Salomé Fernandes SociedadeImpostos de jogo com quebra de 73,6% em 2020 O Governo não chegou a arrecadar 30 mil milhões de patacas com impostos sobre o jogo no ano passado, o que representa uma descida de 73,6 por cento. Por outro lado, a pandemia continua a afectar o território, com os hotéis a registarem uma descida da taxa média de ocupação durante o Ano Novo Lunar Os impostos do jogo geraram uma receita de 29,8 mil milhões de patacas no ano passado, revelam dados do relatório sobre a execução orçamental publicados pela Direção dos Serviços de Finanças. Este valor representa uma quebra de quase 73,6 por cento em comparação a 2019, ano em que os impostos sobre o jogo foram de 112,7 mil milhões de patacas. Já as receitas de outras concessões de serviços de utilidade pública fixaram-se em 278 mil patacas em 2020, uma redução de quase um quarto face ao ano anterior. No total, o Governo arrecadou receitas de quase 94,7 mil milhões de patacas, enquanto o valor global das despesas superou os 91,2 mil milhões. Num ano marcado pelo impacto da pandemia de covid-19, a maioria das despesas foram no âmbito das “transferências, apoios e abonos”, fixadas em 56,45 mil milhões. Recorde-se que de acordo com a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, os casinos terminaram o ano passado com uma receita bruta acumulada de 60,44 mil milhões de patacas, ou seja, uma quebra de 79,3 por cento face a 2019. O Ano Novo Lunar era aguardado por algumas operadoras de jogo com “optimismo moderado”. Apesar de não serem conhecidos os valores das receitas gerados durante as festividades, o número de turistas manteve-se em baixa. As estatísticas preliminares da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) mostram que Macau recebeu 90.615 visitantes entre 11 e 17 de Fevereiro, o que traduz uma descida de 65,3 por cento comparativamente ao ano passado. Ocupação de 48,3% Durante as festividades, os hotéis registaram uma taxa média de ocupação diária de 48,3 por cento, uma descida de 4,6 pontos percentuais. Os estabelecimentos com maior taxa de ocupação foram os hotéis de cinco estrelas, que ficaram ligeiramente acima de metade da sua capacidade, enquanto as pensões tiveram apenas cerca de um quarto da sua ocupação. Por outro lado, a taxa média de ocupação dos hotéis de quatro estrelas (49,8 por cento), representou um aumento de 1,5 pontos percentuais em comparação ao mesmo período de 2020. Neste período, o preço médio por quarto foi de cerca de 1.175,3 patacas, registando uma descida de 42,1 por cento. A maior variação de preços foi nos hotéis de duas estrelas (menos 79,4 por cento) enquanto a menor se deu nos estabelecimentos de cinco estrelas (quebra de 38,7 por cento). A DST comunicou que estão planeadas actividades promocionais para operadores turísticos em cidades da Grande Baía depois do Festival da Primavera. “Está também em avaliação a possibilidade de prosseguir com a realização de promoções nas principais cidades do Interior da China, à semelhança da ‘Semana de Macau em Pequim’ realizada em Setembro passado, num conjunto de esforços para prosseguir com a divulgação da imagem de Macau como cidade saudável e segura para visitar”, diz a nota.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Viagens durante Ano Novo Chinês caíram 58% face a 2020 O número de passageiros que viajaram durante as férias do Ano Novo Lunar na China caiu 57,9%, em relação ao período de férias de 2020, devido aos surtos de covid-19 registados no país nas primeiras semanas do ano. A estimativa divulgada ontem pelo Ministério dos Transportes aponta para um total de 97,7 milhões de viagens realizadas entre os dias 11 e 17 de Fevereiro. Este número representa também uma queda de 71,5%, em relação à semana do Ano Novo Chinês de 2019, uma diferença ainda maior, porque em 2020 o feriado coincidiu com os estágios iniciais da pandemia, quando as autoridades colocaram sob quarentena a cidade de Wuhan, onde os primeiros casos de covid-19 foram diagnosticados. O ministério também destacou que, nos seis dias anteriores à época festiva, foram realizadas mais de 176 milhões de viagens por via rodoviária, o que representa uma subida de 97,3%, face ao período de férias de 2020. Perante os surtos de covid-19 registados em Janeiro, que colocaram o número de infecções no nível mais alto desde julho de 2020, o Governo chinês tomou medidas para reduzir as deslocações durante o Ano Novo Lunar, no que é habitualmente a maior migração humana do mundo. Para milhões de trabalhadores chineses as férias do Ano Novo Lunar são a única oportunidade que têm para regressar às respetivas terras natais. A imprensa oficial revelou que as reservas de hotéis por hospedes nas suas cidades de residência aumentaram 660% e as visitas a atrações turísticas locais 300%. Os cinemas arrecadaram cerca de 8.000 milhões de yuan, um novo recorde para esta época festiva e um novo impulso para a recuperação de um dos setores mais afectados pela pandemia. As vendas do sector retalhista aumentaram quase 29%, em relação ao ano anterior, e os serviços de entrega ao domicílio 260%. O último contágio local pelo novo coronavírus foi detectado na província de Hebei, no norte do país, no dia 15 de Fevereiro.
Salomé Fernandes Manchete SociedadeAno Novo Lunar | Macau recebeu quase 63 mil visitantes em cinco dias Nos primeiros cinco dias do Ano Novo Lunar o número de visitantes superou os 62 mil, o que ainda assim representa uma descida de 71,6 por cento comparativamente ao ano passado Entre quinta-feira da semana passada e segunda-feira, Macau recebeu 62.984 visitantes, o que equivale a uma quebra anual de 71,6 por cento, indicam dados provisórios dos Serviços de Turismo. Mais de 90 por cento de quem visitou o território nos feriados do Ano Novo Lunar vieram do Interior da China. A diferença em comparação ao ano passado foi diminuindo à medida que os dias do Ano Novo Chinês foram passando. Na segunda-feira registaram-se 15.214 visitantes, menos 43,9 por cento em termos anuais. O dia que atraiu mais visitantes foi domingo, quando entraram mais de 17 mil pessoas na RAEM. Nesse dia – à semelhança dos restantes – a maioria dos turistas chegou pelas Portas do Cerco, seguindo-se o posto fronteiriço de Hengqin. Num contexto de restrições fronteiriças por causa da prevenção da pandemia de covid-19 e em que as autoridades chinesas desaconselharam viagens para o exterior, por enquanto, os números ficam abaixo da estimativa do Governo. Recorde-se que a directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes, disse na semana passada que previa uma média diária entre 16 e 20 mil pessoas nos sete dias do ano novo, num máximo de 100 pessoas. Mais de 660 dúvidas Entre as 8h de segunda-feira e as 8h de ontem, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus recebeu 170 pedidos de informação ou esclarecimentos, a maioria dos quais sobre o código de saúde, testes de ácido nucleico, medidas de isolamento, serviços médicos e vacinas. Desde a manhã de dia 11 deste mês, houve no total 663 pedidos de informação relacionados com a epidemia. Por outro lado, o Centro de Coordenação comunicou que a partir de segunda-feira foram canceladas as medidas de observação médicas e autogestão de saúde para os indivíduos que nos 14 dias anteriores à entrada em Macau tenham estado no subdistrito de Waitan, na Rua da Estrada Leste de Nanjing, na Vila de Youyilu ou no distrito de Angangxi.
Salomé Fernandes Manchete PolíticaAno Novo Lunar | Ho Iat Seng comprome-se com firmeza na recuperação económica Numa mensagem de Ano Novo Lunar, o Chefe do Executivo garantiu que o Governo vai “trabalhar de mãos dadas” com os vários sectores da sociedade para “avançar nas adversidades”. “Vamos coordenar, com firmeza, as acções de prevenção e controlo da pandemia e as de recuperação económica e social, e envidar esforços na aceleração do desenvolvimento da diversificação adequada da economia”, disse Ho Iat Seng. O Chefe do Executivo prometeu também continuidade em “elevar a capacidade de governação pública e de prestação de serviços”, com acções centradas no bem-estar da população. Além disso, deixou uma mensagem de agradecimento aos trabalhadores da linha da frente no combate à epidemia. O líder da RAEM descreveu que “a sociedade de Macau tem enfrentado, unida e solidária, as dificuldades, e a conjuntura sócio-económica mantém-se estável, em geral”. Por outro lado, Ho Iat Seng destacou as políticas de integração de Macau no desenvolvimento do país e no sistema de governação nacional: o papel de plataforma da RAEM, a articulação com o Plano Quinquenal Nacional, a “dupla circulação” do país, bem como as estratégias “Uma Faixa, Uma Rota” e a Grande Baía. O Chefe do Executivo afirmou que a implementação “firme e inabalável” dos princípios “um País, dois sistemas” e “Macau governado pelas suas gentes”, a par de um “alto grau de autonomia, solidariedade e espírito empreendedor”, ajudam a “vencer todas as dificuldades e desafios”. Para o Ano do Búfalo deixou ainda votos de “prosperidade e fortalecimento” à Pátria, e de “estabilidade e tranquilidade” à RAEM.
Carlos Morais José A outra face VozesRestaurante Harmonia (por ocasião do Ano Novo Lunar) Enquanto em Portugal se desenrolam vários dramas, por Macau caminha-se com pachorra p’ró Ano Novo Lunar. De nenúfar em nenúfar, no pequeno país teme-se pela pancada; no pequeno enclave é que não se teme nada: tudo aqui é passível de uma marcha regular, sem tragédias, nem lamentos: isto é bom de governar. Com a bênção lá do Céu e as riquezas da Terra, aqui não medram tormentos. Nesta nova utopia, à sombra da grande árvore da pataca, regurgitamos e rimos: não sabemos, não vemos e não ouvimos. Mas, por enquanto, comemos. Eis o menu: Primeiro prato: o leitão. Ornado de luzes com um alegre piscar. Iguaria para os olhos, jovens de uniforme rosa não param de desfilar. Seguram sobre as cabeças o bicho sacrificado, a cada um distribuem elegantes um bocado. Depois, é sublime o momento em que os dentes se cravam na crocante pele enquanto, em simultâneo perfeito, afluem às narinas odores de um aipo santo. Uma respiga de picante vermelho conclui o incidente. Segundo prato: Garoupa ao vapor. Lascas que se elevam brancas, oferecidas, em cama de ervas claras, de coentros da ribeira, da escura soja a pontilhar. Delírio de suavidade no palato, inflamado pela sombra de gengibre. Rodou o peixe e, quando aqui chegou, restava uma ternura de óleo sobre o arroz alvíssimo. Cheirava a fresco, que delícia… Terceiro prato: Galinha assada. Apresente-se a condenada! Tostadinha, crepitante, de cabeça ainda agarrada. Reparta-se agora a ave p’los ilustres comensais: para ali, o peito gordo, a perna, o ovo; as peles para os demais. Não gostais? Mas a pele é nutritiva, tem gordura e bom sabor. Há quem diga que é mesmo a melhor parte, ainda que a rejeite quem parte. Quarto prato: Sopa de tubarão. Que delícia de odor se evola daquela panela, onde ossos e barbatanas partilham da mesma cama, do calor, da cozedura. É cálido o caldo fino, desliza pela colher e sinaliza a fartura. Aí vem a minha vez, levo ao lábios a loucura. E, quando, com prudência, engulo a carne do frango, ainda creio na língua fiapos de tubarão, que certamente nadou numa outra direcção. Quinto prato: Camarões à Sichuão. Polvilhados de picante, do que faz adormecer, são camarões singulares que fartamente se dão a todos os populares. Fazem beber, é certo, mas a vida não se faz a metro: é à unidade e camarões de Sichuão para todos são, não queremos excepção. Afinal, há que dar comida ao povo e o picante dormente é um achado brilhante. Saia mais uma travessa para aquela mesa do canto até que barriga cante. Sexto prato: Bacalhau à brava. Adaptação local do lusitano à Brás. Igual na confusão, na mistura e na falta de rigor, da caótica acepção do ovo com a batata, da cebola que todo o prato engraça, da salsa com a chalaça. À origem, acrescente-se-lhe o “vale tudo”, condimento a ser usado com toda a impunidade, sem pejo e sem poejo. Mexa-se bem, evite-se o sal, pimenta ainda vale, mas deixe de fora o mistério, público ou privado: um prato para comer como se fosse a sério. Sétimo prato: Arroz frito, massa e sobremesa. Para quem ainda tiver fome, eis o truque definitivo, a tranca da refeição. Que ninguém diga: ai que fome, meu Senhor! Aqui tem, senhor doutor, o complemento da casa: arroz ali de Cantão, massa e doce de feijão. É comer até fartar. De barriga bem fornida, são suaves os desgostos desta e da outra vida. Tendes queixas da comida? Não digais que estava má. Deve ser da digestão. Recomendamos um chá… Convém uma explicação. A refeição apresentada foge ao tradicional banquete de catorze pratos. A razão é a contenção necessária em época de crise internacional, para não despertar escusadas invejas em vizinhos e parentes. Por aqui tudo desliza, com vigor e alegria, à medida do menu do Restaurante Harmonia. Kung Hei Fat Chói!
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeGoverno espera entre 16 a 20 mil visitantes diários no Ano Novo Chinês Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, disse ontem que o Executivo espera uma média diária de 16 a 20 mil pessoas nos sete dias do Ano Novo Chinês, num total de 100 mil pessoas. Quanto às previsões do número de turistas para este ano, a responsável falou de seis a dez milhões de pessoas, um valor abaixo dos 14 milhões de turistas previstos no Orçamento Com a campanha de vacinação contra a covid-19 a arrancar em Macau e em outros lugares do mundo, e com as autoridades chinesas a desaconselharem viagens para o exterior, os números do turismo vão continuar a ser tímidos face ao boom registado nos anos anteriores. Ontem, na Conferência Anual do Turismo, Helena de Senna Fernandes, que lidera a Direcção dos Serviços de Turismo (DST), disse prever uma média diária de visitantes nos sete dias do Ano Novo Chinês entre as 16 e 20 mil pessoas, num máximo de 100 mil pessoas nesse período. “Parece-me difícil atingir o número total de 200 mil [pessoas]”, disse à margem do evento. “Em Janeiro houve poucos dias onde se ultrapassaram as 20 mil pessoas por dia. No interior da China as autoridades estão a aconselhar as pessoas a não saírem da sua província, e a nossa perspectiva é a de um Ano Novo Chinês com menos visitantes”, frisou. Sobre a taxa de ocupação hoteleira, a responsável explicou que está nos 30 por cento entre hoje e até à próxima quarta-feira, dia 17, dados relativos a esta terça-feira. “Nos hotéis de 3 e 5 estrelas é melhor, a taxa é superior a 30 por cento. Nos estabelecimentos de 1 ou 2 estrelas e pensões, a situação é pior, [a taxa de ocupação] não chega aos dois dígitos.” Helena de Senna Fernandes destacou o facto de muitos residentes optarem por passar os feriados do Ano Novo Chinês em hotéis. “Da nossa parte encorajamos isso porque também ajuda o sector.” Em relação às previsões de visitantes para este ano, Helena de Senna Fernandes garantiu que não irá além dos dez milhões de turistas. “Gostávamos de ter dez milhões, mas a nossa estimativa é entre seis a dez milhões. Esperamos que após a pandemia a situação volte à normalidade, porque o ano passado recebemos 5,9 milhões de pessoas.”, disse. De frisar que o Orçamento para 2021 previa a vinda de 14 milhões de turistas. “Tudo depende do começo da vacinação e de como vão ser as exigências para as fronteiras. Só aí é que conseguiremos ter uma visão mais correcta do número de visitantes. Com os números de Janeiro não vemos a possibilidade de um aumento grande do número de turistas este ano”, disse Helena de Senna Fernandes que espera, no entanto, um melhor cenário no segundo semestre. “Talvez na segunda parte do ano [a situação] seja melhor, porque só com 60 por cento das pessoas vacinadas haverá uma protecção alargada, segundo sei. Antes de relaxar qualquer controlo das fronteiras temos de ter uma grande proporção da população vacinada.” Novas excursões Depois do lançamento do programa de excursões locais intitulado “Vamos! Macau!”, a DST está a ponderar criar o programa “Macau Ready Go”. “Podemos lançar um novo programa e não uma réplica do antigo. Estamos a conversar com o sector e a pensar em possíveis alternativas. Nós, residentes, podemos não aceitar que nos ofereçam exactamente o mesmo produto antigo sem qualquer alteração.” Relativamente às agências de viagens, funcionam actualmente 217, sendo que 13 fecharam portas o ano passado e quatro abriram. A directora da DST não soube precisar o número de trabalhadores despedidos, nem sequer no seio dos guias turísticos, uma vez que a maioria trabalha em regime freelance. No início da pandemia houve 33 hotéis que pediram para suspender a sua actividade devido à falta de turistas mas entretanto já abriram portas.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeDesempenho das receitas de massas abaixo do esperado na primeira semana de Fevereiro As receitas do jogo de massas nos casinos de Macau registaram, na primeira semana de Fevereiro, um crescimento inferior a igual período de Janeiro, de menos 17 por cento, devido às restrições de viagem que continuam a ser impostas pelas autoridades chinesas. Os analistas da Sanford C. Bernstein prevêem que o impacto irá manter-se no período do Ano Novo Chinês Os resultados das apostas de massas nos casinos, relativos à primeira semana de Fevereiro, continuam a não ser os esperados e, além disso, estão abaixo dos números registados em Janeiro. Os dados são da consultora Sanford C. Berstein e, segundo o portal GGRAsia, revelam uma quebra de 17 por cento face à primeira semana de Janeiro e de menos 79 por cento face à primeira semana de Fevereiro de 2019 no que diz respeito à média diária de receitas arrecadadas. A consultora, que chegou a estes números através das suas próprias fontes junto do sector do jogo, adiantou que nos primeiros sete dias de Fevereiro o jogo de massas arrecadou 1,5 mil milhões de patacas em receitas, uma média diária de 215 milhões. Os analistas Vitaly Umansky e Tianjiao Yu alertaram que estes valores se devem ao facto de a China “continuar sob pressão devido ao aumento do contágio de covid-19 no país”. Dados oficiais mostram ainda que as receitas de jogo tiveram em Janeiro um crescimento de 2,6 por cento, de apenas oito mil milhões de patacas. Os baixos valores registados em Fevereiro também se podem explicar pelo facto de se registar “um abrandamento típico na semana anterior ao Ano Novo Chinês”. “A semana anterior ao Ano Novo Chinês [de 11 a 17 de Fevereiro] é geralmente mais calma em Macau, uma vez que as viagens são adiadas para os feriados e para depois dos feriados”, notou a consultora. Optimismo moderado Na mesma nota, a consultora frisou ainda que as restrições de viagem impostas pela China, além das medidas de confinamento, “vão levar a, pelo menos, uma redução do número de visitas a Macau nas próximas semanas, com um impacto nas visitas durante o período do Ano Novo Chinês (algo que já tinha sido antecipado)”, escreveram Vitaly Umansky e Tianjiao Yu. O optimismo junto das operadoras para este período é moderado, tal como noticiou também o GGRAsia citando declarações de concessionárias ao jornal Hong Kong Economic Journal. No caso de Ambrose So, director-executivo da Sociedade de Jogos de Macau, as expectativas depositam-se nas viagens de turistas oriundos do interior da China. “É muito provável que [as receitas do jogo] sejam de 300 milhões de patacas [por dia], é um número que pode ser alcançado”, afirmou à publicação. Wilfred Wong, presidente das operações de Macau do grupo Sands China, avançou que as celebrações podem “não ser tão calmas quanto o mercado esperava”. Alvin Chao, presidente da empresa promotora de jogo SunCity , disse acreditar que o cenário pode ser melhor do que em Outubro do ano passado, quando se celebrou a Semana Dourada, mas alertou que os casos recentes no Interior e eventuais restrições fronteiriças podem contribuir para um impacto negativo.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteAno Novo Lunar | Comunidade chinesa em Portugal celebra online Este ano as zonas da Alameda e do Martim Moniz, em Lisboa, não se enchem de pessoas para celebrar o Ano Novo Chinês como é habitual. No silêncio instaurado pelo confinamento, a comunidade chinesa celebra em casa com eventos online, cumprindo até os conselhos da própria embaixada da China em Portugal. A crise gerada pela covid-19 também está a afectar os comerciantes, que são ajudados por grupos de apoio Bazares, tendas com nomes de lojas e restaurantes, olhares ocidentais com uma enorme curiosidade sobre a cultura chinesa e sobre uma comunidade com muita presença em Portugal. Era assim o cenário a 18 de Janeiro do ano passado quando a zona da Alameda, em Lisboa, se encheu de cor para celebrar o Ano Novo Chinês. Este ano, porém, o Boi faz a sua entrada num ano atípico e o confinamento decretado pelas autoridades portuguesas, que promete continuar nas próximas semanas, ditou diferentes celebrações. O Ano Novo Chinês celebra-se este ano entre sexta-feira, dia 12, e terça-feira dia 16. Anting Xiang, a residir em Portugal há vários anos e que trabalha na área do atendimento ao cliente no segmento de luxo, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, confessou ao HM que todas as celebrações vão ser diferentes este ano. “Este ano ficamos em casa com familiares, porque não há festas e não temos jantares com os amigos”, disse. Sem celebrações, a comunidade vira-se para os eventos online. No passado dia 28 de Janeiro foi divulgado um vídeo que marca o início de um novo ano segundo o calendário chinês. A Câmara Municipal de Lisboa assinalou mesmo a efeméride nas redes sociais. “O início do ano chinês do Boi, associado ao trabalho árduo e honestidade, foi assinalado a 28 de janeiro pela comunidade chinesa de Portugal numa cerimónia online, que procurou mostrar a riqueza da cultura milenar chinesa e a suas ligações ao nosso país e à cultura portuguesa.” No portal anonovochines.pt, há vídeos e diversos conteúdos relacionados com a cultura chinesa e com esta época em particular. Na cerimónia do dia 28, que decorreu na plataforma Zoom, Li Ji, conselheira cultura da embaixada da China em Portugal, explicou que este website vai continuar a ser actualizado nos próximos dias, a fim de mostrar “muitas atracções culturais de artistas da China, Portugal e Macau”. Wang Suoyong, professora de línguas que preside à Associação Portuguesa dos Amigos da Cultura Chinesa, está a organizar um evento online que decorre no próximo sábado, dia 13. Muitos outros eventos online decorrem na plataforma WeChat, incluindo sessões de esclarecimento sobre a pandemia, entre outros assuntos. “Este ano é diferente, algumas famílias juntam-se, mas pouco”, contou ao HM. “Antes os restaurantes estavam cheios, havia programas, os amigos juntavam-se. Este ano só a família que coabita no mesmo espaço é que celebra. Mas a comunidade chinesa tem muita conversas à distância”, disse. Regra geral, a comunidade está a reagir bem aquele que é o segundo confinamento decretado pelas autoridades no espaço de meses. “Os chineses estão habituados e são muito disciplinados. Quando se implementa um confinamento e se obriga ao encerramento das lojas, eles fecham.” Wang Suoying destaca ainda a eficácia das regras de confinamento no seu próprio país. “Sou de Xangai e vou tendo notícias da cidade. Quando o governo municipal decretou um confinamento de quase dois meses todos ficaram em casa e só saíam mesmo por extrema necessidade, sem fazerem vistas. As minhas quatro irmãs e os seus familiares não se juntaram nesse período.” Y Ping Chow, presidente da Liga dos Chineses em Portugal, está no Porto, onde o cenário é semelhante. “Não há nada que possamos fazer e tivemos, aliás, o conselho da embaixada [da China em Portugal] para permanecermos em casa durante o Ano Novo Chinês, porque calha nas mesmas datas que o confinamento. Ficamos em casa, a ver televisão e a participar nos eventos online, e pouco mais”, frisou. Este ano não há pratos especiais à mesa porque não há visitas que o justifiquem. “Farei uma refeição normal”, adiantou. Comunidade em crise Muitos sectores da economia portuguesa estão a ser duramente afectados pelo confinamento, em especial o turismo, o retalho e a restauração, que mais dependem do movimento de pessoas e de turistas. Os comerciantes chineses não são excepção e há muitos casos de quem esteja a passar dificuldades. Há relatos de quem assinou contratos de arrendamento a semanas de arrancar o segundo confinamento e que se viu impossibilitado de arcar com uma renda, ou de pessoas que estão sem rendimentos há meses. Os pedidos de ajuda são, contudo, abafados e não saem da comunidade, cujos membros se ajudam entre si. “No primeiro confinamento as pessoas tinham medo e houve muitos comerciantes que fizeram obras, mas depois o movimento nas lojas foi muito fraco e agora entramos novamente num segundo confinamento. Temos um centro de apoio aos chineses, eles devem ter recebido pedidos de ajuda. Mas os chineses ajudam-se uns aos outros, e têm sempre algumas economias, nós poupamos muito”, explicou Wang. Sobrevivem aqueles que têm pequenos negócios na área do ramo alimentar, que podem abrir com horário reduzido. “Quem tem lojas pequenas tem autorização para abrir, conheço um senhor que tem uma frutaria e que abre portas todos os dias. Mas há muitos comerciantes que tiveram mesmo de fechar”, acrescentou a professora. Y Ping Chow diz que há “muitos casos” de dificuldades e que houve até dispensa de funcionários. “Os restaurantes estão todos praticamente fechados ou apenas fazem o serviço take-away, e as lojas estão todas praticamente fechadas também, mesmo aquelas que trabalham na área das revendas. Está tudo parado. Poucas pessoas voltaram para a China a não ser os trabalhadores, porque houve alguma dispensa de pessoal por parte da comunidade”, acrescentou o responsável. No geral, “as pessoas têm a tendência de voltar para a China mas pretendem regressar a Portugal assim que tiverem oportunidade”. A obrigatoriedade do cumprimento de uma quarentena à chegada à China demove muitos de fazer a viagem, sempre com os dias contados e dependente de uma rígida rotina laboral em Portugal. Mesmo que precisem de ajuda como os portugueses ou outras comunidades, os chineses acabam por se fechar em si mesmos. “No caso das pessoas que não têm trabalho ou que estão a passar por dificuldades a comunidade chinesa tem os seus grupos de apoio”, disse apenas Y Ping Chow. Ainda assim, já houve uma resposta oficial a eventuais casos mais graves. No passado dia 18 de Janeiro, a embaixada da China em Lisboa anunciou a distribuição de cabaz do Ano Novo Chinês aos membros mais vulneráveis da comunidade chinesa em Portugal. Os cabazes foram distribuídos a estudantes chineses em Portugal, “extremamente pobres” e que não têm meios para regressar ao seu país, ou que vivem sozinhos nas cidades onde estudam. Foi dada prioridade a idosos e mulheres grávidas. O objectivo desta acção foi os chineses a “reforçar a sua protecção pessoal”. Nesta altura, a embaixada aconselhou os chineses que residem em Portugal a registarem-se nas associações ou junto de um dos três pontos de apoio, situados em Lisboa, Vila Nova de Gaia e Albufeira, que entregaram os cabazes. A embaixada referiu que, desde o início da pandemia de covid-19, já lançou quatro campanhas que fizeram chegar aos cidadãos chineses em Portugal mais de 30 mil pacotes com máscaras cirúrgicas e desinfectante. Wang Suoying destaca ainda o facto de muitos comerciantes de nacionalidade chinesa estarem abrangidos pelas medidas de apoio implementadas pelo Executivo português, tal como as moratórias bancárias. A docente destaca também o apoio de Choi Man Hin, presidente do conselho de administração do grupo Estoril Sol e presidente da Associação de Comerciantes e Industriais Luso-Chinesa. O empresário também lidera o Centro de Apoio aos Emigrantes Chineses, em Lisboa. Este “assinou um documento urgente de luta contra a pandemia, com medidas concretas de apoio aos emigrantes com dificuldades económicas”, explicou Wang Suoying. Chen Jianshui, proprietário da cadeia de supermercados Chen, em Lisboa, contribuiu com três mil euros [cerca de 29 mil patacas] para o orçamento do Centro. O HM tentou chegar à fala com Choi Man Hin, mas até ao fecho desta edição não foi possível. Na zona de Vila do Conde, no norte do país, e onde existe o maior centro de armazéns de produtos chineses, foi também estabelecido um outro grupo de apoio liderado pelo empresário Li Kai. Segundo contou Wang Suoying ao HM, em apenas dois dias foram angariados cerca de 80 mil euros [cerca de 771 mil patacas] para “concretizar medidas contra a pandemia e dar apoio aos compatriotas com dificuldades económicas”, adiantou Wang Suoying.
David Chan Macau Visto de Hong Kong VozesVotos de bom ano Dentro de três dias, vai começar o Ano Novo Chinês. Nesta época, continuamos a ver pessoas que afixam cartazes com o “Deus da Fortuna”, esperando que o “Deus da Fortuna” venha com o novo ano e lhes traga riqueza. Este também é o seu desejo de ano novo? Os votos de ano novo relacionados com dinheiro estão sempre ligados à recuperação económica e à prosperidade nos negócios. Mas os votos deste novo ano estão mais direccionados para a saúde e para o desaparecimento da epidemia. Para sermos saudáveis, temos de combater o novo coronavírus. Isto é fácil de dizer, mas mais difícil de fazer. A comunicação social já anunciou a chegada das vacinas a Macau e a vacinação vai começar em breve. Depois da implementação do método, que para já é o mais eficaz para combater o vírus, os residentes de Macau vão permanecer saudáveis. Depois de vacinadas, as pessoas desenvolvem antígenos para combater o vírus. Mesmo que o vírus se continue a propagar, não haverá infecções e, aos poucos, a epidemia irá desaparecendo. Se todos trabalharmos nesta direcção, podemos atingir o nosso desejo de ano novo. Para restabelecer a economia, o mais importante é revitalizar o principal sector económico de Macau – a indústria do jogo. Mesmo em tempo de pandemia, Macau já fez acordos com a China no que respeita à abertura das fronteiras. Os cidadãos chineses podem viajar para Macau desde que tenham um resultado negativo no teste à covid. Os trabalhadores dos casinos também têm de ser testados. Embora o Governo tenha tomado muitas medidas para proteger a indústria do jogo, temos de compreender que neste cenário pandémico, é impossível continuar a afluir a Macau a quantidade de turistas a que estávamos habituados, e que a economia não pode voltar tão depressa a estar no patamar em que se encontrava antes do surto da doença. As empresas ligadas ao turismo e ao jogo irão retomar aos poucos. Mas para revitalizar a economia, também é necessário fazer crescer o consumo interno, e isso só depende de Macau. Nas circunstâncias actuais, embora muitas lojas tenham fechado por falta de movimento, as vendas online aumentaram. As empresas que usam plataformas de venda electrónicas redobraram as vendas. Se a epidemia continuar por mais algum tempo, as empresas que apostam nestas plataformas vão ganhar vantagem sobre as outras. Se os empresários quiserem aumentar os seus negócios, terão inevitavelmente de aderir a este modelo. No entanto, as plataformas electrónicas são apenas meios que facilitam o encontro entre a oferta e a procura. Em último caso, os serviços prestados e a qualidade dos produtos são o factor determinante para fazer crescer a clientela. Uma boa plataforma que venda produtos de qualidade inferior não vinga, vende uma vez e o cliente insatisfeito não volta a comprar. Assim sendo, ter em conta a qualidade dos produtos e dos serviços, e disponibilizá-los através de uma boa plataforma electrónica, é a estratégia para fazer negócio de hoje em diante, e é também uma forma de encorajar o “deus da fortuna” a vir e a fazer os negócios prosperarem. Os chineses dão grande importância ao Ano Novo, não só porque as famílias se podem reunir, mas mais do que isso, porque todos acreditam que cada ano será melhor do que o ano anterior. A epidemia embotou a vitalidade das sociedades e fez adormecer a esperança. O Novo Ano que aí vem tem de realçar a importância do conceito de “cada ano é melhor do que o anterior”. Os votos de “Bom Ano” desta vez têm de incluir saúde, prosperidade, recuperação económica, mas também o desaparecimento da epidemia. Serão palavras sentidas que transmitem o desejo colectivo. Estas palavras vão aquecer-nos o coração e fazer-nos sentir importantes e amados. Abençoo os meus leitores e a todos desejo um “Bom Ano Novo”. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado da Escola Superior de Ciências de Gestão/ Instituto Politécnico de Macau Blog:http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
Anabela Canas h | Artes, Letras e IdeiasBoi metal À beira de um novo ano como de um abismo, de um anseio fundamental. De uma porta. O novo ano a rimar com animal. Proust com cafeína, tigre com Borges e boi com ano mental. Volto ao bicho. Explicar o bicho como adivinhar o que aí vem. Precisamos, humanos, da adivinhação genérica, cautelosa ou expectante do mundo, em cada fronteira de um ciclo. Chegar à beira de uma etapa com a motivação de um reinício. A adivinhação, a astrologia, os oráculos de culturas milenares e outras formas de previsão do futuro, sejam elas a resposta de uma divindade, o fruto de uma inspiração, o “enthousiasmós”, que significa ter deus em si, ou o estrito cumprimento de ritos, espelham uma espécie de fé confortável na predestinação. Desocultada essa e desvendados os olhos de quem pergunta. Também outras leituras do destino, do Tarot ao I Ching, na abordagem de Jung, para quem a mente era de carácter simbólico, remetem para a tentativa de compreensão através do olhar mergulhado no inconsciente. O ser em busca de um entendimento de si mesmo por meio de arquétipos. Como o inconsciente a revestir-se de um carácter mediúnico. Explicar o Boi, o touro, o búfalo, o bicho, impossível como explicar a vida. Tantos e tão diferentes como os dias. Há que amar os animais difíceis como os dias e os anos. Cheios de dentes e garras afiadas. Um búfalo é um boi que gosta de água e cobrir-se de lama para refrescar, resistir. Depois uma camada gretada e seca assemelha-o a um pedaço de terra. Enorme torrão domesticado. Com uma gravidade espelhada no semblante ilegível e todo o estar gravitacional. Compacto como mundo físico. Preso ao solo como uma erupção da terra. E a sonhar na água, quando não trabalha de cabeça baixa. Os chifres como uma balança. Se há justiça na dedicação do esforço e da superação Explicar o touro. A impotência face ao acontecer. Um arrastão que se consome em força. Porque o touro não é um boi como os outros. Tem a revolta de se ver na arena. Como nós. A possante imposição do que é terreno e, espicaçado, com os cascos a raspar ávidos em fúria no chão. Situamo-nos nesta arena, às vezes destemidos de tão pouco saber. Penso na investida do animal em fúria. Touro a investir e a morrer na arena. Fúria redonda, força bruta e determinação. Mas penso naqueles cornos pontiagudos ou boleados a colher em frente. Também gravitacional e preso à terra, como uma erupção. Vulcânica. E como tal lhe sai ruidosamente pelas ventas o sopro da ansiedade que o cerca e provoca. Como humano suspiro fundo em momento de desespero. Vida livre e predestinada a este momento. Do desafio à humilhação e anulação. Para catarse, o espectáculo do outro. Na sua irracionalidade de toneladas. Manipulada por quem conhece dele o que não conhece de si, às vezes. Porque ele também não conhece de si. Há que amá-los, esses bichos corpulentos que nascem domesticados, nascem planeados e predestinados. Também eles sem saber a quê. Um sentido e um destino que só se dá a ver no momento do cumprimento. Da arena. Nada sabem de si, mas estão. E resolvem a prova do momento que surge sem escapatória, na raiva do reagir. Com todo o seu peso, em frente sem contudo poderem fugir ao desfecho final. Brutal metal. Às vezes revejo-me nele, no bicho. Quando estou em mim e o vejo em mim e revejo-me nele além de mim, vejo-o como se vê o mundo e o outro. É a primazia do instinto sobre a objectividade. Um pujante avançar na rotina dos dias. No confuso evoluir. Ou desenhar o ano. E é o minotauro que me espera ao fundo e os labirintos. Espero até ao fim do labirinto, no fim do labirinto. E até ao fim do tempo. E não mais, porque mais não pode ser. Mas ficará uma voz a ecoar. Ou o eco, somente. E depois, um outro ano. Animal. Este. O escarlate de Veneza a correr nas veias, tinta de séculos com cor de vasos e de versos, esse brilho insensato do sangue perdido. Sangue de boi é o nome da cor de sombra e do sangue do animal. Virado do avesso em couros, tecidos e tintas. A oxidação do sangue a escurecer como uma profética coloração de que a morte recobre os seres. Com poemas escondidos em vida por detrás da pele. Um golpe e é cor. Fica bem na morte, o vermelho vivo, que esmorece e se ensombra, como a vida se esvai dos olhos do animal. E são as coisas da vida e da morte, que nos trazem os anos. Da morte se faz tintas e tingimentos. Da vida explorados os sentimentos, fingimentos e outras formas de fazer úteis os pigmentos. Gosto dessa cor como sangue da terra. Sangrada do boi terra quando se esvai. O avesso da vida se faz morte e mesmo a morte se recicla. Em memória, também. Coisas estranhas em círculos cruéis. De vida. Os anos que se sucedem, os dias, os animais. E os que nós somos. E que não sendo iguais, somos sobretudo como eles entre eles, diferentes, vivos e mortais.
João Santos Filipe Manchete SociedadeWan Kuok Koi está em Macau e distribuiu lai sis O HM obteve um vídeo que mostra o ex-líder da tríade 14 quilates a inaugurar um café em Macau no final da semana passada e a segurar uma faixa de apoio à associação de Hongmen e ao “irmão Koi” Procurado pelas autoridades da Malásia, que dizem ter pedido à Interpol para emitir um Alerta Vermelho, Wan Kuok Koi, também conhecido como “Dente Partido”, está em Macau. De acordo com um vídeo obtido pelo HM, Wan esteve mesmo presente, no final da semana passada, na inauguração do Café Ka Wa, na Rua 5 de Outubro. Nas imagens é possível ver Wan não só a distribuir “lai sis” por alguns dos presentes, que agradecem, mas também um grupo de pessoas presentes na inauguração a segurar uma faixa onde se pode ler: “Amar Hongmen! Apoiar o irmão Koi”. As ligações entre Wan Kuok Koi e a Associação Mundial de História e Cultura de Hongmen não são novas e em Junho de 2018, o agora empresário abriu uma sucursal da associação no Camboja. Nesse ano, em entrevista à East Week, “Dente Partido” afirmava que tinha como objectivo abrir escolas e lares para promover o ensino da língua e cultura chinesa. A Hongmen foi uma associação secreta com uma grande influência na sociedade chinesa, principalmente durante o período da República da China, tendo contado nos seus quadros com políticos como Sun Yat Sen ou Chiang Kai Shek. No entanto, em algumas jurisdições, como em Hong Kong, a Hongmen foi proibida devido às ligações entre os seus membros e as tríades. Wan Kuok Koi é procurado na Malásia devido a um esquema que terá resultado numa fraude com um valor superior a dois milhões de dólares americanos. Foi igualmente sancionado em Dezembro do ano passado pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, que na justificação para a decisão indicou que a associação Hongmen estava a ser utilizada para legitimá-lo em Hong Kong e Macau. Sem possibilidade de entrega Na semana passada, Wong Sio Chak, secretário para a Segurança, recusou revelar se Wan Kuok Koi se encontrava em Macau. O governante justificou a recusa dizendo que não falava de “casos concretos” porque se tratava de informação relacionada com o direito à privacidade. No entanto, quando confrontado com a possível existência de um Alerta Vermelho da Interpol contra Wan, o secretário para a Segurança sublinhou que Macau está constantemente em comunicação com as entidades internacionais e que segue os procedimentos internacionais para este tipo de situações. A prática internacional define que uma jurisdição não entrega os seus residentes ou nacionais a outra. Apesar das autoridades da Malásia terem dito que iam avançar com um pedido de Alerta Vermelho, à hora de fecho desta edição, a Interpol ainda não fazia constar no portal o nome de Wan Kuok Koi.
Hoje Macau PolíticaAno novo chinês | Wong Kit Cheng pede medidas de incentivo à economia Em interpelação escrita, a deputada Wong Kit Cheng perguntou ao Governo se pode estudar medidas para convencer a população a ficar em Macau durante o ano novo chinês e incentivar o consumo interno nas comunidades, na sequência do apelo das autoridades da China continental para as pessoas evitarem deslocações. A deputada da Associação Geral das Mulheres quer que seja estudada a possibilidade de os cupões de consumo destinados aos turistas serem também distribuídos aos cidadãos em Macau. O objectivo é elevar a vontade de consumo dos residentes e trabalhadores não residentes, bem como aliviar o impacto do reduzido número de visitantes junto das pequenas e médias empresas. Por outro lado, de forma a equilibrar as medidas de prevenção da pandemia e a atmosfera festiva do ano novo chinês, a deputada pediu para as actividades serem distribuídas por estabelecimentos comerciais das diferentes comunidades. Wong Kit Cheng recordou que apesar da recuperação demonstrada pelo regresso do volume de turistas para 21 mil visitantes por dia, a pandemia voltou a propagar-se. Assim, quer saber como serão ajustadas as medidas para revitalizar o sector do turismo.
Hoje Macau Grande Plano MancheteJogo | Economistas alertam para resultados abaixo das expectativas do Governo O Governo prevê que as receitas do jogo cheguem a 130 mil milhões de patacas este ano, mas os economistas Albano Martins e José Sales Marques alertam para o excesso de optimismo e para a possibilidade de os números serem bem diferentes. A desilusão pode começar já no Ano Novo Chinês, que deverá ter menos visitantes do que é esperado O economista Albano Martins considera que tudo joga contra o optimismo do Governo na previsão de receitas do jogo para 2021, apesar de ser um dos territórios mundiais mais seguros no controlo da pandemia. A tradição conservadora do Executivo na previsão das receitas do jogo no orçamento deu lugar a um invulgar optimismo, estranhou o economista, que duvida que o valor arrecadado se aproxime das projecções anunciadas para a capital mundial do jogo, que assinala agora um ano desde que registou o primeiro caso de covid-19, uma mulher natural de Wuhan, na China. “Tudo joga contra a expectativa dos 130 [mil milhões de patacas de receitas] para este ano. O montante permanece uma grande incógnita, mas acredito que seja melhor do que em 2020, que foi uma catástrofe. Mas não os 10,8 [mil milhões de patacas], a não ser que o Governo de Macau tenha informação privilegiada”, procurou resumir, em declarações à Lusa. “Nunca vi a Administração ser tão optimista, ela que é normalmente tão conservadora”, enfatizou o economista. O Governo de Macau estimou que o jogo possa render 130 mil milhões de patacas este ano, mesmo assim, metade do valor projectado inicialmente no Orçamento de 2020. “A técnica habitual nos orçamentos é subestimar receitas e maximizar despesas para não haver ‘buraco’”, explicou. Contudo, isso pressupõe que em média os casinos consigam ter receitas mensais de 10,8 mil milhões de patacas. Isto quando em Dezembro, o melhor mês em 2020 para as concessionárias da capital mundial do jogo no período pandémico, as receitas foram de 7,8 mil milhões de patacas. “A não ser que o Governo de Macau tenha informação privilegiada de Pequim, algo como um aval da China que permita perceber que ainda este ano, por exemplo, se verifique um crescimento do segmento VIP, e que pode valer mais de metade da receita”, admitiu Albano Martins, que salientou as restrições nos fluxos turísticos, com o segmento de massas a ser fortemente afetado. “É muito difícil de prever, há demasiadas variáveis, sendo uma delas o facto de a China estar bem ou mal-humorada, de poder fechar ou abrir a torneira”, em especial num período em que têm aumentado os casos, contrariando a ideia de que o país tinha a situação pandémica completamente controlada, até porque a maioria dos contágios resulta de surtos locais. Ano Novo, vida velha Também à Lusa, o economista José Luís Sales Marques defendeu que a economia deve viver em Fevereiro “um Ano Novo Chinês invernoso”. Em causa está o facto de Pequim e depois a China terem desencorajado a população a viajar por altura do Ano Novo Lunar chinês, quando tradicionalmente tem lugar a maior migração interna do planeta, e Macau regista habitualmente um crescimento significativo do fluxo turístico e enchentes nos casinos. “As recomendações (…) e o aumento dos casos na China a impressão que temos é que vamos ter um Ano Novo Chinês invernoso”, estimou Sales Marques, agora que se assinala um ano desde que o território registou o primeiro caso de covid-19, mas está há cerca de sete meses sem identificar qualquer contágio. “É muito cedo para tirar conclusões, mas a perspectiva não é muito encorajadora”, ainda que seja o “princípio do ano e se espere que, com a vacina, as previsões possam ser mais positivas”, acrescentou. Recuperação tímida Sales Marques sustentou que manda a prudência não se fazer qualquer tipo de prognóstico em relação ao comportamento da economia de Macau para 2021, sobretudo na área do jogo, que tem evidenciado uma recuperação tímida, mas com muitas variáveis difíceis de analisar. “Os dados sobre o mercado VIP não são famosos”, exemplificou. Em Dezembro, o melhor mês de 2020 durante o período da pandemia, “o peso do mercado VIP no jogo foi apenas de 26 por cento, quando normalmente é de metade”, justificou. Sales Marques admitiu a dificuldade de fazer previsões num contexto pandémico, mas defendeu que “quando o Executivo fez as projecções, obviamente que tinha elementos à sua disposição e procuraram ser razoavelmente prudentes”. O economista duvida que este ano se venham a repetir as ajudas financeiras governamentais de 2020, sem precedentes e dirigidas à população e pequenas e médias empresas. “Não existem mais dados de que venham a ser dados mais apoios. De resto, não está orçamentado pelo Governo, e existem expectativas de que a economia regresse um pouco à normalidade”, salientou. Contudo, “se alguma vez a situação piorar, é evidente que o Governo terá de tomar outra atitude, admitiu. Derrocada de visitantes No ano passado, o território perdeu 85 por cento dos visitantes em comparação com 2019, segundo dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) ontem divulgados. Em 2020 entraram 5.896.848 visitantes no território, longe dos quase 40 milhões registados no ano anterior. O período médio de permanência dos visitantes foi de 1,4 dias, mais 0,2 dias, relativamente a 2019. A esmagadora maioria dos visitantes, mais de 4,7 milhões, veio da China continental, segundo a DSEC. A China continental beneficia de excepções face às restrições fronteiriças determinadas no âmbito do combate à pandemia do novo coronavírus. Os últimos dados apontam para um aumento de 3,6 por cento em Dezembro, em relação aos números de Novembro, mas um decréscimo de 78,6 por cento quando comparado com o mesmo mês de 2019. Neste momento, e segundo o ‘ranking’ da plataforma ‘online’ Worldmeter, que reúne estatística mundial sobre a pandemia, Macau encontra-se no fundo da tabela em termos de casos e óbitos por covid-19, estando ao lado de territórios como Ilhas Salomão, Samoa, Micronésia, Vanuatu, Cidade do Vaticano e Ilhas Marshall. Sector VIP instável e ligeira recuperação no segundo semestre, diz Bernstein Analistas da consultora Stanford Bernstein defendem que o sector do jogo pode “recuperar no semestre de 2021 e atingir a retoma em 2022, com o regresso à normalidade no ambiente de operações e no mercado bolsista”. Em relação ao jogo VIP, as previsões apontam para alguma instabilidade este ano, cenário que se deverá prolongar até 2022. “O sector VIP vai continuar a sofrer com o escrutínio das transferências de dinheiro e as preocupações de clientes e agentes na relação com os junkets. No entanto, tal pode resultar num impacto positivo para o jogo de massas directo e premium”, com a transferência de clientes do segmento VIP, explica o comunicado da consultora citado pelo portal GGRAsia. Macau irá continuar a sofrer alguma instabilidade este ano no que diz respeito à vinda de turistas da China, uma vez que persistem “obstáculos” quanto à emissão de vistos e a necessidade de apresentação de testes à covid-19 negativos. Além disso, há também o impacto negativo da “contínua suspensão” dos vistos turísticos para excursões. “Muitos clientes de Macau estão a adiar viagens, mesmo ao nível do consumo premium, enquanto as viagens na China recuperam. Não esperamos nenhuma abertura na bolha de viagem [sem a realização de uma quarentena obrigatória] com Hong Kong até finais do primeiro trimestre, ou mesmo no segundo”, frisaram os analistas. “As restrições de viagem relacionadas com Macau não serão eliminadas até ao segundo semestre de 2021”, adiantaram os analistas da Bernstein, mas poderá haver uma “forte” melhoria nas receitas do jogo de massas e no número de visitantes assim que as opções de viagem “regressem ao normal”. Quanto ao desempenho dos casinos, a Bernstein prevê que o segmento do mercado de massa chegue 75 por cento dos valores de 2019, com o sector VIP a aproximar-se apenas dos 50 por cento. “O sector já está a atingir um melhor EBITDA [lucros antes de impostos, juros, depreciações e amortizações] com os actuais níveis de receitas e a projecção da forte recuperação do sector de massas (e do segmento não jogo) deverá registar-se um aumento do crescimento dos lucros EBITDA”, lê-se.
Hoje Macau China / ÁsiaEmbaixada da China vai distribuir cabazes de Ano Novo Lunar em Portugal A Embaixada da China em Lisboa anunciou na terça-feira que vai distribuir cabazes de Ano Novo Lunar aos membros mais vulneráveis da comunidade chinesa em Portugal. Num comunicado, a Embaixada revela que os cabazes serão distribuídos a estudantes chineses em Portugal, chineses “extremamente pobres”, sem meios de regressar à China ou que vivem sozinhos, com os idosos e mulheres grávidas a ter prioridade. O objectivo é ajudar os chineses a “reforçar a sua protecção pessoal”, numa altura em que a situação da pandemia de covid-19 em Portugal é “muito séria”, com o número de novos casos “a subir rapidamente”, refere o comunicado. A Embaixada aconselha os chineses que vivem em Portugal a registar-se junto das associações da comunidade ou junto de um dos três pontos de apoio, situados em Lisboa, Vila Nova de Gaia e Albufeira, que irão mais tarde entregar os cabazes. Já os estudantes irão ser contactados directamente pela Embaixada. No ano lectivo 2018-2019 estavam inscritos nas instituições de ensino superior portuguesas 1.296 alunos chineses. A semana do Ano Novo Lunar é a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao Natal nos países ocidentais, época em que tradicionalmente as famílias se reúnem para refeições. Este ano, o Ano Novo Lunar, dedicado ao Búfalo, assinala-se a partir de 12 de Fevereiro. A Embaixada refere que, desde o início da pandemia de covid-19, já lançou quatro campanhas que fizeram chegar aos cidadãos chineses em Portugal mais de 30 mil pacotes com máscaras cirúrgicas e desinfectante.
Nunu Wu SociedadeCarne de porco | Prevista manutenção de preços até Ano Novo Chinês Au Kam Lon, representante da Nam Kwong, disse que o preço da venda de porcos vivos não deverá aumentar até ao Ano Novo Chinês, noticiou ontem o canal chinês da Rádio Macau. Também não está prevista uma descida dos preços uma vez que as duas grandes empresas importadoras de produtos alimentares, a Nam Kwong e Nam Yuen, já adquiriram um número suficiente de animais vivos, a fim de assegurar a estabilidade do fornecimento da carne de porco. Au Kam Lon disse que actualmente chegam ao território, diariamente, entre 230 a 250 animais, e que caso haja necessidade, no período das festividades, podem chegar até 300 porcos vivos por dia. O representante da Nam Yuen, Wong Kai Chok, adiantou que 80 por cento dos porcos vivos chega da província de Guangdong, esperando que possa haver mais um ou dois locais adicionais de fornecimento, a fim de aliviar a pressão das fontes habituais de importação.
Nunu Wu SociedadeTurismo | Apelos para prevenir pandemia pressionam sector hoteleiro No seguimento dos apelos lançados pelas autoridades de saúde da China e de Macau para evitar viagens desnecessárias, o presidente da direcção da Associação de Indústria Turística de Macau, Wong Fai, espera que o sector hoteleiro do território enfrente alguma pressão durante as festividades do ano novo chinês. Segundo o jornal Cidadão, o responsável não espera que a taxa de ocupação hoteleira traga registos animadores, já que o número de reservas para o período do ano novo chinês é baixo e tem havido cada vez mais cancelamentos, tanto para o final de Janeiro, como para o início de Fevereiro. De acordo com a mesma fonte, Wong Fai diz mesmo que o sector está “pouco optimista” para o período do ano novo chinês. Já de acordo com o canal chinês da TDM – Rádio Macau, o subdirector da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), Hoi Io Meng, prevê que o número de visitantes esperados para o ano novo chinês deverá ser menor do que as previsões anteriormente avançadas. Hoi Io Meng lembrou ainda que, devido à evolução da pandemia nas regiões vizinhas, a DST decidiu entretanto cancelar o espetáculo de fogo de artifício, as danças do leão e do dragão e a parada de celebração do ano novo chinês.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAno Novo Chinês | Governo apela a que cidadãos evitem deslocações Surgimento de novos surtos no Interior levam a que as autoridades de Macau peçam às pessoas para evitarem deslocações no Ano Novo Chinês. Alvis Lo, médico dos Serviços de Saúde, indicou mesmo que o “mais importante é prevenir” O Governo apela aos residentes e trabalhadores não-residentes (TNR) que passem as férias do Ano Novo Chinês, que este ano se celebra a 12 de Fevereiro, em Macau. Em causa, está o receio que o agravamento da situação pandémica no Interior leve ao ressurgimento de casos na RAEM e o apelo foi deixado na conferência de imprensa dos Serviços de Saúde. “Estamos no Inverno, o que favorece a propagação do vírus, e isso causou um surto em determinadas cidades no Interior. Compreendo que o Ano Novo Chinês é um período prolongado de férias e que os trabalhadores não-residentes querem voltar”, começou por afirmar Alvis Lo, médico-adjunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde São Januário. “Mas devido à situação pandémica no Interior e no Mundo queremos evitar as deslocações dos TNR para outras cidades. É para tentar proteger e evitar um novo surto em Macau. Seja TNR ou residente devem ser evitadas as deslocações”, apelou. Por enquanto, a medida é apenas uma recomendação e foi tomada na sequência do exemplo de outras províncias no Interior. “É uma medida em articulação com as políticas nacionais para evitar a concentração e a deslocação de pessoas”, explicou ainda Alvis Lo. No caso de os cidadãos saírem mesmo de Macau e regressarem infectados, os SS apelam a que se preparem para revelar todo o percurso aos médicos. “Se forem e voltarem com sintomas, devem prestar a máxima atenção e contar ao médico todo o percurso que fizeram durante a viagem”, indicou. Ontem, os dados oficiais da China apontaram para o surgimento de mais de 100 casos. Preparação nunca parou Quanto à possibilidade de haver um ressurgimento dos casos, o médico fez questão de sublinhar que o Governo está preparado e que tem mais recursos disponíveis nesta fase, do que no início da pandemia. “Na primeira fase tínhamos 250 camas e na segunda fase tínhamos 266 camas. Já temos um plano para um hospital de campanha, por isso no que diz respeito aos equipamentos estamos preparados”, afirmou Alvis Lo. “No lado dos recursos humanos, se surgir um número maior de pacientes já temos mais quadros formados, uma vez que formámos profissionais para ajudarem no tratamento de pessoas com covid-19, mesmo durante estes mais de 200 dias sem casos. Não baixamos a guarda”, frisou. Apesar de defender a existência de recursos em número suficiente, Lo não deixou a conferência acabar sem um aviso: “A preparação dos Serviços de Saúde é suficiente, mas o mais importante é prevenir”, completou. DSAL encontrou-se com patrões A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) emitiu ontem um comunicado onde apela a que os trabalhadores não residentes (TNR) do Interior da China não façam deslocações no período do Ano Novo Chinês devido à pandemia da covid-19 (ver texto principal). Neste contexto, realizou-se ontem uma reunião entre a DSAL e representantes da Associação Comercial de Macau (ACM) e da Associação de Agências de Emprego de Capital da China. Na reunião, foi feito um apelo para que “empregadores das pequenas e médias empresas (PME) incentivem os TNR oriundos do Interior da China a evitar a deslocação à terra natal para passar o feriado do Ano Novo Chinês”. Além disso, a DSAL apela a que se tomem medidas de protecção individual. Ma Iao Lai, presidente da ACM, disse esperar que o patronato possa corresponder e agir de acordo com o apelo feito pelo Governo, oferecendo o apoio aos trabalhadores no período do Ano Novo Chinês, noticiou o canal chinês da Rádio Macau. O responsável adiantou que se as pessoas se limitarem a ficar em locais como Macau, Zhongshan e Zhuhai podem impedir uma nova vaga de infecções. Ma Iao Lai espera também que o Executivo continue a apoiar as PME em dificuldades. Também ontem, a DSAL reuniu com representantes da Federação da Indústria e Comércio de Macau Centro e Sul Distritos, da Federação Industrial e Comercial das Ilhas de Macau, da Associação Industrial e Comercial da Zona Norte de Macau e da Associação Industrial e Comercial da ZAPE de Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Pequim inicia vacinação em larga escala antes do Ano Novo Chinês Milhares de pessoas fizeram ontem fila num parque em Pequim para serem vacinadas contra a covid-19, numa altura em que as autoridades tentam evitar nova vaga epidémica, nas vésperas do Ano Novo Chinês. Mais de 73 mil pessoas foram vacinadas na capital chinesa, entre sexta-feira e domingo, segundo a imprensa local. Funcionários municipais e motoristas de autocarro foram os primeiros a receber a injecção. As autoridades médicas anunciaram na quinta-feira que deram luz verde “condicional” ao uso generalizado de uma das vacinas fabricadas na China, cujo produtor, a Sinopharm, afirma ter uma taxa de eficácia de 79 por cento. Um dos candidatos, citado pela agência France-Presse, disse que a sua empresa tinha marcado a consulta e que queria ser vacinado “para ficar descansado”. “Acho que os efeitos colaterais, se houver, serão suportáveis”, acrescentou. Sem esperar pelo sinal verde oficial das autoridades médicas, a China começou a vacinar milhões de pessoas, no Verão passado, incluindo funcionários de saúde, estudantes ou diplomatas. Mais de 4,5 milhões de doses foram já administradas, disseram as autoridades na semana passada.
admin ReportagemAno Novo Chinês | Distância diminui festejos da comunidade em Portugal Em Portugal o Ano Novo Chinês celebra-se com festas públicas, organizadas por associações e pela própria Embaixada da China em Lisboa. No norte do país, onde há uma comunidade chinesa mais pequena, as celebrações têm uma menor dimensão. Contudo, o facto de viverem há décadas longe da China faz com que, para muitas famílias chinesas, esta época seja apenas sinónimo de uns dias de férias, sem uma celebração especial [dropcap]P[/dropcap]or estes dias, restam na zona da Alameda e da avenida Almirante Reis, em Lisboa, réplicas das tradicionais lanternas vermelhas chinesas que indicam que por ali houve festa. Apesar de o Ano Novo Chinês se celebrar a partir de hoje, as celebrações oficiais na capital portuguesa aconteceram no fim-de-semana de 18 e 19 de Janeiro, com a realização de uma marcha e uma feira com produtos chineses. A festa, aberta a toda a população e que juntou centenas de curiosos de todas as nacionalidades, marca o início do Ano do Rato, mas, para a comunidade chinesa a residir em Portugal, muitos deles há várias décadas, esta é uma época que simboliza apenas uns dias extra de férias e nada mais do que isso. É o caso da família de Annie Yang, dona de uma loja de venda de calçado na avenida Almirante Reis. Os familiares emigraram há tanto tempo para Portugal que Annie já nasceu no país. A estudar hotelaria na Suíça, a jovem assume que celebra mais o Natal e o Ano Novo com os amigos do que o Ano Novo Chinês. “Como estamos cá e como já somos portugueses acabamos por não celebrar o Ano Novo Chinês, mas celebramos o Natal e o Ano Novo. A minha família não faz nada de especial no Ano Novo Chinês, mas outras famílias fazem. Acho que se tivéssemos na China iríamos celebrar, mas como estamos cá não damos tanta importância”, conta ao HM. Num ambiente completamente diferente vive Li Yonggang, que também celebra o Novo Ano Lunar de forma bastante modesta. Natural de uma cidade perto de Dalian, “quase perto da Coreia do Norte”, como nos diz, Li vive na cidade de Montemor-o-Novo, em pleno Alentejo e a cerca de uma hora de Lisboa. Dedicado ao negócio do cultivo de couves chinesas na pequena cidade do interior do país, Li assegura que, nesta zona as poucas celebrações acontecem entre famílias. “Em Lisboa há uma festa, mas aqui só juntamos a família para jantar, e mais nada. Somos mais portugueses do que chineses porque saímos da China há muitos anos.” À hora de jantar comem-se alguns pratos habituais e junta-se o vinho português. “O nosso jantar inclui peixe, para termos mais felicidade, e os pés de porco, que temos de comer para ganhar mais dinheirinho (risos). Na China rebentam os panchões, mas aqui não podemos fazer porque as pessoas têm medo. Bebemos também um pouco de vinho tinto. Bebemos vinho português, claro! Já é um hábito de cá”, contou Li. O empresário vive em Montemor-o-Novo há cerca de 14 anos. Na cidade funcionam cinco lojas com artigos chineses, incluindo um grande armazém. “Fazemos sempre uma pequena celebração, não é grande coisa porque estamos no Alentejo, não temos muita família aqui. Não conheço muitas pessoas porque vou poucas vezes a Lisboa a festas com elas, uma vez que vivo no sul do país.” Os filhos de Li dizem ser portugueses, para eles a China é um país distante onde só foram duas vezes na vida. Li diz que, cada vez que viaja para o seu país, assiste a uma enorme mudança. O empresário acredita que o Ano do Rato “vai ser bom”. “Ando sempre a dizer que é preciso sorte, é o que todos querem. Quando há guerras no mundo a China tem sempre sorte de não as ter. Em Portugal também temos sorte, os portugueses são bons e no Alentejo somos felizes porque as pessoas são simpáticas.” A sul Uma das pessoas mais envolvidas nos festejos do Ano Novo Chinês em Lisboa é a professora Wang Suoying, presidente da Associação Portuguesa dos Amigos da Cultura Chinesa. Ao HM, esta descreve como a comunidade habitualmente celebra a entrada de um novo ano. “Na véspera e no próprio dia do Ano Novo Lunar, como não é feriado em Portugal, e também porque os estabelecimentos comerciais chineses se mantêm sempre abertos (mesmo na China), a comunidade chinesa em Portugal faz outras celebrações, sobretudo à noite ou num outro fim de semana.” “Algumas associações organizam outras festas mais privadas, entre os seus sócios e familiares. Muitas famílias amigas juntam-se para o Jantar do Ano, depois de fechar a loja ou o restaurante. Também muitos chineses vão à China para passar lá o Ano Novo Lunar”, acrescenta a professora de mandarim, com um extenso currículo em Portugal. No que diz respeito às refeições familiares, estas variam. “Todas as pessoas fazem comida caseira, dependendo das zonas, mas o peixe é indispensável, pois simboliza a prosperidade”, disse. Questionada sobre as diferenças entre gerações no que à celebração diz respeito, Wang Suoying conta que a tradição é passada de avós para netos. “A nova geração da comunidade chinesa cresce em Portugal e aprende a cultura chinesa com os seus pais e avós. Nas celebrações públicas em Lisboa, podemos constatar centenas de crianças chinesas a desfilar e a actuar no palco. A tradição é transmitida de geração em geração e tanto as velhas gerações, como as novas gerações, festejam o Ano Novo Lunar da mesma maneira. Mas também existem alguns casos excepcionais.” Muitos aproveitam esta época do ano para viajar, revela a professora. “Em Portugal, como o festival coincide com a pausa escolar em alguns estabelecimentos de ensino superior, alguns universitários chineses de intercâmbio também aproveitam esses dias para visitar outros países europeus. A norte Na zona do norte do país as celebrações têm uma menor dimensão e são mais “direccionadas”. Quem é o diz é Y Ping Chow, presidente da Liga dos Chineses em Portugal e representante da comunidade na cidade do Porto, onde abriu o primeiro restaurante chinês há vários anos. Há duas semanas que Y Ping Chow se dedica a organizar a festa de Ano Novo Chinês no Casino da Póvoa, um dos espaços de jogo do grupo Estoril-Sol, de Stanley Ho. “Há uma diferença, porque em Lisboa, como a comunidade é maior e há mais associações, há festas maiores, com mais orçamento e mais pessoas. Aqui no norte, como há menos pessoas e menos associações, fazemos uma festa mais direccionada.” Y Ping Chow, que em criança veio para Portugal, assegura que grande parte das famílias não celebra o Ano Novo Chinês da mesma forma porque “não há ambiente”. “Os chineses que estão economicamente mais folgados fecham as lojas uns dias e vão dar uma volta pela Europa, de férias. Outros participam nas festas da comunidade, podem fechar o negócio um dia ou dois e juntar a família para fazer uma festa, e pouco mais.” Entre velhos e novos foi-se perdendo o hábito com o passar dos anos. “Os mais antigos já perderam o hábito e costumes do Ano Novo Chinês, porque não há ambiente. Os mais novos sabem que é dia de festa, mas não têm o costume de celebrar. É considerado um dia de folga ou de férias e de juntar a família.”
Andreia Sofia Silva ReportagemAno Novo Chinês | Distância diminui festejos da comunidade em Portugal Em Portugal o Ano Novo Chinês celebra-se com festas públicas, organizadas por associações e pela própria Embaixada da China em Lisboa. No norte do país, onde há uma comunidade chinesa mais pequena, as celebrações têm uma menor dimensão. Contudo, o facto de viverem há décadas longe da China faz com que, para muitas famílias chinesas, esta época seja apenas sinónimo de uns dias de férias, sem uma celebração especial [dropcap]P[/dropcap]or estes dias, restam na zona da Alameda e da avenida Almirante Reis, em Lisboa, réplicas das tradicionais lanternas vermelhas chinesas que indicam que por ali houve festa. Apesar de o Ano Novo Chinês se celebrar a partir de hoje, as celebrações oficiais na capital portuguesa aconteceram no fim-de-semana de 18 e 19 de Janeiro, com a realização de uma marcha e uma feira com produtos chineses. A festa, aberta a toda a população e que juntou centenas de curiosos de todas as nacionalidades, marca o início do Ano do Rato, mas, para a comunidade chinesa a residir em Portugal, muitos deles há várias décadas, esta é uma época que simboliza apenas uns dias extra de férias e nada mais do que isso. É o caso da família de Annie Yang, dona de uma loja de venda de calçado na avenida Almirante Reis. Os familiares emigraram há tanto tempo para Portugal que Annie já nasceu no país. A estudar hotelaria na Suíça, a jovem assume que celebra mais o Natal e o Ano Novo com os amigos do que o Ano Novo Chinês. “Como estamos cá e como já somos portugueses acabamos por não celebrar o Ano Novo Chinês, mas celebramos o Natal e o Ano Novo. A minha família não faz nada de especial no Ano Novo Chinês, mas outras famílias fazem. Acho que se tivéssemos na China iríamos celebrar, mas como estamos cá não damos tanta importância”, conta ao HM. Num ambiente completamente diferente vive Li Yonggang, que também celebra o Novo Ano Lunar de forma bastante modesta. Natural de uma cidade perto de Dalian, “quase perto da Coreia do Norte”, como nos diz, Li vive na cidade de Montemor-o-Novo, em pleno Alentejo e a cerca de uma hora de Lisboa. Dedicado ao negócio do cultivo de couves chinesas na pequena cidade do interior do país, Li assegura que, nesta zona as poucas celebrações acontecem entre famílias. “Em Lisboa há uma festa, mas aqui só juntamos a família para jantar, e mais nada. Somos mais portugueses do que chineses porque saímos da China há muitos anos.” À hora de jantar comem-se alguns pratos habituais e junta-se o vinho português. “O nosso jantar inclui peixe, para termos mais felicidade, e os pés de porco, que temos de comer para ganhar mais dinheirinho (risos). Na China rebentam os panchões, mas aqui não podemos fazer porque as pessoas têm medo. Bebemos também um pouco de vinho tinto. Bebemos vinho português, claro! Já é um hábito de cá”, contou Li. O empresário vive em Montemor-o-Novo há cerca de 14 anos. Na cidade funcionam cinco lojas com artigos chineses, incluindo um grande armazém. “Fazemos sempre uma pequena celebração, não é grande coisa porque estamos no Alentejo, não temos muita família aqui. Não conheço muitas pessoas porque vou poucas vezes a Lisboa a festas com elas, uma vez que vivo no sul do país.” Os filhos de Li dizem ser portugueses, para eles a China é um país distante onde só foram duas vezes na vida. Li diz que, cada vez que viaja para o seu país, assiste a uma enorme mudança. O empresário acredita que o Ano do Rato “vai ser bom”. “Ando sempre a dizer que é preciso sorte, é o que todos querem. Quando há guerras no mundo a China tem sempre sorte de não as ter. Em Portugal também temos sorte, os portugueses são bons e no Alentejo somos felizes porque as pessoas são simpáticas.” A sul Uma das pessoas mais envolvidas nos festejos do Ano Novo Chinês em Lisboa é a professora Wang Suoying, presidente da Associação Portuguesa dos Amigos da Cultura Chinesa. Ao HM, esta descreve como a comunidade habitualmente celebra a entrada de um novo ano. “Na véspera e no próprio dia do Ano Novo Lunar, como não é feriado em Portugal, e também porque os estabelecimentos comerciais chineses se mantêm sempre abertos (mesmo na China), a comunidade chinesa em Portugal faz outras celebrações, sobretudo à noite ou num outro fim de semana.” “Algumas associações organizam outras festas mais privadas, entre os seus sócios e familiares. Muitas famílias amigas juntam-se para o Jantar do Ano, depois de fechar a loja ou o restaurante. Também muitos chineses vão à China para passar lá o Ano Novo Lunar”, acrescenta a professora de mandarim, com um extenso currículo em Portugal. No que diz respeito às refeições familiares, estas variam. “Todas as pessoas fazem comida caseira, dependendo das zonas, mas o peixe é indispensável, pois simboliza a prosperidade”, disse. Questionada sobre as diferenças entre gerações no que à celebração diz respeito, Wang Suoying conta que a tradição é passada de avós para netos. “A nova geração da comunidade chinesa cresce em Portugal e aprende a cultura chinesa com os seus pais e avós. Nas celebrações públicas em Lisboa, podemos constatar centenas de crianças chinesas a desfilar e a actuar no palco. A tradição é transmitida de geração em geração e tanto as velhas gerações, como as novas gerações, festejam o Ano Novo Lunar da mesma maneira. Mas também existem alguns casos excepcionais.” Muitos aproveitam esta época do ano para viajar, revela a professora. “Em Portugal, como o festival coincide com a pausa escolar em alguns estabelecimentos de ensino superior, alguns universitários chineses de intercâmbio também aproveitam esses dias para visitar outros países europeus. A norte Na zona do norte do país as celebrações têm uma menor dimensão e são mais “direccionadas”. Quem é o diz é Y Ping Chow, presidente da Liga dos Chineses em Portugal e representante da comunidade na cidade do Porto, onde abriu o primeiro restaurante chinês há vários anos. Há duas semanas que Y Ping Chow se dedica a organizar a festa de Ano Novo Chinês no Casino da Póvoa, um dos espaços de jogo do grupo Estoril-Sol, de Stanley Ho. “Há uma diferença, porque em Lisboa, como a comunidade é maior e há mais associações, há festas maiores, com mais orçamento e mais pessoas. Aqui no norte, como há menos pessoas e menos associações, fazemos uma festa mais direccionada.” Y Ping Chow, que em criança veio para Portugal, assegura que grande parte das famílias não celebra o Ano Novo Chinês da mesma forma porque “não há ambiente”. “Os chineses que estão economicamente mais folgados fecham as lojas uns dias e vão dar uma volta pela Europa, de férias. Outros participam nas festas da comunidade, podem fechar o negócio um dia ou dois e juntar a família para fazer uma festa, e pouco mais.” Entre velhos e novos foi-se perdendo o hábito com o passar dos anos. “Os mais antigos já perderam o hábito e costumes do Ano Novo Chinês, porque não há ambiente. Os mais novos sabem que é dia de festa, mas não têm o costume de celebrar. É considerado um dia de folga ou de férias e de juntar a família.”
admin SociedadeAno Novo Chinês | Ho Iat Seng faz apelo à contenção de festividades [dropcap]H[/dropcap]o Iat Seng, Chefe do Executivo, justificou ontem o cancelamento das celebrações oficiais do Ano Novo Chinês como resposta à descoberta de dois casos em Macau de epidemia oriunda de Wuhan. “Já foi confirmado um segundo caso pelo que eu, juntamente com o apoio dos secretários, decidi cancelar as comemorações para o Ano Novo Chinês, nomeadamente a parada do dragão de ouro e ainda a parada dos carros alegóricos.” Além das festividades organizadas pela Administração, Ho Iat Seng pediu também às entidades privadas para evitarem celebrações. “Pedimos também às associações privadas para adiarem também as suas festas de Primavera. Estes convívios, jantares normalmente requerem uma grande concentração de pessoas e nós não queremos que a situação se possa agravar a partir da multidão”. Apesar destas medidas, irá manter-se a habitual queima de panchões, por ser “uma tradição que deve ser respeitada”. “Muitas pessoas gostam de queimar panchões durante a quadra do Ano Novo Chinês e apelamos para que reforcem a protecção em termos de saúde [durante essa actividade]”, adiantou. “Temos de continuar a tomar as melhores medidas de prevenção e controlo e por isso é que chegamos à conclusão difícil de cancelar as comemorações. Esperamos que depois disso Macau possa diminuir o risco de transmissão da doença”, concluiu. Com Pedro Arede
Andreia Sofia Silva SociedadeAno Novo Chinês | Ho Iat Seng faz apelo à contenção de festividades [dropcap]H[/dropcap]o Iat Seng, Chefe do Executivo, justificou ontem o cancelamento das celebrações oficiais do Ano Novo Chinês como resposta à descoberta de dois casos em Macau de epidemia oriunda de Wuhan. “Já foi confirmado um segundo caso pelo que eu, juntamente com o apoio dos secretários, decidi cancelar as comemorações para o Ano Novo Chinês, nomeadamente a parada do dragão de ouro e ainda a parada dos carros alegóricos.” Além das festividades organizadas pela Administração, Ho Iat Seng pediu também às entidades privadas para evitarem celebrações. “Pedimos também às associações privadas para adiarem também as suas festas de Primavera. Estes convívios, jantares normalmente requerem uma grande concentração de pessoas e nós não queremos que a situação se possa agravar a partir da multidão”. Apesar destas medidas, irá manter-se a habitual queima de panchões, por ser “uma tradição que deve ser respeitada”. “Muitas pessoas gostam de queimar panchões durante a quadra do Ano Novo Chinês e apelamos para que reforcem a protecção em termos de saúde [durante essa actividade]”, adiantou. “Temos de continuar a tomar as melhores medidas de prevenção e controlo e por isso é que chegamos à conclusão difícil de cancelar as comemorações. Esperamos que depois disso Macau possa diminuir o risco de transmissão da doença”, concluiu. Com Pedro Arede
admin SociedadeEpidemia de Wuhan | Macau cancela celebrações do Ano Novo Lunar para reduzir risco de contágio [dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau cancelaram hoje as celebrações do Ano Novo Lunar para evitar a transmissão do coronavírus chinês de Wuhan que já causou 17 mortes entre o mais de meio milhar de pessoas infectadas. A informação foi prestada inicialmente pelas autoridades de saúde e confirmada ao início da tarde pelo chefe do Governo Ho Iat Seng, no dia em que foi identificada uma segunda pessoa infectada com o novo tipo de coronavírus, um homem de 66 anos, que, à semelhança do primeiro caso, uma mulher de 52 anos, é também oriundo de Wuhan. Actualmente em regime de isolamento, ambos os casos são considerados pacientes de alto risco. O surto surge numa altura em que milhões de chineses viajam, por ocasião do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais. Segundo o Ministério dos Transportes chinês, o país deve registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias. Em Macau, que este ano recebeu quase 40 milhões de turistas e é um destino muito procurado pelos chineses no Ano Lunar, estavam programadas duas sessões da Parada de Celebração do Ano do Rato, um evento comemorativo do Festival da Primavera no primeiro dia das festividades, na sexta-feira, nas Ruínas de S. Paulo e no Largo do Senado, bem como um desfile do dragão gigante dourado. Menos de 24 horas após a Direção dos Serviços de Turismo ter elencado uma série de medidas de prevenção para reduzir o risco de contágio, as atividades foram canceladas. O mais de meio milhar de casos registados têm alimentado receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong. Fora da China continental, foram confirmados casos do novo coronavírus na Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Estados Unidos, Taiwan, Hong Kong e Macau.
Hoje Macau SociedadeEpidemia de Wuhan | Macau cancela celebrações do Ano Novo Lunar para reduzir risco de contágio [dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau cancelaram hoje as celebrações do Ano Novo Lunar para evitar a transmissão do coronavírus chinês de Wuhan que já causou 17 mortes entre o mais de meio milhar de pessoas infectadas. A informação foi prestada inicialmente pelas autoridades de saúde e confirmada ao início da tarde pelo chefe do Governo Ho Iat Seng, no dia em que foi identificada uma segunda pessoa infectada com o novo tipo de coronavírus, um homem de 66 anos, que, à semelhança do primeiro caso, uma mulher de 52 anos, é também oriundo de Wuhan. Actualmente em regime de isolamento, ambos os casos são considerados pacientes de alto risco. O surto surge numa altura em que milhões de chineses viajam, por ocasião do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais. Segundo o Ministério dos Transportes chinês, o país deve registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias. Em Macau, que este ano recebeu quase 40 milhões de turistas e é um destino muito procurado pelos chineses no Ano Lunar, estavam programadas duas sessões da Parada de Celebração do Ano do Rato, um evento comemorativo do Festival da Primavera no primeiro dia das festividades, na sexta-feira, nas Ruínas de S. Paulo e no Largo do Senado, bem como um desfile do dragão gigante dourado. Menos de 24 horas após a Direção dos Serviços de Turismo ter elencado uma série de medidas de prevenção para reduzir o risco de contágio, as atividades foram canceladas. O mais de meio milhar de casos registados têm alimentado receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong. Fora da China continental, foram confirmados casos do novo coronavírus na Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Estados Unidos, Taiwan, Hong Kong e Macau.