Euro 2020 | Itália e Espanha defrontam-se nas meias de final

Se transalpinos e espanhóis vencessem os jogos dos quartos de final do Euro, defrontar-se-iam na próxima ronda. Com a Bélgica e a surpreendente Suíça pela frente, respectivamente, ambas as equipas procuraram manter o rótulo inicial de favoritos a vencer o torneio e foi exactamente isso que fizeram dentro de campo

 

Por Martim Silva

Defrontando a melhor geração belga de sempre, a equipa de Roberto Mancini não viu um desafio assim tão difícil pela frente porque, quer a defender quer a atacar, os italianos são das equipas mais completas do Euro, a selecção de Luis Enrique é a outra.

As limitações que a Bélgica sentiu no jogo contra Portugal com posse de bola, continuaram durante o torneio e mostraram-se mais a cores contra a Itália. Os belgas com bola não causavam perigo e eram os italianos, e aquela sua identidade histórica defensiva, quem ia comandando o jogo e ditando o seu destino.

Com Giorgio Chiellini recuperado de lesão e de novo ao lado de Leonardo Bonucci no centro da defesa, os azzurri organizavam-se ofensivamente com uma primeira linha de três, com Jorginho à frente e os dois médios Marco Verratti e Nicòlo Barella bem esticados nos flancos para atrair os homólogos belgas Youri Tielemans e Axel Witsel da sua posição central.

De maneira a criar situações de vantagem no meio, Lorenzo Insigne colocava-se, por vezes, atrás de Ciro Immobile Em situações de desvantagem nas alas, devido à linha de 5 dos flamengos, os italianos não tiveram tanta criatividade nesta zona, onde Leonardo Spinazzola tem brilhado e sido um dos melhores jogadores da competição.

Por outro lado, a geração talentosa de Martínez foi competente a defender a entrada da grande área, não dando grande liberdade a Immobile para tabelar ao mesmo tempo que controlava a profundidade e o remate de longe. Mas cedo se percebeu, e muito devido aos contra-ataques, de parte a parte, que o jogo ia ser aberto e mais ofensivo do que se esperava.

Com a já conhecida pressão italiana após a perda da posse da bola, os belgas conseguiram em algumas situações explorar o contra-ataque após a recuperação falhada dos italianos. Mas com o perigo de ter Lukaku, Jeremy Doku e Kevin De Bruyne a atacar a linha defensiva livremente, as tropas de Mancini conseguiram recuperar a bola mesmo na entrada da grande área belga após um passe errado de Jan Vertonghen. Verratti recuperou a bola e assistiu Barella, que tirou três adversários do caminho e rematou para o fundo da baliza da Bélgica ao minuto 31.

O perigo italiano continuava e após sucessivas ameaças de remate de Lorenzo Insigne, aos 44 minutos a resistência da Bélgica cedeu novamente com um golão do extremo do Nápoles.

Ainda antes das equipas irem para intervalo, Doku é derrubado na grande área por Di Lorenzo e Lukaku converte a grande penalidade aos 45+2 minutos, dando alguma esperança aos belgas. Na segunda parte pouco se viu e apenas Lukaku desperdiçou de baliza aberta, mas o resultado acabou por se manter inalterado até ao apito final.

Sobre o triunfo, Mancini mostrou-se orgulhoso com os seus pupilos. “Merecemos vencer. Os jogadores tiveram um excelente desempenho e só sofremos nos últimos 10 minutos porque estávamos muito cansados e já tínhamos dado muito. Mesmo assim podíamos ter marcado mais golos. Ainda há dois jogos pela frente e veremos o que acontece.”. Durante a partida, Spinazzola rompeu o tendão de Aquiles e não jogará mais neste Euro.

Com penáltis se paga

No outro jogo dos quartos de final do Euro, Espanha e Suíça mostraram mais do mesmo. Os helvéticos, com a excepção do jogo contra a França, não começaram a ter ideias ofensivas até à segunda parte, quando o jogo estava mais partido e dividido.

A pressão espanhola era constante e em muitas instâncias a alternativa era o jogo mais directo. Os espanhóis chegaram cedo à vantagem através de um autogolo de Denis Zakaria aos 8 minutos. A Espanha no seu 4-3-3 criou várias vantagens numéricas no corredor central dos suíços, que defendiam em 4-4-2, mas não era capaz de trocar a bola de um lado para outro com a eficácia de outros jogos.

Na segunda parte, aos 68 minutos, Xherdan Shaqiri restabeleceu a igualdade depois de um erro da defesa espanhola. A linha defensiva suíça foi excepcional durante os 120 minutos da partida, mesmo a jogar com 10 desde os 77 minutos quando Remo Freuler viu o cartão vermelho directo.

O jogo acabou por ir a prolongamento e a penáltis. Os espanhóis levaram a melhor e defrontam agora os italianos nas meias de final do Euro.

Sobre o triunfo, através de penáltis, Luis Enrique sentiu-se calmo e confiante na capacidade dos seus jogadores. “Foram as grandes penalidades mais tranquilas porque tínhamos feito o nosso trabalho de casa e praticado e não havia mais nada que pudéssemos fazer. Tínhamos muita fé no Unai (Simón) e naquela altura só podíamos ver e aceitar o resultado. Mesmo contra dez merecíamos a vitória”.

 

Inglaterra goleou Ucrânia por 4-0

Após a vitória contra os alemães, por 2-0, não ter mostrado uma equipa capaz de causar medo a outras equipas, a Inglaterra disse, finalmente, presente.

Em jogo dos quartos de final do Euro 2020, a equipa de Gareth Southgate pôs fim à caminhada da Ucrânia de Andriy Shevchenko após goleada por 4-0 e uma exibição convincente. Os ucranianos, com alguma dificuldade em impor o seu jogo nos instantes iniciais, até tiveram uma boa organização ofensiva capaz de colocar sucessivos problemas aos jogadores ingleses.

Novamente com três centrais em campo, estratégia abortada em detrimento de um 4-3-3 após lesão do central Serhiy Kryvtsov aos 35 minutos, a equipa da Ucrânia conseguiu colocar a bola entre os dois médios ingleses, Kalvin Phillips e Declan Rice, por força de marcarem o meio-campo ucraniano, deixando espaço para Roman Yaremchuk aparecer nesta zona intermédia e servir como elo de ligação para a progressão da posse ucraniana.

Apesar de alguns ataques promissores, a Inglaterra quando tinha bola criava mais perigo à última linha dos ucranianos. Logo aos 4 minutos, Harry Kane marcou o seu segundo golo da competição após um passe de Raheem Sterling.

O jogo continuava bem disputado com a Inglaterra a tentar que a Ucrânia não estivesse com a bola tanto tempo na sua posse, ao mesmo tempo que tentava explorar o seu talento individual quando tinha o esférico sob controlo. Após o intervalo e aos 46 minutos, Harry Maguire marcou, novamente, para Inglaterra e dilatou o marcador. Minutos depois, aos 50 minutos, Kane marcou outra vez. Aos 63 minutos e após novo canto, Jordan Henderson marcou de cabeça e acabou com a partida. Luke Shaw acabou o jogo com duas assistências, tendo feito uma grande exibição.

Após o jogo, Southgate mostrou-se contente com o resultado alcançado. “É fabuloso para o nosso país, uma meia-final em Wembley. Está tudo à espera do momento, é brilhante. Queremos ir mais dois passos para a frente.”, sentenciou o treinador vitorioso.

 

Patrik Schick alcançou CR7 nos melhores marcadores

As constantes vitórias da Dinamarca no Euro 2020 fazem até os menos crentes acreditar na história feliz de um não favorito poder alcançar a final do torneio. E com novo triunfo perante a República Checa por 2-1 nos quartos de final, os nórdicos fazem agora parte das quatro melhores selecções da Europa e vão defrontar a Inglaterra do dia 7 para 8 de Julho às 3h de Macau.

Não obstante, o jogo de ontem vincou a qualidade que a equipa de Kasper Hjulmand tem demonstrado nos últimos jogos, apesar de alguns soluços dinamarqueses na parte final do encontro.

O jogo começou com a habitual construção a três da Dinamarca, e com a tentativa de fazer progredir a bola até à área da República Checa. A equipa de Jaroslav Šilhavý, com o seu 4-4-2 a defender, encontrava dificuldades quando a Dinamarca atraía o jogo para um lado e depois rodava a bola imediatamente para o outro. Com esta contínua procura do espaço livre, especialmente, nas alas, os nórdicos conseguiram impor o seu jogo.

Mas logo aos cinco minutos de jogo, e após um canto, a Dinamarca inaugura o marcador através de Thomas Delaney. O médio do Borussia Dortmund aparece sem marcação na grande área e marcou o seu primeiro golo da competição.

Os pupilos de Hjulmand continuavam a mandar na partida e a procurar mais golo e com o habitual movimento de atrair a um lado para depois explorar o outro, surgiu o segundo tento dinamarquês. Após passe de Jannik Vestergaard a isolar Joakim Mæhle na ala, este faz um cruzamento de trivela para a finalização de Kasper Dolberg. Patrik Schick ainda reduziu a desvantagem, mas a Dinamarca segurou o resultado apesar de uma forte pressão checa nos últimos minutos.

Sobre o sonho nórdico continuar vivo, Hjulmand mostrou-se confiante. “É mágico! A primeira coisa que mostrei aos rapazes quando nos juntámos foi uma foto de Wembley de quando lá estivemos no Outono. Disse-lhes que íamos voltar. Parecia que estávamos a jogar novamente num estádio dinamarquês devido ao apoio dos nossos adeptos. Estamos profundamente gratos.”

5 Jul 2021

Euro 2020 | Quartos de final decididos entre favoritos

Nos principais confrontos da 2ª. ronda a eliminar do Euro 2020, a Bélgica defronta a Itália e a Suíça recebe a Espanha. Estas quatro equipas estão dentro do top 15 do ranking FIFA de selecções, o que redobra o interesse nas partidas. Com apenas um favorito, Inglaterra, do outro lado do torneio, significa que estes dois jogos serão incrivelmente complexos de prever

 

Por Martim Silva

Dentro do habitual pós-jogo que dá início às hostilidades do próximo encontro, Roberto Martínez, treinador da Bélgica, antecipou o confronto em Munique frente à Itália admitindo possíveis mudanças na ideia de jogo. “Contra a Itália vai ser muito diferente porque eles são uma equipa que desde o primeiro segundo vai atacar e vai ser muito dinâmica. Estão muito bem estruturados e têm um verdadeiro entendimento do papel que cada jogador desempenha dentro de campo.”

Após o jogo com a selecção das quinas, onde a Bélgica fez apenas um remate à baliza e teve pouca bola, Eden Hazard e Kevin De Bruyne estavam já em dúvidas para o embate contra os italianos, no entanto, e mesmo depois do guardião belga Thibaut Courtois dizer que seria um milagre se ambos não falhassem o resto do Euro, Martínez referiu que os craques belgas não irão jogar frente aos azzurri, na madrugada de sexta para sábado às 3h de Macau, mas continuarão no torneio. “É bastante positivo para nós. O Eden e o Kevin não têm dano estrutural. Vão continuar com a equipa. Não estarão totalmente aptos para sexta-feira, mas estarão para a próxima fase da competição.”

Os diabos vermelhos só venceram a equipa transalpina em 4 ocasiões desde 1913, ano do primeiro confronto entre ambos. Em 22 jogos, os italianos têm 14 vitórias. O mais recente triunfo veio em 2016, quando Itália, então treinada por Antonio Conte, derrotou esta mesma geração belga por 2-0 na fase de grupos do Euro.

Um dos grandes trunfos da equipa de Roberto Mancini seria o regresso do lesionado Giorgio Chiellini. O capitão da Juventus, de 36 anos, já jogou três vezes contra Romelu Lukaku, desde que este se transferiu para o Inter de Milão em 2019, tendo apenas sofrido um golo do avançado belga e de penálti. Recuperar o defesa será uma mais-valia para o conjunto de Mancini.

Itália não chega às meias-finais de um Euro desde 2012, ano em que foi derrotada pela Espanha na final, mas para Martínez esta equipa não é o protótipo das selecções italianas, que se limita a defender. “Eles são diferentes, dinâmicos e modernos no seu 4-3-3 e com uma estrutura forte. São mais poderosos como um todo e não como um grupo de indivíduos.”, concluiu o treinador da Bélgica.

Manter a invencibilidade

Da última vez que a Suíça jogou contra a Espanha, sem contar com amigáveis e a Liga das Nações, estávamos em 2010 na fase de grupos do Mundial e os helvéticos venceram por 1-0. Nesse ano, os espanhóis acabaram por conquistar o troféu de campeões do mundo, mas a história desta vez poderá ser diferente. Os suíços já eliminaram da prova o campeão mundial de 2018 e se vencerem, novamente, a Espanha vão directamente paras as meias-finais e os jogadores da La Roja vão, simplesmente, para casa. Os espanhóis ainda não perderam neste Euro e quererão continuar assim quando defrontarem a Suíça na Rússia, às 00h, hora de Macau, de sexta-feira para sábado.

Para os suíços, a derrota contra a Itália é o único marco negativo na equipa de Vladimir Petkovic. Para o seleccionador suíço, não contar com o capitão Granit Xhaka, suspenso por acumulação de cartões amarelos, é um golpe duro para as aspirações helvéticas. Porém, o espírito mostrado contra a França é um bom exemplo a seguir contra a Espanha. “O jogo contra a França foi demasiado emocionante. Todos os meus jogadores deram 120%. Foi provavelmente um dos melhores jogos de sempre da minha equipa e vamos precisar de uma exibição semelhante frente à Espanha nos quartos de final.”, rematou o treinador suíço.

Com a montanha-russa que foi o 5-3 dos oitavos de final frente à Croácia, Luis Enrique não vê com bons olhos um encontro semelhante e exalta a importância de manter o esférico sob controlo. “Não vamos apostar na bola para a frente e no futebol defensivo. defenderemos tentando ter a posse da bola e jogar o nosso futebol.”, sublinhou o timoneiro espanhol.

 

Seleccionador durou menos de um ano

Frank De Boer já não é treinador dos Países Baixos e a eliminação surpreendente nos oitavos de final pelas mãos da República Checa terá sido a gota de água. Em 15 jogos como seleccionador da Laranja Mecânica perdeu apenas 3 vezes. Os adversários foram México, Turquia e os checos.

Na eventualidade de apuramento dos holandeses para os quartos de final do Euro 2020, o contrato do holandês, com fim em 2022, seria automaticamente renovado. No entanto, se esta fasquia não fosse respeitada o trabalho do treinador seria reavaliado, anunciou a Federação Holandesa de Futebol em comunicado.

Para De Boer, a tarefa não foi levada a bom porto e a melhor solução seria a sua retirada de cena. “Em antecipação da avaliação, eu decidi não continuar como seleccionador nacional. O objectivo não foi cumprido.”.

A saída, acordada entre ambas as partes, vem na sequência da eliminação prematura da selecção dos Países Baixos do Euro e De Boer não queria que a sua presença ofuscasse o apuramento laranja para o Mundial de 2022. “A pressão só iria aumentar e isso não é uma situação saudável para mim nem para a equipa quando há jogos importantes dos Países Baixos para a qualificação do Mundial. O meu obrigado a todos, especialmente aos adeptos e jogadores.”, despediu-se assim Frank De Boer.

 

Ronaldo, Xhaka e Coca-Cola

O capitão da selecção portuguesa fez notícia no passado dia 14 de Junho, na conferência de imprensa de antevisão do jogo de Portugal frente à Hungria para a fase de grupos do Euro 2020, quando tirou da sua frente duas garrafas de Coca-Cola, ao mesmo tempo que mostrava uma garrafa de água. A preferência de Cristiano Ronaldo por H2O levou muitos outros jogadores a imitar ou a gozar com o acontecimento.

No seguimento da situação caricata, houve uma quebra no preço das acções cotadas em bolsa da Coca-Cola, levando a empresa multinacional americana a perder 4 mil milhões de dólares em valor de mercado.

No entanto, já no dia 11 de Junho, a Nasdaq reportava que a Coca-Cola tinha anunciado que quem comprasse acções depois do dia 14 de Junho não teria acesso aos dividendos trimestrais. Ora, segundo a Forbes, as garrafas da bebida foram removidas por Ronaldo às 9:43 da manhã (hora de leste nos E.U.A.), tendo a Coca-Cola perdido os tais 4 mil milhões de dólares 3 minutos antes.

No mesmo artigo, a revista americana menciona que o mercado do dia 14 de Junho tinha estado em baixo e dá como exemplo a Ford ter perdido cerca de 2 mil milhões de dólares nesse mesmo dia. Mesmo depois da recusa de Ronaldo, os preços das acções da multinacional americana subiram e adicionaram 1.3 mil milhões de dólares ao valor da empresa.

Em tom mais leviano, o capitão suíço Granit Xhaka, no jogo frente à França para os oitavos de final do Euro 2020, decidiu beber uma garrafa inteira de Coca-Cola antes da sua equipa eliminar os gauleses na marcação de grandes penalidades. A diferença entre quem bebeu o refrigerante e quem o pôs de parte está nos detalhes: Xhaka liderou a sua equipa aos quartos de final do Euro e Ronaldo foi para casa beber água.

2 Jul 2021

Euro 2020 | Inglaterra bate Alemanha e quebra jejum de 1966

Em solo inimigo e a jogar no coração de Londres, a Mannschaft tinha como missão viver ou deixar morrer. Contudo, os alemães ensinaram-nos que conseguem ser eternos como os diamantes, especialmente contra ingleses. Mas ontem não encontraram pela frente uma equipa sem trunfos. Desta vez, as tropas de Southgate tinham em sua posse a arma dourada e licença para matar

Por Martim Silva

 

No penúltimo jogo dos oitavos de final do Euro 2020, o conjunto dos Três Leões deu alegrias a Sua Majestade, a Rainha e a todos os cidadãos ingleses quando derrotaram por 2-0 a Alemanha. Desde 1966, quando os ingleses conquistaram o Mundial desse ano frente aos germânicos, que uma selecção inglesa não derrotava uma selecção alemã em competições oficiais numa fase a eliminar. O enguiço foi quebrado e a equipa de Gareth Southgate tombou o seu Adamastor.

Foi sob o olho atento dos Duques de Cambridge que o embate entre dois gigantes do futebol europeu se desenrolou de maneira equilibrada. A Alemanha com o seu 3-4-3 no ataque e um 5-3-2 a defender era o original.

A Inglaterra, com o mesmo esquema a atacar e a defender era a cópia. Os ingleses adaptaram a esquemática para encaixarem individualmente nos jogadores alemães, especialmente no momento defensivo. Com Mason Mount, Jack Grealish, Phil Foden e Jadon Sancho no banco parecia que a equipa técnica inglesa tinha deitado a toalha ao chão e assumido a derrota caseira. Por vezes, o jogo até tendia a ir nessa direcção.

Os alemães começaram com mais bola e a tentar fazê-la chegar às suas unidades mais adiantadas e para isso tinham não só que ultrapassar a pressão dos três atacantes de Inglaterra, Raheem Sterling, Harry Kane e Bukayo Saka, como criar vários obstáculos ao meio-campo de Declan Rice e Kalvin Phillips. Para a bola chegar ao meio-campo adversário, a Alemanha utilizou Thomas Müller no meio dos médios ingleses, Kai Havertz descaído para um dos lados, Toni Kroos mais recuado e Leon Goretzka à sua frente. Timo Werner atacava a profundidade. Durante alguns períodos de jogo, este posicionamento variava entre os jogadores de Joachim Löw, o que lhes permitiu, por vezes, chegar mais próximo da baliza de Jordan Pickford, guarda-redes inglês, que foi obrigado a duas grandes defesas, primeiro com o remate do isolado Werner aos 32 minutos e depois na segunda parte, aos 48 minutos, com um remate à entrada da área de Havertz.

Para colmatar o ataque do adversário, Southgate colocou os seus jogadores numa autêntica marcação individual no campo inteiro. A atacar, o conjunto dos Três Leões usava as combinações entre Saka e Sterling e os respectivos laterais. O avançado Harry Kane atacava a profundidade. Mas a distância entre os alas e o próprio Kane em zonas de finalização fizeram com que os alemães controlassem a situação.

No entanto, as tropas do seleccionador alemão mostraram-se frágeis na transição defensiva e sofreram desse veneno com o golo de Sterling aos 75 minutos, após assistência de Luke Shaw. O golo do extremo do Manchester City deu nova fé aos ingleses e exacerbou a importância que Grealish tem na equipa de Southgate, mesmo quando começa o jogo no banco. O médio do Aston Villa esteve envolvido no primeiro golo e assistiu Harry Kane no segundo do encontro, aos 85 minutos. 5 minutos antes Müller falhou um golo na cara do guarda-redes, que podia ter empatado a partida.

Triunfo histórico

Após uma tremenda exibição, Raheem Sterling deixou claro que sabia da qualidade da sua equipa. “Sabíamos que precisávamos de um grande desempenho contra uma equipa difícil, como fizemos hoje. Fazê-lo pelo meu país é sempre especial. Sabemos a intensidade com que podemos jogar e muitas equipas não conseguem lidar com isso.

Mas vamos jogo a jogo, vamos recuperar e focarmo-nos no próximo adversário.”, sublinhou o jogador inglês.
No Euro de 1996, Inglaterra e Alemanha encontraram-se na meia-final do torneio, tendo empatado a uma bola e ido a grandes penalidades. Southgate, na altura jogador, não converteu o castigo máximo e deu oportunidade aos alemães de marcarem e seguir em frente. Em 2021, o treinador inglês vê agora de fora o forte desempenho da sua equipa. “Eu acho que os jogadores foram imensos, hoje. Saber que tantos milhões de pessoas, depois de um ano difícil em casa, conseguem ter esta alegria é muito especial. Foi um grande resultado. Não tínhamos umas meias (Mundial de 2018) seguidas de uns quartos de final desde 1966. Estes jogadores continuam a escrever história.”, sublinhou o treinador dos Três Leões.

Do outro lado da alegria e em tom de despedida estava Joachim Löw, que apesar da derrota decidiu recordar a sua caminhada de 15 anos à frente da Mannschaft. “Nestes 15 anos houve muita coisa positiva. Ganhámos o Mundial em 2014 e as Confederações em 2017, mas desde 2018 que temos problemas. No fundo, não conseguimos impor o nosso jogo às outras equipas.”, sentenciou o agora ex-seleccionador alemão.

 

Ucrânia vence Suécia em jogo eléctrico

Após a eliminação surpreendente de França e dos Países Baixos, o último jogo dos oitavos de final do Euro 2020 entre ucranianos e suecos prometia ser um óptimo espetáculo. Ambas as equipas já tinham mostrado competência na fase de grupos.

A Suécia ficou em primeiro num grupo onde estava a Espanha e a Ucrânia é o único conjunto do Grupo C ainda em prova. No meio de um jogo equilibrado, a equipa orientada por Andriy Shevchenko saiu de Glasgow com um triunfo suado por 2-1, com necessidade de prolongamento.

Os ucranianos mudaram o esquema ao colocarem 3 centrais dentro de campo. A construção de jogo a partir de trás teve alguns soluços no início da partida, devido ao enorme trabalho defensivo do 4-4-2 do treinador Janne Andersson, que tinha a primazia de defender o meio do terreno. Com a bola, a selecção de Shevchenko tentava criar desequilíbrios nas costas dos médios suecos tentando desbloquear a organização defensiva adversária através do médio Mykola Shaparenko. Com um bloco muito compacto, os ucranianos necessitavam de rápidas mudanças de flanco para apanhar as costas da linha média da Suécia em recuperação de posição.

E foi isso que aconteceu no primeiro golo com um passe magistral de Shaparenko a isolar o capitão Andriy Yarmolenko que assistiu o lateral esquerdo, Oleksandr Zinchenko para um grande golo aos 27 minutos. A Suécia reduziu por Emil Forsberg aos 43 após um ressalto da defesa adversária.

Na segunda parte, o jogo teve três remates aos ferros das balizas. Um da Ucrânia e dois da Suécia. E ambos os guarda-redes a fazerem várias defesas ao longo da partida. No prolongamento e após expulsão do sueco Danielsson, e com claras baixas físicas, Shevchenko lançou Artem Dovbyk que aos 120+1 minutos marcou o golo decisivo de cabeça após cruzamento de Zinchenko.

No final do jogo, o treinador da Ucrânia mostrou-se satisfeito com o comprometimento dos seus jogadores. “Estou muito orgulhoso dos meus rapazes, que deram tudo. Eles aplicaram-se muito, sinto-me muito feliz e dedico o triunfo ao povo ucraniano.”, sentenciou Shevchenko cuja equipa vai agora defrontar a Inglaterra nos quartos de final.

Quartos de final | Ucrânia não vence Inglaterra desde 2009

O confronto entre ingleses e ucranianos não era o esperado para os quartos de final do Euro 2020. A equipa de Gareth Southgate não teve um desempenho alegre na fase de grupos e a Ucrânia por pouco não entrava nos melhores terceiros classificados da competição. Mas aquilo que ambas mostraram nos oitavos de final, promete um jogo aberto e capaz de surpreender.

Para os ucranianos, a tarefa é complicada. Em Inglaterra há jogadores que valem milhões de euros e são capazes de ter um salário superior ao orçamento de um qualquer clube ucraniano. Mas as diferenças mais importantes são dentro de campo e aí a equipa de Andriy Shevchenko tem mais do que argumentos para dificultar a vida da Inglaterra. Esta é a mentalidade do ex-jogador e agora seleccionador da Ucrânia.

“Eu vi todos os três jogos de Inglaterra na fase de grupos, o de hoje frente à Alemanha não vi porque estava a preparar o nosso jogo contra a Suécia. É incrivelmente difícil eles sofrerem golos, mas as suas forças não nos assustam.”.

Sem vencer os ingleses desde a qualificação para o Mundial de 2010, a Ucrânia prepara-se para um embate em Itália, no estádio Olimpico de Roma, às 3h de Macau do dia 3 para 4 de Julho, frente a uma equipa motivada depois de uma vitória emocionante frente a um antigo rival, a Alemanha. Com a euforia ainda fresca na cabeça dos seus jogadores, Southgate alerta para novos e desafiantes obstáculos durante o resto da prova. “É um momento perigoso para nós. Vamos ter o calor do sucesso e o sentimento à volta do país de que temos de aparecer na melhor forma para ganharmos isto e sabemos que será um desafio imenso daqui para a frente.”, alertou o treinador inglês.

Quem vencer o duelo irá defrontar o vencedor do jogo entre República Checa e Dinamarca, nas meias-finais do Euro em Wembley. A final é no mesmo estádio, dando fogo extra à motivação inglesa.

1 Jul 2021

Automobilismo | Ao fim de 119 anos um automóvel chinês venceu em Portugal

Este fim de semana escreveu-se história em Portugal. Pela primeira vez em 119 anos da história do automobilismo português – primeira corrida de automóveis disputada em Portugal foi em Agosto de 1902 no hipódromo de Belém – uma corrida foi ganha por um automóvel de um construtor chinês. Contudo, esta foi uma vitória tudo menos pacifica

 

Em vésperas da “Corrida de Portugal” da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR caiu uma bomba no paddock do campeonato. O Zhejiang Geely Holding Group, proprietário da subsidiária que detém o circuito chinês de Ningbo (MiTime Group) e da marca Lynk & Co, anunciou na passada quinta-feira que suspendia o apoio ao Eurosport Events no que respeita à promoção da prova da WTCR na China.

Esta decisão do maior construtor automóvel privado chinês surgiu no seguimento do descontentamento da Cyan Racing, a equipa que coloca em pista os quatro Lynk & Co na WTCR, sobre o BoP (Balance of Performance) da principal categoria de carros de Turismo da FIA. A equipa da marca chinesa sente-se prejudicada face às rivais Honda e Hyundai, tendo mostrado logo o seu descontentamento após a primeira prova do ano na Alemanha. O eco dos protestos da Cyan Racing chegou a Zhejiang e a casa-mãe respondeu com o cancelamento do apoio à prova chinesa do campeonato, que estava agendada para o fim de semana de 6 e 7 de Novembro.

“Ficou bem claro que não faz sentido estarmos envolvidos em promover comercialmente as corridas da FIA WTCR na China”, disse Victor Yang, Vice Presidente do Zhejiang Geely Holding Group. “Não temos mais confiança nas organizações TCR / WTCR e suspendemos a cooperação e apoio ao Eurosport Events e à corrida de Ningbo da FIA WTCR. Esta corrida é um evento chave para nós, para ligarmos os programas de corridas do Lynk & Co 03 e os carros de estrada. Contudo, quando os carros de corrida não estão nivelados, não faz sentido para nós investirmos comercialmente num fim de semana de corridas da WTCR apenas para os nossos clientes, fãs e marca agonizarem no nosso maior mercado caseiro”.

A Eurosport Events não comentou a posição do grupo chinês, mas a suspensão deste apoio poderá ter colocado um ponto final definitivo na planeada visita a Ningbo, até porque as limitações na entrada de estrangeiros no país fazem com que actualmente o evento seja impossível de realizar. A WTCR tem ainda a sua última prova marcada para Macau, mas também tal só será possível se forem levantadas algumas das restrições que estão em vigor desde o início da pandemia.

De que se queixa afinal

Para que exista um equilíbrio entre os diferentes carros da WTCR, a organização da competição joga com três parâmetros: altura ao solo, peso e potência. A Lynk & Co queixou-se logo no final da primeira jornada, em Nurburgring (Alemanha), que os seus carros não tinham velocidade de ponta para a concorrência. A WSC – a empresa que tem os direitos da categoria TCR e faz o BoP do campeonato – não fez qualquer alteração para a prova do passado fim de semana no Estoril, o que deixou a Cyan Racing indignada.

Os homens que usam os carros da marca chinesa não compreendem o porquê do novo Hyundai Elantra N poder rodar com mais potência e menos peso do que o antecessor i30 N, enquanto que no primeiro ano do Lynk & Co 03 TCR, em 2019, teve que correr com o peso máximo e só com 97,5% da potência. Ao mesmo tempo também critica a redução de peso de 20 kg que os Honda receberam, isto após homologarem uma série de novos componentes.

No Estoril, após a qualificação, onde o melhor Lynk & Co foi apenas o sétimo mais rápido, Yvan Muller dizia que “perdia 6 km/h. É o que é. Mesmo tendo um dos melhores carros do pelotão, com o actual BoP, nós tínhamos como fazer muito mais que isso”. Para o campeão em título, Yann Ehrlacher, “quando andas sozinho não sentes a diferença de potência, mas 2,5% a menos quando andas lá no meio faz a diferença”.

Apesar das contrariedades, aproveitando o facto da grelha de partida da primeira corrida da WTCR inverter nas dez primeiras posições da qualificação e um pouco do azar alheio, a Lynk & Co colocou três dos seus quatro carros nas três primeiras posições da primeira corrida. O francês Ehrlacher deu assim, inesperadamente e contra as expectativas da sua própria equipa, o primeiro triunfo de um carro de uma marca chinesa em solo português.

O Patinho Feio

A verdade é que Lynk & Co, construído pela mesma equipa que fazia os Volvo do WTCC, tem sido o “Patinho Feio” do campeonato desde o primeiro dia. Sendo a WTCR uma competição só para equipas privadas, a presença da Lynk & Co é vista aos olhos dos rivais como um programa totalmente oficial, com orçamento e pilotos providenciados pela marca, o que é contra o espírito do campeonato. Por outro lado, a disponibilidade para venda a terceiros do carro que venceu a Corrida da Guia em 2019 e 2020 continua a levantar muitas dúvidas. Apenas quatro carros foram vendidos em três anos, sendo que três dessas unidades são da equipa oficial chinesa no TCR China.

30 Jun 2021

Euro 2020 | Suíça elimina França nos penáltis

Parecia que o Titanic francês se aproximava de um iceberg suíço. Ninguém queria acreditar, mas as deficiências da equipa de Didier Deschamps foram expostas pelo conjunto de Vladimir Petkovic, levando à humilhação do actual campeão mundial e vice-campeão europeu. Um dos favoritos a conquistar o Euro foi para casa mais cedo. E tudo por causa de um país, outrora, neutro

 

Por Martim Silva

Na derrota através de grandes penalidades frente à Suíça (3-3 em tempo regulamentar), a França teve poucos momentos de controlo de jogo, de solidez defensiva e de aparência de ser o campeão mundial de 2018.

Não se percebeu a invenção de Deschamps quando decidiu pôr em campo um 3-4-3 a atacar e um 5-3-2 em organização defensiva. Neste aspecto, a derrota gaulesa não tem surpresa. Os suíços, especialmente, na primeira parte criaram os desequilíbrios necessários na (des)organização do adversário, criando oportunidades de perigo. Granit Xhaka, centro campista da Suíça, orquestrou várias manobras ofensivas através da sua visão de jogo, tendo acertado 81 dos 87 passes executados.

Steven Zuber, que está agora isolado na tabela de melhor assistente do Euro, foi crucial na organização ofensiva do lado esquerdo, visto que, até à entrada de Kevin Mbabu na segunda parte, o lado direito da equipa de Petkovic pouco ou nada fez.

A estratégia dos suíços passou por explorar as ineficiências de França, especialmente no seu meio-campo. Pogba causou os normais distúrbios defensivos, porque nunca foi disciplinado nessa área, Griezmann, por ser um avançado, e a ter de estar colado aos dois médios no momento defensivo, não sabia fazer uma adequada cobertura de espaços. E mesmo com N’Golo Kanté por perto, a equipa parecia perdida.

O jogo tanto é ataque como é defesa, e a equipa francesa é reconhecida por ter um óptimo tridente ofensivo com Kylian Mbappé, Karim Benzema e o próprio Griezmann. Com tanto poderio, os franceses pouco ou nada fizeram na primeira metade do encontro. Mbappé estava constantemente em posição de vantagem do lado esquerdo do seu ataque, tendo apenas um de três defesas suíços pela frente, e não conseguiu tirar proveito da sua velocidade e capacidade de drible. O próprio Benzema pouco ou nada fez no primeiro tempo e Griezmann, à excepção das bolas paradas, esteve mais em destaque por fazer parte da cratera que era o meio-campo francês.

Com as falhas francesas a serem desmascaradas nos oitavos de final do Euro 2020, coube à Suíça saber o que fazer quando tinha a bola e quando não a tinha.

Em ambos os momentos de jogo, os suíços foram mais competentes que os franceses. Em muitas situações Breel Embolo e Haris Seferović estavam em posições de igualdade frente aos dois defesas centrais franceses, Raphaël Varane e Presnel Kimpembe, sendo capazes de transportar a bola para zonas mais adiantadas do terreno de jogo.

Com isto em mente e após cruzamento de Zuber, Seferović marca de cabeça aos 15 minutos. Durante o resto da primeira parte os franceses continuavam em cruise control.

Jogo de loucos

Na segunda parte os franceses entraram com tudo, mas antes passaram pelo susto do árbitro, Fernando Rapallini, marcar grande penalidade para os helvéticos depois de derrube de Benjamin Pavard sobre Zuber. Hugo Lloris, guarda-redes francês, acabou por defender o penálti de Ricardo Rodríguez.

Com o susto pelas costas, Benzema marcou aos 57 e 59 minutos com a defesa suíça a parecer a defesa francesa na primeira parte. O jogo pareceu concluído quando Pogba, aos 75 minutos, com um remate fenomenal à entrada da grande área dos suíços fez o 3-1.

Mas o mal-amado ponta de lança do Benfica, Seferović voltou a marcar de cabeça aos 81 e 9 minutos depois viu o seu colega Mario Gavranović, que entrou aos 73 minutos, marcar um golo sem qualquer tipo de resistência, devido ao buraco enorme deixado entre Kimpembe e Varane. O jogo acabou empatado e foi para prolongamento. Logo ao minuto 95, Yan Sommer, guardião helvético, faz uma enorme defesa a remate de Pavard dentro da grande área, aumentando a esperança da equipa de Petkovic.

Com tanta vontade francesa para procurar ultrapassar o trauma de 2016, os penáltis eram a última oportunidade para evitar novo desastre. Foram marcados 9 penáltis, tendo a Suíça marcado cinco e a França apenas quatro. Mbappé depois de um jogo letárgico falhou a derradeira penalidade, levando os suíços ao Olimpo.

No seguimento da eliminação de uma das equipas mais talentosas de França, mais ainda que a de 2016, Deschamps mostrou-se desiludido. “Falhámos na primeira parte e fizemos o necessário para dar a volta na segunda. A nossa força é sermos sólidos, mas mostrámos fraquezas e deixámos a Suíça voltar ao jogo. É futebol. O torneio acaba para nós”. Para o avançado Seferović há poucas vitórias como esta. “Todos lutámos muito. Fizemos história, conseguimos. Estamos muito felizes e vamos celebrar, mas queremos estar prontos para o próximo jogo.”. Rematou o jogador suíço.

 

República Checa vs Dinamarca | Duelo de forasteiros no Azerbaijão

Será apenas a terceira vez que República Checa e Dinamarca se defrontam em Euros, com a partida de sábado para domingo em Baku, às 00h de Macau, a montar o palco dos não favoritos da competição. Nas duas partidas anteriores, porém, os checos levam duas vitórias sem qualquer golo sofrido. Uma vitória no Euro 2000 e outra no Euro 2004, faria dos checos favoritos a vencer o trio de encontros. Mas os desempenhos, dos últimos dois jogos, da equipa de Kasper Hjulmand mostram um enviesamento da narrativa do passado.

A Dinamarca é favorita a vencer porque tem melhores jogadores e eliminou de forma expressiva o País de Gales por 4-0. Quanto aos checos, ultrapassaram os Países Baixos (2-0) depois de uma expulsão que ajudou no triunfo.
Para a equipa de Jaroslav Šilhavý, contar com o avançado Patrik Schick é fundamental para atacar a baliza adversária. Apesar dos checos não terem uma capacidade de ataque robusta, o jogador do Bayer Leverkusen, marcou 4 dos 5 golos da República Checa neste Euro. Foi Tomáš Holeš, no jogo frente ao conjunto laranja, quem marcou o outro tento.

Os checos têm uma selecção, maioritariamente, formada ou que jogou no Slavia de Praga e jogadores como Tomáš Vaclík, Vladimír Coufal, Tomáš Souček e Jakub Jankto, que actuam nos principais campeonatos da Europa, poderão ajudar os seus compatriotas numa outra fase a eliminar.

Quanto à Dinamarca, e com a lesão de Yussuf Poulsen que o deixou de fora frente ao País de Gales, foi Kasper Dolberg a tomar conta das rédeas ofensivas nórdicas com dois golos frente aos galeses. Com a equipa em boa forma, o seleccionador dinamarquês admira a capacidade mental dos seus adeptos mesmo depois da situação em torno de Eriksen. “É difícil de acreditar, mas estou muito grato a todos os dinamarqueses pelo apoio que temos recebido. É incrível. Eu admiro os jogadores e admiro o facto de conseguirmos lutar”, sublinhou Hjulmand.

 

Espanha vence Croácia num jogo emocionante

O desaire francês estava ainda a umas horas de distância, mas espanhóis e croatas não quiseram ficar em segundo no que toca a jogos de futebol espectaculares com muita emoção à mistura. La Roja derrotou o vice-campeão mundial por 5-3 numa partida que necessitou ir a prolongamento e que se tornou num dos grandes jogos deste torneio.

Luis Enrique, seleccionador espanhol, tinha previsto que a chave do encontro estava no meio-campo de ambas as equipas com a Croácia a alinhar com Kovacic, Brozovic e Modrić e os espanhóis a terem um trio composto por Busquets, Pedri e Koke.

A Croácia preferiu adoptar uma estratégia de bloco médio-baixo, tapando, principalmente os espaços para Pedri e Koke. Com uma linha de cinco a cobrir a frente da linha defensiva croata, os seus alas tinham a orientação corporal de maneira a tapar as linhas exteriores para os respectivos laterais espanhóis.

Com a ocupação central do terreno bem orientada, a Espanha pouco conseguiu fazer na primeira parte. As oportunidades que os espanhóis tinham de furar o meio-campo axadrezado apareciam quando Pedri e Koke saíam das costas dos médios croatas e se esticavam mais para as alas, abrindo espaço na zona lateral e interior, porque os adversários iam por arrasto, onde Álvaro Morata aparecia para fazer ligações interiores.

O primeiro golo da partida foi um autogolo de Pedri aos 20 minutos de jogo, que ao tentar passar a bola para o seu guarda-redes, Unai Simón, dificultou-lhe a recepção e a bola acabou por entrar.

Em busca do resultado, os espanhóis restabeleceram a igualdade ao minuto 38 através de Pablo Sarabia com muita confusão à mistura. Azpilicueta aos 57 e Ferran Torres aos 76 minutos dilataram a vantagem para os espanhóis, mas ao minuto 85 e 90+6 os croatas empataram através de Mislav Oršić e Mario Pašalić, respectivamente.

No prolongamento, a Espanha foi mais capaz e mais fresca e resolveu a partida com golos de Morata e Oyarzabal, tendo sido para o treinador espanhol um jogo de loucos. “Foi um jogo épico. Teve alguns aspectos positivos e alguns negativos. O futebol é um desporto de erros. O Unai ensinou uma lição a todos. Depois de um erro, não é isso que importa, mas sim a atitude após o erro. É uma lição para todos os colegas de equipa.”.

30 Jun 2021

Euro 2020 | Portugal é eliminado pela Bélgica nos oitavos de final

Na incerteza do futuro, Fernando Santos fez algumas mexidas. Por necessidade física ou escolha, a selecção lusa entrou com o objectivo de ganhar. Mas no meio de tanto talento português e belga, a equipa de Fernando Santos voltou a ser aquilo que sempre foi. Uma equipa com uma geração de milhões a jogar a um nível de tostões

 

Por Martim Silva

Oportunidades não faltaram às diversas selecções das quinas de ganharem um, dois ou mais troféus internacionais. Anos como 2000, 2004, 2006 e até 2012 são apenas exemplos recentes. Já para não mencionar as diversas competições onde Portugal nem apareceu, apesar do seu calibre.

No jogo de ontem, mais uma equipa se alistou no leque de gerações desperdiçadas devido à mediocridade exibida em campo. Ontem, a Bélgica venceu Portugal por 1-0 a contar para os oitavos de final do Euro 2020.

A tarefa parecia mais complicada que em 2016, onde Portugal apanhou pela frente adversários que não eram favoritos a conquistar o troféu de campeão europeu. Em 2018, no Mundial, a tarefa também parecia mais complicada. Mas superar obstáculos faz parte do ADN de Portugal, não só enquanto nação, mas selecção. Contudo, desde esse Mundial e incluindo este Euro 2020, Portugal venceu apenas dois jogos. Um frente a Marrocos e outro frente à Hungria. É pouco para uma equipa que tem, dentro da sua convocatória, campeões ingleses, franceses, espanhóis e quatro jogadores que foram vice-campeões europeus. Fernando Santos tarda em colocar esta geração e equipa a jogar o melhor possível.

O mesmo se passou em 2014 e noutros anos onde a superstição e as polémicas, como o “caso Paula”, eram o pão nosso de cada dia. Esta geração portuguesa, porém, não encontra muitas equipas melhores.
Rui Patrício, guarda-redes da selecção, até teve um serão tranquilo frente aos belgas. Portugal tinha três jogadores no seu meio-campo, João Palhinha, Renato Sanches e João Moutinho. Este trio encaixava em Kevin De Bruyne, que procurava receber a bola numa zona mais adiantada do terreno. Os outros médios belgas, Youri Tielemans e Axel Witsel formavam um par mais recuado.

No esquema de 3-4-3 da Bélgica (5-2-3 a defender), Portugal devia ter explorado mais as combinações em igualdade numérica nas alas belgas, mas onde a largura está bem resguardada, porque tem 5 jogadores a defendê-la, e com Portugal a virar com pouca velocidade o centro do jogo, não houve ataques surpresa.

Mesmo quando os três avançados eram batidos quando pressionavam a selecção até à entrada da sua grande área, o que possibilitava à equipa de Fernando Santos jogar contra menos três jogadores, porque Lukaku, De Bruyne e Eden Hazard não têm disciplina defensiva, Portugal foi incapaz de fazer mais nos corredores e no meio do terreno. Mesmo quando Witsel ou Tielemans tentavam colar-se a Renato ou Moutinho para não os deixar virar, deixando espaço no meio, Portugal não ocupou bem estes espaços.

Sem grande caudal ofensivo por parte da equipa de Roberto Martínez, a Bélgica chegou ao golo aos 42 minutos, com um grande remate de Thorgan Hazard, à entrada da área.

A resposta lusa

João Félix entrou apenas aos 55 minutos e mexeu imediatamente com o jogo. Ter um jogador com a sua capacidade ofensiva e inteligência em ocupar espaços no banco é sinal de desperdício de mais uma geração. Bruno Fernandes também entrou aos 55 minutos e com mais bola nos pés do que nos jogos anteriores, mostrando o porquê de ser um dos melhores médios a jogar em Inglaterra.

Portugal na segunda parte, e com jogadores capazes de fazer estragos mais à frente, rematou ao poste da baliza de Thibaut Courtois, que fez algumas defesas, mas nada de impressionante.

A equipa lusa sofreu até ao último segundo com a ansiedade da eliminação. O sofrimento deu lugar à eliminação e sobre isto, Fernando Santos disse o seguinte. “Os jogadores tiveram uma atitude forte. Procurámos atacar, criámos condições, defendemos bem também. A equipa belga fez seis remates, mas só por uma vez acertou na baliza e foi golo. Portugal fez 29 remates e não conseguiu fazer golo. A bola foi ao poste, bola aqui, bola acolá, mas os jogadores sempre atrás do resultado.”.

Contudo, o treinador português não tem medo de desafios maiores, apontado já para as próximas competições. “Nós acreditávamos que iríamos à final e venceríamos. Vínhamos com esse espírito e vontade. Os jogadores estão a chorar, normal, mas há muitas coisas a ganhar no futuro. Em 2018 também fomos eliminados no Mundial e depois ganhámos a Liga das Nações. Temos de olhar para a frente e ganhar o Campeonato do Mundo.”. Sentenciou Fernando Santos.

 

Expulsão de De Ligt dita apuramento checo

Os Países Baixos perderam por 2-0 contra a República Checa e as dificuldades que ambas as equipas têm, em vários momentos do jogo, foram expostas de forma clara.

No primeiro jogo da noite de ontem, a selecção de Frank de Boer começou o jogo com bola, não sendo capaz de ter uma unidade coesa ofensiva. O único motor de criação laranja era Memphis Depay, jogador que irá representar o Barcelona na próxima época, com Frenkie De Jong como parceiro. Além destes dois, e a capacidade de passe de Daley Blind, os Países Baixos pouco fizeram.

O ataque à profundidade de Denzel Dumfries, lateral oranje, era perigoso para a defesa checa, mas em apenas uma ocasião criou algum perigo.

No meio-campo laranja, as dificuldades na organização defensiva ficaram patentes quando um dos médios, Marten de Roon e De Jong ,tinha de cobrir o espaço deixado entre lateral e central na linha defensiva de Frank de Boer, deixando o outro colega como o único elemento à frente da defesa.

Quanto aos checos, foram incapazes de aproveitar a fraca organização defensiva dos Países Baixos. O jogo mais directo e longo não assustou as tropas laranjas até ao minuto 55 quando o defesa Matthijs de Ligt em disputa com o avançado checo, Patrik Schick, agarrou a bola com a mão e foi expulso da partida. Os erros do jovem defesa foram-se acumulando e este custou a passagem dos Flying Dutchmen à próxima fase do Euro. Logo aos 60 minutos, os checos chegaram à vantagem depois de um canto, Tomáš Holeš marcou de cabeça. Aos 80 minutos, Schick marcou o seu 4.º golo da competição. Os checos vão agora defrontar a Dinamarca no dia 3 de Julho.

Sobre a expulsão, de Ligt mostrou arrependimento. “Dói e custa muito. Perdemos o jogo e fomos eliminados por minha culpa, não devia ter feito o que fiz naquele lance. Tínhamos o jogo sob controlo, criámos algumas oportunidades e a República Checa não as estava a conseguir ter. Como é óbvio, o cartão vermelho fez toda a diferença”.

 

Inglaterra e Alemanha tiram teimas em Wembley

Durante 36 anos (1930-1966), a Alemanha não venceu nenhum dos oito confrontos que teve com a Inglaterra. A última, e talvez mais importante vitória foi na final do Mundial de 1966, ganho pelos ingleses. Mas desde 1968 até agora, a selecção dos Três Leões só venceu seis dos 24 jogos disputados por ambos.

No fim de um destes jogos, a meia-final do Mundial de 1990, Gary Lineker, na altura avançado da selecção inglesa orientada por Bobby Robson, deixou claro que apesar de todas as contrariedades de um jogo de futebol, no fim ganha sempre a Alemanha.

Em 2021, a Inglaterra é favorita a vencer a Alemanha no jogo dos oitavos de final do Euro no estádio Wembley, em Londres. O jogo será de terça para quarta-feira às 00h e para os alemães, estarem em território inimigo não assusta. “Eles jogam em casa e querem atacar. Vamos ter um jogo mais aberto. Temos de melhorar algumas coisas, estamos conscientes disso, temos de ter cuidado e prestar atenção às bolas paradas de Inglaterra.” Atirou o treinador alemão, Joachim Löw.

Em desvantagem numérica nas bancadas, Wembley vai receber 45 mil adeptos, com apenas 2 mil germânicos. A Federação Alemã não está muito contente com a distribuição de bilhetes, levando à ilação de que um alemão à procura de vingança é sempre perigoso.

No outro embate da noite, 03h de Macau, Suécia e Ucrânia defrontam-se pela segunda vez em competições oficiais. Os suecos procuram dar continuidade a uma fase de grupos sem derrotas e a Ucrânia procura redimir-se da derrota e da fraca exibição frente à Áustria (1-0). A chegada aos oitavos de final é melhor posição dos ucranianos em Euros e continuar em competição é motivação mais do que suficiente.

29 Jun 2021

Euro 2020 | Itália alcança triunfo frente à Áustria no prolongamento

Sabendo que o favoritismo pendia para o seu lado, os transalpinos dificultaram a passagem aos quartos de final. Em jogo contra os austríacos, a Itália precisou do prolongamento para vencer por 2-1, depois do susto do golo adversário perto do fim do prolongamento. Com as facilidades da fase de grupos, os italianos tiveram alguma dificuldade em ultrapassar uma equipa mais competitiva na fase a eliminar

 

Por Martim Silva

No primeiro teste de fogo para a equipa de Roberto Mancini, os italianos receberam a Áustria em terras de Sua Majestade. O estádio de Wembley, em Londres, presenciou o segundo jogo dos oitavos de final do Euro 2020 e o frente-a-frente entre um dos favoritos a conquistar a prova e uma equipa que é um verdadeiro osso duro de roer.

Durante a fase de grupos, os austríacos só perderam contra os Países Baixos, tendo vencido de forma convincente a Macedónia do Norte e a Ucrânia. Para a Itália, a passagem de grupo foi perfeita. Zero golos sofridos e três vitórias. Mas numa situação onde quem perde vai para casa, a faísca estava ainda mais elevada e a pressão mais sufocante.

O jogo entre países vizinhos começou com o já habitual domínio do jogo por parte dos azzurri. Com um meio-campo composto por Jorginho, Marco Verratti e Nicolò Barella, a pressão após a perda da bola continuou activa e com algumas recuperações de bola.

A Áustria, contudo, mostrou-se incapaz de explorar os espaços deixados pela organização defensiva italiana. Quando a equipa de Franco Foda decidia construir jogo a partir da sua grande área, a Itália era variada na sua pressão.

Quando os defesas centrais austríacos tinham a bola, um dos médios italianos saía na pressão: se fosse o central do lado direito com o esférico, era Barella; e se fosse o do lado esquerdo era Verratti. Se os médios saíssem de posição para condicionarem o ataque da Áustria, havia espaço nas costas destes. Mas se fossem os alas a pressionar em vez dos médios, isto é, Lorenzo Insigne na pressão ao lado esquerdo e Domenico Berardi ao lado direito, a capacidade ofensiva fluía com facilidade pelas alas após combinação com o seu meio-campo.

No início da partida, foi com esta vertente ofensiva que a equipa de Foda tentou atacar os espaços deixados pelos transalpinos. David Alaba, lateral esquerdo, tinha sempre margem de progressão com a bola após combinação com o seu compatriota, o médio Florian Grillitsch. Na chegada ao meio-campo adversário, as combinações eram mais fracas e a chegada à área também.

A primeira grande oportunidade do jogo da Áustria foi com um ataque à profundidade de Marko Arnautović mas o remate foi para cima da baliza de Gianluigi Donnarumma. Minutos antes, aos 16 minutos, Barella já tinha testado a baliza do guarda-redes Daniel Bachmann, que defendeu o remate do médio com os pés.

Porém, com a Itália a ter mais bola, as combinações feitas no lado esquerdo do ataque de Mancini, com Verratti, Insigne e Leonardo Spinazzola em destaque, eram mortíferas e criaram várias oportunidades de perigo.

A dificuldade que o meio-campo de Foda demonstrou em controlar o ataque italiano estava na inferioridade numérica austríaca nesta zona do terreno. A Áustria, por vezes só tinha um elemento (Grillitsch) no meio porque Marcel Sabitzer posicionava-se ao lado do ponta de lança, Arnautović, e Xaver Schlager tinha dificuldade em recuperar a sua posição porque fazia incursões pela direita.

Portanto, o espaço explorado pelos italianos, na parte interior do lado esquerdo do terreno, onde estava Insigne, foi crucial no primeiro golo da Itália. Pelo meio, houve ainda um remate ao poste de Ciro Immobile numa primeira parte pouco perigosa. Na segunda parte do encontro, a Áustria viu um golo de Arnautović ser anulado por fora-de-jogo aos 64 minutos.

Alterações cruciais

Com o prolongamento à vista, Roberto Mancini trouxe para dentro de campo, ainda na segunda metade, Matteo Pessina, Federico Chiesa e o avançado Andrea Belotti. Este último trouxe um melhor jogo com bola do que Immobile. Já Pessina e Chiesa deram à equipa mais chegada à área e ataque à profundidade.

Aos 95 minutos, com espaço no lado esquerdo de Itália, e com os arrastos de Belotti e Pessina, Spinazzola faz um passe para o lado contrário a isolar Chiesa, que ao controlar a bola com a cabeça finta Konrad Laimer e finaliza com o pé esquerdo.

Aos 105 minutos e com assistência do defesa Francesco Acerbi, Pessina remata dentro da grande área, fazendo o segundo golo.

A seis minutos do fim do prolongamento, após um canto, o avançado Saša Kalajdžić marca um golo de cabeça. Mas tudo não passou de um susto para a Itália.

No final do jogo, Mancini deixou o alerta de que a vitória frente à Áustria foi mais difícil que um possível confronto frente a Bélgica ou Portugal. “Sabíamos que poderia haver potenciais cascas de banana no encontro e que ia ser mais difícil que os quartos de final. Eles não são tão bons como as equipas dos quartos, mas dificultam muito a vida e causam problemas.” Sentenciou o treinador azzurri que fica agora à espera do vencedor do jogo entre belgas e portugueses.

 

França e Espanha lutam por lugar nos quartos

Croatas e espanhóis já se tinham defrontado em 2016, para o Grupo D do Euro e resultado foi favorável aos axadrezados (2-1), que acabaram como líderes desse mesmo grupo.

Os moldes são agora diferentes, no confronto que dá lugar aos quartos de final do Euro 2020. A Espanha vem de uma fase de grupos onde não acabou em primeiro, tendo empatado por duas vezes e ganho apenas uma. A Croácia, com Luka Modrić em destaque, perdeu, venceu e empatou acabando também em segundo lugar.

O encontro entre dois velhos conhecidos, em Copenhaga, está marcado para a 00h de segunda para terça-feira, hora de Macau.

Antevendo o encontro, o treinador croata Zlatko Dalić realça a competência da sua equipa e do adversário. “A Espanha mostrou muita qualidade frente à Eslováquia. Mas nós também temos qualidade e vamos dificultar-lhes a tarefa. Teremos em mente que o ataque pode ser uma forma de defesa.”.

Assumindo a posição de favorita no encontro, a La Roja é também um dos candidatos a vencer o Euro. Mas com o seu seleccionador habituado aos grandes palcos europeus, prudência é a chave do sucesso. “Enfrentamos a Croácia em Copenhaga, uma cidade bonita, e toca-nos uma equipa de alto nível, com jogadores que conhecemos muito bem porque jogámos contra eles na Liga das Nações há dois anos, ou seja, será um rival complicado.” Concluiu o Luis Enrique.

No outro encontro da noite, a França defronta a Suíça em solo romeno. O palco de Bucareste recebe duas equipas que também já se cruzaram na fase de grupos de 2016, tendo empatado a zeros. O jogo disputado às 03h de Macau é visto com cautela pelos gauleses. “Agora é como se fosse uma nova competição, onde não se podem cometer erros, caso contrário somos eliminados. Estamos entusiasmados, mas também muito concentrados e cientes do perigo que a Suíça pode criar. Não nos consideramos favoritos.” Esclareceu Presnel Kimpembe, defesa francês. Ivan Perišić, extremo croata testou positivo à covid-19 no domingo, falhando o encontro.

 

Dinamarca tem bilhete para os quartos de final

Após derrotas consecutivas na fase de grupos (Finlândia e Bélgica) e um triunfo frente à Rússia na última partida do Grupo B, a Dinamarca voltou a golear.

Depois da situação em torno de Christian Eriksen, a equipa nórdica tem mostrado espírito guerreiro fazendo lembrar a equipa de 1992, que conquistou o Euro nesse ano.

País de Gales e Dinamarca foram as primeiras equipas a subir ao palco dos oitavos de final do Euro 2020. Já não há diferença de golos ou número de pontos que salvem as equipas de irem para casa. Com esta mentalidade, o conjunto de Kasper Hjulmand goleou por 4-0 a equipa de Rob Page de forma clara.

Apesar do resultado, a equipa galesa até começou bem a partida com Gareth Bale e Aaron Ramsey a conseguirem entrar nas costas dos médios dinamarqueses, Pierre Højbjerg e Thomas Delaney. Com um espaço muito aberto no seu meio-campo, devido à superioridade numérica causada pelos médios Joe Allen e Joe Morrell com o apoio de Ramsey, Hjulmand decidiu acrescentar mais um homem à zona média do terreno.

O treinador nórdico passou assim do 3-4-3 inicial para um 4-3-3, subindo o central Andreas Christensen para o meio-campo. Antes da mudança, a Dinamarca mostrou-se exposta no momento de organização defensiva devido ao adiantamento da linha média em relação à linha defensiva, criando espaço entre os dois sectores.

Com a alteração, tiveram mais bola e foram mais incisivos nas tabelas e no último passe. O primeiro golo da partida foi marcado por Kasper Dolberg aos 27 minutos. Aos 48 minutos, o avançado do Nice voltou a marcar depois de um erro da defesa adversária.

Nos minutos finais, os dinamarqueses marcaram mais dois por intermédio de Joakim Mæhle (88’) e Martin Braithwaite (90+6’).

Aos 90 minutos, Harry Wilson, que tinha entrado aos 59 minutos, viu um cartão vermelho directo após entrada sobre Mæhle. A Dinamarca aguarda o vencedor do Países Baixos-República Checa.

28 Jun 2021

Filipe Souza pensa correr de Hyundai no GP Macau

Depois de ter terminado no quarto lugar na passada edição da Corrida Guia do Grande Prémio de Macau, o melhor resultado de sempre de um piloto local naquela que é a mais importante corrida de carros de Turismo do continente asiático, Filipe Souza pretende ir mais além este ano. A evolução da pandemia trocou-lhe os planos iniciais, mas o piloto macaense já tem na manga um “Plano B”.

“A ideia para esta temporada passava por fazer algumas provas do campeonato TCR China, como preparação para o Grande Prémio de Macau. Em princípio não ia fazer as corridas do ‘Circuit Hero’ no Circuito Internacional de Zhuhai e as corridas organizadas pela AAMC não devem acontecer este ano, mas agora estou a ver como evolui a situação da COVID”, explicou o piloto do território ao HM. “Até porque na China pararam todas as corridas e temos que aguardar pelo recomeço”.

Depois do cancelamento da prova do TCR China marcada para Zhuzhou a 13 de Junho, o campeonato nacional chinês de carros de Turismo espera retomar no último fim de semana de Agosto, em Ningbo. Caso contrário, a competição terá que aguardar autorização para retomar a 13 de Setembro, em Xangai. Segundo o comunicado publicado pela federação chinesa no passado dia 27 de Maio, todos os circuitos, organizadores e partes interessadas no desporto terão que “rever os seus procedimentos de segurança e emergência”, não tendo sido estipulada uma data para o regresso à normalidade.

Oportunidade aliciante

Com ou sem uma forte presença do contingente internacional, a 68ª edição do Grande Prémio de Macau irá avante, o que obriga os pilotos locais a planearem o seu regresso ao tradicional cartaz desportivo do mês de Novembro. Após ter delineado a sua temporada para voltar a conduzir o Audi RS3 LMS TCR inscrito pela T.A. Motorsport, o que deverá ainda acontecer em algumas ocasiões, com este volte-face surgiu uma outra oportunidade igualmente aliciante.

“Este ano quero voltar à Corrida da Guia e estou em contacto com o Engstler sobre um novo projecto com um Hyundai para fazer Macau”, revelou Filipe Souza. “Mas ainda não está confirmado, porque neste momento os elementos da equipa ainda não podem entrar em Macau ou na China”.

Apesar da forte presença da Hyundai nas corridas de carros de Turismo a nível mundial, a verdade é que a marca sul-coreana nunca conseguiu ter uma representação neste ponto do globo. Ocupada na Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR com dois novos Hyundai Elantra N TCR apoiados pela marca, a Team Engstler pretendia esta temporada colocar nas pistas asiáticas os seus ainda competitivos i30 N TCR, utilizados no ano passado na competição mundial, ideia que não terá esmorecido às mãos das contrariedades causadas pela pandemia.

Por seu lado, Filipe Souza é um velho conhecido da equipa alemã do ex-piloto Franz Engstler. Em 2014, o piloto da RAEM conduziu um BMW 320 TC da formação germânica nas quatro provas pontuáveis para o Troféu Asiático do Campeonato do Mundo de Carros de Turismo da FIA (WTCC). Dois anos depois, nas provas do TCR Asia em Singapura e na Malásia, Filipe Souza regressou ao Team Engstler para tripular um dos Volkswagen Golf Gti.

25 Jun 2021

Euro 2020 | Portugal alcança oitavos no terceiro lugar do Grupo F

Em jogo decisivo, Fernando Santos deixou o conservadorismo habitual em casa e mexeu na equipa. Para lá do jogo com a França, que acabou empatado a 2 golos, estava um bilhete para os oitavos de final. Num momento difícil e urgente como este, lá apareceu o suspeito do costume: Ronaldo. Com o empate, os portugueses vão defrontar a melhor selecção do ranking FIFA, a Bélgica já na madrugada de domingo para segunda-feira

Por Martim Silva

 

Já não há quem assuste Cristiano Ronaldo. Não é de agora, porém. O menino madeirense, sem grande físico, teve desde sempre a mentalidade de alguém capaz de ir mais longe que uma ilha do Atlântico. O espírito de Portugal é o espírito do seu capitão. Não sendo egoísta, e Ronaldo prefere ganhar troféus com a selecção do que sozinho, o jogador da Juventus liderou a equipa de Fernando Santos a novo empate. Mas fê-lo marcando dois golos que deram passagem aos oitavos de final

A selecção portuguesa chegou a Budapeste, ao Ferenc Puskás Arena, sabendo que, mesmo que perdesse frente à França, no último jogo da fase de grupos do Euro 2020, podia marcar presença entre as dezasseis melhores equipas da Europa.

Para os pupilos de Didier Deschamps, a derrota permitia também a passagem. Num jogo com claros moldes amigáveis, o orgulho português e a humilhação francesa de 2016 trouxe-nos um encontro bem disputado e com várias dinâmicas novas. Nomeadamente no onze de Portugal. Fernando Santos eliminou a dupla Danilo Pereira/William Carvalho, colocou Bruno Fernandes no banco e optou por um meio-campo com Danilo, João Moutinho e Renato Sanches.

Portugal precisava de um refresco de pessoas e ideias. O segundo não aconteceu. Apesar dos intervenientes serem distintos, a equipa das quinas continuava com a sua construção ofensiva lenta e em U. Ou seja, bola de lateral para central para central e novamente para o lateral do lado contrário. Assim continuávamos, mas Renato Sanches fazia umas arrancadas de nível mundial e o púlpito aplaudia como se de novos comportamentos colectivos de ataque se tratasse.

Do lado francês, o espectáculo também não era muito. Em claro modo de férias para alguns, a França parecia desligada, pelo menos na primeira parte, e tinha dificuldade em impor o seu jogo e atacar a baliza de Portugal. A desatenção foi tal que logo aos 30 minutos, Danilo leva um murro de Hugo Lloris, guardião francês, e o árbitro espanhol Mateu Lahoz assinala uma grande penalidade.

Ronaldo, novamente com a nação em cima de si, marcou o golo. Como se nada fosse, Portugal parecia dono e senhor do Grupo F, sabendo-se que minutos antes a Hungria estava em vantagem frente à Alemanha (o jogo acabou também 2-2). Apesar da euforia, o jogo continuava idêntico em qualidade e em semelhança de resultado. O que Portugal fazia, a França tentava fazer melhor. No tempo de compensação da primeira parte, Kylian Mbappé sofre um penálti duvidoso de Nélson Semedo e Lahoz marca outro penálti. Karim Benzema converteu o castigo máximo em golo aos 45+2 minutos de jogo.

Ronaldo decisivo

Com a segunda metade do encontro prestes a ser retomada, João Palhinha substituiu Danilo Pereira ao intervalo. E Palhinha fez o que quis do meio-campo francês. Mas o melhor médio da Liga NOS deste ano já nos habitua a esta normalidade. Sobre a estreia em competições oficias por Portugal, Palhinha não se assustou com o momento.

“Simplesmente fiz o meu trabalho. Dei tudo o que tinha de mim, foi isso que o mister me pediu. Acho que cumpri com o meu trabalho.” referiu o camisola 26 da selecção das quinas. Além do brilho do médio do Sporting, Portugal continuava passivo na construção e sem incomodar a baliza gaulesa. Mas à defesa, Karim Benzema atacou a profundidade depois de um passe genial de Paul Pogba e marca o segundo para a França logo aos 47 minutos.

Quando a tarefa é lutar contra a maré, aparece, invariavelmente, Cristiano Ronaldo. Com mão na área do defesa Jules Koundé, após remate do capitão luso, Lahoz marca o terceiro penálti do jogo. Ronaldo em momentos de pressão não falha e marcou o seu quinto golo em três jogos no Euro 2020, igualando o recorde de Ali Daei de melhor marcador da história das selecções com 109 golos.

O empata sela a presença de Portugal nos oitavos de final onde irá defrontar a Bélgica, mas sobre o encontro frente aos gauleses, Fernando Santos destacou a resposta positiva do seu conjunto, após a goleada em Munique. “Gostei mesmo do comportamento da equipa, do seu colectivo. Tínhamos de ser iguais a nós próprios, àquilo que sempre fomos e que temos sido ao longo destes anos e que nos tem conduzido às vitórias que já alcançámos.” O seleccionador deu também conta de alguns erros durante a partida referindo que “(…) a equipa foi, na realidade, uma equipa forte, consistente nos vários momentos do jogo. Com capacidade de ter bola, de construir e de criar. Nalguns momentos do jogo, poucos, perdemos essa organização que tão bem estávamos a fazer.”

 

Espanhóis em segundo lugar no Grupo E, ganho pela Suécia

Há uma diferença entre bons jogadores e jogadores não assim tão bons. É este um dos aspectos de qualquer desporto e a história da goleada que Espanha impôs à Eslováquia em Sevilha por 5-0.

O encontro começou morno. Alguns remates bem cedo dos espanhóis que incomodaram a baliza eslovaca, mas nada que trouxesse perigo iminente. No entanto, logo aos 12 minutos de jogo Martin Dúbravka defende um penálti de Álvaro Morata.

A estratégia espanhola passava por conquistar espaços na zona média do terreno eslovaco para fazer sucessivas tabelas com os laterias/médios alas de maneira a atacar depois a profundidade. Com isto em mente, Štefan Tarkovič, treinador eslovaco, permitiu que os seus médios de contenção estivessem em cobertura individual aos médios espanhóis Pedri e Koke, mas para isto acontecer de forma célere, Marek Hamšík tinha de bloquear Sergio Busquets, o jogador mais recuado do triângulo do meio-campo espanhol.

No início da partida, com a concentração física e mental em bom estado, a Eslováquia bloqueou os espaços intermédios de Espanha com facilidade. Quando Hamšík largava a cobertura, a Espanha respirava muito melhor e o ataque fluía com naturalidade.

Mas o encontro ficou marcado com erros do guardião eslovaco, primeiro aos 30 minutos de jogo marcou um autogolo inexplicável e depois aos 45+3’ com uma saída em falso, Aymeric Laporte, defesa espanhol, marca de cabeça. Pablo Sarabia aos 56’, Ferran Torres aos 67’ e um autogolo de Juraj Kucka aos 71 minutos de jogo sentenciaram a partida.

No outro jogo do Grupo E, a Suécia venceu por 3-2 a Polónia com Emil Forsberg (2) e Viktor Claesson a marcarem para os amarelos e Robert Lewandowski (2) para os polacos.

 

Lusos e belgas lutam por lugar nos quartos

Terminada a fase de grupos do Euro 2020, o caminho até à final de 11 de Julho parece cada vez mais claro. Portugal-Bélgica, Itália-Áustria, França-Suíça e Croácia-Espanha de um lado. Do outro Suécia-Ucrânia, Inglaterra-Alemanha, Países Baixos-República Checa e País de Gales-Dinamarca.

Se tudo correr de acordo com os planos de Fernando Santos, Portugal pode até defrontar, novamente, a França nas meias-finais da competição. Mas até chegar a esse ponto há o jogo contra a Bélgica em solo sevilhano às 3h de 27 para 28 de Junho, hora de Macau.

A Bélgica lidera o ranking FIFA de selecções, Portugal ocupa a 5.ª posição. Em teoria, e Portugal nunca está de acordo com a teoria, a equipa de Roberto Martínez é a favorita, por pouco, a vencer a partida.

A equipa de Fernando Santos não se pode intimidar pela teoria e tem de realçar o seu estatuto de campeã europeia. Isto é algo que João Palhinha já entende. “Todos os adversários são difíceis. A Bélgica tem uma excelente equipa, é uma das melhores da Europa, mas temos o nosso valor. Passo a passo, o futuro será risonho.”.

A convicção do médio não é desmedida. Num balneário luso repleto de conquistas europeias, italianas, inglesas, portuguesas, espanholas e francesas, o hábito de conquistas e troféus é natural, mesmo para um estreante como o jogador do Sporting.

Os confrontos entre a selecção 1 e 5 do ranking FIFA pendem para o lado luso. A selecção das quinas não perde um jogo desde o apuramento para o Mundial de 1990, quando foi derrotada pelos flamengos 3-0. Com um historial positivo, o timoneiro português tem, no entanto, um caminho a seguir. “Vamos fazer tudo para ganhar, mantendo a nossa qualidade e matriz. Qualquer adversário vai ter dificuldades contra Portugal. O caminho está traçado. Os jogadores estiveram muito bem. Temos menos 48h de descanso, não vale a pena falar mais do assunto. Temos de descansar bem e darmos uma grande resposta em Sevilha.” concluiu.

25 Jun 2021

Euro 2020 | Grupo D fechado com vitória inglesa e croata

De calculadora na mão, Inglaterra e Croácia entraram em campo com mentalidades diferentes. Os pupilos de Gareth Southgate já tinham bilhete para os oitavos, os quatro pontos conquistados antes do embate contra a República Checa eram suficientes. Os axadrezados, porém, ainda tinham de vencer a Escócia para continuarem na prova. Apesar de contextos diferentes, ambas cumpriram a sua missão

Por Martim Silva

 

Foi em solo britânico que ficou decidido o Grupo D do Euro 2020. A selecção da Escócia jogou com a Croácia em Glasgow, e os ingleses defrontaram os checos em Londres. Com vantagem caseira para duas equipas, apenas uma saiu ilesa e com passagem para a fase seguinte do torneio.

No jogo que opôs croatas e escoceses ficou claro quem pertencia na fase seguinte, mesmo sem se saber o resultado do outro encontro do grupo. Na selecção de Zlatko Dalic não há como falhar. Uma equipa repleta de talentos como Ivan Perišić, Mateo Kovačić, Nikola Vlašić, Marcelo Brozović e Luka Modrić aproxima qualquer equipa da vitória.

Com quantidade na qualidade, a Croácia não teve uma noite fácil frente à Escócia. A equipa de Steve Clarke, ex-adjunto de José Mourinho, nesta fase de grupos, não foi capaz de vencer um único jogo muito devido à sua inconsistência no momento da organização ofensiva. O recurso aos cruzamentos foi constante e não existiam unidades criativas com capacidade de progressão e finalização.

Consoante a posse de bola que tinham, a grande unidade criativa e disruptiva do ataque escocês era o lateral esquerdo, Andy Robertson. No jogo de ontem, e apesar da vertente rudimentar do ataque do Exército de Tartan, o defesa do Liverpool concluiu a sua campanha no Euro como o jogador com mais cruzamentos (15) e mais cruzamentos para a grande área (5). Conseguiu alcançar também a liderança de passes para finalização (9). E é numa situação como esta, a de eliminação, que Clarke se arrependerá de não ter convocado um dos melhores jogadores da Liga NOS deste ano e que detém nacionalidade escocesa, Ryan Gauld.

Mas a Escócia até causou diversos problemas à vice-campeã mundial de 2018 com o seu bloco baixo e aposta na transição ofensiva. Porém, os escoceses tiveram de lidar com Modrić sempre perto da bola. Num jogo até ineficaz em oportunidades de golo, aos 17 minutos de jogo surge o primeiro tento do encontro marcado por Nikola Vlašić num remate dentro da grande área. A resposta veio perto do intervalo, com a Escócia a empatar com golo de Callum McGregor aos 42 minutos.

Na segunda parte e aos 62 minutos, o ex-Bola de Ouro, Luka Modrić marca um golaço de trivela perto da entrada da grande área. Durante a partida, o médio croata esteve longe da zona de remate e a sua equipa sofreu com isso. Mas quando teve a oportunidade, marcou um dos melhores golos desta edição do Euro. A exibição do médio croata não terminou com o golo de trivela, juntando a assistência para Ivan Perišić marcar de cabeça aos 77 minutos.

Em jogo de grande intensidade, a qualidade de Modrić fez a diferença. A Croácia alcançou o segundo lugar do Grupo D e irá defrontar o segundo classificado do Grupo E. Já a Escócia vai para casa, curiosamente o mesmo sítio onde deixaram Ryan Gauld.

Vitória confortável

Com o apuramento já, praticamente, assegurado e com necessidade de mexer na equipa, devido também à proximidade que jogadores como Ben Chilwell e Mason Mount tiveram com o infectado pela covid-19, Billy Gilmour da Escócia, Gareth Southgate colocou, finalmente, em campo como titular Jack Grealish.

O jogador do Aston Villa teve logo impacto na partida com a assistência do único golo da partida, marcado por Raheem Sterling. O cruzamento de Grealish deu golo logo aos 12 minutos com os checos a não darem grande resposta durante o resto da partida.

Dos melhores em campo foi o guardião da República Checa, Tomáš Vaclík, que já frente à Escócia tinha feito uma enorme exibição. Apesar das limitações ofensivas de ambas as equipas, o jogo deu para estrear caras novas na parte inglesa. Bukayo Saka, Harry Maguire, Jordan Henderson e Jadon Sancho estrearam-se no jogo de ontem pela selecção dos Três Leões. Com apenas 68 minutos jogados, Grealish foi dos melhores em campo. Tal como Gauld, não se percebe como é que o médio do Aston Villa não consegue ter lugar no onze inicial da equipa de Southgate.

Mesmo sendo um jogador que vem de lesão, Grealish foi o jogador que mais faltas sofreu na Premier League este ano (109), foi o 3.º jogador da competição com mais passes para finalização (83) e o 4.º jogador com mais assistências (10).

A vitória pela vantagem mínima faz com que Inglaterra fique à espera para saber quem irá defrontar nos oitavos de final. Será o 2.º classificado do grupo de Portugal que é decidido de quarta para quinta-feira às 3h. Um confronto entre ingleses e portugueses seria interessante e histórico.

 

Oitavos começam em terra de Cruyff

Dinamarca e País de Gales formam um par inesperado no primeiro jogo da fase a eliminar do Euro 2020. O palco do embate entre os dois conjuntos é a Arena Johan Cruyff em Amesterdão, casa de um dos clubes mais emblemáticos da Europa, o Ajax.

Num palco tão importante, e com o nome de uma das grandes lendas do futebol mundial, cada equipa terá sobre si níveis de pressão diferentes. O histórico de ambas na competição assim o diz.

Para o País de Gales o palco ainda é novo. A equipa de Robert Page está a participar no seu segundo Euro sendo que o primeiro, em 2016, ficou marcado pela eliminação nas meias-finais por Portugal.

Na primeira presença fica a uma vitória da final e na segunda, ainda a decorrer, passa a fase de grupos.
Quanto à Dinamarca, o historial é mais longo. A conquista surpreendente do Euro em 1992 colocou a selecção nórdica no leque de 15 países que venceram a prova. Porém, a equipa de Kasper Hjulmand tem mais jogadores a actuar nas melhores equipas do mundo do que em 1992. Contudo, o talento não se esgota todo no conjunto dinamarquês, tendo o País de Gales jogadores experientes e habituados aos grandes palcos do futebol como Gareth Bale, Aaron Ramsey e Joe Allen.

Desta maneira, galeses e dinamarqueses têm intervenientes capazes de tornar o jogo de sábado para domingo, às 00h, numa partida interessante, aberta e com emoções à mistura.

O primeiro encontro dos oitavos de final promete colocar frente a frente o velho confronto entre experiência e inexperiência. Para a Dinamarca, validar o seu passado glorioso é motivação suficiente. Para o País de Gales derrotar um histórico europeu é um belo início de caminhada na sua segunda presença na competição de selecções do velho continente.

 

Áustria e Itália não se defrontam desde 1998

No segundo duelo dos oitavos de final do Euro 2020, austríacos e transalpinos entram em campo às 3h, de sábado para domingo, no estádio de Wembley em Londres. No jogo em terra de Sua Majestade, a Itália terá o peso de não se ter qualificado para o Mundial de 2018 em cima dos seus ombros.

Os azzurri atravessaram uma humilhação há três anos e têm pelo caminho uma oportunidade única para se redimirem e mostrarem a sua verdadeira qualidade. Mas para o conjunto de Roberto Mancini, o passado tem de ser colocado de lado e a concentração terá de residir no presente.

A equipa italiana tem sido demolidora em todos os momentos do jogo. Durante a fase de grupos não sofreu golos e o seu guardião, Gianluigi Donnarumma, defendeu apenas dois remates em três jogos. Manuel Locatelli lidera a categoria da melhor percentagem de remates à baliza com 100%, sendo juntamente com Ciro Immobile um dos melhores marcadores do Euro com 2 golos.

Com tantas lideranças de Itália no departamento estatístico da competição, será prudente constatar que a Áustria não está muito atrás. David Alaba lidera o Euro em toques na bola (278), número de cantos (15), passes para finalização (9), tem duas assistências e é dos jogadores com mais minutos na competição. Mas esta equipa não é só Alaba. Marcel Sabitzer é quem fez mais passes para a grande área (8), Stefan Lainer lidera em bloqueios (14) e Aleksandar Dragović tem uma percentagem perfeita de duelos aéreos ganhos (100%).

Com qualidade dos dois lados, e sem se enfrentarem em competições oficiais desde o Mundial de 1998, Franco Foda admite um jogo dividido. “Não há adversários fáceis e sabemos disso. A Itália não perde há uma eternidade, mas talvez chegue o momento. Será importante para nós prepararmo-nos com foco e recuperarmos.” concluiu o seleccionador austríaco.

24 Jun 2021

Euro 2020 | Portugal defronta França no último jogo do Grupo F

Em 2016, o embate contra os franceses fez com que o conjunto luso levantasse o troféu de campeão europeu. Desta vez, um novo encontro ditará se a selecção portuguesa passa para os oitavos de final do Euro 2020 ou se vai para casa antes de 11 de Julho. O palco do desafio será Budapeste, na madrugada de quinta-feira, às 3h de Macau

 

Por Martim Silva

Constata-se que Portugal não tem tido uma campanha brilhante no Euro 2020. Uma vitória contra a Hungria (3-0) e uma goleada sofrida às mãos da Alemanha (4-2) não espelham a reputação de uma equipa consistente e robusta. Mas a selecção de Fernando Santos tem de procurar afirmar-se como um sério favorito a conquistar todos os troféus possíveis. Nas competições mundiais ou europeias há sempre os suspeitos do costume: França, Alemanha, Espanha, Brasil, Argentina. Nem sempre estas equipas são favoritas de caras, mas estão sempre mais perto da glória do que da miséria. Ora, Portugal quase nunca está neste leque restrito de países por causa da volatilidade dos seus desempenhos dentro de campo. Esta falha da selecção das quinas é algo a rectificar.

No entanto, para se manter no Euro e possivelmente repetir o feito de 2016, a equipa lusa necessita de empatar, pelo menos, com a selecção de França (o jogo realiza-se de quarta para quinta-feira às 03h).

Depois dos erros do embate frente à equipa germânica terem sido evidentes e bem explorados pelo adversário, Fernando Santos admitiu possíveis mudanças no onze inicial para o último jogo do Grupo F. “É normal que possa acontecer ter de refrescar a equipa aqui ou acolá, pontualmente. Mas isso não tem a ver com castigo. Por castigo não faço.” defendendo também que “a seguir a uma tristeza queremos dar, novamente uma alegria”.

Para a selecção portuguesa, a resposta em campo tem de se enquadrar com o estatuto de campeão europeu em título. Pela frente não está a vice-campeã europeia de 2016, mas antes a campeã mundial de 2018. No plantel para o Euro 2020, não há um único jogador francês a actuar fora dos cinco principais campeonatos da Europa. Ou seja, Portugal terá pano para mangas se quiser assegurar o apuramento para a próxima fase do torneiro.

E no meio de tanto talento e qualidade francesa, o seleccionador português não parece ter perdido o seu optimismo característico. Essa mesma esperança desmedida pode agora assegurar um lugar entre as dezasseis melhores equipas do velho continente. “Portugal pode ir à final e pode vencer, obviamente. É a minha convicção e desejo. Para isso, obviamente que temos de ser fortes, temos que ser capazes e temos de passar os adversários. O mais importante e que eu acredito que vamos conseguir, e não tenho dúvidas em relação a isso, é garantir o apuramento.” concluiu Fernando Santos.

Do outro lado do relvado vai estar um oponente formidável e sem derrotas em competições oficiais desde 2019 e a precisar, também, de garantir a passagem à fase seguinte do Euro. Mas más notícias saíram esta semana do departamento clínico francês, com a lesão de Ousmane Dembélé a deixar os gauleses desfalcados na frente de ataque. O extremo do Barcelona não volta a jogar mais na competição, tendo entrado aos 57 minutos no jogo frente à Hungria saindo ao minuto 87 com algumas queixas.

Com esta lesão em mente, Deschamps segue o mesmo caminho que Fernando Santos e admite rodar a sua equipa. “O último jogo teria sempre importância. Não excluo a possibilidade de haver uma rotatividade entre os jogadores. Com jogos a cada quatro dias, a frescura física é um aspecto importante.” sublinhou o treinador gaulês.

Rivalidade do Eixo

No outro jogo que sentencia o Grupo F, à mesma hora do Portugal-França, encontram-se velhos aliados. Alemanha e Hungria não se defrontam em competições oficiais desde a final do Mundial de 1954 na Suíça, mas em 2021 as contas a fazer são tão ou mais urgentes que uma final para ambas.

A Hungria, com apenas um ponto, quererá dificultar a vida o mais possível aos germânicos. Tem sido a identidade húngara nesta competição. Os jogos frente a Portugal e França foram extremamente bem planeados por Marco Rossi e interpretados de forma guerreira pelos jogadores da selecção magiar. Para a Alemanha, as sensações do último jogo não podiam ser melhores. Mas os pupilos de Joachim Löw encontram pela frente um dos adversários mais complicados deste Euro e podem não contar com Thomas Müller, que falhou o treino de segunda-feira, para o embate derradeiro. Ilkay Gündogan, Mats Hummels e Lukas Klostermann também não participaram, mas estarão aptos para o jogo.

Áustria vai defrontar Itália nos oitavos

Em dia de fecho do grupo C do Euro 2020, Ucrânia e Áustria defrontaram-se na luta pelo segundo lugar e para se saber quem iria defrontar a selecção transalpina nos oitavos de final do Euro 2020.

Em jogo, teoricamente, equilibrado foi a Áustria a dominar o encontro. Com posse de bola e sem grande dificuldade em mantê-la, o seleccionador austríaco, Franco Foda, decidiu colocar David Alaba a lateral esquerdo e foi aí que o futuro jogador do Real Madrid mais brilhou durante a fase de grupos. A chave do triunfo por 1-0, com golo de Chris Baumgartner após assistência de Alaba, esteve no meio-campo da Áustria e na pressão que exerceu sobre a passiva organização ofensiva da selecção de Andriy Shevchenko, que pouco ou nada conseguiu construir desde a sua grande área.

Em jogo onde a agressividade do conjunto vencedor ficou patente, a Itália não podia ser um adversário melhor para o conjunto de Foda.

Vitória confortável

Ficou consumada a liderança sem derrotas dos Países Baixos, com vitória sobre a Macedónia do Norte por 3-0, no Grupo C do torneio europeu de selecções. A equipa laranja dominou o encontro, tendo efectuado sete remates à baliza de Stole Dimitrievski. Os Países Baixos marcaram os golos através de Memphis Depay e Gini Wijnaldum (2).

O próximo médio do PSG junta-se desta forma a Cristiano Ronaldo e Patrik Schick na lista de melhores marcadores da prova. Com o triunfo, os Países Baixos irão receber um dos terceiros melhores classificados do Grupo D, E ou F, estando Portugal nessa lista.

Dinamarca alcança segundo lugar do Grupo B

Com duas derrotas frente a Finlândia (1-0) e Bélgica (2-1), as possibilidades da selecção dinamarquesa passar à próxima fase pareciam pequenas. Mas se existe uma palavra que descreva a equipa de Kasper Hjulmand resiliência é uma boa hipótese. Depois da paragem cardíaca de Christian Eriksen, tudo pareceu não ter significado para os nórdicos. No entanto, a boa resposta no jogo frente à selecção flamenga deu um novo ar de possível continuidade no Euro 2020. No último jogo do Grupo B, a Dinamarca goleou a Rússia por 4-1 num jogo convincente e marcado pela inépcia dos russos em todos os momentos do jogo.

A equipa de Stanislav Cherchesov decidiu jogar com três defesas, tentando travar o ataque nórdico, porém tudo parecia correr mal. O jovem Mikkel Damsgaard fez o primeiro tento de forma magistral aos 38 minutos. Além das dificuldades em recuperar a bola dos pés dos jogadores da Dinamarca, a Rússia mostrava-se insegurança na sua última linha apesar de ter três homens na grande área, exemplo disto foi o golo marcado por Yussuf Poulsen aos 59 minutos que, após um passe errado do médio Roman Zobnin, só teve de encostar. Com isto, os dinamarqueses dilataram a vantagem através de um golaço do defesa Andreas Christensen (79’) e do lateral Joakim Mæhle (82’). O único golo dos russos foi marcado por Artem Dzyuba de penálti (69’). A Dinamarca irá agora enfrentar o País de Gales nos oitavos de final.

A Bélgica confirmou a passagem frente à Finlândia com golos de Romelu Lukaku e um autogolo do guarda-redes finlandês Lukáš Hrádecký. Os belgas são também um dos possíveis adversários de Portugal se a selecção nacional acabar entre os quatro melhores terceiros classificados.

23 Jun 2021

Euro 2020 | Grupo B fecha hoje

Após a conclusão do Grupo A, é a vez do Grupo B. Num Euro que parece correr como o vento, é hora de colocar os pontos nos is e perceber quem vai passar à fase seguinte. No segundo grupo da competição está a Bélgica, a nova “favorita” a precisar de juntar o seu talentoso grupo de jogadores a troféus de primeira instância. Mas pelo caminho há uma Dinamarca motivada, uma Finlândia com garra e uma Rússia capaz de dificultar a vida a qualquer equipa

 

Por Martim Silva

Não há elogios suficientes para a selecção da Bélgica, dotada de um talento de outro mundo. Os diabos vermelhos têm a melhor geração de jogadores de que há memória. Apenas 5 dos 26 jogadores convocados por Roberto Martínez jogam fora dos 5 principais campeonatos da Europa.

Em todas as facetas do desporto-rei, jogar contra a Bélgica parece injusto e complexo. A capacidade de jogo é tremenda, havendo poucas nações capazes de a derrotar. Com a ascensão de um conjunto de jogadores que está capacitado para ombrear com Alemanha, França, Itália, Espanha e outros, os seus adversários de grupo podem, e devem, tomar todos os cuidados necessários.

Mas o Grupo B do Euro 2020 é talvez o mais resiliente. Começando com a Dinamarca. A equipa nórdica parece adversa à desistência. Mesmo depois do colapso repentino de Christian Eriksen, os dinamarqueses deram uma resposta com cabeça, mãos e pés. Apesar da derrota por 2-1 contra os belgas, a Dinamarca foi competente e competitiva até ao apito final. De hoje para amanhã (00:00) os dinamarqueses vão defrontar a Rússia, outra selecção convicta da sua competência. Os pupilos do seleccionador da Dinamarca, Kasper Hjulmand, completarão os três jogos em Copenhaga, trazendo desta maneira uma ligeira vantagem para o confronto frente à equipa treinada por Stanislav Cherchesov. A Rússia demonstrou muito mais na vitória frente à Finlândia (1-0) do que tinha mostrado quando foi goleada frente à Bélgica (3-0), estando a chave desse triunfo nos pés de Aleksey Miranchuk, médio da Atalanta, que além de marcar o golo da vitória fez uma exibição de encher o olho.

Do lado dinamarquês desponta Yussuf Poulsen. Frente à Bélgica, o avançado do RB Leipzig foi uma dor de cabeça para a defesa liderada por Jan Vertonghen, tendo marcado o primeiro e único golo da Dinamarca neste Euro. Pierre-Emile Højbjerg, médio do Tottenham, coroou um bom desempenho com a assistência para o golo nórdico. Há ainda Simon Kjær e Martin Braithwaite na equipa de Hjulmand, jogadores com habilidade suficiente para vencer uma partida.

Do lado russo, os desempenhos de Miranchuk, Aleksandr Golovin e Igor Diveev frente aos finlandeses pintam um ataque robusto e solidez defensiva. Os treinadores de ambas as equipas, acreditam que a chave da vitória está na capacidade de trabalho. Para Cherchesov, o factor casa dos dinamarqueses não incomoda. “Este vai ser o nosso primeiro jogo fora em dois torneios seguidos e sem os nossos adeptos. No entanto, isso não é um problema. Não usámos a palavra ‘problema’ nos últimos cinco anos. É apenas uma contingência e sabemos como lidar com ela.”. Já o seleccionador da Dinamarca acredita na dificuldade da tarefa pela frente. “Aconteça o que acontecer, vamos tentar ganhar o jogo. Vai ser um duelo incrivelmente difícil frente à Rússia. Eles têm uma boa equipa. Não temos de forçar nada.” rematou o seleccionador da Dinamarca.

Produto do talento

A Finlândia tem pela frente jogadores como Romelu Lukaku, Eden Hazard e o regressado Kevin De Bruyne, que no jogo frente à Dinamarca marcou e fez uma assistência, trunfos que vai tentar contrariar com a vontade de disfrutar o último jogo da fase de grupos. “Criámos mais contra a Rússia, mas o último passe ainda não foi o ideal. Precisamos de melhorar este aspecto. Os jogadores estão bem-dispostos e faremos tudo para tirar proveito do último jogo da fase de grupos. Todos conhecemos a qualidade da selecção belga e estamos bem cientes de que vamos ter uma tarefa difícil.” sublinhou o seleccionador da Finlândia, Markku Kanerva.

Do lado da equipa orientada por Roberto Martínez a conquista do Grupo B é um objectivo mínimo, com as ambições dos belgas a estar na conquista do troféu de campeão europeu devido à aglomeração de tantos jogadores acima da média. Com o favoritismo em mente, a Bélgica não deverá olhar para o jogo com a Finlândia como um mero amigável. O objectivo belga passa por assegurar a conquista do grupo o mais depressa possível para o foco se alargar para a final, onde uma equipa como a Bélgica pertence.

 

As contas que vão definir o Grupo D

É no Grupo D do Euro 2020 que reside a maior esperança futebolística. A selecção de Inglaterra, com todo o aparelho mediático desportivo implícito, tem a distinta tarefa de validar todos os elogios direccionados à equipa de Gareth Southgate. Luka Modrić, médio croata, já tinha deixado claro estes sentimentos quando referiu que a arrogância dos ingleses provinha dos seus jornalistas e comentadores, inflacionando as capacidades colectivas e individuais das tropas de Sua Majestade.

A equipa de Southgate não tem estado ao melhor nível e jogadores como Jack Grealish têm ficado de fora do onze inicial. O jogador do Aston Villa em apenas 20 minutos de jogo contra a Escócia sofreu quatro faltas – o recorde de maior número de faltas sofridas por um suplente num Euro pertence a Éder, que frente a França em 2016 sofreu cinco. O nível exibicional tem sido fraco e não há jogadores a destacar-se. O empate contra a Escócia (0-0) com poucas oportunidades de golo deu azo à urgência inglesa de acabar com esta fase menos positiva.

Pela frente está a República Checa que tem no seu plantel um dos melhores marcadores do torneio, Patrik Schick. Os checos têm uma selecção que gira à volta do atacante do Bayer Leverkusen, muito devido à sua qualidade e características físicas notáveis. Além de Schick há jogadores como Tomáš Souček e Vladimir Coufal, ambos representam o West Ham e trazem para a equipa uma dinâmica mais combativa e defensiva. O jogo será apitado pelo português Artur Soares Dias.

Na outra partida do Grupo D, defrontam-se Escócia e Croácia. Modrić tem carregado a selecção de Zlatko Dalić nas suas costas, não se esperando nada de diferente frente a uma selecção escocesa que com bola não é perigosa e sem ela tem algumas limitações.

Itália sai invicta da fase de grupos

Entre as características mais vezes apontadas a Itália, a organização defensiva está no topo. Esta tradição faz parte da presente equipa, orientada por Roberto Mancini. Com o triunfo frente ao País de Gales (1-0), os azzurri igualaram o recorde da selecção italiana de Vittorio Pozzo entre 1935 e 1939 quando estiveram 30 jogos sem qualquer derrota. Para Mancini e os seus pupilos, a chave tem sido o incansável meio-campo e a capacidade atacante de Domenico Berardi, Lorenzo Insigne e Leonardo Spinazzola mas é na defesa que está a resposta para tanto triunfo.

Além da marca histórica de jogos sem perder, a Itália segue para os oitavos de final do Euro 2020. A vitória sobre o País de Gales foi clara e evidente, apesar de alguns sustos pelo caminho, nomeadamente, o falhanço de Gareth Bale em frente à baliza de Gianluigi Donnarumma, por volta do minuto 75. Mas a chave esteve sempre na defesa com Leonardo Bonucci a ser um maestro de passes progressivos. O central da Juventus iniciou várias ligações ofensivas desde trás, ajudando Marco Verratti, que se estreou oficialmente no Euro, Jorginho e Matteo Pessina.

O médio da Atalanta, que fez o único golo do encontro aos 39 minutos após passe de Verratti, fez um pouco de todo dentro de campo. Atacou a profundidade, movimentou-se como um avançado e funcionou como um ala. Depois da humilhação de não se qualificar para o Mundial de 2018, a Itália assume cada vez mais o papel de candidato a vencer o Euro 2020.

No outro jogo do Grupo A, a Suíça derrotou a Turquia por 3-1. Os golos helvéticos foram marcados por Xherdan Shaqiri (2) e Haris Seferović. O único tento turco da competição foi marcado por Irfan Kahveci. A Suíça fica com 4 pontos, tendo a possibilidade de passar à próxima fase, se estiver entre os quatro melhores terceiros classificados.

22 Jun 2021

Médio brasileiro Paulinho deixa o Guangzhou FC por não poder entrar na China

O futebolista brasileiro José Paulo Bezerra, conhecido como Paulinho, anunciou hoje a sua saída do clube chinês Guangzhou FC, face à impossibilidade de voltar à China, que encerrou as fronteiras, como medida de prevenção contra a covid-19.

Na sua conta oficial no Instagram, o médio, que jogou também no Barcelona e Tottenham, afirmou que se trata de uma “despedida precoce”, mas que, “infelizmente, a pandemia alterou profundamente a dinâmica mundial”.

“Devido à pandemia, eu e o clube pensamos ser melhor chegar a um acordo. Então, o meu ciclo como jogador do Guangzhou termina aqui”, explicou Paulinho, numa mensagem filmada.

O futebolista relembrou a passagem pelo Guangzhou FC – anteriormente conhecido como Guangzhou Evergrande -, com o qual disputou 172 jogos, marcou 74 golos e conquistou oito títulos.

A imprensa chinesa referiu a tristeza dos adeptos do clube, mas apontou que também é um “grande alívio financeiro” para o Guangzhou FC, após as últimas regras aprovadas pela Associação Chinesa de Futebol, que estipulam em 600 milhões de yuan o orçamento máximo do clube.

Paulinho, de 33 anos, junta-se assim ao seu compatriota Talisca, que deixou o Guangzhou FC no mês passado e foi contratado pelo Saudi Al-Nassr. O jogador está por enquanto sem clube.

Os primeiros casos do novo coronavírus foram detetados pela primeira vez na cidade de Wuhan, no centro da China, em dezembro passado, mas, com exceção de surtos esporádicos e localizados, a vida regressou ao normal no país asiático.

Perante a propagação da doença por todo o mundo, a China praticamente fechou as fronteiras, em 26 de março de 2020, permitindo a entrada de estrangeiros no país só em casos considerados essenciais.

21 Jun 2021

Euro 2020 | Selecção portuguesa goleada em Munique

Bastava sair da ilusão do passado lusitano para perceber a ingenuidade de Portugal. A Alemanha estava debilitada, vinha de um jogo menos conseguido frente à França e parecia presa fácil para as tropas de Fernando Santos. Mesmo com todos os défices, a Mannschaft dominou e goleou o campeão europeu em título por 4-2. Sem grande surpresa, devido ao desempenho luso, a presença da selecção das quinas pode ter os dias contados

 

Por Martim Silva

Há uma certa bênção no início, quando tudo o que faz parte do jogo é um presente. A paixão é pura e o futuro é limpo. O caminho é claro. Mas todos sabemos que isto nem sempre acontece. O jogo contra a Hungria trouxe todo um percurso ideal, que visto de fora não tinha como correr mal. Uma vitória clara sobre um não candidato promoveu exaltações desnecessárias e Coca-Colas a menos. Foi com este espírito que Portugal foi a jogo contra a campeã mundial de 2014, no segundo encontro a contar para o Grupo F do Euro 2020.

Os alemães riram-se perante a atitude portuguesa de equipa pequena. Foi assim quase o jogo todo. A Alemanha com bola e Portugal sem ela. Não se demorou muito a perceber que esta nova versão germânica não foi a mesma que defrontou os gauleses. O adversário era diferente, também. Portugal não se compara com a França. Perante tanta bola e perigo do adversário, a equipa orientada por Fernando Santos após um contra-ataque bem trabalhado conseguiu colocar-se em vantagem no marcador. Logo aos 15 minutos de jogo e após passe de Bernardo Silva a isolar Diogo Jota, o avançado do Liverpool recebe de peito e assiste para o golo de Cristiano Ronaldo. O caminho parecia claro, a estrelinha do seleccionador português voltava a brilhar.

Mas cada conquista portuguesa é seguida de desastre e de Adamastores. Com aquilo que Portugal tinha feito no primeiro quarto de hora da partida, o resultado parecia injusto. No futebol não há certezas e nem sempre ganha quem se espera. Contudo, quem trabalha e se sente confortável na adversidade é capaz de mundos e fundos. No meio da incompetência portuguesa de não conseguir retirar o esférico ao adversário, os alemães marcaram dois golos em 4 minutos, ambos auto-golos: um de Rúben Dias aos 35 minutos e outro de Raphaël Guerreiro aos 39 minutos.

A ingenuidade conquistada após o triunfo sobre a Hungria, desaparecia. Já não existiam mais bengalas para apoiar as costas decrépitas da selecção das quinas. A nação portuguesa perdia fé e os alemães continuavam hirtos, confiantes e sem medo dos pontos fortes do campeão europeu de 2016. O onze inicial e as dinâmicas ofensivas portuguesas foram iguais às do jogo frente à Hungria. Bruno Fernandes continuava distante da bola, Bernardo Silva colado à direita e Cristiano Ronaldo livre em todo o campo. Danilo Pereira e William Carvalho foram titulares, novamente, jogando um ao lado do outro.

Não se conhece nenhuma equipa do topo europeu que jogue com dois trincos puros como titulares e tenha sucesso. Mas Fernando Santos vê um jogo completamente diferente.

Seguindo o mesmo guião da primeira parte, Portugal continuou idêntico na segunda. A única luz da selecção das quinas apareceu com a entrada de Renato Sanches após o intervalo. O médio do Lille deu capacidade de progressão com bola e solidez defensiva nos duelos. Mas o futebol é um desporto colectivo. Sem bola e a ver os alemães a trocá-la, Portugal procurava o jogo directo, não estando capacitado para fazer três passes certos. Por volta dos 51 minutos, Kai Havertz marca o terceiro golo germânico. Robin Gosens fez o quarto tento alemão 9 minutos depois. Diogo Jota marcou o segundo golo lusitano aos 67 minutos após assistência de Ronaldo.

Esquecer o passado

No fim da partida, e ainda dentro do calor do jogo, Fernando Santos apelidou a Alemanha como “uma das melhores equipas do mundo” não admitindo fazer alterações no jogo derradeiro frente à França. “Vamos ter de olhar para o jogo e falar com os jogadores. Eles tentaram. Agora é limpar a cabeça que temos um jogo muito importante com França. Quero é seguir em frente (…). Querer a lua como já queríamos para este jogo é um bocadinho perigoso para os meus jogadores”.

Para o seleccionador português, a pressão deitada em cima das costas dos seus jogadores é infundada e desnecessária. Para Fernando Santos, o caminho é este. Portugal foi campeão europeu e vencedor da Liga das Nações desta maneira. Porquê duvidar? Mas o treinador português parece não entender o elementar. Um campeão tem sempre pressão e só a consegue pôr de lado quando se comportar como tal. O jogo de Portugal contra a Alemanha mostrou uma equipa sem rumo ou ideias para fazer mais do que aquilo que fez. Conquistar um Euro desta maneira, só indo a Meca.

 

França evita susto com empate – Gauleses estiveram a perder frente à Hungria

Talvez com algum excesso de confiança à mistura, a selecção francesa entrou em campo com a certeza da conquista dos três pontos. Com os húngaros a não mostrarem muito frente a Portugal, as favas pareciam contadas. Apesar do favoritismo francês, a Hungria continuava com solidez defensiva, já o tinha mostrado no jogo anterior, e a criar mais perigo do que se esperava.

Sendo o adversário um autêntico osso duro de roer, a França acartou a tarefa de construir o jogo, ter a posse de bola e tentar encostar a Hungria às cordas. Os campeões mundiais não foram regulares neste momento do jogo. Quando tiveram a iniciativa da partida, não deixaram fluir o seu talento natural. A bola tardava a ir de um lado para o outro, os três médios Adrien Rabiot, Paul Pogba e N’Golo Kanté pouca influência exerceram dentro de campo. Com capacidade suficiente para ganhar o jogo, faltou engenho.

A Hungria, porém, castigou a passividade da França, chegando ao golo aos 46 minutos. O 1-0 para os húngaros chega com um remate do defesa Attila Fiola que ficou isolado frente a Hugo Lloris, guarda-redes francês, depois de um belo passe do seu compatriota Roland Sallai. Os franceses iam para intervalo com um sabor amargo na boca.

A segunda parte trouxe mais algum desperdício francês em frente da baliza. Na primeira parte, a baliza do guardião da Hungria, Peter Gulascsi, já tinha sido incomodada. Aos 58 minutos de jogo, Ousmane Dembélé, que entrou para substituir Rabiot, rematou ao poste após uma bela jogada individual. Mas aos 66 minutos, a França evitou um mal maior. Após sucessivos erros da defesa húngara, Griezmann marca o golo francês. Com este empate, a última jornada deste Grupo F é cada vez mais crucial.

Paulo Sousa complica contas espanholas

A missão parecia quase idêntica. Com a Polónia a perder com a Eslováquia e a Suécia a arrancar um nulo frente à Espanha, o palco estava montado para polacos e espanhóis deixarem de remar contra a maré. Em jogo que colocou frente a frente Paulo Sousa e Luis Enrique, foi Robert Lewandowski quem mandou em campo. O embate entre ambos foi jogado em Sevilha e desencadeou-se como qualquer jogo com toque de nuestros hermanos. Muita bola e agressividade na recuperação da mesma, tendo por base as tabelas curtas e possível ataque à profundidade com variações de flancos para apanhar os polacos em desvantagem numérica.

Apesar de várias oportunidades espanholas, a Polónia conseguiu criar mais perigo que a Suécia criou no jogo anterior, muito devido a Lewandowski, o avançado do Bayern de Munique. Com as limitações da exibição do craque polaco no jogo frente à Eslováquia, não havia maior palco para mostrar a qualidade de um dos possíveis nomeados para a Bola de Ouro deste ano. Com o golo espanhol marcado por Álvaro Morata aos 25 minutos, a segunda parte não parecia prometedora para o conjunto orientado pelo ex-internacional português. Mas da cabeça de Lewandowski saiu o golo polaco, marcado aos 54 minutos.

A Polónia foi capaz de criar ainda mais perigo e tendo em conta o típico domínio espanhol, o resultado foi justo. Os principais elogios à exibição de Lewandowski e à capacidade mental polaca, vieram do próprio Paulo Sousa. “A nossa mentalidade foi o ponto chave. Estamos a tentar mudar isso, para sermos mais ambiciosos no nosso jogo e isso foi algo que se viu na segunda parte. (…) Ao ter um líder como o Robert, que luta por todas as bolas e consegue ganhá-las, que leva pancada de todos, que liga com todos os colegas, a marcar, a cruzar, que está em todo o lado. A energia e determinação dele foram cruciais, porque o jogo pedia isso mesmo.” rematou o seleccionador da Polónia.

21 Jun 2021

Euro 2020 | Selecção lusa defronta Alemanha no primeiro teste de fogo

Há rivalidades históricas que fazem o coração luso bater mais rápido. Seja contra Inglaterra, França ou Alemanha, o orgulho português torna-se gigante e imbatível. Em termos práticos, os confrontos contra os alemães são como o Evereste. Desde o ano 2000 que Portugal não sorri contra os germânicos. Mas cada Evereste terá um Sir Edmund Hillary, alguém capaz de o escalar

Por Martim Silva

 

Nuno Mendes ainda não tinha nascido. João Félix tinha um ano de idade e Cristiano Ronaldo ainda estava nas camadas jovens do Sporting Clube de Portugal. O ano dava início ao milénio e Portugal vencia a Alemanha pela terceira e última vez em 21 anos. Estávamos em território francês e em pleno Euro 2000 quando Sérgio Conceição marcava três golos à Mannschaft no terceiro jogo da fase de grupos da competição.

Volvidas duas décadas, Portugal é campeão europeu e a Alemanha campeão mundial de 2014. Parece existir menos desequilíbrio entre ambas as equipas, algo que não concorda com o histórico de confrontos.

O grupo F do Euro 2020 é um autêntico grupo da morte. Portugal já passou o primeiro teste com menção de excelência, com a vitória frente à Hungria por 3-0. Já a Alemanha, não parecia a selecção que tantas noites em branco deu aos portugueses quando perdeu por 1-0 frente à França. Os dois jogos são ilustrativos do momento de forma das equipas. Esta selecção germânica não impressiona. Não tem nomes sonantes e já está na calha um novo seleccionador, o ex-treinador do Bayern de Munique, Hans Flick, que tomará conta da equipa depois deste Euro.

Contra a França, a Alemanha foi uma nulidade ofensiva, tendo tido bastantes dificuldades em ultrapassar a barreira gaulesa. Não foi um jogo anormal, porque a França não perde em competições oficiais desde Junho de 2019 frente à Turquia.

Apesar de qualquer inferioridade alemã, continua a existir poderio do lado do adversário da selecção das quinas, pelo menos no lado mental. Portugal terá uma certa desvantagem por ter de lidar com esse historial negativo de confrontos. Ter de passar esta barreira poderá desbloquear a tal “ansiedade” que Fernando Santos atribuiu à sua equipa no início da segunda parte contra a Hungria. Com isto em mente, Portugal irá defrontar o teste mais difícil desde 2016 quando derrotou a França, conquistando o Euro.

Não ter um adversário à altura desde 2016 pode ser problemático para a equipa lusa, mas não há nada melhor que ter logo um embate contra um gigante no segundo jogo da competição de maneira a preparar uma possível reconquista.

Chave da experiência

Com o teste mais difícil à porta desde que o Euro de Portugal teve início, não há necessidade para o medo se interiorizar no seio desta equipa porque o conjunto luso já mostrou que consegue alcançar grandes conquistas.

Sem defrontar a Alemanha desde 2014, e com a consciência da dificuldade da tarefa, jogadores como Pepe, Ronaldo e João Moutinho podem liderar os mais jovens e estreantes jogadores a não pensarem nos aspectos negativos do embate entre os dois gigantes europeus. Os três craques acima nomeados já experimentaram todas as surpresas, todos os sentimentos e todos os ensinamentos que o desporto rei lhes atirou à cara. Ter vozes destas ajudará o balneário português a ficar calmo e a entender que o seu lugar é a batalhar contra os melhores deste mundo.

A montanha é grande, e em termos teóricos pode parecer um trajecto impossível, mas para Bruno Fernandes, médio do Manchester United, a confiança é um dado adquirido.

“Espero uma selecção a tentar ganhar e o que espero de nós é uma equipa a tentar ganhar. É difícil prever porque o jogo tem vários momentos, decisões tomadas ao segundo e o nosso objectivo passa por ter bola e ganhar”. Ter jogadores a pensar desta maneira só trará indícios positivos ao jogo de sábado para domingo (00:00). Nuno Mendes falhou o treino de quinta-feira devido a uma mialgia na perna esquerda. Com esta baixa, Raphaël Guerreiro irá assumir, novamente, a titularidade na lateral esquerda.

A Alemanha só será um adversário complicado se a selecção lusa acreditar que sim. Com confiança e motivação em ser, novamente, campeão europeu, Portugal é capaz de mover mundos e fundos até ao objectivo final. Dia 11 de Julho é o dia mais importante e onde o foco deverá permanecer sempre. Contra os alemães marchar!

Itália vence Suíça com dois golos de Locatelli

Como a identidade histórica dos azzurri reside quase sempre nos processos defensivos, fica claro que a selecção de Roberto Mancini é muito mais que uma equipa a praticar o catenaccio de Helenio Herrera. Por fim a dizer presente no lote dos favoritos a conquistar o Euro, Itália venceu a Suíça por 3-0 numa exibição completa e premiada pelo puro talento ofensivo. O jogo começou de forma intensa, aliás se existe característica apontada às diversas equipas italianas é a garra, com a Suíça incapaz de sair do seu meio-campo devido à pressão alta que os médios Manuel Locatelli, Nicolò Barella e Jorginho exerceram em Remo Freuler e especialmente Granit Xhaka, os médios helvéticos. Apesar da dificuldade na 1.ª fase de construção, com médios e laterais italianos a pressionarem o lado onde estava a bola, a Suíça não era capaz de ocupar o espaço deixado nas costas de Barella e Locatelli, havendo uma grande distância entre estes dois e o médio mais recuado, Jorginho. Esperava-se mais desta selecção orientada por Vladimir Petkovic mas a noite pertenceu mesmo aos italianos, e, concretamente, a Locatelli. O médio do Sassuolo, cobiçado pela Juventus, marcou dois golos.

O primeiro foi logo aos 26 minutos a concluir uma boa jogada iniciada pelo próprio, finalizando após assistência de Domenico Berardi. O segundo, aos 52 minutos, foi através de um remate com o pé esquerdo à entrada da área suíça.

O terceiro e último golo foi marcado por Ciro Immobile aos 89 minutos. Mesmo com a vitória expressiva em mente, Mancini desvaloriza o favoritismo “No Euro há França, Portugal e Bélgica. Um destes é campeão mundial, outro é campeão europeu e o último é a melhor selecção no ranking. Estas equipas foram construídas ao longo de anos sendo normal estarem mais à frente que nós, mas tudo acontece no futebol (…)” concluiu o seleccionador italiano.

No reino da previsibilidade, venceu a Rússia

Depois de a Finlândia ter surpreendido a Dinamarca no jogo de abertura do Grupo B, expectava-se que o mesmo poderia acontecer frente à Rússia. Após a goleada por 3-0 contra a Bélgica, o conjunto russo quis dar outra resposta e o seleccionador Stanislav Cherchesov mexeu no onze procurando dar nova vida à sua equipa. Substituiu o experiente guarda-redes Anton Shunin pelo jovem Matvei Safonov e tirou do onze Yuri Zhirkov e Andrey Semyonov, tendo colocado o médio da Atalanta Aleksey Miranchuk e o defesa Igor Diveev.

A Finlândia apenas alterou uma peça no seu onze inicial, trocando Tim Sparv por Rasmus Schüller. As mudanças não melhoraram a estética do encontro. Ambas as equipas tinham processos ofensivos semelhantes, não mostrando grande variedade ou surpresa no ataque à baliza adversária. A organização ofensiva tinha sempre o mesmo tipo de jogada e finalidade, especialmente da parte da Rússia. Os processos ofensivos eram mais colectivos que individuais, no entanto os russos mostravam alguma incapacidade em chegar a zonas de finalização e a criar oportunidades de golo. Quanto à Finlândia, os processos criativos passavam mais pela individualidade de Glen Kamara, Teemu Pukki e Joel Pohjanpalo, também estes incapazes de incomodar a baliza de Safonov.

Apesar da falta de poderio ofensivo, Miranchuk acabou por decidir o encontro ainda antes do intervalo. Lançado pelo seu seleccionador, o médio ofensivo concluiu uma jogada de combinação com o avançado Artem Dzyuba dentro da grande área com um belíssimo golo ao canto superior esquerdo da baliza finlandesa. Foi-lhe atribuído o prémio de melhor em campo de forma justa. O médio russo teve uma óptima exibição e um golo ainda melhor.

18 Jun 2021

Vencedor do Grande Prémio aposta nos simuladores

Num momento em que a sua carreira enquanto piloto se encontra em “banho-maria”, o vencedor do Grande Prémio de Macau de Fórmula 4, Charles Leong Hon Chio, iniciou um projecto que pretende trazer “novo sangue” ao automobilismo de Macau, usando para isso os simuladores e o entusiasmo em redor do “sim racing”, a modalidade electrónica que replica os desportos motorizados

 

Mesmo após ter triunfado na corrida de Fórmula 4 do Grande Prémio de Macau do ano transacto, Charles Leong estava ciente que este resultado poucas possibilidades lhe poderia abrir no desporto motorizado. A pandemia veio afectar fortemente o ecossistema do automobilismo no continente asiático e as oportunidades de um jovem da RAEM evoluir nestas circunstâncias fora de portas são diminutas. Não querendo desperdiçar a sua experiência e conhecimento do desporto, Charles Leong co-fundou a G Racing Simulation, uma empresa que dá instrução de condução em simuladores.

Durante muitos anos, o karting era a escola única para a formação de pilotos para o automobilismo, mas cada vez há mais jovens a usarem os simuladores – pelo seu menor custo e conveniência – como ferramenta de aprendizagem. Charles Leong não hesitou em afirmar ao HM que “acredita em ambas, pois para o ex-praticante “tanto o karting, como os simuladores, são muito importantes. O karting é insubstituível. Porém, o simulador é uma ferramenta muito boa para testes e para ajustar hábitos de condução”.

Por outro lado, e apesar de ter no Kartódromo de Coloane a mais sofisticada infra-estrutura para a prática de karting no sudeste asiático, a regulamentação local é bastante desfavorável à iniciação na modalidade. A idade mínima para alugar um karting no Kartódromo de Coloane é de dezoito anos. Em Portugal, por exemplo, a idade de iniciação em competição no karting é aos cinco anos.

Por isso mesmo, “o simulador pode ajudar muitos pais a compreenderem o que realmente são as corridas e assim permitirem que os seus filhos possam experimentar o que se sente nas corridas”, explicou Charles Leong, que co-dirige a empresa localizada nas imediações da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau.

Perceber o real valor

Existe sempre a dúvida se um bom piloto no mundo virtual pode demonstrar o mesmo talento na vida real. O ex-campeão chinês de Fórmula 4 acredita que “tudo depende da pessoa”, mas “com um treino adequado”, o salto dos simuladores para os carros da vida real pode ser mais fácil e não há nada que o impeça de se “tornar num bom piloto”.

Esta transição de um mundo para o outro é passo muito exigente, até porque se uma realidade praticamente não requer investimento, a outra, reclama fundos que não estão disponíveis a todas as bolsas. “Primeiro de tudo, tenho que construir este mercado em Macau e permitir que as pessoas compreendam o que são as corridas e o ‘sim racing’”, admite Charles Leong. “Tenho que construir a comunidade e fazer parcerias com as pessoas certas”.

Depois, no que ao financiamento diz respeito, “precisamos da ajuda do mercado chinês de ‘sim racing’. Isto poderá ajudar-nos a promover e a criar uma boa proposta para diferentes pessoas”, explica o piloto-empresário de apenas 19 anos. “O financiamento poderá vir da Federação de União de Desportos Electrónicos de Macau ou do governo.

Contudo, a única forma de encontrar patrocínios será construir uma boa reputação, criar valor e permitir que as pessoas compreendam melhor o que são as corridas em Macau”.

GP por pensar

O primeiro piloto chinês de Macau a vencer a prova rainha do Grande Prémio ainda não sabe se voltará a competir na prova do mês de Novembro. Depois de ter competido na prova de Fórmula 3 por duas ocasiões e ter sido o vencedor na estreia da Fórmula 4 no Circuito da Guia, Charles Leong ainda não tem nada alinhavado para o maior cartaz automobilístico da RAEM.

“Para ser honesto, ainda não estou certo”, confirmou, salientando o facto do programa das corridas do evento estarem por definir, lembrando também que para além dos seus projectos empresariais, onde se incluí também o Pátio Café na Taipa, tem ainda compromissos universitários. “Provavelmente irei ao Reino Unido no mês de Setembro…” e talvez nessa altura tome uma decisão.

17 Jun 2021

Bahrein, de Hélio Sousa, goleou Hong Kong por 4-0

O Bahrein, treinado pelo português Hélio Sousa, despediu-se na terça-feira da fase de qualificação asiática para o Mundial de futebol de 2022 com uma vitória por 4-0 sobre Hong Kong, fechando o grupo C no terceiro lugar.

Avançam no torneio o Irão e previsivelmente o Iraque, respetivamente primeiro e segundo do grupo, depois de os iranianos, na terça-feira, terem derrotado os seus ‘vizinhos’ por 1-0, num jogo em que o portista Taremi foi titular.

O Irão ganha o grupo, com 18 pontos, mais um que o Iraque e três que o Bahrein. Para a terceira fase da qualificação asiática seguem diretamente os iranianos, enquanto os iraquianos ficam muito próximos de passarem como um dos quatro melhores segundos classificados, sendo que ainda há grupos por fechar.

Em Riffa, foi fácil a goleada dos comandados de Hélio Sousa, com golos de Dhiya (49), Sayed Hashim (54, de grande penalidade e 70) e Abdullatif (90, de grande penalidade).

O Qatar vai receber em 2022 o primeiro Mundial a disputar no Médio Oriente, a partir de 21 de novembro, enquanto a final está prevista para 18 de dezembro. O torneio será disputado em 28 dias, em vez dos 32 em que decorreu o Mundial da Rússia, em 2018, para minimizar a interrupção da temporada europeia.

16 Jun 2021

Euro 2020 | Espanha empata com Suécia em jogo marcado pelas oportunidades falhadas

Em jogo de estreia frente à Suécia, os espanhóis deixaram a pontaria em casa, desperdiçando uma mão cheia de oportunidades de golo. Espanha é um dos candidatos a conquistar o Euro 2020, tendo pela frente uma fase de grupos teoricamente fácil. Mas o futebol não é uma ciência exacta e apresenta muitas surpresas e variáveis. A Suécia não apresentou muitos argumentos ofensivos, mas foi capaz de segurar o nulo frente a uma selecção espanhola cheia de talento

 

Por Martim Silva

 

O favoritismo não ganha jogos. Espanha provou deste lema ao empatar com a Suécia a zero, na passada meia-noite, em Sevilha, a contar para o Grupo E do Euro 2020. O palco era o Olimpico de La Cartuja, estádio onde José Mourinho sagrou-se pela primeira vez campeão europeu com o FC Porto em 2003, mas as condições do relvado não faziam jus ao nome Olimpico. A Espanha é das poucas selecções que mantém a mesma identidade ao longo de décadas. Muita posse de bola e boa reacção à perda da mesma. Mas esta equipa de Luis Enrique, seleccionador de La Roja, é mais previsível que os conjuntos espanhóis vencedores do Euro em 2008 e 2012.

Já esta Suécia, sem Zlatan Ibrahimović, não tem também muitos argumentos para fazer mais do que se viu. A Espanha tinha bola, rodando-a de um lado para o outro, procurando espaço do lado contrário, mas a Suécia, sempre fechada no seu 4-4-2 em bloco baixo, não deixava grandes espaços por cobrir. E ainda assim a selecção espanhola criou chances de golo com o guarda-redes sueco, Robin Olsen, em grande plano.

Apesar das oportunidades criadas na primeira parte, os espanhóis tinham movimentos ofensivos pouco adaptados à realidade do encontro. Desta maneira, a Suécia não sofria golos, mas também mal conseguia passar do seu meio-campo. Alexander Isak, um jovem sueco de 21 anos, foi o único ponto de luz na escuridão nórdica. O avançado da Real Sociedad mostrava-se ao jogo como ninguém e foi o único protagonista ofensivo da selecção orientada por Janne Andersson. Isak foi quem mais trabalho deu a Aymeric Laporte, defesa central que se estreou em competições oficiais ao serviço de Espanha. Outra estreia marcante para os espanhóis foi a de Pedri González, jogador do Barcelona de apenas 18 anos, que frente à Suécia formou uma parceria letal com Jordi Alba, lateral esquerdo. Mas a primeira parte viu ainda Álvaro Morata, avançado espanhol da Juventus, falhar, novamente, um golo onde só tinha pela frente o guarda-redes. A inépcia de Morata em frente à baliza é chocante, e este tema é recorrente desde que se transferiu do Real Madrid para o Chelsea em 2017. Dani Olmo e Koke foram também responsáveis por não concretizarem as respectivas oportunidades de golo.

Mais do mesmo

A segunda parte foi o espelho da primeira. A pressão espanhola era constante sempre que perdia a posse de bola, com os suecos a não serem capazes de se organizar ofensivamente. Porém, à medida que o tempo passava, o bloco baixo da Suécia começava a quebrar. A concentração mental e física dos suecos estava nos limites. As tabelas entre Jordi Alba, um lateral que é um autêntico extremo, e Pedri começavam a criar espaços na última linha dos nórdicos e as oportunidades começavam a aparecer. Com Gerard Moreno em campo e Morata no banco, a equipa rematava mais à baliza e com mais perigo. Robin Olsen foi posto à prova por Moreno, Alba e Pedri, tendo sido responsável por 5 defesas no total da partida. A Suécia depositou toda a sua esperança em Olsen nos últimos minutos da partida, visto não conseguir ter posse de bola alguma: Espanha teve 85% da posse de bola.

Estando bem patente a incapacidade ofensiva sueca, notou-se a falta de Dejan Kulusevski, avançado sueco da Juventus, que estava indisponível para o jogo de ontem devido à covid-19. O jovem de 21 anos é o novo talento sueco, tendo sido aposta recorrente para jogar ao lado de Cristiano Ronaldo na Vecchia Signora. Os talentos suecos estão todos no ataque. Emil Forsberg, Isak e Kulusevski são as peças fundamentais de uma selecção minada com falta de talento. Apesar de tanta adversidade, a Suécia foi capaz de não sofrer golos contra um dos favoritos a vencer este Euro. Espanha tem um seleccionador melhor, jogadores melhores e uma cultura vencedora superior e não foi além do nulo. Isto não é nada de novo em competições internacionais. O Euro, e o Mundial, são palcos representativos de oportunidades únicas para treinadores e jogadores mostrarem o seu valor. Não há equipas a jogar a meio gás, sendo cada vez mais difícil dominar por completo mesmo os adversários, teoricamente, mais fracos. Com isto em mente, o novo líder do Grupo E, onde Espanha perfila, é agora a selecção da Eslováquia, provando a velha afirmação de João Pinto de que prognósticos só no fim do jogo.

 

Eslováquia vence Polónia por 2-1 em jogo disputado

Em jogo de estreia do Grupo E do Euro 2020, Polónia e Eslováquia deram um espectáculo que poucos esperavam. A Polónia, orientada pelo português Paulo Sousa, começou a primeira parte a dominar e a tentar criar ligações exteriores para depois efectuar movimentos de ataque à profundidade, mas a Eslováquia manteve-se concentrada. Quando recuperava a posse de bola, contra-atacava usando Ondrej Duda e Marek Hamsik como elos de ligação para libertar os alas Robert Mak e Lukas Haraslin.

E ao minuto 18, o próprio Mak através de uma jogada individual, onde ultrapassa dois adversários, remata ao poste da baliza de Wojciech Szczesny mas a bola bate nas costas do guarda-redes da Juventus, entrando. Szczesny tornou-se no primeiro guarda-redes a marcar um golo na própria baliza na história do Euro. O autogolo premiou o plano estratégico irrepreensível de Stefan Tarkovic, seleccionador eslovaco, na primeira parte.

Golpe fatal

Se nos primeiros 45 minutos o plano de Paulo Sousa não resultou, foram apenas necessários os 15 minutos de intervalo para o ataque polaco começar a ter mais fluidez. As ligações eram mais recorrentes e funcionavam com outra regularidade, levando a Polónia a marcar logo ao minuto 46 por Karol Linetty. Contudo, a mostragem do segundo cartão amarelo, e subsequente expulsão, ao minuto 62 a Grzegorz Krychowiak ditou o fim de uma segunda parte promissora. Imediatamente após a expulsão do médio polaco, a Eslováquia, através do central Milan Skriniar adianta-se no marcador. O defesa fez aquilo que Robert Lewandowski não conseguiu fazer durante a partida inteira: golo.

A Eslováquia não é uma selecção muito competente em organização ofensiva, mas consegue ser compacta em bloco baixo, tendo jogadores mais do que capazes para criar perigo na área adversária. Hamsik tem 33 anos e Duda 26 anos e ambos foram dos melhores em campo. Por vezes, a idade não é um mau trunfo.

 

Patrick Schik bate recorde de 41 anos com golo do meio-campo

A primeira parte do jogo entre Escócia e República Checa, correspondente ao Grupo D do Euro 2020, foi um típico jogo inglês. Muita bola longa, muitos duelos aéreos e pouca bola rente ao chão. A organização ofensiva de Escócia e República Checa roçou o rudimentar. A principal fonte de ataque escocesa residia nos pés de Andy Robertson, jogador do Liverpool, que se limitava a bombardear bolas para a área sem grande estratégia. A República Checa pouco fez também, mas saiu para o intervalo por cima, com um golo de cabeça de Patrik Schik aos 42 minutos. A Schik já voltamos mais adiante.

Contudo, e após uma primeira parte murcha, o segundo tempo mudou de feição, trazendo mais oportunidades de golos, especialmente para a Escócia. Houve um remate à trave e duas oportunidades de golo que levaram o guardião checo, Tomas Vaclík, a defesas impressionantes. Mas a Escócia sempre com uma organização ofensiva incapaz de solucionar os diversos problemas que a defesa checa lhe colocava. Ryan Gauld, jogador escocês do Farense, foi dos jogadores que mais oportunidades flagrantes criou na Liga NOS na época 2020/2021, e teria sido uma ajuda bem-vinda a esta selecção.

A juntar ao desperdício da Escócia, veio o momento alto da partida e talvez do Euro. Ao minuto 52, Patrik Schik volta a marcar. Um golo do meio-campo com uma curva notável que bateu o recorde de distância de um golo na história do Euro. O recorde perdurava desde 1980 e o remate do ponta de lança checo percorreu 45.4 metros até chegar à baliza do guarda-redes, David Marshall. É talvez o golo da competição e com este estrondo, Schik junta-se a Lukaku na lista dos melhores marcadores do Euro e a República Checa sobe ao 1.º lugar do Grupo D.

16 Jun 2021

Euro 2020 | Portugal entra com o pé direito e vence Hungria por 3-0

Com a pressão natural de um campeão a defender o seu estatuto, Portugal entrou da melhor maneira em território hostil. Em Budapeste, e em clara desvantagem numérica nas bancadas, a selecção deu conta do recado, tendo sido superior à Hungria em todos os sentidos. O que parecia, inicialmente, um sonho desmedido de revalidação de título, tem agora pernas para andar

Por Martim Silva

 

No primeiro jogo do Euro 2020 com estádio cheio, a selecção das quinas não tremeu. Para todos os efeitos, Portugal é campeão europeu em título e tem um estatuto a defender. O adversário era o mais fraco dos três oponentes do Grupo F, mas a consistência na grandeza é reservada apenas para os melhores deste mundo. A vitória de Portugal sobre a Hungria dá esperança de que o tabaco que Fernando Santos levou para estágio acabe mesmo no dia 11 de Julho.

O primeiro encontro do Euro 2020 a ser jogado com um estádio cheio não podia ter um nome qualquer. O campo Ferenc Puskás em Budapeste tem o nome de um dos melhores jogadores da história do futebol e do Real Madrid. O estádio do Major Galopante, alcunha de Puskás, serviu de palco para o início da caminhada europeia de Portugal. Em plena capital do ex-Império Austro-Húngaro, Cristiano Ronaldo comandou as tropas para um jogo inicialmente tremido, nervoso e com diversos tiros ao lado. Portugal derrotou a Hungria por 3-0, mas o jogo não é só o resultado.

A equipa das quinas começou com muita bola e com os húngaros a não se importarem muito com isso. Fernando Santos apostou em Danilo Pereira e William Carvalho de início no meio-campo, mas a criação de jogo parecia inconsistente. Danilo é bom nos duelos e na cobertura de espaços, mas não se enquadra na construção de jogo da selecção. Na primeira parte, Bruno Fernandes teve pouca bola e Portugal sofreu com isso. A proximidade que o médio do Manchester United tem com o esférico deve ser mais vezes aproveitada. Além destes pormenores, Portugal não podia ter feito um jogo melhor. Dominou a Hungria, subiu as linhas até ao meio-campo e começou a tentar passar o 5-3-2 do italiano Marco Rossi, seleccionador húngaro. As oportunidades foram caindo nos pés de Diogo Jota, avançado do Liverpool, mas o guarda-redes Peter Gulasci estava atento à pontaria do jogador luso. Cristiano Ronaldo também falhou um remate mesmo em frente da baliza, numa primeira parte que parecia agoirada.

Já a Hungria, com uma estratégia de bloco baixo e aposta no contra-ataque, estava confiante nos processos defensivos. O central Endre Botka e o lateral esquerdo Attila Fiola foram autênticos guerreiros na paragem das investidas portuguesas. Apesar das dificuldades incutidas pelo adversário, na primeira parte, Fernando Santos enalteceu a qualidade da sua equipa

‘Uma primeira parte muito bem conseguida em, praticamente, todos os momentos do jogo. Em posse de posse de bola, a procurar a variação, a procurar entrar.’

Aposta certeira

Ao intervalo, e com o seleccionador luso a pedir aos jogadores para manterem o ‘coração e a cabeça a funcionar’, o jogo continuava igual. A Hungria usava Adam Szalai, ponta de lança do Mainz, como referência de jogo mais directo com o apoio de Rolland Sallai, jogador do Friburgo, o mais habilidoso da equipa de Marco Rossi com a bola nos pés.

Contudo, e à medida que o tempo ia passando, Portugal parecia caminhar para um novo empate na caminhada europeia. Por volta dos 70 minutos, Fernando Santos lançou Rafa Silva, extremo do Benfica, que foi determinante nas suas arrancadas para a baliza adversária. Apesar de uma entrada atribulada, aos 84 minutos assiste para o primeiro golo da selecção, marcado por Raphaël Guerreiro numa jogada com vários ressaltos à mistura. Minutos depois com uma boa arrancada de Renato Sanches, jogador do Lille que entrou para o lugar de William Carvalho, Rafa Silva recebe a bola do ex-Benfica e ao entrar na grande área da equipa húngara sofre uma falta do central Willi Orban. Cristiano Ronaldo converteu a grande penalidade, marcando o seu primeiro tento nesta competição. Porém, o jogador do Benfica não ficaria por aqui. O terceiro golo português foi um recital de bom futebol com 33 passes que culminaram no 11.º golo do capitão luso em Euros, tornando-se, desta maneira, no melhor marcador de sempre da competição. Rafa Silva fez, novamente, a assistência.

Fernando Santos apelidou a vitória como justa e não podia ter mais razão. Portugal foi superior em todos os momentos da partida. Para vencer os tubarões, Alemanha e França, precisará de exibições idênticas.

Com mais de 60 mil adeptos num estádio em plena Hungria, Ronaldo e a selecção não sentiram a pressão. Pelo contrário, deram-lhe as boas-vindas. Sob os ombros de Ronaldo e com a convicção de Fernando Santos de que ‘Portugal está preparado para jogar com qualquer adversário’, serão poucas as selecções que conseguirão dificultar a caminhada portuguesa rumo à reconquista.

Em Roma, sê romano

Itália e Suíça não se defrontam desde o ano de 2010, mas volvidos 11 anos muito mudou. A Itália foi vice-campeã europeia em 2012, chegando aos quartos de final em 2016. A Suíça, em 2016, alcançou os oitavos de final do Euro, a sua melhor classificação de sempre. Em 2021, porém, a Itália é de caras um dos favoritos a conquistar o troféu de campeão europeu de selecções, enquanto a Suíça, com algum talento à mistura, consegue impor dificuldades a qualquer equipa. O embate entre ambas ocorre na madrugada de quarta para quinta-feira (03:00), no que se avizinha ser o jogo da jornada. A selecção italiana demoliu, no resultado pelo menos, a Turquia de forma evidente e não podendo contar com o seu melhor jogador, Marco Verratti. Verratti é, facilmente, dos melhores médios do Mundo. Tem a facilidade de jogar como 6 ou como 8, com uma percentagem de passe por jogo a rondar os 92% e consegue ser astuto quando defende. Saber-se que já treina com a selecção, só dará alegrias aos adeptos italianos.

A Suíça estará em território inimigo porque este será o segundo de três jogos que a Itália disputará em solo romano. A cerimónia de abertura do Euro 2020 deu-se no Estádio Olimpico em Roma e a seleção azzurri completará a fase de grupos sem ter de sair de casa. Para a Suíça, esta será a batalha mais difícil de travar. Os helvéticos são inferiores aos italianos e superando esta pressão e hostilidade inicial de jogarem em casa do adversário, podem abrir caminho para um jogo mais disputado do que, em teoria, é esperado.

Daquilo que se viu da Suíça contra o País de Gales, Itália não terá muitas dificuldades em vencer a selecção de Vladimir Petkovic, treinador suíço que já orientou a Lazio.

O lateral Alessandro Florenzi está em dúvida para o encontro. Saiu no intervalo do jogo inaugural contra a Turquia devido a uma lesão muscular, sendo substituído no onze por Giovanni Di Lorenzo.

França domina Alemanha e reforça favoritismo

Sendo o primeiro jogo entre dois gigantes europeus, esperava-se alguma paridade. A França venceu a Alemanha apenas por 1-0, com um autogolo de Mats Hummels aos 20 minutos de jogo após um cruzamento do lateral francês, Lucas Hernández, mas a diferença entre as duas equipas não podia ser mais gritante. A Alemanha não tem grandes referências a não ser no meio-campo, a zona onde o jogo ficou decidido. Ilkay Gündoğan, que já frequentou o Club Cubic em Macau, e Toni Kroos tiveram desempenhos notáveis nas respectivas equipas esta temporada, mas eram as únicas unidades à frente da linha defensiva alemã, com a difícil tarefa de controlar os três médios franceses: Adrien Rabiot, N’Golo Kanté e Paul Pogba.

A desvantagem numérica germânica fez com que a França tivesse sempre espaço nas costas dos médios da Mannschaft. Enquanto Rabiot e Pogba controlavam a zona média do terreno, Benzema fazia de médio ofensivo, Kylian Mbappé descaía para a esquerda e Antoine Griezmann procurava movimentos de ruptura.

Apesar do meio-campo francês ter sido uma das chaves da vitória do campeão mundial de 2018, a organização defensiva gaulesa foi determinante. Presnel Kimpembe e Raphael Varane, com o apoio de Benjamin Pavard na lateral direita e Lucas Hernández na lateral esquerda, formam a melhor linha defensiva deste Euro. Por muito que a Alemanha controlasse o esférico, acabou o jogo com 62% de posse de bola, a defesa dos bleus mantinha-se tranquila e cómoda. O grande segredo da equipa francesa está neste aspecto, por muito que se foque, e com razão, na frente de ataque. Depois de Portugal dominar a Hungria e a França esmagar a Alemanha, o confronto entre os dois finalistas de 2016 será impróprio para cardíacos.

16 Jun 2021

Portugal estreia-se esta noite em Budapeste contra a selecção magiar

Portugal inicia hoje a defesa do título europeu contra a Hungria, no primeiro jogo do Grupo F. Além da Hungria, Portugal tem no seu grupo a Alemanha e França, não tendo o rótulo de favorito nesta competição. Com a exclusão de João Cancelo dos planos de Fernando Santos, devido à covid-19, e as dúvidas em relação ao onze inicial, Portugal enfrenta mais dificuldades do que em 2016. Mas qualquer campeão tem sempre um peso nas costas

 

Por Martim Silva

A defesa do título europeu, que Portugal conquistou em 2016, começa esta noite, às 00:00 (hora de Macau) frente à Hungria, no primeiro jogo do Grupo F. Portugal, apesar de ter a grande parte dos seus 26 jogadores a jogar nas maiores equipas da Europa, não é considerado favorito. No grupo de Portugal, para além da Hungria, está o campeão mundial e vice-campeão europeu de 2016, a França, bem como a campeã mundial de 2014, a Alemanha.

Num grupo com dois campeões mundiais e o campeão europeu em título mais a Hungria, o Grupo F pode vir a ser o mais interessante de acompanhar neste Euro 2020.

Mas a missão de Portugal, apesar de, em teoria, ser mais complicada do que em 2016 não é motivo para baixar os braços. Além das dificuldades do grupo F, a selecção nacional ficou sem João Cancelo, lateral direito do Manchester City, que testou positivo à covid-19, tendo sido substituído por Diogo Dalot, lateral do AC Milan que ajudou Portugal a chegar à final do Europeu sub-21. João Cancelo foi uma das peças fundamentais do Manchester City de Pep Guardiola na época 2020/2021. Com ele em campo, a equipa de Pep Guardiola venceu a Premier League e a Taça da Liga Inglesa, tendo também chegado à final da Liga dos Campeões. João Cancelo é uma baixa de peso e Portugal perde um jogador polivalente, confiante com a bola nos pés e muito forte no drible.

Com esta perda em mente, há algumas dúvidas acerca do possível onze inicial para defrontar a Hungria. Será que a lateral esquerda da selecção das quinas fica encarregue a Nuno Mendes, jogador do Sporting? Ou continua a cargo de Raphael Guerreiro, jogador do Borussia Dortmund? Nuno Mendes, na sua primeira época completa como jogador do Sporting foi campeão nacional e vencedor da Taça da Liga, tendo sido fulcral na formação de Rúben Amorim no Sporting. Nuno Mendes trouxe largura e profundidade ao campeão nacional, tendo sido eleito para a equipa do ano da Liga NOS. Um dos argumentos contra uma possível titularidade de Nuno Mendes é a falta de experiência. O jovem leonino tem apenas 18 anos e Raphael Guerreiro já leva um Mundial (2018) e um Euro (2016) onde foi titular em grande parte dos jogos.

A defesa nem será a principal dor de cabeça de Fernando Santos, seleccionador nacional. O meio-campo português, motivo de deliberação durante vários anos tomou agora outro nível. Foram convocados Danilo Pereira, João Palhinha, William Carvalho, Renato Sanches, Rúben Neves, Sérgio Oliveira e João Moutinho. Bruno Fernandes será titular indiscutível, tal como Bernardo Silva. Mas a parte mais recuada do meio-campo será um bom desafio para Fernando Santos. Palhinha teve uma época muito acima da média. Renato Sanches foi campeão francês com o Lille. Sérgio Oliveira foi dos melhores jogadores da Liga NOS. Os restantes jogadores já têm experiência na selecção de Fernando Santos. Será que o seleccionador opta por quem conhece há mais tempo ou dará chances a quem se destacou este ano?

No ataque nacional também residem algumas opções de peso. Quem jogará ao lado de Cristiano Ronaldo? Será André Silva, João Félix, Pedro Gonçalves ou Diogo Jota? Todos estes jogadores têm motivos para estarem ao lado do melhor jogador português da actualidade. Diogo Jota, apesar de ter estado lesionado durante grande parte da época, teve um impacto imediato no Liverpool. João Félix, apesar da inconsistência, foi campeão espanhol. André Silva teve apenas Robert Lewandowski à sua frente na lista de melhores marcadores da Bundesliga na época de 2020/2021. Já Pedro Gonçalves foi o melhor marcador da Liga NOS, tendo sido campeão nacional e vencedor da Taça da Liga de Portugal. Todos estes jogadores apresentam bons argumentos para jogar ao lado de CR7.

Duro de roer

Mas no caminho de Portugal não está uma selecção qualquer. A Hungria não perde desde 2020 (derrota frente à Rússia para a Liga das Nações) e tem jogadores como Peter Gulacsi, guarda-redes do RB Leipzig, Willi Orban, defesa do RB Leipzig e Adam Nagy, jogador do Bristol City que já esteve na mira do Benfica. Esta selecção da Hungria já deu problemas a Portugal no Euro de 2016, tendo empatado 3-3 contra o actual campeão europeu.

Portugal tem tido selecções com tremenda qualidade durante anos. Mas faltavam troféus. O primeiro, o Euro, foi conquistado em 2016 com o golo de Éder aos 109 minutos. O segundo, a Liga das Nações, em 2018. Mas estes dois troféus não chegam para saciar a sede de Portugal e, concretamente, para a sede de Ronaldo. O CR7 fará, possivelmente, o seu último Euro, e o Mundial de 2022 será também o último.

Retirar-se da Selecção Nacional com dois europeus e um possível Mundial, solidificaria Ronaldo como o melhor jogador português de sempre. Portugal joga às 00:00 frente à Hungria. A reconquista começa hoje!

 

Itália, Inglaterra, Holanda e Bélgica entraram com o pé direito

A estreia do Euro 2020 não podia ter mais referências italianas. Alessandro Nesta e Francesco Totti, lendas da Lazio e da AS Roma, respectivamente, inauguraram a cerimónia de abertura do Euro. Andrea Bocelli cantou. E o primeiro encontro, entre Itália e Turquia, jogou-se no Estádio Olímpico de Roma. Parecia que o dia não iria correr nada mal à selecção de Roberto Mancini, seleccionador italiano.

A Itália venceu a Turquia de forma confortável por 3-0, apesar de uma primeira parte a zeros, onde ambas as equipas tiveram dificuldade em impor o seu jogo ofensivo. Os golos italianos foram marcados por Merih Demiral (autogolo), Ciro Immobile e Lorenzo Insigne.

Após a alegria italiana, o Euro de 2020 ficou marcado por um dos episódios mais impressionantes da história do futebol. Na derrota da Dinamarca frente à Finlândia (0-1) Christian Eriksen desmaiou enquanto o jogo decorria, tendo sido reanimado ainda dentro de campo. (ver texto ao lado). Por causa deste terrível susto, o jogo não teve grande espetáculo.

Já a Bélgica, um dos favoritos a conquistar o Euro, derrotou a Rússia por 3-0. Romelu Lukaku, um dos melhores avançados do Mundo, marcou dois golos em apenas 3 remates. O outro tento foi marcado por Thomas Meunier, que também assistiu num dos golos de Lukaku.

No primeiro jogo grande do Euro, a Inglaterra defrontou e derrotou a Croácia por 1-0 com golo de Raheem Sterling. A partida foi pobre em ideias ofensivas, mas o talento destas duas selecções abunda em todos os sentidos.

Por fim, os Países Baixos foram também postos à prova contra a Ucrânia mas acabaram por vencer o jogo por 3-2. O primeiro golo da Ucrânia, marcado por Andriy Yarmolenko, jogador do West Ham, é uma autêntica obra de arte. Os golos dos holandeses foram marcados por Gini Wijnaldum, Wout Weghost e Denzel Dumfries. Além do golo de Yarmolenko, Roman Yaremchuk marcou o segundo tento ucraniano.

15 Jun 2021

Automobilismo | O triste fim de vida dos carros de corrida locais

Longe vão os tempos em que os pilotos locais participavam no Grande Prémio de Macau com os seus carros do dia-a-dia. Hoje, os carros de corrida são máquinas construídas ao detalhe a pensar nas pistas, o que lhes tem dado uma vida curta nesta região do globo. Depois de cumprido o seu ciclo de vida, a impossibilidade de terem uma segunda vida nas corridas, faz com que muitas viaturas, algumas com “pedigree”, se percam para sempre.

Tal como o ser humano, os automóveis envelhecem. Foram excelentes companheiros de aventura, prestaram bons serviços, com eles celebramos alegrias, mas chega aquela altura e a esmagadora maioria está condenada ao abate.

Há alguns, ora por valor sentimental ou pela sua raridade, têm outro destino. Infelizmente, nas últimas quatro décadas, a grande parte dos carros que vimos correr nas provas locais do Circuito da Guia desapareceram.

Um ciclo de vida de um carro de corrida ao mais alto nível dura entre três a quatro anos, mas não é assim tão excêntrico ver viaturas com mais de dez anos ainda em actividade. Onde o automobilismo está mais desenvolvido, um carro de corrida é considerado muitas vezes um objecto de arte e pode ser guardado em colecção privadas, ou então competir em corridas de carros da sua geração, habitualmente chamadas de corridas de clássicos ou históricos.

“Até ao início dos anos 1990s, os carros que competiam nas corridas para os pilotos locais do Grande Prémio eram carros de estrada de matrícula de Macau. Depois do Grande Prémio, como não podiam andar na rua assim, era necessário voltar a colocá-los na forma original. Era preciso remover o arco de segurança, que era aparafusado, ou montar os bancos dos passageiros”, esclareceu ao HM, o ex-piloto e co-fundador do Automóvel Clube de Macau, Isaías do Rosário.

“Foi mais ou menos nessa altura que começaram a aparecer carros de pilotos de Hong Kong provenientes do Japão. No início existia uma regra que impedia os pilotos de Macau conduzirem carros que não fossem de Macau. No entanto, mais tarde, passou a ser autorizado para os pilotos de Macau o uso de carros provenientes de outras origens, mas estes só podiam permanecer no território na semana do Grande Prémio e depois tinham que sair do território, ficando a maior parte deles em Hong Kong ”, acrescenta Isaías do Rosário, recordando ainda que “só em 1995, quando eu como engenheiro dos serviços de viação de Macau, consegui esclarecer, tranquilizar e sugerir os procedimentos de importação desses carros de competição a uma alta dirigente dos serviços de economia e que dessa forma os mesmos não iriam circular nas estradas de Macau, aspeto que era de grande preocupação por parte das autoridades, é que finalmente foi possível manter os carros de corrida em Macau”. Curiosamente, ainda hoje vigoram esses procedimentos.

Poucas alternativas

O ciclo de vida de um automóvel de competição está intimamente ligado à sua performance e à estabilidade dos regulamentos técnicos que regem os campeonatos e corridas. Quando um carro deixa de ser competitivo, ou quando um campeonato muda de regulamentos, impossibilitando a sua participação nas corridas, o seu destino fica periclitante. Até porque para os proprietários não há muitas alternativas quando estas viaturas saem de circulação.

Guardar estes carros no outro lado das Portas do Cerco podia ser uma solução razoável em termos logísticos e de espaço, mas estes só podem entrar no Interior da China em regime provisório e sujeitos a pagar a sua estadia diária nos circuitos que os acolhem.

Vender é sempre a primeira opção quando um carro está em fim de vida, caso contrário, “temos que guardar dentro de uma garagem ou podes enviá-lo para alguns circuitos do Interior da China para poderes treinares ou realizares testes”, explicou ao HM o piloto macaense Álvaro Mourato. “Eu tentei oferecer o meu Honda Civic EK4 ao Museu do Grande Prémio de Macau, mas foram criados muitos entraves e por isso acabei por levá-lo para a sucata”.

Felizmente, para o piloto macaense, o seu “Honda Integra DC5 e o Peugeot RCZ foram vendidos”, mas a realidade é que “é muito difícil de guardar carros em Macau, pois o custo é elevado”.

Chance em Zhaoqing

Os tempos idos em que os carros de competição podiam voltar à sua forma original, “reformando-se” como viaturas de uso diário, já não se repetem. Segundo o experiente piloto português Rui Valente, na actualidade, tal coisa “é quase impossível, pois acaba por ser caro e estes carros (de corrida e em final do ciclo de vida) não valem muito”.

É quase unânime que se estes bólides, alguns deles ainda com saúde para muitos quilómetros, tivessem mais oportunidades para terem uma segunda vida naquilo que os ingleses chamam de “club racing”, ou automobilismo de lazer, haveria outra vontade dos seus proprietários em mantê-los. “Neste momento, já há quem se tenha arrependido de ter abatido os antigos Honda (da categoria N2000), pois nunca pensaram que poderiam continuar a correr com eles no Circuito Internacional de Guangdong em Zhaoqing”.

Com o ciclo de vida das viaturas das categorias 1600cc Turbo e 1950cc ou Superior apenas prolongado pela pandemia, cerca de meia centena de carros corre o risco de terminar as suas carreiras dentro de pouco tempo esquecidos numa sucata qualquer. A menos que haja quem siga as pisadas de Rui Valente e descubra que um carro não precisa de ser novo para dar gosto de conduzir.

11 Jun 2021

Um Euro diferente

Antes da pandemia, o Euro 2020 já tinha tudo para ser diferente. Ao contrário do habitual, não vai ser realizado num único país, ou em dois. Vão ser 11 cidades de 11 países, entre os quais alguns a estrearem-se como anfitriões de fases finais como a Rússia, Azerbaijão ou Hungria. Esta é ainda a primeira vez que o Árbitro Assistente de Vídeo (VAR) vai ser utilizado no torneio. No entanto, nada serão tão atípico como um torneio denominado Euro2020 realizar-se no ano de 2021… No meio de tanta novidade e restrição, espera-se que as equipas proporcionem um bom espectáculo, pratiquem bom futebol… E que Portugal revalide o título de Campeão Europeu!

 

 

Os 26 convocados de Portugal

Guarda-redes

Anthony Lopes 30 anos O. Lyon

Rui Patrício 33 anos Wolverhampton

Rui Silva 27 anos Granada

Defesa

João Cancelo 27 anos Manchester City

Nélson Semedo 27 anos Wolverhampton

José Fonte 37 anos Lille OSC

Pepe 38 anos FC Porto

Rúben Dias 24 anos Manchester City

Nuno Mendes 18 anos Sporting

Raphael Guerreiro 27 anos Borussia Dortmund

Médios

Danilo 29 anos PSG

Palhinha 25 anos Sporting

Rúben Neves 24 anos Wolverhampton

Bruno Fernandes 26 anos Manchester United

João Moutinho 34 anos Wolverhampton

Renato Sanches 23 anos Lille OSC

Sérgio Oliveira 29 anos FC Porto

William Carvalho 29 anos Bétis

Avançados

Pote 22 anos Sporting

André Silva 25 anos Eintracht Frankfurt

Bernardo Silva 26 anos Manchester City

Cristiano Ronaldo 36 anos Juventus

Diogo Jota 24 anos Liverpool

Gonçalo Guedes 24 anos Valência

João Félix 21 anos Atlético de Madrid

Rafa Silva 28 anos Benfica

Treinador: Fernando Santos

Ponto Forte

O ataque. Nada exemplifica melhor o poderio ofensivo da equipa de Portugal como a situação de André Silva. O avançado fez a melhor época da carreira, com 29 golos em 34 jogos, bateu o registo de Erling Haaland, apenas ficando na lista de melhores marcadores da Bundeslinga atrás de Lewandowski. O registo não chega para ser titular na equipa orientada por Fernando Santos.

Ponto Fraco

O centro da defesa. Rúben Dias encantou na Premier League e assumiu-se como central de categoria mundial. Contudo, Portugal tem um problema nesta área, que fica claro com a convocatória de apenas três jogadores para a posição. Os outros convocados são os experientes Pepe e José Fonte, mas com um calendário intenso pode faltar a velocidade nos momentos-chave.

A figura: Cristiano Ronaldo

O capitão da selecção da “Quinas” vive de desafios e recordes. Neste Europeu vai precisar de marcar seis golos para se tornar o melhor marcador de sempre ao serviço de uma selecção. Ronaldo tem actualmente 104 golos por Portugal, contra os 109 golos de Ali Daei, pelo Irão. O estabelecimento de um novo recorde com um golo decisivo da final seria o cenário perfeito para o artilheiro e a “redenção” da final de 2016, quando teve de abandonar o relvado lesionado.

Os Jogos

Sábado 12 de Junho

03h00 Turquia – Itália (Jogo 1)

21h00 País de Gales – Suíça (Jogo 2)

Domingo 13 de Junho

00h00 Dinamarca – Finlândia (Jogo 3)

03h00 Bélgica – Rússia (Jogo 4)

21h00 Croácia – Inglaterra (Jogo 5)

Segunda-feira 14 de Junho

00h00 Áustria – Macedónia do Norte (Jogo 6)

03h00 Holanda – Ucrânia (Jogo 7)

21h00 Escócia – República Checa (Jogo 8)

Terça-feira 15 de Junho

00h00 Polónia – Eslováquia (Jogo 9)

03h00 Espanha – Suécia (Jogo 10)

Quarta-feira 16 de Junho

00h00 Hungria – Portugal (Jogo 11)

03h00 França – Alemanha (Jogo 12)

21h00 Finlândia – Rússia (Jogo 13)

Quinta-feira 17 de Junho

00h00 Turquia – País de Gales (Jogo 14)

03h00 Itália – Suíça (Jogo 15)

21h00 Ucrânia – Macedónia do Norte (Jogo 16)

Sexta-feira 18 de Junho

00h00 Dinamarca – Bélgica (Jogo 17)

03h00 Holanda – Áustria (Jogo 18)

21h00 Suécia – Eslováquia (Jogo 19)

Sábado 19 de Junho

00h00 Croácia – República Checa (Jogo 20)

03h00 Inglaterra – Escócia (Jogo 21)

21h00 Hungria – França (Jogo 22)

Domingo 20 de Junho

00h00 Portugal – Alemanha (Jogo 23)

03h00 Espanha – Polónia (Jogo 24)

Segunda-feira 21 de Junho

00h00 Itália – País de Gales (Jogo 25)

00h00 Suíça – Turquia (Jogo 26)

Terça-feira 22 de Junho

00h00 Ucrânia – Áustria (Jogo 27)

00h00 Macedónia do Norte – Holanda (Jogo 28)

03h00 Rússia – Dinamarca (Jogo 29)

03h00 Finlândia – Bélgica (Jogo 30)

Quarta-feira 23 de Junho

03h00 Croácia – Escócia (Jogo 31)

03h00 República Checa – Inglaterra (Jogo 32)

Quinta-feira 24 de Junho

00h00 Suécia – Polónia (Jogo 33)

00h00 Eslováquia – Espanha (Jogo 34)

03h00 Portugal – França (Jogo 35)

03h00 Alemanha – Hungria (Jogo 36)

Oitavos-de-Final

Domingo 27 de Junho

00h00 2.º do Grupo A – 2.º do Grupo B (Jogo 43)

03h00 1.º do Grupo A – 2.º do Grupo C (Jogo 38)

Segunda-feira 28 de Junho

00h00 1.º do Grupo B – 3.º do Grupo A/D/E/F (Jogo 42)

03h00 1.º do Grupo C – 3.º do Grupo D/E/F (Jogo 41)

Terça-feira 29 de Junho

00h00 2.º do Grupo D – 2.º do Grupo E (Jogo 39)

03h00 1.º do Grupo F – 3.º do Grupo A/B/C (Jogo 37)

Quarta-feira 30 de Junho

00h00 1.º do Grupo E – 3.º do Grupo A/B/C/D (Jogo 40)

03h00 1.º do Grupo D – 2.º do Grupo F (Jogo 44)

Quartos-de-Final

Sábado 3 de Julho

00h00 Vencedor do Jogo 37 – Vencedor do Jogo 49 (Jogo 45)

03h00 Vencedor do Jogo 42 – Vencedor do Jogo 38 (Jogo 46)

Domingo 4 de Julho

00h00 Vencedor do Jogo 40 – Vencedor do Jogo 44 (Jogo 48)

03h00 Vencedor do Jogo 41 – Vencedor do Jogo 43 (Jogo 47)

Meias-Finais

Quarta-feira 7 de Julho

03h00 Vencedor do Jogo 46 – Vencedor do Jogo 45 (Jogo 49)

Quinta-feira 8 de Julho

03h00 Vencedor do Jogo 48 – Vencedor do Jogo 47 (Jogo 50

Final

Segunda-feira 12 de Julho

03h00 Vencedor do Jogo 49 – Vencedor do Jogo 50 (Jogo 51)

Nota: Após a fase de grupos, além dos dois melhores classificados de cada grupo, apuram-se para os oitavos-de-final- os quatro terceiros melhores classificados. A posição em que são emparelhados depende dos factores de desempate.

11 Jun 2021

Automobilismo | Max Mosley, ex-presidente da FIA, faleceu aos 81 anos

Faleceu na passada segunda-feira, aos 81 anos e após ter perdido a batalha contra um cancro, Max Mosley, o ex-presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA) de 1993 a 2009. Figura controversa, dentro e fora do desporto, o advogado e ex-piloto britânico sugeriu por diversas vezes que Macau organizasse um Grande Prémio de Fórmula 1 nos anos 1990s.

Depois de uma curta carreira como piloto, que terminou na Fórmula 2 em 1969, Mosley dedicou-se à gestão de equipas de Fórmula 1, para rapidamente optar por cargos políticos dentro do desporto. Foi eleito presidente da então Federação Internacional do Desporto Automóvel (FISA) em 1991, tornando-se presidente da FIA em 1993. Por lá ficou até Outubro de 2009, quando abandonou a presidência da FIA, já com a sua imagem manchada após uma reportagem publicada num tabloide britânico em que participava numa orgia com conotações nazis, as quais sempre negou.

Criticado por muitos por ter uma visão muito centrada na Fórmula 1 e esquecer o resto das disciplinas do automobilismo, Mosley foi o grande impulsionador da segurança no desporto e, com o apoio do seu velho amigo Bernie Ecclestone, ajudou a que o “Grande Circo” conquistasse a relevância mundial que hoje goza. Visionário em muitos aspectos, Mosley cedo percebeu a importância do continente asiático e foi com ele que começou realmente a expansão asiática das principais competições de automobilismo.

Ao contrário do seu antecessor, o francês Jean-Marie Balestre, Mosley sempre manteve uma boa relação com as autoridades desportivas de Macau. À conta da sua amizade pessoal e confiança com Alfredo César Torres, o então influente responsável máximo do desporto motorizado em Portugal, o Grande Prémio caiu nas boas graças da FIA, recebendo a corrida de Fórmula 3 o título de Taça Intercontinental da FIA em 1997.

Quando visitou o Grande Prémio em 1993, durante o 40º aniversário do evento, Mosley terá perguntado à Comissão Organizadora da prova “porquê que Macau não organiza uma corrida de Fórmula 1”? Aliás, à época, aos olhos da FIA, Macau, que tinha acabado de estrear uma sofisticada infra-estrutura permanente, reunia mais condições que o Mónaco para receber a caravana da disciplina rainha do desporto automóvel. Contudo, na altura, a Comissão Organizadora, com o português João Manuel Costa Antunes ao leme, considerava a que não havia condições para acolher os monolugares de Fórmula 1 e, por condições, referia-se às ruas estreitas e outras necessidades que um circuito de Grau 1 da FIA já exigia há trinta anos.

Nos primeiros anos da década de 1990s, este foi um assunto falado por várias vezes na imprensa, pois Bernie Ecclestone e a FIA, por intermédio de Max Mosley, gostariam de ter no no calendário do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 o território ultramarino sob administração portuguesa, pois este era visto como uma excelente porta de entrada para a China, numa época em que não existia qualquer outra alternativa na região. O assunto só caiu no esquecimento quando Zhuhai avançou com a construção do seu circuito permanente.

O Circuito Internacional de Zhuhai foi politicamente acarinhado por Mosley desde a primeira hora. Com indicações claras que Macau não iria cair na tentação da Fórmula 1, o primeiro circuito permanente da República Popular da China teve todo o apoio do inglês. A pista da cidade adjacente à RAEM chegou mesmo a fazer parte do calendário do mundo de Fórmula 1 em 1999, mas a crise financeira que afectou o sudeste asiático atirou o circuito chinês para fora do calendário. Mosley teve a oportunidade de ver o seu sonho finalmente cumprido em 2004, quando o “Império do Meio” quando a caravana do mundial de Fórmula 1 desembarcou no ultra-moderno e imponente circuito de Xangai.

26 Mai 2021

Grande Baía | Construtor fez um carro da categoria TCR

Durante algum tempo ouviu-se com frequência no bas-fond do automobilismo chinês falar sobre a existência de um terceiro construtor chinês, cuja identidade nunca foi propriamente revelada, muito interessado em juntar-se à Lynk & Co e à MG na popular categoria de carros de Turismo TCR. Tratava-se da GAC Motor, um construtor automóvel de Cantão

 

Em 2017, a BAIC Motor e a Shanghai Lisheng Racing Co. Ltd apresentaram o BAIC Senova D50 TCR. O carro, desenhado em parceria com a empresa italiana Hexathron Racing Systems, foi inspirado na regulamentação técnica da categoria TCR, mas nunca recebeu a homologação TCR para ser aceite noutras competições que usam esta plataforma. No entanto, este carro foi usado durante três temporadas no troféu monomarca do Interior da China, tendo sido visto entre nós por duas ocasiões, durante os Grande Prémios de Macau de 2016 e 2017, dando corpo à Taça da Corrida Chinesa.

A BAIC é uma presença regular no desporto automóvel nacional e internacional, tanto no Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC), como em provas de todo-o-terreno, inclusive tendo participado na última edição do rali Dakar. Durante alguns anos o construtor automóvel de Pequim terá avaliado a possibilidade de construir um verdadeiro TCR, tendo como base no Senova D50 de troféu. No entanto, essa ideia, por diversas razões, nunca se materializou. Já o TCR da Grande Baía saiu do papel.

O GA6 TCR da GAC ​​Trumpchi foi construído pela Maxpeeding Rods em parceria com a Chongqing Guogui Racing Technology. Este carro, que foi totalmente modificado e fabricado de acordo com as especificações TCR, terá recebido apoio do grupo Guangzhou Automobile Group Motor Co Ltd (GAC Motor). O grupo tem uma forte presença dentro do Interior da China, estando igualmente a entrar em novos mercados no Sudeste Asiático, Médio Oriente e América do Sul. Ao mesmo tempo, a marca fundada em 1955 também não é estranha aos desportos motorizados, com participações em ralis, todo-o-terreno e velocidade. A ideia de construir um TCR passava por colocá-lo a competir no TCR China, para depois projectar a marca noutras paragens internacionais, usando para isso a plataforma criada pelo empresário italiano Marcello Lotti e usada em inúmeros campeonatos e corridas internacionais como a Corrida da Guia.

Feito como lá fora

O GAC ​​Trumpchi GA6 TCR foi equipado com um motor de dois litros turboalimentado e com uma caixa de velocidades sequencial da francesa Sadev, igual àquela utilizada nos TCR das marcas Audi, SEAT ou Volkswagen. Segundo o preparador: “vale ressaltar que a carroceria do carro adopta um esquema modular, e a gaiola de protecção em liga que atende aos regulamentos da federação de automobilismo da China é personalizada por meio de digitalização 3D”.

Para o ECU (centralina electrónica), foi escolhido um Emtron KV12, com o preparador a fazer igualmente referência “ao sistema de suspensão independente personalizada, aos travões (da marca inglesa) AP, ao tanque de combustível de 60 litros da ATL, ao sistema de levantamento automático pneumático do chassis aos extintores da OMP que garantem o profissionalismo e a segurança do carro de corrida”.

Fim prematuro

Dois exemplares do GA6 TCR foram vistos a testar no circuito de Tianma, em Xangai, pela primeira vez no Verão de 2019 e já com os números e autocolantes oficiais do TCR China nas portas. Um carro chegou mesmo a ser colocado em exposição no Salão do Automóvel Modificado da China, realizado no Complexo de Feiras de Importação e Exportação da China em Pazhou, Guangzhou, no final do ano de 2019. Em 2020, quando se esperava a estreia dos GA6 TCR nas pistas, deu-se a pandemia e os calendários de todas as competições automóveis chinesas foram dilacerados. Isto, apesar do campeonato TCR China ter conseguido as suas doze corridas inicialmente planeadas, incluindo a finalíssima de luxo nas ruas da RAEM.

Do projecto do GA6 TCR nunca mais se ouviu falar, este terá sido colocado numa gaveta a aguardar melhores dias e, essencialmente, verbas da casa-mãe para poder ombrear com os Lynk & Co do grupo Geely e os MG do grupo SAIC.

Apesar dos carros ainda existirem, estes nunca foram homologados pela organização internacional do TCR, o que na teoria os impede de correr em qualquer competição que cumpra a regulamentação, incluíndo o TCR China. Para obter esta homologação seria necessário enviar um exemplar para a Europa, de modo a que este fosse avaliado pelos técnicos competentes, o que neste cenário de crise sanitária e restrições nas viagens internacionais, não é definitivamente fácil para qualquer estrutura com base na China Interior.

17 Mai 2021