DSEC | Dados apontam para diminuição do desemprego

A taxa de desemprego em Macau diminuiu no período entre Março e Maio, quando comparado com o período entre Fevereiro e Abril, de acordo com dados publicados na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

“Entre Março e Maio de 2022 a taxa de desemprego foi de 3,4 por cento e a taxa de desemprego dos residentes situou-se em 4,4 por cento, ambas decresceram 0,1 pontos percentuais, face às do período passado (Fevereiro a Abril de 2022)” pode ler-se em comunicado.

Também é deixada a indicação que a redução da taxa foi motivada por uma redução da população à procura de emprego, mais do que pela criação de postos de trabalho. “A população empregada fixou-se em 364.800 pessoas e o número de residentes empregados atingiu 275.900 pessoas, menos 5.600 e 2.900, respectivamente, em comparação com o período precedente”, foi justificado.

Os números mostram uma realidade diferente quando comparados com o ano passado. “Em comparação com o período de Março a Maio de 2021, a taxa de desemprego cresceu 0,4 pontos percentuais no período em análise, enquanto que as taxas de subemprego e de actividade desceram 0,8 e 0,6 pontos percentuais”.

Em sentido contrário, cada vez mais pessoas estão em layoff e a trabalhar, e receber, menos do que desejavam. “A taxa de subemprego correspondeu a 3,4 por cento, tendo aumentado 0,4 pontos percentuais”, é reconhecido.

A população subempregada fixou-se em 12.700 pessoas, mais 1.100, em relação ao período anterior. A DSEC indica que a maior parte da população subempregada pertence ao ramo de actividade económica das lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogos e ao ramo da construção.

27 Jun 2022

Obras Públicas | Li Canfeng e Jaime Carion acusados de associação secreta

O caso em que os ex-directores das Obras Públicas são acusados do crime de associação secreta envolve 21 arguidos. Além dos empresários William Kuan e Sio Tak Hong, também Ng Lap Seng consta na lista de arguidos. Este último tem no cadastro uma condenação por corrupção nos Estados Unidos

 

Os ex-directores dos Serviços de Obras Públicas, Jaime Carion e Li Canfeng, são acusados pelo Ministério Público (MP) de crimes de associação secreta. Os contornos da acusação de mais um caso com as Obras Públicas na RAEM foram revelados na sexta-feira, pela Rádio Macau, e implicam 21 arguidos.

Jaime Carion é acusado de um crime de associação secreta, em concurso com o crime de associação criminosa, cinco crimes de corrupção passiva para acto ilícito e seis crimes de branqueamento de capitais. O antigo director das Obras Públicas não está em Macau há vários anos, o seu paradeiro é desconhecido, apesar das suspeitas de que esteja algures em Portugal ou no Brasil, pelo que as hipóteses de passar tempo na prisão são praticamente nulas.

No que diz respeito a Li Canfeng, sucessor de Carion nas Obras Públicas, é acusado de um crime de associação secreta, em concurso com o crime de associação criminosa, 11 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 10 crimes de branqueamento de capitais, um crime de falsificação de documentos e quatro crimes de inexactidão de elementos. O ex-director está preso preventivamente no Estabelecimento Prisional de Coloane desde Dezembro de 2021, depois de ter sido detido no Interior.

Segundo a informação avançada da Rádio Macau, também Ng Lap Seng consta no processo. O empresário esteve preso nos Estado Unidos até 2021, por ter corrompido altos membros da Organização das Nações Unidas, num caso altamente mediático.

Em Março do ano passado, devido à situação pandémica, Ng foi autorizado a deixar os EUA e a viajar para o território para cumprir pena de prisão até Dezembro de 2021. Chegado ao território, o empresário arrisca nova pena de prisão. Ng Lap Seng é acusado de um crime de associação secreta, em concurso com o crime de associação criminosa e quatro crimes de branqueamento de capitais, e está a aguardar o julgamento em liberdade, embora impedido de sair de Macau.

Talentos locais

Por sua vez, Sio Tak Hong é acusado de um crime de associação secreta, em concurso com o crime de associação criminosa, dois crimes de corrupção activa, cinco crimes de branqueamento de capitais e quatro crimes de falsificação de documentos.

O empresário William Kuan Vai Lam, que quando estava em liberdade foi responsável pela venda de terrenos mais cara de sempre em Macau, é acusado de um crime de associação secreta, em concurso com o crime de associação criminosa, três crimes de corrupção activa e três crimes de branqueamento de capitais.
Sio Tak Hong e William Kuan foram detidos em Macau em Dezembro de 2021, na mesma altura que Li Canfeng.

Ainda no processo consta o nome do empresário Miguel Wu, ex-sócio de Pedro Chiang, que já havia sido condenado no âmbito do processo com o ex-secretário Ao Man Long. Wu é acusado de um crime de associação secreta, em concurso com o crime de associação criminosa, dois crimes de corrupção activa e dois crimes de branqueamento de capitais.

27 Jun 2022

EPM | Exames nacionais voltam a realizar-se a partir de hoje 

Após cancelar a realização dos exames nacionais de acesso ao ensino superior em Portugal, a direcção da Escola Portuguesa de Macau voltou atrás, com a autorização da DSEDJ, criando um regime excepcional para os finalistas que terminam o ensino secundário este ano. Os exames podem voltar a realizar-se a partir de hoje

 

A direcção da Escola Portuguesa de Macau (EPM) decidiu voltar atrás na decisão de suspender a realização dos exames nacionais de acesso ao ensino superior em Portugal no contexto do surto pandémico. O HM teve acesso ao comunicado emitido que dá conta que os exames, suspensos desde quinta-feira, podem voltar a ser realizados a partir de hoje.

A autorização para o regime excepcional para estes alunos, numa altura em que as escolas tiveram de cancelar todas as provas, partiu da própria Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ).

Para a realização dos exames é necessário apresentar um teste de ácido nucleico negativo realizado um dia antes da prova, sendo necessário chegar à EPM 45 minutos antes do exame para a realização de um auto-teste, fornecido pela escola. Os alunos devem usar máscara e apresentar o código de saúde de cor verde. Além disso, só poderão estar entre três a quatro alunos por sala.

Recorde-se que um grupo de pais apresentou uma carta aberta para que a direcção da EPM intercedesse junto da DSEDJ, e não apenas do Ministério da Educação em Portugal, a fim de assegurar que o grupo de alunos, que não vai além dos 20 estudantes, pudesse realizar os exames, tendo em conta que muitos já têm viagens marcadas com os pais para Portugal. Além disso, mesmo que os exames da primeira fase contassem como segunda fase, sem perda de contingente, o adiamento das datas iria fazer com que muitos estudantes não pudessem fazer melhoria de nota.

Final feliz

Os exames na EPM decorriam com normalidade até quinta-feira, mediante apresentação de teste rápido negativo, até que um despacho da DSEDJ travou o processo. À Lusa, Manuel Machado declarou que a decisão de realizar os exames deixou muitos pais mais descansados.

“Os pais legitimamente ficaram muito apreensivos, fizeram chegar essa apreensão aos serviços de Educação e foi possível, depois, junto das autoridades que mostraram a maior abertura, resolver o problema.”

“A alteração é boa para todos, para a comunidade em geral, mas especialmente para aqueles alunos e para aqueles encarregados de educação directamente envolvidos”, notou à Lusa o presidente da Associação de Pais da EPM, realçando que a não realização das provas nacionais “podia causar graves problemas no acesso ao ensino superior”.

Depois de comunicar com a direcção da escola, que deu conta da suspensão dos exames – contou Filipe Regêncio Figueiredo – a associação enviou um email à Direção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) pedindo que, através de um regime excepcional, fosse possível a realização das provas.

Apesar de a situação estar resolvida, na quinta-feira, cerca de uma dezena de alunos falharam a prova nacional de Economia. Esta é uma disciplina do 11.º ano, mas que “é necessária para o prosseguimento dos estudos em certos cursos” do ensino superior, explicou o presidente da direcção da EPM, referindo que os alunos poderão realizar o exame na segunda fase que, depois de contactadas as autoridades portuguesas, “vai valer como a primeira”. Com Lusa

27 Jun 2022

IAS | Lares de idosos em circuito fechado. Paul Pun aplaude medida

O Instituto de Acção Social (IAS) anunciou que todos os 24 lares de Macau já se encontram a funcionar em regime de gestão preventiva em “circuito fechado”. Quer isso dizer que, à excepção de alguns elementos específicos, todas as pessoas dos lares de idosos, incluindo os próprios idosos, utentes e funcionários, “não poderão sair dessas instalações e serão submetidas a testes regulares”.

Além disso, para prevenir a transmissão de novos casos de covid-19 e salvaguardar a saúde dos idosos e funcionários, as visitas estão suspensas e a entrega de bens de subsistência apenas pode ter lugar “sem qualquer tipo de contacto físico”.

Em comunicado, o IAS sublinha que, até ao momento, não foi identificado nenhum caso de covid-19 nos lares do território e justifica a medida com a “tendência de desenvolvimento da situação pandémica em Macau” e a “experiência de regiões vizinhas e outras localidades no combate à pandemia”.

“A implementação de gestão preventiva em ‘circuito fechado’ na fase inicial do surto é uma solução eficaz para se proteger da infecção do vírus nos lares e reduzir o seu impacto em todos os elementos”, é vincado.

Reagindo ao anúncio, o secretário-geral da Caritas Macau, Paul Pun, considerou a implementação do regime em circuito fechado “uma decisão difícil, mas “fundamental” para evitar a propagação do vírus nos lares de Macau e, consequentemente, eventuais casos mortais. Através de uma publicação no Facebook, Paul Pun agradeceu ainda publicamente a todos os elementos da Caritas Macau que se disponibilizaram para assegurar a implementação da medida do Governo.

27 Jun 2022

Covid-19 | Governo admite terceira ronda de testes à população

O Governo admitiu esta sexta-feira a possibilidade de uma terceira ronda de testes à população, na sequência do surto de covid-19 que antecipou o final do ano letivo e suspendeu total ou parcialmente serviços e comércios.

“É com grande probabilidade que vamos fazer uma nova ronda de testes para atingir a política de zero casos”, disse o diretor dos Serviços de Saúde de Macau, Alvis Lo, durante a conferência de imprensa diária sobre a situação da covid-19 no território.

Macau decretou no domingo o estado de prevenção imediata, na sequência do pior surto desde o início da pandemia, no qual foram detetados 170 casos.

Na quinta-feira, teve início um teste geral à população, que decorre até à meia noite de hoje, depois de no início da semana cerca de 677 mil pessoas se terem deslocado aos 53 postos disponíveis para uma primeira testagem.

Nesta segunda avaliação, disse Lo, “foram recolhidas até às 15:00 567.462 amostras, ou seja 84% do público-alvo”.

Entretanto, na quarta-feira foi pedido também aos residentes de Macau que realizassem um teste antigénio em casa. À população foram entregues até à data cinco ‘kits’ de testes rápidos.

Na sequência do novo surto, as autoridades locais anteciparam o encerramento do ano escolar, além de declararem a suspensão da atividade de todos os espaços de diversão e dos restaurantes, permitindo apenas o serviço de ‘takeaway’.

Em Macau estão suspensos também os serviços públicos, a atividade dos museus e dos equipamentos sociais que prestam serviços diurnos (creches, centros de cuidados especiais e centros comunitários) e as visitas a lares de idosos.

Macau definiu áreas de confinamento, tendo delimitados neste momento nove edifícios da cidade de onde não é permitida a saída dos residentes. A par destas zonas vermelhas, foram criadas zonas amarelas em prédios adjacentes, com medidas de controlo menos restritivas.

24 Jun 2022

Caso Alvin Chau | RAEM perdeu 8,2 mil milhões em impostos, diz acusação 

As alegadas acções criminosas de Alvin Chau e do grupo que liderava terão levado a uma perda, para a RAEM, de 8,2 mil milhões de dólares de Hong Kong em impostos sobre o jogo. Segundo a acusação do Ministério Público, a que a Macau News Agency (MNA) teve acesso, em causa está uma rede de jogo ilegal e de lavagem de dinheiro, ligada ao grupo Suncity, que operava nas salas de jogo VIP do território e que mantinha ligações com o mundo do jogo do Vietname, Cambodja e Filipinas.

Além de Alvin Chau, CEO do grupo, a rede continha nomes ligados à gestão da empresa, como é o caso de Lou Seak Fong, Si Tou Chi Hou, Ellute Cheung Yat Ping, Ali Celestino, Chau Chun Hee, Cheong Chi Kin, Philip Wong Pak Ling, Leong Su Weng, Ho Cheng I, Vincent Loi e Cheung Ling Ling.

As apostas ilegais terão gerado um total de 823.7 mil milhões de dólares de Hong Kong, num período entre 2013 e Março de 2021. Terão sido transferidos cerca de 3.6 mil milhões de dólares de Hong Kong em apostas ilícitas feitas por telefone e online.

O dinheiro estará associado a acções de lavagem de dinheiro de empresas e bancos clandestinos a operar na China e terá ficado misturado com os ganhos do grupo Suncity. As acções ilegais do grupo Suncity envolvem as salas VIP das seis concessionárias de jogo. A acusação aponta ainda que as marcas “Suncity Group” e “Suncity VIP Rooms” eram usadas pelo grupo como forma de esconder as apostas e ganhos ilícitos do grupo.

24 Jun 2022

EPM | Exames nacionais cancelados. Pais pedem regime especial 

A Escola Portuguesa de Macau (EPM) cancelou ontem à tarde a realização dos exames nacionais para o acesso ao ensino superior em Portugal após ser divulgado um despacho da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) sobre a suspensão dos exames em todas as escolas. Em causa, está também a suspensão das provas de aferição do terceiro ciclo. Recorde-se que os exames vinham sendo realizados esta semana dentro da normalidade, bastando a apresentação de testes rápidos com resultado negativo.

A informação foi confirmada ao HM por Filipe Regêncio Figueiredo, presidente da Associação de Pais da EPM. “Sei que os exames estavam a ser feitos e decorreram até ontem [quarta-feira] com alguma normalidade. Hoje [ontem], com esta confusão toda, os directores de turma começaram a enviar mensagens aos pais, a seguir à hora de almoço, com a informação de que os exames seriam cancelados.”

O presidente da associação de pais já contactou com Manuel Machado, presidente da direcção da EPM, com quem não foi possível estabelecer contacto até ao fecho desta edição, que terá assegurado que nenhum aluno irá ficar prejudicado.

O Ministério da Educação português autorizou a que a segunda fase de exames seja equivalente à primeira, tal como ocorreu em 2020, no pico da pandemia. Para já, a proposta que está em cima da mesa é que os exames se possam realizar entre os dias 27 de Junho e 5 de Julho, nas disciplinas de Física e Química, Filosofia, Matemática e Desenho.

Pais protestam

Os encarregados de educação dos alunos finalistas não estão, contudo, satisfeitos com esta proposta. Cristina Ferreira é uma das signatárias de uma carta enviada à DSEDJ, através da associação de pais, e com o conhecimento do Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong e da direcção da EPM, a exigir um regime especial para que os alunos abrangidos por esta decisão, que não são mais de 20, possam fazer os exames.

“A situação dos alunos do 12.º ano deverá merecer um tratamento especial. Sem prejuízo das medidas de segurança de saúde e de higiene que devem ser asseguradas, a realização dos exames nacionais deve ser mantida por forma a não prejudicar o futuro destes alunos”, lê-se na carta a que o HM teve acesso e que é assinada em conjunto com Rita Rebelo.

Cristina Ferreira explicou ainda que “a direcção da EPM deve negociar com a DSEDJ e não apenas com o Ministério da Educação. Há miúdos que já têm viagens marcadas para Portugal [nas datas propostas para os exames] e nada nos garante que a situação pandémica não vá piorar. Se cancelarem a nova fase de exames, os miúdos ficam impedidos de concorrer [à universidade]. Além disso, ficam sem possibilidade de fazer melhoria de nota”, disse ao HM.

A ideia é que possa ser garantido “um regime excepcional” por estar em causa um pequeno grupo de alunos, que podem fazer os exames em maiores instalações para assegurar as regras de saúde pública e segurança, adiantou Cristina Ferreira. Até ao fecho desta edição, a direcção da EPM não tinha reagido a esta carta.

24 Jun 2022

Surto | Ho Iat Seng desvaloriza origem no Interior e aponta aos EUA e Reino Unido

O Governo afirma que os indícios apontam para que o novo surto tenha origem em produtos importados ou em residentes que vieram do exterior. No entanto, Ho Iat Seng mostra-se confiante na resolução do problema, devido ao apoio de peritos e das cidades e províncias amigas do Interior

 

O Chefe do Executivo desvalorizou a possibilidade de o novo surto local ter origem no Interior. Numa conferência de imprensa agendada para a manhã de ontem, e realizada à tarde, Ho Iat Seng afirmou que a estirpe activa no território é “mais vulgar” nos Estados Unidos e no Reino Unido, do que no Interior.

“Em Macau a estirpe que está activa é a BA5.1. da Ómicron. Não é uma estirpe vulgar na China, mas mais vulgar nos Estados Unidos e no Reino Unido, pelo que é mais difícil detectar a fonte do surto”, declarou Ho Iat Seng, por sua iniciativa, sem que ainda tivesse sido questionado pelos jornalistas. “Não estamos de braços cruzados, estamos a tentar o mais rapidamente possível detectar a origem do surto. Equacionamos todos os indícios. Será que veio da cadeia do frio? Temos de ver… Mas, sabemos que não é muito provável que tenha vindo do Interior, porque não é uma estirpe comum”, frisou.

O surto foi identificado em Macau a 18 de Junho, poucos dias depois de as autoridades permitirem a entrada de pessoas vindas do Interior com um teste de ácido nucleico com a validade de sete dias. Antes de 15 de Junho era exigido que quem circulasse entre Macau e o Interior apresentasse um teste com a validade de 48 horas. Ainda assim, Ho Iat Seng acredita que os indícios mais fortes apontam para que o vírus tenha vindo do exterior.

“Não podemos deixar de investigar todas as hipóteses, todos os indícios que conduziram a este surto que estamos a enfrentar. Temos as cadeias de frio e entra carne congelada em Macau”, referiu. “Também temos muitos produtos a entrar e não podemos testar todas as embalagens importadas. Os testes são feitos com amostras, por isso, não podemos confirmar, nem afastar, que o surto tenha começado através de um produto importado”, destacou.

Ho Iat Seng afirmou ainda que o surto pode ter origem nos residentes que foram ao exterior, que vieram da Europa e que trouxeram o vírus consigo, em bagagens mal desinfectadas, apesar de terem cumprido quarentenas de 14 ou 10 dias.

Obrigado Interior

A conferência de imprensa serviu também para Ho Iat Seng agradecer ao Interior, explicar que o controlo do surto tem sido “apoiado pelos peritos” e que o abastecimento de alimentos à cidade vai ser garantido pelas “províncias e cidades amigas” do outro lado da fronteira.

“A população pode ficar descansada com a evolução do surto porque temos uma equipa montada, com muita experiência, que tem lidado com a covid-19 desde o primeiro dia até agora”, atirou. “E quero salientar que esta equipa não é composta apenas por pessoas de Macau, também temos os peritos das autoridades nacionais. Por isso, se conseguirmos adoptar as medidas de controlo, creio que este surto não vai durar muito tempo”, vincou.

Entre os peritos do Interior, Ho Iat Seng destacou o epidemiologista Zhong Nanshan, que disse poder fazer uma previsão muito precisa sobre o fim deste surto, assim que for reunida mais informação sobre os infectados, nos próximos dias. Ainda segundo as indicações de Zhong, Ho apontou que as quarentenas para as áreas vermelhas e amarelas podem ser apenas de sete ou 10 dias, se não existirem mais casos confirmados nos edifícios bloqueados.

Apelo à calma

Apesar de ontem ter decretado o encerramento de todos os espaços de diversão em Macau, à excepção dos casinos (o que foi explicado pela importância económica), e de ter sido declarado o encerramento dos restaurantes, que apenas estão autorizados a vender comida para fora, Ho Iat Seng apelou à calma. O pedido foi justificado com o baixo risco de mortalidade.

“Peço-vos que fiquem descansados. Entre os 110 infectados, apenas 24 apresentam sintomas e 47 estão assintomáticos. E houve 38 recém-descobertos, pelo que não se trata de uma doença grave em que as pessoas precisem de oxigénio, de serem ligadas ao ventilador ou de serem internadas nos cuidados intensivos”, argumentou o Chefe do Executivo. “A doença não se trata de uma questão fatal”, acrescentou.

Sem grandes riscos para a saúde física, Ho Iat Seng admitiu estar preocupado com o componente mental dos residentes. Porém, não apresentou qualquer solução: “Nos últimos tempos estou muito preocupado com a saúde mental, não só por causa da economia, mas porque a população está sempre em Macau, fechada, e não consegue ir para fora”, reconheceu. “Nestas condições há sempre stress, depressões, mas também sabemos que se não vencermos este surto, a população não vai poder entrar em nenhum lugar do mundo”, declarou.

Ligações determinantes

Ho confessou também que a política de zero casos não vai ser modificada, porque Macau está totalmente dependente do mercado do Interior. O Chefe do Executivo deu igualmente a entender que se a RAEM abandonar a política de zero casos, as portas com o Interior fecham-se. “Se não mantivermos a política de zero casos, não sei se vamos ter as fronteiras abertas”, disse Ho, após ser questionado sobre se acredita que a política tem o apoio da população. “Aliás, se fosse tudo tão simples, não precisava de ter esta conferência para vos explicar o que estamos a fazer”, desabafou.

Contudo, o líder do Governo foi mais longe, e reconheceu que é uma escolha por razões económicas. “Se não tivermos a política de zero casos, não vamos ter as fronteiras abertas, não vamos ter os nossos turistas, não vamos ter a nossa economia”, argumentou. “E se abandonarmos o mercado chinês, qual é o mercado que podemos assegurar para que a economia se mantenha? Sem o mercado chinês não sei como vai ser o nosso futuro”, frisou.

Jantares no Grande Lisboa Palace

Segundo Wong Sio Chak, secretário para a Segurança, houve dois jantares no dia 18 de Junho no Hotel Grande Palace Lisboa, um dos quais contou com a participação de membros do Governo. Desde o início do surto que um dos jantares de casamento está envolto em polémica por haver suspeitas de ter tido mais de 400 participantes, as informações serem escassas, contar com a participação de membros do Governo e ter quatro casos de infectados.

Contudo, ontem, Wong revelou que afinal houve dois jantares, e que os membros do Executivo só participaram no segundo jantar, que não tem casos. Apesar disso, o Grande Lisboa Palace foi classificado como zona vermelha.

24 Jun 2022

Casinos | Autoridades voltam a afastar encerramento

Apesar de terem sido detectados casos positivos de covid-19 no seio dos trabalhadores dos casinos, afasta-se, para já, o encerramento dos espaços de jogo.

A confirmação chegou hoje através de uma nota de imprensa, uma vez que “após a realização de uma investigação epidemiológica, não se relacionou os itinerários dos trabalhadores em causa com os casinos onde trabalham”.

Além disso, “de entre os referidos trabalhadores, dois encontram-se a gozar férias, pelo que se conclui que não há necessidade de proceder ao encerramento de tais casinos”.

23 Jun 2022

Maior aplicação para encomenda de ‘takeaway’ regista aumento de 20%

A empresa de entrega de comida mFood, de Macau, registou um aumento médio de encomendas diárias entre 15% e 20% desde domingo, devido ao surto de covid-19 no território, disse à Lusa uma responsável.

No domingo, o Governo decretou o estado de prevenção imediata, depois de ter detetado 12 casos de covid-19, tendo pedido aos residentes para ficarem em casa e aos estabelecimentos comerciais para fecharem portas, à exceção de supermercados, mercados e restaurantes.

A estes últimos pediu que servissem apenas refeições para fora (‘takeaway’), como forma de evitar contágios. Desde domingo, “a média de encomendas diárias de ‘takeaway’ aumentou cerca de 15-20%”, sublinhou a diretora de operações da aplicação mFood, Bonnie Cheng.

Lançada em outubro de 2020, a aplicação mFood, ligada ao grupo Macau Pass, atingiu já uma quota de mercado superior a 50%, acrescentou a responsável, que se escusou a adiantar o volume de negócios no ano passado. Bonnie Cheng indicou que a aplicação “em breve irá expandir-se para diferentes segmentos de negócio para aumentar ainda mais a quota de mercado”. De acordo com o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), o território conta com 2.910 estabelecimentos de ‘takeaway’.

23 Jun 2022

Mais de 200 trabalhadores não-residentes protestam contra pagamento de quarentena

Mais de 200 trabalhadores chineses não-residentes manifestaram-se hoje à noite perto do Gabinete de Ligação, em Macau, contra o pagamento da quarentena no regresso a casa, apontou um comunicado da Direção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL).

“A DSAL está preocupada e enviou pessoal para o local, após tomar conhecimento do incidente. Entende-se que os trabalhadores exigem ao empregador o pagamento dos custos de quarentena na China continental”, lê-se na nota.

“De acordo com a lei da contratação de trabalhadores não-residentes, o acerto dos custos da quarentena não é uma obrigação dos empregadores”, acrescenta.

Macau decretou no domingo o estado de prevenção imediata, na sequência de um novo surto que já detetou 71 novos casos. Em resposta, a cidade vizinha Zhuhai impôs novas restrições a quem chega da região administrativa especial, nomeadamente a realização de uma quarentena de sete dias num hotel designado pelas autoridades.

“A DSAL pede aos trabalhadores que expressem as suas exigências racionalmente”, escreveu ainda o departamento laboral. “Devido à situação epidémica atual, as pessoas devem evitar reuniões para prevenir a transmissão do vírus”, completou.

23 Jun 2022

Estudo | Mangais diminuíram para um terço nos últimos 30 anos

Florestas de mangues que depuram água de Macau caem para um terço em três décadas. No que diz respeito à poluição marítima, Macau está entre territórios do mundo com maior índice de contaminação de plástico no oceano

 

A extensão de florestas de mangues em Macau, que têm a capacidade de depurar as águas do território, foram reduzidas para um terço nas últimas três décadas, disse à Lusa uma investigadora universitária.

“Havia 60 hectares nos anos 90 e agora são cerca de 19, mais centradas em partes da Taipa, Cotai e Coloane. Foram-se destruindo pela pressão da urbanização, mas há agora um esforço muito grande das autoridades para reflorestar estas zonas com a colaboração da Universidade de São José”, explicou a engenheira do ambiente Cristina Calheiros, docente da instituição.

“A floresta de mangues é como uma estação de tratamento de águas natural, são ecossistemas habituados à salinidade e ajudam a depurar a água, a remover poluentes, metais pesados, servindo de apoio à descontaminação das águas”, contextualizou a académica, doutorada em biotecnologia.

Cristina Calheiros frisou que os mangais são um contributo ambiental importante com benefícios que passam pela fitorremediação, por se tratarem de sequestradores de carbono e locais de nidificação, mas também a nível económico, porque estas florestas “são maternidades para peixes, caranguejos, bivalves e outros animais marinhos”.

Ou seja, concluiu, “é um exemplo como Macau deve adoptar soluções baseadas na natureza”.
Para além da conservação de zonas húmidas, das florestas de mangues, outras respostas devem ser dadas em Macau, sustentou, onde as autoridades podem liderar pelo exemplo.

Soluções que passam também por acções até nos edifícios, como a criação de jardins verticais e coberturas ou telhados verdes, porque, salientou aquela que é também vice-presidente da Associação Nacional de Coberturas Verdes, “o que se fizer ao nível do edificado e em terra tem impacto directo no mar”, dando o exemplo a gestão e políticas relativas ao plástico, um dos grandes poluentes dos oceanos.

O que vem de cima

Macau, um dos territórios com maior densidade populacional a nível mundial, tem sido confrontado com “o tipo de pressões que se vê um pouco por todo o mundo”, de “crescente urbanização, impermeabilização da superfície, degradação das zonas costeiras, da qualidade do ar e da água, e de carência de espaços verdes”.

Com o problema acrescido das alterações climáticas, as condições mais extremas e mais eventos de súbita precipitação, as escorrências urbanas que vão para o mar afectam a qualidade da água, sendo necessário investimento ao nível do saneamento e da drenagem, num território que tem igualmente de contar com o factor potenciador de poluição a partir de regiões vizinhas.

A Universidade de São José tem também promovido acções de sensibilização/educação ambiental, para dar resposta à necessidade de envolver todos na mesma missão, em sintonia com a convicção de que é preciso ter “uma visão holística do problema”, insistiu. Afinal, concluiu, “é preciso apostar na literacia ambiental”. E “dar o exemplo”, acrescentou.

Mar de plástico

O director do Instituto de Ciência e Ambiente da Universidade de São José disse à Lusa que o território regista a nível mundial um dos maiores índices de contaminação de plástico no oceano e que este é um dos grandes desafios ambientais na região. David Gonçalves deu como exemplo o Rio das Pérolas, no sul da China, que está entre os dez que mais contribui ao nível da contaminação oceânica com plásticos, microplásticos e nanoplásticos.

Macau, a oeste da foz do rio, que atravessa várias províncias chinesas, tem dados de “um estudo feito há já algum tempo que revela que os índices de contaminação nas praias e zonas costeiras, que afecta plantas e animais, são dos mais elevados do mundo”, explicou David Gonçalves.

“Por um litro de areia, de sedimento, foram encontradas mais de duas mil partículas de microplástico, (…) o que se situa no extremo elevado do que é reportado na literatura, quando nos casos mais baixos se aponta para poucas dezenas ou menos até”, exemplificou o biólogo, especializado na área do comportamento animal e ciências ambientais.

Agora, avançou, está a ser conduzido um estudo que envolve a instituição de Macau e a Universidade do Algarve, em parceria com o Instituto de Oceanologia da Academia Chinesa de Ciência dedicado à quantificação da poluição de nanoplásticos na água em sedimentos e organismos, que irá permitir fazer uma análise comparativa.

“E Macau é um bom caso de estudo, neste caso mau, ao nível da contaminação de plástico em geral”, sendo que a investigação vai ser desafiante ao nível da técnica, baseada em análises físico-químicas que permitam a quantificação dos nanoplásticos, diferente daquela que permite obter os índices de contaminação dos microplásticos.

Para além disso, explicou, “a investigação vai procurar perceber o impacto destas nanopartículas nas células, nos organismos, e de que forma podem causar interferência na fisiologia e comportamento normal dos animais”.

Solução de aquacultura

Também devido à sua localização geográfica, em Macau não faltam desafios ambientais: a resposta a uma gestão ineficiente dos resíduos sólidos é um deles. E qualquer acção nesta área deve passar por reduzir a proporção de resíduos sólidos e em melhorar a qualidade de gestão dos mesmos, sustentou o académico.

Outro dos elementos de pressão para Macau, com impacto directo no mar, tem a ver com as alterações climáticas, frisou, associando as emissões de carbono na atmosfera, absorvido em parte pelo mar, cuja temperatura aumenta, enquanto, em sentido contrário, o oxigénio diminui, com impacto nas espécies marinhas.

Um factor a ter em conta, sobretudo quando é associado à sobre-exploração de recursos, como a pesca, especialmente numa zona como aquela em que a região de Macau está inserida, “onde há fraca regulamentação”, salientou.

Um sinal de esperança está no facto de se ter assistido recentemente à “transição das quantidades de captura no mar para a aquacultura “, até porque “a China é o produtor ‘número um’ de aquacultura”, lembrou, para concluir: “é um caminho que a meu ver tem de ser feito para aliviar a pressão”. Uma pressão que é visível na degradação dos ecossistemas costeiros. E que se traduz na degradação das florestas de mangais, ainda que se assista a uma recuperação nos últimos anos, mas ainda longe da cobertura anterior, notou.

Também aqui, a integração na Grande Baía pode ser benéfica para o território, “desde que os planos de integração ambientais passem do papel à prática”, ressalvou.

“Ao nível de Macau acho que temos feito relativamente pouco no sector energético e nos transportes, com a energia a ser praticamente toda importada – e de fontes maioritariamente de origem fóssil -, com Macau a registar um desempenho fraco, considerando até os objectivos da própria China de descarbonização”. Ou seja, Macau tem de fazer mais para se alinhar com esses objectivos”, concluiu.

23 Jun 2022

Operadoras e associações saúdam aprovação da nova lei do jogo

As concessionárias e uma subconcessionária de casinos em Macau consideraram a revisão da lei do jogo, aprovada na terça-feira, essencial para o desenvolvimento do território. A concessionária Sociedade de Jogos de Macau Resorts (SJM), fundada por Stanley Ho, afirmou confiar na “contínua futura presença em Macau” e estar a preparar a proposta para o novo concurso, uma vez que as actuais licenças de jogo terminam em 31 de Dezembro e o Governo quer avançar com um concurso público para atribuir novas concessões, de acordo com um comunicado.

Também a concessionária Galaxy Entertainment Group (GEG) indicou, numa nota, que, “encorajada pela aprovação da proposta”, vai apoiar o Governo de Macau e o desenvolvimento sustentável da indústria do jogo, ao mesmo tempo que se prepara para “o concurso de atribuição de novas concessões”.

A Melco Resorts, subconcessionária liderada por Lawrence Ho, filho de Stanley Ho, salientou, em comunicado, a importância o novo diploma que “promove a sustentabilidade e desenvolvimento saudável da indústria do jogo em Macau para benefício da comunidade” local.

Na terça-feira, a concessionária Wynn e as subconcessionárias Sands China e MGM China tinham destacado o processo legislativo eficiente e bem-sucedido, ferramenta necessária para “o desenvolvimento saudável e sustentável” da indústria do jogo no território, de acordo com comunicados das três empresas enviados à Lusa.

O jogo representa cerca de 80 por cento das receitas do Governo e 55,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) de Macau, numa indústria que dá trabalho a mais de 80 mil pessoas, ou seja, a 17,23 por cento da população empregada.

Associações também aplaudem

A aprovação da nova lei do jogo é vista com bons olhos por várias associações de Macau, que acreditam que o sector pode agora seguir o rumo certo em termos de desenvolvimento e exploração de mercado. No entanto, o futuro das salas VIP e a protecção do emprego dos funcionários dos casinos são temas que suscitam preocupação.

Para o presidente da União Geral das Associações dos Moradores, Chan Ka Leong, a nova lei encoraja as operadoras a apostar no mercado de massas e a explorar novos clientes em mercados estrangeiros. Também o director do Centro Pedagógico e Científico nas Áreas do Jogo e do Turismo, Wang Chang bin, considerou que a alteração irá trazer um “desenvolvimento estável” ao sector. Contudo, alerta para o impacto “muito negativo” que a nova lei vai trazer às salas VIP.

Por seu turno, Kou Ngon Fong, da Associação Choi In Tong Sam apontou que, apesar de a nova lei prever a defesa dos direitos laborais dos funcionários dos casinos, espera que sejam produzidos regulamentos complementares específicos para garantir o emprego e a ascensão profissional dos trabalhadores locais do sector.

23 Jun 2022

Casinos | Concurso pode arrancar no fim de Julho ou Agosto, diz a JP Morgan

Os analistas da JP Morgan acreditam que o concurso para atribuir novas licenças pode começar no final de Julho ou em Agosto, prevendo-se que os resultados sejam anunciados “no início de Novembro”. A corretora avança ainda que a SJM é a operadora de Macau que mais está a sofrer com as restrições anti-epidémicas e, sem receitas, terá liquidez financeira para sustentar operações até Março de 2023

 

O concurso público para a atribuição das novas licenças de jogo poderá arrancar já no final do próximo mês ou no decorrer de Agosto. A previsão foi avançada na terça-feira pela JP Morgan Securities (Asia Pacific) em comunicado, no seguimento de a nova lei do jogo ter sido aprovada pela Assembleia Legislativa.

Além disso, citados pelo portal GGR Asia, os analistas DS Kim e Livy Lyu baseiam-se no primeiro concurso público de atribuição de licenças de jogo em Macau, para apontar o “início de Novembro” como data para o anúncio dos resultados da nova licitação.

“A nova lei do jogo fornece agora uma base para o Governo [de Macau] preparar o concurso público para as próximas concessões de jogo (2023-2032)”, pode ler-se na nota citada pelo GGR Asia.

“Lembramos que, no caso das concessões atribuídas há 20 anos, o concurso público teve início cerca de 40 dias após a aprovação da lei de jogo [original] e durou cerca de três meses. Com base nestes dados, esperamos que o concurso comece em Agosto, ou no final de Julho, e os resultados finais possam ser anunciados no início de Novembro”, acrescentam os analistas. Os especialistas avançam ainda esperar que “todas as seis concessionárias possam ver as suas licenças renovadas”, com aquilo que consideram ser uma “quantidade razoável” ou” modesta” de condições adicionais de investimento em actividades não relacionadas com o jogo.

Recorde-se que, depois de estendidas além de 26 de Junho, as actuais licenças de jogo terminam a 31 de Dezembro. A nova lei do jogo aprovada na terça-feira, limita o prazo de concessão a dez anos, metade do actualmente vigente, a um total máximo de seis concessionarias de jogo e proíbe as subconcessões. O diploma estabelece ainda uma subida de 1,6 para 2 por cento do actual imposto sobre as receitas do jogo, entregue à Fundação Macau para fins culturais, educacionais, científicos, académicos e filantrópicos, bem como um aumento de 2,4 para 3 por cento do imposto destinado ao Fundo de Segurança Social de Macau e ao desenvolvimento urbano e turístico. O imposto directo sobre as receitas de jogo mantém-se nos 35 por cento.

Sem espaço de manobra

Numa outra nota divulgada no domingo, a JP Morgan volta a alertar para a situação financeira da SJM Holdings, apontando que a empresa que controla a concessionária Sociedade de Jogos de Macau é, entre as operadoras de jogo de Macau, a que mais está a sofrer com a implementação da estratégia “zero covid” no território.

Nesse contexto, no comunicado citado pela edição online do Financial Times, é indicado que, num cenário de ausência total de receitas, a SJM teria apenas a liquidez financeira necessária para continuar as suas operações até Março de 2023, o período mais curto entre as concessionárias.

Segundo os analistas, a SJM terá actualmente uma liquidez financeira de cerca 710 milhões de dólares americanos o que, estimando custos fixos mensais de 80 milhões, permitiria sustentar as operações por mais nove meses.

Por seu turno, a JP Morgan estima que a liquidez financeira da Sands China seja de cerca de 1.6 mil milhões de dólares e que outras operadoras como a Wynn, MGM e Melco tenham liquidez financeira para suportar operações, sem qualquer receita, até meados de 2024.

23 Jun 2022

CPSP | Idoso expulso de autocarro por não mostrar código de saúde

Um homem de 70 anos que se recusou a apresentar o código de saúde ao entrar num autocarro foi forçado a sair do veículo e levado para a esquadra por três agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). De acordo com uma nota oficial, o incidente aconteceu pelas 9h00 de ontem na paragem situada em frente do Edifício Riviera, na Avenida Almirante Sérgio.

Após o homem se ter recusado a apresentar o código de saúde, o motorista decidiu chamar as autoridades. No entanto, “apesar dos repetidos conselhos e avisos dos agentes”, o homem recusou-se a cooperar, tendo sido levado à força para fora do autocarro. Segundo o CPSP, o código de saúde foi mais tarde confirmado ser de cor verde e o homem, que ficou em liberdade, “levou uma forte reprimenda por parte dos agentes”.

Recorde-se que desde segunda-feira, a apresentação do código de saúde de cor verde passou a ser obrigatória para utilizar autocarros, táxis e o Metro Ligeiro.

23 Jun 2022

Aviação | Air Macau com prejuízo de 771 milhões

A Air Macau registou receitas operacionais de 1.203 milhões de patacas em 2021, uma subida de 42 por cento em comparação com o ano anterior, registando-se um prejuízo líquido de 771 milhões de patacas.

De acordo com os resultados da companhia, divulgados ontem em Boletim Oficial (BO), o registo traduz uma redução de 269 milhões de patacas em termos de prejuízos, relativamente a 2020.

“Em 2021, a situação da covid-19 manteve-se inconstante, mas melhorou em comparação com 2020”, pode ler-se no relatório. “Este foi o resultado principal da recuperação do mercado turístico de Macau, do reforço da gestão em eficiência de voo e controlo de custos da Companhia”, é acrescentado.

A Air Macau revela ainda que, em 2021, registou um total de 23.264 horas de “voo seguro”, um aumento de 41 por cento em relação a 2020, “sem sinais de acidente de transporte aéreo nem erros graves”.

A companhia dá também nota de que no ano passado “abraçou activamente a procura doméstica”, tendo sido adicionadas duas novas rotas para Yiwu e Nantong. Além disso, a Air Macau revelou que a idade média de toda a frota “foi reduzida de 6,52 anos no final de 2020 para 5,54 anos no final de 2021”.

23 Jun 2022

Covid-19 | Casos positivos passam a 65. Um total de 41 são assintomáticos

Concluída a testagem em massa à população esta terça-feira, os dados divulgados esta manhã revelam que o número de casos positivos passam de 49 a 65, estando confirmados 24. Um total de 41 casos são assintomáticos.

Os dados divulgados pelo Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus mostram ainda que há 45 mulheres a testar positivo contra 20 homens, sendo que o paciente mais novo tem apenas oito meses e o mais velho tem 89 anos.

As autoridades estão a fazer o acompanhamento de 2.965 pessoas, sendo que 437 são consideradas de contacto próximo com casos positivos, enquanto que 1.655 fizeram o mesmo itinerário. Há ainda 261 pessoas que são contactos próximos por via secundária e 61 contactos gerais. Há 486 pessoas classificadas como acompanhantes.

Recorde-se que as autoridades aconselham a população a realizar hoje um auto-teste, cujos dados devem ser inseridos nesta plataforma: https://eservice.ssm.gov.mo/generalrat. Além disso, quem vive nas zonas da Avenida de Horta e Costa, Rua do Almirante Costa Cabral; Estrada do Repouso e Avenida do Almirante Lacerda terá de fazer novamente um teste de ácido nucleico hoje.

22 Jun 2022

Celebrações do 24 de Junho adiadas

As comemorações do quarto centenário da Batalha de Macau contra a invasão dos holandeses e o Dia de S. João, que deveriam arrancar amanhã, serão adiadas sem que haja uma nova data prevista para a sua realização. A garantia foi dada por fonte próxima do Instituto Internacional de Macau (IIM) ao HM.

Para amanhã, estava agendada uma sessão na Fundação Rui Cunha (FRC) com a presença da historiadora Beatriz Basto da Silva, numa parceria com a Associação dos Antigos Alunos da Escola Comercial. Este evento foi adiado para Julho, confirmou o HM junto da FRC.  A missa de Acção de Graças, salvo informação em contrário, deverá acontecer sexta-feira, às 18h, contando com a actuação do Coro de São Tomás, em colaboração com a Associação dos Antigos Alunos do Seminário de S. José de Macau.

Para sábado, 25, o IIM iria acolher uma sessão, entretanto, também adiadas, onde se falaria sobre a importância de recordar o 24 de Junho, acompanhada de um sarau musical com o grupo “Macau no Coração”, que iria apresentar danças folclóricas portuguesas, canções em patuá com Gabriel e John Ho e ainda uma actuação de Giulio Acconci.

Até final do ano

O programa das celebrações, que conta com a participação de diversas associações ligadas à comunidade macaense e que tem o patrocínio da Fundação Macau, decorre até ao final do ano. Para o dia 3 de Julho, irá decorrer a palestra com Flora Chan, da Associação Diocesana das Artes Performativas e Culturais de Macau, sobre “A importância do Dia de São João Baptista em Macau e a vitória de Macau contra a tentativa de invasão dos holandeses”. Esta sessão, que não está, para já, adiadas, decorre apenas em chinês, no Centro de Cultura e Artes Performativas Cardeal Newman de Macau.

Até ao final do ano serão realizadas palestras junto de escolas secundárias e universidades sobre o significado do dia de S. João de Macau.

22 Jun 2022

Educação | Exames decorrem na Escola Portuguesa apesar de surto

A Escola Portuguesa de Macau está a tomar medidas especiais de segurança, como a realização de autotestes a professores e alunos. Apesar do estado de prevenção imediata, as autoridades locais autorizaram a realização dos exames nacionais

 

A Escola Portuguesa de Macau (EPM) foi autorizada a realizar os exames nacionais, apesar dos estabelecimentos de ensino locais estarem encerrados devido ao novo surto de covid-19, afirmou na segunda-feira o director da instituição.

“Foi-nos permitido realizar os exames, porque os serviços de Educação sabem que são exames nacionais e que se não forem feitos nesta altura, depois é mais complicado para os alunos realizá-los”, afirmou à Lusa o director da EPM, Manuel Machado.

O responsável explicou que para cumprir o calendário das provas – que têm de ser feitas no mesmo horário que em Portugal – a escola teve de “obedecer a um conjunto de regras de segurança”, impostas pelas autoridades locais da Saúde e da Educação.

“Facilitaram-nos a realização dos exames desde que fossem feitos autotestes a todos os alunos e a todos os professores intervenientes no processo, com as devidas separações de um metro entre os alunos que estão a realizar os exames enquanto estão à espera de ser chamados para as provas”, explicou.

O director do estabelecimento de matriz portuguesa realçou ainda que a escola permanece em “contacto muito próximo” com as autoridades e que, neste momento, não tem informações sobre os passos a dar a partir de hoje.

A primeira fase dos exames nacionais, que servem como critério para a selecção dos candidatos às universidades em Portugal, começou a 17 de Junho, com a prova de português, e prolongam-se até 6 de Julho, data em que é feito o exame de História B. A segunda fase começa a 21 de Julho, com a prova de Físico e Química A, e termina a 27 de Julho, com os exames de Alemão, Espanhol, Francês e Mandarim.

No terreno

Macau decretou no domingo de madrugada o estado de prevenção imediata, depois da cidade ser afectada por um novo surto de covid-19, e decidiu avançar para a testagem em massa da população de mais de 680 mil habitantes em 48 horas.

As autoridades aplicaram medidas de isolamento em algumas zonas da cidade, onde é proibida a saída de todas as pessoas das residências. Entre as várias medidas, foi anunciado o encerramento das escolas até pelo menos quarta-feira. À semelhança do Interior da China, a região segue uma política de “zero casos”, em que os assintomáticos não entram para as contas oficiais do Governo, apesar de serem igualmente obrigados a cumprir as medidas de isolamento.

22 Jun 2022

Casinos-satélite | David Chow defende criação de legislação

O empresário considera que há vários aspectos que precisam de ser clarificados para garantir o futuro dos casinos-satélite. A competição com as concessionárias é um aspecto que também preocupa David Chow

 

David Chow, co-presidente e director não-executivo da Macau Legend, considera que o Governo deve criar legislação específica sobre a situação dos casinos-satélite. As declarações foram prestadas pelo empresário ao jornal Ou Mun, na sequência do anúncio do fecho dos casinos dos hotéis Rio e Presidente. Também o casino do Hotel Emperor tinha anunciado que fecharia portas, mas vai afinal ser explorado até ao final do ano pela concessionária SJM Resorts.

Segundo o empresário, após os casinos-satélite terem garantido a sobrevivência com a nova lei, agora é necessário resolver as questões pendentes e definir bem as áreas de cooperação entre as concessionárias e as operadoras dos casinos-satélite, que utilizam mesas de jogo e empregados das concessionárias.

Entre os assuntos a necessitarem de clarificação, David Chow defendeu que os casinos-satélite devem poder continuar a operar sem terem de prestar informações sobre os clientes às concessionárias, por uma questão de segredo comercial e para evitarem que estas tenham informações privilegiadas e lhes “roubem” os clientes.

O co-presidente da Macau Legend mostrou-se também preocupado com o futuro dos casinos-satélite, quando as licenças das concessionárias não se renovarem ou forem retiradas. Para David Chow, é preciso deixar claro numa lei própria se os casinos-satélite podem operar com as licenças de outras concessionárias ou se deixam de poder operar.

Contratos mais longos

Ainda no que diz respeito às políticas para os casinos-satélite, o empresário explicou que a indústria só pode ser sustentável com um ambiente de negócios favorável. Por isso, acredita que todos os casinos devem ter uma licença que permita operar a longo prazo, que deve ser de dez anos.

Ainda no que diz respeito ao sector, Chow criticou o modelo actual que permite às concessionárias decidirem o montante que recebem dos casinos-satélite, para que estes possam operar. No entender do empresário, o modelo adoptado favorece em demasia as concessionárias, que ficam com todo o poder negocial, mesmo que os casinos-satélite estejam a perder dinheiro.

Sobre a situação financeira dos casinos-satélites, Chow alertou para a situação de que grande parte contraiu empréstimos bancários, e que, caso não consigam pagar as dívidas, o sistema pode ficar ameaçado.

22 Jun 2022

Caso Alvin Chau | Julgamento arranca a 2 de Setembro

O caso que envolve o julgamento do antigo presidente do grupo Suncity, Alvin Chau, terá início no dia 2 de Setembro. De acordo com informações apuradas pela TDM-Rádio Macau, os valores envolvidos em apostas ilegais são de mais de 823 mil milhões de dólares de Hong Kong, levando o grupo a lucrar ilegalmente, entre 2013 e 2021, mais de 21 mil milhões de dólares de Hong Kong.

Recorde-se que Alvin Chau é acusado de ter liderado uma sociedade secreta dedicada ao branqueamento de capitais e à promoção de jogo ilegal, tanto online como em apostas paralelas nos casinos de Macau.

Segundo a mesma fonte, as acções de branqueamento de receitas e das apostas reais levadas a cabo pelo grupo, terão resultado no desfalque de milhões junto das concessionárias e, indirectamente, do próprio Governo, dado ter deixado de receber os impostos sobre os montantes reais.

Segundo a TDM-Rádio Macau, algumas operadoras já começaram a reclamar os prejuízos, sendo expectável que o Executivo proceda da mesma forma no futuro.
Recorde-se que Alvin Chau foi detido em Novembro de 2021, sendo um dos 21 arguidos envolvidos no caso. O processo está nas mãos da juiz presidente, Lou Heng Ha.

22 Jun 2022

Analistas acreditam que receitas de jogo vão ser praticamente nulas nos próximos dias

Os bancos de investimento que acompanham a indústria do jogo do território acreditam que o impacto do novo surto vai fazer com que as receitas sejam praticamente nulas nos próximos tempos. Este foi o cenário traçado pelo banco de investimento JP Morgan Securities que apontou que devido “ao maior surto local dos últimos dois anos” as receitas do jogo “vão provavelmente atingir níveis muito próximos de zero”.

“Os casinos mantêm-se operacionais, mas não ficaríamos surpreendidos se as receitas baixassem para níveis próximos de zero durante, pelo menos, algumas semanas, até que a situação se mantenha sob controlo”, pode ler-se no relatório sobre Macau da JP Morgan Securities, citado pelo portal GGR Asia.

O relatório destaca também a previsão de que o número de visitantes nos próximos dias deve ser muito baixo ou inexistente. Desde que surgiu o surto em Macau, as autoridades de Zhuhai passaram a exigir quarentena para quem entra no Interior vindo de Macau.

Avisos comuns

Além deste aspecto, os analistas avisaram que nos próximos meses vão dar maior atenção à situação financeira das concessionárias e como estão “a queimar dinheiro” com a situação de Macau. Neste capítulo, a SJM Holdings e a Sands China foram apontados como tendo a menor liquidez financeira.

Também o banco de investimento Sanford C. Bernstein avisou que as receitas vão sofrer um impacto muito significativo com o novo surto, mesmo que os casinos se mantenham abertos.

Segundo a corretora, o volume de visitantes vai ser “severamente limitado” e pode ser “bloqueado por completo”. Por isso, também a Sanford C. Bernstein espera que as receitas “encolham para níveis próximos de zero durante pelo menos a próxima semana”. Contudo, a expectativa é que o impacto se faça sentir ao longo de várias semanas.

Os analistas Vitaly Umansky, Louis Li e Shirley Yang acreditam assim que o impacto para as receitas do jogo se vai fazer sentir não apenas em Junho e Julho.

21 Jun 2022

Restauração | Negócio cai 90% no dia do Pai. Sector espera dias difíceis

Logo após a declaração do estado de prevenção imediata e o anúncio dos primeiros casos de covid-19, o negócio dos restaurantes de Macau caiu entre 80 e 90 por cento no domingo, dia do Pai. O sector espera negócio “muito fraco” durante, pelo menos, meio mês e o cancelamento de dezenas de banquetes previamente agendados

 

À medida que o novo surto de covid-19 em Macau se começou a materializar, a maioria dos restaurantes da cidade, muitos deles com todas as mesas reservadas devido às celebrações do dia do Pai, viram, no domingo, a maioria das marcações canceladas e o negócio reduzido entre 80 e 90 por cento.

De acordo com o gerente de um restaurante de yum cha citado pelo jornal Ou Mun, depois da entrada em vigor do estado de prevenção imediata e do anúncio dos primeiros casos confirmados na madrugada e manhã de domingo, praticamente todos os clientes que tinham mesas reservadas para o período da manhã e da tarde acabaram por cancelar as marcações.

Contudo, o mesmo responsável apontou que, dado que o anúncio do Governo aconteceu às primeiras horas do dia, foi possível ajustar as quantidades dos bens fornecidos, evitando assim prejuízos maiores.

Por outro lado, sem negócio e com grandes incertezas no horizonte, o mesmo gerente lamenta a situação, sobretudo numa altura em que o limite para banquetes foi recentemente aumentado pelos Serviços de Saúde de 200 para 400 pessoas e o estabelecimento já tinha recebido pedidos de agendamento para mais de 30 eventos do género.

Pratos vazios

Na mesma linha, o gerente de outro restaurante ouvido pelo jornal Ou Mun, confirma ter perdido por completo todo o negócio que a celebração do dia do Pai fazia antever. Isto quando a lotação do espaço estava esgotada ao longo do dia.

Perante o cenário de emergência epidémica e os apelos do Governo para a população permanecer em casa, o dono do restaurante prevê que o negócio seja “muito fraco” durante, pelo menos, meio mês, com várias dezenas de banquetes a ser cancelados nos próximos dias. Além disso, depois da sugestão das autoridades para que os restaurantes suspendam, temporariamente, o consumo de refeições no interior dos estabelecimentos, o responsável considera que o volume de venda de refeições para fora é uma “ajuda pequena” face à baixa vontade de consumo dos residentes nesta fase.

Apesar de estar disposto a colaborar com as autoridades em termos de prevenção contra a covid-19, segundo o Ou Mun, o gerente mostra-se “muito preocupado com o futuro”

Um outro proprietário conta que, o novo surto de covid-19 em Macau o fez perder, no imediato, cerca de 60 por cento dos clientes que costumava ter no período da manhã. Contudo, por ter ajustado o volume dos bens a adquirir aos fornecedores atempadamente, diz ter evitado prejuízos maiores.

Recorde-se que, no domingo, perante o risco de transmissão comunitária, Elsie Ao Ieong U apelou à população para ficar, tanto quanto possível, em casa e aos estabelecimentos não essenciais para fecharem portas.

“Excepto, supermercados e outros locais de venda de bens essenciais, apelamos aos outros estabelecimentos para fecharem. Apelamos aos residentes para se manterem em casa e colaborarem com as medidas de prevenção da pandemia”, disse a secretária.

21 Jun 2022

Calçada do Gaio | UNESCO admite levar a Pequim queixa de grupo activista

Um grupo para a salvaguarda do património de Macau disse que a UNESCO admitiu levar a Pequim a queixa sobre a altura de construção de um edifício perto do Farol da Guia, monumento de influência portuguesa.

“O Centro do Património Mundial da UNESCO [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura], enquanto Secretariado do Comité do Património Mundial, vai chamar a atenção do partido único da China para este facto”, respondeu a UNESCO numa carta divulgada ontem pelo Grupo para a Salvaguarda do Farol da Guia. “Estamos muito gratos por a UNESCO tomar uma posição firme sobre os limites de altura dos edifícios em torno do Farol da Guia”, reagiu a associação, em comunicado.

Na carta endereçada na quinta-feira passada ao organismo da ONU, o Grupo para a Salvaguarda do Farol da Guia defendeu que a altura de um edifício inacabado na Calçada do Gaio devia “ser reduzida para 52,5 metros” em vez dos 82,32 metros actuais, “um compromisso assumido pelos governos da China e da RAEM com a comunidade internacional e os cidadãos”.

“O acompanhamento lento ou ineficaz da UNESCO já causou sérios danos à integridade visual e às principais linhas de visão do Farol da Guia. Um prédio novo, enorme e alto na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues bloqueou efectivamente a ligação visual entre a Guia Farol e Arco do Oriente, outro marco histórico de Macau”, realçou o Grupo na mesma carta.

20 Jun 2022