10 Junho | Língua portuguesa “merecia ser mais conhecida”, defende Durão Barroso

O antigo primeiro-ministro português e actual presidente da Aliança Global para as Vacinas (GAVI), Durão Barroso, acredita que a língua portuguesa merecia ser “mais conhecida” como “segunda língua”, assumindo que o interesse tem vindo a crescer.

Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia, fará o discurso de boas-vindas na iniciativa “Europa. As suas línguas. Portugal e a sua língua no mundo”, organizada pelo programa “Europanetzwerk Deutsch” do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, e administrada pelo Instituto Goethe, que terá lugar, virtualmente, em 23 de junho.

“É uma língua importante, é uma das maiores línguas do Ocidente, logo a seguir ao inglês e ao espanhol. Mas acho que é uma língua que merecia ser mais conhecida como segunda língua, como língua de cultura. Felizmente, nos últimos anos, houve um interesse maior pelas língua e cultura portuguesa”, assumiu, em declarações à agência Lusa.

“O português é uma língua pluricontinental, em que o maior acionista da língua está na América do Sul, na América Latina, o acionista fundador está na Europa, mas o maior número de acionistas está em África, são cinco países de língua oficial portuguesa. E ainda podíamos falar de Timor-Leste, ou de Macau”, salientou, realçando a importância do português no mundo.

Durão Barroso foi presidente da Comissão Europeia de 2004 a 2014, admitindo que o ajudou muito, durante o seu percurso profissional, falar vários idiomas.

“Na União Europeia, uma das coisas que mais me ajudou quando estava a negociar com 28 governos (ainda antes do ‘Brexit’) era estar a seguir, não apenas a tradução, mas a própria língua. Estava também a pensar no modo de se conseguir um compromisso porque a linguagem às vezes é obstáculo, às vezes é solução. Com uma formulação diferente podemos encontrar uma conciliação, uma solução para um problema, às vezes político”, salientou.

O antigo líder do Governo português reconheceu que a comunicação a nível global “repousa muito no inglês”, não vendo isso como um problema, “muito pelo contrário”. Esta “língua veicular” não deve, defendeu, anular o pluralismo das línguas que existem em todo o mundo.

“Uma língua não é apenas um instrumento, é mais do que isso, é uma visão do mundo, é uma abertura para o mundo. Por exemplo, na União Europeia, que atualmente tem 24 línguas oficiais (…) temos uma riqueza enorme do ponto de vista linguístico e do ponto de vista cultural”, frisou.

Barroso reconheceu que a língua “traz sempre alguma proximidade”, mesmo no que toca à gestão da pandemia de covid-19.

“Há sempre uma proximidade linguística. Não é por acaso que o primeiro-ministro português disse que vai partilhar com países de língua portuguesa doses da vacina que tenha em excesso, nomeadamente em África. Não é por acaso que a ministra dos negócios estrangeiros espanhola, e o Governo espanhol, irão partilhar doses da vacina com países da América Latina”, realçou.

Como presidente da GAVI há seis meses, Durão Barroso dá o seu exemplo, explicando que “talvez não seja por acaso que os líderes de alguns países de língua portuguesa” sejam daqueles com quem mais tem falado, “porque sentem uma proximidade”, dando o exemplo do Brasil.

“A língua, mesmo com países distantes, torna esses países mais próximos de nós. Há uma ligação entre língua e perceção da distância física”, apontou.

A iniciativa “Europa. As suas línguas. Portugal e a sua língua no mundo”, que decorre em 23 de junho, surge no contexto da presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, que termina em 30 de junho.

10 Jun 2021

10 de Junho | Um cartaz mais cinzento do que o habitual por causa da pandemia

Autor do cartaz oficial das comemorações do 10 de Junho desde 1990, o designer macaense Vítor Marreiros desvenda os segredos do trabalho que desenvolveu este ano. É um cartaz mais “cinzentão” devido aos tempos de incerteza por causa da pandemia, mas com a presença de figuras históricas ligadas ao passado de Macau

 

Celebra-se hoje o 10 de Junho – Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas e o HM convidou o designer macaense Vítor Marreiros a falar sobre o cartaz que concebeu para as cerimónias oficiais que marcam a data, ainda que o autor não goste de falar do seu trabalho.

Desde 1990 que Vítor Marreiros é o autor do cartaz, que este ano bebe da influência dos tempos conturbados que se vivem devido à pandemia.

“O trabalho deste ano é cinzentão, sugerindo a altura que estamos a viver actualmente no mundo, ou seja, a pandemia. Volta, à semelhança do ano passado, a ser no Jardim Camões, onde estão os ilustres portugueses que estiveram ou passaram em Macau. Três ilustres poetas, o Camões, Camilo Pessanha e o Bocage que passou de raspão em Macau.”

No cartaz, onde imperam as cores preta e vermelha, estão também as figuras de Fernão Mendes Pinto e de Venceslau de Morais, este último que viveu em Macau e passou os últimos tempos de vida no Japão.

As figuras estão sentadas num banco no jardim Camões, materializando o simbolismo da espera, “como os velhinhos que estão sentados num banco de jardim”. “Também simboliza o acto de pensar na vida e na situação actual que vivemos, o facto de estarmos à espera”, frisou.

O cartaz do ano passado também tinha a pandemia como tema, mas este ano “as figuras estão todas à espera”. “Por ser tão tristonho, escolhi uma frase de Camões: ‘A minha Caravela? Ela balança mas não para’. Isto para dizer que ainda estamos à espera, mas acreditamos que melhores dias virão.”

Vítor Marreiros denota que “entre o cartaz do ano passado e o deste ano há um contraste de estilos, acabando por tocar no mesmo tema, mas de forma diferente”. “No ano passado o cartaz era sobre a comunidade portuguesa a ‘bater’ no vírus, porque esse foi o grande acontecimento no mundo. Foi desde o D. Afonso Henriques, ao português espanhol e ao toureiro, todos a bater no vírus. Acabei por brincar com uma coisa séria, mesmo que se tratem de portugalidades.”

Liberdade total

Vítor Marreiros afirmou que este é um trabalho de proximidade comunitária que lhe dá muito gosto fazer, que não está sujeito a regras impostas pelo cliente. “Todos os anos faço livremente o cartaz. Não há coisa que dê maior prazer a um designer que fazer um trabalho ou arte com total liberdade, respeitando um tema.”

Em alguns cartazes de Vítor Marreiros a figura do escritor Luís de Camões surge junto a pombos. Trata-se de uma “característica muito local, porque é um cartaz feito por um português em Macau”. “Faço questão de mostrar que é em Macau, apesar de falar dos portugueses pelo mundo. As ruas de Macau têm um nome em português e outro nome em chinês. Elas têm tradução mas ninguém usa essa tradução. Os residentes não usam.”

Isto remete para o nome em chinês de jardim Camões, que é Pacapchao, “jardim dos pombos”. “Os cartazes só têm três caracteres em chinês, que significam isso. Tem piada, porque considero que é um cartaz do 10 de Junho, que fala de Portugal e dos portugueses, da comunidade, mas que, ao mesmo tempo, é local, é de Macau. A minha forma de referenciar que é feito em Macau, é colocar os pombos.”

Na visão de Vítor Marreiros, o programa das celebrações “está cada vez melhor e maior”, mesmo que este ano não tenha sido possível trazer artistas estrangeiros. “Devia ainda ser possível arranjar mais datas. A comemoração do 10 de Junho é muito importante para a comunidade portuguesa. Não precisamos de um cartaz nem dos eventos para nos lembrarmos do dia, mas é sempre um bom pretexto para nos sentirmos mais unidos”, rematou.

 

Música | Homenagem a Carlos do Carmo hoje às 20h

Integrado nas comemorações do Dia de Portugal, a Casa Garden acolhe hoje, a partir das 20h, o concerto de homenagem a Carlos do Carmo intitulado “Um Homem na Cidade”. Segundo uma nota oficial, o concerto ficará a cargo da banda da Casa de Portugal, composta por Tomás Ramos de Deus, Miguel Andrade, Ivan Pineda, Luís Bento e Paulo Pereira. O objectivo do tributo será recriar as emblemáticas canções interpretadas por Carlos do Carmo, num concerto de música ligeira com arranjos originais.

CPM | Exposição de Santo António inaugurada em dia de arraial

A partir de sábado, a Casa Garden irá acolher uma exposição alusiva ao Santo António que inclui peças de alunos e professores dos vários ateliers da Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau (CPM). A inauguração da exposição às 18h coincide com a organização, no mesmo espaço, do arraial de Santo António, onde, para além de bifanas, sardinhas e bailarico alusivo aos Santos Populares, não faltará, a partir das 19h, um concerto de música portuguesa pela Banda da Casa de Portugal. A partir das 20h30, a animação ficará a cargo de DJ’s e dos habituais sucessos incontornáveis da música popular portuguesa. Segundo a CPM, a entrada é gratuita e “alguma comida também”. A exposição alusiva ao Santo António está inserida nas comemorações de Junho mês de Portugal e estará patente na Casa Garden até 11 de Julho.

10 Jun 2021

Torre de Macau | Instalação de grafitti e dança a partir de sábado

O projecto “Curioser & Curioser” está de volta à Torre de Macau para apresentar uma instalação do grafitter Pat Lam e espectáculos de dança e luz coreografados por Chloe Lao, inspirados em mais um capítulo da obra de Lewis Caroll, “Alice no País das Maravilhas”. Para a curadora da iniciativa, o objectivo é que o público explore os limites da imaginação e fique com “uma sensação de vitória”

 

A partir de sábado, o átrio inferior da Torre de Macau irá acolher a iniciativa “A Curious Race with Alice”, um projecto da “Curioser & Curioser” que inclui uma instalação astística de grafitti que pode ser visitada em permanência, performances de dança e ainda espectáculos de luz.

Inspirado uma vez mais na obra literária “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Caroll, a iniciativa que estará patente até 18 de Julho, e propõe-se a explorar o terceiro capítulo da obra em que o dodo sugere fazer uma corrida para que, tanto os outros animais como Alice, se secarem da água do mar.

No entanto, conta Mel Cheong, curadora da iniciativa, o resultado final “derivou bastante da ideia da corrida”, apesar de ter ficado a preocupação de manter “a sensação final de que todos, incluindo os visitantes, venceriam no final”, através dos estímulos gerados pela instalação e pelos espectáculos de dança.

“Na história original todos ganham e eu queira que essa ideia passasse. Por isso, cheguei à conclusão que uma dança, onde cada um pode fazer a sua parte, a sua própria dança, para que todos desfrutem. Nos últimos cinco minutos da performance convidamos o público a vir ter connosco e fazer tudo aquilo que lhes apetecer, tirar fotografias, falar e, se quiserem, dançar”, explicou ao HM.

A instalação artística que dá o mote à iniciativa ficou a cargo do grafitter Pat Lam (PIBG) que, segundo a curadoria, procurou explorar o lado emocional da Alice, nomeadamente o facto de esta ter sido abandonada no final da corrida, ficando sozinha com os seus pensamentos e sonhos, apesar de estar aparentemente aborrecida. Além disso, numa alusão ao filme de animação “Toy Story”, serve também para transmitir a sensação de ser algo que “as crianças também podem fazer”.

“Após falar com o Pat, ele lembrou-se logo que depois da corrida, toda a gente se foi embora e a Alice ficou sozinha. Depois disso ele foi por aí e não quis saber propriamente da corrida, só se preocupou com as emoções da Alice. Este projecto é feito com base no desenvolvimento de várias ideias em simultâneo”, acrescentou Mel Cheong. A instalação artística de Pat Lam pode ser visitada em permanência até ao dia 18 de Julho.

Dança dos elementos

O espectáculo de dança propriamente dito está a cargo de Chloe Lao, coreógrafa e directora criativa da Associação de Dança Ieng Chi e será exibido nos dias 13, 20 e 27 de Junho e no dia 4 de Julho entre as 15h e as 16h. Segundo a artista, a iniciativa resulta de “um processo de pingue-pongue”, que a levou a explorar a ideia da solidão, da descoberta e dos limites da imaginação.

“Apesar de parecer solitária, a Alice continua a sonhar e a imaginar coisas na sua cabeça. Ela aparenta estar sonolenta e triste, mas o cérebro dela está a ir para muitos outros lugares”, começou por dizer.

“A performance tem quatro personagens que partem em busca de diferentes elementos existentes no espaço. A dançarina principal é uma rapariga muito curiosa que está sempre em busca dos seus sonhos. Mais tarde, numa alusão à terra, ao vento e à água, encontra três elementos diferentes, representados por mais três dançarinas”, apontou Chloe Lao.

A música que acompanha os espectáculos de dança foi criada de raiz pelo compositor Akitsugu Fukushima.
Os espectáculos de luz, a cargo do artista K. Tou, estão agendados para os mesmos dias das performances de dança, ou seja, para os dias 13, 20 e 27 de Junho e 4 de Julho. No entanto, acontecerão mais tarde, às 18h e as 19h.

“Sempre que tenho projectos deste género sinto que os artistas são quase como ilusionistas porque sempre que partimos numa determinada direcção, eles acabam por pensar de uma forma muito própria. É por isso que este projecto é tão interessante, pois não existem regras”, disse Mel Cheong, em jeito de remate.

9 Jun 2021

Cinema | “O Poder da Imagem” arranca quinta-feira no CCM

O pequeno auditório do Centro Cultural de Macau recebe entre 10 e 13 de Junho a 13ª edição da mostra de cinema local “Macau – o Poder da Imagem”. Entre curtas-metragens, documentários e animações, serão exibidas 13 produções, que exploram temas como a pandemia, as mudanças ambientais e as relações humanas

 

A mostra de cinema local “Macau – o Poder da Imagem” está de volta e, entre os dias 10 e 13 de Junho, promete trazer ao pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) pontos de vista diversos e localizados, acerca de temáticas globais, actuais e intemporais, como a pandemia, as questões ambientais e as relações humanas.

Ao todo, entre curtas-metragens, documentários e animações serão exibidos 13 filmes da autoria de cineastas locais que, de acordo com uma nota do Instituto Cultural (IC), “expressam as mais recentes impressões cinematográficas sobre a cidade”. As obras serão exibidas a partir de quinta-feira e até domingo, repartidas por seis sessões, agrupando várias obras por sessão.

“Todos os filmes contam histórias repletas de sabor local, revisitando comunidades e retratando experiências quotidianas. Através do olhar dos realizadores, o público mede melhor o pulsar da cidade ao mesmo tempo que desfruta do seu fascinante mundo imagético”, pode ler-se na brochura da 13ª edição da mostra.

No primeiro dia de exibição, serão projectados a partir das 19h30, os filmes “Entre Sombras”, de Jenny Wan, “Uma História de 2020”, de Peeko Wong e Wong Chi Kin, “Pelo Menos Hoje Não”, de Io Lou Ian, e “Casa Flutuante”, de Chang Seng Pong.

Na curta “Entre Sombras”, a fragilidade da memória está no centro de um ensaio acerca da instabilidade mental e a demência, onde um casal se divide entre os papéis de cuidador e paciente e a fronteira ténue entre a memória e o esquecimento.

Outro dos destaques do primeiro conjunto é a obra de animação “Uma História de 2020”, onde Peeko Wong e Wong Chi Kin elaboram acerca da vida dos morcegos e o ano de 2020, numa clara alusão à crise gerada pela covid-19.

“Quando pensamos sobre os eventos que marcaram o ano de 2020, o maior equívoco está provavelmente relacionado com a vida dos morcegos. Quem se importa com a vida destes magníficos animais”, apontam os realizadores do documento oficial do evento.

Sinergias digitais

Para sexta-feira está agendada a exibição dos filmes “O Murmúrio dos Icebergues”, de Un Sio San, “Jantar de Família”, de Cheang Ka Hou, “O Sonho do Papá”, de Ray Loi, “Lado a Lado”, de Ng Ka lon e “A Casa do Boxe”, de Chao Kin Kuan.

Contactado pelo HM, Ray Loi, realizador de “O Sonho do Papá” conta que a obra de animação aborda a dificuldade de concretizar sonhos perante as tarefas rotineiras do dia a dia. Além disso, o facto de ser também produtor de videojogos, conta Ray Loi, ajudou-o a “complementar perspectivas entre as duas artes”, no momento da criação do filme. Sobre “O Poder da Imagem”, Loi sublinha que a mostra contribui para que “os espectadores possam apreciar correctamente as obras”, em contraponto com o consumo de vídeos online.

Já no documentário “O Murmúrio dos Icebergues”, Un Sio San explora o facto de os oceanos terem estado sempre presentes na história de Macau, quer seja na Era dos Descobrimentos, quer nos tempos actuais de “desenfreada construção de aterros”. Olhando para o futuro, a realizadora procura encurtar a distâncias entre o Oceano Ártico e o Delta do Rio das Pérolas, encontrando paralelismos, ligações e também receios que advêm do acelerar do degelo dos glaciares.

“A Casa do Boxe” é outra obra documental incluída no segundo conjunto de exibições e acompanha os obstáculos enfrentados pelo responsável de uma academia de boxe para manter a actividade viva perante os constrangimentos colocados pela pandemia.

Por fim, no sábado, o CCM irá projectar as obras “2020 visto por Man”, de Catherine Ho, “Mui”, de Wong Wen Chon, “Olhos Divinos”, de Lao Keng U, e “Quinhentas Cartas Depois”, de Lei Cheok Mei.
“2020 visto por Man” é um documentário que aborda a importância de registar os acontecimentos, através do relato do processo de produção de um livro sobre a covid-19 em Macau por um experiente repórter.

Por seu turno, “Olhos Divinos” é uma curta de ficção que elabora sobre as fronteiras da realidade e da ilusão, partindo do caso de um jovem que é submetido a um tratamento ocular alternativo.

Os bilhetes para a edição deste ano custam 60 patacas por exibição de cada conjunto de filmes [ver caixa]. Recorde-se que o evento “Macau – O Poder da Imagem” realiza-se há mais de dez anos e já promoveu a produção e exibição de mais de 130 filmes.

8 Jun 2021

LMA | Arroz Music Festival com novos concertos até Fevereiro de 2022

A diversidade musical continua a ser a principal imagem do Arroz Music Festival, que tem lugar no LMA. Depois de um concerto protagonizado pelas bandas de rock LAVY e 跳躍號 Scamper, o festival promete trazer, até Fevereiro do próximo ano, vários espectáculos de bandas locais, em formato mini-concerto

 

O Arroz Music Festival, que teve a sua primeira edição o ano passado, promete continuar a apresentar uma variedade de bandas e concertos até Fevereiro do próximo ano, sempre no espaço da Live Music Association (LMA).

Depois do espectáculo protagonizado pelos LAVY e 跳躍號 Scamper no passado dia 29 de Maio, as portas do LMA voltam a abrir-se a 17 de Julho para receber os Rootz e Tronicbeats, numa clara aposta na música electrónica.

Os Tronicbeats apresentam-se como uma “marca [ligada] à música electrónica com vários produtores de música locais e DJs”, mas assumem-se também organizadores de eventos, entre outra actividades relacionadas com o panorama musical. Também Rootz é um evento ligado a um colectivo de músicos, fundado pela cantora Betchy Barros, entre outros, que visa mostrar o que de melhor se vai fazendo na música local.

Segue-se, a 4 de Setembro, o espectáculo com as bandas #FFFF99 e os Frontline Castle. Criados a 29 de Abril de 2011, os Frontline Castle são uma banda rock com cinco elementos que apostam nas suas próprias composições.

Depois da saída de dois membros e de um ano sabático em 2014, a banda voltou ao activo em 2015 graças ao estímulo de um dos membros fundadores, Geoff Churchill. Desde essa altura, têm procurado encontrar uma sonoridade original e têm tocado em diversos palcos na China e em Hong Kong. De acordo com a organização do evento, os Frontline Castle estão “determinados a provar que a banda está de volta e pronta para fazer música”.

Música até Fevereiro

O cartaz prossegue em Novembro, quando, no dia 13, actuam os Náv e o grupo The Hotdog Express. A dupla Náv, fundada por Manuel Variz e Dave Wan, conjuga de forma “hipnótica” as sonoridades extraídas de dois handpans. “A nossa paixão pelo instrumento handpan e o facto de termos a mesma ideologia relativamente à música levou-nos a criar os Náv e a proporcionar algo diferente no contexto de Macau, criando músicas com uma forte índole percussiva aliada a melodias hipnóticas e que proporcionem ao ouvinte uma sensação de transe”, contou ao HM Manuel Variz.

A 18 de Dezembro actuam os Cancer Game com o grupo Sleeping Forest 沉睡森林, já com uma data agendada para o próximo ano. No dia 12 de Fevereiro actuam, também no LMA, o grupo Amulets.石裂符 & B記.

Segundo contou Dickson Cheong ao HM, este cartaz nasceu da vontade dos organizadores do festival de promover pequenos concertos de bandas locais. “O público está mais aberto a estes eventos porque as pessoas não podem sair de Macau. É uma boa oportunidade para que se aproximem dos concertos e da música ao vivo ao invés de apenas ouvirem música no telemóvel”, frisou.

Os bilhetes podem ser adquiridos no website https://1ticks.com/event/arrozmusicfestival e custam 150 patacas, ou 180 patacas se forem adquiridos no dia do espectáculo. O passe para assistir a três concertos do Arroz Music Festival custa 330 patacas, enquanto que para seis concertos tem o valor de 650 patacas. Cada bilhete dá direito a uma bebida.

7 Jun 2021

10 Marias | Associação recria ambiente burlesco em festa num barco

A Associação Cultural 10 Marias vai animar a noite de sábado com o evento “Barco do Amor”. No Rio das Pérolas, 13 artistas e 250 participantes são convidados a vestirem-se a rigor para o cabaré, partilhar os seus alter egos e criar “um mundo mágico de fantasia, brilhos e arte”

 

A Associação Cultural 10 Marias vai embarcar 250 pessoas e levá-las a vivenciar o ambiente burlesco de um cabaré. A iniciativa com o nome Love Boat (Barco do Amor) está agendada para este sábado e além do espectáculo com a duração de uma hora e quinze minutos, as pessoas vão ainda ter a oportunidade de apreciar a costa de Macau do Porto Interior até à Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e assistir a um DJ Set.

Através de artistas que apresentam diferentes trabalhos, que vão da música ao texto, o público é transportado para “um mundo mágico de fantasia, brilhos e arte”. “Nós lançamos um tema, depois convidámos vários artistas de todas as nacionalidades para virem fazer diferentes performances, como texto, música, o que quiserem, dentro do tema.

Cada um interpreta como quer”, explicou, ao HM, Mónica Coteriano, uma das organizadoras.
Este ano o amor volta a ser o tema principal, tal como tinha sido em 2018, a última vez em que a associação promoveu uma iniciativa também com um ambiente de cabaré. “Os nossos eventos são sempre organizados à volta do amor. O evento de 2018 era Sunday of Love, porque era de sábado para domingo”, justificou a membro da organização. “Como este evento é num barco, faz sentido chamar-se Love Boat”, acrescentou.

Durante uma noite, os artistas têm liberdade para fazer diferentes interpretações: “Apesar de o tema ser o amor, as pessoas não têm de apresentar uma visão ‘muito bonita’, podem ter um rasgo e passar uma ideia oposta sobre o amor”, indicou.

Mundo de alter egos

A experiência não se limita ao espectáculo, aos artistas é pedido que se mantenham nas personagens durante toda a duração da iniciativa. “Cada um arranja a sua personagem e tem a liberdade para explorar os seus alter egos. Mesmo os que não tiverem nomes de alter egos, nós inventamos um nome. Porque a ideia é mesmo experimentar um formato diferente, as personagens vão criar o ambiente de cabaré e mantêm-se na personagem do princípio até ao fim”, afirmou Mónica.

Para participantes não há um dress code, no entanto, os organizadores incentivam as pessoas que se sentirem bem a adoptarem igualmente personagens para a festa. “Há pessoas do público que depois entram na onda e vão vestidas com um ar mais extravagante. Não são todas porque não há um dress code, mas aconselhamos as pessoas a vestirem-se. Se as pessoas se sentirem à vontade, nós agradecemos porque contribui para o ambiente” considera. No entanto, ressalva que depende da vontade individual: “se não quiserem vestir-se a rigor não precisam, o importante é sentirem-se bem e divertirem-se”, ressalva.

Evento esgotado

Ainda antes de embarcar, o Love Boat já pode ser considerado um sucesso. Os 250 bilhetes disponíveis para a iniciativa estão esgotados e até houve pedidos para que houve um segundo dia de festa. Os números deixam os organizados felizes com a aceitação do evento.

“Os bilhetes estão esgotados, e a participação vai ser de 250 pessoas. Estou felicíssima com a participação. Se tivéssemos um cargueiro seria melhor… ficou muita gente de fora porque não conseguiu comprar bilhete”, admite Mónica Coteriano. “Na verdade, o barco poderia levar mais gente, mas optámos por não o encher para que as pessoas se sintam mais confortáveis”, reconheceu.

Segundo a organizadora, o interesse pela iniciativa deve-se a duas questões. Por um lado, a atracção de fazer uma viagem de barco pela costa de Macau, e, por outro, o sucesso da festa de 2018 no espaço da Live Music Association, em que o ambiente de cabaré foi igualmente recriado. “Quando fizemos o evento no LMA também já tínhamos lotação esgotada, mas a capacidade era mais reduzida, só 100 pessoas. Por isso, acho que o sucesso desse evento contribuiu para que as pessoas falassem sobre a iniciativa e quisessem participar”, apontou. “E claro, a viagem de barco contribui para haver mais inscrições. A experiência de haver um cabaré no barco deve ser única em Macau”, considerou.

O Love Boat será realizado no barco Blue Whale com embarque previsto a partir das 21h00 até às 21h50 no Cais 14. A embarcação parte do Porto Interior, passando pela Torre de Macau e pelas margens em frente ao Grande Lisboa, MGM, Wynn, Museu de Ciências de Macau em direcção à nova Ponte de Hong Kong-Zhuhai-Macau.

4 Jun 2021

Guia Fest | Primeira edição arranca no domingo em vários locais da cidade

O cartaz da primeira edição do Guia Fest não é feito apenas de música experimental, mas é essencialmente sobre ela. Os organizadores apostam na realização de workshops para que os participantes possam criar as suas próprias sonoridades. O festival termina a 20 de Junho e acontece em quatro locais diferentes de Macau

 

A primeira edição do Guia Fest começa este domingo e, até ao dia 20 deste mês, promete juntar músicos e público para que, em conjunto, explorem os meandros da música experimental. A ideia é criar “uma nova experiência sonora” e reúne “vários músicos de Macau, de diferentes géneros musicais”, como o DJ japonês AKI. O objectivo é “experimentar a música e o som além da nossa imaginação em diferentes formatos”.

Este domingo, acontece o workshop de sintetizadores modulares na zona do Tap Siac, um equipamento que se tem tornado cada vez mais popular nos últimos anos “mas que só agora está a surgir em Macau”. O sintetizador modular é usado para criar sonoridades de raiz e, neste workshop, “vários músicos vão mostrar a diversidade [deste equipamento] e a forma como misturam estes instrumentos”. O workshop será apenas em cantonês, sem direito a tradução.

A 12 de Junho, tem lugar o workshop sobre design de som, focado num programa de computador intitulado “Supercollider”, criado por James McCartney em 1996. Este workshop será administrado por Daniel Maszkowicz, um músico oriundo da Suíça que “vai ensinar os princípios e técnicas” deste programa através de um tutorial online.

Já no domingo, 13 de Junho, ocorre o evento “Sound and Cocktail” [Som e Cocktail], no bar Two Moons, onde se pretende fazer uma “fusão experimental do álcool com o som”, uma vez que “o som e o álcool sempre fizeram parte da vida urbana, e a cidade sempre esteve repleta de álcool e som”. O público é convidado a testemunhar “com os olhos, ouvidos e pupilas degustativas um cocktail sonoro feito à medida”.

O Guia Fest termina no dia 20 de Junho com o concerto “Guia Live!”, no espaço Live Music Association, onde “uma variedade de músicos locais vão sair da sua zona de conforto para trazer toda uma nova experiência numa performance sem precedentes ao nível dos estilos e formatos”. Neste concerto participam AKI com KaWaiNg, Ellison, membro da banda local Whyoceans e os INFLUUT, um duo de jazz electroacústico da Suíça.

A novidade é o foco

Ao HM, Matthew Ho e Steven Ng, organizadores do festival e membros do grupo Guia Experimental, explicaram que, inicialmente, a ideia era realizar uma série de workshops “sobre música feita com sintetizadores modulares”. “Tínhamos muitas ideias na área da música experimental. Então optámos por organizar um festival”, apontou Matthew Ho.

Os amantes da música experimental no território constituem ainda “uma comunidade muito pequena”, mas, na hora de convidar os músicos a participar, a ideia é que estes toquem “músicas que nunca experimentaram antes”.

“Faz-se muita música comercial, com bandas, música de dança ou hip-hop, mas queremos que os músicos explorem outras sonoridades para marcarem a diferença, para que haja algo de novo”, frisou Matthew.

“O nosso conceito de música experimental não passa apenas pelos instrumentos. É também fazer algo que nunca se fez, uma experiência totalmente nova que não esteja no mercado neste momento. O que é experimental para mim pode não ser para ti, mas pelo menos estou a fazer algo novo sem pensar no mercado ou no público”, defendeu o organizador.

A ideia de realizar os workshops é de levar as pessoas a explorarem novos territórios musicais. “Nos anos 60 e 70 estes instrumentos eram usados para fazer sons. Nessa altura, em Hollywood e em alguns anúncios publicitários usavam-se estes sons e equipamentos, mas não como usamos hoje. Decidimos então fazer um workshop para que os participantes façam os seus próprios sons sem recorrer a software, pois tem as sonoridades pré-definidas. Queremos que as pessoas comecem do nada para criar os seus próprios sons”, frisou Matthew Ho.

Olhar para a história

O mentor do Guia Fest explicou que a música experimental era uma realidade em Macau na década de 90, feita por alguns membros da comunidade portuguesa. Depois de um interregno entre 2000 e 2010, começou a surgir novamente. Eric Chan, membro da banda Forget the G, foi um dos grandes impulsionadores do movimento. “Nunca esperamos que o público adore a música experimental, mas esperamos que possa conhecer mais sobre o facto de esse género musical existir no mundo e em Macau”, disse Matthew Ho.

Em 2018, teve lugar no território um festival de música experimental e industrial [noise music], mas, devido à pandemia, o seu curador ficou retido em Taiwan. Desta forma, explicou Steve Ng, optou-se por fazer um festival totalmente novo e apenas dedicado à música experimental.

Também em 2018, foi criado o grupo Guia Experimental. “Na altura um artista da Suíça pediu-nos para fazermos a curadoria de um espectáculo dele, pois estava a fazer uma tour pela Ásia. Queriam que Macau fosse um dos locais de paragem e foi aí que decidimos criar este grupo. Continuamos a organizar espectáculos depois disso”, adiantou Matthew.

3 Jun 2021

InspirARTE | Nova edição arranca em Julho no CCM com vários espectáculos

O Centro Cultural de Macau (CCM) acolhe, a partir de Julho, uma nova edição do ciclo de actividades InspirARTE, dedicadas a toda a família. Entre os dias 1 e 4 de Julho decorre o espectáculo “Bebés à Solta”, descrito como “multisensorial” e “concebido para meninos de colo acompanhados pelos seus crescidos”. Trata-se de uma “fusão de dança contemporânea, som e artes visuais”, onde a “performance emerge o pequenino público numa pulsante atmosfera artística”.

“Bebés à Solta” é produzido e encenado pela Companhia Infantil D’Arte de Xangai e incentiva “os bebés a interagir com dois bailarinos”, o que “provoca os sentidos e estimula a percepção”. A encenação deste espectáculo faz-se “ao som de uma música original” e desvenda “uma calmante sequência de dança e texturas em movimento”. Trata-se de uma iniciativa que se centra “na inter-relação sensorial entre o corpo, a mente e o meio ambiente que rodeia as crianças”.

Entre os dias 5 e 8 de Agosto acontece o espectáculo “A Lagartinha Muito Comilona”, um original criado por Jonathan Rockefeller e produzido por uma companhia de Xangai. Esta é uma “experiência para os pequenos estreantes no teatro que também vai levar alguns pais a recordar a infância”, inspirando-se “num dos livros infantis mais lidos de sempre”, as “histórias incríveis de Eric Carle.

Também em Agosto, mas entre os dias 26 e 29, acontece o evento “Cinema InspirARTE em Festa”, que tem como objectivo “juntar os miúdos aos pais para partilharem a experiência da sétima arte”. A 29 de Agosto tem lugar “InspirARTE à Solta”, que não é mais do que uma “corrente de eventos criativos e jogos”.

Os bilhetes para estas iniciativas estão à venda a partir de domingo nas bilheteiras do CCM e aos balcões da Rede Bilheteira de Macau. Os bilhetes para o Cinema inspirARTE estarão disponíveis em Julho.

2 Jun 2021

Fotografia | Gonçalo Lobo Pinheiro lança novo livro sobre lago Tonle Sap no Cambodja 

O fotojornalista Gonçalo Lobo Pinheiro acaba de lançar um novo livro de fotografia. Com o nome “Tonle Sap”, a obra retrata as vivências no lago com o mesmo nome, localizado no Cambodja, e que tem uma extensão de 2.590 quilómetros quadrados. Na estação das chuvas, o lago pode atingir os 24.605 quilómetros quadrados, tornando-se, desta forma, na maior extensão de água doce da região do sudeste asiático.

Gonçalo Lobo Pinheiro fotografou este local em 2015, sendo que algumas das imagens integraram a exposição colectiva “Photography Now”, que aconteceu em 2018 na Brick Lane Gallery em Londres, Inglaterra. Algumas fotografias foram também pré-seleccionadas para o Festival de Fotografia Paraty em Foco, também em 2018, e receberam menções honrosas em concursos internacionais de fotografia.

O lago, que na língua khmer significa água fresca, localiza-se na planície central do país. As províncias que o rodeiam são, ao norte, Siem Reap e Kompung Thom, e ao sul Battambang, Pursat e Kompung Chinang. Desde 1997 que o lago é Reserva da Biosfera da UNESCO, fazendo parte de um grande ecossistema hídrico, o maior do sudeste asiático.

O Tonle Sap é vital para a economia regional pela sua riqueza em pesca e a fertilidade das suas terras para o cultivo do arroz. Está intimamente associado ao complexo arqueológico e religioso de Angkor Wat, no qual se estende na sua área noroeste, próximo da cidade de Siem Reap, a segunda maior cidade do Camboja. A obra, com 28 páginas e fotografias a preto e branco, é editada pela Artisan Raw Books, editora brasileira.

2 Jun 2021

Joking Case com nova música e desejo de pisar mais palcos 

Chamam-se Joking Case e apresentam-se como uma banda de música alternativa que, no fundo, quer experimentar todos os géneros, desde o pop ao funk. Depois de um recente concerto no espaço Live Music Association, Vickie Cheong, vocalista e compositora, assume que a banda quer pisar novos palcos assim que a pandemia o permitir e fala de “Dualism”, o novo single

 

Tudo começou em 2017 com a participação numa competição de bandas, na qual os Joking Case ficaram em primeiro lugar. Depois disso, a composição do grupo mudou, mas a vontade de fazer música não diminuiu. Prova disso, é o lançamento recente de “Dualism”, o novo single da banda disponível nas plataformas digitais, cujo videoclip foi feito em parceria com Kawai Ho, estudante do Instituto Politécnico de Macau.

Trata-se de uma música “mais ligada à sonoridade funk”, baseada na história de uma pessoa “com várias mentalidades numa só” contou ao HM Vickie Cheong, vocalista e compositora da banda. “Vamos aproximar-nos do formato de pequeno álbum. Esta estudante interessou-se pela nossa música e daí nasceu uma colaboração.

Queremos tocar em diferentes locais e ir a outros países, para que outras pessoas conheçam a nossa música. Mas primeiro queremos lançar mais canções, para podermos ter mais espectáculos”, contou.

Além de Vickie Cheong, fazem parte dos Joking Case Ronald, baterista, Brian, guitarrista e Ethan, baixista. “Sou vocalista e escrevo muitas letras para as composições feitas pelo guitarrista [Brian]. Consideramo-nos como um grupo de música alternativa, porque a música que fazemos actualmente tem diferentes estilos e sonoridades.”

Vickie Cheong confessa que consegue transmitir melhor as suas ideias em inglês do que em chinês. “Esta é a primeira banda na qual participo e passamos bons momentos a compor novas canções. Todos nós temos pensamentos semelhantes na hora de compor, sobre os temas, trabalhamos muito bem nesse aspecto. Diria que escrevo mais em inglês porque é mais fácil expressar o sentido daquilo que quero que seja escrito. Em chinês seria mais desafiante para mim.”

No início, os Joking Case ouviam muitas bandas de Taiwan, e parte da inspiração para as letras veio daí. “Queríamos ter um estilo mais descontraído. Algumas partes estavam mais ligadas à música soul, enquanto que outras tinham uma sonoridade mais forte. A ideia era expressar o significado das nossas canções. As coisas que estávamos a escrever baseavam-se nos nossos próprios pensamentos. Muitas vezes escrevemos sobre histórias de amor, ligações entre rapazes e raparigas, coisas desse género.”

A vocalista frisa que os Joking Case buscam a competição, e isso passa por mostrar as suas músicas “em diferentes plataformas e a pessoas de diferentes países”. “Este foi um bom começo e não queremos parar. Mesmo que alguns membros tenham saído mas ainda queremos fazer mais experiências e criar canções diferentes”, acrescentou.

A experimentação é um dos objectivos dos Joking Case. “Queremos experimentar todos os géneros musicais de que gostamos. Na maior parte das vezes gostamos de compor em inglês, ouvimos diferentes géneros musicais e fazemos uma história para as nossas canções, e produzimo-las. É esse o nosso projecto.”

Problemas que são piada

O nome Joking Case nasce dos problemas que enfrentamos no nosso dia-a-dia que, no final de contas, se resolvem e se transformam nisso mesmo, em situações que acabam, muitas das vezes, por nos fazer rir.

“Escrevemos sobre a realidade e sobre situações que nem sempre são as melhores. Todos enfrentam dificuldades na vida, podemos passar por maus momentos às vezes. Queremos que o público saiba que há situações que, mesmo não sendo as melhores, podem durar apenas um período de tempo e depois fazem parte do passado, deixam de ser importantes. É apenas uma coisa engraçada na tua vida, foi um desafio. É um caso encerrado que pode ser considerado uma piada.”

Assumindo-se como uma “banda independente”, em que tudo o que fazem em termos musicais é pago do seu bolso, os Joking Case querem “tomar as melhores decisões” com base no orçamento de que dispõem. “Esta é a parte mais difícil”, conta Vickie Cheong. Ainda assim, fazer música em Macau é cada vez mais desafiante, defende.

“As bandas de Macau estão cada vez melhores, porque há mais bandas a fazer videoclips, por exemplo. Nos últimos quatro anos aprendemos mais sobre como produzir músicas e agora há mais espectáculos, em espaços como o LMA, e há mais público a aproximar-se destes projectos. O panorama em Macau está a melhorar, há mais bandas com mais géneros musicais, como hip-hop ou música electrónica.”

2 Jun 2021

Joalharia | Exposição “O Novo Mundo” inaugurada esta quinta-feira 

Além da exposição sobre o azulejo português, a Casa de Portugal em Macau (CPM) inaugura também, esta quinta-feira, uma outra mostra, mas desta vez sobre joalharia. Intitulada “O Novo Mundo”, esta exposição acontece na Casa de Vidro, na praça do Tap Siac, e conta com curadoria de Cristina Vinhas, também monitora da CPM.

Segundo um comunicado da CPM, “esta exposição pretende celebrar a portugalidade revelando ao público a arte de trabalhar metais nobres”, como é o caso da filigrana portuguesa. “Esta arte artesanal seduz, não pelo valor do metal mas pelo delicado rendilhado, pela variedade das formas de expressão ou figuração comparado a um ‘sonho leve’”, lê-se ainda.

O nome da exposição parte das incertezas geradas pela pandemia da covid-19. Com esta mostra de joalharia, o objectivo é “perspectivar um mundo melhor para todos”. Com portas abertas até ao dia 27 de Junho, podem ver-se peças de Cristina Gomes da Silva, Emily Leong, Filipa Didier, Lúcia Lemos e Maria Paulina Lourenço.

1 Jun 2021

Azulejo português | Casa de Portugal inaugura nova exposição no jardim Lou Lim Ieoc 

A 7 de Junho é inaugurada a “Mostra Didáctica do Azulejo Português”, uma iniciativa da Casa de Portugal em Macau com curadoria de José Matos. A ideia é mostrar ao público que há mais vida além do tradicional e mais conhecido azulejo português azul e branco, bem como mostrar o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nas oficinas da associação

 

“Mostra Didáctica do Azulejo Português” é a nova exposição promovida pela Casa de Portugal em Macau (CPM) que abre portas no Pavilhão Che Chou Tong, no Jardim Lou Lim Ioc, na próxima segunda-feira, dia 7 de Junho. Com curadoria de José Matos, o objectivo desta mostra é revelar os segredos e detalhes do azulejo português além do modelo mais conhecido, com as cores azul e branca.

“Vamos ter algumas técnicas de azulejaria portuguesa, a começar pelas técnicas hispano-mouriscas que chegaram à Península Ibérica, primeira a Sevilha e depois a Portugal, como o azulejo aresta ou azulejo de corda seca. Vamos ter a explicação visual de todo o material envolvido na fabricação e concepção de cada azulejo até ter um exemplo de trabalho final”, adiantou ao HM José Matos.

Mas no espaço expositivo haverá também a possibilidade de conhecer mais sobre o azulejo de estampilha, “representativo da reconstrução de Lisboa depois do terramoto de 1755, quando se começou a fazer uma produção diferente”. Além disso, a mostra conta com exemplos do “azulejo figurado, também contemporâneo dessa altura”, bem como da pintura “de vários tipos de temas, desde os jarrões até às carrancas, depois coisas mais ou menos figurativas”. “Temos vários exemplos de tudo o que é pintura de azulejo”, frisou o curador.

Segundo José Matos, “existe muito a ideia, e é o que é mais conhecido cá, de que o azulejo português é o azul e branco, o azulejo barroco”. No entanto, em Portugal, “produziram-se diferentes tipos de azulejo com técnicas diferentes”.

“Também temos representado o estilo figuras de convite, ensinado num curso que terminamos na semana passada, em que foram abordadas várias técnicas, e esses trabalhos também vão estar expostos”, acrescentou o curador.

Das escolas

Os azulejos expostos são fruto do trabalho dos alunos dos cursos que a CPM tem organizado nos últimos anos e, por isso, não têm assinaturas especiais. José Matos focou-se, por isso, mais nas técnicas utilizadas ao invés dos autores na hora de fazer a curadoria.

“É difícil destacar um trabalho em especial. Todas as técnicas têm um trabalho concluído. O que está mais representado será na pintura de azulejo feita em cima do vidrado cru. Temos uns painéis feitos nos últimos anos e serão os trabalhos com um pouco mais de destaque.”

“O principal objectivo da exposição é mostrar as várias técnicas e formas de fazer azulejo e os vários trabalhos finalizados que temos”, adiantou o curador, que falou também do trabalho que será desenvolvido com a comunidade escolar.

“Temos algumas visitas marcadas com as escolas e nessas visitas vou tentar exemplificar, na prática, como se desenvolvem essas técnicas. Vamos ter também todos os fins-de-semana duas pintoras da escola a executar trabalhos ao vivo”, concluiu.

A exposição tem entrada livre e fecha portas a 20 de Junho. Esta iniciativa conta com o apoio de entidades como a Fundação Macau e o Consulado-geral de Portugal em Macau, entre outras.

1 Jun 2021

Literatura | Livro sobre Camilo Pessanha apresentado em Lisboa 

“Clepsydra 1920-2020 – Estudos e revisões” foi lançado este sábado em Lisboa, na Livraria da Lapa, depois de uma primeira apresentação em Macau, em Dezembro. Trata-se de um projecto que faz “a releitura da obra” de Camilo Pessanha “mais do que o foco no seu autor”, lembrou Catarina Nunes de Almeida, coordenadora da obra

 

“Faz sentido começarmos com as palavras do poeta”. E estas foram lidas por Raquel Marinho, com a sua própria edição da Clepsydra, tendo-se ouvido versos como “Eu vi a luz num país perdido” ou “Floriram por engano as rosas bravas”.

Estava assim dado o mote para o lançamento de mais uma obra sobre Camilo Pessanha, o poeta português falecido em Macau em 1926 e um dos expoentes máximos do Simbolismo na literatura portuguesa. Clepsydra seria lançado em 1920, graças aos esforços de Ana Castro Osório.

“Clepsydra 1920-2020 – Estudos e revisões”, com edição da Documenta e coordenada por Catarina Nunes de Almeida, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), reúne uma série de textos que olham não apenas para o poeta mas também “para o Pessanha sinólogo e jurista”. O lançamento aconteceu este sábado na Livraria da Lapa, em Lisboa, depois de ter sido feito uma primeira apresentação do livro em Macau, em Dezembro do ano passado. “Faz todo o sentido que esteja disponível para aquele universo de leitores, porque é o espaço de Pessanha”, adiantou Catarina Nunes de Almeida.

Esta obra, que teve o patrocínio do jornal Hoje Macau, contém textos de vários académicos, como Paulo Franchetti, Duarte Drumond Braga, Rogério Miguel Puga ou Carlos Morais José, entre outros, que se debruçaram sobre a vida e obra de Pessanha, profundamente ligada a Macau.

Catarina Nunes de Almeida frisou o facto de este trabalho propor-se fazer “a releitura da sua obra, mais do que colocar o foco no seu autor”, fazendo “não apenas uma análise estrita dos poemas, mas contribuindo com novos dados para futuras leituras”.

A coordenadora do livro destacou a importância que os escritos de Pessanha tiveram nas gerações seguintes de autores portugueses mais contemporâneos. “É a geração de Orpheu a primeira a reconhecer o estatuto de mestre [de Pessanha]”, embora os seus escritos tenham “continuado a ecoar em poetas mais recentes”.

Vida e quezílias

Camilo Pessanha viajou para Macau em 1894, quando este era um “território minúsculo”, lembrou Daniel Pires, um dos autores do livro e responsável pelo inventário da biblioteca pessoal de Pessanha.

Foi “o fundador da Maçonaria em Macau”, um “jurista temido” e um “fumador de ópio”, sem esquecer a amizade que o ligou a diversas personalidades, incluindo Sun Yat-sen e o Governador de Macau Carlos da Maia.

Houve, no entanto, “pessoas que o combateram firmemente, até com calúnias”, como Manuel da Silva Mendes, intelectual português em Macau e muito ligado à cultura chinesa.

Silva Mendes “era o grande rival de Pessanha no domínio da colecção de arte chinesa” e dizia “que a sua poesia não rimava, e que coleccionava bugigangas”. No entanto, Daniel Pires destacou o facto de Manuel da Silva Mendes se ter referido a Pessanha como “um bom advogado e professor”.

“A sua vivência em Macau continua a ter muitas lacunas”, frisou, “e o que de mais puro nos restou para aceder à verdade dessa figura é a sua escrita”. “Se não fossem essas lacunas certamente não teríamos tido um aproveitamento ficcional da personagem de Camilo Pessanha em obras como ‘A Quinta Essência’, de Augustina Bessa Luís, ou ‘O Mar’, de Paulo José Miranda”, lembrou Catarina Nunes de Almeida.

A China na prosa

Duarte Drumond Braga, também investigador da FLUL, é autor do capítulo “Para ler Camilo Pessanha sem sair de Macau”, lugar primordial para se entender a obra do poeta.

“A China mal está representada na Clepsydra, temos apenas dois poemas”, lembrou. Esta está “na prosa, que devemos ler em conjunto”, e que neste momento se encontra em Macau. “Merecia uma reedição”, sugeriu Drumond Braga.

É, sobretudo, fundamental combater a “ideia tola de que Camilo Pessanha não sabia nada sobre a China”. “Se estivermos à procura do bambu e da chinesinha não vamos encontrar nada, vemos outras coisas”, exemplificou.
Ricardo Marques, que analisou a publicação de escritos inéditos de Pessanha em revistas, considerou que existe a ideia da Clepsydra “como uma coisa definida”, mas Pessanha, “como outros poetas, fazia circular inéditos pelas revistas literárias, e isso é importante ver 100 anos depois”.

31 Mai 2021

Duarte Braga aborda referências à China n’O Livro do Desassossego de Fernando Pessoa

Duarte Drumond Braga, investigador da Universidade de Lisboa, tem estudado a ligação ténue entre a obra de Fernando Pessoa e a China, nomeadamente as referências ao mundo pictórico chinês n’O Livro do Desassossego. Este assunto foi abordado numa palestra promovida pelo departamento de português e espanhol da universidade UC Santa Barbara

 

Decorreu ontem a palestra online intitulada “O Oriente e o Orientalismo em Fernando Pessoa”, promovida pela universidade UC Santa Barbara e em que participou o investigador Duarte Drumond Braga, da Universidade de Lisboa, como orador. Duarte Braga, que há muito se debruça sobre a presença do oriente nos escritos do poeta português, disse ao HM que tem analisado a presença da China em algumas das suas obras.

“Não há nenhum projecto pessoano de escrita sobre a China, mas há referências do Pessoa leitor, escritor, poeta, à China. Há momentos muito interessantes da obra pessoana em que a China aparece, como por exemplo n’O Livro do Desassossego, em que se presta muita atenção à questão da ideia da paisagem impossível, como chama Bernardo Soares, a paisagem da porcelana, dos leques, desse mundo pictórico chinês. Essa paisagem é valorizada por ser demasiado perfeita, irreal, impossível, que é muito a tónica d’O Livro do Desassossego.”

No entanto, estão sempre em causa “referências esporádicas”, uma vez que “quando aparece a China nesse livro é por causa da paisagem representada na porcelana, falar sobre a China não é a primeira ideia”.

Além disso, “há uma carta de Fernando Pessoa para Camilo Pessanha, pedindo a colaboração, e que foi enviada para Macau”. Há também “uma referência de Álvaro de Campos a Macau”.

Na palestra, apoiada pelo Instituto Camões, Duarte Braga falou também do trabalho de alguns investigadores sobre incursões de Fernando Pessoa no Japão, nomeadamente a tentativa do poeta de tentar a poesia do tipo Haiku, tema já abordado no número 9 da revista Pessoa Plural, organizado por Duarte Braga.

Ainda relativamente ao orientalismo na obra de Pessoa, há que destacar a Índia “que se confunde com a ideia do Império português, porque é centrado lá”. Coloca-se “a questão das índias espirituais, porque para Pessoa é necessário descobrir uma outra Índia, que já não estaria nos mapas”.

O português pelo mundo

Na conversa de ontem, Duarte Drumond Braga falou também “de um Pessoa esotérico, onde entra a Ásia”. Há também referências ao mundo árabe e à Pérsia.

O investigador, que viveu em Macau e que colabora com o HM, tem um novo projecto no centro de estudos comparatistas da UL, sobre a literatura em português nos quatro continentes, em zonas como o Brasil, Moçambique, Goa, Macau e Portugal, com um foco nos Açores.

“Esse projecto tem a ver com uma perspectiva não nacionalista sobre as várias tradições de escrita em português, e a Ásia mostra bem isso, com Goa e Macau. São sítios onde há escrita em português, mas não são nações de língua portuguesa, são outros formatos”, remata.

28 Mai 2021

Tradução | Livro sobre história da Faculdade de Direito de Coimbra agora em mandarim

O livro “A Faculdade de Direito de Coimbra em Retrospectiva”, da autoria de Rui Figueiredo Marcos, acaba de ser editado em mandarim. Segundo a imprensa da Universidade de Coimbra (UC), a nova edição foi lançada esta terça-feira e conta com o nome “科英布拉大学法学院历史回顾”, que corresponde “ao espraiar das relações que a Universidade de Coimbra (UC) tem com a China”, disse Rui Figueiredo Marcos, director da Faculdade de Direito da UC.

“Sendo a FDUC um polo irradiador no campo jurídico entre o Oriente o Ocidente, com uma participação muito ativa na elaboração dos elementos jurídicos de Macau, tem todo o interesse revelar o modo como foi sempre ensinado o Direito na Universidade portuguesa, na UC e na FDUC, com menção a tantos e tantos professores que também ensinaram em Macau”, acrescentou o autor.

A apresentação desta obra, que foi lançada pela primeira vez, na sua versão em português, em 2016, foi organizada pela Academia Chinesa de ciências Sociais e pelo centro de Estudos Chineses da Universidade de Coimbra, em colaboração com a Academia Sino-Lusófona da UC.

27 Mai 2021

Bienal de Veneza | MAM acolhe propostas para exposição

O Museu de Arte de Macau (MAM) está a acolher propostas para 59ª da Bienal de Veneza, que se realiza em Abril de 2022 na cidade italiana. As propostas que vão integrar o Pavilhão de Macau-China na bienal podem ser entregues até 13 de Agosto. As equipas candidatas a este projecto devem ser constituídas por, pelo menos, dois membros, devendo integrar também um curador.

Além disso, todos os membros da equipa concorrente deverão ter mais de 18 anos e pelo menos um dos membros deve ter já participado em exposições de arte contemporânea, ou ter formação na área artística. Os resultados serão anunciados em setembro.

A curadora-chefe da exposição é Cecilia Alemani. A Bienal de Veneza – Exposição Internacional de Arte foi fundada em 1895 é a bienal mais antiga e uma das três maiores exposições de arte do mundo, sendo também a maior plataforma internacional de intercâmbio de arte contemporânea.

Esta é a sétima vez que o MAM participa sob a designação “Macau-China” neste evento artístico, desde 2007. Um total de 17 artistas participou na exposição em representação de Macau, com o objectivo de “promover a arte contemporânea de Macau no palco internacional” e “dar ao público de todo o mundo a oportunidade de compreender a actual situação da arte de Macau”.

27 Mai 2021

Cinemateca Paixão | Programação de Junho reúne 12 películas de todo o mundo

Da Europa ao Médio Oriente, passando pelos Estados Unidos e Ásia, a programação de Junho da Cinemateca Paixão inclui uma extensa selecção de obras cujos temas vão desde um ensaio sobre uma pandemia que causa amnésia (Apples), a maternidade (Asia), o surrealismo das peripécias de uma mosca gigante (Mandibules) ou de psicadélicos seres lendários (Cryptozoo)

 

Durante o mês de Junho, a Cinemateca Paixão irá projectar 12 filmes oriundos de todo mundo. Entre nomeados e galardoados nas principais mostras dedicadas à sétima arte, o drama, surrealismo de animação e ensaio sobre uma pandemia que faz perder a memória, há opções para todos os gostos a partir do dia 1 de Junho, na Travessa de Paixão.

Fruto de uma co-produção grega, polaca e eslovena, “Apples” pretende ser uma exploração sobre a identidade e a perda, que assenta nos efeitos de uma hipotética pandemia que provoca amnésia um pouco por todo o mundo. Ari, um dos afectados que, como tantos outros, foi esquecido pela sociedade por não saber quem é, acaba acolhido num programa de recuperação dedicado à construção de novas identidades e memórias dos pacientes. Munido de uma nova identidade e memórias registadas em vídeo, Aris regressa à vida quotidiana e conhece Anna, também ela em processo de recuperação. Contudo, ao longo da auto-descoberta fica a dúvida sobre de que matéria são afinal feitas as pessoas.

“Apples” é realizado pelo grego Christos Nikou e será exibido na Cinemateca Paixão nos dias 1, 9 e 18 de Junho.
De Israel chega “Asia”, uma obra focada no tema da maternidade, em particular sobre a forma desprendida como mãe e filha podem conviver ao longo de vários anos, como resultado de uma vida dedicada à carreira profissional. No entanto, tudo muda quando o estado de saúde de Vika, a filha, se deteriora rapidamente e Asia desenvolve uma outra forma de ser mãe e de abordar qualquer assunto sem tabus. A obra foi realizada por Ruthy Pribar.
“Asia” será exibido nos dias 10, 15 e 20 de Junho.

Outro destaque na selecção de Junho é “Mandibules”. Este filme francês realizado por Quentin Dupieux parte da simples e alucinante premissa de enriquecer à custa de uma mosca gigante que foi encontrada no porta-bagagens de um carro, depois de ter lá ficado esquecida durante vários anos. Jean-Gab e Manu são os felizardos proprietários do insecto, que vão tentar amestrar para ganhar uma tonelada de dinheiro. “Mandibules” será exibido na Cinemateca Paixão nos dias 9, 12 e 16 de Junho.

Das sombras ao psicadélico

Por sua vez, “Notturno” transporta os espectadores para uma noite que parece não ter fim sob o jugo do Estado Islâmico. Apesar da destruição, das atrocidades da guerra e dos filhos feitos prisioneiros em nome do fundamentalismo religioso, os dias acabam por correr sem grande luz, apesar de o humanismo e a solidariedade acabar sempre por encontrar forma de aparecer.

“Notturno” é uma coprodução italiana, francesa e alemã e será exibida na Cinemateca Paixão nos dias 3, 12, 23 de Junho.

Dos Estados Unidos da América chega “Cryptozoo”, uma obra de animação, no mínimo, peculiar, que explora a demanda dos guardiões de uma espécie de jardim zoológico povoado com criaturas híbridas, em busca de capturar Baku, um lendário que se alimenta de sonhos. Pelo meio de uma concepção visual original e arrojada, o dilema do enredo passa pelo direito ou não de exibir estas criaturas ao público. “Cryptozoo” pode ser visto na Cinemateca Paixão nos dias 2, 13 e 17 de Junho.

O cartaz de Junho da Cinemateca Paixão é completado ainda pelos filmes “Drifting”, uma produção de Hong Kong sobre um grupo de sem-abrigos despejados do local onde vivem, “Persian Lessons”, obra que retrata a ocupação nazi em França e ainda “Tiong Bahru Social Club” (Singapura), pelicula sobre um jovem tímido que procura desenvolver capacidades de socialização, numa instituição dedicada à busca de felicidade.

“We Made a beautifull bouquet” (Japão), Martin Eden (Itália e França), Supernova (Reino Unido) e “Bulbul Can Sing” (Índia) completam a programação de Junho da Cinemateca Paixão.

27 Mai 2021

Associação Halftone quer acolher todos os amantes da fotografia

Chama-se Halftone e é a nova associação de fotografia que pretende revelar trabalhos de fotógrafos profissionais e amadores, e também organizar formações, tertúlias e debates. O pontapé de saída para o novo projecto é dado amanhã com a inauguração de uma exposição na Livraria Portuguesa

 

O mote foi dado por João Miguel Barros: e se a fotografia unisse um grupo de pessoas para fazer coisas e mostrar o que se vai fotografando no território, seja de forma profissional ou amadora? Foi assim que 18 associados se juntaram para formar a Halftone, uma nova associação de fotografia, que será oficialmente apresentada amanhã às 18h30 na Livraria Portuguesa, com a inauguração de uma exposição.

João Miguel Barros, advogado e fotógrafo, contou ao HM que os associados fundadores depressa perceberam que poderiam fazer muito mais do que simplesmente editar uma revista de fotografia. Esse é um dos objectivos, editar uma publicação três vezes por ano com portfólios de fotografias de associados. Mas existem mais ideias em cima da mesa.

“Fomos ambiciosos e este grupo criou uma dinâmica muito grande”, disse. “O site vai começar a crescer e vai ser alimentado com trabalhos dos associados. Vamos tentar criar um blogue para se falar de fotografia. Estamos a apostar muito nesta dinâmica de fazer coisas e uma das partes do programa que vai ser muito desenvolvido é a formação”, adiantou.

A ideia é “promover o debate em torno da fotografia e arranjar programas que possam ser pequenos workshops, dirigidos aos jovens e às escolas”, contou João Miguel Barros. Sobre a exposição que abre portas amanhã, o responsável adiantou que não tem um tema específico e que cada associado enviou uma imagem da sua autoria.

Aposta na diversidade

A Halftone, apesar de ser fundada por 18 associados portugueses, quer ser totalmente abrangente. “O nosso grande objectivo é fazer participar fotógrafos, artistas e pessoas interessadas da comunidade chinesa e macaense. Esta não é uma associação de portugueses e já temos um conjunto de pessoas que estão interessadas em participar. Temos vontade de crescer.”

Esta é, portanto, “das associações mais abertas e inclusivas que se possa imaginar”. “Hoje em dia é muito simples a facilidade da fotografia, pois qualquer bom telefone faz fotografias maravilhosas. A ideia é, dentro das tertúlias, falar de outros fotógrafos já consagrados, e isto pode ser um abrir de olhos”, considerou João Miguel Barros.

Criar a associação e não apenas lançar uma revista permite ao grupo “ter uma estrutura institucional para fazer outro tipo de coisas”. A Halftone pode, assim, “ter uma representação e aceitação junto da sociedade de Macau e ter uma maior credibilidade em relação aos seus próprios projectos”.

A diversidade é uma das ideias centrais por detrás da iniciativa. “Há uma identidade grande relativamente a objectivos comuns, apesar de os associados fundadores terem práticas profissionais completamente diferentes. Há fotógrafos profissionais, amadores, pessoas que gostam do preto e branco, outras que gostam da cor. Há quem goste de fotografia mais documental. Esta associação acaba por ser um ponto de encontro de muita diversidade”, rematou João Miguel Barros.

Além de João Miguel Barros, são membros fundadores da Halftone André Ritchie, António Duarte Mil-Homens, António Sotero, Catarina Cortesão, David Antunes, Francisco Ricarte, Gonçalo Lobo Pinheiro, João Palla Martins, João Rato, José Sales Marques, Nuno Martins, Nuno Sardinha da Mata, Nuno Tristão, Nuno Veloso, Pedro Benjamim, Ricardo Pinto e Sara Augusto.

26 Mai 2021

Arquitectura | “Interligações” é o projecto de Macau na Bienal de Veneza

Macau volta a estar representado, pela quarta vez, na Bienal de Arquitectura de Veneza, que ano chega à 17ª edição. O Pavilhão de Macau-China foi inaugurado no último sábado e trata-se de um projecto da autoria de quatro arquitectos locais, Ho Ting Fong, Che Chi Hong, Lao Man Si e Chan Ka Tat. A curadoria esteve a cargo do arquitecto Carlos Marreiros.

O tema deste ano da Bienal de Arquitectura é “Como iremos viver juntos?”, tendo a equipa de Macau apresentado “quatro obras de diferentes estilos” sob a temática “Interligações – Vida Transfronteiriça na Grande Baía”. A ideia do projecto é “traçar o panorama urbano da futura cidade de Macau e reflectir sobre a simbiose e os desafios decorrentes da profunda integração da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”.

O Pavilhão de Macau-China pode ser visitado até 21 de Novembro deste ano no espaço em frente ao Arsenal, o edifício principal da Bienal, em Campo della Tana. Criada em 1980, a Bienal de Arquitectura de Veneza é um dos mais importantes eventos no âmbito da arquitectura e das artes. A edição deste ano estava agendada para Maio do ano passado, mas foi adiada devido à pandemia. Um total de 112 entidades, oriundas de 46 países e regiões, participam na bienal.

O Instituto Cultural esclarece que, com o objectivo de “aprofundar o conhecimento do público sobre a arte arquitectónica de Macau”, as obras estarão disponíveis para visita online, além de serem posteriormente expostas no território.

25 Mai 2021

Creative Macau | Exposição de Zheng Yu para visitar a partir de quinta-feira

Zheng Yu é um pintor que explora o desejo humano recorrendo à maçã como o seu principal símbolo. Em “The Endless Desire”, exposição que estará patente na Creative Macau a partir desta quinta-feira, o pintor nascido em Hainan e a residir em Macau explora técnicas de pintura ocidentais com caligrafia chinesa. A exposição reúne uma dezena de quadros e uma instalação

 

Desde sempre tido como símbolo de desejo e tentação, a maçã é a protagonista principal da nova exposição patente no espaço Creative Macau. “The Endless Desire” é o nome da mostra de Zheng Yu, artista e arquitecto, que será inaugurada esta quinta-feira. A exposição fica patente até 26 de Junho.

O público poderá ver os seus mais recentes trabalhos, num total de dez pinturas, onde as emoções humanas são o foco. No espaço da exposição estará também uma instalação onde a maçã volta a ser a essência.

“Uso a maçã como símbolo do desejo humano, porque as pessoas gostam de recorrer à maçã como esse símbolo. É algo que surge na bíblia e que revela o desejo humano perante a sociedade”, contou Zheng Yu ao HM.

O artista garante que o público irá sentir-se “feliz” quando vir as suas obras, devido ao uso da cor. “Quero traduzir a cultura e a filosofia chinesas usando técnicas ocidentais. Esse é o meu objectivo principal com a exposição. Recorro à técnica de caligrafia chinesa na minha pintura, mas uso contextos ocidentais para criar toda a imagem”, contou ainda.

Os vários desejos

Lúcia Lemos, directora do espaço Creative Macau, falou do fruto enquanto conceito central do imaginário manifestado pelo artista, a maçã como “um símbolo do desejo, mas também religioso, no sentido cristão”. “Tem esse símbolo da Eva que tem vindo a ser explorado por diversos pintores ao longo de várias épocas, desde o [período] bizantino e também antes e depois do Renascimento”, explicou ao HM.

Para a responsável, o facto de Zheng Yu ser também arquitecto faz com que “esteja muitas vezes nessa situação de confronto ou de escuta dos desejos dos clientes”. “O desejo humano também é isso, não estou a pensar no desejo carnal. Ele tem também um lado humanista, no sentido de ser sensível à natureza e ao mundo animal”, acrescentou.

Nesse sentido, parte do valor angariado com a venda das obras reverte a favor de uma associação de defesa dos direitos dos animais “que está a passar por dificuldades”, disse Lúcia Lemos.

Nascido em Hainan, Zheng Yu é membro da Sociedade de Artistas de Macau e sempre prestou atenção ao desenvolvimento da arte contemporânea e da sua ligação com a sociedade dos dias de hoje. O artista expôs no evento Art Next Expo, em Hong Kong, além de ter participado em outras mostras patentes no território.

25 Mai 2021

Impromptu Storefront | Galeria nasce no estúdio de João Ó e Rita Machado

Chama-se Impromptu Storefront e é um novo espaço cultural concebido pelos arquitectos João Ó e Rita Machado dentro do seu próprio estúdio de trabalho. A inauguração está marcada para esta quarta-feira com a apresentação do livro “Macau. Diálogos sobre Arquitectura e Sociedade”, transformado em instalação, pela mão da BABEL

 

“A ideia é fazer aquilo que nos apetece, porque o espaço é nosso”. É desta forma que João Ó, arquitecto, fala da Impromptu Storefront, uma nova galeria de arte que desenvolveu em parceria com Rita Machado no estúdio onde ambos trabalham, na Travessa de Inácio Baptista, perto da Igreja de São Lourenço.

Inaugurado esta quarta-feira às 18h30, o espaço será porto de abrigo para trabalhos de artistas internacionais, aberto 24 horas por dia e sete dias por semana.

O novo lugar de exposições e debates terá também uma vertente de aposta no vitrinismo. “A montra não se vende, o objecto artístico é uma apresentação formal de alguém que nunca esteve em Macau. É um estímulo visual e estético para quem passa na rua, é uma surpresa”, adiantou João Ó. A apresentação da edição em português do livro “Macau. Diálogos sobre Arquitectura e Sociedade”, pela associação BABEL Organização Cultural, é o pontapé de saída do projecto.

A aposta no vitrinismo, uma área criativa muito explorada pelas grandes marcas do mundo da moda, faz deste projecto algo único em Macau, acrescentou João Ó, que nunca quis estar num espaço onde só pudesse trabalhar.

“Somos pessoas jovens e criativas e pareceu-nos interessante retirar parte do espaço para possibilitar mais este lado criativo. Tínhamos um projecto para a montra que era convidar só artistas internacionais que não tivessem hipótese de vir a Macau, mas que quisessem mostrar o seu trabalho.”

A Impromptu Storefront consiste, assim, “num modelo de exposição inovadora para mostrar intervenções comissariadas a artistas estrangeiros”, e pretende “provocar e estimular a consciência pública, abordando questões locais e globais”.

Instalar um livro

Lançado em 2019 em Portugal, o livro “Macau. Diálogos sobre Arquitectura e Sociedade”, editado por Tiago Quadros e Margarida Saraiva, fundadores da BABEL, é agora apresentado no território num formato diferente. “Colocámos a nós próprios a questão: como é que se expõe um livro?”, disse ao HM Margarida Saraiva. “Transformámos a obra num livro-objecto, e ele é exibido como uma obra de arte. O que se vê na micro-galeria é uma instalação composta por livros-objecto.” Além disso, os sons das entrevistas utilizadas para a obra serão usados numa instalação sonora, da autoria de Rui Farinha, e que apenas poderá ser ouvida na inauguração de amanhã.

O livro reúne um conjunto de entrevistas a figuras como Hendrik Tieben, Thomas Daniell, Mário Duque ou Wang Weijen, entre outros, e apresenta “abordagens retroactivas e prospectivas” acerca da arquitectura e do urbanismo em Macau. Traz também temáticas “importantes que não são exclusivas de Macau, mas que aqui se vivem de uma forma muito importante”, tal como a circulação de pessoas entre fronteiras, a história, a memória ou a representação. A instalação estará patente até 15 de Julho.

24 Mai 2021

Arte contemporânea | Exposição de Judy Lei até 27 de Maio no espaço 10 Fantasia

Da confusão e perdas provocadas pela pandemia surgiu a procura e reflexão por um caminho de vida. O ideal de busca é o conceito que está no centro da mais recente exposição a solo de Judy Lei, intitulada “O que queres agarrar?”, onde são apresentados trabalhos de fotografia e vídeo

 

A pandemia como perda e tempo para reflexão é a ideia subjacente à exposição da artista Judy Lei Iok Kuan que decorre no Espaço 10 Fantasia, até 27 de Maio, com o nome “O que queres agarrar?”. Ao contrário do habitual, a artista trocou a arte performativa pela fotografia, vídeo e texto e apresenta várias obras para promover o tipo de arte em que tem focado a carreira.

“A ideia para o tema ‘O que queres agarrar?’ nasceu nos últimos dois anos. Acho que neste período, fiquei mais confusa, mas também o mundo ficou mais confuso, devido à pandemia e a outros factores”, começou por explicar Judy Lei, ao HM. “As pessoas estão mais confusas, houve um momento de reflexão motivado por sentimentos de perda, com a pandemia, que levou a que as pessoas voltassem a ponderar de novo nos seus objectivo”, acrescentou.

Contudo, para Judy Lei esta é igualmente uma oportunidade para promover as partes performativas, foi por isso que o material em exposição reflecte o processo por trás dos trabalhos antigos e também os resultados.

“O objectivo da exposição também é divulgar a arte performativa, porque em Macau não há muitas pessoas a trabalhar nesta área. O objectivo é mostrar o meu conceito criativo, que foca a relação entre indivíduos e a sociedade”, indicou.

Regresso ao passado

Este conceito transparece igualmente nos trabalhos passados da artista. “A mostra tem fotografias, textos e vídeos. As fotografias surgiram do processo de criação dos trabalhos de performance arte. Os vídeos são fragmentos da gravação da arte performativa e os textos descrevem o conceito dos processos de concepção”, afirmou.

Numa exposição que foca perdas provocadas pela pandemia, também o sector da arte foi afectado, com as limitações e menos participações em eventos internacionais. “Todos os anos antes da covid-19, realizava-se em Macau o festival de artes performativas, e os artistas estrangeiros eram convidados para participar, de onde nascia intercâmbio com os artistas locais”, explicou. “Nestes dois anos durante a pandemia, só os artistas do Interior da China podem ser convidados, porque a circulação de pessoas no mundo está limitada. E claro isso teve um impacto”, adicionou.

Judy Lei é uma artista local, que se licenciou no Instituto de Artes Plásticas da Universidade Nacional de Artes de Tainan e na Academia de Cantão de Belas Artes, em Design de Exposições. Além de ter exposto em Macau, já participou em exposições em Taiwan e em Zhuhai.

21 Mai 2021

Museu do Grande Prémio | Entradas à venda a partir de hoje

Os bilhetes para o Museu do Grande Prémio estão à venda a partir de hoje, uma vez que o espaço abre oficialmente portas em Junho. O sistema de venda antecipada de bilhetes online foi optimizado, para facilitar as visitas de residentes e visitantes.

Os bilhetes podem ser adquiridos para o dia seguinte ou até 30 dias antes da visita. A partir de 2 de Junho deixa de haver interrupção à hora de almoço, sendo acrescentada a venda de bilhetes para o dia no local do museu. A partir do próximo mês as entradas serão vendidas ao preço original, deixando de haver divisão de sessões de entrada, e será acrescentada a venda para o dia no local, excepto terça-feira, dia de encerramento do museu.

No dia 1 de Junho, o horário de abertura ao público será excepcionalmente das 14h às 18h, sendo que, a partir do dia 2 de Junho o museu abre das 10h às 18h, sem interrupção à hora de almoço.

21 Mai 2021

FRC | Arlinda Frota dá amanhã aula de pintura em porcelana

A ceramista Arlinda Frota dá amanhã uma masterclass de pintura em porcelana na Fundação Rui Cunha (FRC), às 16h, com entrada gratuita, sem necessidade de inscrição prévia. A iniciativa surge no contexto da exposição “Padrões de Vida”, patente na galeria da FRC até 31 deste mês. Arlinda Frota vai abordar “a história da pintura em porcelana e demonstrar ao vivo as técnicas e materiais no espaço da galeria, dado o interesse geral do público pelo tema e a afluência de visitantes durante esta mostra”, descreve a FRC.

Arlinda Frota aponta que “a intenção deste programa é transmitir a consciência das diferentes técnicas de pintura em porcelana, a compreensão do ambiente de trabalho e do estado de espírito necessário à criação de uma obra, e de todos os cuidados inerentes aos diferentes passos da sua produção, desde a escolha da peça a pintar, à definição do desenho pretendido e adaptado à peça, das cores a escolher e sua preparação, dos cuidados relativos à queima das peças”.

A artista pretende também “dar a conhecer uma revisão histórica da porcelana e da pintura em porcelana desde a sua criação, durante a dinastia Han, no período 220 a 206 A.C., e desde a chamada Proto-Porcelana”. A artista é professora na Casa de Portugal em Macau desde 2014, tendo frequentado, nos últimos cinco anos, diversos cursos de livres e ateliers de pintura e cerâmica. Arlinda Frota desenvolveu, entretanto, diversas técnicas de pintura em tintas acrílicas e óleos, bem como azulejaria de matriz portuguesa.

20 Mai 2021