Banco central | China vai atingir meta de crescimento de “cerca de 5%”

A China vai atingir a meta de crescimento económico oficial de “cerca de 5 por cento” este ano, enfatizou ontem o governador do Banco do Povo da China (banco central), Pan Gongsheng.

Pan afirmou que, com o “efeito continuado das políticas de ajustamento macroeconómico”, a dinâmica de crescimento “reforçou-se”, com a “recuperação estável da produção e do consumo”, uma “melhoria global do emprego e dos preços”, um “saldo base da balança de pagamentos” e uma “tendência positiva dos indicadores principais”.

As declarações do governador foram feitas durante um fórum económico realizado em Pequim, no qual sublinhou que a China “manteve uma posição de liderança entre as principais economias do mundo”.

O responsável afirmou ainda que a transformação económica da China “tem avançado de forma constante”, com um “rápido crescimento do investimento nas indústrias de alta tecnologia” e uma “contribuição do consumo para o crescimento económico de 83 por cento”, durante os três primeiros trimestres do ano, o que “cria condições para manter a estabilidade económica e dos preços”.

“A economia chinesa precisa de um ritmo razoável, mas o mais importante é alcançar um desenvolvimento sustentável e de alta qualidade, e mudar o tipo de crescimento económico é mais importante do que perseguir altas taxas de crescimento”, disse Pan.

A economia da China vai crescer 5,4 por cento este ano, mas abrandará para 4,6 por cento, em 2024, devido à “contínua fraqueza” do mercado imobiliário e à “fraca” procura do exterior, previu na terça-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).

9 Nov 2023

Comércio | Cuba quer voos directos para Pequim

O primeiro-ministro cubano, Manuel Marrero Cruz, manifestou ontem interesse em estabelecer voos directos entre Pequim e Havana, uma medida destinada a facilitar o comércio e os negócios entre as duas nações. “Espero que possamos lançar o voo directo amanhã. Mas infelizmente ainda não temos um calendário claro. Penso que poderá começar no próximo ano”, disse Marrero num fórum empresarial em Pequim.

A proposta surge numa altura em que a cooperação económica e comercial entre China e Cuba se intensifica, gerando uma procura crescente de voos directos, disse Marrero, de acordo com o jornal oficial Global Times.

O líder cubano também enfatizou a importância de atrair investimento estrangeiro e aprimorar a autonomia na produção de alimentos, afirmando ainda que Cuba está a trabalhar na transformação do seu sistema energético, incluindo projectos de energia eólica e solar, e na digitalização da televisão cubana em colaboração com o gigante chinês das telecomunicações Huawei.

Relativamente ao encontro na segunda-feira com o Presidente chinês, Xi Jinping, Marrero sublinhou a “relação especial de amizade inquebrável” entre a nação insular e o país asiático e o crescimento progressivo destes laços.

O primeiro-ministro cubano agradeceu o apoio contínuo da China e reiterou a oposição ao embargo norte-americano. “Posso garantir, e posso dizer com confiança, que sem um bloqueio, Cuba seria um país que teria alcançado um grande desenvolvimento económico”, declarou Marrero.

O líder cubano iniciou a viagem oficial à China em Xangai, a “capital” económica do país, onde este fim de semana participou na 6.ª Exposição Internacional de Importação da China e se reuniu com o homólogo chinês, Li Qiang. Esta é a primeira visita de Marrero à China desde que foi nomeado primeiro-ministro, em 2019.

9 Nov 2023

Ambiente | Pequim anuncia medidas para reduzir emissões de metano

As medidas implementadas para reduzir as emissões do gás com efeito de estufa incidem em áreas como a exploração mineira e a agricultura

 

A China, o maior emissor mundial de metano, anunciou ontem que vai reforçar a monitorização, a comunicação de informações e a transparência dos dados para reduzir as emissões deste gás com efeito de estufa. O ministério da Ecologia e do Meio Ambiente detalhou ontem num documento as estratégias para reduzir as emissões de metano de sectores como a exploração mineira e a agricultura.

De acordo com a declaração, a China tenciona criar um sistema de monitorização, contabilidade, comunicação e verificação das emissões de metano, melhorar a legislação, as normas e as políticas de incentivo económico e promover a inovação tecnológica e a cooperação internacional neste domínio, embora não estabeleça objectivos específicos de redução.

O metano é um gás com efeito de estufa com “elevado potencial de aquecimento” e “o controlo das emissões de metano tem benefícios climáticos, económicos, ambientais e de segurança”, lê-se no documento.

O plano reconheceu os desafios à sua implementação, incluindo a “falta de uma base estatística e de monitorização sólida, a inadequação do sistema de regulação e normativo e a necessidade de melhorar a capacidade técnica”.

Combate em curso

Em Julho passado, o enviado dos Estados Unidos para as questões climáticas, John Kerry, instou a China, durante uma visita oficial ao país, a descarbonizar o sector energético, reduzir as emissões de metano e diminuir a desflorestação.

A fonte da grande maioria das emissões de metano da China relacionadas com a produção de energia é o carvão, que produz mais de metade da electricidade do país asiático.

A China é o maior emissor mundial de metano relacionado com produção energética, com 28 milhões de toneladas por ano, seguida da Rússia (18 milhões de toneladas) e dos Estados Unidos (17 milhões de toneladas), de acordo com a Agência Internacional da Energia.

9 Nov 2023

Acidente | Queda do tecto de um ginásio na China faz três mortos

Três pessoas morreram depois de o tecto de um ginásio ter desabado na segunda-feira na cidade de Jiamusi, na província chinesa de Heilongjiang, no nordeste do país, informou ontem a imprensa estatal.

O acidente ocorreu às 19:20 locais de segunda-feira, quando sete jovens jogavam basquetebol no ginásio Yuecheng, numa área de cerca de 2.000 metros quadrados, de acordo com a agência noticiosa oficial Xinhua. Três pessoas conseguiram sair e quatro ficaram presas sob os escombros.

Três das pessoas soterradas morreram, enquanto uma quarta foi levada para um hospital com sinais vitais estáveis. O trabalho de busca e salvamento foi terminado, acrescentou a Xinhua. Investigações preliminares revelaram que a neve acumulada na estrutura das instalações pode estar relacionada com o colapso do tecto do complexo.

Devido à recente queda de neve na região, que se encontra no alerta vermelho máximo para este fenómeno meteorológico, mais de 15 milímetros de neve acumularam-se num curto período de tempo, provocando o desabamento do telhado.

Foi aberto um inquérito sobre o sucedido e o responsável pelo ginásio, que passou uma inspecção de segurança em Julho passado, foi detido pela polícia.

8 Nov 2023

Terras raras | Pequim exige comunicação de vendas ao governo

A China pediu aos exportadores que comuniquem todas as transacções de metais de terras raras, aumentando o seu controlo sobre a matéria-prima essencial para o fabrico de ‘chips’ semicondutores, veículos eléctricos e equipamento militar.

O ministério anunciou também que vai acrescentar crude, minério de ferro, concentrado de cobre e fertilizante de potássio a uma lista semelhante para importadores, que já inclui 14 produtos como soja, leite em pó para bebés, açúcar, carne de porco e de vaca.

O jornal de Hong Kong South China Morning Post afirmou que, embora já existissem produtos na lista de controlo das importações, as terras raras são os únicos que constam da lista de exportação. A China é o maior produtor mundial de terras raras, matéria-prima essencial para vários sectores, incluindo a Defesa e veículos eléctricos.

A Câmara de Comércio de Importadores e Exportadores de Metais, Minerais e Produtos Químicos da China – organismo semioficial com sede em Pequim – foi incumbida de recolher, compilar e analisar os dados, que serão enviados ao ministério do Comércio.

8 Nov 2023

Diplomacia | Pequim e Camberra retomam reuniões entre chefes do Governo

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, anunciou ontem o reinício dos encontros anuais entre os chefes do Governo da China e da Austrália, durante um encontro com o seu homólogo australiano, Anthony Albanese.

“O nosso encontro de hoje (ontem) marca o reinício das reuniões anuais entre o primeiro-ministro chinês e o primeiro-ministro australiano”, disse ontem Li aos jornalistas.

O primeiro-ministro chinês, que manifestou o desejo de promover a compreensão mútua e a amizade entre as duas nações, apelou também aos jornalistas para que façam “reportagens objectivas e justas” sobre os dois países. A emissão de vistos para correspondentes de órgãos australianos esteve suspensa durante mais de três anos.

Li Qiang congratulou-se com a importância da visita do seu “velho amigo” Albanese, com quem se encontrou quatro vezes no ano passado, e assinalou que as redes sociais chinesas seguiram de perto a viagem do primeiro-ministro australiano e os seus discursos, gerando uma reacção positiva.

Albanese expressou a sua gratidão a Li e recordou que esta é a terceira vez que reúnem num curto espaço de tempo, referindo-se aos encontros anteriores em Jacarta e Nova Deli, à margem de cimeiras internacionais. O líder australiano também prestou homenagem ao antigo primeiro-ministro Li Keqiang, falecido a 27 de Outubro, e expressou condolências pela sua morte.

Albanese salientou ainda o 50.º aniversário da visita do antigo primeiro-ministro Gough Whitlam à China em 1973 e o seu significado histórico, sublinhando simultaneamente a necessidade de retomar o comércio sem entraves e de trabalhar em conjunto em desafios comuns como as alterações climáticas, a segurança alimentar e a criminalidade transnacional.

Por outro lado, assegurou que a Austrália vai manter-se firme na defesa dos seus interesses e valores, mas sublinhou a importância de gerir as diferenças de forma sensata.

Águas passadas

O chefe do Governo australiano reuniu na segunda-feira com o Presidente chinês, Xi Jinping, num encontro que descreveu como “muito positivo” e no qual ambos concordaram em “melhorar a relação bilateral”.

O país asiático é o principal parceiro comercial da Austrália. Mas os laços bilaterais deterioraram-se fortemente nos últimos anos.

Em 2018, o anterior governo australiano excluiu o grupo chinês das telecomunicações Huawei da rede 5G do país e, em 2020, apelou a uma investigação internacional sobre as origens da covid-19 – medida que Pequim considerou ter sido politicamente motivada. As relações foram também afectadas por disputas sobre a alegada influência chinesa na Austrália.

A China impôs, em retaliação, taxas alfandegárias punitivas sobre as principais exportações australianas, como a cevada, a carne de bovino e o vinho. Pequim também deixou de comprar grandes quantidades de matérias-primas à Austrália, incluindo carvão, privando o país de milhares de milhões de dólares em receitas.

No entanto, muitas das restrições comerciais foram gradualmente levantadas desde que os trabalhistas e Albanese regressaram ao poder em Maio de 2022.

8 Nov 2023

Israel | Pequim pede que se garanta segurança de civis e hospitais em Gaza

A China apelou ontem a que se “garanta a segurança dos civis e dos hospitais” em Gaza e afirmou que vai instar o Conselho de Segurança da ONU a “tomar medidas responsáveis e significativas” para “aliviar a crise”.

O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, condenou em conferência de imprensa “os actos que prejudicam os civis, destroem infra-estruturas civis e violam o direito humanitário internacional” e as “violações das regras básicas das relações internacionais”, numa referência aos bombardeamentos israelitas em Gaza na guerra contra o movimento islamita Hamas.

Wang apelou à “máxima calma e contenção”, a um “cessar-fogo imediato e à cessação das hostilidades” e a que se “garanta a segurança dos civis, hospitais e de outras instalações civis” cuja protecção está prevista na Convenção de Genebra, visando “evitar mais catástrofes humanitárias”.

O porta-voz recordou que a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou recentemente uma resolução por larga maioria que apela a uma trégua humanitária imediata e reiterou o apoio de Pequim a uma solução de dois Estados para Israel e a Palestina.

A China vai “fazer tudo o que estiver ao seu alcance para promover a paz na Palestina”, a partir da sua presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU, que assumiu a 1 de Novembro, e vai instar o órgão a “tomar medidas responsáveis e significativas” para “aliviar a crise e proteger os civis”, disse Wang.

Na semana passada, durante uma conferência de imprensa para apresentar o programa de trabalho da presidência rotativa da China, o chefe da missão do país na ONU, o embaixador Zhang Jun, alertou contra qualquer ideia de conceber um futuro para Gaza após o fim da guerra que “não tenha em conta” o consentimento dos próprios palestinianos.

7 Nov 2023

UE | Borrell reconhece “falhanço político e moral”

O alto-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros reconheceu ontem que o agravamento do conflito israelo-palestiniano é “resultado de um falhanço político e moral colectivo” e que nada foi feito para o resolver realmente.

“A tragédia que está a desenrolar-se no Médio Oriente é o resultado de um falhanço político e moral colectivo, e as populações israelita e palestiniana estão a pagar um preço alto por isso. Este falhanço político e moral é resultado da nossa falta de vontade para resolver o problema israelo-palestiniano”, disse Josep Borrell, na abertura de uma conferência com embaixadores, em Bruxelas.

“Sim… Comprometemo-nos formalmente com a solução dos dois Estados, mas sem um plano credível para atingir esse objectivo. A substância do problema israelo-palestiniano não é religiosa ou étnica. É um problema de duas populações que têm o mesmo direito a viver no mesmo território, por isso, precisam de partilhá-lo”, acrescentou o chefe da diplomacia europeia. Contudo, hoje “não há condições para a partilha” e não há solução.

“Ou melhor, havia. Lembram-se de Oslo? Há 30 anos? Tínhamos isso, mas não o implementámos de todo! A violência aumentou, os números são dramáticos. É demasiado… O que é que aconteceu?”, questionou Josep Borrell, perante os embaixadores dos 27 Estados-membros da UE.

O chefe da diplomacia europeia reconheceu que há culpados dos dois lados: “Do lado israelita, as forças extremistas na Cisjordânia querem acabar com o problema palestiniano através da submissão e exílio e na Cisjordânia o Hamas não está presente”.

E citando o antigo Presidente norte-americano Barack Obama, o alto-representante da UE para os Negócios Estrangeiros recordou que a “estratégia militar de Israel tem de obedecer à lei internacional, incluindo a que procura evitar a morte e sofrimento das populações”. “Ignorar o custo humano pode fazer ricochete”, comentou.

7 Nov 2023

Número de mortos em Gaza perto dos 10 mil desde o início da guerra

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo movimento islamita palestiniano Hamas, actualizou ontem para perto de 10 mil o número de pessoas mortas desde o início da guerra com Israel. De acordo com a mesma informação, citada pela agência de notícias France-Presse, aquele número inclui mais de 4.800 crianças e quase 2.600 mulheres entre as vítimas mortais desde 7 de Outubro.

Num comunicado, o ministério disse que “mais de 200 mártires” foram mortos em intensos bombardeamentos israelitas realizados durante a última madrugada, especificando que este número cobria apenas a Cidade de Gaza e a parte norte da Faixa de Gaza.

O exército de Israel confirmou ontem que bombardeou durante a madrugada 450 alvos do Hamas e matou um líder do movimento islamita palestiniano na Faixa de Gaza, que as forças israelitas querem dividir ao meio. As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) disseram que “atacaram 450 alvos pelo ar e mataram comandantes do Hamas em cooperação conjunta com o Shin Bet”, a agência de inteligência militar israelita.

Num comunicado, os militares acrescentaram que as tropas no terreno “assumiram o controlo de um complexo militar do Hamas”, que era composto de “postos de observação, áreas de treino para membros do Hamas e túneis terroristas subterrâneos”.

O exército acrescentou que “vários terroristas do Hamas morreram durante a operação”, na Faixa de Gaza, que no domingo à noite sofreu o seu terceiro apagão total de telecomunicações desde o início da guerra, a 7 de Outubro.

Sem misericórdia

As IDF não especificaram a localização do complexo militar do Hamas, mas no domingo à noite um porta-voz indicou que as tropas israelitas tinham alcançado a costa do Mediterrâneo, cortando o enclave em dois.

Daniel Hagari esclareceu que o exército israelita já mantém um controlo extensivo da metade norte do território palestiniano e que está a apertar o cerco à Cidade de Gaza, o principal centro populacional localizado nessa zona. As IDF também referiram que os 450 alvos atacados por via aérea durante a madrugada incluíam “túneis, terroristas, complexos militares, postos de observação e locais de lançamento de mísseis antitanque”.

As forças navais israelitas também atacaram “centros de comando, pontos de lançamento antitanque e postos de observação adicionais” das brigadas al-Qasam, o braço armado do Hamas, que realizou o ataque massivo em solo israelita, a 7 de Outubro, que deixou mais de 1.400 mortos, 5.400 feridos e capturou 241 reféns.

Também ontem, dois agentes policiais ficaram feridos num ataque à faca levado a cabo por um palestiniano contra um posto da polícia de Israel numa das entradas da Cidade Velha de Jerusalém.

O serviço de emergência israelita disse que tratou os dois feridos, uma mulher em estado crítico e um homem com ferimentos ligeiros, que foram posteriormente transferidos para o hospital Hadassah em Jerusalém. As forças policiais “neutralizaram” o agressor, embora a polícia não tenha esclarecido se o homem foi detido ou morto.

7 Nov 2023

Heilongjiang | Primeira queda de neve este ano pode bater recordes

O Centro Meteorológico da China emitiu no domingo o alerta laranja para tempestades de neve, no nordeste do país, onde se prevê as maiores quedas de neve de sempre para esta época do ano. O segundo nível de alerta mais elevado para tempestades de neve foi acompanhado de um alerta azul para uma vaga de frio, ventos fortes e mau tempo, informou ontem o jornal oficial Global Times.

Esta queda de neve antecipada, que, segundo a imprensa local, começou no sábado em partes da região da Mongólia Interior e que ocorre normalmente entre o final de Novembro e o início de Dezembro, deve ser intensa, prevendo-se acumulações excepcionalmente densas em zonas localizadas, em especial no sudeste da província de Heilongjiang.

Segundo as autoridades meteorológicas do país, as quantidades de neve podem exceder os registos históricos para esta época do ano, atingindo um máximo de 25 centímetros. Está ainda previsto que as temperaturas em várias regiões do norte e do nordeste da China desçam significativamente, podendo atingir os 16 graus negativos.

O impacto desta queda de neve precoce na agricultura e na pecuária é motivo de preocupação para Fang Chong, meteorologista chefe do Centro Meteorológico da China.

“É necessário prestar atenção ao impacto do vento e da forte queda de neve no nordeste da China e em partes da Mongólia Interior para garantir a segurança da produção agrícola e pecuária”, afirmou Fang, citado pelo Global Times, acrescentando que foram tomadas medidas para manter os transportes e o fornecimento de electricidade.

O ministério de Gestão de Emergências da China e o Centro Meteorológico Nacional estão a implementar medidas preventivas para evitar perdas significativas nas áreas afectadas, incluindo transportes, fornecimento de energia e produção agrícola.

7 Nov 2023

Diplomacia chinesa | Alerta para riscos de infiltração

O órgão máximo anticorrupção do Partido Comunista Chinês advertiu ontem os diplomatas do país para estarem atentos aos “riscos” de serem “tentados a agir de forma corrupta”, sobretudo os que lutam contra “forças hostis do Ocidente”.

“Os funcionários na linha da frente dos Negócios Estrangeiros, especialmente os que lutam contra algumas forças hostis do Ocidente, correm risco relativamente elevado de serem coagidos a actividades corruptas”, escreveu Zhang Jingwen, dirigente da Comissão Central de Disciplina e Supervisão, num artigo difundido através da publicação oficial da agência.

O responsável alertou para a “falta de previsão e de planeamento integral” em algumas instituições e para os riscos de “fuga de informações confidenciais”, “infiltração” e “deserção”. Alguns funcionários continuam a “aceitar presentes e dinheiro de entidades externas”, a “efectuar viagens não autorizadas com fundos públicos” e a “receber subsídios irregulares”, acrescentou Zhang.

7 Nov 2023

IA | ‘Drones’ cumprem tarefas e conversam em grupo

Li Xuelong e a sua equipa da Universidade Politécnica do Noroeste desenvolveram uma tecnologia que coloca ‘drones’ a trabalhar em grupo. O modelo pode ser aplicado em inspecções de segurança, assistência em catástrofes e transporte e logística

Uma equipa de cientistas chineses desenvolveu veículos aéreos não tripulados (‘drones’) dotados de inteligência artificial que podem participar em “conversas de grupo” para planear e distribuir tarefas, à semelhança de equipas compostas por seres humanos.

A tecnologia pode servir para melhorar as patrulhas de segurança, resgates em caso de catástrofe e a logística aérea, afirmaram os investigadores.

Embora as estratégias de comunicação para grupos de ‘drones’ sejam normalmente concebidas para simular colónias de abelhas e formigas, a equipa chinesa concebeu grupos com a capacidade de falar e colaborar com seres humanos.

A tecnologia é da autoria de Li Xuelong e da sua equipa da Escola de Inteligência Artificial, Óptica e Electrónica da Universidade Politécnica do Noroeste, na província de Shaanxi.

A investigação dá “vida” a grandes modelos linguísticos como o ChatGPT, integrando-os em aplicações práticas, de acordo com uma publicação difundida na conta oficial da universidade na rede social WeChat.

Chaves do futuro

A partilha inclui o vídeo de uma experiência realizada pelos investigadores, que mostra uma equipa de cinco ‘drones’ a localizar com sucesso um conjunto de chaves num parque ao ar livre.

Após encontrar as chaves, um dos ‘drones’ envia uma fotografia para o grupo e pede ao operador humano para confirmar antes de recuperar o objecto. “Os ‘drones’ demonstraram capacidades fundamentais, incluindo uma interação semelhante ao diálogo entre seres humanos, uma consciência proactiva e o controlo autónomo de entidades”, lê-se na publicação.

A tecnologia equipa cada ‘drone’ com um “cérebro humano”, permitindo-lhes conversar uns com os outros utilizando linguagem natural. De acordo com o relatório, esta capacidade foi desenvolvida com base num modelo chinês de linguagem de código aberto denominado InternLM.

A capacidade de diálogo permite que tanto os operadores como os ‘drones’ comuniquem em linguagem humana, quebrando as barreiras entre humanos e máquinas.

Na experiência, após um utilizador ter encarregado os ‘drones’ de procurar as chaves, três ofereceram prontamente as suas capacidades de procura, enquanto outros dois, equipados com pinças, disseram ao grupo que podiam recuperar as chaves.

A divisão de tarefas foi decidida de forma independente pelo grupo de drones. Quando as chaves foram encontradas, os ‘drones’ também partilharam imagens com o utilizador através do grupo para confirmação.

“Este nível de diálogo em pontos cruciais melhora significativamente a estabilidade e a segurança na execução de tarefas complexas”, referiu o relatório.

Equipados com múltiplos sensores e algoritmos para busca a baixa altitude, desvio dinâmico de obstáculos e posicionamento visual, os ‘drones’ foram concebidos para perceber o que os rodeia de diferentes ângulos e posições, permitindo-lhes recolher dados e executar tarefas de forma eficiente.

Estas capacidades são designadas por consciência ambiental proactiva, o que lhes permite compreender e adaptar-se ao ambiente que os rodeia.

A cada um dos quatro ‘drones’ foi atribuída uma área específica para procurar. Enquanto procuravam as chaves, os ‘drones’ coordenaram os seus movimentos para cobrir essas áreas de forma eficiente. Geraram um mapa simplificado do terreno para orientar os seus esforços e também foram capazes de identificar e evitar operadores humanos no seu caminho, garantindo voos mais seguros.

O relatório apontou que a tecnologia tem potencial para ser utilizada em inspecções de segurança, assistência em catástrofes e transporte e logística com recurso a ‘drones’.

7 Nov 2023

Pyongyang | Criado feriado para assinalar lançamento de míssil

A Coreia do Norte criou um feriado para assinalar o aniversário do lançamento do míssil balístico intercontinental (ICBM) Hwasong-17 no ano passado, anunciou ontem a agência de notícias estatal KCNA.

Pyongyang realizou em 18 de Novembro de 2022 o que se acredita ser o primeiro teste de voo completo do Hwasong-17, denominado de “míssil monstro” por analistas militares. O aniversário foi designado como feriado público numa reunião da Assembleia Popular Suprema (parlamento), informou a KCNA.

“O estabelecimento do Dia da Indústria dos Mísseis marca um evento especial na nossa jornada sagrada de desenvolvimento da defesa nacional”, acrescentou. Com o lançamento, a Coreia do Norte “mostrou ao mundo a excelência de uma potência nuclear de classe mundial e a nação que possui o mais poderoso míssil balístico intercontinental”, ainda segundo a agência.

A Coreia do Norte efectua frequentemente testes de armamento em feriados, e o Serviço Nacional de Informações (NIS) sul-coreano disse, na semana passada, que o país estava prestes a preparar o lançamento de um terceiro satélite de reconhecimento militar. Depois de a segunda tentativa ter falhado em Agosto, Pyongyang afirmou que iria efectuar um terceiro lançamento em Outubro, mas este nunca se concretizou.

6 Nov 2023

Hong Kong | Contentor com mais de 400 quilos de droga interceptado

Um contentor proveniente da América do Norte com mais de 400 quilogramas de droga, com um valor de mercado superior a 16 milhões de euros, foi interceptado em Hong Kong, anunciou ontem o Governo daquela região, citado pela Efe.

Segundo a agência de notícias espanhola, que cita a página oficial do Governo daquela região autónoma da China, a mercadoria foi interceptada a 25 de Outubro na zona de inspecção de mercadorias da alfândega de Tsing Yi pelas autoridades aduaneiras, tendo sido detido um homem de 23 anos no sábado.

No total, refere a Efe, as autoridades detetaram 484 quilogramas de droga no interior daquele contentor, incluindo 311 quilogramas de botões de canábis, 88 quilogramas de metanfetamina, 82 quilogramas de 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA) e 3,2 quilogramas de fentanil.

No contentor de 12 metros alegadamente seguiam 15 compressores de ar para o centro financeiro asiático. O Governo de Hong Kong explica que as investigações estão em curso e não está excluída a possibilidade de serem efectuadas outras detenções.

De acordo com os dados divulgados pela polícia, aponta a Efe, o número de processos relacionados com drogas durante os primeiros oito meses de 2023 caiu para 1.730 casos, em comparação com 2.068 durante o mesmo período de 2022, uma diminuição de 16,3 por cento.

No entanto, a cidade registou um aumento de 12,2 por cento no número de toxicodependentes residentes, com o número de casos a aumentar de 2813 no primeiro semestre de 2022 para 3156 entre Janeiro e Junho deste ano. Ainda assim, a Direcção-Geral de Estupefacientes da cidade anunciou em Setembro que vai pedir penas mais duras para as infracções relacionadas com tráfico de droga.

Nos termos da lei sobre drogas perigosas, o tráfico de droga em Hong Kong é uma infração grave. A pena máxima em caso de condenação é uma coima de 5 milhões de dólares de Hong Kong e prisão perpétua.

6 Nov 2023

Nova Deli mantém-se como a cidade mais poluída do mundo e escolas continuam fechadas

A cidade de Nova Deli, na Índia, mantém-se como a mais poluída do mundo depois de ter registado ontem níveis de poluição 30 vezes superiores ao recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), noticiou a Efe. Segundo a agência de notícias de Espanha, os níveis de poluição registados obrigaram as autoridades a prolongar o encerramento das escolas até 10 de Novembro, depois de terem sido fechadas na sexta-feira.

De acordo com a classificação mundial elaborada pela empresa suíça IQAir, Nova Deli foi mais uma vez classificada ontem como a cidade com a pior qualidade do ar no mundo, depois de registar em zonas como o sul da cidade uma concentração de partículas PM 2,5, as mais nocivas para o ser humano, em média, de 462 microgramas por metro cúbico de ar, de acordo com as medições do Central Pollution Control Bureau.

Este nível de poluição, salienta a agência, é mais de 30 vezes superior ao limite diário fixado pela OMS, que considera perigosa uma exposição diária superior a 15 microgramas por metro cúbico de ar. “Para os graus 6 a 12 (jovens entre os 11 e os 18 anos de idade) as escolas têm a opção de mudar para aulas ‘online’”, informou o ministro da Educação da capital indiana, Atishi Marlena, na rede social X, antigo Twitter, citado pela Efe.

Outras suspensões

O Governo local ordenou ainda a suspensão das actividades de construção não essenciais e a entrada de camiões a diesel, no âmbito de um plano faseado de introdução de medidas mais restritivas à medida que a poluição atmosférica aumenta, mas que tem sido criticado por especialistas, que o consideram ineficaz.

A situação obrigou igualmente as equipas de críquete do Bangladesh e do Sri Lanka, que têm encontro marcado no âmbito do campeonato mundial de críquete, a suspender os treinos na capital indiana. A deterioração da qualidade do ar na capital indiana coincide com o início do Inverno e a diminuição dos ventos que impedem a dispersão dos poluentes.

6 Nov 2023

Ex-vice-presidente do ICBC investigado por corrupção

O ex-vice-presidente do Banco Industrial e Comercial da China, Zhang Hongli, está a ser investigado por suspeita de “violações graves” da lei e da disciplina do partido, de acordo com notícias dos meios de comunicação estatais.

A notícia do processo contra o antigo executivo do maior banco chinês foi avançada pela agência Xinhua através de uma breve nota que não detalha quais os crimes que Zhang Hongli terá alegadamente cometido.

Zhang Hongli, que também ocupou cargos de relevo no Partido Comunista da China (PCC), foi vice-presidente do Banco Industrial e Comercial da China (ICBC, na sigla em inglês) até julho de 2018, sendo um dos banqueiros de maior destaque até agora investigados pela Comissão Central de Inspeção Disciplinar, o órgão anticorrupção do PCC. Em fevereiro do ano passado, esta instituição prometeu reforçar a sua campanha contra condutas ilícitas no sector financeiro.

6 Nov 2023

Xi Jinping destaca papel de exposição internacional para a cooperação mundial

O Presidente chinês, Xi Jinping, destacou o papel da Exposição Internacional de Importação da China (CIIE) na promoção da cooperação internacional. Numa carta enviada à 6.ª edição da CIIE, que arrancou este fim de semana em Xangai, Xi sublinhou que o evento já “contribuiu positivamente” para o progresso de um novo padrão económico, o crescimento económico global, a expansão das compras internacionais e a promoção do investimento e do intercâmbio entre as nações, de acordo com a agência Xinhua.

O presidente sublinhou, além disso, que a China vai continuar a ser “uma oportunidade importante para o desenvolvimento global”, especialmente durante a recuperação económica mundial, reafirmando o compromisso do gigante asiático com uma “abertura de alto nível” e a promoção da globalização económica “mais inclusiva, equitativa e vantajosa para todos”.

Xi espera que a CIIE sirva de janela para promover este “novo padrão de desenvolvimento” e oferecer oportunidades ao mundo através do crescimento da China. As autoridades chinesas esperam a participação de cerca de 400 mil profissionais e mais de 3.400 expositores na sexta edição desta mostra.

O evento, que ocupa um espaço de mais de 367 mil metros quadrados, conta com participantes de 154 países, regiões e organizações internacionais, explicou recentemente o vice-ministro do Comércio, Sheng Qiuping.

Além disso, está confirmada a participação de 289 das 500 maiores empresas do mundo, de acordo com a lista elaborada pela revista Fortune, o que representa mais cinco empresas do que na edição anterior.

6 Nov 2023

China | Olaf Scholz promete facilitar os intercâmbios de vistos e de pessoal

Enquanto a União Europeia fabrica rupturas no comércio com a China, a Alemanha mostrou a sua preocupação pelo facto das suas empresas estarem empenhadas na cooperação bilateral. Depois de uma conversa com Xi Jinping na sexta-feira, Scholz afirmou que os chineses não venderão armas à Rússia.

O Presidente chinês, Xi Jinping, teve na sexta-feira uma reunião por vídeo com o chanceler alemão, Olaf Scholz, durante a qual referiu que a China e a Alemanha “não só devem desenvolver relações bilaterais e servir de exemplo de cooperação vantajosa para ambas as partes, como também defender a ordem internacional e o multilateralismo e trabalhar em conjunto para enfrentar os desafios globais”.

Ao assinalar que as relações entre a China e a Alemanha entraram no quinquagésimo aniversário, Xi afirmou que “a China e a Alemanha, enquanto parceiros estratégicos globais, trabalharam em conjunto no espírito de benefício mútuo e cresceram em conjunto no espírito de aprendizagem e intercâmbio mútuos.

Esta é a valiosa experiência do desenvolvimento harmonioso das relações entre a China e a Alemanha nas últimas décadas, que deve ser apreciada e transmitida por ambas as partes”.

O interesse alemão

O presidente chinês referiu ainda que mais de 130 empresas alemãs participarão da sexta Exposição Internacional de Importação da China, o que “demonstra a confiança das empresas alemãs no desenvolvimento da China”.

 Por seu lado Xi espera que “a parte alemã também adira a um alto nível de abertura para as empresas chinesas que procuram oportunidades de cooperação na Alemanha”.

No mesmo dia, Xi encontrou-se em Pequim com o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis. 

Saudando o último meio século, durante o qual “as relações entre a China e a Grécia foram sempre saudáveis e constantemente renovadas”, Xi manifestou a vontade de reforçar a cooperação bilateral numa vasta gama de sectores. “A China está disposta a trabalhar em conjunto com a UE para manter uma compreensão mútua correcta, centrar-se no consenso e compreender a direção a seguir, a fim de activar plenamente a cooperação mutuamente benéfica em todos os domínios. Esperamos que a Grécia continue a desempenhar um papel construtivo a este respeito”, afirmou Xi. 



“As reuniões e as frequentes interacções entre a China e a Europa demonstraram que a China atribui grande importância às relações com a UE, e isto não mudou. Queremos continuar a dinâmica de estabilização e aquecimento bilateral”, disse Cui Hongjian, professor da Academia de Governação Regional e Global da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim. 

Cui também mencionou a oposição geral da Alemanha à investigação anti-subsídios da UE sobre os veículos eléctricos chineses, que também põe em risco a Alemanha, uma vez que os dois países estão a cooperar estreitamente neste domínio.

Facilitar intercâmbios

Por seu lado, o chanceler Scholz afirmou que, ao longo do ano passado, foi realizada com êxito uma nova ronda de consultas governamentais entre a Alemanha e a China, o diálogo e os intercâmbios a todos os níveis foram rapidamente retomados, as relações económicas e comerciais estreitaram-se e os projectos de cooperação foram continuamente promovidos, revelando mais possibilidades e amplas perspectivas de aprofundamento das relações bilaterais.

“As relações entre a Alemanha e a China são importantes para a parte alemã”, disse ele, observando que o seu país está disposto a continuar as boas relações e a aprofundar a cooperação em vários domínios, e espera que as empresas alemãs alcancem maior sucesso na China.

“A Alemanha está disposta a facilitar os intercâmbios de vistos e de pessoal com a China, a reforçar os intercâmbios interpessoais e a promover o desenvolvimento positivo das relações UE-China”, acrescentou.

Israel e Ucrânia

Scholz apresentou os pontos de vista da parte alemã sobre o conflito israelo-palestiniano e a crise na Ucrânia e manifestou a esperança de manter uma comunicação estreita com a China.

Xi salientou que, para resolver o conflito israelo-palestiniano e a crise na Ucrânia, é necessário “reflectir mais profundamente sobre as questões de segurança, aderir à visão de uma segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável e promover a construção de uma arquitetura de segurança equilibrada, eficaz e sustentável.


Espremer o espaço de segurança de outros países e apoiar um lado, ignorando as exigências legítimas do outro, conduzirá ao desequilíbrio regional e à expansão e escalada de conflitos”. “Tanto a China como a parte europeia devem trabalhar em conjunto para mediar os conflitos, aliviar as tensões e desempenhar um papel positivo na promoção da paz e do desenvolvimento regionais”, concluiu.

Armas para a Rússia

Já no domingo, em Berlim, Olaf Scholz, afirmou que a China declarou que não fornecerá armas à Rússia para a sua guerra contra a Ucrânia, sugerindo que Berlim recebeu garantias bilaterais de Pequim sobre esta questão. Scholz falava numa conferência de imprensa com a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que disse aos jornalistas que a UE não recebeu “nenhuma prova” até agora dos EUA de que Pequim está a considerar fornecer apoio letal a Moscovo.

Nas últimas semanas, altos funcionários norte-americanos, incluindo o Secretário de Estado Antony Blinken, manifestaram a sua profunda preocupação com a possibilidade de a China fornecer armas como drones kamikaze à Rússia, o que, por sua vez, desencadeou avisos a Pequim por parte de políticos da UE. Na semana passada, o próprio Scholz instou Pequim a abster-se de tais acções e a usar a sua influência para convencer a Rússia a retirar as suas tropas da Ucrânia.

No entanto, durante a conferência de imprensa de domingo, realizada no retiro do governo alemão em Meseberg, a norte de Berlim, Scholz afirmou que a China tinha dado garantias de que não enviaria armas à Rússia. “Todos concordamos que não deve haver entregas de armas, e o governo chinês declarou que também não vai entregar nenhuma”, disse o chanceler. “Insistimos neste ponto e estamos a monitorizá-lo”, acrescentou.

Scholz disse mais tarde à CNN que se a China ajudasse a Rússia, “isso teria consequências, mas estamos agora numa fase em que estamos a deixar claro que isso não deve acontecer, e estou relativamente optimista de que seremos bem sucedidos com o nosso pedido neste caso, mas teremos de analisar e temos de ser muito, muito cautelosos”.

O chanceler pareceu sugerir que Pequim tinha dado essas garantias diretamente à Alemanha de não fornecer armas à Rússia. O chefe da política externa da UE, Josep Borrell, recebeu garantias privadas semelhantes no mês passado. Borrell disse aos jornalistas que o principal diplomata chinês, Wang Yi, lhe tinha dito, numa conversa privada durante a Conferência de Segurança de Munique, em meados de fevereiro, que a China “não fornecerá armas à Rússia”.

Von der Leyen disse aos jornalistas que a UE ainda não tinha visto qualquer prova de que a China está a considerar enviar armas para a Rússia. “Até ao momento, não temos provas disso, mas temos de o observar todos os dias”, afirmou a Presidente da Comissão Europeia.

6 Nov 2023

Seul diz suspeitar que Pyongyang forneceu mísseis e munições à Rússia

Militares sul-coreanos disseram ontem suspeitar que a Coreia do Norte tenha fornecido mísseis, munições e projécteis à Rússia para apoiar as forças russas na guerra contra a Ucrânia. A avaliação foi divulgada um dia depois de os serviços secretos de Seul terem dito aos deputados sul-coreanos que Pyongyang forneceu recentemente mais de um milhão de projécteis de artilharia à Rússia, num contexto de aprofundamento da cooperação militar entre os dois países.

Num encontro com jornalistas locais, os militares sul-coreanos afirmaram que a Coreia do Norte é suspeita de ter enviado para a Rússia um número não especificado de mísseis balísticos de curto alcance, mísseis antitanque e mísseis antiaéreos portáteis, além de espingardas, lança-foguetes, morteiros e obuses. O conteúdo deste encontro foi partilhado com a agência de notícias norte-americana Associated Press.

Na semana passada, a Coreia do Sul, os Estados Unidos e o Japão condenaram o fornecimento de munições e equipamento militar pela Coreia do Norte à Rússia, afirmando que tais carregamentos de armas aumentam drasticamente o número de vítimas da guerra na Ucrânia.

Qualquer comércio de armas com a Coreia do Norte constitui uma violação de várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que a Rússia, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, apoiou anteriormente. Tanto a Rússia como a Coreia do Norte rejeitaram as acusações.

Troca de interesses

Mas a especulação sobre os carregamentos de armas norte-coreanas aumentou depois de o líder norte-coreano, Kim Jong-un, se ter encontrado, em Setembro, na Rússia, com o Presidente russo, Vladimir Putin, e visitado instalações militares russas. Os Estados Unidos e os aliados acusam a Coreia do Norte de procurar tecnologia russa para modernizar o arsenal de armas nucleares e mísseis, em troca de armas convencionais.

Numa reunião privada com deputados, na quarta-feira, o Serviço Nacional de Informações (NIS) sul-coreano disse que mais de um milhão de projécteis de artilharia norte-coreanos foram enviados para a Rússia, desde Agosto. O NIS afirmou que a Coreia do Norte está provavelmente a receber assistência tecnológica russa no projecto para lançar o primeiro satélite espião militar para o espaço.

As duas recentes tentativas de lançamento pela Coreia do Norte fracassaram devido a problemas técnicos. De acordo com as forças armadas sul-coreanas, a Coreia do Norte também quer receber da Rússia tecnologia relacionada com o sector nuclear, aviões de combate, equipamento aeronáutico e assistência para a criação de redes de defesa antiaérea.

3 Nov 2023

Pequim | Registadas temperaturas mais elevadas desde 1961

Pequim registou uma temperatura média de 14,5 graus Celsius no final do mês de Outubro, a mais elevada desde 1961 e um acréscimo de 3,4 graus face ao mesmo período do ano passado, informou ontem o Observatório Meteorológico da cidade. De acordo com especialistas citados pelo jornal oficial Global Times, o aquecimento global está a fazer com que a diferença de temperatura entre as regiões norte e sul do país seja cada vez menor.

A ausência de ventos frios, comuns nesta altura do ano, também contribuiu para as elevadas temperaturas registadas na capital chinesa nos últimos dias. Para além de Pequim, todo o norte da China registou temperaturas elevadas no final de Outubro: a cidade de Tianjin atingiu uma temperatura média recorde de 16,2 graus Celsius em 28 de Outubro, a segunda mais elevada para esse dia desde 1961.

“Os fortes ventos do norte costumavam trazer ar frio que arrefecia grande parte do país, mas este ano não”, observou o meteorologista Zhang Mingying, citado pelo jornal. Esta situação também afectou a poluição atmosférica nas zonas do norte. Os especialistas avisaram que os altos níveis de poluição vão manter-se até à chegada de ar mais frio nos próximos dias.

Em 2022, a China registou 16,4 dias com uma temperatura média superior a 35 graus Celsius, a mais elevada desde 1961, de acordo com a Administração Meteorológica Nacional do país. Os meteorologistas locais sublinharam que os períodos de calor intenso, que começam “cada vez mais cedo e terminam cada vez mais tarde”, podem tornar-se o “novo normal” no país asiático, sob o “efeito das alterações climáticas”.

3 Nov 2023

Hong Kong | Julgamento de português marcado para Fevereiro

Um tribunal de Hong Kong marcou ontem para 27 de Fevereiro de 2024 o início formal do julgamento do cidadão português Joseph John, acusado de incitação à subversão, crime com uma pena máxima de 10 anos de prisão.

No tribunal do distrito de Wanchai, após cinco adiamentos devido a mudanças na defesa do português, o juiz Kwok Wai-kin marcou para o próximo ano uma sessão em que o arguido poderá declarar-se culpado ou inocente, assim como a defesa poderá apresentar eventuais atenuantes.

A defesa voltou a não apresentar ontem qualquer pedido para que Joseph John, detido desde o final de Outubro de 2022, saísse em liberdade sob fiança. Em Agosto, um outro juiz rejeitou um pedido do anterior advogado para que o português saísse sob uma fiança no valor de 26 mil dólares de Hong Kong (cerca de três mil euros), considerando que continua a representar um perigo para a segurança nacional da China

Kwok Wai-kin é um dos juízes nomeados pelo governo de Hong Kong para lidar com casos ligados à lei de segurança nacional, promulgada em 2020 por Pequim. De acordo com a acusação, Joseph John era administrador do perfil na rede social Facebook do Partido para a Independência de Hong Kong.

O suspeito, funcionário do Royal College of Music no Reino Unido, terá usado o perfil para, desde Setembro de 2019, “lançar uma campanha de angariação de fundos para despesas militares, enviar petições para páginas de governos estrangeiros e apelar ao apoio de tropas estrangeiras”. Na sessão de ontem esteve presente o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão.

3 Nov 2023

Conflito em Gaza em foco durante presidência chinesa do Conselho de Segurança da ONU

A China detém em Novembro a presidência rotativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), durante a qual estará em destaque o conflito em Gaza, com as autoridades chinesas a procurar um cessar-fogo.

O embaixador chinês junto à ONU, Zhang Jun, apresentou na quarta-feira à imprensa a sua agenda para o mês, indicando que uma das prioridades da sua presidência será resolver o conflito entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, nomeadamente o conflito em Gaza, que ameaça estender-se à restante região do Médio Oriente.

“O Conselho tem-se concentrado nesta questão há algumas semanas e continuará a ser o foco do trabalho do Conselho e também da presidência chinesa”, assegurou, acrescentando que apelará a um cessar-fogo, à protecção dos civis e à prevenção de uma ainda maior catástrofe humanitária.

Jun admitiu que o impasse que o Conselho de Segurança atravessa “é decepcionante”, uma vez que já foram a votos quatro projectos de resolução sobre o conflito em Gaza desde o ataque do Hamas, mas não se conseguiu alcançar consenso em nenhuma dessas ocasiões, rejeitando todos os projectos.

Ainda sobre esta questão, o diplomata chinês insistiu na necessidade de se continuar a construir consenso, elogiando o trabalho que o secretário-geral da ONU, António Guterres, tem feito nesse sentido, defendendo a implementação da solução de dois Estados como a única capaz de levar a uma paz duradoura entre Israel e a Palestina.

Porém, a China posicionou-se contra qualquer ideia de desenhar um futuro para Gaza que não tenha em conta o consentimento dos próprios palestinianos.

Questionado sobre o envio de uma força multinacional para Gaza – seja “capacetes azuis” da ONU ou uma força multinacional de outra natureza – após o fim da guerra actual, Zhang Jun esclareceu que este aspecto não está actualmente na agenda do Conselho de Segurança, que está agora focado em discutir um quinto projecto de resolução.

“O que quer que afecte os palestinianos deve ter o seu consentimento, ninguém pode decidir em seu nome”, alertou. Questionado sobre se a China pode ter alguma influência sobre o Hamas ou os seus aliados, como o Hezbollah ou o Irão, Jun foi evasivo e optou por declarar que o seu país “não é tão influente” como alguns jornalistas acreditam.

Na agenda

Durante Novembro, outros temas relacionados com o Médio Oriente serão debatidos no Conselho de Segurança das Nações Unidas, como o Líbano, Síria ou Iémen, assim como assuntos relacionados com África, como a Líbia, Sahel, Sudão e Sudão do Sul, República Centro-Africana ou Somália.

O Conselho deverá realizar este mês o seu debate semestral sobre a Bósnia e Herzegovina e votar a reautorização da força de estabilização multinacional liderada pela União Europeia.

Também é provável que se realizem reuniões sobre a Ucrânia, Coreia do Norte e Afeganistão.

A China planeia organizar um evento especial durante a sua presidência mensal, que se concentrará na relação entre paz, segurança e desenvolvimento, e que deverá contar com a presença de António Guterres.

Em Novembro, o Conselho de Segurança realizará ainda seu ‘briefing’ anual com os chefes das componentes policiais das operações de paz da ONU. “Adoptaremos uma abordagem muito responsável, construtiva, objectiva e inclusiva na execução do trabalho da presidência chinesa”, disse Zhang Jun aos jornalistas, em Nova Iorque.

3 Nov 2023

Óbito | Xi assistiu à cerimónia de despedida de antigo primeiro-ministro Li Keqiang

O Presidente chinês, juntamente com a sua esposa e outros dirigentes, marcou presença na cerimónia que elogiou Li Keqiang como “excelente membro do partido, um soldado comunista leal e um revolucionário proletário excepcional, estadista e líder do Estado e do partido”

 

Os restos mortais do antigo primeiro-ministro chinês Li Keqiang foram cremados ontem em Pequim, após uma cerimónia em que participaram o Presidente chinês, Xi Jinping, e vários membros da direcção do Partido Comunista da China (PCC).

A cremação e a cerimónia tiveram lugar no Cemitério Revolucionário de Babaoshan, no norte da capital chinesa, onde, tal como em todos os edifícios oficiais da China, as bandeiras estiveram ontem hasteadas a meia haste em homenagem a Li, que morreu de ataque cardíaco em Xangai a 27 de Outubro, aos 68 anos.

Xi chegou ao início da manhã ao salão de festas do cemitério acompanhado pela sua mulher, Peng Liyuan, e juntamente com outros dirigentes “permaneceu em silêncio solene, caminhou lentamente até aos restos mortais de Li para prestar homenagem e fez três vénias”, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.

De seguida, apertou a mão à família do antigo primeiro-ministro, a quem apresentou as suas condolências. Para além de Xi, estiveram também presentes o sucessor de Li, o primeiro-ministro Li Qiang, o presidente da Assembleia Popular Nacional, Zhao Leji, o vice-primeiro-ministro Han Zheng, o vice-primeiro-ministro Ding Xuexiang e o chefe do Conselho Consultivo, Wang Huning.

Embora não se tratasse de um funeral de Estado como os que os antigos presidentes chineses recebem, a cerimónia foi solene, com música fúnebre em fundo e uma grande faixa preta onde se lia em letras brancas “profundo luto pelo camarada Li Keqiang”.

Sob a faixa, um retrato do falecido e os restos mortais de Li foram cobertos com uma bandeira do PCC e rodeados de flores e ramos de cipreste, incluindo uma coroa de flores enviada pelo antigo Presidente Hu Jintao, que era muito próximo do antigo primeiro-ministro.

Elogio fúnebre

Na cerimónia, Li foi elogiado como um “excelente membro do partido, um soldado comunista leal e um revolucionário proletário excepcional, estadista e líder do Estado e do partido”. O protocolo do funeral é comparável ao seguido após a morte, em 2019, de Li Peng, também antigo primeiro-ministro.

No sistema hierárquico de formalidades da China, apenas os secretários-gerais do PCC, como o antigo presidente Jiang Zemin, que recebeu um funeral de Estado em Dezembro do ano passado, têm direito a honras de topo.

3 Nov 2023

Gaza | Filipinas não conseguem localizar 49 cidadãos

O Ministério dos Negócios Estrangeiros filipino informou que 49 dos 136 cidadãos do país na Faixa de Gaza estão incontactáveis e os 87 restantes enfrentam “problemas crescentes” para encontrar água potável. “Por enquanto, 49 filipinos ainda estão incontactáveis”, admitiu, na segunda-feira, o embaixador das Filipinas na Jordânia, Wilfredo Santos, de acordo com a agência de notícias estatal filipina PNA.

Santos acrescentou que as autoridades estão em contacto com 87 dos filipinos que permanecem em Gaza, e que, “embora o seu abastecimento alimentar seja suficiente, o acesso à água está a tornar-se cada vez mais difícil”. Até ao momento, as Filipinas confirmaram a morte de pelo menos quatro cidadãos do país asiático no conflito entre Israel e o Hamas, na sequência do ataque surpresa do grupo islamita palestiniano em 07 de Outubro.

O governo israelita publicou na quarta-feira uma lista de titulares de passaportes estrangeiros que se encontravam entre os raptados pelo Hamas durante o ataque, incluindo dois cidadãos filipinos. Manila não confirmou a identidade destas duas pessoas. O ministro dos Negócios Estrangeiros das Filipinas, Enrique Manalo, disse, na segunda-feira, que ia “investigar se é possível, pelo menos, localizar” os dois filipinos.

No domingo, o exército israelita elevou para 239 o número de pessoas raptadas e detidas em Gaza pelo Hamas, apesar de um dia antes ter referido que 230 pessoas se encontravam em cativeiro. Entretanto, o quarto comboio de cidadãos filipinos a serem repatriados de Gaza chegou a Manila na segunda-feira, com cerca de 60 pessoas a bordo.

Antes do início do conflito, cerca de 30 mil filipinos encontravam-se em Israel e cerca de 17.500 no Líbano, de onde pelo menos 124 pediram para ser repatriados, indicaram, na segunda-feira, as autoridades filipinas.

1 Nov 2023