João Santos Filipe SociedadeFinanças | Cristina Neto Valente exonerada dos Serviços A advogada Cristina Neto Valente foi exonerada da função de técnica superior da Direcção de Serviços de Finanças (DSF), depois de ter estado mais de 10 anos de licença sem vencimento. O anúncio sobre a exoneração da filha de Jorge Neto Valente, e também curadora da Fundação Macau, foi publicado ontem no Boletim Oficial, assinado pelo director da DSF, Iong Kong Leong. “Faz-se público que Neto Valente, Cristina Luísa Joaquim, técnica superior assessora, 3.º escalão, destes Serviços, na situação de licença sem vencimento de curta duração, de 1 de Setembro de 2014, pelo período de um ano, e de licença sem vencimento de longa duração, de 1 de Setembro de 2015, é exonerada, automaticamente”, foi publicado. De acordo com o Estatuto dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, quando uma licença sem vencimento se prolonga “além dos 10 anos”, sem que o funcionário tenha requerido o reingresso, “o vínculo com a Administração extingue-se automaticamente”. Como advogada, de acordo com o portal do escritório JNV – Advogados e Notários, Cristina Neto Valente “encontra-se particularmente focada nas áreas do direito civil, comercial, penal e respectivo contencioso”. Segundo a mesma fonte, na DSF desempenhou as funções de jurista no Departamento Jurídico. Em Outubro de 2022, quando entregou a declaração de bens patrimoniais e interesses, no âmbito da nomeação para a Fundação Macau, declarou fazer parte da Associação das Mulheres, da Associação de Beneficência dos Leitores do Jornal Ou Mun. Actualmente, é ainda vogal do Conselho Fiscal da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Portuguesa de Macau, de acordo com o site da APEP.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEstabelecimento Prisional | Mudança para as novas instalações no sábado Quase 15 anos depois do arranque das obras, o novo estabelecimento prisional de Macau vai finalmente entrar em funcionamento. A mudança acontece no sábado. O projecto terá custado cerca de 2,73 mil milhões de patacas Trânsito com sentido único, constrangimentos nas estradas, autocarros desviados e parques de estacionamento encerrados. É este o cenário antecipado pela Direcção dos Serviços Correccionais (DSC), para o próximo sábado, em Coloane, devido à mudança para a nova prisão. De acordo com o comunicado de ontem da DSC, a “relocalização do Estabelecimento Prisional de Coloane” vai começar na manhã de sábado e as previsões apontam para fique terminada nesse mesmo dia. A mudança tem sido feita aos poucos, nos últimos tempos, mas no sábado deverá ocorrer a transferência dos prisioneiros, um processo que implica mais de 1000 pessoas. “Para garantir uma transferência bem-sucedida e por razões de segurança, será implementada uma série de medidas de controlo de trânsito nas respectivas áreas, nomeadamente, trânsito de sentido único, mudança de trajecto dos autocarros públicos, encerramento temporário de alguns parques de estacionamento, etc.”, foi avisado. “Durante este período, o Corpo de Polícia de Segurança Pública destacará agentes para manter a ordem no local. O público que circular na supracitada área deve seguir as instruções dos agentes e passar de forma ordenada, estando atento às últimas informações de trânsito emitidas pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego”, foi acrescentado. No comunicado, a DSC lamenta ainda os “inconvenientes que possam afectar os moradores e utilizadores das vias durante o processo de transferência”. Como resultado das mudanças, no dia 19 de Outubro, o EPM vai suspender “todos os serviços de visita” e as instalações que estão actualmente a ser utilizadas vão ser encerradas no dia seguinte. Gastos e atrasos As obras do novo estabelecimento prisional de Macau ficaram marcadas por atrasados recorrentes. Em 2010, num comunicado público, as estimativas do Governo apontavam para que os trabalhos arrancassem a 18 de Agosto desse ano e ficassem concluídos, incluindo todas as quatro fases, até Dezembro de 2014, num período de cerca de 4 anos e meio. A realidade foi muito diferente, e as obras apenas ficaram concluídas este ano, no que significou um atraso de 10 anos. Os custos totais ainda não foram tornados públicos, mas em Fevereiro de 2023, na resposta à Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas, o Governo indica que o orçamento total era de 2,73 mil milhões de patacas Além disso, as estimativas indicavam que o estabelecimento tivesse capacidade máxima para 2.704 presos, um registo considerado suficiente para responder às necessidades dos próximos 20 anos. Drones proibidos Face ao transporte dos presos para as novas instalações, a Autoridade de Aviação Civil de Macau decidiu proibir o voo de drones na Ilha de Coloane, na sábado. Como tem acontecido neste tipo de situações, a Autoridade de Aviação Civil de Macau não especifica o motivo para restringir a liberdade de tripular os drones, mas indica que existem “actividades do governo na ilha” e que é necessário garantir que decorrem “sem sobressaltos e em segurança”. A AACM avisa ainda que os “infractores podem ser punidos com multa de 2.000 a 20.000 patacas pela AACM”.
Hoje Macau Manchete SociedadeConsulado | Disponibilizadas mais vagas sem marcação prévia Desde ontem que Consulado Geral de Portugal disponibiliza, a título experimental, o atendimento sem marcação prévia para emissão e renovação de cartões do cidadão e passaportes. “Consideramos estar agora em condições de, pela primeira vez desde Fevereiro de 2015, permitir o atendimento, a título experimental, no domínio dos cartões do cidadão e dos passaportes, de pessoas sem estatuto legal prioritário”, foi indicado, numa nota enviada à Lusa. Apesar de não se exigirem marcações prévias, o Consulado lembrou que “a marcação prévia de atendimento pela plataforma” continua a ser “recomendada e prioritária”, com dois terços das vagas para esta modalidade. O Consulado Geral indicou ainda que “entre Fevereiro de 2023 e Julho de 2024, foram atendidos 55 mil utentes pela secção de cartões do cidadão e passaportes, o que permitiu dar resposta à inédita procura acumulada durante o período da pandemia e reduzir significativamente o número diário de utentes que, desde Agosto, procuram os serviços”. Em Agosto, os serviços consulares lançaram o atendimento prioritário sem marcação, também a título experimental, para pessoas com deficiência ou incapacidade, idosos, grávidas e pessoas acompanhadas de crianças de colo, com 16 vagas diárias para emissão e renovação de cartões do cidadão e passaportes. “Nestes quase dois meses, em nenhum dia foi atingido o limite estabelecido”, com “dois atendimentos de pessoas com estatuto prioritário por dia, pelo que não se considera necessário aguardar mais um mês para dar por concluída esta fase experimental”, foi assinalado.
Andreia Sofia Silva SociedadeBombeiros | Aumenta saída de ambulâncias O Corpo de Bombeiros (CB) registou um aumento anual de 6,6 por cento no número de saídas de ambulância, apontam dados ontem divulgados. Entre 1 de Janeiro e 30 de Setembro do ano passado registaram-se 31.993 casos que obrigaram à saída de ambulâncias, 34.286 vezes, enquanto em igual período deste ano houve 34.124 casos, nos quais as ambulâncias circularam 36.805 vezes. Em termos totais, o CB registou, este ano, 40.887 casos, mais cinco por cento em relação a igual período do ano passado, quando se contabilizaram 38.939 casos, desde saída de ambulâncias, incêndios, operações de salvamento e serviços especiais.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeVistos | Estrangeiros de Macau podem ficar mais dias no Interior É mais uma boa notícia para quem deseja explorar a China e viajar para o país com mais frequência: os residentes de Macau com nacionalidade estrangeira podem agora pedir um visto de múltiplas entradas e ficar por lá até um máximo de 180 dias, quando antes esse limite era de 90 dias As autoridades chinesas decidiram alargar o período de permanência no país para quem é residente de Macau e possui nacionalidade estrangeira. Desta forma, passa a ser permitido, tal como antes, pedir um visto de múltiplas entradas com a mesma validade de cinco anos, mas a autorização de permanência no país passa a ser de até um máximo de 180 dias, quando antes o prazo terminava nos 90 dias. Segundo a informação oficial das autoridades, quem desejar “fazer viagens curtas ao interior da China para turismo, negócios, visitas familiares e outros fins pode solicitar um visto de múltiplas entradas com validade de cinco anos e um período de permanência não superior a 180 dias”. De acordo com o Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China em Macau, também os mesmos residentes estrangeiros de Macau que solicitarem o visto para a China estão isentos de apresentar bilhetes de ida e volta ou reservas de hotel, documentação que antes era requerida para se obter a permissão de entrada. Além disso, no que diz respeito às impressões digitais dos visitantes, se as mesmas já tiverem sido recolhidas anteriormente num consulado ou agência de vistos, não vai ser necessária recolhê-las novamente. Portugal por fim Este alargamento de permanência surge depois da notícia, divulgada a 30 de Setembro, de que a China irá permitir, até 31 de Dezembro do próximo ano, a visita de estrangeiros sem visto prévio, para estadias de até 15 dias. Trata-se da extensão a Portugal da política de isenção de vistos para, até agora, 16 países europeus, e na qual Portugal não estava incluído. A medida, que entrou em vigor esta segunda-feira, foi confirmada em comunicado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês depois da inclusão de países como a Noruega, Eslovénia, Grécia, Dinamarca e Chipre na lista de países cujos cidadãos poderão permanecer no país asiático para turismo, negócios ou trânsito durante 15 dias, isentos de visto. Recorde-se que vários empresários lamentaram o facto de Portugal ter estado, por bastante tempo, afastado da lista de países isentos de visto, encarando essa questão como um grande entrave para quem quer fazer negócios na China. Na rede social Linkedin, Bernardo Mendia, secretário-geral da Câmara de Comércio Luso-Chinesa, associou este anterior afastamento ao facto de Portugal não ter aderido à rede 5G. “Perante a ineptidão do XXIV Governo português de levantar o bloqueio económico ao 5G, implementado pelo anterior Governo, que prejudica o interesse português e beneficia interesses não nacionais, é compreensível a exclusão de Portugal”. Este comentário foi publicado há cerca de duas semanas, depois da China ter anunciado, no dia 28 de Setembro, a inclusão da Eslovénia, Grécia, Dinamarca e Chipre na lista de isenções de visto. Porém, Portugal seria incluído alguns dias depois.
Hoje Macau SociedadeGastronomia lusófona mostra-se entre sustentabilidade e tradições Entre um super-alimento vindo de Angola e tradições nascidas em Timor-Leste, da resistência à ocupação indonésia, arranca na sexta-feira uma mostra que durante cinco dias vai promover em Macau a gastronomia lusófona. “Uma super-comida do futuro”, foi como o ‘chef’ angolano Nário Tala descreveu o catato, numa apresentação à imprensa do menu da Mostra Gastronómica Lusófona, que vai decorrer na Doca dos Pescadores de Macau, até 22 de Outubro. A surpresa fica reservada para a chegada do prato à mesa do Restaurante Vic’s, com o catato – um tipo de lagarta, típico da cozinha angolana – salteado com beringela, azeite, cebola e alho. “É um alimento muito proteico, tem vitamina C, ferro, zinco, e podes encontrar com facilidade. Não engorda, é anticancerígeno, e pode ser feito de várias maneiras”, explicou Tala à Lusa. As sementes de linhaça, cânhamo e chia, a maca, a espirulina, o açaí e as bagas goji são alguns dos chamados superalimentos, caracterizados por uma elevada concentração de nutrientes como vitaminas, ómega 3 e proteínas. O catato “é um alimento comum, faz parte da cultura, principalmente na parte do norte de Angola”, mas Nala admitiu que ainda “há uma resistência” a comer esta lagarta da palmeira-de-dendé. O ‘chef’ sublinhou que a lagarta “não precisa de ser cultivada” e que o seu consumo até pode encorajar a população a plantar mais palmeiras. “Acabamos por consumir o que a palmeira nos oferece, mas sem destruí-la”, explicou Tala. A importância da sustentabilidade foi também sublinhada por Maria das Dores, que saiu pela primeira vez da Ilha de Príncipe para apresentar em Macau um ‘abobó’, com feijão, farinha de mandioca e peixe grelhado. “Nós usamos aquilo que é nosso. Por isso, o que é nosso é bom e também fica mais barato”, disse à Lusa a ‘chef’ santomense. Tradições de Timor Para a timorense Delfina Maria Baptista Guterres, usar ingredientes autóctones como o milho e a batata doce é também uma forma de preservar tradições de Timor-Leste. “O milho em pó, por exemplo, depois de frito, dura meses e essa era a comida que a gente levava quando vivíamos no mato, por vezes até anos, durante a ocupação, quando o inimigo vinha atacar”, recordou a ‘chef’ timorense. A Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) levou a cabo uma resistência armada nas matas timorenses durante décadas, após a invasão por parte da Indonésia, em 7 de Dezembro de 1975. “Mas essa malta nova já não faz muito disso, querem coisas mais instantâneas”, lamentou Guterres. A Mostra Gastronómica Lusófona inclui ainda Martinho Moniz, um ‘chef’ português radicado em Macau, e a macaense Ana Manhão. Manhão disse que, mais do uma ‘chef’, se identifica como uma defensora das “tradições culinárias” dos macaenses, uma comunidade euro-asiática, composta sobretudo por luso-descendentes, com raízes no território.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEstudo | Turistas pouco satisfeitos com itens culturais portugueses Não é um aspecto assim tão importante para os visitantes, mas o contacto com a cultura portuguesa fica aquém das expectativas dos turistas. O mesmo acontece com o centro histórico de Macau, face à imagem criada pelas redes sociais Os elementos da cultura portuguesa no Centro Histórico de Macau são um dos aspectos que menos satisfazem os turistas face às expectativas iniciais. A conclusão faz parte de um artigo que integra a revista do Simpósio Internacional de Design Ecológico 2023, que decorreu na cidade de Cantão e que contou com a participação de académicos da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau. O trabalho publicado na revista do simpósio, que identifica como autores Chen Xin, Xie Lu, Gao Mingcan e Ren Xinmun, resultou da realização de 300 questionários junto de turistas falantes de cantonês para avaliar a satisfação com 15 aspectos, como o contacto com a cultura portuguesa, a rede de transportes, as dificuldades no planeamento inteligente das deslocações, o ambiente de consumo, qualidade dos hotéis ou dos serviços do turismo. O aspecto que menos agrada aos turistas, tendo em conta as expectativas antes da visita, é a rede de transportes e as dificuldades de deslocação, seguido pelas dificuldades de “planeamento inteligente dos itinerários” da visita. Após estas duas dimensões, os inquiridos admitiram terem ficado menos satisfeitos com os elementos da cultura portuguesa, face às expectativas iniciais. Os autores consideram assim haver necessidade de o sector do turismo responder para alterar a situação face estes aspectos, embora reconheçam que, com base nos questionários, os elementos não são tidos como muito importantes para os visitantes. “Os clientes têm um baixo grau de satisfação em termos de viagens e transportes, planeamento inteligente de itinerários, cultura e serviços portugueses e serviços do pessoal de viagens e turismo”, é indicado pelos autores. “Para aumentarem o grau de satisfação dos clientes, as agências responsáveis pela organização de visitas ao centro histórico de Macau precisam de melhorar os aspectos indicados”, é sugerido. No pólo oposto, os turistas mostraram-se mais agradados com as “características regionais” que o turismo local apresenta, embora este critério não seja explicado no estudo, com a passagem nas fronteiras e com o que consideraram a diversidade da oferta turística. Realidades distintas As conclusões do artigo indicam ainda que a maior parte dos inquiridos visitou o centro histórico da região devido à promoção nas redes sociais, mas que a realidade ficou aquém das expectativas. “No inquérito, verificou-se que a maioria dos visitantes de outros locais foi atraída para Macau pela publicidade positiva das redes sociais ou da Internet”, foi indicado. “Os resultados do inquérito também revelam que a percepção da maioria dos visitantes sobre a zona histórica de Macau é inferior ao esperado, e os visitantes têm geralmente a sensação de que ‘não é tão boa como imaginavam’, o que mostra que existe um certo desfasamento entre o ambiente turístico real da zona histórica da cidade de Macau e a promoção dos meios de comunicação social na Internet”, foi acrescentado. Os autores alertam o sector para estes factores que podem constituir-se como um risco a longo prazo, se não forem resolvidos, uma vez que podem afectar a imagem turística do território.
João Santos Filipe Manchete SociedadeWai Hung | Rita Santos demite-se de cargos na empresa O Grupo Wai Hung justificou a saída com a vontade de Rita Santos se dedicar a outros “compromissos sociais”. A demissão de directora independente não-executiva e de presidente da Comissão de Auditoria entrou em vigor na segunda-feira, mas foi divulgada na mesma semana em que a macaense suspendeu também o mandato como Conselheira das Comunidades Portuguesas Desde segunda-feira, que Rita Santos deixou de ser directora independente não-executiva do Grupo Wai Hung, assim como presidente da Comissão de Auditoria, para “dedicar mais tempo a outros compromissos sociais”. O anúncio foi feito pelo grupo que está a ser alvo de uma investigação pela Comissão Independente Contra a Corrupção de Hong Kong (ICAC, no acrónimo em inglês) por suspeitas de fraude e falsificação de documentos. “O Conselho de Administração da Wai Hung Group Holdings Limited informa que a Sra. Rita Botelho dos Santos apresentou a sua demissão do cargo de directora não-executiva independente e de presidente da Comissão de Auditoria da empresa, com efeitos a partir de 14 de Outubro de 2024, devido à sua decisão de dedicar mais tempo a outros compromissos sociais”, pode ler-se no comunicado da empresa, emitido a 9 de Outubro. De acordo com o Grupo Wai Hong, Rita Santos “confirmou que não tem qualquer desacordo com o Conselho de Administração e que não existem questões relacionadas com a sua demissão que devam ser comunicadas dos accionistas”. No comunicado, o Conselho de Administração do grupo agradeceu a Rita Santos “pela contribuição […] para o grupo durante o mandato”. A investigação ao Grupo Wai Hong decorre em Hong Kong e Macau, e, para já, não são conhecidos os impactos na RAEM, dado que a Polícia Judiciária não se mostra disponível para comentar o caso. Contudo, Rita Santos é a segunda baixa em Macau do grupo, depois de no início do mês também o deputado Wu Chou Kit, que era director independente não-executivo, ter deixado a Wai Hung. Candidata às eleições A apresentação da demissão por Rita Santos aconteceu dois dias após ter sido tornado público que a também conselheira das Comunidades Portuguesas tinha suspendido o seu mandato. A suspensão foi justificada com o foco nas eleições do novo Chefe do Executivo e com a intenção de participar nas eleições legislativas do próximo ano, num lugar elegível na lista apoiada pela Associação dos Trabalhadores da Função Publica de Macau (ATFPM). De acordo com a informação publicada pelo Jornal Plataforma, a opção de Rita Santos foi tomada já depois de ter sido confirmada a sua presença na Reunião Plenária do Conselho das Comunidades Portuguesas, que decorreu na semana passada, em Lisboa. Rita Santos acabou por não se deslocar a Portugal, e, de acordo com o jornal Plataforma, as autoridades portuguesas aguardavam pela deslocação da conselheira para notificá-la sobre a investigação que decorre a uma possível fraude eleitoral, cometida em Macau, em Março, no âmbito das eleições legislativas de Portugal. Este caso está a ser investigado no país no seguimento de uma queixa do Partido Socialista.
Hoje Macau SociedadePJ | Dois homens detidos por roubo e sequestro A Polícia Judiciária (PJ) deteve dois homens, cidadãos chineses, suspeitos de roubar, sequestrar e violar uma mulher, num caso ligado a um esquema de câmbio de dinheiro. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a mulher terá conhecido os dois suspeitos em Setembro numa troca de dinheiro, embora a notícia não especifique se a mulher se dedicava a essa actividade. No sábado passado, os homens abordaram a mulher dizendo que lhe queriam oferecer um presente, pelo que esta foi ao quarto de hotel onde estavam hospedados. Aí foi amarrada com o cinto de um robe e foram-lhe roubados 11 mil dólares de Hong Kong e fichas de jogo. Além disso, a mulher viu-se obrigada a transferir, pelo telemóvel, 24 mil renminbis. Um dos homens terá violado a vítima quando o seu parceiro do crime saiu do quarto. A mulher só conseguiu escapar do quarto no dia seguinte, quando os homens estavam a dormir, e denunciou então o caso às autoridades. Os suspeitos negaram colaborar com a PJ, que está ainda a investigar o paradeiro do dinheiro e se existem mais pessoas envolvidas no crime.
João Santos Filipe Manchete SociedadeBairros Comunitários | Governo recusa promoções de casinos O alargamento dos programas de descontos dos casinos ao comércio local e à zona norte é visto como uma forma de promover a recuperação económica. No entanto, o Governo afasta, por agora, a possibilidade de aoi iniciativa por temer os efeitos negativos para a sociedade O Governo afastou a possibilidade de os programas de descontos e promoções dos casinos poderem ser utilizados nos bairros comunitários, como forma de promover o comércio local. A posição, ainda que temporária, foi comunicada por Adriano Marques Ho, dirigente da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), na resposta a uma interpelação escrita. Com o comércio local a sofrer com a competição do Interior, a deputada Lo Chio In questionou o Executivo sobre a possibilidade de os pontos acumulados pelos jogadores para obterem descontos nas lojas dos casinos poderem ser gastos em outros locais, como a zona norte. Segundo a legisladora ligada à comunidade Jiangmen, esta seria uma forma de revitalizar o comércio e promover um maior consumo pelos turistas, em zonas que actualmente atravessam dificuldades. No entanto, o Governo teme que a opção leve a uma “promoção excessiva” do jogo. “Quanto ao assunto de pontos ganhos pelos jogadores nos casinos poderem ser utilizados nos bairros comunitários, a medida pode resultar numa divulgação ou promoção excessiva, sendo por isso fácil prever que tenha um impacto negativo. Por isso, é preciso tratarmos o assunto de forma prudente,” realçou o director da DICJ, Adriano Marques Ho. Apesar da nega às pretensões da deputada, Adriano Ho garantiu que o Governo vai continuar a incentivar as concessionárias do jogo a cooperar com as pequenas e médias empresas. Outras alternativas Como forma de promover a economia dos bairros comunitários, o director da DICJ acredita que o melhor caminho passa pela aposta nos “elementos não jogo”, com o apoio das concessionárias, e pela atracção de mais turistas para essas zonas, como está previsto nos contratos de concessão do jogo. “Devemos frisar que as concessionárias do jogo estão a lançar, de forma ordenada, os projectos de investimento e a cumprir as suas promessas segundo os contratos de concessão,” respondeu o responsável. Marques Ho adiantou também que a DICJ vai cumprir o seu papel e supervisionar rigorosamente as concessionárias do jogo, para assegurar que concretizam as promessas dos contratos de concessão. Na interpelação, foi ainda abordada a possibilidade de os promotores de jogo operarem nas zonas do mercado de massas e slot machines. Sobre este aspecto, o responsável da DICJ afirmou que tal depende das negociações entre os promotores as concessionárias. “Actualmente a lei tem definido o papel dos promotores de jogo, esclarecendo que só podem cobrar comissão quando fazem actividades de promoção do jogo para as concessionárias. Contudo, a lei não regula claramente o espaço de operação nos casinos”, justificou o dirigente. “Desde que assegurem um nível de vigilância adequado, as concessionárias e os promotores de jogo podem negociar as condições de colaboração e as zonas nos casinos onde exercem as actividades”, acrescentou.
Hoje Macau SociedadeGIF | Registadas mais transacções suspeitas Dados do Gabinete de Informação Financeira (GIF) revelam que se registaram mais transacções suspeitas no espaço de um ano, nomeadamente entre os meses de Janeiro a Setembro. Em primeiro lugar, surgem as transacções suspeitas ligadas às instituições financeiras e companhias de seguros, que este ano foram 843, representando 20,5 por cento do total, quando no ano passado tinham sido 617. Em segundo lugar, aparecem as transacções suspeitas associadas às operadoras de jogo, que neste ano foram 3,041, 73,8 por cento do total, enquanto no ano passado foram 2,335, representando uma percentagem semelhante, 73,5 por cento. Segundo informação oficial do GIF, o total de transacções financeiras, cujos dados foram fornecidos pelos Serviços de Polícia Unitários, foi de 4,118 nos três primeiros trimestres do ano, “o que significa um aumento de 29,6 por cento em relação ao mesmo período de 2023”. O GIF justifica este cenário com “o aumento do número de STR [transacções financeiras suspeitas] reportados pelo sector financeiro e do jogo”.
Hoje Macau SociedadeEstudo | Residentes pedem mais certificações profissionais Um inquérito realizado pela Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) sobre formação profissional, apresentado ontem, conclui que existe uma grande procura por certificação de cursos. Isto porque cerca de 70 por cento dos entrevistados disse esperar pela criação de plataformas oficiais que certifiquem formações profissionais, tendo estes números sido apresentados por Fong Ka Fai, vice-presidente da FAOM. Além disso, mais de 20 por cento dos entrevistados considera que as actuais plataformas e mecanismos de certificação são insuficientes. Fong Ka Fai sugeriu que o Governo crie um sítio de base para a formação profissional que concentre todos os dados e informações sobre cursos. Esta base deve ter critérios uniformes estabelecidos a fim de dar resposta à procura pela certificação profissional existente no contexto da região da Grande Baía. Leong Sun Iok, também vice-presidente da FAOM e deputado à Assembleia Legislativa, apontou que 72 por cento dos entrevistados confirmaram que os cursos trazem um impacto positivo no desenvolvimento da carreira, enquanto 55 por cento dos inquiridos pretende obter um certificado depois de terminar essas mesmas formações. O inquérito foi realizado entre Abril e Setembro deste ano, tendo sido realizados 1.100 questionários válidos.
João Santos Filipe Manchete SociedadeContas Públicas | Excedente de 13,04 mil milhões até Setembro Com as receitas do jogo a subirem, os impostos da principal indústria do território ganham maior relevância no âmbito do orçamento da RAEM. Por cada 10 patacas de receitas, mais de 8 vêm dos casinos Nos primeiros nove meses do ano, o orçamento da RAEM apresentou um resultado positivo de 13,04 mil milhões de patacas, de acordo com os dados publicados pela Direcção de Serviços de Finanças (DSF). Para este registo, contribuíram as receitas de 80,35 mil milhões de patacas, face às despesas de 53,79 mil milhões de patacas. A maior fonte de receitas da RAEM foram os impostos com os jogos de fortuna ou azar que contribuíram com um encaixe de aproximadamente 66,40 mil milhões de patacas, ou seja, uma proporção de 82,6 por cento do total dos 80,35 mil milhões em receitas. Esta percentagem significa que por cada 10 patacas que a RAEM arrecada em receitas, mais de 8 patacas são provenientes do jogo. Apesar dos esforços de diversificação da economia, as contas mostram que em termos do financiamento da Administração, e em comparação com o ano passado, o jogo está a assumir uma importância maior. Nos primeiros nove meses de 2023, as receitas com os jogos de fortuna e azar tinham chegado aos 45,78 mil milhões de patacas, num total de receitas 58,96 mil milhões de patacas da RAEM, o que representava uma proporção de 77,6 por cento. Entre Janeiro e Setembro deste ano, as receitas com o jogo foram de 169,36 mil milhões de patacas, em comparação com os 128,94 mil milhões arrecadados pelos casinos em 2023. A segunda maior fonte de receita até Setembro foram os impostos directos na ordem dos 6,64 mil milhões de patacas. Este número não deixa de representar uma redução em comparação com o ano passado, quando os impostos directos tinham gerado receitas de 7,15 mil milhões de patacas. Os impostos directos são constituídos pelo imposto profissional, contribuição predial urbana, imposto complementar e imposto de circulação de veículos. Menos investimento Em termos das despesas, os apoios sociais representam os maiores gastos da Administração, com um valor de 37,94 mil milhões de patacas, um aumento de 4,61 mil milhões, face aos gastos de 33,33 mil milhões de patacas do período homólogo. As despesas com o pessoal estão igualmente a subir, o que também resulta da actualização salarial implementada no início do ano. Até Setembro, a Administração gastou 11,69 mil milhões com os trabalhadores, quando no ano passado o número era de 11,20 mil milhões de patacas, um diferença de cerca de 490 milhões de patacas. No entanto, o investimento em instalações e equipamentos, onde se inclui a execução do Plano de Investimentos e de Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA), mostra uma tendência de redução. Até Setembro deste ano, foram gastos 12,91 mil milhões de patacas, entre os quais 12,81 mil milhões no âmbito do PIDDA. No ano passado, os gastos até Setembro eram de 14,00 mil milhões de patacas, dos quais 13,88 mil milhões de patacas estavam ligados ao PIDDA.
Hoje Macau SociedadeUSJ | Assinado protocolo com Marinha Grande A Universidade de São José (USJ) quer ajudar as empresas do concelho da Marinha Grande a entrar no mercado da China, disse à Lusa O chefe da delegação da USJ em Portugal, Francisco Peixoto. A USJ assinou um acordo com a Câmara Municipal da Marinha Grande que prevê a realização de workshops de empreendedorismo e a organização de missões comerciais à China para as empresas locais. O objectivo é “apoiar as empresas do concelho [da Marinha Grande] na internacionalização, através do sistema de incubação [da USJ], (…) que está neste momento a ligar Portugal, Macau e a ilha de Hengqin”, afirmou o representante da USJ. No caso das missões comerciais, a USJ quer “criar condições para que as micro, pequenas e médias empresas” da Marinha Grande “consigam uma internacionalização mais forte”, acrescentou. O representante da universidade sublinhou que o protocolo com a Marinha Grande é “um projecto-piloto”, acrescentando que outros acordos semelhantes se podem suceder com outros concelhos portugueses. Este protocolo, envolve também o Agrupamento de Escolas da Marinha Grande, Poente, tendo, neste caso, como alvo os alunos finalistas do ensino secundário do concelho do distrito de Leiria. Francisco Peixoto afirmou que a USJ vai disponibilizar bolsas de estudo para estes alunos, no âmbito do “número considerável” de bolsas abertas anualmente para estudantes dos países de língua portuguesa.
Hoje Macau SociedadeEmpreendedorismo | ‘Startup’ portuguesa vence concurso de inovação A ‘startup’ portuguesa Connected venceu o concurso de inovação e empreendedorismo para empresas de tecnologia do Brasil e de Portugal, realizado em Macau. A Connected, criada em 2023, desenvolveu módulos de comunicação entre objectos e aparelhos (conhecida como Internet das coisas) através da rede 5G, que podem ser integrados em satélites de observação da Terra. A tecnologia da empresa, com sede no Porto, pode ter vastas aplicações em áreas como a agricultura, monitorização marítima, infra-estruturas de auto-estradas e instalações de energias renováveis. A tecnologia foi testada no espaço em 2022 e a Connected garantiu um contrato com a Agência Espacial Europeia, que inclui Portugal, em 2023, ano em que conseguiu atrair um investimento total de dois milhões de euros. Um painel de investidores, académicos e especialistas financeiros seleccionou ainda para o pódio dois projectos brasileiros: a SleepUp, uma plataforma de terapias digitais para melhorar o sono, e a Pix Force, especializada em inteligência artificial e análise de dados. O Concurso de Inovação e Empreendedorismo (Macau) para as Empresas de Tecnologia do Brasil e de Portugal 2024 recebeu 64 candidaturas dos dois países e seleccionou 17 finalistas em áreas como biomedicina, dispositivos médicos, novas energias e tecnologia agrícola. Os sete projectos eleitos receberam prémios monetários, com um valor máximo de 150 mil patacas, e garantiram apoio para facilitar o acesso a financiamento chinês e ao mercado da China. O concurso foi organizado pela Direcção dos Serviços de Desenvolvimento Económico e Tecnológico do Governo de Macau e realizado pela incubadora Parafuturo de Macau e pelo Centro de Incubação de Jovens Empreendedores de Macau.
João Santos Filipe Manchete SociedadeÓbito | Jovem local de 18 anos atropelada em passadeira O acidente aconteceu numa passadeira a escassos metros da fronteira de Qingmao. O óbito foi declarado no local. A viatura, um Lamborghini Aventador, tinha dupla matrícula de Macau e Cantão, mas não foram revelados pormenores sobre a identidade do condutor Uma jovem de Macau morreu em Zhuhai, depois de ter sido atropelada por um carro, quando atravessava uma passadeira. O caso aconteceu na madrugada de quarta-feira, e as imagens do embate, captadas por um carro que seguia na estrada, tornaram-se virais na noite do dia seguinte. O acidente terá acontecido por volta da 1h de quarta-feira, quando a mulher atravessava a estrada Guihua South Road na passadeira, a escassos metros da fronteira com Macau de Qingmao. Esta é uma fronteira que só pode ser utilizada por peões, na Zona Norte do território. De acordo com as imagens captadas, por um veículo que circulava no sentido oposto, vários carros abrandaram para ceder passagem à jovem de 18 anos. No entanto, na via mais rápida das quatro existentes naquela rua, surge um carro da marca Lamborghini a velocidade mais elevada, que aparenta não ter visto a jovem até ter chegado à passadeira. O carro tinha dupla matrícula, de Macau e do Cantãoo. Como consequência do embate, a mulher é atingida e projectada no ar durante vários metros. Quando aterra no asfalto, a jovem aparenta ter ficado imediatamente inconsciente. Por sua vez, o condutor do Lamborghini modelo Aventador é visto a parar a viatura e sair para fora do carro, ao telemóvel, embora não se saiba se ligou logo para as autoridades. A informação disponibilizada também não adiantou qualquer dado sobre a identidade do condutor, nem permitiu perceber se um era residente de Macau. Outras imagens colocadas a circular horas mais tarde, mostram os momentos depois das equipas de salvamento terem chegado ao local, com a faixa de rodagem a ser cortada ao trânsito e o corpo da jovem a ser coberto, depois do óbito ter sido declarado no local. Autoridades alertadas Horas depois do acidente, as autoridades de Macau emitiram um comunicado, com poucos detalhes, a revelar que tinham sido informadas sobre o ocorrido e da morte de uma residente em Zhuhai. Nessa mensagem, a única disponível até ao momento, era indicado que as causas do acidente ainda estavam a ser investigadas por parte das autoridades de Cantão. Este é o segundo acidente de trânsito, em pouco mais de um ano, em Zhuhai que resulta na morte de residentes locais. Também em Setembro do ano passado, um residente com 10 anos perdeu a vida num túnel de Gongbei, em Zhuhai, depois da viatura em que seguia se ter avariado na estrada. A viatura imobilizada foi depois abalroada por uma camioneta, o que causou um incêndio. Na altura, o acidente acabou por se revelar polémico, devido às diferentes informações que circularam, e que indicavam que, num primeiro momento, ninguém teria morrido. Contudo, horas mais tarde, o óbito acabaria por ser confirmado.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Macau e Interior actualizam CEPA A partir de Março de 2025, as empresas de Macau vão ter condições mais facilitadas no acesso ao mercado dos serviços do Interior. A novidade foi apresentada no âmbito da versão mais recente do Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Interior da China e Macau (CEPA), assinado na sexta-feira, entre Macau e o Interior. Como consequência, os prestadores de serviços de Macau podem começar a operar no Interior, sem que lhe seja exigido a prática de três anos de operações na RAEM. Como parte das novidades, vai ser lançado um programa piloto na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau que vai permitir às empresas constituídas com capitais de Macau registadas na Grande Baía a escolherem Macau ou Hong Kong como local de arbitragem, em caso de conflitos contratuais. Estas também vão ter a opção de escolher se pretendem que nos seus contratos vigore o direito de Macau ou de Hong Kong, além de poderem ainda optar pelo direito do Interior. Existem outras medidas de abertura do mercado do Interior às empresas de Macau, principalmente a nível dos sectores identificados como chave para a diversificação económica, como as tecnologias avançadas, serviços financeiros ou indústrias criativas e culturais. Nos sectores audiovisuais e culturais vai ser possível às empresas de Macau investirem na produção cinematográfica e nas telenovelas co-produzidas com o Interior da China, e ainda poderem ser consideradas como domesticamente produzidas para efeitos da sua emissão e distribuição. Actualmente, o Interior controla o número de produções distribuídas provenientes do exterior.
Hoje Macau SociedadeAviação | CAM quer mais voos internacionais A empresa gestora do aeroporto de Macau afirmou estar a “trabalhar activamente” com companhias aéreas para lançar mais voos para a Europa e Estados Unidos. Num comunicado, a CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau disse que o objectivo é disponibilizar “um serviço de bilhete único através do despacho de bagagem”, para “atrair mais turistas internacionais”. A empresa indicou ainda que está a planear lançar rotas aéreas para o Laos até ao final do ano e prometeu continuar a expandir o mercado de aviação do Sudeste Asiático e Nordeste da Ásia. Nos primeiros oito meses de 2024, Macau recebeu quase 23,4 milhões de turistas. No entanto, a esmagadora maioria veio da China ou de Hong Kong, enquanto a cidade recebeu 1,5 milhões de visitantes internacionais.
Hoje Macau SociedadeComunidades | Rui Marcelo na equipa do Conselho Rui Marcelo, conselheiro das comunidades de portuguesas eleito pelo círculo da Ásia e residente de Macau, vai integrar a equipa de Flávio Martins, que foi reconduzido como presidente do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP). A reeleição do também deputado pelo Partido Social Democrata aconteceu durante o segundo dia do primeiro plenário mundial do CCP, que terminou na passada quinta-feira. Além de Rui Marcelo, que vai desempenhar as funções de secretário, integram ainda a equipa de Flávio Martins, Paulo Marques, como vice-presidente, eleito pelo círculo das comunidades de França, e Vasco Abreu (África do Sul), como secretário. Rui Marcelo foi ainda escolhido como presidente do conselho regional para a zona da Ásia e Oceânia.
Hoje Macau Manchete SociedadeArbitragem | Bruno Nunes alerta para falta de peritos Para o presidente da Associação Lusófona de Arbitragem e Mediação a aposta na arbitragem entre a China e os países de língua portuguesa exige a captação de um painel de árbitros com reputação internacional Macau precisa de atrair mais peritos para se tornar a base de arbitragem de disputas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa, disse à Lusa o presidente da Associação Lusófona de Arbitragem e Mediação (ALAM), Bruno Nunes, durante o Congresso de Arbitragem Lusófona, realizado em Macau. “O que falta é um painel de árbitros internacionais. Os centros de arbitragem têm a sua reputação, o seu prestígio e são procurados quanto melhor for o painel de árbitros que faz parte do centro”, explicou o presidente da Associação Lusófona de Arbitragem e Mediação (ALAM). A associação organizou a primeira edição do Congresso de Arbitragem Lusófona, em Macau, com a mediação de disputas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa como o principal tema. “Macau deveria aproveitar as ligações que tem à lusofonia para tentar recrutar ou atrair candidaturas de árbitros de todos os países de língua portuguesa e também da China continental”, defendeu Bruno Nunes. O advogado recordou que já em 2013 a conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa tinha apontado Macau como “lugar de arbitragem de disputas entre empresários” dos dois blocos. O dirigente defendeu que a região tem “condições únicas”, uma vez que aprovou em 2019 uma nova lei da arbitragem “extremamente moderna, que está de acordo com os padrões internacionais”, e que “oferece um espaço neutro para a resolução de litígios”. “Tudo aponta para que Macau assuma cada vez mais o papel de plataforma comercial entre a China e os países lusófonos e nesse comércio haverá sempre disputas que têm de ser arbitradas”, disse Nunes. Quase 170 participantes De acordo com dados oficiais, as trocas comerciais entre os mercados lusófonos e a China atingiram 132,2 mil milhões de dólares entre Janeiro e Julho, um novo máximo para os primeiros sete meses do ano. Nunes afirmou que a decisão de realizar o primeiro congresso em Macau foi “fruto da adesão e do interesse registado, principalmente da China continental”. Quase 170 pessoas, incluindo árbitros da China continental e de todos os países de língua portuguesa, participaram no evento, realizado sob o tema “Macau 2024 Harmonização na Arbitragem Sinolusófona”. Os três dias do congresso foram encarados como uma oportunidade de “agregação de conhecimento e estabelecimento de pontes”, explicou o presidente da ALAM. Isto porque “não é fácil a um árbitro chinês ou a um árbitro de Macau, por exemplo, ter contacto cara-a-cara com um árbitro de Timor-Leste, Cabo Verde ou São Tomé e Príncipe”, sublinhou o responsável. Durante o congresso, foi também publicado “um guião prático sobre arbitragem nas diferentes jurisdições lusófonas”, disse o advogado. A ALAM foi estabelecida em 2019, em Macau, e conta actualmente com 181 membros de 20 jurisdições. “O futuro levar-nos-á talvez a outras jurisdições lusófonas, sendo que o congresso está pensado para ser realizado de dois em dois anos”, rematou Bruno Nunes.
Andreia Sofia Silva SociedadeCondomínios | Criadas mais sete empresas de gestão Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) mostram que no espaço de um ano surgiram no mercado mais empresas de administração predial, vulgo gestão de condomínios. No ano passado eram 235, mais sete face a 2022. Estas entidades empregaram 8.157 pessoas, mais 8,7 por cento em termos anuais, tendo-se registado receitas de 1,92 mil milhões de patacas, uma quebra de 1,3 por cento, observando-se também a mesma queda percentual no tocante às despesas, que foram de 1,79 mil milhões. A DSEC destaca ainda que as despesas com funcionários representaram 58,8 por cento em termos de proporção de despesas destas empresas, enquanto os custos de exploração representaram 28,3 por cento, sendo estas as proporções mais elevadas do bolo de todas as despesas de condomínio. No tocante à segurança de edifícios, 2023 registou 60 empresas, menos uma do que em 2022, com 11.184 trabalhadores, menos 2,1 por cento. Na área da prestação de serviços de limpeza registaram-se 353 empresas, mais 29 em termos anuais.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeMelco Crown | Lawrence Ho recua no investimento no Japão Numa entrevista à revista Macau Business, Lawrence Ho, CEO da Melco Crown, admite que recuou, para já, de investir no mercado de jogo no Japão, dado o tempo que gastou no processo, sem frutos concretos. Em relação ao City of Dreams Mediterranean, no Chipre, a confiança é grande, apesar dos conflitos no Médio Oriente Lawrence Ho, CEO da Melco Crown, parece ter desistido da ideia de investir no Japão. Em entrevista à revista Macau Business, o empresário, que detém uma das concessões de jogo em Macau, declarou que o longo processo para entrar no mercado de jogo nipónico ainda não deu frutos. “Estivemos envolvidos no processo [de jogo] no Japão nos últimos dez anos, e investimos muitos recursos nisso. Pessoalmente gastei bastante tempo no Japão, e não penso que o país esteja já no nosso horizonte imediato. Tendo estado envolvido em todo o processo, seria mais cauteloso sobre uma aposta demasiado rápida.” Em relação ao resort integrado da Melco na Europa, o City of Dreams (COD) Mediterranean, aberto em Julho do ano passado, em Limassol, no Chipre, as expectativas mantém-se elevadas, apesar dos conflitos próximos no Médio Oriente e entre a Rússia e Ucrânia. “Há muito que acreditamos no Chipre. Ganhámos um concurso competitivo para a obtenção da licença. Temos uma licença de 30 anos para estarmos no Chipre, 15 deles em regime de monopólio. Ganhámos isso em 2016, mas se me dissesse que os nossos principais mercados internos estariam em guerra, teria sido uma espécie de adivinho. Não tivemos sorte”, declarou. Explicando que o Chipre tem a vantagem da legislação europeia, por fazer parte da União Europeia, Lawrence Ho espera “uma resolução em breve” para os conflitos na região. “Há muitos casinos na Europa, mas não existem resorts integrados. Penso que aquilo que temos para oferecer no COD do Mediterrâneo é mais do que uma experiência de casino, é um resort plenamente integrado com restaurantes, vida nocturna e retalho. Temos sorte de poder estar no Chipre, que é o lugar mais soalheiro da Terra. Há muito para acontecer no COD Mediterranean, e investimos muito aqui a longo prazo”, adiantou. Lawrence Ho referiu, porém, que não considera “a Europa, como mercado de jogo, como uma região de crescimento rápido”, mas está “muito satisfeito com o investimento no Chipre”. Expectativas para Macau Relativamente a Macau, Lawrence Ho desabafou sobre os difíceis tempos da pandemia, em que a empresa teve de recorrer a empréstimos bancários para se manter à tona, aumentando a sua dívida. Na entrevista, o empresário disse mesmo que foi preciso “cortar até ao osso”, pois estava a construir no Chipre e também a Fase 2 do Studio City. “A covid foi mais difícil do que a crise financeira global de 2008-2009”, apontou. “Todas essas dívidas serviram apenas para nos mantermos a funcionar, manter as pessoas empregadas em Macau e continuar a construir a Fase 2 do Studio City. Como estávamos a construir no Chipre também, foram tempos difíceis.” Sobre Macau, Lawrence Ho disse estar “muito optimista em relação ao quarto trimestre”, admitindo que houve um “recomeço lento” da empresa no período pós-covid. “Fizemos algumas mudanças na estrutura organizacional e também ao nível da gestão. Tivemos de fazer coisas muito difíceis no período covid, mas agora estamos de regresso e plenamente de forma competitiva, trazendo pessoas da área da gestão que tínhamos afastado no período covid. Vamos ter a recompensa de tudo isto neste quarto trimestre. Em 2025 vamos continuar a crescer de forma estável, mas o que seria incrível é se a economia chinesa crescesse ainda mais.” Afirmando ter “muita sorte” por poder operar em Macau desde a liberalização, tendo em conta que é “o maior mercado com maior crescimento dos últimos 50 anos”, o empresário diz não ter medo da competição asiática. “Vai sempre haver competição na Ásia. Singapura certamente que constitui uma competição em relação a Macau, mas no futuro, assim que o Japão abrir [para o mercado do jogo], vai ser também um forte competidor. Já existe debate em torno da Tailândia e jurisdições mais pequenas como o Cambodja, Vietname e Filipinas. Mas a grande vantagem de Macau é ter 1.4 mil milhões de chineses do outro lado da fronteira. Não penso que as regulações sejam excessivas.”
Hoje Macau SociedadeExposições | Registada grande recuperação do sector Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que o sector das exposições e convenções tem vindo a recuperar gradualmente desde os tempos da pandemia. “O número de convenções e exposições cresceu significativamente, portanto, o excedente bruto do ramo da publicidade e o do ramo da organização de convenções e exposições passaram de défices para superavits em 2023”, sendo que “o ambiente de negócios melhorou notavelmente em comparação com 2022”. No ano passado existiam 107 empresas dedicadas a organizar eventos, apenas mais uma em relação a 2022, contando com menos 9,4 por cento de funcionários, num total de 385 pessoas. Porém, as receitas aumentaram 41,6 por cento, tendo sido de 553 milhões de patacas, provenientes principalmente dos serviços de organização de convenções, exposições e outros eventos, que correspondem a 87,3 por cento do total. O segmento da organização de eventos representa, assim, uma subida face a 2022, de 44,6 por cento.
Hoje Macau SociedadeMIF | Feira com menos 80 expositores lusófonos Está de regresso, na próxima semana, mais uma edição da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa). Porém, regista-se menos 80 expositores de países de língua portuguesa, que nesta 29.ª edição com 180. Destaque, ainda assim, para a zona dedicada aos mercados destes países Cerca de 180 expositores oriundos de países de língua portuguesa vão participar, entre 16 a 19 deste mês, na 29.ª Feira Internacional de Macau (MIF), indicou o organizador, menos 80 do que em 2023. A edição deste ano da MIF vai contar com a Zona de Exposição Alusiva aos Mercados dos Países de Língua Portuguesa, com mais de 200 ‘stands’, salientou o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), em comunicado. Os mais de 180 expositores daquela zona incluem organismos governamentais, associações comerciais e empresas, indicou o IPIM. Os expositores lusófonos presentes abrangem indústrias como tecnologia, maquinaria e produtos agrícolas, finanças, comércio electrónico transfronteiriço, logística e carga, produtos culturais e criativos, comidas e bebidas, entre outras, referiu na mesma nota. Em 2023, a MIF decorreu em simultâneo com a edição inaugural da Exposição Económica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX), um certame antes designado PLPEX e organizado em paralelo com a Feira Internacional de Macau. Este ano, a C-PLPEX não se realiza e vai regressar em 2025, disse o IPIM ao canal em português da televisão pública de Macau, TDM, em Setembro, sem adiantar pormenores. Mais um pavilhão A Zona de Exposição Alusiva aos Mercados dos Países de Língua Portuguesa na MIF deste ano inclui um pavilhão com informações dos mercados lusófonos, uma área sobre o papel de Macau como plataforma de serviços financeiros e comerciais sino-lusófona e uma zona de degustação. Durante os quatro dias da MIF serão organizadas mais de 10 sessões de actividades de promoção económica e comercial “para explorar oportunidades de negócio entre a China” e o bloco lusófono. O objectivo é encorajar os comerciantes participantes a experimentar “os produtos e os serviços dos países de língua portuguesa”, assinalou. O programa inclui uma sessão de bolsas de contacto dos produtos e serviços dos mercados lusófonos, no primeiro dia da MIF, assim como actividades para promover o comércio e investimento com as províncias chinesas de Jiangsu (leste) e Fujian (sudeste) e com Angola. Durante a MIF vão ainda ser anunciados os vencedores de prémios para vinhos e bebidas espirituosas e para café dos países de língua portuguesa, nos quais participam mais de 20 fornecedores ou agentes, com mais de 40 produtos, referiu o IPIM.