Covid-19 | Entidades unem-se para apoiar Portugal

Para permitir a aquisição de material necessário em Portugal no combate ao novo tipo de coronavírus, 17 entidades e associações uniram-se numa Comissão Solidária de Macau e estão a organizar uma angariação de fundos

 

[dropcap]E[/dropcap]stá aberta uma angariação de fundos para permitir a aquisição de equipamento a enviar para Portugal, com o objectivo de apoiar o combate à covid-19. O movimento de solidariedade arranca com uma Comissão Solidária de Macau que reúne 17 entidades. O que se pretendeu foi agregar um “querer colectivo de tentar fazer alguma coisa para ajudar a situação que se vive em Portugal”, descreveu Amélia António, presidente da Casa de Portugal. Espera-se assim conseguir adquirir material constante de uma lista do Ministério da Saúde que aponta o que faz falta.

Em primeira instância, o apoio será dirigido à obtenção de material de protecção para todos os que estão na primeira linha de combate à doença. De acordo com Amélia António, as informações recebidas pela Comissão é de que existe falta de batas, viseiras, óculos, máscaras e outro material destinado a estes profissionais. Numa segunda linha, mas “não menos importante”, procura-se enviar kits e o conjunto de coisas necessárias para que sejam realizados testes, uma vez que a Organização Mundial de Saúde “parece concluir que onde se fazem mais testes tem-se conseguido dominar melhor a questão”, explicou Amélia António ontem em conferência de imprensa.

Para este efeito foi aberta uma conta no BNU, gerida exclusivamente pelo banco, cujo nome é “COVID19 – Portugal Conta Solidariedade” com o número “MOP 9016556516”. A conta deverá permanecer aberta até ao dia 5 de Abril, uma vez que “isto é importante e é urgente”, frisou a representante da Casa de Portugal. Por sua vez, Miguel de Senna Fernandes notou que as previsões apontam que o pico em Portugal será em meados de Abril para explicar que há tempo para agir, acrescentando posteriormente que “é importantíssimo que o façamos já”.

Solidariedade “prática”

Como Portugal tem adquirido material na China, e está também a receber ofertas de instituições e particulares deste país, “tudo isso estará a ser congregado de maneira a poder voar para Portugal da forma mais eficiente e mais rápida”, disse Amélia António. Além do BNU, prestam apoio a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e as representações diplomáticas de Portugal em Macau e na China. Note-se que a distribuição do material em Portugal será feita pelo Ministério da Saúde.

Apesar de se pretender que a ajuda seja principalmente financeira, não se exclui a possibilidade de as pessoas contribuírem com material físico, ainda que isso obrigue a uma “logística maior”.

Amélia António frisou que se está a trabalhar para que a solidariedade “tenha uma expressão real, prática, que seja possível as pessoas sentirem que ela existe e se manifesta”. E lançou um alerta, indicando que a comunidade de língua portuguesa “tem tempo de criticar o que tiver de criticar”, mas que “nenhum país estava preparado para isto”. No seu entender, a energia deve estar concentrada na luta contra o inimigo: “e o inimigo neste momento é o vírus”.

A responsável avançou ainda que representantes da iniciativa foram ontem recebidos pelo Chefe do Executivo, tendo sido acolhidos com grande “simpatia” e “expressão de apoio”.

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