Responsável pelo Tesouro da Austrália visita Pequim

O responsável pelo Tesouro da Austrália, Jim Chalmers, vai visitar Pequim esta semana, na primeira deslocação de nível ministerial do governo australiano à China em sete anos, sinalizando uma melhoria nas tensas relações bilaterais.

Chalmers parte para Pequim na quinta-feira para uma visita de dois dias. O último responsável pelo Tesouro australiano a visitar a China foi Scott Morrison, em 2017.

Chalmers disse ontem que o principal objectivo da sua visita é co-presidir o Diálogo Económico Estratégico Austrália-China com He Lifeng, presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, órgão máximo de planificação económica do país asiático.

As discussões centrar-se-ão no crescimento do comércio e do investimento com a China e nas oportunidades de cooperação entre as empresas australianas e chinesas, segundo documentos governamentais. “Este é outro passo muito importante para estabilizar a nossa relação económica com a China”, disse Chalmers, citado pela imprensa australiana.

“Fará parte dos esforços metódicos e coordenados do governo de Albanese para restabelecer o diálogo com a China, o maior parceiro comercial da Austrália”, acrescentou Chalmers. O diálogo foi realizado pela última vez em 2017.

Tempestade e bonança

As relações bilaterais atingiram o seu ponto mais baixo em 2020, depois de o governo de Morrison ter apelado a uma investigação independente sobre as origens da covid-19.

Em 2020, a China impôs uma série de proibições oficiais e não oficiais aos produtos australianos, incluindo carvão, algodão, vinho, cevada, carne de bovino, lagostas e madeira, que custaram aos exportadores australianos até 20 mil milhões de dólares australianos, por ano.

A maior parte desses obstáculos comerciais foram eliminados desde que o governo conservador foi destituído, após nove anos de mandato.

Em Novembro, Albanese tornou-se o primeiro primeiro-ministro australiano a visitar a China em sete anos. Em Junho, Li Qiang tornou-se o primeiro primeiro-ministro chinês a visitar a Austrália em sete anos. A Austrália tem um acordo de comércio livre com a China desde 2015.

26 Set 2024

Wall Street | Estímulos devem desencadear grande recuperação de acções

A gigantesca operação financeira levada a cabo pelo Banco Central da China deverá levar à estabilização do mercado e a um salto positivo na economia do país

 

O mais ambicioso pacote de estímulos para as praças financeiras chinesas desde a crise de 2015 levou alguns bancos e gestores de Wall Street a prever uma recuperação dos títulos mobiliários do país, após três anos em queda.

O Banco Popular da China (banco central) anunciou na terça-feira a compra de 800 mil milhões de yuan em acções, juntamente com a redução das taxas de juro, redução do rácio de reservas e outras medidas de apoio.

As medidas, sem precedentes na história recente do mercado bolsista chinês, de acordo com analistas, suscitaram uma valorização de 4,2 por cento na bolsa de Xangai, e de 4,1 por cento na bolsa de Hong Kong.

“Consideramos as medidas anunciadas como um passo absolutamente positivo, dada a sua natureza sem precedentes e os valores do financiamento prometido”, afirmou Laura Wang, estratega de acções do banco de investimento Morgan Stanley, numa nota.

“As medidas surpreendentes de apoio ao mercado [pelo Banco Popular da China] devem ajudar a melhorar o sentimento e a liquidez dos investidores e levar os mercados doméstico e estrangeiro a reagir positivamente no curto prazo”, acrescentou.

Na terça-feira, o banco central informou que as companhias de seguros, os gestores de activos e as empresas de valores mobiliários vão poder utilizar obrigações, fundos de acções negociados em bolsa e acções individuais de empresas do CSI 300, o índice com as principais empresas do país, como garantia para adquirir obrigações do tesouro.

As empresas públicas vão também poder recorrer a um novo mecanismo de empréstimo de 300 mil milhões de yuan criado pelo banco central para efeitos de recompra de acções.

O governador da instituição, Pan Gongsheng, afirmou que está também a ser preparado um fundo de estabilização do mercado. Os 800 mil milhões de yuan do pacote de estímulos equivalem aproximadamente a 3 por cento da actual capitalização bolsista do mercado de acções da China, de acordo com um relatório do Morgan Stanley.

“O sentimento de urgência pode convencer os investidores de que mais apoio político está a caminho”, observou Chaoping Zhu, estratega de mercado global da JP Morgan Asset Management, com sede em Xangai. “Vemos oportunidades de valor e de diversificação nas acções chinesas, tendo em conta a valorização dos mercados em todo o mundo”, apontou.

Salto positivo

O débil consumo doméstico, a queda dos lucros e a longa crise imobiliária têm corroído a confiança dos investidores na segunda maior economia mundial. O índice CSI 300 caiu cerca de 2 por cento este ano, após três anos de quedas sem precedentes, para negociar ao nível mais baixo em comparação com os pares mundiais.

O anúncio de estímulos pode desencadear um salto “maior do que o habitual” agora que as avaliações estão a níveis deprimidos, indicou Richard Tang, estratega da China e chefe de investigação do Julius Baer em Hong Kong.

“O apoio à liquidez sem melhorias macroeconómicas contínuas tem mais probabilidades de resultar em recuperações de curta duração”, apontou o documento do Morgan Stanley. “Gostaríamos de ver uma trajectória diferente desta vez, mas aconselhamos que é necessária mais paciência”, notou.

26 Set 2024

Shenzhen | Pequim pede a Tóquio reacção calma ao homicídio de rapaz japonês

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, disse ontem ao homólogo japonês esperar que Tóquio reaja “calma e racionalmente” ao homicídio de um rapaz japonês de 10 anos em Shenzhen. Depois do ataque da semana passada na cidade do sul da China, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, exigiu uma explicação e pediu a Pequim a garantir a segurança dos cidadãos japoneses.

Numa reunião com a ministra dos Negócios Estrangeiros japonesa, Yoko Kamikawa, em Nova Iorque, Wang afirmou que Pequim vai investigar e tratar o caso “de acordo com a lei”. “O Japão deve considerar esta questão de forma calma e racional e evitar politizar ou agravar o problema”, afirmou Wang, citado num comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Pequim “vai, como sempre, garantir a segurança de todos os cidadãos estrangeiros na China”, acrescentou. O rapaz de 10 anos foi esfaqueado a caminho de uma escola japonesa.

Embora o motivo ainda não tenha sido confirmado, o ataque ocorreu num dia altamente simbólico, o 93.º aniversário do “Incidente de Moukden”, um ataque japonês a uma linha de caminho-de-ferro que serviu de pretexto para a invasão da Manchúria pelo Japão, em 1931, e foi um prelúdio para a longa guerra sino-japonesa.

O dia 18 de Setembro é conhecido como o “Dia da Humilhação” na República Popular da China. O Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês declarou que Kamikawa “exigiu firmemente” que a China esclarecesse o caso, incluindo o motivo do homicídio, e punisse severamente o autor do crime.

Kamikawa pediu ainda que Pequim tome medidas contra “mensagens maliciosas e antijaponesas nas redes sociais, incluindo as mensagens sobre escolas japonesas, sem qualquer base factual”.

25 Set 2024

Pequim promete apoiar Venezuela independentemente das circunstâncias internacionais

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, assegurou ontem que a China vai continuar a apoiar a Venezuela na defesa da sua “soberania e dignidade nacional”, independentemente das mudanças no cenário internacional.

“A China e a Venezuela são bons amigos e parceiros e, independentemente da mudança das circunstâncias internacionais, a China continuará a apoiar a Venezuela na defesa da sua soberania e dignidade nacional, bem como no desenvolvimento económico e social do país”, disse Wang durante uma reunião, em Nova Iorque, com o seu homólogo venezuelano, Yván Gil, de acordo com um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Wang transmitiu as saudações do chefe de Estado chinês, Xi Jinping, e felicitou Nicolás Maduro pela sua reeleição como Presidente, uma posição que contrasta com a da União Europeia (UE), que reiterou ontem que não reconhece a legitimidade do Presidente venezuelano, segundo o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell.

As declarações reafirmam a posição diplomática da UE depois de o Parlamento Europeu ter aprovado esta semana uma resolução não vinculativa que reconhece Edmundo González como o legítimo vencedor das eleições venezuelanas de 28 de Julho.

“O povo venezuelano vai unir-se e ultrapassar os desafios, alcançando novos êxitos no desenvolvimento do país”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês.

Amizade duradoura

Gil sublinhou que, no ano passado, os Presidentes da Venezuela e da China elevaram as suas relações a uma “parceria estratégica infalível” e que este ano celebram o 50.º aniversário das suas relações diplomáticas, marcando um “momento-chave” na sua história bilateral.

De acordo com o ministro venezuelano, a Venezuela é “o parceiro mais fiável da China”, empenhada em reforçar ainda mais a cooperação para benefício mútuo dos dois povos.

A visita de Wang aos Estados Unidos faz parte da sua participação na 79.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, onde representará a China e procurará obter o apoio do Sul Global numa altura de fricção com o Ocidente.

O ministro, que estará em Nova Iorque até 28 de Setembro na qualidade de enviado especial de Xi, assistirá também ao debate de alto nível do Conselho de Segurança e manterá reuniões com os seus homólogos do Grupo dos Vinte países mais desenvolvidos e emergentes (G20) e dos BRICS.

25 Set 2024

Líbano | Pequim denuncia “ataques indiscriminados” contra civis

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, denunciou ontem os “ataques indiscriminados” contra civis, incluindo a vaga de explosões de equipamentos de comunicação no Líbano, num encontro com o seu homólogo libanês, Abdallah Bou Habib.

“Estamos atentos à evolução da situação regional, nomeadamente às recentes explosões de equipamentos de comunicação no Líbano, e opomo-nos firmemente aos ataques indiscriminados contra civis”, declarou Wang Yi, durante uma reunião bilateral em Nova Iorque, acrescentando que Pequim “estará sempre ao lado do Líbano”, segundo um comunicado divulgado pela diplomacia chinesa.

Wang Yi reafirmou o apoio da China à “soberania, segurança e dignidade nacional” do Líbano face aos recentes ataques israelitas.

Condenou igualmente os recentes bombardeamentos israelitas que causaram centenas de vítimas, qualificando estas acções como uma “violação dos princípios fundamentais das relações internacionais”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros assegurou ainda que Pequim “estará sempre do lado da justiça e apoiará os seus irmãos árabes, incluindo o Líbano”, sublinhando a sua preocupação com o recente ataque a equipamentos de comunicação no país.

Bou Habib congratulou-se com o apoio contínuo da China em fóruns internacionais como a ONU, sublinhando que Pequim “sempre defendeu a justiça e os direitos dos países em desenvolvimento”. O ministro libanês sublinhou que “o Líbano está a enfrentar tempos difíceis”, com mais de 300 pessoas mortas nos atentados bombistas, e espera que a China continue a promover a paz e o diálogo na região.

Promover a paz

A visita de Wang aos Estados Unidos insere-se no âmbito da sua participação na 79.ª Assembleia Geral da ONU, onde representará a China e procurará obter o apoio do Sul Global numa altura de fricção com o Ocidente.

O ministro, que estará em Nova Iorque até 28 de Setembro na qualidade de enviado especial do Presidente chinês, Xi Jinping, assistirá também ao debate de alto nível do Conselho de Segurança e manterá reuniões com os seus homólogos dos BRICS e do G20.

Wang deverá apelar novamente a um cessar-fogo em Gaza e à contenção para evitar nova escalada, no meio de uma campanha de bombardeamento israelita contra o sul do Líbano, exacerbada pelas tensões entre Israel e o grupo xiita Hezbollah.

Wang já apoiou o pleno reconhecimento da Palestina na ONU e a solução de dois Estados para garantir a “coexistência pacífica” entre israelitas e palestinianos.

25 Set 2024

Hong Kong | Taxistas querem câmaras iguais a Macau

A Associação de Concessionários e Proprietários de Táxis, de Hong Kong, considera que os taxistas da RAEHK concordam com a instalação de “um sistema inteligente” nas viaturas, como acontece em Macau. Este é um sistema que permite captar som e imagens dentro dos táxis, que depois podem ser utilizados em tribunal contra os taxistas ou clientes, no caso de haver suspeitas de crimes.

O sistema também inclui um mecanismo de geo-localização, que permite visualizar o percurso realizado pelas viaturas. Num programa da Rádio Televisão Hong Kong, o presidente permanente da associação, Ng Kwan-shing, justificou o apoio com o novo sistema de pontos para controlar as infracções dos taxistas, que entrou em vigor no domingo.

Ng indicou que existe medo entre os taxistas que os clientes abusem do sistema, pelo que encaram as gravações como uma protecção.

25 Set 2024

Indo-Pacífico | EUA, Índia, Austrália e Japão em exercícios conjuntos

As quatro nações expandiram a cooperação naval na região, alargando o raio de acção que vai agora do Pacífico ao Oceano Índico com a participação, pela primeira vez, de patrulhas conjuntas das guardas-costeiras

 

Os líderes dos Estados Unidos, Japão, Índia e Austrália anunciaram novas iniciativas para reforçar a cooperação naval no Indo-Pacífico face à ascensão da China, incluindo os primeiros exercícios conjuntos das suas guardas costeiras.

O anúncio aconteceu no sábado, durante a cimeira do Diálogo de Segurança Quadrilateral, a aliança dos quatro países conhecida como Quad, que se realizou em Wilmington, no estado do Delaware, no nordeste dos Estados Unidos.

No final da cimeira, as quatro nações emitiram um comunicado conjunto no qual anunciaram uma expansão da colaboração marítima que tinha sido anunciada pela primeira vez na cimeira Quad no Japão há dois anos, coincidindo com a reunião do G7.

A novidade está agora na expansão para que os parceiros do Quad possam monitorizar as águas que vão do Pacífico ao Oceano Índico, graças a uma maior colaboração por parte da Índia.

Os líderes anunciaram ainda a realização, pela primeira vez, de exercícios conjuntos das guardas costeiras, que terão início em 2025 e que procuram confrontar as acções de Pequim no mar do Sul da China.

Um responsável norte-americano disse que um navio da guarda costeira dos EUA acolherá a bordo homólogos japoneses, australianos e indianos com o objectivo de melhorar a coordenação entre as forças, após o qual outro país fornecerá o navio, alternando-os ao longo do tempo.

A China mantém disputas territoriais com vários países da Ásia-Pacífico, incluindo o Japão.

Também países como as Filipinas e a Indonésia têm criticado as actividades de pesca levadas a cabo por navios chineses em águas disputadas do mar do Sul da China, onde Pequim construiu ilhas artificiais com infraestruturas militares.

Microfone indiscreto

O comunicado final, com mais de 5.500 palavras na versão em inglês, não menciona a China, após as declarações oficiais dos dirigentes do Quad, um microfone que ainda estava ligado permitiu aos jornalistas ouvir o Presidente dos EUA a dizer que as acções de Pequim são “uma mudança de táctica, não de estratégia”.

“A China continua a comportar-se de forma agressiva, testando-nos a todos na região, e isto é verdade no mar do Sul da China, no mar do Leste da China, no Sul da China, no Sul da Ásia e no Estreito de Taiwan”, disse Joe Biden aos primeiros-ministros da Índia, Narendra Modi, do Japão, Fumio Kishida, e da Austrália, Anthony Albanese.

Biden acrescentou que o líder chinês, Xi Jinping, procura “minimizar a turbulência nas relações diplomáticas” com o objectivo de centrar-se nos desafios económicos internos”. Outra iniciativa foi a institucionalização do Quad, para garantir a sua sobrevivência face aos ciclos políticos dos quatro membros. Os Estados Unidos têm eleições presidenciais já em Novembro.

Foi anunciada a criação no parlamento dos EUA de um grupo de trabalho, com congressistas democratas e republicanos, para defender e e promover a aliança.

23 Set 2024

Taiwan | Tribunal confirma legalidade da pena de morte

O Tribunal Constitucional de Taiwan confirmou na sexta-feira a legalidade da pena de morte, limitando-a a “circunstâncias especiais e excepcionais”, numa decisão tomada depois de uma queixa de reclusos e organizações não-governamentais.

Um grupo de reclusos no ‘corredor da morte’, aos quais se juntaram a Amnistia Internacional e a Coligação Mundial Contra a Pena de Morte, argumentaram que a pena capital viola os direitos fundamentais protegidos pela Constituição, como os direitos à vida e de não sujeição a tortura ou a actos cruéis, desumanos ou degradantes.

Uma decisão judicial a favor dos queixosos traduzir-se-ia na abolição imediata da pena capital na ilha, onde foram realizadas 35 execuções desde 2010, quando foi levantada uma moratória.

Mas na decisão lida em público pelo presidente do Tribunal, Hsu Tzong-li, foi confirmada a constitucionalidade da pena capital, que em Taiwan é cumprida disparando um tiro de pistola à altura do coração nas costas do condenado, deitado de barriga para baixo, sob anestesia geral.

“O direito à vida deve ser protegido ao mais alto nível pela Constituição. No entanto, essa protecção não é absoluta”, declarou o Tribunal, especificando que o âmbito de aplicação da pena de morte “deve ser limitado a circunstâncias especiais e excepcionais”.

Cerca de 80 por cento dos taiwaneses são a favor da pena de morte, segundo uma sondagem recente da Associação Chinesa dos Direitos Humanos.

23 Set 2024

Desemprego jovem com novo recorde na China

Os novos dados, recolhidos através de um método que exclui os estudantes, indicam uma subida do desemprego jovem, justificada, em parte, com a entrada no mercado de trabalho de um grande número de recém-licenciados

 

O desemprego entre os jovens na China atingiu 18,8 por cento em Agosto, de acordo com dados oficiais, fixando um novo máximo pelo segundo mês consecutivo, apesar das autoridades estarem a utilizar um novo método estatístico.

O Gabinete Nacional de Estatística (NBS) chinês anunciou que o desemprego entre as pessoas dos 16 aos 24 anos que vivem nas zonas urbanas da China subiu de 17,1 por cento em Julho. Em Julho o desemprego jovem tinha sido de 13,2 por cento.

O jornal de Hong Kong South China Morning Post disse que a subida durante o Verão se deve à entrada no mercado de trabalho de um número recorde de licenciados, estimado em cerca de 11,8 milhões em 2024.

O NBS publicou também a taxa de desemprego para os jovens entre os 25 e os 29 anos, a fim de reflectir a situação de emprego dos licenciados. Esta taxa de desemprego, que também exclui os estudantes, situou-se em 6,9 por cento em Agosto, mais 0,4 pontos percentuais do que em Julho.

A China voltou a publicar em Janeiro dados sobre o desemprego dos jovens, pela primeira vez desde que aquele indicador atingiu um nível recorde, em Junho de 2023, utilizando um novo método, que exclui os estudantes.

O NBS anunciou em Janeiro uma taxa de desemprego jovem de 14,9 por cento para Dezembro, utilizando o novo método, que revelou uma aparente melhoria. O organismo deixou de publicar este número politicamente sensível em 2023, depois de ter atingido 21,3 por cento em Junho.

Em causa

A mudança de metodologia ocorreu após o aumento do desemprego jovem, na sequência de um abrandamento económico em 2023. As repressões regulatórias em sectores como tecnologia e educação, que normalmente empregavam uma força de trabalho mais jovem, também diminuíram o número de oportunidades no mercado de trabalho.

A taxa de desemprego dos jovens contava os estudantes que trabalham pelo menos uma hora por semana como empregados e os que diziam que queriam emprego mas não o conseguiam encontrar como desempregados. Não é claro como é que a mudança metodológica afecta a taxa de desemprego declarada.

“O cálculo da taxa de desemprego por grupo etário, que não inclui os estudantes, reflecte melhor a situação do emprego e do desemprego dos jovens que entram na sociedade”, declarou o NBS, em Janeiro, acrescentando que os estudantes devem concentrar-se nos estudos em vez de procurarem emprego.

A população com idades entre 16 e 24 anos inclui cerca de 62 milhões de estudantes, ou seja, mais de 60 por cento das pessoas desta idade. A exclusão dos estudantes da taxa de desemprego permite às autoridades fornecer aos jovens “serviços de emprego mais precisos e formular políticas de emprego mais eficazes e direccionadas”, afirmou o NBS.

A taxa de desemprego urbano global da China situou-se em 5,3 por cento em Agosto, subindo ligeiramente em relação ao valor de 5,1 por cento registados em Julho. A China está sob pressão para aumentar a criação de postos de trabalho e reforçar o emprego.

23 Set 2024

Taiwan | Pequim retira isenção de taxas alfandegárias a 34 produtos

O Governo da China anunciou ontem que vai suspender, a partir de quarta-feira, a isenção de taxas alfandegárias a 34 produtos provenientes de Taiwan, incluindo frutas, legumes e produtos do mar.

Num comunicado, a Comissão da Pauta Aduaneira, que está sob a tutela do Conselho de Estado, justificou a decisão com o facto de “as proibições e restrições discriminatórias impostas unilateralmente por Taiwan aos produtos da China continental terem prejudicado o comércio e a cooperação económica” entre os dois lados do Estreito. Os produtos afectados beneficiavam de isenção desde pelo menos 2007.

Citado pelo jornal oficial chinês Global Times, o porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado afirmou que Taipé “continua a restringir unilateralmente a importação de mais de mil produtos agrícolas da China continental, prejudicando o bem-estar dos compatriotas” de ambos os lados.

Chen Binhua acusou ainda William Lai Ching-te de defender obstinadamente a independência da ilha e de provocar continuamente a escalada da hostilidade e do confronto com Pequim. Em Maio, a China continental retirou as tarifas preferenciais sobre 234 outros produtos de Taiwan.

20 Set 2024

Hong Kong | Condenado a 14 meses de prisão devido a camisola “sediciosa”

Um cidadão de Hong Kong foi condenado ontem a 14 meses de prisão por ter vestido uma camisola com palavras de ordem consideradas sedição pelo tribunal, tornando-se a primeira pessoa a ser condenada ao abrigo da nova lei de segurança nacional.

Na segunda-feira, Chu Kai-pong, 27 anos, declarou-se culpado da acusação por “actuar com intenções sediciosas”. Chu foi detido por ter usado uma camisola e uma máscara com palavras de protesto no dia 12 de Junho, uma data associada às manifestações pró-democracia de 2019. Uma das inscrições na roupa de Chu,
“Hong Kong livre, revolução do nosso tempo”, foi considerada “susceptível de incitar à secessão” em anteriores processos judiciais.

O magistrado principal, Victor So, afirmou ontem que o tribunal “reflectiu plenamente a posição da legislação sobre a gravidade da infracção”. “O arguido aproveitou um dia simbólico com a intenção de reavivar as ideias que estão na base da agitação”, disse Victor So, referindo-se aos protestos pró-democracia de 2019.

O cidadão de Hong Kong cumpriu anteriormente uma pena de prisão de três meses por sedição em por usar e transportar na bagagem roupas e bandeiras com palavras de ordem de protesto.

Na sequência de um julgamento separado, o mesmo juiz condenou ontem um antigo empregado bancário a dez meses de prisão por ter escrito palavras de ordem – que implicam “sedição” – em bancos de autocarros.

20 Set 2024

Caxemira | Elevada participação nas primeiras eleições numa década

A Caxemira administrada pela Índia registou uma elevada participação durante a primeira fase das suas eleições regionais, que já não eram realizadas há uma década. O novo governo regional terá poderes limitados, cobrindo principalmente questões de educação e cultura

 

Cerca de 59 por cento dos 2,3 milhões de pessoas habilitadas a participar nessa primeira fase das eleições exerceram o seu direito de voto, declarou o director do organismo eleitoral regional, P.K. Pole, numa conferência de imprensa, em meio a um clima optimista invulgar nesta região com um forte historial de boicotes e violência eleitoral.

“Houve um entusiasmo sem precedentes entre os eleitores, homens, mulheres, jovens e idosos”, disse à agência de notícias EFE um responsável eleitoral do distrito de Kulgam, no sul de Caxemira, outrora foco de rebelião armada contra a Índia e uma zona de boicotes eleitorais. “As pessoas estavam a apertar-se por espaço nas filas e a maioria eram eleitores de ‘primeira viagem’”, acrescentou esse mesmo responsável.

Estas são as primeiras eleições regionais na Caxemira indiana desde que o Governo do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, revogou unilateralmente, há cinco anos, o estatuto especial que o Estado possuía, provocando fortes protestos nesta região de maioria muçulmana.

O dia decorreu de forma calma, sem grandes perturbações, para além de pequenas altercações entre apoiantes de partidos rivais em algumas assembleias de voto. Tudo isto no âmbito de um grande destacamento de forças da polícia e paramilitares naquela que é uma das regiões mais militarizadas do mundo, algumas delas fortemente equipadas com equipamento de controlo de distúrbios e armas longas.

Este aumento da segurança, bem como os desafios logísticos, significa que as eleições decorrerão em várias fases ao longo das próximas duas semanas.

O próximo dia de votação está marcado para quarta-feira, enquanto o terceiro e último dia terá lugar em 1 de Outubro, estando os resultados finais previstos para 8 de Outubro.

Alcance limitado

Esta é a primeira vez que os habitantes de Caxemira conseguem votar para o seu governo regional desde 2014. O último governo eleito em Caxemira caiu em Junho de 2018, quando o Partido Bharatiya Janata (BJP), de Modi, retirou-se de uma coligação governamental formada após as eleições regionais de 2014 com o Partido Democrático Popular (PDP).

O novo governo regional, no entanto, terá poderes limitados, cobrindo principalmente questões de educação e cultura, enquanto a autoridade legislativa e as decisões de segurança permanecerão nas mãos do Parlamento indiano e do Executivo de Modi.

A maioria dos partidos regionais prometeram restaurar o estatuto especial da região, que dava à Caxemira uma maior autonomia legislativa em relação ao resto dos estados da Índia, enquanto o BJP afirma que este estatuto não será novamente implementado.

19 Set 2024

Diplomacia | Pequim quer diálogo económico com Reino Unido

A China está disposta a retomar o diálogo económico com o Reino Unido, afirmou o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, segundo um meio de comunicação estatal, após um longo período de afastamento entre os dois países. Pequim e Londres renovaram os contactos de alto nível em Agosto, durante uma chamada telefónica entre o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.

Foi a primeira vez que o chefe de Estado chinês conversou com um primeiro-ministro britânico desde 2022.
Numa nova chamada telefónica na quarta-feira, com a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, He Lifeng disse-lhe que a China estava “disposta a trabalhar com o Reino Unido” para “relançar o diálogo económico e financeiro bilateral”, segundo a agência de notícias Xinhua. O vice-primeiro-ministro garantiu ainda que o gigante asiático pretende “ampliar a cooperação nos domínios das finanças, da economia verde, da biomedicina e da inteligência artificial”.

Depois da “era dourada” centrada nas relações comerciais, muito elogiada pelo primeiro-ministro britânico David Cameron no início da década de 2010, as tensões bilaterais aumentaram entre os dois países. Uma das principais áreas de atrito diz respeito ao reforço do controlo de Pequim sobre Hong Kong.

Londres acusou ainda Pequim de ataques informáticos contra autoridades eleitas, de espionagem tecnológica e de violação dos direitos humanos, especialmente os da minoria uigur na região de Xinjiang, para não falar das tensões comerciais.

Os dois países acusaram-se também mutuamente de espionagem. Além disso, Pequim critica regularmente Londres por seguir a política hostil de Washington em relação ao Governo chinês.

19 Set 2024

Morreu estudante esfaqueado perto de escola japonesa em Shenzhen

O Japão disse ontem que morreu um estudante de uma escola japonesa no sul da China, esfaqueado na terça-feira, e pediu a Pequim que forneça pormenores sobre o ataque e tome medidas preventivas.

A ministra dos Negócios Estrangeiros do Japão expressou condolências e afirmou ser “extremamente lamentável” que o estudante, de dez anos, tenha morrido. Isto apesar dos pedidos de precaução e de reforço da segurança por altura do aniversário do início da invasão da China pelo Japão, em 18 de Setembro de 1931.

Yoko Kamikawa disse que também deu instruções às escolas japonesas na China para reverem as medidas de segurança e solicitou à China que forneça pormenores sobre o ataque e faça tudo o que estiver ao seu alcance para evitar a repetição de ataques semelhantes contra cidadãos japoneses.

O estudante foi esfaqueado por um homem a cerca de 200 metros do portão da Escola Japonesa de Shenzhen, disse na quarta-feira o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “O agressor foi detido no local. O caso ainda está a ser investigado”, acrescentou Lin Jian, em conferência de imprensa. O motivo do ataque não foi imediatamente divulgado.

Todo o cuidado

Numa mensagem enviada aos cidadãos japoneses que vivem na China, a embaixada do Japão pediu que estivessem atentos e tomem precauções, citando vários ataques com facas nos últimos meses. O consulado japonês em Cantão, que é responsável por Shenzhen, apelou à adopção de medidas para evitar este tipo de incidentes.

Em 24 de Junho, um ataque com faca numa paragem de autocarro escolar de uma escola japonesa na cidade de Suzhou, no leste do país, resultou na morte de uma cidadã chinesa que tentava deter o atacante e feriu uma mãe japonesa e o filho.

No início de Junho, um chinês esfaqueou quatro professores universitários norte-americanos num parque público em Jilin, no nordeste do país, e um cidadão chinês que tentou intervir. Os quatro professores do Cornell College estavam a dar aulas na Universidade de Beihua. Nenhum deles ficou em estado crítico.

19 Set 2024

EUA | Congresso diz está a ficar para trás na preparação para guerra

Dois comités do parlamento norte-americano advertiram que os Estados Unidos estão a ficar rapidamente para trás em relação à China na preparação para uma eventual guerra, que pode ocorrer a “qualquer momento”

 

Os comités do Congresso acusaram na quarta-feira o Pentágono, responsável pela defesa dos Estados Unidos da América (EUA), de excesso de burocracia e lentidão em adoptar novas tecnologias. Os comités culparam ainda a população, que descreveram como só respondendo a crises, pelo alegado atraso, que deixa desprotegidos aliados como o Reino Unido, Austrália, Japão e Coreia do Sul.

Republicanos e democratas em ambos os comités enalteceram o trabalho da administração do Presidente Joe Biden para estabelecer novas alianças, como a parceria de tecnologia militar entre os EUA, Reino Unido e Austrália, conhecida como Aukus, e a cooperação de segurança recentemente formalizada entre os EUA, Japão e Coreia do Sul.

No entanto, os procedimentos desactualizados do Departamento de Defesa em matéria de segurança e de aquisições foram apontados como obstáculo, em especial no que respeita à Aukus. O presidente do comité para os Negócios Estrangeiros da Câmara dos Representantes (câmara baixa do parlamento) disse que os burocratas do Pentágono ainda não autorizaram as transferências de tecnologia dos EUA para os dois membros da aliança, quase um ano após a aprovação de uma isenção.

“A administração mantém uma longa lista de tecnologias excluídas que limita a sua eficácia”, disse Michael McCaul durante uma audição, citando redes de comunicações, acústica naval e motores a jacto como estando entre as tecnologias avançadas que estão a ser retidas. “Estes são os nossos aliados mais próximos, com quem partilhamos as nossas informações mais sensíveis”, acrescentou o republicano do Texas.

As armas do futuro

As audições decorreram no meio de divergências entre os legisladores sobre o orçamento federal e o orçamento anual da Defesa, à medida que se aproximam as eleições presidenciais de 5 de Novembro nos EUA.

A inflexibilidade das aquisições militares foi mencionada de forma mais ampla pelos membros do comité para a Estratégia de Defesa Nacional autorizado pelo Congresso, em 2022 e 2024, a avaliar o estado de prontidão da segurança nacional dos EUA.

O relatório mais recente advertiu que os EUA precisam de um exército significativamente maior para lidar com as ameaças simultâneas da China, Rússia, Irão e Coreia do Norte. O documento apelou também a uma força mais integrada, a uma revisão radical da base industrial dos EUA, a laços mais estreitos com os aliados e a uma abordagem da defesa que alcance “todo o governo”.

“Acreditamos unanimemente que a estratégia de defesa nacional está lamentavelmente desactualizada”, declarou Jane Harman, uma antiga congressista de longa data que representou a Califórnia e coautora do relatório. “Durante anos, o nosso governo não conseguiu manter-se actualizado. Todo o nosso sistema e o Pentágono em particular são avessos ao risco”, explicou.

Eric Edelman, que foi subsecretário da Defesa do antigo presidente George W. Bush, foi mais directo. “Há um potencial real para guerra a curto prazo, que seria difícil imaginar que não fosse uma guerra global”, disse Edelman, que também foi embaixador dos EUA na Turquia e na Finlândia. “E há a possibilidade de perdermos esse conflito. A parceria entre a China, Rússia, Irão e a Coreia do Norte representa uma grande mudança no ambiente estratégico”, apontou.

Perante todas estas ameaças, o número dois da diplomacia dos EUA, Kurt Campbell, disse que “a Guerra Fria não tem comparação” e defendeu que o Pentágono e outros departamentos precisam de mais pessoal que compreenda a tecnologia avançada. “Precisamos de mais pessoas no governo que saibam o que é a Inteligência Artificial, que saibam o que é a computação quântica, que saibam como criar incentivos para as nossas próprias indústrias, mas que também impeçam que algumas das capacidades críticas cheguem aos países que estão a competir intensamente connosco”, disse.

19 Set 2024

UNICEF | Seis milhões de crianças foram afectadas pelo tufão Yagi

As inundações e derrocadas provocadas pela passagem do tufão Yagi no sudeste asiático, nomeadamente no Vietname e no Myanmar, afectaram quase seis milhões de crianças, alertou ontem a UNICEF.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) sublinha ainda que se verificam sérios riscos no acesso a água potável e alimentos, tal como perturbações nos vários sistemas escolares.

“As crianças mais vulneráveis, assim como os familiares, enfrentam consequências devastadoras após a destruição provocada pelo (tufão) Yagi”, disse June Kunugi, directora regional da UNICEF para a Ásia Oriental e Pacífico.

Milhões de pessoas no sudeste asiático foram afectadas pela passagem do tufão, o mais forte registado desde o princípio do ano, sobretudo no Vietname onde provocou 290 mortes no passado dia 7 de Setembro.
Em Myanmar o balanço provisório indica a morte de 226 pessoas que residiam nas zonas atingidas. A Tailândia, o Laos, as Filipinas e a República Popular da China também registaram vítimas.

“A prioridade imediata deve ser o restabelecimento dos serviços essenciais de que as crianças dependem, como água potável, a educação e o funcionamento do saneamento. O aumento dos fenómenos meteorológicos extremos no sudeste asiático afectam as crianças (…), são as crianças que pagam o preço mais elevado”, acrescentou Kunugi.

A UNICEF salienta que o Yagi provocou também chuvas torrenciais, transbordando rios e provocando deslizamentos de terras. Mais de 850 escolas e 550 clínicas foram danificadas pela passagem do tufão, a maioria no Vietname, embora a contagem ainda esteja em curso. No Vietname, cerca de três milhões de pessoas, incluindo muitas crianças, não têm acesso a água potável e ao saneamento e dois milhões de crianças não podem ir à escola.

19 Set 2024

Mar do Sul da China | Austrália aumenta presença com Filipinas

As autoridades australianas estão a aumentar a presença no Mar do Sul da China, juntando-se a patrulhas da Marinha das Filipinas para enfrentar a ameaça da China e garantir acesso a rotas comerciais.

O embaixador australiano nas Filipinas, Hae Kyong Yu, disse que o país está a aumentar as suas actividades em coordenação com Manila, numa iniciativa que poderá intensificar-se no futuro. “É isto que fazemos quando mantemos uma relação de cooperação de defesa muito estreita”, destacou Yu, citado pela agência de notícias filipina PNA.

O Governo filipino confirmou que pretende realizar actividades para normalizar a situação na região e salientou que já está a trabalhar num cronograma para realizar operações conjuntas de patrulha marítima.

A Austrália – que tem interesses relevantes na região Ásia-Pacífico – realizou a sua primeira patrulha conjunta com as Filipinas no Mar do Sul da China em Novembro do ano passado. O Mar do Sul da China é uma rota comercial global de vital importância, com cerca de um terço do comércio marítimo global a passar anualmente pelas suas águas, em operações avaliadas em mais de três mil milhões de euros.

19 Set 2024

Incêndios | Governo de Timor-Leste solidário com Portugal

O Governo de Timor-Leste manifestou ontem solidariedade com Portugal devido aos incêndios nas regiões do Norte e Centro, que já provocaram a morte a sete pessoas e 40 feridos.

“Neste momento de crise, reafirmamos o nosso compromisso de amizade e cooperação com Portugal”, afirmou, em comunicado, o ministro da Presidência do Conselho de Ministros e porta-voz do Governo, Agio Pereira.

“O nosso pensamento está com todas as pessoas afectadas por esta tragédia, em especial com os familiares das vítimas e os bravos operacionais que se dedicam a proteger vidas e património. Estamos confiantes que Portugal irá com resiliência e união ultrapassar mais este desafio”, salientou o ministro timorense.

Sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real e Viseu, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, atingidas pelos incêndios desde o fim-de-semana, já arderam 47.376 hectares. O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afectados pelos incêndios nos últimos dias.

19 Set 2024

PM timorense em Nova Iorque para Cimeira e Assembleia-Geral da ONU

O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, viajou para Nova Iorque para participar na Cimeira do Futuro e na Assembleia-Geral das Nações Unidas e lançar o livro “O Meu Mar, o Meu Timor”.

A Cimeira do Futuro vai decorrer entre domingo e segunda-feira e visa produzir um pacto intergovernamental para a acção sobre desenvolvimento sustentável e financiamento para o desenvolvimento, paz e segurança, ciência, tecnologia e inovação, cooperação digital, juventude e gerações futuras, e transformação da governação global.

Xanana Gusmão tem defendido em discursos feitos em fóruns internacionais novos modelos de parceria e cooperação para apoiar os países menos desenvolvidos, que garantam também a soberania daqueles estados.

Ainda na segunda-feira, o chefe do executivo timorense participa na Cimeira dos Líderes da Aliança dos Pequenos Estados Insulares e apresentará o livro “O Meu Mar, o Meu Timor”, num evento sobre a economia azul de Timor-Leste, que vai contar com a participação da oceanógrafa, Sylvia Earle.

Da agenda do primeiro-ministro consta igualmente, na terça-feira, um encontro com o secretário-geral da ONU, António Guterres, que no final de Agosto realizou uma visita a Timor-Leste, no âmbito das celebrações dos 25 anos da realização do referendo pela autodeterminação do país e que pôs fim à ocupação indonésia.

Mar e saúde

No dia seguinte, o primeiro-ministro vai intervir na Cimeira de Alto Nível do g7+ sobre “Paz no Mundo e Paz nos países do g7+ – desafios e soluções partilhadas”.

O g7+ é uma organização intergovernamental, criada em 2010 por iniciativa timorense, e, além de Timor-Leste, é composta por mais 19 países: Afeganistão, Burundi, Chade, Comores, Costa do Marfim, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Haiti, Iémen, Ilhas Salomão, Libéria, Papua Nova Guiné, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, São Tomé e Príncipe, Serra Leoa, Somália, Sudão do Sul, e Togo.

Xanana Gusmão vai participar igualmente em eventos paralelos sobre questões de saúde pública e as ameaças colocadas pela subida do nível do mar e em reuniões bilaterais com chefes de Estado e de Governo à margem da 79ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, onde fará um discurso, em 27 de Setembro.

19 Set 2024

Coreia do Norte | Disparados mísseis pela segunda vez numa semana

A Coreia do Norte disparou ontem vários mísseis balísticos em direcção às águas do leste da península, disseram os militares sul-coreanos e japoneses, no segundo teste no espaço de uma semana

 

O Comando Conjunto dos Chefes de Estado-Maior (JCS, na sigla em inglês) da Coreia do Sul disse ter detectado que o Norte disparou vários mísseis balísticos de curto alcance a partir do norte da capital, Pyongyang, por volta das 06h50 (05h50 de Macau) e disse que os projécteis voaram para nordeste.

Os responsáveis do JCS disseram que estavam a comunicar estreitamente com os Estados Unidos e o Japão sobre os lançamentos, mas não forneceram mais detalhes até ao momento. O Ministério da Defesa do Japão disse ter detectado pelo menos dois lançamentos, mas não disse ainda que tipos de mísseis eram e que distância percorreram.

A guarda costeira japonesa disse acreditar que os mísseis tenham caído nas águas entre a península coreana e o Japão, mas instou os navios a estarem atentos à possível queda de objectos. A televisão pública japonesa NHK disse os mísseis deverão ter caído fora da zona económica exclusiva do Japão.

Núcleo da questão

A Coreia do Norte anunciou ter testado, na quinta-feira da semana passada, lançadores múltiplos de foguetes de 600 milímetros, que o regime descreve como capazes de lançar ogivas nucleares tácticas. No dia seguinte, o regime de Pyongyang divulgou imagens de instalações de enriquecimento de urânio, durante uma visita do líder Kim Jong–un, que pediu um aumento do número de armas nucleares.

Kim Jong-un “sublinhou a necessidade de aumentar ainda mais o número de centrifugadoras, de forma a aumentar exponencialmente as armas nucleares para autodefesa”, avançou a agência de notícias estatal norte-coreana KCNA.

Foi a primeira vez que Pyongyang divulgou imagens de uma instalação de enriquecimento de urânio desde 2010.
Há duas semanas, a Coreia do Norte retomou a prática de lançar balões com lixo para a Coreia do Sul. Pyongyang já enviou quase cinco mil balões para o Sul desde Maio. Desde 2022 que a Coreia do Norte tem acelerado de forma significativa as suas actividades de teste de armas. Os EUA e a Coreia do Sul responderam com a expansão das manobras militares conjuntas, que a Coreia do Norte considera serem ensaios para ser invadida.

19 Set 2024

Mais de 600 milhões deslocaram-se durante Festival do Meio do Outono

A China registou mais de 600 milhões de viajantes durante os três dias do Festival do Meio Outono, que decorreu entre domingo e terça-feira, de acordo com as estimativas oficiais.

Segundo os dados oficiais, o volume diário de viagens inter-regionais aumentou 28,2 por cento, em termos homólogos, atingindo uma média diária de mais de 205 milhões de pessoas. O tráfego ferroviário transportou quase 43 milhões de passageiros, enquanto a aviação registou 5,11 milhões de viajantes durante este período.

Este ano, ao contrário do que aconteceu em 2023, o festival não coincidiu com o feriado do Dia Nacional da China, também conhecido como “Semana Dourada”, marcando a primeira vez desde o fim da pandemia da covid-19 em que este feriado tradicional chinês recuperou a sua singularidade.

O aeroporto de Guangzhou registou mais de 10 milhões de pessoas, o que representa um aumento de 19 por cento em relação ao ano anterior.

A Administração Nacional de Imigração estimou que 5,2 milhões de pessoas atravessaram as fronteiras da China durante as férias, com uma média diária de 1,7 milhões de indivíduos, o que representa um aumento de 18,6 por cento em relação ao feriado do ano anterior.

Os residentes da China continental a atravessar a fronteira ascenderam a 2,6 milhões, enquanto os de Hong Kong, Macau e Taiwan representaram pouco mais de dois milhões.

Via eléctrica

Os viajantes estrangeiros atingiram 554 mil, o que representa um aumento de 62,2 por cento. O transporte ferroviário foi reforçado na terça-feira, com uma estimativa de 15,2 milhões de passageiros transportados, com serviços alargados para destinos turísticos como Chengdu e Chongqing (ambos no centro), Guangzhou e Beihai (norte).

O Ministério dos Transportes do país estimou que aproximadamente 50 por cento das viagens rodoviárias foram de curta e média distância, concentradas em cidades como Guangzhou, Pequim, Chengdu e Xi’an (centro). Metade dos veículos utilizados foram eléctricos, com picos de procura de carregamento entre as 10 e as 21 horas, segundo o ministério. Entre os destinos mais visitados estão a capital, Pequim, Guangzhou, Shenzhen, Chengdu e Xi’an.

19 Set 2024

Automóveis | BYD planeia controlar subsidiária que mantém com Mercedes

O grupo BYD quer adquirir a restante participação na Denza, a subsidiária de veículos eléctricos da Mercedes-Benz. A indústria automóvel chegou à campanha presidencial norte-americana, com Donald Trump a prometer aumentar tarifas sobre veículos chineses fabricados em unidades que não existem

 

O grupo chinês BYD, maior fabricante mundial de veículos eléctricos, planeia adquirir os 10 por cento que ainda não controla da Denza, subsidiária de eléctricos topo de gama a Daimler, atual Mercedes-Benz, segundo a imprensa chinesa.

De acordo com o portal de notícias económicas Yicai, que cita fontes da BYD, a empresa chinesa está a aguardar a aprovação dos reguladores e espera que a operação seja realizada durante o segundo semestre do ano.

A plataforma de informação corporativa Tianyancha mostra a Denza como subsidiária integral da BYD desde o dia 14 de Setembro, e indica também que o executivo da Mercedes-Benz Hans Georg Engel deixou já a direcção da subsidiária.

A empresa chinesa não exclui a possibilidade de a Denza colaborar com a Mercedes-Benz noutros sectores no futuro, e o grupo poderá também procurar novas oportunidades de cooperação com o construtor automóvel alemão no segmento eléctrico.

A BYD e a Daimler fundaram a Denza em 2010 como uma subsidiária 50-50, com a empresa chinesa a fornecer baterias, motores e tecnologias de controlo eléctrico, e a empresa alemã a ficar encarregue do fabrico dos automóveis. O primeiro modelo da empresa, o Denza 300, chegou ao mercado em 2014, mas as suas vendas anuais não ultrapassaram as três mil unidades entre 2015 e 2018.

Em meados de 2022, a BYD concluiu a compra de uma participação de 40 por cento, assumindo o controlo da filial e deixando a Mercedes-Benz com 10 por cento. Depois de lançar o MPV de luxo D9 e os SUV N7 e N8, as vendas do Denza ultrapassaram as 127 mil unidades em 2023 e totalizam quase 80 mil unidades nos primeiros oito meses deste ano.

Na Terra do Oz

O candidato presidencial norte-americano Donald Trump repetiu falsas alegações de que fabricantes chineses estão a construir grandes fábricas no México e prometeu aplicar tarifas alfandegárias de 200 por cento sobre automóveis produzidos por estas supostas fábricas.

Trump também afirmou, na terça-feira, durante um evento no estado de Michigan, que concentra grande parte da indústria automóvel dos EUA, que se a vice-presidente democrata Kamala Harris for eleita em Novembro, deixará de haver esta indústria no país, porque a montagem de veículos eléctricos será deslocada para a China.

A declaração surge após dados oficiais mostrarem que o emprego na indústria automóvel cresceu desde que o Presidente Joe Biden assumiu o cargo, em Janeiro de 2021, após cair durante o primeiro mandato de Trump.

“Se eu não ganhar, vocês não terão indústria automóvel dentro de dois a três anos”, disse Trump. “Não vai haver fábricas de produção. A China vai apoderar-se de toda a produção por causa dos carros eléctricos”, acrescentou.

O candidato disse que faria com que as fabricantes estrangeiras construíssem fábricas nos EUA, impondo taxas punitivas sobre automóveis importados. “Vai ser como tirar um doce a um bebé”, disse Trump.

Os empregos no sector automóvel caíram 0,8 por cento durante o mandato de Trump para pouco mais de 949 mil, em Janeiro de 2021, quando deixou o cargo, de acordo com dados oficiais. Desde que Biden assumiu o cargo naquele mês, os empregos no sector aumentaram 13,6 por cento, para 1,07 milhões, em agosto.

19 Set 2024

Mar do Sul da China | Filipinas diz não ter perdido recife disputado

As Filipinas garantiram ontem que não abandonaram um recife disputado no mar do Sul da China, apesar da retirada de um navio militar que estava ali destacado desde Abril após um impasse com a China.

“Não perdemos nada”, disse o porta-voz da guarda costeira filipina, numa conferência de imprensa, garantindo que continuará a haver uma presença no recife, conhecido nas Filipinas como Sabina.

“Estamos apenas a reposicionar o nosso navio (…) [e] isto não significa que os navios da guarda costeira deixem de estar destacados” no recife, disse Jay Tarriela. Citando a segurança das operações, o porta-voz recusou divulgar mais informações.

O navio BRP Teresa Magbanua ancorou em Abril nas águas em redor do recife para desempenhar “funções de sentinela”, de acordo com o Conselho Marítimo Nacional das Filipinas, para fazer valer as reivindicações de Manila e impedir que Pequim assuma o controlo da zona.

Em Agosto, os barcos chineses bloquearam uma missão de reabastecimento aos marinheiros filipinos a bordo do navio, causando uma grave escassez de alimentos. Na última tentativa, em 31 de Agosto, a China acusou um barco filipino de causar uma “colisão deliberada” contra um navio da guarda costeira.

O recife, conhecido em chinês como Xianbin, localizado a 140 quilómetros a oeste da ilha filipina de Palawan e a 1.200 quilómetros da ilha chinesa de Hainan, tem sido palco de vários incidentes nos últimos meses.

Pequim “exerce uma soberania indiscutível sobre (…) Xianbin e as suas águas adjacentes”, disse no domingo, num comunicado de imprensa o porta-voz da guarda costeira chinesa, Liu Dejun. O mar do Sul da China recebe cerca de 30 por cento do comércio global e abriga 12 por cento dos pesqueiros mundiais, além de possuir potenciais depósitos de petróleo e gás.

16 Set 2024

HK | Condenado por sedição por usar t-shirt com frases que poderiam “incitar ao ódio”

Um homem de Hong Kong tornou-se o primeiro condenado ao abrigo da nova lei de segurança nacional, depois de se declarar culpado de sedição por usar uma t-shirt com um slogan de protesto. Chu Kai-pong, de 27 anos, enfrenta uma pena máxima de sete anos de prisão, que poderá ser alargada para dez se o tribunal do distrito de West Kowloon concluir que houve “conluio com forças estrangeiras”.

O homem foi detido a 12 de Junho, quando vestia uma t-shirt com a mensagem “Libertem Hong Kong, revolução dos nossos tempos” e uma máscara com a sigla “FDNOL”, que em inglês remete para “cinco exigências, nem um a menos”, um dos slogans dos protestos antigovernamentais de 2019.

O Ministério Público de Hong Kong defendeu que estas frases poderiam “incitar ao ódio, ao desprezo ou ao descontentamento contra o sistema fundamental do Estado estabelecido pela Constituição da República Popular da China”.

Chu declarou-se culpado, mas a defesa argumentou que não havia provas de que o homem tivesse incitado outras pessoas durante o breve período em que usou a peça de roupa e expressou esperança de que lhe fosse concedido a atenuante máxima de um terço da pena por ter admitido a culpa. A sentença vai ser lida na quinta-feira.

16 Set 2024