Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Pequim exprime profunda preocupação com plano de Israel de alargar ofensiva A China expressou ontem profunda preocupação com a situação na Faixa de Gaza e manifestou a sua oposição aos planos anunciados pelo Governo israelita para expandir a operação militar no enclave palestiniano. “A China está profundamente preocupada com a situação actual em Gaza e opõe-se à continuação das operações militares de Israel naquela região”, afirmou ontem o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, durante uma conferência de imprensa, em Pequim. Lin apelou a todas as partes para que implementem de forma efectiva os acordos de cessar-fogo e retomem “o caminho certo” rumo a uma solução política para o conflito. O gabinete de segurança de Israel aprovou na madrugada de segunda-feira um novo documento que prevê, entre outros pontos, a ocupação permanente de territórios na Faixa, o deslocamento forçado da população para o sul e um novo sistema de distribuição de ajuda humanitária, rejeitado pela ONU e por todas as organizações humanitárias presentes no terreno. No âmbito da sua posição mais ampla, a China defendeu na semana passada, perante o Tribunal Internacional de Justiça, que Israel “não tem soberania” sobre os territórios ocupados e, por isso, não pode vetar o trabalho de organismos como a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), à qual chamou de “coluna vertebral” da ajuda humanitária em Gaza. Pequim tem insistido que a solução passa pelo respeito do direito internacional, o fim do castigo colectivo à população civil e a defesa do princípio dos dois Estados. Os ataques israelitas sobre Gaza já causaram mais de 52.200 mortos no ano e meio de conflito desencadeado pelos ataques do Hamas a Israel, em Outubro de 2023.
Hoje Macau China / ÁsiaUE | Xi pede união contra “intimidação unilateral” e reforço de parceria Em dia de celebração dos 50 anos de relações diplomáticas, o Presidente chinês pede o reforço das relações bilaterais entre a China e o Velho Continente em resposta aos novos desafios colocados pela administração norte-americana O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou ontem que China e União Europeia devem “opor-se ao assédio unilateral”, por ocasião do 50.º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas, que coincide com tensões comerciais com os Estados Unidos. Xi sublinhou que a relação entre a China e a UE é “uma das relações bilaterais mais influentes do mundo” e enquadrou esse vínculo num cenário global marcado pela incerteza. “A humanidade encontra-se novamente numa encruzilhada histórica”, afirmou o líder chinês, que destacou o papel da cooperação bilateral como um modelo de referência internacional. “Uma relação saudável e estável entre a China e a UE não só beneficia ambas as partes, como ilumina o caminho do mundo”, assinalou. Xi disse atribuir grande importância ao desenvolvimento das relações com Bruxelas e expressou a sua vontade de trabalhar com o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para “aprofundar a comunicação estratégica, ampliar a abertura mútua e gerir adequadamente as fricções e divergências”. A mensagem, divulgada ontem, incluiu também uma resposta por parte dos líderes europeus, que destacaram a evolução da relação bilateral e expressaram a sua disposição para “enfrentar juntos os desafios partilhados e promover a paz, a segurança e o desenvolvimento sustentável”, segundo indicou a diplomacia chinesa. O apelo de Xi surge num momento em que Pequim procura reforçar a cooperação com Bruxelas perante a crescente pressão que diz estar a ser alvo por parte de Washington. Benefícios mútuos A China tem criticado repetidamente as medidas económicas impostas pelos Estados Unidos — como tarifas aduaneiras ou restrições tecnológicas — e tem apelado à UE para que mantenha uma política independente, baseada no multilateralismo e no benefício mútuo. O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, também trocou mensagens com Costa e von der Leyen, reafirmando o compromisso de Pequim com uma relação “estável, construtiva e de benefício mútuo”. A comemoração do aniversário coincidiu ainda com o anúncio da retoma plena do diálogo legislativo entre Pequim e o Parlamento Europeu, após o levantamento mútuo das restrições impostas em 2021. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês reafirmou ontem que a cooperação com a UE “pesa mais do que a concorrência”, numa altura em que ambas as partes procuram preservar uma agenda comum face ao aumento das tensões comerciais com os Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | HRW exige libertação de pai de activista A organização Human Rights Watch pediu ontem a libertação do pai da defensora dos direitos humanos de Hong Kong Anna Kwok, detido no final de Abril, e denunciou o assédio das autoridades do território aos familiares de activistas. A polícia de Hong Kong deteve o pai da activista radicada nos Estados Unidos Anna Kwok “e acusou-o de um crime de segurança nacional”, começou por escrever num comunicado a Human Rights Watch (HRW), que exige a libertação de Kwok Yin-sang e que sejam “retiradas imediatamente todas as acusações”. A polícia de segurança nacional de Hong Kong anunciou na sexta-feira a detenção do pai e do irmão de Kwok, acusados de tentar administrar os recursos financeiros da activista. De acordo com fontes policiais, trata-se da primeira vez que é aplicada a disposição da controversa lei de segurança nacional que criminaliza a assistência a “fugitivos designados” na gestão dos bens que detêm. Segundo escreveu a agência Efe na sexta-feira, as autoridades de Hong Kong detiveram o irmão e o pai de Anna Kwok, de 35 e 68 anos, respectivamente, no distrito de Tseung Kwan O, em 30 de Abril, e acusaram o último de tentar levantar fundos de uma apólice de seguro em nome da filha, apresentando documentos com assinaturas alegadamente falsas. Anna Kwok, de 28 anos, vive nos Estados Unidos e é directora executiva do Hong Kong Democracy Council, organização sem fins lucrativos sediada nos EUA e criada para promover o exercício das liberdades na China. Apesar de o pai continuar detido, o irmão, funcionário da companhia de seguros que gere as apólices de Kwok, foi libertado sob fiança e está a ser investigado por possível abuso do cargo para facilitar a operação. Ainda de acordo com a Efe, as autoridades reiteraram a advertência de que qualquer pessoa que colabore com “fugitivos designados” incorre em penas pesadas que podem ir até sete anos de prisão.
Hoje Macau China / ÁsiaXanana Gusmão pede a timorenses para incentivarem filhos a aprender português O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, pediu ontem aos pais e mães para incentivarem os filhos a aprender português, língua que faz parte da identidade timorense. “Aos pais e mães, peço que incentivem os vossos filhos a aprender português, porque, segundo a nossa história, é o português que representa a nossa identidade, não o inglês, nem o indonésio”, afirmou Xanana Gusmão. O primeiro-ministro timorense falava no Palácio do Governo no âmbito das celebrações do Dia Mundial da Língua Portuguesa e da Cultura da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) durante uma actividade realizada pela embaixada de Portugal e o Ministério da Educação timorense, que juntou centenas de alunos do Centro de Aprendizagem e Formação Escolar (Escolas CAFE), numa marcha para entregar livros a Xanana Gusmão. O chefe do Governo timorense relembrou que durante 24 anos de ocupação indonésia, a língua portuguesa não foi ensinada e que é necessário ultrapassar aquela herança para que Timor-Leste não corra o risco de voltar a ser absorvido pela Indonésia. “Os estudantes devem estudar e aprender a língua portuguesa, porque é a identidade de Timor-Leste”, disse Xanana Gusmão aos estudantes timorenses, pedindo também que agradeçam a Portugal pelo envio de professores. “Para nós, timorenses, ensinar português é um pouco difícil, porque não dominamos bem a língua, mas agradecemos ao Governo português pela criação das escolas CAFE”, acrescentou. O projecto dos Centro de Aprendizagem e Formação Escolar ou as escolas CAFE teve início em 2014, e já está presente nos 12 municípios timorenses e no enclave de Oecussi, no lado indonésio da ilha de Timor, estando também prevista a extensão daqueles estabelecimentos de ensino para os postos de administrativos do país. Aquelas escolas, onde as aulas são dadas por professores portugueses e timorenses, são, atualmente, frequentadas por mais de 11.100 alunos timorenses. O CAFE tem dois grandes pilares, nomeadamente o ensino de qualidade na sala de aula e a formação complementar dos professores timorenses. Partilhar o futuro Naquelas escolas, as aulas são dadas em português, mas os alunos têm também aulas de tétum, segunda língua oficial de Timor-Leste. A ministra da Educação, Dulce Soares, destacou que o português é uma língua de “afectos, de conhecimento e de futuro”. “É nela que partilhamos histórias, construímos aprendizagens e abrimos novos caminhos”, disse Dulce Soares, salientando que a língua portuguesa representa diversidade, criatividade, identidade e esperança. “Promover a língua portuguesa é também promover a educação, a cooperação e o desenvolvimento”, acrescentou. O Dia Mundial da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP também foi assinalado no Parlamento Nacional com uma cerimónia, que incluiu a atribuição dos prémios de poesia a estudantes, que venceram um concurso para promover a aprendizagem do português.
Hoje Macau China / ÁsiaChina e Japão trocam acusações sobre ilhas Diaoyu A China e o Japão acusaram-se domingo mutuamente de uma intrusão no sábado no espaço aéreo de ilhas disputadas pelos dois países no Mar da China Oriental. As ilhas desabitadas, conhecidas como Diaoyu na China e Senkaku no Japão, são administradas por Tóquio mas reivindicadas por Pequim, sendo um ponto de tensão regular entre os dois países. A diplomacia chinesa anunciou domingo que apresentou um protesto formal à embaixada do Japão em Pequim, argumentando que “um avião civil entrou ilegalmente no espaço aéreo em torno das ilhas Diaoyu”. “As ilhas Diaoyu e as ilhas afiliadas são um território pertencente à China, e instamos o Japão a cessar imediatamente todas as atividades ilegais”, afirmou o porta-voz da guarda costeira chinesa, Liu Dejun. Liu disse que “um helicóptero baseado num navio” foi mobilizado para avisar e expulsar o avião japonês, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP). O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Takehiro Funakoshi, por sua vez, apresentou um “protesto vigoroso” ao embaixador chinês em Tóquio. Citou a “intrusão de quatro navios da guarda costeira chinesa nas águas territoriais japonesas em torno das ilhas Senkaku e a violação do espaço aéreo japonês por um helicóptero”. De acordo com o Ministério da Defesa do Japão, o helicóptero chinês invadiu o espaço aéreo japonês durante cerca de 15 minutos. “As forças de autodefesa [japonesas] reagiram enviando caças”, disse o ministério, também citado pela AFP. Segundo a emissora pública japonesa NHK e outros meios de comunicação social locais, é a primeira vez que um helicóptero das autoridades chinesas viola o espaço aéreo japonês sobre as ilhas em disputa. Escolher lados As tensões entre a China e outros países que reivindicam territórios no Mar da China levaram o Japão a desenvolver laços com as Filipinas e os Estados Unidos. O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, e o Presidente filipino, Ferdinand Marcos, concordaram na terça-feira em aprofundar os laços de segurança entre os dois países. Concordaram também em opor-se a “tentativas de alterar o ‘status quo’ no Mar da China Oriental e no Mar da China Meridional pela força ou pela coerção”, numa referência à China.
Hoje Macau China / ÁsiaRússia | Xi Jinping de visita ao país de quarta-feira a sábado A visita do Presidente chinês, juntamente com outros líderes mundiais como Lula da Silva, insere-se na celebração do Dia da Vitória sobre a Alemanha nazi na II Guerra Mundial. Ucrânia e a situação internacional deverão estar na agenda do encontro de Xi com Putin A Rússia anunciou domingo que o Presidente chinês, Xi Jinping, vai visitar o país de quarta-feira a sábado no âmbito dos 80 anos da vitória na II Guerra Mundial contra a Alemanha nazi, abordando também o conflito ucraniano. De acordo com um comunicado divulgado domingo pelo Kremlin e citado pela agência France-Presse (AFP), Xi Jinping participará ainda em discussões bilaterais sobre “o desenvolvimento de relações de parceria mundiais e interação estratégica” e sobre “problemas actuais na ordem do dia internacional e regional”. “Está previsto que uma série de documentos bilaterais, entre os governos e os ministérios, sejam assinados”, acrescentou o Kremlin. A visita acontece numa altura de confronto comercial entre Pequim e Washington, reafirmando a aliança entre a Rússia e a China. Além de Xi Jinping, dirigentes de cerca de 20 países deverão assistir à parada militar de 09 de Maio na Praça Vermelha, entre os quais o Presidente brasileiro Lula da Silva e outros tradicionais aliados internacionais de Moscovo. Um dos quais é o Presidente cubano Miguel Díaz-Canel, que chegou domingo a São Petersburgo, onde foi recebido pelo governador local Alexandr Beglov. Troca de ameaças No sábado, o Kremlin acusou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de ameaçar as comemorações da Segunda Guerra Mundial, em 09 de Maio, depois de ter afirmado que Kiev não podia garantir a segurança dos líderes internacionais em Moscovo. Volodymyr Zelensky “fez uma ameaça inequívoca aos líderes mundiais” que vão participar na cerimónia, disse a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, nas redes sociais, segundo a agência de notícias russa TASS. Zakharova comentava declarações feitas na sexta-feira à noite por Zelensky sobre as comemorações dos 80 anos da vitória sobre a Alemanha nazi, presididas por Vladimir Putin. Zelensky disse que Kiev não poderá garantir a segurança dos líderes internacionais presentes, sugerindo que Moscovo poderá fazer alguma coisa para culpar a Ucrânia. “Não sabemos o que a Rússia vai fazer nessa data. Poderá tomar várias medidas, como incêndios ou explosões, e depois acusar-nos”, disse o Presidente ucraniano.
Hoje Macau China / Ásia1.º de Maio | Trump em destaque nos protestos na Ásia Trabalhadores por toda a Ásia assinalaram ontem o 1.º de Maio com marchas e protestos que evidenciaram o crescente desconforto com o governo do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o receio de instabilidade económica global. O feriado, também conhecido como Dia Internacional dos Trabalhadores ou Dia do Trabalho, homenageia as lutas e conquistas dos trabalhadores e do movimento trabalhista. Em vários países e regiões asiáticas, a agenda de Trump foi citada como uma fonte de preocupação. Em Taiwan, o líder do governo, Lai Ching-te, referiu-se às novas tarifas impostas por Trump ao promover uma proposta de lei de despesas destinada a estabilizar o mercado de trabalho e a apoiar os meios de subsistência. Nas Filipinas, o líder do protesto, Mong Palatino, avisou que “as guerras tarifárias e as políticas de Trump” ameaçavam as indústrias locais. No Japão, houve quem dissesse que as políticas de Trump pairavam sobre o dia como uma sombra, segundo a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP). Um camião da marcha de Tóquio ostentava um boneco parecido com o Presidente dos Estados Unidos. As exigências dos participantes nas marchas no Japão iam desde salários mais altos e igualdade de género a cuidados de saúde, ajuda em caso de catástrofe, um cessar-fogo em Gaza e o fim da invasão russa na Ucrânia. “Para que os nossos filhos possam viver com esperança, os direitos dos trabalhadores têm de ser reconhecidos”, disse Junko Kuramochi, membro de um grupo de mães em Tóquio. Tadashi Ito, um trabalhador sindicalizado da construção civil, disse estar preocupado com o aumento dos preços das matérias-primas importadas. “Toda a gente está a lutar por trabalho e, por isso, os contratos tendem a ir para onde os salários são mais baratos”, afirmou, citado pela AP. “Pensamos que a paz está em primeiro lugar. E esperamos que Trump erradique os conflitos e as desigualdades”, acrescentou. Trabalho em risco Sob um céu nublado, cerca de 2.500 sindicalistas marcharam em Taipé, representando sectores que vão das pescas às telecomunicações. Os manifestantes alertaram que as tarifas de Trump podem custar postos de trabalho em Taiwan. “É por isso que esperamos que o governo possa propor planos para proteger os direitos dos trabalhadores”, disse o líder sindical Carlos Wang. Um sindicato de trabalhadores do sector automóvel exibiu um carro recortado com uma fotografia de Trump. Em Manila, milhares de trabalhadores filipinos marcharam perto do palácio presidencial, onde a polícia bloqueou o acesso com barricadas. Os manifestantes exigiram salários mais elevados e uma maior proteção dos empregos e das empresas locais. Na Indonésia, o Presidente Prabowo Subianto saudou milhares de trabalhadores que o aplaudiram no Parque do Monumento Nacional de Jacarta. “O governo que lidero vai trabalhar para eliminar a pobreza da Indonésia”, disse Subianto à multidão. De acordo com o presidente da Confederação dos Sindicatos Indonésios, Said Iqbal, cerca de 200.000 trabalhadores terão participado nas marchas do 1.º de Maio na maior economia do Sudeste Asiático. Na Turquia, a data serviu não só para os direitos laborais, mas também para apelos mais alargados à defesa dos valores democráticos, uma vez que os manifestantes planeavam protestar contra a prisão do presidente da câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu. A prisão do opositor do regime, em Março, desencadeou os maiores protestos do país em mais de uma década, e o feriado de ontem ofereceu a perspectiva de novas manifestações contra o governo. As autoridades bloquearam o acesso ao centro de Istambul e fecharam as vias de trânsito. Uma associação de advogados afirmou que mais de 200 manifestantes foram detidos perto da Praça Taksim, um ponto de encontro simbólico há muito vedado às concentrações do 1.º de Maio.
Hoje Macau China / ÁsiaPE | China levanta sanções a cinco eurodeputados A China retirou as sanções que tinha aplicado a cinco eurodeputados em Março de 2021, anunciou quarta-feira o Parlamento Europeu. A 22 de Março de 2021, a China impôs sanções a dez indivíduos e a quatro entidades relacionadas com a União Europeia (UE), incluindo cinco eurodeputados e o subcomité dos Direitos Humanos do Parlamento Europeu. As sanções, que proibiam os visados de entrar em território chinês, levaram o Parlamento Europeu a suspender todo o diálogo oficial com a China. Em comunicado, a instituição europeia anunciou quarta-feira que os cinco eurodeputados, que em 2021 pertenciam ao subcomité sancionado, já não estão abrangidos pelo regime de sanções de Pequim. Citada na nota informativa divulgada, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, considerou que os eurodeputados devem poder exercer as suas funções, incluindo “discutir os interesses europeus” com a China “sem medo de quaisquer repercussões”. “A nossa relação com a China continua a ser complexa e multifacetada. A melhor maneira de abordá-la é através do diálogo”, frisou a líder do hemiciclo europeu. O anúncio do levantamento das sanções foi feito à Conferência de Presidentes, que inclui não só Roberta Metsola, mas também os presidentes dos grupos políticos representados nos hemiciclos de Bruxelas e Estrasburgo.
Hoje Macau China / ÁsiaSalão Automóvel de Xangai | Fabricantes focados no mercado internacional As construtoras automóveis chinesas, alemãs e japonesas estiveram esta semana no Salão Automóvel de Xangai, indicando que o sector mantém o foco no mercado global mais amplo e menos afectado pelas pesadas tarifas impostas pelos Estados Unidos. Há indícios de que os 25 por cento de tarifas sobre importações automóveis, decretados pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, estão a levar as empresas a reavaliar as suas estratégias — e, em alguns casos, a descobrir novas oportunidades. “Quando os governos lá em cima entram em conflito, isso acaba por afectar os negócios cá em baixo”, afirmou Ma Lihua, directora-geral da Soling, uma fabricante chinesa de unidades de controlo e outros sistemas electrónicos usados em componentes como câmaras de marcha-atrás. Sediada em Xangai, a Soling conta com a Ford, a Toyota e outras grandes marcas globais e chinesas entre os seus clientes. Está também a estabelecer uma base de produção no Vietname, onde a fabricante local de veículos eléctricos VinFast ambiciona tornar-se líder automóvel do Sudeste Asiático. Muitas das dezenas de empresas de peças e componentes automóveis presentes no salão mantêm operações que cruzam tanto o mercado chinês como os mercados internacionais. A Gestamp, produtora de componentes metálicos como chassis e caixas de baterias, tem sentido os efeitos de uma desaceleração nos mercados dos EUA e da Europa Ocidental, mas está a expandir-se na Ásia, América Latina e Europa de Leste. As tarifas norte-americanas tornaram-se agora mais um obstáculo, numa altura em que os fabricantes automóveis seguem de perto os desenvolvimentos. “No passado, as cadeias de abastecimento funcionavam como um relógio suíço. Agora é exatamente o contrário”, comentou Ernesto Barcelo, director da Gestamp, sobre a incerteza que actualmente domina o mercado. Riscos equacionados A estabilidade política é um critério fundamental para investir em qualquer mercado, afirmou Wei Jianjun, presidente da GWM (Great Wall Motor Co.), aos jornalistas, quando questionado sobre os planos da empresa para expandir a produção no estrangeiro. Isso aplica-se tanto a países como a Hungria — onde ainda não foi tomada uma decisão sobre a construção de uma fábrica — como também aos EUA sob a presidência de Donald Trump. “Se um país não é politicamente estável, o risco é elevado”, disse Wei. Com tarifas tão elevadas nos EUA, a GWM está a concentrar-se noutros mercados, como o comércio entre a China e a Europa, que deverá crescer, afirmou. Não comentou, no entanto, as tarifas de até 45,3 por cento que a União Europeia impôs sobre veículos eléctricos fabricados na China. Tianshu Xin, CEO da Leapmotor International — uma ‘joint-venture’ entre a Stellantis e a chinesa Leapmotor — afirmou que o mercado norte-americano não é, neste momento, a sua prioridade. “Queremos acompanhar o ambiente regulatório e, além disso, as preferências dos consumidores são um pouco diferentes em relação a outros mercados”, referiu Xin. Novos investimentos A japonesa Nissan planeia lançar 10 novos modelos eléctricos na China até 2027, dos quais nove serão da marca própria, e prevê investir mais 1,4 mil milhões de dólares até ao final de 2026 para reforçar a sua presença no país. Nos EUA, poderá usar capacidade produtiva excedente para compensar a redução das importações causada pelas tarifas. “Algumas portas fecharam-se, mas outras abriram-se”, disse Ma. “Mas qualquer plano que se faça, será rapidamente alterado. O mercado muda muito depressa”, notou. Alguns dos participantes do salão acreditam que Trump acabará por moderar a sua posição. “Trump é um homem de negócios e pretende impulsionar a economia americana através de tarifas sobre outros países, mas acredito que essas medidas são temporárias”, afirmou Yang Jingdi, assistente do CEO da LvXiang Automobile Parts Co., que fabrica componentes eletrónicos como espelhos retrovisores e bombas. “A China tem cadeias de abastecimento completas e abundantes — e são os EUA que não vão aguentar se as tarifas se mantiverem dos dois lados”, descreveu.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Quatro activistas libertados após cumprirem pena Quatro ativistas pró-democracia foram ontem libertados em Hong Kong, depois de cumprirem penas de quatro anos e dois meses, por terem participado em eleições primárias não oficiais para a oposição em 2020. Os ex-parlamentares Claudia Mo, Kwok Ka-ki, Jeremy Tam e Gary Fan foram libertados durante a madrugada de três prisões diferentes. A operação de segurança foi significativa, com patrulhas policiais nas proximidades e restrições de acesso em várias estradas horas antes da operação. A libertação dos dissidentes ocorreu depois de o tribunal ter descontado o tempo que estiveram detidos desde o final de Fevereiro de 2021, a aguardar julgamento. Após terem comparecido em tribunal, em Março de 2021, foi-lhes negado o pedido para saírem em liberdade sob fiança enquanto aguardavam julgamento por “conspiração para subverter o poder do Estado”, de acordo com a lei de segurança nacional. De acordo com uma nova lei, aprovada há um ano, os reclusos condenados por crimes contra a segurança nacional têm de cumprir requisitos mais rigorosos para garantir a libertação antecipada, o que torna a sua libertação improvável. Esta é a libertação do primeiro grupo de 45 democratas condenados no maior julgamento de segurança nacional na região semiautónoma chinesa, concluído em Novembro. Numa decisão inicial, emitida a 30 de Maio, o Tribunal de Primeira Instância considerou os 14 culpados após um longo processo, iniciado já depois de Pequim ter imposto a Lei de Segurança Nacional em Junho de 2020.
Hoje Macau China / ÁsiaHSBC | Lucro do HSBC cai 32% até Março O banco HSBC, o maior da Europa, anunciou ontem lucros de 6.930 milhões de dólares no primeiro trimestre do ano, numa redução de 32 por cento em termos homólogos, quando teve ganhos extraordinários. Segundo os resultados enviados ontem para a bolsa de Hong Kong, onde está cotado, o grupo teve um desempenho acima das previsões dos analistas, que antecipavam um resultado líquido próximo de 5.390 milhões de dólares. A redução do lucro nos primeiros três meses é explicada pelo impacto extraordinário observado no período homólogo aquando das vendas das actividades no Canadá e na Argentina. Livre de impostos, o resultado caiu 25 por cento para 9.500 milhões de dólares, mas ficou também acima dos 7.830 milhões de dólares estimados pelos analistas. Por sua vez, a margem financeira recuou 4,6% por cento para 8.300 milhões de dólares. Citado em comunicado, o presidente executivo do HSBC, Georges Elhedery, considerou que os resultados refletem uma “dinâmica de ganhos, a disciplina na execução da estratégia” e a “confiança na capacidade de cumprir os objectivos”. O banco alertou ainda para o “aumento da incerteza macroeconómica” devido às tarifas comerciais aplicadas pelo executivo dos Estados Unidos da América, liderado por Donald Trump.
Hoje Macau China / ÁsiaTarifas | China publica vídeo intitulado “Não nos ajoelhamos” O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China publicou ontem um vídeo intitulado “No Kneeling” (“Não nos ajoelhamos”), no qual reafirma a recusa em ceder às pressões decorrentes da guerra comercial com os Estados Unidos. No vídeo, publicado na conta oficial do ministério na rede social WeChat – semelhante ao WhatsApp –, a diplomacia chinesa argumenta que ceder ao que descreve como “hegemonia” norte-americana não conduziria à resolução das tensões, mas sim ao seu agravamento. O ministério acusou os EUA de desencadearem uma “tempestade tarifária” global e criticou o facto de Washington não ter feito concessões à China, como a suspensão de 90 dias das tarifas decretada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, para os restantes países. As autoridades compararam esta dinâmica ao “olho de um furacão”, alertando para o facto de a aparente calma ser, na realidade, uma “armadilha mortal” que precede novas turbulências. “O registo histórico mostra que as concessões não garantem um desanuviamento nas disputas comerciais e, em vez disso, acabam por alimentar o aumento da pressão”, afirmou a diplomacia do país asiático. “Ceder ao agressor é como beber veneno quando se tem sede”, descreveu. Com um fundo musical de intensidade crescente, o vídeo declara que “a China não se ajoelha” e argumenta que “lutar pela cooperação permite que a cooperação exista, enquanto procurá-la através de concessões leva ao seu desaparecimento”. O vídeo acrescenta ainda que uma atitude assertiva permitiria que os países mais pequenos fossem ouvidos, travaria potenciais abusos de poder e defenderia os princípios internacionais. Luta continua O vídeo também descreve os opositores a esta posição como “tigres de papel” e salienta que o comércio dos EUA representa menos de um quinto do comércio mundial, pelo que Washington poderá ficar isolado se outros países aderirem à posição da China. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, alertou ontem, no Rio de Janeiro, que “ficar em silêncio, ceder e recuar” só fará com que “o agressor queira tirar mais partido”, referindo-se aos Estados Unidos. Durante uma reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros do bloco de economias emergentes BRICS, Wang afirmou que “os Estados Unidos há muito beneficiam do comércio livre, mas agora estão a utilizar as tarifas como moeda de troca para exigir preços exorbitantes a outros países”. Desde o início deste mês, a China e os EUA mantêm tarifas mútuas superiores a 100 por cento. Embora os responsáveis norte-americanos tenham afirmado que estão em curso negociações com os seus homólogos chineses para chegar a um acordo comercial, Pequim negou-o repetidamente.
Hoje Macau China / ÁsiaEspaço | Adiado regresso de astronautas devido às condições climatéricas A China adiou o regresso à Terra de três astronautas chineses que permanecem há seis meses na estação espacial devido às condições climatéricas, avançou ontem a imprensa local. Os astronautas, Cai Xuzhe, Song Lingdong e Wang Haoze, deveriam ter aterrado ontem em Dongfeng, na região da Mongólia Interior, no norte da China, depois de terem estado meio ano no espaço. A aterragem foi adiada para “garantir a saúde e a segurança dos astronautas” porque as condições meteorológicas não eram as melhores, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. Os três foram enviados para a estação espacial chinesa Tiangong em Outubro do ano passado, e uma nova tripulação de astronautas chegou recentemente para os substituir. Durante o seu tempo a bordo, os três astronautas chineses realizaram experiências e melhorias na estação espacial. Dois dos astronautas, Cai e Song, efectuaram uma caminhada espacial de nove horas, a mais longa de sempre, durante a sua missão, informou a agência responsável pelas missões espaciais tripuladas da China. O país asiático construiu a sua própria estação espacial depois de ter sido excluída da Estação Espacial Internacional por preocupações com a segurança nacional dos Estados Unidos. O programa espacial chinês tem crescido rapidamente nos últimos anos. A agência espacial chinesa já fez pousar um explorador em Marte e um robô do outro lado da lua. O seu objectivo é colocar uma pessoa na Lua antes de 2030. No ano passado, dois astronautas norte-americanos acabaram por ficar presos no espaço durante nove meses depois de um voo de teste com a Boeing ter tido problemas e de a NASA ter determinado que era demasiado arriscado para os astronautas regressarem à Terra na mesma cápsula.
Hoje Macau China / ÁsiaBRICS | Xi insta banco dos BRICS a assumir maior papel Face à instabilidade global, o Presidente Chinês pediu à líder do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, que assumisse um papel mais determinante no apoio aos países em desenvolvimento O Presidente chinês, Xi Jinping, instou ontem o banco dos BRICS a reforçar o seu apoio aos países em desenvolvimento e a assumir um papel mais importante num cenário global marcado por tensões geopolíticas e pela guerra comercial. Xi visitou a sede do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) durante uma deslocação à metrópole oriental de Xangai, onde também se reuniu com a líder da instituição e ex-presidente brasileira, Dilma Rousseff, informou a imprensa estatal chinesa. O Novo Banco de Desenvolvimento – fundado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – deve, segundo Xi, direccionar os seus esforços para uma nova fase de crescimento centrada na sustentabilidade, tecnologia e transição energética, sem se afastar da sua missão original de apoiar os países do Sul Global. A instituição “deve alinhar-se com as necessidades reais de desenvolvimento e oferecer financiamento de alta qualidade e baixo custo”, disse Xi, que defendeu ainda a melhoria da gestão interna do banco e a expansão da sua presença em áreas, como as infraestruturas digitais e os projectos verdes. O líder chinês considerou que o bloco das economias emergentes representa uma parte crescente da economia mundial e sublinhou que os países em desenvolvimento devem ter uma maior participação na reforma do sistema financeiro internacional. No entanto, evitou referir-se directamente a tensões geopolíticas específicas ou a instituições como o FMI ou o Banco Mundial. Apoios garantidos Dilma Rousseff garantiu que o Banco Mundial continuará a concentrar-se no apoio a projectos estratégicos nas economias emergentes e alertou contra o “unilateralismo e o proteccionismo”, que acusou de “corroer a autoridade do Direito internacional” e “minar a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento”. No seu discurso, Dilma destacou ainda o papel de Pequim num contexto global “turbulento”, em que “a China defende firmemente os interesses do Sul Global” e é “um exemplo” na defesa do “multilateralismo, da equidade e da justiça internacional”. A antiga presidente brasileira, reeleita em Março para um mandato de cinco anos à frente da organização, agradeceu o apoio dos países membros e defendeu o papel do banco como instrumento de cooperação multilateral. A sua candidatura foi proposta pela Rússia e aprovada por consenso. O Novo Banco de Desenvolvimento, também conhecido como o banco dos BRICS, foi criado em 2014 e começou a funcionar um ano depois, com o objectivo de oferecer uma alternativa de financiamento aos países em desenvolvimento. Nos últimos meses, alargou o número de membros com a incorporação do Egipto, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Indonésia, que formalizou a sua entrada em Março, após uma visita de Rousseff a Jacarta. A expansão do banco ocorre numa altura em que o grupo BRICS desempenha um papel mais proeminente nos fóruns multilaterais, no meio de debates sobre a reconfiguração da ordem económica mundial.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | DeepSeek regressa após rever processamento de dados A aplicação chinesa de inteligência artificial (IA) DeepSeek voltou ontem a estar disponível na Coreia do Sul, depois de lançar uma versão parcialmente revista em coreano da sua política de processamento de dados. O descarregamento da aplicação estava suspenso na Coreia do Sul desde 15 de Fevereiro, depois de o Governo sul-coreano ter acusado os seus operadores de enviarem dados dos utilizadores a outras empresas sem obterem consentimento. O serviço revelou ontem uma política revista de tratamento de informações para os utilizadores sul-coreanos, depois de a Comissão de Protecção de Informações Pessoais da Coreia do Sul ter revelado, na semana passada, que o DeepSeek transferiu dados pessoais dos utilizadores para três empresas na China e uma nos Estados Unidos, sem que essa divulgação estivesse abrangida pelas suas políticas. As autoridades sul-coreanas acusaram anteriormente o serviço de enviar informações para uma empresa afiliada à ByteDance, proprietária da rede social chinesa TikTok, e pediram aos proprietários da empresa que estabelecessem rigorosamente a base legal para as suas transferências de dados para o estrangeiro e destruíssem imediatamente as informações comprometidas, bem como uma versão em coreano das suas políticas. Nos seus termos e condições revistos, a DeepSeek estabeleceu um regulamento suplementar separado para a Coreia do Sul, que estipula que processará as informações pessoais de acordo com as leis nacionais de protecção de dados. A DeepSeek “comunicará os resultados das recomendações de correcção e melhoria no prazo de 60 dias”, disse um funcionário da comissão sul-coreana, citado pela agência noticiosa local Yonhap.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Tarifas podem criar maior mercado negro do mundo As tarifas recorde impostas por Washington sobre produtos chineses podem criar o “maior mercado negro do mundo”, à medida que as empresas recorrem ao transbordo por países terceiros e à subfacturação, apontou um ‘think tank’. Apesar de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter fixado taxas alfandegárias de 145% sobre a maioria dos bens oriundos da China, as exportações chinesas vão continuar a chegar ao mercado norte-americano através de canais alternativos, frisou num relatório a Gavekal Dragonomics, grupo de reflexão norte-americano focado na economia chinesa. O documento destacou que a diferença tarifária entre a China e os restantes parceiros comerciais dos EUA está a criar “incentivos poderosos para a evasão”, sobretudo através do ‘comércio triangular’ e da subfacturação. Uma das vias mais utilizadas consiste em enviar produtos da China para países como México ou Canadá, onde são depois reetiquetados ou levemente modificados, para posteriormente entrarem nos EUA ao abrigo de tarifas reduzidas ou isenções. O chamado regime de ‘minimis’, que isenta de impostos as remessas até 800 dólares, também tem sido amplamente explorado. Esta excepção será, no entanto, revogada para a China continental, Hong Kong e Macau a partir de 2 de Maio. As novas regras determinam que qualquer pacote de baixo valor proveniente desses territórios pagará uma tarifa fixa de 120 por cento do valor declarado. De acordo com os autores do relatório, mesmo os exportadores que não recorrem ao ‘comércio triangular’ têm agora fortes incentivos para subfacturar as encomendas. Esta prática já era significativa: em 2021, um estudo da Reserva Federal dos EUA concluiu que a subfacturação explicava mais de 55 mil milhões de dólares de discrepância entre os dados das importações dos EUA e os de exportações da China.
Hoje Macau China / ÁsiaTarifas | Pequim considera estar do “lado certo da História” Um alto funcionário do Governo chinês disse ontem que Pequim está “do lado certo da História” na guerra comercial lançada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump Desde que regressou à Casa Branca em Janeiro passado, Trump impôs tarifas de pelo menos 10 por cento sobre a maioria dos parceiros comerciais dos EUA e uma sobretaxa separada de 145 por cento sobre os produtos chineses. Pequim retaliou com a sua própria sobretaxa de 125 por cento sobre os produtos norte-americanos. “A China está do lado da esmagadora maioria dos países do mundo, do lado certo da História e do progresso humano”, afirmou Zhao Chenxin, vice-director da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o órgão máximo de planeamento económico da China, numa conferência de imprensa, em Pequim. Zhao Chenxin e vários altos funcionários de diferentes ministérios chineses prometeram que Pequim vai tomar mais medidas para impulsionar a economia e o consumo interno, visando mitigar os efeitos da guerra comercial com os Estados Unidos. “Estamos convencidos de que a oposição ao mundo e à verdade só conduz ao isolamento. Só avançando de mãos dadas com a comunidade mundial e defendendo a moralidade e a justiça poderemos construir o futuro”, sublinhou Zhao. Os Estados Unidos “praticam a intimidação e a hegemonia, renegando constantemente os seus compromissos”, denunciou. No domingo, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, defendeu a política tarifária de Donald Trump, que está a perturbar a economia mundial, considerando-a como uma forma de criar “incerteza estratégica” para dar vantagem a Washington. Instado ontem a responder a estes comentários, Guo Jiakun, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, afirmou que os Estados Unidos devem “conduzir o diálogo com a China com base na igualdade, no respeito e no benefício mútuo”. “Se os Estados Unidos querem realmente resolver o problema através do diálogo e da negociação, devem deixar de ameaçar e chantagear”, disse Guo, em conferência de imprensa. Alta tensão Pequim prometeu travar a guerra comercial “até ao fim” se Washington continuar com as suas medidas proteccionistas. No entanto, a China reconheceu ontem que a tempestade comercial desencadeada por Donald Trump está a ter um impacto na sua economia, que continua fortemente dependente das exportações. “Embora a economia [nacional] continue a recuperar, as bases para uma melhoria sustentável exigem um maior reforço face às crescentes pressões externas”, disse Yu Jiadong, vice-ministro dos recursos humanos, em conferência de imprensa. “A imposição sucessiva de taxas exorbitantes por parte dos Estados Unidos criou dificuldades de produção e de funcionamento a algumas empresas exportadoras e afectou o emprego de alguns trabalhadores”, sublinhou.
Hoje Macau China / ÁsiaTarifas | China desmente Trump sobre negociações comerciais com Estados Unidos A China voltou seabado a negar estar em negociações com os Estados Unidos sobre as tarifas, desmentindo os comentários do Presidente norte-americano, Donald Trump, na sexta-feira. “Não houve consultas ou negociações entre a China e os Estados Unidos sobre questões tarifárias, muito menos um acordo”, disse a embaixada chinesa em Washington, num comunicado publicado na plataforma de mensagens WeChat. As afirmações norte-americanas de que está em curso um diálogo sobre as tarifas “são enganadoras”, acrescentou a representação diplomática chinesa. “Se os Estados Unidos querem realmente resolver o problema através do diálogo, devem primeiro corrigir os seus erros, deixar de ameaçar e pressionar os outros e abolir completamente todas as medidas tarifárias unilaterais tomadas contra a China”, lê-se no comunicado. Numa entrevista publicada na sexta-feira pela revista Time, o Presidente norte-americano disse que estavam em curso discussões entre os dois países para tentar chegar a um acordo e sugeriu que o processo poderia estar concluído nas próximas semanas. Referiu, além disso, ter falado ao telefone com o homólogo chinês, Xi Jinping, sem, no entanto, especificar quando ou qual o conteúdo da conversa. “Ele telefonou. E não acho que isso seja um sinal de fraqueza”, disse o dirigente norte-americano. O Ministério do Comércio chinês já tinha negado na quinta-feira que estivesse a levar a cabo negociações económicas ou comerciais com Washington. O Presidente norte-americano decidiu impor sobretaxas de 145 por cento a certos produtos importados da China. Em resposta, Pequim impôs sobretaxas de 125 por cento sobre os produtos provenientes dos Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaBaidu | Lançados dois novos modelos de IA rivais da DeepSeek e ChatGPT A chinesa Baidu anunciou sexta-feira o lançamento de dois novos modelos de inteligência artificial (IA), Ernie 4.5 Turno e Ernie X1 Turbo, numa conjuntura de intensa concorrência desta tecnologia depois do impulso dado pela DeepSeek ao sector. Num evento para programadores da empresa chinesa, o presidente executivo (CEO), Robin Li, detalhou as melhorias introduzidas no Ernie 4.5 Turnbo, considerado o modelo base da tecnológica, e a série X1 Turbo, plataforma apresentada em março, informou o jornal oficial Diário do Povo. Segundo Li, foi ampliada a capacidade de memória ao modelo e otimizado o seu motor de inferência para reforçar as capacidades de ‘raciocínio’ e reduzir a frequência de ‘alucinações’ ou respostas fora do contexto, um dos problemas do sector. Além disso, a Baidu salientou a capacidade de ambos os sistemas de criar e gerir agentes digitais, programas autónomos que podem ser utilizados em aplicações como o atendimento ao cliente, a análise de dados ou processos automatizados de revisão de informação. Esta iniciativa responde ao plano da tecnológica chinesa em acelerar o desenvolvimento das suas tecnologias de IA, num contexto de crescente concorrência local de empresas como a DeepSeek, Alibaba, Tencent e ByteDance. Recentes modelos de linguagem como a DeepSeek e outros apresentados pelas chinesas Tencent, Alibaba ou ByteDance provocaram uma aceleração da tecnologia nos últimos meses por serem capazes de concorrer nas suas capacidades com as soluções tecnológicas norte-americanas de IA a um preço mais baixo.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | UE pede a Pequim que evite inundar mercado com produtos que não podem ir para EUA O comissário europeu da Economia disse sexta-feira que pediu à China para que “não inunde” outros mercados com os produtos que não pode colocar nos Estados Unidos, na sequência da guerra das tarifas iniciada por Donald Trump. O comissário Valdis Dombrovskis falava numa conferência de imprensa em Washington, onde está numa visita oficial por ocasião das reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), um encontro que está a aproveitar para se reunir com autoridades dos Estados Unidos e da China para abordar a guerra comercial. “A minha mensagem aos homólogos chineses é que é importante que a China mostre uma certa moderação e não comece a inundar outros mercados com estes produtos, o que poderá criar possíveis contramedidas e desencadear um efeito dominó”, disse. Para a UE, acrescentou, “é importante preservar as regras assentes no sistema de comércio multilateral porque, no final do dia, é o que funciona melhor para todos”. “Do lado da China, mostraram-nos compreensão sobre a nossa preocupação”, salientou. Quanto às negociações com os Estados Unidos, o político letão disse que o objectivo da UE é chegar a um acordo antes que vença o prazo de 90 dias imposto por Trump para evitar a imposição das tarifas para o mercado comunitário.
Hoje Macau China / Ásia1 de Maio | Optimismo do turismo para os feriados do Dia do Trabalhador O mercado turístico está animado com os feriados do Dia do Trabalhador que se aproximam, esperando-se que o turismo doméstico supere o dos dois anos anteriores Agências de viagens e especialistas em turismo disseram estar optimistas quanto ao desempenho do mercado turístico durante o próximo feriado do Dia do Trabalho, com a previsão de que tanto o turismo doméstico quanto o internacional aumentarão durante o período, indica o Diário do Povo. A confiança é apoiada pelos fortes números de consumo turístico registados no primeiro trimestre. O Ministério da Cultura e Turismo da China afirmou que o número de visitas de turistas nacionais atingiu cerca de 1,8 mil milhões nos primeiros três meses, um aumento anual de 26,4 por cento em relação, levando a um consumo relacionado ao turismo de cerca de 1,8 biliões de yuans (, um aumento de 18,6 por cento numa base anual. Com duração de cinco dias e início na próxima quinta-feira, o feriado de Primeiro de Maio é o último feriado prolongado na China no primeiro semestre do ano. Com base nas reservas de turismo até o momento para o feriado, muitas agências de viagens esperam que o desempenho do mercado de turismo doméstico supere o dos dois anos anteriores. O portal de viagens Tuniu informou que, até meados de Abril, as reservas turísticas na plataforma vinculadas a destinos nacionais aumentaram 100 por cento em comparação ao mesmo período do ano passado. Qi Chunguang, vice-presidente da Tuniu, disse que as viagens nacionais de longa distância e as viagens internacionais de curta distância apresentaram forte crescimento. Passeios autónomos e autoguiados continuarão a ver aumentos notáveis à medida que o feriado se aproxima, acrescenta a publicação. Destinos variados O provedor de serviços de viagens Qunar explicou que o turismo para cidades, condados e vilas menores está a apresentar uma tendência de alta, especialmente entre viajantes jovens que procuram experiências únicas, com os principais destinos menos conhecidos, mas modernos, incluindo o condado de Pingtan, província de Fujian; Yangshuo, Região Autónoma da Etnia Zhuang de Guangxi; e condado de Anji, província de Zhejiang. “Quero ir para um lugar sem multidões durante o feriado. É um bom momento para escapar do trabalho e permitir-me mergulhar totalmente na natureza”, disse Li Miao, 31, de Shanghai, que passará quatro dias e três noites em Anji — famosa por suas belas paisagens rurais e acomodações bem planeadas — durante o feriado. Agências de viagens e especialistas em turismo também depositaram grandes esperanças no desempenho da actividade turística de entrada e saída durante o feriado. O Trip.com indicou que o volume de reservas para seus serviços de aluguel de carros em destinos internacionais deve apresentar um aumento anual de 25 por cento durante o feriado. Destinos internacionais populares continuam a ser aqueles com tempos de viagem mais curtos, como a Região Administrativa Especial de Hong Kong, Japão, Coreia do Sul, Tailândia e Singapura. Além disso, mais destinos — como Catar, Áustria e Cazaquistão — estão a surgir como opções de tendência graças às políticas de visto optimizadas, ao aumento de voos e a mais rotas aéreas, disse o grupo. “O meu marido e eu pediremos dois dias extras de licença e teremos sete dias de folga para nossa viagem à Noruega”, disse Song Haiyan, 34, de Pequim, que partirá para o país na quinta-feira.
Hoje Macau China / ÁsiaNuclear | MNE apoia diálogo entre Irão e EUA e rejeita sanções O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês sublinhou o apoio da China ao Irão nas negociações nucleares com os Estados Unidos e rejeitou o recurso à força e a sanções para resolver a questão nuclear iraniana. Wang Yi reuniu-se na quarta-feira, em Pequim, com o homólogo iraniano, Abbas Araqchi, que está de visita à China, nas vésperas de se realizarem novas conversações em busca de um acordo nuclear entre Teerão e Washington, segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. O chefe da diplomacia chinesa valorizou o “compromisso do Irão de não desenvolver armas nucleares”, defendendo simultaneamente o direito de Teerão à utilização pacífica da energia atómica. Wang sublinhou que Pequim “se opõe ao uso da força e às sanções unilaterais ilegais”, numa aparente referência às sanções que Washington impôs contra Teerão. Araqchi entregou a Wang uma mensagem do Presidente iraniano, Masud Pezeshkian, ao homólogo chinês, Xi Jinping, e agradeceu a Pequim “a abordagem construtiva e eficaz nas discussões relacionadas com a questão nuclear iraniana”, lê-se no comunicado da diplomacia chinesa. O Irão e os Estados Unidos realizaram, desde meados de Abril, duas rondas de conversações com vista a um novo acordo sobre o programa nuclear iraniano, que ambas as partes descreveram como construtivas. Representantes dos dois países vão reunir-se pela terceira vez no sábado. A China é o maior parceiro comercial do Irão e um dos principais compradores do seu petróleo sob sanções. Em 2021, a China assinou um vasto acordo estratégico de 25 anos com o Irão. Esta importante parceria abrange áreas tão variadas como a energia, a segurança, as infraestruturas e as telecomunicações.
Hoje Macau China / ÁsiaÓbito/Papa | HK autoriza cardeal Joseph Zen a assistir ao funeral O Cardeal Joseph Zen, bispo emérito de Hong Kong, foi autorizado a deixar a cidade semiautónoma da China para assistir ao funeral do Papa Francisco na Cidade do Vaticano, informou ontem a agência Associated Press. Zen, de 93 anos, deixou Hong Kong na quarta-feira à noite, depois de ter apresentado um pedido num tribunal para recuperar o passaporte, revelou a sua secretária à AP. As autoridades confiscaram o passaporte a Zen após ter sido temporariamente detido ao abrigo de uma lei de segurança nacional imposta por Pequim na região administrativa especial em 2022. Zen está entre os críticos que, nos últimos anos, afirmaram que o acordo do Vaticano com as autoridades chinesas sobre a nomeação de bispos traiu os católicos chineses que se mantiveram fiéis ao Vaticano. Também criticou o secretário de Estado Pietro Parolin, o responsável pelas negociações com Pequim, como um “homem de pouca fé”. Parolin é considerado um dos principais candidatos a ser o próximo Papa, dada a sua proeminência na hierarquia católica. Na terça-feira, Zen emitiu uma crítica ao Vaticano, questionando a razão pela qual as reuniões pré-conclave começaram já nesse dia. A sua secretária disse que Zen regressaria a Hong Kong após o funeral do Papa, que está marcado para sábado. Mas disse não ter a certeza da data exacta do regresso.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Ordenada saída do país de paquistaneses até 29 de Abril A Índia ordenou ontem a todos os cidadãos paquistaneses, excepto os diplomatas, que abandonem o país até 29 de Abril, em retaliação pelo ataque na Caxemira indiana, que matou 26 civis e pelo qual Nova Deli atribui responsabilidades a Islamabad. “Em conformidade com as decisões tomadas pelo Comité de Segurança do Gabinete após o ataque terrorista em Pahalgam, Caxemira, o Governo da Índia decidiu suspender a emissão de vistos para cidadãos paquistaneses com efeito imediato”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano, em comunicado. “Todos os cidadãos paquistaneses actualmente na Índia devem deixar a Índia antes da expiração dos seus vistos”, o que acontecerá no domingo, 27 de Abril, no caso dos vistos comuns, e na terça-feira, 29 de Abril, no caso dos vistos médicos, adiantou. O anúncio foi feito na mesma altura em que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, prometeu perseguir “até aos confins da Terra” os autores do ataque terrorista que, há dois dias, matou 26 civis na parte indiana de Caxemira. “Digo isto ao mundo: a Índia vai identificar, perseguir e punir os terroristas e aqueles que os apoiam. Vamos persegui-los até aos confins da Terra”, garantiu Modi na sua primeira resposta pública ao ataque. Ataque mortífero Na tarde de terça-feira, pelo menos três homens armados abriram fogo contra turistas na cidade de Pahalgam, no sopé dos Himalaias, matando 25 indianos e um nepalês, segundo a polícia indiana. O ataque, que a Índia atribui a islamitas apoiados pelo Paquistão, é o mais mortífero contra civis desde 2000 naquele território indiano de maioria muçulmana. Na quarta-feira, o Governo hindu ultranacionalista de Nova Deli anunciou uma série de medidas diplomáticas de retaliação. Entre as decisões, que são sobretudo simbólicas, estão a suspensão de um tratado de partilha de águas, o encerramento da principal fronteira terrestre entre os dois países e a retirada de diplomatas. O Paquistão, que negou responsabilidade pelo ataque, convocou o seu Comité de Segurança Nacional para esta tarde para decidir sobre uma possível resposta.