Euro 2020 | Quartos de final decididos entre favoritos

Nos principais confrontos da 2ª. ronda a eliminar do Euro 2020, a Bélgica defronta a Itália e a Suíça recebe a Espanha. Estas quatro equipas estão dentro do top 15 do ranking FIFA de selecções, o que redobra o interesse nas partidas. Com apenas um favorito, Inglaterra, do outro lado do torneio, significa que estes dois jogos serão incrivelmente complexos de prever

 

Por Martim Silva

Dentro do habitual pós-jogo que dá início às hostilidades do próximo encontro, Roberto Martínez, treinador da Bélgica, antecipou o confronto em Munique frente à Itália admitindo possíveis mudanças na ideia de jogo. “Contra a Itália vai ser muito diferente porque eles são uma equipa que desde o primeiro segundo vai atacar e vai ser muito dinâmica. Estão muito bem estruturados e têm um verdadeiro entendimento do papel que cada jogador desempenha dentro de campo.”

Após o jogo com a selecção das quinas, onde a Bélgica fez apenas um remate à baliza e teve pouca bola, Eden Hazard e Kevin De Bruyne estavam já em dúvidas para o embate contra os italianos, no entanto, e mesmo depois do guardião belga Thibaut Courtois dizer que seria um milagre se ambos não falhassem o resto do Euro, Martínez referiu que os craques belgas não irão jogar frente aos azzurri, na madrugada de sexta para sábado às 3h de Macau, mas continuarão no torneio. “É bastante positivo para nós. O Eden e o Kevin não têm dano estrutural. Vão continuar com a equipa. Não estarão totalmente aptos para sexta-feira, mas estarão para a próxima fase da competição.”

Os diabos vermelhos só venceram a equipa transalpina em 4 ocasiões desde 1913, ano do primeiro confronto entre ambos. Em 22 jogos, os italianos têm 14 vitórias. O mais recente triunfo veio em 2016, quando Itália, então treinada por Antonio Conte, derrotou esta mesma geração belga por 2-0 na fase de grupos do Euro.

Um dos grandes trunfos da equipa de Roberto Mancini seria o regresso do lesionado Giorgio Chiellini. O capitão da Juventus, de 36 anos, já jogou três vezes contra Romelu Lukaku, desde que este se transferiu para o Inter de Milão em 2019, tendo apenas sofrido um golo do avançado belga e de penálti. Recuperar o defesa será uma mais-valia para o conjunto de Mancini.

Itália não chega às meias-finais de um Euro desde 2012, ano em que foi derrotada pela Espanha na final, mas para Martínez esta equipa não é o protótipo das selecções italianas, que se limita a defender. “Eles são diferentes, dinâmicos e modernos no seu 4-3-3 e com uma estrutura forte. São mais poderosos como um todo e não como um grupo de indivíduos.”, concluiu o treinador da Bélgica.

Manter a invencibilidade

Da última vez que a Suíça jogou contra a Espanha, sem contar com amigáveis e a Liga das Nações, estávamos em 2010 na fase de grupos do Mundial e os helvéticos venceram por 1-0. Nesse ano, os espanhóis acabaram por conquistar o troféu de campeões do mundo, mas a história desta vez poderá ser diferente. Os suíços já eliminaram da prova o campeão mundial de 2018 e se vencerem, novamente, a Espanha vão directamente paras as meias-finais e os jogadores da La Roja vão, simplesmente, para casa. Os espanhóis ainda não perderam neste Euro e quererão continuar assim quando defrontarem a Suíça na Rússia, às 00h, hora de Macau, de sexta-feira para sábado.

Para os suíços, a derrota contra a Itália é o único marco negativo na equipa de Vladimir Petkovic. Para o seleccionador suíço, não contar com o capitão Granit Xhaka, suspenso por acumulação de cartões amarelos, é um golpe duro para as aspirações helvéticas. Porém, o espírito mostrado contra a França é um bom exemplo a seguir contra a Espanha. “O jogo contra a França foi demasiado emocionante. Todos os meus jogadores deram 120%. Foi provavelmente um dos melhores jogos de sempre da minha equipa e vamos precisar de uma exibição semelhante frente à Espanha nos quartos de final.”, rematou o treinador suíço.

Com a montanha-russa que foi o 5-3 dos oitavos de final frente à Croácia, Luis Enrique não vê com bons olhos um encontro semelhante e exalta a importância de manter o esférico sob controlo. “Não vamos apostar na bola para a frente e no futebol defensivo. defenderemos tentando ter a posse da bola e jogar o nosso futebol.”, sublinhou o timoneiro espanhol.

 

Seleccionador durou menos de um ano

Frank De Boer já não é treinador dos Países Baixos e a eliminação surpreendente nos oitavos de final pelas mãos da República Checa terá sido a gota de água. Em 15 jogos como seleccionador da Laranja Mecânica perdeu apenas 3 vezes. Os adversários foram México, Turquia e os checos.

Na eventualidade de apuramento dos holandeses para os quartos de final do Euro 2020, o contrato do holandês, com fim em 2022, seria automaticamente renovado. No entanto, se esta fasquia não fosse respeitada o trabalho do treinador seria reavaliado, anunciou a Federação Holandesa de Futebol em comunicado.

Para De Boer, a tarefa não foi levada a bom porto e a melhor solução seria a sua retirada de cena. “Em antecipação da avaliação, eu decidi não continuar como seleccionador nacional. O objectivo não foi cumprido.”.

A saída, acordada entre ambas as partes, vem na sequência da eliminação prematura da selecção dos Países Baixos do Euro e De Boer não queria que a sua presença ofuscasse o apuramento laranja para o Mundial de 2022. “A pressão só iria aumentar e isso não é uma situação saudável para mim nem para a equipa quando há jogos importantes dos Países Baixos para a qualificação do Mundial. O meu obrigado a todos, especialmente aos adeptos e jogadores.”, despediu-se assim Frank De Boer.

 

Ronaldo, Xhaka e Coca-Cola

O capitão da selecção portuguesa fez notícia no passado dia 14 de Junho, na conferência de imprensa de antevisão do jogo de Portugal frente à Hungria para a fase de grupos do Euro 2020, quando tirou da sua frente duas garrafas de Coca-Cola, ao mesmo tempo que mostrava uma garrafa de água. A preferência de Cristiano Ronaldo por H2O levou muitos outros jogadores a imitar ou a gozar com o acontecimento.

No seguimento da situação caricata, houve uma quebra no preço das acções cotadas em bolsa da Coca-Cola, levando a empresa multinacional americana a perder 4 mil milhões de dólares em valor de mercado.

No entanto, já no dia 11 de Junho, a Nasdaq reportava que a Coca-Cola tinha anunciado que quem comprasse acções depois do dia 14 de Junho não teria acesso aos dividendos trimestrais. Ora, segundo a Forbes, as garrafas da bebida foram removidas por Ronaldo às 9:43 da manhã (hora de leste nos E.U.A.), tendo a Coca-Cola perdido os tais 4 mil milhões de dólares 3 minutos antes.

No mesmo artigo, a revista americana menciona que o mercado do dia 14 de Junho tinha estado em baixo e dá como exemplo a Ford ter perdido cerca de 2 mil milhões de dólares nesse mesmo dia. Mesmo depois da recusa de Ronaldo, os preços das acções da multinacional americana subiram e adicionaram 1.3 mil milhões de dólares ao valor da empresa.

Em tom mais leviano, o capitão suíço Granit Xhaka, no jogo frente à França para os oitavos de final do Euro 2020, decidiu beber uma garrafa inteira de Coca-Cola antes da sua equipa eliminar os gauleses na marcação de grandes penalidades. A diferença entre quem bebeu o refrigerante e quem o pôs de parte está nos detalhes: Xhaka liderou a sua equipa aos quartos de final do Euro e Ronaldo foi para casa beber água.

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