Japão abranda restrições à entrada de viajantes a partir de 7 de Setembro

O Governo do Japão anunciou hoje que vai deixar de exigir às pessoas vacinadas contra a covid-19 que pretendam entrar no país o certificado de teste PCR negativo, a partir de 7 de Setembro.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse que a medida vai abranger cidadãos japoneses e residentes ou visitantes estrangeiros, desde que tenham recebido pelo menos três doses de uma vacina contra a covid-19.

O Japão, que ainda mantém fortes restrições ao turismo externo, requer atualmente que todos os viajantes que chegam ao arquipélago apresentem à chegada um teste negativo realizado nas 72 horas anteriores ao embarque, no país de partida.

Numa conferência de imprensa, Kishida sublinhou que o Japão pretende “ampliar o número de pessoas que podem entrar no país”.

O Japão mantém as medidas fronteiriças mais restritivas entre os países do G7 (grupo dos países mais industrializados do mundo), limitando as entradas a 20 mil pessoas por dia e mantendo suspensos a maior parte dos acordos bilaterais sobre a emissão de vistos.

As medidas dificultam as viagens de negócios e deslocações turísticas, especialmente aos visitantes estrangeiros não residentes no Japão.

Neste caso, o visto pode ser solicitado com fins turísticos através de agências de viagens autorizadas pelo Governo, mas com limitação dos grupos de viajantes, que devem ser acompanhados por um guia autorizado.

Segunda a imprensa japonesa, cerca de duas mil pessoas entraram no país com visto de turista em julho, muito abaixo da quota diária de 20 mil. O primeiro-ministro afirmou que o objetivo é “flexibilizar as medidas para torná-las iguais aos países do G7 de acordo com a situação que se apresenta dentro e fora do país”.

Kishida salientou que o número máximo de entradas diárias “será decidido com base na evolução da situação” da pandemia.

A nível doméstico, o primeiro-ministro anunciou que o Japão irá modificar os seus critérios de contagem dos casos diários de covid-19 – como outros países já fizeram – numa altura em que o país enfrenta a sétima e maior onda de infeções até à data.

Kishida participou na conferência de imprensa de forma remota, visto que se encontra em isolamento por ter testado positivo à covid-19 durante o fim de semana.

O Japão é, desde finais de julho, o país que regista o maior número de novos casos semanais de covid-19, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, o que tem sido atribuído ao abandono progressivo da contagem de números oficiais e à redução da testagem em outros países desenvolvidos.

24 Ago 2022

Fundador da Huawei diz que prioridade da empresa para os próximos três anos é sobreviver

O principal objetivo da Huawei para os próximos três anos é sobreviver, à medida que uma possível recessão económica global agrava o efeito das sanções impostas à tecnológica chinesa pelos Estados Unidos, disse o fundador da empresa.

Num artigo enviado aos funcionários da empresa e posteriormente citado pelo portal de notícias económicas Yicai, Ren Zhengfei pediu que a empresa “mude para modo de sobrevivência em 2023, ou até 2025”. Ren pediu uma mudança de foco na estratégia corporativa, que dê prioridade ao lucro e ao fluxo de caixa, em detrimento do aumento das vendas.

O fundador da Huawei adiantou que a empresa vai encerrar linhas de negócio não essenciais e reduzir postos de trabalho na sede, em Shenzhen, no sudeste da China. “Ainda é incerto se vamos conseguir dar um passo adiante neste período… Não devemos ter ilusões, sobretudo quando se trata de fazer previsões de negócios”, acrescentou.

Nos últimos anos, a Huawei foi afetada por sanções do governo dos EUA, por considerar a gigante tecnológica da China um perigo para a segurança norte-americana, devido às alegadas ligações aos serviços de informações chineses, e também pelo impacto da pandemia da covid-19. Em 2021, o volume de negócios caiu 28,5%, em relação ao ano anterior.

24 Ago 2022

Seca | China combate incêndios e raciona energia

A vaga de calor que assola o sudoeste do país é a mais grave desde 1961, ano em que começou a haver registos de temperatura, e já obrigou à deslocação de milhares de pessoas

 

Incêndios florestais forçaram à retirada de mais de 1.500 pessoas no sudoeste do país, onde o calor extremo e a seca estão a obrigar ao racionamento de energia, relataram segunda-feira os ‘media’ locais. Alguns dos centros comerciais da cidade de Chongqing foram encerrados, durante grande parte de segunda-feira, para reduzir o consumo de electricidade, informou a cadeia televisiva estatal CCTV.

A seca e o calor dizimaram também colheitas e fizeram com que os caudais dos rios, incluindo do Yangtzé, descessem, interrompendo o tráfego de carga e reduzindo o fornecimento de energia hidroeléctrica, numa altura de crescente procura por ar condicionado.

A imprensa estatal noticiou que o Governo está a tentar proteger a colheita de cereais do Outono, que representa 75 por cento do total anual da China, lançando substâncias químicas de condensação para a atmosfera, com o intuito de gerar chuva.

A interrupção aumenta os desafios para o Partido Comunista Chinês (PCC), que está a tentar impulsionar o crescimento económico, nas vésperas do evento mais importante da agenda política da China. As empresas da província de Sichuan foram informadas sobre a extensão do racionamento de energia, que ditou o encerramento temporário de fábricas.

A LIER Chemical Co. informou a Bolsa de Valores de Shenzhen que as suas instalações nas cidades de Jinyang e Guang’an, em Sichuan, receberam um pedido para racionar a energia até quinta-feira.

Fábricas em Sichuan que fabricam chips semicondutores, painéis solares, componentes para automóveis e outros produtos industriais foram obrigadas a desligar ou reduzir a actividade na semana passada, para economizar energia para o uso doméstico, já que a procura por ar condicionado aumentou substancialmente por causa das temperaturas elevadas, que chegaram a atingir os 45 graus Celsius. Os sistemas de ar condicionado, elevadores e luzes foram desligados em escritórios e em centros comerciais.

Verão quente

Sichuan, com 94 milhões de habitantes, é especialmente atingida porque obtém 80 por cento da sua energia de barragens hidroeléctricas. Outras províncias dependem mais da energia a carvão, que não foi afectada.

O Governo chinês diz que este Verão é o mais quente e seco da China desde que começou a haver registos de temperatura e de precipitação, em 1961. Os incêndios nas áreas periféricas de Chongqing, que faz fronteira com Sichuan, são o último flagelo resultante do calor e da seca.

Mais de 1.500 moradores foram transferidos para abrigos, enquanto cerca de 5.000 civis e militares foram mobilizados para apagar as chamas, informou a agência noticiosa oficial Xinhua, na segunda-feira.
Helicópteros foram enviados para lançar água nas florestas em chamas, apoiando as equipas em terra.

Em 2019, um incêndio florestal nas montanhas da província de Sichuan matou 30 bombeiros e voluntários.
Nenhuma morte foi relatada até ao momento na sequência desta vaga de calor, de acordo com a Xinhua.

24 Ago 2022

Myanmar | Mais de 860 ONG pedem eliminação do cargo de enviado da ONU para o país

Mais de 860 organizações não-governamentais (ONG) pediram hoje à Assembleia Geral da ONU que elimine o cargo de enviado especial para Myanmar, que entendem ter servido para legitimar a junta militar que assumiu o poder em 2021.

O pedido, enviado através de uma carta, ocorre depois de a atual enviada especial da ONU para Myanmar (ex-Birmânia), Noeleen Heyzer, ter visitado o país na semana passada e ter-se encontrado com o chefe da junta militar, Min Aung Hlaing, em Nay Pyi Taw.

“A longa história de tentativas da ONU de chegar a acordos de paz com os militares birmaneses por meio de enviados especiais nunca produziu resultados significativos, mas deu legitimidade aos executores de crimes internacionais hediondos”, indica a carta assinada por 864 ONG.

Assim, organizações civis pedem à Assembleia Geral da ONU que elimine o mandato do cargo de enviado especial para Myanmar na sessão que será realizada em setembro e tome medidas para que os militares birmaneses respondam pelos abusos e pelos crimes ocorridos no país.

“Apelamos também ao secretário-geral da ONU [António Guterres] para que assuma um papel direto em Myanmar e tome medidas decisivas para mostrar o seu compromisso sério na resolução das devastadoras crises humanitária e de direitos humanos” no país, refere o documento.

A carta foi assinada por ONG de Myanmar e de outros países – das quais cerca de 320 não quiseram tornar os seus nomes públicos.

As signatárias incluem organizações com uma longa história de ativismo como a Progressive Voice, a Karen Peace Support Network, a Chin Human Rights Organization e a ALTSEAN-Burma, entre outras.

As ONG denunciam que a junta militar, que assumiu o poder em fevereiro de 2021, usou a visita de Heyzer como uma conquista diplomática e usou como propaganda nos meios de comunicações oficiais fotos da enviada da ONU e Min Aung Hlaing apertando as mãos.

Também criticam o facto de a enviada da ONU não ter conseguido encontrar-se com a líder deposta e Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, que ainda está presa, e de não ter mencionado na sua declaração o Governo da Unidade Nacional, composto por políticos e ativistas pró-democracia.

“A junta é uma organização terrorista, de acordo com as leis locais de Myanmar e a definição internacional. A ONU deve aplicar o mandato da Carta da ONU para proteger o povo birmanês da crescente violência da junta” militar, afirmam os ativistas.

Na sua declaração após a visita, Heyzer indicou que pediu a Min Aung Hlaing que parasse com a violência no país, além do retorno do governo civil e democrático e também que Aung San Suu Kyi fosse autorizada a voltar para casa.

A enviada especial, que expressou a sua preocupação com os civis deslocados pelo conflito em Myanmar, disse que a sua visita não representa uma “legitimação” da junta militar birmanesa.

O Exército birmanês justificou o golpe militar de fevereiro de 2021 com uma fraude eleitoral no sufrágio de novembro de 2020, no qual o partido de Suu Kyi venceu, como havia feito anteriormente em 2015, com o aval de observadores internacionais.

22 Ago 2022

Filipinas | Escolas reabrem após mais de dois anos de encerramento

Milhões de crianças regressaram ontem à escola nas Filipinas, marcando para muitas o recomeço das aulas presenciais, interrompidas desde o início da pandemia da covid-19.

As Filipinas é um dos últimos países do mundo a reiniciar aulas presenciais a tempo inteiro, com o encerramento prolongado das salas de aula a levantar receios de um agravamento da situação educativa no país, que já se encontra em crise.

Depois do encerramento das escolas filipinas, o Governo criou um programa de “aprendizagem mista”, com a utilização de material impresso, bem como cursos difundidos através da televisão e das redes sociais. Antes da reabertura, as autoridades intensificaram a campanha de vacinação e anunciaram transportes públicos gratuito para todos os estudantes até ao final do ano civil.

No sábado, o Governo atribuiu dinheiro a estudantes e pais para ajudar nas despesas, o que levou a cenas de desordem no exterior dos centros de distribuição.

Com a reabertura das escolas, os problemas do período anterior à pandemia estão a reaparecer, como um elevado número de estudantes, métodos de ensino ultrapassados e falta de infra-estruturas essenciais.

Antes da pandemia, nove em cada dez crianças filipinas não eram capazes de “ler e compreender um texto simples”, depois dos 10 anos de idade, de acordo com um relatório recente do Banco Mundial e de outras agências. Apenas dez países estavam em pior situação, incluindo Afeganistão, Laos, Chade e Iémen.

22 Ago 2022

Estudo | Maioria dos consumidores chineses valoriza protecção de marcas

A consciência do consumidor chinês face ao valor dos direitos de propriedade intelectual, tem vindo a aumentar substancialmente nos últimos anos, indica um inquérito da CBNData e da LEGO Group

 

Os consumidores chineses têm um nível relativamente alto de consciência quando se trata de direitos de propriedade intelectual, com a maior parte a valorizar a protecção de marcas, indicou um inquérito industrial, citado pela agência estatal Xinhua.

Cerca de 85 por cento dos consumidores inquiridos disseram prestar atenção às marcas genuínas na compra de produtos, de acordo com um relatório conjunto da empresa nacional de análise de dados comerciais CBNData e da gigante global de brinquedos LEGO Group, citando os resultados de 2.000 questionários online.

O relatório revela que 69 por cento dos consumidores abordados concordam com a importância da protecção das marcas e agirão de acordo com esse princípio durante as suas compras.

Concorrência justa

Os consumidores chineses acreditam que a protecção de marcas registadas ajudará a cultivar um ambiente de concorrência justa, manter a imagem e reputação corporativa e proteger os direitos e interesses dos consumidores, de acordo com o relatório.

Até ao final de junho, a China tinha cerca de 40,55 milhões de marcas registadas efectivas, um aumento de 20,9 por cento em comparação com um ano atrás, indicam os dados da Administração Nacional de Propriedade Intelectual da China.

“Como uma empresa multinacional que tem um compromisso de longo prazo na China, realmente apreciamos os esforços contínuos das autoridades chinesas em criar um ambiente de negócios mais favorável através de todo este trabalho árduo e avanço na área de propriedade intelectual, bem como outros”, disse Robin Smith, vice-presidente e conselheiro geral da China & Ásia Pacífico, LEGO Group.

22 Ago 2022

Balanço de cheias repentinas na China sobe para 23 mortos

Uma inundação repentina ocorrida esta semana no oeste da China provocou 23 mortos e oito pessoas continuam desaparecidas, segundo um novo balanço divulgado hoje pela agência oficial Xinhua. O balanço anterior era de 16 mortos e as equipas de socorro encontraram 23 pessoas que tinham sido dadas como desaparecidas.

Uma tempestade súbita provocou um deslizamento de terras, que desviou o caudal de um rio, na noite de quarta-feira, informou a televisão estatal CCTV. A enchente afetou uma área com mais de 6.000 pessoas e mais de 1.500 casas na vila de Datong, de acordo com a mesma fonte.

As autoridades declararam uma emergência de nível 2, o segundo mais alto dos quatro níveis do sistema de aviso de cheias da China. Mais de 600 bombeiros e equipas de resgate foram mobilizados para procurar sobreviventes, segundo as autoridades locais.

As inundações mataram dezenas de pessoas e deixaram mais de um milhão de desalojados em províncias como Hunan, Sichuan e Gansu desde o início do verão, segundo dados citados pela agência espanhola EFE.

A China sofreu várias inundações este verão, ondas de calor extremo e seca. A imprensa estatal descreveu a onda de calor e a seca como as mais graves desde que há registos, há 60 anos.

Na quinta-feira, as autoridades emitiram o primeiro alerta nacional devido à seca este ano, e mobilizaram equipas especializadas para proteger plantações do calor extremo no vale do rio Yangtzé.

Na escala de Pequim, o amarelo é o terceiro nível de alerta mais grave. Cerca de 66 rios em 34 aldeias do sudoeste da China secaram devido ao calor extremo e à escassez de chuva.

Os níveis de precipitação caíram 60% este ano, em comparação com os padrões sazonais, informou a televisão estatal CCTV na segunda-feira. O Centro Meteorológico Nacional da China renovou, na sexta-feira, o seu alerta vermelho para altas temperaturas, o nível máximo, somando assim 30 dias consecutivos de alertas.

Os meteorologistas disseram que a atual onda de calor só começará a diminuir em 26 de agosto. Segundo dados do Ministério de Emergências chinês, as altas temperaturas de julho causaram perdas económicas diretas de 2.730 milhões de yuans e afetaram 5,5 milhões de pessoas.

A principal agência de recursos hídricos do país disse em comunicado, na quarta-feira, que a seca em toda a bacia do rio Yangtzé está a “afetar negativamente a segurança da água potável da população rural e do gado, e o crescimento das colheitas”.

Esta seca invulgar em algumas zonas do centro da China, acompanhada por uma onda de calor sem precedentes, provocou a suspensão da atividade em várias fábricas, devido ao aumento da procura de energia para o ar condicionado das populações.

Causou também uma redução da produção, face à escassez de água nos reservatórios, em regiões dependentes de energia hidroelétrica.

21 Ago 2022

Covid-19 | Cidades na China testam peixes, caranguejos e camarões

Cidades costeiras da China estão a testar peixes e marisco vivos como parte dos esforços mais recentes para impedir a propagação da variante altamente contagiosa do novo coronavírus Ómicron, no âmbito da estratégia ‘zero casos’ de covid-19.

A cidade de Xiamen, na província costeira de Fujian, no sudeste da China, encomendou testes de PCR para os pescadores e os peixes capturados, de acordo com o supervisor de pescas da cidade. “Nós testamos ao mesmo tempo humanos e aquilo que eles capturaram”, disse um membro do Departamento Municipal de Desenvolvimento Oceânico de Xiamen, citado pela imprensa local.

“Não somos o único lugar a fazer isto. Aprendemos a lição com [a província de] Hainan, que está a testemunhar um grave surto. Dizem que pode ter sido desencadeado pelo comércio de produtos marinhos entre pescadores locais e os seus colegas estrangeiros”, afirmou.

No fim-de-semana, o Hainan Daily, o jornal oficial da província insular de Hainan informou que trabalhadores médicos da cidade de Danzhou testaram peixes em barcos de pesca, depois de a cidade ter entrado em confinamento, para combater um surto que se alastrou a toda a província.

Hainan registou cerca de 14.000 casos desde o início de Agosto, incluindo cerca de 8.000 que são assintomáticos.
O surto foi impulsionado por uma subvariante da Ómicron descoberta pela primeira vez na China e que “muito provavelmente” foi importada por meio de transações de produtos entre pescadores locais e estrangeiros, disse o Governo provincial, na semana passada, em conferência de imprensa.

Além de animais aquáticos, testes de PCR foram realizados numa variedade de animais, incluindo galinhas e gatos, nos últimos dois anos.

19 Ago 2022

Inundação no oeste da China provoca 16 mortos e 36 desaparecidos

Dezasseis pessoas morreram e outras 36 estão desaparecidas, após uma inundação repentina na província de Qinghai, no oeste da China. Uma tempestade súbita provocou um deslizamento de terra, que desviou o caudal de um rio, na noite de quarta-feira, informou a televisão estatal CCTV.

A enchente afetou uma área com mais de 6.000 pessoas e mais de 1.500 casas, na vila de Datong, de acordo com a mesma fonte. Mais de 600 bombeiros e equipas de resgate foram mobilizados para procurar sobreviventes, segundo as autoridades locais.

A China sofreu várias inundações este verão e ondas de calor extremo e seca. A imprensa estatal descreveu a onda de calor e a seca como as mais graves desde que há registos, há 60 anos.

A escassez de energia no sudoeste da China, provocada por uma seca prolongada numa região altamente dependente da produção hidroelétrica, está também a obrigar ao encerramento temporário de fábricas.

Empresas na província de Sichuan, incluindo fabricantes de painéis solares e cimento, tiveram que fechar ou reduzir a produção, depois de receberem ordens para racionar energia, durante um período de cinco dias, de acordo com informações difundidas pela imprensa local.

Isto ocorreu depois de os níveis de água nos reservatórios terem caído e o consumo de energia ter disparado, face ao maior uso de ar condicionado, devido a uma onda de calor extremo.

18 Ago 2022

Nuclear | Seul diz que não irá entrar pelo caminho da dissuasão

O presidente sul-coreano disse ontem que o seu Governo não tem planos de entrar no caminho da dissuasão nuclear, na sequência do aumento das capacidades das armas nucleares da Coreia do Norte, que disparou, também ontem, dois mísseis de cruzeiro.

Yoon Suk-yeol pediu a Pyongyang que retome as conversações e a diplomacia, destinadas a trocar as etapas da desnuclearização dos norte-coreanos por benefícios económicos.

Este pedido ocorre horas depois de os militares sul-coreanos terem detectado o disparo de dois mísseis pela Coreia do Norte a partir da cidade costeira ocidental de Onchon, em território norte-coreano, em direcção ao mar.
Até ao momento, o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul não divulgou mais detalhes sobre o lançamento destes dois mísseis.

O gabinete de Yoon disse que o director de segurança nacional sul-coreano, Kim Sung-han, discutiu o lançamento com outras autoridades antes de Yoon dirigir-se aos jornalistas numa conferência de imprensa e reafirmar a prontidão militar da Coreia do Sul.

Yoon afirmou aos jornalistas que a Coreia do Sul não deseja mudanças políticas à força na Coreia do Norte e apelou ao retorno das negociações para a construção de uma paz sustentável. Estas declarações acontecem dias depois do líder sul-coreano ter proposto um pacote de assistência económica “audacioso” à Coreia do Norte se o país abandonasse o seu programa de armas nucleares. O primeiro-ministro sul-coreano evitou fazer duras críticas aos norte-coreanos, mesmo depois de estes terem ameaçado com uma retaliação “mortal” devido ao surto de covid-19 no seu país, o qual atribuem à Coreia do Sul.

Ofertas e promoções

A proposta de Yoon é, nomeadamente, uma ajuda em larga escala em alimentos, em medicamentos e saúde e na modernização do campo da energia e infraestruturas portuárias, assemelhando-se a ofertas sul-coreanas anteriores que foram rejeitadas pela Coreia do Norte, que está a acelerar o desenvolvimento de armas nucleares e mísseis balísticos vistos pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, como a sua principal garantia de sobrevivência.

Ainda assim, Yoon expressou esperança de um “diálogo significativo” com a Coreia do Norte sobre o seu plano e enfatizou que Seul está disposta a fornecer recompensas económicas correspondentes em cada etapa de um processo de desnuclearização, se a Coreia do Norte se comprometer com um “roteiro” genuíno para abandonar o seu programa de armamentos.

A Coreia do Norte aumentou os seus testes de mísseis para um ritmo recorde em 2022, lançando mais de 30 armas balísticas até agora, incluindo os seus primeiros mísseis balísticos intercontinentais em quase cinco anos.

17 Ago 2022

Angola/Eleições | Embaixada chinesa preocupada com campanha

A embaixada da China em Luanda aconselhou os chineses residentes em Angola a reduzirem “as actividades no exterior” devido à “crescente instabilidade e incerteza da situação de segurança” causada pela campanha para as eleições gerais.

Num comunicado publicado na rede social chinesa WeChat, a embaixada alertou as empresas e cidadãos chineses para “prestarem muita atenção à situação de segurança local antes e depois das eleições, além de reforçarem a protecção e a vigilância”.

O comunicado divulgado na terça-feira sugeriu ainda aos chineses residentes em Angola que “evitem deslocar-se a locais sensíveis ou com muita gente”, assim como realizar todo o tipo de eventos ou participar em acções eleitorais.

Na segunda-feira, também uma associação de empresários do nordeste da China radicados em Angola tinha demonstrado preocupação com a segurança pública durante a campanha eleitoral, segundo o Hua Qiao Zai Xian, um portal noticioso de língua chinesa. Angola realiza no dia 24 as quintas eleições gerais da sua história, sempre ganhas pelo MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola).

A UNITA aposta na alternância apresentando uma lista em que integra elementos da sociedade civil e de outras forças políticas, incluindo ex-militantes do MPLA, que tem designado como Frente Patriótica Unida.

17 Ago 2022

Sichuan | Fábricas paradas devido à escassez de energia

A escassez de energia no sudoeste da China, provocada por uma seca prolongada numa região altamente dependente da produção hidroeléctrica, está a obrigar ao encerramento temporário de fábricas, informou ontem a imprensa local.

A escassez de energia surge num período em que a economia chinesa sofre um abrandamento acentuado, devido às medidas de prevenção contra a covid-19 e a uma crise de liquidez no sector imobiliário.

Empresas na província de Sichuan, incluindo fabricantes de painéis solares e de cimento, tiveram que fechar ou reduzir a produção, depois de receberem ordens para racionar energia, durante um período de cinco dias, de acordo com informações difundidas pela imprensa local.

Isto ocorreu depois de os níveis de água nos reservatórios terem caído e o consumo de energia ter disparado, face ao maior uso de ar condicionado, devido a uma onda de calor extremo.

“Deixem a energia para o povo”, lê-se numa ordem emitida pelo governo da província, na terça-feira.
O aumento da produção fabril e das vendas do retalho abrandou em Julho, atrasando a recuperação económica da China, depois de Xangai e outros centros industriais importantes do país terem sofrido bloqueios, totais ou parciais, no segundo trimestre do ano, visando travar surtos do novo coronavírus.

A economia chinesa atingiu um crescimento homólogo de 2,5 por cento, no primeiro semestre de 2022, menos de metade da meta de 5,5 por cento, delineada pelo Governo chinês.

Áreas no centro e norte da China ordenaram medidas de emergência para garantir o abastecimento de água potável, depois de as chuvas de Verão terem atingido apenas metade dos níveis dos anos anteriores.

Os órgãos oficiais informaram que camiões dos bombeiros estão a entregar água para beber e irrigar as plantações nas aldeias periféricas da cidade da Chongqing.

Verão desastroso

Centenas de milhares de hectares de plantações no centro e norte da China murcharam devido à falta de água e às altas temperaturas, segundo as autoridades. Algumas áreas relataram que o rendimento das colheitas este Verão foi um fracasso.

A agência meteorológica da China alertou que as temperaturas em algumas áreas podem chegar aos 40 graus Celsius este Verão.

Em Sichuan, que tem 94 milhões de habitantes, os níveis de água nos reservatórios hidroeléctricos caíram para metade, este mês, de acordo com o Departamento Provincial de Economia e Tecnologia de Informação.

A China enfrentou tensões semelhantes, no ano passado, quando a província de Guangdong, no sudeste, um dos centros industriais mais importantes do mundo, ordenou o encerramento de fábricas, após reservatórios hidroeléctricos terem atingido níveis mínimos, face à escassez de chuva.

O governo destinou 280 milhões de yuans para o alívio da seca nas províncias de Hebei e Shanxi e na região da Mongólia Interior, no norte, e na província de Liaoning, no nordeste, segundo a Xinhua. “Alguns rios pequenos e médios estão tão secos que pararam de fluir”, apontou a agência.

As autoridades alertaram na terça-feira que algumas partes do país enfrentam possíveis inundações devido às fortes chuvas previstas em áreas do noroeste da Mongólia Interior.

17 Ago 2022

Altas temperaturas e seca na China afetam água potável e colheitas

Temperaturas excepcionalmente altas e uma seca prolongada estão a afectar grandes áreas da China, reduzindo o rendimento das colheitas e o abastecimento de água potável.

A falta de chuva foi especialmente acentuada na cidade de Chongqing (sudoeste da China), que abrange uma grande área de montanhas e rios. A imprensa estatal informou ontem que camiões dos bombeiros estão a entregar água para beber e irrigar as plantações nas aldeias periféricas.

A precipitação em Chongqing foi metade do que é normalmente esperado nesta altura do ano e alguns cursos de água menores secaram completamente. As autoridades emitiram avisos de temperaturas superiores a 40 graus Celsius. Muitas partes da China bateram recordes de altas temperaturas este ano.

Outras áreas da China foram atingidas por inundações repentinas, ressaltando os efeitos das alterações climáticas no país mais populoso do mundo, cujo território se estende desde as montanhas e desertos da Ásia Central ao Mar do Sul da China.

A seca de Chongqing afetou mais de 600.000 pessoas e 36.700 hectares de plantações, informou a agência noticiosa oficial Xinhua. A província vizinha de Hubei também foi gravemente atingida, com algumas áreas a relatar que a estação de cultivo foi um fracasso completo, apontou a Xinhua.

17 Ago 2022

Myanmar | Enviada especial da ONU Noeleen Heyzer visita país pela primeira vez

A enviada especial das Nações Unidas Noeleen Heyzer chegou ontem a Myanmar (antiga Birmânia) para a sua primeira missão diplomática ao país desde a sua nomeação em 2021. A visita de Heyzer segue um apelo do Conselho de Segurança da ONU para o fim imediato de todas as formas de violência e desimpedir o acesso humanitário às pessoas afetadas pelo conflito neste país do sudeste asiático.

A cadeia de televisão estatal birmanesa MRTV noticiou a chegada da enviada especial da ONU à cidade Yangon e à capital, Naypyitaw, sem detalhar a sua agenda.

De acordo com o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, Heyzer “vai concentrar-se em abordar a deterioração e as preocupações imediatas, bem como outras áreas prioritárias do seu mandato”.

A visita também acontece após as recentes execuções pelo Governo militar de quatro ativistas, que foram condenadas em todo o mundo, somando-se às preocupações com os relatos de abusos generalizados de direitos humanos.

Desconhece-se ainda se Heyzer vai se encontrar com o líder do Governo militar de Myanmar, o general Min Aung Hlaing, ou com a antiga dirigente Aung San Suu Kyi, que está presa em Naypyitaw.

Na segunda-feira, Aung San Suu Kyi foi condenada a mais seis anos de prisão, que se juntam aos 11 anos de detenção a que já estava sujeita.

Suu Kyi, Nobel da Paz e líder de facto do Governo deposto em fevereiro de 2021 pelas forças armadas, foi condenada por quatro acusações de corrupção relativas à atividade de uma organização não-governamental.

As autoridades acusam-na de provocar perdas para o Estado de mais de 24,2 mil milhões de kyats (11,3 milhões de euros) por ceder terrenos públicos a preços baixos à Fundação Daw Khin Kyi, que tem o nome da mãe de Suu Kyi.

Com a pena anunciada, Suu Kyi acumula condenações no total de 17 anos de prisão e a lista poderá continuar a aumentar, já que há outros processos pendentes. As sentenças anteriores motivaram protestos contra a junta militar.

17 Ago 2022

Coreia do Norte dispara dois mísseis de cruzeiro

A Coreia do Norte disparou hoje dois mísseis de cruzeiro, disse o Ministério da Defesa sul-coreano, o primeiro teste de armas realizado por Pyongyang em semanas.

“A Coreia do Norte disparou dois mísseis de cruzeiro em direção ao mar Amarelo a partir de Onchon, na província de Pyongan do Sul”, disse um funcionário do ministério à agência de notícias France-Presse (AFP).

“As autoridades militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul estão a analisar pormenores como a distância de voo”, acrescentou. O mar Amarelo é um dos mares do Oceano Pacífico, entre a China, Coreia do Norte e Coreia do Sul.

17 Ago 2022

China | Anunciadas novas medidas para estimular natalidade

A China anunciou ontem novas medidas para incentivar as famílias a ter mais filhos, após ter aplicado rígidos controlos de natalidade durante mais de 30 anos, ao abrigo da política ‘um casal, um filho’. O país mais populoso do planeta enfrenta agora uma crise demográfica, com a força de trabalho a envelhecer, uma economia em desaceleração e o menor crescimento populacional em décadas.

Apesar de as autoridades terem abolido a política de filho único em 2016, permitindo até três crianças por casal, os nascimentos continuaram a diminuir nos últimos cinco anos.

Na terça-feira, o ministério da Saúde pediu ao Governo central e às autoridades locais que gastem mais em saúde reprodutiva e melhorem os serviços de assistência à infância. Esses serviços são em grande parte insuficientes no país.

As autoridades locais devem “pôr em prática medidas activas de apoio à fertilidade”, através de subsídios, deduções fiscais e melhores seguros de saúde, bem como educação, habitação e ajuda ao emprego para as famílias, defendeu o ministério.

As províncias também devem garantir que têm um número suficiente de creches até ao final do ano para crianças entre dois e três anos.

Por todo o país

As cidades mais ricas da China já introduziram empréstimos para a habitação, incentivos fiscais, auxílios educacionais e até subsídios para encorajar as mulheres a terem mais filhos. As directivas publicadas ontem parecem querer alargar esta política a todo o território.

A taxa de natalidade da China caiu, no ano passado, para 7,52 nascimentos por 1.000 pessoas, a menor desde que os registros começaram em 1949, segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas chinês.

O maior custo de vida e propensão para famílias menores estão entre os motivos citados para esse declínio nos nascimentos. No início de Agosto, as autoridades de saúde alertaram que a população da China vai diminuir até 2025.

17 Ago 2022

Nuclear | Irão respondeu à proposta apresentada pela UE para salvar pacto

O Irão respondeu à proposta apresentada pela União Europeia (UE) para salvar o pacto nuclear, noticiaram hoje os ‘media’ iranianos.

“O Irão enviou a resposta ao alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell”, informou a agência noticiosa iraniana Mehr, avançando que Teerão “expressou os seus pontos de vista sobre as questões que ainda estão por resolver nas conversações”.

“Há diferenças em três questões, e os EUA mostraram flexibilidade em duas delas, mas devem ser incluídas no texto”, disse a agência noticiosa oficial IRNA. “A terceira questão está relacionada com as garantias do acordo”, acrescentou a IRNA.

As grandes potências aguardam a resposta de Teerão a uma proposta de acordo apresentada a 26 de julho pelo chefe da diplomacia da União Europeia.

Após vários meses de impasse, os diplomatas de todas as partes no acordo (Irão, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) regressaram a 04 de agosto à capital austríaca para mais uma tentativa de salvar, sob a égide da UE, o acordo concluído em 2015.

O pacto destina-se a assegurar que o programa nuclear iraniano se destina apenas a usos civis, depois de o Irão ter sido acusado de tentar desenvolver armas atómicas, apesar dos seus desmentidos.

Mas, após a retirada unilateral dos Estados Unidos do acordo em 2018, durante a Presidência de Donald Trump, e da reimposição das sanções norte-americanas ao Irão, Teerão afastou-se gradualmente do cumprimento das obrigações consagradas no texto.

O objetivo das negociações, nas quais os Estados Unidos participaram de forma indireta, é retomar o processo. Na terça-feira, o porta-voz de Borrell instou Teerão e Washington a tomarem “uma decisão rápida” sobre o compromisso final elaborado em Viena, indicando tratar-se de uma questão de “pegar ou largar”.

Persiste um grande obstáculo: o Irão exige o encerramento da questão das instalações não-declaradas, onde foram identificados vestígios de urânio enriquecido.

16 Ago 2022

Taiwan | Retomadas patrulhas militares em redor da ilha

A retoma das actividades militares chinesas junto da ilha coincide com mais uma visita de congressistas norte-americanos a Taiwan

 

O exército chinês anunciou que realizou ontem manobras militares no espaço aéreo e marítimo em torno de Taiwan, em resposta à visita de cinco congressistas norte-americanos à ilha. “Em 15 de Agosto, o Exército de Libertação do Povo Chinês realizou uma patrulha conjunta de prontidão de combate e exercícios de combate no mar e no espaço aéreo ao redor de Taiwan”, disse o coronel Shi Yi, porta-voz do Comando de Operações do Teatro Oriental, adiantando que o Exército Popular de Libertação (EPL) tomará as medidas necessárias para “defender resolutamente a soberania nacional”.

Também ontem, o ministério da Defesa de Taiwan informou que um total de 22 aviões e seis navios militares chineses fizeram no domingo incursões em áreas à volta da ilha, que tem independência de facto, mas faz formalmente parte da China.

Olhos no céu

As incursões, de acordo com o comunicado citado pela agência noticiosa taiwanesa CNA, coincidiram com a chegada de uma delegação de congressistas norte-americanos que tem previstas reuniões com representantes do Governo local e poucos dias depois de uma visita da presidente da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, Nancy Pelosi.

Segundo o Ministério da Defesa, dez dos aviões chineses atravessaram uma linha no Estreito de Formosa que tem funcionado como uma fronteira não oficial tacitamente respeitada por Taipé e Pequim nas últimas décadas, mas atravessada nas últimas semanas pelas forças chinesas durante manobras militares.

A força aérea da ilha monitorizou a situação com patrulhas aéreas de combate e navais e a activação de sistemas de mísseis terrestres, disse o ministério.

16 Ago 2022

Portugal | Comunidade chinesa manifesta-se junto à embaixada dos EUA 

A Liga dos Chineses em Portugal, presidida por Y Ping Chow, juntamente com outras associações representativas da comunidade chinesa, está a organizar uma manifestação contra a visita de Nancy Pelosi a Taiwan. O protesto vai decorrer junto à embaixada dos EUA em Lisboa, na próxima segunda-feira, dia 22

 

A comunidade chinesa em Portugal vai manifestar-se na próxima segunda-feira, dia 22, junto à embaixada dos EUA, em Lisboa, contra a recente visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, a Taiwan. O protesto é organizado pela Liga dos Chineses em Portugal, presidida por Y Ping Chow, bem como por outras associações representativas da comunidade chinesa. Pretende-se que a manifestação seja “organizada, com slogans e bandeiras”.

“Os subscritores e apoiantes desta manifestação querem exprimir livre e pacificamente o seu protesto pela visita da senhora Nancy Pelosi, na qualidade de presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, à província chinesa de Taiwan, a que a diplomacia chinesa se opôs legitimamente, porque à luz daquela resolução e dos acordos estabelecidos com os EUA, representa uma violação da soberania da China”, lê-se no pedido de manifestação feito às autoridades portuguesas.

Ao HM, Y Ping Chow declarou que a visita de Nancy Pelosi “não cria apenas problemas à China, mas também instabilidade na região, além de promover uma guerra”. “Quando há instabilidade reflecte-se no comércio e na possibilidade de fazer negócios, não afectando apenas a Ásia mas todo o mundo. A intenção dos americanos cria instabilidade em todo o mundo, além da que já existe na Europa com a guerra na Ucrânia”, frisou o responsável.

Um dos rostos mais importantes da comunidade chinesa em Portugal, residente no Porto, confirmou que todos os dirigentes de associações chinesas vão marcar presença, bem como “algumas personalidades portuguesas”, sem querer referir quais. Y Ping Chow acredita mesmo que mais comunidades chinesas espalhadas pela Europa darão os mesmos passos contra a visita de Pelosi. “Os chineses são bastante pacíficos, mas tenho a certeza de que vamos ter bastante adesão”, disse ainda. As contas da Liga dos Chineses em Portugal apontam para um máximo de 1000 participantes.

“Uma só China”

No pedido feito às autoridades portuguesas, para a realização da manifestação, lê-se que “o princípio de ‘Uma Única China’ é o núcleo essencial dos três comunicados conjuntos China-EUA e a premissa e fundamento para o estabelecimento e desenvolvimento das relações diplomáticas entre a China e os EUA”.

É ainda feita uma referência à “afronta” feita “ao consenso mundial estabelecido pelas Nações Unidas de não ingerência nos assuntos internos dos países e do reconhecimento da unidade da nação chinesa, o que, no caso de Taiwan, significa respeitar o caminho soberano da República Popular da China de promover a reunificação pacífica com Taiwan através da política de ‘Um país, dois sistemas’”. Esta é uma fórmula “já aplicada com sucesso no regresso à mãe pátria de Hong Kong e Macau”, rematam os responsáveis.

16 Ago 2022

Covid-19 | Pyongyang acaba com obrigatoriedade do uso da máscara

A Coreia do Norte decretou ontem o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em quase todos os locais públicos, dias após o líder Kim Jong Un ter declarado vitória na luta contra a covid-19.

“A exigência de uso de máscara foi suspensa em todos os lugares, excepto nas áreas da linha de frente e cidades e condados fronteiriços”, anunciou a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA.

As medidas de distanciamento social também foram suspensas em todas as regiões, excepto nos territórios fronteiriços, acrescentou a KCNA.

O regime, no entanto, recomenda o uso de máscara para pessoas com sintomas e pede aos norte-coreanos que “fiquem alerta a qualquer coisa anormal”, uma possível referência aos balões com propaganda enviados por activistas da Coreia do Sul.

Apesar de uma proibição imposta pelas autoridades de Seul em 2021, activistas sul-coreanos continuam a enviar balões contendo panfletos políticos e notas de dólares, provocando protestos de Pyongyang.

A Coreia do Norte acusou Seul de ter introduzido o coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, a partir da fronteira entre os dois países.

Durante o pico da vaga de covid-19 na Coreia do Norte em Maio, foram comunicados até 200.000 casos num único dia. Desde o final de Julho, as autoridades norte-coreanas têm anunciado sucessivamente zero casos, o que levou Pyongyang a facilitar as medidas de isolamento.

14 Ago 2022

5G | Operadores chineses investem 400 mil milhões de yuans

Os operadores de telecomunicações da China investiram um total de 401,6 mil milhões de yuans na tecnologia 5G, de acordo com a Convenção Mundial 5G, inaugurada na quarta-feira em Harbin, província de Heilongjiang, nordeste da China, informa o Diário do Povo.

A China tem mais de 1,85 milhões de estações de 5G e mais de 450 milhões de usuários de 5G, ambos representando mais de 60 por cento do total global, segundo a convenção.

De acordo com Liu Liehong, presidente do China United Network Communications Group Co., Ltd., a aplicação acelerada da tecnologia 5G levou ao surgimento de novas indústrias e novos modos de negócios. “Várias empresas chinesas estão lideram actualmente o mundo em investigação e desenvolvimento de 5G e aplicativos”, disse Liu.

“A construção da 5G na China fez avanços notáveis, obtendo progressos significativos nas áreas de internet industrial, cidades inteligentes e vilas inteligentes”, disse Wu Hequan, académico da Academia Chinesa de Engenharia.

Com o tema “5G+ Por Todos Para Todos”, a convenção de três dias visa reunir as mais recentes conquistas do mundo no desenvolvimento da tecnologia 5G e construir uma plataforma internacional para a cooperação tecnológica e industrial. A primeira sessão deste evento foi realizada em Pequim em 2019.

12 Ago 2022

Caxemira | Cinco mortos após invasão rebelde em acampamento militar

Três soldados indianos e dois atacantes morreram ontem durante uma invasão por parte de rebeldes de um acampamento militar na região disputada de Caxemira, disseram as autoridades indianas. Pelo menos dois assaltantes com armas e granadas atacaram o acampamento na área remota de Darhal, no sul do distrito de Rajouri, disse um comandante policial, Mukesh Singh.

Os soldados responderam ao ataque, desencadeando um tiroteio que durou pelo menos três horas, disse Singh.
Um reforço de soldados e agentes especializados em contraterrorismo cercaram o campo enquanto os combates aconteciam no interior, disseram autoridades.

Além das cinco mortes, dois soldados ficaram feridos nos combates, disse Singh, num incidente que não foi confirmado por fontes independentes. Na quarta-feira, a polícia disse que foram mortos três rebeldes no distrito de Budgam, durante uma operação antiterrorismo.

Bloqueio chinês

Caxemira, de maioria muçulmana, está dividida entre a Índia e o Paquistão desde 1947. Ambos os países reivindicam a região na sua totalidade e travam conflitos pelo seu controlo. A Índia insiste que os rebeldes de Caxemira são terroristas apoiados pelo Paquistão, uma acusação negada por Islamabad.

Na quarta-feira, a China bloqueou a imposição de sanções da ONU, solicitadas pelos Estados Unidos e pela Índia, contra o vice-líder do Jaish-e-Mohammad, um grupo extremista com sede no Paquistão e activo em Caxemira, já designado pelas Nações Unidas como uma organização terrorista.

Os Estados Unidos impuseram sanções a Abdul Rauf Azhar desde Dezembro de 2010. A Índia diz que Azhar esteve envolvido no planeamento e execução de vários ataques terroristas, incluindo o sequestro de um avião da Indian Airlines em 1999, o ataque de 2001 ao parlamento indiano e o ataque de 2016 a uma base da força aérea indiana em Pathankot.

Em Junho, a China suspendeu também a imposição de sanções a Abdul Rehman Makki, vice-líder do Lashkar-e-Taiba, um outro grupo paquistanês considerado pela ONU como uma organização terrorista. “Precisamos de mais tempo para estudar o caso”, disse à agência de notícias Associated Press um porta-voz da missão diplomática da China junto da ONU.

12 Ago 2022

Taiwan | ELP vai patrulhar “regularmente” águas em torno da ilha

As forças militares chinesas vão continuar a supervisionar as áreas em redor da ilha, reforçando a soberania nacional sobre o território

 

O Exército de Libertação Popular (ELP) “vai organizar patrulhas regulares de combate” nas águas ao redor de Taiwan, anunciou um porta-voz do exército chinês, citado ontem pela imprensa estatal. Shi Yi, porta-voz do Comando do Teatro Leste, disse que os recentes exercícios militares chineses, que incluíram o uso de fogo real e lançamento de mísseis, “atingiram os seus objectivos” e “testaram efectivamente a capacidade de combate” das Forças Armadas chinesas.

Após a visita da líder do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi, a Taiwan, Pequim anunciou manobras militares ao redor da ilha, que duraram quase uma semana. Os exercícios, de uma intensidade inédita em várias décadas, incluíram o bloqueio do espaço aéreo e marítimo em seis áreas da costa de Taiwan.

Sob controlo

Shi Yi explicou que as forças do Comando de Operações do Teatro Oeste “vão proteger resolutamente a soberania nacional e a integridade territorial” da China.

O porta-voz do ministério da Defesa chinês, Tan Kefei, afirmou que as manobras constituem um “poderoso impedimento às forças separatistas de Taiwan e à interferência estrangeira”, e acrescentou que as acções militares chinesas são “necessárias e justificadas para proteger a soberania de Taiwan”.

Tan acrescentou que os exercícios militares foram realizados “de acordo com as leis e práticas nacionais e internacionais” e que o “processo de reunificação é imparável”. “Estamos dispostos a exercer máxima sinceridade e os melhores esforços para alcançar a reunificação pacífica, mas o ELP não vai dar espaço para que forças separatistas taiwanesas e potências estrangeiras alcancem os seus objectivos”, concluiu.

Na semana passada, Pequim anunciou várias sanções contra Pelosi e suspendeu mecanismos de cooperação com Washington em questões judiciais, alterações climáticas, repatriação de imigrantes ilegais, assistência judiciária criminal e luta contra crimes transnacionais.

12 Ago 2022

Covid-19 | Pyongyang declara vitória na luta contra a crise sanitária

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, declarou vitória na quarta-feira na luta contra a crise sanitária provocada no seu país pela covid-19.

“Declaro solenemente a vitória na máxima campanha de emergência anti-epidémica para exterminar o novo coronavírus que tinha feito incursões no nosso território e proteger a vida e saúde do povo”, disse o líder norte-coreano em declarações relatadas pela agência noticiosa KCNA.

Por esta razão, o Governo norte-coreano decidiu reduzir o nível de quarentena de “máxima emergência” para um isolamento mais flexível, de acordo com a agência sul-coreana Yonhap.

“O nosso partido e Governo avaliaram a atual situação de quarentena e (…) chegaram à conclusão de que a virulenta crise epidémica que foi criada no país foi completamente resolvida”, disse Kim no seu discurso ao Comité Central do Partido Comunista.

A declaração de vitória contra a covid-19 é interpretada como um aparente triunfo contra a Coreia do Sul, uma vez que Pyongyang acusa Seul de ter introduzido o coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, a partir da fronteira entre os dois países.

Kim Yo Jong, irmã mais nova do líder norte-coreano, disse que a crise nacional foi “claramente causada pela loucura anti-republicana de confronto dos inimigos que estão a tentar esmagar o nosso país ao incendiar a crise de saúde global”, informou a Yonhap.

“O facto de a zona próxima da linha da frente ser a fonte inicial do surto fez-nos sentir profundamente preocupados e desconfiados com a Coreia do Sul”, acrescentou durante o discurso ao comité, afirmando que “uma resposta forte” deve ser tomada em retaliação.

“Se o inimigo continuar a fazer coisas perigosas que possam introduzir vírus na nossa república, responderemos erradicando não só o vírus mas também as autoridades sul-coreanas”, acrescentou Kim.

Durante o pico da vaga da covid-19 no país em maio, foram comunicados até 200.000 casos num único dia. Desde o final de julho, no entanto, tem havido sucessivamente zero casos, o que levou Pyongyang a facilitar as medidas de isolamento.

11 Ago 2022