Covid-19 | Governo quer hotéis maiores para observação médica

Para facilitar o trabalho, o Executivo prefere recorrer a hotéis maiores para quem fica sob observação médica. Se por um lado, são precisos quartos para quem chega, por outro, há hipótese de serem transferidas pessoas cujos domicílios não reúnem condições

 

[dropcap]A[/dropcap] utilização de hotéis pequenos para observação médica é um plano de reserva. Pretendem-se hotéis que permitam uma maior concentração de pessoas para evitar deslocações dos trabalhadores e para que “haja uma melhor gestão dos que estão em quarentena”, disse ontem Inês Chan, dos Serviços de Turismo. Vão ser feitos estudos para avaliar a viabilidade de usar hotéis em complexos de resort para efeitos de observação médica, uma vez que é necessário dividir uma zona exclusiva para o funcionamento das quarentenas de forma a “reduzir ao máximo o impacto para os restaurantes e outras lojas”.

Alguns hotéis já perguntaram sobre como deve funcionar a observação médica e vão comunicar com os responsáveis. “Quanto à parte dos complexos, têm de discutir se têm vontade de fazer ou não esta divisão”, apontou Inês Chan, que esclareceu que a separação tem de ser física e não apenas de um corredor. Assim, reiterou a necessidade de os engenheiros serem consultados para estudarem a planta e disposição das lojas de forma a confirmar a viabilidade técnica da separação. Os restantes estabelecimentos dos complexos poderão continuar a funcionar, mas poderá haver ajustamentos, embora a representante da DST indique “não serão significativos”.

Em resposta aos jornalistas, Inês Chan disse que a negociação com os hotéis para discutir se há condições para serem usados para observação médica “envolve sempre muitos problemas”, um dos quais o preço. No entanto, frisou que esse é um assunto menos discutido.

O Hotel Royal Dragon passou ontem a ser usado para observação médica. O espaço designado pelo Governo tem 144 quartos, e mantiveram-se as promessas de procurar mais instalações.

Avaliação ao domicílio

A representante observou que mais de 700 residentes manifestaram vontade de regressar a Macau nos próximos dias, tendo em conta a situação epidémica do local onde estão, e já forneceram informações dos seus voos. Assim sendo, apontou a necessidade de preparar mais hotéis para observação médica por incapacidade de prever qual será a evolução epidémica. Inês Chan disse ainda que estão a ser feitas avaliações a pessoas que estão em quarentena domiciliária, mencionando a hipótese de ter hotéis em reserva no caso de ser necessário proceder a algumas transferências.

Leong Iek Hou, do Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença, disse que tem vindo a ser feita uma avaliação às casas de quem está em quarentena domiciliária para verificar se reúnem condições. Caso estas não se verifiquem, as pessoas são encaminhadas para outros locais onde terminarão o período de quarentena restante.

Mais dois casos

Há dois novos casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus, comunicou o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. São dois trabalhadores não residentes de nacionalidade filipina que no dia 17 de Março chegaram a Macau, vindos das Filipinas, através de Hong Kong, no voo CX930. Com base nas medidas da altura ficaram em isolamento domiciliário.

O primeiro caso refere-se a um homem de 31 anos de idade, que durante o isolamento não trabalhou nem saiu, ficando num quarto independente com casa de banho privativa.

Já o segundo caso, diz respeito a uma mulher de 37 anos, que não trabalhou nem saiu, ficando num quarto sozinha em isolamento. Após terem sido considerados como casos suspeitos, foram ontem à noite confirmados como o 32.o e o 33.o casos em Macau.

As pessoas com quem dividiam casa foram considerados como contactos gerais e submetidos a testes virais de ácido nucleico no Centro Hospitalar Conde de São Januário e serão enviados para observação médica nos hotéis designados.

Saúde | Rumor desmentido

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus emitiu ontem um comunicado a desmentir um rumor em que se afirmava que alguns profissionais do Serviço de Urgência do hospital público tinham sido infectados com a covid-19. “Isto não é verdade”, descreve a nota. “Os profissionais de saúde do Serviço de Urgência do CHCSJ possuem excelentes condições de protecção e estão a sujeitos a directrizes de protecção rigorosas”, acrescenta.

27 Mar 2020

Covid-19 | Terapia de crianças com necessidades educativas especiais condicionada

Há apoio emocional e acompanhamento por parte de terapeutas, mas nem sempre chegam para evitar o impacto que o novo coronavírus tem sobre as crianças com necessidades educativas especiais, à conta do encerramento das escolas e da quebra das rotinas. Com opções terapêuticas limitadas, há quem observe crianças a perder memória ou a alterar o seu comportamento na reintegração de conhecimentos

 

[dropcap]E[/dropcap]stão suspensas das vivências do dia-a-dia as imagens de crianças em uniformes a conversar junto aos portões das escolas. As salas de aula foram transferidas para casa. Mas se a educação continua, embora em moldes diferentes, o mesmo nem sempre se pode dizer da rotina e das sessões de terapia, necessárias ao desenvolvimento de crianças com necessidades educativas especiais. O problema foi levantado em Hong Kong, e por cá também há quem sinta o impacto da falta de terapia.

Iker, que tem autismo, já pegou na almofada para a escola e perguntou por ela, sem perceber porque não pode ir. Julene, a sua mãe, nunca deixou de trabalhar, e recebeu e-mails da terapeuta da fala do filho a mostrar disponibilidade para ajudar, com recomendações de trabalhos que pode desenvolver com a criança, e aproveita os fins-de-semana para preparar esses materiais.

Mas as diferenças sentem-se na mesma, nomeadamente pela mudança de espaço. “Às vezes em casa não lhe apetece, fica chateado e nervoso porque vê os irmãos lá e quer brincar, quer fazer outras coisas que faz normalmente em casa e não é a mesma coisa”, descreveu a mãe ao HM.

“Claro que há coisas que ele piorou, porque antigamente ele sabia dizer os nomes todos dos colegas da turma, e agora, às vezes, vou mostrando as fotos dos colegas (…) e ri-se, mas não consegue dizer. Tenho de o relembrar sempre”, explicou. Este exercício de memória é algo que a mãe planeia fazer diariamente. “Acho que se deixarmos de puxar por ele, vai regredir”, disse, apesar de indicar que a preocupação é atenuada pelo facto de ter um bom acompanhamento em casa, acrescentando que Iker “tem a sorte de ter irmãos mais velhos que podem puxar por ele”.

As mudanças não são, porém, apenas ao nível da memória: “ele está fechado em casa e às vezes fica chateado”. Assim, em duas das semanas em que a situação do vírus em Macau parecia estar a melhorar, mãe e filho foram dar uma volta num trilho ao domingo para o menino fazer exercício, andar um pouco e diversificar actividades.

Sara Chiang, psicoterapeuta no Centro de Saúde Mental do Hospital Kiang Wu, disse ao HM que geralmente crianças com necessidades educativas especiais são vistas cerca de uma vez por semana para garantir que a terapia é providenciada com regularidade. “No entanto, muitos casos pararam de ter terapia durante quase dois meses devido à covid-19. Alguns pais disseram-me, que não podem ir ao hospital porque é arriscado, enquanto outros disseram que ‘é impossível pôr-lhes a máscara e, por isso, não nos deixam entrar nos autocarros’”.

A psicoterapeuta partiu do exemplo de crianças com autismo, que têm problemas sensoriais que dificultam o quotidiano, como lavar os dentes, comer ou dormir, para explicar que parar a terapia pode levar a uma melhoria mais lenta nos comportamentos, capacidades sociais e ferramentas de comunicação das crianças.

O autismo tem características como rigidez e teimosia, levando várias crianças a insistirem fazer determinadas actividades diariamente, sob pena de ficarem frustradas. Algo que se pode reflectir em, por exemplo, apanhar um determinado autocarro. “Acho que a situação do covid-19 também cria frustração e emoções instáveis, e alguns deles podem ter dificuldade em perceber porque é que não podem ir à escola ou sair para brincar”, explicou Sara Chiang.

Quebra de rotina

A psicoterapeuta acredita que muitas crianças, com ou sem necessidades educativas especiais, estão em casa desde o Ano Novo Chinês para evitar contacto desnecessário com outras pessoas. “Muitos pais queixaram-se que as crianças têm jogado videojogos diariamente por muitas horas, mas os pais não sabem como pará-los uma vez que não há mais nada que possam fazer quando não podem sair à rua. Acho que o maior impacto de não haver escola é que as crianças perderam a sua rotina diária e disciplina, por exemplo trabalhos de casa regulares e a hora de ir dormir”, explicou.

Dos casos que acompanha no hospital, Sara Chiang observa que a maioria dos pais tem emprego a tempo inteiro e que quando as crianças vão à terapia, por vezes, são levadas por empregadas domésticas ou os avós. “Compreendo que isto seja difícil de controlar porque muitos pais têm de trabalhar (…), mas a formação dos pais é muito crucial em termos de atingir objectivos de tratamento”, comentou.

No seu entender, “a formação de pais em Macau ainda não é muito popular, mas também acredito firmemente que, se os pais puderem passar mais tempo com os filhos em casa, podem definitivamente ajudá-los”. Aponta que as capacidades de cuidado pessoal, como idas à casa-de-banho ou vestir roupa podem ser melhoradas mesmo quando não há escola, e que o mesmo pode acontecer com brincadeiras ou com exercícios para desenvolver capacidades sociais.

“Agora com dois meses e tal sem escola, com certeza que há alguma diferença”, referiu Sofia Santos, mãe de Rico, uma criança que tem autismo. A mãe nota que apesar do filho comer e dormir bem, parece não ter tanta paciência para a reintegração de alguns conhecimentos. Neste aspecto, Sofia Santos sublinha a importância das rotinas e aponta que qualquer criança – com ou sem necessidades especiais – deve ter o mesmo problema.

Entre as maiores dificuldades a mãe destaca ausência de terapia da fala. “É uma coisa que não conseguimos fazer sozinhos em casa, é muito difícil. E também não temos ambiente para terapia ocupacional”, disse Sofia Santos. Apesar de receber directrizes dos terapeutas sobre as actividades a desenvolver em casa, “é diferente de ter uma terapia”. Algo que associa também ao conforto que as crianças sentem em casa e o facto de já não terem obrigatoriedade em cumprir o horário quando há escola.

Reconhecendo que os profissionais que acompanham o filho têm feito um bom trabalho, agora a preocupação central é saber se o tempo perdido será compensado no Verão. Entretanto, o filho tem tido acompanhamento fora da escola, nomeadamente através do Centro de Apoio Psico-Pedagógico e Ensino Especial, da Direcção dos Serviços para a Educação e Juventude (DSEJ). De acordo com Sofia Santos, foi o próprio organismo a contactar os pais, e Rico começou essa terapia quando a situação se apresentou um pouco mais calma.

À distância de uma chamada

A DSEJ explicou que para os estudantes com necessidades educativas especiais, as escolas mantêm o princípio de suspensão das aulas, optando por plataformas multimédia para dar aos estudantes uma aprendizagem diversificada. Ao HM, a DSEJ declarou que os terapeutas continuam a dar “regularmente, acompanhamento terapêutico aos alunos que necessitam dos serviços de terapia da fala, terapia ocupacional ou fisioterapia, através de telefone, vídeo e videoconferência”. Para além disso, os pais recebem conselhos sobre treinos em casa e serviços de consultas, comunicando com os professores que lhes fornecem “um plano integrativo de aprendizagem e de tratamento”.

Reconhecendo o papel dos pais “na eficácia do tratamento dos seus filhos”, o organismo governamental acrescentou que as terapias se vão focar na educação parental, para apoiar os pais a continuarem a dar treinos em casa e o apoio que as crianças precisam. “A DSEJ acredita que a cooperação entre pais/encarregados de educação e escolas pode promover, de forma eficaz e contínua, o desenvolvimento e o crescimento saudável dos alunos”, defendeu.

A situação também chega aos menores de três anos, caso em que o responsável pelos serviços de intervenção precoce para crianças portadoras de transtornos no desenvolvimento é o Instituto de Acção Social (IAS). Esta entidade também reconheceu que “a suspensão dos serviços de tratamento causará, a curto prazo, transtornos aos utentes e aos encarregados de educação e, consequentemente, afectará o progresso do tratamento das crianças”. Assim sendo, o IAS tem coordenado com os serviços sociais diurnos – nos quais se incluem os serviços de intervenção precoce subsidiados – para manter o acompanhamento por via telefónica, junto dos encarregados de educação dos utentes, sobre o ponto de situação dos treinos em casa.

“Os assistentes sociais têm oferecido apoio emocional, enquanto os terapeutas têm prestado aos encarregados de educação conselhos e informações sobre os treinos domiciliários adequados a cada situação, para que os exercícios de revisão e os treinos possam ser realizados em casa. Pensa-se que estas medidas serão benéficas para o desenvolvimento e o progresso das crianças. Em simultâneo, alguns serviços produziram e disponibilizaram, nas suas páginas eletrónicas, vídeos sobre a realização de brinquedos simples, fornecendo mais actividades em casa para a diversão entre pais e filhos”.

O IAS descreveu ainda que a participação dos pais no treino das crianças sempre foi valorizada, e que no passado houve acções de formação e actividades para que os encarregados de educação tivessem em conta as particularidades do desenvolvimento das crianças e fizessem treinos em casa, de forma a melhorar a relação entre pais e filhos e as capacidades dos mais novos.

27 Mar 2020

Covid-19 | IAS dá dicas para harmonia familiar devido ao isolamento voluntário

[dropcap]O[/dropcap] facto de as famílias passarem muito tempo em casa preocupa o Instituto de Acção Social, que deixou dicas na conferência de ontem para evitar conflitos no seio das famílias.

“Nos últimos meses as pessoas estão mais concentradas em casa. Quando se encontram com maior frequência poderão ser gerados conflitos na família. Por isso vale a pena realizar algumas reuniões para pacificar as situações”, afirmou Tang Yuk Wa, vice-presidente substituto do IAS.

O responsável sugeriu várias actividades: “Também se pode tentar organizar algumas sessões e passar algum tempinho em família a cozinhar. Reparei que nestes últimos dias há muitas pessoas a cozinharem juntas e a fazerem bolos. Porque não se convoca toda a família e se mete mãos à obra? Ou assistir-se a um filme em conjunto? As famílias também podem organizar actividades para as crianças”, propôs. Porém, realçou que é fundamental que haja tempo para cada pessoa estar sozinha.

O discurso sobre a “construção da harmonia familiar” teve por base cerca de 30 telefonas recebidos pela linha de apoio psicológico do IAS sobre conflitos familiares, durante o período da epidemia. “Como os pais passam mais tempo em casa, porque precisam de tomar conta dos filhos, começam a aperceber-se de certos hábitos que antes não reparavam. Isto faz com que haja hábitos diários com que não se concorda e isso pode criar conflitos”, explicou sobre o aumento de distúrbios domésticos. Até ontem todos os conflitos tinham sido considerados “leves”.

26 Mar 2020

Covid-19 | Residente vindo de Nova Iorque constitui 31º caso de infecção

O aumento dos casos importados levou a que o Alto de Coloane passasse também a receber pessoas infectadas desde ontem. Macau tem 72 ventiladores para o território

 

[dropcap]O[/dropcap] número de casos registados em Macau subiu para 31 com o anúncio de mais cinco casos desde a noite de terça-feira. Na madrugada de hoje o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou o 31º caso de infecção pela covid-19.

Trata-se de doente do sexo masculino, 27 anos de idade, residente de Macau, que veio num voo da Cathay Pacific Airways dos Estados Unidos (Nova Iorque), e chegou ao Aeroporto de Hong Kong no dia 25 de Março. Devido à apresentação de sintomas – febre – foi imediatamente encaminhado à Emergência especial do Centro Hospitalar Conde de São Januário para realização de zaragatoa nasofaríngea. Esta quinta-feira, o resultado da amostra revelou positivo para o novo tipo de coronavírus e foi confirmada como pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus.

Antes do anunciado esta madrugada, o último a ser revelado envolve um turista australiano que conseguiu ficar vários dias no território, antes de ser diagnosticado.

O homem entrou na RAEM, vindo de Londres, a 16 de Março e permaneceu no território até dia 20. Ficou hospedado na Pousada de Coloane, onde esteve a maior parte do tempo, além de uma deslocação, no dia 19, ao Venetian, onde não conseguiu entrar no casino por falta de passaporte. Nessa noite, depois de apanhar o autocarro 26A, jantou ainda no restaurante La Gondola, na praia de Cheoc Van.

Finalmente, no dia 20 tentou seguir para a Austrália, através de Hong Kong, mas foi impedido de entrar no território vizinho. Por este motivo, teve de voltar para Macau e acabou a cumprir quarentena no Grande Coloane, onde foi diagnosticado com o novo coronavírus.

Ontem, na conferência de imprensa, Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença, apontou que ao fim de tantos dias o risco de contágio deve ser mais reduzido. Porém, alertou para que quem tenha frequentado esses locais nos dias em questão que se apresentasse no hospital, em caso de apresentar sintomas.

“Como é estrangeiro gosta muito de ar-livre e passeou muito tempo na praia, além das refeições no hotel. […] Esteve principalmente ao ar-livre, onde o risco de contaminação é muito baixo, e utilizou quase sempre máscara”, explicou Leong Iek Hou.

O tempo passado entre os dias em que esteve na comunidade e o diagnóstico fazem com que seja cada vez menos provável o contágio. “Depois de ter deixado o hotel até ter sido diagnosticado já há uma distância temporal. Mas as pessoas que estiveram no hotel, caso estejam preocupadas, devem medir a temperatura de forma regular e em caso de sentirem qualquer sintoma ir ao hospital”, indicou.

Em relação aos restantes quatro casos, tratam-se todos de residentes e têm em comum terem viajado do Reino Unido. O 26.º é uma estudante local de 17 anos, que estava em quarentena desde 23 de Março. Como antes da entrada já tinha avisado as autoridades para eventuais sintomas, teve direito a um transporte especial. Os 27.º, 28.º e 29 casos, são dois homens, com 28 e 18 anos, que estavam em quarentena, e uma jovem com 15 anos, que foi diagnosticada logo à entrada.

Mudanças nos hospitais

Entre os 31 casos registados, 10 estão recuperados, mas 21 ainda precisam de tratamento. Este aumento no número levou a alterações no funcionamento do sistema de resposta e a que os casos mais leves de infectados fossem transferidos do Centro Hospitalar Conde de São Januário para o Alto de Coloane.

“Antes era um centro clínico para acolher os contactos próximos e aqueles que estão em isolamento e convalescência. Com o aumento dos casos confirmados vamos ter de usar o Centro Clínico no Alto de Coloane para isolar os casos mais leves”, apontou Alvis Lo Iek Lo, médico-adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário.

Segundo os dados oficiais, neste momento, há 232 camas de enfermaria para isolamento, entre as quais 112 no Centro Hospitalar e 120 no Alto de Coloane. Macau tem ainda 72 ventiladores, alguns dos quais estão a ser utilizados para pessoas com outras necessidades, mas Alvis Lo indicou que existem pulmões artificiais que também podem ser utilizados.

25 Mar 2020

O mundo parou

[dropcap]O[/dropcap] universo resolveu conspirar para que todos nós parássemos quase por completo as nossas vidas. No entanto, a chegada da pandemia da covid-19 deu-se na era do digital e da internet, o que, de certa forma, facilita o nosso quotidiano. Estamos permanentemente ligados e conseguimos manter trabalhos, aulas e afectos à distância.

A covid-19 parece estar a ensinar-nos muitas coisas, a dar lições a muitos países e governantes, a obrigar-nos a olhar para o que antes não percebíamos. De repente vimo-nos confinados a estar sozinhos ou em família, a partilhar tempos e espaços como há muito não o fazíamos. Num mundo caótico, ficámos, subitamente, com muito tempo livre.

Depois de o mundo parar, não se sabe muito bem por quanto tempo, seremos seres humanos melhores ou mais loucos? Iremos a correr que nem doidos para os bares, para as ruas, ou ficaremos meio atordoados sem saber como viver? Quais as lições da covid-19 que ainda estão por vir?

25 Mar 2020

Covid-19 | Entidades unem-se para apoiar Portugal

Para permitir a aquisição de material necessário em Portugal no combate ao novo tipo de coronavírus, 17 entidades e associações uniram-se numa Comissão Solidária de Macau e estão a organizar uma angariação de fundos

 

[dropcap]E[/dropcap]stá aberta uma angariação de fundos para permitir a aquisição de equipamento a enviar para Portugal, com o objectivo de apoiar o combate à covid-19. O movimento de solidariedade arranca com uma Comissão Solidária de Macau que reúne 17 entidades. O que se pretendeu foi agregar um “querer colectivo de tentar fazer alguma coisa para ajudar a situação que se vive em Portugal”, descreveu Amélia António, presidente da Casa de Portugal. Espera-se assim conseguir adquirir material constante de uma lista do Ministério da Saúde que aponta o que faz falta.

Em primeira instância, o apoio será dirigido à obtenção de material de protecção para todos os que estão na primeira linha de combate à doença. De acordo com Amélia António, as informações recebidas pela Comissão é de que existe falta de batas, viseiras, óculos, máscaras e outro material destinado a estes profissionais. Numa segunda linha, mas “não menos importante”, procura-se enviar kits e o conjunto de coisas necessárias para que sejam realizados testes, uma vez que a Organização Mundial de Saúde “parece concluir que onde se fazem mais testes tem-se conseguido dominar melhor a questão”, explicou Amélia António ontem em conferência de imprensa.

Para este efeito foi aberta uma conta no BNU, gerida exclusivamente pelo banco, cujo nome é “COVID19 – Portugal Conta Solidariedade” com o número “MOP 9016556516”. A conta deverá permanecer aberta até ao dia 5 de Abril, uma vez que “isto é importante e é urgente”, frisou a representante da Casa de Portugal. Por sua vez, Miguel de Senna Fernandes notou que as previsões apontam que o pico em Portugal será em meados de Abril para explicar que há tempo para agir, acrescentando posteriormente que “é importantíssimo que o façamos já”.

Solidariedade “prática”

Como Portugal tem adquirido material na China, e está também a receber ofertas de instituições e particulares deste país, “tudo isso estará a ser congregado de maneira a poder voar para Portugal da forma mais eficiente e mais rápida”, disse Amélia António. Além do BNU, prestam apoio a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e as representações diplomáticas de Portugal em Macau e na China. Note-se que a distribuição do material em Portugal será feita pelo Ministério da Saúde.

Apesar de se pretender que a ajuda seja principalmente financeira, não se exclui a possibilidade de as pessoas contribuírem com material físico, ainda que isso obrigue a uma “logística maior”.

Amélia António frisou que se está a trabalhar para que a solidariedade “tenha uma expressão real, prática, que seja possível as pessoas sentirem que ela existe e se manifesta”. E lançou um alerta, indicando que a comunidade de língua portuguesa “tem tempo de criticar o que tiver de criticar”, mas que “nenhum país estava preparado para isto”. No seu entender, a energia deve estar concentrada na luta contra o inimigo: “e o inimigo neste momento é o vírus”.

A responsável avançou ainda que representantes da iniciativa foram ontem recebidos pelo Chefe do Executivo, tendo sido acolhidos com grande “simpatia” e “expressão de apoio”.

25 Mar 2020

Covid-19 | MP quer rapidez nos casos relacionados com prevenção

[dropcap]O[/dropcap] Ministério Público (MP) adoptou medidas para acelerar a investigação de infracções a regras de prevenção da propagação do surto do novo tipo de coronavírus. A informação foi avançada ontem através de uma nota oficial, onde o MP divulga também a conclusão da investigação de dois inquéritos relacionados com a prevenção da covid-19.

O primeiro caso diz respeito a falsas declarações prestadas pelo arguido sobre os locais visitados anteriormente. Ao entrar em Macau, o suspeito não declarou fielmente a história da sua viagem, nomeadamente a estadia na Coreia do Sul, com o propósito de escapar à observação médica. O arguido foi acusado de prática de crime de infracção de medida sanitária preventiva e pode ser condenado a pena de prisão até seis meses.

O segundo caso diz respeito ao uso abusivo de bilhete de identidade alheio para a compra de máscaras fornecidas pelo Governo. Após investigação, o arguido foi acusado da prática de dois crimes, podendo ser condenado a uma pena de prisão até um ano para o primeiro crime e até três anos para segundo.

25 Mar 2020

Número de mortes em Portugal por covid-19 aumenta para 33

[dropcap]P[/dropcap]ortugal tem 33 mortes associadas ao vírus que provoca a covid-19, revelou hoje a Direcção-Geral da Saúde (DGSD), que corrigiu os dados anteriormente divulgados.

Numa nota divulgada pelas 16:30 e que acompanha o novo boletim epidemiológico, a DGS explica que até ao final do dia 23 se registaram 33 mortes associadas à doença Covid-19, e não 30 como anteriormente tinha informado.

Diz ainda que o óbito registado na Região Autónoma dos Açores no boletim divulgado ao início da tarde era um caso suspeito para covid-19 e que apenas depois do fecho do boletim a DGS teve conhecimento que o resultado das análises se revelou negativo.

Assim, os outros óbitos reportados agora, em acréscimo ao anteriormente divulgado, “explicam-se com a existência de resultados que foram conhecidos após publicação do boletim”, explica a DGS.

Segundo o novo boletim epidemiológico, estão confirmadas 14 mortes na região Norte, seis na região Centro, 12 na região de Lisboa e Vale do Tejo e uma no Algarve.

O boletim regista 2.362 pessoas infectadas pelo novo coronavírus (mais 302), a grande maioria (2.159) está a recuperar em casa e 203 estão internadas (mais dois), 48 das quais em Unidades de Cuidados Intensivos (mais uma).

Desde 01 de janeiro foram registados 15.474 casos suspeitos, dos quais 1.783 aguardam resultado laboratorial. Houve ainda 11.329 casos em que os testes não confirmaram a infeção e 22 doentes que já recuperaram.

A região Norte continua a registar o maior número de infeções, totalizando 1.130, seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo (852), da região Centro (293), do Algarve (46) e do Alentejo (seis casos).

Há 12 casos na Madeira e 12 nos Açores. O boletim dá ainda conta de 11 casos de estrangeiros.

24 Mar 2020

Covid-19 | Macau anuncia 26º caso de infecção

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau anunciaram hoje mais um caso de contágio da Covid-19, elevando o número de infectados para 26 desde o início do surto do novo coronavírus. Trata-se de uma jovem de 17 anos, residente de Macau, estudante no Reino Unido, que a 20 de Março viajou a partir de Londres para a Hong Kong, informou em comunicado o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

Quando chegou a Macau, no dia 22 de Março, domingo, apresentava sintomas como corrimento nasal e dor de cabeça, tendo sido levada de ambulância para o hospital publico para exames. O primeiro teste que realizou foi negativo, contudo um segundo teste realizado 48 depois, hoje, confirmou positivo para o novo tipo de coronavírus, acrescentaram as autoridades.

Este é o 16.º caso detectado pelas autoridades em pouco mais de oito dias, depois de Macau ter estado 40 dias sem identificar qualquer infeção.

Macau registou uma primeira vaga de dez casos de infeção pela covid-19 em fevereiro, que já tiveram alta hospitalar. Após a deteção de novos casos, as autoridades reforçaram medidas de controlo e restrições fronteiriças e a obrigatoriedade de quarentena de 14 dias imposta a praticamente toda a gente que entra em Macau.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 386 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 17.000.

24 Mar 2020

TJB | SSM com razão em caso de recusa de isolamento

[dropcap]O[/dropcap] Tribunal Judicial de Base (TJB) deu razão aos Serviços de Saúde de Macau (SSM) em três casos em que foi decretado isolamento obrigatório de pessoas com suspeita de infecção e que recusaram tal medida. De acordo com um comunicado, um dos casos ocorreu a 24 de Janeiro deste ano, estando, por isso, relacionado com a covid-19.

Em causa estavam “suspeitas de que os respectivos indivíduos pudessem estar infectados com doenças transmissíveis constantes na lista da Lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis”. O TJB “confirmou judicialmente as medidas de isolamento obrigatório determinadas pelos SSM em todos os processos acima referidos”.

De frisar que, além do caso relativo à covid-19, há mais dois processos ligado ao vírus H7N9, relativos a 17 de Março de 2014 e 5 de Fevereiro de 2016. Neste último processo, o indivíduo chegou a recorrer para o Tribunal de Segunda Instância (TSI), que manteve a decisão da primeira instância.

24 Mar 2020

Turismo | Residentes pressionam agência a cancelar tour em Macau

Continuam a ser vendidos tours de Macau, pelo menos a turistas de Hong Kong. Uma agência em particular, viu-se forçada a cancelar os pacotes que tinham Macau como destino devido à reacção de residentes nas redes sociais. Entretanto, as restrições de entrada em Hong Kong podem encarregar-se por si de impedir as tours

 

[dropcap]A[/dropcap]pesar das circunstâncias pandémicas, Macau continua a ser apelativo para turistas. Exemplo disso é a forma como agências de turismo continuam a vender pacotes que têm a RAEM como destino, apesar do aumento dos casos de infecções pelo novo coronavírus.

A EGL Tours, uma agência de turismo de Hong Kong com uma loja em Macau, acabou por cancelar as excursões programadas depois de ser severamente criticada online e ameaçada de boicote. “Depois de ontem termos ouvido tantos amigos, e após cuidadosa ponderação, decidimos cancelar imediatamente todas as tours em Macau. Pedimos desculpas a todos os cidadãos de Macau e Hong Kong.” Começa assim a mensagem da agência de Hong Kong, escrita na caixa de comentários na publicação em que publicitava as tours em Macau.

A EGL Tours acrescenta que na altura de conceber o produto turístico ainda não se tinha dado a segunda vaga de infecções e que a gravidade da pandemia foi subestimada. A agência refere também que tem como prioridade a segurança do pessoal da linha da frente e que espera que a indústria consiga ultrapassar este período complicado.

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST), em resposta ao HM, revelou ontem que tem seguido de perto a situação, e que contactou no domingo várias agências de turismo para compreender melhor a situação. Inês Chan, que lidera o Departamento de Licenciamento e Inspecção da DST, revelou que a delegação dos serviços de turismo de Macau em Hong Kong chamou a atenção às agências no sentido de reforçar a ideia de parceria no combate à pandemia.

Aliás, a situação foi resolvida, inadvertidamente, por Carrie Lam. “Às 15h [de ontem], as autoridades de Hong Kong anunciaram novas medidas. Todos os residentes que regressam de Macau ficam em quarentena obrigatória de 14 dias. Por isso, é impossível a realização de excursões”, referiu Inês Chan na habitual conferência de imprensa sobre a situação do combate ao novo coronavírus.

Reino de fantasia

Pouco antes do anúncio do Executivo de Hong Kong, o HM falou com a representante da agência Best Funny Holiday, que vende viagens de Hong Kong e marcações de hotéis, sem tour. A agência sublinhou que não cancelou produtos turísticos que têm Macau como destino e que tinha muitas reservas, todas marcadas por residentes de Hong Kong, considerando não ser oportuno revelar os números exactos de reservas.

Regressando à EGL Tours e ao produto turístico que foi massacrado nas redes sociais por residentes de Macau, é de salientar que as viagens foram promovidas com a salvaguarda de que “não passavam por locais afectados pelo surto epidémico”.

Além disso, a EGL garantia a desinfecção do autocarro que iria transportar os turistas, a medição da temperatura antes da entrada na viatura, refeições tomadas em mesas separadas, e o fornecimento de máscaras e desinfectante de mãos. Além disso, nas tours estavam também previstas viagens no Metro Ligeiro.

24 Mar 2020

Covid-19 | Cabelo da China pagava tudo, agora Hélder desespera na baixa de Maputo

[dropcap]H[/dropcap]élder Patrício, vendedor de cabelo oriundo da China, está a enfrentar uma sucessão de problemas por causa do novo coronavírus que o deixam à beira do desespero, conta à Lusa, na baixa de Maputo. “Tenho dependentes, uma filha e os meus pais também”, relata.

Além disso, tem de custear os seus estudos e os dos irmãos, mas com “este rompimento [do negócio] é preciso controlar os recursos escassos”, numa espécie de milagre da multiplicação.

O ‘rompimento’ começou em janeiro com as dificuldades de fornecimento da China, agravadas com a suspensão de vistos e a impossibilidade de ir comprar mercadoria, culminando agora com medidas mais restritivas para a circulação e vida social impostas como medida de prevenção pelo Governo moçambicano.

Ainda só há registo oficial de um caso de Covid-19 em Moçambique, mas a vida de Hélder já está virada do avesso.

Nalgumas das avenidas da capital moçambicana, há carros estacionados com o porta-bagagens aberto, expondo cabelos lisos e cacheados, de diferentes cores, cortes e tamanhos.

São vendidos em mechas a preços que variam entre 1.500 meticais (20 euros) e 15 mil meticais (200), num negócio dominado maioritariamente por jovens.

“O meu ´stock` está a baixar devido à falta de viagens. Estamos a consumir e não estamos a repor e isso é mau”, lamenta Hélder Patrício.

Apesar dos riscos, o comerciante assume que “seria uma das primeiras pessoas a viajar” até à China para comprar cabelo, caso as companhias aéreas o permitissem.

“É o meu trabalho principal e dependo dele para a escola e tantas outras coisas. Tudo parou. Tanto as viagens, quanto o negócio, estamos a passar maus momentos”, desabafa.

Marta Simbine, comerciante de vestidos de noiva feitos na China, fazia viagens àquele país antes da eclosão da doença, mas agora conta que poucos vestidos lhe restam e tem cinco noivas em lista de espera.

“O meu negócio parou. Assim estou a pensar no que fazer porque não posso perder clientes”, diz à Lusa.

A vendedora, de 53 anos, abastecia-se na China desde 2011, para vender em Maputo sob a marca Bride to Be.

A história assemelha-se à de Hélder: a sua última viagem estava marcada para fevereiro, mas “a covid-19 veio estragar tudo”.

“Nem tenho como receber encomendas. Não sei o que fazer”, desabafa a mãe de três filhos, beneficiários dos rendimentos do seu negócio – além de vestidos, Marta vende acessórios para noivas, brindes ou roupas para os pais dos noivos.

O setor informal moçambicano alimenta-se em boa parte de produtos oriundos da China, país que fornece também mobiliário, telemóveis e pronto-a-vestir, segundo a Associação de Comércio, Indústria e Serviços (ACIS) de Moçambique, que representa cerca de 400 empresas.

Edson Chichongue, diretor executivo da ACIS, explica que pequenos empresários e vendedores informais moçambicanos tendem a viajar até à China para comprar as suas mercadorias devido à facilidade de acesso ao mercado e aos baixos custos de aquisição.

“Nalguns países da Europa não é muito fácil os informais entrarem para comprar estes produtos, enquanto na China o mercado é um pouco mais livre”, explica.

Por conta da facilidade de entrada no mercado, Edson acredita que aqueles agentes económicos estão entre os que mais se ressentem dos efeitos da covid-19.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 324 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 14.300 morreram.

23 Mar 2020

Covid-19 | Portugal com 14 mortes confirmadas e mais de 1.600 infectados

[dropcap]P[/dropcap]ortugal tinha ontem 14 mortes associadas ao vírus da Covid-19 confirmadas, mais duas do que no sábado, e 1.600 pessoas infectadas, segundo o boletim de domingo da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Estão confirmadas cinco mortes na região Norte, quatro na região Centro, quatro na região de Lisboa e Vale do Tejo e uma no Algarve, revela o boletim epidemiológico divulgado ontem, com dados referentes até às 24:00 de sábado. De acordo com os dados da DGS, há mais 320 casos confirmados de infecção com o novo coronavírus, que provoca a doença Covid-19, do que no sábado.

Comparando com os dados de sábado, que registavam 260 casos confirmados, houve um aumento de 23 por cento no número de casos. De acordo com os dados, uma morte foi registada na região norte e a outra na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Desde 1 de Janeiro existem 11.779 casos suspeitos, dos quais 1.152 aguardam resultado laboratorial. Houve ainda 9.027 casos que não se confirmaram e cinco doentes que já recuperaram.

De acordo com o relatório da situação epidemiológica em Portugal, existem 12.562 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde, menos 4,5 por cento face a sábado (13.155).

Das 1.600 pessoas infectadas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), a grande maioria (1.431) está a recuperar em casa, 169 estão internados, 41 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos, mais seis do que no sábado.

A região Norte continua a registar o maior número de infecções, totalizando 825, mais 181 do que no sábado, seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo, num total de 534, mais 86, da região Centro, com 180 casos (mais 43), do Algarve, com 35, mais quatro, e do Alentejo com cinco casos, mais dois relativamente ao dia anterior.

Há cinco casos na Madeira, mais dois do que no sábado, quatro nos Açores (mais um) e 10 casos de estrangeiros (mais um).

Entre os doentes infectados, 821 são mulheres e 771 homens. A faixa etária mais afectada é a dos 40 aos 49 anos (314), seguida dos 30 aos 39 anos (288) e dos 50 aos 59 anos (282). Há ainda 23 casos de crianças com idades até aos nove anos, 57 de jovens com idades entre os 10 e os 19 anos e 187 com idades entre os 20 e os 29 anos.

Os dados indicam também que há 354 casos de pessoas com idades entre os 60 e os 70 anos e 96 com mais de 80 anos.

De fora

Os dados da DGS apontam que 33 casos resultam da importação do vírus de Espanha, 24 de França, 20 de Itália, nove da Suíça, quatro do Brasil, sete do Reino Unido, cinco dos Países Baixos, dois de Andorra, dois dos Emirados Árabes Unidos, um da Bélgica, outro da Alemanha e Áustria, dois da Índia e outro do Irão.

Segundo a DGS, 36 por cento dos doentes positivos ao novo coronavírus apresentam como sintomas febre, 24 por cento dores musculares, 20 por cento cefaleias, 16 por cento fraqueza generalizada, 44 por cento tosse e 14 por cento dificuldade respiratória.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira. O estado de emergência proposto pelo Presidente prolonga-se até às 23:59 de 2 de Abril. A pandemia da Covid-19 já provocou 12.895 mortos e 300.097 pessoas estão infectadas em 169 países e territórios.

23 Mar 2020

Covid-19 | Português residente é um dos casos confirmados

Depois de ontem ser confirmado o 20º caso de infecção por Covid-19 no território, que se refere a um residente de nacionalidade portuguesa, já hoje, às primeiras horas do dia, eram anunciados mais dois casos. Em conferência de imprensa, foi admitida a possibilidade de flexibilidade com os prazos de “bluecards” em situações especiais

 

[dropcap]D[/dropcap]urante o fim de semana foram confirmados mais três casos importados de infecção pelo novo coronavírus. O 20º caso diz respeito a um residente de nacionalidade portuguesa de 20 anos, que viajou do Reino Unido para Hong Kong, tendo chegado à RAEM dia 17 de Março. Foi-lhe solicitada observação médica no hotel Golden Crown China. Ontem, um teste preliminar deu resultado positivo, tendo sido transportado para a urgência especial do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) para realizar um segundo teste que veio a confirmar o diagnóstico do novo coronavírus, comunicou o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

Além deste, foram diagnosticados dois casos, de pessoas com relação familiar. O jovem de 19 anos de idade diagnosticado como o 19º caso, é filho do 18º caso, uma mulher de 50 anos. Os dois apanharam o voo CX845 da Cathay Pacific em Nova Iorque, com destino a Hong Kong, tendo apanhado o autocarro fretado pelo Gabinete de Gestão de Crises do Turismo para Macau no sábado. O Centro de Coodenação de Contigência do Novo Tipo de Coronavírus apelou a quem esteve no mesmo voo para entrar em contacto com as autoridades.

A mulher de 50 anos, residente de Macau, esteve a visitar os três filhos que estudam nos EUA. Ao regressar ao território foi-lhe detectada febre, ficando de imediato isolada no CHCSJ, tendo o teste dado positivo.

Como os seus filhos eram considerados pessoas de contacto próximo foram também testados. O resultado foi positivo para Covid-19 no jovem de 19 anos, enquanto os testes dos irmãos deram negativo. Os exames seriam repetidos no espaço de 48 horas.

Suspeitas confirmadas

Além disso, um caso suspeito veio a confirmar-se como a 21ª infecção da Covid-19. Refere-se a uma jovem de 19 anos, estudante no Reino Unido, que daí viajou para Banquecoque e posteriormente para Hong Kong a 17 de Março. Chegou a Macau através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, pelas 02:00 de dia 18 e ficou em observação médica no hotel Golden Crown China.

A jovem obteve resultado positivo num exame preliminar a amostras recolhidas na garganta e foi encaminhada para a urgência especial do CHCSJ para realizar um teste de zaragatoa faríngea mais aprofundado que agora se revelou positivo. O seu estado clínico é considerado normal, sem manifestar indisposição.

Também ontem chegou a Macau um homem de 44 anos, vindo de Dublin, com escala em Frankfurt que acabou por testar positivo à Covid-19.

Por outro lado, Leong Iek Hou avançou ontem em conferência de imprensa haver um caso confirmado no exterior relativo a um residente de Macau de 31 anos, que viajou do Reino Unido para Xangai. A coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença indicou que o paciente manifestou sintomas dia 19 de Março, tendo a infecção de Covid-19 sido diagnosticada no sábado.

Flexibilidade com “bluecards”

Questionado sobre a possibilidade de o prazo do “bluecard” ser alargado a quem foi despedido e não consegue regressar a casa devido a cancelamento de voos, Ma Chio Hong, do Corpo de Polícia de Segurança de Pública, reconheceu haver diferenças no procedimento face às circunstâncias. “Como actualmente a situação é um pouco especial e alguns voos foram cancelados, é um pouco diferente de antes. De acordo com a situação real vamos acompanhar de perto. Para casos especiais, temos tratamento especial”, respondeu.

Note-se que foram feitos apelos a trabalhadores não residentes (TNR) para saírem de hotéis quando estes são designados pelo Governo como espaços para quarentena, apesar de Inês Chan, da Direcção dos Serviços de Turismo, indicar que o número desses casos não é muito alto.

Entraram ontem em funcionamento para efeito de observação médica mais dois hotéis. O Hotel Tesouro, na Taipa, foi o sexto designado, providenciando 400 quartos. Já a Pensão Comercial San Tung Fong, Ala Sul, situada na península de Macau, tem 89 quartos. O Governo comunicou que ia continuar a fazer esforços para obter a cedência de mais hotéis a serem usados para esta finalidade. Sobre a estadia em quarentena, Inês Chan indicou que alguns estudantes “não são muito obedientes”, alertando para não saírem dos quartos.

Sétima ronda

Começa hoje uma nova ronda de distribuição de máscaras, tendo o Governo assegurado que o número disponível serve as necessidades da população. Para crianças que tenham entre três e oito anos de idade podem ser adquiridas cinco máscaras. “Com base no princípio de justiça, as crianças desta faixa etária também podem ter acesso a 5 máscaras para adultos, ao mesmo tempo, ou podem em alternativa ter 10 máscaras para adultos”, comunicaram os Serviços de Saúde. Os locais de venda e horário são idênticos aos da ronda anterior. De acordo com as informações disponibilizadas em conferência, já foram vendidas 30 milhões e 400 mil máscaras. Para além disso, Lo Iek Long comentou que com a produtividade a voltar ao funcionamento normal na China “vamos ter uma maior progressão agora”.

Contra “bullying”

Lo Iek Long, médico adjunto da direcção do CHCSJ, condenou ontem em conferência de imprensa comentários na internet a mostrar insatisfação perante as pessoas que estão a regressar a Macau. O responsável classificou este comportamento como “bullying”, indicando ser discriminação. “Não ajuda o nosso trabalho de combate à epidemia. Somos todos uma família”, descreveu. Por outro lado, sobre as medições de temperatura a quem chega ao aeroporto de Hong Kong, o responsável apontou que isso está a ser feito, mas que mesmo quem chega à região vizinha e manifesta febre precisa de regressar a Macau por não conseguir entrar na RAEHK. Porém, esses casos deverão ser separados de forma a garantir a segurança dos outros passageiros.

23 Mar 2020

Covid-19 | Sobe para 19 número total de casos registados em Macau

[dropcap]U[/dropcap]m jovem de 19 anos, estudante nos Estados Unidos e que chegou a Macau no sábado, foi diagnosticado com covid-19, elevando para 19 o número total de casos no território. O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus indicou tratar-se do filho do 18.º caso, anunciado no sábado, que chegou a Hong Kong num voo da Cathay Pacific proveniente de Nova Iorque.

O jovem, que viajou com a mãe e dois irmãos, encontra-se “internado na enfermaria de isolamento” do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ), “sendo o seu estado clínico considerado normal, sem qualquer indisposição”, de acordo com um comunicado. Os outros dois irmãos tiveram um primeiro teste negativo, tendo sido colocados em isolamento no CHCSJ. Uma segunda análise será realizada após 48 horas.

O doente esteve no México entre os dias 8 e 14 de Março e desde 18 de Março nos Estados Unidos, sem “sintomas do trato respiratório evidentes”, acrescentou. Macau registou uma primeira vaga de dez casos em fevereiro, que já tiveram alta hospitalar. Após 40 dias sem novos casos, nos últimos oito dias foram identificadas nove pessoas infectadas, o que levou as autoridades a reforçarem medidas de controlo e restrições fronteiriças.

Desde a passada quinta-feira só é possível a entrada de residentes de Macau, Hong Kong, Taiwan e China continental. Mesmo estes passaram a estar sujeitas a uma quarentena obrigatória de duas semanas, caso tenham estado nos 14 dias anteriores em qualquer território ou país. O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 290 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 12.700 morreram.

22 Mar 2020

Saúde| Escolhido terceiro hotel para receber pessoas em quarentena

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Hotel Regency Art, na Taipa, vai ser o terceiro hotel usado pelo Governo para receber pessoas em observação médica, no esforço para conter a propagação do novo coronavírus. O hotel tem 326 quartos e passa hoje a servir estas funções. “Dado ser mais seguro as pessoas que regressam a Macau fazerem observação médica em hotéis designados em vez de nos seus domicílios, apesar dos desafios do processo para encontrar hotéis designados, continuarão a ser movidos esforços para obter a cedência de mais hotéis para serem usados para observação médica”, comunicou a Direcção dos Serviços de Turismo. Estavam já a ser usados para acolher pessoas sob observação médica a Pousada Marina Infante e o Golden Crown China Hotel.

19 Mar 2020

Covid-19 | China sem novos casos de origem local e 34 importados

[dropcap]A[/dropcap] China anunciou hoje não ter registado novas infecções locais pela primeira vez desde o início da epidemia do novo coronavírus, mas as autoridades contaram 34 casos importados. Este número de pessoas infectadas provenientes do estrangeiro é também um recorde diário, indicou o Ministério da Saúde chinês. A maioria dos casos foi identificada em chineses que regressaram de países particularmente atingidos pela Covid-19.

A Comissão de Saúde da China disse que, até ao início de quinta-feira, não se registaram novos casos de contágio local em todo o território. Os casos foram detetados em Pequim (21), Cantão (nove), Xangai (dois) e nas províncias de Heilongjiang (um) e Zhejiang (um). Oito pessoas morreram, todas na província de Hubei, centro do país e centro da epidemia.

No total, desde o início do surto, em dezembro passado, as autoridades da China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizaram 80.928 infeções diagnosticadas, incluindo 70.420 casos que já recuperaram, enquanto o total de mortos se fixou nos 3.245.

O número de infectados ativos no país fixou-se em 7.263, incluindo 2.314 em estado grave. Segundo dados oficiais, 683.281 pessoas que tiveram contacto próximo com os infectados foram monitorizadas clinicamente desde o início do surto, incluindo 9.144 ainda sob observação.

Desde 11 de março que os números de novas infecções e de mortes permaneciam abaixo dos 21 diários, de acordo com as estatísticas oficiais. Em 12 de Março, o Governo chinês declarou que o pico das transmissões tinha terminado no país.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infectou mais de 210 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.750 morreram. Das pessoas infectadas, mais de 84.000 recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 170 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Os países mais afectados depois da China são a Itália, com 2.978 mortes para 35.713 casos, o Irão, com 1.135 mortes (17.350 casos), a Espanha, com 558 mortes (13.716 casos) e a França com 175 mortes (7.730 casos). Face ao avanço da pandemia, vários países adoptaram medidas excepcionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

19 Mar 2020

Codvid-19 | Mais dois infectados durante a madrugada de quinta-feira

Uma estudante de 19 anos, a residir no Reino Unido, e uma criança de 11 anos, filho da paciente que viajou desde a Indonésia há dois dias, são os novos casos de infecção por coronavírus

[dropcap]O[/dropcap] Centro de Coordenação de Contingência revelou, perto das 2h da madrugada de Quinta-feira que o total de infectados com o novo coronavírus passa para 17, depois da confirmação de mais dois casos.

O 16º Caso é uma residente de Macau, de 19 anos, estudante no Reino Unido. Em 15 de Março, a doente viajou com quatro colegas de Londres para Singapura com destino final no aeroporto de Hong Kong, onde chegaram na passada segunda-feira. De acordo com as autoridades, a paciente viajou no o voo n.º SQ317 da Singapore Airlines (lugar n.º 64H) com partida no aeroporto de Heathrow (Londres) para Singapura, e finalmente no voo n.º SQ856 da mesma companhia, no lugar n.º 40B, com destino a Hong Kong.

Um dos colegas ficou na região vizinha, enquanto os restantes três e a doente fretaram e entraram a Macau pelo Posto Fronteiriço da Ponte HKZM. Um dos estudantes, portador de BIR de Hong Kong, voltou à região vizinha para cumprir isolamento no domicílio.

A doente e outros dois colegas foram submetidos no posto fronteiriço a observação médica no domicílio por 14 dias, conforme as medidas naquela altura.

Na quarta-feira, as amostras recolhidas da garganta da doente deram positivo preliminar ao novo tipo de coronavírus no teste do ácido nucleico. A doente foi imediatamente encaminhada ao Centro Hospitalar Conde de São Januário para a realização de teste zaragatoa faríngea que revelou positiva. O estado clínico da doente é normal, sem indisposição, e está internada na enfermaria de isolamento do C.H.C.S.J. Os quatro colegas foram considerados como o contacto próximo, dos quais, dois colegas de Macau foram submetidos a isolamento no Centro Clínico de Saúde Pública, no Alto de Coloane, para a observação médica.

O doente do 17.º caso, com 11 anos, é o filho da paciente do 14º caso, familiar que acompanha o trabalhador não residente nacional da Indonésia.

O doente foi testado com ácido nucleico por ter sido considerado contacto próximo do 14º caso e os resultados foram positivos ao novo tipo de coronavírus (COVID-19). Foi internado na enfermaria de isolamento do Centro Hospitalar Conde de São Januário e actualmente está sem sintomas. O pai que manifestou febre, e cujo resultado do primeiro teste foi negativo, será testado após 48 horas.

19 Mar 2020

Covid-19 | Macau regista mais um caso, o quinto importado em menos de três dias

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau anunciou hoje mais um novo caso importado de infecção pelo novo coronavírus, o quinto em cerca de 72 horas, depois de 40 dias sem qualquer pessoa infectada. Trata-se de um homem de nacionalidade filipina, de 31 anos, trabalhador não-residente em Macau, explicaram as autoridades em conferência de imprensa.

O cidadão filipino saiu de Macau no dia 27 de Janeiro para as Filipinas e regressou com destino a Hong Kong no dia 16 de Março. No mesmo dia, efectuou a ligação a Macau de autocarro através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. No dia 17 de Março, queixando-se de dores de dentes e erupção cutânea foi a um hospital e “foi classificado como um caso de risco médio”, detalharam. Hoje à tarde foi confirmação o resultado positivo.

Depois de 40 dias sem novos casos de Covid-19, Macau registou entre Segunda-feira e hoje cinco novos casos importados, um de Portugal, um de Espanha, outro do Reino Unido e outros dois hoje: Indonésia e Filipinas.

Antes destas cinco confirmações, Macau registava dez casos de infecção com o vírus de Covid-19, tendo todos já recebido alta hospitalar. Agora, são 15 o número de pessoas em Macau infectadas desde que o surto começou.

A informação foi divulgada no dia em que entrou em vigor o fecho quase total das fronteiras do território, onde só vai ser permitida a entrada dos residentes de Macau, da China continental, Hong Kong e Taiwan e dos trabalhadores não residentes de Macau.

Na Terça-feira entrou em vigor a quarentena quase total a todos aqueles que entrem no território, de forma a conter casos importados, após mais de um mês sem detectar infecções pelo novo coronavírus.

Esta medida é imposta a todas as pessoas que viajaram em países nos 14 dias anteriores à entrada no território, com excepção da China continental, Taiwan e Hong Kong.

Estas duas decisões por parte do Governo de Macau chegam numa altura em que muitos residentes do território regressam a Macau devido ao crescente número de casos de Covid-19 registados na Europa.

Quem regressar de uma zona alta incidência, como é o caso da Europa e dos Estados Unidos, terá obrigatoriamente de fazer quarentena de 14 dias num dos dois hotéis designados pelas autoridades.

“A propagação agora está a ser de alta escola a nível mundial”, frisou hoje, na mesma conferência de imprensa, a coordenadora do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, Leong Iek Hou.

“Há uma forte possibilidade de casos importados aparecerem em Macau”, daí a importância do controlo fronteiriço e das normas de quarentena impostas no início da semana, sublinhou.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infectou mais de 189 mil pessoas, das quais mais de 7.800 morreram. Das pessoas infectadas em todo o mundo, mais de 81 mil recuperaram da doença.

A China registou nas últimas 24 horas 11 mortos e 13 novos casos infecção de Covid-19, mas só um é de Wuhan, todos os outros 12 são importados.

O surto começou na China, em Dezembro, e espalhou-se por mais de 146 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

18 Mar 2020

Covid-19 | China regista 11 mortos e 13 novos casos de infecção

[dropcap]A[/dropcap] China registou hoje 11 mortos e 13 novos casos infecção pela Covid-19, quase todos importados, numa altura em que a pandemia está a afectar 146 países e territórios. A Comissão de Saúde da China indicou existir, até ao início de quarta-feira (16:00 de terça-feira em Lisboa) apenas um novo caso local, em Wuhan, capital da província de Hubei onde a doença foi inicialmente detetada em dezembro passado. Os restantes 12 novos casos são importados, sublinhou.

No total, desde o início do surto, em dezembro passado, as autoridades da China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizaram 80.894 infeções diagnosticadas, incluindo 69.601 casos que já recuperaram, enquanto o total de mortos se fixou nos 3.237.

Wuhan, em quarentena desde 23 de Janeiro passado, é a mais afectada no mundo pela doença, com 2.490 mortes. O número de infectados activos no país fixou-se em 8.056, incluindo 2.622 em estado grave.

Segundo dados oficiais, 682.327 pessoas que tiveram contacto próximo com os infectados foram monitorizadas clinicamente desde o início do surto, incluindo 9.222 ainda sob observação.

Desde 11 de Março que os números de novas infecções e de mortes permanecem abaixo dos 21 diários, de acordo com as estatísticas oficiais. Em 12 de Março, o Governo chinês declarou que o pico das transmissões tinha terminado no país. O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 189 mil pessoas, das quais mais de 7.800 morreram.

Das pessoas infectadas em todo o mundo, mais de 81 mil recuperaram da doença. A doença espalhou-se por mais de 146 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Os países mais afectados depois da China são a Itália, com 2.503 mortes para 31.506 casos, o Irão, com 988 mortes (16.169 casos), a Espanha, com 491 mortes (11.178 casos) e a França com 148 mortes (6.633 casos). Os Estados Unidos da América atingiram esta terça-feira a barreira dos 100 mortos ligados ao novo coronavírus, segundo o balanço feito pela agência France-Presse a partir de fontes oficiais.

Cerca de metade das mortes foram registadas no estado de Washington, no noroeste do país. A pandemia de Covid-19 fez ainda 12 mortos em Nova Iorque e 11 na Califórnia. Face ao avanço da pandemia, vários países adoptaram medidas excepcionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

O Brasil tem 291 casos confirmados do novo coronavírus e monitoriza 8.819 casos suspeitos, após ter sido anunciada esta terça-feira a primeira morte causada pela Covid-19 no país, informou o Ministério da Saúde. Segundo o Governo brasileiro, a idade média dos infectados é de 42 anos, sendo que o país já descartou 1.890 casos suspeitos.

São Paulo continua a ser o estado mais afectado pela Covid-19, com 164 infectados, seguindo-se o Rio de Janeiro com 33 casos confirmados. Estes são também os únicos estados brasileiros que registam casos de transmissão comunitária, que é quando há uma maior difusão do vírus, e as autoridades de saúde já não conseguem identificar a trajectória de infecção.

18 Mar 2020

Covid-19 | Diagnosticado 14º caso de infecção, o quarto em três dias

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma mulher de 42 anos, familiar de uma trabalhadora não residente de nacionalidade indonésia, foi diagnosticada esta manhã como infectada pelo novo coronavírus. Este é o quarto caso registado em três dias.
Segundo o Centro de Coordenação de Contingência, a doente partiu na terça-feira da capital indonésia, Jacarta, com destino a Hong Kong, no voo CX718 da Cathay Pacific, ocupando o lugar n.º 47F. Em seguida, dirigiu-se para Macau de autocarro, e depois de atravessar a Ponte HKZM chegou ao Posto Fronteiriço de entrada em Macau onde lhe foi detectada febre. O sintoma valeu-lhe o reencaminhamento para os serviços de Urgência Especial do Centro Hospitalar Conde de São Januário.
Na consulta, a doente foi classificada como caso de risco moderado e foram recolhidas amostras para o teste do ácido nucleio, que despista o novo coronavírus. Face ao risco moderado, a doente pode regressar a casa, conduzida pelo marido e daí não saiu até receber a notícia de que o teste à Covid-19 dera positivo.
Após a confirmação de diagnóstico, foi envida pelo veículo exclusivo ao Centro Hospitalar Conde de São Januário para receber os tratamentos na enfermaria de isolamento, e o seu estado clínico é normal.
Os Serviços de Saúde notificaram o Instituto para os Assuntos Municipais para fazer a desinfecção do domicílio da doente. Estão a ser investigados os percursos da doente e das pessoas em contacto próximo.

18 Mar 2020

Pandemia | Macau proíbe entrada de não residentes

[dropcap]N[/dropcap]o combate à propagação da epidemia da Covid-19, Macau tomou uma nova decisão no sentido de limitar ainda mais o acesso ao território. A partir das 00h de hoje passou a ser proibida a entrada no território a todas as pessoas não residentes. As únicas excepções à medida decretada ontem pelo Chefe do Executivo em despacho publicado em Boletim Oficial referem-se aos residentes do Interior da China, Hong Kong e Taiwan, bem como de trabalhadores não residentes.

No despacho de Ho Iat Seng é ainda definido que a autoridade sanitária pode dispensar o cumprimento da medida por motivos de interesse público, como a prevenção, controlo e tratamento da doença, socorro e emergência, e em casos excepcionais de manutenção do funcionamento normal da RAEM ou das necessidades básicas de vida dos residentes.

O director dos Serviços de Saúde reconheceu ontem que a medida foi motivada pela falta de recursos no território. Em conferência de imprensa, disse que as medidas de isolamento, equipamentos e capacidade não permitiriam “a entrada de tantas pessoas, porque pode prejudicar os nossos cidadãos”. Assim, declarou que a “missão principal” são os mais de mil estudantes de Macau que deverão regressar do exterior.

Apontando que houve países a rejeitar a entrada de pessoas não residentes do próprio país, Lei Chin Ion explicou que a segurança dos residentes deve ser salvaguardada, sendo que “temos a responsabilidade de protegê-los”. No entanto “em relação aos estrangeiros” a mesma responsabilidade não se verifica. O director defendeu assim que a mudança se deveu à evolução da epidemia.

Mais dois casos

A restrição vem agravar a medida anunciada no dia anterior, que impunha uma quarentena de duas semanas ao invés de uma proibição. Surgiu no seguimento da confirmação de um novo caso importado de infecção do exterior. O 12º caso refere-se a um empresário de 47 anos de idade, de nacionalidade espanhola, que chegou a Macau vindo de Pequim no voo NX001. Apesar de não sentir desconforto foi-lhe detectada febre ainda no posto fronteiriço do aeroporto, tendo sido encaminhado directamente para o Centro Hospitalar Conde São Januário. A infecção pelo novo tipo de coronavírus foi confirmada na manhã de ontem. Os Serviços de Saúde apontaram que existiam apenas sete passageiros no voo.

Mais tarde, um comunicado do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus avançou ter sido diagnosticado um outro caso em Macau. Em causa está uma mulher de 20 anos, residente de Macau e estudante no Reino Unido. A paciente saiu Londres, via Kuala Lumpur com destino a Hong Kong, onde chegou dia 16 de Março. Entrou em Macau através da ponte do Delta. À chegada foi-lhe detectada febre tendo sido encaminhada para a urgência especial do hospital público, onde foi confirmada a infecção.

De acordo com a nota, o seu estado de saúde estava normal e os Serviços de Saúde encontravam-se a investigar o percurso e pessoas de contacto próximo.

18 Mar 2020

Pandemia | Macau proíbe entrada de não residentes

[dropcap]N[/dropcap]o combate à propagação da epidemia da Covid-19, Macau tomou uma nova decisão no sentido de limitar ainda mais o acesso ao território. A partir das 00h de hoje passou a ser proibida a entrada no território a todas as pessoas não residentes. As únicas excepções à medida decretada ontem pelo Chefe do Executivo em despacho publicado em Boletim Oficial referem-se aos residentes do Interior da China, Hong Kong e Taiwan, bem como de trabalhadores não residentes.
No despacho de Ho Iat Seng é ainda definido que a autoridade sanitária pode dispensar o cumprimento da medida por motivos de interesse público, como a prevenção, controlo e tratamento da doença, socorro e emergência, e em casos excepcionais de manutenção do funcionamento normal da RAEM ou das necessidades básicas de vida dos residentes.
O director dos Serviços de Saúde reconheceu ontem que a medida foi motivada pela falta de recursos no território. Em conferência de imprensa, disse que as medidas de isolamento, equipamentos e capacidade não permitiriam “a entrada de tantas pessoas, porque pode prejudicar os nossos cidadãos”. Assim, declarou que a “missão principal” são os mais de mil estudantes de Macau que deverão regressar do exterior.
Apontando que houve países a rejeitar a entrada de pessoas não residentes do próprio país, Lei Chin Ion explicou que a segurança dos residentes deve ser salvaguardada, sendo que “temos a responsabilidade de protegê-los”. No entanto “em relação aos estrangeiros” a mesma responsabilidade não se verifica. O director defendeu assim que a mudança se deveu à evolução da epidemia.

Mais dois casos

A restrição vem agravar a medida anunciada no dia anterior, que impunha uma quarentena de duas semanas ao invés de uma proibição. Surgiu no seguimento da confirmação de um novo caso importado de infecção do exterior. O 12º caso refere-se a um empresário de 47 anos de idade, de nacionalidade espanhola, que chegou a Macau vindo de Pequim no voo NX001. Apesar de não sentir desconforto foi-lhe detectada febre ainda no posto fronteiriço do aeroporto, tendo sido encaminhado directamente para o Centro Hospitalar Conde São Januário. A infecção pelo novo tipo de coronavírus foi confirmada na manhã de ontem. Os Serviços de Saúde apontaram que existiam apenas sete passageiros no voo.
Mais tarde, um comunicado do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus avançou ter sido diagnosticado um outro caso em Macau. Em causa está uma mulher de 20 anos, residente de Macau e estudante no Reino Unido. A paciente saiu Londres, via Kuala Lumpur com destino a Hong Kong, onde chegou dia 16 de Março. Entrou em Macau através da ponte do Delta. À chegada foi-lhe detectada febre tendo sido encaminhada para a urgência especial do hospital público, onde foi confirmada a infecção.
De acordo com a nota, o seu estado de saúde estava normal e os Serviços de Saúde encontravam-se a investigar o percurso e pessoas de contacto próximo.

18 Mar 2020

Pandemia | Macau proíbe entrada de não residentes

[dropcap]N[/dropcap]o combate à propagação da epidemia da Covid-19, Macau tomou uma nova decisão no sentido de limitar ainda mais o acesso ao território. A partir das 00h de hoje passou a ser proibida a entrada no território a todas as pessoas não residentes. As únicas excepções à medida decretada ontem pelo Chefe do Executivo em despacho publicado em Boletim Oficial referem-se aos residentes do Interior da China, Hong Kong e Taiwan, bem como de trabalhadores não residentes.
No despacho de Ho Iat Seng é ainda definido que a autoridade sanitária pode dispensar o cumprimento da medida por motivos de interesse público, como a prevenção, controlo e tratamento da doença, socorro e emergência, e em casos excepcionais de manutenção do funcionamento normal da RAEM ou das necessidades básicas de vida dos residentes.
O director dos Serviços de Saúde reconheceu ontem que a medida foi motivada pela falta de recursos no território. Em conferência de imprensa, disse que as medidas de isolamento, equipamentos e capacidade não permitiriam “a entrada de tantas pessoas, porque pode prejudicar os nossos cidadãos”. Assim, declarou que a “missão principal” são os mais de mil estudantes de Macau que deverão regressar do exterior.
Apontando que houve países a rejeitar a entrada de pessoas não residentes do próprio país, Lei Chin Ion explicou que a segurança dos residentes deve ser salvaguardada, sendo que “temos a responsabilidade de protegê-los”. No entanto “em relação aos estrangeiros” a mesma responsabilidade não se verifica. O director defendeu assim que a mudança se deveu à evolução da epidemia.

Mais dois casos

A restrição vem agravar a medida anunciada no dia anterior, que impunha uma quarentena de duas semanas ao invés de uma proibição. Surgiu no seguimento da confirmação de um novo caso importado de infecção do exterior. O 12º caso refere-se a um empresário de 47 anos de idade, de nacionalidade espanhola, que chegou a Macau vindo de Pequim no voo NX001. Apesar de não sentir desconforto foi-lhe detectada febre ainda no posto fronteiriço do aeroporto, tendo sido encaminhado directamente para o Centro Hospitalar Conde São Januário. A infecção pelo novo tipo de coronavírus foi confirmada na manhã de ontem. Os Serviços de Saúde apontaram que existiam apenas sete passageiros no voo.
Mais tarde, um comunicado do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus avançou ter sido diagnosticado um outro caso em Macau. Em causa está uma mulher de 20 anos, residente de Macau e estudante no Reino Unido. A paciente saiu Londres, via Kuala Lumpur com destino a Hong Kong, onde chegou dia 16 de Março. Entrou em Macau através da ponte do Delta. À chegada foi-lhe detectada febre tendo sido encaminhada para a urgência especial do hospital público, onde foi confirmada a infecção.
De acordo com a nota, o seu estado de saúde estava normal e os Serviços de Saúde encontravam-se a investigar o percurso e pessoas de contacto próximo.

18 Mar 2020