Turismo | Festival de Luz começou este domingo e conta Histórias de Macau 

[dropcap]O[/dropcap] Festival de Luz, que vai decorrer este mês, vai “contar histórias” da cidade através “da interação da luz com o público”, disse este domingo, na inauguração, a directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes. “Nos últimos cinco anos, o festival foi continuamente melhorado, procurando inovar o conteúdo do programa, integrando a arte da iluminação não só com a tecnologia, como com construções características, história e cultura, indústrias culturais e criativas, Macau enquanto Cidade Criativa da Gastronomia, entre outros elementos”, afirmou.
O objectivo é potencializar “a criatividade interdisciplinar, para em cada edição renovar o Festival de Luz de Macau”, acrescentou a responsável, na cerimónia que decorreu, ao fim da tarde, junto ao lago Nam Van, no centro da cidade.
O espectáculo de ‘vídeo mapping’ da equipa portuguesa Ocubo é a primeira exibição do festival. Intitulado “Jornada de Luz de Macau”, aborda momentos históricos do território e vai ser exibido até à próxima terça-feira na igreja do seminário de São José.
As restantes exibições de ‘vídeo mapping’ das equipas de Espanha, do Japão, de Shenzhen (cidade adjacente a Hong Kong) e de duas do território vão ser feitas nas ruínas de São Paulo e na igreja do seminário de São José. Os espectáculos concebidos pelas duas equipas de Macau vão também ser mostrados na zona norte da cidade, pela primeira vez incluída no roteiro do festival.
Instalações luminosas e jogos interactivos, entre outras actividades, vão celebrar, em 15 locais da cidade, ao longo deste mês e até à meia noite do dia 1 de Janeiro de 2020, os 20 anos do estabelecimento da RAEM. O Festival de Luz é organizado pela Direção dos Serviços de Turismo, Instituto Cultural, Instituto para os Assuntos Municipais e Instituto do Desporto.

3 Dez 2019

Nova exposição de José Estorninho para visitar no Largo do Senado 

[dropcap]I[/dropcap]naugurou no passado dia 23 mais uma exposição da autoria do macaense José Luís Estorninho, intitulada “Abstraccionismo & (+)”, no âmbito das actividades comemorativas do terceiro aniversário da Associação para a Promoção e Desenvolvimento dos Circuito da Guia de Macau (APDCGM), e que está patente na Galeria Ritz, no Largo do Senado.

O público poderá contemplar 18 quadros, 14 dos quais telas, cujas obras se inserem na corrente do Expressionismo abstracto. Destaque para as obras “Traçado”, “Time Machine I” e “Time Machine II”, de maior dimensão, bem como um quadro mural intitulado “Puzzle 65 Years”. Esta última obra é feita com tela de madeira, “cuja técnica se baseia no trabalho de montagem de várias imagens de fotografias, representando as diferentes épocas de corridas” do Grande Prémio de Macau, aponta um comunicado.

“No conjunto dessas imagens, destaca-se a cena do desembarque do piloto ao volante do seu carro de cor encarnada, aquele que viria a ser o primeiro carro vencedor do primeiro Grande Prémio de Macau em 1954. Um efeito especial obtido pela sobreposição de duas imagens de fotografia, uma antiga e outra recente”, acrescenta a mesma nota de imprensa.

As duas telas gémeas, com os nomes “Time Machine I e II”, “apesar de obedecerem à mesma técnica de composição e enquadramento, são distintas pelas próprias cores e tons, ou pela luminosidade e perspectiva, assim como a geometria dos traços e das cores em manchas”, descreve o autor em comunicado.

Já na obra “Traçado”, José Estorninho afirma ter-se pautado pelo “background, as manchas de cores quentes esbatidas e fluidas”, enquanto que no primeiro plano “a tela é sobreposta e rematada por traços fortes e firmes de cores diversas com alguns tons fluorescentes, sobressaindo o branco, para dar o equilíbrio e contraste necessário”.

Tributos

Alguns trabalhos presentes nesta exposição fazem também uma homenagem aos pilotos que habitualmente correm no Grande Prémio de Macau, tal como Stuart Easton. Nesta obra, com o mesmo nome, “foi utilizada uma técnica collage, a sobrepôr numa pintura abstracta, cuja combinação das duas técnicas foi fundamental e decisiva, através das cores escolhidas com objecto representado, sendo por isso essencial para toda a sua composição final”.

Em “Homenagem ao André Couto” o artista assume ter usado “técnicas mistas em acrílico e a óleo, tendo por base o transfer dos elementos escolhidos e da própria composição, o essencial para todo o enquadramento”.

2 Dez 2019

Casa Garden | ES.TAB.LISH.MENT, de Pedro Pascoinho, inaugura sexta-feira 

A Casa Garden prepara-se para receber a exposição ES.TAB.LISH.MENT, do artista plástico Pedro Pascoinho. A mostra é inaugurada sexta-feira e revela um trabalho intenso de “apropriação e descontextualização da própria imagem”, onde o passado está presente como referencial e onde o cinema também tem uma palavra a dizer

 

[dropcap]O[/dropcap] novo projecto D’As Entranhas Macau – Associação Cultural é inaugurado na próxima sexta-feira na Casa Garden, sede da Fundação Oriente em Macau. Trata-se de ES.TAB.LISH.MENT, exposição que mostra o trabalho do artista plástico português Pedro Pascoinho na Ásia e que estará patente até ao dia 6 de Janeiro do próximo ano.

O vermelho é a linha condutora destes trabalhos que parecem querer captar momentos específicos, conforme denota a curadora, Frederica Jordão, nas suas notas sobre a mostra. “Na série ES.TAB.LISH.MENT elementos arquitecturais como a escala ou a estrutura são mais certeiramente colocados ao serviço da encenação de um dramatismo a que as personagens se vêm furtando: hipnotizadas, cépticas ou dopadas, alegres iconoclastas, vêm as coisas e as paisagens deformar-se aos seus olhos enquanto, impassíveis, são vítimas de um mudar-se nelas.”

Trata-se de uma exposição com uma “narrativa eminentemente cinematográfica”, apresentando uma “tensão dramática adensada pela descontextualização”, apesar de o gesto ser “mais claro, quase universal, e o recurso a certos símbolos – a farda, o livro, a bata – parece querer provocar a designação da coisa em si”.

Ao HM, Pedro Pascoinho explica a presença do cinema na sua obra, algo que o acompanha desde criança. “Considero a minha pintura silenciosa”, assume, numa referência ao cinema mudo. “O poder da imagem é essencial, apesar de ter o som e o movimento, mas neste caso é o lado parado de uma cena. A questão do cinema na obra é a presença de um determinado plano na imagem. É o que me interessa, ir buscar esse momento.”

Apesar disso, o artista explica que, nesta mostra, o cinema não é primordial. “As imagens são uma forma de trabalho e não há um contexto assim tão cinematográfico, apesar de, em termos de planos e de composições, pensar-se um bocado nesse sentido. Mas o meu sentido não é bem isso”, disse.

De resto, o artista assume pegar nas imagens e dar-lhe outro rumo. “Digamos que o meu trabalho é entre o conteúdo da imagem e aquilo que irei apresentar depois. Tenho muito acesso a imagens de arquivos e a arquivos fotográficos da memória colectiva e a lógica do meu trabalho é de apropriação e descontextualização da própria imagem, remover-lhes um bocado a sua génese e criando um novo contexto.”

De 2014 até agora

As imagens que o público poderá visitar na Casa Garden começaram a ser feitas em 2014, embora haja alguns trabalhos novos feitos de propósito para esta mostra. “Faço uma abordagem referencial em aproximação à pintura antiga do século XV. Uso o vermelho como uma linha condutora nos trabalhos, é uma cor muito presente.”

Pedro Pascoinho assume ter curiosidade de ver a reacção dos orientais face a imagens que representam um cânone ocidental. “A abordagem que faço aqui é referencial em aproximação à pintura antiga, tanto no carácter da dimensão da própria imagem como no sentido pictórico. Uso pigmentos, tintas, e depois em termos de composição são imagens contidas, como se vê na pintura antiga. Há uma visão bastante europeia e ocidental e é essa parte que estou curioso de ver, essa percepção que se tem em relação às cores e composição.”

Para Pedro Pascoinho, o passado “é super referencial”, apesar de dizer que não tem de se aproximar demasiado dele. “Hoje em dia não se conseguem construir imagens novas e, como criadores de arte, acabamos por ficar formatados. Isso [o passado] acaba por surgir como necessidade, o reutilizar o já feito dentro do nosso contexto”, rematou.

Frederica Jordão, nas suas notas, explica ainda o uso da cor vermelha nestas imagens. “Nesta exploração dos limites do ideológico na representação, o discurso de ES.TAB.LISH.MENT faz um interessante uso do vermelho como linha condutora. Sendo a cor primordial da percepção, ele preside à série como à entrada no mundo dos vivos, reminiscente de um despertar; na Bíblia, de forma recorrente o vermelho é equacionado com as qualidades da clarividência, da pureza e do Bem criador – sangue, fogo, amor.”

Mas o vermelho pode significar também “a morte, quando não a salvífica, a outra, carregada de horror”, ou ainda ser uma “sugestão de poder”, onde “a paisagem aparentemente aberta que é cárcere; as ferramentas que designam o ofício com que se domina o mundo; a farda, que podia ser batina de clérigo, agigantando-se sobre o mundo”.

Para Frederica Jordão, ES.TAB.LISH.MENT “é uma coerente colecção de meta-representações que, não se equacionando externamente enquanto tal, no conjunto operam um movimento de revolução, tocando os pontos máximos de aproximação e afastamento entre vibração e estase, perigeu e apogeu.”

2 Dez 2019

Casa Garden | ES.TAB.LISH.MENT, de Pedro Pascoinho, inaugura sexta-feira 

A Casa Garden prepara-se para receber a exposição ES.TAB.LISH.MENT, do artista plástico Pedro Pascoinho. A mostra é inaugurada sexta-feira e revela um trabalho intenso de “apropriação e descontextualização da própria imagem”, onde o passado está presente como referencial e onde o cinema também tem uma palavra a dizer

 
[dropcap]O[/dropcap] novo projecto D’As Entranhas Macau – Associação Cultural é inaugurado na próxima sexta-feira na Casa Garden, sede da Fundação Oriente em Macau. Trata-se de ES.TAB.LISH.MENT, exposição que mostra o trabalho do artista plástico português Pedro Pascoinho na Ásia e que estará patente até ao dia 6 de Janeiro do próximo ano.
O vermelho é a linha condutora destes trabalhos que parecem querer captar momentos específicos, conforme denota a curadora, Frederica Jordão, nas suas notas sobre a mostra. “Na série ES.TAB.LISH.MENT elementos arquitecturais como a escala ou a estrutura são mais certeiramente colocados ao serviço da encenação de um dramatismo a que as personagens se vêm furtando: hipnotizadas, cépticas ou dopadas, alegres iconoclastas, vêm as coisas e as paisagens deformar-se aos seus olhos enquanto, impassíveis, são vítimas de um mudar-se nelas.”
Trata-se de uma exposição com uma “narrativa eminentemente cinematográfica”, apresentando uma “tensão dramática adensada pela descontextualização”, apesar de o gesto ser “mais claro, quase universal, e o recurso a certos símbolos – a farda, o livro, a bata – parece querer provocar a designação da coisa em si”.
Ao HM, Pedro Pascoinho explica a presença do cinema na sua obra, algo que o acompanha desde criança. “Considero a minha pintura silenciosa”, assume, numa referência ao cinema mudo. “O poder da imagem é essencial, apesar de ter o som e o movimento, mas neste caso é o lado parado de uma cena. A questão do cinema na obra é a presença de um determinado plano na imagem. É o que me interessa, ir buscar esse momento.”
Apesar disso, o artista explica que, nesta mostra, o cinema não é primordial. “As imagens são uma forma de trabalho e não há um contexto assim tão cinematográfico, apesar de, em termos de planos e de composições, pensar-se um bocado nesse sentido. Mas o meu sentido não é bem isso”, disse.
De resto, o artista assume pegar nas imagens e dar-lhe outro rumo. “Digamos que o meu trabalho é entre o conteúdo da imagem e aquilo que irei apresentar depois. Tenho muito acesso a imagens de arquivos e a arquivos fotográficos da memória colectiva e a lógica do meu trabalho é de apropriação e descontextualização da própria imagem, remover-lhes um bocado a sua génese e criando um novo contexto.”

De 2014 até agora

As imagens que o público poderá visitar na Casa Garden começaram a ser feitas em 2014, embora haja alguns trabalhos novos feitos de propósito para esta mostra. “Faço uma abordagem referencial em aproximação à pintura antiga do século XV. Uso o vermelho como uma linha condutora nos trabalhos, é uma cor muito presente.”
Pedro Pascoinho assume ter curiosidade de ver a reacção dos orientais face a imagens que representam um cânone ocidental. “A abordagem que faço aqui é referencial em aproximação à pintura antiga, tanto no carácter da dimensão da própria imagem como no sentido pictórico. Uso pigmentos, tintas, e depois em termos de composição são imagens contidas, como se vê na pintura antiga. Há uma visão bastante europeia e ocidental e é essa parte que estou curioso de ver, essa percepção que se tem em relação às cores e composição.”
Para Pedro Pascoinho, o passado “é super referencial”, apesar de dizer que não tem de se aproximar demasiado dele. “Hoje em dia não se conseguem construir imagens novas e, como criadores de arte, acabamos por ficar formatados. Isso [o passado] acaba por surgir como necessidade, o reutilizar o já feito dentro do nosso contexto”, rematou.
Frederica Jordão, nas suas notas, explica ainda o uso da cor vermelha nestas imagens. “Nesta exploração dos limites do ideológico na representação, o discurso de ES.TAB.LISH.MENT faz um interessante uso do vermelho como linha condutora. Sendo a cor primordial da percepção, ele preside à série como à entrada no mundo dos vivos, reminiscente de um despertar; na Bíblia, de forma recorrente o vermelho é equacionado com as qualidades da clarividência, da pureza e do Bem criador – sangue, fogo, amor.”
Mas o vermelho pode significar também “a morte, quando não a salvífica, a outra, carregada de horror”, ou ainda ser uma “sugestão de poder”, onde “a paisagem aparentemente aberta que é cárcere; as ferramentas que designam o ofício com que se domina o mundo; a farda, que podia ser batina de clérigo, agigantando-se sobre o mundo”.
Para Frederica Jordão, ES.TAB.LISH.MENT “é uma coerente colecção de meta-representações que, não se equacionando externamente enquanto tal, no conjunto operam um movimento de revolução, tocando os pontos máximos de aproximação e afastamento entre vibração e estase, perigeu e apogeu.”

2 Dez 2019

Mike Goodridge, director do Festival Internacional de Cinema: “Acho que as pessoas nos estão a levar a sério”

Pelo terceiro ano consecutivo, Mike Goodridge assume as rédeas da direcção artística do Festival Internacional de Cinema de Macau (MIFF) que arranca já na próxima semana. A poucos dias do início do evento, o britânico que continua fascinado por Macau, faz um apelo à comunidade portuguesa e aponta várias obras da programação deste ano aos Óscares

 

O que vamos poder esperar desta quarta edição do MIFF?

[dropcap]D[/dropcap]ezembro vai ser um mês muito importante para Macau por causa das celebrações dos 20 anos da RAEM e, por isso, quisemos criar uma edição realmente marcante. Este ano, o MIFF tem algumas das melhores obras chinesas e internacionais de 2019, a começar pelo filme de abertura, Jojo Rabbit, que é simplesmente maravilhoso. Por isso acho que estamos em grande forma.

Estamos a poucos dias do início do festival. Está tudo pronto?

Sim, mas foi um grande desafio. Acaba sempre por ser tudo em cima da hora porque a nossa intenção é precisamente trazer as últimas novidades a Macau. No festival não são exibidos, por exemplo, filmes que tenham sido lançados no início do ano. O problema é que, como acabaram de ser lançados, temos pouco tempo para tratar de toda a logística, como arranjar as cópias e mostrá-las aos responsáveis pela atribuição dos ratings, até porque não podemos vender bilhetes sem essa classificação.

Porquê Jojo Rabbit para começar o festival e o que há de especial na abordagem de Taika Waititi?

Já trabalhei com o Taika Waititi e sempre gostei deste tipo de filmes em que existe uma combinação brilhante entre comédia e tragédia. Dá para ver isso no filme que fizemos juntos “Hunt for the Wilderpeople”, mas também em “Boy”, que foi o primeiro grande sucesso de bilheteira dele na Nova Zelândia. Por isso, estou muito expectante em relação a Jojo Rabbit mas, ao mesmo tempo, nervoso porque este era um projecto que o Taika Waititi queria fazer há muito tempo e porque conta a história de um alemão que mata nazis na Alemanha e que tem um amigo imaginário chamado Adolf Hitler. Mas a verdade é que acabou por conseguir fazer algo magnífico, pois é um filme capaz de pôr qualquer um a rir desalmadamente, enquanto aborda um tema trágico que é Segunda Grande Guerra Mundial.

É possível definir um festival tão peculiar como o MIFF?

O MIFF é um Festival de Cinema internacional, não chinês ou asiático, e era isso que o Governo queria que acontecesse, ou seja, que houvesse um evento com um foco internacional e que seguisse os mesmos padrões dos outros festivais internacionais. Quando comecei a trabalhar no MIFF, a minha grande ambição era cativar o público de Macau, porque é impossível haver um festival se não existir uma audiência local. E isso não foi facilmente conseguido porque se trata de uma população que não se envolve muito e há toneladas de coisas a acontecer ao mesmo tempo. Por isso, para nós o desafio passa por trazer todo o tipo de filmes de diferentes partes do mundo, incluindo uma dose saudável de filmes chineses de Macau, Hong Kong, Taiwan, Malásia, Singapura e da China Interior claro.

Que vantagens há em realizar o festival em Macau comparativamente com outras partes da China?

Obviamente que Macau é um país muito mais liberal em termos culturais. Muito especificamente falando de filmes, não existe o nível de escrutínio e de censura que existe no interior da China. Aqui quando vais ao cinema consegues encontrar filmes recentes de Hollywood, que nunca seriam lançados na China, por exemplo. O mesmo se passa em Hong Kong. Por isso é uma oportunidade fantástica para partilhar filmes, mas sempre com a liberdade que Macau oferece.

A edição deste ano marca o 20º aniversário da RAEM. Como vês Macau nos dias que correm?

É muito interessante termos vários filmes de Macau este ano. Um deles chama-se “Years of Macau”. Obviamente que, e eu só comecei a vir a Macau há cerca de três anos, após 1999 existiu um enorme desenvolvimento económico e daí cresceu a enorme indústria dos casinos, que tem sido espetacular. E isso teve tudo um enorme impacto na cidade e na população local. É um lugar que tem experimentado um crescimento económico muito rápido, vasto e dinâmico. Faz parte da China e ao mesmo tempo não faz. É uma porta de entrada para a China em diversos sentidos e, embora habite a mesma casa, consegue ser autónomo em muitos aspectos e ter uma identidade própria. Fico fascinado pela quantidade de pessoas no ocidente que não sabem o que é Macau.

Este ano existem cinco filmes de Macau. Como encara a evolução do cinema aqui?

Macau é uma industria muito pouco desenvolvida, mas é interessante notar que os jovens realizadores daqui estão a contar histórias sobre Macau, ou seja de como é viver neste ambiente extraordinário. Acho que há um longo caminho a percorrer e existem muitos desafios, no que diz respeito à cultura de produção cinematográfica. Macau é muito pequena, tem cerca de 650 mil pessoas e sempre viveu na sombra da indústria cinematográfica de Hong Kong que tem já uma tradição grande. Se olharmos para realizadores como Wong Kar-wai ou Jonnie To vemos grandes mestres que foram muito influenciados pelo estilo de John Woo. Hong Kong foi capaz de criar o seu próprio tipo de cinema o que é verdadeiramente extraordinário, com a agravante de ser reconhecido a nível mundial por ter alguns dos melhores realizadores de todos os tempos. Isso não existe em Macau, por isso como disse, há ainda um longo caminho a percorrer.

Sendo esta a terceira vez à frente da direcção artística do MIFF, como vê o caminho que está a ser percorrido pelo festival?

Acho sinceramente que está a correr muito bem. Quando comecei estava expectante e preocupado sobre se isto iria funcionar, porque queria saber se existia realmente mercado para o festival. E agora acho que há. Até pelo número de bilhetes que já vendemos para a edição deste ano conseguimos perceber que as pessoas sabem que o festival existe, querem fazer parte dele e ver os filmes. Mas ao mesmo tempo, estou muito entusiasmado porque a nível internacional sei que o Festival está a atrair muita atenção e que há muita gente interessada. É uma sorte para qualquer cidade ter um bom festival de cinema. E o nível da programação que conseguimos trazer aqui é muito elevado, temos convidados estonteantes a visitar Macau.

Qual a sua opinião sobre o filme português, “A Herdade”?

Acompanho o cinema feito em Portugal porque queremos passar aqui bons filmes para quem fala português. “A Herdade” é um filme realmente bom, é um grande épico. Acho que todos os portugueses o vão achar interessante porque aborda uma janela temporal de quase 60 anos da história de Portugal, desde os anos 40, passando pela revolução de 1974, até aos dias de hoje. Adorei-o quando o vi na competição de Veneza e em Toronto. Não é um filme fácil pois é longo, mas é épico e altamente apelativo. É uma grande saga com grandes actores portugueses e que é produzido pelo Paulo Branco, por quem tenho uma grande admiração. Por isso tem uma marca portuguesa clara. Espero que a comunidade portuguesa apareça em peso para o ver. Em relação ao cinema português acho que infelizmente não é o mais apaixonante do mundo, o que é uma pena, porque Portugal tem um legado cultural tão rico que adorava que o cinema português fosse mais entusiasmante. Em português temos ainda “The Invisible Life of Eurídice Gusmão” que é também um fabuloso épico realizado pelo realizador brasileiro Karim Aïnouz. É realmente bom e, ou muito me engano, será nomeado para os Óscares.

Da programação do MIFF, quais são as suas apostas quando pensamos em Óscares?

As nossas escolhas não são feitas nessa base obviamente. Mas temos filmes em língua inglesa que são verdadeiramente soberbos e que serão falados e apontados para óscares, nomeadamente Jojo Rabbit, o fantástico Dark Waters, realizado por Todd Haynes, que é uma história arrepiante, que conta também com Mark Ruffalo e Anne Hathaway no elenco. Outro, onde apostaria também as minhas fichas, é o novo filme de Terrence Malik, “A hidden life”, que conta a história real de um casal austríaco, que se recusa a prestar vassalagem ao regime de Adolf Hitler após a anexação da Áustria. É sobre princípios, honra, fé e espiritualidade, e fala de tudo isto numa altura em que o mundo tem dificuldade em reconhecer essas qualidades. Acho que este filme vai também ser apontado muitas vezes à conversa dos óscares. Por último, temos também Judy, onde Renée Zellweger está sublime no papel de Judy Garland. Sinceramente não imagino que Renée Zellweger não vença o óscar de melhor actriz. Está simplesmente magnífica.

E como é ver “The Long Walk” na edição deste ano?

Foi um projecto que foi desenvolvido no MIFF Project Market em 2016 e que vai ser exibido no festival, o que é um cenário de sonho. E se não fosse um bom filme não o passávamos aqui. É um filme magnífico que também já esteve em Veneza e Toronto e é realizado por Mattie Do.

Como será o MIFF no futuro?

Espero que seja abraçado pelo novo Governo e pelo novo Chefe do Executivo porque acho que desempenha um papel importante no lado cultural de Macau e apoia verdadeiramente a construção da cultura e dos hábitos cinematográficos da região. Acho que Macau pode vir a estar muito mais vezes nos ecrãs de todo o Mundo, e não apenas de uma forma glamorosa como nos filmes do James Bond, porque é um sitio realmente especial e único, com um lado profundo também. Qualquer festival quando começa, leva o seu tempo até ganhar tracção e até que grandes estrelas de cinema comecem a vir. E nesse aspecto penso que estamos a ir muito bem e acho que as pessoas nos estão a levar a sério porque nós somos sérios. Acho que os produtores e os realizadores da indústria reconhecem o trabalho feito e penso que isso trará muitos benefícios a longo prazo.

29 Nov 2019

Mike Goodridge, director do Festival Internacional de Cinema: "Acho que as pessoas nos estão a levar a sério"

Pelo terceiro ano consecutivo, Mike Goodridge assume as rédeas da direcção artística do Festival Internacional de Cinema de Macau (MIFF) que arranca já na próxima semana. A poucos dias do início do evento, o britânico que continua fascinado por Macau, faz um apelo à comunidade portuguesa e aponta várias obras da programação deste ano aos Óscares

 
O que vamos poder esperar desta quarta edição do MIFF?
[dropcap]D[/dropcap]ezembro vai ser um mês muito importante para Macau por causa das celebrações dos 20 anos da RAEM e, por isso, quisemos criar uma edição realmente marcante. Este ano, o MIFF tem algumas das melhores obras chinesas e internacionais de 2019, a começar pelo filme de abertura, Jojo Rabbit, que é simplesmente maravilhoso. Por isso acho que estamos em grande forma.
Estamos a poucos dias do início do festival. Está tudo pronto?
Sim, mas foi um grande desafio. Acaba sempre por ser tudo em cima da hora porque a nossa intenção é precisamente trazer as últimas novidades a Macau. No festival não são exibidos, por exemplo, filmes que tenham sido lançados no início do ano. O problema é que, como acabaram de ser lançados, temos pouco tempo para tratar de toda a logística, como arranjar as cópias e mostrá-las aos responsáveis pela atribuição dos ratings, até porque não podemos vender bilhetes sem essa classificação.
Porquê Jojo Rabbit para começar o festival e o que há de especial na abordagem de Taika Waititi?
Já trabalhei com o Taika Waititi e sempre gostei deste tipo de filmes em que existe uma combinação brilhante entre comédia e tragédia. Dá para ver isso no filme que fizemos juntos “Hunt for the Wilderpeople”, mas também em “Boy”, que foi o primeiro grande sucesso de bilheteira dele na Nova Zelândia. Por isso, estou muito expectante em relação a Jojo Rabbit mas, ao mesmo tempo, nervoso porque este era um projecto que o Taika Waititi queria fazer há muito tempo e porque conta a história de um alemão que mata nazis na Alemanha e que tem um amigo imaginário chamado Adolf Hitler. Mas a verdade é que acabou por conseguir fazer algo magnífico, pois é um filme capaz de pôr qualquer um a rir desalmadamente, enquanto aborda um tema trágico que é Segunda Grande Guerra Mundial.
É possível definir um festival tão peculiar como o MIFF?
O MIFF é um Festival de Cinema internacional, não chinês ou asiático, e era isso que o Governo queria que acontecesse, ou seja, que houvesse um evento com um foco internacional e que seguisse os mesmos padrões dos outros festivais internacionais. Quando comecei a trabalhar no MIFF, a minha grande ambição era cativar o público de Macau, porque é impossível haver um festival se não existir uma audiência local. E isso não foi facilmente conseguido porque se trata de uma população que não se envolve muito e há toneladas de coisas a acontecer ao mesmo tempo. Por isso, para nós o desafio passa por trazer todo o tipo de filmes de diferentes partes do mundo, incluindo uma dose saudável de filmes chineses de Macau, Hong Kong, Taiwan, Malásia, Singapura e da China Interior claro.
Que vantagens há em realizar o festival em Macau comparativamente com outras partes da China?
Obviamente que Macau é um país muito mais liberal em termos culturais. Muito especificamente falando de filmes, não existe o nível de escrutínio e de censura que existe no interior da China. Aqui quando vais ao cinema consegues encontrar filmes recentes de Hollywood, que nunca seriam lançados na China, por exemplo. O mesmo se passa em Hong Kong. Por isso é uma oportunidade fantástica para partilhar filmes, mas sempre com a liberdade que Macau oferece.
A edição deste ano marca o 20º aniversário da RAEM. Como vês Macau nos dias que correm?
É muito interessante termos vários filmes de Macau este ano. Um deles chama-se “Years of Macau”. Obviamente que, e eu só comecei a vir a Macau há cerca de três anos, após 1999 existiu um enorme desenvolvimento económico e daí cresceu a enorme indústria dos casinos, que tem sido espetacular. E isso teve tudo um enorme impacto na cidade e na população local. É um lugar que tem experimentado um crescimento económico muito rápido, vasto e dinâmico. Faz parte da China e ao mesmo tempo não faz. É uma porta de entrada para a China em diversos sentidos e, embora habite a mesma casa, consegue ser autónomo em muitos aspectos e ter uma identidade própria. Fico fascinado pela quantidade de pessoas no ocidente que não sabem o que é Macau.
Este ano existem cinco filmes de Macau. Como encara a evolução do cinema aqui?
Macau é uma industria muito pouco desenvolvida, mas é interessante notar que os jovens realizadores daqui estão a contar histórias sobre Macau, ou seja de como é viver neste ambiente extraordinário. Acho que há um longo caminho a percorrer e existem muitos desafios, no que diz respeito à cultura de produção cinematográfica. Macau é muito pequena, tem cerca de 650 mil pessoas e sempre viveu na sombra da indústria cinematográfica de Hong Kong que tem já uma tradição grande. Se olharmos para realizadores como Wong Kar-wai ou Jonnie To vemos grandes mestres que foram muito influenciados pelo estilo de John Woo. Hong Kong foi capaz de criar o seu próprio tipo de cinema o que é verdadeiramente extraordinário, com a agravante de ser reconhecido a nível mundial por ter alguns dos melhores realizadores de todos os tempos. Isso não existe em Macau, por isso como disse, há ainda um longo caminho a percorrer.
Sendo esta a terceira vez à frente da direcção artística do MIFF, como vê o caminho que está a ser percorrido pelo festival?
Acho sinceramente que está a correr muito bem. Quando comecei estava expectante e preocupado sobre se isto iria funcionar, porque queria saber se existia realmente mercado para o festival. E agora acho que há. Até pelo número de bilhetes que já vendemos para a edição deste ano conseguimos perceber que as pessoas sabem que o festival existe, querem fazer parte dele e ver os filmes. Mas ao mesmo tempo, estou muito entusiasmado porque a nível internacional sei que o Festival está a atrair muita atenção e que há muita gente interessada. É uma sorte para qualquer cidade ter um bom festival de cinema. E o nível da programação que conseguimos trazer aqui é muito elevado, temos convidados estonteantes a visitar Macau.
Qual a sua opinião sobre o filme português, “A Herdade”?
Acompanho o cinema feito em Portugal porque queremos passar aqui bons filmes para quem fala português. “A Herdade” é um filme realmente bom, é um grande épico. Acho que todos os portugueses o vão achar interessante porque aborda uma janela temporal de quase 60 anos da história de Portugal, desde os anos 40, passando pela revolução de 1974, até aos dias de hoje. Adorei-o quando o vi na competição de Veneza e em Toronto. Não é um filme fácil pois é longo, mas é épico e altamente apelativo. É uma grande saga com grandes actores portugueses e que é produzido pelo Paulo Branco, por quem tenho uma grande admiração. Por isso tem uma marca portuguesa clara. Espero que a comunidade portuguesa apareça em peso para o ver. Em relação ao cinema português acho que infelizmente não é o mais apaixonante do mundo, o que é uma pena, porque Portugal tem um legado cultural tão rico que adorava que o cinema português fosse mais entusiasmante. Em português temos ainda “The Invisible Life of Eurídice Gusmão” que é também um fabuloso épico realizado pelo realizador brasileiro Karim Aïnouz. É realmente bom e, ou muito me engano, será nomeado para os Óscares.
Da programação do MIFF, quais são as suas apostas quando pensamos em Óscares?
As nossas escolhas não são feitas nessa base obviamente. Mas temos filmes em língua inglesa que são verdadeiramente soberbos e que serão falados e apontados para óscares, nomeadamente Jojo Rabbit, o fantástico Dark Waters, realizado por Todd Haynes, que é uma história arrepiante, que conta também com Mark Ruffalo e Anne Hathaway no elenco. Outro, onde apostaria também as minhas fichas, é o novo filme de Terrence Malik, “A hidden life”, que conta a história real de um casal austríaco, que se recusa a prestar vassalagem ao regime de Adolf Hitler após a anexação da Áustria. É sobre princípios, honra, fé e espiritualidade, e fala de tudo isto numa altura em que o mundo tem dificuldade em reconhecer essas qualidades. Acho que este filme vai também ser apontado muitas vezes à conversa dos óscares. Por último, temos também Judy, onde Renée Zellweger está sublime no papel de Judy Garland. Sinceramente não imagino que Renée Zellweger não vença o óscar de melhor actriz. Está simplesmente magnífica.
E como é ver “The Long Walk” na edição deste ano?
Foi um projecto que foi desenvolvido no MIFF Project Market em 2016 e que vai ser exibido no festival, o que é um cenário de sonho. E se não fosse um bom filme não o passávamos aqui. É um filme magnífico que também já esteve em Veneza e Toronto e é realizado por Mattie Do.
Como será o MIFF no futuro?
Espero que seja abraçado pelo novo Governo e pelo novo Chefe do Executivo porque acho que desempenha um papel importante no lado cultural de Macau e apoia verdadeiramente a construção da cultura e dos hábitos cinematográficos da região. Acho que Macau pode vir a estar muito mais vezes nos ecrãs de todo o Mundo, e não apenas de uma forma glamorosa como nos filmes do James Bond, porque é um sitio realmente especial e único, com um lado profundo também. Qualquer festival quando começa, leva o seu tempo até ganhar tracção e até que grandes estrelas de cinema comecem a vir. E nesse aspecto penso que estamos a ir muito bem e acho que as pessoas nos estão a levar a sério porque nós somos sérios. Acho que os produtores e os realizadores da indústria reconhecem o trabalho feito e penso que isso trará muitos benefícios a longo prazo.

29 Nov 2019

Conan Osíris, músico | Ligado por Bluetooth

Chegou e está à procura de rede. Conan Osíris, o artista português que ganhou mediatismo depois de “Telemóveis”, canção com a qual representou Portugal no Festival da Eurovisão da Canção em Israel, vai estar hoje, em Zhuhai, e no sábado, em Macau, para dois concertos integrados no cartaz do festival “This is my city”

 

[dropcap]E[/dropcap]ram duas da tarde em Portugal quando a chamada aconteceu. Entre viagens, o HM conversou com Conan Osíris (Tiago Miranda) numa altura em que o artista estava já no aeroporto a caminho de Macau. Entre um encontro furtuito com um conhecido e a pressa de estar na porta de embarque a horas, a voz “expectante mas sem expectativas” de Conan Osíris revelou vontade de ser surpreendido e o desejo de se emparelhar com a Ásia, Macau e o público.

 

Como vês Macau e o que esperas encontrar aqui?

Não sei. Não vou com nenhuma expectativa nem nenhuma imagem pré-definida. Acho que isso é algo que me ajuda sempre quando vou conhecer algum sítio pela primeira vez, como aliás tem acontecido muito ao longo deste ano. Então, em Macau, basicamente, vou com essa mesma atitude, ou seja, vamos ver o que vamos encontrar! Estou curioso com a cultura e sobre as coisas em geral. Gosto também do facto de ser uma região pequena, que dá para explorar com facilidade.

De que forma encaras o teu encontro com os portugueses que vivem em Macau?

Sinceramente não sei, vou de mente aberta. Estou expectante mas sem expectativa em relação ao que quero que aconteça, mas não tenho nenhuma pré-definição. Quero ser surpreendido também. Estou nessa!

Como te sentes por fazer parte do cartaz do festival “This is my City” que, além de música, inclui também cinema e fotografia?

Não sabia que o festival também incluía cinema e fotografia mas sinto-me lisonjeado por estar em Macau, por fazer parte do festival e por ter a oportunidade de mostrar, eventualmente, alguma coisa de novo.

O ano de 2019 ficará para sempre marcado na tua vida pela participação no festival da Eurovisão. Sentes que isso mudou a forma de actuar ou como te apresentas ao público?

Acho que já estou com a distância suficiente para saber que foi uma marca, um momento forte, mas pelo qual não me guio muito. Até pela forma como o nosso espectáculo está sempre a evoluir. Acho que conseguimos distanciarmo-nos de maneira a não nos tornarmos dependentes do próprio momento.

Sentes atracção pela Ásia? Achas que podes voltar para casa inspirado de maneira diferente por este lado do mundo?

Não quero ser demasiado generalista, mas sempre foi uma zona que me atraiu bastante, inclusivamente quando estávamos a planear os concertos. Ao início esta tour tinha contornos completamente diferentes. Envolvia também Tóquio e Taiwan e estava super expectante, mas as coisas acabaram por não ir na direcção que estava delineada e vamos fazer só os concertos em Zhuhai e Macau. O continente asiático é uma grande referência para mim. Diria mesmo que é aquele que mais me atrai directamente ao nível da curiosidade e, por isso, acho que vai ser uma boa troca digamos assim, até porque tenho bastantes influências musicais que vêm da Ásia. Aliás, entre os próprios músicos que costumam tocar comigo em Portugal, um deles é macaense e o outro é nepalês, então acho que faz todo o sentido.

A que fontes musicais asiáticas já te vieste inspirar?

Sempre fui muito influenciado pela música de Bolywood, as bandas sonoras e tudo mais. Para quem conhece um bocadinho de Portugal e de Lisboa, mais durante os anos 70 e 80 talvez, houve um grande “boom” do Bolywood e as pessoas iam todas as semanas ao cinema ver estes filmes e andavam a ouvir os discos. Havia um grande consumo e troca de influências nesse tempo. Lembro-me da minha mãe dizer que todas as semanas ia ver um filme indiano novo e isso, de alguma forma, ficou inserido na minha musicalidade, I guess. Houve uma altura também, em que estudei alguma animação chinesa e andei a fazer alguma “recolecção” sobre animação no geral. Para além disso, como trabalhei muitos anos na zona do Martim Moniz e do Intendente, onde essa cultura está super presente e enraizada há bastante tempo, acho que essa interacção já existia naturalmente em Lisboa para mim e acho que torna tudo isto um bocado mais familiar.

Tens um processo fixo para compor?

Tenho vários processos. Basicamente tenho um onde faço primeiro o beat e depois parto para o resto. Tenho outro onde só há ideia e não tenho beat nem letra e então construo tudo à volta daquela ideia. Por último, tenho ainda um processo onde existe letra e só depois vou fazer um beat para essa letra. Portanto tenho essas três vias e qualquer uma delas vai pretty much parar ao mesmo, só que a sua génese é muito diferente.

E quando identificas essa génese, sabes logo à partida a que fontes vai beber para as compor?

Não, até porque essa parte da composição nasce quase sozinha. Quando estás por dentro do projecto acaba por sair dali um ritmo de uma certa forma, um estilo ou até um ritmo da batida que começa por parecer random e depois muda, e o que às vezes era para ser uma música lenta, passa a ser uma música rápida… esta parte é sempre muito aleatória. Tanto que eu, por exemplo, tenho sempre dentro do mesmo projecto três músicas diferentes, porque eram mesmo para ter sido três coisas diferentes. Então, acaba por ser muito por aí, é muito aleatório: o universo do sistema de composição acaba por ganhar uma vida própria.

Para quem não conhece ou nunca te ouviu, achas que é fácil encontrar nos teus ritmos elementos tipicamente portugueses?

Claro, acho que sim! Até porque dá para encontrar nalgumas músicas o género de uma cítara que é tocada como se fosse uma guitarra portuguesa. Mas acaba por haver sempre imensas referências e até tenho o Malhão nalguns ritmos também. Quando consegues detectar esses elementos sonoros encontras sempre maneira de fazer uma ponte entre alguma coisa portuguesa. No “Celulitite” também é possível encontrar quase um ritmo de Vira.

Quando estás em palco, como te sentes?

Costumo pensar que sou uma cena que está ligada por Bluetooth e que depois emparelha com o público. Depois conforme a reacção, às vezes fico mais enérgico, outras vezes mais focado ou mais calmo, ou então acabo a abandalhar tudo. É muito aleatório também. Antes de entrar em palco tento não pensar em muita coisa para não ficar irritado. Já aprendi a ter mecanismos que me permitem fazer tudo o que posso para ficar mesmo tranquilo.

28 Nov 2019

Conan Osíris, músico | Ligado por Bluetooth

Chegou e está à procura de rede. Conan Osíris, o artista português que ganhou mediatismo depois de “Telemóveis”, canção com a qual representou Portugal no Festival da Eurovisão da Canção em Israel, vai estar hoje, em Zhuhai, e no sábado, em Macau, para dois concertos integrados no cartaz do festival “This is my city”

 
[dropcap]E[/dropcap]ram duas da tarde em Portugal quando a chamada aconteceu. Entre viagens, o HM conversou com Conan Osíris (Tiago Miranda) numa altura em que o artista estava já no aeroporto a caminho de Macau. Entre um encontro furtuito com um conhecido e a pressa de estar na porta de embarque a horas, a voz “expectante mas sem expectativas” de Conan Osíris revelou vontade de ser surpreendido e o desejo de se emparelhar com a Ásia, Macau e o público.
 
Como vês Macau e o que esperas encontrar aqui?
Não sei. Não vou com nenhuma expectativa nem nenhuma imagem pré-definida. Acho que isso é algo que me ajuda sempre quando vou conhecer algum sítio pela primeira vez, como aliás tem acontecido muito ao longo deste ano. Então, em Macau, basicamente, vou com essa mesma atitude, ou seja, vamos ver o que vamos encontrar! Estou curioso com a cultura e sobre as coisas em geral. Gosto também do facto de ser uma região pequena, que dá para explorar com facilidade.
De que forma encaras o teu encontro com os portugueses que vivem em Macau?
Sinceramente não sei, vou de mente aberta. Estou expectante mas sem expectativa em relação ao que quero que aconteça, mas não tenho nenhuma pré-definição. Quero ser surpreendido também. Estou nessa!
Como te sentes por fazer parte do cartaz do festival “This is my City” que, além de música, inclui também cinema e fotografia?
Não sabia que o festival também incluía cinema e fotografia mas sinto-me lisonjeado por estar em Macau, por fazer parte do festival e por ter a oportunidade de mostrar, eventualmente, alguma coisa de novo.
O ano de 2019 ficará para sempre marcado na tua vida pela participação no festival da Eurovisão. Sentes que isso mudou a forma de actuar ou como te apresentas ao público?
Acho que já estou com a distância suficiente para saber que foi uma marca, um momento forte, mas pelo qual não me guio muito. Até pela forma como o nosso espectáculo está sempre a evoluir. Acho que conseguimos distanciarmo-nos de maneira a não nos tornarmos dependentes do próprio momento.
Sentes atracção pela Ásia? Achas que podes voltar para casa inspirado de maneira diferente por este lado do mundo?
Não quero ser demasiado generalista, mas sempre foi uma zona que me atraiu bastante, inclusivamente quando estávamos a planear os concertos. Ao início esta tour tinha contornos completamente diferentes. Envolvia também Tóquio e Taiwan e estava super expectante, mas as coisas acabaram por não ir na direcção que estava delineada e vamos fazer só os concertos em Zhuhai e Macau. O continente asiático é uma grande referência para mim. Diria mesmo que é aquele que mais me atrai directamente ao nível da curiosidade e, por isso, acho que vai ser uma boa troca digamos assim, até porque tenho bastantes influências musicais que vêm da Ásia. Aliás, entre os próprios músicos que costumam tocar comigo em Portugal, um deles é macaense e o outro é nepalês, então acho que faz todo o sentido.
A que fontes musicais asiáticas já te vieste inspirar?
Sempre fui muito influenciado pela música de Bolywood, as bandas sonoras e tudo mais. Para quem conhece um bocadinho de Portugal e de Lisboa, mais durante os anos 70 e 80 talvez, houve um grande “boom” do Bolywood e as pessoas iam todas as semanas ao cinema ver estes filmes e andavam a ouvir os discos. Havia um grande consumo e troca de influências nesse tempo. Lembro-me da minha mãe dizer que todas as semanas ia ver um filme indiano novo e isso, de alguma forma, ficou inserido na minha musicalidade, I guess. Houve uma altura também, em que estudei alguma animação chinesa e andei a fazer alguma “recolecção” sobre animação no geral. Para além disso, como trabalhei muitos anos na zona do Martim Moniz e do Intendente, onde essa cultura está super presente e enraizada há bastante tempo, acho que essa interacção já existia naturalmente em Lisboa para mim e acho que torna tudo isto um bocado mais familiar.
Tens um processo fixo para compor?
Tenho vários processos. Basicamente tenho um onde faço primeiro o beat e depois parto para o resto. Tenho outro onde só há ideia e não tenho beat nem letra e então construo tudo à volta daquela ideia. Por último, tenho ainda um processo onde existe letra e só depois vou fazer um beat para essa letra. Portanto tenho essas três vias e qualquer uma delas vai pretty much parar ao mesmo, só que a sua génese é muito diferente.
E quando identificas essa génese, sabes logo à partida a que fontes vai beber para as compor?
Não, até porque essa parte da composição nasce quase sozinha. Quando estás por dentro do projecto acaba por sair dali um ritmo de uma certa forma, um estilo ou até um ritmo da batida que começa por parecer random e depois muda, e o que às vezes era para ser uma música lenta, passa a ser uma música rápida… esta parte é sempre muito aleatória. Tanto que eu, por exemplo, tenho sempre dentro do mesmo projecto três músicas diferentes, porque eram mesmo para ter sido três coisas diferentes. Então, acaba por ser muito por aí, é muito aleatório: o universo do sistema de composição acaba por ganhar uma vida própria.
Para quem não conhece ou nunca te ouviu, achas que é fácil encontrar nos teus ritmos elementos tipicamente portugueses?
Claro, acho que sim! Até porque dá para encontrar nalgumas músicas o género de uma cítara que é tocada como se fosse uma guitarra portuguesa. Mas acaba por haver sempre imensas referências e até tenho o Malhão nalguns ritmos também. Quando consegues detectar esses elementos sonoros encontras sempre maneira de fazer uma ponte entre alguma coisa portuguesa. No “Celulitite” também é possível encontrar quase um ritmo de Vira.
Quando estás em palco, como te sentes?
Costumo pensar que sou uma cena que está ligada por Bluetooth e que depois emparelha com o público. Depois conforme a reacção, às vezes fico mais enérgico, outras vezes mais focado ou mais calmo, ou então acabo a abandalhar tudo. É muito aleatório também. Antes de entrar em palco tento não pensar em muita coisa para não ficar irritado. Já aprendi a ter mecanismos que me permitem fazer tudo o que posso para ficar mesmo tranquilo.

28 Nov 2019

FRC | Palestra revela profunda amizade de Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner 

No âmbito das comemorações do centenário do nascimento de uma das maiores poetisas portuguesas, recorda-se hoje, na Fundação Rui Cunha, a sua amizade com outro poeta português, Jorge de Sena. Liliana Pires e Pedro D’Alte vão ler a correspondência trocada pelos dois autores, já publicada em livro, enquanto que a académica Ana Paula Dias modera a apresentação

 

[dropcap]A[/dropcap]contece hoje ao final do dia, na Fundação Rui Cunha (FRC), uma sessão de leitura das cartas que comprovam a amizade entre dois dos mais importantes autores de língua portuguesa, Sophia de Mello Breyner e Jorge de Sena. O evento, moderado pela académica Ana Paula Dias, contará com a participação dos académicos Liliana Pires e Pedro D’Alte, que serão responsáveis pela leitura das cartas.

Nascidos ambos em 1919, com apenas quatro dias de diferença, Sophia de Mello Breyner e Jorge de Sena “partilharam vários traços identitários”, como denota Ana Paula Dias no seu texto introdutório, que será hoje lido na FRC. Os dois autores conheceram-se entre 1949 e 1951 quando colaboravam na revista Cadernos de Poesia, por intermédio de Mécia Lopes, irmã do crítico literário Óscar Lopes, que seria depois casada com Jorge de Sena.

Na sua apresentação, Ana Paula Dias faz referência a este encontro, citando a nota prévia de Mécia Lopes na obra “Correspondência 1959-1978”, livro editado em Portugal pela Guerra & Paz. “Eu conhecera a Sophia desde muito jovem, quando vivíamos na mesma área da Boavista e ela frequentava o Colégio de Nossa Senhora do Rosário (onde o professor de Canto Coral era meu pai) e que frequentei por algum tempo”, escreveu Mécia. Nesse mesmo livro, a filha de Sophia de Mello Breyner refere que Jorge de Sena era visita semanal da casa da autora e de Francisco Sousa Tavares, com quem foi casada durante vários anos.

O exílio

Jorge de Sena, essencialmente poeta e tradutor, mas também autor de um único romance, “Sinais de Fogo”, acabaria por exilar-se para o Brasil, onde viveu até ao fim da vida. A partida do casal Sena acontece em 1959, não sem antes o autor receber um convite do Governo brasileiro por recomendação de Eduardo Lourenço, grande ensaísta português, que então era professor na Universidade da Bahia, para participar no IV “Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros”.

Seria a entrada de um mundo novo para a família Sena, e a partir daí os dois autores começaram a trocar cartas. “A primeira troca de missivas entre os dois acontece em Janeiro de 1960, poucos meses depois de os Sena terem ido para o Brasil”, descreve Ana Paula Dias, que volta a citar a nota prévia de Mécia Lopes. “Os breves encontros que depois nos foram dados eram sempre um atropelo de conversa, com o tempo sempre insuficiente para o tanto que havia que dizer.”

Numa das cartas enviadas pelo casal Sena quando este ainda está no Brasil, Sophia de Mello Breyner confessaria a Jorge de Sena: “Que saudades tenho de o ver aparecer para almoçar naquelas suas visitas que eram para nós sempre uma festa”.

Sena faleceu em 1978, mas durante anos trocaram bastantes cartas onde se “elogiavam, discutiam a situação do país e criticavam (e muito) os restantes escritores portugueses”, escreve Ana Paula Dias. A académica, doutorada pela Universidade Aberta, afirma que “a publicação da correspondência entre Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner só foi possível graças à veia de ‘arquivista’ do autor (Jorge de Sena) e de Mécia”.

Maria Andresen Tavares, irmã do escritor e jornalista Miguel Sousa Tavares, recordou na mesma obra que a sua mãe “não arquivava as cartas recebidas, havendo poucos exemplares disponíveis. Se foi possível dar a conhecer esta troca epistolar foi por Jorge guardar todas as cartas recebidas, bem como o rascunho das enviadas”, descreve Ana Paula Dias no seu texto introdutório.

Os dois escritores também se envolveram no activista político dada a existência do Estado Novo em Portugal, regime ditatorial liderado por António de Oliveira Salazar, que só terminaria a 25 de Abril de 1974. “A pulsão para o activismo político, por imperativo ético, também uniu estes dois escritores que só aos 50 anos, na sequência de uma breve deslocação de Sena a Portugal (já Marcelo Caetano substituíra Salazar) começam a tratar-se por ‘tu’”, escreve Ana Paula Dias.

Para a académica, o activismo político de Sena e Sophia “é um dos aspectos documentalmente interessantes” do livro que reúne as cartas trocadas entre os dois. “De lamentar, além da perda de algumas cartas de Sena apreendidas pela PIDE (Polícia de Intervenção e Defesa do Estado, a polícia do Estado Novo) na casa de Sophia e jamais recuperadas, é a omissão total de correspondência no biénio 1974-75, tão decisivo para Portugal.”

A sessão de hoje na FRC contará ainda com a exibição de um excerto do documentário realizado por Rita Azevedo, feito a partir do livro “Correspondência – Sophia de Mello Breyner e Jorge de Sena”.

27 Nov 2019

Investigador conta ‘pegada’ portuguesa na Tanzânia através da diáspora goesa

[dropcap]U[/dropcap]m projecto de investigação que vai resultar num documentário pretende contar a ‘pegada’ portuguesa na Tanzânia, através da diáspora goesa, sobretudo em Dar es Salaam e Zanzibar, disse ontem à Lusa o investigador Pedro Pombo.

“Por um lado, queremos centramo-nos nas celebrações do centenário do clube de Dar es Salaam, que vai reunir grande parte da diáspora goesa que tem uma relação forte com a Tanzânia e é muito importante para a África oriental, e, por outro, mostrar como estas comunidade se espalhou naquele território depois das independências” africanas e indianas, explicou o docente português à margem de uma palestra em Macau.

“Interessa-nos muito essa memória, essa geração que viveu períodos históricos marcantes e cujas memórias não estão registadas, na sua maioria”, sublinhou o professor na Universidade de Goa, cujo trabalho cobre as áreas de arte e linguística antropológica, no que concerne as influências cruzadas entre Moçambique, Tanzânia, a costa ocidental da Índia (especialmente Goa e Diu) e a Ásia Oriental.

O trabalho de campo está agendado para final de dezembro, prevê-se que demore três semanas, e vai resultar num documentário para a RTP, um projeto conjunto com a realizadora Nalini Elvino de Sousa, portuguesa de origem goesa que é também diretora de uma organização não-governamental que se dedica ao intercâmbio cultural e linguístico.

Os vestígios da ‘pegada’ portuguesa, em especial a partir do final do século XIX, não deixa dúvidas, frisou Pedro Pombo de que os goeses “tinham uma grande facilidade de se moverem entre os territórios portugueses e britânicos”, muito pelo facto de dominarem as línguas dos dois países e pela sua qualificação cultural, pelo acesso ao ensino superior.

“Muitos trabalhavam na administração, muitos eram advogados, em empresas de construção de estradas ou do caminho de ferro, muitas famílias dedicavam-se ao comércio e há casos também muito interessantes de músicos, arquitetos e fotógrafos”, acrescentou.

As declarações foram prestadas numa palestra promovida pela Fundação Rui Cunha, em parceria com a Universidade de Macau – Centro de Investigação e Estudos Luso-Asiáticos (CIELA) do Departamento de Português.

A iniciativa intitulada de Diálogos Interculturais – Goa, Diu e Sri Lanka consistiu em duas apresentações que se centraram no diálogo entre influências culturais múltiplas no Índico, especificamente em Goa, Diu e no Sri Lanka, desde o património imaterial (sistemas sociais, canção e dança), e património material (arquitetura, arte e artesanato).

Mahesh Radhakrishnan, etnomusicólogo e antropólogo linguístico, professor da Faculdade de Arqueologia e Antropologia da Universidade Nacional da Austrália, a equipa de pesquisa da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi outro dos convidados, tendo abordado o tema dos vestígios da tradição luso-asiática nos domínios da dança, música e letras ainda mantidas pelas comunidades descendentes de portugueses na costa leste do Sri Lanka.

A palestra conjunta fez parte da promoção do CIELA de temas relacionados com a língua portuguesa e as culturas influenciadas por uma matriz portuguesa na Ásia.

26 Nov 2019

EPM | “Arte na Escola” leva obras de alunos a Serralves

[dropcap]A[/dropcap] Associação de Pais da Escola Portuguesa de Macau (EPM), anunciou o projecto “Arte na Escola”, uma iniciativa que pretende envolver professores, alunos e encarregados de educação, à volta da educação para a arte, numa série de sessões de formação e workshops. No final, as turmas participantes terão a oportunidade de ver os seus trabalhos exibidos em Serralves em Maio de 2020, em conjunto com os trabalhos de outras escolas portuguesas.

Realizado em parceria com a Fundação de Serralves, a Casa de Portugal em Macau, a Fundação Oriente e a BABEL, o projecto vai abranger um total de 12 turmas no mês de Novembro, e outras 19 turmas em Fevereiro de 2020.

O projecto “Arte na Escola” começa oficialmente no próximo dia 26 de Novembro com uma sessão de formação para professores e continua no dia 27, com uma oficina dirigida também aos professores envolvidos, que ficará a cargo da Coordenadora do Serviço Educativo de Serralves e duas educadoras.

Finalmente, com o objectivo de dar a conhecer o projecto aos encarregados de educação, será realizada uma apresentação e um workshop no dia 28 de Novembro, no auditório da Escola Portuguesa de Macau.

26 Nov 2019

IPM | Apresentado novo livro sobre Camilo Pessanha

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Politécnico de Macau (IPM) lançou um livro sobre o poeta português Camilo Pessanha intitulado “Camilo Pessanha: Novas Interrogações (150 anos do nascimento)”. O lançamento da obra decorreu no âmbito das comemorações do 20.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e Portugal e do 70.º aniversário da fundação da República Popular da China.

“Camilo Pessanha é considerado um promotor do intercâmbio cultural entre o Oriente e o Ocidente e um dos seus testemunhos mais significativos, assim atravessando as fronteiras nacionais”, justificou o IPM numa nota oficial.

A instituição sublinhou que Macau “tem uma responsabilidade acrescida enquanto plataforma de serviços para a cooperação comercial” entre a China e os países lusófonos”, até porque “desde o século XVI que (…) ocupa um lugar de destaque na Rota da Seda Marítima”.

Por outro lado, estas iniciativas devem ser compreendidas a partir do papel de Macau “como base de formação de quadros qualificados bilingues em chinês e português”, acrescentou o politécnico, que destacou ainda Camilo Pessanha como “o grande escritor do simbolismo português (…) mantendo-se até hoje como referência na literatura portuguesa”.

25 Nov 2019

IPM | Apresentado novo livro sobre Camilo Pessanha

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Politécnico de Macau (IPM) lançou um livro sobre o poeta português Camilo Pessanha intitulado “Camilo Pessanha: Novas Interrogações (150 anos do nascimento)”. O lançamento da obra decorreu no âmbito das comemorações do 20.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e Portugal e do 70.º aniversário da fundação da República Popular da China.
“Camilo Pessanha é considerado um promotor do intercâmbio cultural entre o Oriente e o Ocidente e um dos seus testemunhos mais significativos, assim atravessando as fronteiras nacionais”, justificou o IPM numa nota oficial.
A instituição sublinhou que Macau “tem uma responsabilidade acrescida enquanto plataforma de serviços para a cooperação comercial” entre a China e os países lusófonos”, até porque “desde o século XVI que (…) ocupa um lugar de destaque na Rota da Seda Marítima”.
Por outro lado, estas iniciativas devem ser compreendidas a partir do papel de Macau “como base de formação de quadros qualificados bilingues em chinês e português”, acrescentou o politécnico, que destacou ainda Camilo Pessanha como “o grande escritor do simbolismo português (…) mantendo-se até hoje como referência na literatura portuguesa”.

25 Nov 2019

Museu Memorial de Xian Xinghai abriu portas este domingo 

[dropcap]F[/dropcap]oi oficialmente inaugurado este sábado o Museu Memorial de Xian Xinghai, dedicado à vida e obra do músico natural de Macau. O novo espaço museológico conta com um total de 36 peças ou conjuntos de manuscritos, bem como outros pertences de Xian Xinghai, oriundos das colecções da Biblioteca da Academia Nacional de Arte da China, e que estarão expostos pelo período de três meses.

Estas obras consistem em “documentos de identidade, manuscritos, um violino, um diário, cartas, uma caneta-tinteiro, e um fato de concerto”, aponta um comunicado oficial. Os destaques da exposição incluem também o documento de identidade francês de Xian Xinghai, com a indicação do local de nascimento e dos nomes dos seus pais, bem como dois manuscritos autênticos da Cantata do Rio Amarelo, um escrito em Yan’an em 1939 e o outro revisto em Moscovo em 1941. O público poderá também conhecer o violino que o compositor usou durante as suas apresentações e as suas notas composicionais entre 1940 e 1945.

Além da sala de exposições, o Museu Memorial “também oferece aos visitantes a oportunidade de experimentarem a diversão de dirigirem uma orquestra na Visita Virtual”, possuindo ainda “uma Zona de Conhecimento para as crianças aprenderem alguns factos divertidos sobre música e orquestra”.

Obras a caminho

O Museu Memorial de Xian Xinghai está situado numa das moradias verdes restauradas na avenida Coronel Mesquita, prometido pelo Governo como um núcleo museológico. De acordo com o mesmo comunicado, o IC “irá também restaurar a moradia adjacente onde o Museu Memorial de Xian Xinghai – Galeria 2 será estabelecido”, cujo espaço irá focar-se “na Guerra de Resistência contra a Agressão Japonesa e mostrar as contribuições da cidade para o país durante a guerra, promovendo ainda mais o patriotismo com efeitos sinérgicos”.

Xian Xinghai é considerado como o “músico do povo”, sendo famoso pelas suas grandes realizações na história da música contemporânea da China. Nascido no seio de uma família de pescadores em Macau, procurou meticulosamente a excelência musical, integrando engenhosamente técnicas musicais chinesas e ocidentais e criando muitas obras conhecidas nos seus breves 40 anos de vida, todas exibindo a inclusão cultural de Macau. Uma das peças da sua autoria mais conhecidas, intitulada “Cantata do Rio Amarelo”, foi amplamente cantada durante a Guerra de Resistência Anti-Japonesa.

25 Nov 2019

Bienal de Shenzhen |Projecto da equipa de Maria José de Freitas obtém segundo lugar 

Estão escolhidos os nomes que vão representar Macau na 8.ª Bienal Bi-Citadina de Urbanismo/Arquitectura de Shenzhen e Hong Kong. O “Escritório de Arquitectos Planwish Lda” obteve o Prémio de Ouro e irá projectar o pavilhão de Macau nesta bienal, que abre ao público dia 21 de Dezembro. Em segundo lugar ficou o atelier da arquitecta Maria José de Freitas, com o tema “Macau Links Through the Future”

 

[dropcap]N[/dropcap]uma altura em que o Delta do Rio das Pérolas é sinónimo de interconexão permanente, está prestes a chegar a oitava edição da Bienal Bi-Citadina de Urbanismo / Arquitectura de Shenzhen e Hong Kong, onde Macau estará representada e que acontece a 21 de Dezembro. A fim de escolher os autores do pavilhão de Macau, o Instituto Cultural (IC), em parceria com a Associação dos Arquitectos de Macau (AAM) e o Instituto de Planeamento Urbano de Macau, abriram concurso para a recepção de várias propostas.

O Prémio de Ouro foi atribuído ao “Escritório dos Arquitectos Planwish Lda.”, que apresentou a proposta “Gates of the City”. Em segundo lugar ficou o projecto da equipa da arquitecta portuguesa Maria José de Freitas, com o nome “Macau Links Through the Future”, enquanto “ligações que vêm do passado e que vão para o futuro”, disse ao HM a arquitecta Maria José de Freitas. A ser erguido, este pavilhão iria não só mostrar a ligação de Macau com o exterior como ia também mostrar pedaços da cultura e do património particular do território. Além de Maria José de Freitas, participaram na equipa concorrente Ana Carina Costa, também na parte de arquitectura, Takon Chiu e Chin chio Wu, ao nível do design de interiores, Henrique Silva na parte multimédia e Chan Hin Io na fotografia.

“Pegámos nessa temática e, de alguma forma, fizemos a inter-relação porque Macau é uma cidade que, desde a sua formação e reconhecimento, tem tido essa característica de ser um território ligado a civilizações orientais e ocidentais, que tem estado muito na linha dessa interconectividade e relação. Pensamos que seria fácil transportar esse passado para o futuro.”

Dessa forma, o pavilhão, que não teria mais de 32 metros quadrados, teria “superfícies semi-transparentes, também elas em malha de alumínio, com uma estrutura mental de suporte”. Essa malha “simboliza e tem a ver com essa rede de intercomunicações”, sendo que iria permitir a existência de um pavilhão “semi-transparente, onde fosse possível ver de dentro para fora e de fora para dentro, permitindo uma leitura e interacção permanente e constante”.

O pavilhão projectado pela equipa de Maria José de Freitas iria também abordar a relação de Macau não apenas com o Delta do Rio das Pérolas, mas também com os países de língua portuguesa, tendo sido desenhado um mapa da península de Macau onde foram ligadas as várias pontes de forma interactiva.

No interior desse pavilhão, “iriam existir quatro áreas ao longo de um corredor, onde iríamos recorrer a ecrãs suspensos em tela a fim de projectar imagens de Macau”. “Haveria quatro situações temáticas no interior. Uma relacionada com o património tangível e intangível, outra com o urbanismo e arquitectura, outra com Macau e a Grande Baía, e outra com Macau e os países de língua portuguesa”. Dessa forma, seria dado destaque “à relação de Macau com esta região e com o mundo”, frisou Maria José de Freitas.

O Prémio de Bronze foi atribuído à empresa “Urban Practice – Architecture, Urban Planning and Design Ltd.”, com o nome “Macau Catalyst – Towards a Synergetic Greater Bay”. O IC aponta, em comunicado, que “as propostas recebidas foram todas de grande qualidade, originais, informativas e criativas”. O júri de selecção das propostas foi composto por cinco especialistas de Shenzen e Macau.

Na estação

Este ano esta bienal de arquitectura e urbanismo tem como tema “Interacções Urbanas” e terá lugar na Estação Ferroviária de Futian e várias áreas circundantes de Shenzhen. De acordo com um comunicado do IC, o evento inspira-se “na crescente interconexão global e integração regional, tendo como pano de fundo a análise sobre o fenómeno de interacção e aproximação de laços comuns entre as cidades, entre as cidades e as pessoas, bem como entre as pessoas entre si, nomeadamente no contexto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”.

Desta forma, procura-se “também aprofundar as novas relações culturais que poderão eventualmente surgir entre o significado patrimonial do ‘Centro Histórico de Macau’, classificado como património mundial, e outras cidades da Região da Grande Baía”.

A primeira edição da Bienal de Urbanismo e Arquitectura aconteceu em Shenzhen em 2005. Hong Kong, território vizinho desta cidade chinesa, participa desde 2007, tendo-se tornado depois uma Bienal Bi-Citadina, cuja realização se alterna entre estas duas cidades.

Até à data foram realizadas sete edições da “Bienal Bi-citadina”, alternando-se a sua realização entre Shenzhen e Hong Kong. Macau foi convidada para participar em quatro edições consecutivas, nomeadamente 2013, 2015, 2017 e 2019, “obtendo resultados muito positivos e uma experiência significativa”, aponta o mesmo comunicado.

25 Nov 2019

Associação de jornalistas recebe prémio dos Macau Business Awards

[dropcap]A[/dropcap] Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM) foi ontem distinguida com o prémio de ouro na categoria de organizações sem fins lucrativos da sétima edição dos Macau Business Awards. Para o presidente da AIPIM, José Carlos Matias, o prémio “surge numa altura de grandes desafios para o jornalismo a nível global e também aqui, na região” e “servirá como incentivo para os desafios futuros”.

“Encaramos esta distinção com humildade e como um reconhecimento aos sócios presentes e passados da AIPIM e ao jornalismo em língua portuguesa e inglesa de Macau em geral”, disse.

Por outro lado, “encoraja e estimula o comprometimento da associação com a defesa da liberdade de imprensa, acesso à informação, transparência, fortalecimento de uma cultura ética e deontológica e um maior envolvimento com a comunidade local”, acrescentou.

Na cerimónia de entrega dos 48 prémios, de ouro e de excelência em 11 categorias, a presidente executiva da Sociedade de Jogos de Macau, Daisy Ho, destacou a importância do reconhecimento dado a “organizações e indivíduos que contribuíram de forma extraordinária para a economia e sociedade” do território.

Este ano, o Grande Prémio de Macau, que cumpriu no passado fim de semana a 66.ª edição, recebeu o prémio de mérito como maior evento desportivo do território, que se disputou pela primeira vez no traçado citadino da Guia, em 1954.

A operadora de casinos Melco Resorts, na categoria de Desempenho Social, o Banco Industrial e Comercial da China (Macau) e a operadora de casinos Galaxy Entertainment Grupo, ex-aequo, na categoria de Responabilidade Social, o Banco da China-Sucursal de Macau, na categoria Marca Mais Valiosa e a Pousada de Coloane Boutique Hotel & Restaurant, na categoria Pequena e Média Empresa foram alguns dos vencedores dos prémios de ouro da edição 2019.

Os Macau Business Awards são organizados pela De Ficção Projetos Multimédia e Charity Association of Macau Business Readers, e atribuídos por um júri de 30 elementos.

22 Nov 2019

Festival de Luz | Transferência celebrada com ‘vídeo mapping’ português

[dropcap]O[/dropcap] Festival de Luz em Macau arranca em Dezembro com instalações luminosas, jogos interactivos e espectáculos de ‘vídeo mapping’, um deles criado por uma equipa portuguesa, para celebrar o 20.º aniversário do território.

A quinta edição do festival, que decorre durante todo o mês de Dezembro, tem como tema “À Descoberta da Luz” e vai realizar-se um pouco por toda a cidade, em 15 locais, afirmou ontem em conferência de imprensa a directora dos Serviços de Turismo (DST), Maria Helena de Senna Fernandes.

Além das instalações luminosas, que vão estar patentes em vários pontos da cidade até às 00:10 do dia 1 de janeiro de 2020, seis equipas de Portugal, Espanha, Japão, Shenzhen e ainda duas equipas locais, “vão realizar espetáculos de ‘vídeo mapping’, subordinados ao tema de celebração do 20.º aniversário da passagem da administração do território de Portugal para a China, nas Ruínas de São Paulo e na Igreja de Seminário de São José, explicou a responsável.

A equipa portuguesa, Ocubo, vai apresentar o seu vídeo mapping “Jornada de Luz de Macau”, entre os dias 1 e 10 de Dezembro, no qual “transportará o público para momentos históricos de Macau, apresentando a cultura oriental e ocidental da cidade, o património mundial, a gastronomia, festividades e eventos diversificados, entre outros aspectos, através duma demonstração colorida e diversificada”, apontaram as autoridades em comunicado.

O orçamento da quinta edição do Festival de Luz em Macau é de 18 milhões de patacas, disse Maria Helena de Senna Fernandes aos jornalistas.

22 Nov 2019

Festival de Luz | Transferência celebrada com ‘vídeo mapping’ português

[dropcap]O[/dropcap] Festival de Luz em Macau arranca em Dezembro com instalações luminosas, jogos interactivos e espectáculos de ‘vídeo mapping’, um deles criado por uma equipa portuguesa, para celebrar o 20.º aniversário do território.
A quinta edição do festival, que decorre durante todo o mês de Dezembro, tem como tema “À Descoberta da Luz” e vai realizar-se um pouco por toda a cidade, em 15 locais, afirmou ontem em conferência de imprensa a directora dos Serviços de Turismo (DST), Maria Helena de Senna Fernandes.
Além das instalações luminosas, que vão estar patentes em vários pontos da cidade até às 00:10 do dia 1 de janeiro de 2020, seis equipas de Portugal, Espanha, Japão, Shenzhen e ainda duas equipas locais, “vão realizar espetáculos de ‘vídeo mapping’, subordinados ao tema de celebração do 20.º aniversário da passagem da administração do território de Portugal para a China, nas Ruínas de São Paulo e na Igreja de Seminário de São José, explicou a responsável.
A equipa portuguesa, Ocubo, vai apresentar o seu vídeo mapping “Jornada de Luz de Macau”, entre os dias 1 e 10 de Dezembro, no qual “transportará o público para momentos históricos de Macau, apresentando a cultura oriental e ocidental da cidade, o património mundial, a gastronomia, festividades e eventos diversificados, entre outros aspectos, através duma demonstração colorida e diversificada”, apontaram as autoridades em comunicado.
O orçamento da quinta edição do Festival de Luz em Macau é de 18 milhões de patacas, disse Maria Helena de Senna Fernandes aos jornalistas.

22 Nov 2019

This is My City | Surma, a miúda de Leiria, vem à China 

Surma, nome artístico de Débora Umbelino, é o nome integrante do cartaz do novo evento promovido pelo Festival This is My City. Depois de uma residência artística da banda chinesa Wu Tiao Ren em Leiria, cidade natal de Surma, é a vez da cantora multi-instrumentista pisar a China. Ao HM, Débora Umbelino fala do seu novo disco, que sai para o ano e que é uma homenagem a Daniel Johnston

 

[dropcap]N[/dropcap]a carreira de Surma aconteceu tudo muito rápido. Tão rápido que a própria ainda acha que é um sonho. Natural de Leiria, cidade do centro de Portugal que tem lançado novos artistas para o panorama musical português, Débora Umbelino, nome verdadeiro de Surma, tem vindo a criar uma carreira consistente com sucesso dentro e fora do país. As suas sonoridades electrónicas têm conquistado o público, tendo-a levado ao concurso Festival Eurovisão da Canção, que não venceu, mas cujo palco partilhou com Conan Osíris.

Desta vez os dois artistas voltam a partilhar um palco, mas na China, mais concretamente na cidade de Zhuhai e em Macau, no âmbito do festival This is My City. Débora Umbelino revela ao HM estar muito empolgada não só com esta viagem, mas também com este reencontro.

“Nenhum de nós estava a ver aquilo (Festival Eurovisão da Canção) como uma competição. Já nos conhecíamos há alguns anos, desde o tempo em que o fui ver actuar nas Caldas da Rainha, em 2012 ou 2013. Partilhar o palco com ele é sempre uma alegria e uma festa. Estou ansiosa por voltar a ver o Conan, já não o vejo há algum tempo.”

A vinda à China é uma consequência natural da residência artística da banda chinesa Wu Tiao Ren, que estiveram neste Verão em Portugal com concertos no Porto, Coimbra, Lisboa, Leiria e Montemor-o-Novo. Em Leiria, foi a vez da banda chinesa cruzar sonoridades com Surma.

“Ao fim de duas semanas de os Wu Tiao Ren terem regressado à China apareceu a aprovação da minha ida e fiquei eufórica, pois a China sempre foi um dos objectivos maiores para ir enquanto Surma, em trabalho. Vai ser genial, estou felicíssima e espero que a China goste”, aponta.

Surma irá tocar essencialmente as músicas do seu primeiro álbum, “Antwerpen”, lançado em 2017 pela Omichord Records, editora de Leiria. “Queria ver se tinha algum tempo para tocar uma ou duas músicas novas que já estão quase acabadas, para dar um miminho à China. Vou fazer também uma colaboração com os Wu Tiao Ren ao vivo, o que vai ser muito giro, vamos ter apenas meia hora. Vai ser importante mostrar o que fazemos em Portugal no país deles e mostrar o que fizemos cá, vai ser giro ver ao vivo”, contou.

Apesar da batida electrónica, Surma é conhecida por ser uma artista multi-instrumentista, pelo que a viagem à China também lhe poderá abrir portas ao nível de novas sonoridades. “Sempre que toco fora de Portugal fico com a cabeça de uma maneira, nem sei explicar. Sinto muitas as influências quando vou lá fora, e ir à China, que é um país que me diz imenso desde pequena, vai dar-me umas influências do outro mundo e estou muito curiosa para ver o que vou achar disso tudo.”

Surma está tão aberta a novas experiências musicais que pondera até assistir a alguns concertos. “Queria ouvir as músicas tradicionais de lá, assistir a uns concertos ao vivo. Sem dúvida alguma que me vai fazer abrir os horizontes para fazer coisas diferentes, fora da caixa.”

Novo álbum a caminho

Depois do bem sucedido “Antwerpen”, Surma encontra-se a trabalhar num segundo álbum, cujo nome ainda não pode revelar, muito menos o nome dos restantes músicos com quem está a trabalhar. Este será, portanto, o seu primeiro álbum colaborativo, e que será também uma homenagem ao músico norte-americano Daniel Johnston, falecido em Setembro deste ano.

“A morte de Daniel Johnston foi um choque grande para mim, acho que tive uma epifania quando soube da sua morte. Queria fazer um álbum em sua homenagem e acho que vai ser com a colaboração de vários músicos e géneros, pois o Daniel também tinha essa imagética, a de colaborar com músicos de vários géneros musicais, e este álbum vai ser um bocado isso.”

O novo trabalho discográfico de Surma deverá misturar sonoridades que vão desde o jazz, noise, electrónica ao rock. “Estou muito curiosa para ver como vai ser o resultado final, tenho estado a trabalhar nas músicas e depois passo-as para os produtores. Acho que vai ser muito fixe, porque não vai ser um álbum só meu, vai ser colaborativo. Um desafio muito novo para mim.”

Antes do novo disco, Surma vai mostrar as primeiras canções que gravou, ainda em 2015 e que ninguém ouviu. “Vai sair um vinil de sete polegadas com músicas do início da Surma, as minhas primeiras músicas que nunca viram a luz do dia. As pessoas que me conhecem agora nunca ouviram essas músicas. Vou lançar isto como uma prenda de natal para elas.”

O segundo álbum de originais deverá sair em Setembro de 2020 mas, até lá, Surma quer tocar muito por todo o lado, algo que sempre tem feito desde o início.

Caminho atribulado

Antes de ser Surma, Débora Umbelino quis experimentar uma panóplia de instrumentos e experiências musicais. “O meu caminho na música sempre foi um bocadinho atribulado, com cinco anos disse à minha mãe que queria aprender bateria, mas ela não me deixou. Depois passei para a flauta, depois saí porque não gostava. Entre os dez e os 13 anos andei em guitarra e piano clássico, mas desisti. Com 15 anos recebi um convite de um colega meu para começar uma banda de covers. Até aos 18 anos tivemos a banda, enveredámos pelos originais. Depois fui para Lisboa e saí da banda, e foi aí que a Surma apareceu, com 19 anos.”

Desde então que não tem parado, com concertos em Portugal e também na Europa. “Tenho tido muita sorte como Surma, tenho uma equipa muito boa ao meu lado. Tenho tido uma adesão muito positiva por parte de Portugal e depois o álbum foi lançado para a Europa e fiquei com uma reacção muito boa também. Acho que ainda está tudo a ser um sonho constante para mim desde 2017. Não sei muito bem a que se deve este crescimento, tenho tido muito trabalho.”

Surma assume que, quando sobe ao palco, já reconhece muitos rostos que a seguem para a ver e ouvir. “Criou-se um misto de amizade muito grande entre mim e as pessoas que vão aos concertos, já se conhecem as caras. Os concertos são familiares.” Na China, Surma poderá criar, assim, uma nova família.

22 Nov 2019

This is My City | Surma, a miúda de Leiria, vem à China 

Surma, nome artístico de Débora Umbelino, é o nome integrante do cartaz do novo evento promovido pelo Festival This is My City. Depois de uma residência artística da banda chinesa Wu Tiao Ren em Leiria, cidade natal de Surma, é a vez da cantora multi-instrumentista pisar a China. Ao HM, Débora Umbelino fala do seu novo disco, que sai para o ano e que é uma homenagem a Daniel Johnston

 
[dropcap]N[/dropcap]a carreira de Surma aconteceu tudo muito rápido. Tão rápido que a própria ainda acha que é um sonho. Natural de Leiria, cidade do centro de Portugal que tem lançado novos artistas para o panorama musical português, Débora Umbelino, nome verdadeiro de Surma, tem vindo a criar uma carreira consistente com sucesso dentro e fora do país. As suas sonoridades electrónicas têm conquistado o público, tendo-a levado ao concurso Festival Eurovisão da Canção, que não venceu, mas cujo palco partilhou com Conan Osíris.
Desta vez os dois artistas voltam a partilhar um palco, mas na China, mais concretamente na cidade de Zhuhai e em Macau, no âmbito do festival This is My City. Débora Umbelino revela ao HM estar muito empolgada não só com esta viagem, mas também com este reencontro.
“Nenhum de nós estava a ver aquilo (Festival Eurovisão da Canção) como uma competição. Já nos conhecíamos há alguns anos, desde o tempo em que o fui ver actuar nas Caldas da Rainha, em 2012 ou 2013. Partilhar o palco com ele é sempre uma alegria e uma festa. Estou ansiosa por voltar a ver o Conan, já não o vejo há algum tempo.”
A vinda à China é uma consequência natural da residência artística da banda chinesa Wu Tiao Ren, que estiveram neste Verão em Portugal com concertos no Porto, Coimbra, Lisboa, Leiria e Montemor-o-Novo. Em Leiria, foi a vez da banda chinesa cruzar sonoridades com Surma.
“Ao fim de duas semanas de os Wu Tiao Ren terem regressado à China apareceu a aprovação da minha ida e fiquei eufórica, pois a China sempre foi um dos objectivos maiores para ir enquanto Surma, em trabalho. Vai ser genial, estou felicíssima e espero que a China goste”, aponta.
Surma irá tocar essencialmente as músicas do seu primeiro álbum, “Antwerpen”, lançado em 2017 pela Omichord Records, editora de Leiria. “Queria ver se tinha algum tempo para tocar uma ou duas músicas novas que já estão quase acabadas, para dar um miminho à China. Vou fazer também uma colaboração com os Wu Tiao Ren ao vivo, o que vai ser muito giro, vamos ter apenas meia hora. Vai ser importante mostrar o que fazemos em Portugal no país deles e mostrar o que fizemos cá, vai ser giro ver ao vivo”, contou.
Apesar da batida electrónica, Surma é conhecida por ser uma artista multi-instrumentista, pelo que a viagem à China também lhe poderá abrir portas ao nível de novas sonoridades. “Sempre que toco fora de Portugal fico com a cabeça de uma maneira, nem sei explicar. Sinto muitas as influências quando vou lá fora, e ir à China, que é um país que me diz imenso desde pequena, vai dar-me umas influências do outro mundo e estou muito curiosa para ver o que vou achar disso tudo.”
Surma está tão aberta a novas experiências musicais que pondera até assistir a alguns concertos. “Queria ouvir as músicas tradicionais de lá, assistir a uns concertos ao vivo. Sem dúvida alguma que me vai fazer abrir os horizontes para fazer coisas diferentes, fora da caixa.”

Novo álbum a caminho

Depois do bem sucedido “Antwerpen”, Surma encontra-se a trabalhar num segundo álbum, cujo nome ainda não pode revelar, muito menos o nome dos restantes músicos com quem está a trabalhar. Este será, portanto, o seu primeiro álbum colaborativo, e que será também uma homenagem ao músico norte-americano Daniel Johnston, falecido em Setembro deste ano.
“A morte de Daniel Johnston foi um choque grande para mim, acho que tive uma epifania quando soube da sua morte. Queria fazer um álbum em sua homenagem e acho que vai ser com a colaboração de vários músicos e géneros, pois o Daniel também tinha essa imagética, a de colaborar com músicos de vários géneros musicais, e este álbum vai ser um bocado isso.”
O novo trabalho discográfico de Surma deverá misturar sonoridades que vão desde o jazz, noise, electrónica ao rock. “Estou muito curiosa para ver como vai ser o resultado final, tenho estado a trabalhar nas músicas e depois passo-as para os produtores. Acho que vai ser muito fixe, porque não vai ser um álbum só meu, vai ser colaborativo. Um desafio muito novo para mim.”
Antes do novo disco, Surma vai mostrar as primeiras canções que gravou, ainda em 2015 e que ninguém ouviu. “Vai sair um vinil de sete polegadas com músicas do início da Surma, as minhas primeiras músicas que nunca viram a luz do dia. As pessoas que me conhecem agora nunca ouviram essas músicas. Vou lançar isto como uma prenda de natal para elas.”
O segundo álbum de originais deverá sair em Setembro de 2020 mas, até lá, Surma quer tocar muito por todo o lado, algo que sempre tem feito desde o início.

Caminho atribulado

Antes de ser Surma, Débora Umbelino quis experimentar uma panóplia de instrumentos e experiências musicais. “O meu caminho na música sempre foi um bocadinho atribulado, com cinco anos disse à minha mãe que queria aprender bateria, mas ela não me deixou. Depois passei para a flauta, depois saí porque não gostava. Entre os dez e os 13 anos andei em guitarra e piano clássico, mas desisti. Com 15 anos recebi um convite de um colega meu para começar uma banda de covers. Até aos 18 anos tivemos a banda, enveredámos pelos originais. Depois fui para Lisboa e saí da banda, e foi aí que a Surma apareceu, com 19 anos.”
Desde então que não tem parado, com concertos em Portugal e também na Europa. “Tenho tido muita sorte como Surma, tenho uma equipa muito boa ao meu lado. Tenho tido uma adesão muito positiva por parte de Portugal e depois o álbum foi lançado para a Europa e fiquei com uma reacção muito boa também. Acho que ainda está tudo a ser um sonho constante para mim desde 2017. Não sei muito bem a que se deve este crescimento, tenho tido muito trabalho.”
Surma assume que, quando sobe ao palco, já reconhece muitos rostos que a seguem para a ver e ouvir. “Criou-se um misto de amizade muito grande entre mim e as pessoas que vão aos concertos, já se conhecem as caras. Os concertos são familiares.” Na China, Surma poderá criar, assim, uma nova família.

22 Nov 2019

IFFAM | O espectáculo do cinema está a chegar

A edição deste ano do Festival Internacional de Cinema de Macau (IFFAM, na sigla inglesa) acontece entre 5 e 10 de Dezembro e abraça um cartaz com cerca de 50 filmes. Numa edição que pretende celebrar os 20 anos da RAEM, o destaque vai para o cinema local. No entanto, há também ilustres filmes do novo cinema chinês e claro as películas integradas na competição internacional

 

Apresentações Especiais para o 20.º Aniversário da RAEM

 

Ina and the Blue Tiger Sauna

Ina and the Blue Tiger Sauna é um thriller acerca da face obscura de Macau, onde o crime e a prostituição se cruzam na noite. Ina tem 19 anos quando regressa a Macau para morar com o pai, Loong. Longe de casa, enquanto vai dividindo os dias junto do namorado Chong e a orquestra onde toca violino, não imagina que um plano para assassinar o pai, está a ser preparado pelos seus rivais. Daí até descobrir que o pai era proprietário de uma das mais bem sucedidas saunas de Macau é um ápice, que ganha contornos rocambolesco quando Ina se vê envolvida numa disputa perigosa pela compra do espaço da sauna (Blue Tiger Sauna) contra o maior concorrente do seu pai. A actriz de Macau Eliz Lao é Ina e Blue Tiger Sauna conta com a realização de Bernardo Rao and Antonio Caetano De Faria.

Let’s sing

Let’s sing é um filme luminoso e bem-disposto que coloca Fong, uma adolescente que sonha ser cantora, no palco de um conturbado percurso rumo ao sonho de singrar no mundo da música. Tudo começa quando Fong ameaça o talentoso professor Cheong Chi Ian para o convencer a dar aulas. Daí nasce uma química, no mínimo, especial entre os dois, que leva a que Fong cante uma canção pouco adequada para a sua própria escola. O incidente, que leva inclusivamente que Cheong Chi Ian seja dispensado e que Ina abandone a escola, acaba estranhamente por dar visibilidade à jovem cantora, colocando-a no palco de uma grande competição musical. No entanto, há uma condição: Ina tem de actuar com a mesma canção com que cantou na escola. Os dilemas são mais que muitos e nem a família, nem Cheong Chi Ian aprovam que Fong repita a actuação na competição. No entanto, Fong tem um sonho e não desiste dele.

Patio of Illusion

Patio of Illusion acompanha as mudanças na vida e na relação de um jovem casal de Macau após 1999, ano que marcou a transferência da soberania de Macau de Portugal para a China. Ao longo de mais de 20 anos, o filme realizado por Shangshi Chen acompanha a transformação de Macau desde então, cruzando-a com o desenrolar da vida do casal ao longo das várias etapas marcantes da sua vida. A vida do casal, que entretanto enfrenta o desafio da paternidade e de uma socialização massiva, vai reflectindo os altos e baixos de uma região enquanto se transforma numa capital do jogo com a proliferação de inúmeros casinos, mas sem esquecer a crise financeira de 2008 ou outros desastres que Macau teve de enfrentar. Patio of Illusion conta no elenco com as participações de Eugene Tang, Kary Tang, Machi Chon, Bonnie Lei, Elvis Chao. Hedy Kou e Lok Cheong.

Novo cinema chinês

Over the sea

O som de uma canção embala a cumplicidade entre uma criança de 11 anos e a sua prima. Xiaojie é uma criança selvagem que foi deixada para trás, crescendo sem referências, entre as memórias dos pais e o mar no horizonte. Os pais, imigrantes que partiram para trabalhar, não regressam há muitos anos e Xiaojie apega-se à prima, para si único símbolo de amor e de esperança. Com as cores do entardecer como pano de fundo, Over the sea chama para a ribalta o fenómeno das crianças abandonadas na China, de um ponto de vista íntimo e emocional, em vez de focar estatísticas alarmantes e os flagelos sociais. Over the sea conta com a realização de Sun Aoqian e no elenco com Yu Kunjie, Li Reb, Sun Xinfu.

Dwelling in the Fuchun Mountains

No dia da comemoração dos 70 anos, a matriarca da família Gu sofre um derrame cerebral, precipitando a sua demência. Sem palavras. Os seus quatro filhos enfrentam mudanças profundas no relacionamento entre si, enquanto lidam com os seus próprios problemas familiares. O destino das suas vidas, ligadas pelo amor e desafiadas por perguntas e dilemas, desenrolam-se ao longo das quatro estações do ano, tal qual uma antiga pintura chinesa: Dwelling in the Fuchun Mountains, do pintor Huang Gongwang. Dwelling in the Fuchun Mountains conta com a realização e autoria de Xiaogang Gu e no elenco, com as participações de Youfa Qian, Fengjuan Wang, Zhangjian Sun.

Wet Season

Singapura. A chuva cai intensamente. Estamos na época das monções na cidade, quando Ling uma professora de chinês vê o seu casamento e a sua vida escolar desmoronar, por não ser capaz de ter filhos. No entanto, uma improvável relação com um aluno seu acaba por devolver a confiança perdida e ajudá-la a reafirmar a sua identidade. Em Wet Season, o realizador Anthony Chen explora a condição feminina, sem puxar pelo drama, mas permitindo que o público se envolva delicadamente com o complexo quotidiano de Singapura. A não perder no cartaz do IFFAM, Wet Season conta no elenco com Yeo Yann Yann, Christopher Lee, Koh Jia Ler e Yang Shi Bin.

Competição Internacional

Homecoming

Tentando encontrar soluções para os conflitos do seu casamento, Aida faz uma viagem com o marido de volta a casa. Durante a viagem envolvem-se num acidente de viação e, involuntariamente, acabam por matar um homem. Um homem que era marido de alguém. Após o sucedido, o casal faz um desvio para a aldeia de onde é originário o homem, para prestar homenagem à viúva. É aqui que tudo acontece, numa jornada inesperada de busca por respostas às grandes questões da sua vida e pela inevitabilidade de enfrentar um futuro diferente, este é um regresso a casa que acaba também por ser uma metamorfose em todos os sentidos da palavra. Homecoming conta com a realização de Adriyanto Dewo e conta no elenco com Putri Ayudya Asmara Abigail, Ibnu Jamil e Yoga Pratama nos papéis principais deste filme 100 por cento indonésio.

Two of us

Nina e Madeleine são duas mulheres reformadas e secretamente apaixonadas há várias décadas. À vista de todos, incluindo a família de Madeleine, são pura e simplesmente vizinhas que vivem no último andar do mesmo prédio. No entanto, longe dos olhares indiscretos, as duas mulheres vão e vêm, alternando espaços entre os seus dois apartamentos que acabam por ser lugares de partilha dos prazeres e da vida que levam em conjunto. Naturalmente que depois a relação acaba por ficar virada do avesso quando um acontecimento inesperado, que coloca mesmo as suas vidas em risco, revela involuntariamente, toda a verdade da sua relação. Two of us é uma co-produção francesa, belga, holandesa e luxemburguesa e conta com a realizaçao do italiano Filippo Meneghetti. Martine Chevallier é Madeleine e Barbara Sukowa é Nina e neste filme falado em francês.

Bellbird

Do neo-zelandês Hamish Bennett, Bellbird conta a história de Ross, um agricultor parco em palavras, a partir do momento em que este parece perder o rumo da sua vida, quando a sua mulher, Beth, morre inesperadamente. Sem ninguém por perto interessado em ajudar nos trabalhos diários da quinta, nem mesmo o seu filho Bruce, surge Marley uma jovem disposta a apoiar e a mudar o rumo da vida do ainda mais mal-humorado Ross. Ross dispensa a ajuda de Marley mas Marley lá vai aparecendo e ajudando na ordenha, enquanto ignora a má disposição do velho Ross, até que, quase um ano após a morte de Beth, a questão se torna incontornável e a necessidade de encontrar o seu lugar no mundo tende a vir ao de cima. Belbird é um filme falado em inglês e conta no elenco com Marshall Napier, Cohen Holloway, Rachel House, Kahukura Retimana, Stephen Tamarapa e Annie Whittle.

22 Nov 2019

Albergue SCM | Mostra da diáspora macaense segunda-feira 

[dropcap]O[/dropcap] Albergue da Santa Casa da Misericórdia de Macau (SCM) prepara-se para receber uma exposição que é resultado de um concurso decorrido na cidade de São Francisco, Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, que reuniu 20 trabalhos artísticos essencialmente de artistas macaenses da diáspora americana e também de outras comunidades residentes naquela cidade.

De acordo com uma nota oficial, esta iniciativa contou com a coordenação da macaense Suzie Ferras e “procurou reunir trabalhos que tenham por tema Macau e que retratem características culturais do território, desde a cozinha, o património, história a pessoas”.

A exposição, denominada “Mae Macau” terá lugar na Galeria do Albergue da SCM entre os dias 25 e 29 deste mês, durante a semana do Encontro das Comunidades Macaenses que vai trazer cerca de um milhar de participantes.

A iniciativa é da Creative IQ Art Studio de São Francisco e conta com o apoio do Club Lusitano de Califórnia, Conselho das Comunidades Macaenses, Instituto Internacional de Macau, Centro Cultural de Macau e da Direcção dos Serviços de Turismo, e do Albergue SCM que cedeu o espaço para a exposição.

21 Nov 2019

Albergue SCM | Mostra da diáspora macaense segunda-feira 

[dropcap]O[/dropcap] Albergue da Santa Casa da Misericórdia de Macau (SCM) prepara-se para receber uma exposição que é resultado de um concurso decorrido na cidade de São Francisco, Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, que reuniu 20 trabalhos artísticos essencialmente de artistas macaenses da diáspora americana e também de outras comunidades residentes naquela cidade.
De acordo com uma nota oficial, esta iniciativa contou com a coordenação da macaense Suzie Ferras e “procurou reunir trabalhos que tenham por tema Macau e que retratem características culturais do território, desde a cozinha, o património, história a pessoas”.
A exposição, denominada “Mae Macau” terá lugar na Galeria do Albergue da SCM entre os dias 25 e 29 deste mês, durante a semana do Encontro das Comunidades Macaenses que vai trazer cerca de um milhar de participantes.
A iniciativa é da Creative IQ Art Studio de São Francisco e conta com o apoio do Club Lusitano de Califórnia, Conselho das Comunidades Macaenses, Instituto Internacional de Macau, Centro Cultural de Macau e da Direcção dos Serviços de Turismo, e do Albergue SCM que cedeu o espaço para a exposição.

21 Nov 2019

IPOR | Congresso Internacional sobre língua portuguesa decorre na próxima semana 

O Instituto Português do Oriente recebe, entre os dias 27 e 29 de Novembro, o congresso internacional “Macau e a Língua Portuguesa: Novas Pontes a Oriente”, que conta com a presença de académicos vindos de vários países. Destaque ainda para a apresentação do Guia Lexical Português-Chinês para o Jornalismo

 

[dropcap]O[/dropcap] território prepara-se para receber mais um congresso internacional na área da língua portuguesa. “Macau e a Língua Portuguesa: Novas Pontes a Oriente”, nasce de uma parceria entre o Instituto Politécnico de Macau (IPM) e o Instituto Português do Oriente (IPOR) e acontece na próxima semana, entre os dias 27 e 29 de Novembro.

De acordo com um comunicado oficial, este evento “pretende não só divulgar o resultado de trabalhos de investigação que se têm vindo a desenvolver em várias áreas ligadas à língua portuguesa, mas também testemunhar o papel de forte relevo que Macau desempenha nas dinâmicas pedagógicas e científicas em campos que vão da língua à cultura, ou das literaturas às atividades da tradução e interpretação relacionadas com este idioma.”

Esta constitui uma oportunidade para promover um idioma que cada vez mais se assume como “um canal privilegiado de contactos sócio-culturais, políticos e empresariais entre vários povos”, além de que o “seu estudo se encontra em franco crescimento global, fortemente motivado pelas autoridades da RAEM e integrado nas linhas orientadoras do Governo Central da República Popular da China para Macau enquanto plataforma de contacto singular com os países de língua portuguesa”.

“Este congresso será também uma oportunidade para professores e investigadores trocarem experiências e boas práticas com colegas de outras latitudes, visando um cada vez maior nível de profissionalismo na respetiva intervenção pedagógica”, acrescenta a mesma nota.

O congresso conta com a participação de seis palestrantes “de referência internacional”, como é o caso de Philip Rothwell, da Universidade de Oxford, ou Filinto Elísio, professor, romancista e ensaísta de Cabo Verde.

Destaque ainda para nomes vindos de Portugal como é o caso de Inês Duarte, catedrática da Universidade de Lisboa, ou Cristina Martins, da Universidade de Coimbra. No total, o congresso reúne mais de 70 professores e investigadores provenientes de 18 países, e conta com o apoio da Fundação Macau.

Nova obra

No âmbito deste congresso será também apresentado o Guia Lexical Português-Chinês para o Jornalismo, uma obra que resulta do trabalho produzido por especialistas do IPOR, do IPM e do IPP – Instituto Politécnico de Portalegre, em Portugal. Este guia “pretende ser mais uma ferramenta de consulta disponível quer para estudantes, quer para profissionais da área da comunicação, que diariamente lidam com vocábulos próprios num contexto muito específico, estabelecendo pontes entre os factos noticiosos e o público em geral”.

A apresentação decorrerá no IPOR – Biblioteca Camilo Pessanha, pelas 11h do dia 27 de Novembro, com a presença de representantes das equipas envolvidas.

21 Nov 2019