Trabalho de alunos da UM em Congjiang pode ser visto a partir de terça-feira 

O Colégio Chao Kuang Piu, da Universidade de Macau (UM) promove, a partir da próxima terça-feira, dia 16, uma exposição que revela o trabalho voluntário que alunos da UM têm desenvolvido com alunos do ensino primário em Congjiang, província de Guizhou, na China.

A exposição, patente até ao dia 28 no Pavilhão de Exposições e Espectáculos Artísticos para Jovens, revela o voluntariado que tem vindo a ser feito desde Dezembro de 2018 numa província onde muitas das vidas dependem ainda da agricultura e onde a pobreza é uma realidade.

Os alunos da UM deram aulas na escola primária Gantuan nos meses de Verão e Inverno e a exposição irá revelar fotografias, cartas e trabalhos artísticos desenvolvidos em conjunto com a equipa. Os alunos da UM dividiram-se em grupos de quatro nas deslocações a Congjiang.

Segundo um comunicado, esta mostra tem como objectivo levar o público “a ter uma melhor compreensão dos modos de vida das crianças que crescem nas montanhas, bem como comunicar o compromisso das equipas com a mudança da vida das crianças através da educação”.

Guizhou na agenda

O combate à pobreza em Congjiang tem estado na agenda do Governo de Macau nos últimos anos. Prova disso foi um encontro ocorrido em 2018 entre o então Chefe do Executivo, Chui Sai On, e Chan Son Wui, presidente da Associação Amizade Guizhou de Macau.

Nessa reunião, foram discutidas medidas de cooperação no combate à pobreza nesta região. Chui Sai On prometeu então lançar uma série de trabalhos com vários sectores de Macau, defendendo que “ambas as regiões podem pôr em prática um contributo à política nacional de combate à pobreza”. Chan Son Wui disse que estavam a ser financiados novos projectos educativos pensados para o distrito de Guian, também em Guizhou.

A exposição pode ser visitada até ao dia 28 deste mês de terça-feira a domingo, com entrada livre no Pavilhão de Exposições e Espectáculos Artísticos para Jovens, ligado à Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude. O pavilhão pretende providenciar espaços de exibição e performance para os mais jovens, dando o apoio necessário no fomento do processo criativo.

12 Mar 2021

Exposição | Four Seasons recebe trabalhos de Tai Xiangzhou

O hotel Four Seasons acolhe, até ao dia 14 de Março, a exposição “Abode of Immortals – Tai Xiangzhou Ink Paintings”. A mostra conta com um total de 38 obras de Tai Xiangzhou, que representam “as minhas ideias criativas em torno da arte tradicional e cosmológica”, disse o artista, citado por um comunicado. “Espero que os visitantes possam fazer as suas próprias interpretações através dos meus traços e nuvens circulares”, acrescentou.

Tai Xiangzhou estudou literatura chinesa e caligrafia com os mestres Hu Gonshi e Wang Wenjun desde tenra idade. O artista concluiu ainda um doutoramento na Universidade Tsinghua sobre cosmologia e arte paisagística tradicional. No seu trabalho, Tai Xiangzhou utiliza materiais como pincéis, papel e seda para criações artísticas que combinam ciência, filosofia e arte, sempre numa exploração entre “o universo e a espiritualidade para definir a cosmologia contemporânea”.

As obras de Tai Xiangzhou focam-se muito no período da dinastia Song, em torno das representações das paisagens e da caligrafia, captando elementos da natureza como as rochas, árvores, nuvens e água. O artista chinês já protagonizou 30 exposições em todo o mundo, tendo as suas obras sido adquiridas por 22 museus e galerias de arte, tal como o Brooklyn Museum, Art Institute of Chicago e Yale University Art Gallery. A exposição tem entrada gratuita e pode ser visitada entre as 11h e 19h no espaço Grand Atelier do hotel Four Seasons, situado no sexto andar.

18 Fev 2021

Arte contemporânea | Intercâmbio entre Macau e Taiwan leva pintura e fotografia ao Museu Sun Iat Sen

Até ao final do mês, a Casa-Museu do Dr. Sun Iat Sen irá acolher a exposição “The Other Side”. A mostra inclui cerca de 50 obras de sete artistas de Macau e Taiwan, em áreas como a fotografia, ilustração, aguarela e pintura a óleo. Para a curadora e artista, Gigi Lee, o tema da exposição, resulta da vontade de, perante a pandemia, almejarmos chegar a lugares inacessíveis, mesmo aqui ao lado

 

O outro lado é muitas vezes uma questão de perspectiva, ainda para mais quando parece estar já ali. Fruto de um intercâmbio entre artistas de Macau e Taiwan, “The Other Side” é uma exposição que inclui, no total, 50 criações produzidas por sete artistas dos dois territórios. A mostra, inaugurada no primeiro dia do ano, está patente na Casa-Museu do Dr. Sun Iat Sen até ao final de Janeiro.

De acordo com a curadora da exposição, Gigi Lee, natural de Macau e uma das artistas com obras expostas no evento, a realização de “The Other Side” é uma “boa oportunidade” para expor juntamente com outros artistas de Taiwan, já que este ano ficaram impossibilitados de vir a Macau, devido às restrições que têm vindo a ser impostas, em virtude do surto de covid-19.

Quanto à escolha do tema que empresta o nome à exposição, Gigi Lee explica que pode ter um duplo significado, dado o contexto que atravessamos marcado pela pandemia, mas também relacionado com a vida depois da morte.

“O tema ‘The Other Side’ é uma ideia minha. Como no ano passado não nos conseguimos ver uns aos outros, apesar de estarmos tão perto em territórios como Macau, Taiwan e Hong Kong, tive a ideia de propor este tema. Na verdade, é o mesmo sentimento que temos quando queremos chegar a algum lugar inalcançável. Além disso, em chinês, o termo ‘The Other Side’ tem uma conotação religiosa, pois simboliza o lugar para onde se vai depois de morrer ou o momento da chegada a um local idílico”, partilhou com o HM.

A curadora refere ainda que, na prática, o “outro lado” no contexto da exposição poder simplesmente ser “o lugar onde não se pode ir” e que, mesmo estando perto, “está muito longe”.

Referindo que “todos os trabalhos expostos são bidimensionais”, Lee partilhou ainda que aqueles que visitarem nos próximos dias a Casa-Museu do Dr. Sun Iat Sen, irão deparar-se com “uma mostra completa e muito variada”, que inclui trabalhos de fotografia, pintura, aguarela, pintura a óleo, ilustrações, colagens e litografias.

“Tendo em conta os diferentes tipos de materiais utilizados na exposição, acho que é uma mostra completa, que inclui temas alegres e outros mais sérios. É também possível ver expressões diferentes ao nível da ilustração, com alguns deles a serem baseados num método de impressão tradicional. O estilo que podemos ver é muito variado”, acrescentou Lee.

Sete magníficos

Para além de Gigi Lee, estão contempladas na exposição as obras de mais três artistas locais Yolanda Kog, Cai Gou Jie e Francisco António Ricarte. Se Francisco António Ricarte participa na exposição com quatro fotografias, Yolanda Kog foi responsável por materializar nove ilustrações patentes em “The Other Side”.

De Taiwan, chegaram a Macau obras dos artistas, Leanne Chang, Lin Chun Yung e Lai Hsin-Lung. Do expólio de cerca de 30 peças de Taiwan que pode ser visto até 31 de Janeiro, Gigi Lee destaca as 10 peças de acrílico da autoria de Lai Hsin-Lung, que se debruçam sobre a temática dos “tipos de vegetais que se podem encontrar em Taiwan”.

Lai Hsin-Lung é um artista galardoado e com uma vasta experiência, tendo já visto as suas obras expostas em Pequim, Estados Unidos, Reino Unido, Malásia, Japão e Coreia do Sul. Além disso, o artista é considerado um pioneiro sobre as teorias de arte pública, tendo publicado diversos artigos académicos sobre o tema.

6 Jan 2021

AFA | Leong Fei In e Zhang Xinjun seleccionados para intercâmbio artístico

Os artistas Leong Fei In e Zhang Xinjun apresentam uma exposição no Macau Art Garden, que cria uma história visual sobre uma ilha desconhecida e reúne também memórias de Macau. Durante este ano vão realizar uma residência artística e uma nova exposição conjunta

 

A exposição “One Plus One · Macau and Overseas Artists Exchanged Exhibition: Island”, organizada pela Art For All Society (AFA), está aberta ao público até dia 27 de Janeiro no Tak Chun Macau Art Garden. É a segunda edição de um programa de intercâmbio cultural, que conta desta vez com obras da artista local Leong Fei In, e do artista Zhang Xinjun, da China Continental.

No local da exposição nasceram nove pequenas ilhas de tamanhos e formatos distintos, construídas a partir de materiais como areia de quartzo tingida e especiarias antigas. As paredes revelam agora diferentes montanhas pintadas em cores vivas, acompanhadas de algumas palavras. Durante a visita, o público pode andar entre o trabalho.

“Leong Fei In alargou o conceito de ‘ilha’ a um sentido do corpo e visão do mundo, usando dados históricos das ilhas de Macau e do Sudeste Asiático que foram afectadas durante a era náutica, como pano de fundo para criar a história visual virtual ‘ilha desconhecida’”, comunicou a AFA.

Por sua vez, Zhang Xinjun juntou imagens relacionadas com a história, paisagens e pessoas de Macau. O artista organizou assim memórias do território, que assumem forma visual de tecido, em que os traços foram feitos através de queima de incenso. Estas imagens, explica a nota da AFA, “advieram de mal-entendidos do artista sobre o território através de informação indirecta”.

Em 2019 realizou-se pela primeira vez a exposição “one plus one”, com artistas de Macau e do exterior, em Pequim. A mostra da nova edição foi inaugurada no final de 2020, e está patente ao público entre as 11h e 19h, de segunda a sábado.

Tempo para criar

Ao longo de 2021, os dois artistas seleccionados vão realizar residências artísticas em Macau e uma nova exposição conjunta numa galeria local. O “One Plus One” é um programa de intercâmbio cultural, que pretende fortalecer as trocas artísticas e culturais entre Macau e artistas do exterior. Neste âmbito, a cada dois anos, a AFA seleciona um artista em representação de Macau e outro do exterior, cooperando com institutos artísticos da China Continental, Hong Kong ou do estrangeiro para organizar uma exposição conjunta.

Desta vez, foram Leong Fei In e Zhang Xinjun os eleitos. “Através deste projecto, a AFA espera trazer mais estímulos externos aos artistas [locais], dando-lhes uma oportunidade de ganharem mais experiências fora de Macau e obterem uma experiência criativa numa cena artística mais ampla”, indicou a entidade.

A artista Leong Fei In concluiu o mestrado em Artes Visuais na University of the Arts London, em 2016. O seu trabalho abrange técnicas como gravuras, livros, esculturas de papel e instalações, através das quais explora temas como espaço, memória e tensão. As exposições a solo incluem “In between”, em Kyoto no ano de 2017, ou “The Weight of Context” na AFA, em 2018.

O artista Zhang Xinjun nasceu em Zhengzhou, Henan. Terminou a formação na Academia de Belas Artes de Sichuan em 2005, e na Academia Central de Belas Artes em 2009. “Mine”, na Alemanha, ou “Hou Zhairen not surnamed Hou”, em Pequim, são exemplos de exposições a solo.

4 Jan 2021

Pintura | Exposição individual de Sylviye Lei inaugurada em Pequim no sábado

Ainda sem entrar na pintura abstracta, as obras de Sylviye Lei revelam linhas invertidas e mais cores quentes e frias para expressar profundidade. No sábado é inaugurada a sua nova exposição a solo, em Pequim

 

[dropcap]S[/dropcap]ylviye Lei vai ter uma exibição a solo em Pequim. Intitulada “Modo Subjuntivo: Exposição Individual de Sylviye Lei”, a mostra é inaugurada às 16h de sábado, no zapbeijing. Depois de um período de transição, o artista de Macau desenvolveu a série “Dimensional”, que já não tem um elemento específico e cujo trabalho é mais difícil de reconhecer, apesar de não entrar no campo do abstracto. A sua pintura a óleo envolve mais linhas justapostas e invertidas, enquanto as bordas são definidas pelos contornos, descreve um comunicado da Art for All Society (AFA).

A luz mantém-se como o tema do artista, mas a arquitectura torna-se a estrutura do mundo dimensional, e “uma nova vida diária é a reversão, distorção, paralelo e intersecção do mundo dimensional”. “Lei ainda está atento aos detalhes da luz, que define o ritmo do mundo. Na série Dimensional, Lei aposta mais nas cores quentes e frias para expressar emoções e profundidade”, diz a nota.

O artista recorre a cores etéreas para produzir pinturas abstractas que pretendem abordar a natureza da realidade virtual no contexto social contemporâneo. “Através da repetição, o artista apresenta o que aparentemente é monótono como uma crítica à forma como as pessoas vivem na sociedade contemporânea”, é descrito. A exposição, sob a curadoria de Zha Ba, fica patente ao público até 22 de Dezembro.

Linha de continuidade

Lei nasceu em Macau em 1986, estudou na Academia de Belas Artes de Guangzhou e actualmente vive no território. Entre 2011 e 2014 o seu trabalho deu origem à série “Echo”, em que a luz e sombra da arquitectura eram representadas através da separação de preto e branco, com uma cor de destaque a acompanhar a trajectória da luz que percorria a pintura. “Com esta luz branca, pode-se deduzir a estrutura básica de um edifício. As bordas das faixas de luz são delicadas cores gradientes, que podem mostrar os traços de luz movendo-se gradualmente na superfície e em diferentes ângulos, com os quais também se pode deduzir a textura do edifício”, diz a nota.

Nos últimos anos, Sylviye Lei teve uma exposição a solo em Macau intitulada “Ver o invisível” e outra em Portugal sob o nome “Sequência dimensional”, além de várias mostras colectivas.

24 Nov 2020

Exposição | Doca dos Pescadores reúne arte inspirada em Portugal

Até ao fim deste mês, a Galeria Lisboa, na Doca dos Pescadores, exibe a exposição “The Explicit Charm of Portugal”, o resultado de uma visita de artistas de Macau a terras lusas no ano passado. A mostra consiste num conjunto de 64 obras que reflectem paisagens portuguesas interpretadas pela visão artística de 41 criadores locais

 

[dropcap]S[/dropcap]e estiver com saudades de Portugal, a Galeria Lisboa, na Doca dos Pescadores, tem patente uma exposição de pintura que é uma visita guiada pelo imaginário e as paisagens portuguesas. “The Explicit Charm of Portugal”, patente até ao final deste mês, reúne 64 trabalhos de 41 artistas locais que se expressaram de formas tão diversas como a aguarela, óleo, acrílico, caligrafia, esboços e pintura tradicional chinesa.

A exposição resultou do convite do Escritório da RAEM em Portugal e do Instituto Cultural à Sociedade de Arte de Macau, associação com 64 anos de actividade, para uma visita de artistas locais a Portugal com o objectivo de inspirar retratos de paisagens de cidades portuguesas. A ideia é transmitir uma espécie de abraço cultural entre a região e Portugal para comemorar o 20º aniversário da RAEM.

Os trabalhos consistem em interpretações artísticas de locais tão emblemáticos como o Castelo de São Jorge, em Lisboa, o Castelo dos Mouros em Sintra, a zona costeira de Cascais, o Cabo da Roca, o Santuário e Igreja de Fátima, a cidade medieval de Óbidos, a Ponte de D. Luís no Porto e a cidade universitária de Coimbra.

Entre os artistas convidados contam-se nomes conceituados como James Chu, Ung Wai Meng, Ng Wai Kin, Andre Liu e Sio In Leong e jovens criadores como Song Wei, Kay Cheong e Leong Wai Chon.

A cidade invicta foi o ponto de partida para a criação de James Chu, que se inspirou na paisagem dos bairros antigos para criar um trabalho, de técnica mista, com colagem de dourados em cima dos telhados de uma fotografia, a preto e branco, panorâmica do Porto.

Ng Wai Kin também se apaixonou pelo cenário do Porto Ribeirinho, visto de Gaia. O resultado foi uma aguarela intitulada “Love of Porto”, vincadamente geométrica, com barcos rabelos no Douro, entalados entre as traseiras de uma das mais conhecidas caves de vinho do Porto, e a ribeira que se estende cidade acima.

Sete colinas

A cidade com a luz que impressionou o realizador alemão Wim Wenders serviu de musa a alguns artistas de Macau, cujos trabalhos também estão expostos na Galeria Lisboa. Ma Kam Keong usou a tinta da China como meio para retratar Alfama e a Torre de Belém. O artista nascido em Macau, e consultor da Associação de Belas Artes de Macau, aliou a fantasmagoria da tinta da China à caligrafia para compor dois retratos intemporais da cidade.

A capital foi também fonte de inspiração para Ng Wai Kin, nomeadamente nas aguarelas “Bom dia, Lisboa”, que representa uma vista da Baixa Pombalina e do Chiado, com o Convento do Carmo e o Elevador de Santa Justa em destaque, polvilhada por pombos. O artista captou também a azáfama da Rua da Prata e do rio de gente que desagua na Praça de Figueira.

Outra visão da Baixa lisboeta que merece menção é a aguarela da autoria de Sio In Leong, pelo realismo e movimento que transpira da obra. “Eléctrico em Portugal” é um fotograma da linha do 28, o eléctrico mais popular de Lisboa, de passagem pela Baixa a subir a encosta para a Sé.

Ung Wai Meng é outro dos nomes cimeiros da mostra, através de três trabalhos de desenho com lápis, com particular destaque para o retrato de Évora e Braga.

Mas nem só de paisagens citadinas vive “The Explicit Charm of Portugal”, com paisagens bucólicas da Serra de Sintra e Cabo da Roca, por exemplo.

20 Mai 2020

UCCLA | Mostra de arte contemporânea celebra relações entre China, Macau e Portugal 

É inaugurada a 30 de Outubro a exposição “O Fio Invisível – Arte Contemporânea Portugal – Macau – China”, com curadoria de Carolina Quintela e iniciativa da UCCLA – União das Cidades Capitais da Língua Portuguesa. Artistas de Macau como Rui Rasquinho, José Drummond, Wong Ka Long ou Mio Pang Fei vão apresentar as suas obras

 
[dropcap]H[/dropcap]á uma lenda chinesa, transmitida pelos japoneses ao mundo ocidental, que nos conta que, quando nascem duas pessoas, elas ficam para sempre ligadas graças a um fio vermelho invisível que é atado nos seus tornozelos por um deus e que une estas pessoas para sempre. Esta crença constitui o mote para a exposição “Fio Invisível. Arte Contemporânea Portugal – Macau – China”, que é inaugurada a 30 de Outubro e que estará patente até 20 de Janeiro do próximo ano. A mostra é uma iniciativa da UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa e conta com curadoria de Carolina Quintela.
Ao HM, a curadora explicou que as obras dos 14 artistas escolhidos pretendem relembrar a comemoração dos 40 anos de relações diplomáticas entre Portugal e a China, bem como os 20 anos da transferência de Macau para a China.
“O fio invisível, e a crença chinesa, é quase uma aproximação à questão do fado português e ao prenúncio de algo que vai acontecer. Em relação aos artistas que escolhi, e às pessoas que trabalham neste projecto, é quase como se todos nos encontrássemos neste momento perpetuando esse mesmo fio, que se estica, enrola, mas que nunca se rompe.”
De entre os 14 artistas escolhidos, destaque para nomes ligados a Macau, como é o caso de Rui Rasquinho, José Drummond, Mio Pang Fei ou Wong Ka Long. Além de artistas chineses, Carolina Quintela teve ainda a preocupação de escolher autores portugueses que, não vivendo em Macau ou na China, possuem uma forte ligação aos dois territórios, como é o caso de José Maçãs de Carvalho ou Nuno Cera, entre outros.

Obras multidisciplinares

Carolina Quintela aponta o facto de a exposição organizada pela UCCLA conter obras de vários estilos, que vão desde a fotografia à pintura ou à instalação.
“Esta exposição é pensada para homenagear estas ligações entre os dois países sempre neste confronto entre o olhar ocidental sobre o oriente e vice-versa. As várias obras vão desde a fotografia, pintura ou instalação, pensando sempre nesse olhar crítico e contemporâneo sobre essa relação, sobre a forma como ela se mantém e o que mudou.”
A curadora frisa o trabalho de Wong Ka Long na ligação que faz ao 25 de Abril de 1974, quando se deu a queda do Estado Novo em Portugal. “É um artista de Macau com uma relação muito próxima a Portugal. O seu trabalho mostra capacetes de guerra pintados a óleo, quase a fazer-nos lembrar a porcelana chinesa, mas a imagem que vemos são cravos, o símbolo da liberdade em Portugal.”
O trabalho de Mio Pang Fei está inserido nesta mostra graças à parceria com a Fundação Oriente, que cedeu uma das suas obras. “Mio Pang Fei é um artista muito importante da China que faz uma pintura que nos lembra a estética do Ocidente. Com pinceladas muito abstractas acaba por fazer aqui uma representação do que é a pintura contemporânea na China, fugindo dos cânones chineses”, destaca Carolina Quintela.
Num plano oposto está Rui Rasquinho, aponta a curadora, por ser um artista “que tem um trabalho super delicado em papel, com uns cadernos e livros articulados que se estendem e que têm esse lado tridimensional, como qualquer coisa que se vai descobrindo”. “O desenho super delicado com aspectos figurativos acaba por ser descoberto com o tempo em que vemos a obra, que parece muitas das vezes oriental”, acrescentou.
A curadora referiu ainda o trabalho do fotógrafo português António Júlio Duarte, que esteve em Macau em 1999 aquando das cerimónias da transferência de soberania. As suas imagens surgem expostas ao lado da obra de Nuno Cera, com o objectivo de estabelecer um paralelismo temporal.
“É curioso ver essas fotografias lado a lado para ver que há coisas que mudaram e outras não”, disse a curadora, que lembra ainda outras obras presentes nesta mostra que nos revelam “o impacto da abertura da China ao Ocidente e do desenvolvimento económico e social”.
“António Júlio Duarte tem muitas fotografias sobre Macau, sempre quadradas, o que na cultura chinesa é um símbolo de estabilidade. Na década de 90 registou o momento antes de Macau passar para a China e fez um registo, uma encomenda da FO. Depois há as fotografias do Nuno Cera que nascem de uma residência artística em Macau e onde se vê o impacto da abertura da China e o que tinha mudado desde a entrega de Macau”, acrescentou Carolina Quintela. A exposição acontece na Casa das Galeotas, em Lisboa.

21 Out 2019

UCCLA | Mostra de arte contemporânea celebra relações entre China, Macau e Portugal 

É inaugurada a 30 de Outubro a exposição “O Fio Invisível – Arte Contemporânea Portugal – Macau – China”, com curadoria de Carolina Quintela e iniciativa da UCCLA – União das Cidades Capitais da Língua Portuguesa. Artistas de Macau como Rui Rasquinho, José Drummond, Wong Ka Long ou Mio Pang Fei vão apresentar as suas obras

 

[dropcap]H[/dropcap]á uma lenda chinesa, transmitida pelos japoneses ao mundo ocidental, que nos conta que, quando nascem duas pessoas, elas ficam para sempre ligadas graças a um fio vermelho invisível que é atado nos seus tornozelos por um deus e que une estas pessoas para sempre. Esta crença constitui o mote para a exposição “Fio Invisível. Arte Contemporânea Portugal – Macau – China”, que é inaugurada a 30 de Outubro e que estará patente até 20 de Janeiro do próximo ano. A mostra é uma iniciativa da UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa e conta com curadoria de Carolina Quintela.

Ao HM, a curadora explicou que as obras dos 14 artistas escolhidos pretendem relembrar a comemoração dos 40 anos de relações diplomáticas entre Portugal e a China, bem como os 20 anos da transferência de Macau para a China.

“O fio invisível, e a crença chinesa, é quase uma aproximação à questão do fado português e ao prenúncio de algo que vai acontecer. Em relação aos artistas que escolhi, e às pessoas que trabalham neste projecto, é quase como se todos nos encontrássemos neste momento perpetuando esse mesmo fio, que se estica, enrola, mas que nunca se rompe.”

De entre os 14 artistas escolhidos, destaque para nomes ligados a Macau, como é o caso de Rui Rasquinho, José Drummond, Mio Pang Fei ou Wong Ka Long. Além de artistas chineses, Carolina Quintela teve ainda a preocupação de escolher autores portugueses que, não vivendo em Macau ou na China, possuem uma forte ligação aos dois territórios, como é o caso de José Maçãs de Carvalho ou Nuno Cera, entre outros.

Obras multidisciplinares

Carolina Quintela aponta o facto de a exposição organizada pela UCCLA conter obras de vários estilos, que vão desde a fotografia à pintura ou à instalação.

“Esta exposição é pensada para homenagear estas ligações entre os dois países sempre neste confronto entre o olhar ocidental sobre o oriente e vice-versa. As várias obras vão desde a fotografia, pintura ou instalação, pensando sempre nesse olhar crítico e contemporâneo sobre essa relação, sobre a forma como ela se mantém e o que mudou.”

A curadora frisa o trabalho de Wong Ka Long na ligação que faz ao 25 de Abril de 1974, quando se deu a queda do Estado Novo em Portugal. “É um artista de Macau com uma relação muito próxima a Portugal. O seu trabalho mostra capacetes de guerra pintados a óleo, quase a fazer-nos lembrar a porcelana chinesa, mas a imagem que vemos são cravos, o símbolo da liberdade em Portugal.”

O trabalho de Mio Pang Fei está inserido nesta mostra graças à parceria com a Fundação Oriente, que cedeu uma das suas obras. “Mio Pang Fei é um artista muito importante da China que faz uma pintura que nos lembra a estética do Ocidente. Com pinceladas muito abstractas acaba por fazer aqui uma representação do que é a pintura contemporânea na China, fugindo dos cânones chineses”, destaca Carolina Quintela.

Num plano oposto está Rui Rasquinho, aponta a curadora, por ser um artista “que tem um trabalho super delicado em papel, com uns cadernos e livros articulados que se estendem e que têm esse lado tridimensional, como qualquer coisa que se vai descobrindo”. “O desenho super delicado com aspectos figurativos acaba por ser descoberto com o tempo em que vemos a obra, que parece muitas das vezes oriental”, acrescentou.

A curadora referiu ainda o trabalho do fotógrafo português António Júlio Duarte, que esteve em Macau em 1999 aquando das cerimónias da transferência de soberania. As suas imagens surgem expostas ao lado da obra de Nuno Cera, com o objectivo de estabelecer um paralelismo temporal.

“É curioso ver essas fotografias lado a lado para ver que há coisas que mudaram e outras não”, disse a curadora, que lembra ainda outras obras presentes nesta mostra que nos revelam “o impacto da abertura da China ao Ocidente e do desenvolvimento económico e social”.

“António Júlio Duarte tem muitas fotografias sobre Macau, sempre quadradas, o que na cultura chinesa é um símbolo de estabilidade. Na década de 90 registou o momento antes de Macau passar para a China e fez um registo, uma encomenda da FO. Depois há as fotografias do Nuno Cera que nascem de uma residência artística em Macau e onde se vê o impacto da abertura da China e o que tinha mudado desde a entrega de Macau”, acrescentou Carolina Quintela. A exposição acontece na Casa das Galeotas, em Lisboa.

21 Out 2019

Transferência de soberania | Lisboa acolhe exposição na Delegação de Macau

[dropcap]E[/dropcap]stá patente, até ao dia 27 de Dezembro, uma exposição na Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa alusiva à transferência de soberania de Macau para a China. Para esta mostra, com o nome “Recordações Memoráveis de 1999” o Arquivo de Macau disponibilizou mais de cem arquivos da colecção documental da Comissão dos Diversos Sectores de Macau para as Actividades de Celebração do Retorno de Macau à Pátria (CDMSP).

Com os arquivos, a organização espera conseguir transmitir “momentos marcantes e importantes da reunificação e reviver uma memória colectiva que há muito é apreciada”. Além disso, esta mostra pretende revisitar “os pontos cruciais dos contactos sino-portugueses”.

15 Out 2019

Transferência de soberania | Lisboa acolhe exposição na Delegação de Macau

[dropcap]E[/dropcap]stá patente, até ao dia 27 de Dezembro, uma exposição na Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa alusiva à transferência de soberania de Macau para a China. Para esta mostra, com o nome “Recordações Memoráveis de 1999” o Arquivo de Macau disponibilizou mais de cem arquivos da colecção documental da Comissão dos Diversos Sectores de Macau para as Actividades de Celebração do Retorno de Macau à Pátria (CDMSP).
Com os arquivos, a organização espera conseguir transmitir “momentos marcantes e importantes da reunificação e reviver uma memória colectiva que há muito é apreciada”. Além disso, esta mostra pretende revisitar “os pontos cruciais dos contactos sino-portugueses”.

15 Out 2019

Exposição | SJM apresenta “Art in Motion – Video art from Portugal”

[dropcap]V[/dropcap]ídeos produzidos por artistas portugueses estão em exibição, desde ontem, em diferentes espaços da Sociedade de Jogos de Macau (SJM). A exposição “Art in Motion – Video art from Portugal” integra-se numa série de sete mostras públicas que a SJM está a promover até Outubro, no âmbito de um festival de arte internacional lançado este ano pelo Governo.

Com curadoria de Paulo Corte-Real, a mostra reúne 17 peças de artistas portugueses com “diferentes formações e percursos”, mas com o traço comum de terem adoptado o vídeo “como meio de expressão” artística.

Durante o mês de Agosto, João Pombeiro, Rui Calçada Bastos e Rodrigo Oliveira vão ter vídeos da sua autoria exibidos em diferentes locais da SJM: hotel Grand Lisboa, hotel Lisboa, casino Jai Alai Oceanus e Ponte 16 (Sofitel). Com o apoio das concessionárias e subconcessionárias de jogo, o festival Arte Macau prolonga-se até Outubro e quer afirmar-se como uma nova marca cultural internacional.

2 Ago 2019

Nove obras do Mestre Wu Guanzhong até 30 de Julho no Grand Lisboa

[dropcap]A[/dropcap] exposição “Unbroken Kite String – Relação entre o Concreto e o Abstracto – Tributo a Wu Guanzhong no 100º Aniversário do seu Nascimento” é a proposta da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) para o mês de Julho no Hotel Grand Lisboa, que decorre no âmbito da iniciativa “Arte Macau”.

O centenário do Mestre Wu Guanzhong foi o mote para a apresentação de nove obras emblemáticas na sua carreira, que soube conciliar a tradicional aguarela oriental com a técnica de pintura a óleo ocidental. Tendo passado por França para estudar pintura na primeira metade do século XX, ficou conhecido pela capacidade de fundir elementos artísticos e estéticos das culturas chinesa e europeia, sem reproduzir cada uma delas, mas “reinterpretando e integrando-as na sua sabedoria e visão poética da arte”, segundo a nota de imprensa da curadoria do evento.

“Ao longo da sua vida, os temas da pintura de Wu Guanzhong’s estiveram sempre ligados à sua terra natal, Jiangnan, cujas impressões foi colhendo e registando de forma recorrente”. “A Pair of Swallows” é um desses exemplos e era também a sua tela preferida, criada em 1988. A imagem que reproduz um par de andorinhas ao longe foi, por esta razão, escolhida como a pintura de destaque desta mostra, estando exposta logo à entrada do átrio do Grand Lisboa.

As restantes oito obras podem ser vistas no 7º piso, no salão Peach Blossom, onde estão expostas as telas “Hibiscuses”, “Flower Basket After Song Masters”, “Lion Grove Garden”, “The Three Gorges of the Yangtze River”, “Sunrise in Mount. Huang”, “Mount. Yulong”, “Spring Shoots Among Bamboos” e “Lotus”, que traduzem a sua preferência pela natureza e pela força e exuberância da primavera.

Pintura Moderna

Nascido em 1919 na província chinesa de Jiangsu, o aclamado artista formou-se no National Art College de Hangzhou em 1942, seguindo para Paris em 1947 para estudar na Escola Superior de Belas Artes. Regressou à China em 1950 para ensinar em diversas instituições universitárias, com destaque para a Academia de Belas Artes da China Central e a Universidade de Tsinghua, onde partilhou a sua visão contemporânea da arte. É hoje considerado o pai da pintura moderna chinesa, tendo falecido em 2010 na cidade de Pequim.

A exposição “Tributo a Wu Guangzhong” estará patente só até ao dia 30 de Julho no Grand Lisboa. Esta é a segunda série de mostras agendada pela SJM, que começou por exibir em Junho “Coin du Jardin by Paul Gauguin” e estreará, durante o mês de Agosto, “Visions of Chinese Tradition – Chinese Lacquer works and Art in Motion – Video Art from Portugal”.

9 Jul 2019

Exposição | Aguarelas no MAM a partir de sexta-feira

[dropcap]O[/dropcap]Museu de Arte de Macau (MAM) acolhe, a partir de sexta-feira, a exposição “Deambular e Sentir”, que reúne um conjunto de 32 aguarelas paisagísticas do pintor contemporâneo de Macau Lai Ieng. A mostra, de entrada livre, a inaugurar pelas 18h30, vai estar patente no MAM até ao próximo dia 16 de Junho.

Em comunicado, o Instituto Cultural (IC) afirma esperar que, “seguindo os percursos do desenho do artista e das suas observações e pincelas subtis, os visitantes possam descobrir a beleza dos recônditos cénicos de Macau e o encanto da vida local”. Com cores vivas e quentes, as pinturas de Lai Ieng retratam edifícios característicos nas ruas e travessas do Centro Histórico de Macau, como a Calçada do Lilau, a Rua dos Mercadores, a Rua dos Ervanários e a Calçada do Monte, “apresentando paisagens diárias negligenciadas, mas indispensáveis, ​​nas suas aguarelas”, destaca o IC na mesma nota de imprensa.

Desde que foi introduzida em Macau, a aguarela ocidental tem sido um meio de expressão preferido pelos artistas locais. Pintores de diferentes períodos deixaram excelentes obras que influenciaram as gerações posteriores, com Lai Ieng a surgir entre os contemporâneos mais influentes de Macau.

Nascido em Macau em 1949, Lai Ieng começou a estudar aguarela na década de 1970 sob a influência dos artistas de Macau Lok Cheong, Tam Chi Sang e Cheong Io Sang, tendo estudado pintura com o aguarelista Wang Zhaomin nos anos 1980. Em 2008, Lai Ieng foi agraciado pelo Governo com a Medalha de Mérito da Cultura.

20 Mar 2019

Fotografia | Exposição de João Miguel Barros inaugura a 12 de Abril

[dropcap]“[/dropcap]Photo-metragens”, exposição de fotografias de João Miguel Barros, vai ser inaugurada no próximo dia 12 de Abril, pelas 18h30, anunciou ontem o Instituto Cultural em comunicado. A mostra, que reúne 12 ‘short stories’, todas elas independentes entre si, vai estar patente no Centro de Arte Contemporânea de Macau – Oficinas Navais n.º1, até 2 de Junho. A exposição “faz parte de um roteiro pré-concebido que assume o propósito de revelar estórias simples a partir do quase nada, às vezes de coisa pouca, numa lógica que contraria a ideia feita de que só os momentos decisivos têm a dignidade de serem contados”, realça o IC.

20 Mar 2019

Entrevista | Vasco Morão, artista

“Remember Hong Kong” é o nome da exposição de Vasco Morão, artista português radicado em Barcelona, patente no Art & Culture Outreach, em Wan Chai, até 24 de Março. Em discurso directo, o desenhador explica o fascínio que sente por paisagens urbanas e a forma como transforma memórias de cidades em arte

[dropcap]A[/dropcap]ntes de mais, como é que Hong Kong surgiu no seu caminho enquanto artista?
Há cinco anos, durante uma viagem de seis meses pela Ásia (Indonésia, Singapura, Vietnam, Japão), decidi passar por Hong Kong antes de voar para o Japão. Estive apenas seis dias, mas foi o suficiente para ficar fascinado. Passei os dias percorrendo as ruas da cidade e recolhi imensas referências fotográficas que guardei durante algum tempo. Quando no final do ano passado surgiu a oportunidade de voltar em Março a Osaka e Tóquio, para uma série de residências artísticas, quis imediatamente colocar também Hong Kong na rota. Isso levou-me a revisitar as fotografias de Hong Kong e criar uma série de desenhos na minha experiência pessoal de locais específicos da cidade. Achei que faria todo o sentido expor estes trabalhos sobre Hong Kong numa galeria da cidade. Após alguns contactos foi-me sugerido a ACO (Art and Culture Outreach), uma galeria em Wan Chai. Será a minha primeira exposição aqui.

Porquê captar a paisagem urbanística de Hong Kong? O que lhe despertou mais interesse?
Para mim, Hong Kong é simplesmente fascinante. A densidade e sobretudo a variedade de escalas, tipologias, fachadas, materiais, janelas, neons, estruturas, caixas de ar condicionado, etc. O contraste e proximidade entre os edifícios mais recentes e os mais antigos resulta em perspectivas quase surreais. É uma paisagem urbana vibrante e particularmente intensa que intriga e atrai desde o primeiro momento.

Porque o nome “Remember”? Que memórias pretende transmitir, ou captar?
O nome da exposição remete para o facto do trabalho estar baseado nas minhas memórias destes locais específicos que guardei da minha primeira visita. Não é uma memória fotográfica, mas sim uma memória fragmentada, distorcida e pessoal, mas ainda assim reconhecível.

Fale-me um pouco das obras que vão estar expostas em Hong Kong e nos materiais que decidiu usar.
As obras falam de locais específicos com que tive uma relação emocional. Onde, por momentos, parei e olhei. Todas as peças têm o mesmo formato e técnica. Desenho à mão com caneta negra e aguarela em papel. Para desenhar memórias pensei que isso implica usar uma técnica que quebrasse com o controle absoluto que costumo ter com o meu trabalho. As manchas em aguarelas dão-me um ponto de partida muito mais fluído para ir entrelaçando os diferentes fragmentos da cidade que me vou recordando.

O que captou destes “fragmentos de cidade”?
Em “Leaving Kowloon station” tinha acabado de chegar do aeroporto e queria olhar para a cidade o mais rápido possível. Por isso, ao sair da estação de metro, subi logo até à praça superior e encontrei-me no centro destes edifícios como lanças que configuram e recortam o horizonte. No trabalho “Around Chunking Mansion” foquei-me na energia da Nathan, Moody e Middle Road, o contraste das fachadas, as diferentes escalas e tantos detalhes e pormenores que se misturam num turbilhão de fragmentos. “Walking through Hoi Ting Road” aconteceu quase por acidente. Cheguei a esta parte da cidade por acaso, à procura de uma casa de chás que me tinha sido recomendada. Nesta zona recente de Kowloon, o ritmo das diferentes torres marca diferentes cadências que os olhos seguem até ao céu. Para “Looking at Yick Cheong building”, local bastante referenciado online, achei muito interessante a repetição do mesmo elemento (varanda coberta de janelas) com pequenas variações de tamanho, caixilharias, caixas de ar condicionados que configuram o pátio interior.

O que mais o fascina nas paisagens urbanas? Quando percebeu que seria o urbanismo a área central do seu trabalho?
As paisagens urbanas fascinam-me pelo seu carácter infinito e que encaixa perfeitamente com o meu estilo obsessivo de desenho. Estudei e trabalhei como arquitecto antes de ter uma carreira artística. Isso foi importante para ter entendimento de como as cidades são criadas e apreço pelas diferentes morfologias da paisagem urbana. A partir desse momento, fiquei obcecado por esta coisa incrível que é uma cidade.

Reside actualmente em Barcelona, mas tem feito trabalhos sobre várias cidades. Qual o sítio que mais o fascinou e que mais o desafiou enquanto artista?
Até agora, o maior desafio foi desenhar a paisagem urbana da cidade japonesa porque é relativamente banal e genérica, mas ao mesmo tempo incrivelmente interessante. E tenho um fascínio especial pelo Japão. Para mim, é o mais parecido a viver numa realidade alternativa.

Gostaria de se embrenhar nas paisagens urbanas da China?
Claro que sim! Xangai e Pequim seriam óptimas referências.

Desenhar cidades noutras formas e moldes contribui para uma outra visão ou compreensão sobre elas?
Desenhar é para mim como olhar devagar, penso que é isso que tento comunicar. As minhas peças pedem tempo para serem decifradas. E, ao observar com cuidado, até a paisagem urbana mais monótona tem algo para dizer sobre quem ali vive, quem a desenhou ou construiu.

Já desenhou a paisagem urbana de Tóquio. Pondera explorar outros países do continente asiático?
Claro que sim. A Ásia é um continente onde regresso sempre com muito prazer. Actualmente, tento passar algum tempo nos sítios enquanto os desenho. Por exemplo, nos próximos três meses no Japão vou estar de novo a viver e desenhar Osaka e Tóquio, porque tenho residências artísticas em ambas cidades. O que me dá mais tempo e prazer para descobrir a cidade enquanto vou criando peças que falam dessas experiências. Com vantagem de no final ter a oportunidade de expor o trabalho no local onde foi criado.

Podemos esperar alguns trabalhos sobre Macau, um território tão perto de Hong Kong e com herança portuguesa?
Talvez numa outra oportunidade. Também visitei Macau há cinco anos, mas foi para rever um amigo. Não tive muito tempo para descobrir a cidade… Apenas uma tarde e noite. Precisava de passar algum tempo aí para absorver um pouco melhor toda a paisagem urbana, que conheço apenas de fotografias. Aceito sugestões e convites.

12 Mar 2019

Hong Kong | Mary Corse apresenta primeira exposição individual na Ásia

[dropcap]A[/dropcap]Pace Gallery, localizada na zona de Central, em Hong Kong, recebe entre os dias 26 de Março e 11 de Maio a primeira exposição individual no continente asiático da artista norte-americana Mary Corse.

Os trabalhos da artista focam-se sobretudo nas temáticas da percepção, propriedades da luz e abstraccionismo, todas elas abordadas na pintura “de uma forma inovadora, em que a luz serve tanto de tema como de objecto artístico”, aponta um comunicado.

Mary Corse traz para Hong Kong oito obras que nunca foram expostas anteriormente, onde cores como o branco, preto e vermelho acrílico são as protagonistas.

A artista começou a carreira em 1968, permanecendo activa nos últimos 50 anos. Começou a pintar depois de perceber como as linhas brancas na Pacific Coast Highway, estrada na Califórnia que liga São Francisco a San Diego, ficavam alteradas com as luzes dos faróis. “Traduzindo esta descoberta para a sua prática artística, Mary Corse combinou pequenos pedaços de vidro com pinturas acrílicas, tendo aproveitado a refracção da luz. Desta forma, [a artista] conseguiu criar uma luz que aparece consoante a posição da pessoa que vê a obra e o movimento à volta da pintura.”

Nascida em Berkeley, Califórnia, em 1945, Mary Corse formou-se em artes no actual California Institute of Arts em 1968. Para este ano, no Verão, está também prevista a abertura de uma nova exposição no Los Angeles County Museum of Art.

22 Fev 2019

Exposições | Armazém do Boi apresenta instalações e trabalhos em vídeo

[dropcap]A[/dropcap]s questões da identidade e tempo são o foco de duas exposições em nome individual que resultam de residências artísticas no Armazém do Boi de dois artistas com visões e mensagens compatíveis em termos conceptuais. “Go Foward, Back Again” é o conceito que une as duas exposições de Hu Yanzi e Pu Yun inaugurada hoje no espaço cultural da rua do Volong. As mostras focam-se estilisticamente em instalações, trabalhos de vídeo e uma performance ao vivo que se realiza hoje às 19h.

 

 

 

1 Fev 2019

Arquivo Histórico Ultramarino, em Lisboa, faz exposição que é grande montra do seu trabalho

[dropcap]A[/dropcap] exposição sobre obras públicas em Angola e Moçambique, no período colonial, que é inaugurada hoje, em Lisboa, “é uma grande montra do trabalho que faz o Arquivo Histórico Ultramarino”, disse a directora desta entidade.

Ana Canas, directora do Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), falava à agência Lusa a propósito da exposição “Colonizando África: Relatórios das Obras Públicas em Angola e Moçambique (1875-1975)”, coordenada pela arquitecta Ana Vaz Milheiro, e que é inaugurada na quinta-feira.

“Desde a transição da tutela do AHU – do Instituto de Investigação Científica Tropical para a Direcção-Geral do Livro, Bibliotecas e Arquivos (DGLAB), em Agosto de 2015 -, o AHU faz esta primeira exposição que permite mostrar o tipo de documentação que tem, neste caso, sobretudo relacionada com as obras públicas nas antigas colónias portuguesas, incidindo em Angola e Moçambique”, disse Ana Canas.

A responsável referiu à Lusa que, no âmbito do projecto “Coast to Coast”, que estuda a paisagem colonial e pós-colonial nos domínios da arquitectura, infra-estruturas e cidades, “tem-se tratado [arquivisticamente] documentação relativa às obras públicas em todos os espaços que estiveram sob administração portuguesa, entre meados do século XIX e a década de 1930”.

Ana Canas afirmou que, a partir deste tratamento arquivístico, “os instrumentos de pesquisa vão ser disponibilizados através da base de dados arquivística da DGLAB-AHU”, referindo que o projecto foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), apresentado pelo ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa.

A directora sublinhou que a “boa relação” entre as diferentes instituições, no “sentido de se descrever e tratar [a documentação], permite não só dar acesso aos investigadores como ao público em geral”.

“Aproveitou-se esta parceria, em que participam investigadores muito ligados à área da arquitectura, que precisavam de aceder a documentação, que não estava ainda identificada e descrita, e que permite que documentação sobre infra-estruturas diversas, portos, caminhos-de-ferro, edifícios públicos, etc., passe a ficar disponibilizada para todos”, explicou Ana Canas.

A exposição, que vai estar patente até 18 de Abril, no Palácio da Ega, à Junqueira, é inaugurada quando, em Lisboa, se realiza o I Congresso Internacional da Paisagem Colonial e Pós-Colonial, que começou esta quarta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian.

A mostra, salientou Ana Vaz Milheiro, a coordenadora, dá um grande enfoque à força de trabalho, “à mão de obra”, no sector das obras públicas, apresentando relatórios, mapas, gráficos e outros documentos, desde 1875, quando foi criada a Sociedade de Geografia de Lisboa, e até 1975, quando se assinalam as independências de das ex-províncias ultramarinas de Angola e Moçambique.

A arquitecta Ana Vaz Milheiro realçou o facto de as fotografias usadas na exposição “não serem de propaganda, mas as que eram usadas pelos técnicos” – a única excepção é uma fotografia da barragem das Mabubas, em Angola.

“A ideia [da exposição] é mostrar os diversos relatórios que foram produzidos [entre 1875 e 1975] pelos diversos serviços de obras públicas coloniais, e como mostram de que forma o território foi ocupado”, disse à Lusa Ana Vaz Milheiro.

A exposição faz parte de um projecto em que se mostra como o território colonial foi ocupado, do ponto de vista historiográfico. “E os nossos colegas de Angola e Moçambique fazem análises sobre este trabalho historiográfico, tentando compreender como as opções coloniais, em termos de infra-estruturação do território, se reflectem nos países, actualmente, nas opções estruturais de desenvolvimento desses Estados”, explicou Ana Milheiro.

A mostra começa de “uma forma muito visual, com imagens, de preparação do visitante para o núcleo final”, composta sobretudo por “relatórios, mapas, gráficos”.

As infra-estruturas analisadas dividem-se em três áreas: transportes (portos, ferrovias, estradas, pontes e aeroportos), assentamentos humanos, “dentro de lógicas de exploração das matérias-primas” (agrícolas e minerais), e, finalmente, a produção hidroeléctrica, “para tornar os territórios independentes do ponto de vista energético, e até, no caso de Cabora Bassa [actual Cahora Bassa, em Moçambique], numa lógica de exportação”.

Neste âmbito, explicou Ana Vaz Milheiro, “há muitos estudos que apontam para uma relação entre o que se fazia em Portugal e o que se fazia em África”.

Segundo a investigadora, muitos dos técnicos que trabalharam em África “trouxeram esse conhecimento e aplicaram-no no território português, mas também levavam os conhecimentos da engenharia, cá, e aplicavam-na nos territórios africanos”. “Havia uma grande simbiose e trocavam-se experiências”, enfatizou.

Quanto à mão de obra, “há uma população negra nos trabalhos mais duros sobre a supervisão de homens brancos, europeus, demonstrando uma segregação no trabalho”, afirmou.

“Havia trabalho compulsivo, forçado e, mais tarde, os próprios europeus, a não querem depender desse trabalho”, exigiram “a mecanização”. prosseguiu. Assim, “no final da década de 1950, vemos operários brancos a manusearem as máquinas”.

“Nas obras públicas em Angola e Moçambique não vemos nem mulheres nem crianças”, disse à Lusa Ana Milheiro.

17 Jan 2019

Fotografia | Roberto Santandreu revisita estaleiros de Lai Chi Vun

[dropcap]O[/dropcap]s estaleiros de Lai Chi Vun, o maior grupo de estaleiros navais de Macau, estão em foco numa exposição de fotografia de Roberto Santandreu que é inaugurada a 17 de Janeiro na Casa da América Latina, em Lisboa.

Intitulada “O Estaleiro”, a exposição apresenta uma proposta fotográfica com imagens marcadas pelo tempo, nas quais o autor partilha as vivências e sensações que teve ao fotografar os estaleiros abandonados de Lai Chi Vun.

Na mesma exposição, que ficará patente até 1 de Março, segundo uma nota da organização, são igualmente exibidas fotografias de frases manuscritas encontradas naquela histórica estrutura naval.

Construídos a partir da década de 1950, os Estaleiros Navais de Lai Chi Vun são o maior grupo de estaleiros navais de Macau, e considerados um dos maiores legados de património industrial da construção naval da região do sul da China.

Os estaleiros apresentam técnicas e métodos relacionados com a construção naval no final do século XIX, revelando igualmente a organização e o modo de vida da comunidade da vila de Lai Chi Vun e as influências que tiveram do sector da indústria naval.

Em 2017, o Instituto Cultural de Macau recebeu um pedido para iniciar o procedimento da classificação dos estaleiros navais, por iniciativa de um grupo local, e o projecto avançou no ano passado para ser preservado como património cultural.

Nascido em Milão, em 1948, de nacionalidade chilena, Roberto Santandreu trabalhou em Oslo e em Londres, fixando residência em Lisboa, em 1975.

14 Jan 2019

Gravura | 3.ª edição da Trienal inaugurada hoje

É hoje oficialmente inaugurada a 3.ª edição da Trienal de Gravura de Macau. O evento coincide com a entrega de prémios aos vencedores e tem lugar às 18h30 no Centro de Arte Contemporânea – Pavilhão n.º 1 das Oficinas Navais. Na mostra vão estar patentes 175 trabalhos de artistas de todo o mundo

[dropcap]A[/dropcap] cerimónia de inauguração e a entrega de prémios da 3.ª edição da Trienal de Gravura de Macau tem lugar hoje pelas 18h30, no Centro de Arte Contemporânea – Pavilhão n.º 1 das Oficinas Navais. A exposição das 175 obras seleccionadas e com assinatura de autores de todo o mundo vai também ter trabalhos na Galeria Tap Seac, na Galeria de Exposições Temporárias do IACM, na Galeria de Exposições e na Casa Nostalgia das Casas da Taipa.

De acordo com a organização, o evento que teve a sua primeira edição em 2012, “pretende promover a criação e pesquisa de obras de gravura”. O objectivo passa pela oferta de uma plataforma de “intercâmbio aprofundado entre artistas internacionais” de modo a promover o desenvolvimento desta arte no território, “promovendo assim a criatividade, a apreciação, os estudos e o progresso da arte da gravura”, aponta o Instituto Cultural (IC).

Os 175 trabalhos que vão ser exibidos vieram um pouco de todo o mundo, Da Tailândia ao Irão, da Estónia à Austrália, a organização procura, mais uma vez, a inovação sem esquecer as tradições artísticas. “As obras não reflectem apenas os estudos aprofundados de técnicas pelos artistas, mas também a combinação das novas produções, média, impressão e técnicas integradas”, aponta. No total vão ser apresentada abras vindas de 39 países e regiões, sendo que de Macau estão presentes os trabalhos de Wong Wai I e Loi Chi Fong.

A selecção foi também feita por um júri internacional composto por artistas e académicos de renome como Walter Jule, Zhang Minjie, Luckana Kunavichayanont, Kwak Namsin, Sou Pui Kun, Lin Ping e Maurice Pasternak.

 

Os premiados

O IC já apresentou os vencedores desta terceira edição. Segundo a página oficial do evento, o prémio de ouro foi dado ao polaco Lukasz Koniuszy com a obra “Estrutura habitável”, enquanto a prata e o bronze foram para a Tailândia com as obras “Vestígios das coisas dolorosas 6” de Warranutchai Kajaree e “Método das ceifeiras N.º 2” de Rattana Sudjarit, respectivamente. Foram ainda atribuídas sete menções honrosas distribuídas pelo italiano Alberto Balletti, a tailandesa Chalita Tantiwitkosol, os chineses Cao Jianhong, Lee Wen-Jye, Zuo Wei e Li Can, e a britânica Bianca Cork.

Além da exposição o evento conta ainda com a realização de um apalestra temática, amanhã entre as 10h e as 12h30, no Centro de Arte Contemporânea – Pavilhão n.º 1 das Oficinas Navais, a cargo do Professor Adjunto da Escola Superior de Artes do Instituto Politécnico de Macau, Sou Pui Kun e do Vice-Director do Comité de Arte de Gravura da Associação de Artistas da China e Professor da Academia de Arte da China, Zhang Mingjie. Para a palestra estão disponíveis 40 lugares e a entrada é livre.

4 Jan 2019

Aniversário da RAEM | Clube Militar recebe obras de 34 artistas

A terceira edição da exposição “Pontes de Encontro” é inaugurada esta quinta-feira, 20, para celebrar os 19 anos de transferência de soberania de Macau para a China. José Duarte, ligado à curadoria da mostra, afirma que o objectivo é mostrar o que de melhor e de novo se tem feito no ano que agora finda

 

[dropcap]A[/dropcap] agenda da Associação de Promoção de Eventos Culturais (APAC) encerra este ano com uma exposição que marca, ao mesmo tempo, os 19 anos de existência da RAEM. A terceira edição da mostra “Pontes de Encontro” é inaugurada esta quinta-feira, contando com obras de 34 artistas, entre eles Alexandre Marreiros, Ana Jacinto Nunes, Gu Yue, Luna Cheong e José Dores, entre outros.

José Duarte, ligado à curadoria do evento, revelou ao HM que o objectivo é mostrar os trabalhos de artistas mais consagrados, e com mais tempo de carreira, e outros que estão a dar os primeiros passos.

“Temos uma espécie de amostra daquilo que os artistas de Macau estão a fazer hoje, não só em termos de utilização de técnicas mais tradicionais, como os óleos, acrílicos ou desenho, mas também de algumas obras em meios mais contemporâneos. Temos trabalhos digitais e com outros instrumentos de desenho e pintura além dos tradicionais.”

Num comunicado, a APAC considera que o conteúdo da exposição “transmite uma forte mensagem sobre a diversidade e vitalidade das artes em Macau”, uma vez que “ela floresce ao longo de vários caminhos”.

“Pontes de Encontro” apresenta, portanto, semelhanças às anteriores edições, não se organizando “em torno de um tema, técnica ou estilo específico”. “Ela procura proporcionar um reflexo da actividade dos artistas, através de obras que são representativas das suas preocupações criativas, estéticas ou temáticas actuais”, defende a APAC.

Mais mulheres

José Duarte, economista que está também ligado à APAC, denota que, nos últimos anos, apareceram não só mais artistas como mulheres no mundo das artes.

“Há um grande número de artistas novos, de jovens que estão a tentar ter a sua vida ligada às artes, e há também um grande número de mulheres. Estas têm aparecido nas duas últimas gerações e há um peso muito significativo se compararmos com gerações anteriores”, contou.

“Pontes de Encontro” tenta, assim, “criar espaço para um diálogo visual entre artistas de diferentes gerações e estilos”. Neste sentido, este ano a exposição conta “com um maior número maior de trabalhos baseados em novos media”, sendo “um local de encontro para múltiplas ideias e formas de expressão”.

A iniciativa acontece até ao dia 6 de Janeiro e conta com o apoio da Fundação Macau, da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), do Grupo Sam Lei, e do Comendador Ng Fok.

José Duarte espera “um número de visitantes significativo”. “A localização do Clube Militar é bastante boa, por ser central e próximo dos circuitos dos turistas. Temos sempre um número elevado de turistas e espero que as pessoas apreciem a exposição”, concluiu.

18 Dez 2018