Hoje Macau EventosLeão de Ouro de Carreira do Festival de Cinema de Veneza para Ann Hui e Tilda Swinton [dropcap]A[/dropcap] realizadora Ann Hui e a atriz Tilda Swinton vão ser distinguidas com o Leão de Ouro de Carreira do 77.º Festival Internacional de Cinema de Veneza, que decorre em setembro naquela cidade italiana. Segundo a organização do festival, num comunicado, este ano o Leão de Ouro de Carreira será atribuído à realizadora “aclamada pela crítica” Ann Hui e à “icónica” atriz Tilda Swinton. Ann Hui, ao aceitar a distinção, citada no comunicado, declarou-se “muito feliz pela notícia e honrada pelo prémio”. “Tão feliz que sinto que não consigo encontrar palavras. Só espero que tudo melhore rápido no mundo e que toda a gente consiga sentir-se tão feliz como eu estou neste momento”, afirmou a realizadora classificada como uma “das figuras de proa da Nova Vaga de Hong Kong”, que revolucionou os filmes daquele território nos anos 1970 e 1980. Por seu lado, Tilda Swinton, ao aceitar o prémio disse: “Este grande festival está próximo do meu coração há três décadas: ser homenageada por ele desta maneira é extremamente dignificante”. “Estar em Veneza, este ano de todos os anos, para celebrar o cinema imortal e a sua sobrevivência desafiante face a todos os desafios que a evolução pode colocar-lhe – a todos nós – será a minha verdadeira alegria”, afirmou. O director do festival, Alberto Barbera, lembrou que Ann Hui é “uma das mais respeitadas, prolíficas e versáteis realizadoras da Ásia dos nossos dias; a sua carreira estende-se por quatro décadas e todas todos os géneros”. “De maneira pioneira, através da sua linguagem e estilo visual único, não só capturou aspectos específicos da cidade e imaginação de Hong Kong, como os transpôs e traduziu para uma perspetiva universal”, referiu Alberto Barbera. Sobre Tilda Swinton, o diretor do festival de Veneza afirmou que é “unanimemente reconhecida como uma das mais artistas mais originais e poderosas a consagrar-se no final do século passado”. “A sua singularidade reside na personalidade imponente e incomparável, versatilidade incomum, e uma capacidade de passar do cinema mais radical para grandes produções de Hollywood, sem nunca descurar a sua necessidade inesgotável de dar vida a personagens não qualificáveis e incomuns”, defendeu. A 77.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza decorre entre 2 e 12 de Setembro.
Andreia Sofia Silva EventosTrês curtas-metragens de Macau exibidas amanhã no Porto Três curtas-metragens com a assinatura de Tracy Choi, Nancy Io e Emily Chan fazem parte da iniciativa “Femme Sessions”, que decorre esta quarta-feira no espaço Maus Hábitos, no Porto. O curador é Cheong Kin Man, que considera o trio de realizadoras os nomes mais importantes do cinema que se faz actualmente no território [dropcap]O[/dropcap] cinema de Macau vai estar em destaque esta quarta-feira na cidade do Porto, graças à iniciativa do espaço Maus Hábitos. O evento “Femme Sessions” vai contar com a exibição de três curtas-metragens da autoria de Tracy Choi, Emily Chan e Nancy Io, numa iniciativa que conta com a curadoria de Cheong Kin Man, natural de Macau e estudante de doutoramento na Universidade Livre de Berlim. Uma nota do espaço Maus Hábitos dá conta que “uma das maiores preocupações das cineastas macaenses pós-coloniais é maximizar a criatividade numa sociedade caracterizada pela auto-censura”. Nesse sentido, serão exibidos “três exemplos pertinentes que merecem atenção neste sentido”. É o caso de “Um Amigo Meu”, realizada por Tracy Choi em 2013, um dos primeiros filmes LGBT de Macau. A história centra-se na bem-comportada Sin que testemunha uma situação de bullying na sua nova escola e ousa não expô-la. Vendo a vítima, Tong, a ser sempre tratada de maneira injusta, oferece-se para ajudar. Gradualmente, a amizade entre as duas cresce, no entanto, Sin tem medo de se envolver nos problemas de Tong. Desde então, tenta manter distância de Tong e ignora todo o bullying que testemunhou. É então que Sin mergulha num dilema moral. Tracy Choi é descrita pelos organizadores do evento como uma “brava cineasta que ganhou uma impressão positiva no público transregional”. Ao HM, a aclamada realizadora mostrou-se satisfeita por poder mostrar o seu trabalho na cidade do Porto. “Penso que é uma grande oportunidade para mostrarmos alguns filmes de Macau. É um prazer podermos mostrar estas curtas-metragens ao público.” Além da curta-metragem de Tracy Choi, os amantes de cinema do Porto poderão também ver “Projecto Miúdos”, realizado em 2016 por Nancy Io, e que conta a vivência de crianças num jardim de infância. Destaque também para “Até ao fim do mundo”, realizado o ano passado por Emily Chan, e que se centra na possibilidade de 2012 ser o ano em que o mundo acaba. A personagem Zoe decide deixar Macau, mas, antes de partir, encontra um rapaz de quem gosta e decide caminhar com ele uma última vez. As curtas-metragens de Macau voltam a ser exibidas na sexta-feira, desta vez em Aveiro. Os bons exemplos Ao HM, o curador da iniciativa explicou que escolheu estas três curtas-metragens por se tratar de um trio realizadoras de Macau “que são as mais importantes no presente”. “São cineastas reconhecidas a nível local e regional. Valorizo os méritos da Tracy [Choi] pelo sucesso obtido ao abordar as questões da comunidade LGBT no seu trabalho, numa sociedade que parece não estar ainda muito habituada ao tema. A Tracy consegue falar do ‘problema’ com a subtileza necessária numa realidade como a de Macau”, explicou Cheong Kin Man. Quanto a Nancy Io, “é a única das três realizadoras que começou a ter sucesso antes de estudar cinema”. Neste sentido, “é um exemplo de coragem para muitas pessoas de Macau que começam a filmar sem formação académica”. Cheong Kin Man denota que o cinema local tem sido mostrado em Portugal nos últimos anos, tendo dado como exemplo a apresentação, na Cinemateca Portuguesa, nos anos 90, de vários filmes em que Macau é retratada. “É evidente que o esforço dos cineastas locais e do Governo da RAEM têm gerado frutos aos quais Portugal começa a dar atenção. Mas temos de ser mais ambiciosos, porque [o cinema] de Macau permanece ainda pouco conhecido no resto da Europa”, frisou. Além desta mostra de cinema no Porto, Cheong Kin Man apresenta na Conferência Internacional de Cinema – Arte, Tecnologia, Comunicação (AVANCA – CINEMA 2020), em Aveiro, os textos académicos “O papel dos média culturais ‘subalternes’ nos povos ‘indígenas’ do mundo de língua chinesa: análise semântica, temas e traduções” e “Uma identidade reinterpretada: Notas sobre um antigo documentário e antigas pesquisas em redor da identidade macaense”. Segundo o autor, os textos “lançam a reflexão sobre o conceito de eurocentrismo, ao mesmo tempo que procuram valorizar Macau enquanto objecto pertinente para a investigação pós-colonial”.
Andreia Sofia Silva EventosLiteratura | André Carrilho publica primeiro livro para a infância Chama-se “A menina com os olhos ocupados” e é o primeiro livro virado para os mais novos em que André Carrilho assume, pela primeira vez, o papel de ilustrador e autor de uma obra. Lançado em Portugal pela mão da editora Bertrand, o livro pretende chamar a atenção para o tempo que as crianças gastam com gadgets, mas é também uma forma de o autor conversar com os próprios filhos [dropcap]U[/dropcap]ma menina passa os dias inteiros com os olhos colados a um ecrã e não se apercebe do mundo que a rodeia. Até que, um dia, o telemóvel que utiliza diariamente desaparece. É esta a história do novo livro de André Carrilho, ilustrador que agora se aventura como autor, e se intitula “A menina com os olhos ocupados”. A apresentação foi feito em Portugal pela editora Bertrand. Ao HM, André Carrilho, ex-residente em Macau, contou que esta é também uma obra onde aproveita para conversar com os filhos. “Comecei a escrever este livro depois de ter sido pai”, apontou. “Comecei a deitar a minha filha à noite e o ritual para ir dormir incluía ler uma história. À força de ler tantas histórias comecei a perceber que os livros são ideais para falar com as crianças sobre alguns assuntos e para criar comunicação com elas, e havia alguns assuntos que eu queria falar com os meus filhos sobre os quais não encontrei livros. Um deles era sobre o mundo da tecnologia e dos gadgets, então escrevi este livro para ter uma ferramenta que me permitisse falar com os meus filhos sobre isso.” Carrilho, que sempre usou a ilustração como o foco principal do seu trabalho, assume agora que as imagens que desenhou são complementares à história, incorporando outros elementos que as palavras não traduzem. Além da comunicação com os filhos, André Carrilho recorre a “A menina dos olhos ocupados” para chamar a atenção para a problemática relação entre as crianças e a tecnologia. “O meu livro chama a atenção para isso, mas não faço juízos de valor em relação aos pais que põem os filhos a olhar para os telemóveis. É difícil ser pai e o telemóvel é uma grande ajuda. O que acho é que pais e filhos devem ter consciência de como fazer e impor limites. Este livro é no fundo o começo de uma conversa sobre esses limites e de como podemos encarar o mundo de várias maneiras.” Mais autor André Carrilho, cujos cartoons sobre a actualidade noticiosa são publicados com regularidade em publicações como a Vanity Fair ou o Diário de Notícias, assume querer “ser mais autor”. “Quero repetir esta experiência [de lançar um livro infantil] e tenho várias ideias. Já fiz livros para outras pessoas, ilustrei esses livros, mas agora gostava mais de me focar a escrever esses textos.” Até agora o autor assume que tem recebido “boas reacções, que estão a dar-me bastante ânimo”. Apesar de o lançamento de “A menina com os olhos ocupados” ter ocorrido em tempos de pandemia, a verdade é que a altura não podia ser a mais ideal. “O livro estava pronto para ser lançado logo que Portugal entrou em confinamento e tivemos de mudar os nossos planos, mas depois falando com a editora chegámos à conclusão que as pessoas precisavam mais do livro do que nunca, porque as crianças estavam em casa e era preciso dar o contraponto, ao invés de estar sempre a olhar para a televisão dar um livro para eles lerem”, rematou André Carrilho.
João Luz EventosExposição | World Press Photo 2020 na Casa Garden em Setembro A World Press Photo 2020 já tem data marcada para ser exibida em Macau. Entre os dias 25 de Setembro e 18 de Outubro na Casa Garden. Como é hábito no mais prestigiado concurso de fotojornalismo, as obras deste ano vivem das mais básicas emoções humanas, incluindo dos protestos em Hong Kong, Argélia e Sudão [dropcap]“S[/dropcap]traight Voice” é o título do da fotografia que venceu o prémio do júri independente de 2020 do concurso World Press Photo. Um poderoso retrato de Yasuyoshi Chiba, fotógrafo japonês da Agence France Presse (AFP), que mostra um jovem iluminado por telemóveis a recitar poesia de protesto numa manifestação durante um apagão em Cartum, no Sudão. A fotografia tirada no dia 19 de Junho do ano passado por Yasuyoshi Chiba é um dos incontornáveis destaques da exposição World Press Photo 2020, que vai estar patente na Casa Garden de 25 de Setembro a 18 de Outubro. O júri do concurso descreveu a fotografia vencedora como “poética” e uma demonstração do poder da arte e da juventude. A imagem representa o momento que se viveu no Sudão, após a queda do regime de Omar al-Bashir, que esteve no poder durante três décadas, levando à divisão violenta entre militares com aspirações executivas e um movimento pró-democracia que encheu as ruas. “Este foi o único momento em que presenciei o protesto de um grupo pacífico durante a minha estadia no Sudão. Senti a solidariedade invencível, como uma chama que não se apaga”, referiu Chiba sobre o momento que captou, em declarações citadas pela AFP. O presidente do júri deste ano do World Press Photo, Lekgetho Makola, considera que, apesar de ter sido tirada num contexto de conflito, a fotografia tem o poder de “inspirar as pessoas”. “Vemos este jovem, que não está a disparar uma arma, nem a atirar uma pedra, mas a recitar um poema. Representa o reconhecimento e a expressão da esperança”, acrescentou à AFP. Rostos da ira Entre as distinções deste ano está uma fotografia dos protestos antigovernamentais de Hong Kong, de autoria de Nicolas Asfouri, também da AFP, na categoria de foto de notícias gerais. Dos momentos captados pelo fotógrafo, o júri destacou duas fotografias. Uma mostra um grupo de jovens estudantes, trajadas com uniforme escolar, de mãos dadas a atravessar uma passadeira, e a outra tem como figura central uma mulher a avançar com determinação e raiva estampadas no rosto, por uma avenida cheia de detritos, segurando um guarda-chuva numa mão e uma placa com a palavra “amor” na outra. Entre os nomeados para fotografia do ano conta-se também uma imagem que espelha a brutalidade que os manifestantes anti-governo argelinos sofreram desde Fevereiro do ano passado, depois de Abdelaziz Bouteflika ter renunciado ao poder, deixando o destino do país à mercê da ascensão executiva de um grupo de militares. Esta equação política levou a protestos de larga escala a exigir o retorno à democracia liderada por civis. A fotografia de Farouk Batiche ilustra o esmagamento literal dos manifestantes argelinos pela polícia. Outra das fotografias premiadas é de Anna, uma rapariga arménia de 15 anos, que valeu a Tomek Kaczor a distinção de melhor retrato do ano. A foto a preto e branco, intitulada “Despertar”, mostra a jovem, numa cadeira de rodas, acabada de acordar de um estado catatónico resultante do Síndrome da Resignação. O pano de fundo é um centro de acolhimento de refugiados em Podkowa Lesna, nas imediações de Varsóvia. O Síndrome da Resignação é uma doença psicológica pós-traumática de contornos ainda pouco conhecidos, que afecta particularmente crianças, tornando-as passivas, imóveis, sem resposta perante estímulos e sem falar. A enfermidade foi detectada em menores que escaparam de zonas de conflito bélico, como as crianças Yazidi e a geração traumatizada pela guerra dos Balcãs. Durante a exibição, a Casa Garden ficará assim ilustrada não só com o de melhor se faz em fotojornalismo, mas também com as imagens que marcaram o mundo no ano passado, antes das máscaras cirúrgicas inundarem tudo o que é retratável.
Hoje Macau EventosFotografia | Gonçalo Lobo Pinheiro agraciado na Malásia [dropcap]A[/dropcap] fotografia “Hope and belief” voltou a ser novamente agraciada num concurso internacional de fotografia. Desta vez conseguiu chegar a finalista do Kuala Lumpur International Photoawards, na Malásia, um concurso exclusivamente dedicado à fotografia de retrato. A imagem de Ratna Khaleesy, captada em 2018, ficou entre os 40 finalistas num total de 1220 fotografias a concurso. “Os padrões de escolha foram extremamente elevados e a sua participação inspirou todos os membros do júri, ronda após ronda”, discussão após discussão”, pode ler-se em nota escrita em inglês enviada ao autor pelo director dos prémios, Steven Lee. Os juízes concederam o primeiro lugar a um retrato de Karoline Schneider, enquanto o segundo lugar foi para uma pose de perfil discreto em estilo clássico de Umaru Joji. O terceiro prémio foi concedido a um retrato captado por Natalia Ershova, da Rússia”, revelou ainda Steven Lee. As fotografias dos vencedores e 40 finalistas podem ser vistas neste link: https://www.klphotoawards.com/singles-finalists-2020 O júri desta edição foi composto pelo fotógrafo Kenny Loh, pela artista Haley Morris-Cafiero, pela editora de fotografia da Leica, Carol Körting, pela directora do Festival de Fotografia de Kuala Lumpur, Jessica Chan, e também pelo fotógrafo SC Shekar. O Kuala Lumpur International Photoawards [KLPA] é um dos mais conceituados prémios anuais de fotografia do mundo, dedicado exclusivamente ao retrato. Gonçalo Lobo Pinheiro é um fotojornalista português com 20 anos de carreira. Nascido em 1979 em Alfama, Lisboa, Portugal, está radicado em Macau desde 2010, onde tem vindo a desenvolver trabalho fotográfico documental em áreas maioritariamente de índole social, mas também de fotografia de viagem.
Andreia Sofia Silva EventosQuiosque do Lilau tem nova gerência e oferece pedaços de cultura portuguesa Elias Colaço, presidente da Associação de Goa, Damão e Diu em Macau, ganhou o concurso público para a exploração do Quiosque do Lilau, situado no largo com o mesmo nome. Com o objectivo de dinamizar a zona e reunir as gentes do bairro, Elias Colaço disponibiliza cerveja de pressão e quer começar a apostar nos petiscos e pratos de raiz portuguesa, entre outros [dropcap]U[/dropcap]m espaço sem vida, mas cheio de história, ganha agora um novo dinamismo graças ao projecto de Elias Colaço, que venceu o concurso público do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) para a exploração do Quiosque do Lilau. Desta forma, o espaço constitui agora um novo local de convívio para todas as comunidades que habitam Macau, mas sobretudo para aqueles que têm saudades do hábito tipicamente português de beber cerveja e petiscar ao ar livre. Elias Colaço, também presidente da Associação de Goa, Damão e Diu em Macau, reconhece que trouxe uma lufada de ar fresco aos quiosques de Macau, que nunca tinham tido um projecto de concessão virado para a cultura portuguesa. “Introduzi essa novidade e há muita gente da nossa comunidade portuguesa que fica satisfeita por saber que eu peguei num quiosque e tentei dar-lhe um cunho português”, contou ao HM. “Não é normal ver-se cerveja de pressão nos quiosques de Macau e eu tenho isso aqui. E tenho tremoços, bem à moda portuguesa.” A concessão esteve em risco de não acontecer, uma vez que havia outro concorrente em primeiro lugar, mas este acabou por desistir. “Acho que o que levou o IAM a tomar uma decisão foi o facto de o nosso projecto ser completamente diferente aquilo a que as pessoas estavam habituadas. Perceberam que uma coisa que estava completamente abandonada poderia gerar novas oportunidades”, frisou Elias Colaço. A bela chamuça O projecto do presidente da Associação de Goa, Damão e Diu não passa apenas pela comida e bebida, pois há a ideia de promover espectáculos musicais e outro tipo de eventos no jardim. Elias Colaço quer, aos poucos, disponibilizar uma gastronomia de origem portuguesa, muito devido às suas origens. “Como sou da Índia Portuguesa [Damão], quero servir algumas especialidades da minha terra, e as pessoas contam com isso. Quero apostar em produtos diferenciados, estou a trabalhar para ter hambúrgueres com um toque especial, por exemplo, ou refeições ligeiras”, frisou. Para já a cerveja de pressão e alguns salgados e petiscos, como a chamuça, fazem sucesso. “O feedback tem sido positivo, embora ainda venha pouca gente. Não há uma regularidade, mas a partir de quinta-feira começa a vir muita gente. Aos fins-de-semana costumo ter a casa cheia.” Ao explorar o Quiosque do Lilau, Elias Colaço quer também chamar a atenção para a importância do património português no território. “O Largo do Lilau está inserido no centro histórico, que é património da UNESCO. Fazia-me confusão porque é que uma zona que tem classificação da UNESCO estava quase sem nada”, rematou.
Hoje Macau EventosLuso-canadiano quer criar mural em Macau dentro de dois anos [dropcap]U[/dropcap]m português a residir no Canadá pretende criar uma “aldeia global virtual” das comunidades portuguesas espalhadas nos vários cantos do mundo, um projecto que envolve a colocação de 25 murais dedicados à fadista Amália Rodrigues. “O objectivo é de criar uma comunidade virtual entre as comunidades portuguesas no mundo para comunicarmos virtualmente. Para partilharmos a nossa cultura”, afirmou à Lusa o empresário e escritor Herman Alves, 62 anos, radicado no Canadá há 50 anos. Depois do Canadá, o próximo mural será pintado em Paris, pela artista luso-francesa Nathalie Afonso, obra que será acompanhada pela canção “Amália Aux Milles Reflets” interpretada por Marta Raposo, artista luso-canadiana a residir em Montreal. Dentro de dois anos, o promotor espera ter murais de Amália nos vários cantos do mundo, como em Goa, Macau, Timor-Leste e em outras antigas colónias portuguesas ou países onde existem grandes comunidades portuguesas. Natural de Porto de Mós, no distrito de Leiria, e a residir em Montreal, no Quebeque, Herman Alves lançou o projecto da colocação de 25 murais de Amália Rodrigues em várias cidades com grande representatividade da comunidade portuguesa. “Esperamos organizar na altura do Natal um concerto virtual, junto dos murais, com a contribuição de cada cidade”, sublinhou. Com canções O artista Paulo Carreira começou ontem a pintar o mural da diva do fado junto ao Parque de Portugal, em Montreal, próximo da residência do músico canadiano Leonard Cohen, e que terá a sua inauguração no centenário do aniversário de Amália Rodrigues, no dia 23 de Julho. Além de Montreal, Porto de Mós já dispõe de um mural da fadista, na Praça Arménio Marques, inaugurado no dia 29 de Maio, e as próximas cidades a receber as respectivas obras serão Toronto (Canadá), Fall River e New Bradford (Estados Unidos), Buenos Aires (Argentina) e Praia (Cabo Verde). No entanto, o empresário também destaca outra vertente cultural da iniciativa, através do fado, interpretado por artistas das comunidades locais e em língua oficial desses mesmos países. “O plano é fazer 25 murais com 25 canções para depois lançarmos dois álbuns, por artistas locais. Por exemplo em Cabo Verde será interpretada por José Perdigão em crioulo. Cada mural terá a sua canção, em inglês e em francês”, explicou. Este ano assinala-se o centenário do nascimento de Amália Rodrigues. A fadista tem uma ligação especial com a comunidade portuguesa no Canadá: o município de Toronto, em 1986, proclamou 6 de Outubro como o Dia de Amália, naquela cidade, curiosamente o mesmo dia em que a fadista viria a falecer, em 1999.
João Luz EventosArmazém do Boi | Novos criadores podem enviar propostas de exposições O Armazém do Boi está a receber propostas de jovens artistas para realizar exposições no próximo ano. A nova geração de criadores locais terá as salas do Armazém do Boi para expor novas ideias e conceitos artísticos. As candidaturas podem ser submetidas até ao fim do mês [dropcap]A[/dropcap]s revoluções artísticas, mudanças de paradigmas e conceitos, nascem normalmente da emergência de uma nova geração, de novo sangue, com diferentes ideias de contemporaneidade, reflectindo vivências invisíveis à percepção dos progenitores. O Armazém do Boi quer captar essa frescura criativa e conceptual e materializa-la em exposições, num programa que encha a temporada artística de 2021. Essa é a ideia de Innovate G, “a iniciativa organizada pelo Armazém do Boi para apoiar a nova geração de jovens e emergentes artistas de Macau”, refere a organização em comunicado. Assim sendo, o Armazém do Boi prontifica-se a colocar à disposição o seu espaço e o total apoio de curadoria e a servir de plataforma “para quem queira expressar novas ideias e novas formas”, num convite aberto para expor no ano que vem. Os novos projectos podem ser para exposições individuais ou colectivas, a realizar entre Fevereiro e Dezembro de 2021. Cada mostra terá um período de exibição de quatro semanas. O período de candidatura vai estar aberto até ao dia 31 de Julho. Os artistas vão ter três dias para montar os seus trabalhos no espaço do Armazém do Boi antes do dia da inauguração e, da mesma forma, outros três dias para desmontar. No caso de ser necessário mais tempo, ou de se desejar um período de exibição específico, a organização exige que esses detalhes sejam especificados na candidatura. Regras do jogo Além de ideias frescas, os candidatos devem ter, pelo menos, 18 anos e as obras submetidas têm de ter menos de três anos desde a sua concepção. Como é natural, os artistas precisam ter a totalidade dos direitos de autor sobre as obras submetidas e assinar uma declaração que garanta que os trabalhos são originais. Qualquer violação das regras de direitos autorais resulta na desqualificação da candidatura. No que ao conteúdo diz respeito, o Armazém do Boi ter como propósito encorajar a expressão de novas ideias através de formatos originais, não impondo qualquer limite ao meio ou género de expressão artística. Além da proposta da exposição, os candidatos precisam entregar um programa e introdução ao tema e conteúdo dos trabalhos. De resto, o Armazém do Boi será responsável pela assistência na montagem da exposição, pela sua promoção e publicidade, assim como pelos materiais usados nas criações, ficando o artista obrigado a ceder os direitos de imagem para material promocional.
Andreia Sofia Silva EventosBook Carnival | Organização retirou livro com bandeira de Taiwan na capa [dropcap]I[/dropcap]mwa Chan, presidente da Associação da Promoção da Literacia de Macau, assumiu ter retirado da lista de livros em exposição na Macau Book Carnival um livro de política que tem a bandeira de Taiwan na capa, sem referir que de obra se trata. “Em relação aos livros de política, retirei um ontem à noite. Um livro que fala sobre bandeiras nacionais. Como é um livro de Taiwan, coloca a bandeira da República da China (na capa), achei que era inadequado. Por isso optei por não exibir esse livro. Os restantes estão bem”, disse em declarações reproduzidas pelo Canal Macau da TDM. A edição deste ano da Macau Book Fair, que decorre no ginásio do Instituto Politécnico de Macau (IPM) até ao dia 19 de Julho, conta com mais de 25 mil livros em exposição, vendidos a preços de saldo. Só o Instituto Cultural disponibiliza um total de 1.100 títulos. Devido à pandemia da covid-19, não estão expostas obras oriundas da China. “Este ano, na oferta, não temos, lamentavelmente, os livros da China continental, pois os que são importados de lá devem ficar em quarentena por mais de 10 dias. O número de livros de Hong Kong e Taiwan é semelhante ao do ano passado. E existem cerca de 20 por cento de livros em idiomas estrangeiros”, justificou Imwa Chan.
Andreia Sofia Silva EventosPoesia | Lisbon Poets & Co celebra edição de Camilo Pessanha em espanhol, inglês e francês “Clepsydra”, obra-prima de Camilo Pessanha, quase toda escrita em Macau, ganhou novas edições bilingues em português/inglês, português/francês e português/espanhol com a chancela da editora portuguesa Lisbon Poets & Co. O editor Miguel Neto acredita ter chegado mais perto da organização que Pessanha queria para os seus escritos e que não foi conseguida por Ana de Castro Osório na edição de 1920 [dropcap]E[/dropcap]ste ano celebra-se o centenário da primeira edição de “Clepsydra”, a obra mais importante do poeta Camilo Pessanha, editada em 1920 por Ana de Castro Osório. Como forma simbólica de celebrar a data, a editora portuguesa Lisbon Poets & Co celebra a edição de duas edições bilingues, “Clepsydra – The Poetry of Camilo Pessanha” e “Clepsydra – La Poesía de Camilo Pessanha”, com introdução da académica Helena Buescu, da Universidade de Lisboa, e organização e fixação do texto por parte do professor Paulo Franchetti. Franchetti havia, inclusivamente, trabalhado na obra de Pessanha em edições anteriores publicadas em língua portuguesa. “Estas duas edições são importantes para dar a conhecer a falantes de outras línguas [a obra de Pessanha]. Também vamos publicar uma edição em francês, que está a ser terminada, e vamos traduzir para outras línguas. Pessanha já é pouco lido e editado em Portugal e em outros países é, de facto, muito pouco conhecido”, apontou ao HM o editor Miguel Neto. É também objectivo da Lisbon Poets & Co “fazer esse contributo [para reavivar a memória]”. “ “A sua poesia tem uma natureza velada, é um pouco inacessível e difícil, o que não torna muito fácil uma leitura imediata. Além disso, Pessanha esteve longe de Portugal, passou quatro décadas em Macau e foi lá que escreveu a maior parte dos poemas, e em Portugal produziu muito pouco”, frisou Miguel Neto. Ainda assim, isso não impediu Pessanha de ser considerado um dos nomes maiores do Simbolismo português. “‘Clepsydra’ é realmente marcante e é também a maior representação do Simbolismo em língua portuguesa, além de ser um livro que marcou toda a poesia vindoura, com Mário de Sá-Carneiro e Fernando Pessoa e poetas posteriores, como Eugénio de Andrade.” Questão de organização Aquando da primeira publicação de “Clepsydra”, em 1920, Ana de Castro Osório não terá seguido a organização dos poemas conforme o desejo de Pessanha. A descoberta foi feita por Paulo Franchetti através de um documento depositado na Biblioteca Nacional colado a um dos primeiros exemplares de “Clepsydra”. Estas duas edições bilingues apresentam, portanto, uma organização o mais possível aproximada à vontade do autor. Aos poemas cuja ordem é indicada pelo autor juntam-se os restantes organizados por Paulo Franchetti, onde se incluem “dois poemas inacabados, poemas satíricos e poemas citados de memória por outras pessoas”. Por esse motivo, “o que está no livro não é apenas uma aproximação possível e mais recente à ‘Clepsydra’, mas também a toda a poesia de Pessanha, e é a primeira vez que ela é traduzida integralmente para inglês e para espanhol”, rematou Miguel Neto. Além destas edições, a editora Lisbon Poets & Co também promoveu nas redes sociais, em parceria com várias livrarias portuguesas independentes, vídeos com a leitura de poemas de Camilo Pessanha. A campanha dura até esta quarta-feira, dia 15.
Andreia Sofia Silva EventosMacau Book Carnival | 23ª edição da feira do livro arranca esta sexta-feira Começa esta sexta-feira mais uma edição do Macau Book Carnival, uma feira do livro organizada pela Associação de Promoção da Literacia de Macau. Com eventos para toda a família, além da venda de livros com desconto, a feira do livro recebe, no sábado, para uma conversa sobre o livro bilingue “Na Rua”, da editora Mandarina [dropcap]A[/dropcap] 23ª edição do Macau Book Carnival começa esta sexta-feira e, à semelhança dos anos anteriores, tem lugar no ginásio do Instituto Politécnico de Macau (IPM). Até ao dia 19 de Julho o público poderá não só usufruir de livros mais baratos como também ter acesso a espectáculos musicais e outras actividades para toda a família. Este sábado, dia 11, por volta das 15h30, tem lugar uma sessão de lançamento do livro bilingue “Na Rua”, lançado pela editora de livros infantis Mandarina. A sessão conta com a presença de Catarina Mesquita, fundadora da Mandarina, e o escritor Joe Tang. Ao HM, Imwa Chan, presidente da Associação de Promoção de Literacia de Macau, explicou que a edição deste ano conta com a presença de 30 livrarias e editoras, que vão apresentar obras em chinês, inglês e português. A apresentação do livro “Na Rua” partiu de um convite da associação. “Esperamos que os leitores chineses que querem aprender português possam comprar o livro”, frisou. Imwa Chan assegura que, 22 anos depois, esta feira do livro tornou-se mais do que local onde se vendem livros com desconto. “Sinto-me encorajada com o facto de este não ser apenas um evento para vender livros com desconto, mas pode também ser uma plataforma para que livrarias, e escritores e leitores se possam reunir num só espaço e possam trocar impressões sobre o seu trabalho. Trata-se de uma plataforma para promover a literatura de Macau, uma vez que o território é um lugar cheio de cultura e história, com uma grande ligação ao património.” Anos de desafios Imwa Chan assegurou ao HM que organizar uma feira do livro como esta nos últimos 22 anos não foi fácil. A maior dificuldade prendeu-se com a falta de uma localização específica. “Lembro-me que houve um ano em que tivemos de organizar esta feira num centro comercial, um espaço muito pobre para este tipo de eventos. Temos de ter um parceiro a longo prazo para que possamos ter uma localização permanente, e felizmente que o IPM nos apoiou.” “Quando o semestre termina o ginásio fica disponível para o nosso evento. Finalmente conseguimos obter uma localização permanente e um calendário regular para organizar a nossa feira do livro, o que corresponde às expectativas dos leitores locais”, acrescentou. A ideia para a organização do Macau Book Carnival surgiu graças à presença regular de Iwma Chan na feira do livro que todos os anos se organiza em Hong Kong. “Há 20 anos achei que havia a necessidade de organizar uma feira do livro em Macau no período das férias para os leitores. Sempre visitei a feira do livro anual em Hong Kong e pensei que necessitávamos de um evento semelhante em Macau, mesmo que tenhamos uma população mais pequena em relação a Hong Kong”, explicou ao HM. Desde então que a adesão ao evento tem sido positiva, uma vez que, segundo Imwa Chan, o ano passado estiveram presentes na feira cerca de 5.000 pessoas. O evento conta com o apoio da Fundação Macau e do Instituto Cultural. O Instituto Português do Oriente (IPOR) tem sido uma presença habitual no evento mas este ano, alegando falta de recursos humanos, a entidade não estará representada. O Macau Book Carnival acontece todos os dias da semana entre 10 e 19 de Julho. Durante a semana o horário de funcionamento é entre as 11h e as 21h, enquanto que aos sábados e domingo a feira tem as portas abertas entre as 11h30 e as 21h30.
Hoje Macau EventosIC celebra 15.º aniversário de Macau como Património Mundial com folclore português [dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) assinala o 15.º aniversário da inscrição do centro histórico de Macau na lista do Património Mundial da UNESCO com dois dias de actividades, que incluem folclore português e ópera em cantonês. O evento, com entrada livre, vai decorrer na Casa do Mandarim e no Largo do Lilau, em 11 e 12 de julho, entre as 10:30 e as 18:00, com “actuações de canto e dança”, incluindo a “dança do leão, ópera cantonense e dança folclórica portuguesa”, além de “cabines de jogos, uma exposição temática, ‘workshops’ e venda de produtos culturais e criativos”, refere um comunicado do IC. O objectivo das comemorações, que decorrem sob medidas de higiene, para evitar a propagação da covid-19, é “dar a conhecer, a partir de diferentes perspectivas, o património cultural da cidade e as suas ações de conservação”, segundo a nota. Além dos dois dias de festa, o IC realiza outras actividades durante o mês de julho, no âmbito do “Dia Aberto do Património Mundial”, incluindo um passatempo no ‘Wechat’ e visitas ao Farol da Guia e à Biblioteca do Senado. O centro histórico de Macau foi inscrito na lista do Património da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) em 15 de julho de 2005, tendo sido designado como o 31.º local do Património Mundial da China. A classificação integra vários edifícios históricos construídos pelos portugueses, incluindo o edifício do Leal Senado, a Santa Casa da Misericórdia, a Igreja da Sé, as Ruínas de São Paulo ou a fortaleza da Guia.
Pedro Arede EventosExposição | Artista de Taiwan exibe obra na Creative Macau Entre 16 e 22 de Agosto a Creative Macau acolhe a exposição “A Place that is Never on the Map”, do artista de Taiwan radicado em Macau, Cai Guo Jie. Da sua obra implodem traços coloridos que, apesar de revelarem monumentos de Macau, vistos de perto, são na verdade caracteres de caligrafia chinesa. Formas reveladas a partir de planos urbanísticos é outra das apostas do artista [dropcap]A[/dropcap]s aguarelas de Cai Guo Jie escondem pinceladas com segredos bem guardados. A obra do artista de Taiwan, que vai estar exposta na Creative Macau entre 16 e 22 de Agosto, dá primazia à desconstrução e reconstrução dos elementos que compõem as suas criações, ao ponto de deixar a dúvida a quem vê, de estar a olhar para uma pintura ou, na verdade, um escrito. Se à primeira vista as cores vívidas das suas pinturas dão forma a marcos icónicos de Macau como a Igreja de São Domingos ou a Rua do Cunha, saltando à vista a roupagem mais ocidental deixada pelo legado português, um olhar mais atento, revela uma “espinha dorsal” composta por caracteres de caligrafia chinesa. “Visto de perto, é possível reparar nas pinceladas rigorosas de caligrafia chinesa. Linhas e golpes de força em constante mutação percorrem a tela em diferentes velocidades, fundindo formas e caracteres que, no limite, se materializam numa paisagem pitoresca”, pode ler-se no comunicado da Creative Macau acerca da exposição. Procurando transpor a arquitectura e o ambiente peculiares de Macau, Cai Guo Jie empresta às suas aguarelas o espírito e a história da produção de caracteres de caligrafia chinesa. “Para sermos precisos, Cai está sempre a escrever e não a pintar aguarelas”. A demonstrá-lo, fascinado pelo processo de desconstrução, está o quadro dedicado à Igreja de São Domingos que “explora tridimensionalmente o espaço da igreja quase como se fosse um bonsai”. Urbanismo alternativo Contactada pelo HM, Lúcia Lemos, coordenadora da Creative Macau, revela que outro dos focos principais do artista de Taiwan radicado em Macau está relacionado com a história por detrás das terras e projectos urbanísticos da região. “Há vários anos que o Cai Guo Jie tem vindo a desenvolver um projecto urbanístico no sentido de explorar história e o passado sobre essas terras que eram passadas de mão em mão ou de família para família através de um papel que era o equivalente a um simples reconhecimento verbal, o que era muito comum em Macau”, partilhou Lúcia Lemos. Focado na ideia da divisão de terras ao longo dos tempos e da forma como eram estabelecidas as fronteiras que acabam por revelar sempre espaços intocados que não pertencem a ninguém, a obra de Cai sobre o planeamento urbanístico pretende, segundo a coordenadora da Creative Macau, retratar também a “evolução do campo para a cidade” e o facto de o tecido urbanístico “ter progressivamente invadido as aldeias”.
Andreia Sofia Silva EventosPoesia | António Mil-homens lança “Poemografias” este sábado na Casa Garden É já no próximo sábado, dia 11, que o fotógrafo António Mil-homens lança o seu novo livro de poesia “Poemografia”, que surge numa versão trilingue, português, chinês e inglês. A obra, que conta com apresentação do ex-embaixador Carlos Frota, contém também fotografias e espelha a vivência muito própria do autor com a Macau que habita há vários anos [dropcap]A[/dropcap]proveitando a viagem da sua primeira exposição de pintura, intitulada “Monochrome”, António Mil-homens prepara-se para lançar um novo livro de poesia no mesmo local onde estão expostas as obras, a Casa Garden. O evento de apresentação de “Poemografia” acontece no sábado por volta das 16h e terá como convidados o ex-embaixador Carlos Frota, além de personalidades que vão ler os poemas nas suas versões em português, chinês e inglês. A música de Fabrizio Croce irá acompanhar a leitura dos poemas. A edição do livro está a cargo do Instituto Cultural (IC). “Poemografias” é o resultado das vivências de António Mil-homens com Macau. “É no fundo uma súmula daquilo que tenho escrito sobre Macau ao sabor da inspiração e daquilo que vou sentindo e vivenciando”, contou ao HM. Um dos poemas retrata, por exemplo, o primeiro momento em que António Mil-homens chegou a Macau, decorria o ano de 1996. Desde aí que houve alterações na forma de escrita, precisamente devido a uma forte ligação com a cultura chinesa. “De repente ganhei consciência de que o estilo [de escrita] é mais configurativo. Se calhar o estilo de escrita dos poemas reflecte muito daquilo que em mim foi sendo inculcado pela cultura chinesa. Diria que são poemas meus, mas se calhar são muito chineses na forma como foram naturalmente escritos, sem ter tido consciência ou intenção disso.” O autor não domina a língua chinesa, mas diz sentir-se muito ligado à cultura, sobretudo ao confucionismo e à arte chinesa. “Tenho uma enorme admiração e um profundo respeito. Não ignoro as diferenças e procuro entendê-las. É a minha postura normal relativamente a outras culturas: procurar e analisá-las sem grandes pré-concepções, porque essa é a única forma. Prefiro ter um olhar mais transparente sobre aquilo que me rodeia.” Há uma naturalidade e sobretudo uma espontaneidade na escrita de António Mil-homens que surgiu quase sem o autor perceber como. “De repente as coisas acontecem e eu tenho necessidade de pegar numa folha de papel para registar o que me está a ocorrer. É raríssimo fazer qualquer rasura ou substituição de palavras.” Projecto antigo “Poemografias” começou a ser pensado em 2014, ainda Yao Jingming era vice-presidente do IC. Até que António Mil-homens decidiu que este “não seria mais um livro de poesia em português” e pagou a tradução dos poemas para chinês e inglês. A edição aconteceu o ano passado, a propósito da celebração dos 20 anos da RAEM, mas o lançamento acabou por ser adiado. Fotógrafo há vários anos, António Mil-homens enveredou recentemente pela pintura, tendo já inclusivamente algumas ideias para uma nova exposição com quadros de maior dimensão. Sobre a escrita, diz ter recebido comentários positivos, o que lhe dá força para continuar a trabalhar em várias vertentes artísticas. “Além de pessoalmente estar satisfeito com o projecto, sinto-me auto-gratificado. Nunca me passou pela cabeça, quando comecei a pintar, que ia sair com esta força. O retorno ou as opiniões que tenho recebido é de apreciação e de encorajamento, de pessoas a quem não perguntei nada. Ganhei uma força que não me passaria pela cabeça que acontecesse. É mesmo para continuar”, rematou.
Hoje Macau EventosCompositor Ennio Morricone morreu aos 91 anos [dropcap]O[/dropcap] compositor italiano Ennio Morricone, autor de inúmeras bandas sonoras de filmes, morreu na noite de domingo para segunda-feira, noticia hoje a imprensa de Itália. Ennio Morricone, 91 anos, agraciado com um Óscar em 2016, morreu numa clínica em Roma onde se encontrava hospitalizado após uma fratura de fémur na sequência de uma queda, referem as fontes citadas pelos jornais italianos. Morricone é autor das músicas dos filmes “Era uma vez no Oeste”, “Era uma vez na América”, “Por um Punhado de Dólares”, “A Missão” e “Cinema Paraíso”, entre outros. O “maestro” italiano foi autor de mais de 500 músicas para cinema, entre as quais melodias como a que criou para o filme “O Bom, o Mau e o Vilão” (1966), do realizador Sergeo Leone, com o ator Clint Eastwood. Ennio Morricone “morreu ao amanhecer de 06 de julho no conforto da fé”, indica o comunicado do advogado e amigo da família, Giorgio Assuma, citado pelos vários jornais italianos hoje de manhã. “Esteve totalmente lúcido e manteve uma grande dignidade até ao último momento”, acrescenta o mesmo comunicado. “Adeus ‘maestro’ e obrigado pelas emoções que nos ofereceste”, disse Roberto Speranza, ministro da Saúde do governo de Roma, através de uma mensagem difundida pela rede social Twitter”. Ennio Morricone foi distinguido em 2016 com o Óscar de melhor banda sonora para o filme “Hateful Eight” de Quentin Tarantino.
Andreia Sofia Silva Eventos“Soft and Weak Companions of Life” | Exposição de Zheng Bo em Portugal aborda relações entre o homem e as plantas Zheng Bo, nascido na China, com formação académica feita nos EUA e actualmente a residir em Hong Kong, é um artista que olha para lugar que as plantas ocupam na sociedade, criando nos seus trabalhos uma relação com o ser humano, onde o sexo e a intimidade desempenham um papel importante. Pela primeira vez Zheng Bo expõe em Lisboa, Portugal, numa mostra intitulada “The Soft and Weak are Companions of Life 柔弱者生之” [dropcap]A[/dropcap] galeria Kunsthalle Lissabon, em Lisboa, apresenta, até 29 de Agosto, a primeira exposição de Zheng Bo, artista natural da China actualmente a residir em Hong Kong. A mostra tem como nome “The Soft and Weak Are Companions of Life” e é composta por desenhos e vídeos que expressam o lugar das plantas nas sociedades contemporâneas e a sua relação com os seres humanos. Zheng Bo trabalha muito com a ideia de que o ser humano desconhece quase por completo os habitats naturais que existem à sua volta, o que leva ao conceito de “plantas marginalizadas”. Além disso, “insistindo na ideia de intimidade, o artista dá-nos um exemplo de uma possível relação entre humanos e o mundo vegetal, derrubando, nesse processo, a visão antropocêntrica que temos da natureza”. Nesta relação entram temáticas como a sexualidade e a intimidade, como se corpos humanos se pudessem fundir com as plantas, uma vez que estas “representam também o negligenciado e o queer num entendimento estandardizado do binário natureza-cultura, apontando, dessa maneira, a necessidade urgente de expandir as nossas noções de relações interespécies, comunidades e contra- públicos”. Em Lisboa, o público poderá ver desenhos, uma das primeiras paixões de Zheng Bo, numa colecção intitulada “Drawing Life”. “Quando era criança interessava-me em desenhar pessoas. Depois, quando fui para os EUA, comecei a estudar arte de forma mais séria e comecei a pintar retratos”, contou ao HM. A exposição contém também uma série de vídeos, intitulada “Pteridophilia”, que retrata corpos de jovens nus numa floresta em Taiwan, onde se espelha essa relação mais íntima que o ser humano pode ter com as plantas. “Os homens criam e mantêm relações emocionais e físicas com as plantas: lambem-nas, envolvem-nas, acariciam-nas, mordem-nas, comem-nas e têm relações sexuais com elas, mostrando-nos um número infinito de possibilidades de intimidade vegetal-humana.” Aqui entra a questão da ética, da controvérsia. Em “Pteridophilia”, o artista revela que “estava interessado na ideia de intimidade”. “A maior parte das pessoas não são muito próximas de plantas, então ter sexo com elas é uma das formas para levar as pessoas a estarem mais próximas das plantas. Claro que também levanta questões éticas e morais, porque quando falamos de sexo estas questões surgem sempre”, contou. Não que isso o preocupe, conforme revelou ao HM. “Não penso sobre isso, sou um artista, e o meu papel é olhar para o mundo e encontrar maneiras de experimentar e de me expressar. Não antecipo a controvérsia. Mas claro que o trabalho foi controverso há alguns anos, mas não perco tempo a pensar nisso. Não é um problema para mim.” O nome da exposição é uma frase do capítulo 76 do Dao De Jing, o texto taoísta escrito no século IV ac em chinês clássico e que, dada a sua complexidade, está aberto a uma infinidade de interpretações. “Neste vasto horizonte de alternativas, Zheng Bo, com os seus vídeos, as suas taxonomias e a sua filosofia, apresenta-nos a possibilidade de repensar todo o sistema humano que visa a categorização do conhecimento sobre a natureza, convidando-nos a articular todos os elementos que temos ao nosso redor, encontrando todas as diferentes combinações e optimizando todas as potencialidades inerentes a plantas e humanos.” A bela Hong Kong Zheng Bo saiu de Pequim para estudar arte nos EUA, e quando foi para Hong Kong começou por ter um trabalho antes de se tornar artista a tempo inteiro. A paixão pelo desenho sempre lá esteve, até que o convite para realizar um projecto em Xangai o fez perceber o dinamismo e a beleza das plantas. Desde aí, que estas constituem o foco principal do seu trabalho. O artista olha para as questões ambientais contemporâneas e reflecte sobre elas. “Interessa-me a política no sentido de perceber como é a nossa relação com o planeta. Sou menos interessado na natureza da política, e penso que estamos a vivenciar uma crise ecológica, com alterações climáticas extremas e com uma pandemia, que é parte desta crise. A residir em Lantau, Zheng Bo lamenta que a sociedade de Hong Kong esteja, muitas vezes, divorciada do seu próprio meio-ambiente. “Há uma grande área de natureza preservada, Hong Kong é um bom exemplo em termos da preservação de plantas. Há mais de três mil espécies, mas, pela minha experiência, muitas das pessoas não percebem que Hong Kong é um sítio muito bonito. A maior parte das pessoas pensam no território como sendo um centro financeiro e um sítio para fazer compras, e fico surpreendido quando vejo que muitas pessoas não sabem sequer onde nadar, uma vez que estamos junto ao mar. Há mais pessoas a fazer caminhadas e a ir à praia, mas em termos culturais podemos mudar e começar a ver Hong Kong como um sítio onde se podem observar plantas.” Parte da exposição em Lisboa resulta de passeios diários por Lantau, uma vez que Zheng Bo se dedica a olhar as plantas que rodeiam a sua casa e a dar-lhes um nome, além de as desenhar. Numa altura em que está impedido de viajar, devido à pandemia da covid-19, esse tem sido o seu trabalho mais regular. Influência ocidental Zheng Bo, que nunca esteve em Lisboa ou em Portugal, confessa que gostaria de visitar a sua própria exposição, uma vez que essa viagem iria constituir “uma boa oportunidade para conhecer os artistas locais, porque sei que há muitos artistas europeus a mudarem-se para Lisboa, de Berlim e outros locais”. O artista diz-se muito mais próximo da cultura ocidental, devido à sua experiência de vida. “Estudei nos EUA e, na verdade, estou mais familiarizado com o meio artístico ocidental do que com o chinês. Só agora é que gradualmente vou aprendendo mais sobre o panorama cultural chinês porque tenho interesse nisso. Fiz uma residência artística em Paris durante três meses, em 2016, e este ano deveria ter estado 9 meses em Berlim. Penso que recebo mais convites da Europa do que de outras partes do mundo, pelo menos neste momento.” Expor em Lisboa é, para Zheng Bo “uma experiência muito diferente”. Questionado sobre Macau, Zheng Bo diz nunca ter feito nenhuma exposição no território. “Nunca recebi convites, e normalmente trabalho mais por convite”, disse apenas.
Hoje Macau EventosMaus Hábitos recebe exposição sobre “a temática da mulher” de fotógrafas da China e de Macau [dropcap]O[/dropcap] espaço Maus Hábitos – Espaço de Intervenção Cultural, no Porto, inaugura na próxima quinta-feira, 9 de Julho, uma exposição que junta fotografias de cinco fotógrafas da China e de Macau, subordinada à “temática da mulher e do feminino”. Patente até 30 de Agosto, a mostra “Outros Portos – Outros Olhares” é organizada pela associação Saco Azul e pelo espaço Maus Hábitos, e tem curadoria de Clara Brito e Gu Zhenqing, apresentando 25 fotografias de Margarida Gouveia, Mina Ao, Peng Yun, Xing Danwen e O Zhang. Segundo explicou à Lusa Clara Brito, a ideia é “mostrar trabalho artístico de artistas de Macau e da China”, e apresentar visões de fotógrafas femininas. “O objectivo é repensar a mulher enquanto sujeito político, no âmbito mais geral, e trazer isso para o debate. Poder, desta maneira, discutir uma temática que é actual e ver qual é a gramática dos femininos contemporâneos”, afirmou. Mais distante do eixo central da mostra está o trabalho de O Zhang, uma vez que esta fotógrafa chinesa está sediada nos Estados Unidos e documenta “várias famílias norte-americanas que adoptaram crianças chinesas, na sua maioria mulheres”. “Questiona o papel das mulheres numa família nova, num novo país, de acolhimento, e que acção e impacto mais forte na sociedade, incluindo em termos políticos, podem ter estas futuras mulheres, quando crescerem, estando acolhidas numa outra cultura, de valores e referências completamente distintos”, acrescenta Clara Brito. Assim, há obras de Xing Danwen, “uma das primeiras chinesas que se auto-fotografa, e que fotografa outras mulheres”, à procura de escapar ao habitual olhar masculino, aproximando-se do debate sobre “uma narrativa visual que mostra as visões destas mulheres, como se vêem e se querem documentar, representar e ser vistas”. Caracteres e significados Esse “novo olhar sobre as mulheres, com maior luz, de relevância e de presença”, marca também o trabalho de Peng Yun, de “curiosidade feminina”, ou de Margarida Gouveia, nascida em Lisboa, “que olha para si como podendo ser uma autora fora dela mesma”, ou as “várias facetas, de mulher, mãe e artista” de Mina Ao. “Uma das coisas presentes na exposição são os caracteres chineses. Um deles representa a palavra medo e, outro, a palavra prazer. Prazer não só no sentido mais vago, mas enquanto força de vida e presença activa. (…) É esta dicotomia de emoções que também se pretende mostrar e discutir”, revela a curadora. No Maus Hábitos, “as pessoas vão encontrar fotografias que narram e questionam esta temática”, porque “as mudanças culturais são sempre as mais difíceis” e, numa sociedade “onde as visões masculinas” são predominantes, assim como a ocupação de cargos de poder, é importante debater e “dar voz e olhar às mulheres”. Clara Brito adianta ainda que, neste “contexto muito particular com a pandemia de covid-19”, estão a ser pensados formatos para “poder mostrar conteúdos e debater”, sobretudo através da Internet, e “dar voz às artistas e outras pessoas que trabalham estes temas”. “Outros Portos – Outros Olhares” pode ser visto de 9 de Julho até 30 de Agosto, no Maus Hábitos, entre as 12:00 e as 23:00, de terça-feira a sábado, e das 12:00 às 16:00 de domingo.
Salomé Fernandes EventosConcerto | Música em patuá em espectáculo nas Casas Museu da Taipa Gabriel sobe ao palco na tarde de domingo na zona das Casas Museu da Taipa, onde vai cantar em patuá, uma vertente da cultura macaense que quer promover. O artista vai lançar uma música ainda este mês, focada na dependência dos telemóveis [dropcap]O[/dropcap] patuá vai subir ao palco este fim de semana num evento organizado pelo Instituto Cultural (IC). Gabriel, o projecto a solo de Delfino Gabriel, visa “promover mais a língua patuá, mas de uma maneira mais interactiva, através da música”, disse o artista ao HM. Encontrou na música uma forma de as filhas aprenderem a língua e de divulgar esse elemento cultural ao público em geral. “Não é uma língua que se fale diariamente, mas também faz parte do património cultural intangível de Macau”, observou. O concerto integra o programa dos “Espectáculos no âmbito da Excursão Cultural Profunda nas zonas do Porto Interior e da Taipa”, do IC, que neste fim de semana tem lugar nas Casas Museu da Taipa entre as 16h e as 18h. Gabriel foi convidado para actuar enquanto artista local. Gabriel também tenta promover o patuá junto da comunidade chinesa de Macau, para dar a conhecer a diferença em relação ao português. E comentou que na sua idade “uma pessoa agora tenta fazer coisas que tenham valor para a próxima geração”. Do lado dessa comunidade sente que há curiosidade. “Como eu falo cantonês conseguimos ter um canal de comunicação”, explicou. Mas se esse é o primeiro patamar, o artista explica que o segundo passa por “conseguir promover isso mais também para os turistas que vêm cá”, por assumir que a economia se “vai restabelecer” e que a língua “faz parte da nossa história”. A sua participação num vídeo dos Dóci Papiaçám fez com que o papel da música como veículo de aprendizagem sobressaísse. As filhas, que também participaram, repetiram várias em casa uma música envolvida no projecto. Algo que o motivou fazer música “de uma maneira mais organizada e com um objectivo, para elas também aprenderem”. “Single” ainda este mês Nem todas as músicas de Gabriel são em patuá, o português e o cantonês também integram o seu trabalho musical. E o português também assume um papel no seu processo criativo. “Faço tudo em português primeiro. Penso e escrevo em português, e depois tento traduzir para patuá, porque o meu dicionário de patuá é muito limitado”, explicou, observando que também procura apoio com a tradução junto de amigos. No final de Julho vai lançar o seu primeiro “single”, cujo tema se foca na dependência do telemóvel, pelo foco constante das pessoas nas redes sociais e a verificarem mensagens em vez de comunicarem: “uma pessoa parece que está a usar isso para conectar, mas acaba por se desconectar muito da realidade, da família”. Gabriel conjuga a música com a vida familiar e o trabalho. Pretende lançar um “EP” no próximo ano em Macau, uma vez que já tem outras duas músicas a caminho e vai passar depois para a fase de gravação.
Hoje Macau EventosMuseu desenhado por Álvaro Siza na China abre ao público em Novembro na China [dropcap]O[/dropcap] primeiro museu de educação artística da China, desenhado pelo arquitecto português Álvaro Siza, deverá abrir portas ao público em Novembro, na província de Zhejiang. As obras de construção do Museu de Educação Artística Huamao já terminaram, anunciaram no domingo as autoridades de Yinzhou, um dos distritos da cidade de Ningbo, no leste da China. O museu, situado junto ao Lago Dongqian, tem uma área de mais de seis mil metros quadrados, revelou o Departamento de Informação do Comité Distrital de Yinzhou, do Partido Comunista Chinês. Num comunicado publicado no portal oficial, o Departamento sublinha que, em vez de escadas, o edifício, com uma altura de 25 metros, tem uma rampa sem barreiras a ligar os cinco andares e é iluminado apenas por janelas situadas no rés-do-chão e no topo do museu. O edifício, um projecto do grupo privado chinês Huamao Group, terá uma área interactiva onde os visitantes poderão experimentar escultura, impressão a três dimensões e copiar pinturas famosas. O Huamao já investiu mais de 2,5 mil milhões de yuan no projecto, que inclui um hotel, um centro de conferências e 22 estúdios para artistas, cinco dos quais foram também desenhados por Álvaro Siza Vieira. O presidente do Huamao Group, Xu Wanmao, refere no comunicado que decidiu convidar Álvaro Siza Vieira a liderar o projecto após visitar o Museu de Arte Contemporânea, que o arquitecto desenhou para a Fundação Serralves, no Porto. A primeira obra de Siza Vieira na China – um edifício de escritórios, desenhado em parceria com o arquitecto Carlos Castanheira – foi inaugurado em Agosto de 2014, no leste do país. Na altura, foi anunciada a adjudicação do projecto do museu ao arquitecto português.
Andreia Sofia Silva EventosTeatro | “A Number” sobe ao palco entre 10 e 12 de Julho A adaptação da obra da britânica Caryl Churchill será levada à cena durante três dias no Edifício do Antigo Tribunal, pela companhia Dirks Theatre. Com o tema da identidade em pano de fundo, a clonagem serve de pretexto para abordar a condição humana perante as incertezas e a avalanche de dados da era digital. As quatro personagens de “A Number” estão a cargo de dois actores [dropcap]“A[/dropcap] Number” estará em cena entre os dias 10 e 12 de Julho no Teatro Caixa Preta, no Edifício do Antigo Tribunal. A peça sobe ao palco pelas mãos da companhia de teatro local, Dirks Theatre, e conta com as interpretações de Ip Ka Man e Wong Pak Hou para dar vida às quatro personagens da obra. Abordando a temática da identidade e da clonagem humana no advento da Era digital, a obra de Caryl Churchill foi a escolhida para ser adaptada pelo grupo. Ao HM os encenadores Ip Ka Man, que também entra na peça como actor, e Wu May Bo apontaram as razões dessa decisão. “A Caryl Churchill é uma das dramaturgas mais influentes desde a década de 80. Com a sua perspectiva revolucionária é capaz de reinventar o teatro vezes sem conta através do uso da linguagem, da forma e da sua preocupação com a condição humana”. Vincando que um dos pontos de interesse da performance passa pela interpretação de quatro personagens apenas por dois actores, facto que os encenadores consideram “muito interessante e desafiante para os artistas”, o grupo aponta ainda a importância de abordar o tema da identidade, especialmente num mundo globalizado e digitalizado, em que “os nossos pensamentos são muitas vezes moldados de forma inconsciente por dados, conteúdos e até publicidade”. “A resposta à pergunta ‘quem sou eu’ parece estar a tornar-se mais complicada, acrescentam Ip Ka Man e Wu May Bo. Outras questões para as quais a peça quer alertar o público, passam pela tendência constante de categorizar as pessoas pelo valor que têm para os outros e para a sociedade, ao invés dessa definição ser tomada a partir do contacto com os sentimentos e o rumo das suas vida. “Não deveria bastar sermos apenas nós próprios? Conhecemo-nos realmente a nós próprios?”, questionaram os responsáveis pela encenação. Ao HM, Ip Ka Man e Wu May Bo partilharam ainda as dificuldades que passaram para encontrar actores de meia idade em Macau, sobretudo quando a obra explora as diferenças ao nível das tomadas de decisão de acordo com a experiência de vida de cada um, neste caso de um pai e dos filhos. Tempos difíceis Questionada sobre os desafios encontrados durante a produção de um espectáculo em plena crise pandémica, a companhia refere que as incertezas encontradas têm sido inúmeras e que ainda persistem dúvidas sobre a forma de execução do espectáculo. “A nossa equipa de produção está a trabalhar arduamente para criar planos alternativos relativos à disposição do público, bilheteira, marketing e questões de higiene. No entanto, temos visto nestas dificuldades uma oportunidade para crescer (…) e estamos preparados para dar o nosso melhor, de forma a assegurar a qualidade do espectáculo”, apontam Ip Ka Man e Wu May Bo. Outro dos constrangimentos, que resultou da situação provocada pelo novo tipo de coronavírus, prende-se com as restrições financeiras, situação que forçou a Dirks Theatre a optar por não incluir legendagem em inglês ou português durante o espectáculo. “Era algo que queríamos concretizar (…) mas infelizmente, devido ao coronavírus, estamos a enfrentar circunstâncias rígidas, tanto a nível de design, como de orçamento. Por isso tivemos de deixar cair alguns dos nossos planos originais, como a legendagem. Pedimos desculpa por isso”, explicam os encenadores.
Andreia Sofia Silva EventosPatrimónio intangível | Confecção do Aluá na nova lista do Instituto Cultural O Instituto Cultural decidiu acrescentar 55 novas manifestações na lista de património cultural intangível. A confecção do Aluá, uma das mais conhecidas sobremesas macaenses, faz agora parte da lista. Esta inclui também manifestações culturais portuguesas como a confecção dos pastéis de nata, o fabrico e pintura de azulejos portugueses e as danças folclóricas lusitanas, entre outras [dropcap]A[/dropcap] gastronomia macaense obteve ontem mais um reconhecimento oficial. Isto porque o Instituto Cultural (IC) decidiu incluir a confecção do Aluá, uma sobremesa, na lista das 55 novas manifestações do património cultural intangível. O Aluá é uma sobremesa que se faz a partir do côco ralado juntando-se manteiga e açúcar mascavado, bem como pinhões e amêndoas. Ao HM, a chefe de gastronomia macaense, Florita Morais Alves, explicou que todos os ingredientes são depois cozidos em lume brando, com farinha. “É uma receita antiga e requer uma técnica caseira. Nunca faria isso com máquinas, tem de ser cozido à mão, em lume brando, até formar uma massa homogénea. Quando ganha forma, fica cristalizado e corta-se aos quadrados”, adiantou. Esta sobremesa, de difícil preparação, traz uma lenda consigo. “É uma guloseima que transmite a tradição macaense. As pessoas antigas contam que o Aluá é o colchão do menino jesus. Come-se sobretudo nas épocas festivas, no Natal, no Inverno.” Para Florita Morais Alves, é importante esta distinção do Governo. “Para as pessoas mais antigas de Macau é uma coisa muito apreciada. Acho que o Aluá é uma das iguarias macaenses com maior representatividade e importância, tal como o minchi.” Também Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses, se congratula com esta distinção. “É importante incluir este prato e também outros, como o Ladu. Mas se calhar é necessário que o Ladu venha a ser mais popularizado. Mas o Aluá é um dos doces muito populares de Macau, eu adoro. A minha avó fazia sempre e as minhas tias também. Era uma coisa importantíssima pela altura do Natal”, contou ao HM. Miguel de Senna Fernandes destaca o facto de, nos dias de hoje, a comunidade chinesa fazer também a sua própria versão do Aluá. “É uma versão mais adocicada, com mais gordura. O nosso Aluá típico é diferente, é uma coisa trabalhosa que requer arte. Felizmente continuamos a ter hoje pessoas que o fazem.” O facto de a comunidade chinesa pegar em receitas macaenses é, para Miguel de Senna Fernandes, importante para divulgar ainda mais a gastronomia da sua comunidade. “Os chineses também se interessaram por isso e é interessante por uma questão de divulgação. Os pratos macaenses não podem ficar reféns da comunidade. Têm de ser divulgados e apreciados por Macau inteiro e só isso é que faz sentido para ser considerado património intangível.” Cultura portuguesa presente Além da confecção do Aluá, o IC decidiu incluir muitas manifestações que fazem parte da cultura portuguesa que permanece em Macau, como é o caso da confecção dos pastéis de nata ou o fabrico e pintura de azulejos portugueses. Ao nível das manifestações ou celebrações religiosas, destaque para a inclusão do Arraial de São João, que todos os anos se realiza no bairro de São Lázaro por ocasião do 24 de Junho, Dia de São João Baptista. O IC decidiu também incluir outras manifestações da religião católica como é o caso da Procissão de Santo António, Procissão do Senhor Morte, Procissão do Senhor Roque, Festa de São Martinho ou Festa da Imaculada Conceição. Ao nível dos espectáculos ou artes performativas, o IC incluiu também na lista as danças folclóricas portuguesas. Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM) é importante o destaque dado a estes elementos pois eles são a prova viva de um território culturalmente diverso. “É importante o reconhecimento do que é da cultura chinesa e outras culturas, em especial a portuguesa, por causa do tempo e do peso que teve na formação das características de Macau.” A presidente da CPM destaca o facto de ser necessário “trabalho” para que estes elementos se possam manter vivos além da distinção feita pelo IC. No caso da CPM, há muito que promove cursos na área do artesanato a fim de manter vivas algumas das tradições portuguesas. “As coisas devem ser promovidas e divulgadas e também ensinadas, que é aquilo que a CPM tem feito ao longo dos anos. Quando abrimos as nossas oficinas, incluindo as oficinas de cerâmica e de pintura de azulejo, foi uma das nossas preocupações, tal como a oficina de joalharia, uma coisa que é também bastante portuguesa”, rematou Amélia António. No que diz respeito à cultura chinesa, foram incluídos elementos como as danças do dragão e do leão, o festival das lanternas e da Primavera, o festival dos barcos dragão (Tung Ng) e a regata dos barcos dragão, entre outras. Na área do artesanato, de frisar a inclusão do fabrico de pivetes, a confecção de vestidos de casamento chineses, o fabrico de porcelana chinesa ou a confecção de pastelaria chinesa, entre outras iguarias.
Hoje Macau EventosFilme “A metamorfose dos pássaros” de Catarina Vasconcelos premiado em Taiwan [dropcap]O[/dropcap] filme “A metamorfose dos pássaros”, da realizadora portuguesa Catarina Vasconcelos, foi distinguido com o Prémio Especial do Júri do Festival de Cinema de Taipé, em Taiwan, anunciou hoje a agência Portugal Film. “Depois de ter vencido o Prémio da Crítica Internacional – FIPRESCI, na Berlinale, onde teve a sua estreia mundial, e o Prémio de Melhor Filme no Festival de Vilnius, na Lituânia, a primeira longa-metragem da realizadora Catarina Vasconcelos vence hoje o Prémio Especial do Júri no Festival de Cinema de Taipé, o mais importante festival de cinema de Taiwan”, refere a Portugal Film, num comunicado hoje divulgado. “A metamorfose dos pássaros”, a primeira longa-metragem de Catarina Vasconcelos, estava integrada na competição ‘New Talent’ (Novo Talento, em português), que inclui 12 filmes “que revelam novos cineastas”. Catarina Vasconcelos, citada no comunicado da Portugal Film, recebeu “com enorme felicidade a notícia do Prémio Especial do Júri” do Festival de Cinema de Taipé, que começou na quinta-feira e termina em 07 de julho. “Pensar que este filme tão pessoal chegou até Taipé já era uma enorme alegria. Mas talvez a maior alegria seja o perceber que não há fronteiras no pensamento da morte e das memórias”, afirmou. Segundo a Portugal Film, “A metamorfose dos pássaros” já foi selecionado “para mais de 20 festivais internacionais, nos Estados Unidos, Rússia, Espanha, Grécia, Coreia, Canadá, Polónia, Brasil, México, Austrália, Itália, entre outros”. Além disso, “o filme também já foi vendido no território chinês, onde terá estreia comercial”. Em Portugal, a primeira ‘longa’ de Catarina Vasconcelos será exibida no festival IndieLisboa, que decorre entre 25 de agosto e 05 de setembro, integrado na competição nacional. Catarina Vasconcelos, 33 anos, demorou-se seis anos na criação deste filme, depois de ter feito a primeira curta-metragem, “Metáfora ou a tristeza virada do avesso” (2013), em contexto académico em Londres. Os dois filmes aproximam-se em aspectos formais e temáticos e interligam-se porque Catarina Vasconcelos filmou a família, abordando a relação dos pais e a morte da mãe, na curta-metragem, e a história de amor dos avós e a morte da avó paterna – que nunca conheceu -, na longa-metragem. “Eu queria que [o filme] fosse sobre esta família, mas que pudesse falar com outras pessoas. […] O tempo que ele demora é quase o tempo que eu demoro a conseguir sair de mim para chegar aos outros. Consegui libertar-me da minha família e do medo de inventar sobre eles, para poder inventar à vontade. Isso foi muito importante”, contou em entrevista à agência Lusa. É por isso que Catarina Vasconcelos apresenta “A metamorfose dos pássaros” como um ‘documentário-ficção’, um filme que está no meio, um “híbrido de formas” baseado nas memórias das infâncias e juventudes da família e preenchido pela ficção. Sobre este filme, Catarina Vasconcelos fala de “um processo altamente íntimo e pessoal”, na conjugação da montagem de som e imagem, devedora de uma relação que a realizadora tem com as artes plásticas e descrita como “uma coisa muito analógica, de bricolagem”. Há planos que parecem pinturas ou fotografias animadas, composições visuais encenadas e metafóricas, cheias de simbolismos, sobre a passagem do tempo e sobre a omnipresença da natureza. “Todo este lado que vem mais das artes plásticas foi muito importante e o filme não podia ter sido construído noutro sítio. Foram as soluções que encontrei para dar resposta a coisas que eu sentia”, explicou. “A metamorfose dos pássaros” foi produzido por Pedro Duarte e Joana Gusmão, com apoio financeiro do Instituto do Cinema e do Audiovisual, da RTP e da Fundação Calouste Gulbenkian.
Hoje Macau EventosOrquestra de Macau e Orquestra Chinesa de Macau regressam aos concertos [dropcap]J[/dropcap]ulho é o mês que marca o regresso dos concertos da Orquestra de Macau (OM) e da Orquestra Chinesa de Macau (OCHM) depois da suspensão temporária motivada pela pandemia da covid-19. Ainda assim, e segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC), “alguns concertos foram cancelados dada a impossibilidade de deslocação a Macau de vários artistas devido à pandemia do novo tipo de coronavírus”. A OM apresenta a 18 de Julho o concerto temático “Expresso Clássico – De Volta à Diversão”, no âmbito do Programa Audiência Jovem da OM, que promete levar o público mais jovem “numa viagem divertida e interactiva ao paraíso da música clássica”. No dia 11 é a vez da OCHM realizar, em colaboração com o Centro de Ciência de Macau, uma actividade de extensão do concerto “Varinha Mágica Musical”, durante a qual o público poderá explorar o Centro de Ciência ao som de música chinesa. A Orquestra realizará ainda o concerto “Uma Noite de Clássicos da Música Chinesa” no Centro Cultural de Macau, no dia 26 de Julho, apresentando um programa de obras-primas da música chinesa, incluindo “A Emboscada de Todos os Lados” e “Alegria do Festival da Água”. Todos os eventos têm entrada livre. Concertos ao ar-livre Além disso, ambas as orquestras participam nos “Espectáculos no âmbito da Excursão Cultural Profunda na zona do Porto Interior e pela Taipa” durante o mês de Julho. A OM apresentará concertos nas Casas da Taipa e na Feira do Carmo, na Taipa, e a OCHM actuará no Largo do Pagode da Barra, na Península de Macau. Os concertos cancelados são “Música para Dançar” (11 de Julho), “Sopros Magníficos” (18 de Julho) e “Concerto de Encerramento da Temporada 2019-20 – Concertos para Piano de Beethoven por Rudolf Buchbinder” (24 e 25 de Julho) pela Orquestra de Macau. Fica também cancelado o “Concerto de Encerramento da Temporada 2019-2020: Dança ao Som de Melodias Pitorescas” (26 de Julho) pela Orquestra Chinesa de Macau. Para pedir o reembolso dos bilhetes o contacto deverá ser feito junto da Bilheteira Online de Macau até 30 de Setembro.
Hoje Macau EventosCinema | IC desconhece pormenores sobre ‘Hollywood’ do Oriente O Instituto Cultural disse à Lusa desconhecer os pormenores sobre um novo projecto que quer transformar Macau na sede internacional da “Hollywood do Oriente”. A iniciativa, intitulada Mollywood, é co-patrocinada por artistas chineses da indústria, incluindo Jackie Chan [dropcap]“O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) não possui informações pormenorizadas sobre o programa em questão”, apontou, em resposta à agência Lusa, o organismo dirigido por Mok Ian Ian em relação ao projecto que pretende transformar Macau na Hollywood do Oriente. Ainda assim, o IC frisou estar “muito entusiasmado com a existência de projectos culturais em diferentes áreas, favorecendo a formação de diferentes tipos de talentos culturais e o desenvolvimento do mercado, e desempenhando um determinado papel na promoção do desenvolvimento das indústrias culturais e criativas locais”. O projecto foi anunciado na semana passada em Langfang, China, e é copatrocinado por mais de 100 artistas da indústria chinesa de entretenimento do cinema e da televisão, entre eles o actor Jackie Chan. O objectivo é seguir o modelo norte-americano de Hollywood e indiano de Bollywood, desta feita para reforçar a competitividade internacional daquele que é “o segundo maior mercado de filmes do mundo”, a China, anunciou o líder do grupo que quer liderar o investimento, Wang Haige. Baía de filmes O projecto, ‘baptizado’ de Mollywood, será “incorporado a outro ‘cluster’ da indústria cultural com o valor de centenas de mil milhões de dólares no futuro para o desenvolvimento diversificado de Macau”, pode ler-se numa nota publicada na Business Wire, uma empresa norte-americana que opera no negócio de distribuição de informação comercial. Importa referir que o termo já existia para designar a indústria cinematográfica indiana do sul do Estado de Kerala. O Presidente do Mollywood Group, Wang Haige, sublinhou que o facto de a empresa estar registada em Hengqin e fixar a sua sede internacional em Macau lhe permite beneficiar das “vantagens de recursos dos dois locais, tanto para o mercado doméstico quanto para o mercado internacional”. Por outro lado, afirmou que o projecto abrange campos como produção e distribuição de filmes e televisão, indústria da música, inteligência artificial, ‘marketing’ e publicidade de entretenimento, ‘e-commerce’, exposições criativas, entretenimento de moda e formação de talentos.