Hoje Macau China / ÁsiaChina e África pedem aos EUA que resolvam disputas comerciais sem coerção A China, 53 países africanos e a União Africana pediram ontem à comunidade internacional, em particular aos Estados Unidos, para que resolvam disputas comerciais com diálogo baseado no “respeito e reciprocidade”, rejeitando o unilateralismo e medidas económicas coercivas. “Perante as tentativas de certos países de perturbar a ordem económica e comercial internacional existente através de tarifas, prejudicando os interesses comuns da comunidade internacional, pedimos a todos os países – especialmente os Estados Unidos – que regressem ao caminho correcto de resolver disputas comerciais através de consultas baseadas em igualdade, respeito e reciprocidade”, refere-se na declaração emitida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. O comunicado foi divulgado no final da reunião de acompanhamento do Fórum de Cooperação China África (FOCAC), realizada na cidade central chinesa de Changsha, onde foi discutida a aplicação dos acordos da última reunião de Pequim, em 2024. Os signatários denunciaram que o uso de tarifas e outras barreiras está “a perturbar a ordem económica e comercial internacional existente” e alertaram que “nenhum país deve fazer concessões ou acordos às custas dos interesses de outros”. Mais ajuda Nesse contexto, pediram que a comunidade internacional “aumente substancialmente – e não reduza drasticamente – a ajuda ao desenvolvimento da África”, com o objectivo de melhorar os meios de subsistência, reduzir a pobreza e promover o desenvolvimento económico e social no continente. Como parte dos seus compromissos, a China anunciou isenções tarifárias totais para produtos tributáveis dos 53 países africanos com os quais mantém relações diplomáticas – excepto Esuatini , bem como novas medidas para facilitar o acesso de produtos africanos ao seu mercado. Na reunião, foi apresentada uma lista detalhada do estado dos acordos de Pequim e foi lançado o programa comercial China-África programado para 2026. Paralelamente, Pequim reafirmou a sua disponibilidade para cooperar com a África em sectores como indústria verde, comércio electrónico, inteligência artificial, segurança e governança, no contexto de uma relação económica que ganhou peso. Segundo dados da Administração Geral de Alfândegas, o comércio bilateral superou os 2,1 triliões de yuans (255,7 biliões de euros) em 2024, enquanto nos primeiros cinco meses de 2025 cresceu 12,4 por cento em relação ao ano anterior, até 963,21 biliões de yuans (117,29 biliões de euros).
Hoje Macau China / ÁsiaPCC | Ex-líder taiwanês Ma Ying-jeou visita China O ex-líder de Taiwan Ma Ying-jeou visita esta semana Xiamen, sudeste da China, para participar no Fórum do Estreito, evento organizado pelo Partido Comunista Chinês (PCC), informou ontem a agência de notícias taiwanesa CNA. O director executivo da Fundação Ma Ying-jeou, Hsiao Hsu-tsen, explicou que o ex-líder da ilha (2008-2016) acompanha um grupo de estudantes, entre 14 a 27 de Junho, naquela que será a quarta viagem à China desde que deixou o cargo, de acordo com um comunicado divulgado pela CNA. Durante a visita, Ma e o resto da delegação vão participar na 17.ª edição do Fórum do Estreito, além de viajarem ainda até à província noroeste de Gansu, para visitar os vestígios da antiga Rota da Seda, entre outras actividades de caráter cultural. Hsiao, que não antecipou possíveis reuniões entre o ex-líder taiwanês e altos funcionários do PCC, indicou que a situação actual entre os dois lados do Estreito “é mais grave do que nunca” e, por isso, manter o diálogo entre ambas as partes é “ainda mais necessário”. “Ma Ying-jeou está disposto a tomar medidas concretas e a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para promover o intercâmbio entre ambos os lados, construir pontes de paz e transmitir o desejo de intercâmbio que existe na sociedade civil de ambos os lados”, referiu o director executivo da fundação, ainda segundo a nota. A China e Taiwan passaram por um momento de aproximação durante a liderança de Ma, a ponto de o líder ter mantido um encontro histórico em Singapura com o homólogo chinês, Xi Jinping, no final de 2015, o primeiro entre líderes dos dois lados do estreito em mais de 60 anos. Ma e Xi voltaram a reunir-se em Abril do ano passado em Pequim e, nessa ocasião, o Presidente chinês insistiu que “não há forças que possam separar Taiwan da China”.
Hoje Macau China / ÁsiaAviação | Anfíbio AG600 com certificação para iniciar produção em série O AG600, considerado o maior avião anfíbio do mundo, recebeu ontem o certificado para a sua produção, anunciou a Corporação da Indústria de Aviação da China (AVIC), em comunicado. O AG600, também o primeiro avião anfíbio de grande porte construído na China, tem 39,6 metros de comprimento e 38,8 metros de envergadura – dimensões semelhantes às de um Boeing 737 –, e um peso máximo de 53,5 toneladas. A AVIC, uma das construtoras estatais de aviões do país, indicou que o certificado marca “o início da fase de produção em massa” do AG600. A aeronave, projectada principalmente para missões de salvamento marítimo e combate a incêndios, completou em Abril passado a certificação de aeronavegabilidade, após acumular mais de 3.500 horas de voo, acrescentou a AVIC. Os testes de voo foram realizados em condições diversas, incluindo ambientes de frio extremo, altas temperaturas e humidade, bem como ventos fortes, para verificar as capacidades operacionais do aparelho. O AG600 é o maior avião anfíbio actualmente em operação, comparável em escala a aeronaves de fuselagem estreita como o Boeing 737 ou o Airbus A320. O primeiro voo do avião ocorreu a 24 de Dezembro de 2017, seguido de outro voo bem-sucedido em 2018. Em Junho de 2024, a China iniciou a produção em pequena escala do aparelho.
Hoje Macau China / ÁsiaBrasil e Moçambique sobem em índice chinês de infraestruturas O Brasil subiu ao quarto lugar num índice chinês para a construção de infraestruturas a nível mundial, enquanto Moçambique ultrapassou Angola, de acordo com um relatório ontem divulgado em Macau. No ‘ranking’ de 2025 do Índice de Desenvolvimento de Infraestruturas “Uma Faixa, Uma Rota”, liderado pela Arábia Saudita, Indonésia e Malásia, o Brasil é o país lusófono com melhor pontuação, tendo apanhado o Vietname na quarta posição. Esta iniciativa, anunciada pelo líder chinês, Xi Jinping, em 2013, envolve mais de 80 países no plano estratégico internacional de Pequim de desenvolver ligações marítimas, rodoviárias e ferroviárias, mas também investimento em recursos energéticos. O Brasil “tem continuado a melhorar as políticas fiscais e tributárias e a avançar nas estratégias industriais, o que leva a melhorias sustentadas no ambiente de negócios e a um aumento constante do dinamismo”, refere o relatório. Moçambique subiu do 38.º para o 34.º lugar do índice, com o país a “demonstrar melhorias notáveis” e a ultrapassar Angola, que caiu da 20.ª para a 35.ª posição, de acordo com o documento. Ajustes na política monetária de Moçambique e revisões na lei de investimento “promoveram um ambiente de negócios mais favorável, permitindo um progresso sem sobressaltos em projetos importantes”, explicou o relatório. Mundo português Segue-se, entre os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a Guiné Equatorial (56.º lugar), Portugal (62.º), Timor-Leste (67.º), Cabo Verde (70.º), São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau (ambos no 73.º). O índice avalia o ambiente, a procura, a receptividade e os custos para o desenvolvimento de infraestruturas em 84 países. Quanto mais alta for a pontuação, melhor será a perspectiva da indústria de infraestruturas de um país e maior será o grau de atractividade para as empresas se empenharem no investimento, construção e operações nesta área naqueles territórios. No caso de Portugal, o relatório destacou as contas públicas positivas e reservas cambiais estáveis, “reforçando a capacidade de pagamento externo do país”, nomeadamente para investir em infraestruturas. Além disso, o relatório sublinhou que Portugal atingiu um recorde na produção de energia renovável, que representou 71 por cento do consumo nacional de electricidade em 2024. O documento foi apresentado no 16.º Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infraestruturas, que está a decorrer em Macau até quinta-feira, reunindo representantes de mais de 70 países e regiões.
Hoje Macau China / ÁsiaVisita | Lagarde diz em Pequim que é necessário “agir” para evitar novas tensões comerciais A líder do BCE está em Pequim, onde apelou a uma cooperação activa contra a fragmentação global e as “as políticas comerciais coercivas” A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, defendeu ontem em Pequim que “as políticas comerciais coercivas não resolvem os desequilíbrios” globais e apelou à acção para evitar uma “escalada de tensões mutuamente prejudicial”. Lagarde encontra-se na capital chinesa para reuniões com o Banco Popular da China (banco central), segundo anunciou na terça-feira, através da rede social X. A responsável destacou num discurso as crescentes dificuldades à cooperação internacional num cenário de “tensões comerciais” e “complexidade geopolítica”. “Os ajustamentos unilaterais para resolver fricções globais revelaram-se frequentemente insuficientes ao longo da história”, afirmou Lagarde, sublinhando que estas medidas podem gerar “consequências imprevisíveis ou onerosas”, sobretudo quando substituem políticas estruturais destinadas a lidar com as causas profundas dos desequilíbrios. A presidente do BCE alertou para o aumento das fricções entre regiões com interesses geopolíticos desalinhados, num contexto em que essas mesmas regiões “estão mais integradas economicamente do que nunca”. “O incentivo à cooperação está a enfraquecer, mas os custos da não-cooperação aumentaram”, advertiu. Num mundo em processo de fragmentação, após décadas de globalização que não garantiu a todos os países as mesmas condições, Lagarde defendeu que a cooperação deve ser preservada. “Alguns países de baixo rendimento registaram avanços notáveis – nenhum mais do que a China”, salientou. “As economias avançadas também beneficiaram, ainda que de forma desigual”, notou, recordando que os consumidores obtiveram preços mais baixos e que muitas empresas europeias colheram ganhos substanciais ao subir na cadeia de valor. Proteccionismo destrutivo Contudo, Lagarde sublinhou que o cenário actual é marcado por “níveis tarifários inimagináveis há poucos anos”, impulsionados por um “realinhamento geopolítico” e pela percepção crescente de “injustiças no comércio internacional”. A presidente do BCE considerou que excedentes e défices não são problemáticos por si só, quando reflectem factores como a vantagem comparativa ou a evolução demográfica. “Tornam-se polémicos quando não são corrigidos ao longo do tempo e se atribuem a decisões políticas”, apontou. “Poucos países estão dispostos a manter dependência de outros”, reconheceu, ressalvando que isso “não significa abdicar dos benefícios mais amplos do comércio”. Para Lagarde, o proteccionismo não constitui uma solução sustentável: “as políticas comerciais coercivas não resolvem os desequilíbrios estruturais, apenas corroem os alicerces da prosperidade global”. A responsável apelou a soluções “cooperativas”, que envolvam ajustamentos das políticas macroeconómicas tanto por parte de países com excedente como dos que registam défices, e defendeu uma transição para uma economia global “mais sustentável e assente em regras comuns – ou melhoradas”. Banca de acordo O Banco Central Europeu (BCE) e o Banco Popular da China (banco central) assinaram ontem um memorando de entendimento para cooperar na área da banca central. O BCE informou que a assinatura do memorando ocorre por ocasião da visita a Pequim da sua presidente, Christine Lagarde, onde se reuniu com o governador do Banco Popular da China, Pan Gongsheng. Este memorando de entendimento, que actualiza o assinado em 2008, inclui a base para o intercâmbio de informações, diálogo e cooperação entre as duas instituições regularmente. “É importante que mantenhamos a cooperação global e estou muito satisfeita por assinar este memorando de entendimento com o governador Pan como sinal do nosso diálogo contínuo com o Banco Popular da China”, disse Lagarde.
Hoje Macau China / ÁsiaEmpresa chinesa constrói acessos a Inhambane e porto da Beira O ministro dos Transportes e Logística moçambicano, João Jorge Matlombe, disse ontem à Lusa que Moçambique irá assinar contratos com uma empresa chinesa para construir estradas de acesso a Inhambá e ao porto da Beira. Matlombe explicou que irá assinar hoje os contratos, um envolvendo “financiamento directo” e outro uma parceria público-privada (PPP), com o grupo estatal China Road and Bridge Corporation (CRBC). A CRBC vai construir uma estrada com quase 78 quilómetros para melhorar o acesso à província de Inhambane, no sul de Moçambique, que o ministro descreveu como “uma zona turística importante”. Matlombe assumiu que o custo do projecto “vai mesmo ser assumido pelo próprio Estado”, uma vez que “não tem demanda que justifique uma PPP ou um investimento directo privado”. Pelo contrário, o dirigente defendeu que, de acordo com um estudo já realizado”, a estrada de ligação ao porto da Beira, “do ponto de vista do modelo de negócios, permite que qualquer investidor recupere o seu investimento”. O ministro sublinhou que o porto da Beira “é um dos maiores da zona sul do país” e que o novo acesso será “um corredor alternativo” que irá facilitar, por exemplo, “a saída dos camiões do porto” para o vizinho Zimbabué. Encontros em Macau O ministro falava à margem de uma sessão do 16.º Fórum e Exposição Internacional sobre o Investimento e Construção de Infraestruturas (IIICF, na sigla em inglês), que está a decorrer até quinta-feira em Macau. Matlombe revelou que já tem pelo menos cinco encontros marcados em Macau com membros do Governo de Botsuana, Angola, Cabo Verde e República Democrática do Congo (RDCongo). Em cima da mesa vai estar o corredor logístico na zona norte, que liga Maláui, Zâmbia e RDCongo, para “capitalizar a utilização do porto de Nacala”, referiu o dirigente. Matlombe revelou que o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos moçambicano, Fernando Rafael, também viajou para a região. O responsável pela tutela dos Transportes e Logística disse que, durante a estadia em Macau, o colega de Governo “também vai assinar alguns acordos para o programa de massificação da habitação social para os jovens”.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Prolongado até Dezembro inquérito ‘antidumping’ sobre carne de porco europeia O Ministério do Comércio da China anunciou ontem que vai prolongar até Dezembro a investigação por concorrência desleal às importações de determinados produtos de carne de porco provenientes da União Europeia (UE), iniciada em Junho de 2024. Em comunicado publicado no seu portal oficial, o ministério justificou a extensão da investigação “atendendo à complexidade do caso”, fixando como novo prazo 16 de Dezembro. O inquérito, lançado em 17 de Junho de 2024, tinha inicialmente uma duração prevista de um ano, com a possibilidade de extensão “em circunstâncias especiais”, como já havia sido sinalizado na altura. A investigação incide sobre carne de porco e miudezas, tanto refrigeradas como congeladas, bem como gordura e derivados, com origem na UE. Pequim iniciou esta medida como retaliação às taxas alfandegárias impostas por Bruxelas sobre veículos eléctricos fabricados na China, alegando que os subsídios estatais recebidos por este sector criam distorções na concorrência face às marcas europeias. Apesar das tensões, nos últimos meses registou-se uma ligeira aproximação entre a China e a UE, nomeadamente após o impacto da guerra comercial iniciada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump. O comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, que visitou a China em Março, afirmou recentemente que Bruxelas e Pequim “partilham interesses mútuos significativos na resolução dos desafios bilaterais e globais” e sublinhou que é “igualmente importante enfrentar as divergências”. Segundo o responsável europeu, as duas partes estão “a trabalhar arduamente” para alcançar avanços antes da cimeira bilateral agendada para Julho, na China, ocasião em que se celebrará o 50.º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre Pequim e Bruxelas.
Hoje Macau China / ÁsiaQuénia | País estuda com a China investimento na criação de fábricas de vacinas Quénia e China iniciaram conversações para a criação de centros de produção de vacinas e medicamentos no país africano, um projecto avaliado em 500 milhões de dólares, informaram segunda-feira as autoridades quenianas. O ministro da Saúde queniano, Aden Duale, realizou segunda-feira uma “reunião estratégica” com uma delegação chinesa liderada pela embaixadora do país asiático no Quénia, Guo Haiyan, para discutir o estabelecimento de centros locais de produção de vacinas e produtos farmacêuticos com tecnologia chinesa, afirmou o ministério da Saúde do Quénia em comunicado. A iniciativa visa “fortalecer as cadeias de abastecimento do Quénia, reduzir a dependência das importações, criar emprego de acordo com a agenda de desenvolvimento do Governo” e posicionar o Quénia como líder continental no processo de fabrico de produtos sanitários, uma visão que se espera que se torne realidade até 2028 com o apoio do Governo chinês, explicou o departamento de Duale. O ministro queniano também acolheu com satisfação a oferta da China de 500 bolsas de estudo e 20 programas anuais de intercâmbio, considerando-a um investimento fundamental para a futura liderança do Quénia nesse sector.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Estudantes chineses enfrentam incertezas sobre estudar no país Apesar das afirmações de Trump de que os EUA “adoram receber estudantes chineses”, o número de recusas de vistos a jovens chineses é cada vez maior He Qixuan, uma estudante de Xangai, exultava de alegria quando na última sexta-feira atendeu o telefonema da Lusa e contou que o seu visto para estudar nos Estados Unidos tinha sido aprovado. “Vou festejar! É o primeiro passo para estudar no estrangeiro!”, disse à Lusa a jovem candidata ao mestrado em Estudos dos Media Emergentes na Universidade de Boston, depois de uma entrevista no consulado dos Estados Unidos em Xangai, onde, como ela, na mesma fila, quase 200 candidatos que aguardavam entrevistas receberam aprovação. Se a cena parece ilustrar o compromisso assumido pelo Presidente norte-americano na conversa telefónica com o homólogo chinês, Xi Jinping, na passada quinta-feira – e dar corpo à afirmação de Donald Trump de que os EUA “adoram receber estudantes chineses” -, os sinais de Washington sobre o tema são mais do que contraditórios, na perspectiva de diversas fontes chinesas em declarações à Lusa. A agência Yi Si, sediada em Guangzhou, especializada no apoio de estudantes chineses que pretendem estudar no estrangeiro, dá conta da crescente preocupação com a rejeição de vistos entre os candidatos que recorrem aos seus serviços. “Tenho dois estudantes da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau a quem foram negados os vistos para estudarem nos Estados Unidos já por três vezes”, disse à Lusa o director da agência, Christ Feng, observando que o consulado dos EUA “não forneceu quaisquer razões” para as rejeições. “Durante a anterior presidência de Trump, eram os estudantes de informática os que enfrentavam as taxas de rejeição mais elevadas, mas agora os candidatos de todas as especialidades correm o risco de ser recusados”, acrescentou Feng. Recusas agressivas Xiangning Wu, uma professora associada do Departamento de Governo e Políticas Públicas da Universidade de Macau, disse à Lusa que, nos últimos anos, o número de alunos seus que estudam nos Estados Unidos “tem vindo a diminuir”, devido ao “aumento das propinas” e a “razões de segurança”. Wu referiu ainda que as recusas de visto têm visado maioritariamente os estudantes de ciências e engenharia, o que tem feito com que estes alunos acabem por fazer as especializações em Hong Kong e Singapura. As descrições parecem encontrar ressonância no que o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, anunciou em comunicado na véspera do telefonema entre Trump e Xi na semana passada. Segundo o comunicado do Departamento de Estado, os Estados Unidos vão começar a “revogar agressivamente” os vistos concedidos aos estudantes chineses, e a medida terá como foco principal os estudantes com ligações ao Partido Comunista Chinês (PCC) e os que se encontrem nos Estados Unidos a estudar em áreas sensíveis. “Sob a liderança do Presidente Trump, o Departamento de Estado trabalhará com o Departamento de Segurança Interna para revogar agressivamente os vistos concedidos a estudantes chineses, incluindo aqueles com ligações ao Partido Comunista Chinês ou estudando em áreas críticas”, informou Rubio. “Também vamos rever os critérios de concessão de vistos para aumentar o escrutínio de todos os futuros pedidos de visto da República Popular da China e de Hong Kong”, acrescentou o secretário de Estado norte-americano. Apoios caseiros Esta determinação foi escutada com a devida atenção na China. A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) em Macau disse à Lusa que está a preparar-se para “assistir” cerca de 200 estudantes da região administrativa especial chinesa a estudar nos Estados Unidos, assim como outros que aí pretendam prosseguir os estudos. “A DSEDJ comunicou com instituições terceiras em Macau e solicitou-lhes que estejam atentas aos últimos desenvolvimentos e prestem a necessária facilitação e assistência aos estudantes que se encontram nos Estados Unidos, ou que pretendem estudar nos Estados Unidos, com o objectivo de se transferirem para outros países”, indicou a instituição em comunicado enviado à Lusa. No ano lectivo de 2022/2023, o número total de estudantes chineses nos Estados Unidos era de 289.526, representando aproximadamente 27,4 por cento do número total de estudantes internacionais dos EUA, e encabeçando a lista pelo 14.º ano consecutivo, de acordo com o relatório Portas Abertas, financiado pelo Departamento de Estado norte-americano. Jing Wu, Lusa
Hoje Macau China / ÁsiaTóquio | Porta-aviões chinês entrou em águas do Japão O Ministério da Defesa do Japão revelou ontem que um porta-aviões chinês e restante frota entraram em águas da Zona Económica Exclusiva (ZEE) japonesa, no passado sábado, numa altura de tensões na relação entre os dois países. De acordo com o ministério japonês da Defesa, o porta-aviões Liaoning, dois contratorpedeiros de mísseis guiados e um navio de reabastecimento rápido navegaram a cerca de 300 quilómetros do ponto mais oriental do Japão, a ilha Minamitori, no sábado. De acordo com um comunicado, depois de o Liaoning e os navios que o acompanhavam terem deixado a ZEE japonesa, realizaram no domingo exercícios de descolagem e aterragem de caças e helicópteros. O ministério da Defesa japonês disse que destacou um navio para a zona, de forma a acompanhar a situação. Esta foi a primeira vez que um porta-aviões chinês entrou nesta parte da ZEE do Japão no Oceano Pacífico, disse um porta-voz do ministério à agência de notícias France-Presse. “Acreditamos que os militares chineses estão a tentar melhorar as suas capacidades operacionais e a sua capacidade de conduzir operações em áreas remotas”, acrescentou. A crescente presença militar da China e a utilização de meios navais e aéreos para reivindicar territórios disputados estão a preocupar os Estados Unidos e os seus aliados na região da Ásia-Pacífico. O porta-voz do Governo, Yoshimasa Hayashi, afirmou ontem numa conferência de imprensa que o Governo japonês “transmitiu uma mensagem apropriada à parte chinesa”, sem especificar se tinha apresentado um protesto formal.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Executivo mantém ligação ao dólar norte-americano O Chefe do Executivo de Hong Kong garantiu, num excerto de uma entrevista divulgado ontem, que vai manter a moeda local ligada ao dólar norte-americano, apesar da guerra comercial entre Washington e Pequim. Em entrevista ao diário de Hong Kong South China Morning Post, John Lee Ka-chiu disse que a indexação do dólar local à moeda dos Estados Unidos tem sido “um dos factores fundamentais para o sucesso” da região. Desde 1983, ainda antes da transição de administração do Reino Unido para a China, que o dólar de Hong Kong está ligado exclusivamente à moeda norte-americana, podendo flutuar numa faixa entre 7,75 e 7,85 unidades por dólar. Algo que também significa que o regulador financeiro do território, a Autoridade Monetária de Hong Kong (HKMA, na sigla em inglês), segue as subidas e descidas da taxa de juro de referência impostas pela Reserva Federal dos Estados Unidos. Em Maio, a HKMA teve de intervir por várias vezes no mercado, comprando um total de 16,7 mil milhões de dólares norte-americanos para enfraquecer a moeda local. Isto depois do dólar de Hong Kong ter atingido o limite superior da faixa de flutuação, devido à valorização das moedas asiáticas e ao aumento do investimento em acções listadas na bolsa da cidade. Além de investidores estrangeiros, também os investidores da China continental têm comprado mais acções locais, em parte graças a um mecanismo, lançado em 2014, que liga as bolsas de Hong Kong e de Xangai, a ‘capital financeira’ chinesa. Numa entrevista realizada a propósito do terceiro aniversário da sua administração, John Lee negou que o sistema financeiro dependa unicamente da ligação ao dólar dos Estados Unidos. O Chefe do Executivo prometeu criar mais produtos financeiros para reforçar o papel de Hong Kong como o maior centro mundial para negócios na moeda da China continental, o renminbi.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Regista deflação pelo quarto mês consecutivo em Maio O índice de preços no consumidor (IPC), o principal indicador da inflação na China, caiu pelo quarto mês consecutivo em maio, descendo 0,1 por cento em termos homólogos, o mesmo valor registado em Abril e Março. Ainda assim, o indicador, divulgado ontem pelo Gabinete Nacional de Estatística (NBS, na sigla em inglês) do país asiático, sofreu uma queda menos acentuada do que as previsões da maioria dos analistas, que esperavam uma descida de 0,2 por cento. Por outro lado, os analistas esperavam que os preços se mantivessem ao mesmo nível de Abril, mas a tendência mensal em Maio também foi negativa: os preços no consumidor caíram 0,2 por cento face ao quarto mês de 2025. O risco de deflação na China, a segunda maior economia do mundo, agravou-se no último ano, suscitado por uma profunda crise imobiliária, que afectou o investimento e o consumo. A deflação consiste numa queda dos preços ao longo do tempo, por oposição a uma subida (inflação). O fenómeno reflecte debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente perigoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias. Dong Lijuan, estatístico do NBS, preferiu sublinhar que a inflação subjacente – uma medida que elimina o efeito dos preços dos alimentos e da energia devido à sua volatilidade – subiu 0,6 por cento, em termos homólogos. “O IPC passou de alta para queda na comparação mensal, principalmente devido à queda dos preços da energia”, explicou o especialista, que insistiu que “as políticas de aumento do consumo continuam a ser eficazes, dado que os preços em algumas áreas apresentaram variações positivas”. As autoridades da China têm sublinhado repetidamente nos últimos meses que impulsionar a fraca procura interna é uma das principais prioridades económicas para 2025, que tem sido marcado pela guerra comercial com os EUA.
Hoje Macau China / ÁsiaExportações sobem menos do que esperado sob efeito da guerra comercial As exportações da China aumentaram menos do que o esperado em Maio, de acordo com estatísticas oficiais reveladas ontem, repercutindo a diminuição do volume de mercadorias enviadas para os EUA em plena guerra comercial. De acordo com as alfândegas chinesas, as exportações aumentaram 4,8 por cento em termos homólogos no mês passado. O valor ficou abaixo das previsões dos economistas inquiridos pela agência de notícias financeiras Bloomberg, que esperavam um crescimento de 6 por cento. Depois de Genebra em Maio, norte-americanos e chineses iniciaram ontem uma nova ronda de conversações em Londres, com o objectivo de prolongar a trégua comercial e chegar a um acordo duradouro sobre a redução das sobretaxas aduaneiras impostas reciprocamente. As exportações chinesas para os Estados Unidos totalizaram 28,8 mil milhões de dólares em Maio, contra 33 mil milhões de dólares em Abril, registo equivalente a uma queda de 12,7 por cento. Em contrapartida, as exportações chinesas para o Vietname aumentaram ligeiramente em Maio, atingindo 17,3 mil milhões de dólares. Futuro incerto “A guerra comercial entre a China e os Estados Unidos levou a uma queda acentuada das exportações para os EUA, mas isso foi compensado por um aumento das exportações para outros países”, escreve Zhang Zhiwei, economista da Pinpoint Asset Management, numa nota. “As perspectivas comerciais permanecem muito incertas nesta fase” e podem surgir problemas “à medida que o efeito de antecipação se desvanece”, observou Zhang, referindo-se aos compradores estrangeiros que tinham aumentado as encomendas de produtos chineses em antecipação de possíveis aumentos das sobretaxas dos Estados Unidos. No outro prato da balança comercial, as importações chinesas caíram 3,4 por cento em Maio, refletindo a fraca procura e as crescentes pressões comerciais sobre a segunda maior economia do mundo. As conversações sino-americanas em Londres marcarão as segundas negociações formais entre os dois países, desde que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou uma ofensiva comercial global em Abril. Do lado norte-americano, a delegação incluirá o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o secretário do Comércio, Howard Lutnick, e o representante comercial da Casa Branca, Jamieson Greer. Tal como em Genebra, o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, lidera a delegação de Pequim. Estas discussões seguem-se a uma troca telefónica na quinta-feira entre Donald Trump e o homólogo chinês Xi Jinping, que o Presidente dos Estados Unidos descreveu como “muito positiva”.
Hoje Macau China / ÁsiaMoeda | Brasil prepara emissão inédita de dívida pública em yuan na China A guerra comercial lançada por Donald Trump leva cada vez mais países a procurarem alternativas ao dólar norte-americano O Brasil pretende emitir títulos de dívida soberana no mercado chinês ainda este ano, numa operação inédita, quando o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforça os laços comerciais e de investimento com a China. Brasília planeia emitir títulos denominados na moeda chinesa, o yuan, no mercado de capitais da China continental, e quer também regressar ao mercado de obrigações denominadas em euros, revelou ontem o secretário-adjunto do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, citado pelo jornal britânico Financial Times. “A ideia é que, ainda este ano, façamos uma nova emissão sustentável em dólares, como no ano passado, além de emissões na Europa e ‘obrigações panda’ na China”, afirmou Durigan, em entrevista ao FT. “A União Europeia quer negociar com o Brasil a expansão do comércio bilateral, tanto em termos de transações como também possibilitando ao Brasil a opção de emitir dívida na Europa”, acrescentou. “O mesmo pode acontecer com a China”, frisou. O Governo brasileiro tem vindo a reforçar os laços comerciais com Bruxelas e a consolidar relações com Pequim, num contexto da guerra comercial lançada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O bloco sul-americano Mercosul, do qual o Brasil faz parte, espera que o aguardado acordo comercial com a União Europeia seja aprovado até ao final do ano. Na quinta-feira, Lula reuniu-se com o Presidente francês, Emmanuel Macron, em Paris, e apelou ao apoio de Paris ao acordo. Macron tem resistido à ratificação do tratado, alvo de forte oposição por parte dos agricultores franceses. Os planos para emitir títulos de dívida soberana na China surgem num momento em que o Governo brasileiro procura atrair mais investimento do país asiático, que é de longe o maior parceiro comercial do Brasil. A China está igualmente a tentar reforçar a sua influência económica na América Latina. A operação testará também o apetite dos investidores internacionais pela dívida brasileira, num contexto de crescente cepticismo face à política económica de Lula, que tem apostado num maior papel do Estado na economia para impulsionar o crescimento e reduzir a desigualdade. A estratégia de aumento da despesa tem gerado críticas entre empresários, que acusam o Governo de agravar a inflação, elevar as taxas de juro e colocar em risco a sustentabilidade da dívida pública. Jogo do mercado Esta semana, o Brasil colocou 1,5 mil milhões de dólares em obrigações a cinco anos com uma taxa de juro de 5,68 por cento e 1,25 mil milhões de dólares em dívida a dez anos a 6,73 por cento, na segunda emissão de dívida ‘offshore’ em 2025. Os custos de financiamento no Brasil aumentaram depois de o banco central ter elevado a taxa diretora para 14,75 por cento, numa tentativa de conter a inflação. Os críticos acusam o Executivo de Brasília de não agir com firmeza para resolver o défice orçamental crónico e o crescimento da dívida. A agência Moody’s elevou o ‘rating’ de longo prazo do Brasil em Outubro passado para um nível abaixo do grau de investimento, o que permitiu acesso a capital mais barato. No entanto, em Maio, a agência reviu em baixa a perspectiva de positiva para estável, citando progressos mais lentos do que o esperado na política orçamental.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Xi manifesta vontade de “acelerar cooperação” O Presidente chinês, Xi Jinping, enviou ontem uma mensagem ao chefe da junta militar de Myanmar, Min Aung Hlaing, expressando a vontade de “acelerar a cooperação de alta qualidade” entre a China e a antiga Birmânia. Xi sublinhou que a amizade entre a China e Myanmar “resistiu ao teste do tempo e saiu reforçada”, segundo um comunicado divulgado no âmbito do 75.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas bilaterais, citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua. “Os dois países mantiveram uma boa vizinhança, aprofundaram a cooperação mutuamente benéfica e apoiaram-se firmemente nas questões relacionadas com os respectivos interesses fundamentais e preocupações essenciais, dando assim um excelente exemplo de intercâmbio amigável entre nações”, afirmou o chefe de Estado chinês. A China atribui “grande importância” ao desenvolvimento dos laços com Myanmar e está disposta a trabalhar com o país, utilizando o 75.º aniversário dos laços diplomáticos “como uma oportunidade para acelerar a cooperação de alta qualidade no âmbito da Faixa e da Rota”, disse ainda Xi. O Presidente chinês reuniu-se com Min Aung Hlaing no dia 09 de Maio em Moscovo, no que se acredita ter sido o primeiro encontro pessoal entre os dois desde o golpe de Estado levado a cabo pela Junta Militar em 01 de Fevereiro de 2021, com a prisão do Presidente eleito Win Myint, assim como da ex-lider do partido no Governo, Aung Suu Kyi, e de outros governantes e políticos. Embora as trocas diplomáticas entre Myanmar e a China não tenham sido interrompidas pelo golpe, tornaram-se mais públicas ao longo dos anos, tal como a mediação de Pequim no conflito.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong usa IA para prever riscos de Alzheimer através de imagens da retina Um centro de saúde de Hong Kong desenvolveu um sistema que utiliza tecnologias de inteligência artificial (IA) para prever o risco de doença de Alzheimer através da análise de imagens da retina, um avanço pioneiro no mundo. O sistema analisa de forma não invasiva as imagens do fundo do olho, detectando alterações precoces nos vasos sanguíneos e nos nervos da retina que podem estar relacionadas com a doença de Alzheimer, permitindo identificar potenciais casos de risco anos antes do aparecimento de sintomas clínicos. O Humansa Medical Center, um centro de saúde centrado na longevidade, desenvolveu o sistema em colaboração com a i-Cognitio Sciences, uma empresa de tecnologia oftalmológica da Universidade Chinesa de Hong Kong (CUHK). A inteligência artificial da i-Cognitio foi validada com um vasto conjunto de dados, que inclui quase 13.000 imagens do fundo de olhos de 648 pacientes diagnosticados com Alzheimer e mais de 3.000 indivíduos com cognição normal. Um estudo publicado em 2022 na revista Lancet Digital Health demonstrou que a tecnologia de inteligência artificial desenvolvida para a detecção do risco de Alzheimer atinge uma precisão de 80 por cento a 92 por cento em populações multiétnicas de diversos países. A demência afecta cerca de um terço das pessoas com mais de 85 anos na região Ásia-Pacífico, segundo dados recentes. Em Hong Kong, a demência afecta 10 por cento da população com mais de 70 anos e a doença de Alzheimer é responsável por mais de metade dos casos diagnosticados. Estudos científicos sublinham que até 45 por cento dos casos de demência poderiam ser evitados ou retardados através de intervenções precoces, salientando a importância da detecção precoce para atenuar o impacto da demência na população. No entanto, os testes cognitivos convencionais e a imagiologia estrutural do cérebro apresentam uma precisão limitada, ao passo que os métodos avançados, como o PET amiloide e a análise do líquido cefalorraquidiano, são invasivos e menos acessíveis à população em geral. Acção crucial Neste contexto, este estudo desenvolveu um modelo baseado na aprendizagem profunda com uma abordagem que promete oferecer “uma solução simples, de baixo custo e pouco trabalhosa” para identificar potenciais doentes em ambientes comunitários e proporcionar uma precisão e sensibilidade adequadas. Num esforço para realçar a relevância da IA no diagnóstico e nos cuidados de saúde do cérebro, Vincent Mok, director e fundador da i-Cognitio, destacou o papel fundamental da retina como janela para o cérebro. Segundo Mok, “através da fotografia do fundo do olho não invasiva, é possível identificar alterações nos vasos sanguíneos da retina e nos nervos da retina ligados à doença de Alzheimer”. O especialista explicou que essas alterações na retina podem manifestar-se entre 10 a 15 anos antes que os sintomas clínicos da Alzheimer sejam evidentes, o que representa uma oportunidade crucial para uma intervenção precoce.
Hoje Macau China / ÁsiaVice-primeiro-ministro chinês em Londres pra debater tarifas com os EUA O vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, vai liderar a delegação chinesa nas negociações comerciais com representantes dos Estados Unidos, amanhã em Londres, anunciou sábado o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. Num comunicado citado pela agência espanhola de notícias Efe, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês indicou que He Lifeng visitará o Reino Unido de 08 a 13 de Junho “a convite do governo britânico” e aproveitará a sua estadia no país para participar na “primeira reunião do mecanismo de consulta económica e comercial China-Estados Unidos”. He, muito próximo do Presidente da China, Xi Jinping, foi encarregado de liderar as negociações comerciais realizadas no mês passado em Genebra com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que terminaram com uma trégua tarifária entre as duas potências. O anúncio foi feito um dia depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter antecipado que a reunião sobre tarifas entre delegados comerciais dos EUA e da China, acordada na quinta-feira numa chamada telefónica com Xi Jinping, vai realizar-se esta segunda-feira, em Londres. A conversa entre os dois líderes ocorreu depois de, na semana passada, Trump ter acusado a China, sem dar detalhes, de violar o acordo bilateral de pausa tarifária alcançado em maio, após o encontro em Genebra. Pequim respondeu argumentando que foi Washington quem violou o acordo, ao impor novas restrições sobre chips e o cancelamento de vistos para estudantes chineses, anunciado na semana anterior. Guerra aberta Os dois países tinham iniciado uma escalada de tarifas no dia seguinte ao anúncio feito por Trump, no início de Abril, das suas tarifas ditas “recíprocas”, impondo pelo menos 10 por cento sobre todos os produtos que entram nos Estados Unidos, independentemente da sua origem. Os produtos chineses foram sujeitos a uma sobretaxa de 34 por cento, para além dos 20 por cento impostos no âmbito da luta contra o tráfico de fentanilo, um opiáceo que está a provocar uma grave crise sanitária nos Estados Unidos, e dos direitos aduaneiros que existiam antes da reeleição de Donald Trump. Pequim retaliou com tarifas equivalentes, o que levou a uma guerra aduaneira com Washington, atingindo 125 por cento e 145 por cento, respectivamente, sobre os produtos de cada país, provocando um forte abrandamento do comércio entre os dois gigantes.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Descartada retaliação tarifária que comprometa “ADN de sucesso” John Lee defende o estatuto da região administrativa especial como um porto livre e quer diversificar o mercado do território afastando-o cada vez mais dos Estados Unidos O Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, afirmou que as tensões entre Pequim e Washington não farão a cidade adoptar medidas de retaliação, que comprometeriam o seu “ADN de sucesso” e estatuto de zona portuária livre. Em entrevista ao diário de Hong Kong South China Morning Post, no terceiro aniversário da sua administração, Lee afirmou que o seu governo preparou “planos de contingência para os piores cenários”. Garantiu também que está a tentar contrariar o impacto das taxas aduaneiras impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à China, que também afectam a região administrativa especial chinesa, apesar do regime “um país, dois sistemas”. O líder de Hong Kong reafirmou que a metrópole manterá o seu estatuto de porto livre e excluiu a possibilidade de medidas de retaliação contra os EUA, mesmo que as relações entre Pequim e Washington se deteriorem. Lee rejeitou que esta atitude seja “passiva”, defendendo a estratégia como forma de preservar o estatuto económico de Hong Kong. De acordo com a Lei Básica de Hong Kong, a mini-constituição que rege a cidade, a região manterá o seu papel de território aduaneiro independente da China e não imporá tarifas a não ser que a lei estipule o contrário, consolidando a posição de porto livre. Por outras águas Lee afirmou ainda que, nos dois anos que restam do seu mandato, o Governo de Hong Kong intensificará as medidas de diversificação dos mercados em benefício das empresas locais, reduzindo a exposição das mesmas aos Estados Unidos e incentivando a expansão para “oceanos azuis”, em regiões económicas de elevado potencial, como o Sudeste Asiático e o Médio Oriente. “Com 180-190 economias globais, as oportunidades são vastas. Estamos a falar de reorientar estratégias, desenvolver novas capacidades e forjar alianças estratégicas”, afirmou, sublinhando a necessidade de consolidar a posição de Hong Kong enquanto centro financeiro e comercial mundial face às tensões geopolíticas. Os Estados Unidos são o segundo maior mercado de exportação de Hong Kong, com um volume de 37,9 mil milhões de dólares em mercadorias em 2024, liderado por equipamentos e peças de telecomunicações e seguido por computadores, pedras preciosas, jóias, semicondutores e válvulas e tubos electrónicos.
Hoje Macau China / ÁsiaCitigroup | Despedidos 3.500 funcionários na China O banco norte-americano Citigroup despediu cerca de 3.500 colaboradores da divisão de tecnologia na China continental, no âmbito de uma estratégia global de redução de custos e reestruturação operacional, informou ontem o jornal Financial Times. Os cortes afectam uma divisão sediada nas cidades de Xangai e Dalian, responsável pela prestação de serviços informáticos a operações do Citigroup em mais de 20 países. Segundo informou o banco, alguns dos postos de trabalho serão relocalizados para outros países, “para ficarem mais próximos dos negócios e produtos que apoiam”, sem, no entanto, revelar números ou destinos concretos. A instituição financeira indicou ainda que o processo deverá estar concluído “no início do quarto trimestre”. “Apesar de ainda haver trabalho a fazer, muitos dos nossos esforços permitiram melhorar a eficiência da nossa forma de operar, da nossa força de trabalho e da presença global em termos de infraestruturas”, afirmou Marc Luet, responsável do Citi para o Japão, norte da Ásia e Austrália, citado pelo Financial Times. O banco, que mantém presença na China continental desde 1902, garantiu que a decisão não terá impacto nas operações bancárias da sua subsidiária chinesa, com sede em Xangai, nem na equipa tecnológica baseada em Cantão, que continua a prestar serviços à China continental e a Hong Kong. Terceiro maior banco dos Estados Unidos em termos de activos, o Citigroup tem procurado resolver desafios operacionais e de rentabilidade persistentes através de uma reestruturação profunda, que incluiu o despedimento de milhares de trabalhadores e uma simplificação da estrutura de gestão. Este corte representa um dos maiores despedimentos registados entre grupos financeiros estrangeiros na China nos últimos anos, e reflecte uma tendência crescente de redução de quadros na área tecnológica.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Japão | Seul resgata quatro norte-coreanos em barco à deriva A Coreia do Sul anunciou ontem ter resgatado quatro norte-coreanos cujo barco estava alegadamente à deriva em águas territoriais no mar do Japão. A Marinha sul-coreana “detectou um pequeno barco de madeira norte-coreano a cerca de 100 quilómetros da costa de Goseong”, na costa leste da Coreia do Sul, disse um porta-voz militar. De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, os resgatados tinham aparentemente atravessado a fronteira marítima acidentalmente e pediram para ser devolvidos à Coreia do Norte. Os quatro foram entregues “às autoridades [sul-coreanas] competentes”, disseram os militares, acrescentando que o incidente aconteceu em maio. Os desertores norte-coreanos são normalmente sujeitos a interrogatórios pelos serviços de segurança sul-coreanos. “Se desejarem regressar à Coreia do Norte, garantiremos o repatriamento rápido e seguro por razões humanitárias”, garantiu o Ministério da Unificação da Coreia do Sul. Seul afirmou que ainda aguarda uma resposta de Pyongyang sobre o repatriamento de dois norte-coreanos encontrados em circunstâncias semelhantes há três meses no mar Amarelo, localizado entre a China, a Coreia do Norte e a Coreia do Sul. No discurso de posse, na quarta-feira, o novo Presidente de centro-esquerda da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, disse que queria aproximar-se da Coreia do Norte, num discurso que contrasta com a linha dura do antecessor deposto Yoon Suk-yeol.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Nomeado primeiro juiz estrangeiro em um ano O parlamento de Hong Kong aprovou a primeira nomeação de um juiz estrangeiro para o tribunal superior da região semiautónoma chinesa no espaço de um ano, após uma série de demissões. O Conselho Legislativo do território votou na quarta-feira a favor de uma proposta do Governo para nomear William Young para o Tribunal de Última Instância de Hong Kong, para um mandato de três anos, que deverá começar ainda em Junho. O número dois do executivo de Hong Kong, o secretário-chefe Eric Chan Kwok-ki, sublinhou aos deputados que o juiz liderou uma comissão de inquérito ao ataque de Março de 2019 contra duas mesquitas em Christchurch. Em Agosto de 2020, um supremacista branco foi condenado a pena perpétua sem direito a liberdade condicional – a primeira sentença deste tipo na Nova Zelândia – por ter morto 51 muçulmanos. A nomeação de juízes de outras jurisdições que partilham o sistema conhecido como ‘Common Law’ (direito comum) herdado do Reino Unido “contribuiu para a manutenção de um elevado nível de confiança no sistema judicial” de Hong Kong, defendeu Eric Chan. O secretário-chefe disse ainda que a vinda de juízes estrangeiros “demonstra que a Lei Básica [a ‘mini-constituição’ de Hong Kong] garante o exercício independente do poder judicial”. Volta ao mundo Depois de se reformar do Supremo Tribunal da Nova Zelândia, em 2022, William Young, de 73 anos, serviu como juiz nos tribunais superiores das Seychelles, de Samoa e das ilhas Fiji. Em Julho de 2022, o neozelandês foi nomeado para os Tribunais do Centro Financeiro Internacional do Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, mas demitiu-se menos de um mês depois. Na altura, Young deu como razão o risco de “percepções adversas”, após a organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional ter acusado o país de nomear juízes estrangeiros para tentar legitimar o regime político. Cinco juízes estrangeiros não permanentes (dois do Reino Unido e três da Austrália) desempenham actualmente funções no tribunal superior de Hong Kong, que conta também com o lusodescendente Roberto Ribeiro. Vários magistrados estrangeiros, incluindo do Reino Unido e do Canadá, abandonaram o Tribunal de Última Instância do território nos últimos 12 meses.
Hoje Macau China / ÁsiaEducação | China pede aos EUA para não politizarem intercâmbios A China criticou ontem as novas restrições impostas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, à entrada de cidadãos estrangeiros, incluindo as que afectam a Universidade de Harvard, e apelou a Washington para que deixe de politizar a cooperação educacional. “A cooperação educacional entre a China e os EUA é mutuamente benéfica. A China sempre se opôs à politização nesta área”, disse ontem o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Lin Jian, em conferência de imprensa. Lin respondia à ordem assinada por Trump que suspende por seis meses a entrada de novos estudantes internacionais em Harvard, sob acusações de “radicalismo” e “ligações estrangeiras preocupantes” por parte do centro académico. Pequim advertiu que esta medida vai “prejudicar a imagem e a credibilidade internacional” dos EUA e garantiu que vai defender os direitos legítimos dos seus estudantes e académicos no estrangeiro. Harvard, uma das universidades mais prestigiadas do mundo, acolhe actualmente 10.158 estudantes internacionais de 150 países, incluindo 2.126 da China, segundo dados relativos ao ano letivo 2024/2025 publicados no portal do gabinete internacional da instituição. O porta-voz também reagiu à nova proibição de viajar para os Estados Unidos para cidadãos de 12 países, incluindo Irão, Haiti, Guiné Equatorial, Somália e Iémen, e às restrições impostas a cidadãos de outros sete, como Cuba e Venezuela. “Os intercâmbios interpessoais são a base fundamental para promover a compreensão e a cooperação entre os países. Esperamos que todas as partes criem condições propícias para o efeito, em vez de erguerem barreiras”, afirmou Lin.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim oferece recompensas pela captura de piratas informáticos O Gabinete de Segurança Pública da cidade chinesa de Cantão vai oferecer recompensas a quem ajudar a capturar mais de 20 indivíduos ligados a Taiwan acusados de terem realizado ciberataques contra uma empresa tecnológica chinesa. Esta é a primeira vez que as autoridades de segurança pública chinesas tomam esta medida para “combater as forças separatistas de Taiwan”, segundo o jornal oficial Global Times. É também “a primeira acção coordenada de repressão das actividades criminosas organizadas pelo Comando da Força de Informação, Comunicações e Electrónica de Taiwan”, acrescentou. Segundo o Global Times, estes “20 suspeitos da ilha de Taiwan” estiveram envolvidos em ciberataques contra uma empresa tecnológica chinesa local e estão ligados às autoridades do Partido Democrático Progressista (DPP), actualmente no poder em Taiwan. “O ciberataque foi dirigido e executado pelo Comando da Força de Informação, Comunicações e Eletrónica do DPP, que realiza múltiplas actividades ilegais”, declarou o Gabinete de Segurança Pública Municipal de Cantão, que emitiu mandados de busca para os 20 suspeitos. As autoridades chinesas acrescentaram que aqueles que fornecerem pistas válidas e ajudarem na captura dos suspeitos receberão uma recompensa de 10.000 yuan por cada um deles.
Hoje Macau China / ÁsiaAIE | Investimento de 2,9 biliões de euros em 2025 com China a liderar As previsões da Agência Internacional de Energia para 2025 indicam o reforço da liderança chinesa na revolução energética em curso com a aposta nas energias “limpas” em detrimento do investimento em combustíveis fósseis O investimento em energia deverá aumentar para 3,3 biliões de dólares (2,9 biliões de euros) em 2025, com a China a consolidar a sua posição de liderança, segundo um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE). A análise, ontem divulgada pela agência, indica que as energias “limpas” deverão atrair duas vezes mais capital do que os combustíveis fósseis. “No meio das incertezas geopolíticas e económicas que ensombram as perspectivas do mundo da energia, vemos a segurança energética emergir como um motor fundamental do crescimento do investimento global este ano”, lê-se no relatório. “Actualmente, a China é, de longe, o maior investidor mundial em energia, gastando duas vezes mais do que a União Europeia – e quase tanto como a UE e os Estados Unidos juntos”, acrescenta a análise, salientando que, em 2015, o país asiático estava apenas à frente dos Estados Unidos neste aspecto. O investimento em energias renováveis e nucleares, armazenamento e combustíveis com baixas emissões, bem como em eficiência energética e eletrificação, deverá atingir um recorde de 2,2 biliões de dólares, segundo a AIE. “As actuais tendências de investimento mostram claramente que se aproxima uma nova era da electricidade”, sublinhou a agência. O investimento neste sector deverá ser cerca de 50 por cento superior ao montante total gasto em petróleo, gás natural e carvão. Há dez anos, o investimento em combustíveis fósseis era 30 por cento superior ao investimento na produção e nas redes de eletricidade, indicou o organismo. O petróleo, o gás natural e o carvão deverão absorver investimentos de 1,1 biliões de dólares, com forte concentração das despesas na exploração de petróleo e gás no Médio Oriente. Sobe e desce A AIE estimou que a queda dos preços e da procura de petróleo deverá conduzir ao primeiro declínio do investimento no sector desde a pandemia de covid-19, em 2020, principalmente devido a uma descida acentuada das despesas com o petróleo de xisto nos Estados Unidos. Em contrapartida, o investimento em novas instalações de gás natural liquefeito (GNL) registará um forte crescimento. “Entre 2026 e 2028, o mercado mundial de GNL deverá registar o maior crescimento de capacidade de sempre”, estimou a AIE. De acordo com a agência, o investimento mundial em energia solar deverá atingir 450 mil milhões de dólares até ao final de 2025, colocando-a em primeiro lugar, enquanto o investimento em energia nuclear deverá atingir cerca de 75 mil milhões de dólares, um aumento de 50 por cento nos últimos cinco anos. No entanto, a AIE receia que o investimento nas redes eléctricas (cabos, postes, etc.), actualmente em 400 mil milhões de dólares por ano, “não acompanhe o ritmo das despesas de produção e electrificação”, o que constitui um “sinal preocupante para a segurança da electricidade”. O investimento em redes teria de aumentar para atingir a paridade com as despesas de produção até ao início da década de 2030, mas “tal é dificultado por procedimentos de licenciamento morosos e por cadeias apertadas de abastecimento de transformadores e cabos”. Por último, o forte crescimento da procura de electricidade está também a beneficiar o carvão, principalmente na China e na Índia. Em 2024, a China lançou a construção de quase 100 gigawatts (GW) de novas centrais eléctricas alimentadas a carvão, elevando as aprovações globais para centrais deste tipo ao nível mais elevado desde 2015, salientou a AIE.