Espaço | Nave tripulada Shenzhou-18 lançada hoje

A nave espacial Shenzhou-18 será lançada hoje com tripulação, a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, anunciou ontem a Agência Espacial de Missões Tripuladas da China (AEMT).

A tripulação Shenzhou-18 vai ser composta pelos astronautas chineses Ye Guangfu, designado comandante da missão, Li Cong e Li Guangsu, disse ontem a AEMT, em conferência de imprensa. Os astronautas planeiam realizar “duas a três actividades extra-veiculares e seis saídas de carga durante a sua estadia de seis meses em órbita”, revelou a agência.

Para além da missão tripulada, a Shenzhou-18 vai transportar equipamento experimental e amostras relacionadas para levar a cabo o primeiro projecto nacional de investigação ecológica aquática em órbita, segundo a agência. O projecto, centrado no peixe-zebra e na planta erva-do-peixe-dourado, visa estabelecer um ecossistema aquático estável e circulante no espaço, de acordo com a AEMT.

No mesmo anúncio, a agência informou que a China está a finalizar a selecção do quarto grupo de “taikonautas” (como são conhecidos os astronautas chineses), que serão responsáveis pelas próximas tarefas na estação espacial chinesa, denominada Tiangong (“Palácio Celestial”, em mandarim), e posteriormente pela realização de missões de pouso lunar no satélite da Terra.

A agência espacial chinesa disse também que vai acelerar a investigação e encorajar a participação de astronautas e turistas espaciais estrangeiros nos voos para a estação espacial.

Marca deixada

A tripulação da Shenzhou-17, composta por Tang Hongbo, Tang Shengjie e Jiang Xinlin, deverá regressar à Terra a 30 de Abril. A estação espacial chinesa deverá funcionar durante cerca de 15 anos em órbita, a cerca de 400 quilómetros acima da superfície terrestre.

Em 2024, é provável que se torne a única estação espacial do mundo, se for retirada este ano, como previsto, a Estação Espacial Internacional, uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos à qual a China foi impedida de aceder devido aos laços militares do programa espacial chinês.

Na última década, Pequim investiu fortemente no programa espacial e alcançou marcos importantes, como o pouso bem-sucedido de uma sonda no lado mais distante da lua em Janeiro de 2019, um feito que nenhum país tinha conseguido até à data.

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