Provas de qualificação para o Grande Prémio começaram em Zhuhai

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Circuito Internacional de Zhuhai acolheu o primeiro Festival de Corridas de Macau, um evento organizado pela Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC), que tem, para além de contar para o Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sigla inglesa), tem como finalidade apurar os pilotos para a Taça CTM de Carros de Turismo de Macau do 64º Grande Prémio de Macau do mês de Novembro. Este ano, ao contrário de anos anteriores, as provas de qualificação para o grande evento do mês de Novembro juntam os pilotos de território aos pilotos de Hong Kong e outras paragens.

Neste primeiro evento, os pilotos de Macau dominaram os acontecimentos, vencendo as quatro corridas realizadas no circuito permanente da cidade continental chinesa adjacente à RAEM.

Dias e Souza e limitada

A categoria “AAMC Challenge 1.6 Turbo” assistiu a dois triunfos de pilotos macaenses. Contrariando o favoritismo dos pilotos de Hong Kong, no sábado, Filipe Souza (Chevrolet Cruze) partiu da pole-position para  primeira corrida, tendo ao seu lado Célio Alves Dias (Mini Cooper S), no entanto o campeão de Macau em título viria a abandonar, devido a um furo, abrindo as portas do triunfo a Alves Dias. O piloto macaense viu a bandeira de xadrez com uma margem superior a dois segundos sobre Samson Fung (Peugeot RCZ), o melhor representante da região vizinha, e Leong Chi Kin (Mini Cooper S).

No domingo, Souza teve a sua vingança, partindo do primeiro posto, tendo por lá ficado durante as 12 voltas, superando o veterano Paul Poon (Peugeot RCZ) e Leong Chi Kin. Souza fez ainda a volta mais rápida.

Jerónimo Badaraco (Chevrolet Cruze) foi 11º classificado na primeira corrida, mas desistiu na segunda. Já Rui Valente penou com problemas mecânicos no primeiro dia, ficando-se pelo modesto 20º lugar. No domingo, o piloto português finalizou no 14º lugar, terminando a segunda corrida do fim-de-semana à frente de Alves Dias, mas ficando com um sabor amargo de boca, porque problemas de travões impediram um resultado quase certo dentro dos dez primeiros.

Vitórias repartidas

A categoria “AAMC Challenge 1950cc ou Acima” juntou mais de cinco dezenas de viaturas. Também aqui os pilotos da RAEM se superiorizaram à concorrência. Arrancando das duas primeiras posições, Leong Ian Veng (Mitsubishi Evo9) e Billy Lo (Mitsubishi Evo7) passearam na frente da corrida sem oposição. Ng Kin Veng (Mitsubishi Evo9) completou um pódio preenchido só por pilotos do território. Aproveitando o facto de Leong Ian Veng não ter completado uma só volta, a segunda corrida foi ganha por Lo, seguido por Simon Yan  (Mitsubishi Evo9) e Ng Kin Veng. O oitavo posto conquistado por Luciano Castilho Lameiras (Mitsubishi Evo9) foi o melhor resultado dos pilotos de matriz portuguesa, ele que na corrida de sábado tinha desistido com um problema na bomba que puxa a gasolina. O estreante Delfim Mendonça Choi (Mitsubishi Evo7) somou ao 16º lugar da corrida de sábado um interessante nono lugar no domingo. Hélder Assunção (Mitsubishi Evo9) levou para casa um 19º lugar como melhor resultado do fim-de-semana.

O segundo e decisivo Festival de Corridas de Macau está agendado para 23 a 25 de Junho, novamente no Circuito internacional de Zhuhai.

29 Mai 2017

Automobilismo | Theodore Racing mantém parceria com a Prema

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Theodore Racing, a equipa criada pelo empresário de Macau Teddy Yip nos anos de 1970 e que chegou mesmo a chegar à Fórmula 1, voltará este ano a estar representada nos principais circuitos mundiais.

Sem ambições de chegar à Fórmula 1, por agora, Teddy Yip Jr, que em 2013 ressuscitou a nome da equipa fundada pelo seu pai, manterá este ano a parceria que tem com a equipa italiana e ex-vencedora do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, a Prema PowerTeam. “Desde que começamos no 60º Grande Prémio de Macau com a parceria entre a Theodore e a Prema, esta continuou de força em força”, explicou Yip JR ao HM.

“O ano passado a parceria cresceu de forma a incluir a temporada do Campeonato da Europa FIA de Fórmula 3, assim como a GP2 (agora chamada Fórmula 2) e os campeonatos ADAC (Alemanha) e italianos de Fórmula 4”. Este ano o programa da equipa italiana concentra-se nos mesmos campeonatos e o nome da Theodore Racing aparecerá associado a pilotos tão conhecidos como Mick Schumacher, filho de Michael Schumacher, ou Guanyu Zhou, o piloto chinês protegido da Scuderia Ferrari, na Fórmula 3, ou então o brasileiro Enzo Fittipaldi, neto de Emerson Fittipaldi, na Fórmula 4.

“Foi na base do projecto do ano passado que construímos o projecto deste ano. Esperamos continuar o nosso sucesso em conjunto por muito tempo no futuro”, elucida o empresário do território que persuadiu a BBIN, um fornecedor de software para iGaming, a apostar neste projecto, após um primeiro investimento no Grande Prémio de Macau de 2016.

Expansão asiática

Por agora o sobrinho de Stanley Ho não tem um plano definido para uma presença mais forte na Ásia, com a excepção da participação habitual no Grande Prémio de Macau. Contudo, Yip Jr tem seguido de perto a evolução do desporto no continente e não fecha as portas a uma possível presença a curto ou médio prazo.

“A expansão à Ásia é certamente um objectivo para a Theodore. Com as suas raízes firmemente plantadas em Macau, apenas faz sentido para a Theodore um regresso à Ásia com um programa a tempo-inteiro”, diz, sem no entanto esclarecer que a grande dúvida “é saber em que campeonato e quando”. As competições mais profissionalizadas do Japão são obviamente uma atracção, mas Yip Jr está atento a todas as oportunidades: “Eu disse anteriormente quanto gostaria de participar no campeonato japonês Super Fórmula, mas não é só isso. Vejo boas oportunidades nas corridas de GT, assim como nas categorias de monolugares na Ásia, como por exemplo a Fórmula 4”.

Em Macau é para vencer

Apesar da Prema PowerTeam não ter ainda definido em que moldes irá participar em Novembro no Grande Prémio de Macau, é certo e seguro que a formação transalpina se irá deslocar à RAEM com os seus Dallara-Mercedes, pintados com as cores da Theodore Racing e os melhores pilotos disponíveis. E o objectivo será novamente vencer, um prazer que o português António Félix da Costa roubou à equipa favorita o ano passado.

“Como sempre, nós esperamos atingir o primeiro lugar do pódio”, afirma sem receio Yip Jr. “Trabalhamos para sermos a equipa melhor preparada no terreno, o que com um pouco de sorte irá trazer-nos resultados. Porém, como sabem, nas corridas não há garantias.  Sendo o Circuito da Guia o que é, o que eu posso garantir é que os fãs terão um fim-de-semana de corridas excitante…”

5 Mai 2017

Automobilismo | Filipe Souza obtém segundo lugar na TCR Asia Series

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]ilipe Clemente Souza regressou no fim-de-semana ao campeonato TCR Asia Series e obteve um espectacular segundo lugar na segunda corrida do fim-de-semana. Aproveitando a passagem do campeonato pelo Circuito Internacional de Zhuhai, Souza juntou-se à Son Veng Racing Team e alinhou à partida com um Volkswagen Golf GTi da equipa do território, preparando assim o que irá ser a sua temporada de 2017, cujos planos finais ainda estão por divulgar, mas que giram na órbita deste tipo de viaturas de turismo. Apesar de ter testado um Audi R8 LMS Cup do troféu monomarca asiático no defeso, Souza deverá continuar a competir nas provas de carros de turismo esta temporada, tanto além fronteiras, como no Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS).

Na primeira corrida do TCR Asia Series no traçado de Zhuhai, o piloto inscrito pela Macau David Racing Team partiu do 7º posto da grelha de partida e terminou na mesma posição. Numa corrida disputada ainda com a pista seca, venceu o Audi RS 3 LMS pilotado pelo jovem Jasper Thong de Hong Kong e da equipa Phoenix Racing Asia, cujo o engenheiro de pista é o macaense Duarte Alves. Na segunda contenda,  Souza partiu no segundo lugar da grelha de partida, mas um arranque pouco inspirado atirou-o para o oitavo lugar ainda na primeira curva. Com a pista molhada e catorze voltas para cumprir, Souza fez uma recuperação notável, chegando até ao segundo posto. O bi-campeão do “AAMC Challenge” ainda se aproximou nas derradeiras voltas do líder e vencedor da corrida, o tailandês Tin Sritrai, em Honda Civic, mas uma ligeira saída de pista na penúltima volta quase deitava tudo a perder.

“Que corrida…foi uma daquelas corridas memoráveis. Obrigado à Son Veng Racing Team pelo serviço e à Macau David Group e Sniper Capital por terem tornado isto possível”, disse no final da corrida um visivelmente satisfeito Souza. A próxima prova do TCR Asia Series volta a ser realizada em Zhuhai, no mês de Maio, mas Souza ainda não sabe se participa, pois é algo que “depende do orçamento disponível”.

Em pista, também a representar a RAEM, esteve também Liu Lic Kai, que neste evento contou com a ajuda do piloto de Macau Rodolfo Ávila para encontrar as melhores afinações da sua viatura, após as dificuldades encontradas na primeira prova do campeonato realizada no mês passado na Malásia. Aos comandos de um SEAT Leon TCR preparado pela equipa Elegant Racing, Liu foi 8º classificado na primeira corrida, após ter arrancado do 10º lugar entre catorze participantes. Na segunda corrida Liu desistiu com problemas de falta de pressão de gasolina no carro espanhol logo na segunda volta.

Vitórias na F4

Filipe Souza não foi o único piloto de Macau a subir ao pódio em Zhuhai este fim-de-semana. Leong Hon Chio venceu duas das três corridas da jornada de abertura do Campeonato da China de Fórmula 4. O piloto de 15 anos da RAEM, que lidera o Campeonato Asiático de Fórmula Renault 2.0, diz que “ainda não sabe” se fará esta temporada mais provas desta categoria de monolugares apoiada pelo gigante da indústria automóvel chinesa Geely, porque “a corrida de Fórmula 4 em Xangai coincide com uma prova do asiático de Fórmula Renault”.

26 Abr 2017

Álvaro Mourato abdica do Campeonato de Carros de Turismo de Macau

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] novo regulamento da classe “AAMC Challenge” (1,600cc Turbo) do Campeonato de Carros de Turismo de Macau (ou MTCS na sua sigla inglesa) fez a sua primeira vítima. Álvaro Mourato, um dos históricos das corridas de carros de turismo do território, não irá participar no campeonato organizado pela Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) esta temporada.

“Este ano não vou competir nas corridas organizadas pelo AAMC”, disse Mourato ao HM, que tem já outros planos. “Em Junho, vou fazer a corrida de resistência de seis horas no circuito citadino de Bangsaen, na Tailândia”, remata.

Os elevados custos que obrigariam a adaptação do seu carro para uma participação condigna no MTCS dissuadiram Mourato de repetir a experiência, optando o piloto da RAEM, que no passado recente foi presença assídua no Campeonato da Malásia de Carros de Turismo com a equipa semi-oficial do construtor automóvel malaio Proton, por alinhar em corridas noutras paragens do Sudeste Asiático.

“Este novo regulamento fez-me optar por não correr no MTCS. Com este novo regulamento, com os patrocínios que tenho, não dá para fazer muito. Como este ano não recebo o subsidio, então decidi participar noutras corridas, mais baratas e com melhor qualidade”, explicou o vencedor da Corrida Troféu Hotel Fortuna/Interport Hong Kong-Macau do 57º Grande Prémio de Macau.

Outras participações

Além da prova rainha do Troféu Toyota Vios, onde poderá vir a fazer equipa com mais dois conhecidos pilotos do território, Mourato deverá tomar parte de outros eventos do troféu monomarca tailandês durante o ano, “porque o mais importante é participar em corridas com qualidade, mais justas, que tenham televisão em directo e muito público no circuito. Infelizmente, no MTCS não temos transmissão televisiva das corridas, nem há público a assistir às nossas corridas”.

Mourato também não tem por agora planos para participar no Grande Prémio de Macau no mês de Novembro. “Eu corro por gosto. Não gosto de correr pelo subsídio”, afirma categoricamente. “Já venci corridas no Grande Prémio de Macau e no MTCS. Já não é nada mau para a minha carreira enquanto piloto, há quem nem sequer consiga andar nos lugares da frente uma vida inteira”.

Quanto ao Peugeot RCZ que Mourato conduziu nas últimas temporadas, este continuará na posse do piloto por enquanto, pois vender uma viatura com estas características técnicas não é algo fácil, “pois no mundo inteiro só existem 40 ou 50 maluquinhos que estão dispostos a participar num campeonato com este regulamento”.

Entretanto, o primeiro Festival de Corridas de Macau está marcado para o fim-de-semana de 26 a 28 de Maio, enquanto o segundo encontro acontecerá de 23 a 25 de Junho. Ambos os eventos serão realizados no Circuito Internacional de Zhuhai e as inscrições encerram esta sexta-feira, dia 21 de Abril.

21 Abr 2017

Automobilismo | Grande Prémio da China deverá prolongar contrato de F1

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] categórica vitória de Lewis Hamilton no Grande Prémio da China atirou para segundo plano aquela que talvez tenha sido a melhor notícia do fim-de-semana do evento, a mais que provável continuidade da prova. O Grande Prémio da China expirou o seu contrato, mas existem fortes indicações que dão conta da manutenção da corrida de Xangai no calendário nos próximos anos.

“Nós não falamos de detalhes ainda, o nosso encontro foi mais sobre o desporto em si e como melhor promovê-lo aqui”, disse Jiang Lan, o responsável máximo da Juss Event, a empresa promotora do evento, citado pelo Shanghai Daily.  Jiang mostrou-se optimista para a renovação do contrato, agora que a Fórmula 1 está nas mãos da empresa norte-americana Liberty Media.

Após anos a fio a negociar com Bernie Ecclestone, é com Chase Carey, o novo homem forte da Fórmula 1, que a Juss Event terá que encontrar um entendimento para a tão esperada renovação de contrato.

“A Fórmula 1 tem assistido a uma queda no número de espectadores em todo o mundo. Mas eu achei o Chase, que tem experiência dos media, mais tolerante e mais aberto de espírito.  Ele está disposto a dar mais poder aos organizadores locais da Fórmula 1”, afirmou o responsável chinês.

“Existe um pouco de expectativa se nós iremos continuar a acolher a corrida”, disse ainda Jiang. “Para além de trabalharmos para fazer a Fórmula 1 uma actividade desportiva importante para a cidade, iremos explorar mais aspectos a seguir, incluindo como usar a Fómula 1 para ajudar ao desenvolvimento da indústria automóvel da China e altas tecnologias relacionadas”.

A prova que se disputa no Circuito Internacional de Xangai, cuja construção custou cerca de 2,600 milhões de patacas, decorreu pela primeira vez em 2004, permitindo às equipas, construtores e patrocinadores aceder ao maior mercado potencial do mundo, mas a corrida nem sempre foi um sucesso comercial para os chineses, o que causou algumas dúvidas quanto à sua continuidade para lá do actual acordo. Isto, para além da organização chinesa ser das que mais pagava anualmente para acolher um Grande Prémio. Depois da euforia inicial, o evento caiu em desleixo, perdendo espectadores e protagonismo, algo que a Juss Event tem vindo com sucesso a recuperar nos últimos cinco anos, tornando-o novamente atractivo para os fãs, entusiastas ou meros curiosos.

A China vem a um pouco a contrariar a tendência do que está a acontecer no continente asiático que começou com o abandono dos Grande Prémios da Coreia do Sul e Índia. Ainda há cerca de duas semanas a Malásia confirmou que o seu Grande Prémio deste ano será o último, pois o governo local diz que o evento já não justifica os 540 milhões de patacas de investimento anual. Singapura está também a negociar os termos do seu contrato, sendo que existe pouca vontade da Cidade de Estado em continuar a desembolsar avultadas somas na organização do evento. Contudo, na China, o Grande Prémio de Fórmula 1 faz parte do Programa de Desenvolvimento da Indústria dos Desportos de Xangai 2016 – 2020. De acordo com o documento, o Grande Prémio, a par com o Torneio de Ténis ATP Masters, a Maratona Internacional e a Liga Diamante da Associação Internacional de Federações de Atletismo, “tornou-se num evento muito importante para a cidade”.

Como é tradição, o Grande Prémio de Macau promoveu-se em Xangai, durante o Grande durante a etapa chinesa da categoria máxima, o Instituto do Desporto participou neste evento, através de uma exposição que incluiu o carro do vencedor do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 de 2011, conduzido pelo piloto espanhol Daniel Juncadella. Também presente no local esteve o simulador do Grande Prémio para os visitantes experimentarem a emoção em conduzir no Circuito da Guia. A área de promoção da prova esteve sempre animada, com vários fãs do desporto motorizado visitaram a exposição, tendo a oportunidade de ver pela primeira vez ao vivo um Fórmula 3 e sentir uma emoção aproximada das corridas através do simulador.

Liu estreou-se na Taça Porsche

Liu Lic Ka, uma cara familiar das corridas de carros de turismo do território, estreou-se na Taça Porsche Carrera Ásia, a prova de apoio do programa do Campeonato do Mundo de Fórmula 1. Em Xangai, Liu Lic Ka, que este ano está a participar no TCR Asia Series, e que nunca tinha competido com um Porsche 911 GT3 Cup, foi vigésimo segundo na primeira corrida e décimo oitavo classificado no segundo confronto. Liu tornou-se o terceiro piloto de Macau a correr no troféu monomarca da Porsche no continente asiático, depois de Rodolfo Ávila ter estado presente em 46 eventos entre 2009 e 2016 e Kevin Tse ter alinhado na prova extra-campeonato disputada no Circuito da Guia em 2013.

19 Abr 2017

Ex-F3 de Michael Schumacher exposto no Caramulo

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m dos carros mais célebres que fez história no Grande Prémio de Macau e que faz parte do espólio do Museu do Grande Prémio de Macau poderá ser visto nas próximas semanas em Portugal. O Museu do Caramulo recebeu, na sua exposição de automóveis, o Reynard 903 Volkswagen ex-Michael Schumacher, cedido pela Fundação Casa da Macau. Trata-se de uma viatura com um historial rico, dado o episódio em que foi protagonista no ano de 1990.

O piloto alemão ganhou o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 ao volante deste Reynard 903 Volkswagen, preparado pela Kawai Steel Racing WTS, após uma renhida luta com o seu arqui-rival Mika Häkkinen. Na altura o vencedor da corrida de Fórmula 3 era decidido pelo resultado do somatório das duas mangas. Häkkinen venceu a primeira manga e partiu da pole-position, mas Schumacher rapidamente subiu à primeira posição. Os dois seguiram nesta ordem, rodando sempre muito próximos, até que na 30ª e derradeira volta da corrida, Schumacher fez um erro e Häkkinen tentou ultrapassar o rival germânico. Vendo que ia perder a posição, Schumacher mudou repentinamente de trajectória para defender a sua posição e o finlandês embateu com violência na traseira do Reynard. Häkkinen, a quem o segundo lugar na corrida tinha dado o triunfo na prova, desistiu ali. Com a asa traseira do Reynard muito danificada, Schumacher conseguiu mesmo assim terminar a corrida e sagrou-se vencedor da prova num dos mais marcantes percursos do Grande Prémio.  Curiosamente, o bi-campeão do mundo de Fórmula 1, Häkkinen, ainda hoje reconhece que o erro daquele acidente foi acima de tudo dele e não uma manobra mal intencionada do alemão.

Para a história

Por ter marcado um período importante da história do automobilismo, o Reynard 903 é considerado um dos mais conhecidos modelos da Fórmula 3 e estará em exposição, no Museu do Caramulo, durante os próximos meses. Com mais de 60 anos de existência e visitado por mais de um milhão e meio de pessoas, o Museu do Caramulo alberga no seu espólio uma colecção de arte, uma colecção de automóveis, motos e bicicletas e uma colecção de brinquedos antigos. O museu fundado pela família Lacerda no início da segunda metade do século passado produz ainda, de forma regular, exposições temáticas e temporárias, e organiza vários eventos.

7 Abr 2017

Taça do Mundo de GT deve voltar este ano

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Federação Internacional do Automóvel (FIA) ainda não confirmou o regresso da Taça do Mundo FIA de GT ao Circuito da Guia este ano, mas Stéphane Ratel, o presidente da SRO Motorsports Group e figura proeminente das corridas de GT a nível mundial, está confiante que a prova irá ficar na RAEM pelo terceiro ano consecutivo.

Apesar dos insistentes rumores que davam conta da possibilidade do moderno circuito francês de Paul Ricard poderia substituir Macau, Ratel, cuja organização ajudou a Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC) a colocar de pé este evento nos dois últimos anos, continua a afirmar que Macau é a melhor localização para acolher um evento desta natureza e dimensão.

“Penso que Macau é o melhor lugar para o evento”, disse o francês que também organiza as séries Blancpain GT na Europa e Ásia, em entrevista à publicação especializada norte-americana Sportscar365.  “A ideia é fazê-lo (o evento) um pouco mais profissional. Cada ano temos mais pilotos amadores e mais acidentes.”

Mesmo tendo assumidas pretensões em subir a parada, Ratel admite que será difícil colocar de pé um evento apenas com equipas de fábrica e pilotos profissionais, visto que as corridas de GT (Grande Turismo) estão na sua essência direccionadas à competição-cliente. A Taça do Mundo do ano passado reuniu apenas quatro construtores em Macau, menos um que na edição de 2015 e menos três do que a FIA ambicionava quando em 2014 decidiu avançar com esta prova. O empresário francês conhece melhor que ninguém as dificuldades em persuadir os construtores automóveis em participar oficialmente nesta categoria, pois quando ele próprio tentou organizar um Campeonato do Mundo FIA com viaturas de GT iguais às que vemos em Novembro em Macau este acabou por morrer pelo desinteresse dos próprios fabricantes em apoiar a iniciativa. “Nós sabemos que os construtores da categoria GT3 têm dificuldades em gastar dinheiro em eventos que não sejam bem estabelecidos como as 24 horas de Spa-Francorchamps (Bélgica) ou Nürburgring (Alemanha)”, sublinhou.

Para melhor, está bem

Contudo, por agora, “a ideia é modificar algumas das regulamentações desportivas para melhor executar o evento e orientá-lo mais para pilotos profissionais”. A edição do ano passado que terminou ao fim de três voltas e com o vencedor com as quatro rodas apontadas para o céu deixou os quatro construtores presentes bastante insatisfeitos, ao ponto da Porsche ameaçar não regressar caso o evento não reúna as condições mínimas para proclamar o estatuto que tem. Para os construtores automóveis envolvidos na Taça do Mundo FIA de GT, que fazem um investimento avultado para estarem presentes oficialmente no Grande Prémio de Macau, o evento tem pecado pela falta de tempo no programa, que este ano terá novamente a Taça do Mundo de Fórmula 3 e mundial de carros de turismo (WTCC),  e as pelas interrupções sucessivas causadas por acidentes com pilotos amadores. Isto, apesar do ano passado o maior perturbador ter sido o próprio vencedor da prova, o belga Laurens Vanthoor.

31 Mar 2017

Jovem de Macau brilha no asiático de Fórmula Renault

[dropcap style≠’circle’]Q[/dropcap]uando há doze meses tentou realizar a sua primeira corrida de fórmulas, Leong Hon Chio, ou Charles Leong, foi barrado a participar. Na altura os seus catorze anos e a sua longa experiência de karting não eram suficientes para ser autorizado a correr no Campeonato da China de Fórmula 4. Doze meses passaram, e agora com 15 anos completos, o jovem piloto da RAEM venceu a sua primeira corrida de monolugares. Aliás, Leong fez uma “dobradinha” na prova de abertura do Campeonato Asiático de Fórmula Renault que se disputou no fim-de-semana transacto no Circuito Internacional de Zhuhai, precisamente o mesmo palco onde tinha sido impedido de realizar a sua estreia nas corridas de fórmulas, um feito ao alcance de muito poucos.

“Foi um fim-de-semana perfeito para mim. A minha equipa deu-me um bom carro e tudo correu bem”, expressou o humilde representante da RAEM. Para além de ter vencido as duas corridas, Leong fez ainda a pole-position e bateu o recorde da volta mais rápida de Fórmula Renault 2.0 ao circuito da cidade chinesa adjacente a Macau, ao rodar em 1m33.9s.

“Esta foi a minha primeira participação no asiático de Fórmula Renault. Comparando com as minhas anteriores corridas de karting e outros fórmulas, o Fórmula Renault é mais rápido, logo a pressão é maior  e o desafio também”, disse à comunicação social o piloto do território que corre por uma equipa de Hong Kong.

Leong vai completar a temporada asiática de Fórmula Renault 2.0, campeonato que tem até ao final do ano provas na Malásia, Tailândia, Xangai e Zhejiang, esperando que os bons resultados a alcançar este ano e um apoio do Governo de Macau lhe abra portas para uma oportunidade nos maiores palcos do automobilismo mundial.

“Este ano estou a lançar as bases para o futuro, pois o meu objectivo é participar na Eurocup Fórmula Renault no próximo ano”, afirma com arrojo aquele que é unanimemente apontado como o melhor da última geração de pilotos de Macau.

Entretanto em Zhaoqing

Em Cantão, no primeiro fim-de-semana “GIC Challenge” da temporada, Rui Valente venceu à classe as duas corridas de “Sprint”, ambas de 15 voltas, e ficou em segundo da geral na prova de resistência de uma hora, em que fez dupla com Sérgio Lacerda. No Circuito Internacional de Guangdong, o piloto português radicado no território utilizou o Honda Integra DC5 e não o MINI Cooper S que irá conduzir nas provas de apuramento para o Grande Prémio de Macau no Verão.

22 Mar 2017

Automobilismo | Circuito permanente em Hong Kong é bem visto por cá

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]pesar de várias tentativas frustradas do passado, Hong Kong continua a sonhar em ter o seu próprio circuito de automobilismo. A organização com sucesso de uma corrida citadina do Campeonato FIA de Fórmula E, para carros eléctricos, no passado mês de Outubro, e a recente possibilidade de nascer um complexo para os desportos motorizados no Kai Tak Sports Park, atirou novamente este tema para a praça, ao ponto desta matéria ter sido levada ao Conselho Legislativo de Hong Kong. Em Macau, este projecto, a concretizar-se, será muito bem-vindo.

Com seis anos de experiência no planeamento do Grande Prémio de Singapura, o australiano Simon Gardini é um dos dois designers responsáveis por avaliar a zona do antigo Aeroporto Internacional de Kai Tak onde poderá nascer o circuito.

Na conferência de imprensa organizada pela Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA), Gardini explicou que “dado os constrangimentos da zona em termos de desenvolvimento, nós não estamos a falar sobre um circuito Fórmula 1. Estamos a falar de corridas citadinas, e poderá ser algo para FIA Grau 2, o que nos permite ter tudo menos Fórmula 1, como corridas de GT, super carros, turismos, etc”.

O desenho da pista ainda está numa fase embrionária, mas poderá ter 2.4 quilómetros de perímetro, sendo que terá que ser construída segundo as exigentes normas da FIA e integrada nos outros complexos desportivos já projectados para o recinto.

Lawrence Yu Kam-kee, o actual presidente da HKAA, ambiciona que Kai Tak seja o palco do evento anual da Fórmula E, em vez do circuito improvisado no Porto Vitória e desenhado pelo arquitecto português Rodrigo Nunes.

Este tópico foi levado ao Conselho Legislativo de Hong Kong pelo deputado Michael Tien. “De facto, zonas vizinhas como Macau, Japão, Taiwan, Coreia do Sul, Singapura ou Malásia há muito que apostaram nas corridas de automóveis e por vezes têm eventos que atraem milhares de espectadores, para além do benefício económico adicional”, disse o deputado na sua intervenção, relembrando que “Hong Kong organizou o ano passado pela primeira vez uma pequena prova da Fórmula E. Em dois dias tivemos 21,000 espectadores. Foi um bom espectáculo e foi igualmente bom porque 7% dos espectadores eram turistas de fora”.

Tien aproveitou para clarificar que “apesar de eu não ser um entusiasta de automobilismo”, o facto de existir “uma grande parcela de terra, deve ser um bom caso para se estudar”.

Para o também membro do Conselho Distrital de Tsuen Wan, “Hong Kong está absolutamente qualificada para ter uma pista. Para além da pista, a infra-estrutura pode incluir hotel, restaurantes, áreas de recreação, fonte termal e uma série de outro tipo de estruturas”.

Dada a proximidade à Disneyland, o deputado do Novo Partido do Povo salientou as sinergias que poderão ser criadas em termos de turismo e lazer. Isto, porque “para além das corridas de carros, a pista pode ser usada para provas e actividades de ciclismo”.

Benéfico para nós

A construção um circuito permanente de automobilismo na RAEM é algo fora de questão, dada a perceptível falta de espaço para o levantamento de uma infra-estrutura desta natureza.

Desde 1996 que o Circuito Internacional de Zhuhai, a cerca de 45 minutos de distância das Portas do Cerco, é o palco favorito para os pilotos do território exercitarem as suas capacidades ao volante quando o Kartódromo de Coloane não é uma alternativa. Contudo, devido à complicada logística, causada pelas limitações na importação de veículos de competição construídos no estrangeiro, e os elevados custos de transporte, uma outra opção na região será sempre recebida de braços abertos.

Existe uma certa unanimidade quanto às vantagens que poderão trazer aos agentes do território o aparecimento de novo complexo na região vizinha. “A existência de qualquer pista perto de Macau trará sempre vantagens para os pilotos locais. É sempre mais um lugar para treinar, praticar e competir. Sendo localizado fora da China Continental, os trâmites de importação e exportação dos carros e equipamentos serão sempre mais fáceis de resolver”, explicou fonte conhecedora do meio automobilismo do território que pediu anonimato ao HM, realçando que um dos benefícios mais palpáveis está na evolução daqueles que representam Macau nos eventos motorizados: “Podemos comparar a “performance” dos pilotos locais, antes e depois da existência das pistas permanentes vizinhas de Zhuhai e Cantão. Com a existência destas duas pistas, os pilotos locais conseguiram evoluir muito a técnica de condução e afinação dos carros”.

Conhecedor do automobilismo asiático e com uma vasta experiência internacional, Duarte Alves também concorda que um circuito em Hong Kong irá ser muito positivo para os desportos motorizados em Macau, pois “um circuito e infra-estruturas para o desporto motorizado numa região vizinha e de fácil acesso, em especial se for de alto nível, é sempre uma mais valia, não só para os pilotos, como também para as equipas que competem sob a bandeira da RAEM”.

O engenheiro de pista da B-Quick Racing e da Phoenix Asia Racing acredita que um circuito aqui ao lado irá beneficiar os desporto motorizados da RAEM “é mais um circuito para  adicionar ao leque de opções para treinar e competir, podendo assim oferecer uma oportunidade para os pilotos progredirem. O facto de Hong Kong estar tão perto, oferece também mais flexibilidade para os pilotos que tenham uma agenda mais apertada”.

Alves, que é também vice-presidente da Associação dos Jovens Empresários de Macau, relembra que o circuito permanente mais próximo da RAEM é o de Zhuhai, que é base operacional da grande maioria das equipas com licença desportiva de Macau e acolhe as duas provas do Campeonato de Carros de Turismo de Macau, hoje “apresenta falta de investimento e fraca manutenção”.

Já um novo circuito em Hong Kong “poderá prometer melhores infra-estruturas para as equipas de Macau utilizarem como base, não só dando apoio aos pilotos da RAEM, mas também desenvolvendo esta vertente comercial do desporto motorizado”.

Alves alerta também que outras variáveis irão entrar na equação do sucesso deste circuito, pois ”tudo dependerá dos custos de arrendamento das garagens, logística e também de mão de obra. Como qualquer investimento, tudo dependerá se o circuito será financeiramente atractivo para as condições que oferece, comparado a outros circuitos da região. Resumindo, como é típico nesta indústria, as condições financeiras irão ditar se os pilotos e equipas conseguirão tirar máximo proveito”.

16 Mar 2017

Grande Prémio | Taça da Corrida Chinesa também vai mudar

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] quarta edição da Taça da Corrida Chinesa no Grande Prémio de Macau vai muito provavelmente ter um formato diferente daquele visto nas pretéritas edições em que a competição monomarca visitou o Circuito da Guia.

Criada em 2014 pela Shanghai Lisheng Racing Co. Ltd, a Taça da Corrida Chinesa é uma competição constituída por quatro provas em que todos os participantes conduzem viaturas BAIC Senova D70 (um carro que tem como base o Saab 9-5), com a particularidade de cada associação automóvel da Grande China – China continental, Macau, Hong Kong e Taipé Chinês – ter o direito de inscrever três viaturas para três pilotos nomeados por si. As restantes viaturas participantes nas corridas são alugadas a pilotos privados e não pontuam para o campeonato das associações automóveis.

Contudo, a exemplo da Taça de Carros de Turismo de Macau, esta corrida irá sofrer alterações, juntando duas categorias numa só corrida este ano. Segundo o que apurou o HM, a corrida deste ano em Novembro colocará em pista, para além dos vários BAIC Senova D70, também os carros do recém-criado campeonato TCR China. A organização do campeonato TCR China está também a cargo da empresa Shanghai Lisheng Racing Co. Ltd, que pertence ao empresário Xia Qing, o promotor do influente Campeonato Chinês de Carros de Turismo (CTCC), e no final do ano passado anunciou uma corrida do seu campeonato nas ruas do território.

Quanto ao número de carros por categoria, “ainda não está definido, mas gostávamos de ter entre 16 a 18 concorrentes de TCR e mais 16 a 18 concorrentes na Taça da Corrida Chinesa”, disse fonte da organização chinesa contactada pelo HM. Devido ao interesse na prova da RAEM, a selecção dos participantes deverá ser feita por convites, com a prioridade a recair nos pilotos que participem na temporada completa do TCR China, seguida daqueles que tomarem parte no homólogo campeonato TCR Asia Series, com quem o campeonato chinês terá uma parceria e eventos em comuns nesta época de estreia. Por se tratar de uma competição que apela ao patriotismo chinês, no que respeita à nacionalidade dos pilotos, a mesma fonte esclareceu que “com os TCR não haverá limitações quanto à nacionalidade, mas a Taça da Corrida Chinesa, como nos anos anteriores, só será permitida a participação de pilotos chineses”.

O HM acredita que estas alterações, e possivelmente o nome da corrida no programa do evento, só serão oficializadas mais tarde no ano, depois do aval da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau.

A pontuar

Os carros da categoria TCR foram vistos nos dois últimos anos no Circuito da Guia, dando forma à Corrida da Guia. Todavia, em 2017, a Corrida da Guia, a mais importante corrida de carros de turismo do continente asiático, voltará a receber um evento pontuável para o Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC), campeonato que também aceitará carros da categoria TCR numa segunda categoria. Ao contrário das corridas do WTCC, cujo número de carros na grelha de partida tem diminuído, a categoria TCR está em pleno crescimento, tendo nos últimos meses atraídos grandes construtores como a Audi, KIA e Hyundai. Os carros do CTCC, que o ano passado se estrearam no Circuito da Guia, não deverão ser aceites na Taça da Corrida Chinesa.

9 Mar 2017

Valente surpresa

Piloto português de Macau volta a apostar no MTCS e GIC Challenge

[dropcap]A[/dropcap] Associação Geral Automóvel  Macau-China (AAMC) já publicou o regulamento técnico que regerá o Campeonato de Macau de Carros de Turismo (MTCS, na sigla inglesa) que em 2017 terá duas categorias fundidas numa só. Pela primeira vez os concorrentes a categoria “AAMC Challenge” (para viaturas com motorizações até 1,600cc Turbo) e “AAMC Road Sport” vão dividir a pistas nas mesmas corridas, tanto nas provas de apuramento em Zhuhai, como no fim-de-semana do 64º Grande Prémio de Macau. Para além do formato, o regulamento técnico para as viaturas até 1,600cc Turbo, também sofreu alterações significativas, com destaque para o fim do restritores que limitavam a potência dos MINI, Peugeot, Chevrolet e Ford que pululam esta categoria, e pela ausência de peso mínimo para as viaturas participantes.

O experiente piloto português de Macau Rui Valente, que foi um dos pilotos que sempre apostou nesta classe desde o início, recebeu com surpresa o novo regulamento.

“É a primeira vez que vejo no automobilismo um regulamento técnico em que não há peso mínimo”, disse Valente ao HM. “Se conseguíssemos ter um 1,600cc Turbo com 300 Kg seria o cenário ideal. Mas isso é impossível. Nos carros actuais, vamos ter que tirar 200 ou 300 Kg, pois mais do que isso já começa a ser perigoso”.

Valente, que se notabilizou no automobilismo do território por diversas participações na Corrida da Guia na época dourada dos Super Turismo, vai levar o seu MINI Cooper S a uma “cura de emagrecimento” do outro lado da fronteira. “O meu MINI pesa cerca de 900kg e 50kg são de lastro que será fácil de retirar. Depois vamos trocar o capot, trocar os vidros para plástico, a pintura terá que ser a mínima possível, etc. Se chegarmos aos 700 e tal Kg já ficaria satisfeito”.

Rui Valente, que se notabilizou no automobilismo do território por diversas participações na Corrida da Guia na época dourada dos Super Turismo, vai levar o seu MINI Cooper S a uma “cura de emagrecimento” do outro lado da fronteira

Basicamente, com os novos regulamentos introduzidos pela AAMC, qualquer carro do Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC), poderá alinhar no MTCS. Felizmente para a saúde e equilíbrio do campeonato, o preço de um carro do WTCC da última geração, aquela que foi concebida a pensar para motorizações 1,600cc Turbo, é absurdo para a realidade do território. Como Valente não tem 700,000 patacas para gastar num carro do WTCC sem motor, que terá que ser alugado à parte, a aposta recaí também em melhorar a sua viatura a nível de motor. “Vou tentar arranjar um motor melhor, talvez no estrangeiro, mas veremos se consigo reunir verba para cobrir todos estes custos”, explicou o piloto.

Preparar Macau

Este ano, para além dos concorrentes da classe 1,600cc Turbo se terem que qualificar nas habituais corridas de Zhuhai no Verão, os pilotos do território já terão que se qualificar junto com os rivais de Hong Kong e outras paragens que irão enfrentar nas ruas do território em Novembro. Os 25 melhores serão apurados para o Grande Prémio, mas só 17 serão apurados para a finalíssima de sábado da Taça de Carros de Turismo de Macau.

“Vou fazer o carro para que esteja competitivo nas corridas de Zhuhai. Se vir que é possível entrar nesse lote dos 17, então irei participar na corrida. Se vir que não tenho carro para competir pelos primeiros lugares vou ter que avaliar outras possibilidades dentro do Grande Prémio”, explicou o piloto da On Wheels Motorsports que o ano passado terminou a sua corrida do Grande Prémio de Macau na 15ª posição, após sofrer uma quebra brusca de potência na última volta, o que lhe custou três posições.

Enquanto o MINI vai sendo preparado, Valente vai voltar a tirar da garagem o saudoso Honda Integra DC5, viatura que utilizará nas cinco rondas do troféu de resistência “GIC Challenge” que se disputa de Março a Setembro no Circuito Internacional de Guangdong, na cidade continental de Zhaoqing. Sérgio Lacerda poderá ser o companheiro de equipa de Valente nesta competição organizada pela Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA) e que conta também com a participação de vários pilotos da RAEM.

24 Fev 2017

Mudanças no Campeonato de Carros de Turismo não agradam a pilotos locais

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] notícia de que o Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sigla inglesa) irá sofrer esta temporada uma importante alteração na sua estrutura de classes foi recebida com bastante apreensão entre os intervenientes, neste caso, os pilotos de carros de turismo do território. Antes das férias do Novo Ano Lunar, a Associação Geral Automóvel  Macau-China (AAMC) anunciou que a corrida da Taça de Carros de Turismo de Macau do 64º Grande Prémio de Macau vai ser composta por dois tipos de viaturas: 1,600cc Turbo e 1,950cc ou superior. Esta decisão terá igualmente reflexos no campeonato local, pois em vez de existirem duas classes, com duas corridas separadas, em 2017 teremos duas classes mas uma só corrida.

“Não é uma boa notícia para nós”, afirma Filipe Clemente Souza, o bi-campeão da categoria “AAMC Challenge” (1,600cc Turbo) do MTCS, porque “em comparação com os carros da categoria Road Sport, os nossos carros são muito diferentes”.

A diferença a que o experiente Souza se refere está na performance dos carros, fruto de dois regulamentos técnicos concebidos para campeonatos com filosofias bastante díspares. No circuito de Zhuhai, a diferença em pista entre os carros 1,600cc Turbo e os carros da Road Sport chegaram, nas corridas disputadas no ano transacto, a ser de nove segundos por volta.

Outros contras

O piloto macaense Álvaro Mourato levanta também outra questão: a menor visibilidade que vão ter os pilotos da classe 1,600cc Turbo a partir de agora.

“O comum telespectador não percebe. Só sabe quem acabou em primeiro na televisão. Mesmo que venças a classe 1,600cc Turbo, o mais certo é que nem sequer sejas apanhado na TV. Assim, as pessoas não saberão sequer quem venceu a categoria”, explicou ao HM o piloto macaense. Ao mesmo tempo, Mourato realça o potencial perigo de estarem em pista dois tipo de viaturas com andamentos tão díspares. “Isto de ter duas classes numa só categoria poderá ser um grande perigo. Os carros da Road Sport têm mais 500 cavalos de potência e nós nos 1,600cc Turbo, mesmo se o regulamento for alterado, temos apenas 300 e poucos cavalos de potência”, afirma o ex-vencedor da corrida Troféu Hotel Fortuna, lembrando que será “o grande perigo nas curvas de alta velocidades”.

O HM contactou vários pilotos, mas nem todos quiseram prestar declarações nesta altura. Há quem opte pela publicação dos regulamentos técnicos da classe por parte da AAMC antes de se pronunciar publicamente sobre o assunto. É esperado que o futuro regulamento da classe 1,600cc Turbo, a apresentar em breve pela AAMC, traga um incremento de performance para os carros elegíveis na categoria, mas, mesmo após as alterações nas viaturas, é do senso comum que dificilmente estas possam chegar ao andamento em pista dos actuais carros da classe Road Sport.

15 Fev 2017

Taça de Carros de Turismo de Macau vai sofrer alterações

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]ntes das férias do Novo Ano Lunar, a Associação Geral Automóvel  Macau-China (AAMC) anunciou que a corrida da Taça de Carros de Turismo de Macau, que nas últimas duas décadas tem sido conhecida por “Taça CTM”, do 64º Grande Prémio de Macau, vai ser composta por dois tipos de viaturas ou duas classes: 1,600cc Turbo e 1,950cc ou superior. Noutras palavras, as duas classes que compunham o Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS na sigla inglesa) – a “AAMC Challenge” (1,600cc Turbo) e a “AAMC Macau Road Sport” (1,950cc ou superior) – e que tinham corridas separadas até aqui, vão fundir-se numa só corrida este ano. Divididos em duas classes, os dois tipos de viaturas que formam o MTCS correrão juntos, tanto nas corridas de apuramento, na China continental, como no Grande Prémio, em Novembro.

A Taça de Carros de Turismo de Macau, uma das mais importantes, se não mesmo a mais importante corrida do automobilismo local, será igualmente também disputada em moldes diferentes no 64º Grande Prémio de Macau. Ambas as classes vão estar separadas no treino-livre de quinta-feira de 30 minutos e no treino de qualificação de sexta-feira. Os dezoito melhores pilotos de cada classe na sessão de qualificação serão então apurados para a grande corrida a disputar no sábado, onde ambas as classes se juntam como nas provas de apuramento. Contudo, no final da corrida, haverá uma cerimónia de pódio, separada, uma para cada uma das classes. Os trinta e seis apurados para a corrida de sábado ficarão isentos do pagamento da taxa de inscrição.

Para todos

Como o HM já havia noticiado, a AAMC voltará a organizar dois fins-de-semana de corridas no Circuito Internacional de Zhuhai, que, como habitualmente, servirão de apuramento para os pilotos de carros de turismo locais para o grande evento do mês de Novembro. Contudo, este ano há uma novidade, pois também os pilotos estrangeiros terão de se qualificar pela mesma via. A comunicação da AAMC, escrita também em língua portuguesa, diz que, a partir de agora, os “…pilotos interessados em participar na corrida da Taça de Carros de Turismo de Macau (…) independentemente da sua nacionalidade, têm que participar nas provas de uma das classes do Festival de Corridas de Macau…”.

Após o somatório dos dois eventos, que totalizam quatro corridas, “os 25 pilotos melhores classificados serão seleccionados para participarem” e caso haja uma desistência de um piloto qualificado “esta vaga será substituída pelo piloto que tiver a melhor classificação seguinte”.

O primeiro Festival de Corridas de Macau está marcado para de 26 a 28 de Maio, enquanto o segundo encontro acontecerá de 23 a 25 de Junho. As inscrições abrem a 3 de Abril e encerram no dia 21.  É esperado para breve um novo anúncio da AAMC, agora com o regulamento técnico de ambas as classes, sendo que a palavra que corre nos bastidores do automobilismo local é que a classe 1,600cc Turbo vai sofrer alterações.

8 Fev 2017

Taça do Mundo de GT em Macau não gera consensos

[dropcap style≠’circle’]Q[/dropcap]uando o Eurosport Events e então Comissão do Grande Prémio de Macau não renovaram o contrato para o regresso em 2015 do Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC) ao Circuito da Guia, a Taça do Mundo de GT da FIA foi apresentada com pompa e circunstância como “cabeça de cartaz” do evento. Todavia, depois de duas edições, ambas disputadas em Macau, a prova, que ainda não consta do calendário internacional da Federação Internacional do Automóvel (FIA), está sob fogo cruzado.

No seguimento do aumento do envolvimento dos grandes construtores automóveis na categoria GT3, a FIA achou por bem criar um troféu para colocar as marcas frente-a-frente numa categoria inicialmente concebida para pilotos e equipas privadas. Quando Baku, a capital do Azerbaijão, optou por acolher o Grande Prémio da Europa de Fórmula 1, em vez desta Taça do Mundo, a FIA encontrou em Macau o palco ideal para a sua realização. “O objectivo da Taça GT Mundial da FIA é trazer os carros de GT melhores e mais rápidos, bem como acolher equipas e pilotos para correrem num local com prestígio. Quando a FIA considerou pensar num circuito para realizar o primeiro evento mundial, pretendíamos atrair o melhor, tinha que ser apelativo para os fabricantes e para os pilotos, e poder oferecer algo especial”, proferiu Christian Schacht, Presidente da Comissão de GT da FIA, no dia da apresentação da taça.

Contudo, após duas edições, a localização da prova está a ser posta em questão pelos intervenientes. Para se perceber porquê é preciso recuar até Novembro de 2016. A corrida de 18 voltas teve apenas quatro e terminou com o carro vencedor virado ao contrário e o público a assobiar a decisão de dar por finalizada a corrida com apenas quatro voltas cumpridas. Um acidente logo na volta inicial, que danificou as barreiras de protecção na Curva dos Pescadores, obrigou à amostragem da bandeira vermelha. No recomeço, e como a reparação necessária foi longa, apenas 15 minutos extra foram atribuídos à corrida. Earl Bamber, em Porsche, colou-se ao então primeiro classificado Laurens Vanthoor e passou-o. Na vã esperança de recuperar o lugar, o piloto belga exagerou na Curva do Mandarim. O piloto da Audi passou por cima do corrector interno, perdeu o controlo do carro, bateu nas barreiras de protecção do lado oposto e o Audi R8 levantou voo, terminando de rodas no ar. Apesar do aparatoso acidente, intensamente partilhado nas redes sociais, Vanthoor não se aleijou, saiu pelo próprio pé e ainda celebrou o triunfo.

O resultado não foi de todo do agrado das marcas rivais, tendo a Porsche e a Mercedes-Benz mostrado o seu desagrado pela decisão da direcção de prova, ameaçado até não regressar e levar a prova a discussão no próximo Conselho Mundial da FIA.

Infelizmente, até ao fecho desta edição, e mesmo após várias insistências do HM, não foi possível obter um comentário sobre o assunto da federação internacional.

Em 2016 construtor de Weissach foi o primeiro a assumir a participação oficial na prova. Este ano, a Porsche, a principal derrotada em 2016, ainda não confirmou se regressará ao Circuito da Guia. Primeiro, porque a equipa oficial do construtor de Weissach está de volta ao Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC), cuja prova do Bahrein coincide mais uma vez na data com o Grande Prémio de Macau. Segundo, a Porsche, que apostou forte em 2016, não gostou do final desse fim-de-semana.

Para Frank-Steffen Walliser, o responsável máximo da Porsche Motorsport, se a prova recebeu o título de Taça do Mundo da FIA, então “deve ser claro que é o acto principal e que há tempo suficiente para fazer o que é necessário. E ficar sem tempo numa Taça do Mundo FIA não é apropriado”, disse o responsável germânico. Questionada pelo HM, sobre se tem planos para voltar à RAEM em 2017 ou a comentar o que pensa da própria corrida, a Porsche Motorsport ficou-se por um lacónico “não comento”.

Audi Alinha

A Audi foi das primeiras marcas a apostar na renovada prova de GT da RAEM, até mesmo antes desta ter o estatuto mundial que hoje tem. O sul da China continua a ser um mercado importantíssimo e não foi por acaso que 500 convidados estiveram presentes numa cerimónia realizada pela Audi no hotel JW Marriott durante o evento. “O Grande Prémio de Macau marca uma das datas mais importantes no nosso calendário e é um importante palco de testes para a nossa tecnologia de ponta”, disse o director da Audi Hong Kong, Rene Koneberg, na abertura desta mesma cerimónia. Portanto não é com surpresa que o construtor de Ingolstadt defenda o regresso às ruas do território da prova.

“Para um evento excepcional como a Taça do Mundo FIA de GT, precisas também de uma pista especial. Não há dúvida de que o circuito de Macau tem essa condição. É uma pista com o seu próprio ADN, como o Nürburgring Nordschleife na Alemanha ou Bathurst na Austrália”, afirmou ao HM, Chris Reinke, director da competição-cliente da Audi Sport. Contudo, o dirigente alemão realça que “a forma como a corrida se desenrolou em 2016 esteve longe de ser perfeita. Mas eu penso que devemos olhar para os procedimentos de corrida em primeiro lugar, em vez de questionar se Macau é o local certo para este evento”.

Mesmo depois ao escândalo das emissões poluentes que está a abalar o Grupo VAG e com reflexos negativos na competição automóvel, o autónomo departamento de competição-cliente da Audi mantém-se a funcionar e para tal, no fim do dia, o que mais importa para os alemães é que a Taça do Mundo  continue, independentemente do circuito ou país. “No final do dia, cabe ao promotor escolher a pista adequada para a Taça do Mundo da FIA, e depois nós iremos comprometer-nos com este evento, seja em Macau ou num qualquer outro lugar”, exalta Reinke.

A Mercedes-Benz, a Lamborghini, a Aston Martin e a McLaren foram os outros fabricantes que estiveram presentes nas edições passadas desta prova. Se para a Mercedes-Benz, vencedora da Taça em 2015 com Maro Engel, a prova de Macau é usada também com o propósito  de promover a marca desportiva AMG, já o mesmo não se pode dizer dos outros construtores.

“A Lamborghini só está envolvida na competição cliente, não entramos como equipa oficial”, esclareceu uma fonte oficial do construtor italiano ao HM. “Se uma das nossas equipas quiser participar na Taça do Mundo, como em 2016 a FFF Racing Team, então teremos todo gosto em apoiá-los, como é habitual”, informou.

Já os dois construtores britânicos não repetiram a experiência de 2015 em 2016 por falta de equipas parceiras na região, como noticiado anteriormente pelo HM.

Pilotos a favor

“É algo que nós temos que pensar no futuro com a FIA, se é que realmente querem continuar a fazer a Taça do Mundo nesta pista, porque o resultado não é representativo e não é bom para os fãs”, desabafava o francês Kevin Estre, piloto da Porsche e segundo classificado na corrida do ano passado, após a corrida. Apesar de todas as limitações do Circuito da Guia, para Álvaro Parente, o único piloto com licença desportiva de Portugal a ter participado nesta prova, em 2015, faz todo o sentido manter Macau como palco deste evento.

“O Circuito da Guia é muito exigente e muito diversificado e onde os pilotos ainda podem fazer a diferença. Acho que é um grande palco para realizar a Taça do Mundo”, disse o piloto da McLaren GT ao HM.  Contudo, para o portuense “talvez se tenha que dar mais alguma importância à competição – com mais tempo de pista – e talvez devam exigir pilotos mais experientes. No entanto, o ano passado foi um piloto muito experiente que causou a situação mais caricata”.

A opinião do piloto português é partilhada por vários colegas de profissão, a começar pelo próprio Laurens Vanthoor que acabou por ser o principal responsável por este debate.

“Esta é uma pista onde os melhores pilotos de GT e marcas devem competir”, disse aos jornalistas o belga vencedor da prova, momentos depois do episódio do fim-de-semana de Novembro. “Foi uma corrida infeliz e foi bom que a tenham parado”, lamentou, realçando que “no entanto, talvez devêssemos ter a certeza que haverá uma almofada maior de tempo para fazer a corrida. No final, foi o que aconteceu, não nos foi dada a oportunidade de ir novamente para a pista. É claro que haverá sempre “Safety-Cars” e bandeiras amarelas…”, conclui o vencedor da Taça do Mundo, que um mês depois do Grande Prémio de Macau trocou a Audi pela rival Porsche.

1 Fev 2017

Carros de Turismo | Campeonatos de Macau voltam a Zhuhai

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sua sigla inglesa) já tem calendário provisório para a temporada de 2017. A competição promovida pela Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC) vai voltar a apostar em dois eventos e ambos a realizar no Circuito Internacional de Zhuhai, como demonstra o calendário de provas para este ano do circuito permanente da cidade continental chinesa adjacente à RAEM.

O primeiro “Festival de Corridas de Macau” está marcado para 27 e 28 de Maio, sendo que o segundo fim-de-semana está agendado para 24 e 25 de Junho. Esta é uma boa notícia para os pilotos locais que, na sua maioria, preferem competir na pista de Zhuhai, devido à conveniência da localização e às condições da própria pista. Isto, para além dos custos menores que acarreta competir em Zhuhai, comparando com outras paragens que o MTCS visitou na última década, como por exemplo, o circuito de Fórmula 1 de Sepang, na Malásia. Nos dois últimos anos, em parceria com a Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA), a AAMC organizou três fins-de-semana de corridas no Circuito Internacional de Guangdong. Neste momento o circuito localizado nos subúrbios da cidade de Zhaoqing tem duas datas reservadas e por confirmar para o mês de Março para realizar o “GIC Challenge” de 2017. Estes eventos serviram nos últimos anos para os pilotos de Macau preparem os seus carros antes das jornadas decisivas do MTCS que, para além de atribuírem os títulos aos pilotos do território, qualificam-nos para as corridas de carros de turismo do Grande Prémio de Macau.

Novidades em 2017?

Apesar da estabilidade do calendário, 2017 poderá ser um ano de grandes novidades para os pilotos de carros de turismo locais. Segundo apurou o HM junto de diversas fontes, há movimentações para uma eventual alteração nos regulamentos técnicos da categoria “AAMC Challenge”, destinada às viaturas de preparação local com motores 1.6 Turbo e cujos elevados custos de preparação das viaturas têm sido colocados em causa pelos pilotos.

Ao mesmo tempo, poderão também existir mudanças no programa de corridas de suporte do Grande Prémio de Macau que terão impacto directo no número de pilotos do território apurados para o grande evento do mês de Novembro. As próprias provas de qualificação dos pilotos locais para as corridas de carros de turismo de suporte do programa do Grande Prémio poderão sofrer alterações na sua essência e não se restringir, como até aqui, apenas aos pilotos da RAEM. A Taça AAMC de GT, que no passado foi um título atribuído aos participantes em provas seleccionados do campeonato GT Asia Series, também poderá regressar este ano.

19 Jan 2017

Reportagem | Visita ao mundo das corridas virtuais de Macau

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]outros tempos, os aficionados por velocidade tinham poucas opções para saciarem a adrenalina. Ou viam os Grande Prémios de Fórmula 1 na televisão, e isso só abria ainda mais o apetite, ou davam umas “aceleradelas” em Coloane ou esperavam e desesperavam por Novembro pelo Grande Prémio de Macau. Os tempos mudaram e agora nem sequer é preciso sair de casa ou esperar pelo que quer que seja. Basta um computador bem apetrechado com um volante com force feedback (reprodução exacta da sensibilidade do volante), um banco estilo competição e um bom televisor de plasma e voilá: temos um simulador de alta qualidade. Esta é a receita perfeita para quem gosta dos prazeres da velocidade e não tem possibilidades para “queimar borracha” ao vivo e a cores.

Com o crescimento dos eSports (competições profissionais de jogos electrónicos), que hoje em dia representam uma indústria que movimenta milhões e cujos profissionais, em alguns países já considerados atletas de alto rendimento e chegam a auferir chorudos ordenados, elevou a parada para outros níveis. A capacidade hoje existente de jogar online, contra “pilotos virtuais” de qualquer outra parte do planeta, abriu as portas à materialização e expansão das competições virtuais de automobilismo (ou Sim Racing, na designação inglesa). Esta resulta da fusão da tecnologia avançada da simulação de corridas para criar um desporto totalmente novo atendendo às expectativas cada vez mais exigentes de uma audiência que procura uma melhor experiência, proporcionando quase todas as reacções físicas como em competição num carro “real”.

Plataformas como as do Assetto Corsa, iRacing ou a série rFactor, ou, nas consolas, as séries F1, MotoGP, Nascar, Forza, Grid, Gran Turismo e Project Cars, abriram as portas para um novo consumidor de desportos motorizados. É fruto desta pequena revolução digital que nasceu a Associação SimRacing Macau-China (Macau SimRacing Association, na sua designação inglesa); a primeira associação para corridas de simuladores registada em Macau e no Sudeste Asiático, constituída por um grupo de apaixonados de simuladores de automóveis (Sim Racers, na designação inglesa) que esperam competir com os melhores da especialidade em todo o mundo.

“A SimRacing é uma plataforma e método de treino para aqueles que são entusiastas e apaixonados pelos desportos motorizados. A nossa missão é levar o Sim Racing (abreviatura de Simulator Racing) até outro nível em Macau e no Sudeste Asiático”, lê-se na introdução da associação fundada por Carlos Fu, Simon Sanchez e Bruno Cardoso, na rede social Facebook.

A razão de existir

Apesar da sua reduzida dimensão, Macau goza de uma história e reputação no automobilismo mundial que é de fazer inveja às grandes nações do continente asiático. Várias gerações nasceram a ver o Grande Prémio e nem todos escaparam ao “vírus” dos desportos motorizados. Com a possibilidade de participar a sério no Grande Prémio e outras competições automóveis cada vez mais reduzida, devido aos custos cada vez mais altos e profissionalismo exigido, o virtual acaba por ser um escape indicado para aqueles. Aliando uma velha paixão da terra ao rápido desenvolvimento dos desportos virtuais nasceu a Associação SimRacing Macau-China.

“Criamos a associação porque verificamos que esta modalidade tem crescido em vários países a nível de números de participantes e do nível de profissionalismo, o que implicou a necessidade de se elevar o nível organizativo”, explicou o presidente Carlos Fu ao HM. “Entendemos que Macau também devia ter uma organização para regular o Sim Racing e uma vez que existe um intercâmbio bastante activo entre várias associações de vários países, decidimos que o nome de Macau podia estar melhor representado nesta modalidade, não só a nível asiático mas também a um patamar mais alto, a nível internacional”.

Os esforços das gentes da terra não têm sido em vão, pois “até fomos convidados para ser um dos membros de uma entidade internacional de Sim Racing que se encontra a formar por várias associações internacionais, o que nos deixa bastantes orgulhosos em ver o nome de Macau nos planos de uma organização tão importante do mundo do Sim Racing”.

Sabendo que há muitos entusiastas de automobilismo no território, o panorama actual das corridas de simuladores na RAEM está ainda muito verde. “Existem poucas lojas em Macau onde se possa experimentar correr em simuladores e as corridas não são através da internet, ou seja, competem entre os que estão na loja, ao contrário dos membros da MSRT que têm montando em casa os seus próprios simuladores”, clarifica Fu.

A Macau SimRacing Team tem actualmente doze pilotos a competir em provas internacionais.

“A nível de corridas internacionais podíamos ter mais participantes porque é sabido que todos os anos vemos pilotos locais a participarem em corridas automobilísticas, por isso seria óptimo juntarmos a todos os cidadãos que querem experimentar o automobilismo sem suportar os elevados custos e riscos que o automobilismo acarreta”, aclara Fu que realça que “é ainda do conhecimento geral que os pilotos profissionais usam o Sim Racing para treinos e adaptação a circuitos. Podemos perguntar a todos os pilotos que vêm ao Grande Prémio de Macau, quantos usaram os simuladores para treino de adaptação do Circuito da Guia. Acredito que mais de 90% respondem afirmativamente. Muitas vezes encontramos vários pilotos profissionais com renome a correr na mesma corrida que nós”.

A associação apoia a equipa Macau SimRacing Team, que tem experiência em corridas internacionais há mais de 10 anos, e conta com alguns ex-pilotos que já participaram no Grande Prémio e em corridas de karting. A equipa compete neste momento no campeonato asiático de GT3 organizado pela “Sim Racers Asia” e ainda no Campeonato de Fórmula 2.0 organizado pela “Center Force Racing”, ambos na plataforma de iRacing para PC.

“Para um futuro próximo vamos entrar em mais corridas e em diferentes plataformas, como o RaceFactor 2, Project Cars, Assetto Corsa, etc”, diz o nosso interlocutor. “Bem como em breve a associação irá organizar um troféu e já recebemos aceitação de convites de vários pilotos da Ásia, Europa e dos EUA. Com a corrida a ser transmitida em directo no Youtube, com comentários em directo e em diferido para o Youku para os entusiastas da China. Estamos a obter bons resultados em quase todas as competições em que participamos, falo em vitórias e em posições do pódio em várias corridas. Esperamos ganhar o campeonato a nível de pilotos e em equipas na classe “clubman” do campeonato asiático de GT3”. Recentemente dois pilotos de Macau estrearam-se na “World Cup of iRacing 24 Hours Endurance race” a convite do iRacing Asia Club.

Falta de apoios

Até aqui a associação ainda não recebeu qualquer apoio do governamental e os únicos suportes com que conta são os pequenos patrocinadores que apoiam a equipa nas corridas do mundo virtual. “Todo o equipamento é pessoal. A equipa da Macau SimRacing Team tem patrocinadores que apoiam a modalidade e em troca têm a sua marca divulgada nos nossos carros. O SimRacing tem sido largamente divulgado nos media, as corridas são transmitidas em directo no Youtube e até tem comentários profissionais. Existem equipas que por exemplo têm patrocínios oficiais de grandes empresas mundiais, tal como acontece nas corridas de automobilismo”, explica Bruno Cardoso.

Os custos de competir não se aproximam do real, apesar das despesas dependerem da carteira de cada um. Qualquer novo entusiasta tem que estar preparado para o investimento inicial.

“O preço do material varia bastante”, diz-nos Fu. “O essencial é o conjunto volante e pedais. Existem volantes a 2 ou 3 mil patacas, como também existem uns melhores que podem chegar às dezenas de milhares patacas. O mesmo para os pedais e outros acessórios. Ainda se pode adquirir um “cockpit” fixo constituído por suportes de monitores, volante, pedais, mudanças, banco, etc, ou até um cockpit com suporte de movimentos, que se podem adquirir por dezenas de milhares até os mais sofisticados que ascendam a um milhão de patacas!”

De Macau para o mundo

A curto prazo a Associação SimRacing Macau-China espera, para além de aumentar o número de associados, crescer internacionalmente.

Fu não esconde que “a associação foi convidada para ser membro de uma organização internacional, que é constituída por associações de SimRacing de vários países e que eventualmente irá funcionar como a FIA. Queremos ser mais activos e sermos vistos como uma associação activa em prol do desenvolvimento do SimRacing na Ásia e progressivamente a nível internacional”.

Os objectivos não se ficam por aqui, pois “queremos juntar mais praticantes de Sim Racing e prestar apoio técnico, com a ajuda de membros mais experientes, para desenvolver e regular o Sim Racing em Macau com o intuito de ajudar pilotos que competem automobilismo e para aqueles que competem Sim Racing para todos obterem bons resultados em competições internacionais em representação de Macau”. Mas para crescer e para que alguns destes objectivos sejam palpáveis, Fu espera que lhe sejam concedidos “apoios por parte das entidades governamentais e até empresariais. Todos juntos temos condições de ter um papel importante no mundo Sim Racing”, conclui.

Tal como o automobilismo real, esta vertente virtual pode ser atractiva para uma RAEM que procura “diversidade” na área do turismo e diversão. Fu relembra que “eventos internacionais de SimRacing, como a Simrace Expo 2016, que se realizou em Nürburgring, Alemanha, atraem bastantes entusiastas e patrocinadores do automobilismo. Sabemos que Macau tem todas as condições de organização de eventos internacionais deste tipo, o que certamente poderá ajudar muito na diversidade do turismo local”.

Casos de Sucesso

A GT Academy – uma iniciativa da Playstation e da Nissan – tendo vindo ao longo dos anos a permitir que vários candidatos a piloto saltem do sofá para as mais reputadas pistas deste mundo. O espanhol Lucas Ordoñez foi o primeiro vencedor de sempre da GT Academy, o pioneiro da história “da virtualidade para a realidade” da Nissan. Foi o primeiro vencedor da GT Academy a competir nas 24 horas de Le Mans, dominando as manchetes quando terminou a grande corrida francesa com um lugar no pódio à classe.

Jann Mardenborough, que se estreou no Grande Prémio de Macau no passado mês de Novembro, é outro caso de sucesso maior da GT Academy até o momento. O piloto galês foi vencedor do programa em 2011, superando 90 mil candidatos. Filho de um ex-futebolista, Jann tem agora a sua carreira a ser gerida pela Nissan e compete ao mais alto nível no Japão, tanto na Fórmula 3, como no campeonato Super GT.

Em Portugal, Miguel Faísca também teve a oportunidade de sair do virtual para uma temporada a sério, em 2014. No super-competitivo campeonato Blancpain Endurance Series, o português de 27 anos conduziu um Nissan GT-R Nismo GT3 igual aquele que André Couto tem competido nos últimos anos no Japão. Em 2015, o sonho de uma carreira no desporto motorizado esvaneceu-se, mas Faísca foi viver para Inglaterra, seguindo a paixão de criança, e este ano voltou a competir, correndo nas 4 horas do Estoril com um protótipo Ligier JS P3 Nissan.

Edgar Lau é talvez o melhor exemplo na região. O “gamer” de Hong Kong participou na GT Academy nos Estados Unidos da América. Não venceu, mas esta participação deu-lhe motivação para tentar algo mais no automobilismo. Este ano alinhou pela primeira vez no Grande Prémio de Macau, com um SEAT Léon Cup Racer com o logótipo da Associação SimRacing Macau-China no carro, terminando num honroso 13º lugar na Corrida da Guia.

Uma perninha em Zhuhai

No fim-de-semana de 10 e 11 de Dezembro, a MRS Motor Racing Simulator, que pertence ao ex-piloto de Macau de Fórmula 3 Michael Ho, organizou um evento na cidade vizinha de Zhuhai que contou com a participação de algumas caras conhecidas do automobilismo da região, como André Couto ou Adderley Fong (primeiro piloto de Hong Kong a conduzir um F1 da era moderna), para além de pilotos de topo das corridas de carros de turismos locais, como Kelvin Leong, Jerónimo Badaraco ou Andy Yan (campeão do TCR Asia Series). A associação foi convidada a prestar apoio à organização do evento como “oficiais”, tendo sido responsável por colocar de pé o regulamento da prova, realizando o briefing aos participantes, para além de ter supervisionado as corridas, para que o respeito em pista fosse mantido, tal e qual como acontece na vida real.

3 Jan 2017

TCR China anuncia corrida no Grande Prémio de Macau

[dropcap]N[/dropcap]o passado domingo, na Exposição da Indústria de Desportos Motorizados em Xangai, foi apresentado o campeonato de carros de turismo TCR China Series que, antecipando-se à Comissão Organizadora do Grade Prémio de Macau, anunciou uma corrida para o Circuito da Guia em Novembro do próximo ano. A China segue as pisadas de outros países, como a Alemanha, Itália, Portugal ou Espanha, ou regiões, como o Benelux e Ásia, e terá o seu próprio campeonato que segue o regulamento técnico de sucesso do TCR International Series.

A organização do TCR China estará a cargo da empresa Shanghai Lisheng Racing Co. Ltd, que pertence ao empresário Xia Qing, o promotor do influente Campeonato Chinês de Carros de Turismo (CTCC).  Marcello Lotti, o pai do conceito TCR, esteve em Xangai a abençoar a iniciativa, agradecendo à “Shanghai Lisheng Racing por concretizar uma ideia que juntos vínhamos a perseguir há dois anos”. O calendário do TCR Asia, que arranca em Ordos, na Mongólia Interior, conta com dois eventos em Zhejiang, um deles com concomitância com o TCR Asia Series e outro com o TCR International Series, um evento no circuito de Fórmula 1 de Xangai e por uma corrida de resistência de 12 horas em Zhaoqing. Isto, para além da prova de Macau.

Corrida na RAEM?

“Uma corrida extra campeonato e por convite será realizada em Macau”, diz o comunicado da organização do TCR China. Fontes ouvidas pelo HM clarificaram que esta corrida não se “trata de certeza da Corrida da Guia”. A Shanghai Lisheng Racing, que goza de relações privilegiadas com a federação chinesa de desportos motorizados, conhece bem Macau, tendo nos últimos três anos colocado o seu troféu monomarca “Taça da Corrida Chinesa” no programa do Grande Prémio. Sobre qual corrida se trata, fonte próxima da organização do campeonato disse ao HM que “haverá um anúncio com informação mais tarde”. Na apresentação de domingo os únicos detalhes conhecidos foram que a prova terá um treino-livre, uma qualificação e uma corrida de 60 km. Caso se materialize, esta corrida ou irá substituir uma das corridas do programa ou será uma prova adicionada ao programa, cenário pouco provável dado o congestionamento actual do programa do evento, como foi patente na última edição.

Legado na região

Após dois anos a dar corpo à Corrida da Guia, o TCR International Series abandonará o Grande Prémio de Macau em 2017, abrindo espaço ao regresso do Campeonato do Mundo FIA de Turismos (WTCC). Contudo, Marcello Lotti, ex-CEO do WTCC, vê com bons olhos a continuidade do seu conceito que criou em qualquer uma das corridas de carros de turismo que enchem o programa do fim-de-semana prolongado do Grande Prémio. “Eu acho que o TCR encaixava perfeitamente”, disse Lotti ao HM durante o evento do passado mês de Novembro. “Se virmos quantos pilotos e equipas de Macau e Hong Kong já compraram carros da categoria TCR para correr no TCR Asia Series e noutros campeonatos locais, temos a resposta. De facto, 30% dos nossos concorrentes este ano na Corrida da Guia eram de Hong Kong ou Macau”.

21 Dez 2016

Conselho Mundial confirma corrida do WTCC em Macau

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Conselho Mundial da Federação Internacional do Automóvel (FIA) confirmou no final de quarta-feira aquilo que a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau foi incapaz de fazer durante a 63ª edição. O Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC) está de regresso ao evento automobilístico da RAEM, ocupando o lugar do TCR International Series na Corrida da Guia. O calendário do WTCC foi aprovado em Viena, na Áustria, e a prova do território está pendente apenas da aprovação da associação desportiva nacional da RAEM, neste caso, a Associação Geral-Automóvel de Macau-China (AAMC). Depois de dois anos ausência, os organizadores do WTCC estão bastante satisfeitos em voltar ao território no próximo ano. “Nós sempre mantivemos a porta aberta a Macau e estamos muito felizes por regressar a um dos mais icónicos circuitos citadinos do mundo”, disse François Ribeiro, o responsável máximo pela Eurosport Events, a empresa que tem os direitos de promoção do campeonato.

“Macau é muito especial, provavelmente a mais forte corrida na Ásia. Discussões com a nova gestão local voltaram no início deste ano e foram harmoniosas e simples com uma grande vontade de ambos os lados para criar um evento extremamente bem sucedido. Obviamente há uma sinergia com outras categorias da FIA que fazem parte do fim-de-semana do Grande Prémio de Macau”.

De 2005 a 2014, o Grande Prémio de Macau foi a prova final do WTCC, no entanto, em 2017,  a prova do Circuito da Guia será a penúltima, pois será Losail, no Catar, quem encerrará a temporada. Em 2017 o Grande Prémio de Macau deverá ter três corridas sob a égide da FIA: WTCC, Mundial de F3 e Mundial de GT.

Espaço para os locais

Com o abandono da Citroen e da LADA, e confirmada apenas a continuidade das equipas de fábrica da Volvo e Honda, o WTCC encontrou uma solução de recurso para o seu parque automóvel ultrapasse a dúzia e meia de viaturas em 2017.  A competição mundial vai introduzir no próximo ano uma segunda categoria, a chamar-se “WTCC 2”. Esta categoria será aberta a carros que cumpram o regulamento FIA TCN2 e que assim poderão correr lado a lado com os actuais e extremamente caros Super 2000 TC1 nas provas do mundial.

A categoria TCN2 é a categoria mais significativa da Taça Europeia FIA de Carros de Turismo (ETCC). Basicamente usa os carros do conceito TCR com alguns requerimentos para os fazer legais à luz do regulamento TCN2, como componentes de segurança e um depósito de gasolina especial da FIA. Esta abertura no regulamento irá permitir aos pilotos da região participar na Corrida da Guia com os mesmos carros que utilizaram este ano na mesma corrida.

2 Dez 2016

Presidente da República portuguesa felicitou pilotos do Grande Prémio de Macau

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s sucessos dos pilotos portugueses António Félix da Costa, na Taça do Mundo FIA de Fórmula 3, e de Tiago Monteiro, na Corrida da Guia, na 63ª edição do Grande Prémio de Macau não passaram ao lado em Portugal. Ontem, o Presidente da República felicitou os dois pilotos lusos.

“Foi com enorme satisfação que tomei conhecimento das vitórias dos pilotos Tiago Monteiro e António Félix da Costa no Grande Prémio de Macau”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, em nota publicada no portal da Presidência da República. “Neste circuito citadino e emblemático de Macau, e com enorme apoio da comunidade portuguesa e luso descendente, Tiago Monteiro tornou-se no primeiro português a ganhar a Corrida da Guia e que contou para o campeonato do mundo de WTCC, enquanto Félix da Costa, repetiu a vitória de 2012, vencendo a corrida de Fórmula 3, nesta que foi a 63ª edição do Grande Prémio de Macau”, acrescentou.  “Em meu nome pessoal e de todos os Portugueses felicito os pilotos Tiago Monteiro e António Félix da Costa por mais estas vitórias, que vêm consolidar a carreira de dois dos mais bem sucedidos pilotos portugueses, e que dão relevo a Portugal nos desportos motorizados”, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.

FPAK também gostou

A Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) também emitiu no final de domingo uma nota de imprensa, com as palavras do presidente da associação.

“Ver os nossos pilotos a conseguirem títulos mundiais e a levarem o nome de Portugal  aos quatro cantos do mundo é um enorme privilégio. Sabemos que temos alguns dos melhores pilotos do mundo e acreditamos que são estes sucessos  que nos vão fazer continuar a trabalhar para formar mais pilotos de nível internacional”, referiu Manuel de Mello Breyner, Presidente da Federação, que foi um dos convidados no 60º aniversário do evento.

Para além de Félix da Costa e de Monteiro, o responsável máximo da FPAK e ex-praticante referia-se também ao piloto algarvio Rui Águas, cujo o irmão Paulo é capitão na Air Macau, e que este fim-de-semana venceu o troféu de pilotos da categoria GTE-Am do Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC).

22 Nov 2016

Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 – Supremo Félix da Costa

Estava escrito nas estrelas que ontem iria ser o dia de Portugal no Grande Prémio de Macau. Quatro horas depois de Tiago Monteiro vencer a Corrida da Guia, António Félix da Costa triunfou com enorme classe na Taça do Mundo FIA de Fórmula 3

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] jovem de 25 anos de Cascais, que nem era suposto cá vir e conduziu um Dallara-VW sem um único patrocinador, numa clara aposta da equipa Carlin no talento do português, repetiu o feito de 2012 e juntou-se a Felix Rosenqvist e a Edoardo Mortara na galeria daqueles que venceram por duas vezes esta prova.

Apesar de só ter tido a oportunidade de efectuar dois dias de testes num Fórmula 3 antes de viajar até nós, Félix da Costa chegou a Macau confiante e bem disposto, sem qualquer pressão e com um espírito bem diferente daquele que em 2013 “só” lhe valeu o segundo lugar. Na quinta-feira o português fez a pole-position provisória para a Corrida de Qualificação, mas acabaria por perder a primeira posição nos treinos de sexta-feira para os britânicos George Russell e Callum Ilott.

No sábado, no arranque, ao lado do brasileiro Sérgio Sette Câmara, deixou para traz o poleman George Russell, subindo a segundo. Callum Ilott manteve o primeiro posto. No recomeço após o primeiro momento de Safety-Car, após 5 voltas decorridas, na primeira abordagem à Curva do Hotel Lisboa, Félix da Costa fez a manobra decisiva da corrida e ultrapassou o britânico Ilott, assumindo o primeiro posto.

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No domingo, na verdadeira corrida de 15 voltas que atribuía o título mundial da categoria de Fórmula 3, o piloto português não esteve tão bem no arranque e foi surpreendido por Ilott nos primeiros metros, mas o rookie inglês ficou à mercê de Da Costa e de Câmara. Na travagem para o Lisboa, com três carros lado-a-lado, o brasileiro, que estava por dentro, levou a melhor sobre o seus rivais. O português caiu para segundo e viu o seu companheiro de equipa fugir ligeiramente nas primeiras voltas. Mas o cenário mudou com a entrada do “Safety-Car” à quinta volta, para retirar o bólide danificado de Nikita Mazepin no Paiol.

No reinicio, Félix da Costa passou ao ataque e ultrapassou Câmara. Daí até ao final o piloto luso não mais descolou da liderança, nem mesmo depois de mais um período de “Safety-Car” que a três voltas do fim permitiu a Félix Rosenqvist, que tinha arrancado de sexto e vinha a subir lugares, suplantar Câmara. Lá na frente, Félix da Costa já preparava a festa que vinha a seguir.

Para gáudio dos muitos portugueses que estavam ontem no Circuito da Guia, “A Portuguesa” voltou a tocar e António em lágrimas no pódio comemorou um triunfo em todo merecido, sem antes ter brindado o público com uns donuts em pista!

A meio do pelotão, e sem dar nas vistas, o jovem piloto de Macau Andy Chang conseguiu um refulgente 12º lugar, apenas três lugares atrás de outro brasileiro, Pedro Piquet, filho de Nelson Piquet. O representante da RAEM veio sempre a melhorar a sua performance ao longo do fim-de-semana e partindo do 16º lugar, chegou mesmo a rodar à porta do “Top-12” com o Dallara-NBE da equipa inglesa T-Sport. O 12º lugar de Chang, que esta época só fez duas provas de Fórmula 3, é o seu melhor resultado no Grande Prémio de Macau.


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O que eles disseram…

1º António Félix da Costa – “O Tiago ganhou hoje de manhã, e eu meti na cabeça que também tinha que ganhar. Sou competitivo e não conseguia vir aqui sem ser para ganhar. Estar ali no pódio e ver o apoio dos portugueses, e com toda a gente a cantar o hino, foi emocionante. Hoje (a vitória) foi para a equipa. Agora quero voltar aqui a Macau, mas não de Fórmula 3, mas sim ali com os maduros, nos GT.”

2º Felix Rosenqvist – “Não foi um fim-de-semana fácil. Tivemos que trabalhar muito duro, ontem o carro não estava bom. Para hoje fizemos muitas mudanças e andamos muito melhor. Tirei vantagem nos reinícios após os Safety-Car para ganhar posições. Dei o meu melhor mas não chegou para vencer.”

3º Sérgio Sette Câmara – “Desde ontem à noite, depois de ter ficado em terceiro na Corrida de Qualificação, comecei a acreditar que podia ganhar Macau. Quando eu na primeira volta estava em primeiro, comecei a acreditar ainda mais mas depois veio o Safety-Car. Este ano nunca estive na primeira posição atrás do Safety-Car e não arranquei bem, e o António passou-me. Depois comecei a perder a minha traseira e o Félix conseguiu ultrapassar-me também.”

21 Nov 2016

António Félix da Costa: “A comunidade portuguesa faz-me sentir em casa”

António Félix da Costa regressa este ano ao Circuito da Guia e à prova de F3 que venceu categoricamente em 2012. O piloto da linha de Cascais está confiante num bom resultado, mas sabe que tem pela frente uma concorrência fortíssima a todos os níveis.

[dropcap]O[/dropcap]s olhos da comunidade portuguesa do território na prova de F3 vão estar em si e a torcer por um resultado igual ao de 2012. O que tem para lhes dizer?
Que o apoio deles é fundamental e faz-me sentir verdadeiramente em casa, é uma corrida espectacular e todo aquele carinho pode fazer a diferença, por isso o que peço é que tragam a nossa bandeira de Portugal e encham as bancadas! Do meu lado, tudo farei para lutar pela vitória.

A Prema PowerTeam – Theodore Racing tem dominado completamente a F3 nos últimos tempos. Acredita que a Carlin poderá ter um carro à altura para lutar pela vitória?
Sim, Macau é uma corrida à parte onde a afinação base do carro é totalmente diferente dos circuitos convencionais, portanto acredito que poderemos lutar contra eles, que obviamente são uma excelente equipa. Mas em 2012 venci com a Carlin, pelo que vamos entrar em pista com esse objectivo em mente.

Não fez qualquer corrida de F3 este ano, assim como o Felix Rosenqvist ou o Dani Juncadella. Acredita que a vossa experiência num circuito como este poderá fazer a diferença contra pilotos com menos experiência na Guia, mas que conduziram estes carros o ano todo?
Sim, em Macau principalmente a experiência, conhecimento do circuito e a maturidade contam muito, mas há sempre roockies a andar bem e de certeza que vamos ter vários pilotos mais novos a andarem rápido em Macau. Vai ser entusiasmante ver a luta dos “velhos” contra os miúdos novos com sangue na guelra.

Depois de ter estado cá, mais nenhum jovem piloto português veio ao Grande Prémio de F3. O que acha que está a faltar em Portugal para existir uma sucessão?
Esta pergunta daria para estarmos um dia inteiro a falar deste tema, mas basicamente é preciso investir desde novo numa carreira. No meu caso, abdiquei de muitas coisas desde os meus 12 anos, não se pode querer ser piloto profissional aos 16 ou 17 anos, ai já é tarde, tem de haver um trabalho e uma preparação desde cedo, um foco, um objectivo em que se aposta tudo. Não falo especialmente do lado financeiro, mas sim de um piloto, toda a sua família e estrutura de gestão acreditarem e focarem-se num único objectivo – levar um jovem o mais longe possível.

17 Nov 2016

É a FIA quem manda aqui

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]stá aí mais um Grande Prémio de Macau, um motivo de orgulho para os locais que, ao longo de gerações, construíram um dos maiores, se não mesmo o maior, cartaz automobilístico do Sudeste Asiático. O 63º Grande Prémio será o primeiro sob a batuta da recém-criada Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau (COGPM), com o Instituto do Desporto à cabeça, aproveitando o que absorveu à defunta Comissão do Grande Prémio de Macau e assessorado, na parte desportiva, pela Associação Geral do Automóvel de Macau-China (AAMC).

Se, em termos organizativos, nada de especial transpirou cá para fora, já o mesmo não se pode dizer em termos desportivos. Este início de funções da COGPM, que tem os mesmos 200 milhões de patacas de orçamento para o evento deste ano, tem sido atribulado.

Primeiro, o histórico Barry Bland bateu com a porta e a imprensa internacional, principalmente a de língua inglesa, não perdeu tempo para crucificar Macau e as suas gentes. A COGPM foi apanhada de calças na mão e não foi capaz de dar uma resposta construtiva a tempo e horas. Depois, foi a troca de pneus Yokohama pelos Pirelli na prova de F3, numa manobra da exclusiva responsabilidade da FIA e em que a inocente RAEM apanhou novamente por tabela, sem saber mais uma vez defender-se na praça pública. Por fim, nos bastidores, é cozinhada a saída do TCR International Series da Corrida da Guia no final deste ano e, para não variar, a resposta da COGPM foi um mutismo frouxo.

João Costa Antunes já cá não está, pelo menos numa função tão visível. Gostasse-se ou não da personagem, uma coisa é certa: dava o corpo às balas e não se escondia atrás de ninguém. Não era um homem dos automóveis mas, ao fim de décadas à frente do evento, aprendeu como o sistema funcionava e sabia como jogar nos bastidores.

Agora, o homem do leme é o presidente do Instituto do Desporto, Pun Weng Kun, que, pelas entrevistas já dadas, pouco sabe da matéria-prima do evento, está a tentar aprender e refugia-se em respostas evasivas quando o assunto não domina. Pun está assessorado, em termos desportivos, pelo AAMC, uma associação envelhecida que sempre se pautou por uma postura austera, fechada, adversa à imprensa e a qualquer tipo de opinião do exterior. Também ela, para fugir a qualquer responsabilidade gorda, se esconde atrás de alguém – neste caso dos homens das camisas azuis e sotaque francês.

Bland é há muito uma “persona non grata” pela FIA de Jean Todt. Saiu Bland e a FIA deu um rebuçado a Macau, chamou “Taça do Mundo” à corrida de F3, algo que, a bem da verdade, não traz nenhuma mais-valia à corrida, mas que fica bem na fotografia. Lotti, outra “persona non grata” na Praça da Concórdia, e o seu TCR estão de saída e o FIA WTCC parece que é novamente bem-vindo a Macau. Em 2017, as três maiores corridas de automóveis do Grande Prémio de Macau poderão estar entregues à FIA e aos seus desejos. Ficam à mercê do AAMC duas corridas de suporte, apenas duas, a Macau Road Sport e a Taça CTM. Isto porque a Taça da Corrida Chinesa só visita o Circuito da Guia porque “outro valor mais alto se levanta”, como diria o poeta.

No meio disto tudo, salve-se o 50º Grande Prémio de Motociclismo que, parecendo passar pelos pingos da chuva, festeja um Jubileu de Ouro em plena forma. Num circuito pensado para corridas de automóveis, a única corrida de motociclismo de velocidade de estrada no continente asiático continua de boa saúde e este ano apresenta-se como uma das corridas mais interessantes de seguir. Não é por acaso que é a corrida favorita do público.

Mas como o que realmente importa para o espectador e será lembrado daqui a 50 anos são os episódios que se passarão nestes próximos quatro dias dentro de pista, vamos todos torcer para que o São Pedro também ajude e que a 63ª edição seja memorável pela positiva, por todos aqueles que anonimamente tornam este evento possível todos os anos, e por todos os que hoje e no passado lutaram e lutam para o que o Grande Prémio de Macau chegasse ao patamar de reputação em que hoje está.

17 Nov 2016

André Couto ainda pode revalidar o título no Japão

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] temporada desportiva no Japão do piloto local André Couto chega ao fim este fim-de-semana na Twin Ring Motegi; um circuito que pertence ao construtor automóvel Honda. Couto e o japonês Ryuichiro Tomita ocupam o sétimo lugar no campeonato, com 32 pontos, menos 22 que os líderes do campeonato, o duo nipónico Takeshi Tsuchiya/Takamitsu Matsui (Toyota 86 MC). Para o piloto da RAEM revalidar o título na classe GT300 é um objectivo extremamente complicado, até porque o Nissan GT-R Nismo GT3 do Team Gainer carregará este fim-de-semana 32 kg adicionais de lastro, apesar da última prova do ano atribuir pontos a dobrar, pois serão realizadas duas corridas, uma no sábado e outra no domingo. Contudo, tal possibilidade remota está pendente vários cenários pouco prováveis que envolveriam os principais candidatos às vitórias e por sua vez, os carros que habitualmente são mais rápidos em pista.

“Matematicamente ainda é possível eu ser campeão, mas é muito, muito difícil”, reconheceu Couto ao HM que afirmou que vai dar “o meu melhor, como faço em todas as corridas e tentar encerrar a temporada com um bom resultado”.

Nesta mesma pista, o ano passado, na altura já com o título da categoria GT300 no bolso, Couto levou o Nissan GT-R Nismo GT3 cinzento ao sexto lugar. Como o próprio piloto português do território admite, este ano o Nissan tem sido prejudicado pelo “Balanço de Performance”, a fórmula técnica artificial usada pelo organizador do campeonato para equiparar o andamento em pista de viaturas tão diferentes da classe GT300 como o Nissan nº0, o Ferrari 488 GT3 ou o Toyota Prius que carrega um sistema híbrido, entre outros.  O Team Gainer teve um arranque de época discreto, mas foi evoluindo com a desenrolar da temporada, tendo mesmo lutado pela vitória na última prova, realizada na Tailândia. Couto acredita que este resultado “dá confiança à equipa” à partida para o derradeiro desafio da temporada 2016 que contará com vinte e nove concorrentes na classe GT300.

A última prova do Super GT é uma jornada dupla; um formato invulgar para o campeonato. Isto, porque o circuito Autopolis, localizado na Prefeitura de Ōita, deveria receber a próxima corrida do Super GT nos dias 21 e 22 de Maio, mas devido ao tremor de terra que assolou aquela zona do Japão o circuito ficou inoperável. Por motivos de calendarização, a organização do campeonato Super GT optou por executar esta jornada dupla em Motegi, em vez de criar um evento de substituição.

Teste em Itália

Antes de partir para o Japão, Couto viajou até ao norte de Itália para ter um primeiro contacto com o Lamborghini Húracan GT3, a viatura que conduzirá na Taça do Mundo FIA GT do 63º Grande Prémio de Macau.  Como o Lamborghini da FFF Racing Team by ACM que Couto conduzirá no Grande Prémio está a caminho da RAEM, Couto teve um dia de preparação no circuito de Adria com o carro de testes da Lamborghini Squadra Corse.  “Gostei do carro. Achei-o bastante bom no que respeita ao estilo de condução. Pareceu-me um carro ágil”, explicou Couto ao HM.  O piloto luso de Macau, que o ano passado tripulou um McLaren, irá este ano com o italiano Mirko Bortolotti representar o construtor italiano na taça mundial, onde a Automobili Lamborghini terá pela frente três rivais de peso: Audi, Mercedes-Benz e Porsche.

10 Nov 2016

Grande Prémio de Macau | TCR vai embora e WTCC deverá regressar

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Corrida da Guia deixará de pontuar para o campeonato TCR International Series a partir do próximo ano. Mas as novidades podem não ficar só por aqui. O Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC), que em 2014 se despediu de Macau, deverá estar de volta já em 2017.

O calendário provisório para a temporada de 2016 do campeonato TCR International Series já circula entre as equipas e o Circuito da Guia não consta desse rascunho. O regulamento técnico do TCR serviu para colmatar o vazio deixado pelo WTCC em 2015 na Corrida da Guia, quando o mundial de carros de turismo rumou a outras paragens. O ano passado e novamente este ano, a Corrida da Guia será pontuável para os campeonatos TCR International Series e para o TCR Asia Series, no entanto, este ano a corrida não se cinge apenas aos concorrentes dessas duas competições como em 2015. Dos 36 inscritos da “Corrida da Guia Macau 2.0T Suncity Grupo”, apenas 25 carros são provenientes dos dois campeonatos TCR. Há 5 concorrentes convidados, com viaturas que seguem o regulamento TCR, e 6 outros concorrentes provenientes do Campeonato Chinês de Carros de Turismo (CTCC), uma competição com uma regulamentação técnica bastante diferente, o que terá gerado algum mal estar.

A organização do campeonato liderado por Marcello Lotti, ex-promotor do WTCC, ainda não fez nenhuma comunicação oficial sobre o assunto. Contudo, segundo o que apurou o HM, a “oportunidade de terminar a temporada de 2017 com a Fórmula 1” e a “alteração da regulamentação da corrida”, que abriu a porta à participação de outro tipo de viaturas, como aquelas provenientes do CTCC e do homologo britânico, sendo que deste último campeonato nenhum arriscou uma visita à RAEM, terão dado motivação à organização do TCR International Series para abdicar daquele que era o “cabeça de cartaz” do seu calendário a par com a corrida nocturna no Grande Prémio de Singapura no fim-de-semana da Fórmula 1. Macau poderá ser mesmo substituído pelo circuito de Monte Carlo no Mónaco, no calendário de 2017 do TCR International Series.

De acordo com as fontes ouvidas pelo HM, o fim desta ligação “TCR-Guia” abriu as portas ao regresso WTCC, o principal campeonato de carros de turismo da Federação Internacional do Automóvel (FIA),  isto numa altura em que novel Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau e a federação internacional andam de mãos dadas. A FIA manteve a Taça do Mundo de GT no território e deu o estatuto de Taça do Mundo também à prova de Fórmula 3, o que torna o Grande Prémio de Macau o único evento que engloba duas Taça do Mundo FIA num só fim-de-semana.  Caso consiga reintroduzir o WTCC em Macau, a FIA dará um bónus a um campeonato que passa por dificuldades visíveis e que precisa de todo o tipo de ajudas para se renovar.

Volta que estás perdoado

Após dez anos consecutivos com muitas histórias para contar, o WTCC despediu-se em 2014 de Macau, uma resolução que não foi do agrado das equipas e pilotos, nem sequer do promotor do evento. François Ribeiro, o responsável máximo da Eurosport Events, a empresa que tem os direitos de promoção do WTCC, disse na altura que o “WTCC amadureceu durante os seus dez últimos anos” e que a sua organização decidiu procurar novas alternativas, em novos palcos, onde “seja possível abrir novos mercados, ter melhor horários televisivos e estarmos mais próximos da nossa base, permitindo o regresso mais rápido à Europa”. O dirigente francês gostaria que as duas corridas do WTCC fossem realizadas no sábado à tarde, ocupando o lugar actualmente da corrida do Grande Prémio de Motos no programa, pois, em termos de transmissão televisivas para o continente europeu, serviria melhor os seus interesses. Sem espaço em Macau, o WTCC rumou ao Catar, onde realiza uma prova nocturna de encerramento de temporada que não tem nem metade de resplendor que tinha a visita anual ao território. O campeonato gerido pela Eurosport Events está a viver um período difícil. A Citroen e a LADA estão de partida, deixando apenas a Honda e Volvo como únicas equipas de fábrica presentes. Esta temporada o WTCC teve sempre inúmeras dificuldades em reunir mais de duas dezenas de concorrentes e tudo indica que voltará a passar por dificuldades para juntar mais de dezena e meia de participantes em 2017.

Instado a comentar sobre o assunto, François Ribeiro não confirmou, nem negou a vontade do WTCC em regressar às ruas do território. “Nós nunca dissemos que não queríamos regressar à Corrida da Guia que foi, e que continua a ser, uma das corridas icónicas da Ásia, e que sempre dá sempre deu boas-vindas à exposição mediática internacional”, disse Ribeiro.

7 Nov 2016