Hoje Macau China / ÁsiaMorreu académica australiana Helen Hill, que partilhou história timorense A académica e activista australiana Helen Hill, que escreveu a “História de Timor”, faleceu terça-feira, na Austrália, vítima de doença, tendo o Governo timorense considerado ontem que “fará muita falta”. “Helen Hill ajudou a partilhar a nossa história e a nossa luta com o mundo. Ela educou milhares de estudantes. Fará muita falta”, refere o Governo timorense, em comunicado. A académica australiana visitou Timor-Leste pela primeira vez em 1975 para escrever uma tese de mestrado sobre a transição para a independência, mas o país acabou por ser ocupado pela Indonésia. “Em vez disso, ela escreveu ‘A História de Timor’, publicado no final de 1975, que se tornou a bíblia para estudiosos e activistas que queriam saber sobre os acontecimentos na nossa terra em apuros que levaram à invasão”, refere o Governo timorense. Para a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Helen Hill foi das “poucas australianas que corajosamente recusou a acreditar que a Fretilin e o povo timorense seriam derrotados quando quase todo o mundo pensava o contrário”. “Lembro-me de Helen Hill desde sua visita no início de 1975 como estudante universitária e encontrei-a novamente ao longo dos anos durante a ocupação e a descobri como uma verdadeira amiga de Timor-Leste”, lembrou o secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, também em comunicado. Lamentos gerais O antigo Presidente e ex-primeiro-ministro timorense Taur Matan Ruak também lamentou a morte da “activista australiana que lutou pela causa de Timor-Leste”, bem como organizações da sociedade civil timorense, que tiveram a oportunidade de trabalhar com Helen Hill. “Helen Hill e alguns outros amigos australianos foram instrumentais em ajudar a criação da representação da FRETILIN e o trabalho dos representantes da FRETILIN nas Nações Unidas nos primeiros dias de nossa luta”, explicou Mari Alkatiri. Helen Hill ajudou a estabelecer a representação da frente diplomática da Fretilin, em Nova Iorque, em 1984, organizou em Camberra um evento no qual o actual Presidente, José Ramos-Horta, discursou pela primeira vez, após a invasão da indonésia, e esteve sempre envolvida em acções de solidariedade com o povo timorense. Após a restauração da independência, em 2002, Helen Hill trabalhou em Timor-Leste em vários projectos, incluindo programas de desenvolvimento comunitário na Universidade Nacional de Timor-Leste. Foi condecorada em 2014 pelo antigo Presidente Taur Matan Ruak com a medalha da Ordem de Timor-Leste.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul-Lisboa | Portugal destaca “impacto positivo” da nova rota aérea directa A nova ligação aérea entre Portugal e a Coreia do Sul poderá trazer um forte impulso ao turismo internacional para o país. O Turismo de Portugal aplaude a criação da nova rota e mostra-se optimista no desenvolvimento novas oportunidades no mercado asiático O Turismo de Portugal destacou ontem o “impacto positivo” na promoção do turismo internacional para o país da nova ligação aérea directa entre Seul e Lisboa, a operar a partir de Setembro pela Korean Air. “Destaca-se sobretudo pelo impacto positivo na promoção do turismo internacional para Portugal e no fortalecimento da conectividade aérea com uma região muito importante e carenciada de ligações a Portugal”, sustenta o Turismo de Portugal em comunicado. Referindo que a nova rota é “o culminar de um trabalho colaborativo intenso” com a ANA Aeroportos e a Korean Air, o Turismo de Portugal destaca que “representa a segunda ligação directa da Ásia para Portugal e deverá potenciar novas oportunidades de mercado não só na Coreia, mas também no Japão, onde a Korean Air tem uma forte presença consolidada e poderá captar uma fatia importante do mercado japonês através das suas ligações via Seul”. Com três voos semanais, às quartas-feiras, sextas-feiras e domingos, a nova ligação directa entre Seul e Lisboa será inaugurada no próximo mês de Setembro. “Esta rota é um marco na conectividade aérea e no fortalecimento das relações entre Portugal e a Ásia”, afirma o presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade, citado no comunicado, acrescentando que este organismo “está focado em identificar e aproveitar oportunidades em mercados promissores para atender às necessidades do turismo.” Segundo o Turismo de Portugal, a Coreia do Sul é “um dos mercados asiáticos muito promissores” para o sector, tendo-se destacado em 2023 como o 25.º mercado turístico da procura externa aferido pelo indicador dormidas e o 19.º no indicador hóspedes. Face a 2022, o número de hóspedes em 2023 aumentou cerca de 189 por cento, fixando-se em 170,1 mil, enquanto nas dormidas o acréscimo foi de 136,2 por cento, registando-se 264,7 mil dormidas de sul-coreanos em Portugal. “Estes números reflectem um potencial de crescimento significativo para Portugal nos próximos anos com a implementação desta nova rota”, sustenta o Turismo de Portugal, reafirmando o seu “compromisso com a promoção da conectividade e a expansão para novos mercados, […] através de uma aposta clara na captação de novas rotas e parcerias estratégicas de ‘marketing’ envolvendo os destinos nacionais”. Pólos ligados A companhia aérea de bandeira sul-coreana Korean Air anunciou na terça-feira o lançamento de voos ‘charter’ directos entre a capital da Coreia do Sul, Seul, e Lisboa a partir de 11 de Setembro. Num comunicado, a Korean Air disse que irá usar aviões Boeing 787-9, com capacidade para 290 passageiros, para operar três voos semanais entre o aeroporto de Seul Incheon e Lisboa. A companhia aérea disse que os voos irão decorrer durante quase dois meses, pelo menos até 25 de Outubro, mas admitiu que “também tem planos para prolongar a operação desta rota durante a época de inverno”. A Korean Air sublinhou que a nova ligação a partir de Incheon irá oferecer “os únicos voos diretos entre Lisboa e o Nordeste da Ásia”, região que inclui o Japão, a Mongólia e o extremo oriente da Rússia. “Os novos voos directos irão facilitar a deslocação, tornando mais acessíveis as viagens para Lisboa e cidades vizinhas”, disse a companhia aérea, que deu como exemplo o Porto. Esta ligação poderá também ser usada para passageiros que queiram voar entre Macau e Lisboa, disse na segunda-feira num comunicado a CAM, empresa gestora do aeroporto da região administrativa especial chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaRússia | Pequim felicita Putin pela tomada de posse para um quinto mandato O Governo chinês felicitou ontem o Presidente russo, Vladimir Putin, pela sua tomada de posse para um quinto mandato à frente do Kremlin. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que a Rússia “vai continuar a fazer novas conquistas na construção do Estado [russo] e no desenvolvimento económico e social” sob a liderança de Putin. Lin Jian afirmou que as relações entre China e Rússia “têm mantido um desenvolvimento saudável e estável” e “têm desempenhado um papel positivo na promoção do desenvolvimento comum e do progresso no mundo”. “Os laços entre China e Rússia trouxeram benefícios tangíveis para os povos dos dois países”, acrescentou o porta-voz, manifestando a esperança de que Moscovo e Pequim “reforcem continuamente a sua confiança mútua”, “expandam a sua cooperação”, “pratiquem um multilateralismo genuíno” e “conduzam a governação global numa direcção mais justa e razoável”. O porta-voz chinês recusou-se a confirmar se Putin vai visitar a China este mês, como o líder russo anunciou anteriormente. Em Fevereiro de 2022, pouco antes do início da invasão da Ucrânia, Putin e o Presidente chinês, Xi Jinping, proclamaram em Pequim uma “amizade sem limites” entre as suas nações. Desde então, têm argumentado que os seus laços “não ameaçam nenhum país” e que, de facto, “promovem o multilateralismo nas relações internacionais”. Desde o início do conflito na Ucrânia, a China tem apelado ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção às “preocupações legítimas de todos os países”, referindo-se à Rússia.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Música de protesto proibida Um tribunal de recurso atendeu ontem ao pedido do Governo de Hong Kong para proibir uma canção popular de protesto, anulando uma decisão judicial anterior. O Governo central chinês justificou ontem que a proibição da música pelo tribunal de Hong Kong foi uma “medida necessária”. “Impedir que alguém use ou transmita a música em questão (…) é uma medida legítima e necessária tomada por Hong Kong para cumprir a sua responsabilidade de proteger a segurança nacional”, disse Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, durante a sua conferência de imprensa regular. “Glória a Hong Kong” é a primeira música proibida no território desde o regresso da ex-colónia britânica à China, em 1997. O Governo de Hong Kong apresentou em Junho um pedido para proibir a música. Entretanto, no final de Julho, os tribunais rejeitaram o pedido, considerando que a sua proibição levantaria sérias questões sobre a liberdade de expressão. O Executivo da cidade apresentou um recurso que foi ontem atendido pelo tribunal.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Autor do ataque em hospital passou três anos na prisão e é residente local O autor do ataque a um hospital no sudoeste da China, que causou dois mortos e 21 feridos, é residente da vila onde ocorreu o incidente e esteve preso anteriormente, informou a imprensa local. O suspeito, que se encontra sob custódia policial desde terça-feira, tem 40 anos e vive na mesma vila onde ocorreu o incidente, segundo fontes policiais citadas pelo jornal chinês Henan Daily. O homem passou anteriormente três anos na prisão após ter cometido em 2013 uma agressão relacionada com um litígio sobre a compra de uma mota, segundo o mesmo jornal. Até ao momento, as autoridades não divulgaram informações sobre os motivos do ataque de terça-feira, que ocorreu às 13:20 locais no Hospital Chengnan, na vila de Zhenxiong, província de Yunnan. As imagens de vigilância do hospital divulgadas pouco depois do incidente mostram um homem no hospital com pelo menos duas facas com as quais atacou várias pessoas, após o que várias caíram no chão com ferimentos. Em 2016, depois de vários episódios de violência em hospitais chineses, as autoridades decidiram colocar polícias armados nos centros de saúde para impedir ataques de doentes ou familiares contra o pessoal médico. Quatro anos mais tarde, o país asiático promulgou uma lei da saúde que concedeu uma protecção específica ao pessoal médico e proibiu ameaçar ou pôr em perigo a segurança dos trabalhadores do sector, embora factores como a escassez de recursos médicos e o elevado custo de alguns tratamentos continuem a ser fonte de conflito. Armas do crime A China tem registado vários incidentes deste género, normalmente protagonizados por pessoas com problemas psicológicos ou ressentimentos com vizinhos ou a sociedade em geral. A lei chinesa proíbe rigorosamente a venda e posse de armas de fogo, pelo que os ataques são geralmente feitos com facas, explosivos de fabrico artesanal ou por atropelamento. Em Julho passado, um homem armado com uma faca matou seis pessoas e feriu outra num jardim-de-infância na província de Guangdong, no sudeste da China.
Hoje Macau China / ÁsiaSérvia | Presidente declarou perante Xi que Taiwan faz parte da China Depois de Paris, o Presidente chinês prossegue o seu périplo pela Europa. Em Belgrado, ouviu do seu homólogo sérvio palavras de amizade e reconhecimento de “Uma só China” O Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, declarou que “Taiwan é a China” durante um discurso de boas-vindas ao homólogo chinês Xi Jinping, que se encontra em Belgrado. “Temos uma posição clara e simples sobre a integridade territorial da China”, disse Vucic a uma multidão reunida em frente à sede do Governo da Sérvia. “Sim, Taiwan é a China”, sublinhou Vucic, num discurso transmitido pela televisão local. O Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, foi recebido ontem na capital da Sérvia pelo homólogo sérvio, antes das conversações bilaterais destinadas a aprofundar os laços económicos entre Pequim e Belgrado. A República Popular da China investiu milhares de milhões de euros na Sérvia e nos Balcãs, nomeadamente nos sectores da exploração mineira e da indústria transformadora. Pequim e Belgrado assinaram um acordo de comércio livre no ano passado. Alvo falhado O chefe de Estado chinês chegou a Belgrado no final da tarde de terça-feira, após uma visita de Estado a França onde manteve conversações com o Presidente francês Emmanuel Macron sobre os diferendos comerciais. Além da França, os dois outros países escolhidos por Xi Jinping para a primeira viagem à Europa desde 2019 (Sérvia e Hungria) são considerados estados com boas ligações com a Rússia e a República Popular da China. O ministro das Finanças sérvio, Sinisa Mali, disse ontem à emissora pública RTS que as conversações com a delegação de Pequim vão concentrar-se num “grande projecto”, mas não forneceu mais pormenores. Esta visita de Xi Jinping a Belgrado coincide com o 25.º aniversário do bombardeamento da embaixada chinesa pelos Estados Unidos, que matou três pessoas no dia 7 de Maio de 1999. A embaixada foi atingida durante uma campanha de ataques da NATO contra alvos sérvios durante a guerra do Kosovo. Mais tarde, os Estados Unidos pediram desculpa, alegando que os mapas não estavam actualizados e por isso, o piloto do avião de combate falhou o alvo. Referindo-se aos factos de 1999, num artigo publicado ontem no diário sérvio Politika, Xi Jinping escreveu que a NATO tinha “bombardeado sem vergonha” o edifício da embaixada.
Hoje Macau China / ÁsiaClima | Enviado de Pequim visita EUA para conversações O enviado especial da China para o clima, Liu Zhenmin, vai estar nos Estados Unidos até 16 de Maio para conversações sobre o ambiente com o homólogo norte-americano John Podesta, anunciou Pequim. “O enviado especial da China para as alterações climáticas, Liu Zhenmin, vai liderar uma delegação aos Estados Unidos entre os dias 7 e 16 de Maio”, anunciou ontem o Ministério da Ecologia e do Ambiente chinês, em comunicado. Por seu lado, o Departamento de Estado norte-americano avançou que Liu e Podesta vão reunir-se em Washington para uma “reunião bilateral do grupo de trabalho sobre o reforço da acção climática na década de 2020”, de acordo com uma nota de imprensa. Trata-se do primeiro encontro entre os dois enviados, ambos recentemente nomeados, mas também o primeiro intercâmbio entre Washington e Pequim sobre o clima desde a COP28, realizada no Dubai, em Dezembro. Nessa altura, um acordo de compromisso global apelou pela primeira vez para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis, principal causa do aquecimento global. Os respectivos antecessores de Liu e Podesta, Xie Zhenhua e John Kerry, desenvolveram uma relação muito cordial, o que permitiu fazer avançar as discussões sobre a questão climática entre os dois países que mais emitem dióxido de carbono no mundo. De acordo com Pequim, os dois enviados vão manter uma “troca de pontos de vista aprofundada” sobre um acordo alcançado na Califórnia entre os antecessores antes da COP28, e discutir também a promoção da “cooperação em matéria de clima entre a China e os Estados Unidos”. De acordo com o Departamento de Estado norte-americano, as discussões vão incidir, em particular, [dióxido de carbono] sobre “a transição energética, o metano e os gases com efeito de estufa não-CO2, a economia circular e a eficiência energética, cidades, estados e províncias com baixas emissões de carbono e a desflorestação, entre outros”.
Hoje Macau China / ÁsiaMédio Oriente | Pequim insta Israel a parar de atacar Rafah A China instou ontem Israel a “parar de atacar Rafah”, depois de o Exército israelita ter anunciado que tinha tomado o controlo do lado de Gaza da passagem de Rafah entre a Faixa de Gaza e o Egipto. “A China apela firmemente a Israel para que atenda aos vários pedidos da comunidade internacional, pare de atacar Rafah e faça tudo o que estiver ao seu alcance para evitar uma crise humanitária mais grave na Faixa de Gaza”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian. O Exército israelita realizou ataques em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza sitiada, na segunda-feira à noite. Israel está a tentar aumentar a “pressão” sobre o Hamas algumas horas antes de novas conversações no Cairo, numa tentativa de influenciar um acordo de tréguas ao qual o movimento islamita deu luz verde. Depois de ter afirmado durante semanas que estava a planear uma ofensiva terrestre em Rafah, Israel apelou na segunda-feira aos palestinianos do leste da cidade para se retirarem da zona, como prelúdio de uma “operação terrestre”. Onze pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nos ataques israelitas, segundo o hospital do Kuwait em Rafah. O exército israelita anunciou ontem que as tropas terrestres tinham iniciado uma “operação antiterrorista direccionada” na zona leste de Rafah. Pequim “manifesta a sua profunda preocupação com o projecto de Israel de lançar uma operação militar terrestre contra Rafah”, afirmou a diplomacia chinesa. “A guerra e a violência não podem resolver fundamentalmente o problema e não podem conduzir a uma verdadeira segurança”, acrescentou Lin.
Hoje Macau China / ÁsiaVistos | Pequim prolonga isenção a 11 países até 2025, menos Portugal A China vai prolongar a política de isenção de vistos para cidadãos de onze países europeus até 2025, uma medida que exclui Portugal, anunciou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. O porta-voz da diplomacia chinesa, Lin Jian, explicou que os cidadãos de França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Suíça, Irlanda, Hungria, Áustria, Bélgica e Luxemburgo poderão permanecer no país asiático para turismo, negócios ou trânsito durante 15 dias. A política permanecerá em vigor até Dezembro de 2025, disse o porta-voz. Em Novembro passado, a China anunciou que os nacionais de França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha e Malásia beneficiariam de uma isenção de visto unilateral até Dezembro de 2024. Em Março passado, o Governo chinês alargou a política de isenção de vistos para estadias de até 15 dias a mais seis países europeus — Suíça, Irlanda, Hungria, Áustria, Bélgica e Luxemburgo -, mas Portugal continuou ausente. O embaixador português em Pequim, Paulo Nascimento, disse então à agência Lusa “não entender” o critério de deixar Portugal de fora. O diplomata lembrou que a China está no direito de decidir a sua política de vistos de forma autónoma, mas admitiu então que ia pedir uma consulta específica sobre esta decisão às autoridades do país. Sem fronteiras Especialistas defendem que a morosidade dos procedimentos de pedido de visto e o preço dos bilhetes de avião são as principais razões pelas quais o turismo estrangeiro ainda não atingiu os níveis anteriores à pandemia da covid-19, durante a qual a China impôs um encerramento quase total das fronteiras. Nos últimos meses, o país asiático adoptou uma série de medidas para ajudar os viajantes internacionais. Os serviços de pagamento electrónico WeChat Pay e Alipay anunciaram no último ano várias medidas para disponibilizar os seus sistemas de pagamento aos utilizadores estrangeiros que visitam a China, que por vezes têm dificuldade em pagar no país e em utilizar determinados serviços.
Hoje Macau China / ÁsiaEstudo indica que progresso tecnológico chinês está a remodelar geopolítica mundial Um estudo ontem divulgado concluiu que os avanços tecnológicos da China estão a remodelar a geopolítica mundial, apesar dos esforços dos Estados Unidos para contrariar a influência crescente de Pequim. “O poder crescente da China” e a expansão das tecnologias emergentes, incluindo na inteligência artificial, redes 5G e computação quântica, “são fundamentais para impulsionar mudanças na geopolítica mundial”, disse Maria Papageorgiou, uma das autoras do estudo e professora na Universidade de Exeter, no Reino Unido, num comunicado emitido pela instituição. A análise, publicada na revista Chinese Political Science Review, baseia-se na teoria do “equilíbrio das ameaças”, segundo a qual os Estados consideram os níveis de ameaça externa juntamente com o seu poder interno quando tomam decisões. “Confrontados com uma ameaça, os Estados, num sistema internacional anárquico, podem equilibrar a ameaça ou alinhar com a fonte da ameaça”, explicou. Os analistas afirmaram que uma “coligação de equilíbrio” global foi formada pelos Estados Unidos e países aliados, que utilizam sanções, proibições de exportação e a formação de alianças estratégicas para reduzir o alcance da China nas tecnologias emergentes. O desenvolvimento de tecnologias emergentes, que têm “implicações imprevisíveis” na segurança nacional, “exige uma reavaliação do papel da tecnologia nos assuntos internacionais e do seu impacto no sistema internacional”, escreveu a equipa. Embora as percepções do poder de um país sejam frequentemente limitadas pela proximidade geográfica, a natureza transfronteiriça dessas tecnologias emergentes torna-as “desimpedidas pelas defesas tradicionais do ar, da terra ou do mar”, lê-se. De acordo com os autores, entre 2017 e 2023, a posição da China como um “concorrente quase par dos EUA” a nível tecnológico levou Washington a “investir mais do que a China e a restringir o seu acesso a certas tecnologias críticas, novos mercados e recursos necessários para o progresso tecnológico”. Pé de igualdade Em 2021, os EUA proibiram investimentos em 59 empresas chinesas no sector dos ‘chips’ semicondutores, incluindo a Huawei. No ano seguinte, entrou em vigor a Lei de Chips e Ciência, que visa impulsionar o investimento na indústria norte-americana de semicondutores. Outros países “seguiram as pegadas”, referiu o estudo, apontando para o acordo entre EUA, Países Baixos e Japão, em Janeiro de 2023, para “travar a venda de algumas máquinas avançadas de fabrico de ‘chips’ e restringir as vendas de semicondutores avançados à China”. “A aceitação das recomendações políticas dos EUA, que por vezes ocorre após meses de árduas negociações, representa um esforço conjunto dos aliados para impedir a aquisição pela China de tecnologia de ponta em semicondutores, com o objectivo de preservar a sua própria superioridade tecnológica”, escreveu a equipa. Embora a China ainda esteja atrás dos EUA nas principais tecnologias de IA, este é um sector em que a China “passou a competir com os EUA” e começou a exportar a sua tecnologia, acrescentaram. “Como resultado, mais de 60 países usam exclusivamente a tecnologia chinesa de vigilância de IA, a maioria dos quais em África e na América Latina”, referiu. A China tornou-se dominante na adopção global do 5G, com a Huawei a liderar a implementação global, sendo responsável por 91 contratos comerciais, principalmente com países em desenvolvimento na Ásia. “Os EUA envolveram-se numa campanha agressiva para convencer os parceiros europeus a banir os fornecedores chineses da rede 5G”, escreveu a equipa. Os investigadores também apontaram para o Conselho de Comércio e Tecnologia UE-EUA, que sinaliza “uma potencial aliança para combater a expansão da tecnologia chinesa”. O conselho foi criado em 2021 para se concentrar nos controlos de exportação e nas preocupações com as tecnologias emergentes.
Hoje Macau China / Ásia1º Maio | Viagens domésticas na China aumentam 7,6% durante feriados A China registou cerca de 295 milhões de viagens turísticas domésticas nos feriados do Dia dos Trabalhadores, mais 7,6 por cento, em termos homólogos e mais 28,2 por cento relativamente ao mesmo período de 2019, foi ontem anunciado. O número, divulgado pelo Ministério da Cultura e Turismo, ultrapassa assim os níveis anteriores à pandemia da covid-19. As autoridades já tinham previsto um aumento significativo da actividade turística durante este feriado, que decorreu entre 1 e 5 de Maio, com as reservas a apontarem para uma preferência por viagens de longa distância dentro do país. A China registou ainda cerca de 8,47 milhões de viagens de entrada e saída das fronteiras durante o feriado, um aumento de 35,1 por cento em relação ao mesmo período de 2023, de acordo com a Administração Nacional de Imigração chinesa. O número diário de viagens atingiu o pico na sexta-feira, com um recorde de mais de 1,8 milhões, disse a administração. Cerca de 4,77 milhões eram viajantes do continente, enquanto os viajantes de Hong Kong, Macau e Taiwan representaram 2,92 milhões e os visitantes estrangeiros 779.000. Estes três números representam aumentos substanciais em relação ao ano anterior, com subidas homólogas de 38 por cento, 20,8 por cento e 98,7 por cento, respectivamente, disse a administração. O sector do turismo, um dos mais atingidos pela pandemia e pela política “covid zero” que fechou as fronteiras da China durante três anos, dá agora sinais de retoma, impulsionado pelo aumento das despesas dos turistas chineses.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim insta Filipinas a “regressar ao diálogo” para resolver litígios territoriais A China instou ontem as Filipinas a “resolver as diferenças através do diálogo e da consulta”, após repetidos confrontos entre navios de ambos os países em águas disputadas no Mar do Sul da China. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, sublinhou ontem, em conferência de imprensa, os “esforços e a sinceridade” da China para gerir as diferenças através do diálogo e da consulta. Lin referiu-se a um “acordo de cavalheiros” alcançado no final de 2021 entre a China e as Filipinas, que “reflecte a intensa comunicação e negociação bilateral” entre as duas partes, embora o porta-voz tenha acusado Manila de não ter honrado o acordo em Fevereiro passado. O porta-voz disse que o seu país “negociou repetidamente através dos canais diplomáticos com o comando militar filipino no início deste ano para estabelecer um ‘novo modelo'” para o fornecimento de bens essenciais ao Atol de Ayungin, onde as Filipinas têm um pequeno destacamento num antigo navio militar, o Sierra Madre, que está encalhado desde 1999 para reivindicar a soberania sobre o local. Segundo Lin, este acordo deveria ter sido aplicado em Fevereiro passado, mas foi abandonado pouco depois por Manila. “As declarações das Filipinas não podem negar os factos objectivos dos acordos alcançados, incluindo o ‘acordo de cavalheiros’, o entendimento interno e o ‘novo modelo'”, disse o porta-voz. Lin sublinhou que estes entendimentos e consensos têm como objectivo gerir as diferenças, evitar conflitos, criar confiança e manter a paz e a estabilidade na zona. Meter água Na passada terça-feira, navios da guarda costeira chinesa voltaram a disparar canhões de pressão de água contra navios filipinos, causando danos materiais, nas águas disputadas ao largo do Atol de Scarborough. Em Março passado, ocorreram incidentes em que navios da Guarda Costeira e milícias chinesas utilizaram canhões de água sob pressão contra navios filipinos em missões de abastecimento na Sierra Madre. Desde que chegou ao poder, em Junho de 2022, o Presidente Ferdinand Marcos Jr. reforçou os laços de defesa com os EUA e criticou Pequim relativamente às reivindicações de soberania no Mar do Sul da China. Em Julho de 2016, o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia decidiu a favor das Filipinas numa sentença contra a China sobre a soberania no Atol de Scarborough, que fica a menos de 321 quilómetros da ilha filipina de Luzon e estaria dentro da área económica exclusiva de Manila de acordo com o direito internacional. Pequim não acatou a decisão, alegando razões históricas para a reivindicação de soberania sobre a quase totalidade do mar do Sul da China, uma reivindicação que entra em conflito com as de outros países, incluindo Vietname, Malásia e Brunei. Por estas águas estratégicas, onde os Estados Unidos defendem o direito à livre navegação, passa 30 por cento do comércio marítimo mundial. A região alberga ainda 12 por cento das zonas de pesca do mundo, bem como jazidas de petróleo e gás.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping na Europa | França deve procurar “meio termo”, escreve imprensa chinesa A viagem a França do Presidente chinês, Xi Jinping, constitui uma “oportunidade” para Paris ser “sincera” e “chegar a um meio-termo”, com vista a “contribuir para a estabilidade da economia global”, defendeu ontem a imprensa chinesa. “Espera-se sinceramente que a França chegue a um meio-termo com a China, promovendo uma maior cooperação bilateral em matéria de comércio e investimento, através de uma melhor comunicação e coordenação, contribuindo, em última análise, para a estabilidade e prosperidade da economia global”, afirmou o jornal estatal Global Times, em editorial, numa altura de crescentes tensões económicas e comerciais entre a União Europeia (UE) e a China. A Europa tem de ver a China de uma “perspectiva global”, algo que “beneficiaria o mundo”, porque “a China é uma oportunidade”, afirmou He Zhigao, do Instituto de Estudos Europeus da Academia Chinesa de Ciências Sociais, citado pelo Global Times. “Mas se a Europa ficar do lado dos Estados Unidos, só verá a China como um desafio”, vincou. Xin Hua, do Centro de Estudos da União Europeia da Universidade de Estudos Internacionais de Xangai, considerou que a orientação estratégica da França desempenha “um papel decisivo” na UE e que, enquanto os dois países mantiverem uma interação positiva, as relações entre Pequim e o bloco permanecerão “estáveis”. “Embora tenha havido altos e baixos nas relações entre China e UE, nos últimos anos, a atitude e a postura cooperativa da China e da França em muitas questões permaneceram estáveis. Desde o ano passado, os intercâmbios a todos os níveis entre a China e a Europa foram totalmente retomados e cada vez mais os europeus reconhecem a boa vontade da China”, apontou. “Para a Europa, a China é uma oportunidade e não um risco. Somos um parceiro e não um rival. De um modo geral, a vontade da Europa de cooperar com a China está a aumentar”, acrescentou. Espinhos atravessados Os analistas citados pelo Global Times não mencionaram algumas das questões mais espinhosas da relação, como a situação dos Direitos Humanos na China ou as tensões comerciais, especialmente depois de Bruxelas ter anunciado medidas para combater práticas que considera injustas, nomeadamente a subvenção maciça de alguns sectores que inundam o mercado europeu. Analistas citados pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, afirmaram ontem que as restrições europeias aos automóveis fabricados na China “não vão impedir” os principais fabricantes de automóveis chineses, desde a BYM à Chery Automobile, “de prosseguirem as suas ambições globais”.
Hoje Macau China / Ásia MancheteXi Jinping na Europa | Paris e Pequim querem relação harmoniosa O Presidente chinês, Xi Jinping, está em Paris, onde reuniu com Macron e Von der Leyen, naquela que é a sua primeira visita à Europa após o fim da pandemia. Depois de França, o périplo europeu inclui também visitas à Hungria e Sérvia A França comprometeu-se ontem a manter uma relação equilibrada entre a China e a União Europeia (UE) num encontro dos Presidentes dos dois países em Paris, em que participou a presidente da Comissão Europeia. “A nossa vontade é ter uma relação equilibrada com a China”, afirmou o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, antes do início da reunião com Xi Jinping e Ursula von der Leyen no Palácio do Eliseu. Macron exigiu “regras justas para todos” no comércio entre a Europa e a China, segundo a agência espanhola EFE. “O futuro do nosso continente dependerá claramente da nossa capacidade de continuar a desenvolver as relações com a China de uma forma equilibrada”, disse Macron, também citado pela agência francesa AFP. Nas breves declarações à imprensa antes da reunião à porta fechada com Xi e Von der Leyen, o líder francês aludiu às tensões económicas e comerciais entre a China e a UE. A UE anunciou nos últimos meses medidas de protecção contra práticas que considera injustas por parte de Pequim, nomeadamente a subvenção de certos sectores cujos produtos inundam o mercado europeu. Macron disse que existem outras preocupações que serão discutidas com o Presidente chinês, e falou das guerras na Ucrânia e no Médio Oriente. “São duas grandes crises em que a coordenação entre nós é absolutamente crucial”, afirmou. Xi apelou para que a China e a UE reforcem a “coordenação estratégica” e se mantenham parceiros, num contexto de numerosos litígios que vão do comércio aos direitos humanos. “Como duas grandes potências mundiais, a China e a UE devem permanecer parceiros, prosseguir o diálogo e a cooperação, aprofundar a comunicação estratégica, reforçar a confiança mútua estratégica, consolidar o consenso estratégico e empenhar-se na coordenação estratégica”, disse Xi. Segundo o líder chinês, “o objectivo é promover o desenvolvimento estável e saudável das relações entre a China e a UE, e dar constantemente novos contributos para a paz e o desenvolvimento no mundo”. Diferenças de parte A UE considera oficialmente a China como um parceiro, mas também como um concorrente e um rival sistémico. As relações entre Pequim e Bruxelas tornaram-se significativamente tensas sobretudo desde que a UE lançou uma investigação sobre os subsídios do gigante asiático aos carros eléctricos em 2023. A China foi também criticada pelo Ocidente, nomeadamente pelos europeus, relativamente à questão da Ucrânia. Embora apele ao respeito pela integridade territorial de todos os países, incluindo a Ucrânia, a China nunca condenou publicamente a Rússia. Pequim também reforçou as relações diplomáticas e económicas com Moscovo desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em Fevereiro de 2022. Apesar das diferenças, Pequim considera Bruxelas um parceiro mais estável e previsível do que os Estados Unidos, que nos últimos anos intensificaram as restrições comerciais e as declarações políticas hostis em relação à China. “Esperamos que as relações sino-francesas e sino-europeias se reforcem mutuamente e se desenvolvam em conjunto”, disse Xi a Macron e a Von der Leyen. Xi Jinping iniciou ontem em França a primeira visita à Europa desde a pandemia de covid-19, que inclui também Hungria e Sérvia, dois países considerados próximas da China e da Rússia.
Hoje Macau China / ÁsiaExportações lusófonas para a China fixam novos máximos As exportações dos países de língua portuguesa para a China registaram o melhor arranque de ano de sempre, ao atingir 35 mil milhões de dólares no primeiro trimestre do ano. Este é o valor mais elevado para o período entre Janeiro e Março desde que o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) começou a apresentar este tipo de dados dos Serviços de Alfândega da China, em 2013. As exportações aumentaram 23,6 por cento em termos anuais sobretudo devido ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas cresceram 25,8 por cento, para 29,3 mil milhões de dólares, um novo máximo para um primeiro trimestre. As vendas de mercadorias de Angola para a China aumentaram 9,6 por cento para 4,32 mil milhões de dólares, enquanto as exportações de Portugal subiram 5,4 por cento para 743,7 milhões de dólares. Os dados, divulgados na quinta-feira, mostram que a maioria dos países de língua portuguesa exportou mais para a China, incluindo Moçambique, cujas vendas subiram 26,6 por cento, para 407,4 milhões de dólares. Também Timor-Leste (+1.866 por cento), Cabo Verde (+72,2 por cento) e Guiné-Bissau (+686,7 por cento) viram as exportações para a China aumentar no primeiro trimestre de 2024, embora nenhum dos três países tenha vendido mais de 132 mil dólares (123 mil euros) em mercadorias. Tendências opostas Na direcção oposta, os países lusófonos importaram mercadorias no valor de 19,2 mil milhões de dólares da China, um aumento anual de 12,5 por cento e um novo recorde para um primeiro trimestre. O Brasil foi o maior parceiro comercial chinês no bloco lusófono, com importações a atingirem 16,1 mil milhões de dólares, seguido de Portugal, que comprou à China mercadorias no valor de 1,46 mil milhões de dólares. Ao todo, as trocas comerciais entre os países de língua portuguesa e a China atingiram 54,3 mil milhões de dólares entre Janeiro e Março, mais 19,4 por cento do que em igual período de 2023 e um novo máximo para um primeiro trimestre. A China registou um défice comercial de 15,8 mil milhões de dólares com o bloco lusófono no primeiro trimestre de 2024.
Hoje Macau China / ÁsiaAutomóvel | Tecnológicas prometem abalar sector com eléctricos inteligentes Carros que estacionam autonomamente, equipados com assistentes de voz e baterias com autonomia de 700 quilómetros e carregáveis em 20 minutos fazem parte da nova geração de automóveis chineses que ameaçam a concorrência. “O período da China que copiava acabou”, afirmou à agência Lusa o director de marketing da fabricante alemã Volkswagen no país asiático, Jochen Sengpiehl. “A inovação está a acontecer aqui”, acrescentou. A emergência das marcas chinesas, algumas fundadas há menos de uma década com os olhos postos no segmento eléctrico, promete ter “grande impacto” na indústria, advertiu Carlos Martins, que dirige uma fábrica da empresa portuguesa de componentes para automóveis Sodecia no nordeste da China. Carlos Martins, que vive no país há dez anos, destacou à Lusa a velocidade “completamente diferente” de actuar dos fabricantes locais, em contraposição com as congéneres europeias, que têm estruturas organizacionais “muito pesadas” e que levam “muito tempo” a executar modificações. No ano passado, os modelos eléctricos da série ID, da Volkswagen, não foram além de 3 por cento de quota de mercado no segmento eléctrico na China, que compõe 50 por cento das vendas a nível global do fabricante alemão. Os eléctricos representaram 24 por cento das vendas de carros novos na China, em 2023, segundo dados do sector. Se forem incluídos os híbridos, a quota de veículos alimentados por novas energias nas vendas totais atingiu 36 por cento. A Volkswagen está a preparar o lançamento de novos modelos em parceria com a Xpeng, a marca chinesa de carros eléctricos pela qual pagou 630 milhões de euros por uma participação de 4,99 por cento em 2023. “Já não podemos fazer tudo sozinhos”, admitiu Sengpiehl. Em causa, está a reconfiguração do automóvel pelas tecnológicas chinesas Huawei, Xiaomi ou Baidu de um meio de transporte privado alimentado por um motor de combustão interna, para um dispositivo tecnológico movido a energia eléctrica. “Criar Uma Casa Móvel” é, por exemplo, o lema da Li Auto, a fabricante chinesa cujos veículos estão equipados com tecnologia de controlo por gestos, sistema de karaoke, tomadas eléctricas, frigorífico ou um painel OLED de 17 polegadas onde é possível assistir a filmes ou jogar jogos. “As marcas tradicionais estão a trazer brinquedos analógicos para um parque digital”, descreveu Tu Le, o director da consultora Sino Auto Insights, à Lusa. O título de uma reportagem publicada pelo jornal The New York Times é igualmente enfático: “Para o mercado automóvel da China, o eléctrico não é o futuro. É o Presente”. A alastrar O domínio chinês alarga-se também à indústria de baterias. As chinesas CATL e BYD são os maiores fabricantes mundiais. Pequim mantém ainda forte controlo no acesso a matérias-primas essenciais. Isto é resultado de mais de uma década de subsídios, investimento a longo prazo e gastos com infraestrutura. “Foi preciso uma política industrial focada, muita paciência e muito capital”, resumiu Tu. Em 2014, o líder chinês, Xi Jinping, afirmou que o desenvolvimento de carros eléctricos era a única forma de a China se converter numa “potência do sector automóvel”, que passou a constar nos planos quinquenais delineados pelo Partido Comunista Chinês e, nos anos seguintes, foram criadas centenas de marcas de veículos eléctricos no país. Isto gerou excesso de capacidade de produção e um problema de sustentabilidade financeira: mais de 60 por cento dos fabricantes chineses de eléctricos vendem menos de 10.000 carros por ano. Devido à feroz guerra de preços em curso, apenas a norte-americana Tesla e a BYD conseguem permanecer lucrativas, o que deverá conduzir a uma consolidação do sector nos próximos anos. “Em nenhuma outra região do mundo a transformação da indústria automóvel é tão rápida como na China”, afirmou Oliver Blume, diretor executivo da Volkswagen, numa conferência de imprensa no Salão do Automóvel da China. “Este mercado tornou-se uma espécie de centro de alta performance para nós. Temos de trabalhar mais e mais depressa para o manter”, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Conselheiros de Biden temem repercussão de protestos estudantis Os conselheiros do Presidente dos EUA, Joe Biden, estão preocupados com a repercussão para a Casa Branca das manifestações pró-palestinianas nas universidades, que recordam protestos estudantis dos anos 60 do século passado. Em recentes declarações ao jornal Washington Post, um assessor da recandidatura presidencial de Biden confessava que o debate sobre a posição da Casa Branca relativamente ao conflito no Médio Oriente pode tornar-se um tema de campanha que acabará por beneficiar o adversário republicano, o ex-presidente Donald Trump, sobretudo depois da escalada de conflito nos protestos estudantis nas universidades. O argumento que sustenta as preocupações nas fileiras democratas prende-se com o radicalismo das posições assumidas pelo Governo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que pode desmobilizar o eleitorado mais à esquerda do Partido Democrata, se Biden não se demarcar de algumas das suas decisões no conflito na Faixa de Gaza. Por outro lado, os conselheiros do Presidente norte-americano estão preocupados com o facto de as manifestações pró-palestinianas em diversas universidades estarem igualmente a suscitar um debate sobre os limites da liberdade de expressão, o que poderá dar relevantes armas políticas a Trump, que tem acusado Biden de usar instrumentos da máquina judicial e política para procurar conter as posições conservadoras dos republicanos. A história repete-se Os conselheiros de Biden lembram ainda que a Casa Branca pode ser afectada por qualquer escalada no conflito social provocado pelas manifestações nas universidades, tal como aconteceu em 1968, quando, a propósito da luta pelos direitos civis e contra a guerra no Vietname, num cenário de manifestações estudantis, o Partido Democrata acabou por ser derrotado por Richard Nixon. O paralelismo entre o que aconteceu na Universidade de Columbia em 1968 e agora, em 2024, é inevitável, sobretudo depois de a presidente da instituição, Minouche Shafik, ter apelado à intervenção policial para desmobilizar os estudantes ativistas pró-palestinianos, repetindo acções de detenção de alunos que se verificaram há mais de 50 anos. Em 1968, os alunos protestavam contra a ligação da Universidade de Columbia a uma organização que fazia investigação de armas para a guerra do Vietname, bem como contra a forma como a administração tratava os alunos de minorias étnicas. Tal como sucedeu nos últimos dias, a administração da universidade permitiu que agentes da Polícia de Nova Iorque entrasse nas instalações para expulsar os manifestantes, provocando duros confrontos físicos, que levaram a dezenas de detenções e feridos. Os confrontos estudantis prejudicaram fortemente a imagem do então presidente democrata Lyndon Johnson, bem como as aspirações políticas do candidato do partido às eleições presidenciais de Novembro de 1968, Hubert Humphrey, que acabou derrotado pelo republicano Richard Nixon. Charles Blow, analista político e colunista do jornal The New York Times, estabelece o paralelo entre o momento vivido em 1968 e aquele que agora se repete em várias universidades e lembra que há 50 anos os democratas sentiram na pele os efeitos dos protestos estudantis na convenção do partido que se realizou em Chicago. Também em 1968 se debateu a questão do direito à liberdade de expressão dos estudantes e também a decisão de usar os agentes policiais para desmobilizar as manifestações acabou por afetar a imagem da Casa Branca, o que pode ser um aviso para a postura de Biden sobre esta matéria, como defende Blow. Esta semana, Donald Trump preferiu comparar os protestos estudantis na Universidade de Columbia com a invasão do Capitólio, a 6 de Janeiro de 2021, pelos seus apoiantes, com o objectivo de tentar reverter a vitória de Biden nas eleições presidenciais de 2020. “Os alunos ocuparam um edifício. Isso é um grande problema. Eu interrogo-me se o que acontecerá será comparável ao que aconteceu a 6 de Janeiro”, ironizou Trump, referindo-se ao facto de muitos dos seus apoiantes terem sido investigados e punidos judicialmente pela invasão do Capitólio.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor Gap e Timor Resourse assinam acordo que põe fim a diferendo A petrolífera estatal timorense Timor Gap e a Timor Resource, empresa privada australiana, assinaram ontem um acordo que põe fim ao diferendo que as opunha e abre a porta para o início da exploração de petróleo “onshore”. “Este acordo resolve as diferenças que a Timor Gap e a Timor Resource tiveram no passado”, afirmou Rui Soares, presidente da Timor Gap. Segundo Rui Soares, os diferendos foram ultrapassados e encontrada uma solução, que foi aprovada por Conselho de Ministros. “Hoje (ontem) é um dia muito importante para nós, enquanto empresa pioneira estrangeira na exploração ‘onshore’ em Timor-Leste. O que assinamos hoje foi um acordo mutuamente benéfico, que cria estabilidade e certeza para a entrada de investimento estrangeiro em Timor-Leste”, afirmou a presidente do conselho de administração da Timor Resource, Suellen Osborne. As duas empresas mantinham um diferendo sobre direitos e obrigações do consórcio, detido pela Timor Resourse, Timor GAP e subsidiárias – nomeadamente sobre o financiamento das atividades para desenvolvimento da exploração, apesar de terem uma participação idêntica no consórcio. A Timor Resource e a Timor GAP têm um contrato de partilha de produção para dois blocos terrestres, nomeadamente os blocos A (no município de Covalima) e o B (nos municípios de Manufahi e Ainaro). Entre 2021 e 2022, a Timor Resource completou a prospeção em três poços (Karau, Kumbili e Lafaek) e os resultados das perfurações exploratórias mostraram a descoberta de hidrocarbonetos (petróleo e gás). Teste comercial Questionado sobre o início da exploração comercial daquelas descobertas, Stuart Laque, director operacional da Timor Resource, começou por dizer que historicamente a operação foi um sucesso, mas que ainda falta provar se é comercial. “Desde 1957 foram perfurados 26 poços em terra e temos apenas três sucessos técnicos. O nosso foco inicial serão as oportunidades petrolíferas, porque o petróleo está a menos de 1.000 metros de profundidade”, salientou. Segundo Stuart Laque, apesar de se saber que “offshore” há petróleo e gás em Timor-Leste, “onshore” ainda não está provado que seja comercial, mas, caso seja, o objectivo é “chegar a cerca de 5.000 barris de petróleo por dia até ao final de 2025”.
Hoje Macau China / ÁsiaSérvia | Presidente Aleksandar Vucic enaltece visita de Xi Jinping O Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, disse na terça-feira que a iminente visita de Estado do Presidente chinês, Xi Jinping, é não só um grande evento diplomático para a Sérvia, mas também um grande evento digno da alegria de todo o povo sérvio. Ao expressar a sua crença de que a visita de Xi trará uma nova esperança para o desenvolvimento da Sérvia, o Presidente afirmou: “Estou muito ansioso pela visita do presidente Xi”, inca a Xinhua. Vucic proferiu estas declarações ao reunir com o presidente da Agência de Notícias Xinhua, Fu Hua, em Belgrado. Observando que a China é o “amigo de ferro” da Sérvia e que os intercâmbios entre os dois países são totalmente francos e abertos, Vucic disse que a Sérvia nunca esquecerá o apoio do povo chinês, acrescentando acreditar que Xi sentirá a simpatia e a amizade do povo sérvio durante sua visita. A Sérvia apoia firmemente a posição da China em salvaguardar seus interesses centrais e grandes preocupações, enfatizou Vucic. Sobre a questão de Taiwan, Vucic disse que a Sérvia defende firmemente o princípio de Uma Só China e apoia a China na salvaguarda da sua soberania e integridade territorial.
Hoje Macau China / ÁsiaGuangdong | Balanço de colapso de autoestrada sobe para 48 mortos O colapso de uma autoestrada no sul da China devido ao mau tempo provocou 48 mortos, segundo um novo balanço divulgado ontem pelos meios de comunicação social estatais chineses. “O desmoronamento da autoestrada matou 48 pessoas”, noticiou a agência Xinhua após uma conferência de imprensa das autoridades da cidade de Meizhou, na província de Guangdong. O balanço anterior era de 36 mortos e 30 feridos. Vinte e três viaturas foram encontradas numa vala depois de um troço da autoestrada com 17,9 metros de comprimento ter desabado, disse o governo local em comunicado. O acidente ocorreu pelas 02:00 de quarta-feira. Imagens publicadas nas redes sociais e divulgadas pela imprensa local mostravam fumo e chamas a sair da vala onde os carros caíram. O solo por baixo da autoestrada parece ter cedido, juntamente com o troço que desabou. Trinta pessoas ficaram feridas, nenhuma em risco de vida, referiu a nota. As autoridades anunciaram que cerca de 500 pessoas foram enviadas para ajudar nos trabalhos de resgate. A razão do desmoronamento ainda não é conhecida.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Diplomata chinês convocado após incidente em águas disputadas As disputas no mar do Sul da China acentuam-se com o mais recente incidente entre embarcações dos dois países a provocar a chamada do representante chinês em Manila ao MNE filipino. Pequim acusa as Filipinas de provocações ao entrarem em águas que a China considera seu território As Filipinas anunciaram ontem que convocaram um representante da embaixada chinesa em Manila após um incidente entre navios dos dois países em águas disputadas no mar do Sul da China. “As Filipinas protestaram contra o assédio, (…) bloqueio, manobras perigosas, uso de canhões de água e outras acções agressivas por parte dos navios da guarda costeira chinesa e da milícia marítima chinesa contra” navios filipinos, disse a diplomacia de Manila. O Ministério dos Negócios Estrangeiros filipino disse que convocou Zhou Zhiyong, o número dois da embaixada chinesa em Manila, por causa de um incidente que causou danos a um navio da guarda costeira filipina e outro da agência de pescas na terça-feira. “As acções agressivas da China, especialmente o uso de canhões de água, causaram danos aos navios. As Filipinas exigiram que os navios chineses deixassem imediatamente o atol de Masinloc e os seus arredores”, disse o ministério, num comunicado. Na terça-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês acusou navios filipinos de “violarem a soberania chinesa” após entrarem em águas disputadas adjacentes ao atol de Scarborough. Em conferência de imprensa, o porta-voz da diplomacia chinesa, Lin Jian, disse que a guarda costeira da China desempenhou as suas funções “de acordo com a lei e garantindo a integridade territorial da China”, expulsando dois navios oficiais das Filipinas. “Exortamos as Filipinas a pararem imediatamente com estas provocações e a não desafiarem a firme determinação da China em defender a sua soberania”, acrescentou o porta-voz. Virado para o ocidente Em Março, Pequim alegou que 34 cidadãos filipinos “desembarcaram ilegalmente” em Sandy Cay (conhecida na China como Tiexian), outra ilha no mar do Sul da China cuja soberania é disputada pela China e pelas Filipinas, entre outros países. Estas águas, fundamentais para o comércio marítimo mundial e ricas em recursos naturais, foram palco de vários confrontos entre navios chineses e filipinos nos últimos meses. As autoridades chinesas reivindicam quase todo o mar do Sul da China, incluindo os arquipélagos de Paracel e Spratly, uma reivindicação que se sobrepõe às zonas económicas exclusivas de 200 milhas de países como as Filipinas, o Vietname e a Malásia, ao abrigo do direito internacional. O Presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., reforçou os laços de defesa com os Estados Unidos e criticou Pequim pelas reivindicações de soberania no mar do Sul da China. Pequim alega razões históricas, mas em 2016 o Tribunal Permanente de Arbitragem confirmou a reivindicação de Manila contra as pretensões das autoridades chinesas, uma decisão que a potência asiática se recusou a cumprir.
Hoje Macau China / Ásia1º de Maio | Milhares de pessoas manifestaram-se no Sudeste Asiático Milhares de pessoas manifestaram-se ontem, Dia Internacional do Trabalhador, em vários países do Sudeste Asiático, incluindo Indonésia, Filipinas, Tailândia, Malásia e Camboja, com reivindicações como salários mais altos nesta região desigual e em expansão. A Indonésia atraiu multidões que marcharam nas ruas de várias cidades do arquipélago, incluindo a capital, com cartazes a exigir melhores salários e respeito pelos direitos laborais, de acordo com a agência espanhola EFE. “A lei laboral é uma piada”, lia-se no cartaz de um activista em Jacarta, referindo-se às reformas laborais de 2023 aprovadas para estimular a economia e criar emprego, mas que os sindicatos criticam por enfraquecerem os direitos laborais e promoverem a precariedade, segundo fotografias da EFE-EPA. O presidente da Confederação Indonésia de Sindicatos, Said Iqbal, disse na véspera que os principais problemas que os trabalhadores indonésios enfrentam são os baixos salários, a precariedade devido à subcontratação e aos falsos contratos temporários, entre outros, noticia a revista Tempo, citada pela EFE. A Indonésia, a maior economia do Sudeste Asiático, e outros países da região estão a atrair muito investimento e interesse de multinacionais como o fabricante chinês de veículos elétricos BYD e a norte-americana Tesla, bem como de ‘gigantes’ da tecnologia como a Apple, a Microsoft e o Facebook. Um dos problemas na região é a ‘uberização’ da economia, uma vez que as plataformas digitais de transporte, encomendas e entrega de alimentos criaram milhares de postos de trabalho, mas com condições frequentemente precárias para os trabalhadores. Além disso, estas economias em expansão sofrem de graves desigualdades económicas, com salários mínimos tão baixos como cerca de 311 dólares (por mês na Indonésia ou tão elevados como 293 dólares por mês na Tailândia. Mais dignidade A este respeito, o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, anunciou ontem um aumento de 13 por cento do salário mínimo dos funcionários públicos para 2.000 ringgit (cerca de 419 dólares ou 393 euros), durante um evento comemorativo do 1º de Maio. Também o primeiro-ministro tailandês, Srettha Thavisin, manifestou na rede social X o seu apoio a “salários mínimos justos” que permitam aos trabalhadores viver com “dignidade”, bem como ao acesso a benefícios laborais e a uma boa qualidade de vida. “O suor do trabalho tailandês é a força motriz do país. Nunca esqueço o compromisso de aumentar os rendimentos e reduzir as despesas, deixando mais dinheiro nos bolsos das pessoas”, escreveu. Em Banguecoque, milhares de manifestantes, incluindo agricultores que exigem preços mais elevados para o arroz e migrantes que exigem melhores empregos, passaram pelo Monumento à Democracia. A manifestação colorida incluiu uma actuação em que pessoas vestidas de criminosos de colarinho branco apareceram acorrentadas dentro de uma cela de prisão, de acordo com as imagens da EFE-EPA.
Hoje Macau China / ÁsiaEspaço | Astronautas regressam à Terra após seis meses na estação espacial O programa espacial chinês, que tem como objectivo colocar astronautas na Lua até 2030, tem ainda programadas mais quatro missões este ano Uma nave espacial chinesa regressou à Terra na terça-feira com três astronautas que terminaram uma missão de seis meses a bordo da estação espacial em órbita do país, informou ontem a imprensa local. A nave Shenzhou-17, que transportava Tang Hongbo, Tang Shengjie e Jiang Xinlin, aterrou em Dongfeng, na Região Autónoma da Mongólia Interior, no norte da China, no deserto de Gobi, pouco antes das 18:00h. A China construiu a sua própria estação espacial depois de ter sido excluída da Estação Espacial Internacional, em grande parte devido às preocupações dos Estados Unidos com a influência do Exército chinês sobre o programa espacial do país. Este ano, a estação chinesa tem programadas duas missões de transporte de carga e duas missões de voos espaciais tripulados. O ambicioso programa espacial chinês tem como objectivo colocar astronautas na Lua até 2030, bem como trazer de volta amostras de Marte por volta do mesmo ano e lançar três missões com sondas lunares nos próximos quatro anos. A nova tripulação é composta pelo comandante Ye Guangfu, com 43 anos, um astronauta veterano que participou na missão Shenzhou-13 em 2021, e pelos pilotos de caça Li Cong, 34 anos, e Li Guangsu, 36 anos, que se estão a estrear em voos espaciais. Os astronautas vão passar cerca de seis meses nos três módulos da estação espacial, a Tiangong, que pode acolher até seis astronautas de cada vez. Durante a sua estadia, realizarão testes científicos, instalarão equipamento de protecção contra detritos espaciais, efectuarão experiências com cargas úteis e transmitirão aulas de ciências a estudantes na Terra. A China também afirmou que planeia oferecer acesso à sua estação espacial a astronautas estrangeiros e turistas espaciais. Com a Estação Espacial Internacional a aproximar-se do fim da sua vida útil, a China poderá vir a ser o único país a manter uma estação tripulada em órbita. Chegar à lua A China realizou a sua primeira missão espacial com tripulação em 2003, tornando-se o terceiro país, depois da antiga União Soviética e dos EUA, a colocar uma pessoa no espaço utilizando os seus próprios recursos. A Tiangong foi lançada em 2021 e concluída 18 meses depois. Acredita-se que o programa espacial dos EUA ainda tenha uma vantagem significativa sobre o da China devido ao seu orçamento, cadeias de abastecimento e capacidades. No entanto, a China tem-se destacado em algumas áreas, trazendo amostras da superfície lunar pela primeira vez em décadas e pousando uma sonda no lado da Lua não visível a partir da Terra. Os Estados Unidos pretendem colocar uma tripulação na superfície lunar até ao final de 2025, no âmbito de um compromisso renovado com as missões tripuladas, com a ajuda de empresas do sector privado como a SpaceX e a Blue Origin.
Hoje Macau China / ÁsiaAmérica Latina | MNE de três países de visita à China As visitas à China esta semana dos chefes da diplomacia da Argentina, Peru e Bolívia “vão dar um bom impulso” às relações entre Pequim e a América Latina, afirmou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que as viagens dos ministros da Argentina, Peru e Bolívia, Diana Mondino, Javier González-Olaechea e Celinda Sosa, respectivamente, “vão abranger uma vasta gama de questões”, incluindo “relações bilaterais e questões de interesse mútuo a nível internacional e regional”. “As relações entre a China e estas nações registaram um crescimento constante nos últimos anos, caracterizado por uma confiança e colaboração crescentes”, afirmou Lin. O porta-voz mostrou-se confiante de que as reuniões vão contribuir significativamente para o desenvolvimento futuro das relações entre a China e a América Latina: “Continuaremos a reforçar a unidade e a cooperação com os países latino-americanos”, afirmou. Mondino, González-Olaechea e Sosa iniciaram as suas respectivas visitas oficiais no domingo. Lin acrescentou que os três ministros dos Negócios Estrangeiros vão reunir-se com o seu homólogo chinês, Wang Yi, que já teve um encontro, este domingo, com o chefe da diplomacia boliviana, com quem reafirmou a “amizade tradicional” que une os seus países. A visita de Mondino, acompanhado por uma delegação de autoridades económicas do país, incluindo o presidente do Banco Central, Santiago Bausili, e o secretário das Finanças, Pablo Quirno, surge num momento particularmente importante para as relações bilaterais, uma vez que Buenos Aires procura abordar o acordo de troca de divisas com Pequim. Para além deste mecanismo que permite à Argentina pagar as importações da China na moeda chinesa, o yuan, e não em dólares, a viagem do Ministro dos Negócios Estrangeiros argentino tem como objectivo reforçar a cooperação no sector do lítio e atrair o investimento chinês para obras públicas.