Construtora demoliu edifício “de valor arquitectónico” ao lado da Casa de Lou Kao

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]demolição das construções que estavam no terreno entre a Rua de São Domingos e a Travessa da Sé fez com que Macau perdesse um edifício de valor arquitectónico. A denúncia parte do arquitecto local Mário Duque, que disse ao HM que, no lote onde vai nascer um centro comercial, estava ocupado por um prédio importante.
“A obra na Travessa da Sé ao lado da Mansão Lou Kao demoliu um edifício Art Deco, de interesse arquitectónico, independentemente de qualquer classificação administrativa de que as substâncias arquitectónicas possam ser alvo”, começou por referir ao HM. Duque diz ainda ser “impossível” que o Instituto Cultural (IC) “não tivesse conhecimento das características da obra em curso, nem conhecesse o edifício ao lado daquele que é classificado e que administra”, para que pudesse “produzir recomendações, para além das obrigações, no âmbito das consultas institucionais por que os projectos passam”.
O arquitecto diz que o edifício tinha as características dos prédios de “rendimento elegantes na linguagem geométrica Art Deco”, que se construíram nas capitais europeias na primeira metade do século XX. Segundo Mário Duque, tinha a organização geminada típica de fogos de grandes dimensões e com tectos muito altos.
“Tinha a característica curiosa de, apesar da influência europeia e de ser um prédio alto, o interior de cada fogo estava organizado com a parte das cozinhas separada do resto da habitação onde, em cada a piso e a partir de cada fogo, se acedia por uma ponte ao ar livre”, uma separação que o arquitecto nota como sendo semelhante às habitações térreas que ainda existem na vila da Taipa e de Coloane.

Oportunidade perdida

Para Duque, a construtora e dona da obra – respectivamente a Sociedade de Engenharia Soi Kun, do deputado Mak Soi Kun, e a Kimberley Investments de Hong Kong – perderam uma boa oportunidade.
“O aproveitamento em curso na Travessa da Sé conjuga vários lotes, no qual este seria a mais-valia de que os promotores não souberam tirar partido. A experiência revela que muitas destas intervenções que sacrificam substâncias arquitectónicas de interesse viram obsoletas num espaço de tempo curto e, na quase totalidade dos casos, não justificam o sacrifício.”
O edifício era horizontal e as fracções do último andar foram recentemente objecto de uma venda judicial, como disse ao HM o arquitecto. O HM pediu informações ao IC, mas não foi possível obter resposta até ao fecho desta edição.

24 Fev 2016

Sin Fong Garden | Reconstrução deve arrancar no Verão

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]comissão de proprietários do edifício Sin Fong Garden já entregou o projecto para a demolição do prédio à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) em Janeiro, através da Macau Empresa Social Limitada. A Associação dos Conterrâneos de Kong Mun de Macau prometeu já pagar 60% das despesas da obra, estando previsto o arranque da reconstrução do prédio no Verão.
Chan Pou Sam, vice-presidente da Associação, referiu que a DSSOPT já aprovou o projecto de reconstrução, entregue em Novembro do ano passado, afirmando que este caso tem gerado muita preocupação junto da sociedade e prevendo a continuação de entraves.
“Podem existir empresas de construção que não tenham vontade de se candidatar ao concurso público”, adiantou Chan Pou Sam, referindo que não se exclui a possibilidade de ser feito um concurso por convite. Uma empresa de Singapura já terá sido convidada para fazer o trabalho de mediação, avaliação do concurso público e do orçamento da obra, para que haja uma igual divisão de despesas juntos dos proprietários.
O edifício Sin Fong Garden está em risco de ruína desde 2012, o que obrigou à saída de 200 famílias e à sua distribuição por outras casas com a ajuda do Governo. Só no final do ano passado é que os proprietários chegaram a um consenso quanto à reconstrução do prédio.

24 Fev 2016

Expatriados | “Choque cultural afecta” crianças portuguesas e macaenses

Anastasia Lijadi, professora da Universidade de Macau, defende que os filhos de pais portugueses ou macaenses podem “sentir desafios semelhantes” às chamadas crianças expostas a uma terceira cultura (Third Culture Kids), como a perda de identidade ou o choque cultural quando chegam a Portugal. A tese de doutoramento de Anastasia Lijadi, sobre os Third Culture Kids, foi distinguida em Janeiro na Universidade de Alberta, Canadá

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]ão crianças quase sem terra obrigadas a mudar de escola, de casa e de país com frequência devido ao trabalho dos pais. Essas mudanças repentinas a que são sujeitas na idade de desenvolvimento físico e cognitivo fazem delas crianças expostas a uma terceira cultura (são Third Culture Kids – TCK) e também a alterações do foro psicológico. Foi este o tema da tese de doutoramento de Anastasia Lijadi, docente do Departamento de Psicologia da Universidade de Macau (UM) que em Janeiro foi distinguida pela Universidade de Alberta, Canadá. A tese intitula-se “Bloom where you are planted: Place identity construction of TCK”.
Ao HM, a docente defendeu que as crianças nascidas no seio de famílias portuguesas e macaenses, que se mudaram para a RAEM recentemente, não podem ser consideradas TCK, embora possam sentir “desafios semelhantes” quando chegam a Macau, apesar das parecenças culturais existentes.
“As crianças macaenses ou portuguesas são expostas a uma diferente cultura (são Cross Culture Kids – CCK). Contudo, podem sentir desafios semelhantes às crianças TCK, em termos de perda de identidade ou confusão de identidade. Podem ainda sentir o reverso do choque cultural, pois quando visitam Portugal chegam à conclusão de que pensam e agem de forma diferente em relação às crianças que não saíram de Portugal”, defendeu a docente, numa resposta por email.
Durante o doutoramento, concluído o ano passado, Anastasia Lijadi conheceu casos de crianças que nasceram em Macau ou que “se mudaram para Macau durante a sua infância e só conhecem o seu país graças ao passaporte ou férias de Verão”. “As razões pelas quais os pais se mudaram para Macau são várias, sendo que a maioria trabalha na área da advocacia ou no Governo. São crianças CCK, porque interagem ou vivem em dois ou mais ambientes culturais diferentes durante um significante período de tempo, durante os anos de desenvolvimento”, explicou ainda.

Pouco foco no problema

O trabalho de investigação realizado para a sua tese permitiu a Anastasia Lijadi chegar à conclusão de que, em Macau, a maioria das crianças TCK são filhas de pais que trabalham em multinacionais na área financeira, construção, turismo, aviação ou entretenimento, mas também na área da educação.
Perda de identidade, confusão sobre a sua origem e até solidão são os problemas mais comuns neste tipo de crianças. “As crianças TCK não têm apenas de renegociar a sua etnicidade junto das comunidades local e global, como também têm de reavaliar toda a sua construção de identidade incorporando os diversos elementos dos sítios por onde vão passando”, frisou a académica. “A noção de maturidade e de experiência das crianças TCK pode ser exagerada, já que uma criança TCK pode ter aprendido os costumes de muitas culturas, mas pode não ter interiorizado uma única cultura”, disse Anastasia Lijadi.
Apesar de considerar que a oferta educativa é variada em Macau para as famílias expatriadas, Anastasia Lijadi considera que a falta de psicólogos que dominem outra língua que não o Chinês pode não ajudar na resolução destes problemas.
“Há poucos psicólogos que dominam o Inglês em Macau e não estão focados nos problemas sentidos por estas crianças. Contudo, sugiro que a melhor forma de dar apoio a estas crianças TCK é fazer ajustamentos no novo lugar envolvendo as partes mais importantes da sua vida, os pais e a escola. O professor, psicólogo ou conselheiro escolar devem trabalhar em conjunto para garantir a prevenção de problemas e criar programas de intervenção. Mas os pais não devem permitir que o problema seja unicamente resolvido pela escola”, defendeu a docente.
Para receberem os alunos vindos de outros países, as escolas de Macau fazem “ajustes académicos”, como aulas adicionais e consultas aos pais, sendo ainda pedido o apoio do docente ou dos colegas a nível da integração social.

A questão do Mandarim

Anastasia Lijadi revelou ainda que a maioria das crianças TCK ou CCK, apesar de terem “a oportunidade de interagir com crianças locais”, acabam por estar sempre um pouco à parte da sociedade. E a culpa é do ensino do Mandarim.
“As escolas internacionais e as escolas secundárias com o ensino do Inglês ensinam o Mandarim. Por comparação, as escolas locais usam o Cantonês como língua de ensino e como base de conversação. É fácil afirmar que as crianças TCK em Macau estão a aprender a falar Mandarim, mas não a língua local, então é muito difícil para estas crianças interagir com a maioria da sociedade no seu dia-a-dia. Depois de viver aqui oito anos, sinto-me envergonhada pelo facto do meu Cantonês não ter melhorado, mas falo melhor Mandarim porque aprendo todos os dias com as minhas duas filhas”, disse a docente.
Anastasia Lijadi defendeu ainda que, para as crianças, “a comunidade falante de Inglês em Macau deveria conseguir misturar-se mais com a comunidade expatriada”, sendo que “muitas vezes a sociedade tenta integrar as crianças TCK no seu modelo monocultural”. A docente acredita que o passado e experiências anteriores das crianças são muitas vezes esquecidas em prol da sua nova fase de integração social.

Macau “não estava preparada” para famílias expatriadas

A viver em Macau há oito anos, a docente da UM, com um mestrado pela Universidade de São José (USJ), defende que Macau “não é um lugar comum para as famílias expatriadas”. “Só muito recentemente é que as famílias de expatriados se começaram a mostrar em Macau. O território não estava preparado e não antecipou a procura de um determinado estilo de vida pelos expatriados e aqui refiro-me às questões interculturais, como a interacção no dia-a-dia, comunicação, informação e valores sociais. A maioria das famílias expatriadas decidiram mudar-se e viver em Macau devido aos elevados salários, baixos impostos e alguns privilégios que não tinham na sua terra natal. Isso faz com que seja difícil saírem de Macau”, explicou.
Anastasia Lijadi não deixou de falar das barreiras culturais entre macaenses, portugueses e chineses. “Macau tem vindo a abraçar o multiculturalismo nos últimos anos e, tanto os portugueses, como os macaenses têm feito parte da população. Mas como alguém que está de fora, e depois de muitos anos a viver aqui, penso que existe uma parede transparente que separa os chineses de Macau, os macaenses e os portugueses. É muito raro vê-los a jantar juntos numa mesa, a não ser que estejam ligados pelo trabalho ou outra organização”, rematou.

24 Fev 2016

Liu Chak Wan queixa-se de falta de indemnização

O membro do Conselho Executivo e empresário diz que a modificação de 150 para 90 metros na construção de um prédio mesmo em frente ao Farol da Guia lhe custou mais de mil milhões de patacas e assegura que o Governo se comprometeu a pagar uma compensação

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]empresário da área da construção Liu Chak Wan diz que o Governo lhe deve uma indemnização de 1,6 mil milhões de patacas, valor que o responsável pelo projecto do lote 134 da ZAPE, ao lado do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM, diz ter perdido com alterações à construção. Liu Chak Wan, membro do Conselho Executivo e um dos detentores da Transmac, planeava construir uma torre de habitação com 135 metros de altura, mas as exigências do Executivo obrigaram-no a baixar a altura do prédio para 90 metros para evitar que não se visse o Farol da Guia.
O empresário vem agora admitir que é o dono do projecto e do terreno de 7802 metros quadrados, composto por cinco parcelas. Actualmente, o prazo de arrendamento dos lotes vai até 2020, excepto na última parcela, que tem de ser aproveitada até 2018. Recentemente, o Governo anunciou que este é um dos terrenos que foi arrendado em 1940 pelo prazo de 50 anos. As parcelas foram, depois, sendo transmitidas: em 1957, 1967 e 1974.
Liu Chak Wan foi questionado na segunda-feira sobre o plano de desenvolvimento do terreno: disse que adquiriu o terreno em 2004 e que o plano original era construir um edifício de 135 metros, como cita a publicação All About Macau. No entanto, o plano gerou polémica em 2007, quando um grupo de cidadãos se manifestou contra a altura do edifício que obstruiria a vista do Farol da Guia, tendo até enviado uma carta à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Desde então o plano foi suspenso.
O Governo publicou o planeamento para os arredores da Colina da Guia e baixou a altura de prédios da mesma zona. O empresário teve que baixar a altura dos prédios, algo que, diz, o fez perder pelo menos 1,6 mil milhões de patacas. Liu Chak Wan assegura que o “Governo tinha prometido dar indemnização”, mas que até ao momento nada disse.

A perda

Em 2006, o preço médio dos imóveis em Macau era de 15 mil patacas por um metros quadrado, sendo que, no ano passado, esse preço aumentou para cerca de 90 mil patacas. Liu Chak Wan defende que pagou o prémio de concessão do terreno e fez “tudo para corresponder às exigências do Governo”, mas que “depois de dez anos” o Governo ainda não decidiu qual a proposta de indemnização, nem a forma de cálculo.
“Comprei o lote por um preço caro, investi mais de mil milhões e questionei muitas vezes o Governo, que não deu atenção. Nem todos conseguem aguentar tanto tempo, quantos dez anos ainda tenho que esperar?”
O empresário acrescentou que o plano para a construção do edifício de 90 metros já foi autorizado pela DSSOPT, mas ainda não foi emitida licença, pelo que não há data de avanço do projecto.
O HM tentou consultar a DSSOPT sobre a situação da indemnização, mas até ao fecho desta edição não conseguiu uma resposta.

24 Fev 2016

Ilha Verde | Convento jesuíta continua a albergar trabalhadores

Cinco anos depois, o histórico convento situado na Ilha Verde continua envolto numa disputa de propriedade que não avança em tribunal. Um dos alegados proprietários continua a arrendar quartos a trabalhadores não residentes

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]uas empresas, um terreno, um convento que serve de casa a quem vem da China para trabalhar na construção civil. Em 2012, era assim o panorama de um terreno localizado na Ilha Verde onde está situado um histórico convento jesuíta. Cinco anos depois, nada mudou.
O HM confirmou junto da secretária de Jack Fu, da Companhia de Desenvolvimento Wui San, que os arrendamentos continuam a ser feitos a estes trabalhadores, apesar da degradação do edifício e do lixo industrial que se encontra nas imediações. Jack Fu é um dos donos da Companhia de Desenvolvimento Wui San, que se afirma a proprietária do terreno, por oposição à Empresa de Fomento e Investimento Kong Cheong, de Fong Lap.
“As pessoas continuam a arrendar espaços no convento e a viver lá como antes, porque sem um julgamento no tribunal ninguém pode fazer nada no terreno”, disse Leong, secretária de Jack Fu, que deu ainda um prazo de dois anos para que haja algum resultado na barra dos tribunais.
Desde há cinco anos que a Companhia de Desenvolvimento Wui San tenta expulsar os moradores que diz serem ilegais, mas até agora não conseguiu nenhuma mudança. Na altura o HM visitou o local, que se mostrava bastante degradado. Os moradores, que não quiseram dar a cara, confirmaram que arrendavam um beliche por cerca de cem patacas e que trabalhavam na zona do Cotai, vindos da China.
Leong garantiu ainda que não houve quaisquer avanços sobre um possível projecto de reabilitação ou desenvolvimento do terreno. O HM contactou o Instituto Cultural (IC), que disse apenas que “tem vindo a preocupar-se com a Casa Retiro, actualmente propriedade privada”, não tendo recebido até ao momento nenhum projecto.
Com 180 anos de história, o convento está situado numa zona já incluída na lista dos sítios classificados no âmbito da protecção do património. Em 2011, o arquitecto Francisco Vizeu Pinheiro disse ao HM que o convento poderia ser a última prova da existência dos jesuítas na zona da Ilha Verde.

24 Fev 2016

Pedida outra consulta sobre Plano Quinquenal

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Federação de Juventude de Macau lançou um relatório, no último domingo, sobre os conhecimentos dos residentes sobre o Plano de Desenvolvimento Quinquenal, sendo que este indica que 65% dos entrevistados nunca ouviu, nem recebeu qualquer informação sobre o plano.
Segundo o Jornal Ou Mun, a Fundação organizou um inquérito, entre 28 de Dezembro a 2 de Janeiro, via telefone, para perceber os conhecimentos dos cidadãos sobre o plano. Os resultados, agora divulgados mostram que 65% dos 502 inquiridos, maiores de idade, nunca ouviram falar, nem receberam qualquer informação sobre o plano. Um total de 30 pessoas, de 169 entrevistados, disse conhecer o plano e saber que o Governo está a receber opiniões dos residentes.
Apenas um, do total de inquiridos, afirmou ter apresentado opinião sobre o assunto. Neste caso o residente não entregou directamente a sugestão ao Governo mas sim a um deputado. Os resultados mostram ainda que 21% dos inquiridos sabiam da criação da Comissão para a Construção do Centro Mundial de Turismo e Lazer.
De acordo com os dados da Federação, a participação e o conhecimento dos cidadãos para o plano são “sinceramente insuficientes”. A Federação considera que o Governo não está a fazer uma boa promoção do plano, estando em falta informações ao público. É importante, defende, que o Governo realize uma segunda fase de consulta pública para que os residentes, especialmente os jovens, conheçam mais sobre o plano, aproveitando para recolher ainda mais opiniões.
É ainda tornado público que as maiores preocupações dos residentes fixam-se no aumento da qualidade de vida e na melhoria do nível educativo. Por fim, questionados sobre a conclusão de projectos avançados, os inquiridos indicaram que esperam que dentro dos próximos cinco anos o metro ligeiro (40%), o Centro Hospitalar das Ilhas (30%), a construção e o Plano dos Novos Aterros Urbanos (25%) e para a Estação de Tratamento de Águas Residuais da Península de Macau (23%) estejam concluídos.

23 Fev 2016

USJ | Pequim rejeita recrutamento de alunos do continente

O Ministério da Educação da China não deu autorização à Universidade de São José para recrutar alunos do interior da China, prática recorrente em universidades locais. Peter Stilwell não comenta

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Universidade de São José (USJ) vai continuar a não ter autorização para recrutar alunos do interior da China. A informação foi feita à reitoria da instituição de ensino superior privado na passada quinta-feira e confirmada ao HM pelo Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES).
“O GAES ajudou, recentemente, a USJ a transmitir o seu desejo de recrutamento de estudantes do interior da China, ao Ministério da Educação da República Popular da China. Posteriormente, sobre este caso, o Gabinete recebeu uma notificação, do mesmo Ministério, na qual é referido que, provisoriamente, não é aceite o pedido desta universidade”, pode ler-se numa resposta escrita. Contactado pelo HM, Peter Stilwell, reitor da instituição, não quis fazer qualquer comentário ou explicar quais as alternativas que podem ser adoptadas para responder a esta situação.
As dificuldades de recrutamento sentidas pela USJ constam no último relatório anual da instituição de ensino superior privado, referente ao ano lectivo de 2013/2014. No documento, a USJ explica que teve nesse ano 236 alunos, uma quebra face a 2012/2013.
“Os números são mais baixos do que nos anos anteriores e reflectem uma crescente competição no mercado local do ensino superior, agravado no nosso caso por não estarmos autorizados a recrutar estudantes do continente”, pode ler-se.

Outras quebras

A universidade falou ainda de uma quebra de cem alunos nos programas de licenciatura. “Não temos dúvidas quanto à pressão que a USJ enfrenta com a redução dos estudantes locais. Estes factores agravam-se com a nossa situação particular, já que somos talvez a única universidade de Macau que não está autorizada a recrutar estudantes do continente”, aponta ainda o relatório.
Na última entrevista concedida ao HM, em Abril do ano passado, Peter Stilwell dizia estar à espera de boas notícias quanto à possibilidade de recrutamento de alunos do continente.
“Sei que o Secretário Alexis Tam tem tomado isso a peito. Não me quero antecipar mas julgo que ele terá notícias positivas para dar. Julgo que está desbloqueado o processo por iniciativa dele próprio, que na sua última deslocação a Pequim se encarregou de tomar isso em mãos. Podemos prestar um serviço aos alunos da China continental, que nos permite completar aquilo que nos falta para sermos rentáveis em termos de propinas e fazer o que é o objectivo da universidade, que é um espaço de culturas. Creio que temos condições para isso”, acrescentou.
O Ministério não deu uma razão para que o pedido fosse negado.

23 Fev 2016

Coloane | Pedido relatório de impacto ambiental de construção de luxo

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]União Macau Green Student entregou uma carta à Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) em conjunto com vários residentes, criticando a avaliação do impacto ambiental que foi feita ao projecto de luxo que pode nascer na montanha de Coloane. Os residentes dizem estar preocupados com a preservação de Coloane e dizem não perceber porque é que a construção foi aprovada sem consulta pública, num caso que, afirmam, diz respeito à sociedade.
Como avançou o HM na segunda-feira, o Governo aprovou o anteprojecto de um edifício com mais de 30 andares que vai ser construído perto da Casamata no Alto de Coloane. Este esteve parado em 2013 devido a polémicas com o local, mas o último relatório de impacto ambiental corresponde aos requisitos da DSPA, o que pode dar autorização para a construção.
A Green Student quer que o Governo mostre ao público o relatório do impacto ambiental entregue pela construtora – que tem Sio Tak Hong como um dos investidores e Joe Chan, presidente da União, mostrou preocupação face à possibilidade do projecto destruir “ainda mais” o único pulmão de Macau.
“O projecto recebeu aprovação da DSPA e chegou à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). Caso não peçamos para saber mais, receio que o organismo também emita a licença da obra sem o público saber, o que vai ser um passo irreparável. Este acto é de uma enorme irresponsabilidade face às próximas gerações”, disse, lembrando que o Governo prometeu em 2013 que ia tratar o caso de forma “especial” precisamente devido ao local. Agora, diz Chan, a DSPA deu luz verde ao avanço do projecto “em segredo”.
Joe Chan espera que a DSPA torne o relatório sobre o impacto ambiental transparente ao público, criticou que este não foi apreciado pelo Conselho Consultivo do Ambiente, nem foram ouvidas opiniões de residentes através de consulta pública. A construção do projecto na única zona mais verde de Macau leva Joe Chan a dizer que não se está a pensar na saúde de todos os cidadãos.

E o CPU?

Para o presidente da União, há ainda outra dúvida: quando o projecto surgiu, em 2013, Macau ainda não tinha o Conselho de Planeamento Urbanístico (CPU). Agora este já existe, mas Joe Chan diz ter dúvidas sobre se o projecto foi debatido no CPU. “O desenvolvimento de Coloane não deve ser decidido só por uma direcção”, frisa.
Apesar de o novo projecto reduzir a volumetria do empreendimento, incluindo a eliminação de uma das torres, o presidente considera que continua a haver destruição da vista da montanha e dos recursos públicos em nome do interesse do sector imobiliário.
Além disso, a União Macau Green Student quer ainda saber qual o calendário para a implementação de legislação sobre a avaliação do impacto ambiental – apresentado pela DSPA em 2012. O mesmo organismo afirmou em 2014 que ia fazer consultas públicas sobre o regime no final do ano e depois entrava em processo legislativo. No entanto, a DSPA voltou a dizer neste mês de Fevereiro que vai avançar com a consulta pública este ano.

23 Fev 2016

Salário mínimo | Carta de associação denuncia fraude

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação de Mútuo-Auxílio de Trabalhadores enviou uma carta ao Governo onde denuncia a existência de fraude no pagamento de horas extra aos funcionários da limpeza e segurança dos edifícios. A carta enviada às redacções acusa uma empresa ligada à gestão de prédios de ter obrigado os seus empregados a assinar um acordo que determina uma diminuição do valor das horas extra, devido à implementação do salário mínimo obrigatório para estes funcionários.
A carta fala do caso protagonizado pela empresa Yi Fat – ligada à gestão de prédios em Macau e na Taipa – que terá garantido serviços de 24 horas para os edifícios que trabalham consigo, tendo os empregados na área da segurança de trabalhar dois turnos seguidos, o que significa que cada trabalhador terá de cumprir 12 horas de trabalho, incluindo quatro horas extras.
A Associação afirma ainda que “a empresa aproveitou as zonas cinzentas da lei para praticar uma acção fraudulenta aos proprietários dos apartamentos e aos funcionários dos edifícios”.
A Yi Fat, diz ainda a carta, terá forçado os trabalhadores a assinar um acordo que obriga os funcionários a trabalhar dez horas por dia, incluindo duas horas extra, sendo que o salário pago para cada hora extra é inferior ao que a nova lei determina.
A empresa terá referido que as 26 patacas por hora extra é um valor que consta nos regulamentos da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), tendo-os forçado a assinar o documento. Enquanto isso outros trabalhadores terão sido despedidos, tendo sido substituídos por trabalhadores não residentes.
A Associação pede que o Governo dê mais atenção a estes casos, tendo acusado o Executivo de falta de fiscalização na área da gestão predial e de aplicar a Lei do Salário Mínimo “sem sinceridade”.
O HM tentou contactar a empresa, mas sem sucesso. Também a DSAL foi contactada para saber se o organismo teria recebido alguma queixa, mas não foi possível obter resposta.

23 Fev 2016

Coloane | Projecto de luxo próximo da Casamata avança

Um relatório de projecto ambiental entregue pela empresa da qual faz parte o dono do Hotel Fortuna diz que a construção do empreendimento de luxo na montanha de Coloane não vai trazer qualquer problema ao ambiente. A DSSOPT ainda não emitiu licença para o projecto, mas aprovou o anteprojecto

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]projecto de um edifício de luxo com mais de 30 andares a construir no Alto de Coloane, junto à histórica Casamata construída no tempo da Administração portuguesa, já recebeu luz verde da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) graças à publicação do relatório de impacto ambiental. Em 2013, o projecto foi criticado pela sociedade por poder afectar a histórica Casamata.
Segundo o jornal online All About Macau, a DSPA finalizou a análise do relatório sobre o projecto que arrancou em 2013 mas que foi suspenso devido à polémica. O relatório confirma que o prédio vai corresponder aos “requisitos técnicos” do Executivo.
“O projecto localiza-se junto à zona das colinas de Coloane e a análise do relatório foi feita com base no impacto ecológico, o habitat natural, a riqueza das espécies existentes e o período de influência do projecto, bem como a dimensão das mudanças ambientais. Foram ainda avaliados os potenciais impactos da obra no ambiente ecológico, tendo sido apresentadas diversas medidas para diminuir esse impacto”, pode ler-se no jornal de língua chinesa.
Apesar da aprovação da DSPA, a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) ainda não emitiu qualquer licença de construção pelo facto de não ter recebido o projecto final, ainda que tenha aprovado o anteprojecto da construção.
“As devidas alterações no anteprojecto já foram introduzidas conforme o parecer do Instituto Cultural (IC), traduzido sobretudo na redução da volumetria do empreendimento, ou seja na eliminação de uma das torres. A par disso, foi também mantido o espaço envolvente da Casamata, indicado no parecer do IC, que não dispõe de cave, contudo nos demais espaços está previsto a construção de cave. A área bruta de construção do empreendimento teve uma redução de área de cerca de 20 mil metros quadrados”, aponta a DSSOPT em comunicado.
A DSSOPT não garantiu, no entanto, se a construção do edifício vai obrigar a mais escavações na colina, já que o prédio vai ocupar um quinto dessa área.
A empresa responsável pela construção é de Hong Kong e tem Sio Tak Hong, proprietário do Hotel Fortuna, como um dos principais investidores de Macau ligado ao projecto. O empresário está no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) e chegou mesmo a afirmar que “há prédios altos em todo o lado” e que se o Governo “pode destruir o ambiente”, a sua empresa também se sente no direito de seguir o mesmo caminho, como citava em 2014 o jornal Tribuna de Macau. Este é também um dos proprietários envolvidos no caso da troca de terrenos da Fábrica de Panchões Iec Long.

22 Fev 2016

Pearl Horizon | Polytec ajuda compradores. Indemnização não está garantida na lei, nem nos contratos

A Polytec vai ajudar os promitentes-compradores do Pearl Horizon a pagar empréstimos ao banco, mas estes têm de ser devolvidos mais tarde. A ajudar, o HM sabe que os investidores não têm qualquer garantia de que podem receber indemnizações: os pagamentos feitos pelas fracções aconteceram antes de estar em vigor a lei que os protegeria e os contratos de promessa de compra e venda não falam em qualquer compensação

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]grupo Polytec vai conceder subsídios a uma parte dos promitentes-compradores do Pearl Horizon para “aliviar” os pagamentos mensais feitos aos bancos. A União de Proprietários do edifício confirmou o anúncio e diz que vai aceitar os apoios, que chegam depois dos bancos terem rejeitado a suspensão de pagamentos de empréstimos. Os investidores do Pearl Horizon, contudo, não têm qualquer garantia de que podem receber indemnizações: os pagamentos feitos pelas fracções aconteceram antes de estar em vigor o Regime Jurídico da Promessa de Transmissão de Edifícios em Construção e os contratos de promessa de compra e venda, ao que o HM apurou, não falam em qualquer compensação.
Os promitentes-compradores querem a resolução final do caso, mas aceitaram esta ajuda da empresa. Numa carta enviada pelo Grupo Polytec, conseguida pelo HM, a empresa frisa “entender bem as preocupações” e diz que, depois de vários encontros, aceitou um dos pedidos apresentados, que chega da parte de alguns dos promitentes-compradores que começaram a pagar prestações mensais de hipotecas aos bancos desde o início da data dos contratos até agora.
“A nossa empresa concorda com o pedido de ajuda [aos promitentes-compradores] que pagam prestações mensais, depois de uma avaliação da situação, vamos atribuir subsídios com valor máximo 30 mil patacas e por um máximo de três meses, como uma medida temporária para aliviar a pressão”, aponta a Polytec na carta.
Ainda assim, a medida não vem só: o Grupo Polytec avançou que quando o Pearl Horizon estiver concluído, os subsídios têm de ser devolvidos à empresa, ou as propriedades serão alienadas para uma terceira parte antes da conclusão. Kou Meng Pok, presidente da União de Proprietários do Pearl Horizon, afirmou ao HM que os compradores que se comprometeram vão aceitar esta medida por não terem, agora, condições para as pagar. Sem confirmar o número concreto dos proprietários que podem receber subsídios, o presidente defende que “são muitos”.

Sem suporte

Uma parte dos investidores optou por pagar a entrada para as fracções e apenas pagar as restantes prestações quando o edifício estiver concluído, enquanto outros estão já a pagar tudo. Ao que o HM apurou, a empresa não teria obrigação de ajudar os investidores, já que os contratos não indicam o pagamento de qualquer compensação.
“Nos contratos, não está escrito que podemos ser indemnizados [em caso algum]”, referiu ao HM um dos responsáveis da União de Proprietários do Pearl Horizon. “Por isso é que solicitámos ajuda ao Governo, para saber como podemos proteger-nos. Mesmo que os contratos sejam injustos, o Governo recebeu impostos de selo e registou as propriedades horizontais, o que foi um grande erro. Não deve deixar vender coisas falsas ou que as pessoas sejam enganadas. Mas não violamos as leis. E não somos protegidos na mesma”, apontou Kou Meng Pok ao HM.
Outro dos problemas que os promitentes-compradores enfrentam prende-se com o facto de terem comprado fracções antes da entrada em vigor do Regime que permite a compra de fracções em construção.
“Estes contratos foram assinados antes de 2013, portanto ainda não estava em vigor a lei que veio precisamente tutelar essa questão. O problema é que se celebravam contratos-promessa sobre fracções de prédios que só estavam ainda na planta. Era um risco enorme para os promitentes-compradores – o que se veio a verificar. Aparentemente era um investimento seguríssimo e muito lucrativo. Actualmente, os contratos promessa que incidam sobre fracções autónomas de prédios em construção estão sujeitos a enormes restrições, desde logo a autorização da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). E um dos requisitos para a emissão de autorização prévia pela DSSOPT é precisamente estarem concluídas as obras de fundação do edifício”, explica um jurista ao HM.

Por fazer

O Pearl Horizon, recorde-se, já deveria estar concluído mas nem as fundações tem. “O promitente comprador não tem qualquer protecção sequer comparável com a de um proprietário. A razão porque se celebram esses contratos promessa é porque efectivamente a lei veda a celebração de contratos definitivos – de compra e venda – quando o prédio ainda não está construído – e portanto não existe ainda a fracção que se pretende vender” , continua o advogado.
Em tribunal, os promitentes-compradores não podem ir contra o Governo, apenas contra a empresa, para lhe pedir a restituição do preço que pagaram a título de sinal. Contudo, pelo menos face ao que assegura o responsável da União, não há qualquer tipo de compromisso perante esta situação.
Poderá ainda existir a possibilidade do Governo impor a obrigação à próxima empresa de respeitar os contratos promessa existentes, mas essa possibilidade é, para o jurista que prefere o anonimato, “muito remota”.
O Governo retirou o terreno à empresa por esta não ter cumprido o prazo de aproveitamento do terreno. Na carta, o Grupo Polytec defende que “tem uma meta igual à dos proprietários” e que ainda espera um julgamento “justo” do tribunal. Kou Meng Pok diz que o Grupo Polytec prevê que o recurso contra a decisão do Governo em Tribunal Administrativo pode acabar em breve, daí ter avançado com subsídios. Mais de 80% do edifício já tinha sido vendido há três anos.

22 Fev 2016

Canil | IACM nega impedimento de adopção de animais

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) veio negar o impedimento de adopção de seis animais do canil. Através de um comunicado enviado à imprensa, o organismo diz que a exigência do pagamento de três mil patacas por cada um dos seis cães – ou sete, de acordo com o IACM – retidos pelo canil se deveu ao facto dos animais terem sido reclamados como pertencentes aos cidadãos.
O caso remete à semana passada: como o HM avançou, um grupo de pessoas que estaria interessado em adoptar seis cães que iam ser abatidos queixava-se de ter sido impedida de o fazer.
“A pretensão de obter esses cães pelas pessoas interessadas [foi] efectuada através do procedimento de ‘reclamação’, daí que, nos termos da lei, seja necessário exigir aos interessados, na qualidade do seu dono, pagar as correspondentes multas e taxas”, escreve o IACM.
De acordo com relatos da Associação para os Cães de Rua e Bem Estar Animal (MASDAW), que esteve a tentar ajudar os cidadãos e falou ao HM, os interessados só teriam dito ser os donos dos animais, porque o IACM terá negado os pedidos de adopção e dito aos cidadãos que, se quisessem salvar os animais, teriam de “dizer que eram os donos dos cães”. O comunicado do instituto não confirma se isto é verdade, mas também não nega que tenha acontecido.
“[Se os cães] capturados nos espaços públicos forem licenciados, os trabalhadores do canil municipal podem fazer leitura do código identificador próprio do microchip implantado nos animais e avisar os seus donos, consoante os dados de identificação. Se, porém, não se encontrar nenhum microchip nesses animais, os mesmos serão considerados cães vadios e alojados na zona própria para eles. Qualquer pessoa que compareça para reclamar determinado cão vadio, será considerado como seu dono inicial que pretende efectuar a sua ‘reclamação’, devendo, neste caso, seguir o procedimento para ‘reclamação de cães apreendidos’”, explica o IACM, justificando assim as multas no valor de três mil patacas por cão.
O IACM não diz se é possível adoptar estes cães vadios, mas assegura estar a incentivar a adopção, ainda que com algumas avaliações antes – por exemplo o tamanho do animal.
“Os médicos veterinários do IACM escolhem, de entre os animais recolhidos, os cães e gatos dóceis, saudáveis e de porte moderado, prolongando correspondentemente o período da sua retenção. O IACM quer sublinhar que todos os animais destinados a ser adoptados são adequados para ser alojados na zona própria para animais a adoptar, conforme a avaliação do canil municipal. De acordo com o procedimento comum de adopção, os cães capturados só podem ser transferidos para a zona própria para animais a adoptar desde que satisfaçam as condições e requisitos para o efeito, mediante diagnóstico veterinário”, remata.

22 Fev 2016

Dois casos “graves de gripe” nos Cuidados Intensivos

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde foram notificados pelo Hospital Kiang Wu da hospitalização de uma mulher com 79 anos de idade, residente de Macau, com gripe A, e de dois casos de gripe H1N1.
No primeiro caso, a mulher, com doenças crónicas, apresentou sintomas de febre, tosse e dificuldades de respiração a 18 de Fevereiro. Nesse dia foi internada no Hospital Kiang Wu e a realização do raio-x revelou a existência de pneumonia bilateral. Apesar de ainda ter febre, o estado clínico da doente “é considerado satisfatório”. As amostras submetidas a teste rápido tiveram reacção positiva à Gripe A.
Já os casos do vírus H1N1 dizem respeito a dois homens com 53 anos de idade, residentes de Macau. Um contraiu “pneumonia nos dois pulmões” e, em 24 horas, o seu estado clínico agravou-se e devido a insuficiência respiratória teve de ser transferido para a Unidade de Cuidados Intensivos onde respira com recurso a ventilação. Apesar da situação clínica ser considerada crítica o paciente apresenta melhoras. O outro homem está fora de perigo. Nenhum dos três pacientes tinha efectuado a vacinação antigripal do Inverno. A mulher que foi internada no São Januário com gripe H1N1 a 10 de Fevereiro piorou e o seu estado é considerado crítico, estando ligada a um ventilador.
Desde o início de Fevereiro de 2016, foram clinicamente declarados 204 casos de gripe, face a 69 casos no mês de Janeiro.

22 Fev 2016

Homem de Shenzen terá comprado blue card por 50 mil patacas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Polícia Judiciária (PJ) prendeu um cidadão oriundo de Shenzen, de apelido Chan, suspeito de ter comprado um blue card falso por 50 mil patacas. Segundo o jornal Ou Mun, o homem terá comprado a falsa identificação através de um amigo com ligações a um hotel que teria uma vaga para um trabalhador não residente na área das limpezas.
Contudo, Chan nunca desempenhou funções neste hotel e o blue card seria apenas mais conveniente do que o seu passaporte chinês para entrar em Macau e jogar nos casinos. O suspeito já foi presente ao Ministério Público estando a responder pelo crime de falsificação de documentos.
O jornal Ou Mun referiu ainda um caso de imigração ilegal ocorrido em 2014, quando a Polícia Judiciária (PJ) detectou anomalias nas transacções das contas bancárias e nos registos de entrada e saída de trabalhadores chineses contratados por este mesmo hotel. As autoridades suspeitaram de que alguns empregados de hotel ou junkets venderam blue card a residentes chineses para estes jogarem no território. dinheiro-ou-a-vida
Ouvida pelo Ou Mun, a deputada Ella Lei fala de ausência de supervisão e abusos. “Se a PJ já tinha detectado o hotel em 2014, porque é que o caso continuou a acontecer? O pedido para TNR foi ou não investigado, e porque é que o novo pedido de blue card foi aprovado?”, questionou.
A deputada indicou que o Governo já autorizou quotas para mais de 200 mil TNR, sendo que mais de 180 mil se deslocam a Macau. “Alguns TNR não trabalham em Macau depois de conseguirem o blue card e, em muitos casos, os documentos não estão completos, mas ainda assim os processos foram aprovados. Isto é testemunho de que o Governo não fiscaliza bem o processo de aprovação e que falta um mecanismo para a saída destes trabalhadores”, apontou.
Ella Lei falou ainda dos “grandes empresários que podem ganhar dinheiro com a venda das quotas”, sendo que “não é fácil para as Pequenas e Médias Empresas (PME) obterem uma quota”. A deputada pede, assim, que seja diminuído o número de quotas para os grandes empresários.
Ao Ou Mun, o Gabinete de Recursos Humanos (GRH) disse que vai punir de forma severa os empregadores suspeitos de obterem quotas de forma fraudulenta, sendo possível a sua abolição total.

22 Fev 2016

EPM | Sales Marques garante “excelente saúde financeira”

José Sales Marques afirma que a Escola Portuguesa de Macau não tem problemas financeiros e que o Governo de Macau vai apoiar as obras de melhoria das actuais instalações

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]ala a título pessoal porque afirma que a Fundação da Escola Portuguesa de Macau (EPM) desconhece o relatório do Ministério da Educação português que fala de instabilidade no projecto educativo em Macau. Ao HM, José Sales Marques confirma que não existem problemas financeiros na EPM.
“Quero tranquilizar a comunidade portuguesa, os encarregados de educação e os alunos para dizer que está tudo bem e que não há preocupações em relação ao futuro. A EPM neste momento goza de uma excelente saúde financeira e as coisas estão a correr bem”, disse o membro do Conselho de Administração da Fundação. “O Governo de Portugal tem responsabilidades que têm sido cumpridas e o Governo de Macau já disse muitas vezes que vai continuar a apoiar com empenho a EPM, não apenas no seu funcionamento mas também em relação a projectos de investimento. A ampliação e o melhoramento que vai ser introduzido nas actuais instalações contarão com o apoio do Governo de Macau”, acrescentou José Sales Marques.

Contraponto

Na edição da passada sexta-feira, o jornal Ponto Final citou um relatório do Ministério da Educação em Lisboa, que revela que o fim do financiamento da Fundação Oriente (FO) “agravou a situação financeira da escola e a sua viabilidade a médio e longo prazo”, para além de falar da existência de dívidas.
Em declarações à Rádio Macau, Carlos Monjardino, presidente da FO, já veio negar essas afirmações. “Isso já é demais. A saída da FO já era expectável há muito tempo. Não se pode vir agora dizer que tenha colocado a viabilidade da escola em termos financeiros. Isto não é assim”, apontou. “Não reconhecemos estar a dever o que quer que seja à Fundação Escola Portuguesa ou à EPM, mas estamos disponíveis para continuar a subsidiar, de alguma maneira, se assim o entenderem e quiserem, a EPM todos os anos durante um período a definir”, rematou.

22 Fev 2016

Administração | Contas com primeira queda em cinco anos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Administração encerrou 2015 com receitas totais de 109.778 milhões de patacas, a primeira queda em, pelo menos, cinco anos, segundo dados oficiais divulgados na sexta-feira. Dados provisórios publicados pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) indicam que as receitas totais sofreram uma descida de 29,7%, um cenário esperado, já que tinham registado o menor crescimento (0,4%) em 2014, ano em que as receitas do sector do Jogo encetaram uma curva descendente.
Esta é a primeira queda no cômputo de um ano pelo menos desde 2010. Dados anteriores não estão disponíveis na página online da DSF.
Os impostos directos sobre o jogo – no valor de 35% sobre as receitas brutas dos casinos – foram de 84.430 milhões de patacas, reflectindo uma redução de 34,5% face a 2014. As taxas sobre o sector não reflectem, com efeito, a queda de 34,3% da receita bruta apurada dos casinos em todo o ano de 2015, face a 2014, porque são pagas no mês seguinte ao mês de referência e em termos orçamentais contabilizadas de Dezembro de um ano até Novembro do ano seguinte.
Mas a importância do jogo reflecte-se no peso que o imposto detém no Orçamento: 76,9% nas receitas totais, de 77,6% nas correntes e de 90,3% nas derivadas dos impostos directos.
Já no campo da despesa, Macau gastou, entre Janeiro e Dezembro do ano passado, 80.479 milhões de patacas em termos globais – mais 22,4% do que em 2014.
O Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA) equivaleu a 8.948 milhões de patacas, mais 23,3% face ao período homólogo de 2014. Ainda assim, entre receitas e despesas, a Administração acumulou um saldo positivo de 29.298 milhões de patacas, valor que excedeu largamente o orçamentado para todo o ano (18.805 milhões de patacas), mas que traduziu uma queda de mais de dois terços (67,6%) comparativamente ao arrecadado em 2014.

22 Fev 2016

Aurélia Rodrigues de Almeida, coordenadora da Escola de Administração Pública do IPM

A aposta na Língua Portuguesa é essencial e tanto o Governo Central como o de Macau têm consciência disso. Aurélia Rodrigues de Almeida, docente e coordenadora da EAP do IPM, frisa que alunos devem estar atentos às estratégias do Governo na escolha da sua formação

O mais recente curso do Instituto Politécnico de Macau (IPM), Relações Comerciais China – Países Lusófonos, foi, como já defendeu, uma aposta inovadora. Qual tem sido o feedback recebido?
O feedback é bom. Alunos e docentes estão motivados e a progressão na aprendizagem é de um nível muito elevado e encorajador para todos quantos acreditamos neste projecto, a começar, naturalmente pelos dirigentes do IPM. O curso é de facto uma formação inovadora e uma formação necessária e oportuna. Inovador no modelo, é um curso que permitirá aos alunos obter competências em duas áreas do conhecimento, em língua e cultura portuguesas e em comércio internacional, necessário porque quer as empresas, quer a Administração Pública necessitam de profissionais bilingues com competências superiores na área do comércio internacional. Oportuno porque está claramente vocacionado para apoiar o estabelecimento de uma plataforma de serviços no domínio do comércio entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

A aposta no Português é, de facto, um caminho essencial para Macau?
Creio que se trata hoje de uma evidência, é o Governo da RAEM que o afirma e é o Governo Central que a cada momento o lembra. O Português é uma das línguas oficiais de Macau, é a língua em que foi redigida uma parte importante da legislação ainda em vigor em Macau, é uma língua de uso obrigatório na Administração Pública e é também a língua que faz ponte de comunicação entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Por todas estas razões a que só não se acrescentam outras por economia de tempo, sem dúvida que a aposta no Português é essencial. Não é a única aposta a fazer, mas é uma aposta essencial.

Apostar em licenciaturas deste âmbito é o caminho que o IPM deve percorrer?
Quem o poderá responder é o presidente do IPM, [Lei Heong Iok]. No entanto, quando olhamos para o ensino da Língua Portuguesa em Macau, o IPM é identificado como o primeiro referencial neste domínio e é-o justamente. O reconhecimento do papel do presidente, e do próprio IPM, em relação à Língua Portuguesa é indiscutível.

Está portanto, mais do que provada…
Sim, disso são exemplos a atribuição do grau de Doutor Honoris Causa e de Membro da Academia de Ciências que a Universidade de Lisboa e a Academia das Ciências de Lisboa atribuíram ao nosso presidente.

A Administração Pública, lugar para comum para si, é também uma área de destaque no IPM. Tem mais alunos portugueses ou chineses? O que é no fundo procurado?
Sim, a Administração Pública é efectivamente uma área de destaque no IPM, da responsabilidade da Escola Superior de Administração Pública. Naturalmente, tem mais alunos chineses do que portugueses, direi que decorre desde logo do facto da comunidade portuguesa ser reduzida. O curso em Língua Portuguesa é pós-laboral e tem sido apoiado pelos responsáveis do IPM e da ESAP não obstante a sua reduzida procura. O objectivo é adquirir conhecimentos e competências que lhes permitam ser quadros qualificados do Governo.

Sector em que o Português volta a estar em destaque. É preciso, portanto, apostar na formação de quadros públicos com domínio no Português.
É essencial. Quanto mais qualificados forem os quadros da Administração Pública, mais qualificada é a sua actividade. Creio que é mais uma evidência. No entanto, na minha opinião, pode ser interessante repensar a formação em Administração Pública como uma formação bilingue, ou seja que permita aos alunos adquirir conhecimento das duas línguas oficiais, além das matérias específicas da Administração Pública, a exemplo do que já é feito no curso de Relações Comerciais China – Países Lusófonos, criando assim condições a médio prazo para assegurar a continuidade de uma Administração Pública bilingue.

Portanto, formar quadros que dominem as duas línguas…
Sim, a RAEM tem, por lei, uma Administração Pública que deve estar apta a exercer a sua actividade em qualquer uma das línguas oficiais – o Chinês ou o Português – cabendo ao cidadão e aos agentes económicos e sociais que se relacionam com a Administração Pública a escolha da língua utilizada no procedimento e no processo. Penso que a formação de quadros da Administração Pública deve ter uma preocupação acrescida com a aquisição de conhecimentos e competências, linguísticas e específicas, e com a formação integral do aluno visando contribuir para que ele seja um bom funcionário e um bom cidadão, motivado para o serviço público, para a inovação e formação contínua. Aurélia Rodrigues de Almeida_IPM_GLP_09

Isto leva-nos também para a área de tradução, apontada como uma das mais debilitadas. Concorda?
Não sou no IPM a pessoa mais habilitada para falar da área da tradução. As pessoas mais habilitadas são o presidente, em primeiro lugar, e o Director da Escola Superior de Línguas e Tradução, em segundo lugar. Mas não tenho dificuldades em responder-lhe afirmativamente. As carências de tradutores e de intérpretes, são diariamente referidas pelas entidades oficiais, pelas empresas, pelos responsáveis dos serviços públicos e são sentidas por todos nós no nosso dia-a-dia. Mas também não tenho dúvidas em afirmar que o IPM é, na formação de tradutores e de intérpretes, a escola de referência em Macau, na China continental e estrangeiro.

É o curso do futuro?
É um curso de futuro e é um curso para servir o futuro. O tradutor e o intérprete têm uma função de intermediação/mediação entre uma língua e uma cultura de partida e uma língua e uma cultura de chegada, estabelece a comunicação entre duas pessoas que de outra forma não comunicariam, entre duas línguas e culturas que de outra forma não comunicariam. É um curso de futuro porque esta é uma necessidade permanente, crescente, por efeitos da globalização.

E um futuro assegurado…
Sim, têm o futuro assegurado os alunos que se graduam em Tradução e Interpretação e servem o futuro porque estão ao serviço do desenvolvimento das relações económicas e sociais a nível local, regional e global.

Quais são as áreas de destaque em que os alunos de Macau, na sua visão, devem apostar?
Em primeiro lugar em formações de qualidade e de relevância social e, nesse aspecto, como em outros, a escolha do IPM é uma escolha bem acertada. Devem apostar em formações inovadoras, sólidas e com espírito empreendedor. Estas são características que devem exigir a qualquer curso, inovação, solidez e empreendedorismo. Depois, creio que devem estar atentos às orientações estratégicas da RAEM, seja do ponto de vista social, seja do ponto de vista económico. Devem estar muito atentos às janelas de oportunidade que a diversificação da economia pode revelar. Mas sobretudo, devem entender que hoje a licenciatura constitui apenas uma base sólida da sua formação que não dispensa, mas antes exige, uma formação contínua permanente que lhes permita na sua área manter e elevar os conhecimentos e as competências e, para além disso, estar preparado para mudar de área de actividade mantendo-se capaz de responder aos desafios das mudanças que hoje se dão a uma velocidade cada vez maior. A aprendizagem tem que ser contínua, seja em que actividade for. Se alguém parar de aprender em breve será reconduzido a um estado de ignorância que o tornará inapto para o exercício dessa actividade.

Há pouco tempo, na apresentação de um livro de um autor português, Alexis Tam glorificou o trabalho realizado pelo Instituto, garantindo o apoio do Governo. Sente-se essa vontade da Administração no apoio ao Português?
Tal como referi essa vontade é clara, na minha opinião, e expressa-se por palavras e actos. Creio que existem todas as condições, por parte do Governo, para os projectos nesta área serem bem-sucedidos. Há que apresentar propostas e demonstrar ser capaz de as realizar. Creio que há uma oportunidade única neste domínio e estou segura que com maior ou menor ritmo elas irão ser aproveitadas. Parece-me evidente que não será por falta de apoio do Governo que deixarão de se fazer coisas em prol do desenvolvimento da Língua Portuguesa. Importante é que quem está no terreno apresente projectos e faça a demonstração de resultados palpáveis, mensuráveis, que sejam eles próprios motivadores da concessão de mais apoio.

O IPM deveria criar mais acordos com outras faculdades portuguesas para um maior intercâmbio de alunos?
É outra pergunta a que a pessoa mais habilitada para responder será o presidente. Mas não fujo à resposta. O IPM, tanto quanto é do meu conhecimento, tem neste momento uma vasta cooperação com universidades e institutos politécnicos. Vai para dez anos o curso de licenciatura em Tradução e Interpretação Chinês Português do IPM em associação com o IPL [Instituto Politécnico de Leiria]. O IPM tem cursos de doutoramento e mestrado em colaboração com a Universidade de Lisboa e do IPL. Tem mais de 50 alunos a estudar Português, em Leiria, tem cerca de 60 alunos portugueses, os do curso de Tradução com o IPL e alunos em mobilidade de outras instituições. O presidente tem referido insistentemente a sua vontade de incrementar a cooperação com as instituições de ensino superior do Países de Língua Portuguesa e, de acordo com o que sabemos, tem aumentado os esforços para alargar a cooperação a outras instituições e aumentar os alunos em mobilidade a receber em Macau.

Como é ser docente em Macau? Numa cultura tão diferente, a sede de aprendizagem vive-se de outra forma?

É um exercício apaixonante, porque a noção de ensino/aprendizagem é aqui mais forte e ganha uma outra dimensão. É ser-se docente numa outra cultura e aprendente, permanente, dessa mesma cultura. Direi que é uma experiência única que, como referem em relação a uma bebida, primeiro estranha-se, depois entranha-se. Tenho muitas dificuldades, sinceramente, em imaginar-me fora deste caldo multicultural. Entranhou-se, já me sinto parte dele.

22 Fev 2016

PME | Comerciantes optam por fechar caso negócios não melhorem

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]lguns proprietários de centros comerciais da zona central da cidade disseram ao jornal Ou Mun que o volume de negócios deverá cair muito, sendo que as rendas, pelo contrário, não baixaram, algo que os vai levar a optar pelo fim do negócio.
Um proprietário, que não foi identificado na reportagem, referiu que a mobilidade das pessoas é o factor mais importante para o centro comercial, mas garantiu que os visitantes estão a desaparecer, inclusivamente ao nível dos turistas. Dado que as rendas não deverão baixar nos próximos tempos, este comerciante garantiu que vai fechar portas, sendo que “outras lojas do mesmo centro comercial estão a passar pela mesma situação”.
A senhora Tam, proprietária de uma loja de roupa no bairro San Kio, disse que “cada loja usa técnicas de saldos para atrair mais clientes, o que traz uma má competição ao sector. O ambiente de mercado não é bom para as PME, e embora as rendas tenham baixado ligeiramente, isso não é suficiente para compensar o declínio do volume de negócios. Juntamente com a situação económica, tenho uma perspectiva muito negativa do futuro da minha loja”, disse ao Ou Mun.
Chang, dona de uma loja no mesmo bairro, defendeu que embora o nível do consumo tenha diminuído, acredita que a economia vai melhorar. Chang assinou recentemente novo contrato de arrendamento com o mesmo valor de renda, pelo que tem intenções de pedir subsídio ao Governo para manter o negócio.

19 Fev 2016

Ensino | USJ avança com curso de Português. UCM contorna situação

Falta 1% para a USJ confirmar a licenciatura de Português já no próximo ano lectivo. Tudo está preparado para receber os novos alunos, que não podem saber já falar a língua de Camões. No leque das ofertas existem outras opções para os interessados

[dropcap style=’circle’]“[/dropcap]Temos quase 99,9% de que vamos abrir a licenciatura [de Português] este ano”. As declarações são de Maria Antónia Espadinha, directora do Departamento de Português da Universidade de São José (USJ), que esclarece que neste “momento só falta a confirmação do [Gabinete de Apoio ao Ensino Superior]”.
A responsável diz ao HM “acreditar” que este ano a universidade já possa ter a licenciatura, mas deixa o alerta que de esta é apenas destinada a estudantes que não saibam ainda falar Português. “Esta licenciatura é para chineses, ou [alunos] de outras nacionalidades. Não podem é ser pessoas que saibam falar Português”, esclareceu Maria Antónia Espadinha.
Actualmente, a licenciatura está pensada para ser em regime diurno, sendo que poderá ter uma turma nocturna se existirem pedidos e alunos para isso. Terá de ter “no mínimo 14 pessoas”, sendo que até 20 será uma turma. “Mais do que isso, iremos dividir, porque para ser intensivo não pode ter muita gente”, explica a responsável. universidade de são josé USJ
Como alternativa, os interessados podem ainda inscrever-se num curso extra curricular de Português na USJ. “O curso já está a decorrer, mas para já não conta com muitos inscritos”, conta Maria Antónia Espadinha. Este está disponível em dois regimes, diurno e nocturno, com duração de um e dois anos, respectivamente, e os alunos recebem um certificado que lhes poderá dar acesso a licenciaturas disponíveis na universidade.

Por opção

Questionado pelo HM, Rui Rocha, director do Departamento de Português da Universidade Cidade de Macau (UCM), indicou que a instituição não vai abrir a licenciatura de Português para já, como já tinha sido anunciado anteriormente.
Relembrando que este curso terminou há dois anos “por opções internas”, Rui Rocha explica que, como alternativa, os alunos têm à sua disposição cursos extracurriculares “e o Português como disciplina opcional para todos os cursos”.
No entanto, a UCM garantiu ainda que vai desenvolver cursos de promoção ao estudo sobre os Países de Língua Portuguesa, formando estudantes em áreas linguísticas, históricas, sociais e culturais (ver entrevista páginas 2/3).

19 Fev 2016

CEM | Novas instalações e despesas a descer

[dropcap style=’circle’]I[/dropcap]un Iok Meng, Vice-Presidente da Comissão de Ligação CEM-Clientes, defendeu que a Companhia de Electricidade de Macau (CEM) planeia adicionar mais dez estações de carregamento de carros eléctricos em parques de estacionamento público. Numa reunião da Comissão de Ligação, na última quarta-feira, o responsável anunciou ainda que a tarifa de electricidade deverá diminuir em Abril.
Em declarações ao jornal Ou Mun, Iun Iok Meng anunciou que a CEM planeia adicionar entre sete a dez estações de carregamento para os carros eléctricos nos parques de estacionamentos público ainda este ano, já que só existem nove destas estações actualmente. A empresa quer ainda que estas estações sejam também instaladas nos prédios privados, sendo que dois terços dos proprietários de um dos edifícios previstos já concordaram com a instalação. “Espero que se simplifiquem os processo administrativos relativos a essas instalações”, apelou o responsável.
O vice-presidente, que também é assessor da Comissão Executiva da CEM, avançou que as estações vão ser instaladas para responder às medidas governamentais e ajudar ao aumento dos veículos eléctricos em Macau.
Iun Iok Meng prevê ainda que as despesas de electricidade diminuam por causa da depreciação do Renminbi.

Rede de consultas

Na mesma reunião, Billy Chan, director de Operação e Manutenção da Rede da CEM, explicou que os projectos da empresa a curto-prazo envolvem um consulta sobre a utilização de electricidade – como o valor e a forma de utilização, o projecto de instalação de subestações e a utilização de carros eléctricos – e um estudo para utilização dos espaços subterrâneo públicos – bem como a possibilidade de implementar subestações subterrâneas e o projecto de instalação de cabos electrónicos.
Viena Ng, da área de desenvolvimento da CEM, sublinhou que o resultado de um relatório sobre a satisfação face aos serviços da CEM, que feito em Julho e Agosto, demonstrou que 86% entrevistados se sentem satisfeitos com os serviços.

19 Fev 2016

Trânsito | Número de shuttle bus reduzido em 20%

Governo e operadoras de Jogo estão a iniciar a redução da circulação dos autocarros dos casinos, sendo que só uma operadora irá reduzir os shuttle bus em 20%. O corredor exclusivo para autocarros públicos começa a funcionar a título experimental em Maio

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]epois de muita discussão, o Governo vai mesmo avançar com a redução da do número de autocarros dos casinos que diariamente circulam no território. Ko Kun Pan, membro do Conselho Consultivo do Trânsito, confirmou ontem aos jornalistas, à margem de mais uma reunião, que “das 80 carreiras que existem actualmente vão ser reduzidos 20%, para já só de uma operadora”. 19216P8T1
A redução por parte de cada operadora é diferente e outras operadoras conseguem reduzir com uma margem menor, avançou ainda. “Há mesmo necessidade de acompanhar a redução dos shuttle bus”, afirmou, sem avançar mais números concretos ou o nome da operadora em causa.
O HM questionou ainda Ko Kun Pan sobre a possibilidade de serem criadas multas para as operadoras que não cumprirem com os desígnios do Governo, mas o responsável garantiu que “este é um bom começo”, escusando-se a comentar mais medidas.
Outra das novidades saída da reunião de ontem prende-se com a entrada em funcionamento, em Maio e a título experimental, do corredor exclusivo para autocarros públicos. Vão existir três percursos diferentes compreendidos entre a zona da Barra, Doca do Lam Mau e Ribeira do Patane.
“Alguns membros sugeriram a abertura do corredor a outros veículos ou táxis, mas achamos que, para já, este corredor deve ser destinado apenas aos autocarros”, garantiu Ko Kun Pan.
Ainda não há um calendário para o funcionamento em definitivo deste corredor, que deverá beneficiar 30 dos 280 mil passageiros diários de autocarros. “Foi feita uma simulação da implementação do corredor exclusivo, mas para sabermos os resultados concretos tudo vai depender da sua implementação efectiva. Quanto a eventuais congestionamentos podem surgir, porque há cerca de 30 carreiras e 280 mil passageiros por dia que usam o transporte público. Temos de satisfazer as necessidades de transporte público especialmente no período de hora de ponta”, frisou Ko Kun Pun.
Após algumas críticas, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) resolveu reduzir o período de funcionamento do corredor de oito para sete horas, que vai funcionar entre as 7h30 e 9h00 e as 18h00 e 19h00. “Não sabemos se vai ter os resultados pretendidos, se lançarmos o corredor nos dias de semana podemos não conseguir responder às necessidades. Temos de saber os dados das deslocações primeiro”, disse, explicando que caso outros veículos circularem no corredor podem incorrer numa multa de 600 patacas.
A DSAT vai ainda lançar já no próximo mês o concurso público para a atribuição de mais 250 alvarás de táxi, a acrescentar aos 1300 veículos já em circulação.

Carreiras a norte mudadas

A DSAT vai também fazer mexidas nas carreiras de autocarros públicos na zona norte, sendo que mais de uma dezena deve ser alvo de formulação, incluindo o desaparecimento de três paragens.
“A DSAT fez um estudo sobre o aperfeiçoamento das paragens e entendeu que na zona norte, como há muitos passageiros, decidiu eliminar algumas paragens e fazer com que as carreiras se desloquem de melhor forma. Apresentamos algumas sugestões e depois vamos apresentar uma solução mais concreta”, rematou.

19 Fev 2016

Lou Kao | IC ainda “avalia causa” do acidente. Responsabilidades por apurar

A empresa de Engenharia Soi Kun tem de limpar os estragos que fez na Casa de Lou Kao, mas o Instituto Cultural (IC) ainda não sabe se esta vai ou não pagar os danos infligidos no património

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]uma resposta ao HM, o IC diz que já avisou a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, no dia do incidente, “para suspender a obra no local”. Actualmente, o Instituto e a direcção dizem estar a exigir ao construtor, cuja empresa é do deputado Mak Soi Kun, a “tomada de medidas de urgência”, de forma a que sejam limpos os “azulejos e lama” que caíram no local classificado.
A ideia, contudo, passa por “assegurar a segurança da Casa de Lou Kao”, sendo que os trabalhos de limpeza “são da responsabilidade do construtor”. No entanto, o IC desconhece quanto tempo e quanto dinheiro vai custar a reparação, bem como se Mak Soi Kun terá de pagar por ela.
 “O IC vai verificar a situação da  Casa de Lou Kao junto com a DSSOPT, sob as condições actuais e vai elaborar um plano de reparação avançado. Na fase actual não conseguimos prever o montante necessário e a causa do acidente está ainda a ser investigada, pelo que não há conclusão final”, pode ler-se na resposta ao HM.

A planta não engana

No local vai ser construído um centro comercial com cinco pisos e foi desta obra que saiu o objecto que danificou paredes e janelas da Casa de Lou Kau, no início do mês. Ao que o HM apurou, a dona da obra é uma empresa de Hong Kong, sendo uma companhia do deputado Mak Soi Kun quem está responsável pela construção do prédio. Este foi ontem questionado sobre a responsabilidade face aos estragos provocados no património, mas esquivou-se à pergunta. Seja como for, a Planta de Condições Urbanísticas não engana: a construtora é responsável pela manutenção do imóvel protegido.
“A tipologia arquitectónica e/ou obras de qualquer natureza [neste local] têm de garantir a absoluta manutenção das condições de estabilidade e protecção da (…) Casa de Lou Kao, não sendo permitido quaisquer intervenções que possam causar efeitos de erosão do solo, não sendo admitidos efeitos adversos sobre as fundações, estrutura ou arquitectura deste edifício classificado.”
Também a licença da obra indica que este fica numa zona protegida de Macau e o local está – de acordo com a planta – “titulado pela Lei de Salvaguarda do Património Cultural”. Isso significa que, em caso de danos a bens ou imóveis classificados, os responsáveis têm de pagar sanções.
Também Mak Soi Kun foi questionado sobre a responsabilidade no caso. A resposta do deputado? “A sociedade não pode apenas focar-se apenas num ponto, mas olhar para questões de forma completa. É preciso resolver os problemas na fonte. Em Macau muitos edifícios antigos não são reparados e o Governo deve tomar medidas preventivas, fazendo inspecção aos prédios de forma obrigatória.”

19 Fev 2016

Estudante de curso de curta duração impedido de obter visto

Um cidadão indiano inscreveu-se em dois cursos de curta duração no Instituto de Formação Turística, mas os Serviços de Migração recusaram atribuir-lhe o visto de estudante por não se tratarem de cursos longos. A lei não explicita o tipo de cursos que dão direito a visto e advogados dizem tratar-se de uma situação ilegal

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]nthony (nome fictício), licenciado em Gestão Hoteleira na Suíça, deixou o seu emprego na área hoteleira no Dubai para ter a experiência de reforçar a sua formação em Macau. Contudo, este cidadão indiano viu-lhe negada a atribuição do visto de estudante, sendo obrigado a deixar Macau antes do fim dos cursos em que se inscreveu.
Ao HM, Anthony explicou que integrou dois cursos de curta duração no Instituto de Formação Turística (IFT), um de Chinês e outro de vinhos e bebidas espirituosas, mas que os Serviços de Migração lhe negaram a atribuição de visto de estudante para o período de duração dos cursos.
“Estou em Macau há cerca de um mês com visto de turista, mas era suposto estar como estudante. Recebi o comprovativo de admissão por parte do IFT, completei o primeiro nível de um curso e ao fim de 30 dias tive que deixar Macau. Fui para Hong Kong, onde já tinha feito cursos semelhantes e onde consegui um visto de seis meses como estudante. Ontem regressei e deram-me apenas mais 20 dias para estar em Macau. O problema é que o meu curso vai durar mais dois meses. Se sair e voltar, apenas como turista, não vou conseguir acabar os cursos”, contou ao HM o estudante que optou por não ser identificado.
Um dos cursos acaba a 13 de Abril, mas Anthony terá de deixar a região em Março. O segundo nível do curso de vinhos e bebidas dura até Maio. Com as propinas pagas, o estudante recebeu ainda no Dubai um comprovativo do IFT que determina a matrícula nos cursos e a data de realização dos mesmos. Mas chegado ao Serviços de Migração, esse documento não teve qualquer valor para as autoridades.
“O IFT enviou-me um comprovativo da minha inscrição e das datas dos cursos, porque a Migração no Dubai me pediu, mas alertei que eram cursos de curta duração. Disseram-me que não iria haver problema. O que me disseram é que esse é o documento comum para entregar nos Serviços de Migração. Mas quando pedi o visto disseram-me que o comprovativo não era uma garantia. Não me consideram estudante e o meu comprovativo não tem qualquer valor. Disseram-me de imediato que não era estudante. Então penso: ‘se estou a estudar, porque não sou estudante?’. Legalmente sou turista aqui”, frisou Anthony.

Escola de fora

Desde o início do caso que Anthony sabia que não cabe ao IFT tratar do processo do visto. “No website explicam que não tratam da questão dos vistos. Então desde o primeiro curso que frequentei, apenas durante dez dias, apenas tive autorização de permanência para um mês. Pedi um visto de estudante, porque ainda tinha de completar mais dois níveis do curso, por mais dois meses. Disseram-me que não tinha direito a visto de estudante para cursos de curta duração. Apenas licenciaturas ou cursos de um ano”, referiu o estudante.
Em Hong Kong, foi a própria universidade que tratou das burocracias para Anthony ter o visto. “Segui os padrões de Hong Kong, onde nunca tive problemas. E nos Serviços de Migração mencionei isso, mas apenas me disseram que Hong Kong tem leis de origem inglesa e Macau leis de origem portuguesa. Disseram-me que seguem a lei portuguesa.”

Procurar trabalho

O estudante recebeu entretanto um documento dos Serviços de Migração, em Chinês, que apenas dá como explicação para a recusa do visto o facto de Anthony ser aluno de cursos de curta duração. Os “princípios gerais do regime de entrada, permanência e autorização de residência”, lei evocada pelas autoridades neste processo, não explicitam o tipo de curso.
Apenas é referido que “a autorização de permanência para fins de estudo é concedida pelo período normal de duração do curso pretendido frequentar, sendo renovável pelo período de um ano”.
Além disso, a lei diz que “o pedido de autorização de permanência para fins de estudo é instruído com documento comprovativo de inscrição ou matrícula em estabelecimento de ensino superior da RAEM e documento que ateste a duração total do curso respectivo”.
Para vir estudar para Macau, Anthony alterou a sua vida. “Despedi-me do meu emprego no Dubai e tem sido chocante desde que cheguei. Se voltar a sair e a entrar, só me vão dar 14 dias de permanência. Onde está a lei que diz que apenas os alunos de licenciatura podem ter o visto de estudante? Porque não sou considerado um estudante? Disse aos responsáveis da Migração: “estes cursos são apenas para locais? Para os preparar para trabalhar aqui?’”, contou ao HM.
Ironicamente, Anthony está a candidatar-se a vagas de emprego no território para contornar o processo, tendo já enviado dois currículos para hotéis. “A única maneira que encontrei para contornar a situação foi tentar arranjar um trabalho aqui. Estou a candidatar-me, não sei como vai correr. É uma alternativa apenas”, disse. “As autoridades de Macau deveriam estar mais abertas a este tipo de casos. Se não posso ter um visto de estudante, então por que abrem estes cursos a estudantes estrangeiros? Qual o alvo destes cursos? Tudo é opaco agora e os Serviços de Migração não são claros quanto a isto. Acredito que mais estudantes internacionais terão este problema, com excepção talvez dos europeus, porque têm mais tempo de permanência como turistas”, rematou.

Lei não determina duração de cursos

Ao HM, uma advogada, que não quis ser identificada, garante que o caso de Anthony se trata de uma ilegalidade e má interpretação da legislação. “Se o aluno está regularmente matriculado, então a lei prevê que se atribua um visto de estudante consoante o período de duração do curso, desde o primeiro ao último dia de aulas ou ao último exame. Isso é ilegal. Quando qualquer não residente está em Macau tem a mesma protecção em termos de indivíduo como tem um residente. Obviamente que a lei se aplica a toda a gente, segundo o principio de igualdade. Trata-se de uma má integração dos factos e dos pressupostos da aplicação da lei”, disse ao HM.
Miguel de Senna Fernandes fala de “discrepâncias”. “De facto a lei não se refere aos tipos de cursos. O que a lei refere é precisamente a duração do visto, que será atribuído consoante a duração do próprio curso”, acrescentou.
O advogado Miguel de Senna Fernandes também disse que a resposta dada pelos Serviços de Migração não se coaduna com a lei. “A lei não distingue o que é de curta ou longa duração, não distingue os cursos. Qual o preceito legal que fundamenta a decisão, ou qual aquele que o estudante terá infringido? Qual a falta do estudante que está aqui em causa?”, questionou.
O HM já contactou o organismo responsável por diversas vezes para obter mais informações sobre o caso, não tendo obtido ainda qualquer esclarecimento.

18 Fev 2016

UE | Defendida inclusão de Macau no Acordo de Compras

E se Macau integrasse o Acordo de Compras dos Governos da UE? Para Vincent Piket, seria o ideal para que o território alcançasse a almejada diversificação económica

[dropcap style=’circle’]V[/dropcap]incent Piket, chefe do Gabinete da União Europeia (UE) em Hong Kong e Macau, espera que o território entre para a lista de países e regiões pertencentes ao “Acordo de Compras dos Governos” da Organização Mundial de Comércio. Vincent Piket indicou que, caso Macau entre neste acordo, poderá elevar a sua competitividade e transparência nas compras e, ao mesmo tempo, desenvolver a sua diversidade económica.
O responsável da UE nas regiões especiais sublinhou que como Macau é uma unidade microeconómica, a flutuação económica é elevada, mas isto não será um problema.
“Embora o valor de exportações da UE para Macau tenha registado uma queda de 11% – diminuindo de 600 milhões de euros até 540 milhões euros – e de Macau para UE mais de 37% , fixando-se nos 72 milhões de euros, o declínio não vai ser continuado”, defendeu.
Vincent Piket considera que a UE e Macau têm uma ligação histórica natural. Macau, apontou, é uma cultura aberta e inclusiva, de liberdade comercial e com um sistema de baixos impostos ligados ao continente chinês. Pontos que são considerados como vantagens para o território. Contudo, diz Vicent Piket, há algumas lacunas no território.
“O que falta a Macau são métodos para enriquecer a diversidade económica e desenvolver as actividades económicas. As exposições e o sector da cultura são fortes plataformas para o território”, defendeu.
O chefe indicou ainda que na reunião anual “do Acordo de Comércio e Cooperação União Europeia – Macau”, assinado em 1993, foi acordado o reforço e cooperação na formação para a área judicial e de empreendedorismo. O Governo de Macau já apresentou a ideia de criação de um fundo, para que ajude as associações locais a participar o projecto da UE, o “Horizon2020”.
Vincent Piket rematou que Macau tem de reforçar a promoção no Turismo, pois tem um grande espaço para se desenvolver.

18 Fev 2016