IAM | José Tavares manda retirar mensagem de teor xenófobo contra domésticas 

“Ensinar as empregadas domésticas a não mexer no lixo contribui para combater a epidemia” é a mensagem mais recente divulgada pelo Instituto para os Assuntos Municipais para combater mais casos de coronavírus. Representantes de associações de trabalhadores migrantes dizem tratar-se de racismo e discriminação. José Tavares, presidente do IAM, suspendeu a mensagem de imediato

 

[dropcap]N[/dropcap]edie Taberdo, presidente da União Verde dos Trabalhadores Migrantes das Filipinas em Macau, defendeu ao HM que a mais recente mensagem divulgada pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), no âmbito do coronavírus, incita ao racismo contra as empregadas domésticas.

A mensagem, inserida numa infografia produzida pelo IAM, e divulgada na plataforma do Gabinete de Comunicação Social (GCS), diz que “Ensinar as empregadas domésticas a não mexer no lixo contribui para combater a epidemia”, e ainda que “mexer no lixo propaga o vírus e é proibido, o infractor será penalizado”.

“Não são apenas as empregadas domésticas que mexem no lixo”, disse ao HM. “Muitos chineses apanham coisas do lixo e vendem-nas perto do Cinema Alegria. Vendem roupas usadas, sapatos e muitas outras coisas. Nós, filipinos, chamamos o lugar de ‘lapsapan’, que significa lugar do lixo”, acrescentou.

Para Nedie Taberdo, o Governo de Macau “não está a ser sensível a divulgar este tipo de mensagem, e também não está a ser sensível face às condições de vida das trabalhadoras domésticas”, adiantou.
Também Eric Lestari, natural da Indonésia e empregada doméstica em Macau, representante da ONG Overseas Worker Entities, defendeu ao HM que está em causa uma mensagem de teor racista. “Claro que é racismo e discriminação em relação aos trabalhadores migrantes de Macau”, disse ao HM.

A infografia foi, entretanto, retirada de circulação por ordem expressa de José Tavares, presidente do IAM, que disse, num primeiro contacto com o HM, não ter conhecimento de que a mensagem estava a ser divulgada.

Num segundo contacto, o responsável disse não concordar com o conteúdo. “Eu não mandei publicar, não passou por mim. Essa advertência está correcta, mas deve dirigir-se a todas as pessoas e não apenas a um grupo de pessoas. Esse slogan revela uma posição em relação às empregadas domésticas que não é correcta, de forma que mandei retirar a mensagem”, disse ao HM. Minutos depois, a infografia já não estava disponível na plataforma do GCS utilizada pelos jornalistas.

Pagar para trabalhar

Entretanto, várias associações de trabalhadoras domésticas em Macau denunciaram à Lusa casos de exploração laboral, desde cortes nos salários à obrigação de ficarem em casa dos patrões, desde que foram adoptadas medidas excepcionais devido ao novo coronavírus.

Para além da redução nos vencimentos acordados e da obrigatoriedade de permanecer em casa dos patrões em condições pouco dignas, as empregadas domésticas dão conta de um número crescente de outros casos que configuram exploração laboral, depois de o Governo ter encerrado praticamente todos os espaços comerciais, culturais e desportivos e de ter enviado milhares de trabalhadores e alunos para casa.

A presidente da União Verde dos Trabalhadores Migrantes das Filipinas em Macau adiantou que a organização avançou já com inquéritos junto das trabalhadoras (sobretudo filipinas) para detalhar a natureza das queixas. A intenção, esclareceu Nedie Taberdo, é de posteriormente, exercer pressão junto das autoridades de Macau, especialmente junto da Direção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), para protegerem os direitos laborais das trabalhadoras.

Já a presidente da União Progressista dos Trabalhadores Domésticos de Macau, Jassy Santos, acrescentou outros ‘atropelos’ aos direitos das empregadas domésticas: despedimentos, horas extraordinárias sem o respectivo pagamento e o facto de não serem disponibilizadas máscaras ou produtos desinfectantes às trabalhadoras, forçadas a ficar em casa dos patrões sem direito a quarto ou mesmo uma cama.

11 Fev 2020

IAM | José Tavares manda retirar mensagem de teor xenófobo contra domésticas 

“Ensinar as empregadas domésticas a não mexer no lixo contribui para combater a epidemia” é a mensagem mais recente divulgada pelo Instituto para os Assuntos Municipais para combater mais casos de coronavírus. Representantes de associações de trabalhadores migrantes dizem tratar-se de racismo e discriminação. José Tavares, presidente do IAM, suspendeu a mensagem de imediato

 
[dropcap]N[/dropcap]edie Taberdo, presidente da União Verde dos Trabalhadores Migrantes das Filipinas em Macau, defendeu ao HM que a mais recente mensagem divulgada pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), no âmbito do coronavírus, incita ao racismo contra as empregadas domésticas.
A mensagem, inserida numa infografia produzida pelo IAM, e divulgada na plataforma do Gabinete de Comunicação Social (GCS), diz que “Ensinar as empregadas domésticas a não mexer no lixo contribui para combater a epidemia”, e ainda que “mexer no lixo propaga o vírus e é proibido, o infractor será penalizado”.
“Não são apenas as empregadas domésticas que mexem no lixo”, disse ao HM. “Muitos chineses apanham coisas do lixo e vendem-nas perto do Cinema Alegria. Vendem roupas usadas, sapatos e muitas outras coisas. Nós, filipinos, chamamos o lugar de ‘lapsapan’, que significa lugar do lixo”, acrescentou.
Para Nedie Taberdo, o Governo de Macau “não está a ser sensível a divulgar este tipo de mensagem, e também não está a ser sensível face às condições de vida das trabalhadoras domésticas”, adiantou.
Também Eric Lestari, natural da Indonésia e empregada doméstica em Macau, representante da ONG Overseas Worker Entities, defendeu ao HM que está em causa uma mensagem de teor racista. “Claro que é racismo e discriminação em relação aos trabalhadores migrantes de Macau”, disse ao HM.
A infografia foi, entretanto, retirada de circulação por ordem expressa de José Tavares, presidente do IAM, que disse, num primeiro contacto com o HM, não ter conhecimento de que a mensagem estava a ser divulgada.
Num segundo contacto, o responsável disse não concordar com o conteúdo. “Eu não mandei publicar, não passou por mim. Essa advertência está correcta, mas deve dirigir-se a todas as pessoas e não apenas a um grupo de pessoas. Esse slogan revela uma posição em relação às empregadas domésticas que não é correcta, de forma que mandei retirar a mensagem”, disse ao HM. Minutos depois, a infografia já não estava disponível na plataforma do GCS utilizada pelos jornalistas.

Pagar para trabalhar

Entretanto, várias associações de trabalhadoras domésticas em Macau denunciaram à Lusa casos de exploração laboral, desde cortes nos salários à obrigação de ficarem em casa dos patrões, desde que foram adoptadas medidas excepcionais devido ao novo coronavírus.
Para além da redução nos vencimentos acordados e da obrigatoriedade de permanecer em casa dos patrões em condições pouco dignas, as empregadas domésticas dão conta de um número crescente de outros casos que configuram exploração laboral, depois de o Governo ter encerrado praticamente todos os espaços comerciais, culturais e desportivos e de ter enviado milhares de trabalhadores e alunos para casa.
A presidente da União Verde dos Trabalhadores Migrantes das Filipinas em Macau adiantou que a organização avançou já com inquéritos junto das trabalhadoras (sobretudo filipinas) para detalhar a natureza das queixas. A intenção, esclareceu Nedie Taberdo, é de posteriormente, exercer pressão junto das autoridades de Macau, especialmente junto da Direção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), para protegerem os direitos laborais das trabalhadoras.
Já a presidente da União Progressista dos Trabalhadores Domésticos de Macau, Jassy Santos, acrescentou outros ‘atropelos’ aos direitos das empregadas domésticas: despedimentos, horas extraordinárias sem o respectivo pagamento e o facto de não serem disponibilizadas máscaras ou produtos desinfectantes às trabalhadoras, forçadas a ficar em casa dos patrões sem direito a quarto ou mesmo uma cama.

11 Fev 2020

Epidemia | Governo alerta população para “casos escondidos”

O número de casos de infecção em pessoas que passaram por Macau no período de incubação subiu para 29 e as autoridades apelam às pessoas que fiquem em casa, para evitar um possível contágio

 

[dropcap]A[/dropcap]pesar de nos últimos seis dias não ter havido qualquer registo na RAEM de novas ocorrências do coronavírus de Wuhan, o Governo alerta para o risco dos “casos escondidos”, ou seja, de pessoas que estão contaminadas sem saberem.

“Há muitos casos de pessoas que entraram em Macau, que apanharam os transportes públicos, estiveram nos lugares turísticos e saíram sem serem identificadas. E estes casos nem tinham estado em Wuhan ou Hubei”, reconheceu Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde. “Isto quer dizer que em Macau há casos escondidos, que ainda não detectámos. Por isso, apelamos às pessoas que evitem concentrar-se e que fiquem em casa. Se saírem, utilizem máscara e lavem as mãos muitas vezes”, apelou.

Ontem foi conhecido mais um caso de uma pessoa com ligações à RAEM que desenvolveu sintomas do coronavírus, já depois de ter deixado o território. Trata-se de um homem de 31 anos, confirmado como o sexto caso na Malásia, de onde é natural. O indivíduo trabalha na RAEM, mas, segundo o portal da estação televisiva Channel News Agency, terá passado pelo Interior da China, antes de regressar ao país de origem.

Em relação à empresa em que trabalha, os dados ainda são desconhecidos. “Estamos em contacto com as autoridades de saúde da Malásia e a pedir informações sobre o local de trabalho do indivíduo, assim como o seu itinerário em Macau”, relatou Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença. “Até este momento não recebemos a informação pedida”, admitiu.

O homem chegou à Malásia no dia 1 de Fevereiro e começou a desenvolver sintomas a 3 de Fevereiro. Depois das idas ao médico, acabou internado a 7 de Fevereiro, ou seja na passada sexta-feira.

Outras ocorrências

Além do homem da Malásia, as autoridades foram igualmente avisadas para dois casos na Coreia do Sul que estiveram em Macau e apanharam o voo NX826, código que normalmente é utilizado pela Air Macau.

As autoridades estão agora a aguardar informação das companhias aéreas envolvidas para entrarem em contacto com os passageiros sentados nas duas filas da frente e de trás junto dos infectados.

No total, até ontem havia 29 pessoas infectadas que passaram por Macau, mas cujo vírus só foi descoberto já depois de terem deixado o território. Entre este número, 22 ocorrências foram identificadas em Zhuhai, três em Hong Kong, uma em Taiwan, outra na Malásia e ainda duas na Coreia do Sul.

Na conferência de imprensa de ontem, Lei Chin Ion evitou fazer previsões sobre o número de casos escondidos em Macau, e que podem ter sido infectados pelas pessoas que só foram diagnosticadas depois de deixarem a RAEM. “Não temos dados para fazer uma previsão com uma base científica. Se estivéssemos a avançar um número nesta fase era apenas especulação”, reconheceu.

Hotel Altira suspende operações

O Hotel Altira, na Taipa, suspendeu ontem as operações, segundo Inês Chan, chefe do Departamento de Licenciamento e Inspecção da Direcção de Serviços de Turismo. Com este encerramento, sobe para 23 o número de hotéis que suspenderam as operações devido à epidemia do coronavírus de Wuhan, entre os quais oito são de grande dimensão e 15 de três ou menos estrelas. No total, as suspensões retiram do mercado cerca de 3.000 quartos.

Portal para alunos de Macau em Taiwan

Com as novas medidas de quarentena para os alunos de Macau em Taiwan, muitos ficaram impossibilitados de regressarem à Formosa para prosseguirem os estudos. Como forma de auxiliar estes estudantes, a Direcção dos Serviços de Ensino Superior criou um portal para os alunos se registarem e exporem os problemas encontrados. O Executivo prometeu contactar com as congéneres de Taiwan de forma a encontrar soluções. O número de estudantes de Macau em Taiwan neste ano lectivo não é conhecido, mas no ano 2018/2019 eram cerca de 4.500 alunos.

11 Fev 2020

Epidemia | Governo alerta população para “casos escondidos”

O número de casos de infecção em pessoas que passaram por Macau no período de incubação subiu para 29 e as autoridades apelam às pessoas que fiquem em casa, para evitar um possível contágio

 
[dropcap]A[/dropcap]pesar de nos últimos seis dias não ter havido qualquer registo na RAEM de novas ocorrências do coronavírus de Wuhan, o Governo alerta para o risco dos “casos escondidos”, ou seja, de pessoas que estão contaminadas sem saberem.
“Há muitos casos de pessoas que entraram em Macau, que apanharam os transportes públicos, estiveram nos lugares turísticos e saíram sem serem identificadas. E estes casos nem tinham estado em Wuhan ou Hubei”, reconheceu Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde. “Isto quer dizer que em Macau há casos escondidos, que ainda não detectámos. Por isso, apelamos às pessoas que evitem concentrar-se e que fiquem em casa. Se saírem, utilizem máscara e lavem as mãos muitas vezes”, apelou.
Ontem foi conhecido mais um caso de uma pessoa com ligações à RAEM que desenvolveu sintomas do coronavírus, já depois de ter deixado o território. Trata-se de um homem de 31 anos, confirmado como o sexto caso na Malásia, de onde é natural. O indivíduo trabalha na RAEM, mas, segundo o portal da estação televisiva Channel News Agency, terá passado pelo Interior da China, antes de regressar ao país de origem.
Em relação à empresa em que trabalha, os dados ainda são desconhecidos. “Estamos em contacto com as autoridades de saúde da Malásia e a pedir informações sobre o local de trabalho do indivíduo, assim como o seu itinerário em Macau”, relatou Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença. “Até este momento não recebemos a informação pedida”, admitiu.
O homem chegou à Malásia no dia 1 de Fevereiro e começou a desenvolver sintomas a 3 de Fevereiro. Depois das idas ao médico, acabou internado a 7 de Fevereiro, ou seja na passada sexta-feira.

Outras ocorrências

Além do homem da Malásia, as autoridades foram igualmente avisadas para dois casos na Coreia do Sul que estiveram em Macau e apanharam o voo NX826, código que normalmente é utilizado pela Air Macau.
As autoridades estão agora a aguardar informação das companhias aéreas envolvidas para entrarem em contacto com os passageiros sentados nas duas filas da frente e de trás junto dos infectados.
No total, até ontem havia 29 pessoas infectadas que passaram por Macau, mas cujo vírus só foi descoberto já depois de terem deixado o território. Entre este número, 22 ocorrências foram identificadas em Zhuhai, três em Hong Kong, uma em Taiwan, outra na Malásia e ainda duas na Coreia do Sul.
Na conferência de imprensa de ontem, Lei Chin Ion evitou fazer previsões sobre o número de casos escondidos em Macau, e que podem ter sido infectados pelas pessoas que só foram diagnosticadas depois de deixarem a RAEM. “Não temos dados para fazer uma previsão com uma base científica. Se estivéssemos a avançar um número nesta fase era apenas especulação”, reconheceu.

Hotel Altira suspende operações

O Hotel Altira, na Taipa, suspendeu ontem as operações, segundo Inês Chan, chefe do Departamento de Licenciamento e Inspecção da Direcção de Serviços de Turismo. Com este encerramento, sobe para 23 o número de hotéis que suspenderam as operações devido à epidemia do coronavírus de Wuhan, entre os quais oito são de grande dimensão e 15 de três ou menos estrelas. No total, as suspensões retiram do mercado cerca de 3.000 quartos.

Portal para alunos de Macau em Taiwan

Com as novas medidas de quarentena para os alunos de Macau em Taiwan, muitos ficaram impossibilitados de regressarem à Formosa para prosseguirem os estudos. Como forma de auxiliar estes estudantes, a Direcção dos Serviços de Ensino Superior criou um portal para os alunos se registarem e exporem os problemas encontrados. O Executivo prometeu contactar com as congéneres de Taiwan de forma a encontrar soluções. O número de estudantes de Macau em Taiwan neste ano lectivo não é conhecido, mas no ano 2018/2019 eram cerca de 4.500 alunos.

11 Fev 2020

Fronteiras | Deputados querem medidas de controlo mais apertadas

Sulu Sou e Ng Kuok Cheong querem maior controlo fronteiriço ou até mesmo proibir a entrada de visitantes provenientes do Interior da China, para evitar a propagação do novo tipo de coronavírus em Macau. Mais medidas para garantir o nível de stocks alimentares e de bens essenciais e o alojamento de trabalhadores não residentes são também exigidas

 

[dropcap]O[/dropcap]s deputados à Assembleia Legislativa (AL), Sulu Sou e Ng Kuok Cheong querem medidas mais restritivas à entrada de visitantes provenientes do interior da China como forma de combater a propagação da pneumonia que teve o seu epicentro em Wuhan.

As solicitações, entregues ao Governo sob a forma de interpelação escrita, surgem numa altura em que o novo tipo de coronavírus já ultrapassou o SARS (Síndrome Respiratório Agudo Severo) em número de vítimas mortais (811) e no seguimento da entrada em vigor de medidas semelhantes em Hong Kong e Taiwan e que obrigam todos visitantes oriundos do continente chinês a fazer quarentena de 14 dias. No caso de Taiwan, os próprios residentes de Macau e Hong Kong têm também de ficar sujeitos ao período de isolamento.

“De acordo com vários especialistas epidemiológicos, os próximos seis meses poderão ser um período crítico da epidemia e nas regiões vizinhas foram aplicadas medidas de controlo de entrada (…) como em Hong Kong, para controlar a entrada de residentes do Interior da China, argumenta Sulu Sou. “A fim de evitar um surto massivo na comunidade, o Governo deve, de forma decisiva, bloquear a fonte e aplicar medidas mais rigorosas de controlo de entrada, envidando todos os esforços para minimizar o movimento de pessoas nos postos fronteiriços”, acrescenta.

Lembrando que na província de Guangdong foram registados mais de 1100 casos, o deputado pede assim ao Governo para “proibir a entrada temporária de residentes do Interior da China”.

Sobre o tema, apesar de não ir tão longe, Ng Kuok Cheong defende também que o Governo deve “reforçar urgentemente a protecção contra a epidemia e aplicar um controlo sanitário geral aos visitantes do Interior da China”.

Fixar TNR

Já quanto a medidas a tomar para minimizar o fluxo de trabalhadores não residentes (TNR) provenientes do Interior da China, Ng Kuok Cheong pede ao Governo que crie mecanismos de apoio que permitam alojar temporariamente trabalhadores com “necessidades reais” na região e questiona se não será necessário rever a estratégia de desenvolvimento da região. “Quanto à estratégia de desenvolvimento da RAEM, será necessário proceder a uma revisão, incentivando os residentes de Macau a viver em Macau e reduzir o número de trabalhadores não residentes?”, pergunta o deputado.

Já Sulu Sou, recordou que existem casos confirmados em Zhuhai, Hong Kong e Taiwain e que, mesmo no dia seguinte ao encerramento dos casinos, ainda entraram em Macau 31 mil pessoas, das quais 16 mil eram residentes e trabalhadores do continente. O deputado pede assim ao Governo que institua o período de quarentena obrigatória para os trabalhadores oriundos do continente, providencie alojamento e incite as concessionárias a fazer a sua parte. “O Governo poderá fornecer habitação social e solicitar às concessionárias que proporcionem alojamento temporário (…) aos funcionários públicos e trabalhadores das empresas privadas, a fim de reduzir ainda mais as suas necessidades de ida e volta durante a epidemia?”, questiona Sulu Sou.

Com o objectivo de evitar a “ocorrência de novos ataques de pânico por parte dos residentes”, relacionado com o abastecimento de produtos alimentares, Sulu Sou questiona ainda o Governo se tem a capacidade necessária para assegurar “o fornecimento de produtos alimentares e materiais essenciais”

Por seu turno, Ng Kuok Cheong dirige ainda uma última preocupação na sua interpelação escrita direccionada para o facto de os Serviços de Saúde terem revelado que o vírus pode ser transmitido através de excrementos. “Quais são as medidas do Governo para tratar com urgência os casos de fuga de esgotos não resolvidos de Macau?”, questionou ainda Ng Kuok Cheong.

10 Fev 2020

Fronteiras | Deputados querem medidas de controlo mais apertadas

Sulu Sou e Ng Kuok Cheong querem maior controlo fronteiriço ou até mesmo proibir a entrada de visitantes provenientes do Interior da China, para evitar a propagação do novo tipo de coronavírus em Macau. Mais medidas para garantir o nível de stocks alimentares e de bens essenciais e o alojamento de trabalhadores não residentes são também exigidas

 
[dropcap]O[/dropcap]s deputados à Assembleia Legislativa (AL), Sulu Sou e Ng Kuok Cheong querem medidas mais restritivas à entrada de visitantes provenientes do interior da China como forma de combater a propagação da pneumonia que teve o seu epicentro em Wuhan.
As solicitações, entregues ao Governo sob a forma de interpelação escrita, surgem numa altura em que o novo tipo de coronavírus já ultrapassou o SARS (Síndrome Respiratório Agudo Severo) em número de vítimas mortais (811) e no seguimento da entrada em vigor de medidas semelhantes em Hong Kong e Taiwan e que obrigam todos visitantes oriundos do continente chinês a fazer quarentena de 14 dias. No caso de Taiwan, os próprios residentes de Macau e Hong Kong têm também de ficar sujeitos ao período de isolamento.
“De acordo com vários especialistas epidemiológicos, os próximos seis meses poderão ser um período crítico da epidemia e nas regiões vizinhas foram aplicadas medidas de controlo de entrada (…) como em Hong Kong, para controlar a entrada de residentes do Interior da China, argumenta Sulu Sou. “A fim de evitar um surto massivo na comunidade, o Governo deve, de forma decisiva, bloquear a fonte e aplicar medidas mais rigorosas de controlo de entrada, envidando todos os esforços para minimizar o movimento de pessoas nos postos fronteiriços”, acrescenta.
Lembrando que na província de Guangdong foram registados mais de 1100 casos, o deputado pede assim ao Governo para “proibir a entrada temporária de residentes do Interior da China”.
Sobre o tema, apesar de não ir tão longe, Ng Kuok Cheong defende também que o Governo deve “reforçar urgentemente a protecção contra a epidemia e aplicar um controlo sanitário geral aos visitantes do Interior da China”.

Fixar TNR

Já quanto a medidas a tomar para minimizar o fluxo de trabalhadores não residentes (TNR) provenientes do Interior da China, Ng Kuok Cheong pede ao Governo que crie mecanismos de apoio que permitam alojar temporariamente trabalhadores com “necessidades reais” na região e questiona se não será necessário rever a estratégia de desenvolvimento da região. “Quanto à estratégia de desenvolvimento da RAEM, será necessário proceder a uma revisão, incentivando os residentes de Macau a viver em Macau e reduzir o número de trabalhadores não residentes?”, pergunta o deputado.
Já Sulu Sou, recordou que existem casos confirmados em Zhuhai, Hong Kong e Taiwain e que, mesmo no dia seguinte ao encerramento dos casinos, ainda entraram em Macau 31 mil pessoas, das quais 16 mil eram residentes e trabalhadores do continente. O deputado pede assim ao Governo que institua o período de quarentena obrigatória para os trabalhadores oriundos do continente, providencie alojamento e incite as concessionárias a fazer a sua parte. “O Governo poderá fornecer habitação social e solicitar às concessionárias que proporcionem alojamento temporário (…) aos funcionários públicos e trabalhadores das empresas privadas, a fim de reduzir ainda mais as suas necessidades de ida e volta durante a epidemia?”, questiona Sulu Sou.
Com o objectivo de evitar a “ocorrência de novos ataques de pânico por parte dos residentes”, relacionado com o abastecimento de produtos alimentares, Sulu Sou questiona ainda o Governo se tem a capacidade necessária para assegurar “o fornecimento de produtos alimentares e materiais essenciais”
Por seu turno, Ng Kuok Cheong dirige ainda uma última preocupação na sua interpelação escrita direccionada para o facto de os Serviços de Saúde terem revelado que o vírus pode ser transmitido através de excrementos. “Quais são as medidas do Governo para tratar com urgência os casos de fuga de esgotos não resolvidos de Macau?”, questionou ainda Ng Kuok Cheong.

10 Fev 2020

Kiang Wu | Enfermeiros denunciam falta de máscaras e pressões

Em carta aberta, um grupo de enfermeiros revela que nem todos os trabalhadores têm direito a máscaras e que os equipamentos de protecção não são adequados. Porém, para a família de um paciente “VIP” a direcção distribuiu as máscaras com o padrão mais elevado de segurança, afirmam

 

[dropcap]U[/dropcap]m grupo de enfermeiros do Hospital Kiang Wu queixa-se da falta de distribuição de máscaras a todos os trabalhadores e ainda dos baixos padrões de protecção dos materiais repartidos na unidade. A revelação foi divulgada na sexta-feira numa carta aberta.

A questão das máscaras é uma das mais focadas no documento com oito pontos, devido ao facto de ao pessoal da linha da frente, assim como a médicos e enfermeiros, não terem sido distribuídas máscaras do tipo de cirurgia. Segundo o documento, apenas houve distribuição de máscaras que protegem de alergias e pós, mas incapazes de impedir transmissão de vírus.

Por outro lado, o grupo queixa-se de que para quem trabalha no departamento das doenças respiratórias nem sequer houve distribuição de máscaras. “Os trabalhadores do departamento de doenças respiratórias não podem pedir equipamentos de protecção, quando lidam com doentes com tosse e expectoração. Em que condições é que a direcção do Hospital Kiang Wu considera que se deve utilizar máscaras?”, é perguntado.

Se, por um lado, aos trabalhadores não são disponibilizadas máscaras com elevado grau de protecção, o mesmo não acontece com as famílias dos pacientes. Segundo o relato constante no documento, toda a família de um paciente definido como “VIP”, que está internado no hospital, recebeu máscaras de cirurgia, ou seja, das que não estão disponíveis para o pessoal da linha da frente.

Outra das questões mencionadas, tem que ver com o isolamento dos trabalhadores que estiveram em contacto com a pessoa que foi confirmada como o oitavo caso do coronavírus de Wuhan em Macau.

Segundo o documento, houve enfermeiros que estiveram em contacto com o infectado e a quem não foram disponibilizados espaços de isolamento. “Além de haver o risco de terem ficado infectados, ainda têm de lidar com a pressão de poder levar o vírus para casa”, é apontado.

Debaixo de fogo

De acordo com a missiva, haverá mesmo trabalhadores que estiveram em contacto com a pessoa infectada e que depois regressaram ao trabalho junto de outras pessoas, sem que tivesse havido cuidado de isolamento.

Por exemplo, um trabalhador terá tido febre alta depois do contacto, mas acabou integrado junto de outros trabalhadores só porque os testes deram negativo à primeira. O grupo de enfermeiros defende que deveria ter havido um isolamento de 14 dias. Finalmente, com o objectivo de impedir as travessias da fronteira de não-residentes e alguns residentes, o Governo pediu às empresas que fossem disponibilizados locais para os trabalhadores em Macau. O Kiang Wu terá acedido ao pedido, mas está a obrigar os seus trabalhadores a pagar 380 yuan por noite.

O Kiang Wu reagiu durante o dia de ontem e reconheceu a “pressão” a que todos os trabalhadores durante a epidemia foram submetidos e prometeu algumas respostas. Contudo, pediu aos trabalhadores que “não criem rumores”.

Quando questionado sobre estas críticas, na conferência de imprensa de sábado, Lei Wai Seng, médico-adjunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde São Januário, atacou os trabalhadores e disse que as opiniões deviam ser “construtivas”. O médico que faz parte do centro de prevenção de doenças da RAEM, sustentou ainda que os enfermeiros não deviam ter vindo a público e que deviam ter falado com a administração do hospital, para evitar que as falhas sejam “aproveitadas” por pessoas com “intenção de causar ambiente negativo”.

Não ao privado

“Caso suspeite que está infectado com o coronavírus deve evitar o sector privado por completo, porque este não consegue oferecer um sistema eficaz de isolamento”. É esta a mensagem do grupo de enfermeiros em que se pede para que as pessoas evitem o Hospital Kiang Wu e vão directamente ao Hospital Conde São Januário. “Quando os pacientes precisam de ser transferidos entre hospitais, há um risco acrescido de infecção para bombeiros, pessoal médico e pacientes que não estão infectados”, é sustentado.

10 Fev 2020

Kiang Wu | Enfermeiros denunciam falta de máscaras e pressões

Em carta aberta, um grupo de enfermeiros revela que nem todos os trabalhadores têm direito a máscaras e que os equipamentos de protecção não são adequados. Porém, para a família de um paciente “VIP” a direcção distribuiu as máscaras com o padrão mais elevado de segurança, afirmam

 
[dropcap]U[/dropcap]m grupo de enfermeiros do Hospital Kiang Wu queixa-se da falta de distribuição de máscaras a todos os trabalhadores e ainda dos baixos padrões de protecção dos materiais repartidos na unidade. A revelação foi divulgada na sexta-feira numa carta aberta.
A questão das máscaras é uma das mais focadas no documento com oito pontos, devido ao facto de ao pessoal da linha da frente, assim como a médicos e enfermeiros, não terem sido distribuídas máscaras do tipo de cirurgia. Segundo o documento, apenas houve distribuição de máscaras que protegem de alergias e pós, mas incapazes de impedir transmissão de vírus.
Por outro lado, o grupo queixa-se de que para quem trabalha no departamento das doenças respiratórias nem sequer houve distribuição de máscaras. “Os trabalhadores do departamento de doenças respiratórias não podem pedir equipamentos de protecção, quando lidam com doentes com tosse e expectoração. Em que condições é que a direcção do Hospital Kiang Wu considera que se deve utilizar máscaras?”, é perguntado.
Se, por um lado, aos trabalhadores não são disponibilizadas máscaras com elevado grau de protecção, o mesmo não acontece com as famílias dos pacientes. Segundo o relato constante no documento, toda a família de um paciente definido como “VIP”, que está internado no hospital, recebeu máscaras de cirurgia, ou seja, das que não estão disponíveis para o pessoal da linha da frente.
Outra das questões mencionadas, tem que ver com o isolamento dos trabalhadores que estiveram em contacto com a pessoa que foi confirmada como o oitavo caso do coronavírus de Wuhan em Macau.
Segundo o documento, houve enfermeiros que estiveram em contacto com o infectado e a quem não foram disponibilizados espaços de isolamento. “Além de haver o risco de terem ficado infectados, ainda têm de lidar com a pressão de poder levar o vírus para casa”, é apontado.

Debaixo de fogo

De acordo com a missiva, haverá mesmo trabalhadores que estiveram em contacto com a pessoa infectada e que depois regressaram ao trabalho junto de outras pessoas, sem que tivesse havido cuidado de isolamento.
Por exemplo, um trabalhador terá tido febre alta depois do contacto, mas acabou integrado junto de outros trabalhadores só porque os testes deram negativo à primeira. O grupo de enfermeiros defende que deveria ter havido um isolamento de 14 dias. Finalmente, com o objectivo de impedir as travessias da fronteira de não-residentes e alguns residentes, o Governo pediu às empresas que fossem disponibilizados locais para os trabalhadores em Macau. O Kiang Wu terá acedido ao pedido, mas está a obrigar os seus trabalhadores a pagar 380 yuan por noite.
O Kiang Wu reagiu durante o dia de ontem e reconheceu a “pressão” a que todos os trabalhadores durante a epidemia foram submetidos e prometeu algumas respostas. Contudo, pediu aos trabalhadores que “não criem rumores”.
Quando questionado sobre estas críticas, na conferência de imprensa de sábado, Lei Wai Seng, médico-adjunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde São Januário, atacou os trabalhadores e disse que as opiniões deviam ser “construtivas”. O médico que faz parte do centro de prevenção de doenças da RAEM, sustentou ainda que os enfermeiros não deviam ter vindo a público e que deviam ter falado com a administração do hospital, para evitar que as falhas sejam “aproveitadas” por pessoas com “intenção de causar ambiente negativo”.

Não ao privado

“Caso suspeite que está infectado com o coronavírus deve evitar o sector privado por completo, porque este não consegue oferecer um sistema eficaz de isolamento”. É esta a mensagem do grupo de enfermeiros em que se pede para que as pessoas evitem o Hospital Kiang Wu e vão directamente ao Hospital Conde São Januário. “Quando os pacientes precisam de ser transferidos entre hospitais, há um risco acrescido de infecção para bombeiros, pessoal médico e pacientes que não estão infectados”, é sustentado.

10 Fev 2020

Epidemia | Pacientes devem ter alta nos próximos dias

Os nove pacientes diagnosticados com o novo tipo de coronavírus em Macau deverão ter alta nos próximos dias, confirmaram ontem os Serviços de Saúde. Apesar de não terem sido registados casos nos últimos dias, as autoridades pedem à população, contudo, que se mantenha alerta

 

Com Lusa

[dropcap]H[/dropcap]á sinais de esperança, mas o caminho até à normalidade ainda parece ser longo de percorrer. Todos os nove pacientes diagnosticados com o novo tipo de coronavírus deverão ter alta no decorrer dos próximos dias, anunciou ontem Chang Tam Fei, coordenador dos Serviços de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, por ocasião da conferência de imprensa diária sobre a doença.

“Uma paciente já teve alta. Em relação aos outros nove casos confirmados, o estado clínico é bastante estável, a situação é leve e não há nenhuma situação grave. Sinceramente nos próximos dias vamos dar alta hospitalar aos pacientes e, por isso, vão poder sair”, confirmou o responsável. Acrescentando que o estado de “infecção leve” dos pacientes se traduz no facto de já não apresentarem febre, nem revelarem sinais de pneumonia ou dificuldades respiratórias, Chang Tam Fei, referiu que ainda será necessário repetir os testes “para garantir que os resultados são negativos e que a segurança dos cidadãos é assegurada”. “Nos próximos dias vamos anunciando a saída dos pacientes”, rematou.

Num tom menos optimista, mas igualmente cauteloso, Lam Chong, Chefe do Centro de Prevenção e controlo de Doença alertou para o facto de, apesar de Macau não ter registado qualquer novo caso confirmado de coronavírus nos últimos dias, não é o momento para descurar o nível de vigilância e de cuidado.

“Nos últimos dias não tivemos novos casos, mas não fiquem descontraídos porque este novo coronavírus apresenta realmente um elevado nível de transmissibilidade e, por isso, é preciso ficar alerta. Mesmo que por uns dias não tenham existido novos casos, não podemos dizer que vai tudo voltar à normalidade porque, por enquanto, ainda existe um grande surto em todo o mundo. Por isso, esta epidemia poderá não ser tão fácil de ser controlada”, explicou o responsável dos Serviços de Saúde.

Confirmando que “a teceira ronda para a aquisição de máscaras vai iniciar-se em breve”, Lam Chong reforçou também que a transmissão por via aérea é o principal modo de contágio do novo tipo de coronavírus.

“Verificámos que a principal via de transmissão é pelo ar (…), porque quando nós temos contacto com pessoas cara a cara, o coronavírus pode ser transmitido (…) e, por isso, temos de tomar medidas necessárias para impedir essa transmissão, como por exemplo pedir aos cidadãos para usar máscaras”, sublinhou.

Questionado sobre como tem sido a afluência aos serviços de urgência, Chang Tam Fei indicou ainda que a procura diminuiu, de 400 a 500 casos diários, para os actuais 300, sendo que muitos dos casos dizem respeito à gripe sazonal. Segundo os dados revelados ontem pelos SS, nas últimas 24 horas, foram realizados pouco mais de 100 testes no Laboratório de Saúde Pública.

Ecos de Macau em Wuhan

Em Hubei, revelou ontem Inês Chan por ocasião da mesma conferência de imprensa, permanecem ainda 91 residentes de Macau, entre estudantes e idosos, espalhados tanto em zonas mais remotas daquela província, como em Wuhan. “A maior parte (…) espera voltar o mais rapidamente possível a Macau e o Governo, através de diferentes meios, está a tentar ajudar”, referiu a responsável do departamento de licenciamento e inspecção da Direcção dos Serviços de Turismo de Macau.

Enquanto estuda ainda possibilidades de retirar estes residentes, tarefa muitíssimo dificultada no dia de hoje, devido ao “encerramento” dos transportes na região como medida de prevenção contra a propagação do coronavirus, o Governo, refere Inês Chan, confirma ainda existirem relatos de falta de bens essenciais vindos de Hubei.

“Já estamos em contacto com os residentes de Macau em Hubei. Algumas pessoas têm falta de produtos alimentares, outros de bens essenciais e nós estamos a tentar arranjar a melhor forma para os ajudar e fazer o envio dos bens essenciais para que possam ficar lá mais uns dias. Quanto aos projectos de resgate, por enquanto, ainda não podemos fazer nada devido ao fecho dos transportes”, explicou Inês Chan.

Já em Macau, continuam 144 pessoas de Hubei que entraram no território ainda em Dezembro. Os SS referiram ainda que, pelo facto de algumas estarem no território há 14 ou mais dias, já foi ultrapassado o período de incubação da doença e, por isso, deixaram de existir existem motivos de preocupação.

“Ilibados” do contágio estarão também os quinze residentes de Macau a bordo do cruzeiro World Dream, ancorado em Hong Kong. “Estes residentes de Macau (…) podem voltar a Macau, pois foram declarados como não infectados pelas autoridades de saúde pública de Hong Kong e, por isso, não vão ficar em quarentena. Mas vamos dar-lhes as informações para acompanharem um pouco, por eles próprios, o seu estado de saúde”, partilhou Lam Chong.

 

Menos 15 hotéis

Alegando falta de clientes, mais 15 hotéis fecharam portas em Macau. O anúncio foi feito ontem por Inês Chan, dos serviços de Turismo, por ocasião da conferência de impressa diária relativa ao coronavírus, e acontece dias depois de ter sido anunciado o encerramento de sete outros hotéis, incluindo de cinco estrelas: Hotel Legend Palace, Rocks Hotel, Hotel Sofitel, The Four Seasons Hotel, Grand Harbour Hotel, St. Regis Macao e o Conrad Macao. Os 15 estabelecimentos em questão são pensões ou hotéis com menos de três estrelas e representam uma oferta total de 364 quartos. Confrontada com o facto de ser impossível fazer reservas para os próximos dias em alguns hotéis de cinco estrelas, Inês Chan confirmou que a situação se deve à actual falta de recursos humanos, não estando os estabelecimentos hoteleiros obrigados a comunicar tal facto ao gabinete de Turismo.

10 Fev 2020

Epidemia | Pacientes devem ter alta nos próximos dias

Os nove pacientes diagnosticados com o novo tipo de coronavírus em Macau deverão ter alta nos próximos dias, confirmaram ontem os Serviços de Saúde. Apesar de não terem sido registados casos nos últimos dias, as autoridades pedem à população, contudo, que se mantenha alerta

 
Com Lusa
[dropcap]H[/dropcap]á sinais de esperança, mas o caminho até à normalidade ainda parece ser longo de percorrer. Todos os nove pacientes diagnosticados com o novo tipo de coronavírus deverão ter alta no decorrer dos próximos dias, anunciou ontem Chang Tam Fei, coordenador dos Serviços de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, por ocasião da conferência de imprensa diária sobre a doença.
“Uma paciente já teve alta. Em relação aos outros nove casos confirmados, o estado clínico é bastante estável, a situação é leve e não há nenhuma situação grave. Sinceramente nos próximos dias vamos dar alta hospitalar aos pacientes e, por isso, vão poder sair”, confirmou o responsável. Acrescentando que o estado de “infecção leve” dos pacientes se traduz no facto de já não apresentarem febre, nem revelarem sinais de pneumonia ou dificuldades respiratórias, Chang Tam Fei, referiu que ainda será necessário repetir os testes “para garantir que os resultados são negativos e que a segurança dos cidadãos é assegurada”. “Nos próximos dias vamos anunciando a saída dos pacientes”, rematou.
Num tom menos optimista, mas igualmente cauteloso, Lam Chong, Chefe do Centro de Prevenção e controlo de Doença alertou para o facto de, apesar de Macau não ter registado qualquer novo caso confirmado de coronavírus nos últimos dias, não é o momento para descurar o nível de vigilância e de cuidado.
“Nos últimos dias não tivemos novos casos, mas não fiquem descontraídos porque este novo coronavírus apresenta realmente um elevado nível de transmissibilidade e, por isso, é preciso ficar alerta. Mesmo que por uns dias não tenham existido novos casos, não podemos dizer que vai tudo voltar à normalidade porque, por enquanto, ainda existe um grande surto em todo o mundo. Por isso, esta epidemia poderá não ser tão fácil de ser controlada”, explicou o responsável dos Serviços de Saúde.
Confirmando que “a teceira ronda para a aquisição de máscaras vai iniciar-se em breve”, Lam Chong reforçou também que a transmissão por via aérea é o principal modo de contágio do novo tipo de coronavírus.
“Verificámos que a principal via de transmissão é pelo ar (…), porque quando nós temos contacto com pessoas cara a cara, o coronavírus pode ser transmitido (…) e, por isso, temos de tomar medidas necessárias para impedir essa transmissão, como por exemplo pedir aos cidadãos para usar máscaras”, sublinhou.
Questionado sobre como tem sido a afluência aos serviços de urgência, Chang Tam Fei indicou ainda que a procura diminuiu, de 400 a 500 casos diários, para os actuais 300, sendo que muitos dos casos dizem respeito à gripe sazonal. Segundo os dados revelados ontem pelos SS, nas últimas 24 horas, foram realizados pouco mais de 100 testes no Laboratório de Saúde Pública.

Ecos de Macau em Wuhan

Em Hubei, revelou ontem Inês Chan por ocasião da mesma conferência de imprensa, permanecem ainda 91 residentes de Macau, entre estudantes e idosos, espalhados tanto em zonas mais remotas daquela província, como em Wuhan. “A maior parte (…) espera voltar o mais rapidamente possível a Macau e o Governo, através de diferentes meios, está a tentar ajudar”, referiu a responsável do departamento de licenciamento e inspecção da Direcção dos Serviços de Turismo de Macau.
Enquanto estuda ainda possibilidades de retirar estes residentes, tarefa muitíssimo dificultada no dia de hoje, devido ao “encerramento” dos transportes na região como medida de prevenção contra a propagação do coronavirus, o Governo, refere Inês Chan, confirma ainda existirem relatos de falta de bens essenciais vindos de Hubei.
“Já estamos em contacto com os residentes de Macau em Hubei. Algumas pessoas têm falta de produtos alimentares, outros de bens essenciais e nós estamos a tentar arranjar a melhor forma para os ajudar e fazer o envio dos bens essenciais para que possam ficar lá mais uns dias. Quanto aos projectos de resgate, por enquanto, ainda não podemos fazer nada devido ao fecho dos transportes”, explicou Inês Chan.
Já em Macau, continuam 144 pessoas de Hubei que entraram no território ainda em Dezembro. Os SS referiram ainda que, pelo facto de algumas estarem no território há 14 ou mais dias, já foi ultrapassado o período de incubação da doença e, por isso, deixaram de existir existem motivos de preocupação.
“Ilibados” do contágio estarão também os quinze residentes de Macau a bordo do cruzeiro World Dream, ancorado em Hong Kong. “Estes residentes de Macau (…) podem voltar a Macau, pois foram declarados como não infectados pelas autoridades de saúde pública de Hong Kong e, por isso, não vão ficar em quarentena. Mas vamos dar-lhes as informações para acompanharem um pouco, por eles próprios, o seu estado de saúde”, partilhou Lam Chong.
 

Menos 15 hotéis

Alegando falta de clientes, mais 15 hotéis fecharam portas em Macau. O anúncio foi feito ontem por Inês Chan, dos serviços de Turismo, por ocasião da conferência de impressa diária relativa ao coronavírus, e acontece dias depois de ter sido anunciado o encerramento de sete outros hotéis, incluindo de cinco estrelas: Hotel Legend Palace, Rocks Hotel, Hotel Sofitel, The Four Seasons Hotel, Grand Harbour Hotel, St. Regis Macao e o Conrad Macao. Os 15 estabelecimentos em questão são pensões ou hotéis com menos de três estrelas e representam uma oferta total de 364 quartos. Confrontada com o facto de ser impossível fazer reservas para os próximos dias em alguns hotéis de cinco estrelas, Inês Chan confirmou que a situação se deve à actual falta de recursos humanos, não estando os estabelecimentos hoteleiros obrigados a comunicar tal facto ao gabinete de Turismo.

10 Fev 2020

Vírus | Quase 500 casos suspeitos deram negativo em Macau nas últimas semanas

[dropcap]Q[/dropcap]uase meio milhar de casos suspeitos do novocoronavírus chinês deram negativo em Macau nas últimas duas semanas, mantendo-se em nove o atual número de infetados, informaram as autoridades em conferência de imprensa no sábado.

Dos 498 casos suspeitos, foram descartados 482. Dez foram confirmados, tendo um dos pacientes recebido alta. Seis pessoas que realizaram testes continuam a aguardar os resultados dos respetivos testes, indicou um dos responsáveis do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Lei Wai Seng. Só nas últimas 24 horas foram realizados 120 testes, acrescentou.

O médico apelou ainda à população que, se sentir alguns dos sintomas associados ao novo coronavírus, deve deslocar-se imediatamente aos serviços de saúde e não deve automedicar-se.

Lei Wai Seng lembrou que, apesar de os casinos terem fechado portas, os trabalhadores das salas de jogo, das lojas dos ‘resorts’, motoristas e taxistas tiveram contacto com clientes, anteriormente, pelo que, aos mínimos sinais suspeitos devem recorrer às urgências. “Não aguardem em casa, porque isso pode comprometer a cura”, sublinhou.

Uma das primeiras medidas do Governo de Macau para reduzir o risco de contágio foi enviar milhares de funcionários públicos para casa, onde continuam a trabalhar, mas à distância.

Dois hotéis fechados

Macau fechou também os casinos e anunciou o encerramento de espaços culturais e desportivos, parques, jardins e espaços de lazer, bem como de todo o tipo de negócios, o que praticamente está a paralisar a economia.

As autoridades deram ainda conta do fecho de mais dois hotéis, o Hotel Legend Palace e o Rocks Hotel, depois de outros cinco terem encerrado devido ao surto: Hotel Sofitel, The Four Seasons Hotel, Grand Harbour Hotel, St. Regis Macao e o Conrad Macao.

Uma medida temporária que a chefe do Departamento de Licenciamento e Inspeção da Direção dos Serviços de Turismo, Inês Chan, explicou que serve “para prevenir o risco de transmissão da epidemia”.

Já o chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Serviços de Saúde, Lam Chong, adiantou que actualmente existem 89 cidadãos de Macau na província de Hubei, onde começou o surto e existem várias cidades sob quarentena.

9 Fev 2020

Vírus | Quase 500 casos suspeitos deram negativo em Macau nas últimas semanas

[dropcap]Q[/dropcap]uase meio milhar de casos suspeitos do novocoronavírus chinês deram negativo em Macau nas últimas duas semanas, mantendo-se em nove o atual número de infetados, informaram as autoridades em conferência de imprensa no sábado.
Dos 498 casos suspeitos, foram descartados 482. Dez foram confirmados, tendo um dos pacientes recebido alta. Seis pessoas que realizaram testes continuam a aguardar os resultados dos respetivos testes, indicou um dos responsáveis do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Lei Wai Seng. Só nas últimas 24 horas foram realizados 120 testes, acrescentou.
O médico apelou ainda à população que, se sentir alguns dos sintomas associados ao novo coronavírus, deve deslocar-se imediatamente aos serviços de saúde e não deve automedicar-se.
Lei Wai Seng lembrou que, apesar de os casinos terem fechado portas, os trabalhadores das salas de jogo, das lojas dos ‘resorts’, motoristas e taxistas tiveram contacto com clientes, anteriormente, pelo que, aos mínimos sinais suspeitos devem recorrer às urgências. “Não aguardem em casa, porque isso pode comprometer a cura”, sublinhou.
Uma das primeiras medidas do Governo de Macau para reduzir o risco de contágio foi enviar milhares de funcionários públicos para casa, onde continuam a trabalhar, mas à distância.

Dois hotéis fechados

Macau fechou também os casinos e anunciou o encerramento de espaços culturais e desportivos, parques, jardins e espaços de lazer, bem como de todo o tipo de negócios, o que praticamente está a paralisar a economia.
As autoridades deram ainda conta do fecho de mais dois hotéis, o Hotel Legend Palace e o Rocks Hotel, depois de outros cinco terem encerrado devido ao surto: Hotel Sofitel, The Four Seasons Hotel, Grand Harbour Hotel, St. Regis Macao e o Conrad Macao.
Uma medida temporária que a chefe do Departamento de Licenciamento e Inspeção da Direção dos Serviços de Turismo, Inês Chan, explicou que serve “para prevenir o risco de transmissão da epidemia”.
Já o chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Serviços de Saúde, Lam Chong, adiantou que actualmente existem 89 cidadãos de Macau na província de Hubei, onde começou o surto e existem várias cidades sob quarentena.

9 Fev 2020

Vírus | Governo dispensa funcionários públicos até ao dia 16 deste mês

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) emitiram hoje uma nota onde apontam que os funcionários públicos estão dispensados de comparecer no local de trabalho até ao dia 16 de Fevereiro. A decisão, implementada mediante um despacho assinado pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, determina que apenas se irá manter “prestação de serviços urgentes dos serviços públicos”.

Além disso, os SAFP emitiram também orientações aos serviços públicos, “reiterando que a presente dispensa de serviço se destina à redução de risco de propagação de doenças”. Nesse sentido, “os trabalhadores dispensados de comparecer ao serviço, caso não seja urgente nem necessário, devem permanecer em casa e evitar sair à rua, cumprindo deste modo o seu dever”.

Alertas no privado

Entretanto, também a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) emitiu uma nota onde alerta os “diversos sectores sociais para evitarem ou reduzirem as actividades no exterior  que sejam desnecessárias ou haja aglomeração de pessoas”.

Sendo assim, “os trabalhadores domésticos devem manter frequentemente a higiene pessoal, enquanto os empregadores devem, consoante a situação em concreto, determinar tarefas e comunicar de boa fé com os seus trabalhadores, garantindo a segurança e a saúde da sua família e dos trabalhadores”.

Neste período, “os empregadores devem ponderar, conforme as suas próprias condições, sobre o pernoitamento no local de trabalho dos trabalhadores domésticos com alojamento fora”. Já os trabalhadores “devem, por sua vez, colaborar na medida do possível com as diligências tomadas pelo empregador, reduzindo desse modo a saída de casa, para diminuir o risco de propagação da doença, fazendo conjunta e concretamente um bom trabalho de prevenção”.

7 Fev 2020

Vírus | Governo dispensa funcionários públicos até ao dia 16 deste mês

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) emitiram hoje uma nota onde apontam que os funcionários públicos estão dispensados de comparecer no local de trabalho até ao dia 16 de Fevereiro. A decisão, implementada mediante um despacho assinado pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, determina que apenas se irá manter “prestação de serviços urgentes dos serviços públicos”.
Além disso, os SAFP emitiram também orientações aos serviços públicos, “reiterando que a presente dispensa de serviço se destina à redução de risco de propagação de doenças”. Nesse sentido, “os trabalhadores dispensados de comparecer ao serviço, caso não seja urgente nem necessário, devem permanecer em casa e evitar sair à rua, cumprindo deste modo o seu dever”.

Alertas no privado

Entretanto, também a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) emitiu uma nota onde alerta os “diversos sectores sociais para evitarem ou reduzirem as actividades no exterior  que sejam desnecessárias ou haja aglomeração de pessoas”.
Sendo assim, “os trabalhadores domésticos devem manter frequentemente a higiene pessoal, enquanto os empregadores devem, consoante a situação em concreto, determinar tarefas e comunicar de boa fé com os seus trabalhadores, garantindo a segurança e a saúde da sua família e dos trabalhadores”.
Neste período, “os empregadores devem ponderar, conforme as suas próprias condições, sobre o pernoitamento no local de trabalho dos trabalhadores domésticos com alojamento fora”. Já os trabalhadores “devem, por sua vez, colaborar na medida do possível com as diligências tomadas pelo empregador, reduzindo desse modo a saída de casa, para diminuir o risco de propagação da doença, fazendo conjunta e concretamente um bom trabalho de prevenção”.

7 Fev 2020

Hong Kong impõe quarentena a quem vier de Macau e tenha estado na China até 14 dias antes

[dropcap]H[/dropcap]ong Kong notificou Macau de que vai colocar sob quarentena todos aqueles que passarem a fronteira e que tenham estado na China continental nos 14 dias anteriores, foi hoje anunciado.

As autoridades do antigo território administrado por Portugal informaram hoje que receberam “uma notificação do Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong (…) de uma medida que impõe obrigatoriedade de quarentena para todas as pessoas que tenham estado na China interior nos 14 dias anteriores à sua chegada a Hong Kong, incluindo os cidadãos de Macau”.

A medida entra em vigor a partir deste sábado. Na mesma nota, o Governo de Macau “apela à população de Macau para aceitar bem esta medida e cooperar com os planos de prevenção da epidemia definidos” pelas autoridades de Hong Kong. Uma cooperação necessária “neste momento crucial de prevenção e controlo da doença”, sublinhou.

“O Governo [de Macau] entende que as duas regiões administrativas especiais devem solidarizar-se para, em conjunto com toda população chinesa, darem uma resposta científica à situação e obterem uma vitória na luta contra o coronavírus”, explicou.

Na quarta, a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, tinha anunciado que os visitantes entrados na região a partir do continente chinês seriam obrigados a um período de 14 dias de quarentena, período máximo de incubação do novo coronavírus, para conter a propagação da doença.

A medida é tomada através da invocação dos poderes especiais do cargo de chefe do Executivo sob a Ordem de Prevenção e Controlo de Doenças.

Carrie Lam acrescentou que dois terminais de cruzeiros, incluindo um onde se encontra actualmente um navio em quarentena, vão ser encerrados.

A região administrativa especial chinesa de Hong Kong anunciou na terça-feira a primeira morte devido ao novo coronavírus e fechou quase todos os postos fronteiriços.

As ligações marítimas com Macau foram também suspensas, mantendo-se apenas a travessia pela ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, neste momento o único acesso da população do território para chegar ao aeroporto internacional de Hong Kong.

Enquanto em Hong Kong já foi registada uma morte e mais de duas dezenas de infectados, em Macau as autoridades têm identificados nove casos.

7 Fev 2020

Fitch prevê perdas de 50% nos casinos no primeiro trimestre

[dropcap]O[/dropcap] sector do jogo em Macau deve registar perdas de 50 por cento no primeiro trimestre de 2020, avança a agência de rating norte-americana Fitch. A previsão vem no seguimento do anúncio do Governo de encerrar os casinos da região, numa medida sem precedentes para fazer face ao surto do novo tipo de coronavírus. No entanto, diz a Fitch, apesar das consequências negativas ao nível das receitas serem imediatas, as operadoras de jogo estão bem posicionadas para fazer face à situação.

“O encerramento dos casinos de Macau durante duas semanas, e a situação do coronavírus em geral, vão ter um impacto significativo e imediato nas receitas das operadoras de jogo de Macau. Em sentido positivo, as operadoras de jogo estão bem posicionadas para absorver as perdas por terem dinheiro em caixa, elevados níveis de liquidez e não terem dívidas para pagar a curto prazo”, afirmou o analista Colin Mansfield, através de um comunicado oficial emitido pela Fitch.

Caso o cenário de encerramento dos casinos venha a ser estendido depois dos 15 dias decretados pelo Governo, além da queda de 50 por cento prevista para o primeiro trimestre, a Fitch admite também, de acordo com um teste de stress feito às seis operadoras do sector, que pode vir a ser registada uma descida de 25 por cento das receitas de jogo no segundo trimestre do presente ano.

Sobre o impacto esperado para as próximas duas semanas, a Fitch, aponta para perdas de 1.500 milhões de dólares norte-americanos. Isto tendo em conta que, antes do surto da pneumonia de Wuhan, o sector do jogo em Macau estava a gerar receitas brutas diárias de 100 milhões de dólares norte-americanos.

Esperança no horizonte

Antecipando um cenário de estagnação antes do surto do novo tipo de coronavírus, a Fitch estima agora que, em 2020, as receitas registem um crescimento negativo, tendo em conta, as incertezas existentes em torno do coronavírus e factores externos como a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos.

No entanto, os analistas mantêm-se positivos acerca da evolução financeira do sector do jogo. “A longo prazo não prevemos impactos duradouros nos sectores do turismo e do jogo em Macau e esperamos que o impacto nas receitas seja temporário”, refere a Fitch. Também de acordo com analistas da Sanford C. Bernstein e da Co LLC citados pelo GGR Asia, o cenário a longo prazo deverá ser positivo, apontando para uma forte recuperação na segunda metade do ano, caso o coronavírus venha a ser controlado. Os analistas acreditam neste momento que “Macau deverá ter uma recuperação sólida na segunda metade do ano”, muita apoiada por medidas de estímulo económico lançadas pelo Governo da região.

7 Fev 2020

Vírus | Homem que cuspiu em máscaras sujeito a apresentações periódicas

[dropcap]O[/dropcap] homem que cuspiu sobre 320 máscaras, enquanto aguardava para trocar as 10 unidades que tinha comprado, teve de pagar uma caução e vai ficar a aguardar em liberdade a decisão sobre se precisa de ir a julgamento. Porém, vai ter de se apresentar de forma periódica às autoridades, devido à “natureza perversa” e “à gravidade” do comportamento, segundo um comunicado do Ministério Público.

“Realizado o interrogatório ao arguido, tendo em conta a natureza perversa e a gravidade da conduta supracitada, foi decretada pelo Juiz de Instrução Criminal, sob a promoção do Delegado do Procurador, a aplicação das medidas de coacção de prestação de caução e apresentação periódica à polícia”, foi anunciado ontem pelo MP.

O caso aconteceu a 3 de Fevereiro, segundo Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde, quando o homem comprava máscaras para a prevenção de epidemias no Posto de Saúde de Coloane. Como não gostou dos produtos que lhe foram vendidos tentou proceder à troca, o que lhe foi garantido. Contudo, não ficou agradado com a perspectiva de ter de esperar novamente e deu início a uma discussão.

O homem de 54 anos é residente e encontra-se desempregado. Está indiciado pelo prática do crime de dano, que é punido com uma pena de prisão que pode chegar aos três anos. No entanto tendo em conta as diferentes agravantes a pena máxima aplicável pode chegar aos 5 ou aos 10 anos.

Mais agravantes

O MP alerta ainda que a destruição de máscaras pode acarretar um dolo mais elevado do que em circunstâncias normais: “Actualmente, é grave a situação da epidemia da pneumonia provocada pelo novo tipo de coronavírus, pelo que existe grande procura de materiais de prevenção de epidemias, especialmente as máscaras sendo materiais essenciais de que os cidadãos necessitam urgentemente para combater a epidemia”, é defendido.

“Na altura em que é grave a situação da epidemia, o acto de danificação dos materiais fornecidos pelo Governo para a protecção da saúde dos cidadãos pode representar uma maior intensidade do dolo da conduta criminosa em causa”, é alertado.

Na mensagem, o MP condena “severamente o acto de danificação dolosa de materiais de prevenção de epidemias” e compromete-se a acelerar a investigação criminal.

7 Fev 2020

Vírus | Homem que cuspiu em máscaras sujeito a apresentações periódicas

[dropcap]O[/dropcap] homem que cuspiu sobre 320 máscaras, enquanto aguardava para trocar as 10 unidades que tinha comprado, teve de pagar uma caução e vai ficar a aguardar em liberdade a decisão sobre se precisa de ir a julgamento. Porém, vai ter de se apresentar de forma periódica às autoridades, devido à “natureza perversa” e “à gravidade” do comportamento, segundo um comunicado do Ministério Público.
“Realizado o interrogatório ao arguido, tendo em conta a natureza perversa e a gravidade da conduta supracitada, foi decretada pelo Juiz de Instrução Criminal, sob a promoção do Delegado do Procurador, a aplicação das medidas de coacção de prestação de caução e apresentação periódica à polícia”, foi anunciado ontem pelo MP.
O caso aconteceu a 3 de Fevereiro, segundo Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde, quando o homem comprava máscaras para a prevenção de epidemias no Posto de Saúde de Coloane. Como não gostou dos produtos que lhe foram vendidos tentou proceder à troca, o que lhe foi garantido. Contudo, não ficou agradado com a perspectiva de ter de esperar novamente e deu início a uma discussão.
O homem de 54 anos é residente e encontra-se desempregado. Está indiciado pelo prática do crime de dano, que é punido com uma pena de prisão que pode chegar aos três anos. No entanto tendo em conta as diferentes agravantes a pena máxima aplicável pode chegar aos 5 ou aos 10 anos.

Mais agravantes

O MP alerta ainda que a destruição de máscaras pode acarretar um dolo mais elevado do que em circunstâncias normais: “Actualmente, é grave a situação da epidemia da pneumonia provocada pelo novo tipo de coronavírus, pelo que existe grande procura de materiais de prevenção de epidemias, especialmente as máscaras sendo materiais essenciais de que os cidadãos necessitam urgentemente para combater a epidemia”, é defendido.
“Na altura em que é grave a situação da epidemia, o acto de danificação dos materiais fornecidos pelo Governo para a protecção da saúde dos cidadãos pode representar uma maior intensidade do dolo da conduta criminosa em causa”, é alertado.
Na mensagem, o MP condena “severamente o acto de danificação dolosa de materiais de prevenção de epidemias” e compromete-se a acelerar a investigação criminal.

7 Fev 2020

Hospital | Mulher confirmada como primeiro caso em Macau teve alta

A empresária de 52 anos estava internada desde 21 de Janeiro e viajou, durante a tarde de ontem, para Zhuhai. É o primeiro, dos 10 casos no território, a ultrapassar a doença

[dropcap]A[/dropcap] mulher que tinha sido confirmada como o primeiro caso do coronavírus de Wuhan no território recuperou e teve alta. Com 52 anos, empresária e natural da cidade na origem da epidemia, encontrava-se internada desde 21 de Janeiro, depois de ter entrado na RAEM, a 19 de Janeiro, e de ter ficado hospedada no Hotel Landmark. Na hora da saída, admitiu que foi uma sorte ter sido tratada em Macau.

“Queria ficar mais tempo [em Macau], mas não posso. […] A experiência em Macau foi uma sorte no meio do azar”, afirmou a mulher, que recusou ser identificada, em declarações ao Governo da RAEM. ““Ao longo do tratamento, senti-me no meio de uma família, pela forma como fui tratada em Macau. Estou muito grata”, acrescentou.

A mulher que teve alta ontem pelas 16h45, recordou ainda o choque de receber a notícia. “Quando soube que estava infectada tive medo e preparei-me para o pior. Informei a minha filha por SMS e ela disse-me para ficar calma e ser optimista. Só ela estava informada sobre a minha situação, porque de resto nem o meu marido avisei”, recordou.

Entre os factores que mais medo lhe causaram, a empresária apontou as notícias do Interior, que não eram muito claras a informar que as vítimas mortais eram principalmente grupos de risco, como idosos ou pessoas com doenças crónicas.

Já na RAEM, a mulher reconheceu que encontrou “um ambiente sempre calmo” e que os cuidados médicos foram “excepcionais”.

Com escolta policial

Após ter alta, a mulher foi deixada às 16h45 em Zhuhai, num percurso que foi feito com escolta policial. As autoridades desconhecem o que vai acontecer agora com a empresária de 52 anos, uma vez que nesta fase não há transportes para a cidade de origem. “Como não há transportes ela deve ficar por Zhuhai. Pode ficar nos hotéis destinados aos turistas de Wuhan, ou então escolher outro sítio onde possa ficar”, explicou Lam Chong, Chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doença.

Na altura de sair, a mulher pediu para não ter de pagar a conta que lhe foi apresentada de 34 mil patacas. O processo está agora a ser analisado e a isenção até pode ser aceite. Na conferência de ontem, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, explicou que os não-residentes pagam o valor das despesas a dobrar, o que faz com que a despesa efectiva tenha sido de 17 mil patacas.

Lei deixou ainda garantias que a RAEM tem “vários meios” para forçar o pagamento da despesa a partir do Interior, mas não conseguiu nomear um único, nem se haverá lugar a recurso para os tribunais. Por sua vez, o representante do Corpo de Polícia de Segurança Pública apontou que em caso de não haver pagamento, a mulher pode ser impedida de entrar na RAEM, numa próxima visita.

Mala de 20 mil patacas

Horas depois de se ter sabido que a mulher tinha pedido para ser dispensada do pagamento de 34 mil patacas com as despesas médicas, o caso gerou polémica nas redes sociais, uma vez que nas fotos de despedida de Macau aparece com uma mala da marca de luxo Bvlgari. O modelo em causa é o “Bvlgari Serpenti Forever” e, segundo o portal de Hong Kong da marca, tem um preço de 22.900 dólares de Hong Kong, o que equivale a 23.591 patacas.

7 Fev 2020

Hospital | Mulher confirmada como primeiro caso em Macau teve alta

A empresária de 52 anos estava internada desde 21 de Janeiro e viajou, durante a tarde de ontem, para Zhuhai. É o primeiro, dos 10 casos no território, a ultrapassar a doença

[dropcap]A[/dropcap] mulher que tinha sido confirmada como o primeiro caso do coronavírus de Wuhan no território recuperou e teve alta. Com 52 anos, empresária e natural da cidade na origem da epidemia, encontrava-se internada desde 21 de Janeiro, depois de ter entrado na RAEM, a 19 de Janeiro, e de ter ficado hospedada no Hotel Landmark. Na hora da saída, admitiu que foi uma sorte ter sido tratada em Macau.
“Queria ficar mais tempo [em Macau], mas não posso. […] A experiência em Macau foi uma sorte no meio do azar”, afirmou a mulher, que recusou ser identificada, em declarações ao Governo da RAEM. ““Ao longo do tratamento, senti-me no meio de uma família, pela forma como fui tratada em Macau. Estou muito grata”, acrescentou.
A mulher que teve alta ontem pelas 16h45, recordou ainda o choque de receber a notícia. “Quando soube que estava infectada tive medo e preparei-me para o pior. Informei a minha filha por SMS e ela disse-me para ficar calma e ser optimista. Só ela estava informada sobre a minha situação, porque de resto nem o meu marido avisei”, recordou.
Entre os factores que mais medo lhe causaram, a empresária apontou as notícias do Interior, que não eram muito claras a informar que as vítimas mortais eram principalmente grupos de risco, como idosos ou pessoas com doenças crónicas.
Já na RAEM, a mulher reconheceu que encontrou “um ambiente sempre calmo” e que os cuidados médicos foram “excepcionais”.

Com escolta policial

Após ter alta, a mulher foi deixada às 16h45 em Zhuhai, num percurso que foi feito com escolta policial. As autoridades desconhecem o que vai acontecer agora com a empresária de 52 anos, uma vez que nesta fase não há transportes para a cidade de origem. “Como não há transportes ela deve ficar por Zhuhai. Pode ficar nos hotéis destinados aos turistas de Wuhan, ou então escolher outro sítio onde possa ficar”, explicou Lam Chong, Chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doença.
Na altura de sair, a mulher pediu para não ter de pagar a conta que lhe foi apresentada de 34 mil patacas. O processo está agora a ser analisado e a isenção até pode ser aceite. Na conferência de ontem, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, explicou que os não-residentes pagam o valor das despesas a dobrar, o que faz com que a despesa efectiva tenha sido de 17 mil patacas.
Lei deixou ainda garantias que a RAEM tem “vários meios” para forçar o pagamento da despesa a partir do Interior, mas não conseguiu nomear um único, nem se haverá lugar a recurso para os tribunais. Por sua vez, o representante do Corpo de Polícia de Segurança Pública apontou que em caso de não haver pagamento, a mulher pode ser impedida de entrar na RAEM, numa próxima visita.

Mala de 20 mil patacas

Horas depois de se ter sabido que a mulher tinha pedido para ser dispensada do pagamento de 34 mil patacas com as despesas médicas, o caso gerou polémica nas redes sociais, uma vez que nas fotos de despedida de Macau aparece com uma mala da marca de luxo Bvlgari. O modelo em causa é o “Bvlgari Serpenti Forever” e, segundo o portal de Hong Kong da marca, tem um preço de 22.900 dólares de Hong Kong, o que equivale a 23.591 patacas.

7 Fev 2020

Comércio | Empresários portugueses enfrentam tempos difíceis 

Com as ruas vazias, os casinos e as lojas fechadas e um silêncio ensurdecedor por todo o território, também os empresários portugueses vivem tempos difíceis devido ao surgimento do coronavírus. Santos Pinto, proprietário do restaurante O Santos, na famosa Rua do Cunha, deixou praticamente de servir refeições e pondera fechar durante uns dias. Célia Ferreira e Manuela Salema lidam com a falta de pessoas e de encomendas

[dropcap]E[/dropcap]sta quarta-feira, à hora de almoço, quem entrasse no restaurante O Santos, na famosa e muito movimentada Rua do Cunha, na Taipa, deparava-se com uma cena inédita, observando o proprietário e os seus empregados sentados a olhar para a televisão. Um dos restaurantes portugueses mais conhecidos do território e muito procurado por turistas tem estado praticamente vazio desde que o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, decretou o encerramento dos casinos por um período de duas semanas devido ao novo coronavírus.

Santos Pinto é, nesta altura, um homem preocupado, estando a ponderar fechar o seu estabelecimento. “Não perdi um cliente, nem dois, nem três, perdi-os todos praticamente”, contou ao HM.

“Na Segunda-feira servi cinco almoços e dois jantares e hoje (Quarta-feira) servi apenas 12 almoços. A rua está vazia, não há animação nenhuma, não há pessoas. Mesmo antes de fecharem os casinos já era mau, e agora pior ficou. Neste momento estou a pensar seriamente o que vou fazer, tenho aqui o meu pessoal a olhar para mim e eu estou a olhar para eles, e acho que vou fazer o mesmo que toda a gente aqui na rua fez.”

Se as dificuldades no fornecimento de comida e mercadoria não existem, pois “existe tudo com fartura”, o mesmo não acontece a nível de lucros. “Não perdi 50 por cento do negócio, perdi 90 por cento”, assegura.

Santos Pinto, alentejano a viver há décadas em Macau, viveu os tempos da SARS e assegura que esta crise traz uma situação bem mais complicada. “Está a ser pior do que a SARS. Nessa altura, em 2003, eu já estava aqui e muita malta portuguesa vinha aqui, e eu chamava-lhe os solteiros, os divorciados e os mal- casados, pessoas que estavam sós. E não houve o pedido do Governo para as pessoas ficarem em casa e os casinos não fecharam. As coisas são diferentes, bateu no fundo em termos de clientes. Se calhar é melhor fechar e ir para casa descansar e esperar que a crise passe.”

Ainda na Taipa, mas na também turística zona da Taipa Velha, encontra-se a Cool-ThingzZ & Portuguese Spot, de Manuela Salema, que vende produtos tipicamente portugueses e que tem os turistas como os principais clientes. Manuela Salema conta ao HM que a crise provocada pelo coronavírus só veio somar-se às crises anteriores com os quais o negócio vinha sofrendo.

“Isto tem sido um embate um atrás do outro. A nossa loja abriu em Outubro de 2018 e logo a seguir aconteceu o conflito comercial entre a China e os EUA. A maior parte dos nossos clientes são turistas que passam todos por Hong Kong, cidadãos da Coreia, Japão. Essa foi a nossa primeira batalha, e a segunda foi os conflitos em Hong Kong. Deixámos de ter clientes nessa altura.”

“Quando finalmente tudo parecia estar a voltar ao normal acontece-nos isto”, acrescentou Manuela Salema, que se queixa do vazio total à sua volta. “Acarretamos todas as sugestões do Executivo e tentamos não andar nas ruas, mas temos tido a loja semi-abertas. Aproveitamos para fazer limpezas, rever stocks. Mas não entra aqui ninguém.”

Portugal devia ajudar

Manuela Salema elogia Ho Iat Seng pelo facto de ter decretado que a Administração não irá cobrar renda a comerciantes durante três meses. Mas para aqueles que alugam lojas no mercado privado de imobiliário, a empresária pede uma ajuda do Executivo mais efectiva.

“O Chefe do Executivo fez um apelo aos senhorios para procederem da mesma maneira e fazerem um desconto, e o que ele sugere é óptimo porque deu o exemplo, mas vamos envidar todos os esforços para que o nosso senhorio abata a renda da maneira que lhe for mais conveniente.”

Em condições normais, já são valores difíceis de suportar, assegura Manuela Salema. “O que salvava a situação era de facto a Administração fazer uns empréstimos a fundo perdido, porque dão-nos a possibilidade de fazermos uns empréstimos, mas temos de devolver o dinheiro e é mais um encargo mensal que vou ter, e não me ajuda.”

A fundadora da Cool-ThingzZ & Portuguese Spot deseja também que as autoridades venham a ajudar no transporte de mercadorias entre Portugal e Macau, uma vez que os custos são muito elevados. “O Governo poderia ajudar nos transportes de mercadorias que são caríssimos. São cerâmicas, arte, imensa coisa, divulgamos Portugal e a cultura portuguesa e não há uma ajuda que seja neste sentido.”

luz
FOTO: Victor Li

Import e Export parado

Apenas com um showroom montado num espaço físico, a AlmaViva Portuguese Heritage dedica-se sobretudo ao comércio de importação e exportação de produtos. Célia Ferreira, responsável pela empresa, assegura que está tudo parado neste momento devido ao fecho dos casinos e às medidas de quarentena.

“Fechámos na sexta-feira pois não fazia sentido estarmos abertos. Os nossos principais clientes são de Hong Kong, Japão, Coreia, Taiwan, que já não estão a viajar para Macau”, contou ao HM.

O panorama de crise começou a fazer-se notar antes do Ano Novo Chinês, algo que piorou depois das medidas adoptadas pelo Executivo. Mas se o presente é difícil, o futuro também se avizinha complicado.

“Além deste impacto directo teremos também grandes perdas em relação a negócios de distribuição. Os nossos clientes estão muito receosos e não temos novas encomendas. Temos o nosso negócio do café que também era afectado, pois sem pessoas a consumir os nossos clientes não vendem e nós também não”, frisou Célia Ferreira.

Com um showroom aberto há pouco mais de um mês, a crise do coronavírus foi uma espécie de presente envenenado. “Esta mudança implica um investimento e um aumento das despesas também. Iremos muda, mas ninguém consegue prever quanto é que o turismo ficará normalizado. Vendemos produtos gourmet, que não são bens de primeira necessidade, mas mesmo os clientes locais consomem menos, por existir este impasse e por terem receio”, rematou a empresária.

O impacto económico da epidemia no mundo

O sector de viagens e turismo tem sido prejudicado pela quarentena em dezenas de cidades na China e pela interdição de viagens organizadas de chineses para o estrangeiro para conter a epidemia.

Alguns países desaconselham os seus cidadãos a viajarem para a China e outros suspenderam as atividades provenientes do país. Várias companhias aéreas, incluindo a Air France, British Airways, Air Canada, Lufthansa ou Delta, suspenderam os voos para a China continental. Com sede em Hong Kong, a Cathay Pacific pediu a 27.000 funcionários para tirarem três semanas de licença sem vencimento.

Os casinos de Macau também encerraram, o mesmo sucedendo com parques da Disney em Xangai e Hong Kong. Em Paris, os efeitos em várias cadeias de lojas habitualmente frequentadas por turistas chineses também são visíveis. A indústria do turismo em Itália teme vir a registar uma perda anual de 4,5 mil milhões de euros, segundo o laboratório de ideias Demoskopika.

No sector dos cruzeiros, MSC Cruises, Costa Crociere e Royal Caribbean pediram aos seus navios para não fazerem escalas na China.

Da electrónica

As fábricas na China do grupo tecnológico com sede em Taiwan Foxconn vão ficar fechadas até meados de Fevereiro e alguns funcionários receberam a indicação de que devem tirar 14 dias suplementares para deixar passar o tempo de incubação do vírus.

Os fabricantes de ‘smartphones’, de ecrãs e de computadores que são clientes de componentes da Foxconn correm o risco de virem a ser afectados. A Apple indicou que está a trabalhar em planos para compensar a baixa produção dos seus fornecedores na China.

A sul-coreana LG Electronics cancelou a sua participação no Mobile World Congress, um evento sobre o ‘smartphone’ e a Huawei ainda não indicou se vai participar na mostra, que decorre em Barcelona de 24 a 27 de Fevereiro.

Da indústria

A cidade de Wuhan é uma placa giratória para os grandes construtores automóveis norte-americanos, europeus e asiáticos. A Hyundai Motor indicou que suspendeu toda a sua produção na Coreia do Sul devido às dificuldades no fornecimento de peças provenientes da China.

A fabricante de veículos eléctricos Tesla reconheceu que a epidemia pode afectar a produção na sua nova fábrica de Xangai, com potenciais efeitos nos resultados do primeiro trimestre.

No domínio da aeronáutica, a Airbus encerrou até nova ordem a sua linha de montagem do modelo A320 em Tianjin, perto de Pequim.

O conglomerado francês de equipamentos Safran também suspendeu a produção até 10 de Fevereiro nas várias instalações que tem em território chinês, com 2.500 trabalhadores.

Já afectada pela guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, a Caterpillar (máquinas, motores e veículos pesados) manifestou preocupação com um “possível período de incerteza económica mundial” ao longo deste ano.

Do consumo

A cadeia de cafés Starbucks, para a qual a China constitui o segundo mercado mundial, encerrou temporariamente metade dos 4.000 pontos de venda que tem no país. A McDonald’s indicou recentemente que decidiu fechar “várias centenas” de restaurantes na província de Hubei, cuja capital é Wuhan. Foi indicado que 3.000 outros restaurantes permanecem abertos.

Outras cadeias como a Pizza Hut ou KFC também decidiram fechar portas, devido às medidas impostas nas suas parcerias com empresas chinesas.

O fabricante de equipamento desportivo Nike, que receia “um forte impacto” nas suas operações na China e Taiwan, encerrou cerca de metade das suas lojas na China e constatou que há uma queda nas vendas das que continuam abertas. Neste panorama sombrio há também quem consiga tirar proveito, como o fabricante de máscaras de protecção 3M.

7 Fev 2020

Comércio | Empresários portugueses enfrentam tempos difíceis 

Com as ruas vazias, os casinos e as lojas fechadas e um silêncio ensurdecedor por todo o território, também os empresários portugueses vivem tempos difíceis devido ao surgimento do coronavírus. Santos Pinto, proprietário do restaurante O Santos, na famosa Rua do Cunha, deixou praticamente de servir refeições e pondera fechar durante uns dias. Célia Ferreira e Manuela Salema lidam com a falta de pessoas e de encomendas

[dropcap]E[/dropcap]sta quarta-feira, à hora de almoço, quem entrasse no restaurante O Santos, na famosa e muito movimentada Rua do Cunha, na Taipa, deparava-se com uma cena inédita, observando o proprietário e os seus empregados sentados a olhar para a televisão. Um dos restaurantes portugueses mais conhecidos do território e muito procurado por turistas tem estado praticamente vazio desde que o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, decretou o encerramento dos casinos por um período de duas semanas devido ao novo coronavírus.
Santos Pinto é, nesta altura, um homem preocupado, estando a ponderar fechar o seu estabelecimento. “Não perdi um cliente, nem dois, nem três, perdi-os todos praticamente”, contou ao HM.
“Na Segunda-feira servi cinco almoços e dois jantares e hoje (Quarta-feira) servi apenas 12 almoços. A rua está vazia, não há animação nenhuma, não há pessoas. Mesmo antes de fecharem os casinos já era mau, e agora pior ficou. Neste momento estou a pensar seriamente o que vou fazer, tenho aqui o meu pessoal a olhar para mim e eu estou a olhar para eles, e acho que vou fazer o mesmo que toda a gente aqui na rua fez.”
Se as dificuldades no fornecimento de comida e mercadoria não existem, pois “existe tudo com fartura”, o mesmo não acontece a nível de lucros. “Não perdi 50 por cento do negócio, perdi 90 por cento”, assegura.
Santos Pinto, alentejano a viver há décadas em Macau, viveu os tempos da SARS e assegura que esta crise traz uma situação bem mais complicada. “Está a ser pior do que a SARS. Nessa altura, em 2003, eu já estava aqui e muita malta portuguesa vinha aqui, e eu chamava-lhe os solteiros, os divorciados e os mal- casados, pessoas que estavam sós. E não houve o pedido do Governo para as pessoas ficarem em casa e os casinos não fecharam. As coisas são diferentes, bateu no fundo em termos de clientes. Se calhar é melhor fechar e ir para casa descansar e esperar que a crise passe.”
Ainda na Taipa, mas na também turística zona da Taipa Velha, encontra-se a Cool-ThingzZ & Portuguese Spot, de Manuela Salema, que vende produtos tipicamente portugueses e que tem os turistas como os principais clientes. Manuela Salema conta ao HM que a crise provocada pelo coronavírus só veio somar-se às crises anteriores com os quais o negócio vinha sofrendo.
“Isto tem sido um embate um atrás do outro. A nossa loja abriu em Outubro de 2018 e logo a seguir aconteceu o conflito comercial entre a China e os EUA. A maior parte dos nossos clientes são turistas que passam todos por Hong Kong, cidadãos da Coreia, Japão. Essa foi a nossa primeira batalha, e a segunda foi os conflitos em Hong Kong. Deixámos de ter clientes nessa altura.”
“Quando finalmente tudo parecia estar a voltar ao normal acontece-nos isto”, acrescentou Manuela Salema, que se queixa do vazio total à sua volta. “Acarretamos todas as sugestões do Executivo e tentamos não andar nas ruas, mas temos tido a loja semi-abertas. Aproveitamos para fazer limpezas, rever stocks. Mas não entra aqui ninguém.”

Portugal devia ajudar

Manuela Salema elogia Ho Iat Seng pelo facto de ter decretado que a Administração não irá cobrar renda a comerciantes durante três meses. Mas para aqueles que alugam lojas no mercado privado de imobiliário, a empresária pede uma ajuda do Executivo mais efectiva.
“O Chefe do Executivo fez um apelo aos senhorios para procederem da mesma maneira e fazerem um desconto, e o que ele sugere é óptimo porque deu o exemplo, mas vamos envidar todos os esforços para que o nosso senhorio abata a renda da maneira que lhe for mais conveniente.”
Em condições normais, já são valores difíceis de suportar, assegura Manuela Salema. “O que salvava a situação era de facto a Administração fazer uns empréstimos a fundo perdido, porque dão-nos a possibilidade de fazermos uns empréstimos, mas temos de devolver o dinheiro e é mais um encargo mensal que vou ter, e não me ajuda.”
A fundadora da Cool-ThingzZ & Portuguese Spot deseja também que as autoridades venham a ajudar no transporte de mercadorias entre Portugal e Macau, uma vez que os custos são muito elevados. “O Governo poderia ajudar nos transportes de mercadorias que são caríssimos. São cerâmicas, arte, imensa coisa, divulgamos Portugal e a cultura portuguesa e não há uma ajuda que seja neste sentido.”

luz
FOTO: Victor Li

Import e Export parado

Apenas com um showroom montado num espaço físico, a AlmaViva Portuguese Heritage dedica-se sobretudo ao comércio de importação e exportação de produtos. Célia Ferreira, responsável pela empresa, assegura que está tudo parado neste momento devido ao fecho dos casinos e às medidas de quarentena.
“Fechámos na sexta-feira pois não fazia sentido estarmos abertos. Os nossos principais clientes são de Hong Kong, Japão, Coreia, Taiwan, que já não estão a viajar para Macau”, contou ao HM.
O panorama de crise começou a fazer-se notar antes do Ano Novo Chinês, algo que piorou depois das medidas adoptadas pelo Executivo. Mas se o presente é difícil, o futuro também se avizinha complicado.
“Além deste impacto directo teremos também grandes perdas em relação a negócios de distribuição. Os nossos clientes estão muito receosos e não temos novas encomendas. Temos o nosso negócio do café que também era afectado, pois sem pessoas a consumir os nossos clientes não vendem e nós também não”, frisou Célia Ferreira.
Com um showroom aberto há pouco mais de um mês, a crise do coronavírus foi uma espécie de presente envenenado. “Esta mudança implica um investimento e um aumento das despesas também. Iremos muda, mas ninguém consegue prever quanto é que o turismo ficará normalizado. Vendemos produtos gourmet, que não são bens de primeira necessidade, mas mesmo os clientes locais consomem menos, por existir este impasse e por terem receio”, rematou a empresária.

O impacto económico da epidemia no mundo

O sector de viagens e turismo tem sido prejudicado pela quarentena em dezenas de cidades na China e pela interdição de viagens organizadas de chineses para o estrangeiro para conter a epidemia.
Alguns países desaconselham os seus cidadãos a viajarem para a China e outros suspenderam as atividades provenientes do país. Várias companhias aéreas, incluindo a Air France, British Airways, Air Canada, Lufthansa ou Delta, suspenderam os voos para a China continental. Com sede em Hong Kong, a Cathay Pacific pediu a 27.000 funcionários para tirarem três semanas de licença sem vencimento.
Os casinos de Macau também encerraram, o mesmo sucedendo com parques da Disney em Xangai e Hong Kong. Em Paris, os efeitos em várias cadeias de lojas habitualmente frequentadas por turistas chineses também são visíveis. A indústria do turismo em Itália teme vir a registar uma perda anual de 4,5 mil milhões de euros, segundo o laboratório de ideias Demoskopika.
No sector dos cruzeiros, MSC Cruises, Costa Crociere e Royal Caribbean pediram aos seus navios para não fazerem escalas na China.

Da electrónica

As fábricas na China do grupo tecnológico com sede em Taiwan Foxconn vão ficar fechadas até meados de Fevereiro e alguns funcionários receberam a indicação de que devem tirar 14 dias suplementares para deixar passar o tempo de incubação do vírus.
Os fabricantes de ‘smartphones’, de ecrãs e de computadores que são clientes de componentes da Foxconn correm o risco de virem a ser afectados. A Apple indicou que está a trabalhar em planos para compensar a baixa produção dos seus fornecedores na China.
A sul-coreana LG Electronics cancelou a sua participação no Mobile World Congress, um evento sobre o ‘smartphone’ e a Huawei ainda não indicou se vai participar na mostra, que decorre em Barcelona de 24 a 27 de Fevereiro.

Da indústria

A cidade de Wuhan é uma placa giratória para os grandes construtores automóveis norte-americanos, europeus e asiáticos. A Hyundai Motor indicou que suspendeu toda a sua produção na Coreia do Sul devido às dificuldades no fornecimento de peças provenientes da China.
A fabricante de veículos eléctricos Tesla reconheceu que a epidemia pode afectar a produção na sua nova fábrica de Xangai, com potenciais efeitos nos resultados do primeiro trimestre.
No domínio da aeronáutica, a Airbus encerrou até nova ordem a sua linha de montagem do modelo A320 em Tianjin, perto de Pequim.
O conglomerado francês de equipamentos Safran também suspendeu a produção até 10 de Fevereiro nas várias instalações que tem em território chinês, com 2.500 trabalhadores.
Já afectada pela guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, a Caterpillar (máquinas, motores e veículos pesados) manifestou preocupação com um “possível período de incerteza económica mundial” ao longo deste ano.

Do consumo

A cadeia de cafés Starbucks, para a qual a China constitui o segundo mercado mundial, encerrou temporariamente metade dos 4.000 pontos de venda que tem no país. A McDonald’s indicou recentemente que decidiu fechar “várias centenas” de restaurantes na província de Hubei, cuja capital é Wuhan. Foi indicado que 3.000 outros restaurantes permanecem abertos.
Outras cadeias como a Pizza Hut ou KFC também decidiram fechar portas, devido às medidas impostas nas suas parcerias com empresas chinesas.
O fabricante de equipamento desportivo Nike, que receia “um forte impacto” nas suas operações na China e Taiwan, encerrou cerca de metade das suas lojas na China e constatou que há uma queda nas vendas das que continuam abertas. Neste panorama sombrio há também quem consiga tirar proveito, como o fabricante de máscaras de protecção 3M.

7 Fev 2020

Pneumonia de Wuhan | Primeira infectada em Macau está curada

A empresária de 52 anos estava internada desde 21 de Janeiro e viajou, durante a tarde de ontem, para Zhuhai. É o primeiro, dos 10 casos no território, a ultrapassar a doença

 

[dropcap]A[/dropcap] mulher que tinha sido confirmada como o primeiro caso do coronavírus de Wuhan no território recuperou e teve alta. Com 52 anos, empresária e natural da cidade na origem da epidemia, encontrava-se internada desde 21 de Janeiro, depois de ter entrado na RAEM, a 19 de Janeiro, e de ter ficado hospedada no Hotel Landmark. Na hora da saída, admitiu que foi uma sorte ter sido tratada em Macau.

“Queria ficar mais tempo [em Macau], mas não posso. […] A experiência em Macau foi uma sorte no meio do azar”, afirmou a mulher, que recusou ser identificada, em declarações ao Governo da RAEM. ““Ao longo do tratamento, senti-me no meio de uma família, pela forma como fui tratada em Macau. Estou muito grata”, acrescentou.

A mulher que teve alta ontem pelas 16h45, recordou ainda o choque de receber a notícia. “Quando soube que estava infectada tive medo e preparei-me para o pior. Informei a minha filha por SMS e ela disse-me para ficar calma e ser optimista. Só ela estava informada sobre a minha situação, porque de resto nem o meu marido avisei”, recordou.

Entre os factores que mais medo lhe causaram, a empresária apontou as notícias do Interior, que não eram muito claras a informar que as vítimas mortais eram principalmente grupos de risco, como idosos ou pessoas com doenças crónicas.

Já na RAEM, a mulher reconheceu que encontrou “um ambiente sempre calmo” e que os cuidados médicos foram “excepcionais”.

Com escolta policial

Após ter alta, a mulher foi deixada às 16h45 em Zhuhai, num percurso que foi feito com escolta policial. As autoridades desconhecem o que vai acontecer agora com a empresária de 52 anos, uma vez que nesta fase não há transportes para a cidade de origem. “Como não há transportes ela deve ficar por Zhuhai. Pode ficar nos hotéis destinados aos turistas de Wuhan, ou então escolher outro sítio onde possa ficar”, explicou Lam Chong, Chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doença.

Na altura de sair, a mulher pediu para não ter de pagar a conta que lhe foi apresentada de 34 mil patacas. O processo está agora a ser analisado e a isenção até pode ser aceite. Na conferência de ontem, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, explicou que os não-residentes pagam o valor das despesas a dobrar, o que faz com que a despesa efectiva tenha sido de 17 mil patacas.

Lei deixou ainda garantias que a RAEM tem “vários meios” para forçar o pagamento da despesa a partir do Interior, mas não conseguiu nomear um único, nem se haverá lugar a recurso para os tribunais. Por sua vez, o representante do Corpo de Polícia de Segurança Pública apontou que em caso de não haver pagamento, a mulher pode ser impedida de entrar na RAEM, numa próxima visita.

Mala de 20 mil patacas

Horas depois de se ter sabido que a mulher tinha pedido para ser dispensada do pagamento de 34 mil patacas com as despesas médicas, o caso gerou polémica nas redes sociais, uma vez que nas fotos de despedida de Macau aparece com uma mala da marca de luxo Bvlgari. O modelo em causa é o “Bvlgari Serpenti Forever” e, segundo o portal de Hong Kong da marca, tem um preço de 22.900 dólares de Hong Kong, o que equivale a 23.591 patacas.

6 Fev 2020

Pneumonia de Wuhan | Primeira infectada em Macau está curada

A empresária de 52 anos estava internada desde 21 de Janeiro e viajou, durante a tarde de ontem, para Zhuhai. É o primeiro, dos 10 casos no território, a ultrapassar a doença

 
[dropcap]A[/dropcap] mulher que tinha sido confirmada como o primeiro caso do coronavírus de Wuhan no território recuperou e teve alta. Com 52 anos, empresária e natural da cidade na origem da epidemia, encontrava-se internada desde 21 de Janeiro, depois de ter entrado na RAEM, a 19 de Janeiro, e de ter ficado hospedada no Hotel Landmark. Na hora da saída, admitiu que foi uma sorte ter sido tratada em Macau.
“Queria ficar mais tempo [em Macau], mas não posso. […] A experiência em Macau foi uma sorte no meio do azar”, afirmou a mulher, que recusou ser identificada, em declarações ao Governo da RAEM. ““Ao longo do tratamento, senti-me no meio de uma família, pela forma como fui tratada em Macau. Estou muito grata”, acrescentou.
A mulher que teve alta ontem pelas 16h45, recordou ainda o choque de receber a notícia. “Quando soube que estava infectada tive medo e preparei-me para o pior. Informei a minha filha por SMS e ela disse-me para ficar calma e ser optimista. Só ela estava informada sobre a minha situação, porque de resto nem o meu marido avisei”, recordou.
Entre os factores que mais medo lhe causaram, a empresária apontou as notícias do Interior, que não eram muito claras a informar que as vítimas mortais eram principalmente grupos de risco, como idosos ou pessoas com doenças crónicas.
Já na RAEM, a mulher reconheceu que encontrou “um ambiente sempre calmo” e que os cuidados médicos foram “excepcionais”.

Com escolta policial

Após ter alta, a mulher foi deixada às 16h45 em Zhuhai, num percurso que foi feito com escolta policial. As autoridades desconhecem o que vai acontecer agora com a empresária de 52 anos, uma vez que nesta fase não há transportes para a cidade de origem. “Como não há transportes ela deve ficar por Zhuhai. Pode ficar nos hotéis destinados aos turistas de Wuhan, ou então escolher outro sítio onde possa ficar”, explicou Lam Chong, Chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doença.
Na altura de sair, a mulher pediu para não ter de pagar a conta que lhe foi apresentada de 34 mil patacas. O processo está agora a ser analisado e a isenção até pode ser aceite. Na conferência de ontem, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, explicou que os não-residentes pagam o valor das despesas a dobrar, o que faz com que a despesa efectiva tenha sido de 17 mil patacas.
Lei deixou ainda garantias que a RAEM tem “vários meios” para forçar o pagamento da despesa a partir do Interior, mas não conseguiu nomear um único, nem se haverá lugar a recurso para os tribunais. Por sua vez, o representante do Corpo de Polícia de Segurança Pública apontou que em caso de não haver pagamento, a mulher pode ser impedida de entrar na RAEM, numa próxima visita.

Mala de 20 mil patacas

Horas depois de se ter sabido que a mulher tinha pedido para ser dispensada do pagamento de 34 mil patacas com as despesas médicas, o caso gerou polémica nas redes sociais, uma vez que nas fotos de despedida de Macau aparece com uma mala da marca de luxo Bvlgari. O modelo em causa é o “Bvlgari Serpenti Forever” e, segundo o portal de Hong Kong da marca, tem um preço de 22.900 dólares de Hong Kong, o que equivale a 23.591 patacas.

6 Fev 2020