Português | Leonel Alves pede “clarificação política sobre ensino” da língua

O problema está entre a teoria e a prática. A criação de um espaço exclusivo para a formação de Português e a clarificação política sobre o ensino da língua foram ideias defendidas frente a Alexis Tam pelo deputado Leonel Alves. Já o Secretário assegura que o Português é uma mais-valia que deve e será aproveitada

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado Leonel Alves pediu a Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, que o Governo crie um “estabelecimento de ensino autonomizado, vocacionado exclusivamente para a Língua Portuguesa”. As declarações surgiram no segundo dia de apresentação das Linhas de Acção Governativa da pasta de Alexis Tam, onde Leonel Alves disse ainda ser necessária uma “clarificação política sobre o que se pretende com o ensino da língua” lusa.
“O ensino de uma língua é sempre importante, uma mais-valia”, disse o deputado, indicando ainda que existe “uma falta de sintonia entre a teoria e a prática, ou seja, entre o programa político [relativamente ao apoio e promoção da Língua Portuguesa] e a execução desse mesmo programa”.
Leonel Alves considera que o Executivo crie um estabelecimento que permita a formação de intérpretes e “outros profissionais do saber”. Por isso, diz, é “urgente haver uma clarificação política sobre o que se pretende com o ensino da Língua Portuguesa”. É ainda muito necessário, defende, apostar na “moralização dos dirigentes” de Macau e dos seus serviços, visto que estes apresentam comportamentos de clara desmoralização.
“É uma realidade constatável alguma desmoralização dos dirigentes que trabalham com esta matéria, basta ler os jornais. (…) E alguns até tencionam desistir da trajectória que têm vindo a desenvolver. Portanto, há necessidade de moralizar os dirigentes, há necessidade também de melhorar as estruturas de funcionamento e há também necessidade de incentivar cada vez mais os jovens na aprendizagem desta língua”, defendeu Leonel Alves.
Referindo-se à Universidade de Macau (UM) e ao Instituto Politécnico de Macau (IPM), o deputado salientou a atitude de trabalho que esta última instituição de formação tem mostrado, em contraste com a primeira, que durante a semana passado avançou com o que seriam cortes no apoio à Língua Portuguesa, algo desmentido horas depois.
“É preciso melhorar as estruturas de funcionamento (…) a autonomia [da UM] deve ser preservada, mas a universidade é nossa, é de Macau, e quem é responsável por Macau é o Governo, por isso tem que haver uma ligação entre o programa político e o que estas instituições fazem no dia a dia”, argumentou.

Recado dado

Alexis Tam assegurou ao deputado Mak Soi Kun que a aposta no Português será uma constante na sua pasta.
“O Português é uma língua oficial, é uma vantagem para a nossa ligação mais íntima com os Países de Língua Portuguesa, porque somos uma plataforma”, indicou, sublinhando que também a China continental, ao longo dos últimos anos, tem apostado mais no ensino da Língua Portuguesa, tirando partido disso para as suas relações com o mundo.
“Macau deve aproveitar bem esta vantagem, temos uma comunidade e muitos portugueses que contribuíram para Macau em várias áreas, seja na educação ou na jurídica, por exemplo. Temos que perceber as vantagens, porque somos uma ponte de ligação entre a China e o mundo”, frisou.
Criticando aquilo que chama de “momentos e assuntos infelizes”, Alexis Tam apontou o dedo ao pouco trabalho que a UM tem realizado quanto à promoção da Língua Portuguesa.
“Não deve haver contradições com as políticas consagradas nas LAG (…) Lancei uma instrução para a UM, porque eu também vi as notícias nos jornais. A UM tem autonomia, nós Governo podemos apenas lançar instruções e supervisionar. Só isto. (…) Mas eu quero apostar no Português e, por isso mesmo, quando o presidente do IPM me pediu mais recursos eu concordei. Esta é a minha posição”, reforçou.
O trabalho realizado pela UM deve, para o Secretário, ser melhorado. “Nós temos de aproveitar a vantagem de Macau. E não só no ensino superior, eu quero investido [o ensino de Português] no ensino básico, irei apoiar sempre”, garantiu.

Direito em linhas tortas

Durante o momento de debate, Leonel Alves aproveitou ainda para questionar o Governo sobre o não reconhecimento do curso de Direito na UM em Portugal. “O que é o que Governo e a Universidade com a sua autonomia podem fazer para alterar esta situação?”, questionou.
Em resposta, Alexis Tam, apontou apenas vontade de alterar a situação para que estes cursos voltem a ser reconhecidos em Portugal. “Desejo que a UM aplique o mecanismo que tinha para que os cursos feitos na universidade de Direito de Macau continuem a ter o reconhecimento de Portugal”, rematou.

UM | Fernanda Gil Costa espera “futuro promissor”

Fernanda Gil Costa, directora do Departamento de Português da Universidade de Macau (UM), disse ao HM que as recentes declarações de Hong Gang Jin, directora da Faculdade de Artes e Humanidades, a deixam “na expectativa de um futuro promissor para o departamento”. “Desejo que as suas palavras sejam a garantia de oportunidades adequadas ao valor e importância do departamento de Português”, acrescentou. A directora da Faculdade disse ao HM que as informações sobre o fim da disciplina opcional de Português noticiadas se trataram “de um mal entendido”, referindo que não há reduções no ensino da língua.

7 Dez 2015

LAG |Grupos vulneráveis na lista de Alexis Tam

O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura incluiu na lista de prioridades para 2016 os grupos da sociedade mais vulneráveis. A ideia, defende, é concretizar mecanismos de apoio e cuidado de forma permanente

[dropcap style=’circle’]I[/dropcap]dosos, jovens e deficientes são uma prioridade na lista de Alexis Tam, assegurou o responsável no segundo dia de apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG) dos Assuntos Sociais e Cultura.
O envelhecimento da população é um facto inegável para o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura que sublinhou ser esta uma das maiores preocupações da sua equipa. Confirmando a tendência de envelhecimento, o Secretário defendeu ser necessário enfrentar o desafio e, por isso, diz, em 2016, “serão definidos programas para o futuro”.
Assim, vai ser criado um “mecanismo interdepartamental de coordenação e vai dar-se início a trabalhos de implementação do Plano Decenal de Acção para o Desenvolvimento dos Serviços de Apoio a Idosos”. Uma nova iniciativa foi ainda anunciada por Alexis Tam, que indicou que o Governo vai introduzir o conceito avançado pela Organização Mundial de Saúde de “idosos com vitalidade”.
O aumento da pensão de idosos, que pouco mais ultrapassa as três mil patacas, foi ainda outra sugestão de alguns deputados. Em reacção, Alexis Tam, desvalorizou o possível aumento, pois esta pensão conta com o apoio de outras medidas complementares. “Temos um pacote de medidas que outros territórios não proporcionam”, frisou.

Velhos e novos

Não são só os idosos que estão no centro das atenções. Também as famílias em situações vulneráveis serão visadas, pelo que o Governo decidiu tornar o Plano de Apoio Alimentar de Curto Prazo numa medida de carácter permanente.
Os deficientes serão contemplados por um conjunto de medidas de apoio definidas por um Plano Decenal para os Serviços de Reabilitação, “assim como se procurará tornar o subsídio provisório de invalidez numa medida a longo prazo”.
Relativamente às crianças com deficiência congénita será também criado um grupo interdepartamental, sob a coordenação do Gabinete de Alexis Tam, que “será composto por membros dos Serviços de Saúde (SS), do Instituto de Acção Social (IAS) e da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ). Este grupo pretende aumentar a capacidade de colaboração na detecção precoce de diagnósticos, na avaliação, mas também na disponibilidade de serviços, de forma a promover o desenvolvimento coordenado com do tratamento precoce e da educação no ensino especial.
Quanto à polémica questão das vagas nas creches para as crianças, Alexis Tam garante que no próximo ano a população poderá contar com mais de dez mil lugares, o que permitirá “a entrada nas creches de crianças com dois anos de idade”. Feitas as contas, o número de vagas aumentará em duas mil, passando de 8500 para 10.500.

Vícios e curas

O Secretário informou que será aperfeiçoado o “novo regime de atribuição de apoio financeiro a instituições de serviços social e vai promover-se o processo legislativo do Regime de Credenciação e Inscrição para o Exercício de Funções de Assistente Social”.
É preciso, disse ainda, alargar-se a rede de serviços de aconselhamento para a eliminação do vício do jogo e reforçar a sensibilização dos residentes sobre o combate à droga.

Negociações em curso

Durante a apresentação das suas LAG, Alexis Tam avançou ainda que já estão em cursos as negociações com a região vizinha de Zhuhai para a construção de um lar de idosos na Ilha da Montanha, aumentando para quatro o número de lares certificados até 2018.
“O Chefe do Executivo, Chui Sai On, já está em contacto com as autoridades de Zhuhai sobre as questões do foro jurídico, o preço de aluguer do terreno e outras formalidades”, indicou o Secretário.
Durante a apresentação das LAG, membros da equipa do IAS indicou que, neste momento, Macau conta com um total de 1700 camas e a fila de espera ultrapassa as 500 pessoas, sendo o tempo de espera superior a um ano. “Em Hong Kong o tempo de espera é de 30 meses”, contrastou, indicando que o número de camas aumentará, até 2018, para cerca de 750.

7 Dez 2015

Deputados contestam investimento na Saúde pública e falam em “concorrência”

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]a apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG) foram muitos os deputados que criticaram o investimento do Governo na área da saúde pública. Geralmente, as críticas levadas a Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, dizem respeito aos problemas com o hospital público e a falta de profissionais de saúde, mas na semana passada os deputados estavam mais preocupados com o que as consequências que a resolução desses problemas poderiam ter no privado.
Já na quinta-feira, o assunto tinha sido debatido, com deputados a dizerem que o hospital público está a fazer “concorrência” ao privado. Na sexta-feira, último dia de Alexis Tam na AL, o tema voltou à baila e foi a vez de Fong Chi Keong, presidente da Associação de Beneficência do Kiang Wu, deixar um alerta ao Secretário.
“O hospital público está a roubar os recursos humanos das clínicas [privadas]”, começou por dizer Fong Chi Keong, normalmente um dos deputados que mais defende o mercado livre de Macau. “Pode haver uma catástrofe na área da Saúde. Agora há muito dinheiro, se fizer dessa forma nem com muito dinheiro conseguimos. O Secretário é novo no cargo, claro que tem a ambição de fazer algo brilhante, mas tem de, nesse caminho, tomar medidas de forma gradual e não alterar por alterar.”
Ligado ao hospital privado Kiang Wu, Fong Chi Keong não escondeu que são oito os deputados da AL que se sentam aos eu lado na direcção do hospital privado. Lau Veng Seng é um deles e fez questão de defender isso mesmo.
“Querem recrutar 500 profissionais, mas de onde vem este pessoal? De certeza que vem do sector privado. Nós sabemos.”

Também tu, Au

O “grande investimento” no serviço público de Saúde foi motivo de debate durante algum do tempo de apresentação das LAG, sendo que, segundo a TDM, até Au Kam San, deputado da ala democrata que critica constantemente o excesso de apoios ao privado, diz que as intenções do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura face ao sector público da saúde pode “prejudicar” o sector privado.
Em resposta, Alexis Tam fez questão de sublinhar que a população está em primeiro lugar e disse mesmo aos deputados que, se não concordam com o investimento no público, que reprovem o orçamento proposto.
“Se não concordam com o nosso orçamento podem cortar. Nós precisamos da vossa autorização, mas se não concordam, então não autorizem e cortem o nosso orçamento para não podermos recrutar mais pessoal”, disse, atirando a responsabilidade para o hemiciclo.
Alexis Tam, que recordou que o Governo apoia o Kiang Wu, frisou também que percebe a ideia dos deputados. “Eu percebo. Se calhar queriam que o [Governo] adquirisse mais serviços da vossa parte. Compreendo a vossa posição”, frisou, acrescentando, contudo, que a sua ideia “é ter por base a população e não satisfazer os interesses de uma qualquer minoria”.

7 Dez 2015

LAG 2016 | Saúde é “prioridade máxima” para Alexis Tam, que promete Academia de Medicina

[dropcap style=’circle’]“C[/dropcap]onsidero que a Saúde é a prioridade das prioridades”, apontou Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, durante a apresentação, ontem, das Linhas de Acção Governativa da sua pasta. A área da saúde foi, de facto, o tema mais falado durante toda a sessão plenária na Assembleia Legislativa.
Reflectindo sobre o trabalho até agora feito, Alexis Tam mostra-se positivo. A extensão das horas em quatro serviços especializados do Centro Hospitalar Conde de São Januário e dois Centros de Saúde, a diminuição do tempo de espera para a primeira consulta foram alguns dos pontos elogiados pelo Secretário.
Alexis Tam apontou ainda o recrutamento de 591 profissionais de saúde – 529 já contratados -, sendo que 60 são médicos e 62 ainda estão m processo de recrutamento, como um “grande esforço” de sucesso. De forma geral, os deputados reagiram de forma positiva ao trabalho realizado pela equipa de Tam, elogiando os resultados. Ainda assim, dizem, há muito há a fazer.

Mais e melhor

“Vejo que a área da saúde melhorou, mas não o suficiente. Por exemplo, no recrutamento de recursos humanos não vejo melhorias”, disse a deputada Wong Kit Cheng. A deputada considera que transformar o hospital público numa espécie de dois hospitais, funcionando num sistema diurno e nocturno, irá pressionar os recursos humanos já existentes.
“Temo que os profissionais sofram mais pressão com o alargamento dos horários e o sistema prolongado nas consultas externas. Tudo isto implica gestão de recursos humanos e os que existem já têm muito trabalho”, argumentou.
Em resposta, Alexis Tam não concordou com as afirmações avançadas pela deputada. “Estamos todos a colaborar, eu falo com todos os meus colegas e estamos todos a trabalhar. No mês passado vi uma sondagem que me permitiu perceber que pela primeira vez em 16 anos, a população está a sentir satisfação nos serviços prestados na área da saúde”, indicou.
Melinda Chan também aproveitou o seu tempo para questionar Alexis Tam sobre o processo de recrutamento, pedindo ao representante para explicar como será.
O Secretário indicou que o recrutamento vai continuar para melhorar os serviços de saúde e “dar resposta à sociedade de Macau”. O recrutamento será prioritário para locais e, caso estes não consigam responder, o Governo conta com o “apoio da Administração de Saúde da China, serviços de saúde de Hong Kong, Taiwan e Portugal”.
“Todas as entidades já identificaram a vontade de trabalhar connosco”, assentou, indicando que a sua pasta “não está a desperdiçar recursos com o recrutamento, está sim a investir”. Alexis diz ainda que “será definido um plano de recursos humanos. Pretende-se, no futuro, dar mais formação aos médicos de clínico geral e de especialidades médicas, bem como começar os trabalhos preparatórios para a criação da Academia de Medicina de Macau”.
As áreas do Oftalmologia, Cirurgia Plástica, Oncologia e o hospital de dia contarão com o prolongamento o horário de funcionamento das consultas externas já no início do próximo ano, adiantou o Secretário. Alexis Tam afirmou ainda que será criado um Centro de Recursos para o Controlo do Tabaco para que sejam disponibilizadas “informações diversificadas relativas ao controlo do tabagismo”.

Inseminação artificial é hipótese

A inseminação artificial foi uma das novidades também avançadas ontem. Pela voz do próprio director do hospital público, Kuok Cheong U, ficou a saber-se que os Serviços de Saúde estão a pensar na possibilidade de implementação deste formato no território, ainda que o responsável diga que “este não é um meio indispensável, mas sim complementar”. Neste momento, as utentes interessadas precisam de ir às regiões vizinhas, como Hong Kong, para conseguir realizar o tratamento. “Isto é possível, há, é verdade, vários serviços aos quais recorremos e investimos nas regiões vizinhas, inclusivamente no âmbito da inseminação”, começou por explicar. “É possível fazermos este tratamento em Macau? É uma matéria a estudar. Estamos a analisar a todos os níveis. Estamos a pensar”, indicou o director, avançando que neste momento estão 30 utentes em tratamento.

Uma hora para amamentar

O deputado José Pereira Coutinho quis saber, comparando com os dados de Hong Kong – bem mais elevados do que Macau –, como é que o Governo justifica o baixos níveis de amamentação no território. “O que é o Governo vai fazer para aumentar o número de amamentação? Existe uma estratégia? Os dados indicam que depois de saírem do hospital as mães deixam de amamentar”, questionava ontem. Em resposta, Lei Chin Ion atribuiu os números à cultura da própria sociedade, admitindo que o Governo terá de fazer mais. “A sociedade tem de estar preparada, mas nós também precisamos de fazer mais (…) O [serviço] público já dá uma hora para amamentar, esperamos que o privado também faça o mesmo”, rematou.

Reacções| Alexis Tam passa teste com distinção

“Alexis Tam conseguiu ser concreto e evitou divagar nos assuntos que lhe competiam. Conseguiu apresentar ideias concretas, mostrou-se melhor preparado, mais do que antes [na apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2015]. Parece que aprendeu”, afirmou o deputado José Pereira Coutinho, em reacção à apresentação das LAG para 2016 do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura.
Para o deputado, esta apresentação foi, até ao momento, a melhor de todas as pastas, surgindo depois de uma semana que começou “muito morna”. “Nota-se uma diferença enorme na preparação e segurança nas palavras do Secretário, quando comparamos, por exemplo, com o discurso do Secretário da Segurança, Wong Sio Chak, no início desta semana”, argumentou.
“Alexis Tam focou os pontos essenciais e tentou responder a todas as perguntas que lhe foram colocadas pelos deputados. Acho que é desta forma que os Secretários devem estar preparados. Acho muito bem”, sublinhou.
Também o deputado Gabriel Tong concorda com Pereira Coutinho. “Fiquei com muito boa impressão do Secretário e com o que ele apresentou. Mostrou vontade de saber comunicar com os deputados e mostrou querer responder a tudo. Parece-me que o projecto que ele apresentou é bastante grande e isto exige um grande esforço para o realizar”, disse, frisando a confiança que tem em Alexis Tam e na sua equipa.
O destaque na Saúde como ponto principal foi a “melhor opção”, como classificou Pereira Coutinho, por ser um dos maiores problemas para resolver em Macau.
Contrariando esta ideia, esteve o deputado Kou Hoi In que diz-se “pouco satisfeito” com as respostas dadas pelo Secretário. “Não consigo ver novos pontos nas LAG, nem respostas [aos problemas] por Alexis Tam, por exemplo, desenvolver os bairros antigos como zonas turísticas ou a ligação entre as zonas para distribuir os turistas para essas mesmas zonas. O Secretário usa apenas os pontos turísticos antigos, não fala em novos elementos”, argumentou, indicando que talvez “o tempo limitado para responder” justifique as “respostas vagas”. Com Flora Fong

4 Dez 2015

LAG 2016 | Aumento da qualidade da Educação e mais aposta em línguas

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura não esconde a importância da educação e dos jovens no seu mapa de trabalho, sendo que o “aumento da qualidade educativa e promoção do desenvolvimento integral dos jovens” é a meta para Alexis Tam.
A equipa do Secretário garante que no próximo ano irá “melhorar o sistema educativo não superior através do melhoramento das instalações das escolas”, implementando o Projecto Céu Azul, que já tinha sido anunciado e que pretende retirar do interior dos edifícios as instalações escolares. A medida foi elogiada pela deputada Chan Hong, que defendeu esta deve ser uma prioridade do Governo. “As crianças precisam de espaço, precisamos que o Governo pondere na melhor forma de resolver este problema”, indicou.
Alexis Tam disse que “serão implementados, de modo ordenado, os planos de curto, médio e longo prazo, criando condições para a mudança faseada de quinze escolas, que se encontram totalmente instaladas em pódios de prédios, de forma a criar um melhor ambiente de estudo para o desenvolvimento integral dos alunos”, explicou.
Uma medida de Registo Central para o Primeiro Acesso Escolar dos Alunos do Ensino Infantil, que permita facilitar a inscrição das crianças, será também implementada em 2016.

Línguas de gato

Serão ainda promovidos “projectos de formação de quadros qualificados bilingues em Chinês e Português, assim como a cooperação na área de ensino e da investigação”, para que se complete o objectivo de Macau ser uma plataforma para esta formação.
O Governo promete ainda elevar o ensino do Mandarim e das línguas portuguesa e inglesa, através de concursos de línguas. Serão ainda criadas mais oportunidades para que os jovens conheçam melhor a Lei Básica, afirmou Alexis Tam.
Questionada sobre as escolas não aderentes ao serviços de educação gratuita, a equipa de Alexis Tam afirmou ser necessário haver um desenvolvimento com “equilíbrio”. “Estas escolas, algumas são internacionais, e têm a liberdade de escolher se querem aderir ao nosso programa ou não. Os pais é que escolhem. Se quiserem uma destas escolas, o Governo tem um apoio que pode ser dado, e esse apoio irá continuar”, frisou Leong Lai, directora da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude.

4 Dez 2015

Secretário Alexis Tam com políticas na área do lazer e lança “Anim’Arte Macau”

Mais museus, esplanadas, arte e cultura portuguesa. São as promessas e planos de Alexis Tam para 2016 na área do turismo e do lazer

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Governo vai lançar o programa “Anim’arte Macau” para promover novos produtos turísticos. A informação foi avançada por Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG) da sua pasta.
O objectivo é, diz, “enriquecer o conteúdo cultural e de lazer, na área do turismo”, incluindo, por exemplo, a transformação total do Centro de Actividades Turísticas, que alberga já um museu temático do Grande Prémio, num complexo apenas dedicado a esse evento desportivo. A ideia é “aproveitar a marca e criar um projecto de alta qualidade”.
Alexis Tam disse querer expandir a vertente de lazer da cidade, criando para isso mais espaços e museus dedicados à cultura. Uma das apostas é a cultura portuguesa e dos países lusófonos.
“No Jardim do Carmo e nas Casas-Museu da Taipa podemos [dar a possibilidade] aos turistas para conhecerem a cultura portuguesa. Já falei com os cônsules dos países lusófonos e eles poderão usar o espaço para apresentarem a cultura desses países e fazerem semanas dinâmicas”, começou por dizer o Secretário.
A ideia, frisou, é tornar aqueles espaços da Taipa num ambiente “mais europeu”, com “lojas de lembranças, esplanadas e cafés”, para que os turistas fiquem por cá mais tempo.

Barcos para Coloane

A parte velha da cidade não fica esquecida: o Porto Interior, na zona da Barra, era antigamente ponto de saída de barcos da Barra para as ilhas de Coloane e da Taipa. O Secretário quer voltar ao passado.
“Vamos reavivar esses cenários do passado. Vamos fazer uma remodelação das pontes em frente da Barra e voltar a permitir a travessia de barco daí até Coloane. Desta forma, Macau pode aproveitar a sua costa”, frisou.
O espaço em frente à Sede do Governo, em Macau, vai também ser transformado: “vamos criar entretenimento para os turistas” no espaço, assegurou Tam.
No âmbito do desporto, o Secretário prometeu continuar a prestar grande atenção à criação do sistema de quadros qualificados e reforçar a formação dos jovens atletas e de talentos. Dois novos regulamentos de prémios desportivos, vão ajudar a impulsionar o nível do desporto de rendimento”, rematou.

4 Dez 2015

Associação apresenta ao Governo proposta de conselho de gestão distrital

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Associação de Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário de Macau sugeriu a criação de um conselho distrital de gestão que seja responsável pela escolha de deputados que representem cada distrito. “Um conselho distrital pode resolver e acompanhar os problemas da vida da população, enquanto a AL se concentra em elaborar leis e supervisionar a elaboração e execução de estratégias do Governo, bem como o orçamento de finanças públicas”, começaram por explicar. Este órgão deverá funcionar de forma complementar à Assembleia Legislativa (AL). Conforme notícia do Jornal Ou Mun, os membros da associação, incluindo os dois deputados pró-democratas Au Kam San e Ng Kuok Cheong, juntamente com Ieong Man Teng e Lei Man Chao, avisaram que vão apresentar a sugestão ao Chefe do Executivo.
Os membros sugerem dividir Macau em cinco distritos, de acordo com a proporção populacional, que deverá por sua vez determinar o número de deputados do conselho de gestão distrital. Propõem ainda que este colectivo seja composto por 30 membros, divididos pelos distritos central, sul, noroeste, nordeste e das ilhas.
A Associação espera que este conselho posse realizar reuniões plenárias de forma periódica, tendo em conta a participação de representantes do Governo para discutir planos de trabalho. “Acreditamos que pode aumentar a participação política de cidadãos, faz com que a governação aproxima mais a vida da população”, indicaram.

4 Dez 2015

Deficientes | Wong Kit Cheng quer inclusão de crianças até três anos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] deputada Wong Kit Cheng quer que o Governo ofereça, no âmbito do seu serviço one-stop de avaliação de crianças destinadas à educação especial, mais ajudas àquelas que têm entre zero e a três anos de idade. O pedido foi feito através de interpelação escrita, onde a deputada cita os resultados da consulta pública feita em Abril alusiva ao tema.
“De acordo com os dados da consulta pública da proposta de revisão ao Regime Educativo Especial, de meados de Abril passado, só são elegíveis para ingressar em classes de educação especial crianças dos três aos 21 anos”, começa por dizer. No entanto, a deputada defende que deviam ser integradas crianças mais novas.
“A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) prometeu pensar na criação de um centro one stop de avaliação e apoio para os estudantes de educação especial, juntamente com os Serviços de Saúde (SS) e o Instituto de Acção Social (IAS), pelo que queria saber se o centro também vai oferecer os serviços a crianças deficientes entre os zero e os três anos de idade”, questionou. Além disso, Wong Kit Cheng quer saber quais os resultados já alcançados pelo grupo intersectorial já estabelecido para lidar com os mais novos.
“Embora a Associação de Psicólogos de Macau tenha já dito que o número de terapeutas tem que corresponder às necessidades da sociedade, queria saber qual é a situação laboral destes profissionais em Macau”, frisou. “O período que vai dos zero aos três anos de idade é o melhor para tratar das crianças com problemas mentais, mas a DSEJ ainda não respondeu claramente se os bebés vão poder usufruir deste serviço, nem se as associações vão poder contratar terapeutas de fora”, colmatou a deputada.

Tomás Chio

4 Dez 2015

Porque não me falas

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]icámos a saber esta semana que a Universidade de Macau pretende, a partir do próximo semestre e até ao ano lectivo de 2017/2018, acabar gradualmente com a língua portuguesa como disciplina opcional para os alunos que, frequentando outros cursos, querem ter um contacto com o idioma.
A universidade justifica a decisão com um argumento de ordem economicista, difícil de aceitar: diz então a instituição instalada em grandiosas instalações da Ilha da Montanha que, para evitar “desperdício de recursos”, as aulas hoje dadas neste regime opcional passarão a fazer parte de um “minor” a ser criado no ano em que o Português sai da lista de 13 disciplinas de escolha livre. Alega o estabelecimento de ensino que, “infelizmente, a maior parte dos alunos que escolhiam esta cadeira normalmente paravam quando atingiam o nível 1”, ou seja, a universidade considera que entre um semestre de aulas de Português e nada, nada é bem melhor, porque o que interessa é que a malta seja poupadinha.
Apesar de a instituição de ensino superior – financiada com dinheiros públicos – garantir que a língua portuguesa é de grande importância e que tudo está a ser feito para que sejam cumpridos os desígnios do Governo de Macau em relação à matéria, a verdade é que a aprendizagem da língua vai deixar de ser acessível a quem quer tirar “minors” e “majors” noutras áreas de conhecimento. Ou seja, basicamente, a Universidade de Macau vai passar a ensinar português a muito menos estudantes. Aqueles que, estando em cursos de diferente natureza, queiram ficar com umas noções do idioma, vão ter de recorrer a outras instituições de ensino.
A notícia não surpreende. Ao contrário do que escreveu no comunicado de reacção à notícia desta semana, a Universidade de Macau não é (e nunca foi) conhecida por dar grande significado à língua e às outras dimensões da cultura portuguesa. Este facto – é um facto objectivo, não é uma impressão – não chocaria se a universidade fosse privada. Acontece que não é.
Basta abrir o site da instituição para se perceber como a língua portuguesa é (mal) tratada. Clica-se na opção “português” e o que nos aparece à frente deveria ser motivo de profunda vergonha para quem gere uma instituição que passa a vida a gabar-se dos seus feitos: encontramos então uma mistura de português e inglês, sendo o inglês muito mais presente.
Também na comunicação com os jornalistas de língua portuguesa não há, salvo raríssimas excepções, o menor cuidado com o idioma usado para se tentar passar a mensagem. Para quem não está dentro dos detalhes da profissão, aqui fica o contexto: o Gabinete de Comunicação Social do Governo tem um site de acesso exclusivo aos jornalistas que serve para a divulgação das notas de imprensa dos vários serviços e entidades públicas, site este que tem versão em chinês e versão em português. Ora, a Universidade de Macau envia para o site em língua portuguesa comunicados destinados aos jornalistas de língua portuguesa redigidos em inglês. E aqui vão alguns exemplos, para fundamentar o que escrevo: na passada quarta-feira, fomos todos informados de que a UM Portuguese Debating Team wins 2nd prize at Portuguese debating competition for students in Asia. Na terça-feira, disseram-nos que os UM students win 1st prize at ‘Challenge Cup’ Contest. Na segunda-feira, a UM wins championship at 3rd Macau Model European Union e a UM holds joint conference with United Nations Commission on International Trade Law. Got it?
Dir-me-ão que há coisas mais importantes do que a língua em que chegam as notas de imprensa da Universidade de Macau e eu concordo, mas pouco. A forma diz muito sobre as práticas de uma instituição de ensino que deveria ter orgulho em pertencer a uma terra com uma herança portuguesa que a China quer preservar. E é óbvio que aquilo que é português é uma pedra no sapato universitário da Ilha da Montanha, um fardo que tem de se ir aguentando, um legado muito pouco desejado.
Das coisas que são mais importantes do que a forma: o curso de Direito em língua portuguesa. O desinvestimento que por ali anda e que começou, há já alguns anos, com a nomeação para cargos de chefia e de direcção de académicos sem currículo, nem provas dadas no direito de matriz portuguesa, no Direito de Macau. Independentemente do mérito e dos conhecimentos que possam ter, com a fantástica capacidade de gestão pela qual são reconhecidos, nada têm que ver com o que ali se ensinava, com o espírito do curso. Direito é, acima de tudo, cultura, capacidade de compreensão de uma certa forma de estar. Direito é também língua, por mais que alguns não queiram. Em Hong Kong nunca houve qualquer problema em se perceber que assim é.
Volto ao site da Universidade de Macau e aqui estou eu de novo empancada na forma: clico na portuguesa Faculdade de Direito e aparece-me uma Faculty of Law com um Bachelor of Law in Portuguese Language que, dizem-me, é um program with a purpose of preparing students to be jurists and being familiar with Macau legal system. Salva-se a additional information da introduction – um texto miraculosamente escrito em português. Volto atrás e clico no study plan, que me apresenta uma lista de disciplinas, todas elas com nomes ingleses, sobre cadeiras que são dadas em português. Nem todas têm correspondência com o curso que frequentei há uma década, nesta mesma universidade. Mudou-se o programa, a carga horária das disciplinas e deixou de ser um curso automaticamente reconhecido em Portugal, para ter apenas validade neste 30 quilómetros quadrados. Very useful, portanto.
Regresso ao ensino do português. À incapacidade que tenho em perceber que a língua portuguesa não seja entendida com um grande investimento. À incapacidade que tenho em perceber por que razão não é a Universidade de Macau o maior pólo de formação de Português para estrangeiros na Ásia, porque é que não é reconhecida fora do território como um grande centro de aprendizagem da língua portuguesa.
No meio de tudo isto, há o Governo. The Government. E um chanceler da universidade que se chama Chui Sai On e que é também Chefe do Executivo, o homem que tem a responsabilidade máxima de zelar pelos nossos recursos e pelos nossos interesses. Talvez não fosse má ideia, um dia destes, começar a olhar com atenção para o que se passa lá longe, na Henqin Island.

4 Dez 2015

Inspecção de Jogos | Melco e MGM esperam supervisão mais forte

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s responsáveis pelas operadoras Melco Crown e MGM estão à espera de mais supervisão no que ao Jogo diz respeito agora que Paulo Chan está ao leme da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Uma das esperanças de Lawrence Ho e Grant Bowie é que o novo director reveja “totalmente” os regulamentos e leis do Jogo e ainda que colabore mais com as operadoras.
Ao Jornal Ou Mun, o director-executivo da Melco Crown Entertainment, Lawrence Ho, disse esperar que Paulo Chan continue a desenvolver o mercado do Jogo de forma saudável, mas também que reforce a supervisão das salas VIP. Questionado sobre o que espera sobre a revisão a médio-prazo das licenças de Jogo, Ho diz que o mais importante é a justiça.
“O Governo pode dar notas às seis operadoras de Jogo de acordo com o investimento feito no sectores extra-jogo. É como se fosse uma escola: há alunos bons e maus e acho que a Melco Crown é uma boa aluna”, atira, considerando que o Governo consegue perceber bem, se analisar, o resultado dos esforços das operadoras.
Já Grant Bowie, director-executivo da MGM, disse que um dos objectivos com o novo director da DICJ é manter uma cooperação próxima de forma a que as políticas entrem também em acordo com a operação das empresas.
“A comunicação entre as concessionárias de Jogo e a DICJ é importante, porque só através dessa cooperação Macau pode tornar-se uma cidade competitiva”, indicou ao mesmo jornal.
“O sector do Jogo entrou num período de ajustamento e a sociedade acha que a queda em cadeia das receitas dos promotores de Jogo é o grande problema do sector. Apesar da questão dos empréstimos das salas VIP não ser tratada por operadoras de Jogo, é preciso consolidar a supervisão e o modelo de gestão destes”, concluiu Bowie.

3 Dez 2015

Vasco Fong promete revisão da Lei de Dados Pessoais para 2016

Vasco Fong confirma que a revisão da Lei de Dados Pessoais poderá avançar no próximo ano. Está também a ser pensada legislação sobre armazenamento de grande volume de dados

[dropcap style=’circle’]V[/dropcap]asco Fong, actual coordenador do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais (GPDP), confirmou ontem que a revisão da Lei de Dados Pessoais só deverá avançar no próximo ano. Este é um projecto que já vem dos tempos em que a actual Secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, era coordenadora do Gabinete, mas que tem tardado a ver a luz do dia.
“Gostaríamos que isso foi feito o mais rapidamente possível. Mas estamos a envidar todos os esforços e espero que isso possa ser feito no próximo ano”, disse Vasco Fong, à margem do seminário “Big Data, desafio crucial – Protecção da Privacidade e Cooperação”, que decorreu ontem na Torre de Macau.
O coordenador do GPDP referiu ainda que a “sociedade tem evoluído rapidamente” e que “está provado que a nossa legislação, em alguns aspectos, está desactualizada”. Por isso mesmo, assegurou, já se “começou o estudo prévio sobre essa matéria”, explicou.

Big Data is watching you

Sobre a questão do “Big Data”, ou seja, o armazenamento de uma grande quantidade de dados, Vasco Fong mostrou intenções de legislar sobre o assunto.
“Neste momento não temos nenhum projecto concreto sobre esta matéria. A razão pela qual convidámos especialistas de vários países foi para ouvir as experiências nas outras partes do mundo. Mas não se afasta a possibilidade de avançar com um projecto nesse sentido, mas no futuro”, disse ainda.
No seu discurso, Vasco Fong exemplificou que “o sector do consumo é uma das plataformas onde se compilar um grande volume de dados pessoais”, sendo que, a maior parte desses dados é obtida nas compras online.
“É de referir que também há compilação de informações nas outras indústrias e sectores, tais como no turismo, seguros, banca ou telecomunicações”, apontou. “Devemos estudar oportunamente os problemas de protecção da privacidade suscitados pelo ‘Big Data’, com o objectivo de adoptar as medidas adequadas o mais cedo possível e procurar um equilíbrio”, defendeu ainda o coordenador.

Chefe apoia

O Chefe do Executivo, Chui Sai On, esteve presente na cerimónia de abertura e referiu que “o Governo vai continuar a dar apoio aos trabalhos relativos à protecção da privacidade e simultaneamente aperfeiçoar o regime existente”, sendo que o GPDP pretende “estabelecer um regime efectivo de protecção da privacidade e dados pessoais que corresponda aos padrões internacionais”.
No seminário participou um grupo de especialistas na área de “Big Data” vindos de Portugal, incluindo Filipa Calvão, presidente da Comissão Nacional de Protecção de Dados.

3 Dez 2015

Cooperação Macau-Shenzhen “elevada e produtiva”

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] balanço está feito. A cooperação entre Macau e Shenzhen durante o ano de 2015 foi elevada e tem “resultados cada vez mais visíveis”. Quem o diz é o Governo, depois de, numa reunião que decorreu ontem, Chui Sai On, Chefe do Executivo da RAEM, e Xu Quin, presidente daquele município, terem concordado no bom trabalho realizado até agora no âmbito da economia, do comércio, das convenções e exposições, das finanças, da criação de negócios por jovens, do turismo, da educação e da saúde. Os dois assinaram ainda um par de novos memorandos.
“No próximo ano, a cooperação entre Shenzhen e Macau vai continuar a aprofundar-se, avançando com projectos principais e levando a cabo os protocolos de cooperação já assinados, no sentido de contribuir para o desenvolvimento mútuo e melhoria da qualidade de vida dos dois territórios. Entretanto, as duas partes vão explorar gradualmente a cooperação na inovação financeira e criação de negócios por jovens, para além dos domínios já amadurecidos, tais como de economia, comércio, convenções e exposições, educação e cultura”, explica o comunicado.
A próxima fase conta com uma forte aposta na cooperação da construção da Região do Grande Golfo de Guangdong, Hong Kong e Macau e no aproveitamento das vantagens das áreas de Qianhai e de Shekou do munícipio de Shenzhen, que fazem parte da Zona de Comércio Livre de Guangdong.
Na reunião foram assinados dois memorandos: o de “Aprofundamento da Cooperação entre Macau e Shenzhen e Estímulo Conjunto à Construção da Região do Grande Golfo de Guangdong, Hong Kong e Macau” e o de “Cooperação no Sector do Turismo”, que permitem reforçar o estreitamento da cooperação no âmbito da economia, do comércio, das finanças, da cultura, da inovação e da criação de negócios.
O Governo está a estudar alargar o Plano de Apoio a Jovens Empreendedores até às três áreas que fazem parte da Zona de Comércio Livre de Guangdong.

3 Dez 2015

Regulamento sobre abate de motas aguarda entrada na AL

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]inalmente, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) já concluiu a elaboração da proposta de revisão ao plano de subsídio para eliminar as motas mais poluentes, uma medida de combate à poluição há muito esperada. A proposta já está na lista de espera para apresentação na Assembleia Legislativa.
A novidade foi dada numa resposta a uma interpelação da deputada Kwan Tsui Hang, que questionou o Governo sobre a calendarização do referido plano de subsídio. O abate deste veículos poluentes deveria ter sido implementado ainda este ano, mas o passo dos trabalhos revela o contrário. O director da DSPA, Vong Hoi Ieong, respondeu que, recentemente, através da recolha de opiniões e sugestões, os residentes concordam com o plano de apoio financeiro para eliminar os veículos altamente poluidores.
No entanto, na parte de abate de veículos a diesel, o director defende que há uma série de aspectos e âmbitos complexos, incluindo o aumento do critério de emissão de veículos para o nível cinco do padrão europeu de emissões, antes da implementação do financiamento. Foi ainda considerada a necessidade da cedência de um grande terreno para colocar os veículos para abate.
“Depois de avaliação e análise integradas, actualmente só existem condições qualificadas para subsidiar a eliminação de motociclos de combustão interna a dois tempos. A DSPA já concluiu a elaboração da proposta do regulamento em relação ao plano de subsídio e já pediu que o documento entre em processo legislativo”, revelou o director na resposta.
Outra proposta do regulamento sobre o critério de emissão de veículos foi também concluída pela DSPA e pela Direcção dos Serviços para Assuntos de Tráfego (DSAT). Sobre esta, Vong Hoi Ieong revelou que está a analisar o resultado de um estudo requerido.

3 Dez 2015

Tabaco | Proibições igual a queda dos negócios. E aumento do contrabando

O consumo não diminui. As vendas sim. E o contrabando aumenta. São reacções de vendedores de tabaco à proposta de proibição de fumar e de expor produtos, que dizem que vai afectar e muito o sector

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s medidas do Governo contra o tabaco estão a destruir o negócio às empresas de venda de produtos ligados ao sector. O consumo não está a diminuir, mas a compra sim, dizem associações, sendo que o contrabando é o vilão principal desta série iniciada com as proibições efectuadas pelo Governo.
O aumento do imposto sobre o tabaco, em Julho passado, o limite de transporte entre fronteiras de 19 cigarros por pessoa – já implementado – e a proposta de proibição de exposição dos produtos de tabaco nas montras das lojas são factores de “grande pressão” para os vendedores do sector. As queixas foram ouvidas ontem, durante uma reunião com a 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), por representantes da indústria de tabaco de Macau e por um grupo de operadores de estabelecimentos de vendas exclusivas de charutos.
“[Estas medidas] vão afectar os respectivos sectores. [Os representantes afirmam que] a aprovação da proposta de Lei [de Prevenção e Controlo do Tabagismo] vai colocar em causa a sua sobrevivência”, indicou o presidente da Comissão, Chan Chak Mo. A Comissão analisa, actualmente, a revisão à Lei do Tabaco que, se aprovada, irá implementar a proibição total de fumar e a exposição destes produtos.

Consumo mantém-se

Os representantes argumentaram que o objectivo de diminuir o consumo de tabaco, sempre defendido pelo Governo, não está a ser atingido. “Eles disseram que estas medidas não contribuíram para baixar ou reduzir o consumo de tabaco. Deram vários exemplos, como em Singapura em que não é permitida a entrada de tabaco, mas é permitido o fumo nos casinos”, indicou.
Os representantes indicaram ainda ter levado a cabo um inquérito que permitiu perceber não estar a ser respeitado pelos consumidores de tabaco o limite de transporte de 19 cigarros por pessoa na passagem das fronteiras, promovendo o contrabando.
Em linhas simples, o número de consumidores não diminuiu, argumentam os membros do sector, mas o de compras sim. Face aos novos preços, que sofreram um aumento substancial, os fumadores compram tabaco fora de Macau e continuam a consumir. Quem perde, dizem, são os vendedores locais.
Para além disso, “retirar os produtos das montras quando eles já trazem as indicações nos pacotes é ir contra a Lei da Defesa dos Direitos e Interesses dos Consumidores”, foi outro dos argumentos apresentados.

A diferença está no charuto

Relativamente à venda exclusiva de charutos, os membros do grupo argumentaram que a inclusão das salas de provas nas lojas na proibição total de fumar em recintos fechados vem destruir o negócio. “A opinião dos vendedores de charutos é que este produto é diferente do tabaco. Só é consumido por adultos. Deve por isso ser tratado de uma forma diferente dos cigarros”, explicou o presidente da Comissão.
Segundo os dados do Governo, existem actualmente 20 charutarias em Macau, envolvendo cem trabalhadores e com representação de centenas de marcas de charutos importados. “Cada caixa de charutos custa entre sete a oito mil patacas. Sem uma sala de prova, os representantes argumentam que perdem o negócio porque os consumidores só escolhem depois da degustação dentro dessas salas”, explicou Chan Chak Mo.
Os empresários alegaram ainda que noutros países estas salas de prova são uma excepção na lei para que as lojas possam manter o seu negócio. “Eles alegaram que aquelas salas são só para charutos e não cigarros”, afirmou.
Questionado pelos jornalistas, Chan Chak Mo não adiantou qualquer reacção por parte da Comissão, indicando apenas que o grupo de trabalho sabe que o inquérito e dados apresentados representam a visão dos representantes e que o Governo via ser questionado sobre os resultados das medidas.

3 Dez 2015

Orçamento | Relatório de 2014 com falhas e baixa execução do PIDDA

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Assembleia Legislativa encontrou problemas no relatório de execução orçamental do ano passado. “A nossa equipa de assessoria encontrou problemas no relatório de execução do orçamento de 2014, tais como aqueles apontados na apreciação da propostas de orçamentos, em 2013”, indicou ontem Cheang Chi Keong, presidente da 3.ª Comissão Permanente da AL, que analisa o diploma na especialidade.
Depois de justificar que a 2.ª Comissão Permanente – grupo que avaliou as propostas de lei sobre o orçamento – está com muito trabalho em mãos e, por isso, este relatório foi passado para a Comissão que preside, o também deputado indicou que a baixa taxa de execução do Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA) continua a ser um dos problemas mais comuns.
Depois de uma reunião interna, Cheang Chi Keong assegura que o orçamento de 2014 foi executado de acordo com a lei e avaliado positivamente pelo Comissariado da Auditoria, mas adiantou que, no próximo encontro, os membros da Comissão irão colocar questões aos representantes do Governo. Isto porque a pouca execução do orçamento é a maior preocupação dos deputados, sinal claro, diz Cheang Chi Keong, de alguma “falta de rigor” por parte do Governo. “Tivemos aumento das despesas, mas a taxa de execução [do PIDDA] foi baixa”, apontou.
“O Governo quer ter margem”, indicou, mas “é preciso ter uma orçamento mais apertado, mais certo e, claro, mais perto da realidade”. Com isto, o presidente indicou que a Comissão irá apresentar alguns pedidos de esclarecimento ao Executivo. Há desvios nas contas, conforme explicou o presidente, e os excedentes, indicou ainda Cheang Chi Keong, serão, depois de concluída a análise, canalizados para a reserva financeira já no início de 2016.

2 Dez 2015

Paulo Chan | Novo director da Inspecção de Jogos defende mais legislação

Paulo Martins Chan já é o novo director da Inspecção e Coordenação de Jogos e assegura que há trabalho a fazer: ao nível da revisão legislativa, da contratação de mais pessoal e da renovação do funcionamento dos próprios serviços

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]a magistratura no Ministério Público (MP) para a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Paulo Martins Chan tomou ontem posse no novo cargo, em substituição de Manuel Joaquim das Neves, e deixou um aviso claro quanto à necessidade de implementar mais legislação no sector dos casinos.
“O sector do Jogo, que se encontra numa fase de adaptação depois de muitos anos de desenvolvimento célere, carece muito de um quadro legal aperfeiçoado. Irei, certamente, acompanhar e executar as políticas do Secretário [para a Economia e Finanças]”, disse Paulo Martins Chan no seu discurso de tomada de posse.
Aos jornalistas, o novo director da DICJ não quis, contudo, dar mais detalhes sobre as necessidades nessa área. “Penso que hão-de existir muitas lacunas, mas só entrei nas instalações da Inspecção de Jogos há duas horas. Não posso avançar muitas informações porque isso seria irresponsável. Mas penso que serão leis sobre áreas como o controlo dos casinos”, apontou.
Paulo Chan disse ainda que, “a nível interno”, vai “estudar todas as viabilidades para aperfeiçoar o funcionamento interno”, existindo a ideia de contratação de mais pessoal.
“Temos de perceber quais são os problemas existentes na Direcção, bem como a nível legislativo e de recursos humanos. Esses são os trabalhos prioritários. Já tenho algumas escolhas [na área da contratação de pessoal], mas não tenho um número concreto”, apontou.

O caso Dore

Paulo Martins Chan fez ainda alguns comentários sobre o caso Dore. “Eu tenho a lógica do magistrado, que é: perante um caso concreto, temos que ter os factos assentes primeiro. Quem é que emprestou primeiro dinheiro a quem, o valor, se a pessoa tem algum recibo emitido… Os pormenores são muito importantes. Antes de termos os factos concretos não podemos tomar nenhuma decisão e sabemos que isso já foi entregue aos órgãos de investigação. Podemos aguardar os resultados”, referiu.
O novo director da DICJ deixou ainda um apelo aos investidores das salas VIP. “Em termos gerais penso que a Direcção de Inspecção tem tomado algumas medidas, relativamente à necessidade de ter uma conta própria ajustada aos mediadores. Outras medidas vão ser tomadas. Isso vai ser importante, mas aproveito para fazer um apelo aos cidadãos: qualquer investimento com altos lucros é naturalmente muito arriscado”, defendeu.
Presente na tomada de posse, o Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, disse que Paulo Martins Chan é a pessoa indicada para lidar com a nova fase do sector do Jogo.
“Tendo em conta a entrada do sector do Jogo numa nova fase de desenvolvimento, as necessidades de reforço do controlo do referido sector de acordo com as leis e com vista à promoção do desenvolvimento saudável, a DICJ irá desempenhar um papel cada vez mais importante. Por isso o Governo coloca novas exigências à liderança respeitante, de acordo com o evoluir do tempo”, apontou.
Lionel Leong acredita que a DICJ, com Paulo Chan, “irá cumprir as suas atribuições e dar contribuições para o reforço da fiscalização e da supervisão no desenvolvimento do sector do Jogo nos termos da lei”, bem como “a realização dos trabalhos conforme os resultado do estudo” sobre a renovação das licenças de Jogo.

Yuan no FMI | Governo diz que é cedo para avaliar impacto

Questionado sobre as consequências que poderão surgir em Macau pelo facto do renminbi ser uma moeda mais forte por ter entrado para o cabaz de moedas do Fundo Monetário Internacional (FMI), Lionel Leong disse que “é cedo” para avaliar. “Devo dizer que a entrada do renmimbi, em termos de sistema monetário, é muito positivo. O Governo da RAEM vai continuar a estar atento, porque haverá divulgação de novas informações. Todos sabem que o renminbi tem uma grande influência ao nível da exportação dos serviços e grande parte dos nossos visitantes vem do interior da China. Quanto a eventuais alterações do renminbi ao nível da inflação, vamos estar atentos”, concluiu.

Governo desdramatiza maior quebra desde 2010

O Secretário para a Economia e Finanças disse ontem que a quebra das receitas do Jogo em 32,3% em Novembro, por comparação a 2014, está dentro das previsões, apesar de este ser o valor mais baixo desde Julho de 2010. A quebra representa menos 16,4 mil milhões de patacas. “Normalmente em Novembro há sempre uma diferença face a Outubro, todos os anos. Normalmente é o mês com menos receitas e isso está de acordo com as nossas previsões. Vamos estar atentos e reforçar a comunicação com as operadoras de Jogo”, referiu Lionel Leong à margem da cerimónia de tomada de posse de Paulo Martins Chan.

2 Dez 2015

Auxiliares de polícia | Angela Leong sugere contratação de reformados

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]deputada Angela Leong sugeriu ontem que fosse ponderada a contratação de polícias reformados para a posição de auxiliares policiais, um cargo abaixo do agente policial, mas que o Governo considera necessário. Na sua resposta, Wong Sio Chak concordou com a sugestão; contudo, confessou não existirem recursos financeiros para pagar a estes profissionais, adiantando que poucas pessoas quereriam cumprir estas funções em regime de voluntariado.
“Podemos contratar polícias reformados, pois têm mais experiência para elevar a moral do auxiliar de polícia”, disse a também líder da Sociedade de Jogos de Macau. “Não estou muito optimista quanto a isto”, respondeu o Secretário, acrescentando não acreditar que muitos reformados quisessem ocupar este lugar. “É uma boa ideia, mas será que estão interessados em trabalhar gratuitamente nesta tarefa tão dura?, questionou.
“Temos que contar não só com as autoridades locais, mas também do interior da China, contando com a colaboração de outros serviços competentes. A figura de auxiliar de polícia já em Abril foi colocada, mas tendo em conta as suas competências, que são diferentes das dos polícias, é muito difícil contratar polícias, quanto mais auxiliares”, começou Wong por explicar.
“Não basta criar esta figura, tem que se proceder a formações e neste processo estão envolvidas questões jurídicas complexas. Se calhar preferem funções a tempo parcial nos casinos. (…) A ideia é muito boa, mas há limitações em termos de viabilidade”, concluiu.
Em resposta, Angela Leong retorquiu que o trabalho teria necessariamente que ser remunerado. “Claro que temos que ter um prémio para estas pessoas. Se fosse voluntário, nem eu ia”, disse. Ao explicar a natureza destes profissionais, Wong Sio Chak sublinhou que a questão é complexa, argumentando que o ordenado não é aliciante e que é necessário investigar todo o passado dos candidatos.

Informáticos duvidosos

Em resposta ao deputado Kou Hoi In, que o questionou sobre crimes informáticos, o Secretário explicou que a contratação de pessoal para combater crimes cibernéticos é complexa. “É difícil [contratar pessoal], há que primeiro verificar o seu background, como por exemplo se é membro de uma família que pertence a uma seita”, ilustrou o responsável. Isto, disse, serve para explicar que “o recrutamento de pessoal não é nada fácil”.
Ko Hoi In sugeriu que se contratassem pessoas no exterior, mas Wong Sio Chak afastou essa ideia, já que, defende, a ideia é ter somente residentes na Administração. “Não aplicamos esta medida porque pretendemos que sejam os locais a desempenhar funções na Função Pública”, respondeu.

MP | Encaminhados 90 casos de uso ilegal de cartões de débito

Até Outubro deste ano, as autoridades já encaminharam para o Ministério Público (MP) 90 casos de uso ilegal de cartões de débito do interior da China em Macau. Em resposta à deputada Angela Leong, o Secretário para a Segurança explicou que este se trata de um crime “transfronteiriço recente” que só começou a ter algum impacto desde há um ano. “Milhares [de chineses em Macau] usam cartões dos seus familiares e amigos para fazer compras aqui e pode ter que ver com o branqueamento de capitais, mas temos que fazer investigações”, revelou Wong Sio Chak. No entanto, explicou que tal “implica recursos humanos da polícia” e que por isso será difícil patrulhar a situação a tempo inteiro. Após encontros com as autoridades chinesas, o Secretário assegura ter confirmado que “estes cartões de débito têm que ver com bancos ilegais da china”, sendo necessário “mais tempo” para publicar informações.

Droga | Revisão da lei dará mais poder à PJ

A Polícia Judiciária (PJ) vai passar a poder exigir, quando confirmadas suspeitas, exames de urina in loco para efeitos de detecção de drogas no sistema. Essa foi a ideia revelada ontem pelo Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak. “A revisão vai ter uma cláusula para permitir aos agentes que façam testes à urina dos suspeitos sem necessidade de pedir uma autorização ao tribunal”, disse. A revisão da Lei de Proibição das Drogas deveria ter entrado em processo legislativo já este ano, como disse ontem Hong Wai, chefe do Departamento de Prevenção e Tratamento da Toxicodependência do Instituto de Acção Social (IAS), que adiantou que o relatório de avaliação já foi entregue à Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), responsável pelo estudo da adição de um crime de “obtenção de droga”. A Comissão que analisa os trâmites da proposta concluiu que seria benéfico aumentar o período de detenção para quem consome e trafica droga. Há, no entanto, quem defenda que o regime legislativo de Macau segue uma norma humanista e por isso mesmo deve dar mais atenção à inserção e correcção do que ao encarceramento e censura. O deputado José Pereira Coutinho defende isso mesmo: “somos um Estado humanista por natureza e devíamos focar-nos, no que diz respeito aos consumidores, a ajudá-los a melhorar e a inseri-los na sociedade. Já nos chegaram à ATFPM vários jovens que estiveram detidos por consumo de droga quando eram muito jovens e actualmente têm o resto da sua vida manchada por causa disso”, lamentou.

Obras de novos edifícios da PSP e Bombeiros começam em breve

A construção dos novos edifícios da Polícia de Segurança Pública e do Corpo de Bombeiros vai ser iniciada em breve, de acordo com anúncio do Secretário para a Segurança. “As obras da PSP e do Corpo de Bombeiros já estão todas definidas, será junto do Macau Dome e as obras vão iniciar-se, uma vez que os obstáculos já foram ultrapassados”, referiu o responsável. Também o Estabelecimento Prisional de Macau continua por inaugurar, mas estão já a ser feitos os trabalhos da primeira fase de construção. O Secretário para a Segurança está confiante de que as segunda e terceira fases seja feitas em simultâneo. “A segunda fase está na avaliação das propostas. O concurso da terceira também vai decorrer nesta altura. A última, que tem que ver com sistema de segurança e vigilância, cabe ao próprio Estabelecimento Prisional de Macau. Portanto, os trabalhos estão a decorrer”, indicou Wong Sio Chak.

2 Dez 2015

Caso Dore | “Culpados já não estão em Macau”, diz Wong Sio Chak

Os responsáveis pelo caso Dore encontram-se no exterior, de acordo com o Secretário para a Segurança. No entanto, isso não chega para cessar as investigações, que vão continuar até que sejam descobertos mais dados

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s culpados pelo alegado roubo de milhões das salas Dore no casino da Wynn já não se encontram em Macau. Esta foi a “revelação” de ontem do Secretário para a Segurança. Durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa da sua pasta, Wong Sio Chak afirmou que o caso não está dado como concluído, uma vez que a investigação ainda está a decorrer. No entanto, o responsável do Governo justifica que se trata de “um caso complexo” e por isso de difícil resolução.
“Há muitas vítimas envolvidas no caso”, diz o Secretário enquanto confirma que a investigação ainda não acabou. A resposta foi dada na sequência da intervenção do deputado José Pereira Coutinho, que pediu mais esclarecimento sobre esta matéria. Wong Sio Chak prometeu, no entanto, “divulgar em tempo útil” todas as informações sobre os avanços no caso.
Até ao início de Outubro, a PJ recebeu 45 queixas que envolviam um total de 500 milhões de dólares de Hong Kong. O caso estalou quando vários residentes se queixaram de terem investido em salas de junkets da Dore, localizados em casinos de várias operadoras. Contudo, só foram detectadas irregularidades nas salas do casino Wynn.
A culpa foi atribuída a uma ex-funcionária da empresa, que terá ocupado a posição de contabilista e aproveitado tal para desviar depósitos feitos por estes investidores. De acordo com a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, este esquema de investimentos através de depósitos em salas de junkets é ilegal.
Relacionado com este caso está também uma outra intervenção, onde se questionou a criação de um mecanismo de recolha de dívidas no exterior, nomeadamente na China. É que são já centenas os casos de jogadores do continente que voltam para a sua terra natal sem pagarem aos junkets aquilo que pediram emprestado.
Neste momento, Macau não tem qualquer regime deste género com a China. Questionado sobre a sua eventual viabilidade, Wong Sio Chak limitou-se a afirmar que “está em causa a protecção de dados pessoais”, pelo que a questão terá que “ser estudada”. Na mesa, em perigo, poderão estar as identidades dos jogadores. E talvez por isso o Secretário tenha sublinhado: “Não podemos deixar de pensar nos dados pessoais”.

Bombeiros | Revisão de regulamento vai a meio

O Regulamento de Segurança contra Incêndios vai ser revisto e a primeira fase já está concluída. “Já entrou em vigor há mais de 20 anos e é necessário aditar novas regras e matérias para fazer face às necessidades decorrentes do desenvolvimento (…) vamos tentar acabar o projecto que é composto por 3 partes – administrativa, técnica e jurídica – a primeira parte já foi concluída”, assegurou Wong Sio Chak ontem. O Corpo de Bombeiros vai aumentar a sua frota de veículos, com vista a ter, em 2018, mais de dez novos carros para “substituir os velhos”, de acordo com o Secretário para a Segurança.

Fronteiras | Canais de passagem automática são já 152

Actualmente, existem no território 152 canais de passagem automática nas fronteiras. O número foi fornecido pelo Secretário para a Segurança em resposta a Angela Leong, que se questionou sobre o número de passagens existentes. A deputada criticou o aglomerar de pessoas em horas críticas do dia naquelas zonas. “Vamos melhorar a situação de grandes concentrações”, assegurou o Secretário. A também líder da Sociedade de Jogos de Macau mostrou-se preocupada com estas concentrações e pediu à Secretaria que fossem abertos todos os canais automáticos em simultâneo nas horas de ponta. Wong Sio Chak afirmou estar aberto a esta ideia.

Terrorismo | Legislação será reforçada

O Secretário para a Segurança assegurou que as medidas contra o terrorismo terão que ser reforçadas, mas garantiu que o Governo está atento aos desenvolvimentos recentes. “Os níveis de segurança não estão estabelecidos por lei e temos que reforçar o sistema porque as tendências são gravosas”, declarou o líder governamental, durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa para a sua tutela. A resposta surgiu depois de vários deputados terem trazido a questão a lume, devido aos recentes acontecimento em Paris. “Como uma cidade altamente aberta, estamos alertados quanto ao risco de médio e alto nível para combater o terrorismo (…) também temos acções de intercâmbio com a China e outros países. Temos andado a coordenar com a SPU e os Serviços de Alfândega para reforçar o combate ao terrorismo”, assegurou o Secretário. O deputado Ma Chi Seng mostrou-se preocupado com a eventualidade de acções terroristas no território. “O risco de terrorismo é muito baixo, mas não podemos ignorar que pode acontecer”, defendeu.

Cibercrime | Wong Sio Chak vai rever lei

A legislação contra o cibercrime vai ser revista, de acordo com declarações de Wong Sio Chak, durante a apresentação das LAG para a Segurança. Para a deputada Chan Hong, este é um dos pontos fulcrais a tratar por aquela pasta: “A dependência da internet está a aumentar e alguns websites do Governo apresentam irregularidades e foram mesmo atacados por hackers”, lamentou. O Secretário explicou que a lei actual apresenta lacunas e “tem partes insatisfatórias”, exemplicando com o sistema de envio de mensagens SPAM. “Este fenómeno ainda persiste (…) só se verificava nos postos fronteiriços, mas agora também acontece no centro da cidade e isto mostra que as medidas não são suficientes, pelo que vai ser uma das matérias a ser revista (…) em 2016 vamos proceder à revisão da lei”, anunciou o responsável.

2 Dez 2015

Vigilância | Número de câmaras aumenta até Junho

[dropcap style=’circle’]T[/dropcap]odas as câmaras de videovigilância vão estar instaladas e em funcionamento em Junho de 2016, disse ontem Wong Sio Chak. O Secretário para a Segurança anunciou ainda que o número de câmaras vai aumentar, passando de 1500 para 1620 sistemas. A segunda fase de instalação vai ter lugar já no próximo mês.
“Ultimamente todos estão muito atentos em relação a esta obra [das câmaras]. Temos um grupo que reúne trabalhadores do Gabinete de Desenvolvimento de Infra-Estruturas (GDI), da PSP e dos Serviços de Polícia Unitários (SPU). A segunda fase vai servir para instalar 263 [câmaras] e, na terceira, serão instaladas 800”, avançou. “Em Junho vamos ter tudo instalado.”
A resposta de Wong Sio Chak veio na sequência da intervenção de Ho Ion Sang, que se questionou acerca do prazo de finalização deste projecto, mas também sobre o montante total envolvido na referida instalação. O deputado vai mais longe: pede que seja dada prioridade àquilo que chama como “zonas negras”. A título de exemplo, fala dos bairros antigos e postos transfronteiriços. câmaras videovigilância
“As zonas em que a segurança é mais crítica devem ser mais prioritárias (…) zonas antigas são pontos negros”, disse. Além disso, optou por sublinhar que só a instalação de 219 câmaras já custaram ao erário público 62 milhões de patacas. “Está planeada a instalação de 1620 câmaras. Quanto é que isto vai custar?”, perguntou Ho Ion Sang ao Secretário para a Segurança.
Alguns deputados mostraram-se receosos com a invasão de privacidade que estas câmaras podem representar para os cidadãos. Exemplo disso foi Lau Veng Seng, que questionou o Secretário sobre como é que o seu Gabinete está a pensar proceder à instalação sem violar a privacidade de cada um. Mas não foi o único. “Será possível verificar se a minha vida privada foi captada pelas câmaras de segurança?”, questionou também Ng Kuok Cheong.

1 Dez 2015

Governo revê Lei da Imigração Ilegal. Detenção passa para 90 dias

O Governo vai rever a Lei da Imigração Ilegal, aumentando o período de detenção. A medida é anunciada pelo Secretário para a Segurança, que diz que a lei está obsoleta e assegura que vai ainda ser estudada a introdução do casamento fictício no novo diploma. O Executivo vai também criar duas novas unidades policiais

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Secretário para a Segurança Wong Sio Chak anunciou ontem a revisão, em 2016, da Lei de Imigração Ilegal, alegando que esta se encontra obsoleta. Uma das mudanças está relacionada com o prazo de detenção, que aumenta em um mês, até porque, diz o responsável, a lei já não “consegue ser eficaz”.
“Vamos agora alargar o tempo de detenção de 60 para 90 dias, dado que devido à questão da identificação nem sempre conseguimos [identificar] e não podemos expulsá-los, mas apenas emitir um título de permanência provisório”, disse, acrescentando que a ideia com o alargamento do prazo é precisamente facilitar os “procedimentos administrativos” que, defende, são demasiado morosos.
Quem discorda da medida é o deputado Au Kam San, que considera ser contraproducente alargar o tempo de processamento. “Em vez de se alargar o período, deviam-se acelerar os processos. Porque se assim for, estaremos sempre a alargar os períodos e os processos administrativos continuam a ser demorados na mesma”, lamentou.
De acordo com o Comandante Leong Man Cheong, a morosidade deve-se à necessidade de contactar os consulados dos países de onde os imigrantes ilegais provêm.
“Temos que tratar dos seus documentos (…), de diligenciar junto dos consulados em HK”, começou por explicar “Às vezes [os imigrantes] declaram falsas informações para  tentar enganar as autoridades e, através do consulado do país, o processo é relativamente moroso (…) Só podemos emitir uma notificação de permanência provisória e ultrapassando as 48 horas [de detenção] temos de podemos pedir ao tribunal que emita uma ordem de detenção até 60 dias”, completou o Comandante das Forças de Segurança de Macau (FSM).

Cerco da identificação

Esta não é, contudo, a única novidade, já que do conteúdo da lei poderá fazer parte o casamento fictício. Para já, a medida vai apenas ser estudada, garantiu Wong Sio Chak, que acredita que a imigração ilegal e uma lei ineficaz são “um problema para a segurança”.
O responsável adiantou ainda que de Janeiro a Outubro deste ano foram emitidos 1200 títulos provisórios que envolviam 800 pessoas. Destas, 280 foram expulsas e ficaram pendentes mais de 900 casos, a grande maioria de cidadãos do sudeste asiático.
“Reforçámos a fiscalização nas zonas mais críticas e vamos continuar a reprimir actos de imigração ilegal juntamente com o continente”, acrescentou o líder das FSM.
Leong Man Cheong anunciou ainda a colocação, no próximo ano, de 41 novos postos de passagem automática em fronteiras do território, às quais se juntam mais instalações de identificação facial e por impressão digital. O método de identificação facial já valeu aos serviços competentes o reconhecimento de cem pessoas que se encontravam no território sem qualquer documento identificativo.
De acordo com Ho Ion Sang, a imigração clandestina aumentou 64% face ao ano passado, com o registo de 1810 casos. “Sabem apurar as razões desta imigração clandestina?”, questionou-se. Ao deputado, Wong Sio Chak respondeu que o aumento se deve à procura, por parte de residentes do continente, de trabalho.
Além disso, o responsável confirmou o número referido por Ho Ion Sang e explicou que o aumento do número de casos se deve à “diferença das economias da China e de Macau”, sendo que as pessoas vêm em busca de melhor qualidade de vida.
“Este ano, a DSAMA, a PSP e outros serviços reforçaram as suas operações contra a imigração clandestina e a China também apertou mais o cerco à imigração normal”, esclareceu.
No que respeita às pessoas que excederam o tempo de permanência permitido por lei, Leong Man Cheong fala de um número avultado. “Só este ano mais de 41 mil pessoas permaneceram em Macau mais do que deviam, face aos registados 24 mil no ano passado”, disse.
 

PJ cria núcleo de segurança cibernética

 

A Polícia Judiciária (PJ) prepara-se para criar o Núcleo de Segurança Cibernética, que vai dedicar-se inteiramente à monitorização do mundo online.
“A PJ vai estudar a criação de um núcleo de segurança cibernética e estudar as funções que este vai ter, incluindo os parâmetros, com vista a criar um mecanismo de classificação e de alerta”, esclareceu Wong Sio Chak ontem, durante a apresentação das LAG para a Segurança.
“Há que dispor de recursos humanos suficientes e a PJ vai proceder ao recrutamento de pessoal para encher os quadros”, disse o Secretário. Além disso, Wong Sio Chak quis deixar claro que esta plataforma não vai tirar aos cidadãos a sua liberdade de expressão no meio online, servindo somente para fiscalizar eventuais acções de terrorismo e hacking. “Quero frisar que isto não serve para limitar o uso da internet, da palavra e da liberdade de expressão, mas sim assegurar a segurança cibernética, nomeadamente para as instalações governamentais”, sublinhou. “Não há qualquer relação entre este núcleo e a liberdade de expressão”, acrescentou o Secretário. É que as outras jurisdições, frisa, já têm regulamentos destes “há vários anos”.
O anúncio surgiu na sequência de uma série de intervenções de deputados, incluindo de José Chui Sai Peng, que se questionou acerca dos crimes cibernéticos: “como pode o Governo fazer uma melhor monitorização dos crimes na internet?”, perguntou.




Polícia | Governo vai criar equipa dedicada aos turistas

O Governo vai criar a Polícia Turística, uma equipa policial inteiramente dedicada ao tratamento de questões relacionadas com o turismo em Macau. “Vamos criar a polícia turística e este novo tipo de polícia é virado para os turistas, vem prevenir a criminalidade nas zonas turísticas, controlar o fluxo de multidões e recolher informações, ajudar os turistas na resolução de problemas como extravio de objectos ou documentos”, começou Wong Sio Chak por explicar. O colectivo deverá começar com cerca de 20 elementos para em 2017 ser aumentada para mais de 30.
“Quando houver concentrações excessivas, temos que proceder à sua triagem (…) Em 2016, vai ter mais ou menos 30 elementos e cobrir o Leal Senado, as Ruínas de S. Paulo, o Museu de Nan Tcha, o Teatro D. Pedro, a Casa do Mandarim, o Museu Marítimo”, explicou o Secretário para a Seguança. A ideia é ir formando forças policiais específicas para lidar com os turistas que vêm até à região. Uma das habilidades desejadas é no campo da linguagem. “Esperamos poder escolher elementos como boas capacidades linguísticas, de modo a que os turistas possam ser realmente bem apoiados (…) Em 2017, vamos proceder ao alargamento da equipa.”
Nas suas intervenções, Ma Chi Seng perguntou a Wong Sio Chak se será criada uma linha aberta de contacto com este tipo de polícia, algo que poderá acontecer, segundo o responsável da tutela. L.S.M.

1 Dez 2015

LAG 2016 | Wong Sio Chak recebe nota média dos deputados

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s deputados mostraram-se ontem satisfeitos, no geral, com as respostas do Secretário para a Segurança durante o debate que sucedeu à apresentação das Linhas de Acção Governativa da sua tutela. Ho Ion Sang, que se questionou acerca da instalação de câmaras de videovigilância, foi um deles, dizendo estar contente com a resposta do Secretário. 
“Wong Sio Chak afirmou que as videovigilâncias vão abranger os pontos com mais incidência criminosa, bem como os sítios onde tem lugar imigração ilegal”, disse ao HM, ainda que acrescentado que, no entanto, há uma das respostas que não agradou muito: esta está relacionada com a cooperação de trabalhos interdepartamentais do Gabinete do Chefe do Executivo com os Secretários para a Administração e Justiça, para a Segurança e para Transportes e Obras Públicas no que toca à montagem das câmaras. 
“Na fase inicial, os trabalhos são da responsabilidade do Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas e os Serviços de Polícia Unitários participam. No entanto, não me parece que tenha sido essa a mensagem passada pelo Secretário”, argumentou. “Receio que se gaste demasiado dinheiro numa coisa que pode não resultar em nada”, lamenta. 
Quanto à questão de imigração ilegal após obtenção da jurisdição das águas, Ho Ion Sang considera a matéria desafiante, mas Wong Sio Chak defende a ideia de consolidar a execução das leis, bem como de rever os regulamentos respectivos para aumentar a multa, algo positivo para Ho Íon Sang. 

Voto de confiança

Já o deputado Chan Meng Kam mostrou-se confiante no desempenho do Secretário, referindo que ele “assegurou” que vai rever as leis”. Além disso, afirma ainda que viu as suas questões esclarecidas, nomeadamente sobre o crime nas salas VIP. 
A propósito da fusão de departamentos do Gabinete de Coordenador de Segurança com as Forças de Segurança, disse-se satisfeito. É que, argumenta, “os trabalhos dos dois Departamentos de Gestão de Recursos da Direcção dos Serviços das Forças de Segurança e o Corpo de Polícia de Segurança Pública sobrepõem-se”. 
No que toca à criação de um centro de segurança da rede, o deputado Chan Meng Kam espera que Wong Sio Chak explique melhor a necessidade da criação de um regime jurídico. Para Chan Meng Kam, não faz sentido criar um núcleo sem primeiro desenvolver a legislação que o vai regulamentar. 
Já Au Kam San considera que o Secretário foi para o hemiciclo bem preparado, mas sem grandes novidades para dar.
Em declarações ao HM, José Pereira Coutinho insistiu, mais uma vez, na necessidade do Regime de Previdência para funcionários públicos, desta vez frisando a necessidade das Forças de Segurança e Bombeiros estarem cobertos: “como é que um bombeiro vai subir a um edifício alto, correr perigo de vida para salvar outras pessoas, sem ter a certeza que a família está protegida?”, questionou-se ao HM.

1 Dez 2015

Reestruturação na Segurança | Instituto de Menores fica sob tutela do EPM

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto de Menores (IM) vai passar a estar sob tutela do Estabelecimento Prisional de Macau (EPM), segundo um anúncio feito ontem pelo Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak. Esta é uma das alterações que o responsável da tutela apresentou nas Linhas de Acção Governtiva para 2016. A outra é a transferência do Gabinete do Coordenador da Segurança para os Serviços de Polícia Unitários (SPU) e a da Comissão dos Combustíveis para os Bombeiros.
“A carreira de docentes [do Instituto de Menores] vai-se enquadrar nos quadros da EPM e existe a necessidade de fornecer algum apoio psíquico ou psicológico (…) As funções destas duas entidades não são contraditórias, o que devemos fazer para que a EPM funcione sem sobressaltos é aproveitar as forças da sociedade para que estes delinquentes juvenis se integrem rapidamente”, esclareceu, perante a dúvida levantada por Au Kam San sobre se o EPM não teria uma intenção mais “punitiva”, enquanto o IM “seria mais educativo”.
O deputado da bancada democrata deu até outra solução: “o IM no EPM não me parece adequado, os destinatários são diferentes (…), o IM deveria ficar na tutela do Instituto de Acção Social.”

Que sentido?

A novidade apanhou, aliás, uma série de deputados de surpresa, que se questionaram sobre a lógica da medida. Para Ng Kuok Cheong, por exemplo, a aglutinação de serviços vem “agravar a estigmatização dos menores” porque serão inseridos no EPM. Para Chan Iek Lap, é “muito importante” que seja preservado o acto de corrigir os comportamentos desviantes, pelo que também para o deputado disse temer que a integração do Instituto no EPM não seja uma medida positiva.
Wong Sio Chak confirmou apenas que “o local é o mesmo do IM e não vai ficar dentro do EPM, vai ficar fora”.
No entanto, há mais mudanças: os SPU passam a ser conduzidos pelo Gabinete de Coordenação de Segurança, enquanto a Comissão de Combustíveis passa para a direcção dos Bombeiros. “A integração do SPU no Gabinete será discutida muito em breve”, assegurou Wong, frisando ainda que é necessário “eliminar a cultura de passividade e passar a uma cultura energética”.

1 Dez 2015

Orçamento | Governo chamado a justificar gastos e PIDDA

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), presidida por Chan Chak Mo, considera ser necessário o Governo dar mais explicações quantos aos gastos previstos na Lei do Orçamento de 2016, agora em análise na especialidade, depois de aprovada na generalidade na semana passada.
“Hoje ouvimos a nossa [equipa de] assessoria económica que diz que há falta de informações [na proposta de lei]”, começou por dizer Chan Chak Mo, dando como exemplo o caso do Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA).
A Comissão considera que, entre o período de Janeiro a Setembro, o orçamento peca por falta de informações importantes. “Ainda no PIDDA, sabemos que constam 18 projectos que compreendem construções e grande reparações (…) com um valor bastante avultado de 145 mil milhões [de patacas], mas há falta de informações sobre estas obras”, apontou o presidente, indicando que espera que o Governo pormenorize os gastos já na próxima reunião com a Comissão, agendada para quarta-feira.

Alexis na cadeira

As informações suplementares já atribuídas à Comissão sobre o orçamento para o próximo ano não são, portanto, suficientes. A Comissão notou ainda que o Gabinete para os Assuntos Sociais e Cultura registou um aumento notório nas despesas previstas, sendo por isso necessário que o Governo justifique esta previsão de gastos.
“Verifica-se [no Gabinete para os Assuntos Sociais e Cultura] um aumento bastante significativo no que diz respeito às despesas para o próximo ano”, apontou Chan Chak Mo, sublinhando que na próxima reunião conta com a presença de vários representantes do Governo.
Em relação aos outros serviços, Chan Chak Mo explica que a Comissão irá convidar os respectivos representantes para reuniões futuras para “conhecer a situação de cada” um.

1 Dez 2015

Lai Man Wa | Governo “não está a encobrir nada”, garante Wong Sio Chak

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Secretário para a Segurança assegurou ontem, perante questões dos deputados Au Kam San e Ng Kuok Cheong, que o Governo “não está a encobrir” nada acerca da investigação da morte da ex-directora dos Serviços de Alfândega, Lai Man Wa.
A questão foi trazida ao hemiciclo pelo deputado Au Kam San, que quis saber qual a verdadeira razão para o alegado suicídio da responsável. “Isto gera desconfiança e dúvidas no seio da sociedade (…) Só quem não tem conhecimento utilizava esses métodos [de suicídio] tão complicados. Na véspera não havia sinais de suicídio, estava bem disposta mas foi confirmado suicídio, sem sabermos por que razão”, argumentou o deputado.
O democrata acusou o Governo de estar a encobrir informações. “O que é que o Governo está a encobrir?”. Também Ng Kuok Cheong se insurgiu, pedindo mais dados ao Governo.

Caso por concluir

Em resposta, Wong Sio Chak disse, por mais do que uma vez, que o Governo está a disponibilizar todas as informações em tempo devido, acrescentando que a investigação ainda está a decorrer.
“Já fizemos muitos trabalhos de investigação, incluindo forenses, com câmaras de vigilância e perguntámos a todas as pessoas que conheciam a senhora, com vista a encontrar causas para o suicídio”, disse. A isto, o Secretário acrescentou que está ainda a decorrer a investigação, estando ainda por publicar um relatório final. lai man wa
“Após a investigação, a PJ vai efectuar um relatório final e vamos apresentá-lo ao Ministério Público e divulgar à população quando tivermos a concordância dos familiares”, completou. “Quando eu e o Chefe do Executivo demos a notícia, nunca demos o caso por finalizado”, continuou Wong Sio Chak, na sua resposta a Au Kam San. O Secretário concluiu dizendo que tudo foi efectuado “de acordo com as normas internacionais”.

SA com mais meios devido às águas marítimas

A autorização para Macau ter jurisdição sobre águas marítimas vai levar o Governo a reforçar os meios dos Serviços de Alfândega. No próximo ano, o número de funcionários também deve aumentar com a abertura de 150 vagas para o quadro. O Executivo vai adquirir “navios e equipamentos” e vão ser aumentados os postos de controlo em alguns locais. A ideia é a “aceleração da resposta perante incidentes imprevistos a ocorrer dentro de todo o território marítimo sob a jurisdição de Macau”, disse Wong Sio Chak, que prometeu também “a intensificação da cooperação com os serviços marítimos das zonas adjacentes e a partilha conjunta da informação relativa ao controlo de tráfego de navios e às infracções cometidas”.

1 Dez 2015