Filipinas | Governo sem avião para transportar nacionais

[dropcap]A[/dropcap]o contrário do que tinha anunciado anteriormente, o governo das Filipinas não vai fretar um avião para transportar os cidadãos nacionais retidos em Macau de volta ao país.
O anúncio foi publicado, ontem, pelo Consulado-Geral das República das Filipinas em Macau, que explica o recuo com os problemas enfrentados pelas operadoras do país para voarem entre as Filipinas e a RAEM.

21 Fev 2020

Filipinas | Governo sem avião para transportar nacionais

[dropcap]A[/dropcap]o contrário do que tinha anunciado anteriormente, o governo das Filipinas não vai fretar um avião para transportar os cidadãos nacionais retidos em Macau de volta ao país.

O anúncio foi publicado, ontem, pelo Consulado-Geral das República das Filipinas em Macau, que explica o recuo com os problemas enfrentados pelas operadoras do país para voarem entre as Filipinas e a RAEM.

21 Fev 2020

Parques e jardins | Reabertos por motivos de “equilíbrio”

[dropcap]L[/dropcap]ei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde, admitiu que os parques e jardins públicos foram abertos devido à pressão da população.
“Depois de 15 dias sem novos casos de infecção, se não tivéssemos aberto os parques e jardins ia haver muitas opiniões negativas da população”, disse Lei.
“O nosso objectivo é diminuir o risco para a população, ao mesmo tempo que abrimos os espaços, uma vez que há famílias com casas pequenas e que querem fazer desporto. Estamos a tomar medidas e a tentar manter um equilíbrio”, acrescentou.

21 Fev 2020

Parques e jardins | Reabertos por motivos de “equilíbrio”

[dropcap]L[/dropcap]ei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde, admitiu que os parques e jardins públicos foram abertos devido à pressão da população.

“Depois de 15 dias sem novos casos de infecção, se não tivéssemos aberto os parques e jardins ia haver muitas opiniões negativas da população”, disse Lei.

“O nosso objectivo é diminuir o risco para a população, ao mesmo tempo que abrimos os espaços, uma vez que há famílias com casas pequenas e que querem fazer desporto. Estamos a tomar medidas e a tentar manter um equilíbrio”, acrescentou.

21 Fev 2020

Petição | Motoristas querem extensão das licenças para colmatar falta de receitas 

O deputado José Pereira Coutinho entrega hoje uma petição na sede do Governo onde se exige medidas de apoio aos taxistas, que também sofrem os efeitos da crise gerada pelo novo coronavírus. O sector exige ajudas semelhantes às que são concedidas às PME e pedem a extensão do prazo de validade das licenças de concessão do serviço

[dropcap]O[/dropcap]s taxistas entregam hoje na sede do Governo uma petição dirigida ao Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, onde pedem apoios para lidar com a falta de receitas causada pelas medidas de quarentena de combate ao Covid-19. Em causa está o pedido de apoios financeiros e da extensão do prazo de validade das licenças concessionadas.
“Um dos pontos que pedem é a extensão do período de validade da licença. Pretendem que os prazos de validade possam ser estendidos e que não sejam cobradas taxas, que não seja contabilizado este prazo em que estão parados”, explicou ao HM o deputado José Pereira Coutinho.
Esta não é a primeira vez que o sector dos táxis clama por ajuda. No início do mês, um grupo de 12 associações locais relacionadas com os táxis juntou-se para pedir cinco medidas de urgência ao Executivo.
Entre o pedido, consta a distribuição de 10 mil patacas a cada taxista e empréstimos de 50 mil patacas sem juros para as empresas e ainda a distribuição de materiais de esterilização.
Contudo, a petição apoiada pelo deputado e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) não fala de valores monetários.
“Na petição é referido que os taxistas entendem que este período de inactividade não gerou quaisquer receitas. A maioria dos táxis estão estacionados no parque público da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. À semelhança dos apoios que estão a ser dados às Pequenas e Médias Empresas, também querem que seja encontrada uma solução para a falta de receitas do sector dos táxis”, frisou Coutinho.

Infracções diminuíram

José Pereira Coutinho fala de cerca de 200 famílias afectadas por medidas como o encerramento dos casinos por um período de 15 dias ou a quarentena imposta a todos os que habitam o território, que levaram a que as ruas de Macau tenham ficado vazias.
“Eles querem que o Governo de Macau dê atenção às centenas de famílias que dependem dos salários e das receitas de exploração desta actividade”, disse o deputado, que reuniu esta terça-feira com representantes do sector na sede da ATFPM.
Questionado sobre se estas medidas de apoio se justificam tendo em conta o mau comportamento de muitos taxistas, o deputado à Assembleia Legislativa disse que, desde a entrada em vigor da nova lei dos táxis que o número de infracções tem vindo a diminuir.
“Acreditamos que a maioria dos taxistas são honestos. Dados oficiais mostram que o número de infractores diminuiu drasticamente. Acredita-se que neste momento a situação que existia no passado não tem ocorrido”, concluiu Pereira Coutinho.

21 Fev 2020

Petição | Motoristas querem extensão das licenças para colmatar falta de receitas 

O deputado José Pereira Coutinho entrega hoje uma petição na sede do Governo onde se exige medidas de apoio aos taxistas, que também sofrem os efeitos da crise gerada pelo novo coronavírus. O sector exige ajudas semelhantes às que são concedidas às PME e pedem a extensão do prazo de validade das licenças de concessão do serviço

[dropcap]O[/dropcap]s taxistas entregam hoje na sede do Governo uma petição dirigida ao Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, onde pedem apoios para lidar com a falta de receitas causada pelas medidas de quarentena de combate ao Covid-19. Em causa está o pedido de apoios financeiros e da extensão do prazo de validade das licenças concessionadas.

“Um dos pontos que pedem é a extensão do período de validade da licença. Pretendem que os prazos de validade possam ser estendidos e que não sejam cobradas taxas, que não seja contabilizado este prazo em que estão parados”, explicou ao HM o deputado José Pereira Coutinho.

Esta não é a primeira vez que o sector dos táxis clama por ajuda. No início do mês, um grupo de 12 associações locais relacionadas com os táxis juntou-se para pedir cinco medidas de urgência ao Executivo.

Entre o pedido, consta a distribuição de 10 mil patacas a cada taxista e empréstimos de 50 mil patacas sem juros para as empresas e ainda a distribuição de materiais de esterilização.

Contudo, a petição apoiada pelo deputado e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) não fala de valores monetários.

“Na petição é referido que os taxistas entendem que este período de inactividade não gerou quaisquer receitas. A maioria dos táxis estão estacionados no parque público da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. À semelhança dos apoios que estão a ser dados às Pequenas e Médias Empresas, também querem que seja encontrada uma solução para a falta de receitas do sector dos táxis”, frisou Coutinho.

Infracções diminuíram

José Pereira Coutinho fala de cerca de 200 famílias afectadas por medidas como o encerramento dos casinos por um período de 15 dias ou a quarentena imposta a todos os que habitam o território, que levaram a que as ruas de Macau tenham ficado vazias.

“Eles querem que o Governo de Macau dê atenção às centenas de famílias que dependem dos salários e das receitas de exploração desta actividade”, disse o deputado, que reuniu esta terça-feira com representantes do sector na sede da ATFPM.

Questionado sobre se estas medidas de apoio se justificam tendo em conta o mau comportamento de muitos taxistas, o deputado à Assembleia Legislativa disse que, desde a entrada em vigor da nova lei dos táxis que o número de infracções tem vindo a diminuir.

“Acreditamos que a maioria dos taxistas são honestos. Dados oficiais mostram que o número de infractores diminuiu drasticamente. Acredita-se que neste momento a situação que existia no passado não tem ocorrido”, concluiu Pereira Coutinho.

21 Fev 2020

Diamond Princess | Residentes ficam mais 14 dias

[dropcap]O[/dropcap]s cinco residentes de Macau que estavam em vias de regressar do Japão, onde se encontravam no cruzeiro Diamond Princess ficaram retidos.
Isto porque foi detectado mais um infectado no navio, o que fez com que estes residentes fossem considerados “casos de contacto próximo”. Por esse motivo vão ter de voltar a estar 14 dias de quarentena, antes de terem autorização para regressarem à RAEM.
Entre os cinco residentes, apenas três tinham mostrado a intenção de regressar a Macau, outros dois tinham optado por ficar em Hong Kong.

21 Fev 2020

Diamond Princess | Residentes ficam mais 14 dias

[dropcap]O[/dropcap]s cinco residentes de Macau que estavam em vias de regressar do Japão, onde se encontravam no cruzeiro Diamond Princess ficaram retidos.

Isto porque foi detectado mais um infectado no navio, o que fez com que estes residentes fossem considerados “casos de contacto próximo”. Por esse motivo vão ter de voltar a estar 14 dias de quarentena, antes de terem autorização para regressarem à RAEM.

Entre os cinco residentes, apenas três tinham mostrado a intenção de regressar a Macau, outros dois tinham optado por ficar em Hong Kong.

21 Fev 2020

Fronteiras | Mais de 900 pessoas sujeitas a inspecção de seis horas

Entre a meia-noite e as 16h00 de ontem, 916 turistas e residentes tinham sido sujeitos à nova medida de inspecção, em que se fica retido durante um período de seis a oito horas em observação

 
[dropcap]N[/dropcap]o dia em que as medidas de inspecção na fronteira ficaram mais exigentes, 916 turistas e residentes que pretendiam entrar no território foram submetidos a uma observação, de entre seis a oito horas. Esta observação aplica-se às pessoas que vêm de zonas consideradas com alta incidência do coronavírus, como Cantão, ou a residentes com múltiplas entradas e saídas para o Interior da China.
Segundo os dados disponibilizados pelo chefe substituto do Departamento para os Assuntos e Residência e Permanência do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), entre os observados, 784 entraram pelas Portas do Cerco, sendo que 738 vieram de zonas de alta incidência. Outros 46 que foram inspeccionados no mesmo local foram residentes com entradas múltiplas. Finalmente, 184 pessoas foram observadas quando entraram na RAEM através do Terminal Marítimo do Pac On. Houve ainda 544 pessoas que quando foram informadas sobre a necessidade de estarem seis horas em observação decidiram regressar ao Interior.
Entre os observados, três residentes foram levados para o Centro Hospitalar Conde São Januário, um por apresentar problemas tracto-respiratórios e dois por se sentirem mal. À hora da conferência, os resultados dos testes ainda não eram conhecidos.
Desde a meia-noite de ontem que só havia um lugar de observação, o que gerou queixas, não só pela longa espera, mas também por falta de acessos a água e à concentração de pessoas no local. Porém, Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde de Macau, defendeu que as seis horas são intencionais. “Temos de fazer uma observação activa de seis a oito horas porque existe a possibilidade de haver pessoas que tomaram medicamentos que reduzem os sintomas antes de passar a fronteira. Nós temos de considerar todas as hipóteses para evitar um surto”, justificou o director.
Face à situação, o Governo optou por abrir um segundo campo de observação, que só entrou em funcionamento horas mais tarde.

Avaliação positiva

No último dia antes medidas mais restritivas passarem a vigorar, e quando ainda se permitia aos trabalhadores não-residentes (TNR) entrarem em Macau, sem ficarem sujeitos a um período de quarentena, registaram-se 55 mil entradas, entre as quais 32 mil de TNR. Houve ainda 1.500 entradas de turistas e 5,8 mil de residentes.
Já ontem, com as novas medidas, contabilizaram-se 406 entradas de TNR, no que representou uma descida de 98 por cento.
“Houve uma redução significativa das entradas e saídas, o que confirma que as medidas do Governo estão a ser eficazes”, considerou Wong Kim Hong.
Ainda em relação à situação actual, Lei Chin Ion admitiu que o risco de epidemia actualmente é “reduzido”, mas que é necessário continuar a tomar medidas e manter as precauções, como ficar em casa. “Neste momento Macau tem um risco reduzido, porque foi ultrapassado um período de 14 dias sem qualquer caso na comunidade. No entanto, há um risco devido à situação das regiões vizinhas”, explicou.

21 Fev 2020

Fronteiras | Mais de 900 pessoas sujeitas a inspecção de seis horas

Entre a meia-noite e as 16h00 de ontem, 916 turistas e residentes tinham sido sujeitos à nova medida de inspecção, em que se fica retido durante um período de seis a oito horas em observação

 

[dropcap]N[/dropcap]o dia em que as medidas de inspecção na fronteira ficaram mais exigentes, 916 turistas e residentes que pretendiam entrar no território foram submetidos a uma observação, de entre seis a oito horas. Esta observação aplica-se às pessoas que vêm de zonas consideradas com alta incidência do coronavírus, como Cantão, ou a residentes com múltiplas entradas e saídas para o Interior da China.

Segundo os dados disponibilizados pelo chefe substituto do Departamento para os Assuntos e Residência e Permanência do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), entre os observados, 784 entraram pelas Portas do Cerco, sendo que 738 vieram de zonas de alta incidência. Outros 46 que foram inspeccionados no mesmo local foram residentes com entradas múltiplas. Finalmente, 184 pessoas foram observadas quando entraram na RAEM através do Terminal Marítimo do Pac On. Houve ainda 544 pessoas que quando foram informadas sobre a necessidade de estarem seis horas em observação decidiram regressar ao Interior.

Entre os observados, três residentes foram levados para o Centro Hospitalar Conde São Januário, um por apresentar problemas tracto-respiratórios e dois por se sentirem mal. À hora da conferência, os resultados dos testes ainda não eram conhecidos.

Desde a meia-noite de ontem que só havia um lugar de observação, o que gerou queixas, não só pela longa espera, mas também por falta de acessos a água e à concentração de pessoas no local. Porém, Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde de Macau, defendeu que as seis horas são intencionais. “Temos de fazer uma observação activa de seis a oito horas porque existe a possibilidade de haver pessoas que tomaram medicamentos que reduzem os sintomas antes de passar a fronteira. Nós temos de considerar todas as hipóteses para evitar um surto”, justificou o director.

Face à situação, o Governo optou por abrir um segundo campo de observação, que só entrou em funcionamento horas mais tarde.

Avaliação positiva

No último dia antes medidas mais restritivas passarem a vigorar, e quando ainda se permitia aos trabalhadores não-residentes (TNR) entrarem em Macau, sem ficarem sujeitos a um período de quarentena, registaram-se 55 mil entradas, entre as quais 32 mil de TNR. Houve ainda 1.500 entradas de turistas e 5,8 mil de residentes.

Já ontem, com as novas medidas, contabilizaram-se 406 entradas de TNR, no que representou uma descida de 98 por cento.

“Houve uma redução significativa das entradas e saídas, o que confirma que as medidas do Governo estão a ser eficazes”, considerou Wong Kim Hong.

Ainda em relação à situação actual, Lei Chin Ion admitiu que o risco de epidemia actualmente é “reduzido”, mas que é necessário continuar a tomar medidas e manter as precauções, como ficar em casa. “Neste momento Macau tem um risco reduzido, porque foi ultrapassado um período de 14 dias sem qualquer caso na comunidade. No entanto, há um risco devido à situação das regiões vizinhas”, explicou.

21 Fev 2020

Covid-19 | Psiquiatras alertam para deficiências no apoio psicológico a doentes na China

Li Duan e Gang Zhu, médicos do departamento de psiquiatria de um hospital universitário em Shenyang, alertam num artigo publicado na revista científica The Lancet para as deficiências actuais no apoio psicológico dado a pessoas infectadas com o novo coronavírus e aos seus familiares. Os dois especialistas defendem que faltam melhores estratégias, mais recursos humanos e que, muitas vezes, são médicos e enfermeiros que vestem a pele de psiquiatras

 

[dropcap]A[/dropcap]s pessoas infectadas com o Covid-19, nome dado ao novo coronavírus, não estão a receber o devido acompanhamento psicológico, quer quando estão doentes quer quando têm alta. O mesmo acontece aos seus familiares e demais pessoas relacionadas. A conclusão é de um estudo de dois médicos psiquiatras de um hospital universitário em Shenyang, Li Duan e Gang Zhu, publicado esta quarta-feira na revista científica The Lancet.

Em “Intervenções psicológicas em pessoas afectadas pela epidemia do Covid-19”, os dois autores descrevem que existem directrizes para esta epidemia que, na prática, acabam por não funcionar como seria esperado.

“A Comissão de Saúde Nacional emitiu directrizes para a intervenção em crises psicológicas de emergência em pessoas afectadas pelo Covid-19. As instituições médicas e universidades em toda a China abriram plataformas online para providenciar aconselhamento psicológico para os pacientes, familiares e outras pessoas afectadas pela epidemia.”

No entanto, “as necessidades de saúde mental que os pacientes diagnosticados com o Covid-19, pacientes com suspeita de infecção, familiares que estão de quarentena ou pessoal médico não estão a ser devidamente asseguradas”. No artigo, lê-se mesmo que “a organização e a gestão de modelos de intervenção na China devem ser melhorados”.

Os autores começam por apontar falhas de comunicação na implementação de uma estratégia global de apoio psicológico. “É dada pouca atenção à implementação prática das intervenções. O planeamento geral não é adequado. Quando se dá uma crise, não há uma autoridade que crie e planeie as actividades de intervenção psicológica em diferentes regiões e departamentos subordinados.”

Os autores descrevem ainda que “a maior parte dos departamentos médicos começaram as suas actividades de intervenção psicológica sem falarem entre si, desperdiçando recursos na área da saúde mental e falhando com os pacientes no que diz respeito à falta de um diagnosticado atribuído em tempo útil e um pobre acompanhamento dos tratamento e avaliações”.

Faltam profissionais

Esta não é a primeira vez que as autoridades chinesas criam directrizes para o reforço da saúde mental em situações de crise, como é o caso das epidemias. Aconteceu em 2004, lê-se no artigo, e essas directrizes “tiveram bons resultados” nas alturas da SARS, por exemplo. No entanto, não só estas práticas são recentes no país, como falham na prática. “A organização e a gestão das actividades de intervenção psicológica contêm vários problemas.”

Outro problema apontado no tratamento psicológico prende-se com o facto de muitos dos infectados não receberem o devido acompanhamento após a alta. “A cooperação entre os serviços médicos e as instituições de saúde mental em algumas províncias e cidades da China têm estado separados. Depois da avaliação feita aos indivíduos afectados pela epidemia, os pacientes não são acompanhados de acordo com a severidade da sua condição e existem dificuldades por parte dos departamentos ou profissionais apropriados para que haja um diagnóstico razoável e feito em tempo útil.”

Neste sentido, “depois da resolução da infecção, os pacientes não podem ser transferidos do hospital para uma instituição para continuarem a receber tratamento psicológico.”

Os dois médicos descrevem ainda um panorama em que há falta de profissionais na área da saúde mental nas equipas que lidam com os doentes infectados pelo Covid-19. “Devido à falta de profissionais, a criação de equipas de intervenção psicológica em muitas áreas não é possível. As equipas consistem apenas em conselheiros psicológicos, enfermeiros, voluntários ou professores com cursos na área da psicologia ou outras relacionadas, sem experiência profissional como psiquiatras ou psicólogos.”

Além da falta de recursos humanos, coloca-se a questão das medidas preventivas obrigarem ao afastamento das zonas de internamento do pessoal médico que não é estritamente necessário.

“Com restritas medidas de combate à infecção, pessoal não necessário como psiquiatras, trabalhadores sociais na área da saúde mental ou psicólogos são fortemente desencorajados a entrar em zonas de isolamento para doentes do Covid-19. Dessa forma, os trabalhadores da linha da frente tornaram-se aqueles que providenciam apoio psicológico aos doentes nos hospitais.”

No entanto, e “devido aos procedimentos de trabalho complicados, horários sobrecarregados e falta de formação padronizada em psiquiatria ou em psicologia clínica, os profissionais de saúde nem sempre sabem como mitigar situações de stress psicológico”, alertam os autores do artigo.

Neste sentido, o ideal seria que, nesta crise causada pelo Covid-19, existisse uma “equipa com profissionais de saúde mental”, por ser “a base para lidar com stress emocional e outras desordens mentais causadas pela epidemia e outras emergências de saúde pública”.

Novas estratégias precisam-se

O artigo publicado na The Lancet cita os dados mais recentes do pessoal formado na área da saúde mental na China. O Plano Nacional de Saúde Mental, pensado para os anos de 2015 a 2020, fala da existência de 57.591 enfermeiras na área da psiquiatria, 27.733 psiquiatras (o que perfaz uma média de um psiquiatra para 100 mil pessoas), e mais de cinco mil psicoterapeutas, números relativos a 2015. No ano de 2017, o número de psiquiatras aumentou para 33.400, tendo-se verificado um aumento crescente de enfermeiros, trabalhadores sociais e conselheiros psicológicos.

Ainda assim, “os números continuam a ser insuficientes para as necessidades dos pacientes com doenças mentais”. Nesse sentido, alertam os dois médicos, “a formação de mais profissionais na área da saúde mental, em diferentes níveis, por parte do Governo chinês é absolutamente necessária”.

Li Duan e Gang Zhu deixam as suas sugestões para a resolução do problema. “A situação pode ser resolvida com a implementação de políticas relevantes, o reforço da formação profissional, uma optimização de medidas de organização e gestão e uma revisão constante das experiências e práticas.”

Os últimos dados apontam para alguma estabilidade na ocorrência de novos casos de infecção na China, mas o número de mortes aumenta diariamente no país. Os dois médicos alertam para o facto de, à medida que a crise epidémica continua, ser necessário desenvolver novos tipos de respostas.

“Com a progressão da doença, os sintomas clínicos tornaram-se mais graves e os problemas psicológicos em pacientes infectados irão mudar, então, as medidas de intervenção psicológica deveriam ser orientadas e re-adaptadas.”

Isto porque “estudos mostraram que os indivíduos que vivenciaram situações de emergência de saúde pública têm graus variados de stress, mesmo depois do fim do acontecimento, ou mesmo que tenham sido curados e que já tenham tido alta, o que indica que estas pessoas não devem ser ignoradas”.

Para os autores, “o planeamento das intervenções psicológicas na China é, por norma, feito de forma passiva”, uma vez que “poucas medidas preventivas são implementadas antes da ocorrência de questões psicológicas sérias causadas por situações de emergência”. A crise epidémica causada pelo novo coronavírus “revelou muitos problemas com a provisão da intervenção psicológica na China”, rematam os autores.

21 Fev 2020

Covid-19 | Psiquiatras alertam para deficiências no apoio psicológico a doentes na China

Li Duan e Gang Zhu, médicos do departamento de psiquiatria de um hospital universitário em Shenyang, alertam num artigo publicado na revista científica The Lancet para as deficiências actuais no apoio psicológico dado a pessoas infectadas com o novo coronavírus e aos seus familiares. Os dois especialistas defendem que faltam melhores estratégias, mais recursos humanos e que, muitas vezes, são médicos e enfermeiros que vestem a pele de psiquiatras

 
[dropcap]A[/dropcap]s pessoas infectadas com o Covid-19, nome dado ao novo coronavírus, não estão a receber o devido acompanhamento psicológico, quer quando estão doentes quer quando têm alta. O mesmo acontece aos seus familiares e demais pessoas relacionadas. A conclusão é de um estudo de dois médicos psiquiatras de um hospital universitário em Shenyang, Li Duan e Gang Zhu, publicado esta quarta-feira na revista científica The Lancet.
Em “Intervenções psicológicas em pessoas afectadas pela epidemia do Covid-19”, os dois autores descrevem que existem directrizes para esta epidemia que, na prática, acabam por não funcionar como seria esperado.
“A Comissão de Saúde Nacional emitiu directrizes para a intervenção em crises psicológicas de emergência em pessoas afectadas pelo Covid-19. As instituições médicas e universidades em toda a China abriram plataformas online para providenciar aconselhamento psicológico para os pacientes, familiares e outras pessoas afectadas pela epidemia.”
No entanto, “as necessidades de saúde mental que os pacientes diagnosticados com o Covid-19, pacientes com suspeita de infecção, familiares que estão de quarentena ou pessoal médico não estão a ser devidamente asseguradas”. No artigo, lê-se mesmo que “a organização e a gestão de modelos de intervenção na China devem ser melhorados”.
Os autores começam por apontar falhas de comunicação na implementação de uma estratégia global de apoio psicológico. “É dada pouca atenção à implementação prática das intervenções. O planeamento geral não é adequado. Quando se dá uma crise, não há uma autoridade que crie e planeie as actividades de intervenção psicológica em diferentes regiões e departamentos subordinados.”
Os autores descrevem ainda que “a maior parte dos departamentos médicos começaram as suas actividades de intervenção psicológica sem falarem entre si, desperdiçando recursos na área da saúde mental e falhando com os pacientes no que diz respeito à falta de um diagnosticado atribuído em tempo útil e um pobre acompanhamento dos tratamento e avaliações”.

Faltam profissionais

Esta não é a primeira vez que as autoridades chinesas criam directrizes para o reforço da saúde mental em situações de crise, como é o caso das epidemias. Aconteceu em 2004, lê-se no artigo, e essas directrizes “tiveram bons resultados” nas alturas da SARS, por exemplo. No entanto, não só estas práticas são recentes no país, como falham na prática. “A organização e a gestão das actividades de intervenção psicológica contêm vários problemas.”
Outro problema apontado no tratamento psicológico prende-se com o facto de muitos dos infectados não receberem o devido acompanhamento após a alta. “A cooperação entre os serviços médicos e as instituições de saúde mental em algumas províncias e cidades da China têm estado separados. Depois da avaliação feita aos indivíduos afectados pela epidemia, os pacientes não são acompanhados de acordo com a severidade da sua condição e existem dificuldades por parte dos departamentos ou profissionais apropriados para que haja um diagnóstico razoável e feito em tempo útil.”
Neste sentido, “depois da resolução da infecção, os pacientes não podem ser transferidos do hospital para uma instituição para continuarem a receber tratamento psicológico.”
Os dois médicos descrevem ainda um panorama em que há falta de profissionais na área da saúde mental nas equipas que lidam com os doentes infectados pelo Covid-19. “Devido à falta de profissionais, a criação de equipas de intervenção psicológica em muitas áreas não é possível. As equipas consistem apenas em conselheiros psicológicos, enfermeiros, voluntários ou professores com cursos na área da psicologia ou outras relacionadas, sem experiência profissional como psiquiatras ou psicólogos.”
Além da falta de recursos humanos, coloca-se a questão das medidas preventivas obrigarem ao afastamento das zonas de internamento do pessoal médico que não é estritamente necessário.
“Com restritas medidas de combate à infecção, pessoal não necessário como psiquiatras, trabalhadores sociais na área da saúde mental ou psicólogos são fortemente desencorajados a entrar em zonas de isolamento para doentes do Covid-19. Dessa forma, os trabalhadores da linha da frente tornaram-se aqueles que providenciam apoio psicológico aos doentes nos hospitais.”
No entanto, e “devido aos procedimentos de trabalho complicados, horários sobrecarregados e falta de formação padronizada em psiquiatria ou em psicologia clínica, os profissionais de saúde nem sempre sabem como mitigar situações de stress psicológico”, alertam os autores do artigo.
Neste sentido, o ideal seria que, nesta crise causada pelo Covid-19, existisse uma “equipa com profissionais de saúde mental”, por ser “a base para lidar com stress emocional e outras desordens mentais causadas pela epidemia e outras emergências de saúde pública”.

Novas estratégias precisam-se

O artigo publicado na The Lancet cita os dados mais recentes do pessoal formado na área da saúde mental na China. O Plano Nacional de Saúde Mental, pensado para os anos de 2015 a 2020, fala da existência de 57.591 enfermeiras na área da psiquiatria, 27.733 psiquiatras (o que perfaz uma média de um psiquiatra para 100 mil pessoas), e mais de cinco mil psicoterapeutas, números relativos a 2015. No ano de 2017, o número de psiquiatras aumentou para 33.400, tendo-se verificado um aumento crescente de enfermeiros, trabalhadores sociais e conselheiros psicológicos.
Ainda assim, “os números continuam a ser insuficientes para as necessidades dos pacientes com doenças mentais”. Nesse sentido, alertam os dois médicos, “a formação de mais profissionais na área da saúde mental, em diferentes níveis, por parte do Governo chinês é absolutamente necessária”.
Li Duan e Gang Zhu deixam as suas sugestões para a resolução do problema. “A situação pode ser resolvida com a implementação de políticas relevantes, o reforço da formação profissional, uma optimização de medidas de organização e gestão e uma revisão constante das experiências e práticas.”
Os últimos dados apontam para alguma estabilidade na ocorrência de novos casos de infecção na China, mas o número de mortes aumenta diariamente no país. Os dois médicos alertam para o facto de, à medida que a crise epidémica continua, ser necessário desenvolver novos tipos de respostas.
“Com a progressão da doença, os sintomas clínicos tornaram-se mais graves e os problemas psicológicos em pacientes infectados irão mudar, então, as medidas de intervenção psicológica deveriam ser orientadas e re-adaptadas.”
Isto porque “estudos mostraram que os indivíduos que vivenciaram situações de emergência de saúde pública têm graus variados de stress, mesmo depois do fim do acontecimento, ou mesmo que tenham sido curados e que já tenham tido alta, o que indica que estas pessoas não devem ser ignoradas”.
Para os autores, “o planeamento das intervenções psicológicas na China é, por norma, feito de forma passiva”, uma vez que “poucas medidas preventivas são implementadas antes da ocorrência de questões psicológicas sérias causadas por situações de emergência”. A crise epidémica causada pelo novo coronavírus “revelou muitos problemas com a provisão da intervenção psicológica na China”, rematam os autores.

21 Fev 2020

Rins e morcegos

[dropcap]É[/dropcap] triste ouvir, por estes dias, em Portugal, as maiores barbaridades sobre o novo coronavírus e os hábitos alimentares dos chineses. Há quem pense que, por entrar numa “loja de chineses” e experimentar roupas e sapatos que fica infectado com o Covid-19.

Por toda a parte se ouve “ai, eu agora entrar nos chineses, nem pensar! Ainda me pegam o vírus”. E quando tentamos explicar como o vírus se transmite, ignoram-nos e duvidam do que dizemos. É gritante a desinformação e a falta de interesse em saber a verdadeira origem deste problema. Os portugueses também estão a deixar de ir a restaurantes chineses por pensarem que, por comer o crepe chinês ou o arroz chau chau (a falsa comida chinesa, como todos sabemos) ficam infectados.

E no campo dos hábitos alimentares, recordo-me das palavras que o artista José Drummond, a residir em Xangai, escreveu na sua página de Facebook. Nós, portugueses, comemos rins e coração de porco como petisco a acompanhar uma cerveja, lampreia, tripas à moda do Porto, pés de porco de coentrada e pratos onde usamos o sangue do porco acabado de matar. Eu não como, porque sempre odiei.

Ok, não comemos cobras, morcegos ou pangolins porque não faz parte dos nossos hábitos europeus. Devemos pensar em nós, primeiro, antes de criticarmos o outro só porque é para nós um corpo estranho e vive a milhares de quilómetros. A comunidade chinesa em Portugal e no mundo necessita, por estes dias, de muita solidariedade e apoio face à discriminação de que é alvo.

20 Fev 2020

O COVID-19 e a economia global

“A virus is more powerful in creating political, social and economic upheaval than any terrorist attack.”
Tedros Adhanom Ghebreyesus
Director-General of the World Health Organization

 

[dropcap]O[/dropcap] COVID-19, declarado “Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII na sigla em língua inglesa), a 30 de Janeiro de 2020 pela “Organização Mundial de Saúde (OMS)” tinha até 17 de Fevereiro de 2020, tinha infectado cerca de setenta e uma mil e trezentas e vinte e seis pessoas, continuando o seu número a aumentar diariamente, a grande maioria delas na China, tendo matado mais de mil e setecentas e setenta e cinco pessoas, tendo sido curadas dez mil e seiscentas e dez pessoas e espalhou-se por quase 30 países. Dada a enorme importância da China para a economia global, o efeito de propagação poderá ser agitado e duradouro. A China é demasiado importante para a economia global, dado o seu extraordinário crescimento económico nos últimos quarenta anos, que a tornou na segunda maior economia mundial, com um PIB de treze triliões e seiscentos mil milhões de dólares comparados com o PIB dos Estados Unidos de vinte triliões e quinhentos mil milhões de dólares.

O crescimento anual de 7 por cento ou superior, muito além da capacidade das economias desenvolvidas tornou-se a regra. A China alcançou esta posição ao suplantar os Estados Unidos como o sustentáculo do comércio global. A China é o maior negociante de mercadorias do mundo, e está rapidamente a alcançar os Estados Unidos em serviços comerciais após um ímpeto de crescimento de 18 por cento em 2018. A longa prática de fornecimento de componentes e dispositivos electrónicos de empresas chinesas, e o vasto e crescente mercado interno do país, tem encorajado milhares de empresas estrangeiras a abrirem as suas fábricas e lojas no país, e a juntarem-se às redes de distribuição locais.

A China também é fulcral para uma gama diversificada de cadeias de abastecimento global, pois grande parte das matérias-primas do mundo viaja para a China antes de ser transformada num produto manufacturado. A guerra de 2019 com os Estados Unidos sobre as tarifas de importação de bens no valor de milhares de milhões de dólares ilustrou o poder da economia chinesa para abalar as previsões globais. A maioria das indústrias na China fechou durante duas semanas devido ao ano novo lunar e não se esperava que a maioria das fábricas reatassem a actividade novamente até ao dia 9 de Fevereiro de 2020 e muitas protelaram a sua abertura até 14 de Fevereiro de 2020 como precaução, uma vez que dezenas de milhões de pessoas permaneceram fechadas em dezenas de cidades de todo o país.

Os fabricantes de automóveis estão a fechar as fábricas, as portas de cafeterias estão encerradas e os portos estão muito mais silenciosos do que o habitual. Sabe-se que as pequenas e médias empresas, que operam com contratos de curto prazo e apenas com pequenas reservas financeiras e físicas, estão com problemas. Os relatórios de regiões do cinturão fabril central da China falam de criadores de gado a esgotarem as reservas de rações. A cidade de Wuhan, com cerca de onze milhões de habitantes e centro do surto, é um grande centro industrial regional, sendo uma engrenagem importante na indústria automóvel e um magnete para as empresas estrangeiras. É a terceira maior base educacional e científica da China, com duas das dez principais universidades. É impossível pensar que semanas de paralisação não terão um impacto considerável na produção económica.

O presidente Xi Jinping, reconheceu tal facto, e em resposta, as autoridades redobraram os esforços para apoiar a economia, diminuindo ou eliminando tarifas sobre as importações dos Estados Unidos e tornando os empréstimos mais baratos para as empresas e consumidores. A economia chinesa cresceu 6 por cento em 2019, conforme relatado pela autoridade oficial de estatísticas do país, sendo a taxa mais baixa em quase trinta anos e uma grande queda em relação aos 10,2 por cento alcançados em 2010. Havia esperanças de que 2020 seria um período de recuperação, após uma prolongada guerra comercial durante 2019 com a administração Trump. O COVID-19 torna essa possibilidade improvável. A maioria dos analistas ainda prevê um crescimento acima de 5 por cento para a economia chinesa, com base no que é conhecido até agora sobre a propagação do vírus, e o provável impacto sobre os consumidores, empresas e governo.

O cenário parece no momento sombrio sem se saber qual o hospedeiro animal transmissor do vírus ao ser humano e o tratamento e cura das dezenas de milhares de infectados. A possibilidade da descoberta de uma vacina levaria cerca de dezoito meses. A Academia Chinesa de Ciências Sociais da China acredita ainda que o crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2020 pode ser de cerca de 5 por cento, não podendo descartar a possibilidade de ser menor. Há quem sustente que a taxa de crescimento real da China para 2019 foi provavelmente muito próxima de 3,7 por cento e em 2020 será inferior. O pior cenário pode ser a contracção económica. É importante notar que os investidores que esperam uma recuperação decisiva quando o surto for contido, provavelmente ficarão desapontados.

É de realçar o enorme saldo de dívidas incobráveis que assola as indústrias estatais da China, que estão a envelhecer, como um obstáculo ao crescimento ao longo de vários anos. O banco central da China começou a injectar fundos extra na economia para manter os empréstimos enquanto o vírus se instala, principalmente para impulsionar o investimento empresarial, mas estes fundos, embora sejam baratos e abundantes, são usados principalmente para evitar a falência de empresas “zombie” que representam 13 por cento das empresas mundiais, e assim denominadas por terem um baixo nível de rentabilidade e cuja única forma de sobreviverem é refinanciando a sua dívida quantas vezes for necessário, mesmo se essa operação for mais prejudicial que a dissolução das mesmas empresas.

Adentro deste cenário quais são as indústrias mais vulneráveis? Os primeiros sectores a serem recuperados do surto será o sector do turismo e serão as indústrias de viagens e turismo, que geralmente desfrutaram apesar de tudo de um crescimento acentuado em 2019. Os voos cancelados e as reservas de hotéis na China e na região da Ásia, que depende dos turistas chineses, seguiram a restrição das viagens de e para as grandes cidades da cintura central da China e até mesmo do continente para Hong Kong e Macau. As companhias aéreas reduziram os seus serviços e por exemplo a Cathay Pacific planeia diminuir o número de voos em um terço nas próximas semanas e tem encorajado o pessoal a tirar semanas de férias não remuneradas de duvidosa legalidade. O número de passageiros diminui 55 por cento em comparação com o período lunar do ano novo em 2019. Os turistas chineses passam muito tempo em países asiáticos e o custo das restrições de viagens serão sentidos em toda a região. Se a crise persistir, o efeito global será palpável.

Os chineses fizeram cento e setenta e três milhões de visitas de Setembro de 2018 a Setembro de 2019 e gastaram mais duzentos e cinquenta milhares de milhões de dólares, mais do que qualquer outro país. As cadeias inteiras de abastecimento, como a automóvel, electrónica e industrial estão a começar a gemer. As companhias de navegação relatam uma queda acentuada no volume de contentores. A China também tem um enorme mercado doméstico para o retalho, alimentos e bebidas e um indicador atingiu uma profunda derrapagem, em parte como resultado do vírus, que foi o preço do grão do café que caiu 20 por cento. A Starbucks tem quatro mil pontos de venda na China e mais de metade foram encerrados pelo surto. Quanto ao mercado de acções e outros indicadores-chave, os mercados de acções asiáticos sofreram turbulência na primeira semana de Fevereiro de 2020, por causa de uma queda no retalho, serviços ao consumidor e negócios de transporte, antes de recuperarem devido à esperança de que o surto do vírus pudesse ser contido.

Os mercados ocidentais em grande parte seguiram o mesmo exemplo. Os preços do petróleo também estiveram sob pressão, devido à expectativa de um abrandamento da procura global, assim como outras matérias-primas. A China é o maior importador mundial de petróleo bruto e também um grande consumidor de metais como o cobre e o minério de ferro. As empresas de viagens, fabricantes de automóveis e lojas de produtos de luxo estavam entre os sectores mais voláteis. Quanto ao provável custo económico quanto comparado com a situação semelhante anterior, revela que em 2002-2003, a “Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS na sigla em língua inglesa) espalhou-se praticamente sem controlo por trinta e sete países, causando o pânico global, infectando mais de oito mil pessoas e matando cerca de oitocentas pessoas.

É de recordar que as estimativas atribuíram os danos da SARS entre os trinta e os cinquenta mil milhões de dólares e que apesar de serem grandes números, foram uma gota no oceano em comparação com o PIB global que, mesmo assim, valia cerca de trinta e cinco triliões de dólares. O COVID-19 está a espalhar-se a um ritmo seis vezes mais rápido que o de SARS, principalmente através do contacto humano entre pessoas que ainda não apresentam sintomas. A China é uma economia muito mais aberta do que era em 2002, e por isso é de esperar que a perturbação seja maior do que a causada pela SARS. É de prever que muitas empresas sejam afectadas por uma recessão na China, pois imensas empresas globais dependem de fornecedores sediados na China, como por exemplo, duzentos e noventa dos oitocentos fornecedores da Apple, e o país é responsável por 9 por cento da produção global de televisões. É de recordar que 50 por cento de toda a fabricação em Wuhan está relacionada com a indústria automóvel e 25 por cento com suprimentos de tecnologia da região.

Os líderes da indústria automóvel da Europa e dos Estados Unidos têm apenas peças para umas semanas. A Hyundai cessou as actividades na Coreia do Sul devido à falta de peças provenientes da China. Apenas para indicar a integração de algumas empresas estrangeiras na China, a fabricante americana de vidro industrial e cerâmica Corning Inc., com mais de cento e sessenta e cinco anos, que combinou a sua incomparável experiência em ciência do vidro, cerâmica e física óptica com profundas capacidades de fabricação e engenharia para desenvolver inovações e produtos que alteram o estilo de vida, construiu dezanove fábricas em todo o país e tem mais de cinco mil trabalhadores chineses. A empresa está a planear aumentar a sua presença depois de ter dispendido um milhar de milhão de dólares em uma instalação para produzir a sua última geração de dez polegadas e meia em vidro preto usado para painéis LCD.

A Apple é fornecida a partir de fábricas na China e tem uma rede de quarenta e nove lojas e escritórios que permaneceram encerrados até 9 de Fevereiro de 2020, bem como outros retalhistas americanos, como a Starbucks com quatro mil e duzentas lojas e a Levi’s que encerrou metade das suas lojas e o país represente apenas 3 por cento das suas vendas globais. O Sudeste Asiático é o mais atingido, daí que as economias locais estão fortemente ligadas ao gigante chinês. É de recordar que a pior crise financeira do pós-guerra asiático, em 1997-1998, foi parcialmente atribuída à desvalorização da moeda chinesa. O Japão pode ser uma economia mais rica, mas também será afectada. A China é um grande comprador de máquinas industriais, carros e camiões e dos bens de consumo tecnologicamente avançados do Japão. As peças de fabrico chinês alimentam as fábricas japonesas com componentes e há que considerar os milhões de turistas chineses que visitam o seu vizinho oriental todos os anos.

O Japão prepara-se para o cancelamento de viagens de quatrocentos mil turistas chineses no primeiro trimestre de 2020. A economia australiana também está estreitamente interligada com a China, e a situação terá um peso real na economia. As universidades australianas estão a sofrer porque muito menos estudantes chineses retornaram para se matricular no novo ano académico. O Reino Unido, tal como outros países europeus, está em posição de limitar o fluxo de visitantes chineses com um enorme impacto na economia, embora os centros comerciais de “design”, como os da cidade de Bicester sofram uma forte queda se os visitantes chineses permanecerem afastados por algum tempo. O impacto mais amplo será sentido se o comércio global, como esperado, começar a abrandar. O Reino Unido está ligado a todas as grandes economias e por essa razão sempre se constipa quando a economia global espirra e principalmente a chinesa como locomotiva da globalização económica. A indústria manufatureira britânica entrou em recessão em 2019, em resposta à guerra tarifária entre os Estados Unidos e a China, que atingiu o comércio global.

Será que poderia descarrilar a economia dos Estados Unidos, o suficiente para afectar as eleições deste outono?
Há provas anedóticas de que o impacto do vírus está a espalhar-se pelas pequenas empresas americanas. As empresas americanas podem ter dificuldade no acesso a componentes para os seus produtos manufacturados, enviando um sector da manufactura em recuperação, de volta à longa recessão que sofreu em 2019. O encerramento de fábricas nos estados de Ohio e Pensilvânia pode causar problemas à campanha de reeleição de Donald Trump, que depende muito da criação de empregos industriais nesses estados, mas Novembro de 2020 ainda está a nove meses de distância, e ainda é difícil dizer se os efeitos do COVID-19 vão durar tanto tempo. Qual seria na realidade o impacto na economia global?

As previsões cautelosas é de cerca de 0,3 por cento de diminuição do crescimento global, embora deva permanecer à volta dos 3 por cento. As previsões mais sombrias, alertam se o vírus continuar a espalhar-se e a actividade chinesa permanecer profundamente perturbada durante meses, uma contracção da economia global é possível, particularmente porque os bancos centrais têm poucas provisões monetárias eficazes para emergências. Há o risco de que um mecanismo de “feedback” adverso e um espaço limitado para resposta política, poderia empurrar a economia global para a recessão. Mais que os danos económicos é preciso pensar nos incalculáveis danos sociais que está a criar.

O COVID-19 é um nome para a doença, não para o vírus que a causa, que tinha um apelido temporário de “2019-nCoV”, significando que era um novo coronavírus que surgiu em 2019. Mas o patógeno também recebeu uma nova designação, sendo que o vírus é uma variante do coronavírus que causou o surto da SARS e por isso foi designado o novo “coronavírus 2” relacionado à síndrome respiratória aguda grave do patógeno, ou “SARS-CoV-2”. Todavia, esse não é um nome com o qual a OMS se sentisse feliz. Assim, do ponto de vista das comunicações de risco, o uso do nome SARS podia ter consequências indesejadas em termos de criar medo desnecessário para algumas populações, especialmente na Ásia, que foi mais afectada pelo surto de SARS em 2003 e por esse motivo e outros, nas comunicações públicas, a OMS passou a referir-se ao “vírus responsável pelo COVID-19” ou “ao vírus COVID-19”, mas nenhuma dessas designações pretende substituir o nome oficial do vírus. A sequência genética que tinham dos vírus da SARS e do “Síndroma Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) parece revelar que são da mesma família do coronavírus e muito semelhantes. O objectivo será identificar proteínas que facilitam a entrada do vírus na célula.

Os estudos até ao momento realizados mostraram que a estrutura terciária do isolado de poliproteína “COVID-19 _HKU-SZ-001_2020” tinha 98,94 por cento de identidade com “SARS-Coronavírus NSP12” ligado a co-factores “NSP7 e NSP8”. A comunidade científica não conseguiu produzir uma vacina e um tratamento eficaz para os dois primeiros coronavírus, mesmo que um novo surto dos mesmos pudesse ter surgido e sem contar com as mutações que possam sofrer. Imobilismo científico ou outros obscuros interesses? Alguns medicamentos são testados contra o coronavírus. Estão a ser usadas para tratamento drogas experimentais inicialmente desenvolvidas contra a SARS e outros coronavírus, e até mesmo um medicamento usado no tratamento do HIV.

20 Fev 2020

MTC | Professor recomenda alimentação correcta, descanso e "boas emoções"

[dropcap]U[/dropcap]m professor de medicina tradicional chinesa afirmou ontem que uma alimentação correcta, descanso e “boas emoções” são a aposta para proteger o sistema imunitário do novo coronavírus.
O professor do Instituto de Ciências Médicas Chinesas da Universidade de Macau (UM) Yonghua Zhao disse à Lusa que o Governo de Macau não deu orientações quando ao uso de medicamentos tradicionais chineses no tratamento do Covid-19.
“De acordo com o meu entendimento, muitos residentes de Macau não consomem remédios de ervas chineses para melhorar a imunidade contra a infecção do novo coronavírus”, acrescentou.
Zhao justificou que a medicina tradicional chinesa não está a ser utilizada como modo de prevenção e fortalecimento imunitário contra o Covid-19 porque o “Governo de Macau e o departamento de saúde não divulgaram as directrizes para o uso de fitoterápicos chineses como método preventivo do novo coronavírus”.
Desta forma, “os melhores métodos para melhorar a imunidade são garantir tempo suficiente para dormir, alimentos saudáveis e nutrientes (por exemplo, vegetais com maior teor de fibras: cenouras, beterrabas e brócolos), além de boa emoção”, disse.
“Muitos estudos indicam que o ‘butirato da microbiota’ intestinal que fermenta em alguns vegetais ricos em fibras pode regular a nossa imunidade contra infecções respiratórias”, explicou.
O professor do Instituto de Ciências Médicas Chinesas da UM frisou ainda que medicamentos da medicina tradicional chinesa só devem ser utilizados sob orientação de um especialista e que o cidadão comum não se deve automedicar.
O melhor para o cidadão é mesmo uma alimentação saudável: “acho que os alimentos saudáveis são superiores aos fitoterápicos chineses para residentes comuns”, enfatizou.

Só vitórias

Na segunda-feira, a agência de notícias estatal chinesa Xinhua citou um funcionário da Administração da Medicina Tradicional Chinesa para indicar que “a medicina tradicional chinesa tem-se mostrado eficaz na cura de pacientes do novo coronavírus”.
A fórmula “Qingfei Paidutang” foi utilizada no tratamento de 701 casos confirmados em dez províncias, dos quais 130 foram curados, destacou o funcionário da Administração de Medicina Tradicional Chinesa, Li Yu.
Os sintomas desapareceram em 51 casos e melhoraram em 268, com outros 212 a permaneceram em situação estável, disse Li, acrescentando que o “Qingfei Paidutang” foi recomendada para instituições médicas em todo o país em 6 de Fevereiro.
Ontem, a Xinhua destacou que a medicina tradicional chinesa “nunca perdeu uma luta contra epidemias na história” do país.
As fórmulas “clássicas mostraram evidência suficiente na cura de doenças epidémicas como a varíola nos milhares de anos passados”, apontou a agência estatal chinesa.

20 Fev 2020

MTC | Professor recomenda alimentação correcta, descanso e “boas emoções”

[dropcap]U[/dropcap]m professor de medicina tradicional chinesa afirmou ontem que uma alimentação correcta, descanso e “boas emoções” são a aposta para proteger o sistema imunitário do novo coronavírus.
O professor do Instituto de Ciências Médicas Chinesas da Universidade de Macau (UM) Yonghua Zhao disse à Lusa que o Governo de Macau não deu orientações quando ao uso de medicamentos tradicionais chineses no tratamento do Covid-19.

“De acordo com o meu entendimento, muitos residentes de Macau não consomem remédios de ervas chineses para melhorar a imunidade contra a infecção do novo coronavírus”, acrescentou.
Zhao justificou que a medicina tradicional chinesa não está a ser utilizada como modo de prevenção e fortalecimento imunitário contra o Covid-19 porque o “Governo de Macau e o departamento de saúde não divulgaram as directrizes para o uso de fitoterápicos chineses como método preventivo do novo coronavírus”.

Desta forma, “os melhores métodos para melhorar a imunidade são garantir tempo suficiente para dormir, alimentos saudáveis e nutrientes (por exemplo, vegetais com maior teor de fibras: cenouras, beterrabas e brócolos), além de boa emoção”, disse.

“Muitos estudos indicam que o ‘butirato da microbiota’ intestinal que fermenta em alguns vegetais ricos em fibras pode regular a nossa imunidade contra infecções respiratórias”, explicou.

O professor do Instituto de Ciências Médicas Chinesas da UM frisou ainda que medicamentos da medicina tradicional chinesa só devem ser utilizados sob orientação de um especialista e que o cidadão comum não se deve automedicar.

O melhor para o cidadão é mesmo uma alimentação saudável: “acho que os alimentos saudáveis são superiores aos fitoterápicos chineses para residentes comuns”, enfatizou.

Só vitórias

Na segunda-feira, a agência de notícias estatal chinesa Xinhua citou um funcionário da Administração da Medicina Tradicional Chinesa para indicar que “a medicina tradicional chinesa tem-se mostrado eficaz na cura de pacientes do novo coronavírus”.

A fórmula “Qingfei Paidutang” foi utilizada no tratamento de 701 casos confirmados em dez províncias, dos quais 130 foram curados, destacou o funcionário da Administração de Medicina Tradicional Chinesa, Li Yu.
Os sintomas desapareceram em 51 casos e melhoraram em 268, com outros 212 a permaneceram em situação estável, disse Li, acrescentando que o “Qingfei Paidutang” foi recomendada para instituições médicas em todo o país em 6 de Fevereiro.

Ontem, a Xinhua destacou que a medicina tradicional chinesa “nunca perdeu uma luta contra epidemias na história” do país.

As fórmulas “clássicas mostraram evidência suficiente na cura de doenças epidémicas como a varíola nos milhares de anos passados”, apontou a agência estatal chinesa.

20 Fev 2020

Covid-19 | China altera método de contagem e regista menor subida de casos em quase um mês

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas voltaram hoje a alterar a metodologia da contagem de infectados com o coronavírus Covid-19, numa decisão que se reflectiu numa descida acentuada no número de novos casos.
O último número divulgado de novos pacientes foi de 394, no menor desde 25 de janeiro, e uma descida acentuada em relação a quarta-feira, quando foram identificados 1.749 novos casos, com as autoridades a decidirem voltar a contabilizar apenas pacientes sujeitos a exame laboratorial.
Na quinta-feira passada, a Comissão de Saúde da China adotou um novo método de contagem, que incluía “casos clinicamente diagnosticados”, apesar de que não terem ainda sido submetidos a exame laboratorial.
A Comissão Nacional de Saúde acrescentou que 279 casos foram deduzidos da contagem diária após as análises terem apresentado um resultado negativo.
O coronavírus Covid-19 provocou 2.118 mortos na China continental e infectou mais de 75.000 pessoas a nível mundial. A maioria dos casos ocorreu na China, onde o novo vírus foi detetado no final de 2019, na província de Hubei, a mais afetada pela epidemia.
Além de 2.118 mortos na China continental, morreram três pessoas no Japão, duas na região chinesa de Hong Kong, duas no Irão, uma nas Filipinas, uma em França e uma em Taiwan.

20 Fev 2020

Covid-19 | China altera método de contagem e regista menor subida de casos em quase um mês

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas voltaram hoje a alterar a metodologia da contagem de infectados com o coronavírus Covid-19, numa decisão que se reflectiu numa descida acentuada no número de novos casos.

O último número divulgado de novos pacientes foi de 394, no menor desde 25 de janeiro, e uma descida acentuada em relação a quarta-feira, quando foram identificados 1.749 novos casos, com as autoridades a decidirem voltar a contabilizar apenas pacientes sujeitos a exame laboratorial.

Na quinta-feira passada, a Comissão de Saúde da China adotou um novo método de contagem, que incluía “casos clinicamente diagnosticados”, apesar de que não terem ainda sido submetidos a exame laboratorial.

A Comissão Nacional de Saúde acrescentou que 279 casos foram deduzidos da contagem diária após as análises terem apresentado um resultado negativo.

O coronavírus Covid-19 provocou 2.118 mortos na China continental e infectou mais de 75.000 pessoas a nível mundial. A maioria dos casos ocorreu na China, onde o novo vírus foi detetado no final de 2019, na província de Hubei, a mais afetada pela epidemia.

Além de 2.118 mortos na China continental, morreram três pessoas no Japão, duas na região chinesa de Hong Kong, duas no Irão, uma nas Filipinas, uma em França e uma em Taiwan.

20 Fev 2020

Covid-19 | Coreia do Sul regista primeira morte associada ao novo coronavírus

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Sul registou a primeira morte pelo novo coronavírus (Covid-19), noticiou hoje a agência Associated Press (AP), que cita a imprensa sul-coreana. Segundo a AP, através de informações da agência de notícias sul-coreana Yonhap, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças sul-coreano ainda não forneceu mais detalhes sobre esta morte no país.
Hoje, mais cedo, as autoridades sul-coreanas confirmaram que há 82 casos do novo coronavírus na Coreia do Sul, após 35 novas infeções terem sido registadas, segundo a Associated Press. A agência de notícias EFE referiu, entretanto, que o número de casos subiu para 104, após serem registados 53 novos pacientes infectados pelo vírus.
O autarca de Daegu (sudeste), Kwon Young-jin, disse hoje que a sua cidade e outras vizinhas registaram casos adicionais de infeção pelo novo coronavírus e que, devido a esta situação, pediu ajuda do Governo central.
Kwon pediu, numa conferência de imprensa transmitida pela televisão nacional, que os habitantes da cidade, cerca de 2,5 milhões de pessoas, evitem sair de casa e usem máscara como protecção.
Segundo a AP, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da Coreia disse que pelo menos 28 dos 35 novos pacientes foram a serviços religiosos assistidos por um paciente com o vírus ou contactaram-no na mesma igreja em Daegu.
Essa paciente é uma mulher sul-coreana, com cerca de 60 anos, que não tem registo recente de viagens ao estrangeiro, segundo autoridades do Centro. A mulher testou positivo para o novo coronavírus na terça-feira.
A Igreja de Jesus Shincheonji, que afirma ter cerca de 200.000 seguidores na Coreia do Sul, disse que fechou todas as suas 74 igrejas em todo o país e disse aos seguidores que assistissem aos seus serviços religiosos na rede social YouTube.
A Igreja afirmou, num comunicado, que as autoridades de saúde estavam a desinfectar a igreja em Daegu que a paciente frequentava, enquanto tentavam localizar os fiéis que estiveram no local. Essa igreja de Daegu tem cerca de 8.000 seguidores.
O Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, disse que o Governo central disponibilizará toda a assistência disponível para ajudar Daegu a combater a propagação do vírus, segundo a Presidência.

20 Fev 2020

Covid-19 | Coreia do Sul regista primeira morte associada ao novo coronavírus

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Sul registou a primeira morte pelo novo coronavírus (Covid-19), noticiou hoje a agência Associated Press (AP), que cita a imprensa sul-coreana. Segundo a AP, através de informações da agência de notícias sul-coreana Yonhap, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças sul-coreano ainda não forneceu mais detalhes sobre esta morte no país.

Hoje, mais cedo, as autoridades sul-coreanas confirmaram que há 82 casos do novo coronavírus na Coreia do Sul, após 35 novas infeções terem sido registadas, segundo a Associated Press. A agência de notícias EFE referiu, entretanto, que o número de casos subiu para 104, após serem registados 53 novos pacientes infectados pelo vírus.

O autarca de Daegu (sudeste), Kwon Young-jin, disse hoje que a sua cidade e outras vizinhas registaram casos adicionais de infeção pelo novo coronavírus e que, devido a esta situação, pediu ajuda do Governo central.

Kwon pediu, numa conferência de imprensa transmitida pela televisão nacional, que os habitantes da cidade, cerca de 2,5 milhões de pessoas, evitem sair de casa e usem máscara como protecção.

Segundo a AP, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da Coreia disse que pelo menos 28 dos 35 novos pacientes foram a serviços religiosos assistidos por um paciente com o vírus ou contactaram-no na mesma igreja em Daegu.

Essa paciente é uma mulher sul-coreana, com cerca de 60 anos, que não tem registo recente de viagens ao estrangeiro, segundo autoridades do Centro. A mulher testou positivo para o novo coronavírus na terça-feira.

A Igreja de Jesus Shincheonji, que afirma ter cerca de 200.000 seguidores na Coreia do Sul, disse que fechou todas as suas 74 igrejas em todo o país e disse aos seguidores que assistissem aos seus serviços religiosos na rede social YouTube.

A Igreja afirmou, num comunicado, que as autoridades de saúde estavam a desinfectar a igreja em Daegu que a paciente frequentava, enquanto tentavam localizar os fiéis que estiveram no local. Essa igreja de Daegu tem cerca de 8.000 seguidores.

O Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, disse que o Governo central disponibilizará toda a assistência disponível para ajudar Daegu a combater a propagação do vírus, segundo a Presidência.

20 Fev 2020

Covid-19 | "Máscaras? É por causa da poluição", dizem populares em Teerão

[dropcap]E[/dropcap]m Teerão são já muitos os que andam de máscara, mas a medida é explicada por populares pela poluição atmosférica e não pelo novo coronavírus Covid-19, uma epidemia cuja mortalidade tinha poupado até hoje o Irão.
Os dois primeiros casos mortais foram hoje referenciados pela agência estatal IRNA, que cita uma assessora do ministro da Saúde, identificada como Alireza Vahabzadeh, que precisou que as vítimas, duas pessoas idosas, foram localizadas em Qom, cerca de 140 quilómetros a sul da capital do país, Teerão.
Ainda há dois dias, a IRNA citava o ministro da Saúde, Saeed Namaki assegurando que não havia casos positivos do novo coronavírus no Irão, acrescentando que as fronteiras eram controladas 24 sobre 24 horas.
Mas para populares contactados pela agência Lusa, e que desconheciam a confirmação oficial dos primeiros casos mortais no país, quem usa máscara fá-lo para se proteger da poluição.
Sadegh, que preferiu não dizer o nome completo, respondeu apontando para a fila interminável de carros que a meio da tarde de hoje, tal como nos outros dias da semana, ajuda a formar uma expressiva nuvem.
“Em Teerão já não se pode falar de hora de ponta. Todos os dias o trânsito é caótico e fico admirado por não haver mais acidentes”, acrescenta Sadegh, que sabe do que fala porque todas as semanas vai várias vezes ao Aeroporto Internacional Imam Khomeini, a cerca de 50 quilómetros, buscar clientes com o seu carro particular a fazer de táxi.
A entrada em Teerão da Persian Gulf Freeway, que passa ao lado do aeroporto, começa nas três faixas previstas que recebem seis carros.
Carros da polícia distribuídos ao longo do trajeto não impressionam os condutores, que apesar dos vários sinais ao longo da via alertarem para a obrigatoriedade do uso de cinto de segurança não fazem caso e, muitos, conduzem com uma mão, enquanto o telemóvel na outra os ajuda a encontrar o melhor trajeto ou onde fica uma ou outra morada.
Mas o novo coronavírus preocupa as autoridades e hoje a IRNA publicou uma notícia sobre uma iniciativa de solidariedade com a China, mas também de sensibilização dos iranianos, com uma projeção multimédia sobre a emblemática Torre Azadi.
A Torre Azadi, anteriormente conhecida como Torre Shahyad, monumento localizado na Praça Azadi, é um dos marcos históricos da capital e que marca a entrada oeste da cidade.
Faz parte do Complexo Cultural Azadi, que também inclui um museu subterrâneo.
A iniciativa do município de Teerão foi marcada pela projeção da bandeira chinesa no monumento.
Citada pela IRNA, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying saudou o recente envio pelo Irão de três milhões de máscaras.
O coronavírus Covid-19 já provocou 2.014 mortos e infectou mais de 75.000 pessoas a nível mundial.
A maioria dos casos ocorreu na China, onde o novo vírus foi detetado no final de 2019, na província de Hubei, a mais afetada pela epidemia.
Além de 2.006 mortos na China continental, morreram duas pessoas na região chinesa de Hong Kong, duas no Irão, uma nas Filipinas, uma no Japão, uma em França e uma em Taiwan.
As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.

20 Fev 2020

Covid-19 | “Máscaras? É por causa da poluição”, dizem populares em Teerão

[dropcap]E[/dropcap]m Teerão são já muitos os que andam de máscara, mas a medida é explicada por populares pela poluição atmosférica e não pelo novo coronavírus Covid-19, uma epidemia cuja mortalidade tinha poupado até hoje o Irão.

Os dois primeiros casos mortais foram hoje referenciados pela agência estatal IRNA, que cita uma assessora do ministro da Saúde, identificada como Alireza Vahabzadeh, que precisou que as vítimas, duas pessoas idosas, foram localizadas em Qom, cerca de 140 quilómetros a sul da capital do país, Teerão.

Ainda há dois dias, a IRNA citava o ministro da Saúde, Saeed Namaki assegurando que não havia casos positivos do novo coronavírus no Irão, acrescentando que as fronteiras eram controladas 24 sobre 24 horas.

Mas para populares contactados pela agência Lusa, e que desconheciam a confirmação oficial dos primeiros casos mortais no país, quem usa máscara fá-lo para se proteger da poluição.

Sadegh, que preferiu não dizer o nome completo, respondeu apontando para a fila interminável de carros que a meio da tarde de hoje, tal como nos outros dias da semana, ajuda a formar uma expressiva nuvem.

“Em Teerão já não se pode falar de hora de ponta. Todos os dias o trânsito é caótico e fico admirado por não haver mais acidentes”, acrescenta Sadegh, que sabe do que fala porque todas as semanas vai várias vezes ao Aeroporto Internacional Imam Khomeini, a cerca de 50 quilómetros, buscar clientes com o seu carro particular a fazer de táxi.

A entrada em Teerão da Persian Gulf Freeway, que passa ao lado do aeroporto, começa nas três faixas previstas que recebem seis carros.

Carros da polícia distribuídos ao longo do trajeto não impressionam os condutores, que apesar dos vários sinais ao longo da via alertarem para a obrigatoriedade do uso de cinto de segurança não fazem caso e, muitos, conduzem com uma mão, enquanto o telemóvel na outra os ajuda a encontrar o melhor trajeto ou onde fica uma ou outra morada.

Mas o novo coronavírus preocupa as autoridades e hoje a IRNA publicou uma notícia sobre uma iniciativa de solidariedade com a China, mas também de sensibilização dos iranianos, com uma projeção multimédia sobre a emblemática Torre Azadi.

A Torre Azadi, anteriormente conhecida como Torre Shahyad, monumento localizado na Praça Azadi, é um dos marcos históricos da capital e que marca a entrada oeste da cidade.

Faz parte do Complexo Cultural Azadi, que também inclui um museu subterrâneo.

A iniciativa do município de Teerão foi marcada pela projeção da bandeira chinesa no monumento.

Citada pela IRNA, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying saudou o recente envio pelo Irão de três milhões de máscaras.

O coronavírus Covid-19 já provocou 2.014 mortos e infectou mais de 75.000 pessoas a nível mundial.

A maioria dos casos ocorreu na China, onde o novo vírus foi detetado no final de 2019, na província de Hubei, a mais afetada pela epidemia.

Além de 2.006 mortos na China continental, morreram duas pessoas na região chinesa de Hong Kong, duas no Irão, uma nas Filipinas, uma no Japão, uma em França e uma em Taiwan.

As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.

20 Fev 2020

Covid-19 | Número de mortos supera 2.100, menor subida de novos casos em quase um mês

[dropcap]O[/dropcap] número de mortos devido ao novo coronavírus subiu hoje para 2.118 na China continental, ao mesmo tempo que foi registado o menor aumento diário de novos casos de infeção em quase um mês, de 394. A Comissão de Saúde da China indicou que, até à meia-noite de hoje, 114 pessoas morreram devido ao Covid-19.
O número de pacientes fixou-se, no total, em 74.576. No entanto, o número de novos casos diários é o menor desde 25 de Janeiro. O número de casos graves ascendeu a 11.864, enquanto 16.155 pessoas receberam alta, disse a Comissão.
As autoridades informaram que 589.163 pessoas que tiveram contacto próximo com pacientes foram acompanhadas, entre as quais 126.363 ainda estão sob observação e 4.922 são suspeitas de terem contraído a doença.
Por outro lado, a província de Hubei, cuja capital Wuhan é o centro do surto, registou 108 novas mortes e 349 novos casos de infecção. Só Wuhan registou a maioria das vítimas mortais, 1.585, e dos casos de infeção, 45.027.
Várias cidades na zona estão em quarentena desde 23 de janeiro passado, numa medida que afecta cerca de 60 milhões de pessoas.
Além dos 2.118 mortos na China continental, morreram duas pessoas na região chinesa de Hong Kong, duas no Irão, uma nas Filipinas, uma no Japão, uma em França e uma em Taiwan.

20 Fev 2020

Covid-19 | Número de mortos supera 2.100, menor subida de novos casos em quase um mês

[dropcap]O[/dropcap] número de mortos devido ao novo coronavírus subiu hoje para 2.118 na China continental, ao mesmo tempo que foi registado o menor aumento diário de novos casos de infeção em quase um mês, de 394. A Comissão de Saúde da China indicou que, até à meia-noite de hoje, 114 pessoas morreram devido ao Covid-19.

O número de pacientes fixou-se, no total, em 74.576. No entanto, o número de novos casos diários é o menor desde 25 de Janeiro. O número de casos graves ascendeu a 11.864, enquanto 16.155 pessoas receberam alta, disse a Comissão.

As autoridades informaram que 589.163 pessoas que tiveram contacto próximo com pacientes foram acompanhadas, entre as quais 126.363 ainda estão sob observação e 4.922 são suspeitas de terem contraído a doença.

Por outro lado, a província de Hubei, cuja capital Wuhan é o centro do surto, registou 108 novas mortes e 349 novos casos de infecção. Só Wuhan registou a maioria das vítimas mortais, 1.585, e dos casos de infeção, 45.027.

Várias cidades na zona estão em quarentena desde 23 de janeiro passado, numa medida que afecta cerca de 60 milhões de pessoas.

Além dos 2.118 mortos na China continental, morreram duas pessoas na região chinesa de Hong Kong, duas no Irão, uma nas Filipinas, uma no Japão, uma em França e uma em Taiwan.

20 Fev 2020