Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauSuper GT | Organizadores anunciaram corrida para 2017 [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]campeonato nipónico Super GT, onde corre o piloto de Macau André Couto, está a tentar colocar de pé uma corrida na China. Numa conferência de imprensa no passado fim-de-semana, em Okayama, quando questionado sobre quais os planos futuros para a internacionalização da competição japonesa, o presidente da empresa promotora do campeonato, Masaaki Bandoh, disse que há planos para a realização de uma corrida extra campeonato entre participantes da classe GT300 e concorrentes do Blancpain GT series. O dirigente máximo da GT Association afirmou aos jornalistas que a corrida será realizada na China, mais precisamente na cidade de Cantão, tendo apontado como data 1 de Fevereiro de 2017. Apesar da capital da província de Guangdong possuir um circuito permanente, situado na cidade de Zhaoqing, Bandoh disse que a prova será realizada num circuito montado numa base aérea. A corrida será co-organizada pela GT-Association e pela Stéphane Ratel Organisation (SRO), contando para isso com dez viaturas convidadas do Super GT, todas elas da classe GT300, e outras dez do campeonato Blancpain GT series. A organização de Stéphane Ratel, que coloca de pé as séries Blancpain na Europa, goza de uma relação privilegiada com os japoneses, pois as viaturas GT3 da classe GT300 correm com o “Balanço de Performance” dos campeonatos da SRO. A organização francesa, que tem escritórios em Londres, está hoje em dia também presente na Ásia, organizando as 12 horas de Sepang, na Malásia, onde os GT300 de construção japonesa são aceites, para além de ser instrumental na organização da Taça do Mundo FIA de GT do Grande Prémio de Macau. A SRO ainda não fez qualquer comentário público sobre este anúncio. Experiências falhadas O campeonato Super GT tem tentado por diversas vezes organizar uma corrida na República Popular China, mercado vital para os construtores automóveis nipónicos e fornecedores da indústria automóvel do país do Sol Nascente. Porém, todas as tentativas passadas para a realização de uma prova na China Continental não tiveram sucesso. Em 2004, a GT-Association planeou uma All-Star Race” para o circuito permanente da cidade Zhuhai que acabou por não se realizar. Em 2012, houve uma nova tentativa, com um resultado final idêntico. Dois anos depois, o campeonato Super GT, desta vez em parceria com o campeonato alemão DTM, anunciou novamente que pretendia organizar um evento conjunto na China Continental em 2015. Também este projecto não saiu do papel. Couto soma os primeiros pontos André Couto iniciou a sua participação na edição do campeonato nipónico Super GT no fim-de-semana passado com um oitavo lugar na ronda de abertura, realizada no circuito de Okayama. O campeão em título da classe GT300 fez uma corrida de recuperação, após ter largado da 17ª posição da grelha de partida. Depois das indicações dadas nos testes oficiais de pré-temporada, as dificuldades que o piloto português residente em Macau encontrou nesta corrida eram expectáveis, com o Nissan GT-R Nismo do Team Gainer, calçado pela Dunlop, a demonstrar dificuldades em voltas de qualificação. Contudo, Couto e Ryuichiro Tomita conseguiram com este oitavo lugar arrecadar valiosos pontos na categoria nesta primeira corrida. O campeonato continua com os 500km de Fuji, prova que tem a singularidade de ser disputada a uma quarta-feira, 4 de Maio, durante o período de férias da “Semana Dourada”.
Filipa Araújo Grande Prémio de Macau SociedadeGP | Comissão Organizadora é novamente criada. Desta vez sem remunerações [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Comissão Organizadora do Grande Prémio, anteriormente cancelada, está de volta, mas com diferenças: desta vez não há remunerações para os membros que dela fazem parte. Segundo publicação em Boletim Oficial, a Comissão voltará a ter a responsabilidade de coordenar a actividade dos vários serviços da Administração Pública e de várias entidades da sociedade no âmbito da organização do Grande Prémio de Macau, sem que no entanto, os principais membros recebam qualquer vencimento, seja em salário ou pagamento extra, como anteriormente acontecia. A nova Comissão volta a ser presidida pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, tendo ainda um coordenador, dois coordenadores-adjuntos e um secretário-geral, além de três representantes do Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, cinco representantes da Direcção dos Serviços de Turismo e um membro de diversos organismos públicos, como os Serviços de Saúde, Bombeiros, Serviços de Alfândega e da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes. Na Comissão estará também um representante da Associação Geral de Automóvel de Macau-China e seis individualidades de “reconhecido mérito na área do turismo e do desporto de Macau”. Ainda não há nomes sobre quem vai tomar o lugar nestes cargos, ainda que ontem tenha já havido a primeira reunião oficial da Comissão. Alexis Tam vai designar os futuros membros em despacho no Boletim Oficial. Esta Comissão poderá ainda, tal como a anterior, constituir subcomissões. Os encargos com o seu funcionamento serão suportados pelo orçamento privativo do Fundo do Desporto.
Sérgio Fonseca DesportoProva de Fórmula E em Hong Kong terá corrida extra A moda pegou. A corrida do Campeonato FIA de Fórmula E nas ruas de Hong Kong no próximo mês de Outubro poderá ter uma corrida de celebridades para encher o programa, com viaturas eléctricas conduzidas por artistas e vedetas do mundo social e recreativo da região especial vizinha. A informação foi confirmada ao HM por fonte oficial do campeonato de carros eléctricos promovido pela federação internacional. “Na nossa prova anterior em Buenos Aires também foi realizada uma corrida de celebridades usando pequenos carros eléctricos. Como campeonato que promove a mobilidade sustentável e tecnologias verdes, qualquer corrida de suporte ou categoria terá que usar carros eléctricos ou outros veículos de energias alternativas”. Na última conferência de imprensa, dada antes do Ano Novo chinês, a organização do Hong Kong ePrix deu a conhecer os preços dos bilhetes e também deu conta que o evento poderá ter a duração de dois dias, em vez de um só, como na maior parte dos eventos da Fórmula E. “Neste momento estamos em discussão com os organizadores de Hong Kong sobre o formato do evento. Ainda não tomamos qualquer decisão se o Hong Kong ePrix será disputado em um ou dois dias”, disse fonte oficial da organização da Fórmula E ao HM. “O objectivo do campeonato é minimizar as disfunções da cidade, causadas pelo evento em si, e é por isso que o formato da Fórmula E consiste em ter os treinos-livres, qualificação e corrida a acontecer no mesmo dia”, acrescentou. O evento irá custar cerca de 300 milhões de dólares de Hong Kong, mas o apoio do governo cinge-se apenas à promoção e facilitação no erguer do circuito. A organização espera conseguir vender 40 mil bilhetes, sendo que 30 mil darão apenas acesso à “eVillage”, localizada em Central, mas não terão vista para a pista, tendo os espectadores que seguir a prova pelos ecrãs gigantes ali colocados. Estes bilhetes custarão entre 500 e mil dólares de Hong Kong. De acordo com Alan Fang, chefe executivo da Formula Electric Racing (Hong Kong), os bilhetes VIP para a bancadas irão superar os dez mil dólares de Hong Kong. Pequim em dúvida O evento de Hong Kong tem já data, 9 de Outubro. Contudo, a prova do território vizinho poderá não ser a prova de abertura do calendário, como inicialmente se esperava. Alejandro Agag, o CEO do campeonato, afirmou a semana transacta à imprensa especializada que o calendário do próximo ano poderá sofrer alterações, estando as provas de Pequim e Punta del Este, no Uruguai, em dúvida. “Se nós formos a Pequim, essa será a prova de abertura”, verbalizou Agag. “O ano passado tivemos que atrasar a data da prova e quase que gelámos. Tivemos grande sorte em termos uma janela de bom tempo. Não queremos regressar a Pequim em Outubro, a ser, terá que ser em Setembro”. O Canadá, país candidato a entrar no calendário da temporada 2016/2017, é outra forte possibilidade a abrir as hostilidades. Mais famosos na Guia? O programa da 62ª edição do Grande Prémio de Macau incluiu uma corrida de celebridades, com viaturas da marca Lotus e apoio do distribuidor local. Apesar da corrida em pouco contribuir em termos desportivos para o evento e ter sido motivo de chacota nas redes sociais, o HM sabe que o promotor da ideia tem vontade de assegurar novamente a “slot comercial” do programa da edição deste ano. A prova do ano passado foi ganha por Sin Ling Fung de Hong Kong, piloto que não é uma celebridade, mas que aproveitou a oportunidade da prova estar igualmente aberta a quem pudesse comprar um lugar e para subir ao degrau mais alto do pódio do evento.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Andy Chang e Luís Sá Silva com temporadas incompletas [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ndy Chang e Luís Sá Silva são os únicos dois pilotos com licença desportiva de Macau a competir em corridas de monolugares além-fronteiras. Para ambos, 2015 foi um ano difícil e 2016 ainda é uma incerteza. Sem capacidade financeira para cumprir a totalidade do Campeonato da Europa FIA de Fórmula 3, Andy Chang, ou Chang Wing Chung como também é conhecido, fez as últimas cinco provas – 14 corridas – da temporada de 2015 com o intuito de preparar a sua participação na Taça Intercontinental FIA de Fórmula 3 do Grande Prémio de Macau, substituindo na equipa inglesa Fortec Motorsport o chinês Cao Hongwei. Chang não foi além de um 18º posto como melhor resultado em corridas do europeu este ano, um resultado obtido no Autódromo Internacional do Algarve. No entanto, o piloto de matriz chinesa obteve um satisfatório 14º lugar na corrida rainha da especialidade nas ruas do território, o que lhe certamente dará uma motivação extra para o que há de vir. Sobre a próxima época, o jovem de 18 anos que reside em Oxford disse ao HM, durante o fim-de-semana do Grande Prémio, que ainda é “cedo para saber o que fazer”, mas confirmou que “gostaria de voltar à F3 ainda que para isso seja preciso encontrar apoios”. ma temporada ao mais alto nível no europeu de Fórmula 3 nunca ficará por menos de oito milhões de patacas, segundo o que apurou o HM. Pela mesma razão – falta de apoios – o angolano Luís Sá Silva teve igualmente uma época incompleta. “O Luís teve uma temporada curta uma vez que os apoios no seu país de origem este ano escassearam”, explicou Nuno Pinto, o mentor da carreira do vice-campeão asiático de Fórmula Renault 2.0 em 2009 e da Fórmula Pilota China (Abarth) em 2011. “Ele estava a competir na AutoGP, uma competição interessante com monolugares de elevada performance, mas que foi interrompida a metade do ano por não ter o número de participantes que os organizadores esperavam”. O treinador de pilotos português, que no passado mês de Novembro esteve em Macau com a equipa vencedora da corrida de F3, a Prema Powerteam, explica que Sá Silva “estava a demonstrar a sua grande evolução e obteve excelentes resultados, acabando mesmo a vencer na última prova disputada em Silverstone”. Nuno Pinto salienta que o antigo aluno da Escola Portuguesa de Macau “precisa agora de tentar competir numa destas categorias de acesso à Fórmula 1 na próxima temporada” se quiser continuar a lutar pelo sonho de atingir o patamar mais alto do automobilismo, acrescentando que está “agora a trabalhar para que se voltem a reunir condições para que o Luís possa continuar a sua carreira nos monolugares, já que depois de ter passado pela F3 e GP3 e ter testado na Fórmula Renault 3.5 e GP2 com sucesso, para além dos bons resultados nas participações na AutoGP”.
Joana Freitas Desporto Grande Prémio de MacauAndré Couto e Álvaro Parente “frustrados”, mas com boas recuperações Álvaro Parente (Foto de Kelsey Wilhelm)[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]em Álvaro Parente, nem André Couto tiveram hipóteses de dar mais nas vistas durante o fim-de-semana. Os McLaren 650S GT3 acusaram o “Balanço de Performance” muito desfavorável e, apesar da sua aerodinâmica aprumada, nunca foram capazes de rivalizar com os outros carros presentes em termos de velocidade de ponta. Mas os dois portugueses conseguiram boas recuperações, dentro das dificuldades técnicas. Parente de volta Parente, que se estreava na Taça do Mundo de GT, ainda mostrou ser o mais rápido no segundo sector do circuito, aquele que engloba a zona mais sinuosa do Circuito da Guia. O portuense – que começou em 9º na grelha de partida e que ainda conseguiu subir até ao sexto lugar – perdeu o sexto posto para Darryl O’Young no início da segunda metade da prova, caindo para sétimo. Mas, Parente estava resignado com o seu resultado. Até porque quando o assunto é técnico, não há muito a fazer. “Não temos velocidade de ponta suficiente. O balanço do fim-de-semana em geral é muita frustração. Em todas as rectas não estamos a lutar de igual para igual. Na zona das curvas e contra-curvas tivemos muito fortes, tivemos bem. Mas, pronto, chegámos à recta e deixamos lá tudo. Não temos hipótese.” O balanço “geral” pode ser de frustração, mas o piloto do Porto também se mostrou contente “por ter terminado a corrida” e “ter feito o melhor” que conseguiu. “Terminámos no sexto lugar, não foi horrível. Dentro do que temos em termos de carro, diria que foi bom. Gostei muito de vir aqui, esta pista é um desafio. Estou satisfeito com a corrida”, disse, frisando que a pista de Macau é difícil, mas voltar 11 anos depois é “uma mistura de sentimentos”. Uma coisa é certa, Parente assegura poder voltar: tudo depende da McLaren. “Se eles me chamarem outra vez, eu venho com todo o gosto e muito contente.” Couto em “casa” André Couto (Foto de Kelsey Wilhelm)Depois do violento acidente de sexta-feira, Couto foi obrigado a abandonar devido a um problema do acelerador na Corrida de Qualificação de sábado. Largando do fim da linha da grelha de partida para o “prato principal” do fim-de-semana, o único piloto de Macau nesta corrida fez o que lhe competia: recuperar o máximo de posições possíveis. Sem nunca ter encontrado um bom compromisso com o McLaren, Couto subiu nove lugares e foi o 11º classificado no final, num fim-de-semana que foi “difícil”. “Consegui chegar ao fim em 11º, não é o melhor. [Os problemas com o carro] fizeram com que tivesse só de procurar um resultado, ainda que nada de especial. Positivo sim, para quem saiu em 20º e ficou em 11º. Em termos de performance não. O carro até estava em boas condições, mas Macau é assim, sempre difícil. Para o ano há mais e o piloto não desiste. “Acho que volto. Macau é a nossa casa.”
Sérgio Fonseca Grande Prémio de MacauGP | Francisco Mora vem à descoberta do GP Francisco Mora [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]urante vários anos consecutivos Portugal esteve representado na Corrida da Guia do Grande Prémio de Macau pelo portuense Tiago Monteiro. Contudo, o Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC) rumou a outras paragens e com ele levou Monteiro. Mas, a bandeira da República Portuguesa continuará a estar presente na prova, dado que o jovem Francisco Mora fará a sua estreia no Circuito da Guia na prova rainha de carros de turismo do Sudeste Asiático. O jovem português falou ao portal de automobilismo SportMotores.com pela primeira vez publicamente sobre esta sua participação na prova. O piloto de 19 anos disse que o objectivo principal passa por fazer duas boas corridas, sem erros. “Sei que Macau é uma das pistas mais difíceis e exigentes do mundo onde cometer um erro é fácil. Tenho que estar muito concentrado pois não há escapatórias e o mais pequeno erro significa um acidente”, explicou. Sabendo que a concorrência é forte e tem nomes sonantes como Gianni Morbidelli, Rob Huff, Alain Menu ou o compatriota Rodolfo Ávila, Mora é cauteloso quando se trata de falar de resultados. “Vamos ver como corre e onde terminamos, visto que esta será a primeira vez que vou correr [em Macau] e muitos dos meus adversários já lá andaram”, realçou. O jovem da Maia participou este ano em algumas corridas do Campeonato de Itália de GT com um dos Mercedes da Sports & You, mas na segunda metade da temporada virou-se para o Campeonato Nacional de Velocidade, sendo o único inscrito na categoria de Turismos, aos comandos de um SEAT Léon TCR da Veloso Motorsport, sagrando-se sem grandes dificuldades campeão nacional da especialidade. Antes disso, Mora também tinha alinhado nas duas corridas da TCR International Series no Autódromo Internacional do Algarve, com resultados expectativa dada a sua curta experiência ao volante deste tipo de viaturas. Mora está inscrito com um SEAT Léon TCR da Target Competition, fazendo equipa com Rafaël Galiana, Andrea Belicchi, Keith Chan, Jordi Oriola e Stefano Comini, o líder do Campeonato de Pilotos e que vai para a prova de Macau discutir o título da TCR International Series com Pepe Oriola e Jordi Gené. O piloto luso revelou também à mesma fonte que não irá ter qualquer oportunidade de testar pela equipa italiana antes da prova do Circuito da Guia. Audi com baixa pesada Entretanto a Audi sofreu uma baixa pesada. Lucas Vanthoor não marcará presença na Taça do Mundo FIA GT, devido às lesões que sofreu no acidente na prova de Misano do Blancpain Sprint Series. O piloto da Audi e quarto classificado na Taça GT Macau o ano transacto protagonizou um violento acidente na corrida italiana há um mês, tendo na altura lhe sido diagnosticado uma fractura numa perna e duas fracturas na anca. O belga esperava poder estar recuperado a tempo de participar na prova do território. Vanthoor foi submetido a exames pelos médicos da Audi na quarta-feira passada, tendo estes lhe negado a participação na corrida. “Os médicos da Audi disseram que se eu tivesse mais um acidente poderia magoar ainda mais a minha anca. Eu estava preparado para arriscar mas não fui autorizado e respeito a decisão”, escreveu Vanthoor na rede social Twitter. A marca de Ingolstadt, que estreia nas ruas de Macau o novo R8 LMS GT3, deverá nomeou o alemão René Rast, ex-vencedor das 24 horas de Spa-Francorchamps e 24 horas de Nurburgring, fazer parelha com Edoardo Mortara e Marchy Lee.
Sérgio Fonseca DesportoArquitecto português voltou a liderar projecto do circuito FIA de Pequim [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] segunda temporada do Campeonato FIA de Fórmula E, o primeiro campeonato mundial para automóveis de motorização eléctrica, arranca no sábado nas ruas da capital chinesa e o traçado citadino localizado nos arredores do Parque Olímpico de Pequim, que relativamente a 2014 não sofreu alterações profundas, voltou novamente a sair da lapiseira do arquitecto português Rodrigo Nunes. “O circuito será praticamente o mesmo, tendo sido removida somente a primeira chicane e alterada a segunda. Também a definição da última curva será materializada de uma outra forma”, explicou o arquitecto português ao HM, referindo ainda que estas alterações, acima de tudo, “são resultado da análise do que se passou na corrida do ano passado e também de um melhor entendimento relativamente ao comportamento destes carros”. O director do gabinete R+S Project aclara que “um ano passou, o carro melhorou, e o que há um ano era uma quase completa incógnita, este ano já é possível tentar adaptar os circuitos à realidade Fórmula E”. Nunes explica também as novidades introduzidas no circuito de 3439 quilómetros e 17 curvas, o mais longo do campeonato: “O termos retirado a primeira chicane surge na tentativa de criar mais uma zona clara de ultrapassagem que será este ano na travagem para a Curva 3. Os pilotos serão obrigados a efectuar uma forte travagem, o que previsivelmente aumentará as hipóteses de ultrapassagem. Redesenhamos também a segunda chicane dado que tivemos alguns problemas com a saída o ano passado. Estava demasiado lenta e não ajudava ao espectáculo”. A corrida do ano transacto, a primeira da história da disciplina, ficou marcada pelo espectacular acidente entre Nicolas Prost e Nick Heidfeld na última curva da volta final. Esta colisão, em que o monolugar do piloto alemão acabou por capotar, obrigou a mexidas no traçado. “Mesmo tendo sido o resultado de um conjunto de “azares”, vamos tentar que uma situação semelhante não aconteça”, clarificou Nunes. A Fórmula E vai ter onze corridas em três continentes, onde se destacam esta temporada a entrada no calendário de corridas no centro de Paris e num circuito permanente, o Autódromo Hermanos Rodriguez, bem no coração da Cidade do México. António Félix da Costa, o único piloto que venceu com a bandeira de Portugal o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, é o representante luso no campeonato e tentará repetir o triunfo do ano passado nas ruas de Buenos Aires. A Língua Portuguesa ainda está representada em pista pelos brasileiros Nelson Piquet Jr, Bruno Senna e Lucas Di Grassi, e ainda pelo português Bruno Correia que conduz o BMW i8 “Safety-Car”. Além da China Na primeira temporada da competição de carros eléctricos, Nunes não foi só responsável directo da construção do circuito de Pequim, tendo também liderado os projectos de Berlim e Moscovo. Em jeito de balanço, o portuense diz que “é muito interessante concluir que em todos foi diferente trabalhar. As culturas e mentalidades de trabalho são completamente distintas e temos de nos adaptar, dado que o nosso objectivo é claro….terminar a construção do circuito a tempo”. O arquitecto também está envolvido no projecto para o circuito de Hong Kong que em Outubro de 2016 será a prova de abertura da terceira temporada. “Finalmente foi encontrada uma solução que aparentemente permite a realização do evento”, explica sem entrar em detalhes.
Sérgio Fonseca DesportoHK | Circuito citadino ainda nos planos para 2016 [dropcap style=’circle’]H[/dropcap]ong Kong ainda não desistiu do seu circuito citadino. Apesar dos sucessivos revés, o território vizinho espera entrar no calendário da terceira temporada do Campeonato FIA de Fórmula E. A antiga colónia inglesa chegou a fazer parte do calendário provisório da primeira temporada da competição destinada a monolugares eléctricos, porém diversas dificuldades em homologar o traçado em redor da Lung Wo Road têm adiado o projecto bandeira da actual direcção da Associação Automóvel de Hong Kong. Isto, numa altura em que as entidades de Hong Kong querem promover o uso de viaturas amigas do ambiente, há quem veja como positiva a realização de um evento desta natureza. Na primeira metade de 2015, o número de veículos eléctricos registados já tinha ultrapassado as duas mil unidades, um número que mesmo assim continua aquém das expectativas. A melhor divulgação Em entrevista à revista Driven, Dr Lawrence Cheung, Director Geral de Peças e Acessórios Automóveis no Conselho de Produtividade de Hong Kong, afirmou que “não há melhor publicidade do que uma corrida de EV (sigla inglesa para veículos eléctricos). Ambos, indústria automóvel e automobilismo, têm seguido a tendência, até a Fórmula 1 utiliza motores híbridos. Embora as pessoas de Hong Kong adorem corridas de automóveis, devido às limitações geográficas, não há uma pista ou um recinto para os que condutores possam acelerar legalmente. Uma prova de Fórmula E seria em certa medida uma compensação”. Apesar dos esforços dos grandes construtores automóveis, como a Audi, Renault ou BMW, os consumidores ainda têm uma percepção errada sobre os EV. “Há muita gente que ainda pensa que um EV é um brinquedo. A realização de uma corrida em Hong Kong irá permitir que as pessoas vejam uma imagem agressiva e a velocidade espectacular dos EV”, concluiu o dirigente. Mesmo contando com o apoio de alguns quadrantes de Hong Kong, o presidente da HKAA, Lawrence Yu, sente-se ainda desapoiado. “Apesar do governo falar muito em promover os EV, nós temos a sensação que é tudo conversa, pois quando a HKAA, como membro da FIA, quis pegar o touro pelos cornos ao tentar organizar uma corrida de Formula E desde 2013 uma das razões em que falhamos, não uma vez, mas duas vezes, foi a falta de apoio do governo e isso supera-nos”, afirmou no editorial da publicação. Contudo, Yu e seus pares não querem deixar cair a ideia. “Nós estamos determinados a ser uma das cidades que acolherá a Fórmula E em 2016 e a HKAA começou a pavimentar o caminho há bastante tempo. Lung Wo Road continua a ser a nossa primeira escolha. Não só pela vista impecável do Victoria Harbour, mas também porque o investimento é comparativamente pequeno e estimado em cerca de 1.5 mil milhões de dólares de Hong Kong, tudo incluído”. O dirigente também disse que apenas os custos de repavimento do traçado seriam cobertos pelo governo, sendo que existe um leque de patrocinadores privados interessados em cobrir o resto das despesas. Para começar a preparar o futuro, a HKAA tem organizado cursos para comissários de pista, a exemplo do que Macau faz anualmente para preparar aqueles que ajudam em pista a tornar o Grande Prémio possível. A associação também tem usado os eventos dos campeonatos de carros de turismo locais, realizados na China Continental, para ganhar experiência. Envolvida nos desportos motorizados desde 1950, a HKAA teve um papel primordial na organização do Grande Prémio de Macau até ao início da década de oitenta do século passado, onde a sua posição perdeu relevância em prol da actual Comissão da prova. A decisão da FIA sobre o calendário da terceira época da Fórmula E só será conhecida no primeiro trimestre de 2016. A segunda temporada da Fórmula E arranca em meados de Outubro em Pequim. O brasileiro Nelson Piquet Jr foi o primeiro campeão da disciplina, aos comandos um dos monolugares do Team China.
Sérgio Fonseca DesportoGP Internacional de Karting chega em Dezembro [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] RAEM voltará a organizar este ano um evento internacional de Karting, o Campeonato CIK-FIA KF Ásia-Pacífico. Esta prova, a que a Associação Geral Automóvel de Macau – China (AAMC) se candidatou no início do Verão do passado e foi aceite pela Comissão Internacional de Karting no final de 2014, estava prevista para ter lugar de 8 a 11 de Outubro, no entanto, será realizada de 10 a 13 de Dezembro. De acordo com a Comissão Internacional de Kart da Federação Internacional de Automobilismo (CIK-FIA), “o organizador, a Associação Geral Automóvel de Macau – China, pediu uma reunião no início do ano com as partes envolvidas, sobre o timing e a (nova) data proposta é provavelmente de maior interesse para pilotos e equipas internacionais, incluindo os europeus”. Sabendo que as categoria KF e KF-Junior não têm números elevados na região e que a categoria KZ não goza de particular sucesso neste ponto do globo, a participação europeia é extremamente importante para o evento do território. Por outro lado, dado que o transporte da Europa demora pelo menos duas semanas, não era possível às principais equipas enviar o seu material a tempo para Macau se esta fosse disputada a 10 de Outubro, pois o Campeonato do Mundo KF e KF-Junior termina a 27 de Setembro em La Conca (Itália). De volta à ribalta Este evento marcará o regresso do à ribalta do karting internacional do Kartódromo de Coloane, aquela que é reconhecidamente uma das melhores infra-estruturas no continente asiático para a prática da modalidade. A AAMC vai novamente apostar forte neste evento e quer atrair uma panóplia forte de concorrentes estrangeiros. A CIK-FIA publicou uma nota no final de Julho na sua página electrónica dizendo que a AAMC vai oferecer aos pilotos internacionais das classes KZ/KF um subsidio em dinheiro no valor de pelo menos 3,000 dólares americanos, cerca de 24,000 patacas por participante. Para além disso, cada concorrente irá ter direito a dois quartos duplos por cinco noites na Pousada Marina Infante. Transporte e desalfandegamento local estão incluídos, e serviço de transporte do Kartódromo de Coloane até ao hotel oficial da prova durante o evento também parte do pacote que terão direito os concorrentes que se deslocarem a Macau.
Sérgio Fonseca DesportoPilotos do WTCC interessados em voltar à Corrida da Guia [dropcap style=’circle’]T[/dropcap]iago Monteiro, Rob Huff, Tom Coronel e Yvan Muller são alguns dos nomes que nos habituamos a ouvir nas notícias no mês de Novembro. Por dez anos consecutivos, o Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC) visitou Macau e alguns destes senhores, todos eles conceituados pilotos de carros de turismo, fizeram parte do quotidiano da semana do Grande Prémio. Contudo, o WTCC despediu-se no final de 2014 do Circuito da Guia e este ano a principal corrida de turismo, cujos regulamentos abrem a porta ao novo conceito de carros de turismo TCR, terá outros intervenientes. A boa notícia é que o WTCC viu-se obrigado a mudar de data da sua última corrida no Qatar, que coincidia com o Grande Prémio do território, permitindo agora aos pilotos do mundial de carros de turismo participarem na “Corrida da Guia de Macau 2.0T – Suncity Grupo”. E o interesse existe. “Mesmo que o WTCC não volte, não quer dizer que eu não venha cá! Tenho de arranjar alguma coisa para vir a Macau. Há muitas corridas por aí…”, disse Tiago Monteiro ao HM no passado mês de Novembro, enquanto acrescentava que esta decisão vai depender da Honda. “Só tenho 38 anos e vencer em Macau é sempre uma esperança”, relembrou o português. Monteiro é piloto oficial da Honda no WTCC e foi a sua equipa, a italiana JAS Motorsport, quem construiu e é responsável pelo desenvolvimento dos Honda Civic do novo campeonato TCR International Series. Ambição de vencer Esta semana, ao saber das alterações do calendário do WTCC, também Rob Huff mostrou interesse em regressar à RAEM. “Sou o piloto de carros de turismo com mais vitórias [no Circuito da Guia] e gostaria de tentar estender esse recorde” disse Huff ao portal TouringCarTimes.com. O vencedor de sete corridas do WTCC no Circuito da Guia lembra que há “obviamente mais oportunidades” de voltar agora em carros de turismo e disse acreditar nesta hipótese para regressar à sua “pista favorita”. O piloto britânico está confiante que terá ofertas para voltar à prova, porém terá ainda que ter a autorização do construtor automóvel russo Lada, com quem tem contrato no WTCC e que não está envolvido no TCR. O regulamento da “Corrida da Guia de Macau 2.0T – Suncity Grupo” ainda não está acessível, no entanto, de acordo com Chong Coc Veng, Coordenador da Subcomissão Desportiva da Comissão do Grande Prémio de Macau, este ano, “a Corrida da Guia será realizada sob os regulamentos de carros 2.0T. Muitas marcas e modelos estarão aptas a competir, incluindo as que participam no TCR”. O responsável acredita que se pode esperar “esperar uma competição acérrima, o que já é habitual na Corrida da Guia”.