Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Testada venda livre de pílula do dia seguinte O Japão começou ontem a testar a venda livre da pílula do dia seguinte, normalmente sujeita a prescrição médica, numa medida que os activistas consideram ser ainda demasiado limitada. No âmbito deste projecto-piloto, a pílula contraceptiva de emergência, que pode evitar a gravidez nas 72 horas a seguir à relação sexual, está disponível em 145 farmácias de todo o país, segundo a Associação Farmacêutica Japonesa (JPA). Há muito que os grupos de defesa dos direitos humanos criticam o facto de a contracepção de emergência só estar disponível no Japão mediante a apresentação de receita, que só pode ser obtida através de uma consulta médica. Segundo activistas, esta situação pode desencorajar muitas mulheres, em especial adolescentes ou vítimas de violação, de tentarem obter a pílula do dia seguinte, nomeadamente por razões práticas, uma vez que muitos consultórios médicos estão fechados à noite e aos fins de semana. No âmbito deste período experimental, que decorre até ao final de Março, as mulheres que queiram obter este método contraceptivo, que custa entre sete mil e nove mil ienes (43 a 55 euros), terão de apresentar um documento de identidade e tomar a medicação à frente do farmacêutico, segundo o portal da JPA. A idade mínima para a obtenção da pílula é de 16 anos, sendo que menores de 18 anos devem ser acompanhados por um dos pais ou um tutor, segundo a mesma fonte. Primeiros ensaios Os defensores do projecto “Contracepção de emergência nas farmácias” consideram que o ensaio está a ser realizado numa escala demasiado pequena, envolvendo apenas “0,2 por cento das 60 mil farmácias do Japão”, segundo cálculos que fizeram. De acordo com Asuka Someya, membro do grupo, o consentimento parental obrigatório para os menores é também um obstáculo. “Muitas raparigas dizem que não podem falar com os pais sobre uma possível gravidez. Será difícil se tiverem de falar sobre as suas experiências sexuais”, disse. O projecto piloto ganhou forma após um inquérito realizado este ano pelo Ministério da Saúde nipónico, no qual 97 por cento das 46 mil pessoas inquiridas disseram ser favoráveis à medida. A pílula do dia seguinte está disponível sem receita médica em cerca de 90 países do mundo, segundo o ministério. A Organização Mundial de Saúde defende no seu portal que a contracepção de emergência “deve ser sistematicamente incluída em todos os programas nacionais de planeamento familiar”.
Hoje Macau China / ÁsiaInternet | Finalizada configuração de satélite em órbita alta A China concluiu ontem a configuração inicial do seu primeiro satélite de Internet em órbita alta, segundo a Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China. De acordo com o comunicado da agência, após o lançamento de um grupo de satélites de comunicação de alto rendimento, o sistema de Internet por satélite de órbita alta cobre completamente o território da China e as principais áreas dos países que participam na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”. Os satélites de alto rendimento têm ampla largura de banda e velocidades de transmissão rápidas, facilitando as descargas e as videochamadas. Com este tipo de equipamento, Pequim pretende que a capacidade total dos satélites de alto rendimento do país ultrapasse os 500 Gbps (gigabit por segundo) até ao final do actual plano quinquenal da China (2021-2025). O país asiático pretende que os satélites de elevado rendimento forneçam serviços de comunicação em rede de alta velocidade e acesso à Internet para sectores como a aviação, navegação, serviços de emergência, energia, silvicultura e pastagens. Na última década, Pequim investiu fortemente no programa espacial e alcançou marcos importantes, como a aterragem bem-sucedida de uma sonda no lado mais distante da lua em Janeiro de 2019, um feito que nenhum país conseguiu antes, e a construção da sua própria estação espacial.
Hoje Macau China / ÁsiaBYD | Recorde em Outubro com mais de 300.000 vendas A BYD, a maior fabricante de automóveis eléctricos na China, bateu o seu recorde mensal de vendas em Outubro, ultrapassando a barreira dos 300.000 veículos vendidos, pela primeira vez, num único mês. Em comunicado, a empresa também anunciou que atingiu, no mês passado, a marca de seis milhões de veículos produzidos desde a sua fundação. Isto surge após a BYD ter atingido, no início de Agosto, a marca de cinco milhões de veículos eléctricos produzidos, o que significa que a empresa produziu um milhão de unidades nos três meses seguintes. A fabricante de automóveis, que já não fabrica carros com motor de combustão, disse que as suas vendas aumentaram quase 70 por cento, nos primeiros dez meses do ano, atingindo 2,4 milhões de unidades e as já referidas 301.833, só em Outubro. Para além da presença na China, a BYD investiu fortemente na América Latina, onde confirmou recentemente um acordo para a construção de um complexo de três fábricas no Brasil. No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros eléctricos – mais do que em todos os outros países do mundo juntos. A dimensão do mercado chinês e os generosos apoios estatais propiciou a ascensão de marcas locais, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng, que ameaçam agora o ‘status quo’ de uma indústria dominada há décadas pelas construtoras alemãs, japonesas e norte-americanas. Em 2014, o líder chinês, Xi Jinping, afirmou que o desenvolvimento de carros eléctricos era a única forma de a China se converter numa “potência do sector automóvel”. O país estabeleceu então como meta que os carros eléctricos deviam representar 20 por cento do total das vendas até 2025. Esse valor foi ultrapassado no ano passado, quando um em cada quatro veículos vendidos na China era eléctrico.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Foxconn investe quase 1,45 mil milhões de euros A empresa tecnológica taiwanesa Hon Hai, conhecida como Foxconn e pela montagem de produtos da Apple, como o iPhone, anunciou um investimento adicional de quase 50.000 milhões de dólares taiwaneses (1.450 milhões de euros) na Índia. No comunicado, enviado na segunda-feira à noite à Bolsa de Valores de Taipé, a empresa explica que o contrato de construção, realizado através de uma subsidiária local, visa cobrir “necessidades operacionais”, sem dar mais pormenores sobre o projecto. O estado de Karnataka, no sul da Índia, anunciou em Agosto que a Foxconn iria investir 600 milhões de dólares em duas fábricas – uma de componentes para iPhone e outra de ‘chips’ – que criariam cerca de 14.000 postos de trabalho. Segundo a agência de notícias Bloomberg, a empresa tecnológica taiwanesa também planeia construir uma fábrica num terreno perto do aeroporto de Bangalore, a capital de Karnataka e popularmente conhecida como “Silicon Valley da Índia” devido ao potencial das suas empresas tecnológicas. Em Julho, a Foxconn afirmou que iria aumentar a produção de iPhones em Karnataka para 20 milhões por ano, com uma nova fábrica de montagem que custaria 1,7 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim pede fim da violência no Myanmar e protecção da fronteira A China instou ontem as partes envolvidas no conflito armado no norte do Myanmar a “cessarem os combates o mais rapidamente possível” e a resolverem as diferenças “através do diálogo e da paz”. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, apelou às partes beligerantes em conferência de imprensa “para resolverem as suas diferenças pacificamente e evitarem o deteriorar da situação”. Wang apelou à adopção de “medidas eficazes para garantir a segurança e a estabilidade da fronteira” partilhada pelos dois países. Três navios da marinha chinesa chegaram a um porto do Myanmar na segunda-feira para participar em exercícios navais conjuntos, numa altura de crescente insegurança na fronteira entre os dois países, o que suscitou preocupações em Pequim. Wang descreveu a participação dos navios chineses nos exercícios como um “intercâmbio normal entre os dois países”. Em exercício A visita da marinha chinesa ocorre numa altura em que as forças da junta militar do Myanmar combatem grupos insurrectos de minorias étnicas perto da fronteira com a China, o que suscita preocupações em Pequim, que apelou a uma rápida resolução do conflito. Entre sábado e terça-feira, as tropas chinesas realizaram exercícios militares com munições reais no seu lado da fronteira, para que as forças do Exército de Libertação Popular (ELP) estejam “prontas para qualquer emergência”, sublinhou o Comando do Teatro Sul das Forças Armadas chinesas, numa breve declaração no Weibo. A China e o Myanmar partilham uma fronteira de 2.129 quilómetros e, embora Pequim tenha aumentado a sua influência no país após o golpe de Estado, a relação com o exército é complexa.
Hoje Macau China / ÁsiaSegurança | Xi apela à protecção dos interesses chineses no estrangeiro O líder chinês, durante uma reunião do PCC, salientou a necessidade de o país proteger os direitos das suas empresas além-fronteiras, mas também de facilitar a vida das empresas estrangeiras na China O Presidente chinês, Xi Jinping, apelou ontem ao reforço do sistema jurídico relacionado com relações externas para proteger os interesses chineses além-fronteiras, sublinhando a importância de garantir os direitos e interesses das empresas estrangeiras na China. Durante uma reunião do Politburo do Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC), Xi Jinping sublinhou que a “promoção do Estado de Direito nas relações externas” responde à “necessidade a longo prazo de construir uma nação forte”, informou a agência noticiosa oficial Xinhua. O líder chinês apelou à construção de uma “sólida cadeia de segurança jurídica” para proteger os interesses da China além-fronteiras, depois de algumas empresas chinesas terem estado envolvidas em problemas legais no estrangeiro nos últimos anos. Xi disse que é necessário “orientar os cidadãos e as empresas chinesas para que cumpram as leis locais quando vão para o estrangeiro”. O Presidente chinês sublinhou igualmente a necessidade de “proteger os direitos e interesses legítimos das empresas estrangeiras” na China, depois de investigações sobre as empresas de consultadoria estrangeiras na China nos últimos meses e novas leis contra-espionagem terem suscitado preocupações entre potenciais investidores estrangeiros. “Devem ser feitos esforços para melhorar as medidas e as leis para facilitar a vida dos estrangeiros na China”, acrescentou Xi. O líder chinês sublinhou ainda a necessidade de “cultivar instituições de arbitragem e sociedades de advogados de renome internacional”. Mais cooperação Também na terça-feira, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, prometeu construir uma “cooperação mais estreita” na cadeia de abastecimento, como parte de uma série de esforços da China para manter o investimento estrangeiro, face aos apelos dos países ocidentais para reduzir a dependência do país asiático. “Estamos dispostos a construir uma parceria mais estreita na produção e na cadeia de abastecimento industrial com todos os países”, disse Li, na cerimónia de abertura da primeira Exposição Internacional da Cadeia de Abastecimento da China, em Pequim. O primeiro-ministro alertou também para os “desafios e riscos colocados pelo proteccionismo e pela globalização descontrolada” e garantiu que a China vai continuar a construir um ambiente empresarial internacional baseado no Estado de direito.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Militares escavam à mão túnel para tirar trabalhadores presos Militares indianos estão a preparar-se para escavar manualmente o túnel e tentar chegar aos 41 trabalhadores presos há 16 dias, depois de as operações de resgate terem sofrido vários contratempos. Quando faltavam apenas nove metros de perfuração que iam permitir inserir as partes finais de um tubo de aço de 57 metros de comprimento, com largura suficiente para a passagem de um homem e permitir a retirada dos trabalhadores, barras de metal e veículos de construção que estavam o caminho danificaram a máquina. Militares indianos vão tentar agora limpar as rochas e os escombros destes nove metros restantes, enquanto as temperaturas caem nesta região montanhosa isolada do estado de Uttarakhand, nos Himalaias. “O pessoal do batalhão de engenharia do exército indiano, bem como outras equipas de resgate, estão a preparar-se para esta operação”, disse um alto funcionário local, Abhishek Ruhela. Desde que o túnel desabou, a 12 de Novembro, os esforços de resgate têm sido complicados e retardados pela queda de destroços e sucessivas falhas nas máquinas cruciais para resgatar trabalhadores. Os trabalhadores sobrevivem há duas semanas graças ao fornecimento de ar, comida, água e electricidade através de uma conduta na qual foi inserida uma câmara endoscópica. O aluimento de terras provocou o desabamento de uma parte do túnel, de 4,5 quilómetros, a cerca de 200 metros da entrada. O local do desabamento fica em Uttarakhand, um estado montanhoso com vários templos hindus que atraem muitos peregrinos e turistas e a construção de autoestradas e edifícios tem sido constante para responder a um fluxo crescente de visitantes.
Hoje Macau China / ÁsiaONU | Wang Yi vai a Nova Iorque para reunião sobre Gaza O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, vai deslocar-se esta semana a Nova Iorque para participar numa reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito entre Israel e o Hamas, anunciou ontem fonte do Governo chinês. “Ao assumir a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU este mês, a China vai realizar uma reunião de alto nível sobre a questão israelo-palestiniana no dia 29 de Novembro”, disse o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Wang Wenbin. Wang Yi vai presidir pessoalmente à reunião. Na semana passada, a China saudou o acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que entrou ontem no seu último dia. A pausa, que começou na sexta-feira, levou à libertação de dezenas de reféns pelo Hamas e, em simultâneo, à libertação por Israel de mais de 100 prisioneiros palestinianos. A China sempre foi a favor de uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano. O Presidente chinês, Xi Jinping, apelou à realização de uma “conferência internacional para a paz” para pôr termo aos combates. A 7 de Outubro, combatentes do Hamas atravessaram a fronteira a partir de Gaza num ataque sem precedentes em território israelita, matando 1.200 pessoas, na sua maioria civis, segundo as autoridades israelitas. Cerca de 240 pessoas foram feitas reféns. Em resposta, Israel lançou uma campanha militar para destruir o Hamas, matando cerca de 15.000 pessoas, na sua maioria civis, incluindo milhares de crianças, segundo o governo do Hamas em Gaza.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim apela a cessar-fogo em Myanmar Pequim apelou no domingo a um cessar-fogo em Myanmar, após uma coligação de grupos armados ter tomado, em Outubro, pontos de passagem na fronteira entre os dois países, informou o jornal do exército chinês. No entanto, de acordo com o PLA Daily, Pequim vai continuar os exercícios de fogo real do lado chinês, para “testar a mobilidade, as capacidades de controlo da fronteira e as capacidades de poder de fogo das unidades militares, para que o Exército Popular de Libertação esteja pronto para qualquer emergência”. Myanmar depende fortemente do comércio com a China, especialmente para a importação de produtos manufacturados e exportação de produtos agrícolas. Os distúrbios na região fronteiriça birmanesa têm sido um constante motivo de irritação para Pequim, que apoiou os líderes militares que tomaram o poder no país do Sudeste Asiático em 2021, substituindo um governo eleito. “A China está muito preocupada com os conflitos em Myanmar e instou todas as partes a cessarem fogo e a iniciarem diálogos pacíficos para evitar que a situação se agrave ainda mais”, lê-se no jornal militar. Entretanto, o exército irá “salvaguardar a segurança da fronteira e proteger as vidas e os bens das pessoas que vivem nas zonas fronteiriças”. Os exercícios de fogo real, que tiveram início no sábado, vão “reforçar o sentido de responsabilidade e a vigilância das tropas” e prolongar-se-ão por vários dias, referiu-se na publicação. O governo de Myanmar reconheceu ter perdido pelo menos três cidades e os combates parecem ter interrompido quase todo o comércio legal com a nação vizinha. Tomada de posse A passagem fronteiriça de Kyin-San-Kyawt, uma das cinco principais entradas comerciais da cidade de Muse, no norte do estado de Shan, foi tomada no sábado. Trata-se do quarto posto fronteiriço conquistado pelas forças da aliança num mês de intensos combates. Grupos armados da resistência contra a junta militar, que reúnem guerrilheiros de minorias étnicas e milícias pró-democracia lançaram a 27 de Outubro a chamada “Operação 1027” no estado de Shan, no norte do país, que faz fronteira com a China. As Nações Unidas estimam que cerca de 82 mil pessoas foram deslocadas à força no Estado de Shan desde Outubro, o que levou as autoridades chinesas a apelar a medidas para alcançar uma maior estabilidade na região. Pelo menos várias centenas terão fugido para a China. As autoridades chinesas indicaram igualmente que cerca de 50 civis foram mortos e centenas ficaram feridos, maioritariamente em ataques da junta militar.
Hoje Macau China / ÁsiaCorredor Central pode ser alternativa no comércio entre Pequim e Europa O Corredor Central que atravessa a Ásia Central e Cáucaso pode ser uma alternativa comercial entre a China e a Europa, evitando a Rússia e triplicando o volume das mercadorias até 2030, segundo um estudo do Banco Mundial. Esta rota, acrescenta a instituição no relatório ontem divulgado, pode “proteger os países e as cadeias de abastecimento dos choques geopolíticos”, como a invasão da Ucrânia pela Rússia e as sanções económicas a Moscovo adoptadas no âmbito da guerra. O Banco Mundial destaca ainda que, “com os investimentos e as políticas correctas, o Corredor Central poderá triplicar os volumes de comércio e reduzir para metade o tempo de viagem ao longo do percurso até 2030”. Isto beneficiaria as economias locais e regionais e as comunidades em geral, criando oportunidades de emprego, estimulando a procura de indústrias de apoio e atraindo empresas. O relatório do Banco Mundial refere também, com as opções políticas correctas, “o Corredor Central – que liga os mercados chinês e europeu através da Ásia Central e do Cáucaso – pode revigorar o comércio regional e aumentar a conectividade dos países ao longo da rota”. Com o uso desta rota, “o comércio total do Azerbaijão, da Geórgia e do Cazaquistão aumenta 37 por cento, principalmente devido às exportações do Cazaquistão, enquanto o comércio entre estes três países e a UE aumenta 28 por cento”. Guerra contornada O conflito com a Ucrânia, iniciado pela invasão russa em 22 de Fevereiro de 2022, levantou o interesse pelo Corredor Central, com os países envolvidos a desenvolverem esforços para agilizar o tráfego comercial, tendo, segundo o relatório, de resolver questões como a falta de gestão e coordenação das várias vias, aumentar a eficiência operacional nos portos envolvidos, melhorar as ligações das linhas ferroviárias aos portos e agilizar os procedimentos nas fronteiras. O Corredor Central liga a China e o Cazaquistão por via ferroviária (menos poluente que a rodoviária), atravessando este país, também por comboio, até o porto de Aktau, de onde segue, por transporte marítimo para o outro lado do Mar Cáspio para o Azerbaijão, voltando a travessia a ser feita por via ferroviária até à Geórgia, de onde segue para a Europa via Turquia (comboio) ou Mar Negro (navio). Devido aos atravessamentos de fronteiras e transferências entre comboios e navios, esta rota tem sido preterida face à do Norte (via Rússia). O tráfego de contentores no Corredor Central aumentou 33 por cento em 2022, face a 2021, mas as limitações da rota ficaram evidentes, tendo o tráfego recuado 37 por cento entre Janeiro e Agosto de 2023, face aos primeiros oito meses de 2022.
Hoje Macau China / ÁsiaMalaysia Airlines | Tribunal ouve familiares de quem viajava no avião desaparecido O desaparecimento misterioso do Boeing 777, em 2014, continua por explicar. A bordo, seguiam 227 passageiros, dos quais 153 ou 154, segundo os relatos, eram de nacionalidade chinesa Um tribunal chinês iniciou ontem as audiências para determinar o valor das indemnizações a serem pagas aos familiares dos passageiros que morreram num avião da Malaysia Airlines, que desapareceu em 2014 num voo entre Kuala Lumpur e Pequim. O caso permanece envolto em mistério após quase uma década. A audiência, no Tribunal Intermédio do Distrito de Chaoyang, em Pequim, ocorreu sobre forte presença policial. Nenhuma informação foi divulgada até agora. A polícia verificou as identidades dos jornalistas no local e colocou-os numa área isolada. Os repórteres puderam ver os familiares a entrar no tribunal, mas não conseguiram falar com eles antes do início da audiência. O paradeiro do avião alimentou várias teorias, incluindo falha mecânica, tentativa de sequestro ou esforço deliberado para o destruir por parte de quem se encontrava na cabine do piloto, mas foram encontradas poucas provas que demonstrem por que razão o avião se desviou da sua rota original. O Boeing 777, com 227 passageiros e 12 tripulantes a bordo, terá caído no Oceano Antártico, a sul da Índia, mas meses de buscas intensas não permitiram encontrar qualquer sinal do local onde se despenhou e apenas fragmentos do avião deram à costa nas praias da região. Entre os passageiros a bordo, 153 ou 154, de acordo com diferentes relatos, eram cidadãos da China, o que fez com que a tragédia ressoasse especialmente em Pequim, onde se realizaram reuniões e vigílias diárias pelos desaparecidos. Alguns familiares recusaram-se a acreditar que o avião tinha desaparecido, defendendo que o aparelho foi levado para um local desconhecido e que os seus entes queridos permaneciam vivos. Recusaram-se, assim, a aceitar indemnizações por parte da companhia aérea. Lei incerta Os pormenores da acção judicial permanecem obscuros, mas parecem basear-se na alegação de que a companhia aérea não tomou medidas para localizar o avião depois de este ter desaparecido do controlo de tráfego aéreo cerca de 38 minutos após a descolagem sobre o Mar do Sul da China, na noite de 8 de Março de 2014. Os familiares dizem esperar que as audiências se prolonguem até meados de Dezembro. Dado o mistério que continua a rodear o caso, não se sabe quais as obrigações financeiras que a companhia aérea poderá ter e não foi apresentada qualquer acusação contra a tripulação do voo. No entanto, os familiares dizem desejar uma indemnização por um desastre que os privou dos seus entes queridos e os colocou em dificuldades financeiras. O sistema jurídico chinês, em grande parte opaco, oferece uma ampla margem de manobra aos juízes para aplicarem sanções legais ou financeiras quando não é possível aplicar sanções penais.
Hoje Macau China / ÁsiaAviação | China quer retomar ligações com França O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, manifestou na passada sexta-feira à sua homóloga francesa, Catherine Colonna, a esperança de que as ligações aéreas entre China e França regressem ao nível anterior à pandemia de covid-19. “Espero que as negociações entre os ministérios sejam aceleradas para que o número de voos entre França e China volte ao nível anterior à pandemia”, disse o ministro chinês, citado pela televisão estatal CGTN. Wang fez as declarações durante a sexta reunião do mecanismo de diálogo de alto nível China-França sobre intercâmbios entre pessoas, que foi co-organizado por Colonna, a realizar uma visita ao território chinês. O chefe da diplomacia chinesa aproveitou também o evento, realizado na Universidade de Pequim, para anunciar que os viajantes franceses vão poder viajar sem visto para a China para estadias inferiores a 15 dias, no âmbito de um programa-piloto que também inclui cidadãos de Espanha, Países Baixos, Alemanha, Itália e Malásia e que terá a duração de um ano. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês explicou que esta decisão tem como objectivo “facilitar os intercâmbios internacionais entre pessoas” e permitir uma “abertura de alto nível ao mundo exterior”. Catherine Colonna saudou a medida de Pequim e manifestou a sua vontade de “reforçar a cooperação com a China nos domínios da educação, turismo e cultura”. A visita da ministra francesa, que chegou ao país asiático na quinta-feira passada, insere-se numa série de diálogos de alto nível entre Pequim e Paris, que incluíram conversações sobre questões económicas, financeiras e estratégicas, e surge na sequência de uma visita de Estado à capital chinesa, em Abril passado, do Presidente francês, Emmanuel Macron.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim defende que futuro da IA seja decidido por todos os países A China defendeu na passada sexta-feira que o futuro da Inteligência Artificial (IA) deve ser “decidido por todos os países” e que as suas regras não devem ser “ditadas pelos países desenvolvidos”. Durante uma reunião com a comunicação social, o director do Gabinete de Coordenação de Cibersegurança da Administração do Ciberespaço da China, Gao Lin, afirmou que a IA é uma “nova área de desenvolvimento humano” à qual a China “atribui grande importância”. Gao apresentou as propostas da China para o desenvolvimento da IA, que focam “o respeito pela soberania de outros países”, “a não-interferência nos assuntos internos” e “a garantia de que a Inteligência Artificial está sob controlo humano”. Gao sublinhou ainda a importância de “aumentar a voz dos países em desenvolvimento no avanço da IA”. Liu Bochao, director-adjunto do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Indústria, afirmou, por sua vez, que a gestão da IA é “um desafio para todos os países”. “A China tem o maior mercado de consumo e de aplicações industriais de IA do mundo”, disse Liu, acrescentando que espera que “China e Estados Unidos possam cooperar nesta área”, depois de a tecnologia ter sido um dos tópicos abordados entre o Presidente chinês, Xi Jinping, e o seu homólogo norte-americano, Joe Biden, durante um encontro na cidade norte-americana de São Francisco, este mês. Liu Bochao manifestou o seu apoio à “colaboração entre institutos de investigação chineses e norte-americanos” e disse que acolhia “com agrado as empresas norte-americanas que criam institutos de investigação de IA em conjunto com as suas homólogas chinesas para acelerar a inovação tecnológica”. Limites a definir O país asiático aprovou em Julho passado um regulamento provisório para regular os serviços de Inteligência Artificial generativa semelhantes ao ChatGPT, que estarão sujeitos a “regulamentos existentes sobre segurança da informação, protecção de dados pessoais, propriedade intelectual e progresso científico e tecnológico”. Os serviços de IA devem também respeitar os “valores socialistas fundamentais”, a “moral social e a ética profissional” e estão proibidos de “gerar conteúdos que ponham em causa a segurança nacional, a unidade territorial, a estabilidade social ou os direitos e interesses legítimos de terceiros”, de acordo com as orientações chinesas. Esses serviços devem ainda garantir “transparência e fiabilidade”, identificando como tal os conteúdos gerados por este tipo de tecnologia, segundo os mesmos regulamentos. “Ao traçar linhas vermelhas, garantimos que as ferramentas de IA podem ser utilizadas pelos utilizadores de forma segura”, afirmou ainda Gao Lin. Vários gigantes tecnológicos chineses, como Baidu, Tencent e Alibaba, introduziram serviços baseados em IA nos últimos meses.
Hoje Macau China / ÁsiaOMS | Pequim indica que infecções têm origens conhecidas As autoridades chinesas comunicaram na passada sexta-feira à Organização Mundial de Saúde (OMS) que o surto de infecções respiratórias na China se deve a “agentes patogénicos conhecidos”. Durante uma videoconferência com funcionários da OMS, representantes da Comissão de Saúde da China apresentaram dados de vigilância e detecção dos agentes patogénicos que causam doenças respiratórias, e protocolos de diagnóstico e tratamento, afirmou a autoridade sanitária máxima do país asiático, em conferência de imprensa. A notificação surgiu depois de a OMS ter solicitado esta semana informações pormenorizadas à China sobre o recente aumento de casos de doenças respiratórias e surtos de pneumonia infantil. O porta-voz da Comissão, Hu Qiangqiang, afirmou que, de acordo com os relatórios dos sistemas de monitorização e dos hospitais, os casos registados na China “são causados por agentes patogénicos conhecidos”. Também na sexta-feira, as autoridades sanitárias de Pequim informaram que uma “combinação de agentes patogénicos” está na origem do recente surto de infecções respiratórias, sendo o rinovírus, o vírus sincicial respiratório (VSR) e a gripe sazonal os mais comuns. Entre as crianças, o adenovírus, o VSR e a gripe sazonal foram identificados como os mais comuns. Mais de 40 por cento dos doentes de todas as idades apresentam sintomas de gripe sazonal, principalmente da estirpe H3N2, detalhou o CDC. Os peritos da agência sublinharam a importância de vacinar o público, especialmente os idosos e as pessoas com doenças subjacentes. Apesar da queda nos casos de pneumonia por micoplasma e de uma baixa prevalência da variante XBB da covid-19, a principal estirpe do coronavírus que ainda circula na China, espera-se um aumento global do número de infecções, devido à presença de vários agentes patogénicos.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Exercícios militares junto à fronteira O exército da China anunciou “exercícios de treino de combate” que começaram no sábado junto à fronteira com Myanmar, num momento de escalada dos confrontos entre grupos rebeldes e membros da junta militar. Num comunicado, o Comando do Teatro Sul do Exército Popular de Libertação (PLA) referiu que os exercícios procuram “testar a capacidade de manobra, o encerramento de fronteiras e as capacidades de ataque de fogo das tropas”. “As forças do PLA estão sempre preparadas para responder a diversas emergências e estão determinadas a salvaguardar a soberania nacional chinesa, a estabilidade fronteiriça e a segurança das vidas e propriedades dos nossos cidadãos”, acrescentou o exército. Num breve comunicado divulgado através da rede social Weibo – equivalente chinês do X, cujo acesso está bloqueado na China – o PLA não revelou detalhes sobre as datas exactas ou o número de militares que irão participar nos exercícios. O anúncio surge depois de uma caravana de camiões que transportava mercadorias da China se ter incendiado, no que os meios de comunicação estatais, controlados pela junta militar no poder em Myanmar, descreveram como “um ataque dos rebeldes”.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Seul, Tóquio e Pequim restauram cooperação Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul, Japão e China comprometeram-se ontem a “restaurar e normalizar” a cooperação o mais rapidamente possível. Durante a primeira reunião trilateral do género em quatro anos, realizada ontem com carácter de urgência após o recente lançamento de um satélite espião norte-coreano, os chefes da diplomacia das três potências, Park Jin (Coreia do Sul), Yoko Kamikawa (Japão) e Wang Yi (China), reuniram-se na cidade de Busan, no sul da península coreana, para partilhar pontos de vista sobre questões de interesse comum e para tentar coordenar a retoma das cimeiras trilaterais que se encontram paralisadas. Os três ministros comprometeram-se a prosseguir os esforços para “garantir a realização de uma cimeira [trilateral] num futuro próximo” e concordaram em “acelerar os preparativos necessários”, afirmou Park após a reunião, em declarações divulgadas pela agência noticiosa local Yonhap. Até há alguns anos, a Coreia do Sul, o Japão e a China dispunham de um mecanismo de cooperação para enfrentar os desafios na região, que incluía reuniões regulares entre os seus líderes, mas os encontros foram suspensos devido à pandemia de covid-19 e às tensões diplomáticas entre Seul e Tóquio sobre disputas históricas. A última cimeira trilateral entre os três países asiáticos teve lugar em Dezembro de 2019 na cidade chinesa de Chengdu. “É importante institucionalizar a cooperação trilateral para que se possa desenvolver um sistema estável e sustentável”, disse Park aos homólogos no início da reunião, segundo os meios de comunicação social locais. A reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros ocorre após o lançamento, na passada terça-feira, do primeiro satélite espião da Coreia do Norte, um acontecimento que conferiu um significado especial à reunião, uma vez que aumentou a tensão na península e na região. Os ministros partilharam pontos de vista sobre a questão e concordaram em continuar a comunicar a todos os níveis para ajudar a resolver as questões emergentes relacionadas com Pyongyang, de acordo com Park. Objectivos traçados Numa reunião bilateral entre Park e Wang no início do dia, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês garantiu que Pequim vai desempenhar um papel conciliador para ajudar a manter a estabilidade na região. “A China, a Coreia [do Sul] e o Japão devem desempenhar um papel positivo no desenvolvimento regional e global com uma atitude mais honesta”, sublinhou o ministro chinês no início das conversações trilaterais, destacando também o “grande potencial” das relações em vários domínios, segundo as declarações publicadas pela Yonhap. A ministra Kamikawa observou que a cooperação tripartida está a tornar-se mais importante pela “grande contribuição para a paz e a prosperidade” face aos “actuais crescentes riscos” e afirmou que ultrapassá-los “dependerá da forma como se puder colaborar com novas ideias” a partir do ponto de partida de restabelecimento da cooperação. A este respeito, os três ministros dos Negócios Estrangeiros concordaram em continuar a trabalhar para levar o intercâmbio um passo mais longe em matéria de tecnologia, saúde pública, economia e comércio, bem como entre os seus cidadãos, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês numa declaração sobre as conclusões. Park, Kamikawa e Wang também trocaram pontos de vista sobre o conflito israelo-palestiniano e a libertação de reféns em curso, bem como sobre a guerra na Ucrânia, embora não tenham sido inicialmente comunicados quaisquer comentários do lado sul-coreano ou japonês durante a reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaArgentina | Xi felicita Milei pela eleição como presidente O líder chinês, Xi Jinping, enviou ontem uma mensagem de felicitações a Javier Milei pela eleição como Presidente da Argentina, manifestando interesse em trabalhar para “promover a amizade e a cooperação entre os dois países”. Xi sublinhou que China e Argentina “estão empenhadas no respeito, igualdade e benefícios mútuos” e que se “apoiam firmemente uma à outra em questões relacionadas com os seus interesses fundamentais”, informou a agência de notícias oficial Xinhua. O líder chinês referiu na sua mensagem que a cooperação prática em vários domínios “trouxe benefícios tangíveis para os dois povos”. “Atribuo grande valor ao desenvolvimento das relações entre China e Argentina e estou disposto a trabalhar com Milei para promover o desenvolvimento e o rejuvenescimento dos dois países através da cooperação”, acrescentou. O Governo chinês afirmou na terça-feira que a Argentina cometeria um “grande erro” se cortasse relações com “países tão grandes como Brasil e China”, uma possibilidade sugerida nos últimos meses pelo presidente eleito, Javier Milei, e alguns dos seus colaboradores. A China é o segundo maior parceiro comercial da Argentina e o principal mercado de exportação dos seus produtos agrícolas. Há dois anos, Milei garantiu que “não faria negócios com a China” e afirmou que o corte de relações com o país asiático “não seria uma tragédia macroeconómica”. Em Agosto passado, a China aconselhou Milei a visitar o país e a observar a sociedade chinesa, depois de o candidato ultraliberal ter afirmado que as pessoas na China “não são livres”. Pequim e Buenos Aires mantiveram boas relações nos últimos anos: a Argentina aderiu no ano passado à iniciativa Uma Faixa, Uma Rota, o gigantesco projecto internacional de infraestruturas lançado por Pequim para consolidar a sua influência. A China tem investimentos na Argentina em áreas estratégicas como desenvolvimento de infraestruturas e exploração mineira, e um acordo para pagar as suas importações da Argentina na moeda chinesa, o yuan, e não em dólares norte-americanos.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Trabalhadores presos em túnel perto do resgate Os 41 trabalhadores da construção civil presos há quase duas semanas num túnel que desabou no norte da Índia estavam ontem na iminência de ser resgatados, segundo uma fonte envolvida no processo de resgate. A perfuradora que está a escavar a terra e os detritos já alcançou 44 metros dos cerca de 57 necessários, disse à agência de notícias Press Trust of India (PTI) Harpal Singh, gestor de um outro projecto de túnel que está a apoiar as operações de salvamento. Assim que terminarem de escavar os restantes 13 metros, as equipas de socorro vão poder inserir e soldar tubos através dos quais os trabalhadores poderão sair em liberdade. Os socorristas retomaram a perfuração horizontal através da entrada do túnel na quarta-feira, depois de problemas com a máquina os ter obrigado a parar a escavação na semana passada e a considerar planos alternativos. O terreno montanhoso do estado de Uttarakhand revelou-se um desafio para a máquina de perfuração, que avariou quando os socorristas tentaram escavar horizontalmente. As vibrações de alta intensidade da máquina também provocaram a queda de mais detritos. Maior optimismo Os trabalhadores encontram-se presos no local desde 12 de Novembro, quando um deslizamento de terras provocou a derrocada de uma parte do túnel de 4,5 quilómetros que estavam a construir, a cerca de 200 metros da entrada. Na quarta-feira à noite, foram enviadas ambulâncias e uma equipa de 15 médicos para o local, informou a PTI. Os familiares que se reuniram no local disseram à agência de notícias que estão optimistas, após dias de ansiedade e preocupação com o salvamento e o bem-estar dos trabalhadores. As autoridades começaram a fornecer aos trabalhadores refeições quentes através de um tubo de 15,24 centímetros de diâmetro, no início desta semana, depois de terem passado dias a sobreviver com alimentos secos enviados através de um canal mais estreito. O oxigénio chega por um canal separado. Na terça-feira, as autoridades divulgaram um vídeo – uma câmara foi empurrada até ao local através do canal – que mostra os trabalhadores de capacete de construção a deslocarem-se pelo túnel bloqueado enquanto comunicam com os socorristas no terreno através de ‘walkie-talkies’. Uttarakhand está repleto de templos hindus, e a construção de auto-estradas e edifícios tem sido constante para acomodar o fluxo de peregrinos e turistas. Este túnel faz parte da estrada Chardham, um projecto federal emblemático que liga vários locais de peregrinação hindu.
Hoje Macau China / ÁsiaEmbaixador chinês defende relações com a UE e acusa EUA de interferência O embaixador da China para a União Europeia (UE) acusou ontem os Estados Unidos de interferência nas relações diplomáticas e comerciais entre os dois blocos e rejeitou que haja conflitos geopolíticos e económicos com os 27. “A China vê as relações [com a UE] de uma perspectiva a longo prazo […], não podem ser ditados por países terceiros”, considerou Fu Cong, aludindo aos Estados Unidos da América (EUA), na abertura do Fórum UE-China, coorganizado com um grupo de reflexão sobre questões europeias, em Bruxelas. Perante a plateia, composta por diplomatas europeus, o embaixador chinês pediu à União Europeia que “não desenvolva as suas relações com outros países às custas das relações com a China ou em desprezo pelas relações” que tem com Pequim. “A China e a UE têm uma responsabilidade partilhada para uma paz mundial. Num mundo de turbulência e caos, é importante que tenhamos um papel certo, uma percepção certa de cada um. A China está no caminho para a paz e prosperidade”, sustentou o diplomata, advogando que “não há conflitos de interesse geopolíticos e económicos” entre os dois blocos. “O nosso interesse comum pesa mais do que as nossas diferenças”, acrescentou, rejeitando a ideia de uma rivalidade entre Pequim e Bruxelas. Do outro lado A directora-geral adjunta para o Comércio da Comissão Europeia, Maria Martin-Prat, ouviu atentamente a intervenção do diplomata chinês, mas rejeitou que Pequim não seja um adversário na competitividade que a UE tem: “É um adversário. A nossa relação é demasiado complexa para enfiar dentro de uma única categoria”. “Somos grandes parceiros económicos, as nossas relações são importantes e têm uma grande influência no mundo, o nosso comércio bilateral é extremamente importante […], mas é preciso abordar as questões frontalmente”, referiu. A UE está preocupada com “práticas comerciais injustas”, aludindo à investigação que a Comissão Europeia anunciou em Outubro para averiguar a existência de auxílios estatais de Pequim para financiar a produção e exportação de carros eléctricos. Em pouco tempo, o mercado foi ‘inundado’ por automóveis eléctricos de origem chinesa, a preços muito mais baixos do que os práticados por outras empresas que operam na UE e que são europeias. Em Outubro foi a própria presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, que anunciou a investigação, que ontem foi defendida pela directora-geral adjunta para o Comércio. “Não achamos que o défice nas trocas comerciais é mau por definição, mas ficamos preocupados quando esse défice não reflecte as preferências dos consumidores, quando existem barreiras para penetrar um determinado mercado”, esclareceu.
Hoje Macau China / ÁsiaLíder da Coreia do Norte já consegue espiar bases militares dos EUA em Guam A Coreia do Norte revelou ontem que obteve fotografias de bases militares norte-americanas na ilha de Guam, no Oceano Pacífico, tiradas pelo satélite espião que lançou na terça-feira a bordo de um foguetão espacial. A agência estatal KCNA noticiou que o líder Kim Jong-un viu “imagens da Base Aérea de Anderson, do Porto de Apra [onde se encontra uma base naval] e de outras áreas de importantes enclaves militares dos Estados Unidos”. As fotografias foram “tiradas do céu sobre a ilha de Guam, no Pacífico, e recebidas às 09:21 de 22 de Novembro”, precisou, segundo a agência espanhola EFE. Kim terá visto as imagens durante uma visita ao centro de controlo geral da Administração Nacional de Tecnologia Aeroespacial (NATA), em Pyongyang. Os técnicos disseram a Kim que o satélite Malligyong-1 começará oficialmente a funcionar a 1 de Dezembro, depois de sofrer ajustes durante os próximos “7-10 dias”, segundo a KCNA. A Coreia do Sul e os Estados Unidos ainda não confirmaram que o satélite está numa órbita correcta. À terceira é de vez A KCNA publicou uma foto de Kim a visitar o centro na companhia do marechal Kim Jong-sik, vice-director do Departamento da Indústria de Munições, uma das principais figuras do programa de mísseis norte-coreano. Foi também divulgada outra foto das instalações mostrando apenas painéis de controlo gerais, que foram desfocados antes da publicação. Se as afirmações do regime forem verdadeiras, as capacidades de vigilância da Coreia do Norte terão dado um grande salto em frente com a instalação deste satélite, segundo a EFE. O Malligyong-1 permitirá detectar movimentos de tropas no nordeste asiático a diferentes horas, uma vez que o aparelho, situado numa órbita polar, dará mais de uma volta completa à Terra todos os dias. O lançamento de terça-feira seguiu-se a duas tentativas falhadas, em Maio e Agosto, e foi supervisionado por Kim Jong-un. A iniciativa foi condenada pelo Japão, pela Coreia do Sul e pelos Estados Unidos. O lançamento desencadeou a activação do sistema nacional antimíssil do Japão durante alguns minutos, através do qual foi enviada uma mensagem aos habitantes da prefeitura de Okinawa recomendando-lhes que procurassem abrigo. Os três países recordaram ontem que as sanções do Conselho de Segurança da ONU proíbem a Coreia do Norte de efectuar lançamentos espaciais, uma vez que utiliza a sua própria tecnologia de mísseis balísticos intercontinentais. A Coreia do Sul admitiu que, para resolver os problemas técnicos registados pelo Chollima-1 em Maio e Agosto, Pyongyang tenha recebido assistência técnica de Moscovo em troca de armas para utilização na Ucrânia. Seul afirmou que o Pyongyang enviou a Moscovo cerca de 2.000 contentores de equipamento militar, incluindo mais de um milhão de cartuchos de artilharia e, possivelmente, também munições para tanques, mísseis guiados antitanque ou mísseis terra-ar portáteis. Em reacção a este lançamento, a Coreia do Sul suspendeu parcialmente um acordo militar com o vizinho do Norte.
Hoje Macau China / ÁsiaG20 | Xi Jinping e Joe Biden não marcam presença em cimeira A China fez-se representar pelo primeiro-ministro Li Qiang, a exemplo do que tinha feito na última reunião do grupo O Presidente chinês, Xi Jinping, voltou a não comparecer ontem na cimeira virtual do G20, tal como aconteceu em Setembro passado, quando não participou na última cimeira presencial do grupo, em Nova Deli. O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, volta assim a representar a China na cimeira, organizada pela anfitriã Índia, país que espera contar com a presença de uma “grande maioria” dos líderes mundiais no evento. O ministério dos Negócios Estrangeiros chinês instou na terça-feira o G20 a “reforçar a sua parceria e consenso”, para “enfrentar os desafios globais e dar contributos positivos” para a recuperação económica mundial e o desenvolvimento comum, tendo em conta a “situação internacional turbulenta”. A ausência de Xi em Nova Deli, em Setembro passado, já foi interpretada por especialistas chineses como um sintoma do “valor decrescente” que Pequim atribui ao bloco. O professor de Relações Internacionais chinês, Shi Yinhong, observou na altura que “vários países do G20 mantêm diferentes graus de confrontação com a China”. Xi, que tem mantido uma agenda diplomática preenchida desde que a China desmantelou a política de ‘zero casos’ de covid-19, em Dezembro passado, participou noutras cimeiras virtuais do G20 em anos anteriores. EUA desfalcados Os analistas chineses destacam as disputas territoriais entre Pequim e Nova Deli como mais um motivo pelo qual Xi optou por delegar ao primeiro-ministro a responsabilidade de representar a China, especialmente enquanto a Índia ocupa a presidência rotativa do bloco. Também ausente da reunião está o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que se reuniu com Xi na semana passada em São Francisco, à margem da cimeira do Fórum de Cooperação Económica Ásia – Pacífico (APEC). A reunião virtual do G20 organizada pela Índia é a última a ser organizada sob a presidência de Nova Deli, uma vez que o Brasil assume a liderança do bloco a partir de 1 de Dezembro.
Hoje Macau China / ÁsiaHamas | Líder diz que acordo de tréguas com Israel está próximo O Hamas anunciou ontem que se “aproxima da conclusão de um acordo de tréguas” na Faixa de Gaza, declarou o líder do movimento islamita palestiniano, Ismail Haniyeh. “O movimento [Hamas] deu a sua resposta aos irmãos do Qatar e aos mediadores. Estamos a aproximar-nos da conclusão de um acordo de tréguas”, disse Haniyeh, citado numa breve mensagem publicada na conta do movimento palestiniano na plataforma Telegram. De acordo com fontes do Hamas e da Jihad Islâmica, o segundo maior grupo islamista armado palestiniano, citados pela agência France-Presse (AFP), os dois movimentos aceitaram um acordo e os pormenores devem ser anunciados pelo Qatar e pelos mediadores do conflito. Para já, o Governo israelita ainda não reagiu a estas declarações. A presidente do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Mirjana Spoljaric, reuniu-se na segunda-feira à noite com os dirigentes do Qatar e com Haniyeh, que tem como base este emirado do Golfo, para “avançar com as questões humanitárias ligadas ao conflito armado em Israel e em Gaza”. Negociações oleadas O Qatar, o Egipto e os Estados Unidos estão a trabalhar num acordo para tentar libertar os cerca de 240 reféns raptados em Israel pelo Hamas em troca de uma trégua na Faixa de Gaza. Embora o CICV tenha afirmado que não está a participar nas conversações, insistiu para que as equipas do comité “sejam autorizadas a visitar os reféns para verificar o seu bem-estar, administrar medicamentos e para garantir que os reféns possam comunicar com as famílias”, de acordo com um comunicado. “Nunca estivemos tão perto, estamos confiantes. Mas ainda há trabalho a fazer. Nada está feito até que tudo esteja feito”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional na Casa Branca, John Kirby. Questionado por um jornalista em Washington sobre se está iminente um acordo para a libertação de reféns, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, respondeu: “Penso que sim”. Duas fontes próximas das conversações disseram ontem à AFP que estão centradas num acordo para a libertação de “50 a 100” reféns em troca da libertação de 300 prisioneiros palestinianos em Israel, incluindo crianças e mulheres. A transferência seria feita por etapas, numa troca diária de dez reféns israelitas por 30 prisioneiros palestinianos, e incluiria a entrada de alimentos, ajuda médica e combustível e, sobretudo, uma “trégua humanitária renovável de cinco dias”. Os ataques israelitas à Faixa de Gaza já fizeram mais de 13.300 mortos, dos quais mais de 5.600 são crianças, segundo o Hamas, desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel. A este balanço somam-se dezenas de milhares de feridos e ainda, segundo a ONU, 1,7 milhões de deslocados – mais de dois terços da população total daquele enclave palestiniano pobre, que enfrenta uma grave crise humanitária, devido à escassez de água, alimentos, electricidade, medicamentos e combustível.
Hoje Macau China / ÁsiaChina e Arábia Saudita acordam troca cambial de 50 mil milhões de yuans Os bancos centrais da China e da Arábia Saudita assinaram um acordo de troca cambial avaliado em cerca de 50 mil milhões de yuans durante três anos. O Banco Popular da China, o banco central chinês (PBC, na sigla em inglês) anunciou na segunda-feira o pacto, num comunicado, no qual garante que servirá para “fortalecer a cooperação financeira, expandir a utilização de moedas locais e promover a facilitação do comércio e do investimento” entre os dois países. De acordo com jornal de Hong Kong South China Morning Post, esta é a primeira troca cambial entre Pequim e Riade e o 30.º acordo deste tipo que o PBC conclui na última década. O banco central chinês celebrou pactos semelhantes com outros países do Médio Oriente, como os Emirados Árabes Unidos (2012), Qatar (2014) ou Egito (2016), para promover a internacionalização do yuan. No ano passado, a Arábia Saudita exportou para a China petróleo no valor de cerca de 65 mil milhões de dólares, representando 83% das suas vendas ao gigante asiático. No entanto, a China continua a importar a maior parte do crude que utiliza da Rússia. De acordo com dados da plataforma internacional de pagamentos SWIFT, o yuan é a quinta moeda mais utilizada a nível mundial em pagamentos transfronteiriços em 2023, com uma quota de 3,71%, longe do euro (23,6%) e do dólar norte-americano (46,58%). No entanto, em Setembro conseguiu ultrapassar o euro e colocar-se na segunda posição na tabela mundial com uma fatia de 5,8%, face aos 5,43% da moeda europeia, embora o dólar continue a ser o líder indiscutível, com 84,15%. Nos últimos anos, a China lançou uma campanha para liquidar as transações de petróleo e gás natural em yuan, para reduzir a dependência do dólar, lançando, por exemplo, contratos futuros de petróleo em yuan através de um bolsa especializada em Xangai, em 2018. No final de 2022, durante uma cimeira na Arábia Saudita, o líder chinês Xi Jinping apelou aos países árabes para “aproveitarem ao máximo” a bolsa de Xangai para negociarem petróleo bruto e gás em yuan e não em dólares. Pequim mediou um acordo histórico, em março, entre a Arábia Saudita e o Irão.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | 30 mil detidos por fraudes telefónicas As autoridades chinesas detiveram mais de 30.000 suspeitos de fraudes por telefone em Myanmar (antiga Birmânia), onde alegadamente grupos criminosos se dedicam a enganar cidadãos chineses, informou o ministério da Segurança Pública da China. De acordo com um comunicado do ministério, a polícia chinesa levou a cabo operações conjuntas com as forças de segurança de Myanmar desde setembro e capturou e extraditou milhares de suspeitos de fraude escondidos no norte do país vizinho. Estas operações desferiram um “duro golpe nas organizações criminosas” que tinham estabelecido bases no norte de Myanmar para tirar partido da regulação pouco rigorosa e do vazio jurídico existente no país. Nos últimos meses, as burlas com origem no norte de Myanmar têm merecido atenção por parte dos órgãos de comunicação e nas redes sociais chinesas. Entre os suspeitos contam-se alguns dos chefes dos grupos que alegadamente utilizavam telemóveis e computadores para fazer chamadas fraudulentas para vítimas na China. Os suspeitos faziam-se passar por funcionários, agentes da polícia ou pessoal médico e exigiam o pagamento de multas, impostos ou despesas médicas, informou o ministério. Na semana passada, a junta militar de Myanmar anunciou a detenção de três importantes líderes de grupos criminosos ligados a fraudes informáticas e outros crimes na cidade de Laukkai, perto da fronteira com a China, que eram procurados por Pequim. Laukkai é conhecida por ter casinos e centros onde alegadas vítimas de tráfico de seres humanos são obrigadas a participar em fraudes por telefone. O ministério da Segurança Pública garantiu que a polícia chinesa vai continuar a “manter uma forte pressão sobre as fraudes telefónicas no estrangeiro” e a “aprofundar a cooperação com Myanmar e outros países vizinhos”, para “erradicar estes crimes” e “proteger os direitos e interesses legítimos dos cidadãos chineses”.