Ano Novo Lunar | Estimativas apontam para mais de nove mil milhões de viagens

A China estima que tenham sido realizadas cerca de 9,03 mil milhões de viagens domésticas durante o Ano Novo Lunar, um aumento de 7 por cento face ao mesmo período de 2024, informou ontem a agência de notícias Xinhua.

Considerado o maior movimento anual de pessoas no país, este período de 40 dias, conhecido como ‘chunyun’, teve início a 14 de Janeiro e terminou a 22 de Fevereiro, embora o maior pico de viagens tenha sido registado entre 28 de Janeiro e 04 de Fevereiro.

De acordo com as estimativas oficiais, a maioria das viagens foi efectuada por estrada (cerca de 8,39 mil milhões), muito acima das de comboio (513,63 milhões), via aérea (90,19 milhões) e marítima (31,15 milhões).

O país asiático ultrapassou os 8,4 mil milhões de viagens inter-regionais durante o ‘chunyun’ de 2024, embora as previsões de Pequim para esse ano contemplassem ultrapassar os nove mil milhões. O valor acabou por não ser alcançado devido ao mau tempo, que provocou atrasos e cancelamentos no serviço de transportes e problemas de infraestruturas em várias regiões.

No dia 29 de Janeiro, milhões de chineses deram as boas-vindas ao ano da serpente e, durante uma semana, o país parou para cumprir tradições como limpar as casas a fundo, pendurar recortes de papel para atrair boa sorte, decorar as ruas e realizar grandes banquetes familiares.

24 Fev 2025

Ano Novo Lunar | Aumento dos gastos afastam deflação

O aumento do consumo durante as festividades do Ano Novo Chinês aliviou a pressão deflacionista. O índice de preços no consumidor subiu 0,5% em Janeiro

 

A inflação na China acelerou em Janeiro, pela primeira vez desde Agosto, devido ao forte aumento dos gastos das famílias, por altura dos feriados do Ano Novo Lunar, contrariando persistentes pressões deflacionistas.

O índice de preços no consumidor (IPC) subiu 0,5 por cento, em Janeiro, em relação ao período homólogo, informou no domingo o Gabinete Nacional de Estatística (NBS) do país asiático. Em Dezembro, a inflação fixou-se em 0,1 por cento.

O aumento temporário do consumo durante a pausa de oito dias mascarou brevemente a dimensão do desafio deflacionista que a segunda maior economia do mundo enfrenta. O preço dos serviços aumentou 0,9 por cento, representando mais de 50 por cento do aumento total do IPC, de acordo com o NBS.

A deflação nas fábricas da China prolongou-se pelo 28.º mês consecutivo, com um declínio de 2,3 por cento, mantendo-se estável, face à contracção do índice em Dezembro.

A data dos feriados do Ano Novo Lunar – entre 28 de Janeiro e 4 de Fevereiro pode ter distorcido a comparação homóloga. Este período festivo, que segue o calendário lunar, calha em períodos diferentes todos os anos. No ano passado foi celebrado na totalidade em Fevereiro.

Foco no interior

O consumo doméstico é cada vez mais crucial para a China, numa altura em que se intensifica a guerra comercial com os EUA. Os gastos das famílias chinesas poderiam compensar os efeitos do aumento das taxas alfandegárias impostas pelo novo Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre bens oriundos do país asiático.

O Governo chinês avançou já com planos para aumentar a despesa pública e reduzir as taxas de juro. Com a riqueza das famílias sob pressão devido a uma prolongada crise no sector imobiliário, o aumento do consumo foi elevado a principal prioridade dos esforços económicos deste ano.

A persistência de pressões deflacionistas na China contrasta fortemente com outras grandes economias. O receio de Pequim é que um ciclo enraizado de descida dos preços possa refrear as despesas das famílias durante mais tempo e prejudicar de tal forma as receitas das empresas que asfixie o investimento e conduza a novos cortes salariais e despedimentos.

11 Fev 2025

Albergue SCM | Ano Novo Chinês comemora-se com arte, música e comida

O Albergue SCM – Santa Casa da Misericórdia celebra na próxima quarta-feira, 12, o 15.º dia do primeiro mês do calendário lunar com a iniciativa “Celebração do Ano Novo Chinês da Serpente”. Segundo um comunicado, o público pode participar numa festa com comida e bebida cujo tema é “Serpente”, alusivo ao novo ano do calendário chinês.

Além disso, o evento integra a mostra “Uma herança de beleza sedutora: Exposição de Cheongsam Chineses”, além de se realizar um workshop intitulado “Workshop de Acessórios DIY Frog Button”. No pátio do Albergue SCM, animado com música, irá estar também o famoso calígrafo de Macau, mestre Choi Chuen Heng, para partilhar a sua caligrafia, transmitindo aos cidadãos votos sinceros de Ano Novo. Apresenta-se ainda a “Exposição de Arte de Caligrafia Chinesa 2025”, a fim de promover a cultura tradicional chinesa e celebrar o Festival da Lua.

Vestidos para todos

O evento, organizado pelo Círculo de Amigos da Cultura (CAC), ligado ao Albergue SCM, juntou-se ao Instituto de Design de Hong Kong para acolher a “Exposição de uma herança de beleza sedutora: Exposição de Cheong-sam chinês”.

Assim, segundo uma nota do Albergue SCM, esta exposição apresenta várias versões do cheong-sam, o vestido tradicional chinês, “de diferentes períodos, incluindo modelos clássicos feitos à mão pelo mestre de cheong-sam tradicional Yan Ka-man, bem como peças inovadoras de cheong-sam reinterpretadas através do design moderno”.

“A exposição apresenta cenas nostálgicas e oferece aos participantes a oportunidade de experimentar camisas compridas tradicionais para tirar fotografias, permitindo-lhes experimentar o encanto destas peças de vestuário de uma forma abrangente”, descreve o Albergue.

Trata-se de um evento que pretende celebrar o 15º dia do primeiro mês do calendário lunar por ser “a primeira noite de lua cheia do ano”, marcando “o início de um novo ano e o renascimento da natureza”. As celebrações começam às 18h30.

7 Fev 2025

Ano Novo Lunar | Número de turistas aquém das expectativas

Durante as festividades do Ano Novo Lunar quase 1,31 milhões de pessoas visitaram Macau, no entanto, a média de 163.700 turistas por dia ficou abaixo das expectativas do Governo. Em Janeiro, também as receitas do jogo não corresponderam às previsões dos analistas

 

Quase 1,31 milhões de pessoas visitaram Macau durante a chamada ‘semana dourada’ do Ano Novo Lunar, menos 3,5 por cento do que no mesmo período de feriados de 2024, foi ontem anunciado.

De acordo com dados da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Macau, entre 28 de Janeiro e 4 de Fevereiro entraram no território, em média, mais de 163.700 turistas por dia. Em 17 de Janeiro, a directora dos Serviços de Turismo de Macau (DST), Maria Helena de Senna Fernandes, disse que esperava uma média diária de 185 mil visitantes durante a ‘semana dourada’.

O período do Ano Novo Lunar, o maior movimento de massas do mundo, é a principal festa tradicional das famílias chinesas e acontece em Janeiro ou Fevereiro, consoante o calendário lunar, e o número de dias depende da decisão do Conselho de Estado. Este ano, o primeiro dia do ano celebrou-se a 28 de Janeiro, uma terça-feira.

De acordo com dados da PSP que abrangem também o fim de semana anterior, Macau recebeu quase 1,7 milhões de visitantes num período de 11 dias, entre 25 de Janeiro e 4 de Fevereiro. Os dados divulgados pela PSP não indicaram a origem dos turistas, mas referiram que 38,8 por cento entraram pelas Portas do Cerco, a principal fronteira com o Interior.

Caminhos alternativos

Outros 23,2 por cento, chegaram ao território pela Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (29,8 por cento), uma infra-estrutura de 55,5 quilómetros que liga Macau e a cidade chinesa adjacente, Zhuhai, à região vizinha de Hong Kong.

Aliás, a ponte inaugurada em Outubro de 2018 registou na sexta-feira a passagem de mais de 156 mil pessoas no terminal de Zhuhai, um novo recorde máximo, de acordo com o jornal estatal China Daily. O Ano Novo Lunar é uma das três épocas altas para o turismo e os casinos de Macau, juntamente com as ‘semanas douradas’ do Dia do Trabalhador (1 de Maio) e do Dia Nacional da China (1 de Outubro).

As receitas do jogo na caíram 5,6 por cento em Janeiro, em comparação com o mesmo mês de 2024, para menos de 18,3 mil milhões de patacas, abaixo das expectativas dos analistas. Macau recebeu no ano passado 34,9 milhões de visitantes, mais 23,8 por cento do que no ano anterior, mas ainda longe do recorde de 39,4 milhões fixado em 2019, antes da pandemia.

O número superou as previsões iniciais da DST, que eram de 33 milhões, assim como a previsão revista em alta em 4 de Dezembro: 34 milhões.

6 Fev 2025

Ano Novo Chinês | Turismo e viagens impulsionaram consumo

Chegado ao fim o período de feriados do Ano Novo Chinês, os números oficiais não mentem: a China atravessou um intenso período de consumo, sobretudo relacionado com viagens e turismo. Entre os dias 28 de Janeiro e esta terça-feira, alguns destinos no país quebraram recordes de visitantes

 

É no início de cada ano que a economia espera por aquele que é um dos momentos altos para o turismo e consumo na China. O Ano Novo Chinês representa não apenas um momento de convívio familiar, mas também a oportunidade para muitos chineses viajarem. Este ano, para celebrar o Ano da Serpente, milhões de pessoas viajaram internamente e também para fora do país entre 28 de Janeiro e terça-feira, e segundo a Xinhua os números são impressionantes no que diz respeito a compras ou número de visitantes em alguns destinos.

A prefeitura de Altay, na região autónoma de Xinjiang, é referida como um dos grandes destinos de esqui no país, tendo recebido entre 28 e 31 de Janeiro 191.900 visitantes, fluxo turístico que gerou 225 milhões de yuan em receitas.

A agência destaca que “esquiar se tornou definitivamente a actividade mais popular em Altay durante as férias”, levando a “um número recorde de praticantes, mais de 10.000, a visitarem a estância de esqui de Jiangjunshan no dia 2 de Fevereiro”. Tal representou “um aumento de 23 por cento em relação ao ano anterior”.

A zona de Altay é famosa por registar entre 170 e 180 dias de neve por ano, sendo que nas zonas montanhosas a profundidade média da neve chega a atingir entre um e dois metros.

Outra região da China que atingiu números consideráveis nos feriados do Ano Novo Chinês foi o condado de Yangshuo, na região autónoma de Guangxi Zhuang, graças “às paisagens naturais únicas e ricas actividades culturais”. Entre 28 e 30 de Janeiro, esta zona recebeu cerca de 410.600 turistas, gerando receitas turísticas de 589 milhões de yuan.

Por sua vez, Lhasa (no Tibete) também registou um aumento do número de visitantes. Entre 28 de Janeiro e segunda-feira, a cidade recebeu 1,95 milhões de turistas, representando um aumento de 20,6 por cento em relação ao ano anterior, e apurou em receitas turísticas quase 1,76 mil milhões de yuan. Trata-se de um aumento de 14,75 por cento em relação ao ano anterior, de acordo com o gabinete municipal de cultura e turismo de Lhasa.

Dados positivos das agências

Ainda segundo a Xinhua, os números do Ano Novo Chinês também se revelaram nas plataformas de reservas de viagens. No caso da Fliggy, uma das principais agências online, foi registado “um aumento de reservas, especialmente para cidades como Xangai, Pequim e Guangzhou”. Por outro lado, “as encomendas de viagens internacionais aumentaram de forma significativa, com as reservas de cruzeiros internacionais a aumentarem mais de seis vezes em comparação com o ano anterior”.

Relativamente ao tráfego aéreo, o Shanghai Airport Group informou que o tráfego de passageiros no domingo atingiu um novo recorde histórico de 404.000 pessoas, com o aeroporto de Pudong, em Xangai, a registar 259.000 passageiros e o aeroporto de Hongqiao 145.000 passageiros.

Houve ainda uma “coordenação reforçada dos serviços de metro, autocarros e táxis para garantir o transporte sem problemas” com a chegada do fim dos feriados, disse o grupo.

Na segunda-feira, o China State Railway Group Co., Ltd. registou “um marco histórico”, pois foram transportadas em todas as linhas de caminhos-de-ferro um total de 16,45 milhões de pessoas. Trata-se do “maior tráfego de passageiros num único dia na história da corrida às viagens da Festa da primavera”.

Só esta terça-feira, último dia dos feriados, terão viajado de comboio 16,9 milhões de passageiros, número que realça “ainda mais o pico de viagens, uma vez que centenas de milhões de pessoas regressaram aos seus destinos após as reuniões familiares”.

Comes e bebes

No que ao turismo diz respeito, verificou-se “um número crescente de pessoas que procuraram conhecer o património da China, motivados pela inscrição do Festival da Primavera na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO, em Dezembro de 2024”, indica a agência estatal.

Dados do Ministério do Comércio mostram que as vendas nas principais empresas de retalho e restauração em toda a China, durante os primeiros quatro dias dos feriados, aumentaram 5,4 por cento em comparação com o mesmo período do ano passado.

Verificou-se um aumento de consumo de alimentos e bebidas importadas, como lagostas, cerveja e vinho. “Devido ao aumento da procura durante o Festival da Primavera, as importações da nossa empresa aumentaram quase 50 por cento no último mês”, disse Yang Xinyu, que representa uma empresa da cadeia de abastecimento internacional sediada em Guangzhou.

Desde Janeiro que as autoridades aduaneiras do Aeroporto Internacional de Guangzhou Baiyun registaram um aumento na importação de produtos alimentares como lagostas e caranguejos, de 31,8 por cento em relação a 2024, traduzindo-se no valor total de 14,3 milhões de yuan.

Muitas compras online

E se o Ano Novo Chinês é sinónimo de reunião familiar, os feriados foram mais uma vez uma época para fazer compras online. A Meituan, uma das principais plataformas de comércio electrónico de serviços do país, registou um “aumento impressionante” de 300 por cento em relação ao ano anterior nas reservas online para os jantares da véspera do Ano Novo Lunar.

De destacar que “as encomendas de grupos para pacotes com o tema ‘património cultural intangível’ aumentaram mais de 12 vezes desde Janeiro, ano após ano, reflectindo o crescente interesse dos consumidores em experiências culturais”.

Sun Jiashan, investigador associado da Academia Central da Administração da Cultura e do Turismo, referiu, segundo a Xinhua, uma mudança no comportamento dos consumidores, sobretudo por parte dos mais jovens e famílias. “As famílias jovens estão a tornar-se cada vez mais a força motriz do consumo, com uma tendência para experiências diversificadas, de alta qualidade e culturalmente ricas”, afirmou.

Os dados da Meituan Travel corroboram a observação do analista de que os jovens optam cada vez mais por celebrar o Festival da Primavera em cidades mais pequenas, mergulhando no património cultural intangível e nos marcos históricos.

O aumento do turismo e do consumo cultural, desde experiências patrimoniais a filmes de grande sucesso, indicam uma procura crescente por actividades culturais tradicionais e contemporâneas. “Esta tendência também levou ao aumento da procura de produtos e serviços culturais e turísticos, originando a introdução de novos modelos e formatos de negócio que se adaptam melhor aos padrões contemporâneos de consumo cultural”, afirmou Sun, salientando o potencial do mercado de consumo chinês e as forças motrizes internas da economia.

Mas nem só de compras se fez este Ano Novo Chinês, pois “a indústria cinematográfica do país provou ser um dos maiores vencedores durante a onda de consumo do Festival da primavera”. Entre os dias 29 de Janeiro e 3 de Fevereiro as receitas diárias de bilheteira ultrapassaram mil milhões de yuans durante seis dias consecutivos, elevando as receitas de bilheteira do Festival da Primavera deste ano para 8,02 mil milhões de yuans,

De acordo com os dados da Administração Cinematográfica da China, a bilheteira total da China nos feriados deste ano, incluindo as pré-vendas em tempo real, ultrapassaram dez mil milhões de yuan.

6 Fev 2025

Histórias da Serpente

Ana Cristina Alves, Coordenadora do Serviço Educativo do CCCM 2025

29 de janeiro de 2025

Para conhecer mais a fundo a natureza de serpente de Madeira Yin (乙巳蛇Yǐ Sì Shé ), será conveniente analisar as histórias relativas a este réptil do sexto ramo terrestre em estreita associação com o princípio feminino.

A ela surge intimamente associada a divindade matriarcal Nϋwa (女娲Nǚwā) nos seguintes mitos “Nϋwa cria os Seres Humanos” (女娲造人Nǚwā zào rén) e “Nϋwa remenda o Céu” (女娲补天Nǚwā bǔ tiān). Nos mitos a divindade surge sozinha, completa em si mesma, como uma força criativa, no primeiro mito, e como uma força regeneradora e construtiva, no segundo, ao remendar o céu.

Enquanto mãe da humanidade, Nϋwa lembrou-se de o ser na sequência de uma visita à terra, tendo primeiro criado os animais, mas como ainda sentisse uma profunda solidão, decidiu gerar ainda os seres humanos: pôde fazê-lo por conter uma poderosa energia anímica, manifestada na sua qualidade de ser celestial, cuja aparência física se distinguia, porque embora tivesse cabeça humana, possuía corpo de serpente. Gerou espontaneamente com a ajuda do barro, ou seja, da terra, elemento ao qual se encontra indissoluvelmente ligada, seja no mundo subterrâneo, em poços, seja na água, seja na sua ágil escalada pelas montanhas e árvores numa busca instintiva da ascensão celestial.

É ainda esta mesma figura com corpo de serpente que vai repor a ordem na terra, quando ela mergulha no caos, na sequência de forças titânicas digladiantes, pois nalgumas versões se afirma que Nϋwa remendou o Céu após o Deus da Água do Norte, Gonggong ter atirado a cabeça contra Buzhoushan (共工怒触不周山 Gònggōng nù chù Bùzhōushān), num ataque de fúria contra o Imperador Celestial do Norte, Zhuanxu (颛顼 Zhuānxū), na sequência da derrota infligida por este.

O modo como Nϋwa remendou o Céu, o cuidado que colocou em reerguer os seus pilares, firmando-os com o auxílio de pedras, cujas cores (verdes, amarelas, brancas, azuis escuras e vermelhas) indicam a presença dos cinco elementos, essenciais à vida, bem como a fundamentação dos mesmos erguidos sobre as patas de uma tartaruga negra, a fim de garantir a sua longevidade senão mesmo a eternidade; o precioso auxílio que concedeu à humanidade no combate às feras que na barafunda do desabamento pululavam, as obras de drenagem que então efetuou, transformaram esta divindade com corpo de serpente num dos fundamentos da cultura religiosa e civilização chinesas.

De notar é a poderosa ambivalência deste réptil, já que se Nϋwa ostentava corpo de serpente, Gonggong, o furibundo Deus da Água, é descrito com idêntico corpo de serpente, senão veja-se como surge retratado em “Gonggong atira a cabeça contra Buzhoushan: “Gonggong era descendente de Yandi. Tinha corpo de serpente, rosto e membros humanos, além de cabelos ruivos, que indicavam o seu carácter fogoso, enérgico e inflexível” (Wang, Alves, 2009: 54).

As serpentes possuem veneno, que tanto cura como mata, podendo transformar-se, pela sua imensa capacidade de mutação, em excelentes humanos como no caso da Serpente Branga (白娘子 Bái Niángzi ), até em Pequenos Dragões (小龙 Xiǎolóng),ao desenvolverem a faceta generosa e meditativa, quando se ligam e defendem valores superiores, como o amor, na famosa lenda que nos chegou, por exemplo, através de Zhao Qingge (赵清阁) em 《白蛇传》(Bái Shé Zhuàn) .

Porém, pela sua força, capacidade e inteligência podem entrar em conflito como na história da literatura popular “Discussão entre a Serpente e o Sol”, que talvez pudesse encontrar equivalente cultural na competição da fábula de Esopo “O vento e o Sol”. Em “A Serpente discute com o Sol” (蛇与太阳的争吵) há uma óbvia rivalidade entre o sol, representante do elemento masculino Yang, belo, brilhante, quente e poderoso e a serpente, que igualmente portentosa, se considera o máximo poder da terra.

Esta desafia o sol, começando um conflito entre o poder das forças misteriosas e ocultas lunares, representadas pela serpente, e o esplendoroso brilho irradiante da energia solar. Por fim a fábula termina não com a vitória do sol, à maneira de Esopo, mas com a necessidade do reconhecimento da complementaridade, pois sem a alternância da noite e do dia, do sol e da sombra, do calor e do frio o mundo, como os chineses o entendem (baseado nesta harmonia tensional) não seria nem estaria completo. Moral da história: se não houvesse sol, seria a morte da terra, pois mergulharia numa noite infinita, se não existissem serpentes, seria igualmente o fim do mundo, porque não haveria nem agilidade, nem capacidade de transformação, mergulhando “tudo aquilo que existe debaixo do Céu” (天下 tiānxià) numa imensa rigidez e monotonia.

A serpente, enquanto sexto ramo terrestre do zodíaco chinês (十二生肖蛇 shí´èr shēngxiào) simboliza ainda o animal engenhoso, que, devido à sua poderosa inteligência, é capaz de arquitetar e realizar um plano bem calculado. Tal é provado pela sua biografia ao entrar na corrida celestial promovida pelo Imperador de Jade (玉皇大帝Yù Huáng Dàdì).

A serpente e o dragão costumavam ser bons companheiros e partilhar os mesmos espaços aquáticos, quando se soube da intenção do imperador de organizar uma competição a fim de que doze animais pudessem comandar as estrelas e os destinos dos humanos. Dada a poderosa inteligência do réptil, este percebeu que não tinha hipótese nem rapidez para superar o dragão, mas como sabia fazer bons cálculos e melhores planos, trepou discretamente para as costas do cavalo, sem que este notasse que estava a transportar um rival, perto da meta saltou de modo a posicionar-se à frente do equídeo, e assim foi, mantendo-se ambos bons amigos até aos nossos dias, já que o cavalo, sempre generoso, nunca lhe cobrou a boleia. Para os chineses, a serpente simboliza “um potente e vitorioso engenho” (以巧胜力 yǐ qiǎo shènglì).

Uma outra história chama a atenção para a importância do perdão no processo ascético da serpente rumo à transformação em Pequeno Dragão: “A Serpente e o Agricultor”(蛇与农夫 Shé yǔ nóngfū). Num inverno rigoroso, certo agricultor foi dar com uma serpente enregelada. Apiedando-se dela, levou-o para casa, colocando-a num lugar aquecido. Quando esta recuperou as forças, em lugar de agradecer pelo facto de ter sido salva, atacou o pobre homem desprevenido, com o objetivo de o ferir. Este, evitando a tempo ser mordido e reprimindo a fúria, chamou o réptil à razão com toda a calma, perguntando-lhe se era assim que ele tratava um amigo que lhe tinha salvado a vida. A serpente, tocada pela comprovada bondade do agricultor, nunca mais o atacou. Moral da história que os chineses contam às suas crianças: a bondade compensa, podendo salvar não apenas corpos como almas.

A serpente simboliza a divindade “guardiã dos tesouros da terra” em 蛇守护宝藏 (Shé shŏuhù bǎozàng), encontrando-se na entrada de grutas a velar pelas infinitas riquezas. As guardiãs são gigantescas, dotadas de uma força prodigiosa, mas também de uma sabedoria profunda e misteriosa. Quem tente penetrar numa dessas grutas, não o conseguirá por mais força que tenha. Apenas alguém muito especial, de espírito heroico e munido de sabedoria virtuosa passará a prova, sendo-lhe proporcionado o acesso aos tesouros da terra, não para usufruto próprio, mas para benefício da comunidade e/ou humanidade.

Termino com a minha tradução de uma outra história popular, intitulada “Serpente Branca, Serpente Negra”( 白蛇与黑蛇 Bái Shé Yǔ Hēi Shé), que apresenta e resume e necessidade de os dois princípios, o Yin e o Yang, operarem sempre em equilíbrio, sendo a serpente negra, representante Yin da força misteriosa e lunar e a branca, simbolizando a irradiante força energia Yang, seu contraponto.

很久以前,在一座隐秘的山中,有两条神蛇——白蛇与黑蛇。白蛇象征纯洁与善良,生活在阳光明媚的山顶,守护着清澈的溪流与花草;黑蛇则代表力量与神秘,栖息在幽暗的山谷,掌控着风暴与黑夜。

一天,一场大旱袭击了山谷,水源枯竭。白蛇认为,只有靠善行和祈愿才能带来水,而黑蛇则主张用力量召唤风暴来解决问题。两蛇因此争执不休,各自施展法力,山中风暴与烈阳交替,导致自然失衡,生灵涂炭。在看到生灵的痛苦后,白蛇与黑蛇意识到,单靠善良或力量都无法真正拯救山林。它们最终联手,白蛇用其善念唤来生命的春雨,黑蛇用其力量引导水流重回山谷,山林恢复生机,两蛇也化作山中的守护灵。 (https://www.lingoace.com/zh/blog/story-for-the-year-of-snake/)

Certa vez, abateu-se uma grande seca sobre o vale, esgotando todas as fontes e reservas de água que aí existiam. A Serpente Branca acreditava bastar o poder da sua boa ação e orações para que a água regressasse, enquanto que a Serpente Negra defendia que só pela invocação da força das tempestades se resolveria a questão. As duas serpentes discutiam sem parar, cada qual exibindo e exercendo as suas capacidades, ora com violentas tempestades, ora com sois escaldantes. Tal situação conduzia à perda do equilíbrio na natureza e ao miserável sofrimento dos seres vivos. Quando ambas viram o que eles estavam a padecer, perceberam que se apenas dependessem da força benfazeja do sol ou da das borrascas, não teriam como salvar aquela região montanhosa. Por fim, conjugaram esforços. A Serpente Branca invocou a energia vital da chuva primaveril e a Serpente Negra empregou a sua força para deixar fluir as águas pelos vales e montanhas de modo a recuperar a vida. E foi assim que as duas serpentes se transformaram nos espíritos guardiões da montanha.

Referências Bibliográficas

LingoAce新媒体团队.2024. 蛇年文化故事:给孩子讲述的10个有趣传说.Disponível em:

https://www.lingoace.com/zh/blog/story-for-the-year-of-snake/ , acedido a 17 de janeiro de 2025.

“O Vento e o Sol” Antologia Porventura, com World press. Disonível em: https://antologiaporventura.wordpress.com/2013/09/02/o-vento-e-o-sol-fabula-de-esopo/, 9 de fevereiro de 2013, acedido a 30 de janeiro de 2025.

Wang Suoying, Ana Cristina Alves. 2009. “A História da Serpente Branca”, in Mitos e Lendas da Terra do Dragão, Lisboa: Caminho.

Zhao Qingge (赵清阁) .1998. The Legend of White Snake. Beijing (北京): New World Press (新世界出版社).

4 Fev 2025

Estudo | Académicos destacam lado “egocêntrico” do Natal em oposição ao Ano Lunar

Um estudo de três académicos chineses afirma que enquanto o Ano Novo Chinês tem um menor cariz menor e “é claramente representativo da sociedade chinesa contemporânea”, o “Natal no Ocidente é egocêntrico, exalta a individualidade e mostra mais interactividade”. Porém, o trabalho, publicado numa revista da Universidade do Estado da Bahia, aponta para a maior convergência de características culturais

 

Natal e Ano Novo Chinês: como são, o que representam para o Ocidente e Oriente, e quais os pontos de convergência? É a estas perguntas que o estudo “Comparações das culturas entre o Ano Novo Chinês e o Natal Ocidental”, da autoria de Zhen Zhao, Yin Xuelu e Qiao Jianzhen pretende responder. O trabalho académico foi publicado recentemente na revista “Pontos de Interrogação – Revista de Crítica Cultural”, da Universidade do Estado da Bahia, no Brasil.

Os autores destacam, em termos gerais, que “o Natal no Ocidente é egocêntrico, exalta a individualidade e mostra maior interactividade”, nomeadamente com a “participação da multidão” e demonstração de “emoções carnavalescas apaixonadas das pessoas”.

Por outro lado, o Ano Novo Chinês “é um festival nacional, claramente representativo da sociedade chinesa contemporânea”. Em termos gerais, este tipo de celebrações surge descrito como tendo “um significado sociocultural especial que se intercala com as rotinas diárias”, sendo “uma exibição concentrada da vida colorida das pessoas” bem como “um resumo e extensão da política, economia, cultura e religião de várias regiões, grupos étnicos e países”.

Descrevem ainda os autores que o Ano Novo Chinês, que também pode ser denominado de Ano Novo Lunar ou Festival da Primavera, tem raízes “numa pequena economia camponesa e baseia-se frequentemente no confucionismo, com uma mistura de cultura budista e taoista”, estando ligado a “rituais religiosos feudais”.

Por sua vez, o Natal é apresentado como tendo uma maior componente religiosa, estando “enraizado na cultura cristã ocidental e encarna os valores da liberdade e igualdade, do pecado original e do individualismo em toda a parte”.

Interligações inevitáveis

Porém, o estudo descreve como inevitável o futuro intercâmbio de demonstrações culturais nestas épocas do ano: no caso do Natal, no mês de Dezembro; no caso do Ano Novo Chinês, durante os meses de Janeiro e Fevereiro de cada ano, consoante o calendário.

“O futuro intercâmbio das culturas chinesa e ocidental, incluindo a cultura do festival, é uma parte inevitável do desenvolvimento social e histórico”, é descrito, bem como “um processo evolutivo de complementaridade entre as culturas chinesa e ocidental”.

Desta forma, afirmam os autores, deve descobrir-se pontos de contacto de ambas as culturas “a partir das diferenças entre o Ano Novo Chinês e o Natal, para que possam ser promovidos” e para que haja uma maior preservação “das respectivas culturas nacionais”.

Os autores dizem notar “a aceleração do intercâmbio cultural entre o Oriente e Ocidente” neste campo, uma vez que os “chineses celebram os festivais ocidentais e os estrangeiros celebram os festivais chineses”.

“Na era da globalização, e devido ao desenvolvimento e aprofundamento da economia e da cultura, as festas tradicionais chinesas e ocidentais têm sido gradualmente aceites por ambos os povos numa tolerância mútua”, pode ler-se.

Pontos diferenciadores

Os três autores do estudo recordam que, na China, os festivais mais tradicionais têm uma ligação à agricultura, com costumes tradicionais baseados na comida e na bebida. “A principal razão disso é a busca do povo chinês na ida ser orientada para uma vida longa e saudável”. Enquanto isso, “as festas tradicionais ocidentais têm principalmente origem na religião e eventos relacionados”, tendo, por isso, “fortes conotações religiosas”.

Acrescenta-se que, no Ocidente, “os costumes tradicionais no período de férias baseiam-se principalmente no tema da diversão”, sendo a principal razão o facto de “a busca dos ocidentais na vida ter como objectivo a saúde e felicidade”.

Em termos comparativos, “tanto o Ano Novo Chinês como o Natal são uma época de reunião familiar e uma época maravilhosa para as pessoas olharem para trás e também para o futuro”, embora “com conotações diferentes nas culturas chinesa e ocidental”.

Uma das diferenças apontadas no estudo é a forma como se celebram os dias anteriores a estas datas. “A passagem do ano [no Ano Novo Chinês] é o momento em que as pessoas tentam ir para casa dos seus entes queridos, não importa onde estejam. O jantar de Ano Novo é o ponto alto, também conhecido como o jantar de reencontro, sendo a refeição mais importante do ano.”

Um dos rituais passa por, a partir do pôr-do-sol, “as famílias começarem a acender os foguetes”, começando-se a preparar as refeições com esse ambiente. “Embora os pratos de jantar do Ano Novo variem de lugar para lugar, cada prato tem um certo significado simbólico. Os chineses gostam de usar os harmónicos para atrair boa sorte, e, por exemplo, os harmónicos de frango ‘Ji’ significam ‘auspicioso'”, enquanto “os harmónicos de peixe ‘Yu’ significam ‘ano após ano'”.

“A véspera do Ano Novo é um costume do povo chinês Han. Depois de comer a refeição do Ano Novo, as pessoas reúnem-se em família a fim de esperar pela chegada do Ano Novo à meia noite”, apontam os autores, descrevendo também que “em muitas partes da China, na noite de Ano Novo, as pessoas preparam sumptuosas oferendas, acendem incenso e velas, despejam vinho e queimam dinheiro de papel, prestando homenagem aos antepassados em família para expressar a nostalgia por eles”, além de esperarem bençãos “para os filhos e netos do céu, inspirando os descendentes a trabalharem mais e a viverem à altura dos desejos dos seus antepassados”.

No caso do Natal, celebrado a 25 de Dezembro, a véspera é marcada por um jantar em família que também conta com pratos e doces tradicionais, como o bolo-rei, o bacalhau ou o peru assado. “Ao contrário da vigília chinesa de Ano Novo, os ocidentais celebram o Natal como uma festa única de fantasia na véspera de Natal que se prolonga ao longo da noite. Na festa não há um código de vestuário rigoroso, bastando ser natural e informal, subir para dizer ‘olá’ e enviar desejos sinceros [de boas festas]”, é referido.

Outro ponto diferenciador apontado é as ofertas. Se no Ano Novo Chinês é habitual a oferta de dinheiro nos envelopes “lai si”, no Natal Ocidental distribuem-se presentes entre família e amigos.

A distribuição de dinheiro no Ano Novo Chinês tem diversas conotações, existindo um tipo de dinheiro para os mais velhos, servindo “para lhes desejar uma longa vida”; enquanto que há depois o dinheiro dado dos mais velhos aos mais novos, representando uma transmissão de cuidado da parte dos mais séniores.

Por sua vez, “as primeiras lendas sobre presentes de Natal referem-se ao nascimento de Jesus”, com as oferendas dos reis magos. “Actualmente tornou-se costume dar presentes entre familiares e amigos no Natal”, é referido, existindo também a ideia de que é o Pai Natal a distribuir os presentes. “Por vezes as pessoas fingem ser o Pai Natal para dar presentes às crianças, a fim de acrescentar o espírito festivo”, refere-se.

Outra grande diferença apontada pelo estudo é o facto de, no Ocidente, o Natal não ter a mesma conotação dos antepassados. “No Ocidente as pessoas não adoram os seus antepassados, sendo que as pessoas vão à igreja para celebrar o nascimento de Jesus. As pessoas não se limitam a estar nas reuniões familiares, mas convidam [outros] de forma calorosa para as suas casas, e não é considerado rude festejar juntos. Durante as férias muitas pessoas participam em actividades comunitárias para ajudar os pobres e dar presentes, reflectindo a ideia de busca de igualdade.”

Pontos de semelhança

Segundo o estudo, as duas celebrações têm como ponto em comum servir para “manter a estabilidade social”. “Na China antiga a produção agrícola era fortemente influenciada pelo clima. Os trabalhadores pobres que pertenciam às classes mais baixas tinham muitas vezes de trabalhar todo o ano, o que inevitavelmente levava à insatisfação com a realidade da situação”. Neste sentido, a chegada do Ano Novo Chinês é “um bom momento para libertar emoções”, decorando-se a casa e acendendo-se foguetes na criação “da esperança de que o próximo ano seja bom, com boas colheitas e melhores dias”.

No tocante ao Natal, é descrito que as pessoas “vão à igreja adorar [os santos], cantar canções de Natal e rezar a Deus, esperando que este as ajude a sair das dificuldades quando estão em apuros ou quando estão doentes e enfrentam a morte. Esperam que Deus as perdoe pelos pecados para que possam ascender ao céu depois da morte”, existindo aqui um paralelismo com a “libertação de emoções” acima descrita.

Além disso, ambas as celebrações constituem formas de transmissão de cultura, segundo os autores do estudo. “A cultura do Ano Novo é uma acumulação da cultura tradicional chinesa, sendo a cristalização do trabalho e da sabedoria do povo chinês, expressando as aspirações do povo trabalhador que anseia por coisas boas.” Além disso, estas celebrações “transportam e transmitem a cultura tradicional de forma subtil”, nomeadamente com pinturas e demais decorações das casas, ou ainda eventos como as danças do dragão e do leão ou ainda sessões de caligrafia.

“Através destas actividades transmite-se o património cultural extremamente valioso às gerações mais jovens”, é referido. Por sua vez, no Natal existem as decorações próprias da época, com a árvore, as luzes ou o presépio, em cores verde, vermelho e demais tons brilhantes.

“As pessoas que estiveram ocupadas todo o ano a trabalhar regressam para reviver o calor da família. As pessoas vão à igreja celebrar o nascimento de Jesus, sendo este um acontecimento regular e uma herança da cultura religiosa. Tornou-se costume enviar um cartão de Natal a amigos e familiares, e todos estes costumes carregam profundas conotações culturais que são transmitidas.”

3 Fev 2025

Economia | Ano Novo Lunar recebido com cautelas

Afastados do brilho dos casinos de Macau, o gerente de uma marisqueira cantonense, um mestre de ‘feng shui’ e um jovem casal questionam o momento económico à chegada do novo ano da serpente

 

À entrada da Tong Vu, grandes lagostas arrastam-se dentro de aquários. Este ano estão a ser vendidas ao preço de compra, porque os tempos assim o exigem. Tong Keng Seoi, o gerente, tem a lagosta da Austrália a 498 patacas, em vez das habituais 900. Opção que traz mais volume de negócio à velha marisqueira de Macau durante o Ano Novo Lunar, com casa cheia e “um aumento de 30 por cento das encomendas em relação ao ano anterior”.

Por esta altura, um banquete para 12 pessoas, com lagosta, orelhas e pepinos do mar, sopa de barbatana de tubarão, leitão e frango assado, pode custar entre quatro mil e 12 mil patacas.

“O consumo é, este ano, muito inferior ao dos anos anteriores, mas estamos muito ocupados e a principal razão é porque oferecemos o preço mais baixo possível”, diz Tong, que lamenta a queda do poder de compra local.

No restaurante Campo do Dragão, ali a 200 metros, os números também sugerem retracção. Lin Zhiyuan, gestor do espaço, fala de “600 a 800 mesas” reservadas ao longo do mês – “menos 20 por cento a 30 por cento” do que em 2024.

As dificuldades reconhecem-se noutros espaços da cidade. Num passeio pela baixa de Macau, pequenos negócios de comida de rua ganham nesta luta aos restaurantes e tascas tradicionais.

Chan Chak Mo, deputado e presidente da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas, confirma o ambiente de cautela nos gastos: “O consumo geral é baixo, a comida de rua custa por volta de 60-70 patacas”, diz.

Após três anos de pandemia e da rigorosa política ‘zero covid’, os números do jogo, motor da economia local, já se aproximam dos valores de 2019. Porém, apesar da regeneração do sector, nas pequenas e médias empresas, a ferida mantém-se aberta.

No caso da restauração, em Novembro, segundo as mais recentes estatísticas oficiais, o volume de negócios “dos restaurantes chineses e o dos estabelecimentos de comidas e lojas de sopas de fitas e canja baixaram 4,3 por cento e 3,7 por cento, respectivamente”.

Consumo mora ao lado

E depois existe o outro lado da fronteira. Produtos e serviços de qualidade, preços mais baixos e a possibilidade de, desde 2023, circularem diariamente dois mil veículos com matrícula de Macau no interior da China, tornam a vizinha Zhuhai uma concorrente feroz do pequeno comércio local.

“Calcula-se que há cerca de 50 milhões de dólares americanos que antes eram gastos em Macau e Hong Kong por mês e agora são gastos em Shenzhen e em Zhuhai. E obviamente isto tem um reflexo enorme no bem-estar dos pequenos negócios”, analisa o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa.

Carlos Cid Álvares, também director executivo do Banco Nacional Ultramarino de Macau, sugere adaptações: “Os pequenos negócios fazem negócio de forma igual há 20 anos ou 30 anos e têm que se adaptar a uma nova realidade que é a de uma população mais jovem, com outras necessidades”.

Menos nascimentos

Outra sequela do momento económico: em 2023, registaram-se 3.712 nascimentos em Macau, menos 43,5 por cento do que há 10 anos (6.571).

Para Tao Xuemei e Wong Chio Fan, um jovem casal, as finanças pessoais e a dos cofres chineses não permitem dar o passo: “Preocupa-nos ter filhos por causa da dívida nacional, devido à recessão económica. A opção pela maternidade depende realmente da capacidade económica do país e da capacidade de pagamento da dívida”, resume Tao, de 28 anos, a trabalhar como orientadora escolar.

“Não queremos ter filhos só para lhes passar as [nossas] dívidas”, completa Wong, empreiteiro de 35 anos.

As finanças são o tema que cerca de 20 por cento das pessoas leva às consultas com Mickey Hung Sen Chun, mestre de ‘feng shui’, uma prática milenar chinesa que estuda a influência do espaço no bem-estar das pessoas.

Neste Ano Novo Lunar, que arranca na quarta-feira, os casinos vão continuar a prosperar, diz o mestre. “Como o simbolismo da serpente está associado à sabedoria e à sorte mística, muitos visitantes podem estar mais inclinados” a jogar, prevê ainda Hung.

No plano negativo, o ano da serpente “faz-se acompanhar frequentemente de indiferença e ódio”, e o facto de “terem ocorrido muitos acontecimentos históricos importantes” neste signo do calendário lunar pode ser motivo de apreensão, adverte o mestre, que aponta para o risco de futuras “ocorrências semelhantes”.

Os japoneses atacaram Pearl Harbour em 1941; o incidente de Tiananmen, em Pequim, ocorreu em 1989 e os ataques terroristas do 11 de Setembro em 2001. Todos anos da serpente.

No plano nacional, estima Hung, “com a recuperação gradual da economia mundial, as exportações da China poderão ser afectadas positivamente, o que a ajudará a atingir o objectivo de crescimento fixado”.

Respostas fortes

A China, abalada por uma profunda crise do imobiliário, principal veículo de investimento das famílias chinesas, lançou várias medidas de estímulo económico no último trimestre do ano passado, incluindo a redução dos rácios de reservas obrigatórias dos bancos e das taxas de juro. Pequim prometeu ainda prosseguir políticas orçamentais “mais proactivas” e uma “flexibilização moderada” da política monetária, para impulsionar o consumo doméstico.

“A questão é saber se o que estão a fazer neste momento, com todas estas políticas de apoio macroeconómico, é suficiente para estimular o consumo interno”, avalia Nicholas Chen, analista da consultora Fitch Solutions, sublinhando o peso da crise imobiliária “no sentimento do consumidor”.

Chen nota que, pese embora o Produto Interno Bruto da China tenha alcançado a meta traçada de Pequim e crescido 5 por cento em 2024, a Fitch Solutions prevê um ligeiro abrandamento em 2025 “para cerca de 4,7 por cento, devido aos ventos contrários macroeconómicos, bem como ao consumo interno lento”, acrescenta.

Conta a lenda que o ‘nian’ (‘ano’, em mandarim), uma fera mítica, sai por estes dias à rua e anda à caça de animais e pessoas para devorar e de campos de cultivo para arruinar. Como é intolerante ao ruído e à cor vermelha, as pessoas começaram a decorar as casas de vermelho e a lançar fogo-de-artifício e panchões para afugentar o monstro.

Macau não desafia a convicção. A cidade prepara a travessia para o novo ano. As ruas vestem-se como manda a tradição. A Tong Vu, à espera da serpente, pendurou lanternas vermelhas, a ver também se para o ano as lagostas se vendem melhor.

30 Jan 2025

Ano Novo Lunar | O que ver e fazer nos dias da celebração

Além da Parada do Ano Novo Chinês promovida pelo Governo, os resorts integrados de Macau apostaram em várias actividades para celebrar a entrada num novo ano. Decorações especiais, concertos e muita animação com danças do leão e dragão e ainda algum fogo de artifício – eis o rol de actividades que marca a entrada no Ano Lunar da Serpente

 

A Serpente é a protagonista dos próximos dias feriados que marcam o arranque de um novo ano. Amanhã começam oficialmente as celebrações do Ano Novo Lunar da Serpente, e, além das actividades promovidas pela Direcção dos Serviços de Turismo, há ainda muitas outras organizadas, na sua maioria, pelos resorts integrados, com uma grande componente artística.

No caso do Studio City, até ao dia 23 de Fevereiro pode ser vista uma “imponente instalação de uma serpente mecânica gigante com cinco metros de altura”, com o sugestivo nome de “Serpente da Fortuna”. Com esta iniciativa, a Melco pretende “proporcionar uma experiência absolutamente única aos visitantes, com uma celebração da arte, das tradições culturais e da tecnologia moderna”.

Haverá ainda um espectáculo de luzes gratuito, com referência à “Serpente da Prosperidade”, além de estar aberta ao público uma pista de gelo, jogos em tendinhas e uma outra parada, a “Splendid Snake Parade”. Destaque para, no dia 2 de Fevereiro, o rol de actividades incluir música, realizando-se o “2025 New Year Starlight Concert”.

No caso do Lisboeta Macau, a festa faz-se na H853 Fun Factory, com a apresentação de “decorações temáticas de doces que simbolizam a felicidade e prosperidade”. Destaque ainda para a realização de uma “variedade de espectáculos culturais tradicionais”, incluindo a dança do leão ou o ‘Desfile do Deus da Fortuna’, entre outros.

Além disso, a “Noite Lisboeta” irá acolher o “Mercado Nocturno do Ano Novo Chinês”, na Praça do Palácio de Macau e Rua Velha de Macau, disponível até ao dia 5 de Fevereiro; o “Mercado de Flores do Ano Novo Chinês”, também até ao dia 5, no mesmo local; e ainda a “Feira do Ano Novo Chinês”, aberta ao público até domingo, disponibilizando-se “uma variedade de produtos festivos e alimentos especiais”. A ideia é “criar uma atmosfera rica de Ano Novo”, promovendo-se “a cultura tradicional chinesa”, destaca o Lisboeta Macau, em comunicado.

No dia 2 de Fevereiro realiza-se também o espectáculo “SJM A-Lin Music Show”, no Grand Pavilhão do Grand Lisboa Palace. A-Lin é a cantora que venceu os “Golden Melody Awards”, trazendo a Macau “a sua voz poderosa e baladas emotivas para celebrar o Ano Novo Lunar”.

Barra em festa

Na zona da Barra, o MGM promove o “Mercado da Bênção da Sorte da Barra”, localizado no antigo matadouro, que inclui uma exposição individual do ilustrador japonês Shinri Murakami, que “apresenta as suas ilustrações da moda num cruzamento criativo entre arte e retalho”, sendo esta mostra complementada com um “Café Pop-up”, com produtos temáticos.

Citado por um comunicado, Shinri Murakami disse ser uma “honra apresentar as obras de arte num espaço tão rico em termos históricos”. “A fusão do património e da modernidade neste bairro é verdadeiramente inspiradora. Juntos, criámos um espaço partilhado inovador onde a minha arte vai além das exposições tradicionais, ligando-se a várias actividades e integrando-se na vida quotidiana de Macau”, referiu.

Para a organização, este mercado e demais eventos “combinam elementos como o património cultural intangível chinês, ilustrações da moda, um mercado criativo de Ano Novo Chinês e música ao vivo”, sendo uma “convergência única de tradição e modernidade”. Desde o dia 26 de Janeiro que este mercado está aberto ao público na Barra.

De referir ainda a realização, nos dias 1 e 2 de Fevereiro, do concerto sinfónico “Black Myth: Wukong”, no MGM Theatre. Neste espectáculo irá acontecer “um cruzamento ousado entre música e jogo que combina música sinfónica e música tradicional chinesa”, contando-se ainda com a reprodução de várias curtas-metragens de animação durante o espectáculo “para permitir que o público mergulhe no mundo da mitologia oriental” trazida pelo jogo “Black Myth: Wukong”, um jogo de vídeo chinês bastante conhecido. Com este espectáculo pretende-se ainda “dar a conhecer ao público a próspera indústria de jogos da China e a profundidade da sua cultura tradicional”.

Qi Baishi e companhia

Também a Wynn se junta à festa com a realização de espectáculos de dança do dragão e do leão, com fogo de artifício, marcados para os dias 3 e 4 de Fevereiro, ou seja, sexto e sétimo dias do Ano Novo Chinês. Aí, “os visitantes são convidados a seguir os passos do grupo de dança do leão enquanto este ‘serpenteia’ pelas principais localizações do Wynn Palace e Wynn Macau”, existindo ainda locais para tirar fotografias, como a “Árvore da Prosperidade” e o “Aquário dos Peixes Dourados”, ambos no Wynn Macau, e que “simbolizam a boa sorte” para um novo ano.

A Wynn continua a apresentar a exposição “Flores de Lótus aos pares, Flores de Ameixoeira em grupos – O mundo artístico de Qi Baishi”, uma mostra de arte digital patente no Illuminarium, e disponível até ao dia 15 de Fevereiro.

Destaque também para as apresentações especiais dos espectáculos “Galaxy Macau Diamond Show” e “Crystal Lobby Show” até ao dia 16 de Fevereiro. Em ambos os eventos o público pode esperar “um diamante de três metros de altura a descer até ao meio de um espectáculo aquático”, com uma sincronização de luzes e música.

Além disso, “do primeiro ao quinto dia do Ano Novo Lunar, o Deus da Fortuna, acompanhado pelo ‘Rapaz de Ouro’ e pela ‘Rapariga de Jade’, aparecerá no Galaxy Macau e no StarWorld Hotel, distribuindo bênçãos e boa sorte para o ano que se aproxima”. Depois, “entre o terceiro e o quinto dia, irá actuar um grupo profissional de dança do leão”.

24 Jan 2025

Ano Novo Lunar | Feriados decisivos para analisar despesas além jogo

O professor da Universidade de Macau e especialista em turismo Glenn Mccartney considera que os feriados associados ao Ano Novo Chinês serão essenciais para se perceber a dimensão do turismo regional e as despesas não relacionadas com o jogo

 

O Ano Novo Lunar da Serpente começa na próxima quarta-feira e, mais uma vez, abre um período de feriados que vão trazer muitos turistas a Macau. Segundo o professor assistente da Universidade de Macau (UM) Glenn Mccartney os feriados associados ao Ano Novo Chinês serão importantes para “medir e avaliar o interesse e as despesas não relacionadas com o jogo, bem como os números de visitas regionais, dado o investimento em eventos à escala da cidade e o esperado grande número de visitantes “, disse ao HM.

“Do ponto de vista empresarial, a questão fundamental é a forma como o número de visitantes se traduz em despesas efectivas e o impacto que isso traz às pequenas e médias empresas, como restaurantes, bares e lojas, quer se tratem de visitantes que pernoitem ou de excursionistas que regressem a Hong Kong ou Zhuhai no mesmo dia.”

Desta forma, “há expectativas de que a taxa de ocupação dos hotéis de Macau seja elevada, sendo que haverá alguns visitantes de um dia que regressarão para ficar em Zhuhai”, estimou.

Mais de um milhão

Uma vez que no período homólogo do ano passado o território recebeu quase 1,4 milhões de turistas durante o período de 8 dias do Ano Novo Chinês, é esperado para os próximos dias “um elevado número de visitantes”, sendo que “como este ano o Ano Novo Chinês começa a 29 de Janeiro, Macau pode beneficiar do aumento do número de turistas nos fins-de-semana anteriores e posteriores”.

Mas Glenn Mccartney destaca também outros factores que podem potenciar os números do turismo, “uma vez que temos assistido a uma maior acessibilidade e facilidade na passagem das fronteiras como um factor importante desde a reabertura após a covid, por exemplo, com o aumento de visitantes de Hong Kong através da ponte”.

Glenn Mccartney defende também que as acções promocionais dos resorts e as festividades nas ruas também podem atrair turistas, sendo que “uma característica importante das actividades do Ano Novo Chinês é a componente de ‘feedback'”, com os “residentes e visitantes a poderem dar a sua opinião, permitindo às autoridades perceberem o impacto dessas actividades do Ano Novo Chinês”.

“Este tipo de feedback pode ser uma fonte valiosa para melhorar vários aspectos da organização, das operações e do marketing dos eventos do Ano Novo Chinês, a fim de analisar os visitantes actuais e potenciais no futuro. A utilização das redes pode fazer parte da avaliação da análise de impacto das promoções do Ano Novo Chinês”, descreveu.

Para estes dias Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, disse esperar uma média diária de 185 mil visitantes, dos quais apenas oito mil deverão ser internacionais. A principal atracção durante este período em Macau será a Parada do Ano Novo Lunar, realizada em 31 de Janeiro e repetida a 8 de Fevereiro.

24 Jan 2025

Hotéis | Ocupação acima de 95 % no Ano Novo Lunar

Durante as celebrações do Ano Novo Lunar, a taxa de ocupação dos hotéis deverá ultrapassar os 95 por cento, de acordo com as estimativas de Andy Wu Keng Kuong, ao jornal Ou Mun. De acordo com o presidente da Associação de Indústria Turística de Macau, existe a esperança de que os hotéis tenham mais clientes este ano, do que em comparação com o período do Ano Novo Lunar do ano passado.

Andy Wu afirmou também que a indústria estima que os hotéis no Cotai sejam “os mais populares” entre os visitantes, apesar dos preços por cada noite variarem entre e 4 mil e 5 mil patacas. Apesar disso, Wu indicou que os hotéis com baixo e médio custo devem atrair “um grande volume” de clientes.

De acordo com a decisão do Conselho de Estado, o Interior vai gozar de oito dias de feriados, entre 28 de Janeiro e 4 de Fevereiro. Na sexta-feira, Maria Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, afirmou que Macau deverá receber uma média diária de 185 mil turistas, nos dias do Ano Novo Lunar.

21 Jan 2025

Governo apresenta cartaz de celebrações para o Ano Novo Lunar

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) apresentou na sexta-feira o programa de celebrações do Ano Novo Lunar, que irá contar com a tradicional Parada de Celebração e três espectáculos de fogo-de-artifício.

No cartaz, destaque para o Desfile do Dragão Gigante Dourado, que irá passar por alguns pontos dos bairros comunitários, nos primeiros dois dias do Ano Novo Lunar (29 e 30 de Janeiro).

A festa será alargada a vários bairros de Macau, com actuações de grupos de dança do dragão e do leão, o Deus da Fortuna, os três Deuses da Felicidade, Longevidade e Prosperidade, a Cobra do zodíaco chinês. Segundo a DST, estas actuações vão enriquecer “o ambiente festivo nos bairros comunitários, a fim de levar os visitantes aos bairros comunitários e dinamizar a economia dos mesmos”.

Outro dos pontos incontornáveis das celebrações, são os “Espectáculos de Fogo-de-Artifício do Ano Novo Chinês”, que se realizam na zona ribeirinha em frente à Torre de Macau no terceiro dia do Ano Novo Lunar (31 de Janeiro), às 21h45, no sétimo dia do Ano Novo Lunar “Dia de Todos os Aniversários” (4 de Fevereiro), e no Festival das Lanternas (12 de Fevereiro), às 21h. As três exibições pirotécnicas vão durar 15 minutos cada.

Como é habitual, serão montados locais para visualizar os espectáculos de fogo-de-artifício no Anim ‘Arte NAM VAN, entre o Centro Ecuménico Kun Iam e a Zona de Lazer da Marginal da Estátua de Kun Iam, na Avenida de Sagres (ao lado do Hotel Mandarin Oriental Macau), no passeio ribeirinho do Centro de Ciência de Macau, na Estrada Marginal do Lago (ao lado do Hotel YOHO Ilha de tesouro Resorts Mundial) e na Avenida do Oceano da Taipa. Nestes locais serão instaladas colunas de som para passar música, para criar um ambiente mais festivo.

Integração cultural

A DST indicou que o programa relativo à Parada de Celebração e ao Desfile do Dragão Gigante Dourado voltaram a ser enquadradas pelo Ministério da Cultura e Turismo da China nas actividades “Feliz Ano Novo Chinês”, apresentando um conteúdo rico e diversificado, que demonstra “a profunda integração cultural e turística de Macau enquanto centro mundial de turismo e lazer”.

O organismo liderado por Helena de Senna Fernandes espera que as celebrações deste ano permitam a “residentes e visitantes, sentir o encanto do “turismo + eventos” e promover a economia comunitária.

20 Jan 2025

IC | Ano Novo Chinês celebrado com música, exposições e workshops

Já são conhecidas as iniciativas culturais destinadas a celebrar o Ano da Serpente que e começa a 29 de Janeiro. O público poderá desfrutar de espectáculos, concertos, workshops e exposições, nomeadamente com grupos artísticos oriundos das províncias de Hebei e Guizhou

 

O Instituto Cultural (IC) preparou um programa recheado de eventos culturais que visam celebrar o Ano Novo Lunar da Serpente, que arranca no dia 29 deste mês. O público poderá, assim, desfrutar do programa “Feliz Ano Novo Chinês – Festividades do Ano Novo Chinês 2025” que decorre entre o primeiro dia do novo ano, 29 de Janeiro e o terceiro dia, 31 de Janeiro.

O cartaz inclui a vinda de grupos artísticos das províncias de Hebei e Guizhou que apresentam espectáculos nos diversos bairros de Macau e ilhas, incluindo no espaço Anim’Arte Nam Van. São eles o Grupo de Teatro de Música e Dança de Hebei, a Trupe de Arte Étnica de Congjiang de Guizhou, o Grupo de Teatro de Música e Dança de Guizhou e a Trupe de Acrobacia de Guizhou. Segundo uma nota do IC, trata-se de actuações de “arte folclórica que proporcionarão um ambiente festivo na cidade”, além de estarem disponíveis para o público diversas bancas com materiais e produtos alusivos ao património cultural intangível destas duas regiões chinesas.

Música a rodos

O cartaz inclui também o “Concerto de Primavera 2025” promovido pela Escola de Música do Conservatório de Macau, que decorre no dia 25 de Janeiro no auditório do Conservatório, sendo que os bilhetes estarão disponíveis a partir do dia 29.

Além disso, no dia 8 de Fevereiro, a Orquestra Chinesa de Macau irá apresentar o espectáculo “Rapsódia de Estepe”, concerto de Ano Novo Chinês, no grande auditório do Centro Cultural de Macau. Destaque ainda para o espectáculo, já noticiado, da Orquestra de Macau com músicos coreanos, “Amor em Seul”, para ver e ouvir no Venetian Theatre.

Por sua vez, do dia 11, até ao dia 16 de Fevereiro, serão realizados vários workshops e actividades dedicadas ao Ano Novo Lunar em locais classificados como património e demais espaços culturais. Um deles é o “Workshop de Pintura Chinesa para o novo Calendário” ou ainda o “Workshop de Arte Floral em Celebração do Ano Novo Chinês”, num total de mais de dez actividades criativas, todas elas sujeitas a inscrições na plataforma da Conta Única de Macau.

Uma vez que os museus e demais espaços culturais estão abertos nos dias do Ano Novo, o público terá a oportunidade para ver mostras como “Novas Perspectivas: Obras Modernas e Contemporâneas do Museu de Arte de Macau” e “Palácio do Duplo Brilho: Exposição Especial do Museu do Palácio”, patentes no Museu de Arte de Macau.

No Museu de Macau apresenta-se ainda “Edificação das Massas: Exposição de Relíquias Culturais das Dinastias Zhou, Qin, Han e Tang”, sem esquecer “Brilho da Arte – Exposição de Artesanato em Ouro e Prata das Províncias de Hebei e Guizhou”, disponível a partir do dia 25 de Janeiro na Galeria do Tap Seac.

17 Jan 2025

Ano Novo Lunar | Pequim prevê nove mil milhões de deslocações durante férias

A China espera atingir um recorde de nove mil milhões de deslocações internas, durante o período de férias do Ano Novo Lunar de 2025, conhecido como ‘chunyun’, a maior migração anual do mundo.

Aquele período decorre este ano entre os dias 14 de Janeiro e 22 de Fevereiro, disseram ontem funcionários do Conselho de Estado, o executivo chinês, em conferência de imprensa. Trata-se da principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais, e começa este ano a 28 de Janeiro, sob o signo da serpente, um dos 12 animais do milenar zodíaco chinês.

Durante uma semana, o país mais populoso do mundo ficará paralisado, enquanto centenas de milhões de pessoas deslocar-se-ão aos seus locais de origem para dar as boas-vindas ao novo ano, de acordo com tradições ancestrais, uma mistura de superstição e costume, para afastar o infortúnio e atrair prosperidade e abundância.

Espera-se que o volume de passageiros por via ferroviária e aérea ultrapasse os 510 milhões e os 90 milhões, respectivamente, embora as viagens rodoviárias representem a maior parte do fluxo.

O Governo central apelou ainda a todas as regiões da China para que envidem esforços no sentido de proporcionar à população umas férias “felizes, seguras e pacíficas”.

O país asiático ultrapassou as 8,4 mil milhões de deslocações durante o ‘chunyun’ de 2024, embora as previsões de Pequim nesse ano contemplassem ultrapassar os nove mil milhões, valor que não foi alcançado devido ao mau tempo, que provocou atrasos e cancelamentos no serviço de transportes e problemas nas infra-estruturas em várias regiões.

9 Jan 2025

Macau perto de atingir capacidade máxima para acolher turistas – analista

Um analista disse à Lusa que Macau tem de dar prioridade às épocas baixas e reduzir a dependência dos picos turísticos, uma vez que a região está perto da capacidade máxima para acolher visitantes.

Apesar dos feriados do Ano Novo Lunar, um dos picos turísticos na China, os casinos da região arrecadaram 18,5 mil milhões de patacas em Fevereiro, menos 4,4 por cento do que no mês anterior.

No mês passado, as receitas diárias do jogo caíram 24 por cento, mais do que esperado, depois da semana do Ano Novo Lunar, entre 10 e 17 de Fevereiro, escreveram analistas do banco de investimento Goldman Sachs, numa nota.

“Ficámos muito surpreendidos”, disse à Lusa o analista da consultora de jogo IGamix Ben Lee.

Lee sublinhou que este foi o primeiro Ano Novo Lunar desde a detenção, em Novembro de 2021, de Alvin Chau Cheok Wa, líder da Suncity, a maior ‘junket’ do mundo, que fez cair de 85 para 18 o número de licenças de promotores de jogo emitidas em Macau.

Ben Lee disse que os casinos de Macau ainda não conseguiram compensar o impacto da repressão das grandes apostas, que ajudavam a prolongar o efeito positivo dos picos turísticos.

 

Muda de rumo

Enquanto o mercado de massas ultrapassou, no mês passado, o valor registado em igual período de 2019, o jogo VIP representou menos de um quarto dos níveis pré-pandemia, disseram analistas do banco de investimento J.P. Morgan, numa nota.

“Os casinos terão agora de reorientar a estratégia para o mercado de massas e procurar acolher mais eventos não ligados ao jogo”, disse o analista da IGamix.

Mas Lee defendeu que qualquer campanha ou atracção turística “deve sempre ser feita nas épocas baixas”, até porque “a capacidade turística [de Macau] deve atingir 100 por cento ainda este ano”.

Mais de 1,3 milhões de pessoas visitaram Macau na semana do Ano Novo Lunar e a taxa média de ocupação hoteleira atingiu 95 por cento, disse a Direção dos Serviços de Turismo do território.

Na terça-feira, o Instituto Cultural anunciou o regresso, a 24 de Março, do Desfile Internacional de Macau, após um interregno de quatro anos devido à pandemia, com artistas de Portugal, Brasil e Moçambique.

A directora do Instituto Cultural, Leong Wai Man, disse que a data do desfile foi mudada do final do ano, período que “tem muitas atividades culturais”, para a Primavera, uma época em que “há menos eventos de grande escala”.

Ben Lee lembrou ainda que “se Macau quiser ter alguma hipótese de ir atrás do mercado asiático, a única possibilidade será fora das épocas altas”.

Durante os picos turísticos da China continental, “a infraestrutura, os transportes públicos não aguentam”, considerou o analista.

As seis operadoras de Macau assinaram novos contratos de concessão de dez anos, em vigor desde 01 de Janeiro de 2023, depois de um concurso público em que as autoridades exigiram a aposta em elementos não jogo e visitantes estrangeiros.

7 Mar 2024

Ano Novo Lunar | Marcha da Madragoa vai participar na parada

A parada de Ano Novo Lunar vai realizar-se pela primeira vez desde 2020 com o orçamento a crescer mais de 30 por cento, para assinalar o 25.º aniversário da transferência de soberania

 

A Marcha da Madragoa vai participar na parada do Ano Novo Lunar em Macau, em 12 e 17 de Fevereiro, que terá grupos estrangeiros pela primeira vez desde 2019, anunciaram ontem as autoridades.

A directora dos Serviços de Turismo (DST) da cidade, Maria Helena de Senna Fernandes, afirmou que a participação do grupo português foi sugerida pela organização das Marchas Populares de Lisboa. “Há muitos anos tivemos uma cooperação com as Marchas de Lisboa”, disse a responsável, em conferência de imprensa, lembrando que a parada do Ano Novo Lunar de Macau contou com grupos da capital portuguesa em 2014, 2015 e 2020.

A directora da DST, que integrou uma delegação do território que visitou Portugal em Abril do ano passado, afirmou que a ligação com as Marchas de Lisboa foi reatada durante uma campanha turística realizada na capital portuguesa. “Mais de 60 membros” da Marcha da Madragoa vão viajar para actuar em Macau, sublinhou Senna Fernandes, que expressou “grande satisfação” com o regresso de grupos portugueses.

A parada, no terceiro dia do Ano Novo do Dragão, vai incluir a actuação de 30 grupos convidados, entre formações locais, da vizinha Hong Kong, Interior e de países como Alemanha, Indonésia, Coreia do Sul e França. O grupo Marcha da Madragoa ficou em sétimo lugar e conquistou o prémio de Melhor Figurino na 89.ª edição das Marchas Populares de Lisboa.

14 carros alegóricos

Além da Marcha da Madragoa, a parada vai incluir 15 carros alegóricos e espectáculos de grupos locais de matriz lusófona, como a Associação de Danças e Cantares Portuguesa ‘Macau no Coração’ e pela Casa de Portugal em Macau. Os espectáculos vão decorrer num palco na praça do Lago Vai San e a parada vai terminar na Doca dos Pescadores. No início, e ao longo do percurso, haverá bancadas com lugar para mais de 2.500 espectadores.

A parada conta com um orçamento de pelo menos 37 milhões de patacas, disse a directora da DST, ou mais 30,7 por cento do que na última edição, a de 2020, antes do início da pandemia da covid-19. Senna Fernandes sublinhou que, além da chegada do Ano Novo do Dragão, a parada vai assinalar o arranque das celebrações dos 25 anos da transferência da administração de Macau, de Portugal para a China, a 20 de Dezembro de 1999.

A dirigente disse ainda à imprensa local que a DST vai participar na Bolsa de Turismo de Lisboa, entre 28 de Fevereiro e 3 de Março, numa tentativa de atrair mais visitantes internacionais. Senna Fernandes afirmou estar a trabalhar para lançar, em conjunto com companhias aéreas e agências de viagens, uma campanha que vai subsidiar pacotes para turistas estrangeiros que incluem bilhetes de avião, alojamento hoteleiro e bilhetes para espectáculos.

19 Jan 2024

Ano Novo Lunar | Previstas 9 mil milhões de viagens durante férias

A China espera cerca de nove mil milhões de viagens durante o período conhecido como “chunyun”, a maior migração anual do mundo, que ocorre todos os anos antes, durante e depois do feriado do Ano Novo Lunar. Em 2024, o feriado calha entre 10 e 17 de fevereiro.

Também conhecido como Festival da Primavera e um momento de reunião e celebração para as famílias chinesas, o “chunyun” deste ano decorrerá entre 26 de Janeiro e 5 de Março, um período para o qual se espera uma elevada procura de transportes. De acordo com o calendário lunar tradicional, a China acolherá o Ano do Dragão a 10 de Fevereiro, deixando para trás o Ano do Coelho.

Embora as férias decorram oficialmente entre 10 e 17 de Fevereiro, muitos trabalhadores migrantes tiram férias antes e depois do período festivo para visitarem os seus familiares. Durante os 40 dias do “chunyun” deste ano, são esperadas 1,8 mil milhões de viagens comerciais por via ferroviária, rodoviária, marítima e aérea, disse ontem o Vice-Ministro dos Transportes, Li Yang, em conferência de imprensa. Para além deste número, são esperadas mais 7,2 mil milhões de viagens por transporte privado, acrescentou.

17 Jan 2024

Ano Novo Lunar | Semana com mais de 450 mil visitantes

Macau registou 451 mil visitantes durante a semana do Ano Novo Lunar, quase o triplo de 2022, mas ainda assim menos 62 por cento do que em 2019, o último ano antes da pandemia de covid-19.

Os números foram avançados na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Turismo, com as autoridades a sublinharem que foram superadas as expectativas, naquele que foi o primeiro Ano Novo Lunar marcado pelo alívio das medidas de prevenção contra a covid-19.

“Entre o total de 451 mil visitantes que entraram em Macau (…), 265 mil vieram do Interior da China e 165 mil de Hong Kong”, destacou a DST em comunicado.

“No terceiro dia do Ano Novo Chinês (dia 24), o número de visitantes ultrapassou os 90 mil, marcando um novo recorde diário desde o início da pandemia”, pode ler-se na mesma nota. As autoridades salientaram ainda que a média da taxa de ocupação hoteleira foi de 85,7 por cento, com um pico no terceiro dia de 92,1 por cento.

Macau, cuja economia depende do turismo, seguiu até meados de Dezembro a política chinesa de ‘zero covid’, com a imposição de quarentenas, confinamentos e testagem massiva. Exigências que se somaram aos constrangimentos de mobilidade impostos por Pequim e que ajudam a explicar os 5,7 milhões de visitantes em 2022, longe dos valores de 2019, quando entraram no território perto de 40 milhões de visitantes, quase 60 vezes a população da cidade.

30 Jan 2023

Previsões para o mundo em 2023

O ano de 2023 faz de fronteira entre o fim do 8º período (yun) de 20 anos, que começou a 4 de Fevereiro de 2004 às 19h56m e finalizará às 16h28m de 4 de Fevereiro de 2024, quando abre o 9º período. O Grande Ciclo de 540 anos, Da Yuan (大元) é dividido em três Zheng Yuan (正元), com 180 anos cada e dentro de cada um existe San Yuan Jiu Yun (三元九运), três ciclos de 60 anos: o ciclo alto (shang yuan 上元) contém os períodos (运, yun) 1, 2, 3 de vinte anos cada um; o ciclo médio (zhong yuan中元) inclui os períodos (yun) 4, 5 e 6; e o ciclo baixo (xia yuan下元) inclui o período 7 (1984-2004), o período 8 (2004-2024) e o período 9 (2024-2044). Encontradas no quadrado mágico Luo Shu as direcções do posicionamento das nove Estrelas Voadoras para 2023, deixamos aqui as previsões por nós entendidas das feitas por Lei Koi Meng (Edward Li), sobre o que ocorrerá no mundo.

Na direcção Centro (com o Elemento Terra), onde se encontra a China, este ano está dominada pela benéfica estrela voadora 4 Verde (Si Lü) (Madeira), com aspectos positivos e negativos no actual período 8, representa refinamento e educação. Para a China é um ano de muitos desafios pois a política de combate à pandemia colocou o país nos últimos três anos com a economia estagnada e os efeitos negativos aparecerão totalmente este ano. Já quanto ao mercado imobiliário haverá fortes mudanças e o choque dessa grande onda trará um impacto negativo a envolver todos os sectores da sociedade, sobretudo industriais e comerciais. Prevê-se a ocorrência de um tremor de terra de grande amplitude.

Na direcção Norte (com o Elemento Água), correspondente a Beijing [capital da República Popular da China] e à Federação Russa, estará a benéfica estrela voadora 9 Púrpura/Roxo (Jiu Zi) (Fogo). Representar harmonia e paz, cooperação e o visionar do advir, é uma Estrela Ampliadora dos efeitos das outras estrelas, pelo bem, assim como no mal. É também a secundária Estrela da Riqueza pois 2023 é um ano de mudança e no ano 2024 inicia-se o Período 9 que faz dela a Estrela da Riqueza do Futuro e Estrela da Felicidade.

Nas relações exteriores, a China terá relações mais activas e profundas com os países do Sudeste asiáticos e haverá maior cooperação com a Federação Russa e Médio Oriente. A Rússia este ano economicamente estará melhor e a imagem que dela é transmitida irá mudar. Como em 2022, na altura em que a guerra na Ucrânia começou, o Fogo era forte, pois a Madeira estava sob Madeira, e este ano em Agosto o Fogo encontrar-se-á já muito fraco, espera-se daí poder ser um sinal para a guerra parar.

Na direcção Sul (Fogo), que compreende a Grande Baía, Macau, Hong Kong e países da Oceânia, está a benéfica estrela voadora 8 Branco (Ba Bai) (Terra), Estrela da Prosperidade e Saúde, a melhor e de mais sorte entre todas as nove estrelas voadoras. Com o início da política de abertura, este ano na Grande Baía imediatamente os frutos aparecem, levando a rápidos ganhos e grandes proveitos económicos e sociais, sendo na China a zona que mais rapidamente chega à normalidade. Para o Feng Shui, a zona da Grande Baía no ano de 2025 será a mais bafejada de toda a China e este ano, contará com novos investimentos provenientes da Bolsa de Hong Kong, incluindo dinheiro do Médio Oriente e Coreia do Norte. Já a Austrália e Nova Zelândia mudarão a política com a China, resultando daí boas notícias para as suas economias.

Na direcção Oeste (Metal), onde a Europa Ocidental e Grã-Bretanha se situam, está a benéfica estrela voadora 6 Branco (Liu Bai) (Metal), Estrela da Bênção Celeste com potencial de inesperadas vantagens e riquezas, mas enfraquecida no período 8 do ciclo do Feng Shui. A morte da Rainha, que representava o poder da Grã-Bretanha no mundo, levou à perda de influência nos restantes países normalmente seus aliados e assim, o seu foco vira-se para reparar a relação com a União Europeia. Ano em que espera para ver o que ocorrerá. A Europa economicamente fraca, com grande inflação, contará com constantes e variadas manifestações de protesto nas ruas. Havendo diferentes argumentos como resolver a situação, ocorrem nas discussões grandes divergências entre os países europeus, perdendo-se a unidade. França e Alemanha unir-se-ão e abrirão a comunicação com a China para uma cooperação económica. As relações com os EUA ficarão complicadas.

Na direcção Leste (Madeira), EUA, Japão e Taiwan encontram-se sob a influência da maligna estrela voadora 2 Preto (Er Hei) (Terra), Estrela da Doença que traz longas e incuráveis enfermidades. Nos EUA será um dos anos mais perigosos para a economia e mesmo na política haverá grandes confrontações entre os dois partidos, tendo de enfrentar muitas manifestações contra a inflação e desemprego. Ao mesmo tempo terá de lidar com a pandemia e diversas catástrofes naturais. Nas relações exteriores enfrenta uma grande competição e para proteger o poder do dólar as suas finanças irão cair num buraco negro, puxando o mundo para esse redemoinho. Já o Japão escolhe não seguir as medidas para combater a inflação, usadas nas políticas do sistema financeiro mundial, levando a sua economia a ficar em maus lençóis. Nas relações com os países vizinhos envereda por uma política de confrontação, o que trará grandes trabalhos ao governo. Outros graves problemas que terá pela frente estão ligados aos desastres naturais devido à influência da estrela Er Hei. Taiwan continuará a criar pequeno ruído e a imagem clara aparecerá em 2024.

Na direcção Sudoeste (Terra), que corresponde ao Médio Oriente e Índia, encontra-se a benéfica estrela voadora 1 Branco (Yi Bai) (Água), Estrela da Prosperidade para o que vem, traz sucesso pelo posicionamento político e boas relações de amizade. Para estes países este ano como há a cooperação com novos parceiros no plano económico ocorrerão mudanças, trazendo novas oportunidades e a conquista de novos espaços de actuação e investimento. Mas por outro lado, a instabilidade política causará problemas. A Índia estará muito ocupada a tratar dos desastres naturais e na economia terá uma nova política a alavancar um novo desenvolvimento.

Na direcção Sudeste (Madeira), onde se posicionam os nove países do Sudeste da Ásia, estará a maligna estrela voadora 3 Jade (San Bi), (Madeira), Estrela de Conflito Beligerante, a trazer disputas e caos. Nas questões políticas os países como a Malásia, Myanmar, Camboja, Tailândia, Laos, têm os governos instáveis, com muitos problemas a ocorre, havendo constantes conflitos bélicos entre as diferentes facções em cada país, a não lhes dar estabilidade. A Indonésia, com a quarta maior população do mundo, após a reunião do G20 mostrou as suas qualificações conseguindo fazer o equilíbrio entre Ocidente e Oriente, criando aí uma base sustentável para o mundo, e colocou o país numa importante posição nas relações internacionais. Singapura, ao abrir mais cedo do que os restantes países, colocou-se um passo à frente, conseguindo assim na região ganhar mais espaço de actuação política e económica.

Na direcção Noroeste (Metal), onde se situam os países da Escandinávia, está a maligna estrela voadora 5 Amarelo (Wu Huang), (Terra), Estrela da Fatalidade e da Ruína de forte pendor negativo. Traz má sorte, instabilidade e é causadora de obstáculos e problemas de maligna influência. Os cinco países do Norte da Europa continuarão como no ano anterior com relações externas tensas e mesmo mais agravadas, logo a situação piorará.

Na direcção Nordeste (Terra), nas Coreias, encontra-se a maligna estrela voadora 7 Vermelho (Qi Chi) (Metal), estrela de energia violenta, a trazer injúrias, muitas disputas e perdas financeiras. O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un tem aparecido acompanhado pela filha e como para o bazi a filha representa o poder do pai (zhengguan) tal indica para este ano o país apresentar uma abertura ao mundo com uma nova imagem e daí o estar focado num novo desenvolvimento económico. Na Coreia do Sul politicamente o governo não está estável, levando a complicar as relações com o Norte, podendo originar atritos, mas sem graves problemas.

A nível mundial, este ano será muito seco devido à falta de água, colocando problemas à agricultura e haverá devastadoras pragas de gafanhotos. Logo a comida, tal como a água irá rarear. Os problemas de saúde estarão também em primeiro plano por todo o mundo.

27 Jan 2023

Venda de pivetes no Ano Novo desilude

O dono de uma banca de venda de pivetes e outros artigos alusivos ao Ano Novo Chinês afirmou que, apesar da maior vinda de turistas, o negócio está muito difícil. As declarações foram prestadas pelo comerciante de apelido Ho, que detém uma banca junto ao Templo de A-Má, ao jornal Ou Mun.

De acordo com o dono da banca, a maior entrada de turistas não se traduziu no aumento do comércio de alguns artigos como pivetes para queimar nos templos ou ventoinhas de papel que atraem fortuna. Segundo Ho, o cenário foi mesmo tão mau, que teve de começar a vender o material encomendado a preço de saldos, para pelo menos garantir que não perde dinheiro durante esta época festiva.

Quando questionado sobre os motivos para as fracas vendas, Ho explicou que este tipo de comércio depende muito dos residentes locais. Como as fronteiras voltaram a abrir, muitos optaram por deixar o território, o que teve um impacto directo no nível das vendas.

Ainda assim, o comerciante admitiu que vai chegar ao final da época sem registar perdas, porque o volume de vendas, na ordem de poucos milhares de patacas por dia, permite cobrir as despesas.

Críticas ao IAM

Ho criticou ainda o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), devido às novas exigências relacionadas com as vendas nas bancas. Apesar de elogiar o crescimento do espaço, o comerciante considerou que o facto de todos os produtos terem de estar expostos no interior das bancas é prejudicial para o negócio.

Segundo o comerciante, as bancas metálicas são locais com pouca iluminação e espaço, que acabam por afastar os clientes, que se sentem pouco confortáveis para entrar e comprar, ou que muitas vezes nem conseguem ver todos os produtos.

Por outro lado, o Ho queixou-se da desigualdade nos produtos à venda. O empresário recordou que no concurso público foi definido que os amuletos da sorte e ornamentos pendurados não podiam ser vendidos. Contudo, muitas bancas continuaram a vendê-los. Apesar de ter feito queixa ao IAM, recebeu como resposta que “os produtos da queixa estão relacionados com as festividades, pelo que podem ser vendidos”.

27 Jan 2023

Novo Ano | Ho Iat Seng quer resolver problemas “arreigados” na sociedade

Na mensagem de entrada no Ano do Coelho, o Chefe do Executivo voltou a mostrar confiança no futuro e apontou à recuperação económica. Ho Iat Seng reconheceu também a necessidade de resolver problemas há muito enraizados na sociedade

 

Na mensagem de entrada no Novo Ano Lunar, o Chefe do Executivo prometeu tentar resolver “conflitos e problemas profundamente arreigados” na sociedade, resultantes do desenvolvimento económico e social. Na comunicação, além do compromisso, sem promessas de resultados, foi também destacado o caminho da integração no Interior.

“Procuraremos, igualmente, resolver os conflitos e problemas profundamente arreigados no desenvolvimento económico e social, e iremos tirar pleno proveito das nossas próprias vantagens e características com vista a uma melhor integração de Macau na conjuntura do desenvolvimento nacional e à criação de uma nova conjuntura para a prática de um País, dois sistemas com características de Macau!”, prometeu Ho Iat Seng.

Contudo, na mensagem, o Chefe do Executivo nunca indicou quais os problemas nem os conflitos que considera necessário resolver.

Ho Iat Seng destacou que o ambiente económico vai melhorar no Ano do Coelho e que é necessário “persistir”, porque só assim se consegue alcançar o sucesso. “A persistência é a chave do sucesso. Perspectiva-se para o novo ano a dissipação gradual da névoa da pandemia”, vincou. “Estão a surgir múltiplos factores positivos que darão um forte impulso ao desenvolvimento de Macau, nomeadamente a concretização progressiva dos novos planos de investimento e desenvolvimento das empresas concessionárias de exploração de jogos e a implementação das várias políticas e medidas do Governo Central para apoiar o desenvolvimento de Macau”, acrescentou. “Macau irá superar definitivamente todas as adversidades e entrar numa nova fase de desenvolvimento!”, atirou.

Ainda sobre as tarefas para este ano, Ho prometeu uma “governação sólida e estável”, o empenho na “recuperação económica”, a aceleração da diversificação da economia e a consolidação da construção da Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin. O reforço da Administração Pública, “melhoria das condições de vida dos residentes” e a “firme defesa da segurança nacional” são outros pontos em destaque na agenda do Governo.

Apoios e afectos

Sobre o balanço do ano que agora terminou, marcado por uma grave crise económica e um aumento elevado do número de suicídios, Ho Iat Seng considerou que as medidas do Governo permitiram ultrapassar os desafios de forma eficaz.

“Fazendo uma retrospectiva do ano que passou, constatamos que foi um ano de desafios devido à volatilidade da pandemia e ao abrandamento da economia. Com o forte apoio e afecto do Governo Central, o Governo da RAEM coordenou eficazmente tanto as acções de prevenção e controlo da pandemia como as de recuperação económica”, considerou o líder do Governo. Além dos tradicionais agradecimentos ao Governo Central, Ho reconheceu também o contributo da população local. “Todos os residentes e sectores sociais, unidos, ajudaram-se mutuamente, superando o grande choque da pandemia”, sublinhou.

Retoma de excursões do Interior é grande incógnita

Apesar de ter sido prometida para os meses de Outubro ou Novembro do ano passado, a retoma das excursões vindas do Interior ainda está por implementar, e não há qualquer previsão sobre a aplicação da medida. Em declarações aos jornalistas, Ho Iat Seng reconheceu que também ele não sabe quando vai ser possível a retoma das excursões do Interior, embora tenha partilhado a crença de que isso possa acontecer “em breve”.

Questionado sobre o assunto, o Chefe do Executivo afirmou que o Governo está em “contactos, recentes, com os serviços competentes do Interior da China sobre a retoma das excursões para Macau” e que “face ao lançamento das políticas nacionais e à situação estável da pandemia no país” acredita que o fim da suspensão de viagem das excursões do Interior “esteja para breve”.

Nesta fase, em que se celebra o Ano Novo Lunar, Ho desvalorizou o impacto dsa excursões, por considerar que o preço dos hotéis é elevado o que faz com que esta não seja a melhor altura para “para promover viagens de excursões”. O Chefe do Executivo indicou também que a decisão do Interior para permitir as viagens vai depender da situação de Macau. “A retoma das excursões depende da situação em Macau, e se se atrasar um pouco a implementação desta medida, será melhor e o ideal para o custo ou preço das excursões, contribuindo para uma melhor transição entre o pico que se vive agora e uma altura mais tranquila no sector de turismo”, argumentou.

Sem medo

Actualmente, os turistas do Interior que pretendem viajar para Hong Kong precisam de realizar um teste de ácido nucleico na passagem fronteiriça. Por esse motivo, Macau foi um destino mais popular e teve menos concorrência, durante as festividades.

Ho Iat Seng foi questionado se no futuro as alterações das medidas para viajar para Hong Kong poderão prejudicar o turismo de Macau, tornando a RAEM um destino menos apelativo face à região vizinha. Contudo, para Ho Iat Seng o efeito até poderá ser contrário. Ho disse “acreditar que, quando for retomada a normalidade da circulação entre o Interior da China e Hong Kong sem necessidade de testes, mais turistas vão viajar para a região vizinha, situação que pode trazer também mais turistas a Macau”. O líder do Governo defendeu este ponto de vista com a tendência que se verificava em 2019, antes da pandemia.

26 Jan 2023

Novo Ano Lunar | Três anos depois a cidade volta a encher-se de turistas

Ruas a abarrotar, controlos de circulação implementados, e muitas filas de espera. Com o Novo Ano Lunar vieram a Macau mais de 250 mil turistas, numa região administrativa especial que aparenta cada vez mais estar de regresso à normalidade

 

Desde sábado, até ontem, mais de 250 mil turistas visitaram Macau para celebrar o Ano do Coelho, de acordo com os dados divulgados pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). Com o fim das restrições de viagem no Interior, os turistas vieram celebrar o novo ano para uma cidade que em muitos aspectos regressou à vida pré-pandemia.

Este ano, como tradicionalmente acontecia antes da covid-19, o dragão gigante dourado desfilou pelas ruas de Macau para assinalar o primeiro dia do ano do Coelho, numa cidade cheia de turistas, regressados depois do fim das restrições impostas pela política “zero covid”.

Com 238 metros de comprimento e acompanhado por 18 leões, o dragão dourado partiu das Ruínas de São Paulo, fez um percurso pela zona histórica da cidade para transmitir votos de boa fortuna a todos os residentes e visitantes, afastando-se depois do centro para terminar junto à Torre de Macau.

O regresso aproximado à “normalidade” foi possível porque desde o início de Dezembro, quando as autoridades do território anunciaram o cancelamento da maioria das medidas de prevenção e contenção da covid-19, à semelhança do que aconteceu na China, depois de quase três anos de rigorosas restrições, o número de visitantes tem vindo a aumentar gradualmente.

Sempre a subir

Em ambiente de festa, até às 11h, do primeiro dia do novo ano, tinham entrado 10.022 turistas em Macau, com as autoridades a esperarem, nessa altura, um máximo de 50 mil visitantes diários, menos 70 por cento do que antes da pandemia. A cautela nas previsões era justificada com a “situação ainda irregular dos transportes marítimos e aéreos”.

No entanto, as melhores previsões do Governo foram ultrapassadas logo nos primeiros três dias do novo ano. Se no último dia do Ano do Tigre, sábado, “só” entraram 32.512 visitantes na RAEM, no domingo, segunda-feira, terça-feira a previsão oficial de 50 mil entradas foi sempre batida, com os registos a serem de 50.090 turistas, 71.672 e 90.416, respectivamente.

A grande afluência nas ruas, e principalmente na Avenida Almeida Ribeiro, que esteve fechada ao trânsito e permitiu a circulação de peões, fez com que na terça-feira, a partir das 15h30, as autoridades tivessem mesmo de limitar a circulação. A partir dessa altura, as pessoas só podiam circular a partir do Edifício do Leal Senado em direcção ao Porto Interior, o que impedia que voltassem para trás por aquela artéria.

Surpresa agradável

Há mais de uma semana, em 13 de Janeiro, Macau tinha recebido quase 47 mil visitantes, o valor diário mais elevado no território desde que foi detectado o primeiro caso de covid-19, há quase três anos, indicou a Direcção dos Serviços de Turismo (DST).

Na altura, o director substituto da DST, Cheng Wai Tong, afirmou que não ia ser possível “de um momento para o outro registar o mesmo número de visitantes” que no período do ano novo lunar de 2019, em que visitaram Macau 170 mil turistas por dia.

“Não vamos conseguir ter todas as carreiras de ‘ferries’ a funcionar como antes da pandemia [de covid-19]. É impossível a retoma total dos voos e, por isso, é mais uma questão dos transportes que trazem os turistas”, considerou.

No entanto, e no que não deixa de ser uma boa notícia para a economia da região, os números foram bastante mais elevados. Relativamente às reservas hoteleiras para a época festiva, o representante da DST sublinhou que, naquele momento, a taxa situava-se entre os 30 e os 50 por cento.

Cidade em festa

Nos primeiros dias do Festival da Primavera, vários eventos decorreram em toda a cidade, como o desfile do Dragão, a realização de espectáculos de fogo-de-artifício, o encerramento da Avenida Almeida Ribeiro e vários concertos.

A animação vai continuar até ao fim-de-semana. Para os apreciadores de diferentes tipos de música, também não vão faltar alternativas. Os amantes do pop chinês contam com os espectáculos de George Lam, que actua hoje e amanhã, às 20h, no MGM Theater. Por sua vez, Grady Guan vai estar amanhã no Studio City, às 19h30.

Fora do estilo pop, na sexta-feira, a Igreja de São Domingos vai ser o palco do concerto com “Melodias Inesquecíveis” associadas a esta época festiva. Ainda dentro do capítulo musical, no sábado, o Venetian recebe “Night of Fortune Lunar New Year Concert”.

Sábado é também dia de repetição da Parada de Celebração do Ano do Coelho, desta feita no Norte da cidade, entre a Rua Norte do Patane e o Jardim do Mercado do Iao Hon, e o dia do último espectáculo de fogo-de-artifício. No domingo, realiza-se também uma parada, mas desta feita com motociclos, que vão circular nas imediações do Centro de Ciências de Macau.

Finalmente, para quem deixou passar a experiência de caminhar na Avenida Almeida Ribeiro, a iniciativa vai ser repetida a 4 e 5 de Fevereiro, sábado e domingo, respectivamente.

San Ma Lo atraiu turistas, políticos e até houve quem jogasse Mahjong

As celebrações do Ano do Coelho ficaram marcadas pela iniciativa de encerramento ao trânsito da Avenida Almeida Ribeiro, o que permitiu que os peões pudessem circular. A iniciativa do Instituto Cultural foi altamente popular e encheu-se com muitos residentes e turistas, o que inclusive levou à necessidade de implementar num dos dias controlos de circulação.

Além de nuvens suspensas, bancos e outras instalações artísticas, a avenida acolheu ainda actuações da Banda de Música do Corpo de Polícia de Segurança Pública e espectáculos de concessionárias, com shows alusivos ao Novo Ano, que contaram com a presença do “Deus da Fortuna”.

No meio de tanto furor, não faltou a presença de membros do governo, atraídos pela popularidade do local. Numa presença altamente coreografada, em que se fez acompanhar pela mulher, Cheng Soo Ching, Ho Iat Seng desfilou pelo local para desejar um bom ano para os comerciantes e ouvir turistas e residentes.

Integraram também a comitiva, que se fez acompanhar por vários seguranças, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, a chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, Hoi Lai Fong, e a presidente do Instituto Cultural, Deland Leong Wai Man.

Outro membro do Governo que fez questão de ser fotografado na avenida, foi Wong Sio Chak, secretário para a Segurança. A deslocação, que fez parte de visitas a outros postos fronteiriços, foi justificada com a necessidade de verificar a situação de segurança in loco e de agradecer pessoalmente aos seguranças que passaram as festividades a trabalhar. Ao longo do trajecto, o secretário terá ainda destacado “o sacrifício da vida privada em prol dos interesses públicos nos dias festivos” dos trabalhadores da sua tutela.

Se por um lado, houve quem aproveitasse o encerramento ao trânsito da avenida conhecida em chinês como San Ma Lo (Estrada Nova), por outro, houve quem aproveitasse o espaço para outras actividades recreativas. A altas horas da madrugada, um grupo de amigos fotografou-se em frente do Edifício do Leal Senado à volta de uma mesa a jogar Mahjong. E embora não se saiba se o jogo foi levado até ao fim, a imagem rapidamente se tornou viral nas redes sociais.

DSEC | Menos 85% de visitantes face a 2019

Macau recebeu menos 85,5 por cento de visitantes em 2022 do que no último ano antes da pandemia, segundo dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). O ano passado, a região administrativa especial chinesa perdeu 33,7 milhões de visitantes, quando se compara com os números de 2019, ano em que se registou o recorde de 39,4 milhões de visitantes.

Mas, de acordo com os dados da DSEC, o número de visitantes em 2022 (5,7 milhões) caiu também 26 por cento face a 2021. Em Dezembro, o número ainda decresceu 52,6 por cento em relação ao mesmo mês de 2021, devido às restrições fronteiriças e à vaga de casos de covid-19 que atingia a China continental, de onde chega a esmagadora maioria dos visitantes. Praticamente isolada desde o início de 2020, devido às medidas de prevenção contra a pandemia, Macau levantou restrições à entrada no território no final de Dezembro. Com Lusa 

26 Jan 2023

Ano Novo Lunar | Hotéis cheios, mas Governo deixa alertas

Helena de Senna Fernandes, directora da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), adiantou ontem, à margem de um evento público, que grande parte dos quartos de hotel já estão reservados para os dias de Ano Novo Chinês.

No entanto, segundo a TDM Rádio Macau, a governante deixou o alerta para que os hotéis não trabalhem com plataformas digitais de marcação de quartos de hotel que estão a cobrar cerca de 70 mil dólares de Hong Kong por quarto em algumas reservas.

“Vemos que há plataformas online que vendem quartos de hotel por 70 mil dólares de Hong Kong por quarto, que não se situam no Cotai. Alertamos para que os hotéis discutam com essas plataformas, porque achamos que os valores não estão dentro do normal. Sei que há muito hotéis que estão atentos a isso e, de facto, algumas plataformas corrigiram essa situação. Alertamos para que os hotéis não trabalhem com as plataformas que não querem colaborar.”

Helena de Senna Fernandes disse ainda esperar cerca de 80 mil pessoas durante as tradicionais paradas do Ano Novo Chinês. “Mesmo no ano passado vi as ruas cheias de pessoas e penso que não há possibilidade de aumentar muito mais o número de pessoas. Queremos que as pessoas da Grande Baía assistam às paradas, embora seja sempre difícil aumentar o espaço.”

19 Jan 2023

Aeroporto | Esperados 50 mil passageiros no Ano Novo Chinês

Entre 22 e 26 de Janeiro, o Aeroporto de Macau pode receber perto de 50 mil passageiros, fluxo 1,5 vezes maior do que o registado no Ano Novo Chinês de 2022. Em Fevereiro regressam os voos para Banguecoque e Kuala Lumpur e decorrem negociações para ligar Macau a destinos no Vietname e Camboja

 

A empresa que gere o Aeroporto Internacional de Macau prevê o aumento do fluxo de passageiros durante o Ano Novo Chinês para cerca de 50 mil visitantes no período entre 22 e 26 de Janeiro, um volume de movimentos 1,5 vezes maior do que o verificado nos mesmos feriados do ano transacto. A perspectiva foi avançada ontem por Eric Fong, que dirige o departamento de marketing do aeroporto.

O responsável adiantou que desde que foram levantadas as restrições fronteiriças de combate à pandemia, o aeroporto da RAEM acrescentou 10 novas rotas. De momento, Macau tem ligações aéreas a 29 destinos, 20 destes localizados no Interior da China e os restantes para locais no sudeste asiático e Taiwan, operações que envolvem 11 companhias aéreas, avançou o director de departamento, citado pelo canal chinês da Rádio Macau.

Em relação à capacidade de recursos humanos para lidar com o aumento de passageiros, Eric Fong indicou que na segunda-feira aterraram em Macau 8.000 pessoas, número que representa um “crescimento satisfatório”, mas dentro dos limites logísticos do aeroporto. O responsável estima que o aeroporto tem capacidade para processar a chegada de 30.000 passageiros por dia.

Mais ligações

Recorde-se que na semana passada, a comissão executiva da empresa que gere as operações aeroportuárias em Macau marcou uma reunião para ajustar e restaurar a normalização dos recursos humanos, avançou o Jornal Tribuna de Macau.

Quanto ao futuro imediato, ultrapassados os tempos da política de zero casos de covid-19, Eric Fong aponta como objectivo principal o retorno a mais de 50 destinos que serviam Macau antes da pandemia. Os principais alvos da Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau (CAM) são “mercados mais prósperos do Interior, ao mesmo tempo que se vai apostar em rotas de médio e longo curso no sudeste asiático”.

Uma das políticas para manter em termos de gestão é incentivos e descontos nas tarifas para aterrar e descolar a companhias aéreas. Eric Fong aponta que aumentou entre 20 a 30 por cento o número de transportadoras aéreas a concorrer a ligações à RAEM, face ao período pandémico.

Para já, a CAM encontra-se em negociações para abrir rotas aéreas com destinos no Vietname e Camboja e no próximo mês são recuperadas as ligações a Banguecoque e Kuala Lumpur.

18 Jan 2023