Casinos | Analistas dizem que fecho pode trazer exigências às operadoras

Os casinos abrem portas esta quinta-feira. Analistas consideram que a crise causada pelo surto do novo coronavírus pode levar a novas exigências das operadoras de jogo, relacionadas com medidas para lidar com crises semelhantes no futuro

 

[dropcap]A[/dropcap]nalistas admitiram esta terça-feira, a pouco mais de 24 horas da reabertura dos casinos, que podem surgir novas reivindicações das concessionárias para as licenças de jogo, em 2022, para se precaverem de situações excepcionais como o surto do novo coronavírus.

O analista de jogo David Green disse à Lusa que “esta interrupção afectará a nova licitação ou renegociação das concessões dos casinos”, numa referência à decisão tomada, em 4 de Fevereiro, pelo Governo de fechar os casinos durante 15 dias.

“Os operadores de jogo estarão muito menos inclinados a assumir compromissos adicionais de investimento ou a pagar uma grande taxa inicial pela atribuição de uma nova concessão”, frisou o fundador da consultora especializada em regulação de jogos em Macau Newpage Consulting.

Já o economista José Luís de Sales Marques apontou ser ainda cedo para prever alterações que podem constar no caderno de encargos, ou até na própria lei.

“Agora, sem dúvida, qualquer investidor reage perante os dados que são o histórico da sua actividade e também o que eles prevêem que seja o futuro. E o facto de os casinos estarem fechados não constava do histórico da actividade do jogo em Macau”, sublinhou.

“A partir de agora passa a fazer parte do histórico e, portanto, isso vai ter algumas implicações, quer queiramos, quer não”, frisou o presidente do Instituto de Estudos Europeus (IEE).

Crise prolongada

A atribuição de novas licenças na capital mundial do jogo será feita em 2022, tendo o Governo prometido a realização de um concurso público. O território é o único local na China onde o jogo em casino é legal, contando seis concessionárias e subconcessionárias, Sociedade de Jogos de Macau, fundada pelo magnata Stanley Ho, Galaxy, Venetian (Sands China), Melco Resorts, Wynn e MGM.

O Governo de Macau deu aos casinos um período de transição de 30 dias, a partir da meia-noite de hoje para poderem começar a abrir as portas. Findo esse período, todos os casinos devem estar abertos, indicou. As operadoras de jogo, que durante os 15 dias de encerramento dos casinos perderam 1,5 mil milhões dólares, segundo agência de notação financeira Fitch Rating, vão continuar com receitas muito baixas a curto prazo, devido ao reduzido número de turistas no território, sustentaram analistas ouvidos pela Lusa.

“Acho que tanto o mercado VIP [grandes apostadores] quanto o de massas serão fortemente afectados durante este tempo”, afirmou à Lusa o director do Centro de Pesquisa e Ensino do Jogo do IPM, Changbin Wang.

Uma situação que se vai manter após o surto em Macau ficar controlado, frisou. “Não consigo ver o sinal de recuperação rápida. A economia chinesa vai desacelerar ainda mais”, defendeu.

Também David Green disse acreditar que os danos económicos infligidos pelo surto de coronavírus afectarão significativamente o jogo de massas”, mas também o mercado das grandes apostas “por medo de serem expostos a infeções ou serem involuntariamente colocados em quarentena”. Em 2019, os casinos obtiveram receitas de 292,46 milhões de patacas, menos 3,4 por cento do que no ano anterior.

19 Fev 2020

Casinos | Analistas dizem que fecho pode trazer exigências às operadoras

Os casinos abrem portas esta quinta-feira. Analistas consideram que a crise causada pelo surto do novo coronavírus pode levar a novas exigências das operadoras de jogo, relacionadas com medidas para lidar com crises semelhantes no futuro

 
[dropcap]A[/dropcap]nalistas admitiram esta terça-feira, a pouco mais de 24 horas da reabertura dos casinos, que podem surgir novas reivindicações das concessionárias para as licenças de jogo, em 2022, para se precaverem de situações excepcionais como o surto do novo coronavírus.
O analista de jogo David Green disse à Lusa que “esta interrupção afectará a nova licitação ou renegociação das concessões dos casinos”, numa referência à decisão tomada, em 4 de Fevereiro, pelo Governo de fechar os casinos durante 15 dias.
“Os operadores de jogo estarão muito menos inclinados a assumir compromissos adicionais de investimento ou a pagar uma grande taxa inicial pela atribuição de uma nova concessão”, frisou o fundador da consultora especializada em regulação de jogos em Macau Newpage Consulting.
Já o economista José Luís de Sales Marques apontou ser ainda cedo para prever alterações que podem constar no caderno de encargos, ou até na própria lei.
“Agora, sem dúvida, qualquer investidor reage perante os dados que são o histórico da sua actividade e também o que eles prevêem que seja o futuro. E o facto de os casinos estarem fechados não constava do histórico da actividade do jogo em Macau”, sublinhou.
“A partir de agora passa a fazer parte do histórico e, portanto, isso vai ter algumas implicações, quer queiramos, quer não”, frisou o presidente do Instituto de Estudos Europeus (IEE).

Crise prolongada

A atribuição de novas licenças na capital mundial do jogo será feita em 2022, tendo o Governo prometido a realização de um concurso público. O território é o único local na China onde o jogo em casino é legal, contando seis concessionárias e subconcessionárias, Sociedade de Jogos de Macau, fundada pelo magnata Stanley Ho, Galaxy, Venetian (Sands China), Melco Resorts, Wynn e MGM.
O Governo de Macau deu aos casinos um período de transição de 30 dias, a partir da meia-noite de hoje para poderem começar a abrir as portas. Findo esse período, todos os casinos devem estar abertos, indicou. As operadoras de jogo, que durante os 15 dias de encerramento dos casinos perderam 1,5 mil milhões dólares, segundo agência de notação financeira Fitch Rating, vão continuar com receitas muito baixas a curto prazo, devido ao reduzido número de turistas no território, sustentaram analistas ouvidos pela Lusa.
“Acho que tanto o mercado VIP [grandes apostadores] quanto o de massas serão fortemente afectados durante este tempo”, afirmou à Lusa o director do Centro de Pesquisa e Ensino do Jogo do IPM, Changbin Wang.
Uma situação que se vai manter após o surto em Macau ficar controlado, frisou. “Não consigo ver o sinal de recuperação rápida. A economia chinesa vai desacelerar ainda mais”, defendeu.
Também David Green disse acreditar que os danos económicos infligidos pelo surto de coronavírus afectarão significativamente o jogo de massas”, mas também o mercado das grandes apostas “por medo de serem expostos a infeções ou serem involuntariamente colocados em quarentena”. Em 2019, os casinos obtiveram receitas de 292,46 milhões de patacas, menos 3,4 por cento do que no ano anterior.

19 Fev 2020

Construção civil | Mak Soi Kun exige medidas para o sector

[dropcap]O[/dropcap] deputado Mak Soi Kun interpelou ontem o Governo sobre a necessidade de criar medidas que revitalizem a força laboral na área da construção civil, muito afectada pela crise causada pelo surto do novo coronavírus, o Covid-19.

“O Governo tem vindo a implementar, num curto prazo de tempo, medidas que visam ajudar os cidadãos a resolver os seus problemas de subsistência. No entanto, alguns tipos de trabalhadores, como no sector da construção civil, que é um sector muito importante, [sentem dificuldades]”, apontou. Para o deputado, é necessário criar mais cursos de formação.

“O sector da construção civil necessita de muitos talentos ao nível da gestão. Propõe-se que, após a epidemia, o Governo possa aproveitar ao máximo para ajudar os trabalhadores a elevar as suas capacidades profissionais.”

19 Fev 2020

Construção civil | Mak Soi Kun exige medidas para o sector

[dropcap]O[/dropcap] deputado Mak Soi Kun interpelou ontem o Governo sobre a necessidade de criar medidas que revitalizem a força laboral na área da construção civil, muito afectada pela crise causada pelo surto do novo coronavírus, o Covid-19.
“O Governo tem vindo a implementar, num curto prazo de tempo, medidas que visam ajudar os cidadãos a resolver os seus problemas de subsistência. No entanto, alguns tipos de trabalhadores, como no sector da construção civil, que é um sector muito importante, [sentem dificuldades]”, apontou. Para o deputado, é necessário criar mais cursos de formação.
“O sector da construção civil necessita de muitos talentos ao nível da gestão. Propõe-se que, após a epidemia, o Governo possa aproveitar ao máximo para ajudar os trabalhadores a elevar as suas capacidades profissionais.”

19 Fev 2020

Economia | Song Pek Kei pede explicações sobre medidas de apoio

Deputada considera que o Governo deve ir mais longe nas medidas de apoio apresentadas para fazer face ao coronavírus, dado que muitas empresas estão a lutar pela sobrevivência. Sobre os vales de consumo, Song Pek Kei pede esclarecimentos acerca dos locais onde podem ser gastas as três mil patacas anunciadas

 

[dropcap]A[/dropcap] deputada à Assembleia Legislativa Song Pek Kei pretende que o Governo aprofunde e esclareça algumas das medidas incluídas no pacote de apoio económico anunciado na semana passada pelo secretário para a Economia e Finanças Lei Wai Nong. De acordo com Song Pek Kei, perante a crise provocada pelo Covid- 19 e pelas consequentes medidas de prevenção aplicadas, muitos negócios relacionados com a restauração, comércio a retalho e outros serviços estão a lutar pela sobrevivência já que se encontram dependentes dos “dois pilares da economia de Macau”, que são o turismo e o jogo, ambos inexistentes nas últimas semanas.

“A fim de responder ao apelo do Governo (…) tanto concessionárias e grandes empresas, como pequenas e médias empresas [PME], cessaram actividade para se proteger da epidemia, contribuindo eficazmente para reduzir o movimento de pessoas e controlar o surto em Macau. Mas, ao mesmo tempo (…) os residentes de Macau estão muito preocupados com a reactivação da sociedade e com a forma como as micro e pequenas empresas e médias empresas podem sobreviver a esta situação”, contextualizou a deputada numa interpelação oral dirigida ao Governo.

Song Pek Kei espera ainda que o Governo “continue a aprofundar os estudos de impacto económico da epidemia” e que tenha em conta “a capacidade dos diferentes sectores e empresas para assumir riscos”, de forma a optimizar as políticas a implementar.

Vir à tona

Sobre os vales de consumo de três mil patacas anunciados no pacote de medidas de apoio económico, Song Pek Kei aponta que o Governo não especificou todos os sectores onde será possível gastar esse valor, afirmando que há sectores como o da cosmética ou dos táxis que necessitam de apoio e temem não estar abrangidos pela medida de recuperação do Governo que prevê um investimento de 2,2 mil milhões de patacas no mercado. Recorde-se que, na altura, o Governo referiu apenas que os vales “podem ser utilizados nos restaurantes, no retalho, entre outras despesas”.

“Sectores como a cosmética, a formação e dos táxis também foram afectadas e necessitam de apoio das autoridades, mas temem não ser abrangidos”, aponta Song Pek Kei. “Será que o Governo pode especificar quais são as indústrias que vão beneficiar com esta medida?”, questiona ainda a deputada.

Sobre as PME, Song Pek Kei pede ao Governo que ajude a “aliviar a pressão”, já que, apesar de estas empresas poderem vir a beneficiar de créditos com condições especiais previstos no pacote de medidas, muitas “já se encontram endividadas”, podendo um novo empréstimo contribuir para agravar as dificuldades no pagamento de rendas e salários.

“Muitas PME foram obrigadas a contrair empréstimos durante o Tufão Hato e agora para além dos custos operacionais estão sob pressão para pagar as suas dívidas. Será que autoridades irão coordenar-se com o sector bancário para suspender temporariamente o pagamento de créditos, por forma a que as PME consigam, neste período, difícil continuar a pagar as suas dívidas?”, pode ler-se na interpelação.

Face às dificuldades sentidas pelas micro, pequenas e médias empresas, a deputada questiona ainda se o Governo está considerar “mais medidas de apoio, para além da concessão de empréstimos sem juros”.

19 Fev 2020

Economia | Song Pek Kei pede explicações sobre medidas de apoio

Deputada considera que o Governo deve ir mais longe nas medidas de apoio apresentadas para fazer face ao coronavírus, dado que muitas empresas estão a lutar pela sobrevivência. Sobre os vales de consumo, Song Pek Kei pede esclarecimentos acerca dos locais onde podem ser gastas as três mil patacas anunciadas

 
[dropcap]A[/dropcap] deputada à Assembleia Legislativa Song Pek Kei pretende que o Governo aprofunde e esclareça algumas das medidas incluídas no pacote de apoio económico anunciado na semana passada pelo secretário para a Economia e Finanças Lei Wai Nong. De acordo com Song Pek Kei, perante a crise provocada pelo Covid- 19 e pelas consequentes medidas de prevenção aplicadas, muitos negócios relacionados com a restauração, comércio a retalho e outros serviços estão a lutar pela sobrevivência já que se encontram dependentes dos “dois pilares da economia de Macau”, que são o turismo e o jogo, ambos inexistentes nas últimas semanas.
“A fim de responder ao apelo do Governo (…) tanto concessionárias e grandes empresas, como pequenas e médias empresas [PME], cessaram actividade para se proteger da epidemia, contribuindo eficazmente para reduzir o movimento de pessoas e controlar o surto em Macau. Mas, ao mesmo tempo (…) os residentes de Macau estão muito preocupados com a reactivação da sociedade e com a forma como as micro e pequenas empresas e médias empresas podem sobreviver a esta situação”, contextualizou a deputada numa interpelação oral dirigida ao Governo.
Song Pek Kei espera ainda que o Governo “continue a aprofundar os estudos de impacto económico da epidemia” e que tenha em conta “a capacidade dos diferentes sectores e empresas para assumir riscos”, de forma a optimizar as políticas a implementar.

Vir à tona

Sobre os vales de consumo de três mil patacas anunciados no pacote de medidas de apoio económico, Song Pek Kei aponta que o Governo não especificou todos os sectores onde será possível gastar esse valor, afirmando que há sectores como o da cosmética ou dos táxis que necessitam de apoio e temem não estar abrangidos pela medida de recuperação do Governo que prevê um investimento de 2,2 mil milhões de patacas no mercado. Recorde-se que, na altura, o Governo referiu apenas que os vales “podem ser utilizados nos restaurantes, no retalho, entre outras despesas”.
“Sectores como a cosmética, a formação e dos táxis também foram afectadas e necessitam de apoio das autoridades, mas temem não ser abrangidos”, aponta Song Pek Kei. “Será que o Governo pode especificar quais são as indústrias que vão beneficiar com esta medida?”, questiona ainda a deputada.
Sobre as PME, Song Pek Kei pede ao Governo que ajude a “aliviar a pressão”, já que, apesar de estas empresas poderem vir a beneficiar de créditos com condições especiais previstos no pacote de medidas, muitas “já se encontram endividadas”, podendo um novo empréstimo contribuir para agravar as dificuldades no pagamento de rendas e salários.
“Muitas PME foram obrigadas a contrair empréstimos durante o Tufão Hato e agora para além dos custos operacionais estão sob pressão para pagar as suas dívidas. Será que autoridades irão coordenar-se com o sector bancário para suspender temporariamente o pagamento de créditos, por forma a que as PME consigam, neste período, difícil continuar a pagar as suas dívidas?”, pode ler-se na interpelação.
Face às dificuldades sentidas pelas micro, pequenas e médias empresas, a deputada questiona ainda se o Governo está considerar “mais medidas de apoio, para além da concessão de empréstimos sem juros”.

19 Fev 2020

Diamond Princess | Habitantes de Macau regressam e ficam sob observação médica

[dropcap]O[/dropcap]s residentes de Macau a bordo do cruzeiro Diamond Princess serão repatriados em voos fretados, numa medida organizada pelo Governo de Hong Kong. A decisão foi anunciada ontem em comunicado oficial.

“O Governo da RAEHK planeia repatriar os seus residentes que se encontram a bordo do navio de cruzeiro Diamond Princess através de voos fretados. O Governo da RAEM recebeu todo o apoio e assistência do Governo da RAEHK, e com o consentimento dos residentes de Macau a bordo do navio Diamond Princess, confiou ao Governo da RAEHK a assistência na organização do regresso destes residentes de Macau”, pode ler-se.

Assim, os residentes podem chegar durante o dia de hoje a Macau. A fim de assegurar a total prevenção de novos contágios com o Covid-19, estes residentes “serão colocados sob observação médica e quarentena após a sua chegada por um período de 14 dias, em local designado de acordo com a exigência dos Serviços de Saúde de Macau”, informa o Governo.

Actualmente, há cinco residentes de Macau a bordo do navio, dois homens e três mulheres, com idades compreendidas entre 24 e 82 anos, sendo que três pessoas possuem a residência de Macau e Hong Kong.

19 Fev 2020

Diamond Princess | Habitantes de Macau regressam e ficam sob observação médica

[dropcap]O[/dropcap]s residentes de Macau a bordo do cruzeiro Diamond Princess serão repatriados em voos fretados, numa medida organizada pelo Governo de Hong Kong. A decisão foi anunciada ontem em comunicado oficial.
“O Governo da RAEHK planeia repatriar os seus residentes que se encontram a bordo do navio de cruzeiro Diamond Princess através de voos fretados. O Governo da RAEM recebeu todo o apoio e assistência do Governo da RAEHK, e com o consentimento dos residentes de Macau a bordo do navio Diamond Princess, confiou ao Governo da RAEHK a assistência na organização do regresso destes residentes de Macau”, pode ler-se.
Assim, os residentes podem chegar durante o dia de hoje a Macau. A fim de assegurar a total prevenção de novos contágios com o Covid-19, estes residentes “serão colocados sob observação médica e quarentena após a sua chegada por um período de 14 dias, em local designado de acordo com a exigência dos Serviços de Saúde de Macau”, informa o Governo.
Actualmente, há cinco residentes de Macau a bordo do navio, dois homens e três mulheres, com idades compreendidas entre 24 e 82 anos, sendo que três pessoas possuem a residência de Macau e Hong Kong.

19 Fev 2020

Quarentena | Tratamento diferenciado para residentes em Zhuhai visto como aceitável

O diferente impacto para a economia de trabalhadores residentes e não-residentes e a protecção dos locais fazem com que a decisão de limitar a quarentena aos TNR seja encarada por José Sales Marques e Miguel de Senna Fernandes como acertada, nesta fase

 

[dropcap]A[/dropcap] partir de amanhã entra em vigor o regime de quarentena obrigatória de 14 dias para os trabalhadores não-residentes (TNR) que tentem entrar em Macau vindos do Interior da China. A medida deixa de fora os residentes que vivem em Zhuhai e que todos os dias atravessam a fronteira, numa opção que é tida como compreensível para Miguel de Senna Fernandes, advogado e presidente da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, e José Sales Marques, economista e presidente do Instituto de Estudos Europeus.

Ao HM, Miguel de Senna Fernandes admitiu ainda estar a “digerir” a diferenciação e admite mudar de opinião no futuro, à luz de novos factos, mas por enquanto aceita o tratamento diferenciado. “Não vou dramatizar e vou tentar evitar entrar na perspectiva da existência uma discriminação”, começou por ressalvar. “Mas acho que é preciso constatar que muitos trabalhadores não-residentes vivem em Zhuhai e em outras zonas do Interior. Por isso, são pessoas que muitas vezes estão fora do controlo sanitário de Macau. Por esta razão e por precaução foi tomada esta medida”, apontou.

Miguel de Senna Fernandes fala de realidades diferentes entre residentes e não-residentes, mas prevê que a medida vai ser estendida a todos, caso a situação da epidemia se agrave. “Tento perceber é que esta medida é faseada. Toda a gente concorda que é preciso precaução nas entradas e saídas, inclusive com os residentes. Mas há que começar por algum lado e, como é óbvio, em Macau coloca-se os residentes em primeiro lugar”, afirmou.

A medida é igualmente apoiada por José Sales Marques, para quem o Governo teve em conta nesta decisão o impacto que os residentes de Macau que vivem em Zhuhai têm na economia da RAEM. “Parece-me que esta medida do Governo de ainda não impor uma quarentena a estes residentes, embora isso não seja posto de parte, é acertada”, opinou. “Não digo que os TNR não sejam importantes, obviamente que são, mas quando falamos de residentes de Macau estamos a falar de outro tipo de empregos e lugares que ocupam num serviço ou numa empresa”, considerou.

José Sales Marques avisou ainda contra uma eventual quarentena dos residentes a viver em Zhuhai: “Se o Governo, com a informação e avaliação do risco que tem, sente que a circulação dos residentes ainda é possível, então acho que deve ser mantida. Mas se, por outro motivo, passarem a considerar que não é possível a circulação desses residentes, não há nada que se possa fazer a não ser implementar”, reconheceu.

“Mas posso garantir que essa medida vai colocar muitos problemas no funcionamento normal de empresas, serviços públicos e outras instituições, como o próprio Instituto de Estudos Europeus”, avisou.

Elogio da transparência

Também consensual para Miguel de Senna Fernandes e José Sales Marques é o desempenho do Governo de Ho Iat Seng, principalmente pela forma como tem mostrado disponibilidade para comunicar e responder às perguntas sobre as diferentes decisões.

“O Governo está bastante bem. Sinto que em Macau há uma avaliação muito positiva, não só pela competência, que é muito importante, mas pelo bom senso. Há uma vontade de comunicar, que é fundamental. O que vemos é que as conferências de imprensa são diárias e, mesmo que não seja todos os dias, às vezes chegam a ter três secretários”, sublinhou Sales Marques. “É uma postura muito boa e isso dá confiança aos cidadãos. Vemos que o Governo está a seguir os acontecimentos ao segundo e a procurar as melhores soluções possíveis”, completou.

O modelo de abertura para enfrentar as questões foi igualmente elogiado por Senna Fernandes. “A imagem do Governo com a conferência de imprensa diária, sempre à mesma hora e com uma equipa para responder à imprensa, demonstra uma vontade de colaborar e estar sujeito a qualquer tipo de perguntas. Mostra-se tudo o que se sabe sobre o coronavírus”, considerou. “Há uma imagem de transparência a 100 por cento”, apontou.

O advogado sublinhou ainda a coragem nas medidas adoptadas, que se reflectiram no encerramento dos casinos. “Tem sido adoptada uma atitude muito frontal e corajosa. E é isso que é preciso num Chefe do Executivo. Acho que isso ficou bem visto com a paragem do jogo”, opinou. “O jogo é o coração da economia de Macau, quando pára o jogo pára a economia e pára tudo. E ter uma posição tão firme face ao encerramento dos casinos exige muita coragem, porque todos percebemos que há muita coisa que está em jogo, nos aspectos financeiros, laborais, sociais. […] E essa atitude aconteceu e não foi contrariada, pelo contrário toda a gente concordou”, completou.

19 Fev 2020

Quarentena | Tratamento diferenciado para residentes em Zhuhai visto como aceitável

O diferente impacto para a economia de trabalhadores residentes e não-residentes e a protecção dos locais fazem com que a decisão de limitar a quarentena aos TNR seja encarada por José Sales Marques e Miguel de Senna Fernandes como acertada, nesta fase

 
[dropcap]A[/dropcap] partir de amanhã entra em vigor o regime de quarentena obrigatória de 14 dias para os trabalhadores não-residentes (TNR) que tentem entrar em Macau vindos do Interior da China. A medida deixa de fora os residentes que vivem em Zhuhai e que todos os dias atravessam a fronteira, numa opção que é tida como compreensível para Miguel de Senna Fernandes, advogado e presidente da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, e José Sales Marques, economista e presidente do Instituto de Estudos Europeus.
Ao HM, Miguel de Senna Fernandes admitiu ainda estar a “digerir” a diferenciação e admite mudar de opinião no futuro, à luz de novos factos, mas por enquanto aceita o tratamento diferenciado. “Não vou dramatizar e vou tentar evitar entrar na perspectiva da existência uma discriminação”, começou por ressalvar. “Mas acho que é preciso constatar que muitos trabalhadores não-residentes vivem em Zhuhai e em outras zonas do Interior. Por isso, são pessoas que muitas vezes estão fora do controlo sanitário de Macau. Por esta razão e por precaução foi tomada esta medida”, apontou.
Miguel de Senna Fernandes fala de realidades diferentes entre residentes e não-residentes, mas prevê que a medida vai ser estendida a todos, caso a situação da epidemia se agrave. “Tento perceber é que esta medida é faseada. Toda a gente concorda que é preciso precaução nas entradas e saídas, inclusive com os residentes. Mas há que começar por algum lado e, como é óbvio, em Macau coloca-se os residentes em primeiro lugar”, afirmou.
A medida é igualmente apoiada por José Sales Marques, para quem o Governo teve em conta nesta decisão o impacto que os residentes de Macau que vivem em Zhuhai têm na economia da RAEM. “Parece-me que esta medida do Governo de ainda não impor uma quarentena a estes residentes, embora isso não seja posto de parte, é acertada”, opinou. “Não digo que os TNR não sejam importantes, obviamente que são, mas quando falamos de residentes de Macau estamos a falar de outro tipo de empregos e lugares que ocupam num serviço ou numa empresa”, considerou.
José Sales Marques avisou ainda contra uma eventual quarentena dos residentes a viver em Zhuhai: “Se o Governo, com a informação e avaliação do risco que tem, sente que a circulação dos residentes ainda é possível, então acho que deve ser mantida. Mas se, por outro motivo, passarem a considerar que não é possível a circulação desses residentes, não há nada que se possa fazer a não ser implementar”, reconheceu.
“Mas posso garantir que essa medida vai colocar muitos problemas no funcionamento normal de empresas, serviços públicos e outras instituições, como o próprio Instituto de Estudos Europeus”, avisou.

Elogio da transparência

Também consensual para Miguel de Senna Fernandes e José Sales Marques é o desempenho do Governo de Ho Iat Seng, principalmente pela forma como tem mostrado disponibilidade para comunicar e responder às perguntas sobre as diferentes decisões.
“O Governo está bastante bem. Sinto que em Macau há uma avaliação muito positiva, não só pela competência, que é muito importante, mas pelo bom senso. Há uma vontade de comunicar, que é fundamental. O que vemos é que as conferências de imprensa são diárias e, mesmo que não seja todos os dias, às vezes chegam a ter três secretários”, sublinhou Sales Marques. “É uma postura muito boa e isso dá confiança aos cidadãos. Vemos que o Governo está a seguir os acontecimentos ao segundo e a procurar as melhores soluções possíveis”, completou.
O modelo de abertura para enfrentar as questões foi igualmente elogiado por Senna Fernandes. “A imagem do Governo com a conferência de imprensa diária, sempre à mesma hora e com uma equipa para responder à imprensa, demonstra uma vontade de colaborar e estar sujeito a qualquer tipo de perguntas. Mostra-se tudo o que se sabe sobre o coronavírus”, considerou. “Há uma imagem de transparência a 100 por cento”, apontou.
O advogado sublinhou ainda a coragem nas medidas adoptadas, que se reflectiram no encerramento dos casinos. “Tem sido adoptada uma atitude muito frontal e corajosa. E é isso que é preciso num Chefe do Executivo. Acho que isso ficou bem visto com a paragem do jogo”, opinou. “O jogo é o coração da economia de Macau, quando pára o jogo pára a economia e pára tudo. E ter uma posição tão firme face ao encerramento dos casinos exige muita coragem, porque todos percebemos que há muita coisa que está em jogo, nos aspectos financeiros, laborais, sociais. […] E essa atitude aconteceu e não foi contrariada, pelo contrário toda a gente concordou”, completou.

19 Fev 2020

TNR | Número de entradas aumenta após anúncio de medidas

Até às 16h de ontem tinham entrado quase tantos trabalhadores não-residentes em Macau como no dia anterior. A tendência deverá continuar durante o dia de hoje, prazo limite para que os TNR vindos do Interior entrem na RAEM sem serem obrigados a cumprir a uma quarentena de 14 dias

 

[dropcap]A[/dropcap]pós o anúncio das medidas de quarentena, entraram mais 5 mil trabalhadores não-residentes (TNR), o que representa um aumento de um terço, ou 33 por cento. Segundo os dados fornecidos ontem por Ma Chio Hong, chefe de Divisão de Operações e Comunicações do Corpo de Polícia de Segurança Pública, até às 16h00 de segunda-feira, antes do anúncio das medidas, tinham entrado no território 15 mil TNR. No entanto, ontem, pela mesma hora, o número já era de 20 mil TNR.

Ainda de acordo com os números apresentados pelo CPSP, o número de entradas de TNR, ontem pelas 16h00, já praticamente ultrapassava o valor total de segunda-feira, quando tinham entrado 21 mil TNR.

“Existe uma subida no número de entradas porque as empresas pararam o funcionamento e agora estão a regressar à actividade, não se deve apenas às medidas anunciadas ontem [segunda-feira], mas à reabertura das empresas”, afirmou Wong Kim Hong, chefe-substituto do Departamento para os Assuntos de Residência e Permanência do CPSP.

Ainda no mesmo período, em relação às saídas, também houve um aumento, mas a um ritmo mais lento. Assim, até às 16h00 tinham saído 4 mil TNR de Macau, número que subiu para 7,1 mil até às 16h00 de ontem.

Contudo, o CPSP negou que houvesse uma corrida às Portas do Cerco, como surgiu num vídeo a circular através das redes sociais: “Não houve uma grande concentração nas Portas do Cerco, como mostra um vídeo que anda a circular. Essas imagens foram gravadas noutro dia”, alertou Wong. “As pessoas podem acompanhar a situação das fronteiras através da aplicação do CPSP que tem imagens em tempo real da situação nas fronteiras”, foi acrescentado.

A partir da meia noite de amanhã, ou seja esta madrugada, entra em vigor a quarentena para todos os TNR que venham do Interior da China. O CPSP não tem uma estimativa para o número de entradas que se espera para o dia de hoje, mas garante que a situação vai ser acompanhada.

Pensões ilegais

Com a estadia em Macau de mais TNR, que precisam de alojamento, as autoridades prometem estar atentas ao fenómeno das pensões ilegais, assim como da conversão de edifícios industriais em dormitórios.

Em relação a esta questão, as autoridades prometem apertar a fiscalização, mas pedem aos residentes que denunciem as situações, caso tenham conhecimento das mesmas.

“Desde 27 de Janeiro que os Serviços de Polícia Unitários, o Corpo de Polícia de Segurança Pública e a Polícia Judiciária fizeram 441 operações sobre alojamento ilegal. Em 31 dos casos verificou-se suspeitas em fracções autónomas. Vamos continuar a fazer a fiscalização”, assegurou Wong Kim Hong. “Sabemos que os edifícios industriais têm uma finalidade que não é habitacional. Por isso, mesmo que não haja porteiros nesses espaços, pedimos aos residentes que denunciem as situações”, apelou.

 

8.750 patacas por quarentena

Os trabalhadores não-residentes (TNR) que tiverem estado nos últimos 14 dias no Interior e cumpram o período de quarentena em Macau vão ter de pagar 8.750 patacas, segundo a informação avançada ontem pelo Governo. O isolamento é feito no hotel Pousada Marina Infante, propriedade do deputado Vitor Cheung Lap Kwan e está arrendado para efeitos de quarentena desde que o surto do coronavírus chegou a Macau. Durante este período, segundo os números da Direcção de Serviços de Turismo, a taxa de ocupação dos hotéis que se mantiveram em funcionamento é de 16 por cento.

Votos de confiança

Ao contrário dos casinos, espaços como bares, discotecas, ginásios, entre outros, vão continuar proibidos de operar. A adopção de um critério diferente foi justificada por Inês Chan, representante da DST, com o facto de o Governo ter mais confiança nas concessionárias do jogo do que nas Pequenas e Médias Empresas. “A nossa decisão teve por base a capacidade de resposta a situações de risco e a competência para lidar com essas situações. Quando falamos das concessionárias são empresas que conhecemos muito bem e sobre quem temos todos os dados, por isso estão autorizadas a operar”, apontou. “Entre as Pequenas e Médias Empresas também há aquelas com capacidade de lidarem com situações de risco, mas nós temos menos informação sobre elas. Por isso nesta fase apenas vamos ter os casinos a funcionar”, justificou.

19 Fev 2020

TNR | Número de entradas aumenta após anúncio de medidas

Até às 16h de ontem tinham entrado quase tantos trabalhadores não-residentes em Macau como no dia anterior. A tendência deverá continuar durante o dia de hoje, prazo limite para que os TNR vindos do Interior entrem na RAEM sem serem obrigados a cumprir a uma quarentena de 14 dias

 
[dropcap]A[/dropcap]pós o anúncio das medidas de quarentena, entraram mais 5 mil trabalhadores não-residentes (TNR), o que representa um aumento de um terço, ou 33 por cento. Segundo os dados fornecidos ontem por Ma Chio Hong, chefe de Divisão de Operações e Comunicações do Corpo de Polícia de Segurança Pública, até às 16h00 de segunda-feira, antes do anúncio das medidas, tinham entrado no território 15 mil TNR. No entanto, ontem, pela mesma hora, o número já era de 20 mil TNR.
Ainda de acordo com os números apresentados pelo CPSP, o número de entradas de TNR, ontem pelas 16h00, já praticamente ultrapassava o valor total de segunda-feira, quando tinham entrado 21 mil TNR.
“Existe uma subida no número de entradas porque as empresas pararam o funcionamento e agora estão a regressar à actividade, não se deve apenas às medidas anunciadas ontem [segunda-feira], mas à reabertura das empresas”, afirmou Wong Kim Hong, chefe-substituto do Departamento para os Assuntos de Residência e Permanência do CPSP.
Ainda no mesmo período, em relação às saídas, também houve um aumento, mas a um ritmo mais lento. Assim, até às 16h00 tinham saído 4 mil TNR de Macau, número que subiu para 7,1 mil até às 16h00 de ontem.
Contudo, o CPSP negou que houvesse uma corrida às Portas do Cerco, como surgiu num vídeo a circular através das redes sociais: “Não houve uma grande concentração nas Portas do Cerco, como mostra um vídeo que anda a circular. Essas imagens foram gravadas noutro dia”, alertou Wong. “As pessoas podem acompanhar a situação das fronteiras através da aplicação do CPSP que tem imagens em tempo real da situação nas fronteiras”, foi acrescentado.
A partir da meia noite de amanhã, ou seja esta madrugada, entra em vigor a quarentena para todos os TNR que venham do Interior da China. O CPSP não tem uma estimativa para o número de entradas que se espera para o dia de hoje, mas garante que a situação vai ser acompanhada.

Pensões ilegais

Com a estadia em Macau de mais TNR, que precisam de alojamento, as autoridades prometem estar atentas ao fenómeno das pensões ilegais, assim como da conversão de edifícios industriais em dormitórios.
Em relação a esta questão, as autoridades prometem apertar a fiscalização, mas pedem aos residentes que denunciem as situações, caso tenham conhecimento das mesmas.
“Desde 27 de Janeiro que os Serviços de Polícia Unitários, o Corpo de Polícia de Segurança Pública e a Polícia Judiciária fizeram 441 operações sobre alojamento ilegal. Em 31 dos casos verificou-se suspeitas em fracções autónomas. Vamos continuar a fazer a fiscalização”, assegurou Wong Kim Hong. “Sabemos que os edifícios industriais têm uma finalidade que não é habitacional. Por isso, mesmo que não haja porteiros nesses espaços, pedimos aos residentes que denunciem as situações”, apelou.
 

8.750 patacas por quarentena

Os trabalhadores não-residentes (TNR) que tiverem estado nos últimos 14 dias no Interior e cumpram o período de quarentena em Macau vão ter de pagar 8.750 patacas, segundo a informação avançada ontem pelo Governo. O isolamento é feito no hotel Pousada Marina Infante, propriedade do deputado Vitor Cheung Lap Kwan e está arrendado para efeitos de quarentena desde que o surto do coronavírus chegou a Macau. Durante este período, segundo os números da Direcção de Serviços de Turismo, a taxa de ocupação dos hotéis que se mantiveram em funcionamento é de 16 por cento.

Votos de confiança

Ao contrário dos casinos, espaços como bares, discotecas, ginásios, entre outros, vão continuar proibidos de operar. A adopção de um critério diferente foi justificada por Inês Chan, representante da DST, com o facto de o Governo ter mais confiança nas concessionárias do jogo do que nas Pequenas e Médias Empresas. “A nossa decisão teve por base a capacidade de resposta a situações de risco e a competência para lidar com essas situações. Quando falamos das concessionárias são empresas que conhecemos muito bem e sobre quem temos todos os dados, por isso estão autorizadas a operar”, apontou. “Entre as Pequenas e Médias Empresas também há aquelas com capacidade de lidarem com situações de risco, mas nós temos menos informação sobre elas. Por isso nesta fase apenas vamos ter os casinos a funcionar”, justificou.

19 Fev 2020

Paul Pun, secretário-geral da Caritas, sobre crise do coronavírus: “É um teste à nossa sociedade”

O surto do Covid-19 agitou a sociedade e a economia de Macau. Paul Pun, secretário-geral da Caritas, alerta para o facto de grupos sociais mais vulneráveis, como os trabalhadores migrantes ou os portadores de deficiência, estarem a passar dificuldades para as quais o Governo não dá resposta. Paul Pun assegura que, nos últimos dias, os pedidos de ajuda na linha de apoio psicológico não aumentaram, mas as questões mudaram: “Antes tínhamos muitas pessoas a falar de suicídio, mas agora têm medo do futuro, estão preocupadas”, assegura

 

[dropcap]C[/dropcap]omo tem sido o trabalho da Caritas nas últimas semanas? O surto do novo coronavírus trouxe uma crise generalizada?

Sem dúvida que todas as pessoas de todas as comunidades estão a sentir algum tipo de efeito. Os mais vulneráveis são os que sofrem mais. Quando falo dos mais vulneráveis refiro-me a pessoas com baixos salários ou que têm recursos limitados. O Governo anunciou um plano para estimular a economia e para assistir os indivíduos, financiando as despesas de electricidade e de consumo de água. Isso vai trazer alguns benefícios, mas os mais vulneráveis continuam a ter de lidar com esta crise e a ter menor capacidade para ter boas condições de vida. Sugiro então que o Governo pense em como pode dar assistência às pessoas ligadas às Pequenas e Médias Empresas (PME), aos seus funcionários, dar alguma atenção especial. Claro que as PME já estão abrangidas por políticas específicas, mas falo dos seus empregados. Há algo que tem de ser feito. Os grupos mais vulneráveis vão ter acesso a apoios mensais, mas os empregados que trabalham e não pedem ajuda financeira ao Governo, vão ter dificuldades. As PME de Macau não vêem futuro no negócio e estão a reduzir o número de funcionários, ou podem exigir licenças sem vencimento. Ninguém tem certezas de quanto tempo esta situação vai durar e de quando estas empresas podem recuperar.

Os portadores de deficiência, por exemplo, estão agora numa situação ainda mais vulnerável?

As pessoas com deficiência também são afectadas, pois se o mercado não é forte, normalmente estas pessoas não conseguem assegurar o seu trabalho ou não conseguem ter trabalho porque não conseguem competir de igual forma com os trabalhadores sem deficiência. Não são considerados como prioridade para os seus patrões, então estão mais sujeitos a despedimentos, licenças sem vencimento ou ao cumprimento de menos horas de trabalho. É uma tendência normal na sociedade neste momento.

Podemos ver mais casos de discriminação?

Não diria, mas podem ser um dos alvos [dos patrões]. Mas tudo depende da relação que têm com o patrão. Em circunstâncias normais os portadores de deficiência já estão numa situação de risco porque eles não conseguem competir de igual forma dadas as suas limitações.

Falemos agora das ONG que fazem trabalho social. O Governo deveria criar medidas especiais para estas entidades, uma vez que já enfrentam dificuldades?

Actualmente, na Caritas, a principal preocupação é ajudar as pessoas. Não estamos a pensar em nós próprios. Mas a questão é se o Governo deveria pensar em nós (risos). Actualmente, usamos os nossos recursos e tentamos maximizá-los ao máximo para ajudar um maior número de pessoas. Não estamos a fazer dinheiro, não temos os lucros como objectivo. Muitas pessoas, quando têm problemas, não pedem ajuda ao Governo mesmo que tenham esse direito, pedem ajuda às associações. E aqueles que não vão pedir ajuda nesta fase não vão conseguir ter um financiamento extra para lidar com esta crise, só têm ajuda para pagar a água e a luz. No que diz respeito às ONG têm de encontrar formas de pagar aos seus trabalhadores. Para aqueles que regressaram da China providenciamos alimentação e temos de encontrar alojamento. O Governo decretou medidas de quarentena e muitos dos que ficaram em casa continuaram a receber o seu salário. Mas para quem trabalha em lares, a providenciar alimentação às outras pessoas… decidi que mesmo quem fica em casa recebe um dia de salário. Claro que não podemos continuar com esta medida para sempre, apenas durante a crise do coronavírus. Tentamos manter os trabalhadores para que não façam viagens arriscadas, gastamos mais dinheiro para os manter em Macau. Mas não temos medidas específicas.

Acredita que a Caritas vai ter mais trabalho no apoio às famílias? Espera mais pedidos de ajuda junto do Banco Alimentar?

Penso que mais pessoas podem passar a fazer parte desta categoria, porque ficam sem trabalho e sem salário. Neste momento estou no meu escritório, localizado no primeiro andar, e no rés-do-chão estamos a empacotar cabazes de comida doada para levar para as pessoas que não têm elevador em casa, famílias ou idosos que não têm como sair de casa. Cada vez mais vamos ter de fazer este tipo de trabalho para pessoas que precisam.

A Caritas tem uma linha de apoio psicológico. Durante os dias de quarentena, têm recebido mais chamadas do que o normal?

Não. Notamos um aumento ligeiro, mas as dúvidas e os problemas apresentados são diferentes. Antes tínhamos muitas pessoas a falar de suicídio, mas agora as pessoas têm medo do futuro, estão preocupadas. Falam desta incerteza pelo facto de estar tudo fechado. Não quer dizer que tenham sido afectados pelo vírus, mas querem ter uma ideia do que vai acontecer. São pessoas que têm estado em casa todos os dias, sem trabalho, com os filhos. Muitas vezes ficavam apenas uma hora em casa, ou só iam a casa dormir.

No que diz respeito aos trabalhadores migrantes, estão ainda mais vulneráveis do que no passado. O que pode ser feito neste sentido?

São um dos grupos vulneráveis. Têm de cuidar da família no seu país natal e algumas pessoas não são pagas devidamente, ou estão com dias de férias. Há uma maior incerteza junto dos trabalhadores migrantes, porque em Macau muitas pessoas não sabem como pedir ajuda. Estão numa situação ainda pior. Muitos locais estão com licenças sem vencimento, mas podem ter a ajuda das famílias e dos amigos. Os trabalhadores migrantes pedem ajudam aos seus amigos que estão na mesma situação. Há quatro dias quatro pessoas vieram aqui dizer que não conseguiam ir para as Filipinas e que estavam a ficar sem dinheiro, então dei-lhes alguma comida. Acredito que mais pessoas vão deixar Macau nestes dias. Seria bom haver alguma ajuda para os trabalhadores migrantes. A Cáritas dá, mas os nossos recursos são limitados. As medidas do Governo não abrangem os trabalhadores migrantes, então estes precisam de uma maior ajuda das comunidades onde se integram. Mas a nossa ajuda é sempre limitada. Estamos a falar de pessoas que têm sempre de ajudar outros.

Acredita que as autoridades locais, e também as autoridades das Filipinas ou da Indonésia deveriam fazer mais para ajudar estas pessoas.

Sem dúvida, e se não o conseguem fazer directamente devem trabalhar com as ONG. Muitas vezes o Governo não consegue trabalhar dessa forma directa mas as ONG podem fazê-lo, porque não temos de cumprir tantas obrigações. Só temos de dar assistência e garantir que as pessoas não estão em risco. Nenhuma autoridade nos contactou ainda, mas pelo que percebi eles próprios estão muito ocupados. Mas trabalhar de forma conjunta é a melhor forma de combater o surto do coronavírus.

Qual o impacto do surto no funcionamento da Caritas? Vai necessitar de mais fundos ou recursos humanos?

Muitas vezes não peço mais fundos, mas digo que temos de aprender como resolver os problemas em conjunto.

Esta crise expôs ainda mais os problemas sociais de Macau. O Governo precisa de mudar a sua mentalidade, criando políticas mais modernas para lidar com estas questões?

Este é o foco principal neste momento, e muitas pessoas estão preocupadas com a economia. Mas para mim o próximo passo é olharmos para a forma como cuidamos uns dos outros. E a razão é muito simples: há uma semana as pessoas começaram a comprar tudo nos supermercados e não pensaram naqueles que não tinham nada. Se eu tirar mais do que aquilo que preciso não é bom. É importante pensar nos outros para construir uma sociedade mais forte. Macau deve ser um sítio onde não pensamos apenas em nós próprios, e há uma hora estava a pensar nisso mesmo. Temos de ser cidadãos do mundo e não pensar apenas em nós, em construir Macau, mas olhar para outros países e as suas dificuldades?

Esta crise é um teste ao novo Governo?

Não. Isto não é um teste. Todos os governos devem fazer coisas pela sociedade, é a sua responsabilidade. É um teste à sociedade, pensamos apenas sobre nós próprios ou sobre os outros também? Não nos podemos esquecer dos outros.

19 Fev 2020

Covid-19 | Activista chinês detido após criticar autoritarismo do poder político

[dropcap]U[/dropcap]m activista e professor de Direito chinês que fez duras críticas ao sistema político da China e à forma como Pequim geriu o surto do coronavírus foi preso, revelou hoje< a Amnistia Internacional/a>.

Xu Zhiyong, antigo professor de Direito na Universidade Qinghua, uma das mais prestigiadas do país, mas afastado após criticar abertamente o Presidente chinês, Xi Jinping, foi preso no sábado, segundo a organização de defesa dos Direitos Humanos.

O activista, que esteve preso entre 2014 e 2017, viveu nos últimos dois meses em sítios diferentes, para evitar ser detido, depois de ter organizado uma reunião entre apoiantes de reformas democráticas, em Xiamen, na costa leste do país, em final de Dezembro.

Após o surto do novo coronavírus, designado Covid-19, se ter alastrado pelo país, Xu Zhiyong escreveu um ensaio, intitulado “Alerta Viral: Quando a Fúria Ultrapassa o Medo”, no qual argumentava que a obsessão do regime com a estabilidade e a centralização do poder em torno de Xi Jinping estavam a paralisar e incapacitar a burocracia do país, impedindo uma resposta rápida e eficaz ao vírus.

“Nada – nem a liberdade, dignidade ou felicidade do povo chinês – é mais importante do que manter a estabilidade”, acusou. No mesmo ensaio, Xu disse que, devido à ausência de liberdade de expressão e de um sistema burocrático moderno, o líder chinês “não tem restrições” e a Comissão de Segurança Nacional, que foi estabelecida por Xi, “domina com punho de ferro cada camada da burocracia”, que responde ao seu superior “até atingir, no topo, A Única Pessoa Responsável”.

“No entanto, esse indivíduo é apenas um homem de carne e osso que não pode estar presente em todos os aspectos da governação”, resumiu, no ensaio, publicado ‘online’, em 4 de Fevereiro.

Xu apelou à demissão de Xi Jinping. “A guerra do Governo chinês contra o coronavírus não o desviou da sua ofensiva generalizada contra vozes dissidentes”, considerou a Amnistia.

O desaparecimento de Xu surge numa altura de indignação pela morte de Li Wenliang, o médico que alertou inicialmente para o novo coronavírus, mas que foi repreendido pela polícia, que o obrigou a assinar um documento no qual denunciava o aviso como um boato “infundado e ilegal”.

Pang Kun, um outro advogado e defensor dos direitos dos trabalhadores, foi também detido, na semana passada, e, entretanto, libertado, depois de as autoridades o acusarem de “provocar confusão”, acusação frequentemente usada contra ativistas na China.

Pang terá organizado uma petição para assinalar a morte de Li Wenliang. Perante o crescente descontentamento popular pelo surto do coronavírus, Xi Jinping citou a necessidade de “fortalecer a orientação da opinião pública”, um termo que geralmente sugere o bloqueio de fontes de informação não dominadas pelo Estado e a censura de comentários críticos nas redes sociais chinesas.

Dois jornalistas independentes que estavam em Wuhan, epicentro do novo coronavírus, também desapareceram, nas últimas duas semanas, e mais de 350 pessoas em todo o país foram punidas por “espalhar boatos”, segundo a organização de defesa dos Direitos Humanos Chinese Human Defensors.

As autoridades chinesas têm ainda restringido o acesso à Internet. Os serviços VPN (Virtual Proxy Network) – um mecanismo que permite aceder à rede através de um servidor localizado fora da China -, usados para contornar a censura na rede chinesa, foram alvo de ataques, tornando mais difícil o acesso a ‘sites’ estrangeiros bloqueados no país, incluindo Google e Twitter, ou a órgãos de imprensa estrangeiros.

O novo coronavírus foi inicialmente detectado no final do ano passado num mercado de mariscos nos subúrbios de Wuhan, centro do país, quando as autoridades locais reportaram 27 infectados com uma “doença misteriosa”, e descartaram que a doença fosse transmissível entre seres humanos.

Volvidas duas semanas, os boletins diários da Comissão de Saúde de Wuhan sobre a doença continuaram a afirmar que não havia novos casos de infecção, nem evidências de transmissão entre seres humanos ou casos de infecção entre funcionários da saúde.

A própria Organização Mundial de Saúde garantiu então que o surto não se alastrou para além do mercado.

No entanto, em 16 de Janeiro, o Japão reportou um caso – um homem que tinha visitado Wuhan, mas que não esteve no mercado. Dois dias depois, também a Tailândia reportava um doente. Internautas comentaram ironicamente que o vírus era “patriótico”, pois parecia só afetar estrangeiros.

Em 22 de Janeiro, o Governo central colocou a cidade sob uma quarentena de facto, com entradas e saídas interditas. Nas semanas seguintes, províncias em toda a China reportaram casos de contaminação pela doença, num total que superou, até à data, os 70.000.

18 Fev 2020

Covid-19 | Activista chinês detido após criticar autoritarismo do poder político

[dropcap]U[/dropcap]m activista e professor de Direito chinês que fez duras críticas ao sistema político da China e à forma como Pequim geriu o surto do coronavírus foi preso, revelou hoje< a Amnistia Internacional/a>.
Xu Zhiyong, antigo professor de Direito na Universidade Qinghua, uma das mais prestigiadas do país, mas afastado após criticar abertamente o Presidente chinês, Xi Jinping, foi preso no sábado, segundo a organização de defesa dos Direitos Humanos.
O activista, que esteve preso entre 2014 e 2017, viveu nos últimos dois meses em sítios diferentes, para evitar ser detido, depois de ter organizado uma reunião entre apoiantes de reformas democráticas, em Xiamen, na costa leste do país, em final de Dezembro.
Após o surto do novo coronavírus, designado Covid-19, se ter alastrado pelo país, Xu Zhiyong escreveu um ensaio, intitulado “Alerta Viral: Quando a Fúria Ultrapassa o Medo”, no qual argumentava que a obsessão do regime com a estabilidade e a centralização do poder em torno de Xi Jinping estavam a paralisar e incapacitar a burocracia do país, impedindo uma resposta rápida e eficaz ao vírus.
“Nada – nem a liberdade, dignidade ou felicidade do povo chinês – é mais importante do que manter a estabilidade”, acusou. No mesmo ensaio, Xu disse que, devido à ausência de liberdade de expressão e de um sistema burocrático moderno, o líder chinês “não tem restrições” e a Comissão de Segurança Nacional, que foi estabelecida por Xi, “domina com punho de ferro cada camada da burocracia”, que responde ao seu superior “até atingir, no topo, A Única Pessoa Responsável”.
“No entanto, esse indivíduo é apenas um homem de carne e osso que não pode estar presente em todos os aspectos da governação”, resumiu, no ensaio, publicado ‘online’, em 4 de Fevereiro.
Xu apelou à demissão de Xi Jinping. “A guerra do Governo chinês contra o coronavírus não o desviou da sua ofensiva generalizada contra vozes dissidentes”, considerou a Amnistia.
O desaparecimento de Xu surge numa altura de indignação pela morte de Li Wenliang, o médico que alertou inicialmente para o novo coronavírus, mas que foi repreendido pela polícia, que o obrigou a assinar um documento no qual denunciava o aviso como um boato “infundado e ilegal”.
Pang Kun, um outro advogado e defensor dos direitos dos trabalhadores, foi também detido, na semana passada, e, entretanto, libertado, depois de as autoridades o acusarem de “provocar confusão”, acusação frequentemente usada contra ativistas na China.
Pang terá organizado uma petição para assinalar a morte de Li Wenliang. Perante o crescente descontentamento popular pelo surto do coronavírus, Xi Jinping citou a necessidade de “fortalecer a orientação da opinião pública”, um termo que geralmente sugere o bloqueio de fontes de informação não dominadas pelo Estado e a censura de comentários críticos nas redes sociais chinesas.
Dois jornalistas independentes que estavam em Wuhan, epicentro do novo coronavírus, também desapareceram, nas últimas duas semanas, e mais de 350 pessoas em todo o país foram punidas por “espalhar boatos”, segundo a organização de defesa dos Direitos Humanos Chinese Human Defensors.
As autoridades chinesas têm ainda restringido o acesso à Internet. Os serviços VPN (Virtual Proxy Network) – um mecanismo que permite aceder à rede através de um servidor localizado fora da China -, usados para contornar a censura na rede chinesa, foram alvo de ataques, tornando mais difícil o acesso a ‘sites’ estrangeiros bloqueados no país, incluindo Google e Twitter, ou a órgãos de imprensa estrangeiros.
O novo coronavírus foi inicialmente detectado no final do ano passado num mercado de mariscos nos subúrbios de Wuhan, centro do país, quando as autoridades locais reportaram 27 infectados com uma “doença misteriosa”, e descartaram que a doença fosse transmissível entre seres humanos.
Volvidas duas semanas, os boletins diários da Comissão de Saúde de Wuhan sobre a doença continuaram a afirmar que não havia novos casos de infecção, nem evidências de transmissão entre seres humanos ou casos de infecção entre funcionários da saúde.
A própria Organização Mundial de Saúde garantiu então que o surto não se alastrou para além do mercado.
No entanto, em 16 de Janeiro, o Japão reportou um caso – um homem que tinha visitado Wuhan, mas que não esteve no mercado. Dois dias depois, também a Tailândia reportava um doente. Internautas comentaram ironicamente que o vírus era “patriótico”, pois parecia só afetar estrangeiros.
Em 22 de Janeiro, o Governo central colocou a cidade sob uma quarentena de facto, com entradas e saídas interditas. Nas semanas seguintes, províncias em toda a China reportaram casos de contaminação pela doença, num total que superou, até à data, os 70.000.

18 Fev 2020

Covid-19 | Dois casos suspeitos em Portugal com resultados negativos. Nova suspeita não se confirma

[dropcap]O[/dropcap]s exames aos casos suspeitos em Portugal de infecção do novo coronavírus de uma criança em Lisboa e de uma outra pessoa no Porto deram resultado negativo, informou ontem a Direcção-Geral de Saúde (DGS), que anunciou um 11.º doente. No entanto, a DGS esclareceu hoje que a mulher encaminhada para o Hospital de São João, no Porto, não configura um caso suspeito de infeção por novo coronavírus, não tendo sido realizadas análises.

“Depois de investigada a história clínica e epidemiológica na presença da cidadã que foi encaminhada para o Centro Hospitalar Universitário de São João, concluiu-se que o caso não configura um caso suspeito de infeção por novo coronavírus (covid-19)”, refere a DGS em comunicado. Nesse sentido, não se procedeu à realização de análises laboratoriais pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

Em comunicado, a DGS refere que os dois casos suspeitos, que constituem o 9º e 10º casos registados em Portugal, dizem respeito a uma criança regressada da China que foi encaminhada para o Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, enquanto que o outro doente foi dirigido para Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto). Ambos foram sujeitos a análises pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), com duas amostras biológicas negativas. Já houve em Portugal outros oito casos suspeitos, que não se confirmaram.

18 Fev 2020

Covid-19 | Dois casos suspeitos em Portugal com resultados negativos. Nova suspeita não se confirma

[dropcap]O[/dropcap]s exames aos casos suspeitos em Portugal de infecção do novo coronavírus de uma criança em Lisboa e de uma outra pessoa no Porto deram resultado negativo, informou ontem a Direcção-Geral de Saúde (DGS), que anunciou um 11.º doente. No entanto, a DGS esclareceu hoje que a mulher encaminhada para o Hospital de São João, no Porto, não configura um caso suspeito de infeção por novo coronavírus, não tendo sido realizadas análises.
“Depois de investigada a história clínica e epidemiológica na presença da cidadã que foi encaminhada para o Centro Hospitalar Universitário de São João, concluiu-se que o caso não configura um caso suspeito de infeção por novo coronavírus (covid-19)”, refere a DGS em comunicado. Nesse sentido, não se procedeu à realização de análises laboratoriais pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).
Em comunicado, a DGS refere que os dois casos suspeitos, que constituem o 9º e 10º casos registados em Portugal, dizem respeito a uma criança regressada da China que foi encaminhada para o Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, enquanto que o outro doente foi dirigido para Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto). Ambos foram sujeitos a análises pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), com duas amostras biológicas negativas. Já houve em Portugal outros oito casos suspeitos, que não se confirmaram.

18 Fev 2020

Vulnerabilidades

[dropcap]N[/dropcap]ão sou especialista em saúde, nem tenho intenções de ser. Contudo, se virmos a taxa de mortalidade do COVID-19 em Wuhan e fora da província de Hubei parece muito claro que as mortes se devem mais à falência do sistema de saúde local do que à mortalidade da doença. As imagens de uma mãe que tentava levar a filha aos tratamentos para a leucemia em Hubei mostra como a saúde faliu na província.

Este aspecto por si só devia ser uma grande lição para o Interior, que espero que tire as ilações devidas, mas também para Macau. A resposta do Governo de Ho Iat Seng tem sido justamente elogiada. Mas se tivesse surgido um surto local teria o sistema de saúde de Macau capacidade de resposta? Respondo com um redondo não.

No início, o número de camas para isolamento rondava as 350, o que é alarmante. É chocante como uma região tão traumatizada com a SARS não tem melhores equipamentos para as doenças infecto-contagiosas.

Mas não é surpreendente. Chui Sai On foi uma nulidade que teve sorte de governar num período em que o dinheiro nunca parou de entrar. No entanto, em questões de segurança da população fez zero. Em relação aos tufões foi preciso acabar a sorte e morrerem 10 pessoas com o Hato para criar um mecanismo de resposta adequado.

Na saúde aconteceu o mesmo. Em dez anos não conseguiu terminar um hospital, nem um centro de doenças infecto-contagiosas, o que nos deixa a todos numa posição vulnerável. Resta-nos esperar que a RAEM continue a ser protegida pela sorte nos próximos meses e o Governo de Ho corrija as vulnerabilidades deixadas por Chui. Chega de jogar à roleta russa com a segurança da população.

18 Fev 2020

Covid-19 | Sobe para 1.868 número de mortos na China continental, mais 1.886 infectados

[dropcap]O[/dropcap] número de mortos devido ao novo coronavírus (Covid-19) na China continental subiu hoje para 1.868, ao mesmo tempo que foram registados 1.886 novos casos de infeção, num total de 72.436 infectados, foi anunciado.

A Comissão de Saúde da China indicou que entre as 98 mortes ocorridas no país, 93 foram registadas na província de Hubei, centro do surto e onde várias cidades foram colocadas sob quarentena, com entradas e saídas interditas, uma medida que afeta quase 60 milhões de pessoas.

Entre os 1.886 novos pacientes, 1.807 são também reportados por Hubei, onde a epidemia foi detetada no final de 2019.

Até à meia-noite, um total de 11.741 casos graves foram detectados no país, enquanto 12.552 pacientes superaram a doença e receberam alta.

As autoridades acrescentaram que 560.901 pessoas foram acompanhadas por terem tido contacto próximo com infectados, entre os quais 141.552 ainda estão sob observação e 6.242 são casos suspeitos de terem contraído o novo coronavírus.

Além de 1.868 mortos na China continental, há a registar um morto na região chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão, um em França e um em Taiwan.

Embora cerca de trinta países tenham casos diagnosticados com Covid-19, a China regista perto de 99% do total global de infectados.

18 Fev 2020

Covid-19 | Sobe para 1.868 número de mortos na China continental, mais 1.886 infectados

[dropcap]O[/dropcap] número de mortos devido ao novo coronavírus (Covid-19) na China continental subiu hoje para 1.868, ao mesmo tempo que foram registados 1.886 novos casos de infeção, num total de 72.436 infectados, foi anunciado.
A Comissão de Saúde da China indicou que entre as 98 mortes ocorridas no país, 93 foram registadas na província de Hubei, centro do surto e onde várias cidades foram colocadas sob quarentena, com entradas e saídas interditas, uma medida que afeta quase 60 milhões de pessoas.
Entre os 1.886 novos pacientes, 1.807 são também reportados por Hubei, onde a epidemia foi detetada no final de 2019.
Até à meia-noite, um total de 11.741 casos graves foram detectados no país, enquanto 12.552 pacientes superaram a doença e receberam alta.
As autoridades acrescentaram que 560.901 pessoas foram acompanhadas por terem tido contacto próximo com infectados, entre os quais 141.552 ainda estão sob observação e 6.242 são casos suspeitos de terem contraído o novo coronavírus.
Além de 1.868 mortos na China continental, há a registar um morto na região chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão, um em França e um em Taiwan.
Embora cerca de trinta países tenham casos diagnosticados com Covid-19, a China regista perto de 99% do total global de infectados.

18 Fev 2020

Covid-19 | Director de hospital em Wuhan morre infectado pela doença

[dropcap]O[/dropcap] director do hospital Wuchang, na cidade chinesa de Wuhan, centro do novo coronavírus, morreu hoje de uma pneumonia resultante do Covid-19, informou o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês. Liu Zhiming, neurocirurgião de 50 anos, é o primeiro director de um hospital a sucumbir à doença, indicou o jornal.
O hospital administrado por Liu é um dos centros médicos especificamente designados para o atendimento de pacientes de Covid-19, na capital da província de Hubei, que foi colocada sob quarentena, em 23 de janeiro, com entradas e saída interditas.
Cerca de dois mil profissionais de saúde chineses foram infectados pelo novo coronavírus, e vários morreram, incluindo o médico Li Wenliang, que tentou alertar os colegas para um possível surto, mas que foi repreendido pelas autoridades chinesas por “espalhar boatos”.
O coronavírus Covid-19 provocou 1.886 mortos e infectou mais de 72 mil pessoas a nível mundial. A maioria dos casos ocorreu na China, onde a epidemia foi detectada no final de 2019.
Além das vítimas mortais na China continental, há a registar um morto na região chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão, um em França e um em Taiwan.
As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.

18 Fev 2020

Covid-19 | Director de hospital em Wuhan morre infectado pela doença

[dropcap]O[/dropcap] director do hospital Wuchang, na cidade chinesa de Wuhan, centro do novo coronavírus, morreu hoje de uma pneumonia resultante do Covid-19, informou o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês. Liu Zhiming, neurocirurgião de 50 anos, é o primeiro director de um hospital a sucumbir à doença, indicou o jornal.

O hospital administrado por Liu é um dos centros médicos especificamente designados para o atendimento de pacientes de Covid-19, na capital da província de Hubei, que foi colocada sob quarentena, em 23 de janeiro, com entradas e saída interditas.

Cerca de dois mil profissionais de saúde chineses foram infectados pelo novo coronavírus, e vários morreram, incluindo o médico Li Wenliang, que tentou alertar os colegas para um possível surto, mas que foi repreendido pelas autoridades chinesas por “espalhar boatos”.

O coronavírus Covid-19 provocou 1.886 mortos e infectou mais de 72 mil pessoas a nível mundial. A maioria dos casos ocorreu na China, onde a epidemia foi detectada no final de 2019.

Além das vítimas mortais na China continental, há a registar um morto na região chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão, um em França e um em Taiwan.

As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.

18 Fev 2020

Regresso ao trabalho

[dropcap]A[/dropcap] melhor notícia que tivemos esta semana foi a ausência de novos casos de coronavírus em Macau. Esta notícia confirma que até agora não fomos atingidos pela epidemia. Numa cidade pequena e densamente povoada como Macau, um surto epidémico seria muito perigoso.

A questão fundamental é como manter Macau saudável. É sabido que o vírus se transmite pelo ar. Se conseguirmos eliminar o contacto entre as pessoas, a transmissão do vírus terminará. Para evitar as concentrações, os departamentos governamentais reduziram ao máximo a prestação de serviços, as empresas interromperam as suas actividades e os estudantes ficaram em casa. Há alguns dias, o Governo de Macau aconselhou a população a não se deslocar ao Fai Chi Kei para comprar máscaras, de forma a evitar a permanência de muitas pessoas no mesmo local. Todas estas medidas tiveram como objectivo impedir a concentração pessoas, de forma a eliminar as condições que permitem a transmissão do vírus.

Os funcionários públicos voltaram ao trabalho esta segunda-feira. A reabertura dos serviços públicos vai fazer-se de forma faseada. Em certos casos, alguns serviços só reabrem ao público mais tarde. A população deverá compreender e aceitar estas decisões.

O regresso gradual dos funcionários públicos implicará a retoma gradual da actividade empresarial. As empresas precisam dos seus empregados. Em Macau, existem mais de 100.000 trabalhadores estrangeiros.

No entanto, muitos deles regressaram à China durante os feriados do Ano Novo chinês. Como é sabido, a China continental está em estado de alerta e foi implementado o controlo de fronteiras. Para estes trabalhadores é, para já, impossível o regresso a Macau. Pode daqui deduzir-se que as empresas que os empregam irão ser afectadas. Posto isto, esperamos que os empregadores compreendam esta situação, bem com os colegas que certamente irão ficar sobrecarregados de trabalho. Todos temos de ser tolerantes.

O regresso às aulas só acontecerá após a normalização dos serviços e da actividade empresarial, por não ser uma urgência imediata. Como é natural, quando as pessoas voltarem ao trabalho, as multidões regressarão às ruas. Se, mesmo nestas circunstâncias, não se registarem novos casos de infecção viral, os estudantes poderão voltar às aulas. Desta forma protegemos ao máximo a saúde dos jovens e das crianças.

É necessário ser paciente para aguardar o regresso da normalidade. O tempo de espera é tempo perdido. Os exames foram adiados, as receitas das empresas diminuíram e os serviços públicos estão suspensos, durante este período de espera. Todos são afectados. Por causa desta paragem, o Governo vai injectar 20 mil milhões de patacas na economia da cidade, para aliviar temporariamente os danos causados.

A retoma dos serviços públicos, da actividade comercial e das aulas, é importante, mas a saúde da população de Macau também o é. Não nos devemos precipitar no regresso à normalidade. É importante seguir à risca os conselhos dos profissionais de saúde. Quando os médicos forem de opinião que o risco de transmissão do vírus está ultrapassado, então será altura de tudo voltar ao que era, e isso será o que de melhor podemos esperar para Macau.

 

Consultor Jurídico da Associação Para a Promoção do Jazz em Macau
Professor Associado do Instituto Politécnico de Macau
Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog
Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk

18 Fev 2020

Músico belga fez canção para ajudar vítimas do Covid-19

[dropcap]M[/dropcap]uito próximo da China, que diz ter visitado 150 vezes, o músico e compositor Jean-françois Maljean decidiu recorrer à sua arte para ajudar a mudar as mentalidades em relação ao novo surto do coronavírus, mas também ajudar as vítimas da epidemia.

Em declarações ao HM, o compositor belga explicou como surgiu a oportunidade de compor uma balada ao piano. “Foi uma decisão tomada entre duas pessoas. Tenho um amigo, um parceiro em Wuhan, que tem uma empresa de produção e costumamos trabalhar juntos. E foi-me sugerido fazer uma canção sobre esta crise. No início hesitei, mas depois achei que compor uma canção poderia ajudar a aumentar a consciência dos ocidentais em relação a este problema.”

Tendo actuado na cidade de Wuhan “três ou quatro vezes” e assumindo uma identificação com a China e os chineses, o músico belga diz não compreender a discriminação que se tem verificado com o surto do novo coronavírus.

“O primeiro motivo pelo qual fiz a canção foi dar coragem à população chinesa para que lutem contra a epidemia, para dar força às famílias dos doentes que faleceram. Quis ajudar, juntar algum dinheiro para ajudar a combater esta crise. Mas vejo algumas reacções dos ocidentais que não aprovo. Adoro a China e tenho muitas histórias com chineses e fiquei desapontado com tudo isto. Espero que as atitudes das pessoas mudem para que não haja discriminação.”

Sons antigos

Jean-françois Maljean, que diz sempre ter feito música de fusão, decidiu incorporar o som de uns sinos tradicionais chineses, famosos na província de Hubei. Três pessoas trabalharam na letra, incluindo o autor inglês Robert Muray, que finalizou o texto. A interpretação está a cargo de Noemie Manjou, filha do músico, que é cantora profissional.

“Esta é a primeira vez que trabalhamos juntos. Quando o projecto da canção apareceu pensei naturalmente nela [para interpretar a música]. A sua voz é perfeita para a canção e é muito fácil trabalhar com ela”, concluiu.

Esta música terá uma versão chinesa “em breve”. “Não espero ter sucesso para mim próprio”, rematou Jean-françois Maljean.

18 Fev 2020