Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | PM confiante em alcançar objectivos para 2023 A China encontra-se no bom caminho para alcançar o objectivo de crescimento traçado para este ano, afirmou ontem o primeiro-ministro do país, Li Qiang. O produto interno bruto (PIB) chinês cresceu 3 por cento no ano passado, uma das taxas mais lentas das últimas quatro décadas e valor aquém do objectivo oficial de 5,5 por cento. Para 2023, o governo fixou o objectivo para o crescimento do PIB em “cerca de 5 por cento “. “Este ano, temos esperança de conseguir atingir [este] objectivo de crescimento”, afirmou o primeiro-ministro chinês, responsável pela economia da nação asiática. Li Qiang, a segunda figura mais importante do país, falava na abertura do Fórum Económico Mundial, em Tianjin, no norte chinês. Pedras no caminho As declarações surgem numa altura em que a segunda maior economia do mundo enfrenta várias dificuldades. A recuperação após a pandemia, na sequência do levantamento das restrições sanitárias no final de 2022, perdeu fôlego nos últimos meses. A economia está a ser penalizada pelo sobre-endividamento do sector imobiliário – pilar tradicional do crescimento – pelo fraco consumo devido à incerteza do mercado de trabalho e pelo abrandamento da economia mundial, que está a afectar a procura de produtos chineses. Para estimular a actividade, o banco central estabeleceu a redução de taxas de juros nas últimas semanas, numa altura em que muitos economistas defendem um plano de estímulo. Para já, as autoridades parecem estar a excluir esta opção a favor de medidas específicas.
Hoje Macau China / ÁsiaNATO diz que rebelião Wagner mostra que invasão foi erro estratégico O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, considerou ontem que a rebelião dos mercenários do grupo Wagner na Rússia mostra que a invasão da Ucrânia por ordem do Presidente russo, Vladimir Putin, foi um erro estratégico. “Estamos a acompanhar a situação na Rússia. Os acontecimentos do fim de semana são um assunto interno da Rússia e mais uma demonstração do grande erro estratégico que o Presidente Putin cometeu em relação à anexação ilegal da Crimeia e na guerra contra a Ucrânia”, disse Stoltenberg aos jornalistas em Vilnius, cidade que receberá a cimeira da Aliança Atlântica no próximo mês. “Também estamos a acompanhar a situação na Bielorrússia”, acrescentou Stoltenberg, após Moscovo ter enviado armas nucleares para o país no início deste mês, gesto que a NATO condenou. “É imprudente e irresponsável. Não vemos qualquer indicação de que a Rússia se esteja a preparar para utilizar armas nucleares, mas a NATO permanece vigilante”, adiantou o responsável da Aliança. De acordo com o Presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, que falou na mesma conferência de imprensa, a rebelião do Grupo Wagner demonstra “a instabilidade do regime do Kremlin”. “É provável que se esperem desafios semelhantes ou até maiores no futuro”, acrescentou Nauseda, referindo que “a fixação do grupo Wagner na Bielorrússia pode tornar-se um factor adicional” em relação à segurança da região. Stoltenberg também sublinhou que agora ainda é mais importante manter o apoio a Kiev. O secretário-geral da NATO indicou que, quanto mais a Ucrânia for bem-sucedida na sua contraofensiva para recuperar territórios ucranianos da Rússia, “mais fortes serão os seus trunfos a apresentar numa mesa de negociação”. Lembrou que os aliados estão a preparar apoios plurianuais à Ucrânia e decisões que a aproximem da organização militar. “O seu lugar [da Ucrânia] é na NATO”, sublinhou Stoltenberg, reforçando que todos os aliados concordam que as portas da NATO continuam abertas para a Ucrânia e que, mais cedo ou mais tarde, o país será membro da Aliança. “Serão os aliados e a Ucrânia a decidir [a sua entrada no bloco]. A Rússia não tem direito de veto”, reafirmou o secretário-geral da NATO. Ameaças e traições O chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, suspendeu as movimentações da rebelião na Rússia contra o comando militar, menos de 24 horas depois de ter ocupado Rostov, cidade-chave no sul do país para guerra na Ucrânia. O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou de rebelião a acção do grupo, afirmando tratar-se de uma “ameaça mortal” ao Estado russo e uma traição, garantindo que não vai deixar acontecer uma “guerra civil”. Ao fim do dia de sábado, em que foi notícia o avanço de forças da Wagner até cerca de 200 quilómetros de Moscovo, Prigozhin anunciou ter negociado um acordo com o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko. Antes, o chefe do grupo paramilitar acusou o Exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, causando “um número muito grande de vítimas”.
Hoje Macau China / ÁsiaClima extremo atinge China com calor e tempestades Muitas cidades na China continuaram a emitir alertas de calor e chuva no fim-de-semana, sendo que os residentes em muitas áreas tiveram de enfrentar fenómenos climáticos extremos. De acordo com a Administração Meteorológica da China (CMA), as observações de quarta a quinta-feira demonstraram que um total de 2.830 estações em todo o país registaram altas temperaturas, acima de 40°C, enquanto 2.130 estações registaram fortes chuvas. Na manhã de sexta-feira, o Centro Meteorológico Nacional (NMC) continuou a emitir alertas laranja de temperatura elevada – o segundo mais alto no sistema de aquecimento climático de quatro níveis da China, já que a temperatura mais alta em Pequim, Tianjin, Hebei e Shandong na sexta-feira atingiu 40°C. A capital, localizada no norte da China, foi uma das cidades mais atingidas pela onda de calor. Na quinta-feira, Pequim registou uma temperatura de 41,1°C, quebrando o recorde histórico de Junho de 40,6°C, registado em 1961. Também na quinta-feira, a mesma estação meteorológica registou uma temperatura na superfície do solo de 71,8°C à tarde, também a segunda mais alta jamais registrada. Na manhã de sexta-feira, a Estação Meteorológica de Pequim emitiu um sinal vermelho de alerta para altas temperaturas, o mais alto do sistema de alerta climático de quatro níveis da China. A última vez que Pequim emitiu tal alerta foi em 2014. Na tarde de sexta-feira, Pequim registou novamente altas temperaturas acima de 40°C. Zhang Yingxin, meteorologista chefe da Estação Meteorológica de Pequim, disse que esta é a primeira vez desde o estabelecimento de estações de observação meteorológica em Pequim que altas temperaturas acima de 40°C foram registadas por dois consecutivos dias. Esta semana as altas temperaturas de Pequim deverão cair para 34°C. Desde 1951, Pequim registou um máximo de 11 dias de alta temperatura acima de 35 °C em Junho num único ano, em 1952 e 2000, respectivamente, e um máximo de cinco dias de alta temperatura acima de 37°C, em 1952. Desde quinta-feira, Pequim registou nove dias de alta temperatura acima dos 35 °C e cinco dias de altas temperaturas acima dos 37 °C em Junho de 2023. Enquanto isso, Tianjin e Hebei, também localizadas no norte da China, enfrentaram também o calor extremo. El Niño para durar Enquanto os residentes no norte da China sofrem com as temperaturas elevadas, o leste e o sul do país enfrentaram fortes chuvas. Este Verão assistiu a um aumento no clima incomum em todo o mundo. A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos emitiu um alerta em 8 de Junho informando que o fenómeno El Nino surgiu e deverá perdurar até ao Inverno. Segundo especialistas da CMA, a China atravessou recentemente uma alta frequência de climas extremos associados ao surgimento do fenómeno El Nino. Zhou Bing, chefe do serviço climático da CMA, disse que o clima deste ano, em termos da China e do mundo, tem sido anormal. “O mundo está definitivamente mais quente este ano do que em 2022, devido ao aparecimento do evento El Nino”, disse ele à China Central Television (CCTV). “O desenvolvimento do El Niño levará a um aumento das chuvas no sul da China no Verão e a uma diminuição das chuvas no norte da China, com uma situação de inundações no sul e seca no norte”, disse Zhou. Não é provável que haja um período prolongado de calor extremo no norte da China, disse. Mas devido à influência do El Niño, a temperatura geral tende a ser superior à média.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | PR espera acordo com Alemanha para trabalhadores timorenses O Presidente da República timorense espera que Timor-Leste e a Alemanha assinem ainda este ano um acordo entre governos para que mil timorenses possam ir para aquele país trabalhar e receber formação técnico-profissional. José Ramos-Horta disse à Lusa que esse é um dos assuntos na agenda da sua curta visita a Berlim, no fim de semana, durante a qual se encontrou com as principais autoridades do país. “A ideia de a Alemanha receber trabalhadores timorenses foi minha. Avancei com a vinda a Timor-Leste de um grupo de sete deputados federais alemães, representando todos os partidos políticos, e cumprindo uma promessa que me fizeram antes das eleições na Alemanha, em que se vencessem iriam retomar a cooperação bilateral com Timor-Leste, que foi, entretanto, terminada depois de 20 anos”, explicou. “Durante a visita avancei com a proposta: quero 1.000 vistos de trabalho para timorenses trabalharem na Alemanha, com formação técnico-profissional a fazer parte do programa”, explicou. “Gostaram da ideia e nesses meses tenho trabalhado com entidade alemães para ver como concretizar essa iniciativa, que está em bom caminho. Esperamos assinar o acordo brevemente, depois da minha visita”, disse. Quando se concretizar, notou, será o primeiro acordo laboral de Timor-Leste com um país europeu, num programa “governo-governo, sem intermediários ou agências de emprego e que vai ser rigorosamente controlado pelos dois governos, para não haver abusos seja de quem for”.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Amazon investe 24 mil ME até 2030 A empresa norte-americana reforça a sua posição no país dando seguimento ao investimento de 12.700 milhões de dólares até 2030 anunciado a 18 de Maio pelo maior provedor de serviços de computação em nuvem do mundo, a Amazon Web Services. O director executivo da Amazon comprometeu-se a aumentar os investimentos da gigante norte-americana na Índia para 26.000 milhões de dólares até 2030, durante um encontro com o primeiro-ministro indiano na sexta-feira. De acordo com um comunicado divulgado sábado pelo gabinete do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, o governante e Andrew R. Jassy “mantiveram conversações sobre a área do comércio electrónico” e “discutiram o potencial de uma maior colaboração com a Amazon no sector logístico na Índia”. Por sua vez, o presidente executivo da Amazon avançou na rede social Twitter que, durante a reunião, foi discutido “o compromisso da Amazon de investir 26.000 milhões de dólares na Índia até 2030”. “Trabalhando juntos, apoiaremos as novas empresas, criaremos empregos, possibilitaremos exportações e capacitaremos pessoas e pequenas empresas para competirem globalmente”, acrescentou Jassy. Os esforços da Amazon para fortalecer a sua presença no país asiático seguem-se ao investimento de 12.700 milhões de dólares até 2030 anunciado a 18 de Maio pelo maior provedor de serviços de computação em nuvem do mundo, a Amazon Web Services (AWS). Ao interesse da Amazon em investir na Índia somam-se outras oportunidades de crescimento exploradas por Modi durante a sua visita aos EUA, onde manteve reuniões com o presidente executivo (CEO) da Google, o empresário indo-americano Sundar Pichai, o director executivo da Boeing, David L. Calhoun, e o fundador da Tesla e actual dono do Twitter, Elon Musk. Agenda preenchida O primeiro-ministro indiano terminou sábado a visita de Estado de quatro dias aos EUA, durante a qual se reuniu com o Presidente Joe Biden, participou num jantar na Casa Branca, interveio uma sessão conjunta do Congresso dos EUA e manteve encontros com mais de duas dezenas de líderes e empresários, incluindo economistas, académicos e especialistas em saúde. Narendra Modi seguiu para o Egipto, onde se encontrou com o Presidente egípcio, Abdel Fattah El-Sisi.
Hoje Macau China / ÁsiaCimeira de Paris | China comprometida no combate às alterações climáticas e pobreza Numa conferência que juntou mais de 40 chefes de Estado e de Governo na cidade das luzes, Pequim, através do primeiro-ministro, Li Qiang, afirmou estar preparada para cooperar na luta global contra as alterações climáticas e a pobreza A China está preparada para assumir maiores compromissos na luta contra as alterações climáticas e a pobreza, bem como no alívio da dívida dos países pobres, anunciou na sexta-feira em Paris o primeiro-ministro chinês, Li Qiang. No encerramento da cimeira de Paris para um novo pacto financeiro global, Li afirmou que a China acelerou os esforços para promover “uma produção e um estilo de vida com baixas emissões de carbono”. “Nos últimos dez anos, a China registou um crescimento médio de 6,3 por cento, mas apenas 3 por cento de crescimento no consumo de energia”, afirmou, citado pela agência francesa AFP. O primeiro-ministro chinês disse que a China, acusada de ser um dos maiores poluidores do mundo, diminuiu a quota do carvão. Li disse que a China também está empenhada na cooperação global na luta contra a pobreza e na iniciativa de suspensão do serviço da dívida apoiada pelo G20 (grupo das maiores economias). A China está preparada para “trabalhar com todas as partes interessadas, incluindo as instituições financeiras internacionais, os credores privados e outros”, afirmou o chefe do Governo do país asiático. Ajuste de contas Este compromisso surge no momento em que os credores da Zâmbia anunciaram na passada quinta-feira que tinham chegado a um acordo para reestruturar parte da dívida do país da África Austral. A Zâmbia, com quase 20 milhões de habitantes, entrou em incumprimento da dívida em 2020, e as negociações para resolver o problema estavam paradas devido a divergências entre os credores ocidentais e chineses. “A China está pronta a trabalhar com todas as partes envolvidas para garantir que as finanças mundiais se tornem justas e eficientes”, concluiu Li Qiang. A presidência francesa organizou a cimeira para lançar as bases de uma revisão da arquitectura financeira internacional que surgiu após a Segunda Guerra Mundial, com o objectivo de travar a pobreza e o aquecimento global. Participam na cimeira cerca de quarenta chefes de Estado e de Governo, bem como os dirigentes das instituições internacionais. Li Qiang está em Paris depois de ter visitado Berlim, na primeira deslocação ao estrangeiro desde que assumiu funções em Março.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Pequim considera absurdo comentário de Biden que chamou ditador a Xi A China considera “absurdo” o comentário do chefe de Estado norte-americano, Joe Biden, que afirmou terça-feira que o Presidente chinês é um “ditador”. “Esta observação da parte americana é realmente absurda, muito irresponsável e não reflecte a realidade”, declarou aos jornalistas a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim. Referindo-se a um episódio recente em que os Estados Unidos destruíram um balão chinês que alegavam estar a espiar território norte-americano, Joe Biden disse que “a razão pela qual [o Presidente chinês] ficou tão aborrecido “quando foi abatido aquele balão cheio de equipamento de espionagem é porque não sabia que [o dispositivo] estava lá”. “É muito embaraçoso para os ditadores quando não sabem o que aconteceu”, acrescentou Biden durante uma recepção no Estado norte-americano da Califórnia. “E já agora, prometo-vos, não se preocupem com a China (…). A China tem problemas económicos reais”, disse o democrata de 80 anos, que está em campanha para a reeleição. Ainda a propósito de Xi Jinping, Joe Biden afirmou: “Estamos num momento em que ele quer restabelecer uma relação”. Biden recordou que o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, tinha acabado de regressar da República Popular da China. O Presidente norte-americano considerou que o secretário de Estado desempenhou um “bom trabalho”, mas explicou que “vai levar tempo” para resolver a relação muito tensa entre as duas grandes potências. Não é a primeira vez que Joe Biden emite declarações memoráveis em recepções de angariação de fundos, eventos em pequena escala dos quais as câmaras, os microfones e as máquinas fotográficas são excluídos – podendo os jornalistas presentes, contudo, ouvir os discursos de abertura de Biden e divulgá-los. Foi num evento desse tipo, em Outubro de 2022, que o Presidente dos Estados Unidos mencionou, por exemplo, o risco de um “apocalipse” nuclear desencadeado pela Rússia.
Hoje Macau China / Ásia MancheteDiplomacia | Europa e Estados Unidos procuram aproximação à China O diálogo da China com o mundo ocidental intensifica-se, apesar das muitas pedras que ainda persistem no caminho para uma relação harmoniosa. O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, aterrou esta semana em Berlim, numa altura em que Alemanha, França, Estados Unidos e Reino Unido apostam numa estratégia de aproximação a Pequim. Esta semana, em apenas alguns dias, o chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, viajou até Pequim, Li Qiang está de viagem até Berlim e Paris e o Governo britânico prepara a ida do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, James Cleverly, à China. “Para a China, ‘the meeting is the message’ (a reunião é a mensagem)”, escreveu Mikko Huotari, director executivo da MERICS, um ‘think tank’ alemão com foco naquele país asiático, parafraseando a famosa citação do pensador canadiano Marshall McLuhan sobre a comunicação (“the medium is the message”). Para este analista, a visita de Li a Berlim é uma prova de que Pequim quer mostrar que o diálogo com um dos seus principais aliados não está comprometido, apesar de um afastamento diplomático que se acentuou nos últimos três anos. Uma das razões para este afastamento entre Berlim e Pequim reside na pressão exercida pelo Governo norte-americano para que a Europa se desligue da dependência económica chinesa, em particular em áreas sensíveis como a energia e as telecomunicações. Desde o mandato do ex-Presidente Donald Trump, e prosseguindo na era do actual líder, Joe Biden, que os Estados Unidos insistem em que os países europeus rejeitem integrar a empresa tecnológica chinesa Huawei nos concursos para as redes 5G, alegando que esta organização reporta directamente perante o Partido Comunista Chinês, colocando sérios problemas de salvaguarda das informações que circulam nestas redes. Os Estados Unidos estão preocupados, particularmente, com a progressiva afirmação das baterias eléctricas chinesas para alimentação de veículos automóveis, que ameaçam a expansão do sector automóvel em várias regiões, incluindo a Europa e os Estados Unidos. Este tema foi abordado entre o chefe da diplomacia norte-americana no encontro com o seu homólogo chinês, Qin Gang, no passado domingo, no âmbito de uma redefinição do circuito comercial entre as duas maiores potências económicas. Blinken repetiu por várias vezes a ideia de que os Estados Unidos não têm interesse em “conter o desenvolvimento da economia chinesa”, alegando que o sucesso do plano de Pequim salvaguarda igualmente os interesses norte-americanos. A tese do Governo de Joe Biden é a de que Estados Unidos e China se assumam como rivais, mas procurem evitar que a concorrência resvale para conflitos mais graves, nomeadamente a nível militar. Xadrez político Numa entrevista divulgada esta semana pela cadeia televisiva norte-americana CBS, Blinken reconheceu que os canais de comunicação militares entre os dois países continuam comprometidos, mas assegurou que este é um “processo em curso”, mostrando-se esperançado em que num futuro próximo seja possível criar formas eficazes de resolução de conflitos. “É importante que incidentes militares – como quando dois aviões se cruzem a curta distância ou dois navios entre em rota de colisão – sejam evitados através de canais estáveis de comunicação”, defendeu o chefe da diplomacia norte-americana. Por isso, na agenda do primeiro-ministro chinês a Berlim e a Londres estão matérias relacionadas com a indústria da Defesa, numa altura em que Berlim anunciou um investimento bilionário em novo equipamento, em grande parte decorrente da crescente ameaça russa, após o início da invasão da Ucrânia, em Fevereiro de 2022. “A China está interessada em que a Alemanha se desenvencilhe da dependência militar norte-americana, para que possa de seguida ficar mais receptiva às propostas comerciais chinesas. Esta abordagem certamente que não aparecerá nos comunicados após as reuniões do primeiro-ministro chinês em Berlim, mas estará muito presente nas intenções de cada diplomata chinês”, explicou à Lusa Darlyn Chai, investigadora de Relações Internacionais da Universidade de Sussex, no Reino Unido, especialista em política asiática. Para esta especialista, os europeus estão interessados em que a China e os Estados Unidos normalizem relações, para terem mais campo de manobra para restabelecer as condições para novos investimentos chineses na Europa. Contudo, para isso, defende Chai, os líderes ocidentais, e os europeus em particular, também precisam que Pequim se demarque das posições da Rússia na Ucrânia. A Alemanha – tal com a União Europeia e os Estados Unidos – tem pressionado a China para não fornecer armas à Rússia, um compromisso que Blinken ouviu da boca do Presidente Xi Jinping e que o chanceler Olaf Scholz já disse estar interessado em ouvir da boca do primeiro-ministro chinês. O tema também deverá ser um dos pontos principais da visita que o chefe da diplomacia britânica deverá realizar à China, no final de Julho, que o Governo do Reino Unido está a preparar. A viagem ainda não está confirmada, mas fontes do Governo liderado por Rishi Sunak têm defendido a necessidade de o Reino Unido não ficar para trás na reaproximação à China, quando Estados Unidos e a União Europeia aceleram os contactos diplomáticos com Pequim. Para o Governo britânico, o ‘Brexit’ apenas acentuou a necessidade de diversificar as relações externas, apesar dos apelos dos aliados norte-americanos, para conter o investimento chinês, especialmente nas áreas tecnológicas.
Hoje Macau China / ÁsiaNova presidente do parlamento timorense quer união para desenvolver país A nova presidente do Parlamento timorense, Maria Fernanda Lay, disse ontem que é necessária a máxima união de esforços para responder às aspirações da sociedade, reavivar a economia e garantir o desenvolvimento nacional. “O povo está à espera, precisamos de desenvolvimento, criar empregos e reavivar a economia. E para isso é preciso estabilidade. Vamos trabalhar juntos com os outros partidos”, afirmou Maria Fernanda Lay à Lusa nas primeiras declarações depois de assumir funções. “Precisamos de dignificar esta instituição com as nossas atitudes e cumprir e fazer cumprir a constituição e as leis. Temos de ser o modelo para os outros poderem cumprir”, vincou. Maria Fernanda Lay foi eleita com 45 votos a favor, 19 abstenções e um voto em branco, na sessão de arranque da 6.ª legislatura e em que tomaram posse os novos 65 deputados eleitos. “Espero poder trabalhar com os outros partidos, mesmo da oposição, para o processo de descentralização”, explicou à Lusa. “Identifiquei programas de prioridade para poder ter o mesmo ritmo que o Governo. Temos de fazer alterações a algumas legislações. É necessário trabalhar fortemente e estamos prontos para esta jornada”, disse. Momentos antes, depois de ser eleita e no discurso inaugural, Lay disse sentir orgulho de poder contribuir para o processo democrático, vincando que é preciso maturidade, “gerir as diferenças” e, no caso do parlamento, “consolidar os instrumentos legais para responder às exigências do povo”. “Comprometo-me a dar continuidade a trabalho desempenhado pelo presidente cessante, mantendo a comunicação aberta com todos, com todas as bancadas para consolidar o funcionamento do órgão legislativo”, disse. “O parlamento tem que ser um órgão do povo, tem que dignificar-se como órgão legislativo e com uma política que aposte no desenvolvimento inclusivo”, sublinhou. O que se segue O próximo passo no parlamento será a eleição, a 26 de Junho, das eleições para os restantes cargos da mesa do Parlamento Nacional. A 29 de junho, o Presidente, José Ramos-Horta, terá a primeira reunião com o primeiro-ministro indigitado, Xanana Gusmão, bem como outros elementos dos dois partidos do executivo. No dia seguinte, José Ramos-Horta assina o decreto de nomeação do IX Governo Constitucional que toma posse no dia 01 de Julho no Palácio Presidencial em Díli.
Hoje Macau China / ÁsiaONU | Pedida nova abordagem internacional para crise birmanesa Desde a chegada ao poder da junta militar que o número de mortes de civis não pára de aumentar no Myanmar. A ONU, através do seu relator para os direitos humanos, pede à comunidade internacional que mude a sua atitude face aos acontecimentos na antiga Birmânia. O relator especial da ONU para os direitos humanos em Myanmar, Tom Andrews, apelou quarta-feira à comunidade internacional para que reveja a abordagem ineficaz com que tem lidado com a crise na antiga Birmânia. Desde o golpe que derrubou o governo democrático de Aung San Suu Kyi, em 2021, mais de 3.600 civis foram mortos pela junta militar no poder, de acordo com um grupo local que acompanha a crise. Os dez países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês), da qual Myanmar faz parte, não conseguiram resolver a crise. Também não se registaram progressos na aplicação de um plano de paz de cinco pontos que a junta militar birmanesa aceitou há dois anos. Andrews apelou para uma nova abordagem sob a liderança da ASEAN, cuja presidência rotativa é exercida atualmente pela Indonésia. “Penso que esta crise em Myanmar atingiu um ponto de inflexão importante e que chegou o momento de a comunidade internacional rever a abordagem à crise”, disse Andrews numa conferência de imprensa na capital indonésia, Jacarta. Andrews considerou que a actual abordagem adoptada pela comunidade internacional e pela ASEAN “simplesmente não está a funcionar”. “É imperativo mudar de rumo. Esta mudança exigirá visão e liderança, e creio que a Indonésia está bem posicionada para a fornecer”, afirmou o relator especial da ONU, citado pela agência francesa AFP. Divisões asiáticas A ASEAN tem estado dividida quanto à questão birmanesa, com a Tailândia a defender conversações com a junta militar. A Tailândia convidou o ministro dos Negócios Estrangeiros birmanês, Than Shwe, para uma reunião ministerial informal da ASEAN em Banguecoque, na segunda-feira. A Indonésia e a Malásia, que estão entre os maiores críticos da junta no seio do bloco regional, boicotaram a reunião, e Singapura considerou ser prematuro retomar o diálogo com Myanmar. A junta militar birmanesa tem sido excluída das reuniões de alto nível da ASEAN devido à recusa em aplicar o plano de paz proposto pela organização. Os combates entre o exército e os grupos rebeldes em Myanmar provocam periodicamente a fuga de milhares de pessoas através da fronteira com a Tailândia. De acordo com a ONU, mais de um milhão de pessoas foram deslocadas devido à violência e 16 mil foram presas desde que os militares assumiram o poder. O golpe militar pôs fim a uma década de transição democrática e mergulhou o país numa espiral de violência e num estado de semi-anarquia. Com cerca de 54 milhões de habitantes, a antiga Birmânia tornou-se independente do Reino Unido em 1948. A última cimeira da ASEAN, realizada em Maio, terminou sem quaisquer progressos significativos sobre a questão birmanesa. Além de Myanmar, Indonésia, Tailândia, Malásia e Singapura, a ASEAN integra Brunei, Camboja, Filipinas, Laos e Vietname. A Associação das Nações do Sudeste Asiático foi fundada em 1967.
Hoje Macau China / ÁsiaIgreja | Liberdade religiosa violada em 61 países A liberdade religiosa foi violada em 61 países onde vivem cerca de cinco mil milhões de pessoas nos últimos 12 meses, revela um estudo divulgado ontem pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS). O relatório diz que houve actos graves de perseguição religiosa em 28 países – que albergam cerca de quatro mil milhões de pessoas, cerca de metade da população mundial – a maior parte (13) em África, onde a liberdade para professar credos religiosos se degradou visivelmente. A Fundação AIS denuncia que, no último ano, “a perseguição intensa tornou-se mais aguda e concentrada” e que a impunidade por esses crimes aumentou. Desde 1999 que a Fundação AIS divulga edições anuais deste relatório, que faz a análise da liberdade religiosa em 196 países e territórios. “A nível mundial, a manutenção e a consolidação nas mãos de autocratas e de líderes de grupos fundamentalistas conduziu a um aumento das violações de todos os direitos humanos, incluindo a liberdade religiosa”, pode ler-se no documento. Estas violações de liberdade religiosa ilustram-se de várias formas, incluindo a destruição de património e símbolos religiosos (como acontece na Turquia e na Síria), a proliferação de leis anti-conversão (como sucede no sudeste asiático e no Médio Oriente) ou a vigilância em massa. O relatório detectou ainda um aumento do número de comunidades religiosas maioritárias que são objecto de perseguição, uma alteração significativa relativamente a edições anteriores, onde a maioria dos grupos religiosos perseguidos pertencia a comunidades minoritárias. Ao mesmo tempo, a Fundação AIS denuncia “uma reacção cada vez mais silenciosa da comunidade internacional às atrocidades cometidas por regimes autocráticos estrategicamente importantes”, referindo-se à Índia e à China, mas também em países como a Nigéria e o Paquistão. Cuidado com a língua No Ocidente, o relatório refere que a liberdade religiosa está a ser cada vez mais ameaçada pela “cultura de cancelamento”, incluindo a “linguagem forçada”, que evoluiu do assédio verbal para incluir ameaças legais e perda de oportunidades de emprego. “O resultado para os religiosos, ou não, em desacordo com as novas normas é a auto-censura, com jornalistas, políticos e professores hesitantes em abordar temas sensíveis”, diz o relatório da Fundação AIS. Na Ásia e no norte de África têm-se acentuado os casos de legislação anti-conversão, que oferecem benefícios económicos aos que aderem à religião maioritária. Na América Latina, o relatório destaca o aumento dos ataques a líderes religiosos e a colaboradores das igrejas por grupos criminosos organizados e perante a passividade dos regimes políticos.
Hoje Macau China / ÁsiaAlemanha | PM Li Qiang recebido num teste às relações bilaterais O chefe de Estado alemão, Frank-Walter Steinmeier, recebeu na segunda-feira o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, que faz a sua primeira viagem ao estrangeiro, num teste às relações entre Berlim e Pequim, marcadas por crescente rivalidade. Durante o encontro, o Presidente alemão reconheceu que a cooperação entre os dois países “continua importante, mas mudou nos últimos anos”, de acordo com um comunicado do seu gabinete. “A China é parceira da Alemanha e da Europa, mas também cada vez mais uma concorrente e rival na arena política”, acrescentou o comunicado. O primeiro-ministro chinês garantiu que a China está pronta para trabalhar com a Alemanha para contribuir para a “estabilidade e prosperidade globais”, de acordo com a agência noticiosa estatal Xinhua. A China é o mais relevante parceiro comercial da Alemanha e um mercado vital para o seu poderoso sector automóvel. Contudo, nos últimos meses, Berlim endureceu o tom nas relações com Pequim. Para Berlim, por causa da estratégia expansionista de Pequim, “a estabilidade regional e a segurança internacional estão cada vez mais pressionadas” e “os direitos humanos não são respeitados”. Recentemente, o chanceler Olaf Scholz assumiu que o seu país deve reduzir a sua dependência económica face a Pequim, embora admita que “não tem interesse em impedir o desenvolvimento económico da China”.
Hoje Macau China / Ásia MancheteBanco central | Taxas de juro de referência reduzidas para estimular economia As autoridades financeiras continuam a insistir em medidas que levem ao aumento do consumo e ao crescimento económico O banco central da China baixou ontem duas taxas de juro de referência, após várias medidas semelhantes nas últimas semanas destinadas a estimular o crescimento da segunda maior economia do mundo. A taxa de referência para as taxas mais vantajosas que os bancos podem oferecer às empresas e às famílias (LPR, na sigla em inglês) a um ano foi reduzida de 3,65 por cento para 3,55 por cento, e a LPR a cinco anos, que serve de referência para os empréstimos hipotecários, baixou de 4,3 por cento para 4,2 por cento. As duas taxas estão agora nos seus níveis mais baixos de sempre. A última vez que tinham sido reduzidas foi em Agosto de 2022. A decisão, antecipada pelos mercados, tem por objectivo incentivar os bancos comerciais a conceder mais empréstimos a taxas mais vantajosas. Por sua vez, a medida deverá contribuir para apoiar a actividade económica num contexto de abrandamento económico, sendo que vai contra a corrente das principais economias mundiais, que estão a aumentar as taxas de juro para conter a inflação. A tão esperada recuperação pós-covid-19 na China, na sequência do levantamento das restrições sanitárias no final de 2022, tem vindo a perder fôlego nas últimas semanas e tem dificuldade em concretizar-se em certos sectores. Para revigorar a economia, o banco central já tinha baixado a taxa dos empréstimos a médio prazo às instituições financeiras na passada quinta-feira. Anteriormente, ajustara a taxa principal dos empréstimos de liquidez de curto prazo (sete dias) aos bancos comerciais. Problema imóvel A economia está a ser penalizada pelo endividamento excessivo do sector imobiliário, um pilar tradicional do crescimento, pelo fraco consumo devido à incerteza no mercado de trabalho e pelo abrandamento económico mundial, que pesa sobre a procura de produtos chineses. Os recentes anúncios das autoridades “mostram claramente que os decisores políticos estão cada vez mais preocupados com a economia”, comentaram os economistas Julian Evans-Pritchard e Zichun Huang, da Capital Economics, em comunicado. “O apoio ao crescimento tem agora precedência sobre outras considerações, como a rentabilidade dos bancos”, mas “uma aceleração acentuada do número de empréstimos continua a ser improvável e a recuperação continuará a depender principalmente do sector dos serviços”, sublinharam. Nas últimas semanas, a China divulgou alguns indicadores económicos preocupantes. Em Maio, a taxa de desemprego entre os jovens dos 16 aos 24 anos atingiu um novo recorde no país asiático, situando-se nos 20,8 por cento. A taxa, que dá apenas uma imagem parcial da situação, porque é calculada somente para as zonas urbanas, já tinha atingido 20,4 por cento em Abril. As vendas a retalho, principal indicador do consumo das famílias, recuaram, enquanto a produção industrial abrandou no mês passado. A fim de desincentivar a poupança e incentivar as despesas de consumo e o investimento, os principais bancos públicos já tinham concordado em reduzir as taxas de juro.
Hoje Macau China / Ásia MancheteDelegação da UE em Myanmar pede libertação de trabalhadores que pediram aumentos A delegação da União Europeia (UE) em Myanmar (antiga Birmânia) apelou ontem à “libertação imediata” dos trabalhadores de uma fábrica que produz para a Zara e que foram alvo de detenções e despedimentos por exigirem aumentos salariais. “Estamos preocupados com as detenções e o bem-estar de uma série de trabalhadores industriais e sindicalistas por causa de um conflito laboral na fábrica Hosheng Myanmar, na semana passada”, lê-se num comunicado da delegação da UE. A nota refere-se à detenção de um dirigente sindical, Ma Thu Thu San, e ao despedimento de seis colegas, a 14 de Junho, por terem exigido aumentos salariais à direcção da fábrica, disse à agência de notícias EFE um porta-voz da organização birmanesa de defesa dos direitos dos trabalhadores Action Labor Rights. O jornal independente birmanês The Irrawaddy noticiou no sábado a detenção de quatro outros trabalhadores na mesma fábrica têxtil, gerida pela Hosheng (Myanmar) Garment Co. na cidade de Shwe Pyi Thar, nos arredores de Rangum, que produz para a Zara. Na semana passada, o jornal The Irrawaddy noticiara que os trabalhadores exigiam à direcção da fábrica um aumento do subsídio diário de 4.800 kyats para 5.600 kyats (de cerca de dois euros para 2,5 euros). No comunicado, a UE apelou ao “fim das detenções das pessoas que exercem pacificamente o seu direito à liberdade de expressão e de associação”. De saída A empresa espanhola Inditex, proprietária da Zara, disse em comunicado enviado à EFE na sexta-feira que tinha “bloqueado a possibilidade” de trabalhar com a fábrica e garantiu que “está a trabalhar numa saída gradual e responsável de Myanmar”. “Os acontecimentos ocorridos nesta fábrica nos últimos dias representam uma grave violação do nosso código de conduta para fabricantes e fornecedores”, afirmou. Desde o golpe de Estado de 1 de fevereiro de 2021 em Myanmar, várias multinacionais abandonaram parcial ou totalmente o país, incluindo algumas do sector têxtil, como a empresa japonesa Fast Retailing, proprietária da cadeia de moda Uniqlo, que anunciou em Março que vai parar a produção de vestuário GU, outra das suas marcas, naquele país. Outras empresas que tomaram decisões semelhantes incluem a multinacional suíça Nestlé, que este ano encerrou a linha de produção em Myanmar, e a empresa petrolífera norte-americana Chevron, que em Fevereiro vendeu a participação num projecto de gás natural. O golpe de Estado mergulhou o país numa profunda crise política, social e económica, e abriu uma espiral de violência com novas milícias que intensificaram o conflito armado que o país vive há décadas.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas oferece recompensa para capturar suspeitos de matarem jornalista O Departamento de Justiça das Filipinas ofereceu uma recompensa de cerca de 33 mil euros por informações sobre o paradeiro de Gerald Bantag, o ex-chefe da prisão acusado de ordenar o homicídio do jornalista Percy Lapid. “Queremos que os nossos agentes e outras pessoas sejam mais agressivos na ajuda ao Departamento de Justiça na captura dos suspeitos do assassínio de Percy Lapid”, disse o ministro da Justiça das Filipinas, Jesus “Boying” Remulla, aos jornalistas, na segunda-feira à noite. Bantag e o seu braço direito, Ricardo Zulueta, são procurados desde 12 de Abril, quando a Justiça filipina os acusou de terem ordenado o assassínio do jornalista filipino Percy Lapid, que os acusara de alegados escândalos de corrupção. As informações sobre o paradeiro de Zulueta valem uma recompensa de um milhão de pesos (16.400 euros), metade do valor oferecido por dados que levem à captura de Bantag. Os dois antigos funcionários prisionais foram também acusados de orquestrar a morte de Jun Villamor, um intermediário encarregado de organizar a execução de Lapid, encontrado morto na sua cela na prisão de Bilibid, um dos estabelecimentos prisionais mais sobrelotados do mundo, que Bantag e Zulueta dirigiam. Gerald Bantag – que também acusou o ministro da Justiça de corrupção perante as câmaras antes de ser formalmente acusado – e o antigo director de operações de Bilibid, Ricardo Zulueta, foram vistos pela última vez perto de Manila e, segundo o ministério, os dois acusados não terão saído da ilha de Luzon, no norte do arquipélago. Profissão de risco Percibal Mabasa, mais conhecido por Percy Lapid, foi morto aos 67 anos na noite de 03 de Outubro, quando dois indivíduos numa motorizada dispararam sobre este quando se dirigia de carro para o trabalho, a norte de Manila. Lapid apresentava um programa noturno com dezenas de milhares de seguidores, no qual denunciava casos de abuso de poder e escândalos de corrupção envolvendo políticos, membros da polícia e do exército e funcionários de ministérios e instituições públicas. O homicídio do jornalista veterano ocorreu depois de Lapid ter acusado Bantag de aceitar subornos de prisioneiros e de utilizar o dinheiro para construir uma mansão nos arredores de Manila e comprar vários carros de luxo. O caso revelou uma série de abusos e irregularidades na prisão de Bilibid, em Manila, incluindo tortura e chantagem de prisioneiros, subornos pagos por reclusos para viverem em condições de luxo dentro das celas e a construção de um túnel que liga a prisão ao exterior. Desde 1986, 281 jornalistas foram assassinados nas Filipinas. Em 82 por cento dos casos, os crimes ainda não foram resolvidos, segundo o índice global de impunidade da Comissão de Protecção dos Jornalistas e dados do Sindicato Nacional dos Jornalistas das Filipinas.
Hoje Macau China / ÁsiaHindu Kush | Glaciares podem reduzir até 80% nos Himalaias Os glaciares estão a derreter a um ritmo sem precedentes nas cadeias montanhosas de Hindu Kush, nos Himalaias, e podem perder até 80 por cento do actual volume este século, de acordo com um estudo divulgado ontem. No relatório, publicado pelo Centro Internacional para o Desenvolvimento Integrado das Montanhas, com sede em Katmandu, capital do Nepal, alerta-se que este é o cenário caso as emissões de gases com efeito de estufa não sejam fortemente reduzidas. No mesmo documento, prevê-se um aumento da probabilidade de inundações e avalanches nos próximos anos e alerta-se para o facto de a disponibilidade de água doce poder vir a ser afectada para cerca de dois mil milhões de pessoas que vivem a jusante de 12 rios que nascem nas montanhas. O gelo e a neve das cordilheiras de Hindu Kush são uma importante fonte de água para esses rios, que atravessam 16 países da Ásia e fornecem água doce a 240 milhões de pessoas nas montanhas e a outros 1,65 mil milhões a jusante. “As pessoas que vivem nestas montanhas e que não contribuíram em quase nada para o aquecimento global estão em grande risco devido às alterações climáticas”, afirmou Amina Maharjan, especialista em migração e uma das autoras do relatório. “Os actuais esforços de adaptação são totalmente insuficientes e estamos extremamente preocupados com o facto de, sem um maior apoio, estas comunidades não conseguirem fazer face à situação.” Em aceleração Vários relatórios anteriores concluíram que a criosfera – regiões cobertas de neve e gelo – está entre as mais afectadas pelas alterações climáticas. Uma investigação recente revelou que os glaciares do Monte Evereste, por exemplo, perderam dois mil anos de gelo apenas nos últimos 30 anos. Entre as principais conclusões do relatório ontem divulgado contam-se o facto de os glaciares dos Himalaias terem desaparecido 65 por cento mais rapidamente desde 2010 do que na década anterior e de a redução do manto de neve devido ao aquecimento global ter como consequência a diminuição da água doce para as pessoas que vivem a jusante. No estudo, concluiu-se que 200 lagos glaciares nestas montanhas são considerados perigosos e que a região poderá registar um aumento significativo de inundações provocadas pela explosão de lagos glaciares até ao final do século. Segundo a investigação, as alterações na região dos Himalaias de Hindu Kush provocadas pelo aquecimento global são “sem precedentes e em grande parte irreversíveis”. Os efeitos das alterações climáticas já são sentidos pelas comunidades dos Himalaias, por vezes de forma aguda. No início deste ano, a cidade montanhosa indiana de Joshimath começou a afundar-se e os residentes tiveram de ser realojados em poucos dias.
Hoje Macau China / ÁsiaEmbraer e Nidec lançam parceria para criar veículos voadores A Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) anunciou uma parceria com a fabricante japonesa de motores eléctricos Nidec para criar aeronaves eléctricas de descolagem e aterragem horizontal (eVTOL, na sigla em inglês), denominados de carros voadores. Num comunicado conjunto divulgado no domingo, as duas empresas revelaram que a ‘joint venture’ irá “desenvolver e fabricar sistemas” para carros voadores “e futuramente para outros modelos de mobilidade aérea”. A nova empresa, chamada Nidec Aerospace, vai ser apresentada na 54.ª edição do Paris Air Show, que arrancou ontem na capital francesa e decorre até 25 de Junho. A Nidec terá uma participação de 51 por cento e a Embraer 49 por cento na ‘joint venture’, cuja criação deverá acontecer oficialmente na segunda metade de 2023, após a aprovação de vários reguladores e dos conselhos de administração das duas empresas. A Nidec Aerospace será localizada em Saint Louis, no centro-oeste dos EUA, na sede da Nidec Motor Corp, uma subsidiária da fabricante japonesa, e irá contar com o suporte das fábricas das duas empresas no Brasil e no México. No comunicado, o presidente e director executivo da Embraer, Francisco Gomes, disse que a procura por sistemas eléctricos na área dos eVTOL “está a crescer exponencialmente”. O vice-presidente sénior da Nidec, Michael Briggs, disse que a aposta em aeronaves eléctricas “terá uma contribuição essencial para o compromisso da Organização Mundial da Aviação Civil de neutralizar emissões de carbono em 2050”. De acordo com o comunicado, embora ainda não esteja oficialmente criada, a Nidec Aerospace já tem o primeiro cliente para o sistema eléctrico para os eVTOL, a Eve Air Mobility, uma subsidiária da brasileira Embraer. A Eve pretende desenvolver e construir um ecossistema de mobilidade urbana sustentável, que inclua o eVTOL e a respectiva rede de serviço e apoio, bem como toda a infraestrutura que vai apoiar esta nova forma de transporte, incluindo os aeroportos de aterragem e descolagem verticais. A Eve assinou em Junho de 2022 uma carta de intenção para entregar até 35 aeronaves eléctricas à Falcon Aviation Services, que opera na região do Médio Oriente e África, a partir de 2026. Em perda A Embraer perdeu 378,4 milhões de reais (cerca de 68,6 milhões de euros) no primeiro trimestre do ano, mais que o dobro do reportado no mesmo período em 2022, conforme balanço divulgado no início de Maio. No final de abril, a Embraer, terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, assinou um memorando de entendimento com várias empresas aeroespaciais portuguesas para desenvolver a Base Tecnológica e Industrial de Defesa de Portugal. A empresa brasileira opera duas fábricas no Parque de Indústria Aeronáutica de Évora e é também accionista da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, com 65 por cento do capital, em Alverca.
Hoje Macau China / Ásia MancheteTailândia | Reunião para discutir crise em Myanmar que inclui junta militar A convocatória com pouco tempo de antecedência gerou mal-estar entre alguns países do sudeste asiático, que criticaram ainda a presença de um representante dos militares no poder na antiga Birmânia A Tailândia realizou ontem uma reunião informal para discutir a crise política em Myanmar, que inclui representantes da junta militar birmanesa. A reunião teve como objectivo “apoiar os esforços da ASEAN [Associação de Nações do Sudeste Asiático] para resolver a situação em Myanmar”, antiga Birmânia, onde se vive uma profunda crise desde o golpe militar de Fevereiro de 2021. A reunião foi organizada com pouca antecedência e causou mal-estar entre países parceiros da região, como Indonésia e Malásia. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Tailândia, Don Pramudwinai, é o anfitrião do encontro, que junta representantes do Brunei, Camboja, China, Índia, Laos e Vietname, além de um representante da junta militar birmanesa. A organização da reunião gerou críticas de países vizinhos, que se opõem à participação dos militares birmaneses em qualquer discussão sobre a crise política em Myanmar. A Indonésia e a Malásia expressaram preocupação com a reunião, pois acreditam que a presença do representante da junta militar possa legitimar o golpe e prejudicar os esforços para restaurar a democracia em Myanmar. A Tailândia, que está sob um governo provisório após as eleições de Maio, que deu a vitória à oposição, diz que a reunião apela ao “diálogo” como forma de “procurar soluções pacíficas” no Myanmar, país com o qual partilha uma fronteira. “A Tailândia quer ver uma cessação da violência que acabará por conduzir à paz e à estabilidade em Myanmar”, sustenta-se no comunicado, no qual se sublinha ainda que o encontro não corresponde a uma reunião formal do bloco do Sudeste Asiático, onde o representante estrangeiro da junta militar birmanesa está impedido de participar. Pontos de discórdia No entanto, a estratégia da Tailândia, que tem o seu próprio enviado especial em Myanmar e que já anteriormente insistiu em conversações com os representantes da junta, colide com a posição de outros países da ASEAN, como Singapura, Malásia e Indonésia, que se mostram relutantes em dialogar com os militares. Em cartas, tanto a Indonésia como a Malásia rejeitaram o convite da Tailândia e observaram que é importante apoiar a actual política da ASEAN em relação à crise birmanesa, que inclui o veto dos membros da junta militar birmanesa às reuniões de alto nível do bloco. Por seu lado, o Governo de Unidade Nacional (NUG, na sigla em inglês) de Myanmar, composto por políticos e activistas, que se afirma como a autoridade legítima do país após a revolta, condenou a iniciativa de Banguecoque. “Convidar a junta ilegítima para esta discussão não contribuirá para a resolução da crise política de Myanmar”, declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do NUG num comunicado, no sábado. O golpe militar, que derrubou o Governo eleito de Aung San Suu Kyi e pôs fim a uma década de transição democrática, conduziu a uma espiral de violência com novas milícias civis, que acabou por intensificar os conflitos armados que duram há décadas no país. Mais de 3.650 pessoas morreram em consequência da repressão das forças de segurança, que mataram a tiro manifestantes pacíficos e desarmados, segundo dados da organização não-governamental birmanesa Associação de Assistência aos Presos Políticos.
Hoje Macau China / ÁsiaAlexei Navalny julgado em novo caso de extremismo Um tribunal russo começou a julgar ontem o oposicionista Alexei Navalny num novo processo por alegado extremismo em que pode vir a ser condenado a trinta anos de prisão. De acordo com a agência France-Presse (AFP), o processo decorre no estabelecimento prisional de alta segurança de Melekhovo, a 250 quilómetros de Moscovo, onde Navalny se encontra preso. Neste novo processo, o oposicionista russo é acusado de financiamento duma “organização extremista”. Segundo a AFP, Navalny esteve ontem presente na audiência acompanhado dos advogados de defesa. O dirigente da oposição russa, de 47 anos, está preso desde que regressou ao país, em Janeiro de 2021, após convalescença hospitalar na Alemanha na sequência de envenenamento com gás tóxico (Novichok) na Rússia. Após o início da campanha militar da Rússia contra a Ucrânia, em Fevereiro de 2022, a maior parte dos oposicionistas que não abandonaram o país estão presos ou são alvo de mandados de captura, por denunciarem ou criticarem o conflito. Navalny, em particular, foi envolvido anteriormente num processo anticorrupção tendo sido condenado a nove anos de prisão por “fraude”. Para Navalny tratou-se de um “julgamento político”. Mudança de planos Ontem, na abertura do processo que começou no estabelecimento prisional onde se encontra, Navalny pediu para as autoridades permitirem a entrada dos familiares na audiência, mas o pedido foi recusado. Os advogados de defesa têm dez dias para consultarem os 196 dossiers fornecidos pela acusação. Navalny mantém actividade política através de comentários que colaboradores seus difundem nas redes sociais. Uma das porta-vozes de Navalny, Kira Iarmych, disse ontem à France Presse que o oposicionista está a ser alvo de um novo processo devido à actividade política que desenvolve, apesar de estar preso. De acordo com a mesma fonte, o julgamento que começou ontem deveria ter sido aberto ao público, mas o juiz determinou que a sessão ia decorrer “à porta fechada”. Os colaboradores de Navalny referem ainda que o recluso tem sido submetido a um tratamento “muito severo” e foi sujeito pela 16.ª vez à “célula disciplinar” onde as condições de vida são particularmente precárias. Um outro oposicionista do regime do Kremlin, Vladimir Kara-Mourza, foi condenado no passado mês de Abril a 25 anos de cadeia “por alta traição”. Em Dezembro do ano passado, outro oposicionista, Ilia Iachine, foi sentenciado a oito anos e meio de prisão por ter criticado a ofensiva russa contra a Ucrânia.
Hoje Macau China / ÁsiaChina e EUA comprometem-se a estabilizar as relações diplomáticas O encontro entre o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken e o Presidente chinês Xi Jinping parece ter dado frutos. Ambas as partes saudaram as pontes diplomáticos que se voltam a erguer entre as duas nações Os EUA e a China prometeram estabilizar as suas relações diplomáticas, afirmou ontem o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, após uma reunião em Pequim com o Presidente chinês, Xi Jinping. “Em todas as reuniões, insisti que o contacto directo e a comunicação sustentada ao mais alto nível eram a melhor maneira de gerir as diferenças com responsabilidade e de garantir que a concorrência não se transforme em conflito”, explicou Blinken, em declarações aos jornalistas no final do encontro com o líder chinês. “Ouvi o mesmo da parte dos meu homólogos chineses. Concordamos com a necessidade de estabilizar relações”, acrescentou o secretário de Estado norte-americano no segundo e último dia de uma visita oficial a Pequim. O Presidente chinês reiterou a mensagem de a passagem de Blinken por Pequim ter permitido avanços nas relações entre os dois países, que praticamente fecharam os canais diplomáticos nos últimos meses, após Washington ter mandado abater um alegado balão de espionagem chinês que sobrevoou o território norte-americano, em Fevereiro passado. “Os dois lados fizeram progressos e chegaram a um acordo sobre algumas questões específicas. E isso é muito bom”, reconheceu Xi, de acordo com uma transcrição dos comentários divulgados pelo Departamento de Estado norte-americano. “Espero que através desta visita, dê um contributo mais positivo para estabilizar as relações entre a China e os Estados Unidos”, acrescentou Xi. Durante a reunião, que durou 35 minutos, Blinken afirmou que “os Estados Unidos e a China têm a obrigação e a responsabilidade de gerir bem o seu relacionamento”, argumentando que isso é do interesse de ambas as partes. Outras conversas No sábado, Blinken tinha deixado a mesma exacta mensagem ao seu homólogo chinês, Qin Gang, após uma reunião que durou cerca de cinco horas e meia e onde os dois países se mostraram comprometidos em manter abertos os canais de comunicação. Os dois lados disseram que Qin aceitou um convite de Blinken para visitar Washington. Também ontem, o chefe da diplomacia norte-americana encontrou-se com o principal diplomata do Partido Comunista Chinês, Wang Yi, numa reunião de três horas. Após este encontro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China emitiu um comunicado em que dizia que a visita de Blinken a Pequim ilustra bem a resposta à “necessidade de fazer uma escolha entre o diálogo e o confronto”. Wang Yi disse ao secretário de Estado norte-americano que a China e os Estados Unidos têm de escolher entre “cooperação ou conflito”, segundo os ‘media’ estatais. “É necessário fazer uma escolha entre o diálogo e a confrontação, a cooperação e o conflito”, sublinhou, de acordo com a televisão estatal chinesa CCTV. Wang Yi afirmou também que o país não fará “nenhum compromisso” em relação a Taiwan, ilha que tem causado uma crescente tensão entre os dois países. “Manter a unidade nacional está sempre no centro dos interesses fundamentais da China” e, “nesta questão, a China não fará compromissos ou concessões”, disse Wang Yi a Antony Blinken. Wang, o mais alto responsável do Partido Comunista Chinês (PCC) para a diplomacia, pediu que os Estados Unidos respeitem a soberania e a integridade territorial da China e para que se oponham à independência de Taiwan. A visita de Antony Blinken a Pequim surge na sequência de uma conversa, em Novembro passado, entre o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, à margem de uma cimeira do G20 na Indonésia. Nos últimos dias, o Presidente Xi deixou sinais de estar disponível para reduzir as tensões com os Estados Unidos – durante uma conversa com o co-fundador da empresa tecnológica norte-americana Microsoft, Bill Gates, na sexta-feira – assegurando que os EUA e a China podem e devem cooperar “para benefício de ambos os países”. “Acredito que a base das relações sino-americanas está nas pessoas. (…) Na actual situação mundial, podemos realizar várias iniciativas que beneficiam os nossos dois países, e toda a raça humana”, disse Xi a Gates. Hora H Antes do encontro com Blinken, o Presidente chinês, tinha já afirmado esperar “um resultado positivo” da reunião com o secretário de Estado dos Estados Unidos, e que daí saíssem melhorias nas relações entre os dois países. “Espero que com esta visita, o secretário de Estado Blinken traga um resultado positivo para a estabilização das relações entre a China e os Estados Unidos”, afirmou Xi Jinping, citado pela televisão pública em inglês da China CGTN, no início do encontro com o dirigente norte-americano, em Pequim. Xi Jinping disse ao secretário de Estado norte-americano que as interacções entre os Estados “devem sempre ser baseadas no respeito mútuo e na sinceridade”. O encontro de ontem entre Xi e Blinken, que não fazia parte da agenda oficial e foi confirmado à última hora, e acontece no segundo e último dia da visita do secretário de Estado norte-americano à China.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA /China | Chefes da diplomacia reúnem-se em Pequim O secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, está finalmente em Pequim para discutir com o seu homólogo, Qin Gang, temas como a cooperação económica, o conflito Rússia-Ucrânia, e a questão de Taiwan. Os chefes da diplomacia da China, Qin Gang, e dos Estados Unidos, Anthony Blinken, reuniram-se ontem em Pequim, no início da primeira visita de um secretário de Estado norte-americano ao país em cinco anos. Blinken chegou a Pequim no início da manhã de ontem, tornando-se também o mais alto funcionário dos Estados Unidos a visitar a China desde que o Presidente Joe Biden iniciou o mandato em 2021. Permanecerá em Pequim dois dias, para conversações que abrangerão “a cooperação económica, o conflito Rússia-Ucrânia, a questão de Taiwan e os preparativos para as próximas reuniões de alto nível”, segundo os meios de comunicação chineses. Qin e Blinken já tinham trocado críticas na quarta-feira, durante uma conversa telefónica que constituiu o primeiro contacto bilateral de alto nível em meses, segundo a agência espanhola EFE. O ministro chinês apelou então aos Estados Unidos para que cessem acções que prejudiquem a segurança soberana e os interesses de desenvolvimento da China “em nome da concorrência”. Blinken pediu a Qin que “mantenha as linhas de comunicação abertas” para evitar conflitos. O gabinete de Blinken admitiu anteriormente que não se esperam grandes avanços nas conversações, dadas as muitas áreas de fricção entre Washington e Pequim. A ideia continua a ser iniciar um “degelo” diplomático e manter um diálogo para “gerir responsavelmente a relação sino-americana”, disse o Departamento de Estado a propósito da visita, segundo a agência francesa AFP. Águas passadas A visita de Blinken estava inicialmente prevista para Fevereiro, na sequência do encontro entre Biden e o Presidente chinês, Xi Jinping, à margem de uma cimeira do G20 na Indonésia, em Novembro. A viagem foi adiada em cima da hora, devido ao sobrevoo de território norte-americano por um balão chinês, que Washington considerou ser espião e Pequim disse ser um aparelho meteorológico que se tinha desviado da rota. Enquanto Blinken voava para a China, Biden minimizou o episódio do balão. “Não creio que os dirigentes [chineses] soubessem onde estava o balão, o que continha e o que se estava a passar”, disse aos jornalistas no sábado. “Penso que foi mais embaraçoso do que intencional”, acrescentou, citado pela AFP. A reunião entre Qin e Blinken será seguida de um jantar de trabalho, de acordo com a agência norte-americana AP. Hoje, Blinken terá novas conversações com Qin, bem como com o principal diplomata chinês, Wang Yi, e possivelmente com Xi Jinping, acrescentou a AP. O anterior secretário de Estado norte-americano a visitar a China foi Mike Pompeo, em Outubro de 2018.
Hoje Macau China / ÁsiaTrabalho | Desemprego jovem na China atinge valor recorde Um em cada cinco jovens chineses estava desempregado em Maio, uma taxa de 20,8 por cento que é um novo recorde no país, anunciou ontem o Gabinete de Estatística da China. A taxa, relativa aos jovens de 16 a 24 anos em áreas urbanas, tem vindo a subir nos últimos meses e atingiu 20,4 por cento em Abril, já então muito acima do valor de 13 por cento registado em 2019, antes do início da pandemia da covid-19. Em Maio, a taxa de desemprego para a população activa no geral era de 5,2 por cento, inalterada em relação a Abril. Na China, a taxa de desemprego é calculada apenas para áreas urbanas e, portanto, fornece apenas uma imagem parcial da situação. Também as vendas a retalho, o principal indicador do consumo das famílias, registaram um aumento homólogo de 12,7 por cento em Maio, inferior ao registado em Abril (18,4 por cento), de acordo com dados oficiais divulgados Gabinete. Os analistas ouvidos pela agência Bloomberg esperavam um abrandamento mais moderado (13,7 por cento), apesar do regresso dos clientes aos centros comerciais e restaurantes nos últimos meses, na sequência do levantamento das restrições sanitárias. A fraca procura doméstica, apesar da inflação estar perto de zero, está a atrasar a recuperação económica. A retoma da produção industrial também desacelerou em Maio, crescendo 3,5 por cento em termos anuais, contra 5,6 por cento em Abril, com as fábricas a voltar gradualmente à capacidade total, uma evolução já prevista pelos analistas. Por seu turno, o investimento em activos fixos também abrandou, registando entre Janeiro e Maio um aumento homólogo de 4 por cento.
Hoje Macau China / ÁsiaBill Gates elogia experiência inestimável da China em primeira visita ao país após pandemia O cofundador da Microsoft Bill Gates está na China pela primeira vez desde o início da pandemia e disse ontem que o país tem “uma experiência inestimável (…) que vale a pena partilhar com o mundo”. Numa mensagem publicada na rede social chinesa Weibo, o bilionário elogiou a experiência da China nas áreas da “saúde, agricultura, nutrição e redução da pobreza” e disse querer “continuar a trabalhar com os parceiros chineses para dar mais contribuições para o progresso global”. Gates chegou a Pequim na quarta-feira e, numa outra mensagem, lembrou que a Fundação Bill e Melinda Gates tem vindo a trabalhar com parceiros chineses para “responder a desafios globais de saúde e desenvolvimento há mais de 15 anos”. O filantropo sublinhou que a China “tem muita experiência” em áreas que vão desde o “desenvolvimento de novos medicamentos contra a malária ao investimento em soluções resistentes às mudanças climáticas”. “Para fazer face a problemas como as alterações climáticas, desigualdades na saúde e segurança alimentar, precisamos de inovação”, acrescentou Gates. “O mundo tem feito enormes progressos na redução da mortalidade infantil e da pobreza, mas a crise mundial fez o progresso estagnar”, lamentou Bill Gates. O empresário revelou que o próximo destino será a África Ocidental e destacou que os países africanos são “particularmente vulneráveis aos elevados preços dos alimentos, dívidas [públicas] pesadas e taxas crescentes de tuberculose e malária”. Fila bilionária A visita de Gates ocorre depois de outros empresários como o director executivo da Apple, Tim Cook, e o director executivo da Tesla, Elon Musk, terem visitado a China nas últimas semanas e reunido com altos funcionários chineses. O jornal oficial chinês Global Times escreveu que executivos de países ocidentais “visitam a China em busca de cooperação”, apesar de “os Estados Unidos e alguns dos seus aliados continuarem a adoptar uma postura hostil para conter a ascensão chinesa”. O Departamento de Estado norte-americano confirmou, na quarta-feira, que o secretário de Estado, Antony Blinken, se irá deslocar à China, no fim de semana, onde pretende iniciar uma reaproximação diplomática com Pequim e pedir uma “gestão responsável” das tensões entre as duas grandes potências (ver págs 10-11).
Hoje Macau China / ÁsiaMédio Oriente | PM reúne-se com líder da Palestina O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, reuniu-se ontem com o Presidente da Palestina, Mahmud Abbas, num esforço de Pequim para elevar as relações bilaterais e o papel no Médio Oriente. Li, que assumiu o cargo na Primavera, considerou Abbas “um velho amigo do povo chinês” que fez “contribuições importantes para a promoção das relações China-Palestina”. A reunião ocorreu um dia depois de Abbas ter sido recebido com todas as honras militares pelo líder da China e chefe do Partido Comunista Chinês, Xi Jinping. Os dois dirigentes anunciaram na quarta-feira a formação de uma “parceria estratégica”, abrindo caminho para aumentar a influência da China no Médio Oriente. A visita de Abbas segue-se à realização de negociações pela China entre o Irão e a Arábia Saudita, que resultaram na retoma das relações diplomáticas entre os dois rivais do Médio Oriente. A reaproximação entre Riade e Teerão foi vista como uma vitória diplomática para a China, numa altura em que o principal rival chinês, os Estados Unidos, parece estar a retirar-se do Médio Oriente, depois de os conflitos no Iraque e no Afeganistão e complicações nos laços com a Arábia Saudita. Pequim há muito mantém relações diplomáticas com a Autoridade Palestiniana e nomeou um enviado especial para se reunir com autoridades israelitas e palestinas. Com uma experiência na região limita à construção, manufatura e outros projectos económicos, a China tem procurado estreitar laços com Israel. Desde a reabertura das fronteiras na Primavera, na sequência do levantamento das restrições sanitárias impostas pela política ‘zero-covid’, o Governo chinês tem recebido uma lista crescente de líderes mundiais, incluindo o Presidente francês, Emmanuel Macron, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.