João Santos Filipe Manchete SociedadeCCAC | IC e Obras Públicas acusados de falhas de supervisão O Comissariado contra a Corrupção considera que o Instituto Cultural e as Obras Públicas falharam na protecção do Restaurante Lok Kok, um dos edifícios mais emblemáticos da Rua Cinco de Outubro. Apesar de o imóvel ter sido demolido, concluiu-se que os actuais mecanismos de supervisão respondem às necessidades O Comissariado contra a Corrupção (CCAC) considera que o Instituto Cultural (IC) e a anterior Direcção de Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) falharam nas suas obrigações ao permitirem que a fachada do Restaurante Lok Kok fosse demolida de forma ilegal. A conclusão faz parte de um relatório do CCAC, apresentado na semana passada, que apesar de apontar várias “falhas”, nega a existência de crimes e considera que os mecanismos de supervisão actuais respondem às necessidades. Segundo o comunicado do CCAC, desde 1991 que “todos” os proprietários do imóvel falharam no cumprimento dos “deveres atribuídos pela legislação de salvaguarda do património cultural”. Terá sido por este motivo que o emblemático edifício da Rua Cinco de Outubro ficou numa “situação grave” e num “mau estado de conservação”, ficando praticamente abandonado. Umas das consequências foi a destruição da fachada, em 2014, que as autoridades entendem ter acontecido de uma forma que não foi natural e ilegal. O “desaparecimento” da fachada foi especialmente importante, porque serviu para justificar a perda do valor arquitectónico do edifício e a demolição completa. Ao mesmo tempo que os proprietários negligenciavam o imóvel, o mesmo acontecia com o IC, que segundo o CCAC, em vez de instaurar um processo para proteger o edifício, manteve uma postura passiva. “Não se viu que o mesmo serviço (IC) tenha cumprido, de forma independente e autónoma, o disposto no regime jurídico de salvaguarda do património cultural vigente da altura, não tendo o mesmo instaurado, de forma independente, um processo relativo à protecção e preservação do Restaurante Lok Kok”, acusou o CCAC. “Este comportamento passivo da altura coloca indubitavelmente em causa o nível de empenho e a rigorosidade do cumprimento do regime jurídico de salvaguarda do património cultural por parte daquele serviço”, acrescentou no relatório. A investigação concluiu também que com a actual lei de Salvaguarda do Património Cultural, o IC devia ter imposto imediatamente uma sanção administrativa ao proprietário, devido à não conservação do edifício. Entretanto, o processo prescreveu. Tudo mal, tudo legal Apesar de criticar o IC, o CCAC nega que tenha existido qualquer crime no processo de demolição do que restava do edifício, após a queda da fachada. Segundo a lei de salvaguarda do património, qualquer “demolição de edifícios de interesse arquitectónico deve ser precedida de um trâmite conhecido como ‘trilogia’ de procedimento”. Esta trilogia inclui o parecer do IC, a auscultação do Conselho do Património Cultural e despacho do Chefe do Executivo. No entanto, este procedimento não foi seguido no âmbito das obras de demolição. E bem, para o CCAC, uma vez que do edifício já tinha sido arrancada a fachada, o elemento com maior valor digno de protecção: “Uma vez que foi reconhecido que as obras de demolição e remoção solicitadas pelo proprietário envolviam apenas os restantes componentes residuais após o desabamento total da fachada, considerou-se não ser necessário iniciar o referido procedimento de ‘trilogia’”, foi explicado. “O CCAC considera que é compreensível a referida decisão do IC e que não se verificou qualquer ilegalidade ou irregularidade administrativa no processo acima referido”, foi apontado. Também a DSSOPT é alvo de críticas: “Após a entrada em vigor da nova Lei de Salvaguarda do Património Cultural, não se verificou que os serviços de obras públicas tivessem cumprido efectivamente os seus poderes específicos e o poder sancionatório administrativo inerentes à demolição ilegal do bem imóvel classificado do Restaurante Lok Kok, nem que tivessem cumprido o dever de denúncia”, foi apontado pelo CCAC. O organismo liderado por Chan Tsz King entende assim que “no trabalho de salvaguarda do património cultural do Restaurante Lok Kok, a então DSSOPT actuou de forma relativamente passiva e negativa quanto à implementação da nova Lei de Salvaguarda do Património Cultural”. Recorde-se que dois dos últimos dirigentes da DSSOPT, Jaime Carion e Li Canfeng, estão actualmente a ser julgados num mega processo de corrupção que envolve vários empresários ligados à construção civil.
João Santos Filipe PolíticaInstituto Cultural reforça compromisso com preservação do património Em resposta a uma interpelação assinada por Wong Kit Cheng, o Instituto Cultural sublinhou o seu empenho na defesa do património e edifícios históricos. A deputada pediu explicações sobre danos verificados numa lista longa de edifícios e estruturas que são património classificado, incluindo o Templo de A-Má, a Casa de Lou Kau, Ruínas de São Paulo, muralhas antigas no Templo de Na Tcha e na Estrada de S. Francisco, Restaurante Lok Kok, o Covento da Colina da Ilha Verde e alguns edifícios degradados no Bairro de São Lázaro, como o localizado no nº29 de Rua de S. Miguel. Destes, a presidente do IC, Leong Wai Man, apenas endereçou o prédio do Bairro de São Lázaro e a Colina da Ilha Verde. Porém, garantiu que a Lei de Salvaguarda do Património Cultural apetrechou o Governo de mecanismos para colmatar qualquer eventual falta de manutenção e reparação de um edifício classificado. Nesses casos, “o IC notifica o seu proprietário para tomar as acções necessárias de reparação”. Se a realidade a isso obrigar, o IC pode prestar assistência técnica e apoio ao proprietário. Se as notificações e exigências do IC forem sucessivamente ignoradas, o proprietário pode ser obrigado a obedecer por intermédio de ordem judicial. Aliás, foi o que se verificou no exemplo citado por Leong Wai Man em relação ao edifício degradado no Bairro de São Lázaro. “No ano passado, no caso da construção privada sita na Rua de S. Miguel n.º 29, em Macau, o IC tomou a iniciativa de apresentar um requerimento ao tribunal e obteve aprovação de acesso ao interior do edifício para proceder à inspecção e monitorização de segurança. Confirmada a insegurança do edifício, o IC aplicou as reparações obrigatórias”, indicou o IC. Um centro, muitas monitorizações O Convento da Colina da Ilha Verde foi o outro exemplo de intervenção apresentado à deputada Wong Kit Cheng. Porém, o facto de a Colina da Ilha Verde “estar sujeita a ocupação ilegal e ao estado de procedimento judiciário, fez com que as actividades de protecção fossem afectadas”, é assumido pelo IC. Apesar de ainda não ter entrado em funcionamento, a deputada ligada à Associação Geral das Mulheres perguntou se o Governo tem planos para alargar a intervenção do Centro de Monitorização do Património Mundial de Macau. O organismo, que começa a operar até ao final deste ano, irá monitorizar, “em primeiro lugar, 22 construções classificadas como património mundial e oito largos e praças, de acordo com os requisitos internacionais de refinamento de protecção do património mundial. Após o funcionamento formal do centro, o IC irá proceder à análise e investigação mais pormenorizada sobre a viabilidade de alargamento gradual dos destinatários de preservação”, é apontado pelo IC.
João Santos Filipe MancheteIC | Apoio financeiro para proprietários de edifícios históricos em 2023 No próximo ano, o Instituto Cultural e o Fundo de Desenvolvimento da Cultura Lançado vão lançar apoios financeiros para assegurar a manutenção de edifícios com valor histórico O Instituto Cultural (IC) indicou que no próximo ano vai lançar o Programa de Apoio Financeiro para a Manutenção de Edifícios Históricos. A intenção foi assumida na resposta a uma interpelação da deputada Ella Lei, da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). O objectivo do programa, cujo futuro orçamento não foi revelado, passa por auxiliar os proprietários de imóveis com valor histórico a assegurarem a manutenção e conservação. “Actualmente, o IC e o FDC [Fundo de Desenvolvimento da Cultura] estão a acelerar os preparativos para o lançamento do Programa de Apoio Financeiro para a Manutenção de Edifícios Históricos no próximo ano”, foi revelado. “Acredita-se que, com o apoio e a promoção de novas políticas no futuro, será aumentado o interesse dos proprietários na conservação e reparação, contribuindo para uma melhor e atempada protecção dos bens imóveis classificados privados”, foi acrescentado. Na resposta, o IC também destaca que a responsabilidade de garantir a manutenção destes edifícios passa pelos proprietários, e que por isso realiza supervisões regulares a vários locais. Evitar danos Sobre as medidas de prevenção para impedir a danificação de bens classificados, o Instituto Cultural, na resposta assinada por Cheong Lai San como presidente substituta, afirma que foram colocados sinais a advertir contra danos. “O IC já instalou avisos nos 22 principais sítios de património mundial classificados no âmbito do Centro Histórico de Macau, para além da criação do mecanismo de comunicação e coordenação com as autoridades de polícia, no intuito de aplicar rigorosamente a lei sobre os actos de destruição de relíquias culturais”, foi justificado. A cooperação com as autoridades policias é vista como essencial para alcançar “os efeitos de advertência e dissuasão”. Por outro lado, para promover a “salvaguarda do património cultural” o IC tem vindo “a criar postos móveis de divulgação em bairros comunitários” e a colocar anúncios “na televisão, rádio, meios de transporte público, arruamentos, periódicos e revistas turísticos”. Este é um caminho que o IC se compromete a seguir para promover “ainda mais a divulgação e sensibilização dos visitantes sobre o património cultural e da preservação correcta”.
Hoje Macau EventosBienal de Veneza | MAM recebe propostas de arquitectos para exposição O Instituto Cultural aceita, até ao dia 20, propostas de arquitectos para uma exposição a propósito da Bienal de Arquitectura de Veneza, sendo que a peça vencedora será exposta na cidade italiana em Maio do próximo ano, em representação da RAEM Está aberto o concurso para propostas de projectos de arquitectura para a “18ª Exposição Internacional de Arquitectura La Biennale di Venezia – Evento Colateral de Macau, China”. Até ao dia 20 decorre o concurso, promovido pelo Instituto Cultural (IC) e Museu de Arte de Macau (MAM), com o apoio da Associação dos Arquitectos de Macau (AAM). As propostas serão depois seleccionadas e expostas em Macau, mas a peça vencedora será exibida em Veneza, Itália, em Maio do próximo ano, aquando da Bienal de Arquitectura de Veneza, representando a RAEM. Segundo um comunicado, pretende-se “incentivar o talento arquitectónico em Macau a fazer inovações de sucesso e aumentar o intercâmbio entre a indústria em Macau e os seus pares internacionais”. A equipa participante deve ter, pelo menos, dois membros, sendo que um deve ser o curador, além de que pelo menos um dos membros deve ter um bacharelato em arquitectura ou uma formação superior nesta área. Todos os membros da equipa, à excepção do curador, devem ser residentes permanentes. Os projectos a concurso concorrem para os Prémios de Ouro, de Prata e de Bronze, existindo ainda dois vencedores para o Prémio de Louvor. Os resultados serão conhecidos em Outubro e o projecto que obtiver o Prémio de Ouro participa na 18.ª Exposição Internacional de Arquitectura La Biennale di Venezia – Evento Colateral de Macau, China” e ganha um prémio de 20 mil patacas. Os regulamentos e formulário de inscrição do convite aberto podem ser consultados ou descarregados no sítio web do MAM em www.mam.gov.mo Informações adicionais podem ser pedidas através do email events@aam.archi ou do telefone 2870 3458. História de uma bienal Criada em 1980, a Bienal de Arquitectura de Veneza tornou-se “no maior e mais influente evento no panorama da arquitectura mundial, proporcionando a vários países em todo o mundo uma importante plataforma de comunicação para o intercâmbio arquitectónico e cultural”. O tema da edição do próximo ano é “O Laboratório do Futuro”, uma ideia desenvolvida pelo curador-chefe da Bienal, Lesley Lokko. Desta forma, a próxima edição da Bienal é encarada como um laboratório, “inspirando os visitantes a conceber o futuro através de casos de prática arquitectónica moderna”. Macau participa na Bienal desde 2014, sempre com a colaboração de profissionais da área da arquitectura sediados no território. Pretende-se “enriquecer a experiência de talentos arquitectónicos locais na participação de eventos internacionais e na elevação do interesse das pessoas pela arquitectura”. Como exemplo, o território fez-se representar em Veneza, no ano passado, com o projecto de quatro arquitectos locais, Ho Ting Fong, Che Chi Hong, Lao Man Si e Chan Ka Tat, com a curadoria a cargo do arquitecto Carlos Marreiros. A Bienal, que tinha como tema “Como iremos viver juntos? recebeu o pavilhão Macau-China com “quatro obras de diferentes estilos” sob a temática “Interligações – Vida Transfronteiriça na Grande Baía”. A ideia do projecto era “traçar o panorama urbano da futura cidade de Macau e reflectir sobre a simbiose e os desafios decorrentes da profunda integração da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeIC | Casa da Literatura abre até finais de Setembro para promover leitura Além do projecto para incentivar a leitura, o Instituto Cultural apresentou ao Conselho Consultivo para o Desenvolvimento Cultural um plano de revitalização e ocupação das 10 vivendas de Mong Há, onde se esperam mais actividades culturais e de restauração Um novo espaço para promover a literatura de Macau em língua portuguesa e chinesa, fazer exposições, organizar eventos de intercâmbio e incentivar a população a ler mais. Foi desta forma que a presidente do Instituto Cultural, Deland Leong, apresentou ontem a Casa da Literatura, edifício que vai abrir até ao final de Setembro, na Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida. “Vai ser um espaço sobre a história do desenvolvimento das obras literárias de Macau, quer em língua chinesa, quer em língua portuguesa, que terá apresentações sobre escritores famosos. Vamos ter livros, revistas sobre a literatura local e colectâneas de obras literárias”, revelou ontem Deland Leong. O projecto foi apresentado durante a reunião plenária do Conselho Consultivo para o Desenvolvimento Cultural. “No segundo andar do edifício haverá uma sala diferente, para actividades relacionadas com a literatura de Macau, como o lançamento de livros novos, realização de palestras literárias, entre outras. Queremos que seja um espaço para a promoção da literatura”, vincou a responsável. As dez vivendas Ainda no plano de actividades do Instituto Cultural para este ano foi apresentado um projecto experimental para a ocupação de 10 vivendas de Mong Há, onde vão ser desenvolvidas actividades culturais, mas também de restauração, como forma de revitalização da zona. “Em três destas vivendas esperamos ter elementos artísticos e culturais, como exposições e outras actividades e ainda espaços para as famílias. Nas restantes sete vivendas, cabe aos requerentes apresentar propostas, podem ter elementos comerciais, por exemplo restaurantes, cafés, e ainda venda de produtos”, justificou a presidente do IC. Sobre o desenvolvimento das indústrias culturais no local, Leong admitiu que podem surgir dificuldades e que serão atribuídos subsídios aos projectos escolhidos. “Esperamos através da atribuição de apoios atrair o sector cultural para participar na exploração das vivendas. Ainda estamos a finalizar este projecto, mas na fase inicial vamos conceder apoio financeiro para o sector preparar a exploração das vivendas”, admitiu. A atribuição das vivendas será feita através de concurso público. A presidente do IC garantiu que os pormenores vão ser revelados mais tarde. Mais independência Apesar da promessa de apoios ao sector cultural, Deland Leong deixou uma mensagem para o futuro e avisou que a indústria vai ter de se tornar independente e crescer de forma sustentável. “Na sessão de hoje, os membros sugeriram que, neste momento relativamente mais difícil para o sector cultural, as empresas têm de ser mais criativas, mais inovadoras e pensar em planos para sobreviver”, adiantou Leong. “Achamos que se dependerem das suas ideias e negócios essa será uma forma sustentável de desenvolvimento, não podem estar sempre a depender do apoio financeiro do Governo”, alertou. “Esperamos que nos próximos 5 ou 10 anos consigamos constituir uma empresa cultural real”, vincou. A mesma posição foi vincada por Ieong Weng Fat, membro do concelho. “Nesta altura mais difícil em que não há turistas, as empresas culturais têm mais tempo para reflectir sobre o futuro. Têm de pensar porque esta indústria não pode depender sempre dos apoios do Governo. No futuro vai ter de depender das suas ideias”, argumentou.
João Santos Filipe Manchete SociedadePatrimónio | IC não apresentou queixa-crime por destruição de muralha A destruição de património classificado, como a muralha antiga da cidade, pode constituir crime de dano qualificado, mas tanto o Ministério Público como o Instituto Cultural não procederam ao apuramento de responsabilidades criminais. Por sua vez, a Polícia Judiciária afirmou que não podia responder sobre o assunto O Instituto Cultural (IC) admitiu não ter contactado o Ministério Público (MP) para o apuramento de responsabilidades criminais face à destruição da muralha antiga da cidade, um elemento classificado como património cultural. Ontem, no final do Conselho Consultivo para o Desenvolvimento Cultural, Deland Leong, presidente do IC, considerou que a prioridade é garantir a segurança dos residentes da zona afectada e aguardar por um relatório da Direcção de Serviços das Obras Públicas. “Sobre a protecção da muralha, o IC tem um papel tutelar. Em relação às obras, exigimos que a muralha fosse protegida, além da protecção da paisagem e de outros aspectos. Emitimos um parecer que tem de ser respeitado durante as obras”, começou por esclarecer a responsável do IC. “Temos de aguardar o resultado da investigação das Obras Públicas [sobre o incidente]. Só depois podemos saber a quem cabe a responsabilidade e o motivo que levou ao desabamento da muralha”, acrescentou. Segundo Deland Leong, o eventual apuramento de responsabilidades criminais “é um trabalho de segunda fase”, que só será ponderado depois da investigação das Obras Públicas. “Não estamos a negligenciar o problema, mas o importante é garantir a segurança dos residentes da zona. E agora a investigação está a ser feita pelos Serviços de Obras Públicas”, garantiu. Segundo o Código Penal da RAEM, “quem destruir, no todo ou em parte, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável coisa pertinente ao património cultural e legalmente classificada” comete o crime de dano qualificado e pode ser punido com pena de prisão até 5 anos ou com pena de multa até 600 dias. A pena pode ser gravada para entre 2 a 10 anos de prisão. Sem investigação Face à destruição do património classificado, o HM contactou o MP para saber se tinha sido aberta uma investigação sobre o caso. Na resposta, através de correio electrónico, o cenário foi negado: “Até este momento, o Ministério Público não autuou uma investigação em relação ao assunto”. Por sua vez, a PJ afirmou que não poderia fornecer uma resposta ontem sobre a abertura de uma investigação, depois das questões terem sido colocadas na segunda-feira. Responsabilidades criminais à parte, Deland Leong afirmou que as obras de recuperação da muralha só deverão começar depois de serem concluídos os trabalhos actuais de consolidação das terras no local. Leong mostrou-se ainda muito confiante com a recuperação e afirmou que anteriormente houve um levantamento profundo da muralha, que permite um restauro fiel ao original. Solo em fuga O deslizamento de terras que destruiu um troço das Antigas Muralhas da cidade aconteceu na quinta-feira, num estaleiro de construção privado situado na Estrada de São Francisco. Nessa altura decorriam, pelo menos, duas obras nas imediações das muralhas. O deslizamento de terras afectou ainda os moradores do Edifício Ka On Kok, com detritos a entrar em algumas fracções. De acordo com as declarações da presidente do IC, após o deslizamento, o troço afectado tem um comprimento de 18 metros e abrange zonas de granito e muros de chunambo.
Hoje Macau EventosIC | Lançada exposição online sobre canhões antigos O Instituto Cultural (IC) acaba de lançar a “exposição online de canhões antigos”, uma plataforma digital que exibe o modelo em três dimensões dos quatro canhões antigos que foram encontrados em estaleiros de construção nas zonas do Porto Interior e Cotai. Neste momento estes canhões estão sob protecção e gestão do Museu de Macau, sendo sujeitos a um trabalho de análise e restauro desenvolvido pelo Instituto de Investigação Social e Cultural e ao Laboratório de Conservação do Património da Faculdade de Humanidades e Artes da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau. O público poderá ver esta exposição no site do Museu de Macau, uma vez que, nesta fase, “os canhões não estão em condições de serem fisicamente expostos”, devido “ao grau avançado de deterioração, em consequência do longo período em que estiveram enterrados”. Prevê-se que o trabalho de restauro dure vários anos, aponta o IC em comunicado. A descoberta dos quatro canhões antigos veio “enriquecer a variedade de canhões antigos existente em Macau”, além de dar uma “noção mais completa sobre a disposição de canhões no território durante a era moderna”. Para o IC, trata-se de mais uma prova viva do “papel marítimo da área marítima da Taipa e Coloane enquanto um importante ponto da rota comercial entre a China e o Ocidente e um local de atracagem e reparação das embarcações vindas do estrangeiro”. O IC descreve ainda esta descoberta como “fundamental enquanto referência histórica para mais investigações sobre o passado militar do território”, bem como da defesa costeira e comercial. A exposição pode ser vista no website: www.macaumuseum.gov.mo/oldCannons/index.html
João Luz EventosIC | Macau celebra património cultural e natural da China a 11 e 12 de Junho O Jardim da Fortaleza do Monte e o Museu de Macau recebem no fim-de-semana de 11 e 12 de Junho o Carnaval do Dia do Património Cultural e Natural da China. O cartaz inclui visitas guiadas, workshops, danças e palestras com o intuito de reforçar a consciência social para a importância de preservar o património cultural e natural. As inscrições para as várias actividade abrem hoje Animação, cultura e divertimento para toda a família resumem o que se pode esperar do Carnaval do Dia do Património Cultural e Natural da China, o evento de dois dias marcado para o fim-de-semana de 11 e 12 de Junho, com epicentro no Jardim da Fortaleza do Monte e no Museu de Macau, mas também com actividades noutros locais, como a Casa do Mandarim. O calendário das festividades inclui bancas de jogos, demonstrações de confecção de biscoitos de amêndoa e doces de barba de dragão. No capítulo das artes performativas, serão apresentadas “actuações de dança do leão, dança folclórica portuguesa, bem como artes marciais de Wing Chun, artes marciais de Tai Chi Chuan e Artes Marciais de Choi Lei Fat”. O teatro também irá sair à rua, com a apresentação de “Histórias de Património Cultural Intangível – Vendilhões”, uma peça “móvel” que retrata a cultura comercial e mercantil dos velhos bairros de Macau, misturando a tradição de contar histórias, marionetas e o espírito dos velhos teatros ambulantes. No plano histórico, o Instituto Cultural irá organizar uma “Visita Guiada à Fortaleza do Monte” para contar o mítico episódio do tiro de canhão, disparado da fortificação, que acabou com a invasão holandesa do território há exactamente 500 anos. Num tom menos bélico, está previsto um workshop sobre técnicas básicas de decalque e outro onde os participantes serão desafiados a pintar cartões-postais a aguarela. Festa itinerante Nos dois dias de celebração do património chinês, a partir das 15h, a Casa do Mandarim recebe o “Workshop de Pintura em Porcelana”, em que o ponto de partida é a exploração das características do próprio local e a forma como está adornado. A caligrafia chinesa também estará em destaque. No dia 12 de Junho, a partir das 15h, o Auditório do Museu de Macau acolhe o seminário “Curiosidades sobre os Caracteres Chineses”, apresentado por Chong Chon Fai, responsável pela Casa da Cultura da China na Escola Secundária Pui Ching de Macau. A tarde será dedicada à “estrutura, origem e evolução dos caracteres chineses, dando a conhecer algumas histórias curiosas, demonstrando o valor e interesse dos caracteres chineses e a beleza na sua criação”. O evento organizado pelo Instituto Cultural (IC) insere-se no “Dia do Património Cultural e Natural”, celebrado, de acordo com directivas do Conselho de Estado da República Popular da China, no segundo sábado de Junho desde 2006. A efeméride tem como objectivo “reforçar a consciência social sobre a importância do património cultural e natural e a sua preservação”. Apesar de as actuações teatrais, visitas guiadas, workshops e seminário requererem inscrição obrigatória, devido ao número limitado de vagas, todas as actividades são gratuitas. Os interessados podem inscrever-se a partir de hoje, no site do IC, na secção “Sistema de Inscrição em Actividades”.
João Santos Filipe Manchete PolíticaIC | Livro de Sulu Sou recusado em evento “Troca de Livros” Um leitor tentou participar no evento “Troca de Livros” com uma obra escrita por Sulu Sou, mas foi impedido por lhe terem dito que não se aceitam livros que envolvam “política”. O IC confirma a recusa, mas justifica que estava riscado e que contraria o regulamento da iniciativa Um residente tentou participar na actividade Troca de Livros, promovida pelo Instituto Cultural, com uma obra escrita pelo ex-deputado e candidato excluído das eleições, Sulu Sou. Contudo, foi impedido de entregar um dos livros, de acordo com um artigo publicado pelo portal All About Macau. Segundo a publicação, o residente que preferiu manter-se anónimo, utilizando apenas o nome fictício Logos, contou que no passado participou várias vezes nesta actividade. A troca de livros permite que os leitores entreguem os seus livros à organização, que classifica os mesmos de acordo com um montante monetário. Consoante o valor entregue, o leitor pode levantar outros livros dentro dos mesmos parâmetros. No entanto, este ano, quando tentou fazer a entrega na Biblioteca Sir Robert Ho Tung, um dos livros foi recusado com uma justificação diferente da habitual. Em causa, está a publicação de Sulu Sou com o título: “Dia e Noite de 30 de Junho: Recordações de um Movimento Social em Macau”. Ao longo das páginas, o ex-deputado aborda uma das manifestações de 2013, em que foi pedida a demissão da ex-secretária para a Administração e Justiça Florinda Chan. Ao indivíduo de nome Logos foi explicado, por uma funcionária da biblioteca, que o livro de Sulu Sou não podia ser aceite porque a iniciativa não recebia escritos que “envolvessem política” e ainda por estar “autografado pelo autor”. Recusas normais Segundo o residente, as recusas de livros são frequentes, mas por motivos que se prendem com o estado de conservação. Logos reconheceu que teve outro livro recusado, da autora Sanmao, e que aceitou como naturalidade, face ao argumento de que tal se devia “ao estado de conservação”. No entanto, a recusa do livro do ex-deputado foi diferente, por ter sido utilizado um argumento político. Após a denúncia, o All About Macau contactou o Instituto Cultural sobre o incidente, que confirmou a recusa, sem mencionar motivos políticos. Segundo a resposta, o programa da iniciativa impede a troca de livros “didácticos, cadernos de exercícios, manuais escolares, revistas, publicações pornográficas, publicações religiosas, banda desenhada, livros sobre tecnologia de informação e publicações periódicas com mais de um ano”, além de “livros turísticos publicados antes de 2020, materiais audiovisuais, publicidade e qualquer publicação que viole direitos de autor”. Ainda de acordo com a explicação do IC, os “livros danificados ou sujos, colecções incompletas e livros com inscrições no seu interior” também são recusados. Por isso, segundo o organizador, o livro de Sulu Sou, apresentado pelo residente, não cumpriu os requisitos mencionados e foi recusado.
Andreia Sofia Silva EventosLivros | Wang Suoying diz ter aprendido com tradução de relatos de missionários Wang Suoying traduziu, há 23 anos, os primeiros relatos de missionários portugueses na China sobre a dinastia Ming. A obra “Antologia dos Viajantes Portugueses” volta agora a ser reeditada, com correcções, e a reputada académica confessa que aprendeu coisas sobre o período da dinastia Ming que desconhecia Uma das grandes responsáveis pela dinamização do ensino do chinês em Portugal, incluindo a elaboração de manuais, foi convidada pelo Instituto Cultural (IC) para rever, 23 anos depois, a sua tradução dos primeiros relatos feitos por missionários portugueses dos hábitos e costumes da China no período da dinastia Ming. Ao HM, Wang Suoying considera que esta reedição “é importante para a compreensão mútua entre os povos chinês e português, que se relacionam há cinco séculos com Macau a servir como ponto de partida e motivo de contacto permanente”. A “Antologia dos Viajantes Portugueses na China” inclui textos de autores bem conhecidos como São Francisco Xavier, Melchior Carneiro Leitão ou Gaspar da Cruz, incluindo excertos da “Peregrinação”, de Fernão Mendes Pinto. Para Wang Suoying, este foi o texto mais desafiante em termos de tradução. “Os textos incluídos no livro descrevem o que os viajantes portugueses viram, sentiram e experimentaram na China. A versão chinesa é importante pois ajuda os leitores chineses a perceber qual era a imagem da dinastia Ming aos olhos dos portugueses e qual era a imagem da dinastia Ming na altura, uma vez que a descrição pormenorizada dos viajantes portugueses revela muitas novidades sobre a sociedade e os hábitos [da sociedade à época] que os chineses contemporâneos desconhecem”, contou a tradutora. Nesta antologia há também relatos da imagem da sociedade portuguesa na altura em comparação com a sociedade chinesa. De frisar que foi durante a dinastia Ming, que governou a China de 1368 a 1644, que Portugal obteve o reconhecimento formal, em 1557, da base comercial portuguesa estabelecida em Macau. Nova edição Wang Suoying relata que “aos olhos dos viajantes portugueses esta dinastia era o mundo ideal”. “Os autores falam muito bem dela, de como eram ajudados os pobres, como as pessoas trabalhavam, como funcionava o sistema de justiça, sem corrupção. E também descreveram alguns pormenores que eu própria não conhecia”, acrescentou. A académica descreve um deles, sobre quando as pessoas avisavam na rua que iam mudar de casa, batendo numa espécie de bacia e avisando os outros para pagarem as suas dívidas antes da mudança. “Achei isso muito engraçado, não conhecia. Mas há hábitos descritos que são iguais aos de hoje, como celebrar os aniversários, convidar as pessoas, comer em conjunto. Acho que o livro é muito interessante.” A tradutora confessa ter “aprendido muito” com este trabalho. “Há 23 anos a minha competência como tradutora era diferente, e alguns termos foram corrigidos. Foram dois meses de um trabalho muito intenso, de comparação entre o português e o chinês. A tradução, quando tem erros, só podem ser corrigidos aquando de uma nova edição. Se tiver tempo gostaria de fazer uma nova edição, mais pormenorizada”, frisou. Wang Suoying foi ontem jubilada numa cerimónia da Universidade de Aveiro. Apesar de reformada oficialmente desde o dia 28 de Dezembro, a académica diz-se disponível para continuar a trabalhar.
João Santos Filipe Manchete SociedadeOrquestras | IC garante que transição decorreu “sem sobressaltos” Com o processo de transição de músicos e funcionários terminado, o Instituto Cultural diz que a Sociedade Orquestra está oficialmente em funcionamento e que os concertos vão decorrer dentro da normalidade, se não houver impactos da pandemia O Instituto Cultural (IC) afirma que músicos residentes e não residentes e funcionários administrativos transitaram “sem sobressaltos” da Orquestra de Macau e da Orquestra Chinesa de Macau para a Sociedade Orquestra. Segundo um email enviado ao HM, o processo de transição dos recursos humanos ficou terminado a 31 de Janeiro e a empresa está oficialmente em funcionamento. “Os músicos locais e os músicos não residentes das duas orquestras, originalmente dependentes do IC, celebraram com sucesso os contratos e concluíram o processo de cedência da posição contratual respectivamente no dia 31 de Janeiro e em data anterior, transitando, assim, sem sobressaltos para a ‘Sociedade Orquestra’”, pode ler-se na mensagem. O Governo esclareceu ainda que os 22 trabalhadores enviados em comissão de serviço do IC para a Sociedade Orquestra vão realizar funções administrativas. “Os trabalhadores administrativos das orquestras, originalmente contratados pelo IC em regime de contrato administrativo de provimento, desempenham funções nesta ‘Sociedade Orquestra’ em regime de comissão eventual de serviço”, foi esclarecido. Estes profissionais vão assim auxiliar a empresa na “administração e gestão da orquestra”, e ainda realizar “a promoção e educação durante o período de transição e na fase inicial de implantação do novo modelo”. Segundo o IC, a opção pelo envio de trabalhadores em comissão de serviço pelo período de um ano serve para “garantir o funcionamento estável das duas orquestras”. Pandemia decide Na mesma resposta, o Governo garante que a nova empresa vai “assegurar que as duas orquestras continuem a prosseguir a sua temporada de concertos já programada”, mas admite que tal não seja possível devido à “situação de prevenção e controle de epidemias”. O processo da extinção da Orquestra de Macau e da Orquestra Chinesa de Macau e a transferência dos respectivos músicos para uma empresa com capitais públicos foi marcado por várias polémicas. A medida serviu para despedir o maestro chinês Lu Jia, que em declarações à TDM, admitiu ter ficado a saber do despedimento através de amigos, ainda antes de ter havido qualquer comunicação oficial. Aos trabalhadores não-residentes, foi igualmente feito um ultimato: ou assinavam um documento com a transferência para a nova empresa ou tinham de deixar o território. Os documentos da transferência foram assinados sem que houvesse informações sobre os salários nem outros direitos laborais. Quanto aos músicos residentes, o IC garantiu que foram despedidos, com direito a receberem as respectivas compensações, mas que seriam contratados pela nova empresa.
Hoje Macau EventosHistória | Wang Suoying traduziu primeiros relatos portugueses sobre a China Acaba de ser publicada uma compilação dos primeiros relatos portugueses sobre a China feitos por missionários católicos. A tradução está a cargo da docente e tradutora Wang Suoying, que se jubila na próxima segunda-feira O Instituto Cultural (IC) publicou uma colectânea dos primeiros relatos escritos no século XVI por portugueses que visitaram a China, traduzidos para chinês por Wang Suoying, pioneira da introdução do ensino da língua chinesa como unidade curricular nas universidades portuguesas, na década de 1990. A “Antologia dos Viajantes Portugueses na China” inclui textos dos missionários católicos São Francisco Xavier, Melchior Carneiro Leitão e Gaspar da Cruz, do feitor João de Barros e do soldado Galeote Pereira, assim como excertos da ‘Peregrinação’, de Fernão Mendes Pinto. Num comunicado, o IC sublinhou que o objectivo é permitir aos leitores chineses “compreender melhor” tanto a história da chegada dos portugueses à China como a imagem da dinastia Ming aos olhos dos ocidentais. Foi durante a dinastia Ming, que governou a China de 1368 a 1644, que Portugal obteve o reconhecimento formal, em 1557, da base comercial portuguesa estabelecida em Macau. Jubilação dia 21 Wang Suoying é docente na Universidade Nova de Lisboa e na Universidade de Aveiro. Natural de Xangai, vive há mais de 20 anos em Portugal, estando também ligada ao ensino do chinês no Centro Cultural e Científico de Macau. Juntamente com o marido, Lu Yanbin, Wang Suoying é autora de autores de diversos manuais escolares, entre os quais um Dicionário Conciso de Chinês-Português. Em 2014, o casal integrou a lista das dez figuras homenageadas na gala “a Luz da China”, uma iniciativa do ministério da Cultura chinês, na primeira distinção do género atribuída a personalidades ligadas a Portugal. Wang Suoying foi também a primeira presidente da Associação Portuguesa dos Amigos da Cultura Chinesa, formada em 2018 para “promover a compreensão e a amizade” entre Portugal e China. Na próxima segunda-feira, dia 21, a docente e tradutora será jubilada pela Universidade de Aveiro, que descreve, em comunicado, que esta “teve um papel muito importante na leccionação da língua chinesa ao longo de todos estes anos”, além de ter sido “um elemento fundamental no estabelecimento de protocolos de cooperação com diversas universidades chinesas que têm enviado para a Universidade de Aveiro muitos estudantes”. A instituição de ensino superior destacou também o papel de Wang Suoying na criação do Instituto Confúcio.
Hoje Macau EventosPatrimónio | IC recorre à realidade virtual para “reconstruir” Ruínas de São Paulo É já este ano que o Governo deverá terminar o projecto de “reconstrução” das Ruínas de São Paulo com recurso à realidade virtual. Posteriormente o público poderá realizar visitas com recurso a óculos e equipamentos especiais, estando a ser organizada uma exposição com o apoio da Diocese Católica em Macau O Instituto Cultural (IC) de Macau quer terminar, ainda este ano, uma “reconstrução tridimensional” das Ruínas de São Paulo, através de realidade virtual. O IC disse numa resposta enviada à Lusa que o objectivo é lançar visitas “imersivas” ao edifício da antiga Igreja da Madre de Deus através de utilização de óculos de realidade virtual e outro equipamento disponibilizado no local. As visitas guiadas, em português, inglês, cantonense e mandarim, serão lançadas para residentes e turistas, “após um período de testes e ajustes”. O IC está actualmente pesquisar e a recolher dados históricos para a exposição em realidade virtual, com o apoio da diocese da Igreja Católica em Macau. Assim que a recolha estiver concluída, a produção da realidade virtual será entregue a uma empresa especializada. As futuras visitas em realidade virtual poderão “mostrar a história e cultura única da fusão das culturas chinesa e ocidental em Macau ao longo de centenas de anos” e melhorar a imagem da cidade como um destino para o turismo cultural, defendeu o IC. Renascido das cinzas A Igreja da Madre de Deus foi construída pela Companhia de Jesus na segunda metade do século XVI, tendo sido destruída por um incêndio em 1835. As Ruínas de São Paulo incluem a fachada e escadaria de granito da igreja e os vestígios arqueológicos do vizinho Colégio de São Paulo, a primeira universidade ocidental no leste asiático. A 4 de Fevereiro, na cerimónia de posse, a nova presidente do IC, Leong Wai Man, prometeu empenhar-se na salvaguarda e gestão do Centro Histórico de Macau, que inclui vários edifícios e monumentos de raiz portuguesa, incluindo as Ruínas de São Paulo. O Centro Histórico de Macau foi inscrito na lista do Património da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) a 15 de Julho de 2005, tendo sido designado como o 31.º local do Património Mundial da China. A classificação integra vários edifícios históricos construídos pelos portugueses, incluindo o edifício e largo do Leal Senado, a Santa Casa da Misericórdia, as igrejas da Sé, de São Lourenço, de Santo António, de Santo Agostinho, de São Domingos ou a fortaleza da Guia.
Hoje Macau PolíticaIC estuda dois programas de apoio para Fundo de Desenvolvimento da Cultura O Governo encontra-se a estudar a possibilidade de criar dois programas de apoio financeiro no âmbito do Fundo de Desenvolvimento da Cultura, lançado dia 1 de Janeiro deste ano. A medida foi discutida na última reunião do Conselho do Património Cultural, que decorreu na terça-feira. Segundo um comunicado, estes dois programas de apoio visam “a manutenção e revitalização de edifícios históricos”, além de apoiar “os proprietários de edifícios patrimoniais privados a realizarem o restauro e a manutenção regular de forma independente”. Os membros do Conselho defenderam que “os programas podem promover a participação social na utilização e protecção dos edifícios históricos”, bem como “a necessidade de prestar atenção à aplicação de licenças e autorização para que as empresas realizem projectos de revitalização no futuro”. Foi também sugerido que estes programas de apoio possam vir a ser estendidos, “na próxima etapa”, a edifícios históricos de propriedade privada. Para este ano O encontro do Conselho serviu ainda para os representantes do IC apresentarem os projectos de revitalização em matéria de património que deverão estar concluídos este ano, nomeadamente a revitalização parcial da Fábrica de Panchões Iec Long e da zona dos Estaleiros de Lai Chi Vun, entre outros. Sobre este último projecto, na histórica vila piscatória de Coloane, os membros do Conselho consideram que “se deve ter plenamente em conta a capacidade da antiga zona urbana de Coloane no fluxo de pessoas e trânsito”. Além disso, estes apontam para a importância de fazer um planeamento antecipado, com uma abertura gradual do espaço a fim de “aumentar a flexibilidade da gestão”. Sobre o projecto da antiga Fábrica de Panchões, o Conselho pediu o reforço da promoção destes trabalhos de renovação, além de pedirem a adição de “mais elementos culturais locais à exposição para promover a singularidade da cultura de Macau”. A reunião de terça-feira serviu também para discutir o projecto da renovação da Mansão Chio, antiga residência da família Chio, tendo em conta que o Governo adquiriu o direito de propriedade do edifício, situado na Travessa da Porta. “Os trabalhos de inspecção de estrutura, mapeamento, estudo, planeamento e estabelecimento do plano de restauro da Mansão serão iniciados posteriormente”, lê-se ainda no comunicado.
Hoje Macau Manchete PolíticaNova presidente do Instituto Cultural quer reforçar laços com lusofonia A nova presidente do Instituto Cultural (IC), Leong Wai Man, prometeu hoje transformar a região num “centro de intercâmbio cultural entre a China e os Países de Língua Portuguesa”. Na cerimónia de posse, Leong Wai Man afirmou que o IC vai continuar a promover “os encantos culturais” da cidade no exterior e trabalhar para cumprir o papel definido pelas autoridades para Macau: “uma base de cooperação e intercâmbio para a promoção da coexistência multicultural, com predominância da cultura chinesa”. A região tem “características culturais singulares” e “continua a ser uma ponte importante, servindo como uma plataforma de intercâmbio cultural entre a China e o Ocidente”, defendeu Leong Wai Man, de acordo com um comunicado divulgado pelo Governo de Macau. A presidente do IC disse que vai empenhar-se na salvaguarda e gestão do Centro Histórico de Macau, que inclui vários edifícios e monumentos de raiz portuguesa, incluindo o ex-líbris da cidade, as Ruínas de São Paulo. Leong Wai Man prometeu também valorizar o património cultural tangível e intangível da região, cuja lista inclui a Procissão de Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos, a Procissão de Nossa Senhora de Fátima, o teatro em patuá, o crioulo de Macau de base portuguesa, e a gastronomia da comunidade macaense, com ascendência luso-chinesa. A nomeação de Leong Wai Man, na vice-presidência do IC desde 2018, foi anunciada em 26 de janeiro, uma semana depois da transferência da até então presidente Mok Ian Ian para presidir ao conselho de administração do Centro de Ciência de Macau. Mok Ian Ian, especialista em teatro tradicional chinês, foi nomeada diretora do IC em janeiro de 2018, substituindo Cecilia Tse Heng Sai, que se demitiu menos de dois meses após assumir a posição, por motivos de saúde. O nome de Mok Ian Ian foi proposto para a liderança do IC em 2018 por Alexis Tam Chon Weng, antigo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura e atual representante da Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa.
João Luz Manchete PolíticaNomeações | IC e DSEDJ com nova presidente e novo director Leong Wai Man é a senhora que se segue ao leme do Instituto Cultural, sucedendo a Mok Ian Ian. Governo anunciou ainda que Kong Chi Meng é o novo director dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude, depois de Lou Pak Sang se ter demitido O dia de ontem começou com o anúncio da nomeação de novos líderes do Instituto Cultural (IC) e da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). Depois da saída de Mok Ian Ian da presidência do IC para o conselho de administração do Centro de Ciência de Macau, o lugar vago foi ontem atribuído por nomeação à anterior vice-presidente Leong Wai Man, segundo despacho publicado ontem em Boletim Oficial. A nomeação para o cargo de presidente do IC tem um período de um ano, a partir de 1 de Fevereiro. A responsável “possui competência profissional e aptidão para o exercício do cargo de presidente do Instituto Cultural, que se demonstra pelo curriculum vitae”, lê-se no despacho assinado pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura. Licenciatura em Arquitectura pela Tunghai University e pós-graduada na mesma área pela University College London, Leong Wai Man entrou no IC em 2009 como técnica superior. Fazer escola Se a substituição de Mok Ian Ian no pelouro da cultura era uma certeza, a nomeação de um novo director da DSEDJ já foi mais surpreendente. O despacho fundamenta a nomeação de Kong Chi Meng na liderança da pasta da educação com “vacatura do cargo”, devido à apresentação de demissão do seu antecessor. Uma declaração, também publicada ontem no Boletim Oficial, refere que “Lou Pak Sang cessa, a seu pedido, a comissão de serviço no termo do seu prazo, como director dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude”. Importa referir que no dia 23 de Dezembro o Comissariado contra a Corrupção divulgou o “Relatório de sindicância sobre a concessão de subsídios do Plano de Desenvolvimento das Escolas pelo Fundo de Desenvolvimento Educativo”, que apontou várias lacunas no “Regulamento de acesso ao financiamento do Plano de Desenvolvimento das Escolas” elaborado pelo Fundo de Desenvolvimento Educativo (FDE). Lou Pak Sang era o presidente do conselho de administração do FDE e, em resposta ao relatório afirmou que iria assumir as suas responsabilidades.
Hoje Macau Manchete SociedadeArte | Instituto Cultural rescinde com músicos das orquestras de Macau A medida afecta 84 membros da Orquestra de Macau e da Orquestra Chinesa de Macau, através de despedimentos. O maestro Lu Jia terá sido despedido em Dezembro, mas só foi informado na semana passada. O IC garante que as orquestras vão passar a funcionar como empresas de capitais públicos O Instituto Cultural (IC) rescindiu contratos com todos os membros da Orquestra de Macau e da Orquestra Chinesa de Macau. Numa posição citada pela LUSA, o IC garantiu que a partir de 1 de Fevereiro as duas orquestras vão continuar a funcionar, sendo transferidas para “uma sociedade de capitais públicos”. As rescisões dos contratos de mais de 80 pessoas devem-se a esta transferência, cujo objectivo, sublinhou o IC, é “acompanhar o desenvolvimento sustentável a longo prazo das duas orquestras”. A medida respeita as novas regras de organização e funcionamento do IC, publicadas em Novembro do ano passado, acrescentou. O regulamento administrativo eliminou uma alínea que atribuía ao IC a competência de “assegurar as condições necessárias à expansão e divulgação da Orquestra de Macau e da Orquestra Chinesa de Macau”. Ainda de acordo com o IC, acredita-se que a constituição da sociedade das duas orquestras vai estar concluída “antes de 1 de Fevereiro”. Problemas laborais Um membro da Orquestra de Macau, que pediu para não ser identificado por temer represálias, disse à Lusa que a possível desvinculação das duas orquestras do IC foi mencionada pela primeira vez no início de 2020. Contudo, na altura não foi apresentado qualquer plano aos músicos, apesar de terem sido realizadas cinco reuniões para o efeito. De acordo com as páginas das duas orquestras na Internet, a Orquestra Chinesa de Macau, com 39 membros, tem 21 concertos marcados até ao final de Julho, e a Orquestra de Macau, com 45, tinha agendados 15. Mas, o músico disse que um concerto da Orquestra de Macau já foi cancelado e considerou que o mesmo deverá acontecer aos restantes porque o director musical Lu Jia “foi despedido em Dezembro, mas só soube na semana passada”. Lu Jia, que lidera a Orquestra de Macau desde 2008, confirmou já ter abandonado a região, com a secção sobre o director musical e maestro chinês, entretanto retirada da página na Internet da orquestra. O IC garantiu ainda que vai pagar uma indemnização aos músicos das orquestras, “de acordo com as respectivas leis e regulamentos administrativos”. O músico acrescentou que cerca de 25 membros não-residentes não terão direito a qualquer compensação, enquanto os residentes vão receber “até 250 mil patacas”.
Hoje Macau EventosCinema | “Eu e o meu pai motorista”, de Niko Ho, seleccionado para apoio do IC O Instituto Cultural (IC) escolheu o projecto cinematográfico “Eu e o meu pai motorista”, de Niko Ho, natural de Macau, para o prémio de melhor argumento. Niko Ho recebe agora 60 mil patacas no âmbito do “Programa avançado de argumentos cinematográficos”, uma iniciativa conjunta do IC com a Administração de Cinema da província de Guangdong e Create Hong Kong. “Eu e o meu pai motorista” conta o dia-a-dia de uma família de três pessoas sustentada pela actividade comercial de uma frutaria depois de esta ter passado pelo tufão Hato. Este projecto de Niko Ho foi também seleccionado pela China Film Director’s Guild para integrar a lista de 20 melhores filmes do programa “Young Shoots”. Outro projecto escolhido foi “Silent Few”, do realizador Li Jing, natural de Guangdong. Esta produção baseia-se numa história verídica e contém uma narrativa sobre o esforço e o contributo de um advogado especializado em assistência jurídica na promoção do estabelecimento do sistema jurídico em regiões de etnias minoritárias da China. Estes dois projectos foram escolhidos de um total de seis candidatos, que receberam ainda um curso de formação nesta área, realizado entre os meses de Junho e Setembro do ano passado. De Macau concorreram quatro realizadores. O objectivo do “programa avançado de argumentos cinematográficos” é “facultar orientações sobre argumentos, com o objectivo de fomentar o talento no âmbito da criação cinematográfica e de gerar um maior número de filmes criativos, a fim de estimular o desenvolvimento da indústria cinematográfica”. O júri foi composto pelo ex-director assistente da Create Hong Kong, Wellington Fung, pelo produtor experiente de Hong Kong, John Chong, e pela guionista do Interior da China, Yuan Yuan.
João Luz Manchete SociedadeCentro de Ciência de Macau | Mok Ian Ian no conselho de administração Depois da surpreendente notícia de que Mok Ian Ian estava de saída da presidência do Instituto Cultural, um despacho do gabinete do Chefe do Executivo confirmou que a responsável irá para o Centro de Ciência de Macau. Durante um ano, Mok Ian Ian irá desempenhar as funções de presidente do conselho de administração A notícia de que Mok Ian Ian estaria de saída do Instituto Cultural, depois de quase quatro anos ao leme da instituição, apanhou Macau de surpresa. Ontem de manhã, um despacho assinado pela chefe do gabinete do Chefe do Executivo, Hoi Lai Fong, dissipou a dúvida quanto ao seu próximo destino. “É nomeada, em comissão eventual de serviço, Mok Ian Ian, pessoal do quadro do Gabinete de Comunicação Social, para desempenhar funções no Centro de Ciência de Macau, S.A., pelo período de um ano, a partir de 19 de Janeiro de 2022”, é estabelecido. O despacho não especifica a posição que já ocupa no Centro de Ciência, porém, uma notícia no website do centro e o próprio organigrama de gestão da instituição esclarece que Mok Ian Ian é a nova presidente do conselho de administração do Centro de Ciência de Macau. Na secção de notícias da instituição dedicada à pedagogia científica é descrito que “em resposta à vaga por ocupar na presidência do conselho de administração, e para garantir o desenvolvimento do Centro de Ciência de Macau, uma reunião de accionistas do Centro de Ciências de Macau nomeou Mok Ian Ian para a presidência do conselho de administração, de acordo com os estatutos, a partir de 19 de Janeiro”, é estabelecido. A ex-presidente do Instituto Cultural preenche a vaga deixada em aberto desde a saída em 2020 de Lau Si Io, ex-secretário para os Transportes e Obras Públicas. Do fundo do coração O Centro de Ciência de Macau sublinha no mesmo comunicado que a sua missão é promover a popularidade das ciências educativas entre a juventude de Macau, e estimular a comunicação sobre ciências e tecnologia. “Com a liderança da presidente Mok Ian Ian, todo o pessoal do Centro de Ciência de Macau irá colocar o coração na forma como irá servir a população, abrindo um novo capítulo no desenvolvimento do Centro de Ciências de Macau”, é prometido pela instituição. A instituição de divulgação científica, que tem o director dos Serviços de Educação e Juventude, Lou Pak Sang, à frente da estrutura accionista a representar o Governo da RAEM, é composta por um planetário, um centro de exibições e um centro de exposições, com uma área de implantação bruta de 20.000 metros quadrados.
Andreia Sofia Silva PolíticaMok Ian Ian deixa presidência do Instituto Cultural Mok Ian Ian, presidente do Instituto Cultural (IC), vai deixar o cargo para abraçar outra profissão. A notícia foi avançada ontem pelo portal All About Macau, que cita fontes próximas do processo. Segundo o website informativo em língua chinesa, Mok Ian Ian deixou uma nota de despedida aos colegas. “Estou grata por estes quatro anos de trabalho conjunto e agradeço ainda pelo vosso apoio, compreensão e tolerância. Aceitei um novo cargo, escolhido pelos meus superiores, e vou desempenhar novas funções. Hoje, digo adeus a todos”, pode ler-se na referida carta. As alterações na presidência do IC deverão ser anunciadas hoje em Boletim Oficial, adianta o mesmo portal, sendo que o actual director do departamento do património cultural, Choi Kin Long, poderá ocupar o lugar deixado vago por Mok Ian Ian. Sugestão de Alexis Muitos têm sido os nomes que, nos últimos anos, têm ocupado o cargo de presidente do IC. Mok Ian Ian assumiu funções em Janeiro de 2018 em substituição de Cecilia Tse, que, por motivos de saúde, se demitiu do cargo. Foi Alexis Tam, à época secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, que sugeriu o nome de Mok Ian Ian ao Chefe do Executivo. “O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura considera que Mok Ian Ian possui a competência profissional e as aptidões necessárias para assumir o cargo de presidente do IC devido à sua experiência na Administração Pública e conhecimento sobre o desenvolvimento artístico e cultural local”, lia-se num comunicado. Autora, mestre e com um doutoramento em ciência de teatro chinês pela Universidade de Nanquim, Mok Ian Ian é licenciada em jornalismo internacional pela Universidade de Jinan. Entrou para a Administração pública em 1994, tendo sido técnica superior no Gabinete de Comunicação Social (GCS). Seis anos depois, assumiu a chefia da Divisão de Projectos Especiais do IC e, entre 2001 e 2011, trabalhou na delegação da RAEM em Pequim, na área de promoção cultural e relações com os media. Fez parte do Conselho de Administração do Fundo das Indústrias Culturais e teve funções como técnica especialista no GCS.
Hoje Macau EventosPinturas murais | Artistas locais espelham a sua arte em bairros antigos Sob proposta do Instituto Cultural (IC), vários artistas locais, como é o caso de Im Hok Lon, Ieong Man Hin, Sit Ka Kit e Lei Chek On, desenvolveram pinturas murais em vários espaços e bairros antigos de Macau, como é o caso da zona Anim’Arte Nam Van, a Escada do Coxo ou a rua de Tomás da Rosa. Este projecto foi desenvolvido em parceria com a Associação de Arte Juvenil de Macau. Estas pinturas “retratam a paisagem urbana do Bairro Horta da Mitra, recorrendo a imagens de pássaros que remetem para o nome chinês do bairro, onde outrora se caçavam pássaros”, explica um comunicado. “Com cores vivas e figuras expressivas, estas pinturas murais incorporam também elementos representativos do comércio existente na zona envolvente, aproveitando ainda a altura dos degraus para gerar um efeito tridimensional, que surpreenderá os visitantes à medida que sobem a escadaria”, lê-se ainda. O trabalho de Ieong Wan Si pode ser visto na zona Anim’Arte Nam Van. Intitulado “Quartos”, esta obra “resulta da combinação de técnicas convencionais da pintura a óleo e de cores modernas para representar, com diferentes composições cromáticas, as três fases de crescimento de uma rapariga, levando os visitantes a deambular pela memória e pelo espaço e como que a entrar em diferentes ‘quartos’ espirituais, à medida que percorrem o puzzle de quadros representativos de experiências e histórias de diferentes períodos da vida”. No caso do trabalho na Escada do Coxo, situada junto à Rua do Cunha, na zona da antiga vila da Taipa, este foi desenvolvido pelos artistas Vitorino Vong e Jane Ieng, ligados à Associação Cultural da Vila da Taipa. O mural retrata sardinhas coloridas que complementam as escadas decoradas com azulejos portugueses, apresentando a beleza vibrante da cultura portuguesa. Além disso, o IC concluiu a pintura mural na escadaria de pedra da Travessa da Boa Vista, tendo instalado antes um conjunto de instalações artísticas intitulado “Partilhar a Alegria com Mak Mak”, no Jardim Municipal da Taipa e nas Casas da Taipa. Desta forma, foram introduzidos mais elementos de turismo cultural nas ilhas.
Hoje Macau SociedadeIC | Ainda não foi criada empresa que vai gerir orquestras Decorre ainda o processo de alteração do modelo de gestão da Orquestra de Macau e da Orquestra Chinesa de Macau, que vão deixar de ser geridas pelo Instituto Cultural (IC) para passar a ser geridas por uma empresa com capitais públicos. Segundo o All About Macau, a presidente do IC, Mok Ian Ian, garantiu que esse trabalho deverá estar concluído a 1 de Fevereiro do próximo ano. Em finais de Novembro foi anunciado que a partir do dia 1 de Janeiro as orquestras deixarão de estar sob alçada do IC. O IC promete ainda manter a comunicação com as orquestras após a transferência de gestão para uma empresa de capitais públicos. Por outro lado, os músicos vão estar habilitados a dar aulas no Conservatório de Macau, conforme as necessidades. A mesma publicação adianta que alguns músicos se queixam do facto de faltar apenas um mês para a alteração e terem poucas informações sobre salários e outras questões contratuais com o novo modelo de gestão. Além disso, pretendem saber se as questões disciplinares serão tratadas segundo o sistema da Função Pública, existindo também a preocupação sobre eventuais despedimentos. Dados divulgados pelo IC revelam que 66 professores dão aulas no Conservatório de Macau, dos quais 52 são provenientes das orquestras.
Hoje Macau EventosGoverno cria programa de visitas virtuais a vários museus O Instituto Cultural (IC) decidiu criar um programa de visitas virtuais a mais quatro museus do território, depois de ter criado o mesmo sistema para o Museu de Macau e o Museu de Arte de Macau. Desta forma, os interessados podem agora visitar online o Museu Vivo Macaense das Casas da Taipa, o Museu da História da Taipa e Coloane, o Museu Memorial de Xian Xinghai e o Espaço Patrimonial Uma Casa de Penhores Tradicional. Este sistema é composto por salas de exposição virtual com recurso à tecnologia de realidade virtual online, onde os interessados poderão ter acesso a uma visita digital ao museu obtendo um espaço de visualização de 360 graus. Estas visitas virtuais estão disponíveis em português, chinês tradicional e simplificado, e inglês. Os visitantes podem digitalizar um código QR ou aceder à página de Realidade Virtual (RV) Online do IC, utilizando o rato ou tocando no monitor para circular livremente nos diferentes espaços de exposição. O IC promete continuar a apostar na integração dos recursos de museus com a tecnologia, promovendo as visitas digitais.
João Santos Filipe Manchete SociedadeIlha Verde | Moradores alertam para nova ocupação ilegal e criticam Governo Uma associação de moradores criticou o Executivo pela inacção e incapacidade para remover um contentor deixado na Colina da Ilha Verde, suspeito de ser usado para habitação clandestina. O Instituto Cultural diz estar atento e a acompanhar o caso Os moradores alertaram para uma nova ocupação ilegal da Colina da Ilha Verde e consideram que o Governo tem culpas no cartório. O caso foi revelado no sábado, por Chan Fong, vice-presidente Associação de Beneficência e Assistência Mútua dos Moradores do Bairro da Ilha Verde, ao jornal Ou Mun. Segundo o relato, nos últimos dias houve pessoas que tentaram deixar de forma ilegal contentores na Colina da Ilha Verde. A operação acabou por ser interrompida pela acção da associação e do proprietário dos terrenos, e as autoridades foram chamadas ao local. Contudo, a intervenção da associação não conseguiu evitar que fosse instalado no local um dos contentores com janelas e ventoinhas para extracção de ar, o que deixa a entender que pode ser utilizado para habitação. Além da polícia, foram notificados outro serviços e institutos públicos, que, segundo Chan Fong, não fizeram nada. Entre as instituições chamadas estão o Instituto Cultural (IC), Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) e Instituto para os Assuntos Municipais (IAM). Chan Fong, dos Kaifong, acha incompreensível a falta da acção dos departamentos governamentais, face aos pedidos de auxílio. Além dos Moradores, também a Companhia de Desenvolvimento Wui San, proprietária de parte da Colina Verde, chamou as autoridades ao local e criticou a sua inacção. Passividade tradicional Ao Ou Mun, um porta-voz da empresa atacou o que disse ser o “caos na Colina da Ilha Verde” e culpou a inércia das autoridades pela situação. Segundo o porta-voz, a polícia foi chamada, mas respondeu que ainda há um processo a decorrer nos tribunais. Ainda de acordo com as autoridades, sem o processo ser resolvido, não pode haver ordem de despejo ou remoção do contentor. Face à nova ocupação, o representante do proprietário lamentou que ao longo dos anos a DSSOPT não tenha aprovado o pedido da planta de condições urbanísticas. Para a empresa, uma planta e a respectiva construção impediriam novas ocupações ilegais. Sobre a conduta do IC, o porta-voz disse que apenas se limitam a pedir que os trabalhos de conservação do convento sejam realizados. “A ocupação ilegal prejudica obviamente o ambiente da colina. Nós impedimos [a ocupação ilegal], mas os nossos direitos têm sido ignorados. Se esta situação se mantém, como é que podemos conservar a Colina da Ilha Verde?”, questionou. Face à ocupação, o IC enviou técnicos ao local para reencaminhar queixas dos envolvidos aos vários serviços competentes e prometeu acompanhar a situação do contentor deixado no terreno.