Educação | DSEJ segura Leong Vai Kei apesar de declarações polémicas

O director dos Serviços de Educação e Juventude afastou a hipótese da subdirectora Leong Vai Kei abandonar o posto e elogiou o trabalho e experiência da colega

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]director dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Lou Pak Sang, garante que a subdirectora Leong Vai Kei vai continuar no cargo e que foi mal-entendida, quando afirmou que a homossexualidade precisa de ser diagnosticada e tratada. À margem de uma reunião do Conselho de Educação para o Ensino Não Superior, Lou Pak Sang sublinhou ainda o contributo de Leong Vai Kei para o sector local, assim como a experiência da responsável.

“A subdirectora Leong tem muita experiência e reconhecemos a sua capacidade no cumprimento das suas funções. Na verdade, tanto como chefe de divisão e de departamento, ela contribuiu imenso para os nossos trabalhos, com muitas opiniões válidas e um trabalho reconhecido na relação com as escolas”, afirmou Lou Pak Sang, afastando a hipótese de Leong Vai Kei abandonar o posto.

Ao mesmo tempo, negou que a subdirectora Leong tenha mencionado que o facto de duas pessoas do mesmo género se sentirem atraídas seja uma doença: “Queria esclarecer que ela nunca falou da homossexualidade como uma doença. Ela só disse que se há um aluno que não sabe definir a sua orientação sexual, que pode pedir apoio e ser transferido para ser acompanhado por médico”, sublinhou.
Ainda em relação às declarações da mesma subdirectora de que o sexo só deveria ser praticado depois do casamento, Lou escusou-se a fazer qualquer consideração. “Não vou falar sobre esse tema. Mas há certos princípio legais que devem ser respeitados”, apontou.

A ‘número dois’ da DSEJ também mereceu a confiança do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. Em declarações aos jornalistas, no sábado, Alexis Tam afirmou apoiar a continuidade da subdirectora, sublinhando que Leong Vai Kei exerce funções na DSEJ há mais de uma década e que possui vasta experiência na administração pública, destacando-se pelo trabalho e pelas boas habilitações académicas.

Hino em mandarim

Outro assunto abordado pelo director da DSEJ foi a lei do hino nacional, que vai implementar o ensino da Marcha dos Voluntários nas escolas. Lou Pak Sang afastou o cenário das escolas internacionais de Macau ficarem isentas da medida e a hipótese da letra do hino ser ensinado em outra língua que não o mandarim, mesmo para não falantes do idioma.

“É uma medida que abrange todas as escolas do ensino não-superior, incluindo as internacionais. Se for o hino da República Popular da China, obviamente, que tem de ser cantado em mandarim”, disse Lou.

Contudo, a DSEJ garantiu que vai prestar o apoio necessário às instituições de ensino para a aplicação da medida, nomeadamente através da criação de um livro com orientações para o efeito. “Vamos apoiar a escolas para alcançarem esse objectivo. Vamos ter um manual para ajudar as escolas em relação ao hino nacional, à bandeira e ao símbolo. Para que as escolas possam ter mais informações para os alunos”, foi explicado.

Lou comentou ainda o andamento dos trabalhos sobre o diploma que vai regular o ensino profissional em Macau. O director da DSEJ revelou que já foi feita a consulta pública e que no primeiro semestre do próximo ano o diploma deve entrar em processo legislativo.

10 Set 2018

Ho Ion Sang pede educação ambiental e taxas para resíduos sólidos

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado Ho Ion Sang pede esclarecimentos ao Governo acerca do regime de cobranças de taxas para os resíduos urbanos.

Ho recorda que nas acções definidas pelo Executivo para o planeamento e gestão de resíduos sólidos em Macau, que compreendem as estratégias a médio prazo (2020-2022) e a longo prazo (2023-2026), está mencionado, de forma “pouco clara”, o início da consulta pública sobre a cobrança de taxas e a criação do mesmo regime.

No entanto, o mesmo plano que teve início em 2017 também ainda não mostrou qualquer efeito neste sentido.

A par da ausência de medidas legislativas para aqueles que produzem mais resíduos sólidos, seguindo a lógica do “poluidor/pagador, o deputado condena ainda a falta de educação ambiental e os resultados estão à vista.

Estatísticas reveladoras

Segundo os dados estatísticos do Relatório do Estado do Ambiente de Macau de 2016, a quantidade de resíduos sólidos recolhidos nesse ano totalizou as 583,8 mil toneladas. Per capita, a quantidade de resíduos sólidos urbanos atingiu os 2,11 quilos, “um valor muito superior ao registado em Pequim, Hong Kong, Tóquio, Singapura, União Europeia e Estados Unidos da América”, refere o deputado em interpelação oral.

No que respeita à reciclagem destes resíduos, Macau tem uma taxa de 25 por cento, um número inferior aos 57 por cento de Taiwan e aos 34 por cento de Hong Kong.

A justificação, considera, encontra-se na falta de informação dos residentes. Macau tem dispositivos de recolha de lixo para reciclar desde 1999, mas os resultados são ainda muito pouco visíveis. “Muitos cidadãos não conhecem a forma correcta de recolha classificada dos resíduos e alguns ecopontos têm sido considerados como depósitos de lixo normais. Muitos deitam no ecoponto as embalagens ainda com bebida ou água”. Para Ho Ion Sang, esta situação apenas revela que a “educação sobre protecção ambiental é um fracasso”.

31 Ago 2018

Dança | Centro de Educação Artística promove cursos de flamenco

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]esde o início do ano que começaram os primeiros cursos de dança flamenca em Macau. A iniciativa do Centro de Educação Artística Sino-elegância tem como objectivo preencher uma lacuna, uma vez que não havia no território qualquer espaço dedicado a este tipo de dança. A ideia de abrir um espaço em Macau para aulas de flamenco partiu de Graça Kong, co-fundadora do centro.
Depois de ter passado por Sevilha, há três anos, a também bailarina resolveu trazer para o território este estilo que considera “único”. Tinha de 16 anos quando se “apaixonou” pela modalidade mas não tinha onde aprender, contou ao HM. “Voltei para Macau, falei com a minha professora, Vanessa Chan, e com alguns amigos e tivemos a ideia de convidar um bailarino profissional para colaborar com o centro e leccionar cursos de dança flamenca”, explica. Como tal, o ensino do flamenco está a cargo do consultor Rico Cheung, bailarino sénior de Hong Kong Dance Company.

Mistura emocional

Para a responsável o interesse pelo flamenco é óbvio e responde a necessidades do quotidiano porque é “um meio para aliviar o stress e expressar sensações e emoções”, diz. Mas, particularmente, porque não é uma dança associada apenas a um tipo de sentimento. Para se dançar flamenco é necessário juntar a tristeza à alegria e é esta mistura que o torna “único”, acrescenta a bailarina que tem passado pela dança tradicional chinesa, pelo ballet e pela dança contemporânea.
Segundo Kok, a ambivalência de sentimentos do flamenco estará associada à sua origem cigana.
Mas, além da emoção, é ainda uma forma de “treinar a concentração e a coordenação do corpo”, explica. “A dança flamenca consiste nos diferentes ‘compás’ (estilos rítmicos), palmas ritmadas e movimentos de dança básicos”, acrescenta.
Entre o leque de movimentos usados nas coreografias não é exigido um alto nível de flexibilidade. Aliás, na opinião da bailarina o mais importante é “o nível de coordenação do corpo e o espírito, a sensação na alma”.

Para todos

Estes são factores que tornam a dança flamenca adequada para todos independentemente da experiência. Aliás, aqui o menos pode ser mais. De acordo com Kong, “quem não tem qualquer formação em nenhum tipo de dança às vezes tem mais facilidade em aprender flamenco porque ainda não tem nenhum vício de movimento ou postura”, explica a bailarina.
O cursos estão abertos a todos, apenas com um único requisito de participação: os participantes precisam de ter mais de 16 anos de idade.
Os cursos do Centro de Educação Artística Sino-elegância têm a duração de dois meses e são leccionados aos sábados. A segunda edição está a decorrer neste momento e a próxima está agendada para 15 de Setembro.
Mas, como tudo, é necessário dar continuidade à formação. Aprender a dançar exige alguma constância na prática, refere Graça Kong, até porque “não se pode aprender com uma ou duas aulas”, diz.
Apesar das dificuldades iniciais que a responsável atribui à falta de conhecimento por parte da população, neste momento as aulas já têm um número de estudantes que permite a sua manutenção, estando abertas a mais participantes.

7 Ago 2018

Aumentam as queixas de violação entre professores e alunos

Desde o início do ano, foram registadas duas queixas de violações entre professores e alunos, mais do que entre 2015 e 2017 quando não se registaram queixas. Os dados são da Polícia Judiciária, que não quis prestar esclarecimentos sobre o caso desconhecido do público

 

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]té Julho de 2018 já foram registados dois casos de queixas de violação entre professores e alunos. A informação foi avançada, ao HM, pela Polícia Judiciária (PJ) na passada sexta-feira. “Em 2018, houve dois casos de queixas entre professores e alunos por violação”, afirmou uma porta-voz da PJ.

Os números não contabilizam eventuais queixas que tenham surgido em Agosto e numa altura em que ainda faltam cerca de cinco meses para o final do ano, o registo já ultrapassou os números dos três anos anteriores juntos.

“Entre 2015 e 2017 foram registadas 0 casos de queixas entre professores e alunos por violação”, acrescentou a mesma fonte.

Em relação aos casos registados ao longo deste ano, um diz respeito ao ex-reitor da Faculdade de Direito da Universidade de Macau, John Mo, que está a ser acusado de violação por uma aluna de outra universidade local. O caso terá ocorrido após um jantar num dos casinos no território.

Sobre o outro caso, a PJ escusou-se a fornecer qualquer explicação, alegando que a vítima pediu total sigilo.

Além destes dois casos, entre professores e alunos, houve igualmente queixas de abuso sexual em duas instituições de ensino, nomeadamente no Jardim-de-Infância D. José Costa Nunes, que está sob investigação, e denúncias ligadas à escola secundaria Sam Yuk, um caso que foi encerrado sem acusações.

 

Maior disposição

Para o secretário-geral da Cáritas Macau, Paul Pun, este aumento no número de queixas reflecte uma mudança de atitudes no seio da sociedade. Paul Pun admite também a hipótese de terem havido casos de violação ou assédio sexual entre 2015 e 2017, que acabaram por ser abafados devido à vergonha das vítimas.

“O facto deste ano já terem sido registadas duas queixas para este tipo de situações [violações] mostra que as pessoas estão mais atentas aos seus direitos. Não consigo separar esta tendência do movimento #metoo. Acho que fez com que as pessoas estivessem mais disponíveis para apresentar queixas e partilhar os seus casos”, apontou.

O movimento #metoo tornou-se popular em 2017, com várias pessoas, principalmente celebridades, a admitirem através das redes sociais que tinham sido vítimas de abusos sexuais ou mesmo violações. A iniciativa teve como principal intenção levar as vítimas deste tipo de situações a não terem medo de apresentar queixa.

“No passado sempre houve a tendência para as vítimas não querem partilhar o ocorrido nestes casos, mesmo entre a família e amigos. Isso também poderá explicar a ausência de queixas”, considerou.

Ao HM, Paul Pun negou que o problema do assédio sexual e violações seja limitado ao meio académico, onde diz reconhecer o trabalho do Governo neste tipo de casos, e sublinhou a necessidade de haver uma postura pró-activa de toda a comunidade para lidar com estas situações.

“Não é só o Governo que precisa de trabalhar activamente na prevenção deste tipo de situações. É necessário um esforço colectivo e a sociedade precisa de se mobilizar. São situações que podem acontecer em qualquer lado e é preciso que as vítimas tenham todas as condições para apresentar queixa e que os atacantes sejam responsabilizados”, frisou o secretário-geral da Cárita Macau.

6 Ago 2018

China | Críticas a bolsas para estrangeiros foram “mal-entendido”

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m porta-voz do Ministério da Educação chinês clarificou ontem um “mal-entendido” sobre o orçamento do país para o ensino, que gerou uma onda de críticas nas redes sociais às bolsas atribuídas a estudantes estrangeiros.

Uma carta aberta publicada no fim-de-semana na rede social Wechat questiona porque é que o dinheiro destinado a estudantes estrangeiros na China é o dobro do orçamento atribuído às escolas primárias e secundárias do país.

Um relatório do ministério, publicado em Abril, reserva 3,3 mil milhões de yuan para os estudantes estrangeiros na China, um acréscimo de 16 por cento, face a 2017. O mesmo documento revela que o orçamento para as escolas primárias e secundárias se fixou em 416,6 milhões de yuan e 1,2 mil milhões de yuan, respectivamente.

A carta aberta, que é assinada por “um cidadão da República Popular da China” e teve mais de 100.000 visualizações, considera aquele orçamento “discriminação racial”, “um insulto para os contribuintes” e um acto de “sabotagem” à igualdade no ensino. E lembra que muitas escolas rurais do país são subfinanciadas.

Um porta-voz do ministério afirma ontem que aquele orçamento abrange apenas escolas primárias e secundárias afiliadas com universidades directamente sob a tutela do ministério da Educação.

Os três países que mais beneficiam das bolsas de estudo chinesas são Coreia do Sul, Tailândia e Paquistão.

30 Mai 2018

Pedofilia | Funcionário do Costa Nunes suspeito de abusos sexuais

Um auxiliar do jardim-de-infância D. José Costa Nunes terá alegadamente abusado de crianças. O caso já está a ser investigado pela Polícia Judiciária, após queixas da escola e dos pais, tendo o funcionário sido imediatamente suspenso

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m funcionário do jardim de infância Costa Nunes está a ser investigado por alegadamente ter cometido abusos sexuais a várias crianças. A situação foi reportada à Polícia Judiciária, ontem, depois do surgimento de várias queixas por parte de pais de crianças do género feminino e o funcionário foi suspenso com efeitos imediatos. As crianças são todas da mesma turma.

“Estamos todos em estado de choque. A educadora da turma em causa está em estado de choque, os pais estão em estado de choque. Era um funcionário com vários anos de escola, que tinha a total confiança de todos e aconteceu isto”, contou, ontem, Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM), responsável pela escola. “Se calhar, é nestas situações em que menos se espera que as coisas acontecem”, acrescentou.

O número de crianças afectadas ainda não é totalmente conhecido. O perpetuador dos alegados abusos é um servente da turma afectada, tem cerca de 30 anos e é de nacionalidade filipina. De acordo com o presidente da APIM, o funcionário trabalhava no jardim-de-infância há mais de dois anos.

O caso foi descoberto depois de várias crianças terem relatado aos pais os abusos. O primeiro caso terá sido comunicado em Outubro, altura em que a escola ficou em alerta para a possível existência de outros casos.

“Ao que parece o primeiro alerta tinha sido dado em Outubro, mas também não ficou muito claro, nessa primeira conversa, entre a educadora e o pai, que houvesse motivos para uma suspeita total”, comentou Miguel de Senna Fernandes. “Quando se identificou mais do que um caso, a escola agiu logo. Mas é uma acusação grave e uma coisa é dizer: ‘falta-me uma coisa’, outra é: ‘Aquela pessoa roubo-me’. São situações diferentes”, acrescentou.

Reunião Aberta

Em relação à reunião de ontem, Miguel de Senna Fernandes explicou que a direcção se disponibilizou para responder a qualquer pergunta dos pais. A situação foi igualmente comunicada à Direcção de Serviços para a Educação e Juventude, que prestou apoio com um serviço de psicólogos. Também a psicóloga da instituição se mostrou imediatamente disponível para prestar o apoio necessário.

“Ao fim da tarde, houve uma reunião com os pais das crianças da sala. Foi uma reunião em que as partes se mostrarem abertas ao diálogo e em que respondemos às dúvidas que conseguimos”, revelou o presidente da APIM.

Ainda sobre a situação, o também advogado reconheceu que este é um caso que coloca em causa o trabalho da instituição e a confiança dos pais: “Está em causa a confiança na escola. Sabemos que qualquer pai que procura uma escola, o aspecto mais básico é a segurança das crianças e um episódio destes coloca tudo em causa”, reconheceu.

O Jardim-de-infância foi inaugurado em Janeiro de 1999 e recebe crianças com idades entre os dois e seis anos.

Por sua vez, o funcionário suspeito, se for condenado pela prática de crimes de abuso sexual de crianças, pode incorrer numa pena de prisão de 1 a 8 anos.

10 Mai 2018

A liberdade e a escola

[dropcap style≠‘circle’]Q[/dropcap]ueria começar por desejar aos leitores do Hoje Macau um feliz Dia da Liberdade. Sim, é verdade que se comemorou ontem, mas é hoje que se completam 44 anos desde o primeiro dia de democracia em Portugal, em que os portugueses passaram a ser fiéis depositários dos destinos do país. Tendo o destino nas próprias mãos, é como em tudo na vida; umas vezes corre bem, outras nem por isso. É à medida que nos distanciamos no tempo da chegada a esse porto feliz que foi o 25 de Abril de 1974, e nos sentimos um pouco à deriva no oceano da fortuna, que por vezes se levantam algumas vozes que questionam se valeu a pena. Ora tudo vale a pena, ó gente de alma pequena. É preciso mais uma vez recordar que a democracia chegou para TODOS, e não para uns quantos, ou alguém em particular. Por isso, muitas vezes nos atravessam os olhos certos comentários, amplificados pelas redes sociais, de pessoas para quem esta democracia não deu certo – queriam iates, jactos particulares e criados a abaná-los com uma folha de palmeira, pronto – defendendo que “antes estávamos melhor”. Antes da liberdade, que é tão boa mãe que até deixa que se digam horrores dela. No tal “antes”, não se falava nem mal, nem bem. Não se falava. Era só para recordar isto, e aos leitores em Portugal, espero que se tenham divertido no feriado.

A Escola Portuguesa de Macau (EPM) assinalou o seu 20º aniversário com um espectáculo no Centro Cultural. Ao contrário do que alguns possam já estar a pensar, não vou “falar mal”, nem “mandar bocas”. Foi o que foi, pronto. Não era o Cirque du Soleil, e de resto nota-se que a escola fez ali um grande investimento, humano e material, para levar a empreitada avante. Estão todos de parabéns, portanto. Se permitem uma pequena recomendação, se forem realizar um espectáculo de três horas e meia de duração, era muito mais conveniente para todos que tivesse início antes da 7:30 da tarde. Quer dizer, a alma pode estar ali de livre e espontânea vontade, mas o rabo e o estômago não. De resto, e falando de sacrifício “et all”, eu fico feliz que exista a EPM, juro, a sério. É um motivo de orgulho para mim, que sou português e estou radicado em Macau, que Portugal tenha permanecido no território com a sua vertente educacional e pedagógica, que (e isto daria uma enorme discussão) é melhor que a educação chinesa. Pelo menos em termos de horizontes. O meu filho passou doze anos maravilhosos na EPM (pelo menos nunca se queixou), e só tenho mesmo que agradecer a todos que tornaram isto possível. Agora, não sei se é impressão minha, mas cada vez que escuto responsáveis, ou figuras directa ou indirectamente ligadas à EPM noto um enorme pessimismo em relação ao futuro, e isto numa altura em que a escola está bem e recomenda-se. Não sei porquê, como já disse o problema deve ser meu, mas cada vez que se fala da EPM, é como se estivesse em marcha um plano para tirá-la daqui para fora, para apagá-la, xô! E do presente só oiço falar do “enorme sacrifício e esforço” que tem sido a escola. Sim, é só uma escola, e eu sinto que tem futuro. Ao fim de vinte anos está aqui implantada, veio para ficar, e tem qualidade (e alguns defeitos, claro). A comunidade portuguesa sempre soube disso, e o resto da população começa a ter essa noção, também. Foi um trabalho bem feito, digam o que disserem. A EPM, tal como a democracia, foi feita para todos.

26 Abr 2018

Entrevista | António Sampaio da Nóvoa, Embaixador de Portugal na UNESCO

[dropcap style =’circle’] A [/dropcap] ntónio Sampaio da Nóvoa, ex-reitor da Universidade de Lisboa e candidato à Presidência da República Portuguesa em 2016, acredita na liberdade, alerta para o bom uso da informação na era digital e antevê um novo conceito de democracia para o séc. XXI. O embaixador de Portugal na UNESCO recebeu ontem o título de professor honorário do Instituto Politécnico de Macau

Amanhã comemora-se mais um aniversário do 25 de Abril. Esteve envolvido nas lutas políticas da altura. Como é que vê Abril 44 anos depois? 

Todos nós, que nos dizemos pessoas de Abril, e eu sou uma dessas pessoas até porque sinto que nasci para a vida no 25 de Abril, somos uma geração que tinha uma dimensão utópica muito grande. Ao ter esta dimensão, estamos sempre a achar que não se cumpriu Abril. Mas, tirando essa dimensão, se objectivamente olharmos para o que foram estes 44 anos, acho que só podemos estar contentes. Foram 44 anos com  muitos problemas, com muitas dificuldades, com muitos avanços e recuos. Os últimos cinco anos, sobretudo com a crise, foram anos horríveis, mas Portugal é um país com uma democracia estabilizada, é um país do qual todos nos podemos orgulhar. Vejo Abril com um balanço extraordinário. Acho que Portugal nunca teve na sua história 44 anos seguidos de democracia estabilizada, com regras e onde há liberdade. Mas há ainda coisas que não gostamos no país. Há duas que me deixam sempre muito desgostoso. Uma é as desigualdades. Portugal continua a ser o país da Europa com maiores desigualdades sociais, o que quer dizer que ainda temos uma parte da população com níveis de pobreza muito grandes. 44 anos depois de Abril, custa que não sejamos um país mais igual, que não estivéssemos como já estamos na área da educação ou na ciência, na metade de cima da Europa.  A segunda coisa que me deixa ainda com um sabor muito amargo são os níveis de corrupção que ainda existem na sociedade portuguesa. Percebe-se que estão ainda instalados jogos de interesses, de influencias entre zonas do poder político, do poder económico, etc. Não é aceitável num país com os níveis de educação e de cultura como os que nós já temos, se continue a assistir a estas coisa com banqueiros e políticos. São estas as duas coisas que me custam mais ver que não existem depois de Abril. Gostava que tivéssemos feito muito mais, que a nossa economia fosse mais produtiva, que as nossas instituições tivessem menos burocracias que a nossa educação fosse melhor, mas sinto-me, apesar de tudo, satisfeito. Valeram muito a pena estes 44 anos.

 

A questão da desigualdade foi um dos aspectos que focou em especial na sua candidatura à presidência da república. O que pode ser feito?

Acho que há duas respostas para isso. Não há forma de desenvolver um país se não houver capacidade de produção de riqueza. Portugal precisa de ter, do ponto de vista económico, uma capacidade e desenvolvimento e de produção que  não tem tido. Falamos hoje muito da revolução digital, da economia 4.0 e Portugal tem estado, felizmente, a captar alguma capacidade nessa área mas isso não resolve o problema de não ter uma capacidade instalada de produção do tecido económico. Com a adesão à União Europeia, nós caímos numa ilusão. A ilusão de que podíamos abdicar das pescas, da agricultura e de muita indústria porque estaríamos debaixo de uma espécie de protector. O que percebemos com a crise, é que não há protecção nenhuma. Nós, e citando um poeta português “ou nos salvamos a nós, ou ninguém nos salva”. A única maneira de combater tem que ver com o facto de que o problema dos pobres não é a pobreza, é o poder, é não terem autonomia, não terem poder para sair da pobreza. Isto quer dizer que nós não resolvemos o problema das desigualdades se não reforçarmos a capacidade das pessoas que são mais frágeis, pela educação, pela cultura, pela capacidade de criarem empregos. É preciso trabalhar nas duas áreas, é preciso trabalhar no desenvolvimento e produção de riqueza, mas ao mesmo tempo, é preciso trabalhar nesta capacidade de dar autonomia e poder às pessoas.

 

Quais são os maiores desafios da educação neste momento? 

Vou dar o exemplo de Portugal, mas pode ser aplicado a outros países. Julgo que temos dois problemas neste momento. Metaforicamente, diria que temos de acabar o Séc. XX e de entrar no Séc. XXI. Na educação do séc. XXI, a escola vai mudar de forma e de molde. As nossa crianças agora aprendem a trabalhar uns com os outros, a fazer projectos, cooperando com os outros colegas, etc.

 

A revolução digital também traz com ela uma série de informação, nem todo ela boa.

Em primeiro lugar, e tendo em conta a educação, uma das nossas grandes surpresas no sentido negativo é que achávamos todos que a internet e o mundo digital iam ser uma espécie de uma janela para o mundo inteiro. O problema é que nesta janela acabou por estar muita coisa, coisas de mais até. Acabamos por utilizar a internet para nos relacionarmos com aqueles que pensam como nós, ou seja em vez de ser um lugar onde nos relacionamos com todos é um lugar onde se reforçam, para efeitos de segurança, as nossa crenças, os nossos preconceitos, as coisas em que já acreditamos ou em queremos acreditar, como as teorias da conspiração e outras coisas absurdas que não têm nenhuma relação com a realidade, nem com a ciência. Isto está a trazer uma fragmentação nas sociedades contemporâneas brutal. Por isso tenho vindo a insistir muito na área da educação em que a escola tem de ser um lugar em que aprendemos a viver em comum, uns com os outros, o comum no sentido da diferença. Temos de aprender a dialogar e a perceber o ponto de vista do outro em vez de reforçamos crenças. Este é um problema que tem de ser debatido. Por outro lado, outro aspecto que o António Guterres expos notavelmente no seu discurso quando recebeu o doutoramento honoris causa na Universidade de Lisboa foi que é muito possível que a terceira guerra mundial não vá começar por nenhum ataque nuclear. Vai começar por ataques informáticos e pela sua produção sistematizada de notícias e acontecimentos falsos e nós não estamos preparados para isso. Não estamos preparados para esta explosão digital e para o poder dos chamados GAFAM – Google, Aple, Facebook, Amazona e Microsoft, que hoje em dia são o grande poder no mundo.

 

Falou, após a cerimónia em que foi condecorado com o titulo de professor honorário do IPM, que a UNESCO deveria ter um papel relevante na democratização da ciência. Como?

No caso da ciência há duas orientações que hoje são absolutamente centrais. Uma é saber como é que a ciência se pode transformar em cultura científica democratizada e acessível a todos. Outro dos grandes debates que está pela nossa frente é o conceito de ciência aberta. Isto quer dizer que temos hoje um fenómeno extraordinário: os países investem milhões na ciência e quem dá este dinheiro somos nós, os cidadãos, mas depois o produto da investigação é fechado. Vai para revistas que não estão em acesso livre. O mesmo se diga das patentes: o público pagou fortunas para se conseguirem desenvolver vacinas, para se conseguir desenvolver um medicamento mas isso depois vai para os grande laboratórios privados. Porque é que o dinheiro que foi objecto de um investimento publico é depois de capturado por interesses diversos? A União Europeia já deu um sinal muito forte neste aspecto e disse que, a partir de 2020, a não ser que haja razões muito concretas para que não esteja em acesso livre, todas as investigações obtidas com fundos europeus têm de estar em plataformas de acesso livre, o que é um passo imenso. A UNESCO pode ter um papel impressionante, porque é uma organização internacional que não tem associados interesses na sua matriz universalistas e humanista.

 

Como é que vê o crescente interesse da China na língua portuguesa?

O interesse da China pela língua portuguesa é uma coisa muito clara. Lembro-me em particular um encontro muito importante, quando era reitor da Universidade de Lisboa, em 2007, com o vice ministro da educação da China e ele disse-me que gostava que num período de dez anos houvesse pelo menos 40 universidades chinesas a ensinar português. Na altura, essa possibilidade parecia difícil de realizar porque havia muito poucas. Hoje, o presidente do IPM já me disse que há 40 universidades a faze-lo. Nessa altura, já o presidente do IPM e outras pessoas de Macau eram os elementos de ligação. Eu não teria chegado a Pequim se não tivesse passado por aqui. Esta foi a porta de entrada e facilitou imenso todo o trabalho que se fez a partir daí. Penso que neste sentido, no ensino da língua portuguesa, Macau também está a cumprir esta vocação de porta de entrada, da plataforma giratória com a China.

 

E relativamente a Portugal?

Portugal não tem tido uma política muito consistente de promoção da língua portuguesa. Temos uns discursos retóricos de vez em quando e umas saídas literárias que ficam sempre bem. Acho que estamos numa situação em que podemos ainda fazer muito pela língua portuguesa. Durante a minha campanha dizia que há duas coisas que são os nossos grandes baluartes e que nos distinguem de todos os outros: a língua e o mar. Na língua e no mar está tudo o que é a nossa história, a nossa posição geográfica mas também tudo o que são as nossas potencialidades no futuro.

 

Vai-se voltar a candidatar à presidência?

Não sei. Nunca tinha estado nos meus planos candidatar-me e aconteceu.

 

Porquê independente?

Porque sempre fui. Nunca estive ligado a nenhum partido. Sempre tive e mostrei um respeito enorme pelos partidos. Não há democracia sem eles, mas a democracia do séc. XXI não se faz só com os partidos.

 

O que é que é preciso para essa democracia?

É preciso participação no espaço público no ponto de vista da deliberação. Provavelmente, grande parte da democracia do séc. XXI vai ter lugar nas cidades e já não vai ter lugar nos países. Provavelmente, vai ser uma democracia mais complexa também e em que é preciso uma consciência individual muito grande que vai nascer no momento em que passarmos da ideia da participação como consulta, para a participação como deliberação. Aí, as pessoas vão se envolver.

 

O que acha do crescente número de grupos extremistas?

Estamos num momento em que parece que andamos todos perdidos com internet, ou com o mundo financeiro, em que não sabemos quem é que manda nisto. Há uma espécie de dificuldade em ler e compreender o mundo que leva a que as pessoas se retraiam em grupos que lhes dão segurança, seja ela mais fundamentalista religiosa, ou política, e isso leva a fenómenos muito perigosos. Se calhar, neste momento, estamos num momento de perigo nas sociedades como há muito não vivíamos. Mas, acima de tudo, precisamos de acreditar na liberdade e só o podemos fazer quando há muita confiança. A confiança precisa de um pensamento racional, da ciência, de um pensamento sensível que olha para os outros. Quero um mundo económico a funcionar com liberdade mas também quero ter a liberdade das pessoas, dos cidadãos, dos costumes. No futuro precisamos de desenvolver todos os mecanismos da liberdade e não é através de práticas de controlo autoritárias que conseguiremos construir esta paz com a Terra. O Edgar Morin falava muito do conceito de Terra Pátria, um conceito muito bonito porque é esta a nossa pátria e para a preservar temos de preservar uma cultura de paz com os outros.

 

24 Abr 2018

Manifesto d’Educação I

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] os jovens uma palavra de confiança: “tenho em mim todos os sonhos do mundo”, o pensar de Fernando Pessoa. Sejam inconformistas, iconoclastas, perfeccionistas, cosmopolitas, exigentes, esclarecidos e mostrem, sobretudo, uma grande inquietação intelectual, sem abolir valores. Criam-se chefias mas não há liderança, nem sequer enterrem vivos os princípios. Cultivem a inteligência não deixem morrer nem a utopia nem a revolta,democrática, evidentemente. É preciso lembrar que o sucesso precisa de trabalho, tempo e talento.

Em pleno século XXI se queremos «Crescer», temos forçosamente de exigir “mais educação, melhor educação e maior equidade social”.

Criar uma Escola diferente, como instituição, fazer a sua reconfiguração. Com projectos pedagógicos inovadores, que aqui se possam desenvolver, com audácia criativa, sem esquecer o modelo de organização e gestão, a competência dos professores (além da mera reprodução de conhecimentos) e o nível de exigência, com empenho, dedicação e disciplina. Até porque o fosso em relação a «outros» modelos de ensino é enorme.

Estimular a curiosidade científica, os gostos e hábitos de leitura e as capacidades artísticas. Uma Escola que leve os jovens a assumir novos gostos, atracções ou tendências, para fomentar e valorizar «novos» hábitos de trabalho. Escola não só como local de instrução (pais ausentes), mas como território crucial para a socialização e educação (de forma a elevar o bem-estar). Escola organizada numa perspectiva de abertura à sociedade e à aprendizagem ao longo da vida.

Deveríamos tentar construir uma Escola assente na “progressão individual e na transformação colectiva” e não um “disfarce humanista”. Já que temos o dever de lutar pela sobrevivência das futuras gerações. Ou aos nossos jovens não se poderá dar já o poder de sonhar? Pensar? Reflectir?

Estamos a assistir a um suicídio geracional e, ninguém intelectualmente honesto pode fingir que o problema não existe e que caminhamos para um desastre de consequências graves.

É urgente criar uma “Escola que volte a ser exigente, não sendo nem discriminadora nem uma fábrica de igualitarismo”, só assim se poderá manter a “frescura criadora da criança no estudo” – para citar Calvet de Magalhães (1913 – 1974).

Os grandes processos de escolarização aconteceram já em muitos países na primeira metade do século XX, ou mesmo no séc. XIX – como o caso inglês e francês – , mas em Macau infelizmente tal só veio a acontecer e ainda assim com graves deficiências nos finais do século passado.

A Universidade de Macau, por exemplo, «só» nasceu em 1991, havia a Universidade da Ásia Oriental, mas isso era outro negócio – privada e com poucas ligações ao Território.

Apesar de todo um passado, o ensino em Macau foi inconsequente, inconsistente, incongruente – frágil.

Em França, já havia ensino obrigatório desde o século XVI, ainda que não universal.

Em Portugal, por exemplo, a lei da escolaridade obrigatória de quatro anos só surgiu em 1956 e somente para crianças de sexo masculino. Em 1960 para ambos os géneros. Nessa altura a taxa de analfabetismo era de 33 por cento. A obrigatoriedade de nove anos de frequência só em 1986 se tornou uma realidade. Portugal entrou no século XX com uma taxa de analfabetismo próximo dos 75por cento. A lei da escolaridade gratuita surge a 7 de Setembro de 1835 de forma insípida e pouco consistente.

A população de Macau – independentemente da etnia, credo ou cultura – do século XXI deve aprender a viver sobre o lema “Iniciativa, Inovação, Irreverência”.

Não é só através de uma mudança geracional que se conseguem atingir os objectivos, mas também através de uma mudança de atitude, com um pensamento estratégico e com trabalho de equipa.

É o triângulo formado pela educação/ciência/cultura, que propícia o conhecimento, estímula a criatividade e aumenta a produtividade. «Educar» – aqui no sentido dado pelo educador brasileiro Rubem Alves (1933/2014) – “criar curiosidadede pensar”. Só com serviços escolares empenhados, disciplinados e longos – os nossos serão (?) – é que se constrói o Saber/Humanidade.

Os jovens (deixem a resignação) exigem estímulos, confiança e autonomia, para poderem ganhar determinção, coragem e força – capacidade crítica e comportamento ético.

A verdade e a honra não são coisas do passado – a honestidade não é uma mercadoria – e por isso mente-se, ilude-se e enriquece-se. Falta-nos espírito crítico, daí o oportunismo.

Os jovens hoje em dia – talvez fruto do excesso de consumo das novas tecnologias (?) -, vivem uma vida de forma ficcionada – “ é mais fácil, menos intrínseco, mais diáfano, menos doloroso”. Será ? Porquê?

Os jovens precisam urgentemente de orientações e horizontes futuros – temos de saber abrir a porta do conhecimento -, mas infelizmente não temos porteiro.

O berço pode ser o sonho da realidade … ou da resistência…vamos sonhando!

“O progresso é impossível sem mudança. Aqueles que não conseguem mudar as suas mentes não conseguem mudar nada”, na opinião do escritor George Bernard Shaw.

Gostaria – quando (?) não sei – que me dessem razões para não ter razão de ter de escrever, até porque e passo a citar, Jack Kerouac “todos os seres humanos são sonhadores e o sonho une a humanidade”.


“Por vezes cabe a uma geração ser grande. Esta pode ser essa geração.Deixem a vossa grandeza florescer.”
Nelson Mandela (1918 – 2013) líder rebelde, presidente da África do Sul
16 Abr 2018

Novo director da DSEJ tomou posse. Alexis Tam promete mais investimento na educação e ensino especial

Durante a tomada de posse do novo director da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Lou Pak Sang, Alexis Tam referiu que pretende investir mais recursos na educação no futuro e garantiu que não vai deixar para atrás nenhum estudante com necessidade de ensino especial

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]urante o discurso na cerimónia da tomada de posse do novo director da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Alexis Tam revelou insatisfação acerca do desenvolvimento no sector de educação. “Desde a transferência de soberania de Macau, o Governo colocou recursos no sector de educação e foram bem utilizados. Por isso, a educação em Macau está a desenvolver-se a um bom ritmo. No entanto, acho insuficiente”, referiu o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura.

Alexis Tam admitiu a insuficiência de investimento de recursos públicos nas áreas de educação e de saúde, problema que descobriu na sequência de uma visita à Singapura. Considerando que as áreas de educação e saúde ocupam respectivamente 15 por cento e 10 por cento dos recursos da função pública, Alexis Tam notou a necessidade de investir mais recursos nessas duas áreas, particularmente, a educação da ciência e tecnologia, ensino técnico-profissional, e das línguas estrangeiras.

Ensino para todos

Ainda assim, o secretário mencionou também a dificuldade no ensino especial em Macau, referindo que com os esforços envidados pela DSEJ o sector educativo está a reconhecer cada vez mais a importância de ensino especial, e que o Governo dá importância às crianças que necessitam de ensino especial.

“É um prazer dizer-vos que o Governo não vai deixar que crianças com necessidade e dificuldade especiais estejam fora da equipa. Todas são importantes”, sublinhou Alexis Tam, antes de acrescentar que vai oferecer mais recursos aos professores para poderem ensinar crianças especiais.

Por outro lado, relativamente à situação da gripe, Alexis Tam pede à população que não esteja preocupada, uma vez que não se registou um número muito elevado de estudantes infectados pelo vírus, mantendo-se a situação controlada. Daí as declarações do secretário que entendeu que “o Governo não considerou a hipótese de suspender as aulas”, e que quando houver surto deste tipo de casos, as autoridades vão informar os residentes.

Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde, relatou que no próximo fim-de-semana os centros de saúde vão estar abertos para a vacinação da população. Os residentes podem dirigir-se directamente aos centros durante esses dois dias para ser vacinados sem necessidade de marcação.

8 Fev 2018

Escolas construídas logo a seguir à habitação na Zona A, garante Chefe do Executivo

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Chui Sai On, esteve ontem reunido com os membros da nova direcção da União Geral das Associações de Moradores de Macau (UGAMM), tendo dado alguns detalhes quanto ao planeamento da zona A dos novos aterros.

Citado por um comunicado oficial, Chui Sai On garantiu que “relativamente aos terrenos para infra-estruturas de ensino, depois de concluído o planeamento de habitação pública na zona A, o próximo passo será planear infra-estruturas de ensino”. O objectivo é assegurar “que os serviços competentes estão a desenvolver, de forma ordenada, os respectivos trabalhos e procedimentos jurídicos”.

O Chefe do Executivo deu ainda mais informações quanto à futura integração regional. Este indicou, relativamente ao projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau que há a “possibilidade dos residentes de Macau trabalharem e estudarem no interior da China”, além de que os idosos de Macau “podem ali viver depois de aposentados”.

No entanto, matérias como a “saúde e políticas de bem-estar são temas que merecem ser analisados pelo Governo”. “Após o lançamento do planeamento e desenvolvimento da região metropolitana da Grande Baía Guangdong – Hong Kong – Macau haverá uma direcção mais clara”, lê-se no comunicado.

Em relação à UGAMM, presidida por Leong Heng Kao, há o objectivo de “preparar a criação de uma delegação na zona sul da cidade, a fim de uma melhor coordenação e de um bom trabalho comunitário na referida zona”, bem como “ponderar o estabelecimento de um local a fim de reforçar o apoio aos residentes de Macau que moram, estudam e trabalham no interior da China, e ajudar os cidadãos a participar no desenvolvimento da Grande Baía”. A associação também pretende “expandir o serviço de teleassistência ‘Peng On Tung’ e reforçar o âmbito de serviço, com o objectivo de disponibilizar um serviço adequado aos mais necessitados”.

6 Fev 2018

Ensino | Infantário Costa Nunes discute integração na rede de escolas públicas

A Assembleia Geral da APIM reúne extraordinariamente na próxima quarta-feira para discutir a adesão do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes à rede de escolas públicas. Miguel de Senna Fernandes garante que a transferência em nada alterará a natureza do estabelecimento, incluindo a língua portuguesa

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Assembleia Geral extraordinária da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) está marcada para quarta-feira, às 18h. O único ponto da ordem de trabalhos é a discussão da integração do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes no sistema de escolaridade gratuita.

Miguel de Senna Fernandes, presidente da associação que gere o infantário, explicou ao HM que a reunião servirá para “auscultar a opinião dos membros e, naturalmente, pedir um voto de confiança para a comissão directora que conduz esse processo”. A reunião pretende também recolher orientações do órgão colegial e auscultar as opiniões dos seus membros.

O presidente da APIM releva que este é “um processo complicado, mas é algo que é necessário equacionar para o futuro”, principalmente porque “os custos são cada vez maiores” e precisam ser encarados com realismo e ponderação.

No fundo, a adesão ao sistema de escolaridade gratuita representa a atribuição do subsídio do próprio sistema e a sua repartição. Algo que obedece a um conjunto de regras bem definidas que carecem de adaptações da escola. “Não é como comprar um bilhete e entrar na sala de cinema”, compara Miguel de Senna Fernandes. Independentemente disso, o infantário “já cumpre muitas das regras que estão estabelecidas na lei de bases do sistema educativo”.

Essência mantém-se

Uma coisa é garantida pelo presidente do APIM, “o jardim de infância é para ficar com as características que lhe são muito próprias”, mas como é um projecto de longo prazo, são precisos meios para o efeito”.

Se for aprovada a integração no sistema de escolaridade gratuita, o processo de integração implicará uma série de adaptações “meramente administrativas e financeiras, que em nada têm relação com a autonomia da escola e a sua filosofia”. Miguel de Senna Fernandes garante que “a língua portuguesa também não está em causa” e será salvaguardada.

O presidente da APIM acrescenta que a mudança não traz alterações, além da óbvia que é “os pais passarem a não pagar propinas”. Além disso, as actividades extracurriculares vão continuar a ser pagas, uma vez que são despesas que não estão cobertas pela gratuitidade do sistema.

Para Miguel de Senna Fernandes, é necessário pensar também ao nível da contratação de pessoal docente com capacidades académicas. “Não está em causa o cumprimento de um requisito da lei, é algo do nosso funcionamento”, revela o presidente da APIM.

Para já, o Costa Nunes prepara-se para aderir a uma rede de onde só estão de fora duas ou três escolas, uma dela a Escola Portuguesa de Macau. A integração não será imediata, uma vez que pressupõe um período de adaptação à nova realidade.

7 Dez 2017

Ensino | Macau em 19º lugar entre 50 países em estudo internacional de literacia

Alunos do 4º ano de Macau tem classificação média alta no Progresso no Estudo Internacional de Leitura e Literacia 2016, um estudo à escala global. Ainda assim, apenas 10 por cento dos estudantes lêem com frequência, uma característica que, segundo o estudo, é herdada dos pais e do ambiente familiar

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau estreou-se em 2016 no Progresso no Estudo Internacional de Leitura e Literacia (PIRLS). Os resultados foram divulgados ontem pela líder da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Leong Lai, que revelou que a RAEM ocupa o 19º lugar, num universo de 50 países participantes e de cerca de 130 mil estudantes.

O PIRLS incide sobre as capacidades de leitura dos estudantes do 4º ano de escolaridade, com idades entre os 9 e os 10 anos. “Os alunos de Macau ainda têm muito que progredir em termos de literacia, mas o 19º lugar é bom para a primeira participação”, avaliou Leong Lai.

Uma das conclusões preocupantes do estudo é que apenas 11 por cento das famílias de Macau possuem recursos de leitura substanciais em casa, em relação à média internacional. Além disso, apesar dos resultados de crianças criadas em agregados mais abastados serem melhores, a média dos rendimentos locais não vai de encontro aos recursos educativos em casa.

Leitura caseira

Outra conclusão é que os filhos tendem a ganhar os hábitos dos pais também na leitura. Apenas 17 por cento dos progenitores analisados confirmaram gostar muito de ler, enquanto que os que gostam pouco representam uma parcela de 62 por cento. Os pais que afirmaram não gostar de ler representam 22 por cento dos inquiridos. De acordo com a directora da DSEJ este é um dos aspectos a melhorar.

A situação é similar nas crianças que estão em idade pré-escolar. Apenas 10 por cento participam muitas vezes em actividades de leitura em família, enquanto os que o fazem “às vezes” representam a grande parcela com 82 por cento.

Em termos escolares, o PIRLS demonstrou que os recursos facultados pelos estabelecimentos de ensino situa-se acima da média dos países analisados, tanto em termos de bibliotecas como acesso a computadores. Também em termos de formação do pessoal docente e de direcção das escolas, os resultados foram satisfatórios ao revelarem que a esmagadora maioria tem formação académica, enquanto 62 por cento têm formação específica em técnicas de ensino de leitura.

No que diz respeito à disciplina na sala de aula, entre as 57 escolas locais auscultadas, 89 por cento não relatou problemas disciplinares.

Sem haver distinção entre as várias línguas dos alunos analisados no PIRLS, participaram 35 estudantes de línguas portuguesa, oriundos de duas escolas. Os alunos de língua chinesa, sem surpresa, formaram a grande maioria sendo 3615 vindos de 49 estabelecimentos de ensino. Participaram ainda 407 alunos de língua inglesa, oriundos de 6 escolas.

Para os testes, os estudantes interpretaram dois textos, um informativo e um de natureza literária.

6 Dez 2017

Educação patriótica | DSEJ sem critérios específicos para avaliação

A directora dos Serviços de Educação e Juventude, Leong Lai, disse ontem que o nível de patriotismo dos alunos é avaliado consoante a sua participação voluntária nas actividades, sem que existam padrões de avaliação semelhantes aos das outras disciplinas

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]ão realizadas algumas actividades, cursos de formação e é até seguido, por algumas escolas, o manual “Virtude e Cidadania”, editado pelo Ministério da Educação da República Popular da China. Contudo, o Governo não dispõe ainda de instrumentos claros para avaliar se um aluno é ou não patriota. Para já, o patriotismo é apenas uma parte do currículo da disciplina de Educação Moral e Cívica.

“Não há um índice definido, é uma situação geral. São várias as condutas que podemos avaliar junto dos jovens”, explicou ontem Leong Lai, directora dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ).

“Temos feito muitos trabalhos. Existe a cerimónia de hastear da bandeira de 4 de Maio, Dia da Juventude, mas é uma actividade voluntária. Podemos avaliar o nível de patriotismo consoante o número de vezes em que os jovens participam nestas actividades”, acrescentou Leong Lai.

Exemplo disto foi a visita realizada ontem pelos membros do Conselho da Juventude a Zongshan, juntamente com alguns jovens. Esta actividade não é obrigatória e os alunos participam mediante inscrição.

“Queremos aumentar o espírito de equipa dos jovens, melhorar os valores e ainda o sentimento de amor pela pátria e por Macau. Daqui a pouco vamos para Zongshan, a uma base militar, onde vai realizar-se o 10º aniversário das Jornadas de Educação de Defesa Nacional. Quase todas as escolas de Macau vão ter alunos a participar nestas jornadas”, frisou a directora da DSEJ.

“Não é obrigatório. As jornadas de educação de defesa precisam do acordo e consentimento dos pais. O número de participantes não é igual todos os anos”, acrescentou Leong Lai.

Segundo a Rádio Macau, o orçamento anual destinado a esta actividade aumentou de 13 milhões para cerca de 14 milhões no último ano.

Maior pertença

Apesar das escolas não disporem de métodos de avaliação oficiais para o patriotismo dos alunos de Macau, a verdade é que os estudos mostram que cada vez mais os jovens sentem que são chineses.

Leong Lai citou mesmo um estudo ontem publicado pela Associação Geral de Estudantes de Chong Wa de Macau, que mostra que os inquiridos se sentem chineses.

“Através deste relatório percebemos que tem aumentado o sentido de reconhecimento dos jovens quanto à sua identidade”, adiantou Leong Lai.

Antes da visita a Zongshan, os membros do Conselho da Juventude reuniram para mais uma sessão plenária, com a presença do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam Foram entregues os Prémios de Juventude de 2016, que incluem o “Prémio de Actividades Juvenis” e o “Prémio de Educação Cívica”. A Associação sem Fronteira da Juventude de Macau e a Rede de Serviços Juvenis Bosco foram as premiadas.

 

Educação | Subsídios vão aumentar em 2018

Leong Lai, directora da DSEJ, apontou ainda que os subsídios atribuídos na área da educação vão aumentar no próximo ano lectivo. “No ano de 2018 vamos aumentar os subsídios para propinas e outras actividades. Será para a educação em geral, mas vamos dar ênfase a várias vertentes, como as indústrias criativas e culturais.” Está na calha a realização de mais acções de formação ao nível da criação de pequenos negócios e investimentos, por exemplo.

Desrespeitar o hino nacional dará origem a sanções

A Assembleia Popular Nacional (APN) recebeu ontem propostas para que se aplique a Macau e a Hong Kong a recém adoptada lei do hino nacional, que prevê sanções para quem desrespeitar a canção, noticiou a agência oficial Xinhua. Estas propostas surgiram no mesmo dia em que foi submetido ao parlamento outro diploma sobre o agravamento da lei, que pune o desrespeito em público pelo hino e pela bandeira com penas de prisão até três anos, ou através da retirada de direitos políticos ou vigilância.

A lei do hino chinês entrou em vigor a 1 de Outubro na China. Segundo as propostas, a lei deverá ser incluída nos anexos das Leis Básicas de Macau e Hong Kong. De acordo com a Xinhua, as propostas foram submetidas na sessão legislativa bimensal do comité permanente da APN, que começou na segunda-feira.

“Salvaguardar a autoridade do hino nacional – um dos símbolos nacionais – é salvaguardar a autoridade do Estado, as pessoas e a nação chinesa”, disse o vice-director da comissão de assuntos legislativos do comité permanente da APN, Zhang Rongshun.

“Nos últimos anos, incidentes de desrespeito pelo hino nacional ocorreram em Hong Kong, desafiando o espírito do princípio ‘um país, dois sistemas’ e a moralidade social, ao mesmo tempo que gerou revolta entre os chineses, incluindo a maioria dos residentes de Hong Kong. É urgente e importante aplicar a lei do hino nacional em Hong Kong, para prevenir e lidar com tais ofensas”, disse Zhang.

Actualmente, a lei do hino nacional proíbe que a música seja tocada em funerais, anúncios publicitários ou eventos privados considerados “inapropriados”. A versão em vigor já contempla sanções para o desrespeito ao hino, que variam entre detenção por um máximo de 15 dias até processos penais “mais severos”, não especificados.

2 Nov 2017

Ensino | Currículos escolares vão incluir teorias do Presidente Xi Jinping

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s estudantes chineses vão passar a estudar a teoria política do Presidente da China, Xi Jinping, após a inclusão desta na constituição do Partido Comunista (PCC), na próxima semana, segundo o jornal South China Morning Post (SCMP).

O diário de Hong Kong cita o ministro da Educação chinês, Chen Baosheng, que afirma que a nova ideologia, expressa no discurso inaugural do XIX Congresso do PCC, será incorporada nos currículos escolares.

“[O pensamento de Xi] vai ser introduzido nos manuais escolares, aulas e cérebro [dos estudantes]”, afirmou o ministro.

“Vamos elaborar métodos de ensino específicos que combinem textos de diferentes graus e tópicos”, acrescentou.

No discurso inaugural do mais importante evento da agenda política chinesa, proferido perante centenas de delegados do PCC, Xi anunciou o início de uma “nova era”, em que a China “erguer-se-á entre todas as nações do mundo”.

O secretário-geral do PCC prometeu uma China moderna e próspera, em que o partido não abdicará do controlo sobre economia e sociedade.

“Governo, exército, sociedade e escolas – norte, sul, este e oeste – o Partido é líder de tudo”, afirmou.

O título formal da ideologia de Xi será conhecido no encerramento do Congresso, na próxima terça-feira, quando a constituição do Partido for alterada.

Para a História

Chen afirmou que o ministério irá começar a introduzir o pensamento de Xi, o mais forte líder chinês das últimas décadas, nos manuais escolares, e a treinar professores, como parte da “tarefa histórica” do ensino.

Tradicionalmente, o partido exerce apertado controlo sobre os currículos escolares, com os livros a enaltecer os feitos do Partido Comunista e a omitir eventos como a sangrenta repressão do movimento pró-democracia de Tiananmen, em 1989.

Desde a ascensão ao poder de Xi, em 2012, as autoridades reforçaram também o controlo sobre o meio académico, advertindo contra a difusão de “conceitos ocidentais” nas salas de aulas.

Em Junho, várias universidades chinesas foram publicamente reprendidas pelos inspectores de disciplina do Partido, pelos seus “insuficientes esforços na frente ideológica”.

24 Out 2017

Alexis Tam | Aumento de orçamento na tutela anunciado nas LAG

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, disse ontem aos jornalistas que poderá vir a aumentar o orçamento da sua tutela no próximo ano. Ainda assim, e de acordo com um comunicado, “as medidas supra mencionadas ainda estão em estudo”, sendo que “a decisão final será anunciada aquando da apresentação do relatório das Linhas de Acção Governativa, ou seja no próximo mês”.

Alexis Tam lembrou que, devido “à queda da economia no ano passado, o orçamento global do Governo deste ano não foi aumentado”. “Contudo, com a melhoria da situação económica, este ano, o orçamento das várias áreas sob a tutela da secretaria para os Assuntos Sociais e Cultura terá um aumento”, aponta o mesmo comunicado.

A medida servirá para a “construção de instalações médicas”, além de que “a taxa de orçamento no âmbito de serviços para idosos e crianças será maior”. Alexis Tam “disse esperar que o aumento orçamental possa optimizar o serviço de saúde do território”.

Na área da educação, o secretário frisou que vai ser uma realidade o aumento do orçamento para a educação especial e inclusiva, “em prol da integração das crianças com necessidades educativas especiais na sociedade”.

Quando à preservação, promoção e educação cultural, as autoridades prevêem uma aposta nos recursos para reforçar os trabalhos de sensibilização e consciencialização, com o objectivo de dar a conhecer melhor, à próxima geração, o património cultural de Macau, frisa o mesmo comunicado.

Alexis Tam falou à imprensa à margem de um evento promovido pela Associação de Beneficência Tung Sin Tong.

10 Out 2017

Celebrar a morte

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]sta semana a área da Educação tem estado ao rubro em Hong Kong. Um dos casos que mais deu que falar foi a morte do filho de Christine Choi Yuk-lin, Sub-Secretária da Educação.

Poon Hong-yan, de 25 anos, atirou-se da janela do seu apartamento, localizado no condomínio Sorrento, Austin Road, e foi encontrado inconsciente num terraço do 9º andar do Bloco 3. Foi transportado imediatamente de ambulância para o hospital, onde o óbito acabou por ser declarado. Por enquanto, os motivos do incidente permanecem desconhecidos.

Posteriormente surgiram papéis afixados no campus da Universidade de Pedagogia (EdUHK), onde se podia ler “Parabéns ao filho de Choi Yuk-lin por ter ido para  Ocidente”. “Ir para Ocidente” significa ter morrido. É uma tradução literal do cantonês. Os estudantes congratulavam-se, portanto, com a morte do filho de Choi Yuk-lin.

É habitual existirem nas Universidades de Hong Kong espaços onde estudantes e trabalhadores podem afixar o que bem entenderem, conhecidos como Paredes da Democracia. Quem põe um papel nesta parede tem de se identificar, quer seja estudante quer seja trabalhador. As Paredes da Democracia são um símbolo da liberdade de expressão dentro das Universidades.

Como se pode ler no website “HKFP”, Choi é um dos vice-presidentes da Federação dos Trabalhadores da Educação de Hong Kong (HKFEW sigla em inglês). É também Reitora do campus de Siu Sai Wan da Escola Secundária Fukien. As duas organizações têm fortes ligações a Pequim.

Em Setembro de 2016 Choi candidatou-se pelo sector da Educação a um lugar no Conselho Legislativo, que perdeu para o candidato pró-democracia Ip Kin-yueneve. Choi obteve menos 30% dos votos que o seu opositor. Mas, apesar disso, Choi foi indigitada com Sub-Secretária da Educação em Julho de 2017, pelo que foi muito criticada. Ip declarou na altura,

“O resultado das eleições demonstrou que as suas opiniões políticas não são apoiadas pela maioria do sector da Educação.”

A indigitação para o cargo de Sub-Secretária da Educação será “um insulto aos eleitores.”

É muito provavelmente devido a estes antecedentes, que apareceram nas Paredes da Democracia da EdUHK os papelinhos de “felicitações”.

Mas infelizmente este não foi o único ataque a Choi. O website “hongkongfp.com” escrevia no passado dia 8,  “Também foram postadas mensagens online de ataque à família:

“Sabia que o seu filho estava deprimido. Mas em vez de lhe dedicar o seu tempo, aceitou uma promoção que ainda a ocupou mais, e deixou-o ao cuidado de uma empregada. Que modelo de pedagogia! Se não sabe ser mãe, como é que pode encarregar-se da educação dos filhos dos outros? É uma vergonha, devia demitir-se,” escreveu um comentador numa discussão do fórum LIHKG.”

A EdUHK emitiu um comunicado a condenar estes comentários e apresentou as suas desculpas pelo pesar que possam ter causado a Choi. Podia ler-se:

“A escola gostaria de reafirmar que, embora desfrutemos do direito à liberdade de expressão, deveremos também assumir uma atitude razoável na discussão de certas situações, e respeitar sempre os sentimentos dos outros. No caso presente, os actos ofensivos são vergonhosos – esperamos que quem afixou os cartazes faça alguma auto-crítica.”

Os responsáveis da EdUHK declararam que estão a visionar as imagens das câmaras de vigilância e que, se necessário, serão tomadas medidas disciplinares.

A Associação de Estudantes da EdUHK emitiu um comunicado a negar a responsabilidade por esses actos e enviou representantes para retirar os papéis. A Universidade não deve, por causa destes acontecimentos, coartar a liberdade de expressão dos estudantes.

“Ainda não foi confirmado se foi um estudante a colocar os papéis na Parede. De qualquer maneira, é evidente que se um estudante for punido pelas autoridades académicas, devido a declarações moralmente controversas, fica aberta a porta ao medo da liberdade de expressão e à auto-censura, e instala-se o terror no campus,”

Se foi efectivamente um estudante que afixou os papéis, que castigo lhe será aplicado? Vão suspender-lhe a bolsa de estudos? Para já ninguém sabe. No entanto, a resposta de Universidade de Harvard a este tipo de casos poderá servir de modelo para situações futuras. Soube-se através do site “kknewscc” que Harvard vai recusar a admissão de, pelo menos, 10 candidatos, porque criaram um grupo de chat intitulado “Harvard memes para miúdas burguesas com tusa”. Este grupo permite que os seus membros postem fotos e mensagens sexual e racialmente discriminatórias. A este respeito a Universidade de Harvard declarou:

“A Universidade reserva-se o direito de cancelar a admissão de um candidato se a sua conduta for desonesta, imatura ou imoral.”

Todos sabemos que o desrespeito à moralidade é diferente do desrespeito à Lei, porque o primeiro não implica uma pena e o segundo sim; sobretudo, se se tratar de Lei Criminal. Os papelinhos de “felicitações” são obviamente desumanos. Representam uma falta de respeito à moral estabelecida, mas não implicam sanções legais. No entanto, podemos revoltarmo-nos e dizer alto e bom som “Não” a este comportamento desumano.

12 Set 2017

Ensino | Subsídios escolares pensados anualmente

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) pondera todos os anos, e de forma antecipada, os subsídios escolares que serão atribuídos. A ideia é deixada pelo organismo em resposta à interpelação oral de Ella lei. A deputada pretendia saber se existia algum mecanismo capaz de antecipar as necessidades financeiras nesta matéria.

O Governo admite que a política que diz respeito ao ensino não superior tem “a protecção prioritária do investimento na educação”, sendo que a DSEJ aumenta anualmente o subsídio de escolaridade gratuita”.

A razão, aponta a entidade, “tem em conta o desenvolvimento da sociedade e das escolas”. Desta forma e perante a questão da deputada Ella Lei relativa a uma ponderação antecipada dos subsídios escolares, a DSEJ afirma que “em cada ano o Governo pondera, de forma integral e abrangente, o desenvolvimento social e a situação económica de Macau para definir o orçamento e as políticas financeiras das diferentes áreas públicas, incluindo o investimento de recursos na educação”, lê-se na resposta assinada pela directora Leong Lai. A DSEJ não deixa de sublinhar a importância deste apoio.

“O subsídio da escolaridade gratuita é o principal recurso para manter o funcionamento das escolas particulares aderentes ao sistema de escolaridade gratuita.

29 Ago 2017

Jovens | DSEJ promove acção para estimular o exemplo

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]brem hoje as candidaturas para o “Plano de Incentivos aos Jovens – Estimular a Energia Positiva”. A iniciativa pretende atrair os jovens locais a partilharem as suas histórias de vida com os mais novos, de forma a encorajar a uma atitude positiva e à ajuda social

Promover bons cidadãos desde a juventude é a ideia de mais uma edição do “Plano de Incentivos aos Jovens – Estimular a Energia Positiva”. A acção levada a cabo pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude pretende, através da partilha de histórias pessoais de jovens entre os 19 e os 29 anos, incentivar os adolescentes às boas práticas de cidadania e encorajar na superação de obstáculos.

De acordo com o presidente da Federação da Juventude de Macau, Mok Chi Wai, entidade encarregada da execução do plano, a acção tem como objectivo “transmitir energias positivas aos jovens e encontrar histórias daqueles que enfrentam os desafios com coragem, superando os obstáculos do crescimento”. A concretização é feita com a partilha de histórias de “jovens exemplares que participam activamente nos serviços sociais e contribuem para o bem-estar da sociedade”.

A ideia é dar o exemplo às gerações mais novas de como se consegue ultrapassar os muitos obstáculos que aparecem durante o crescimento e ter um papel de relevo na construção social. “Os valores são aqui transmitidos de boca em boca para que, desta forma, seja divulgada a força de influenciar novas gerações”, rematou o responsável na conferência de imprensa de ontem, destinada à apresentação do programa.

Candidaturas abertas

Os jovens locais que pretendam integrar o “Plano de Incentivos” podem fazer a sua candidatura a partir de hoje e até ao dia 25. No processo contam a sua história e têm de ser recomendados por uma associação local sem fins lucrativos ou por um residente com mais de 21 anos. Para garantir a veracidade, a selecção dos dez eleitos é feita através de entrevistas, a que se segue uma avaliação feita por um júri. Uma vez passada esta fase, são submetidos à votação da população.

Os premiados recebem um montante de três mil patacas e comprometem-se a cooperar com a DSEJ para a divulgação, através de vários meios, da sua história.

As últimas edições da iniciativa aconteceram em 2012 e 2015. Os 20 contemplados, resultado das acções realizadas, têm estado envolvidos em actividades com as escolas locais em que transmitem as “suas histórias inspiradoras”.

O chefe de divisão de formação e apoio ao associativismo juvenil da DSEJ, Chan Iok Wai, explicou que os parâmetros decisores são “o carácter emocionante do conteúdo, a influência social, a inspiração em relação aos valores da juventude e, este ano, foi acrescentado o entusiasmo na preocupação com a sociedade”.

A DSEJ promove, com cada edição, um conjunto de exposições itinerantes que passam pelos vários estabelecimentos de ensino do território em que são expostas as histórias vencedoras. “Já foi também feita uma reportagem para a televisão”, afirmou o responsável.

Em 2012, foram recebidas 90 candidaturas, sendo que o número total de participantes qualificados para entrar na fase de entrevista foi de 80. Na avaliação do júri foram escolhidas 21 histórias para passar à fase da votação dos cidadãos.

Em 2014, o número total dos jovens inscritos foi de 41, tendo sido eleitas 20 histórias dos candidatos para passarem à fase da votação pública.

O número de candidaturas é ilimitado e todos os que considerem que têm uma história a contar são convidados a participar.

Estudos | Programa sobre Direito do Mar em Macau

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Universidade de São José (USJ) e o Instituto de Estudos Europeus de Macau (IEEM) organizam, no início do próximo mês, um programa de formação de curta duração sobre Direito do Mar. A acção decorre ao longo de 18 horas, a 1 e 3 de Setembro, e custa aos participantes 2800 patacas.

O programa do curso foi concebido por Francisco Leandro, da Faculdade de Humanidades da USJ. Quando aos responsáveis pela formação, destaque para Vasco Becker-Weinberg, que presta assessoria jurídica à secretaria de Estado do Mar, em Portugal. Também Paulo Canelas de Castro, da Faculdade de Direito da Universidade de Macau, será um dos professores do curso. O docente tem vários livros e artigos publicados sobre questões relacionados com direito marítimo.

Em nota de imprensa, a organização explica que o programa cobre vários tópicos diferentes, a começar pela contextualização histórica sobre a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. Vão ainda ser focados assuntos como a preservação do ambiente marítimo, a economia ligada ao mar no contexto jurídico regional e internacional, a liberdade de navegação, a criminalidade e os direitos humanos no mar.

Os participantes que concluírem o programa poderão ainda participar num seminário sobre o planeamento e gestão do mar, em que vão ser abordadas as oportunidades para Macau. José Luís Sales Marques, presidente do IEEM, e Jens-Erik Olsen, fundador da empresa de consultadoria Eight Ships, são os oradores da palestra que encerra a formação.

Estacionamento | Mais lugares na Avenida do Cais de Pac on

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]stá pronta a obra de nivelamento no troço junto à Avenida do Cais de Pac On, tendo sido acrescentados 157 lugares de estacionamento. Os 63 espaços para veículos ligeiros estão equipados com parquímetros de duas horas; já os 94 lugares reservados a veículos pesados podem estacionar durante cinco horas. A Direcção dos Serviço para os Assuntos de Tráfego acredita que as novas áreas vão aliviar a necessidade de estacionamento do sector dos veículos pesados e promete “continuar a procurar, juntamente com os serviços competentes, espaço para disponibilizar equipamentos de apoio ao trânsito”.

8 Ago 2017

Robby Kwok, empresário na área da educação: “Posso ser feliz em todo o lado”

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] vida de Robby Kwok é a prova de que o destino pode mudar de um momento para o outro. Este empresário, que lidera um grupo de escolas que oferecem cursos profissionais, começou por ser um mau aluno, que só tinha boas notas a Educação Física. A ida para a Austrália mudou completamente a sua vida.

Quando era miúdo, tinha notas muito más. Só consegui passar a Educação Física. Então a minha mãe perguntou-me para onde é que queria ir, porque não podia ficar aqui sem fazer nada. Deu-me duas hipóteses: Japão ou Austrália, onde tinha familiares. Cheguei a aprender japonês, mas não conseguia falar, a língua foi muito complicada para mim. Achei o inglês mais fácil”, contou ao HM.

Na Austrália os seus horizontes expandiram-se totalmente, ao ponto de Robby Kwok ter ficado no país durante 12 anos, a trabalhar na área em que se formou, informática. Pelo meio, arranjou tempo para aprender taekwondo, que hoje ensina em Macau.

Robby Kwok assume que pode ser feliz em qualquer lado, seja em Macau, seja noutro lugar. Acorda de madrugada para correr, trabalhar, tocar saxofone numa banda e ainda fazer voluntariado todas as sextas-feiras.

Se a mãe não o tivesse enviado para o estrangeiro, o empresário talvez fosse hoje uma pessoa completamente diferente. “A Austrália mudou a minha visão e a minha vida mudou. Aqui há um maior controlo da família, um lado mais tradicional, mas eu compreendo isso. Tem o seu lado bom e mau. Os países ocidentais, o sistema e cultura, são, na sua maioria, bons. Por isso é que sempre quis implementar esse sistema em Macau, esses valores.”

Ideias de empreendedor

Robby Kwok deixou para trás a imagem de um aluno baldas, que não estuda, para se tornar, ele próprio, um educador. E garante que em Macau fazem falta cursos profissionais, mas não só. Falta também o seu reconhecimento e aceitação.

Em Macau há falta de cursos profissionais, cursos mais técnicos. Na Austrália, quem começa um curso técnico pode sempre ter acesso à universidade. Aqui as pessoas, as famílias, não compreendem os benefícios do ensino profissional. Lá um técnico é mais valorizado do que um médico, têm bons salários.”

Num lugar onde a memorização ainda é um método bastante utilizado no ensino, Robby Kwok prefere o sistema australiano, mais flexível, onde há tempo para tudo.

Não digo que o sistema chinês de ensino é mau, às vezes é bom. Há muito a prática da matemática e ajuda a organizar o pensamento, é sistemático, com muita disciplina. Na Austrália gostei mais, porque há mais flexibilidade, há tempo para estudar e para fazer outras coisas.”

Alunos são preguiçosos”

Robby Kwok viveu também 11 anos em Hong Kong. De regresso a Macau, o empresário na área da educação garante que nem tudo é mau no pequeno território. Defende que os alunos locais são preguiçosos, mas essa característica verifica-se menos do que se verificava há dez anos, quando trabalhar no Governo ou nos casinos eram passos mais naturais.

Na sua visão, os estudantes vindos da China obrigaram a uma maior competitividade e empenho. “São muito interessados, querem aprender mais e têm boas notas”, referiu.

Robby não esquece ainda os tempos conturbados que Macau viveu no final da década de 90. Já na Austrália, o então estudante recorda-se de ver imagens “terríveis” de conflitos entre seitas, que causavam o pânico e traziam insegurança nas vésperas da transferência de Administração.

Hoje, o território é bem mais seguro. Olhando para a região vizinha, de onde também é residente, Robby Kwok não quis deixar de comentar a postura dos activistas que têm lutado por um sistema mais democrático em Hong Kong, tal como Joshua Wong.

O que fizeram eles pela sociedade, por Hong Kong? Eu tenho o meu emprego, criei postos de trabalho. Penso que têm exagerado nas suas acções. Vivi 11 anos em Hong Kong e é uma das sociedades mais livres que conheço”, remata.

7 Jul 2017

Educação | Subsídios deverão ser aumentados no próximo ano lectivo

A economia local voltou a um desenvolvimento estável, pelo que é possível voltar à lógica da distribuição dos ganhos. A ideia foi deixada ontem numa reunião do Conselho de Educação para o Ensino Não Superior. Há planos para reforçar os apoios às escolas

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o próximo ano lectivo, os principais subsídios dados pelo Governo às escolas deverão subir 0,5 por cento. É pelo menos esta a intenção da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) e do Fundo de Acção Social Escolar, que ontem apresentaram uma proposta neste sentido, durante uma reunião plenária do Conselho de Educação para o Ensino Não Superior.

Em termos gerais, se a intenção foi por diante, o Governo deverá gastar 4,9 mil milhões de patacas em subsídios, mais 400 milhões de patacas do que no presente ano lectivo. Deverão ser revistos em alta os subsídios de escolaridade gratuita, propinas, financiamento de optimização dos rácios turma/professor e professor/aluno, subsídio para aquisição de manuais escolares e os apoios para actividades extracurriculares.

Também será reforçado o apoio dado ao desenvolvimento profissional do pessoal docente e subsídios directos a atribuir aos professores, sendo que vai crescer igualmente o dinheiro destinado ao programa de bolsas de estudo para o ensino superior e subsídios para pagamento de propinas, de alimentação e de aquisição de material escolar.

Esta proposta de aumento está “em linha com o regresso da economia local ao desenvolvimento estável e após um ajustamento profundo”, justificou Sit Weng Tou, chefe da Divisão de Apoios Socioeducativos da DSEJ. “Há que ter em conta as instruções de investimento do Governo da RAEM. O Chefe do Executivo publicou um despacho sobre a aplicação de fundos públicos e, por isso, temos de estabelecer os subsídios em conformidade”, ressalvou. “Mas atendendo às despesas de cada escola – que são inadiáveis, de necessidades reais –, temos de ajustar os subsídios.”

Professores e bolsas

O responsável indicou ainda que há despesas que têm que ver com “os professores que frequentaram acções de formação”. São docentes que deverão subir na carreira e que, por isso, deverão passar a ter melhores vencimentos. “Com esta promoção, as escolas vão ter despesas relacionadas com a variação salarial. Temos de atender às necessidades dos estabelecimentos de ensino”, assinalou Sit Weng Tou.

O subsídio de escolaridade gratuita dos vários níveis de ensino vai ser revisto, com o montante por turma a ser aumentado. A DSEJ prevê, com este apoio, gastos que podem ultrapassar 1,4 milhões de patacas.

Como forma de incentivo dos alunos que estão a terminar o ensino secundário complementar em relação à frequência universitária, o número de bolsas especiais para o ensino superior vai ser aumentado, de 390 para 460.

20 Abr 2017

Prometido plano educativo abrangente para Seac Pai Van

Vitor Ng

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] lote CN6a de Seac Pai Van vai ser destinado à construção de escolas públicas, um centro de educação profissional e um centro de formação linguística. De acordo com a directora dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Leong Lai, os projectos educativos integram o plano de urbanização daquela zona, que conta com uma área de cerca de sete mil metros quadrados, e visam dar às famílias residentes mais opções na educação dos filhos.

Leong Lai salienta que, actualmente, há 13 escolas na zona das ilhas capazes de fornecer serviços nas áreas da educação infantil, primária e secundária, e que Seac Pai Van já conta com duas escolas para os dois primeiros níveis de ensino.

No plano para o próximo ano lectivo está a abertura de quatro turmas dedicadas ao primeiro ano de educação infantil, capazes de garantir 110 lugares.

Após concluir as obras no lote CN6a, as quotas de alunos na zona de Seac Pai Van vão ter um aumento, sendo que a DSEJ vai continuar “a comunicar de forma activa com as escolas”, e a apoiar a reconstrução e a extensão das instituições através do Fundo de Desenvolvimento Educativo. Leong Lai afirma ainda que tenciona obter terrenos para albergar mais escolas.

Aprender além da escola

A directora da DSEJ esclarece também a finalidade e os meios que vão ocupar o lote CN6a. O centro de educação profissional vai oferecer um ensino que junta a teoria e a prática e, de acordo com a intenção dos Serviços de Educação, tem prevista a instalação de uma zona de culinária internacional, um espaço dedicado ao design de exposições e de convenções, e um centro para as indústrias culturais e criativas.

Leong Lai acrescenta que, além da formação contínua e da realização de exames, o centro vai organizar diversas actividades. A directora exemplifica com a possibilidade de realização de colóquios, seminários, exposições e competições.

O centro da formação em línguas vai realizar iniciativas que visem a aprendizagem de português, mandarim e inglês “de acordo com a vida real”. A ideia é fomentar o interesse e a confiança dos alunos na aprendizagem linguística em ambiente apropriado. O centro de línguas vai ainda disponibilizar cursos para adultos.

Ainda de acordo com a resposta da DSEJ, mal terminem os procedimentos relativos ao concurso público, o Governo vai dar início às obras de construção.

21 Mar 2017

O silêncio dos inocentes – o lado negro e insidioso da violência escolar

[vc_row][vc_column][vc_column_text][dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ra uma vez uma escola, uma pequena escola de bairro, sem problemas sociais conhecidos.

Apesar de ser uma terra de abundância de meios e nada lhe faltar, esta escola tem meninos e meninas que, tal e qual os de outras escolas com menos meios, agridem física e verbalmente outros meninos e meninas, desrespeitam professores e funcionários da escola.

Todos eles necessitam urgentemente de ajuda… vítimas e agressores… pessoal docente e não docente…

Qual tem sido o papel do Sr. Reitor[1] e da Vice-reitora? Quais os procedimentos instituídos e que medidas têm tomado para assegurar a manutenção/restauração da disciplina? Recebeu e falou com algum agressor? Acareou alguma vez agressor e vítima? Congregou os respectivos pais e encarregados de educação? Quantos processos disciplinares por violência escolar levantou? Quantos Conselhos de Turma? Algum registo escrito?

Ou, pelo contrário, sistematicamente têm sacudido a incómoda “água do seu capote do poder” com a mofenta estola de arminho? Ou tudo não passa de alucinações dos “caladinhos” nas conversas de café na “Fusta”?

E o Serviço de Psicologia? Que relatórios tem feito? Que abordagem tem tido nos casos de violência escolar? Que seguimento tem proporcionado e que medidas tem proposto à direcção da escola, quer para às vítimas quer para os agressores, quer para os docentes e não docentes?

Toda a violência é geradora de sobressalto, mesmo a que é praticada em jeito de Talião. Mas a violência física é apenas parte do drama que um número indeterminado de crianças vive, tantas vezes silenciosamente, e que as afasta da escola e de tudo o que de bom esta deveria representar: há a violência verbal, a marginalização por este ou aquele motivo, que passa despercebida, pois enquanto os professores tomam o merecido café na sala do corpo docente ninguém está vigilante nos claustros e o sistema de videovigilância tem outros destinatários e propósitos que não a segurança dos alunos.

Para quando uma dinamização profissional dos recreios? Por que não se aposta nos jogos tradicionais que transmitem regras de forma didáctica? Para quando a introdução destes temas com a devida pedagogia em acções destinadas aos alunos e ao corpo docente e não docente?

Sim, há alunos que sofrem, há alunos que são marginalizados, há alunos que fogem (para a biblioteca ou para qualquer sitio onde haja um adulto) para não serem humilhados e que, por isto, não gostam desta escola.

Mais grave, estes actos e factos foram banalizados e como todos os processos de “banalização do mal” gera uma resignação por parte da comunidade escolar que vai exigir medidas extraordinárias para reverter a violência exercida sobre os “patinhos feios” desta escola.

O ambiente escolar é uma preocupação de todos, dos docentes, mas também dos pais, nomeadamente este fenómeno da violência escolar mais isolada ou, no anglicismo “Bullying[2], que é mais grave, pelo carácter reiterado.

Também não é de estranhar uma identificação com a vítima, com o seu sofrimento, tantas vezes silente e pelo carácter insidioso da agressão, algumas vezes grupal.

Mas esta identificação não se pode ficar pela compaixão, pela mera comiseração, ou com uma lágrima de circunstância, ou compunção encenada por dever de ofício.

Nem se deve deixar a vítima cristalizar em processo de vitimização.

A direcção da escola tem um dever de guarda e protecção das crianças que, por seu lado, estão em processo de socialização e de aprendizagem das regras elementares de vida em sociedade. Estes fenómenos de violência têm de ter uma atenção e resposta pronta por parte dos responsáveis da escola, seja ela dos Lusitanos, dos Francos ou dos Chins.

Estes fenómenos não se auto resolvem e a escola tem de ter mecanismos de prevenção, de mediação e de repressão da indisciplina e da violência escolar (que estão bem plasmados no regulamento interno).

Até porque a violência não tem como destinatário exclusivo típico uma criança designada a “gorda”, o “trinca-espinhas”, o “caixa de óculos”, a “coxa” ou simplesmente o que não ostenta, desde o 1º ciclo, o iPhone topo de gama, e como tal é ridicularizado na sua particularidade, diferença ou falta de denominador comum que lhe dá salvo conduto de acesso ao grupo.

A “lei da selva”, onde o mais forte imperava, não convém a uma Escola Humanista do século XXI. A escola não pode ser uma incubadora que potencia a violência grupal ou individual contra os mais fracos.

Violência que já galgou os muros e inunda o relacionamento privado em que o fenómeno passa desapercebido aos pais que convivem despreocupadamente, enquanto este fenómeno escolar se reproduz…

A escola tem de ser garante da formação e da transmissão dos valores correctos.

Cumpre a cada um dos pais, cujos filhos frequentam essa escola da paróquia, indagar o que lá se passa, para além das portas, janelas e postigos, cuja obra, equívoco crasso do Sr. Reitor[3], manifestamente não é idónea a resolver este gravíssimo problema, mas apenas para permitir que o mesmo seja escamoteado!

Quantas vítimas, em silêncio, tiveram de mudar de escola e até de continente para fugir à crueldade da violência escolar numa instituição que não protege os mais fracos e com manifesto insucesso no que tange a aprendizagem dos valores essenciais que devem ser ministrados na disciplina de formação cívica?

Quantos professores e funcionários auxiliares são diariamente humilhados e ofendidos, por angélicos meninos e meninas de tenra idade, sem que lhes seja restaurada a dignidade e autoridade devida?!

Quantos professores e funcionários se encontram desmoralizados e sem esperança por esta desdita de terem de trabalhar diariamente, entregues a si próprios, sem reforço com a inacção duma direcção procrastinadora que os devia apoiar?

Será aceitável deixar os agressores reincidentes sem castigo e as vítimas sem reparação ?

Será aceitável que os adultos docentes adoptem como resposta defensiva: “não quero saber de queixinhas!!”

Todos os indícios e todas as barreiras físicas criadas só servem para escamotear toda esta gravíssima situação, sendo de concluir que há falta de cumprimento do dever de zelo da direcção desta escola, no que respeita à sua função de garante da disciplina, da segurança e da saúde física e moral dos alunos cuja guarda, durante o tempo lectivo, lhes foi confiada pelos respectivos pais e encarregados de educação.

Dever de zelo que também se lhes impõe para respeitar e fazerem respeitar os direitos e deveres dos alunos, legalmente consagrados[4], e replicados no regulamento interno aprovado (?) pela entidade competente (?).

Longe vão os tempos dos “putos” cantados pela voz timbrada de Carlos do Carmo: estes nossos putos já não jogam com bola de pano, não sabem o que é o arco que rola e as caricas, berlindes, abafadores e piões só os conhecem de ouvir falar, como peças de museu de brincadeiras d´antanho. Muitos já nem quando a tarde cai lhes passa a revolta, nem tão pouco já se sentam ao colo do pai… nem a ternura lhes volta…

Talvez esteja na altura de lhes proibir o uso, dentro da escola, de smartphones e máquinas de jogos electrónicos, objectos do tipo estupidificante que servem para discriminar e os alienam das brincadeiras e dos jogos que lhes são próprios da idade. A escola já disponibiliza telefone fixo para as comunicações com os pais, que é o que importa assegurar bidireccionalmente.

Este fenómeno da violência escolar exige medidas proactivas de vigilância, prevenção e mediação[5] para gestão e resolução de conflitos, de modo a construir uma escola segura e sã, onde as crianças cresçam sem medo, de forma empática, sabendo distinguir, uns e outros, quais os comportamentos que são aceitáveis e inaceitáveis. Este últimos devem ser reprovados, denunciados e os danos, quando ocorram, devidamente reparados.

Urge declarar TOLERÂNCIA ZERO À VIOLÊNCIA ESCOLAR, seja ela de que tipo for.

Nos diversos ciclos devem ser promovidos grupos ad hoc com pessoal docente, não docente e chamar os pais a participar neste projecto.

Sempre que necessário promover reuniões com os alunos e encarregados de educação (dos alunos envolvidos) para debater os factos ocorridos, e colher quer a censura quer as medidas de restauração do bem jurídico violado, e assegurando que todos os alunos tomaram conhecimento.

Se isto for feito, recorrendo desde logo ao bom senso e às regras duma sã vida em sociedade, terá como efeito necessário uma aprendizagem efectiva dos valores essenciais que devem ser objecto da formação cívica. A criança deve ser confrontada com os factos, com os seus actos, procurar saber por que o fez, e convidá-la a verbalizar e tomar consciência da gravidade e reprovação social dos mesmos, para que se arrependa e sinceramente procure ressarcir a vítima sujeitando-se a uma pena, por exemplo, que o grupo ou a turma considere adequada.

Estas práticas, muitas vezes desenvolvidas em círculo (onde todos têm oportunidade de se confrontar cara a cara), permitem que os alunos partilhem as suas emoções e desenvolvam um sentimento de pertença e de comunidade, no respeito pelas suas diferenças, individualidade e até, quando é o caso, pelas deficiências ou limitações do seu colega, estimulando a entreajuda, e até a salutar defesa do terceiro, mais fraco, normalmente a vítima deste jogo de poder.

Da escola esperamos que forme cidadãos conscientes e honrados, não cobardes que se comprazem com o sofrimento infligido ao seu colega mais fraco, ou que assistam passivamente a estes actos inaceitáveis.

Os pais, cujo tempo útil, durante a semana, é diminuto, comparativamente ao tempo lectivo, têm o direito de ser informados do comportamento e evolução do processo de socialização dos seus educandos e até, de preferência, em participar activamente neste processo. Têm o direito e o dever de saber se o seu educando foi vítima ou agressor para o apoiar ou repreender, como educador e ultimo garante da sua formação cívica e moral.

Por uma escola segura, sadia e civicamente evoluída:

Basta do fazdecontaquesenaoescrevermosefingirmosquenadasepassounada-sepassou!!

Porque se nada mudar, se nada se fizer, um dia destes, como noutros dias, em muitos sítios do mundo, pode haver um menino, dos 6 aos 18 anos, que se desespera e que, no seu desespero sem esperança, pode fazer algo definitivo para se livrar duma violência escolar sem controlo, conscientemente negligenciada, pelas múltiplas denúncias de que tem tido conhecimento!

Foi na esperança de poder evitar uma fatalidade destas, bem como para ajudar a parar o sofrimento silencioso das vítimas, que foram escritas estas linhas, para que algo mude… decisivamente!

Manuel Gouveia, Pai

[/vc_column_text][vc_message style=”square” message_box_color=”white”][1] Cf, historicamente o artigo 16.º do Decreto n.º36:508, de 17/09/1947, já mais coevamente o Decreto-Lei n.º24/97/M, de 16/6 os passou a designar Director e subdirector,

Artigo 3.º
(Órgão de direcção)

  1. O órgão de direcção do Liceu é constituído por um director e quatro subdirectores.
  1. O director e os subdirectores são equiparados, para efeitos de vencimento, respectivamente, a chefe de divisão e a chefe de sector.

[2] “uma forma particular de violência associada sempre a uma relação de poder entre alguém que se apresenta como superior e um seu igual que se considera inferior e incapaz de responder à agressão” – enquanto outros autores amplificam o significado do conceito, integrando nesta categoria diferentes formas de indisciplina escolar.

[3] Não fora a exiguidade circundante e a próxima obra do Sr Reitor seria a construção dum fosso, com crocodilos de estimação famintos, para melhor impedir o acesso dos pais ao recinto escolar.

[4] Lei n.º 51/2012, de 5 de setembro (República Portuguesa) Aprova o Estatuto do Aluno e Ética Escolar, que estabelece os direitos e os deveres do aluno dos ensinos básico e secundário e o compromisso dos pais ou encarregados de educação e dos restantes membros da comunidade educativa na sua educação e formação (cujas normas, designadamente direitos e deveres dos alunos se devem repercutir nos regulamentos internos e de disciplina das Escolas dos Lusos):

Artigo 7.º
Direitos do aluno

São direitos do Aluno, nomeadamente:

  1. a) Ser tratado com respeito e correção por qualquer membro da comunidade educativa, não podendo, em caso algum, ser discriminado em razão da origem étnica, saúde, sexo, orientação sexual, idade, identidade de género, condição económica, cultural ou social ou convicções políticas, ideológicas, filosóficas ou religiosas;

  1. f) Ver salvaguardada a sua segurança na escola e respeitada a sua integridade física e moral;

 Artigo 10.º
Deveres do aluno

São deveres do Aluno, nomeadamente:

  1. d) Tratar com respeito e correção qualquer membro da comunidade educativa, não podendo, em caso algum, discriminar alguém em razão da origem étnica, saúde, sexo, orientação sexual, idade, identidade de género, condição económica, cultural ou social, ou convicções políticas, ideológicas, filosóficas ou religiosas:

  1. f) Respeitar a autoridade e as instruções dos professores e do pessoal não docente;
  2. g) Contribuir para a harmonia da convivência escolar e para a plena integração na escola de todos os alunos;

  1. i) Respeitar a integridade física e psicológica de todos os membros da comunidade educativa, não praticando quaisquer atos, designadamente violentos, independentemente do local ou dos meios utilizados, que atentem contra a integridade física, moral ou patrimonial dos professores, pessoal não docente e alunos;
  1. j) Prestar auxílio e assistência aos restantes membros da comunidade educativa, de acordo com as circunstâncias de perigo para a integridade física e psicológica dos mesmos;
  1. x) Reparar os danos por si causados a qualquer membro da comunidade educativa ou em equipamentos ou instalações da escola ou outras onde decorram quaisquer atividades decorrentes da vida escolar e, não sendo possível ou suficiente a reparação, indemnizar os lesados relativamente aos prejuízos causados;

[5] A mediação escolar possibilita uma gestão positiva de conflitos e tem sido objecto de trabalhos, designadamente de licenciatura e mestrado. Tem sido implementada em diversos países. Um programa de Mediação Escolar global pretende:

  1. Um programa de Mediação entre colegas, que trata de conflitos entre estudantes (dimensão horizontal), entre estudantes e adultos (dimensão vertical), e entre adultos (dimensão horizontal).
  2. Os pais compreendem o programa, usando as habilidades em casa, dando apoio constante aos filhos.
  3. A direcção da escola, os professores, o pessoal auxiliar e administrativo fazem parte activa do programa, usando os princípios da Mediação, implementando o programa e dirigindo os conflitos para a Mediação.
  4. Tem de existir formação para todos os intervenientes na escola.
  5. O mediadores devem ser os próprios estudantes (no caso de conflitos entre eles);
  6. Ensina-se na aula, a todos os estudantes, a resolverem conflitos através da comunicação eficaz e no desenvolvimento de habilidades pessoais (Mediação entre-Pares).
  7. Essas aulas devem ser ministradas por professores com capacitação prévia fornecida por Formadores em Mediação.
  8. No caso de conflitos de dimensão vertical, o mediador deverá ser externo à instituição.
  9. Os adultos procuram resolver os seus conflitos através da Mediação (conflitos entre professores, entre professores e pais, etc.)

[/vc_message][/vc_column][/vc_row]

15 Mar 2017

Educação | GAES vai financiar juros de licenciados no exterior

É já no final deste mês que os alunos que estão em universidades estrangeiras a estudar português, mandarim ou inglês poderão ter apoio financeiro para suportar os juros dos empréstimos pedidos. Seis entidades bancárias participam na iniciativa

 

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]em o nome pomposo de “Plano de Apoio de Pagamento dos Juros de Crédito para a Formação Linguística de Graduados do Ensino Superior” e, na prática, representa mais um apoio financeiro a quem estuda do lado de lá da fronteira. Segundo um comunicado oficial, o Governo vai começar a financiar os juros dos empréstimos pedidos pelos estudantes que estão a frequentar licenciaturas de Português, Mandarim ou Inglês.

Caberá ao Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) a análise dos pedidos e a concessão do apoio, sendo que seis entidades bancárias já se juntaram ao plano. Chan Kun Hong, coordenador-adjunto do GAES, referiu que o apoio visa que os alunos “aumentem as suas capacidades linguísticas” e que possam “ampliar os seus horizontes”.

O programa “é aplicável aos empréstimos concedidos pelos bancos para os estudos, incluindo as propinas, os custos de vida básicos e as despesas de transporte de ida e volta”.

O mesmo comunicado aponta que os representantes dos seis bancos “mostraram-se honrados com a participação”, uma vez que vão exercer “responsabilidade social”. Ontem, foi realizada uma reunião sobre a implementação do plano de apoio financeiro, tendo sido abordados os “detalhes da cooperação, a implementação de plano de execução, bem como o programa de propaganda”.

Além do Banco Nacional Ultramarino, participam neste programa do Governo as sucursais do Banco da China em Macau, do Banco OCBC Weng Hang e Banco de Guandfa da China. Estão também incluídos o Banco Comercial de Macau e a sucursal do Banco Industrial e Comercial da China.

10 Mar 2017