João Luz EventosFotografia | Mostra de Francisco Ricarte na residência consular quarta-feira “EmCasa / HomeLand” é o somatório de duas dezenas de fotografias que evocam paisagens emocionais e o sentimento de pertença a uma terra. A exposição de Francisco Ricarte, inaugurada na quarta-feira, estará patente até público na residência Consular de Portugal até 16 de Dezembro A ideia de retorno é uma unidade de medida emocional constituinte da alma portuguesa e um dos elementos inspiradores da exposição “EmCasa / HomeLand” de Francisco Ricarte, que será inaugurada na quarta-feira, às 18h30, na residência Consular no edifício do antigo Hotel Bela Vista. A mostra reúne 20 fotografias que evocam um retorno emocional através da introspecção visual de “territórios redescobertos pelo autor em diversas viagens ao país que o viu nascer e acolheu, previamente à sua fixação em Macau”, é indicado no comunicado que apresenta o evento. “EmCasa / HomeLand” vai além da recolha fria de evidências documentais e propõe o registo emocional que condensa num fotograma um testemunho temporal e espacial. “Mais que ‘momentos decisivos’, a série procura registar momentos emocionais decisivos, registando, não só o que se vê, mas também o que se sente”, indica o autor. A mostra organizada pela Casa de Portugal em Macau, com o apoio da Fundação Macau e o Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong é composta por duas dezenas de fotografias a cores, impressas nos formatos 90 x 90 cm e 90 x 50 cm, obtidas entre 2017 e 2019. Cores e balanço Além da captura de retratos emocionais, o processo de elaboração de “EmCasa / HomeLand” foi para Francisco Ricarte uma viagem de redescoberta marcada pela “nostalgia visual e a procura de um tempo de equilíbrio e pausa”. Ao longo das 20 fotografias, o autor assume as emoções sentidas nos locais fotografados, “onde o equilíbrio das formas naturais e edificadas singulares conformam a identidade desses espaços, ainda e sempre sentidos como a sua casa”. A quietude e paleta de cores evidenciada nas obras de “EmCasa / HomeLand” estabelecem um contraste com a realidade visual vibrante de Macau, com fotografias que interpretam espaços em Portugal, como a Serra da Arrábida, Aveiro e Açores. A mostra pode ser visitada a partir de quinta-feira, nos dias de semana entre as 15h e as 18h. Aos fins-de-semana, a exposição pode ser visitada entre as 11h e as 18h.
Andreia Sofia Silva EventosZine Photo | Penúltimo número com homenagem a um avião O número 11 da Zine Photo, publicação de fotografia de autoria de João Miguel Barros, faz uma homenagem ao Pipeta Saratoga, um pequeno avião de apenas seis lugares propriedade de um amigo. O curador, fotógrafo e advogado pretende abrir a Ochre Space, uma galeria de fotografia em Lisboa, na Primavera do próximo ano Está quase a fechar-se o capítulo da Zine Photo, um projecto editorial de fotografia com apenas 12 números lançado pelo fotógrafo, curador e advogado João Miguel Barros. A 11ª edição acaba de sair e tem como título “Saratoga”, sendo uma homenagem ao avião Pipeta Saratoga, que era de um amigo de João Miguel Barros. “Este número tem como foco uma situação muito concreta. Tenho um amigo que tinha um avião, com um único motor e apenas seis lugares, que estava em Tires [zona de Sintra]. Ele convidou-me algumas vezes para dar uns passeios. Ele tinha o avião há várias décadas e todos os fins-de-semana tratava dele com grande zelo e carinho.” “O meu amigo é médico, mas também piloto, e andava de avião aos fins-de-semana. Era quase como um filho para ele”, lembrou o autor do projecto. De máquina fotográfica em punho, João Miguel Barros fez a última viagem no Pipeta Saratoga antes de este ser vendido, devido à partida do seu proprietário foi para Itália. “Esta zine acaba por ser um tributo a isso. As fotos têm como base o avião propriamente dito e essas duas viagens. Tentei, acima de tudo, levar para a história o meu olhar. Penso que as pessoas já identificam o meu tipo de fotografia como sendo um pouco diferente. Quis fugir ao lado turístico de uma pessoa que vai andar de avião e faz fotografias. Gosto das imagens e acho que acabou por ser um número bem conseguido”, adiantou ao HM. Todas as Zine Photo contém dentro de si “histórias muito simples”, que “não têm nada de transcendente ou de revelador”. “Esta revista é quase uma homenagem a um filho que se vai embora. Para mim também foi uma experiência interessante, pois embora esteja habituado a andar de avião, sempre andei em aviões comerciais, com outro tipo de segurança. Às vezes sentimos uma certa fragilidade do que é a nossa vida quando andamos num avião daqueles.” Depois das revistas, os livros João Miguel Barros não quer ficar por aqui no que diz respeito à fotografia e aos projectos artísticos. Em Dezembro, sairá a 12ª edição da Zine e depois o autor pondera começar a editar livros de fotografia “com histórias mais consistentes e desenvolvidas”. Ao mesmo tempo, a Ochre Space, uma galeria de fotografia, livraria e espaço de investigação, situada em Lisboa, deverá abrir portas na Primavera do próximo ano. “É muito difícil, e às vezes as pessoas não compreendem o esforço que é preciso fazer para conjugar várias dimensões e facetas no mundo da fotografia. Além de ter o lado artístico, como produtor artístico e fazendo fotografia, faço curadoria do trabalho de outras pessoas.” Com tantas facetas profissionais dentro de si, João Miguel Barros confessa sentir, por vezes, um certo conflito interior, por “tentar fazer muita coisa com papéis tão distintos”. “Continuo a achar que tenho pouco tempo para o muito que quero fazer e tenho uma ambição enorme para valorizar a fotografia. Não quero abdicar de nenhuma destas componentes”, rematou.
Hoje Macau EventosFotografia | Revista da Halftone volta a sair este sábado Será lançado este sábado, às 18h30, na Livraria Portuguesa, o terceiro número da revista de fotografia da Halftone – Associação Fotográfica de Macau. Esta edição conta com trabalhos fotográficos de José Sales Marques, Pedro Benjamim, Stefan Nunes, António Bessa Almeida e Nuno Veloso, prestando ainda homenagem a Frank Lei, falecido em Maio deste ano. O editorial desta edição intitula-se “Uma espécie de magia”, sendo as fotografias publicadas um retrato do sentimento “muitas vezes contraditório” do amor que se tem por Macau, ainda que haja “aspectos que se odeiam e outros que se gostam demasiado”. Recorde-se que este é um projecto que visa dar a conhecer trabalhos de fotografia de fotógrafos amadores, sendo a revista publicada a cada três meses e com edições limitadas de 300 exemplares cada. A revista é editada com a orientação do Grupo Editorial da Halftone composto por António Duarte Mil-Homens, João Palla Martins, João M. Rato e Sara Augusto.
Andreia Sofia Silva SociedadePJ | Fotojornalistas do Ou Mun vencem prémios em concurso A edição deste ano do concurso de fotografia “A Polícia Judiciária – Vista pelos Olhos da Imprensa” premiou, na sua maioria, fotojornalistas do diário Ou Mun, atribuindo três primeiros prémios e seis menções honrosas de um total de 57 trabalhos apresentados a concurso. O primeiro lugar foi atribuído a Ho Chin Hang, do jornal Ou Mun, com uma fotografia sobre a detenção de Alvin Chau, ex-CEO do grupo Suncity, actualmente em julgamento pela acusação dos crimes de burla e branqueamento de capitais. O trabalho fotográfico do jornal Ou Mun obteve também o segundo e terceiro lugares. Por sua vez, as seis menções honrosas foram atribuídas a Ho Chin Hang, do Ou Mun, Lam Seng Chou, do jornal Sengshi Kuai Pou, Vong Weng Kuong, do Today Macau Journal, Zheng Weixin do jornal Hou Kong Daily e Kwan Wing Yin, do Ou Mun. Os prémios foram escolhidos na segunda-feira e visam implementar o conceito de “policiamento de proximidade”, a fim de melhorar a colaboração entre a polícia e a imprensa. A Polícia Judiciária adianta ainda que “o objectivo deste concurso é evidenciar, através de imagens captadas durante o trabalho diário dos jornalistas, todos os aspectos do dia-a-dia da polícia, nomeadamente a investigação, recolha de provas e o trabalho de cooperação entre a polícia e a população”. A PJ realizou, desde 2006, 16 edições do concurso de fotografia, à excepção do ano de 2020, quando surgiu a pandemia da covid-19.
Hoje Macau EventosFotografia | Gonçalo Lobo Pinheiro expõe no Brasil O fotojornalista português Gonçalo Lobo Pinheiro, radicado em Macau há mais de 12 anos, volta a estar presente no Paraty em Foco – Festival Internacional de Fotografia de Paraty (PEF 2022) cuja 18.ª edição arrancou ontem. Depois de se ter estreado em 2019 na exposição principal com a fotografia “Hope and belief” que retrata Ratna Khaleesy, uma imigrante indonésia residente em Macau, desta vez Gonçalo Lobo Pinheiro apresenta-se com duas fotografias inserido na mostra colectiva “Fotografia Arte Plural” promovida pela Icon Artes Galeria e com curadoria de Angela Magalhães e Nadja Peregrino, que estará patente no anexo do Sandi Hotel, no Largo do Rosário, em pleno centro histórico de Paraty até domingo. Segundo o director de arte Paulo Salgado e as curadoras Angela Magalhães e Nadja Peregrino, responsáveis pela mostra, o público do Paraty Em Foco “poderá apreciar ali processos criativos fecundos que espelham o vigor da fotografia contemporânea”. “A ressignificação de imagens apropriadas; a dinâmica do movimento em formas abstractas; a presença do corpo feminino como afirmação de múltiplas subjectividades; a inter-relação entre fotografia e texto e a linguagem videográfica como lugar de uma perspectiva multimédia”, pode ler-se no manifesto da exposição, publicado no site oficial do festival. O fotojornalista disse estar satisfeito com o regresso. “É com muito agrado que volto a um lugar que muito me diz, não só do ponto de vista profissional, mas também familiar. Apesar desta vez não poder estar presente fisicamente, espero que o festival seja um enorme sucesso e que a mostra ‘Fotografia Arte Plural’ agrade todos os visitantes do certame.” Gonçalo Lobo Pinheiro é o único fotógrafo estrangeiro escolhido para a mostra, sendo representado no mercado brasileiro pela Icon Artes Galeria.
Andreia Sofia Silva EventosAntónio Mil-Homens, fotógrafo e artista: “Comunidade portuguesa deveria ser mais unida” É mais uma das figuras da comunidade portuguesa que deixa Macau ao fim de um punhado de anos. Depois de dar cartas nas áreas da fotografia, arte e poesia, António Mil-Homens regressa a Portugal onde pretende desenvolver workshops e residências artísticas. Para trás deixa inúmeras exposições e projectos culturais, lamentando que a comunidade portuguesa não dê mais apoio às associações de matriz portuguesa Deixa Macau ao fim de 15 anos, onde se afirmou como fotógrafo e artista. Foram anos fundamentais na construção de um percurso criativo? Sem dúvida. Aqui as possibilidades são diferentes em relação ao que se consegue fazer em Portugal. Na prática, não tive apoios, além da cedência de espaços. De todas as exposições tive o apoio efectivo, em 2009, por altura do 10º aniversário da RAEM, quando a Amélia António decidiu a vinda para Macau da minha exposição “Macau para Sempre” e a edição do livro. As outras exposições saíram-me do bolso, mas eu tenho uma má relação com os pedidos, porque as poucas vezes que pedi apoios foram-me recusados ou tiveram respostas tardias. Macau foi importante, mas está na hora de inverter a lógica dos últimos 15 anos. Regressa a Portugal, onde já tem projectos culturais pensados. Sim, tenho condições para os desenvolver e virei a Macau sempre que se justificar. Desde 2018 que tenho casa própria no Alto Alentejo e investi em infra-estruturas que me vão permitir desenvolver projectos na área cultural e ecológica. O cerne será a organização de workshops nas mais variadas áreas, irei convidar pessoas para ministrarem esses workshops nas áreas que não domino e disponibilizo alojamento. Pretendo também criar condições para fazer residências artísticas nas áreas da pintura e da escultura, por exemplo. O meu regresso tem também a ver com uma série de factores, o facto de estar aqui sozinho e de o trabalho na área da fotografia ter caído quase para zero. A fotografia tem evoluído em Macau de forma positiva? Houve uma evolução incrível, em prejuízo da fotografia como profissão e modo de vida. Entraram mais fotógrafos no mercado e o digital causou uma certa depreciação que o digital trouxe à forma como a fotografia é olhada, veio democratizar a fotografia. Aponto, o ano passado, a criação da associação Halftone que está a angariar cada vez mais associados, além da existência de outras associações chinesas. Quando foi para Macau já tinha planos definidos na área cultural? Tinha estado cinco meses e meio em Macau em 1996, antes da transição. Tinha voltado para fazer a cobertura da transição para a Revista Macau, que na altura era dirigida por Rogério Beltrão Coelho, e também colaborei com um outro projecto, o livro de José Pedro Castanheira, “Os Últimos Cem Dias do Império”. As fotografias não são todas minhas porque quando me juntei ao projecto ele já estava em marcha. Já tinha uma certa ideia de Macau em termos culturais. Claro que nunca me passou pela cabeça que seria em Macau, já numa fase recente, de desenvolver as valências da pintura e da poesia. Em 2010 decidi que os projectos poéticos que tinha na gaveta iam começar a sair, e foi quando editei o meu primeiro livro, uma edição de autor. Em 2020 comecei a pintar, sem qualquer formação ou experiência na área. Foi um processo que sinto como estranho, pela forma e intensidade como aconteceu. Como foi fotografar a transferência de soberania de Macau? Foi desafiante? Sim, na medida em que as situações que foram acontecendo eram as mais diversificadas. O projecto implicava que José Pedro Castanheira escrevesse um texto por dia, nos últimos cem dias da Administração portuguesa, e era necessária uma imagem para ilustrar cada texto, e aí foi um desafio. Mas sem modéstia digo que foi fácil na medida em que, odiando a rotina, nunca me especializei num determinado tipo de fotografia. Isso dá-me a capacidade de analisar qualquer tipo de fotografia que me seja solicitado. Foi exaustivo na fase final, pois estavam cá centenas de fotógrafos. Esperava a permanência desta cultura de matriz portuguesa no território? As iniciativas culturais que acontecem são representativas dessa cultura portuguesa? Diria que sim, embora mais pudesse ser feito. Não digo da parte da Casa de Portugal em Macau, que tem desenvolvido um trabalho ímpar, apesar dos apoios que cada vez são menores e dos encargos cada vez maiores. Mas falo da comunidade em si e das pessoas que a compõem. Teria sido importante essa demonstração de vitalidade cultural fosse ainda mais vincada. Esta é uma crítica construtiva, pois há muita gente que tem muito para dar e remete-se ao seu cantinho e não deita cá para fora a sua capacidade criativa. A pandemia está a mudar profundamente a comunidade portuguesa, mesmo em termos culturais? Sim. Nós, humanidade, nos chamados países desenvolvidos, habituámo-nos a um certo facilitismo no dia-a-dia, do que fazemos e não fazemos, do que gostamos ou não. Quando surge algo com impacto, como é o caso da pandemia, as pessoas perdem a capacidade de reagir pela positiva e de entender todas as implicações, a mudança que tem de passar a haver para encararmos o dia-a-dia e a relação com os outros. À conta dos direitos individuais esqueceram-se os deveres colectivos, a solidariedade, o respeito. Temos de aprender a virar a moeda e, com os olhos da esperança, podemos tirar lições destes maus momentos e descobrir algo positivo, apesar de tudo. O trabalho das entidades de matriz portuguesa está mais dificultado? Penso que sim, mas muitas vezes o trabalho diplomático, sobretudo se as pessoas não têm uma personalidade mais dinâmica ou para o exterior, passa despercebido ou nem é considerado. Colocamos o voto na urna e achamos que a nossa parte está feita, mas acho isso errado como cidadão, pois todos temos um papel no dia-a-dia. O mesmo se passa com a comunidade portuguesa, que deveria ser mais unida e dar mais apoio às instituições que a representam. Ficámos com um certo comodismo. Para os próximos anos como será a divulgação cultural a nível local? Haverá espaço para uma maior aproximação entre comunidades? Poderá haver a profissionalização de algumas áreas, por exemplo? Penso que sim, assim as pessoas consigam perceber as oportunidades e as dificuldades também. É aquilo que na maior parte das vezes não acontece. Houve uma transição em Macau, temos um período até 2049, mas quem pensaria que este seria um período imutável e que só 50 anos depois é que se viraria a página, é não conhecer minimamente a cultura chinesa. Esta é uma cultura de preparação e programação a longo prazo. É isso que temos de entender. Macau já não vai ser como era antes da pandemia, nem nenhuma outra parte do mundo. Aqui, com a queda acentuada do peso do jogo, que não vai voltar mais ao que foi, com a abertura para a Grande Baía, vão surgir desafios muito maiores, mas imensas oportunidades também. A competitividade será cada vez maior, pois vamos competir com Cantão, Hong Kong ou Shenzhen, e isto tem de obrigar a uma mudança de postura e de actividade.
Andreia Sofia Silva EventosFotografia | “ASIA.FAR”, de Francisco Ricarte, inaugurada este sábado Um total de 80 fotografias tiradas por Francisco Ricarte desde 2007 em Macau e vários locais da Ásia compõem a nova exposição que estará patente na Casa Garden a partir de amanhã. “ASIA.FAR” revela o olhar sensorial do fotógrafo e que constitui, acima de tudo, um exercício de memória e de reflexão Um olhar não é sempre igual, muito menos a memória. Quantas vezes voltámos a pousar os olhos em imagens tiradas num outro tempo, que hoje têm outro sentido? Este foi o ponto de partida para a nova exposição que Francisco Ricarte, arquitecto e fotógrafo, apresenta, a partir deste sábado, na Casa Garden. “ASIA.FAR” é o nome da mostra e espelha a sua essência: o olhar de Francisco António Ricarte (FAR) sobre Macau e os diversos locais da Ásia que tem visitado desde 2007. Francisco Ricarte deixa de antemão um aviso: esta não é uma exposição com fotografias turísticas, mas sim imagens que revelam uma outra sensibilidade. É, acima de tudo, uma “interpretação da Ásia aos olhos de um indivíduo”, contou ao HM. “Este exercício de memória sofre alterações e há aspectos que adquirem um outro significado, e é essa ideia que eu quis trabalhar, fazendo uma releitura dos registos fotográficos que fiz desde 2007 até este ano. Seleccionei um conjunto de imagens em que procurei demonstrar a minha sensação e percepção dos vários espaços visitados e como me marcaram inicialmente e ao fim de uns anos. Este foi o ponto de partida para esta exposição”, acrescentou Ricarte. Macau é, como não poderia deixar de ser, ponto de destaque para esta mostra. Há “duas linhas principais”, revelando-se “o foco na natureza, o património natural muito rico do ponto de vista visual” e depois a densidade populacional, o urbanismo intenso, os prédios altos. “Há também elementos físicos e mais contemporâneos, ligados à densidade e nas visões correntes que temos de Macau. Essa é uma série que designei como ‘Conheça os vizinhos’, e que traduz essa hiper-realidade que temos à nossa volta”, destacou. Uma Ásia “especial” “ASIA.FAR” revela também os locais que mais marcaram Francisco Ricarte, contando-se imagens de lugares como Hue, no Vietname. “Outro é um lugar fantástico e soberbo que é Angkor Wat, no Cambodja, que deixa qualquer pessoa sensibilizada. Mas há também outros locais como Banguecoque, uma primeira viagem que fiz ao Tibete, quando fui ao norte do Vietname, a Sapa. Não posso deixar de referir Japão e a cidade de Quioto que é uma lição de estética e de beleza.” Francisco Ricarte já nos habituou a apresentar muitas das suas fotografias a preto e branco, mas desta vez revela-se a cor, numa exposição que não tem um tema específico. “A exposição anterior que fiz foi mais temática, baseada num determinado contexto e realidade. Revelava uma visão muito particular e pontual. Este é um exercício sobre a memória dos espaços que me marcaram.” “Ao mesmo tempo que reconhecemos na Ásia a vibração da cor, também podemos reconhecer a intensidade dos negros, do claro e do escuro, dos contrastes, as sombras, o que é mais percebido e não visto. Esta exposição poderá dar lugar a esse entendimento”, adiantou Ricarte. Ao olhar para o trabalho fotográfico que fez nos últimos anos, Francisco Ricarte reconhece que evoluiu como fotógrafo, apesar de não ter pretensões. “Mal seria se assim não tivesse acontecido. Não tenho a pretensão de fazer coisas perfeitas mas a preocupação de fazer o exercício do olhar, a forma como vejo as coisas. Essa é a preocupação que foge da visão imediatista daquilo que é só curioso e típico. Procuro fugir disso e que as minhas fotografias traduzam algo mais emotivo e sensorial. Não são fotografias turísticas mas traduzem, sim, sentimentos sobre determinados aspectos.” É por isso que, em “ASIA.FAR”, as imagens “vão variando, no sentido em que no início somos contaminados quando chegamos à Ásia e a Macau, pelas cores e pelos cheiros, pela exuberância do que vimos, mas lentamente assimilamos esses factores e procuramos transformá-los e criar uma outra percepção”. A exposição é inaugurada amanhã às 17h30 e poderá ser vista até ao dia 19 de Junho.
Hoje Macau EventosFotografia | Pátio da Eterna Felicidade recebe exposição de Chan Hin Io Foi inaugurada, na passada sexta-feira, a exposição “Vizinhança: Fotografia Documental por Chan Hin Io”, organizada pelo Instituto Cultural (IC). Até ao dia 24 de Julho podem ser vistas fotografias que retratam os modos de vida dos vários pátios antigos localizados na zona do Porto Interior, estando a exposição aberta ao público, de forma gratuita, no número 10 do Pátio da Eterna Felicidade. O público poderá ver de perto 26 obras de fotografia documental da autoria do fotógrafo de Macau Chan Hin Io, que, entre 2004 e 2021, se dedicou a fotografar locais perto da Rua dos Ervanários, Rua das Estalagens e Rua de Cinco de Outubro. O destaque vai para o Pátio da Eterna Felicidade, onde Chan Hin Io reside e trabalha. Estas fotografias, com o tema “Vizinhança” revelam “momentos amigáveis e harmoniosos no ambiente de convívio comunitário” tendo sido registadas, “de forma simples e natural, a vida quotidiana dos residentes das zonas antigas, o aspecto das ruas e travessas, os edifícios de habitação, lojas tradicionais e vendilhões”. Desta forma, esta mostra “demonstra a capacidade minuciosa de observação do autor”. Um maior conhecimento Com esta exposição, o IC pretende “estreitar os laços entre os moradores do Pátio da Eterna Felicidade com a sua comunidade”, além de “aprofundar o conhecimento do público sobre o Pátio da Eterna Felicidade e as zonas contíguas, no sentido de transmitir a história, a cultura e a memória colectiva de Macau”. Residente em Macau desde 1999, o fotógrafo Chan Hin Io tem sempre a lente da sua câmara apontada para a paisagem cultural e urbanística de Macau. O IC descreve que os seus trabalhos são “dotados de interesse artístico, histórico e cultural significativos”, sendo também “sinónimos da memória colectiva de Macau” ao captarem “a fisionomia desta cidade e as vicissitudes de todos os sectores dos bairros antigos do território”.
Andreia Sofia Silva EventosAssociação Halftone cria Clube do Foto Livro É já este sábado que a Livraria Portuguesa acolhe a primeira sessão de um novo projecto da associação Halftone. Trata-se do Macau Photo Book Club [Clube do Foto Livro de Macau], que visa reunir fotógrafos e amantes de fotografia para que possam debater as edições que se fazem na área. O novo foto livro de António Leong apadrinha a estreia da iniciativa Discutir imagens, conceitos, cores e formatos à frente da câmara, bem como ideias e projectos dos fotógrafos locais são os principais objectivos do novo projecto da associação Halftone. O Macau Photo Book Club [Clube do Foto Livro de Macau] pretende discutir a fotografia que se edita em formato livro e dar a conhecer ao grande público livros de fotografia anteriormente editados. A nova obra do fotógrafo local António Leong, intitulada “Daily Impermanence” foi a escolhida para a estreia desta actividade, que acontece este sábado às 17h, na Livraria Portuguesa. Francisco Ricarte, arquitecto, fotógrafo e um dos fundadores do colectivo Halftone, contou ao HM que a ideia de criar um clube do foto livro foi “aproximar o autor do leitor, e o leitor do autor, com vantagens e sinergias mútuas”. A ideia de criar clubes de debate em torno de livros de fotografia nasceu em 2009 com Matt Johnston, tendo estes marcado presença em numerosas cidades de todo o mundo. Ele “pretendeu contribuir para o que chama de ‘economia do livro’, no sentido de optimizar a ligação entre a sua produção e os potenciais leitores”, frisou Francisco Ricarte. Neste sentido, “a nossa estratégia está em consonância com este movimento”, sendo objectivo dar a conhecer a outros clubes do foto livro no mundo o que de melhor se na faz na fotografia em Macau. A escolha de António Leong acabou por se revelar “natural”, estando outros nomes de fotógrafos locais na lista da Halftone para convites posteriores. “Ele vive em Macau e tem uma prática profissional muito interessante e regular. Nesse sentido, não se justifica este nome que não seja pela qualidade do seu trabalho e disponibilidade que manifestou. Há outros fotógrafos em Macau de igual valor, mas o António Leong surgiu como uma escolha natural, até porque publicou recentemente o seu livro, que se trata de um exercício interessante da sua visão sobre Macau, com fotografias a preto e branco”, adiantou Francisco Ricarte. Movimento crescente O evento de sábado coincide também com o lançamento do número dois da revista de fotografia da Halftone, embora o clube do foto livro e a associação sejam projectos diversos. “Estão previstas mais duas sessões do Macau Photo Book Club, serão quatro por ano. Este será o primeiro ponto de desenvolvimento e de acção, complementado com a divulgação de outros livros nas redes sociais que estejam publicados há mais tempo”, adiantou Francisco Ricarte. A ideia é mostrar estes projectos mais antigos de fotógrafos que residem ou que têm uma ligação ao território. O arquitecto e fotógrafo destaca que o movimento do foto livro é cada vez mais notório em vários países, nomeadamente na China. “Os foto-livros são um nicho de mercado que, ao contrário das outras edições de papel de livros, tem tido um crescimento muito expressivo, nomeadamente na China. Tem aumentado o interesse na produção e aquisição [de obras]. Esta nossa acção insere-se também na estratégia de promover o foto-livro como um veículo de divulgação da obra fotográfica de diversos autores e um melhor entendimento e conexão entre o autor e o leitor”, adiantou o membro da Halftone. António Leong começou a interessar-se por fotografia em 2010, após realizar uma viagem a Guilin. A nota da Halftone dá conta que “gosta de fotografar em viagem, mas o que domina é a sua prática fotográfica quotidiana em Macau”. “Com uma câmara de pequeno formato, que transporta diariamente, percorre as ruas e becos de Macau, fotografando a beleza da cidade. Sem olhar ao clima, percorre a cidade para revelar os locais e as pessoas através da sua lente. Desde sítios bem reconhecidos, classificados como Património Mundial pela UNESCO, às zonas menos conhecidas de Macau, a pessoas comuns nos bairros, ou gatos brincando em becos indistintos, todos têm sido fotografados por si”, lê-se. A partilha do seu trabalho tem sido feita nas redes sociais, nomeadamente na página de Facebook “Antonius Photoscript”. Nos últimos anos, António Leong participou em diversas competições de fotografia, “dando a conhecer imagens da cidade e promovendo Macau enquanto destino turístico, realizado sessões fotográficas voluntárias para várias instituições de caridade e eventos e colaborado com outros artistas em vários projectos”.
Hoje Macau EventosFotojornalista Gonçalo Lobo Pinheiro representa Macau no festival iNstantes A convite da organização do iNstantes – Festival Internacional de Fotografia de Avintes, o fotojornalista português Gonçalo Lobo Pinheiro, radicado em Macau há 12 anos, representará o território na nona edição do evento. O profissional apresenta-se em Portugal com a série a preto e branco intitulada “Perto de mim”, captada em 2021. “Em tempos de pandemia de Covid-19, a ideia inicial seria captar a loucura matinal com os meus filhos que acordam todos os dias entre as seis e as sete da manhã, frescos, prontos para mais um dia cheio de energia. O facto é que, na hora de dormir, as coisas acabam não sendo muito diferentes em alguns aspectos e acabei misturando os dois momentos do dia, começando, por enquanto, pela noite”, refere o autor. A mesma série, entretanto premiada e finalista em alguns concursos internacionais de fotografia, foi realizada para o seu mestrado em Nova Fotografia Documental na Labasad – School of Arts & Design, em Barcelona, Espanha, que espera terminar em Maio próximo. A exposição de Gonçalo Lobo Pinheiro, pode ser visitada na Academia Sénior de Vilar de Andorinho. Para além do residente de Macau, a lista inclui ainda nomes como Ana Robles, do Brasil, João ferreira, de Portugal, Jorge Velhote, também de Portugal, Queila Fernandes, de Cabo Verde, André Motta, do Brasil, Clara Delrio, da Argentina, Jurate Vaiciukaite, da Lituânia, Larry Dunn, dos Estados Unidos da América, Orlando Azevedo, do Brasil, Zoltan Vanczo, da Hungria, Maria Tudela, de Espanha, entre muitos outros. Música e livros O festival, organizado pela iNstantes – Associação Cultural em parceria com os Municípios de Vila Nova de Gaia e de Arcos de Valdevez, bem como da Junta de Freguesia de Avintes, entre outros apoios, também terá uma componente musical que começa logo no primeiro dia, 29 de Abril, com o violinista albanês Florian Vlashi. Depois, no dia 7 de Maio, no auditório da Casa da Cultura de Avintes, toca José Pereira e o grupo Sim Somos Capazes. Antes do encerramento do festival, a 29 de Maio, haverá ainda lugar ao lançamento do livro “Comunidades, Emigração e Lusofonia” da autoria de Daniel Bastos, no auditório da Casa da Cultura de Avintes e, também no mesmo espaço, mas a 28 de Maio, Franklim Cardoso declama poesia. A edição deste ano do iNstantes – Festival Internacional de Fotografia de Avintes conta com fotógrafos de 14 países ou regiões e vai acontecer entre os dias 29 de Abril e 29 de Maio. Terá ainda, pela primeira vez, um pólo em Cabo Verde.
Andreia Sofia Silva EventosCCCM | Imagens de Macau em exposição a partir da próxima segunda-feira A antropóloga Marisa Gaspar fotografou entre 2010 e 2018 os recantos de Macau à medida que ia fazendo trabalho de campo para as suas investigações. O resultado pode agora ser visto numa exposição que estará patente no Centro Cultural e Científico de Macau, em Lisboa, entre a próxima segunda-feira e 22 de Abril “Macau em contrastes”, a exposição de fotografia Marisa Gaspar, é a primeira iniciativa do género desenvolvida pela antropóloga. Inaugurada na próxima segunda-feira em Lisboa, a fim de acompanhar o ciclo de conferências da primavera que o Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), a exposição junta um conjunto de imagens do território capturadas entre 2010 e 2018, os anos em que Marisa Gaspar esteve em Macau a fazer trabalho de campo para a sua investigação. “Sou amadora e não tenho pretensões de ser outra coisa”, adiantou ao HM. “Esta é uma visão muito minha sobre a cidade e as suas vivências. O título da exposição ‘Macau em contrastes’ traduz muito isso, a minha experiência pessoal à medida que ia descobrindo a cidade”, adiantou. A mostra conta com curadoria de Rui Dantas, director do Museu de Macau associado ao CCCM, e da Fundação Casa de Macau, em Lisboa. “São imagens de lugares e não de pessoas. É uma visão sobre a cidade e não tanto sobre a comunidade macaense ou coisas concretas do meu trabalho. É uma viagem pela minha descoberta de Macau ao longo dos anos”, contou. Marisa Gaspar deparou-se, em 2010, “com vários pedaços” que depois se foram “descobrindo numa malha urbana”. “Houve uma mudança na configuração física da cidade e é isso que a exposição retrata. Macau é muito fotogénica e é natural que as pessoas a fotografem muito e que existam muitos pontos de vista pessoais sobre esse espaço. Não são as fotografias mais bonitas de Macau, mas são as fotografias reais”, frisou. Depois do CCCM, Marisa Gaspar pretende levar a exposição para outras paragens. Investigação suspensa Marisa Gaspar, investigadora no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade de Lisboa, está neste momento com um projecto de pós-doutoramento suspenso devido às restrições impostas pelas autoridades de Macau no âmbito da pandemia, que a impedem de viajar até ao território. Ainda assim, a académica tem alargado a pesquisa a Macau como espaço de turismo e património, sem ter apenas o foco na comunidade macaense, mas também em determinados factos históricos. “Sendo o meu objectivo o turismo, não consigo imaginar Macau sem turistas. As últimas políticas [previam] uma maior abertura de Macau ao mundo, com o desenvolvimento de várias parcerias. A ideia era uma projecção maior aos turistas internacionais. Estou apreensiva, porque tenho um projecto de investigação embargado”, confessou. Ainda assim, Marisa Gaspar destaca o facto de a comunidade se ter vindo a destacar, nos últimos anos, “como comunidade patrimonial”, tendo em conta que “a gastronomia e o patuá foram reconhecidos como património chinês e foi levada à Assembleia Popular Nacional a possibilidade de a comunidade ser considerada mais uma etnia chinesa”.
Hoje Macau EventosCURB | Escolhidos vencedores de concurso de fotografia de arquitectura Já são conhecidos os vencedores do Concurso de Fotografia de Arquitectura de Macau organizado pelo CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo. As imagens foram seleccionadas de um total de 470 fotografias a concurso. Na categoria “Open Group” [Grupo Aberto] o vencedor foi Lei Heong Ieong com uma imagem detalhada do hotel Morpheus, no Cotai, desenhado pela arquitecta, já falecida, Zaha Hadid. Na categoria “Estudantes Universitários” Kingsley Leong ficou em primeiro lugar com uma imagem a preto e branco, intitulada “The Axes”. Destaque ainda para a menção honrosa atribuída a Ho Chi Kin, que capturou a essência dos incensos dos templos tradicionais chineses. Rickson Lam foi também distinguido com uma menção honrosa ao fotografar, à noite, a estátua da deusa A-Má em contraste com os edifícios luminosos e a Torre de Macau. O prémio organizado pelo CURB destacou também os trabalhos fotográficos de estudantes do ensino secundário, sendo que a imagem vencedora é de um bairro antigo, com as suas ruelas e becos. Dylan Chan ficou em terceiro lugar com uma imagem da ponte Sai Van iluminada à noite. A cerimónia da entrega dos prémios acontece este sábado.
Andreia Sofia Silva EventosFotografia | “Matéria Escura”, de Francisco Ricarte, a partir de amanhã na Macau Art Garden “Dark Matter” [Matéria Escura] é o nome da nova exposição de fotografia do arquitecto Francisco Ricarte que abre amanhã na galeria Macau Art Garden. Com curadoria de Alice Kok, a mostra apresenta uma série de imagens captadas nos trilhos de Coloane que representam a sensação de isolamento e de incapacidade de fuga A sensação de isolamento e de incapacidade de viajar para lugares outrora tão acessíveis, como Hong Kong ou Zhuhai, é o tema central da nova exposição de fotografia do arquitecto Francisco Ricarte. “Dark Matter” [Matéria Escura] abre portas amanhã na galeria do Macau Art Garden e pode ser visitada até 11 de Abril. A curadoria está a cargo de Alice Kok. A mostra consiste numa série de 12 fotografias recolhidas nos trilhos de Coloane, um lugar que representa para Francisco Ricarte um “refúgio” e de onde é possível avistar cidades que estão tão próximas de Macau, mas, ao mesmo tempo, tão distantes, graças às medidas impostas pelas autoridades no combate à pandemia. “Este é um conjunto de fotografias que me deu muito gosto. Foram tiradas em Janeiro e Fevereiro de 2021. Graças à pandemia, os trilhos de Coloane adquiriram um outro significado para quem vive em Macau”, contou Francisco Ricarte ao HM. “De repente, vimo-nos confrontados com a existência de uma barreira que nos impede de usufruir de outros espaços. Comecei a entender que existia um mundo lá fora, por oposição ao mundo cá dentro. Nos trilhos de Coloane olhamos para esses territórios próximos com a perspectiva de que não é possível lá chegar, quase como era a realidade de Macau há cerca de 50 anos, ou seja, uma verdadeira ilha com comunicações limitadas.” Francisco Ricarte confessa que, quando fez este trabalho, tinha “uma alma mais carregada”, que ainda hoje se mantém. “Coloane tem sido sempre um sítio de refúgio, quase como um ponto de contraste à híper densidade que a cidade contém. É um sítio onde o ambiente natural, os trilhos e praias nos permitem um reencontro com a natureza. O que traduzo com estas fotografias é uma carga excessiva num contraste com a natureza, moldada por qualquer coisa que não vimos, mas sentimos.” Tons escuros Habituado a apresentar ao público imagens mais urbanas, Francisco Ricarte enveredou agora por diferentes perspectivas fotográficas, onde é dado maior relevo ao que é perceptível, em oposição ao de facto se vê na imagem. “É mais importante o sentimento que emana destas fotos do que a visão de determinados objectos”, explicou, acrescentando que as imagens evocam “uma matéria escura, que não se percebe de imediato o que é”. “As fotografias traduzem essa percepção de qualquer coisa que nos carrega e que ainda está a moldar-nos a percepção do espaço e de Macau, e do modo como o utilizamos. O que tentei traduzir visualmente foi o recurso ao escuro, ao que é apenas percebido, mas não visto”, adiantou. Os tons “bastante carregados”, quase sempre a preto e branco, fazem parte do imaginário fotográfico do arquitecto. “Aqui continuo com essa expressividade que traduz um estado de espírito e uma matéria que não existem fisicamente, mas que são perceptíveis. Neste caso é a situação da pandemia, do isolamento e do confinamento”, rematou.
Hoje Macau EventosArquitectos de língua portuguesa lançam segunda edição de concurso de fotografia O Conselho Internacional dos Arquitectos de Língua Portuguesa (CIALP) lançou, após três anos de interregno, a segunda edição de um concurso de fotografia, para arquitetos e estudantes, dedicada ao tema “Ser Sustentável no Espaço Lusófono”, foi anunciado. Em comunicado, o CIALP sublinha que o concurso é este ano um “duplo desafio de reflexão sobre os conceitos de sustentabilidade e de lusofonia”. A sustentabilidade, “de tão obviamente necessária à vida, à nossa e à das coisas, parece muitas vezes ser quase esquecida”, lamentou o conselho. A arquitectura “tem um papel fundamental” na procura das soluções “para os muitos problemas com que a humanidade está confrontada”, disse o CIALP. As inscrições estão abertas até 17 de março, sendo que os premiados serão anunciados durante o mês de abril. O júri inclui arquitetos de Angola, Brasil, Macau, Moçambique e Portugal. Os autores da melhor fotografia nas duas categorias – arquiteto e estudante – receberão um prémio no valor de 400 euros. A imagem vencedora da categoria estudantes será ainda exposta na próxima Bienal de Jovens Criadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), cuja 10.ª edição deveria ter acontecido em julho de 2021, na cidade da Praia, capital de Cabo Verde. A primeira edição do concurso de fotografia do CIALP, organizado em 2019, recebeu 97 candidaturas. O vencedor entre os arquitetos foi o português Nuno Simão Gonçalves, com uma fotografia da Fortaleza São Sebastião, na Ilha de Moçambique. Entre os estudantes o premiado foi o brasileiro Gabriel Guerra Konrath, com uma imagem da Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre. O CIALP tem como membros as ordens ou organismos profissionais de arquitetos de Angola, Brasil, Cabo Verde, Goa, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. A organização não-governamental representa “mais de 230 mil arquitectos”, o que corresponde “a 18% dos arquitectos mundiais”, disse à Lusa em julho o presidente do CIALP, Rui Leão, arquiteto radicado em Macau. O CIALP, fundado em 1991, é uma associação de direito privado sem fins lucrativos, com sede em Lisboa, é parceiro institucional da União Internacional dos Arquitectos (UIA) e observador consultivo da CPLP.
Andreia Sofia Silva EventosFotografia | Exposição de Ricardo Meireles abre portas este sábado O arquitecto e fotógrafo Ricardo Meireles expõe, a partir de sábado, no espaço Hold On to Hope, da Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau. O público poderá ver, em “Social Distance”, uma série de fotografias de Macau, Hong Kong, Tóquio e Taiwan que servem como uma memória dos movimentos urbanos pré-pandemia, mas também dos tempos actuais de menor contacto humano Chama-se “Social Distance” [Distância Social] e é a nova exposição individual de Ricardo Meireles, fotógrafo e arquitecto que abre ao público no próximo sábado, 12, às 15h, na galeria Hold On to Hope, da Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM). Poderão ser vistas imagens não apenas de Macau mas de regiões como Hong Kong, Tóquio e Taiwan, onde impera a captura do movimento, a relação entre as pessoas no espaço urbano, mas também o contraste face aos tempos actuais, onde a pandemia ditou uma menor expressão de relações e movimentos de pessoas. Inicialmente a ARTM pretendia realizar esta exposição no ano passado, mas o tema do movimento das cidades levou Ricardo Meireles a adiar o evento e a necessitar de mais tempo para escolher as imagens que pretendia expor. Desta forma, “Social Distance” terá fotografias mais recentes mas também imagens de arquivo. Há, portanto, “uma captura do movimento e do aglomerado”, embora seja também captado “o oposto, a ideia da espera, do isolamento, a noção de que o tempo parou”. “Estas fotografias tentam abordar a ideia de um percurso mais orgânico entre as pessoas e o movimento da cidade”, disse ao HM. Um “diálogo visual” Ricardo Meireles, que não sai de Macau há dois anos, nota, na qualidade de fotógrafo, as alterações que a pandemia trouxe face à impossibilidade de capturar imagens de outras realidades. “Tive a ideia de capturar a essência do movimento de uma cidade onde, numa situação de pré-pandemia, conseguíamos absorver mais esta relação [entre pessoas] e este movimento. Há a captura destas realidades muito simples e sintéticas.” Criou-se, em “Social Distance”, um “diálogo visual” para traçar este percurso em que o tempo parece ter estagnado e as mudanças se tornaram demasiado visíveis. “ Esta exposição tem também um cariz social, uma vez que a venda das imagens irá reverter para os projectos da ARTM. A mostra está patente até ao dia 2 de Março, sendo que a galeria Hold On to Hope se situa junto à Igreja de Nossa Senhora das Dores, na povoação de Ka-Hó, Coloane.
Andreia Sofia Silva EventosFotografia | Espólio de Jorge Veiga Alves no arquivo digital do Centro Científico e Cultural de Macau As imagens e os vídeos do espólio pessoal de Jorge Veiga Alves vão passar a estar disponíveis para consulta na biblioteca digital do Centro Científico e Cultural de Macau. Foi também assinado um acordo para preservar o material capturado pela sua esposa no período em que a família viveu em Macau. O fotógrafo amador destaca o facto de muitas das suas imagens retratarem vivências que já desapareceram O Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), em Lisboa, irá disponibilizar na sua biblioteca digital o espólio fotográfico e de vídeo do fotógrafo amador Jorge Veiga Alves, economista que viveu em Macau entre 1986 e 1994. Além das fotografias relativas a esse período, o acervo inclui ainda fotografias e vídeos dos anos 2005 e 2016, bem como de alguns países asiáticos que Jorge Veiga Alves visitou com a família. O acordo não é de exclusividade com o CCCM, uma vez que algumas destas fotografias também estão disponíveis no website da Fundação Macau. De frisar que o espólio pessoal de Margarida Gomes Branco, esposa de Jorge Veiga Alves, também vai ficar disponível para consulta. “Tinha o gosto de preservar essas fotografias e a pandemia deu-me tempo para me dedicar a esse conjunto de imagens”, contou Jorge Veiga Alves ao HM. Hoje reformado, o fotógrafo amador tem publicado algumas destas fotografias nas redes sociais, tendo vindo a obter muitas reacções da parte de pessoas que viveram em Macau e não esquecem algumas vivências. Depois de criar também duas exposições digitais, em formato vídeo, Jorge Veiga Alves teve a iniciativa de contactar diversas entidades ligadas a Macau, situadas em Portugal, para que alguns planos pudessem ser desenvolvidos com o seu espólio. “Surgiu a possibilidade de uma das instituições fazer uma exposição este ano, e surgiu a proposta do CCCM, porque eles querem começar a ter uma biblioteca digital com imagens. E isso conjugou-se com a minha disponibilidade e com o facto de ter um arquivo com dezenas de fotografias e vídeos”, adiantou. Outra Macau Neste espólio podem ser encontrados retratos de uma Macau que já não existe, ou que se reconfigurou. “Tenho fotografias do que todos os portugueses fotografavam, como as danças do leão e do dragão. Às vezes andava na rua com a minha máquina fotográfica, nas horas vagas, e também fotografei outros temas e situações da realidade de Macau. Comecei a perceber que, independentemente da qualidade fotográfica, algumas imagens remetem para locais que já não existem ou que mudaram muito.” Jorge Veiga Alves considera, portanto, que este espólio tem sobretudo interesse do ponto de vista documental. Um dos exemplos de lugares em extinção é os estaleiros de Lam Mau e Lai Chi Vun, em Coloane, hoje ao abandono. “Tenho muitas imagens sobre a construção naval nos estaleiros, e essa é uma actividade que já não existe.” Mas há também lojas que desapareceram, sendo que as diferenças já são notórias mesmo em relação a 2005. O fotógrafo amador gostaria de ver contadas as histórias da diáspora portuguesa de Macau, “de como [os portugueses] viviam e interagiam com o território”, sendo esta uma história que está por contar por oposição à da diáspora macaense em Portugal, defende o também ex-trabalhador na Autoridade Monetária e Cambial de Macau. Já reformado, Jorge Veiga Alves não quer ficar por aqui no que à fotografia diz respeito. “Há outros temas que já estão a nascer e que estão relacionados com isto, como a percepção de que o tempo está a passar. Há sítios que já não são os mesmos, como ruas, lojas ou pessoas. Existem como há 20 anos, mas já são completamente diferentes.”
Andreia Sofia Silva EventosCreative Macau | Exposição colectiva de fotografia começa quinta-feira “Seeing the light in black and white” é o nome da exposição que será inaugurada na quinta-feira na Creative Macau. João Miguel Barros e Francisco Ricarte são os fotógrafos portugueses entre um colectivo que integra Rusty Fox, Tang Kuok Hou, Jason Lei e Ieong Man Pan A fotografia a preto e branco, com os seus contrastes muito próprios, é o foco principal da nova exposição que a Creative Macau inaugura na quinta-feira, e que estará patente até 19 de Fevereiro. “Seeing the light in black and white” [Vendo a luz a preto e branco] conta com trabalhos de nomes locais que já são bem conhecidos do mundo da fotografia, tal como João Miguel Barros, Francisco Ricarte e Rusty Fox, num total de seis. Ao HM, Francisco Ricarte disse que apresenta na exposição um conjunto de cinco fotografias tiradas em Shenzhen em finais de 2019. “Foram todas tiradas no mesmo local, a um edifício de arquitectura moderna que me fascinou do ponto de vista do seu conteúdo e da relação estabelecida com o interior, exterior e zonas de sombra”, contou. O fotógrafo e arquitecto optou por “um preto e branco intenso”, onde as colunas do edifício sobressaem num forte jogo de sombras. “Há fotos em que praticamente está tudo negro e apenas se vê uma parte do edifício. As suas colunas, a branco, contrastam com a envolvência de tons mais escuros e carregados.” Com estas imagens, Francisco Ricarte tentou demonstrar “como é a visão e a interpretação do ponto de vista da fotografia a preto e branco”, bem como “mostrar que é possível novas abordagens e ter uma visão interpretativa da luz quando ela não é directa”. Fotografar com estas tonalidades, ao invés da cor, “é extremamente desafiante e uma questão de sobrevalorização de determinados contrastes cromáticos”, frisou. “A cor está ausente e articula-se muito bem com determinados tipos de sentimentos e emoções”, adiantou Francisco Ricarte, que faz fotografia apenas nos tempos livres, mas que tem integrado várias exposições no território com os seus trabalhos. Uma viagem de comboio No caso de João Miguel Barros, que por norma privilegia a fotografia a preto e branco no seu trabalho, o público poderá ver imagens que integram a última edição do seu projecto Zine Photo, com o tema “Pendolino”, e que abordam “uma viagem de comboio feita entre as cidades de Lisboa e Porto, com regresso a Lisboa”. Nesse dia, João Miguel Barros capturou “um dia chuvoso e uma paisagem difusa”. Estas são imagens impressas em película fotográfica e colocadas numa caixa de luz. A opção “permite evidenciar os rastos de chuva nos vidros da janela do comboio, acentuando o dramatismo que pretendi captar com este trabalho”, contou o fotógrafo e advogado. A participação nesta mostra colectiva da Creative Macau é, para João Miguel Barros, como regressar às origens, ao lugar onde fez a sua primeira exposição individual, depois de muitos anos a trabalhar na advocacia. “Desde então já tanta coisa aconteceu, e continua a acontecer, quer na produção autoral, quer na curatorial, quer até na editorial. E só passaram cinco anos!”, referiu. A Creative Macau descreve que o trabalho dos seis fotógrafos pretendeu dar respostas à verdadeira essência da captura de imagens, e se há ou não verdade numa era em que a fotografia é bastante modificada com as novas tecnologias. Actualmente, as tonalidades e as cores do mundo que nos rodeia podem assumir novas perspectivas. “Estes seis fotógrafos apresentam a arte da fotografia com o seu estilo muito próprio. Eles criaram algo novo e original, ao manipular a natureza da imagem ou não, para ‘mostrar a verdade’”.
Andreia Sofia Silva EventosOchre Space | João Miguel Barros aposta numa galeria de fotografia em Lisboa Ainda sem data oficial de abertura, a Ochre Space, nome da galeria de fotografia fundada por João Miguel Barros na zona da Ajuda em Lisboa, começa a receber os primeiros eventos no próximo ano. A Ochre Space é composta por dois pisos cheios de imagens e livros e um lugar destinado à interacção entre fotógrafos de várias gerações Radicado em Macau desde 1987, o advogado João Miguel Barros tem investido cada vez mais na fotografia com inúmeros projectos pessoais e curadorias de exposições. O seu mais recente projecto, que vai abrir portas na zona da Ajuda, em Lisboa, é a Ochre Space, uma galeria de fotografia contemporânea que quer estabelecer uma ponte com a Ásia, mas, acima de tudo, tornar-se num ponto de interacção entre novos e experientes fotógrafos e com todos os amantes da imagem. O HM visitou este espaço composto por dois pisos que deverá ter uma livraria, um café e uma agenda de actividades com exposições e workshops. No entanto, nada está ainda definido. “Não vou abrir portas para já, talvez no Verão do ano que vem. Na parte de cima, que será pública, quero ter um ciclo de exposições regular, de conversas, de workshops. Quero criar uma dinâmica em torno da fotografia e da vídeo arte”, confessou João Miguel Barros ao HM. Abrir uma nova galeria em Lisboa era uma tarefa primordial, por ser a terra natal do advogado e fotógrafo. A capital portuguesa “tem uma grande ligação a todos os centros europeus, está perto de uma vida cultural muito intensa”. “Por outro lado, não vou ficar em Macau para sempre. Com a idade que tenho, gostava de ter um sítio que fosse mais acessível, e Lisboa é a minha terra. Macau foi uma terra que me acolheu”, disse. A Ochre Space não será apenas “uma delegação de Macau ou da China”, apostando “numa relação identitária com a Ásia em termos de projectos”. O trabalho do fotógrafo chinês Lu Nan, que já expôs em Portugal e que tem um intenso projecto fotográfico sobre doença mental na China, poderá ser a primeira mostra da Ochre Space. “Ele é uma pessoa pela qual eu tenho um enorme respeito”, confessou João Miguel Barros, que mantém uma amizade próxima com Lu Nan. Um projecto pessoal Há muito que João Miguel Barros queria fazer um projecto ligado à fotografia contemporânea chinesa. A juntar a esta vontade, começou a coleccionar, nos últimos cinco anos, centenas de livros de fotografia, essencialmente de fotógrafos asiáticos, mas não só. Nas grandes estantes, no andar de baixo, também cabem nomes como Sebastião Salgado, Josef Koudelka ou Cartier-Bresson. “Tinha este sonho de ter os livros todos juntos, porque acho que uma biblioteca não pode estar desmembrada, é como um corpo humano. Este espaço dá-me uma alegria infinita. Nesta biblioteca há uma componente asiática muito forte.” Assumindo já ter uma lista de nomes para exporem na Ochre Space, João Miguel Barros revela ter, neste ponto, uma enorme liberdade. “Vou trazer pessoas com as quais tenho uma identificação pessoal ou artística, porque este é um projecto pessoal. Não tenho interferências.” A estadia de longos anos em Macau tem permitido a João Miguel Barros vários contactos com fotógrafos e galerias chinesas. A Ochre Space pode ser, neste sentido, mais um centro de ligação entre Portugal e a Ásia, a par das instituições que, em Lisboa, desempenham esse papel numa acepção mais institucional. “Pode ser esse centro pelos livros que vamos ter à venda e pelas exposições. Queria muito fazer um intercâmbio de pessoas para trazer aqui. No futuro teremos uma videowall [parede com projecção de vídeo], pelo que a ideia é apresentar trabalhos em papel e fazer projecções de obras mais completas”, rematou.
Hoje Macau EventosFotografia | Associação Halftone promove o lançamento de livro e exposição “This is My Street” é o nome do novo projecto da associação Halftone que se dedica a mostrar o que de melhor se faz na área da fotografia, mesmo por pessoas que não são profissionais. No próximo dia 13 será lançado um livro de fotografia e inaugurada uma exposição no Hotel Artyzen, sendo esta uma iniciativa que visa angariar fundos para uma instituição local de Macau que acolhe crianças com deficiências mentais e físicas. A ideia para esta iniciativa partiu da criação de uma página no Facebook onde os interessados poderiam colocar uma foto das suas ruas, para que as pessoas pudessem partilhar o que estavam a viver nestes dois anos de pandemia. A página tem participantes oriundos de mais de 130 países e recebeu mais de sete mil fotos tiradas em 2020 e 2021. É um projecto de Macau para o mundo. Outro dos objectivos do projecto “This is My Street” é “celebrar a humanidade, resiliência e arte de partilha através de uma acção filantrópica”. Além disso, “é um projecto que também pretende falar sobre a responsabilidade social e como as empresas de Macau podem contribuir para o bem-estar da sociedade de uma forma mais eficiente e mais orientada”. Fundos com embaixadores Para o processo de recolha de fundos foram nomeados seis embaixadores de Macau que vão apadrinhar uma foto da exposição colocando-a nas suas redes sociais e apelando às para adquirir a foto com uma licitação online. Quem oferecer o montante mais elevado irá receber a foto no dia de inauguração da exposição, dia 13 de Novembro. Os embaixadores do projecto são personalidades locais de diferentes sectores da sociedade ligados ao mundo empresarial, artístico e não governamental. A mostra pode ser vista até ao dia 28 deste mês. “This is My Street” é apoiado ainda por entidades ou associações como o International Ladies Club of Macau e Zonta Club of Macau, bem como a creche Smart, gerida por esta associação.
Hoje Macau EventosIIM | Exposição com imagens de concurso dia 26 no Lou Lim Ieoc É inaugurada na próxima terça-feira, dia 26, no pavilhão Chun Chou Tong, jardim Lou Lim Ieoc, a exposição de fotografias do concurso “A Macau que eu mais amo!”, promovido pelo Instituto internacional de Macau (IIM) em parceria com a Associação de Fotografia Digital de Macau, o Clube Leo Macau Central e a Associação dos Embaixadores do Património de Macau. As imagens que integram esta exposição foram captadas pelos vencedores do concurso. Na categoria estudantes, venceram Cheong Man Hou, Ao Wai Ieng e Wang Jun Jing, enquanto que na categoria geral foram premiadas as fotografias de Cheong Chi Fong, Lei Heong Ieong e Lei Wai Leong. Além disso, foi atribuída uma menção honrosa a uma dezena de obras, tendo sido também entregue um prémio especial a sócio da Associação de Fotografia Digital de Macau. Esta mostra estará patente até ao dia 30 deste mês. Segundo um comunicado do IIM, o concurso contou com “uma participação significativa de jovens estudantes e do público”, tendo recebido mais de 222 imagens.
Andreia Sofia Silva EventosFOLIO | Exposição de Rosa Coutinho Cabral e Carlos Morais José em Óbidos “Visto com os pés, escrito com os olhos” é o nome da exposição de rua que integra a edição deste ano do FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos, e que conta com fotografias de Rosa Coutinho Cabral e textos de Carlos Morais José. As imagens foram capturadas na Rua Direita, em Óbidos, e remetem para outras perspectivas da realidade Serão poucas as vezes que olhamos para baixo e encaramos as coisas sob a perspectiva dos nossos pés, ignorando o que os nossos olhos vêem. Foi com este pensamento que a realizadora e encenadora Rosa Coutinho Cabral fotografou pedaços da Rua Direita, em Óbidos, imagens que podem agora ser vistas na rua principal da histórica vila portuguesa, numa exposição que integra a edição deste ano do Festival Literário Internacional de Óbidos (FOLIO) ontem inaugurada. Carlos Morais José, director do HM e escritor, é o autor dos textos que acompanham as imagens. “Os textos não são explicativos mas sim alusivos às imagens que a Rosa captou, acrescentam coisas que não estão nas imagens mas que se podem imaginar a partir delas ou que se podem ver num outro plano. Quer seja um plano do realmente visível, ou um plano simbólico e imaginário”, referiu ao HM. As imagens foram captadas na última edição do FOLIO, conforme contou Rosa Coutinho Cabral ao HM. “Fiquei atraída pelas texturas quase pictóricas das paredes, os restos e as marcas dos equipamentos, como caixas de electricidade e bueiros, as faixas de azul anil e amarelo. São marcas que conferem à Rua Direita de Óbidos uma fisionomia particular mas que é praticamente invisível aos olhos, porque está ao nível dos pés.” A cineasta e encenadora descreve que, nesta exposição, “como em tudo na arte, não há uma mensagem em particular”, mas sim “uma forma de abordar o real ou aquilo que nos rodeia”. “Eu tive essa vontade de, de certa maneira, tornar visível uma matéria que é bastante invisível”, apontou. Esta mostra nasceu também graças ao apoio da editora portuguesa Ler Devagar. Foi a própria Rosa Coutinho Cabral que convidou Carlos Morais José para a elaboração dos textos, dando continuidade a uma colaboração antiga. “Pareceu-me, quando estava a fotografar, que seria muito interessante ter temas que não coincidissem com o que se via, mas com o que não se vê ao nível dos olhos”, afirmou. O lugar do outro A edição deste ano do FOLIO tem como tema “O Outro” e esta mostra pretende, aliás, ser o reflexo de isso mesmo, criando outras perspectivas. Até porque, como escreve Carlos Morais José a propósito da mostra, “em cada lugar há uma outra imagem”. “A ideia que ficou desta experiência de escrita e de fotografia é que, de alguma maneira, cada uma das imagens é um outro a partir do outro, são experiências de produção artística e literária. Não só aquilo que se vê a partir dos pés é uma outra forma de ver, é um outro olhar, e depois há uma parte invisível que vem das próprias palavras”, disse a autora das imagens. Acima de tudo, Rosa Coutinho Cabral diz ter ficado “muito feliz” pela aceitação do projecto e pela oportunidade de colaborar novamente com Carlos Morais José. O autor do texto acaba por ser “a outra pessoa, neste caso o meu outro, nesta proposta de alteridade entre as imagens e as palavras”. Para Carlos Morais José, é sobretudo “muito gratificante” o facto de esta mostra estar patente na rua e não num espaço expositivo fechado. Óbidos e Pessanha Muito mais do que abordar os inúmeros outros, esta exposição acaba por também estabelecer uma ligação com a relação que o poeta português Camilo Pessanha tem com a vila de Óbidos, onde viveu e trabalhou antes de ir para Macau, nos primórdios do século XX. “A memória da sua passagem pela cidade ficou registada, entre outros documentos, no poema ‘Castelo d’Óbidos’, incluído [na obra] Clepsydra. Mais recentemente, o FOLIO convidou-me, enquanto escritor de Macau, para estar presente. Este ano a nossa relação continuou. Seria interessante manter esta ligação entre as duas cidades, os seus escritores e talvez entre os seus festivais literários”, adiantou Carlos Morais José. A mostra “Visto com os pés, escrito com os olhos” está patente até 24 de Outubro. Portas abertas O FOLIO começou ontem e promete dar ao público 11 dias de literatura, música e arte com a presença de 175 autores e escritores. Esta edição marca o regresso do FOLIO aos eventos presenciais depois da pandemia, com um programa que inclui 160 actividades e 16 mesas de autor e debates, além de outras iniciativas. A título de exemplo, a conversa de ontem juntou autores como Leïla Slimani e Juan Gabriel Vasquez e foi o ponto de partida para as mesas por onde passarão Isabel Lucas, Itamar Vieira Júnior, Jeferson Tenório, Paulo Scott, Fernando Rosas, Lilia Schwarcz e Richard Zimler. A escritora chinesa Jung Chang também estará presente, juntamente com autores como Mário Lúcio, Mário de Carvalho, Alberto Manguel, Pedro Mexia, Ricardo Araújo Pereira, Dulce Maria Cardoso, João Paulo Borges Coelho, Ana Margarida de Carvalho, Ana Luísa Amaral, Amália Bautista e Tatiana Levy, entre outros. O tema da edição deste ano é “O Outro”, com a inclusão de uma novidade: a banda desenhada. O programa celebra também a obra do escultor José Aurélio e os 50 anos da galeria Ogiva, em Óbidos, da qual foi fundador.
Pedro Arede EventosFRC | Fotografia aérea em exposição a partir de segunda-feira Em conjunto com a Associação de Fotografia Aérea de Macau, a Fundação Rui Cunha (FRC) organiza a partir da próxima segunda-feira uma mostra fotográfica dedicada a imagens captadas por drones, pelos céus de Macau e outras cidades da Região da Grande Baía. A iniciativa conta, no total, com 36 fotografias captadas por 17 membros amadores da associação que enveredaram por este tipo de imagens para promover o “desenvolvimento da arte e tecnologia da fotografia aérea”. “O desafio é promover o desenvolvimento da arte e tecnologia da fotografia aérea, e criar uma plataforma de comunicação e de intercâmbio artístico e cultural para a impulsionar um interesse crescente nesta actividade”, pode ler-se na nota oficial da exposição. Também na segunda-feira, pelas 16h00, será realizada uma palestra em cantonês, sobre o tema “Como fazer fotografia aérea popular e segura”. O evento conta com os oradores Andre Hong e Eric Ho e pretende ser uma plataforma de partilha de experiências e conhecimentos, não só sobre as técnicas de fotografia aérea, mas também os regulamentos em vigor em Macau e nos territórios vizinhos afectos à utilização de drones. “Macau é uma plataforma de intercâmbio cultural entre a China e o Ocidente. É também membro da Região da Grande Baía, onde muitos entusiastas de fotografia aérea costumam morar e viajar. Esperamos que, por meio desta exposição, mais cidadãos e turistas possam entender e vivenciar as características e belezas de cada uma destas cidades”, revela a Associação Fotografia Aérea de Macau. A exposição pode ser vista na FRC até ao próximo dia 14 de Setembro. A entrada é livre.
Hoje Macau EventosExposição de fotografias assinala em Macau 100 anos do Partido Comunista Chinês Uma exposição de quase 300 fotografias é inaugurada, na quarta-feira, em Macau para dar a “conhecer mais profundamente” o Partido Comunista da China (PCC), no 100.º aniversário da sua fundação, em Julho. As 298 fotografias patentes “mostram o caminho que a nação chinesa percorreu (…) para dar o grande salto do fortalecimento do país após longos anos de sofrimento, permitindo à sociedade de Macau conhecer mais profundamente o passado, o presente e o futuro” do PCC, indicou, em comunicado, a Fundação Macau, um dos co-organizadores. A exposição está dividida em quatro partes: “Estabelecimento do Partido Comunista da China, Obtenção da Grande Vitória na Revolução da Nova Democracia Chinesa”, “Fundação da República Popular da China, Revolução e Construção do Socialismo”, “Implementação da Reforma e Abertura, Desenvolvimento do Socialismo com Características Chinesas” e “Socialismo com Características Chinesas na Nova Era, Construção Integral de Uma Sociedade Moderadamente Abastecida, Nova Jornada da Plena Construção de Um País Socialista Moderno”, acrescentou. Promovida pelo Gabinete de Informação do Conselho de Estado da República Popular da China, pelo Governo da Região Administração Especial de Macau (RAEM) e pelo Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM, e organizada pela Fundação Macau e pela Nam Kwong União Comercial e Industrial, a exposição “Os 100 Anos do Partido Comunista da China – Exposição de Fotografias de Celebração do 100.º Aniversário do Partido Comunista da China” vai estar patente até 15 de julho, no Complexo da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Em Fevereiro, no ano do centenário da fundação do PCC, o Presidente da China anunciou que o país concluiu a “árdua tarefa” de erradicar a pobreza extrema, apontando que 98,99 milhões de pessoas saíram desta condição nos últimos oito anos. Desde que a China lançou o programa de reforma e abertura, no final de 1970, quase 800 milhões de pessoas saíram da pobreza, contribuindo assim para cerca de 70% na redução da pobreza extrema em todo o mundo, neste período. Em 2012, a China estabeleceu como meta erradicar a pobreza extrema até 2020, dez anos antes da data estabelecida pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, lançados pela ONU.
Hoje Macau EventosFotografia | Gonçalo Lobo Pinheiro lança novo livro sobre lago Tonle Sap no Cambodja O fotojornalista Gonçalo Lobo Pinheiro acaba de lançar um novo livro de fotografia. Com o nome “Tonle Sap”, a obra retrata as vivências no lago com o mesmo nome, localizado no Cambodja, e que tem uma extensão de 2.590 quilómetros quadrados. Na estação das chuvas, o lago pode atingir os 24.605 quilómetros quadrados, tornando-se, desta forma, na maior extensão de água doce da região do sudeste asiático. Gonçalo Lobo Pinheiro fotografou este local em 2015, sendo que algumas das imagens integraram a exposição colectiva “Photography Now”, que aconteceu em 2018 na Brick Lane Gallery em Londres, Inglaterra. Algumas fotografias foram também pré-seleccionadas para o Festival de Fotografia Paraty em Foco, também em 2018, e receberam menções honrosas em concursos internacionais de fotografia. O lago, que na língua khmer significa água fresca, localiza-se na planície central do país. As províncias que o rodeiam são, ao norte, Siem Reap e Kompung Thom, e ao sul Battambang, Pursat e Kompung Chinang. Desde 1997 que o lago é Reserva da Biosfera da UNESCO, fazendo parte de um grande ecossistema hídrico, o maior do sudeste asiático. O Tonle Sap é vital para a economia regional pela sua riqueza em pesca e a fertilidade das suas terras para o cultivo do arroz. Está intimamente associado ao complexo arqueológico e religioso de Angkor Wat, no qual se estende na sua área noroeste, próximo da cidade de Siem Reap, a segunda maior cidade do Camboja. A obra, com 28 páginas e fotografias a preto e branco, é editada pela Artisan Raw Books, editora brasileira.