão. Dinizio vive entre as comunidades e as culturas chinesa e macaense. Ele próprio considera-se “meio macaense”, porque a mãe é macaense e o pai é chinês. “Tenho muitos contactos com jogadores macaenses e gosto de conversar com eles. Acho que, por estar dentro destes grupos, posso fazer mais amigos.” O jovem estudou na Escola Secundária Luso-Chinesa da Flora, depois passou a estudar na Escola Portuguesa de Macau a partir do oitavo ano, por decisão da mãe. Depois, pôde seguir a sua “vontade” e mudar para a Escola Secundária Pui Va, onde está no décimo ano. “Foi divertido estar na Escola Portuguesa, tinha colegas chineses, portugueses e mistos. No entanto, achei muito duro para mim. Por exemplo, estudar a História em Língua Portuguesa é muito difícil para mim, o horário das aulas também era muito longo, mais de uma hora por aula, e às vezes tínhamos duas aulas seguidas.” Para o jovem, os estudos são mais relaxados nesta escola chinesa e não se arrependeu da decisão. Como joga bem futebol, é considerado a “estrela do futuro” na sua escola. Mas o jovem diz-nos, sem qualquer arrogância, que há sempre forma de melhor e ainda não é um futebolista “muito, muito bom”. Muitos estudantes, com 17 anos, conseguem apenas focar-se nos estudos. Mas Dinizio, assegura-nos que consegue manter o equilíbrio entre as duas coisas mais importantes na sua vida actual: a escola e o futebol. “Consigo gerir bem o uso do tempo, tanto as tarefas e exames na escola, como o futebol. Pelo menos nunca reprovei”, conta. Dinizio gosta que a família lhe dê um certo grau de liberdade, tanto nos estudos, como nas coisas que gosta de fazer. O futebol, claro, é uma dessas. E o jovem diz achar muito engraçado ter o mesmo gosto por este desporto desde que se lembra de existir.
Joana Freitas BrevesIp Peng Kin vai ser Chefe de Gabinete de Alexis Tam [dropcap style=’circle’]H[/dropcap]á mudanças na equipa de Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, avança a Rádio Macau. O actual chefe de gabinete do secretário está de saída e Lai Ieng Kit vai ser substituído por Ip Peng Kin que, desde 2010, é presidente do Fundo de Segurança Social (FSS). A Rádio avança ainda que Ip Keng In, que foi presidente do Instituto de Acção Social durante 12 anos, é licenciado em Gestão de Empresas e tem um mestrado em Administração Pública. Em conferência de imprensa, Alexis Tam garantiu ainda que o actual presidente do Instituto de Acção Social (IAS), Iong Kong Io, será o novo presidente do FSS, enquanto que o IAS passa a ser dirigido pela actual vice-presidente do IAS, Vong Kuok Seng. A saída de Lai Ieng Kit deve-se ao pedido de aposentação. Alexis Tam garantiu que o seu chefe de gabinete “fez um excelente trabalho e organizamos melhor os nosso trabalhos”. “No ano passado já queria reformar-me mas o Secretário queria que trabalhássemos em conjunto para melhor servir a população.” A.S.S.\J.F.
Joana Freitas BrevesEmprego | Sands cria programa de estágios que incentiva funcionários [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Sands China criou um novo programa que incentiva a mobilidade de funções dos seus funcionários. Através da abertura de estágios nas áreas das convenções e exposições, entretenimento e hotelaria, os trabalhadores podem escolher um sector da sua preferência para lá trabalhar a curto e a longo prazo. Os membros que ingressarem em programas mais longos vão trabalhar no grupo da equipa de resort integrado. As pessoas com diferentes especializações terão oportunidade para participar em projectos de diferentes cargos e áreas. “A formação e capacidade deixa-os estes membros preparados para serem futuros líderes na área de gestão deste departamento”, refere o comunicado da empresa. Inicialmente foram apenas abertas 300 vagas, mas houve mais de 2000 candidaturas. O primeiro grupo deverá começar os estágios a 30 deste mês.
Joana Freitas BrevesResultados da Macau Legend em queda no 3º trimestre [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s receitas da Macau Legend Development registaram uma queda anual de 18% no terceiro trimestre do ano, para 370,5 milhões de dólares Hong Kong. Num comunicado, enviado à bolsa de Hong Kong, a empresa de David Chow anuncia, no entanto, receitas 10% mais altas no sector extra-jogo, que totalizaram 140,9 milhões.
Joana Freitas BrevesVenda de bilhetes para o Grande Prémio aumenta 30% [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] venda de bilhetes para a 62ª edição do Grande Prémio de Macau (GPM) aumentou 30% face ao ano passado, confirmou esta segunda-feira João Costa Antunes, coordenador da Comissão do GP. O aumento das vendas traduz-se em receitas de sete milhões de patacas, sendo que em relação aos patrocínios houve um aumento de 8%. Em relação à passagem da Comissão do GP para a alçada do Instituto do Desporto (ID), Costa Antunes disse que “a fase preliminar do Grande Prémio teve a participação de vários serviços e todas as tarefas incluem uma colaboração inter-departamental”, sendo que tanto a Comissão, como o ID “já realizaram várias reuniões nas quais se registou um progresso satisfatório”, aponta um comunicado ontem divulgado.