Hoje Macau China / ÁsiaTarifas | Trump diz que é “extremamente difícil chegar a um acordo” com Xi Jinping O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse ontem que aprecia o homólogo chinês, mas que é “extremamente difícil chegar a um acordo” com Xi Jinping, numa altura em que os dois países travam uma guerra comercial. “Gosto do Presidente XI da China, sempre gostei e sempre gostarei, mas ele é MUITO DIFÍCIL”, afirmou o líder norte-americano, na sua rede social Truth, no dia em que as taxas alfandegárias sobre o aço e o alumínio importados pelos EUA aumentaram para 50 por cento. As declarações de Trump surgem numa altura em que a imprensa norte-americana avança com a possibilidade de os dois líderes abordarem, por telefone, um acordo final que atenue as tensões comerciais. Não ficou claro se Trump falou com Xi, entretanto. O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, acusou na terça-feira os Estados Unidos de violarem o acordo comercial provisório alcançado em Genebra, no mês passado, ao imporem “medidas negativas”, como as últimas restrições à exportação de semicondutores ou a anulação de vistos de estudantes chineses. Wang fez aquelas afirmações durante um encontro com o novo embaixador dos Estados Unidos na China, David Perdue. “Infelizmente, os EUA introduziram recentemente uma série de medidas negativas com base em fundamentos infundados, prejudicando os direitos e interesses legítimos da China”, afirmou Wang, durante o encontro, em Pequim, de acordo com um comunicado difundido pelo Governo chinês. Wang apelou aos EUA para que “criem as condições necessárias para que as relações [bilaterais] regressem ao caminho certo”. Trump mostrou-se anteriormente confiante de que uma conversa com Xi poderá aliviar as tensões comerciais, embora não seja claro que esse telefonema esteja a ser organizado.
Hoje Macau China / ÁsiaAirbus | China negoceia compra de centenas de aviões A China está a considerar a possibilidade de encomendar centenas de aviões à construtora europeia Airbus no próximo mês, por altura do 50.º aniversário das relações oficiais entre o país e a União Europeia, avançou ontem a Bloomberg. De acordo com a agência de notícias, que cita fontes não identificadas, o negócio poderá incidir sobre cerca de 300 aviões de fuselagem larga e estreita, enquanto outra fonte avança com 500 aparelhos, o que constituiria uma das maiores compras de aviões da história e a maior para a China. Em todo o caso, estas fontes afirmam que as negociações ainda estão em aberto e que o negócio pode não se concretizar ou ser fechado numa data posterior. Até ao momento, nem a Airbus nem as autoridades chinesas responsáveis pelas negociações dos aviões emitiram qualquer confirmação oficial sobre o assunto. A França e a Alemanha, dois dos países que controlam a Airbus, poderão enviar os seus dirigentes, Emmanuel Macron e Friedrich Merz, à cimeira China – UE, que se realiza em Julho, em Pequim. Novas alianças Se o acordo for assinado nessa altura, poderá também ser interpretado como um sinal do Presidente chinês, Xi Jinping, ao seu homólogo norte-americano, Donald Trump, de que pretende estreitar os laços comerciais com a UE, numa altura em que os laços de Pequim com Washington se deterioram devido à guerra comercial entre as duas potências. No entanto, a Bloomberg aponta a principal rival da Airbus, a norte-americana Boeing, como uma das potenciais vencedoras de um hipotético acordo comercial entre Pequim e Washington. No recente pacto comercial com o Reino Unido, um dos pontos mais importantes foi precisamente a venda de aviões. Mas a Boeing está há anos em dificuldades no mercado chinês, face às tensões comerciais e às preocupações com a segurança dos seus aviões, que resultaram numa proibição de quase cinco anos do 737 Max, após dois acidentes com um total de 346 mortos na Etiópia e na Indonésia. Este facto, associado a outras proibições temporárias, como a proibição, durante um mês, entre Abril e Maio, da entrega de aviões da Boeing a empresas chinesas devido à escalada da guerra comercial entre Pequim e Washington, permitiu à Airbus ganhar vantagem na China nos últimos anos. A Boeing não recebe uma grande encomenda da China desde, pelo menos, 2017.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Homem acusado de alegada ameaça de bomba contra concerto A polícia de Hong Kong anunciou ontem ter acusado um homem de 35 anos de quatro crimes de “ameaça de bomba”, contra um concerto e contra a representação do Governo Central chinês na região semiautónoma. Num comunicado, o Departamento de Segurança Nacional da polícia de Hong Kong disse que o suspeito de 35 anos será apresentado no Tribunal de Magistrados de Kwun Tong. Na terça-feira, a polícia tinha anunciado a detenção do homem e de quatro mulheres, entre os 24 e os 38 anos, por “conspiração para cometer actividades terroristas”. De acordo com uma investigação, os cinco suspeitos terão enviado várias mensagens à polícia, através de telefone, correio electrónico e plataformas de mensagens, entre 29 de Abril e 13 de Maio. As mensagens incluíam ameaças de fazer explodir bombas colocadas em vários escritórios do Governo Central chinês em Hong Kong e no Parque Desportivo Kai Tak, referiu a polícia. A última chamada incluía uma ameaça de bomba contra um concerto marcado para 13 de Maio, disse, numa conferência de imprensa, o superintendente do Departamento de Segurança Nacional, Steve Li Kwai-wah. O Parque Desportivo Kai Tak, inaugurado em Março, integra um estádio com lugar para 50 mil espectadores, que recebeu, em 13 de Maio, um concerto dos Mayday, uma banda de Taiwan. De acordo com a imprensa local, Steve Li disse que a polícia realizou buscas ao estádio nesse mesmo dia, mas que não encontrou nada de suspeito e que o concerto decorreu com normalidade. O comunicado indica que os suspeitos terão ainda enviado “mensagens sediciosas que incitavam à independência de Taiwan e de Hong Kong”. Steve Li disse que os cinco suspeitos foram detidos na segunda-feira, na sequência de buscas efectuadas em quatro residências, durante as quais foram apreendidos telemóveis e computadores. As quatro mulheres foram libertadas sob fiança, “enquanto se aguardam novas investigações”, referiu o comunicado.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Xi Jinping felicita Lee Jae-myung pela vitória nas presidenciais O Presidente chinês, Xi Jinping, enviou ontem uma mensagem de felicitações ao liberal Lee Jae-myung pela vitória nas eleições presidenciais sul-coreanas e apelou à cooperação para que os dois países mantenham a “boa vizinhança e amizade”. “Nos 33 anos desde o estabelecimento das relações diplomáticas, os dois lados ultrapassaram as diferenças ideológicas e sociais, trabalharam em estreita colaboração, alcançaram êxitos e conseguiram um desenvolvimento estável e saudável das suas relações”, afirmou Xi num telegrama, citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua. O líder chinês afirmou que atribui “grande importância” aos laços com Seul e disse que o país está disposto a trabalhar com a Coreia do Sul para “promover conjuntamente a parceria estratégica de cooperação” entre as duas nações, apesar de citar “a crescente incerteza na situação internacional e regional”. A China é o maior parceiro comercial da Coreia do Sul, mas, apesar dos fortes laços económicos, as relações bilaterais são marcadas por um constante braço de ferro sobre rivalidades regionais, sensibilidades históricas e interesses estratégicos contraditórios. Pequim criticou Seul por ter estreitado os laços com Washington no âmbito da estratégia de dissuasão contra a Coreia do Norte, enquanto a China se opôs nos últimos anos à imposição de novas sanções da ONU contra Pyongyang. O liberal Lee Jae-myung venceu as eleições presidenciais da Coreia do Sul na terça-feira com 49,4 por cento dos votos, contra 41,1 por cento do rival conservador Kim Moon-soo.
Hoje Macau China / ÁsiaOMC | China exige supervisão de “tarifas unilaterais” O representante do comércio chinês esteve em Paris onde discutiu com a directora-geral da OMC a grave situação internacional O ministro chinês do Comércio, Wang Wentao, instou a Organização Mundial do Comércio (OMC) a reforçar a supervisão das “tarifas unilaterais” e a apresentar propostas políticas “objectivas e neutras”, segundo um comunicado divulgado ontem. De acordo com o Ministério do Comércio chinês, Wang reuniu-se na terça-feira com a directora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, à margem de uma reunião ministerial da organização em Paris, onde mantiveram uma “discussão aprofundada sobre a grave situação do comércio mundial”. “Em resposta à imposição arbitrária de tarifas por parte de alguns membros, a OMC deve reforçar a supervisão destas tarifas unilaterais e oferecer recomendações políticas objectivas e neutras”, afirmou o ministério, numa referência velada aos Estados Unidos. A mensagem instou ainda os países-membros da OMC a garantir que quaisquer acordos comerciais bilaterais “cumpram as regras” da organização e “evitem prejudicar os interesses de terceiros”. Wang reiterou a posição da China de defender “um sistema comercial multilateral” e afirmou que a OMC tem o seu apoio para desempenhar “um papel mais importante na governação económica global”. O ministro chinês reuniu-se ainda com o Comissário Europeu para o Comércio, Maros Sefcovic, com quem manteve discussões “profundas, francas e abrangentes” sobre “questões urgentes e importantes relacionadas com a cooperação económica e comercial entre a China e a União Europeia”. De acordo com o ministério, Wang apelou a maiores esforços para “preparar a importante agenda entre a China e a UE este ano”, que inclui uma cimeira para celebrar o 50.º aniversário das relações bilaterais. Viagem a Pequim Os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, Ursula von der Leyen e António Costa, respectivamente, deverão deslocar-se a Pequim na segunda metade de Julho para se reunirem com o líder chinês, Xi Jinping. Von der Leyen afirmou que a UE deve “trabalhar construtivamente com a China para encontrar soluções” ao longo deste ano, e que Bruxelas deve “manter uma relação mais equilibrada com Pequim, num espírito de justiça e reciprocidade”. A UE apelou ainda à China para evitar “uma nova escalada” na guerra comercial desencadeada pelas tarifas anunciadas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, embora Pequim acredite que Washington não está a cumprir o acordo alcançado pelas duas potências em Genebra. Outras conversas Por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, reuniu-se na terça-feira com o embaixador dos Estados Unidos na China, David Pound, a quem chamou a atenção para a introdução recente de “uma série de medidas negativas baseadas em argumentos infundados, minando os direitos e interesses legítimos da China”. “Opomo-nos firmemente a isso”, sublinhou o chefe da diplomacia chinesa. Entre as medidas referidas estão a suspensão das vendas de programas informáticos para o desenho de semicondutores, novos controlos à exportação de semicondutores vitais para a inteligência artificial e a revogação de vistos para estudantes chineses, uma medida que a China descreveu como discriminatória. Em 12 de Maio, ambas as potências acordaram uma trégua tarifária de três meses, na qual os EUA se comprometeram a reduzir as tarifas de 145 por cento para 30 por cento e a China de 125 por cento para 10 por cento, numa tentativa de abrir caminho a um acordo mais amplo.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Candidato da esquerda vence presidenciais O candidato da oposição Lee Jae-myung (centro-esquerda) é dado como vencedor das eleições presidenciais na Coreia do Sul, com 51,7 por cento dos votos, segundo as projecções divulgadas após o encerramento desta votação com uma única volta. De acordo com as sondagens à boca das urnas, Lee Jae-myung (Partido Democrata) obteve 51,7 por cento dos votos, contra 39,3 por cento do seu principal adversário, o conservador Kim Moon-soo (PPP, direita), informaram as três maiores emissoras de televisão sul-coreanas. Esta votação, cujo resultado ainda precisa de ser confirmado pela Comissão Eleitoral Nacional, deve permitir que a Coreia do Sul recupere um líder e a estabilidade política, após seis meses de crise desencadeada pelo anterior chefe de Estado, Yoon Suk Yeol. No início de Dezembro, Yoon declarou surpreendentemente a lei marcial e enviou o exército para assumir o controlo do parlamento, amplamente dominado pela oposição, a fim de silenciá-lo. Na ocasião, um número suficiente de deputados conseguiu reunir-se para votar uma moção e rapidamente fazer fracassar a iniciativa do então Presidente, que foi classificada como um golpe de força. Seguiram-se seis meses de profundo caos político, entre manifestações maciças, prisão e destituição de Yoon Suk Yeol, sucessão inédita de presidentes interinos e outras reviravoltas, nomeadamente judiciais. Se a sua vitória for homologada, Lee Jae-myung, um antigo operário de 61 anos, terá a difícil tarefa de enfrentar a ameaça representada pelo imprevisível vizinho norte-coreano, ao mesmo tempo que se posiciona entre a China, principal parceiro comercial da Coreia do Sul, e os Estados Unidos, aliado e protector histórico.
Hoje Macau China / ÁsiaTurismo | ECTAA quer vistos mais fáceis para chineses O líder da Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos defendeu ontem que a União Europeia facilite a entrada a chineses, depois da China ter alargado a isenção de vistos a mais de 30 países europeus. “Continuaremos a bater à porta da Comissão Europeia para baixar o limiar para visitantes vindos de fora da Europa”, disse o presidente da Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos (ECTAA, na sigla em inglês). Frank Oostdam falava em Macau, numa conferência de imprensa, quando questionado sobre a resposta europeia à política de isenção de vistos da China, que desde 15 de Outubro abrange Portugal. No final de Março, o embaixador chinês em Lisboa Zhao Bentang disse em entrevista à Lusa que “a China já pediu à Europa, a Portugal, que facilite a entrada a cidadãos chineses”. Mas o holandês Frank Oostdam admitiu que “o clima político não é animador” e que a actual tendência é para maiores restrições à entrada na União Europeia, dando como exemplo os Países Baixos. Oostdam falava horas antes do líder da extrema-direita dos Países Baixos, Geert Wilders, ter retirado o partido da coligação governamental, devido a um desacordo sobre a imigração, abrindo caminho a eleições antecipadas. Wilders exigia uma redução radical da migração, o reforço dos controlos fronteiriços e a rejeição de todos os requerentes de asilo. “Gostaríamos de ter o máximo de pessoas a viajar pelo mundo, tanto quanto possível, mas não estou assim tão confiante”, lamentou Frank Oostdam. “Somos muito a favor da liberdade de circulação, porque se as pessoas se conhecerem, teremos um mundo melhor”, defendeu o presidente da ECTAA. No mesmo tom Antes da conferência de imprensa, também o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) lamentou “não haver a mesma solução do ponto de vista da Europa relativamente aos turistas chineses”. “Gostaríamos muito que acontecesse, é essa a opinião da ECTAA, é essa a posição da APAVT. Os vistos fazem mal à mobilidade e a mobilidade faz bem ao mundo”, defendeu Pedro Costa Ferreira. No caso de Portugal, a isenção de visto para entrada na China vigora até 31 de Dezembro, mas Frank Oostdam demonstrou esperança que seja “prolongada por muitos anos”. “Pelo que ouvimos, a situação parece otimista. Esperemos que sim, porque a questão do visto é realmente essencial para explorar o potencial do turismo da Europa para a China”, defendeu o dirigente. “Se não tivermos [isenção de visto], o potencial está lá, mas não resultará em muito mais turistas”, alertou o neerlandês. Já a vice-presidente da ECTAA, Heli Maki-Franti, lamentou que o encerramento do espaço aéreo da Rússia tenha levado as companhias aéreas a “reduzir drasticamente” o número de voos para a China. A União Europeia fechou o espaço aéreo aos aviões russos após a invasão da Ucrânia, e Moscovo retaliou com proibições semelhantes, tornando mais longas e dispendiosas as ligações entre a Ásia e a Europa. “Muitos clientes não estão dispostos a pagar”, disse Maki-Franti. A directora dos Serviços de Turismo de Macau (DST), Maria Helena de Senna Fernandes, disse que isto representa “uma clara oportunidade” para as transportadoras chinesas, “porque podem sobrevoar território russo”. O problema, respondeu Heli Maki-Franti, é que os viajantes europeus “ainda não conhecem as companhias aéreas chinesas”. “Há muito [trabalho de promoção] que estas empresas poderiam fazer no mercado europeu”, acrescentou a finlandesa.
Hoje Macau China / ÁsiaTarifas | China acusa EUA de quebrar acordo com medidas de “supressão extrema” Pequim acusou ontem Washington de violar um acordo alcançado em maio para reduzir temporariamente as taxas alfandegárias com medidas de “supressão extrema”, como restringir as exportações de semicondutores e anular vistos a estudantes chineses. “O consenso de Genebra foi alcançado com base no respeito mútuo e na igualdade de consultas. A China implementou-o de forma responsável e de boa-fé. No entanto, os EUA impuseram restrições unilaterais e infundadas”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lin Jian. A China, que declarou ter apresentado um protesto formal, instou Washington a “corrigir as suas acções erradas” e a “respeitar o consenso duramente conquistado”. “O uso de pressão e coerção não é a forma correcta de lidar com a China”, disse Lin. Pequim afirmou na segunda-feira, através do seu Ministério do Comércio, que desde que o pacto comercial foi selado a 12 de Maio, Washington adoptou novas medidas que “minam seriamente” os compromissos assumidos, incluindo a suspensão das vendas de ‘software’ utilizado no fabrico de semicondutores, novos controlos sobre a exportação de ‘chips’ utilizados em sistemas de inteligência artificial e a recente revogação de vistos para estudantes chineses, uma medida que a China descreveu como “discriminatória”. As tensões aumentaram nos últimos dias, com novas restrições impostas por Washington e uma queda de cerca de 20 por cento nas importações norte-americanas de produtos chineses em Abril. O Secretário do Tesouro, Scott Bessent, reconheceu, na semana passada, que as negociações estão paradas e referiu que um telefonema entre Trump e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, poderia quebrar o impasse. O conselheiro económico da Casa Branca, Kevin Hassett, disse no domingo que ainda não há uma conversa agendada entre os dois líderes, embora espere que possam falar sobre comércio na próxima semana. Pequim, no entanto, respondeu ontem que não tem “qualquer informação” sobre um possível telefonema.
Hoje Macau China / ÁsiaVistos | Pequim anuncia que vai continuar a alargar isenção A China afirmou ontem que vai continuar a alargar a sua política de isenção de vistos a mais países, destacando a recente inclusão, pela primeira vez, de países da América Latina, incluindo o Brasil. “Vamos continuar a optimizar as nossas políticas de entrada, a alargar o número de países isentos de vistos e a convidar mais amigos internacionais a experimentar os produtos, serviços e ofertas de consumo de qualidade da China”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, em conferência de imprensa. Desde 01 de Junho, os cidadãos do Brasil, Argentina, Chile, Peru e Uruguai podem entrar na China sem visto até 30 dias, no âmbito de uma iniciativa-piloto anunciada durante a última cimeira China – Comunidade dos Estados Latino-Americanos e das Caraíbas (CELAC). Com a entrada em vigor, a 09 de Junho, da isenção de visto para os cidadãos da Arábia Saudita, Omã, Kuwait e Barém, o número de países com acesso à China com isenção de visto aumentará para 43. A política abrange também Portugal desde o ano passado. Abrir ao mundo Esta expansão reflecte o compromisso de Pequim com uma “abertura de alto nível” e com a construção de uma “economia mundial aberta”, disse Lin. O porta-voz sublinhou que as medidas de facilitação da entrada “já estão a produzir resultados concretos”: no primeiro trimestre de 2025, mais de nove milhões de estrangeiros entraram na China, um aumento de mais de 40 por cento, em relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, mais de 18.000 novas empresas com investimento estrangeiro foram criadas na China entre Janeiro e Abril, um aumento homólogo de 12,1 por cento, de acordo com dados oficiais citados por Lin. Pequim acredita que estas políticas ajudarão a impulsionar o turismo, a reforçar os laços com os países parceiros e a projectar uma imagem moderna e acessível da China, após anos de restrições fronteiriças devido à pandemia da covid-19.
Hoje Macau China / ÁsiaPR timorense “extremamente preocupado” com linguagem utilizada sobre China O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, afirmou ontem ter ficado “extremamente preocupado” com a linguagem usada em relação à China no Diálogo de Shangri-La, uma plataforma de debate sobre os desafios de segurança na Ásia. “Vim extremamente preocupado com a linguagem da parte de alguns países, mas, sobretudo, dos Estados Unidos com as relações com a China”, disse Ramos-Horta aos jornalistas no aeroporto internacional de Díli, após ter regressado, mais cedo do que o previsto, de Singapura, onde decorreu o encontro. “Em vez de se procurar uma linguagem mais suavizadora, de serenidade, de diálogo, o discurso do secretário de Estado da Defesa [Pete Hegseth] mencionou a China 20 vezes. Muitos países ficam desconfortáveis com isso”, salientou o chefe de Estado timorense. Durante a sua intervenção no Diálogo de Shangri-La, Pete Hegseth acusou a China de se preparar “clara e credivelmente para utilizar potencialmente a força militar para alterar o equilíbrio de poder” na região Ásia-Pacífico. Hegseth denunciou ainda o número crescente de incidentes com navios chineses no mar do Sul da China, acusando Pequim de se “apoderar ilegalmente e militarizar” ilhas e ilhéus reivindicados, nomeadamente, pelas Filipinas. A China avisou domingo os Estados Unidos que “não devem brincar com o fogo” em relação a Taiwan e acusou também os norte-americanos de transformarem a região num “barril de pólvora” ao colocarem armas no mar do Sul da China (ver pagina 10). Ainda em relação aquele assunto, José Ramos-Horta destacou que o secretário de Estado norte-americano “faz a política do seu Presidente”, mas salientou que Donald Trump “não quer guerra” e quer resolver a questão da Palestina e da Ucrânia. Na sua intervenção sábado no Diálogo de Shangri-La, o Presidente timorense alertou que as “armas se estão a espalhar demasiado depressa pelos países da Ásia-Pacífico, criando vários perigos para a região. O também prémio Nobel da Paz afirmou que Timor-Leste está a observar esta questão com “crescente preocupação” e apelou aos países para colaborarem e dialogarem sobre segurança. Viver e morrer em Gaza Nas declarações aos jornalistas, no aeroporto, Ramos-Horta disse também ter recebido o convite para participar a Conferência Internacional para a Solução dos Dois Estados no Médio Oriente, a realizar este mês em Nova Iorque. “É uma reunião muito importante para discutir os dois estados, Palestina e Israel, o ambiente não favorece nada este fórum, do que se vê, mas felicito o secretário-geral [da ONU, António Guterres] que em parceria com a Arábia Saudita e outros países decidiram fazer esta cimeira”, afirmou. O Presidente timorense disse que a razão pela qual veio mais cedo de Singapura, o seu regresso a Timor-Leste estava apenas previsto para quarta-feira, foi precisamente para realizar consultas com as autoridades timorenses para fazer um pequeno documento que articula a posição do país. Timor-Leste defende a solução de dois estados. “Uma posição que a comunidade internacional já tem há 30 ou 40 anos, com a criação de um Estado palestino que viva pacificamente com as fronteiras de 1967 e Israel, com todo o seu direito de viver também sem ameaças à sua existência, que o povo israelita possa viver em tranquilidade”, afirmou. A Conferência Internacional para a Solução dos Dois Estados no Médio Oriente (Israel e Palestina), vai decorrer entre 17 e 20 de Junho na sede da ONU, em Nova Iorque, e será co-presidida pela França e pela Arábia Saudita.
Hoje Macau China / ÁsiaTarifas | Pequim “rejeita firmemente” acusações de Washington de violação do acordo A China rejeitou ontem “firmemente” as acusações dos Estados Unidos de que violou um acordo alcançado no mês passado para reduzir os direitos aduaneiros entre as duas maiores economias do mundo. Pequim, não apenas rejeitou as acusações de Washington este fim de semana, como acusou os Estados Unidos de, nas últimas semanas, virem a “provocar constantemente novas fricções económicas e comerciais, agravando a incerteza e a instabilidade das relações económicas e comerciais bilaterais”, de acordo com um comunicado ontem divulgado pelo ministério chinês do Comércio. Washington e Pequim concordaram em baixar os respetivos direitos aduaneiros durante 90 dias para 30 por cento e 10 por cento, respectivamente, e comprometeram-se a prosseguir as discussões com vista a chegar a um acordo comercial. “Sem surpresa, a China violou totalmente o seu acordo connosco”, denunciou o Presidente Donald Trump, sem especificar quais as acções levadas a cabo por Pequim. Washington “fez acusações espúrias e acusou injustificadamente a China de violar o consenso, o que é totalmente contrário aos factos”, reagiu o ministério, acrescentando que “Pequim rejeita firmemente estas acusações injustificadas”. O ministério chinês do Comércio afirmou ainda ter sido “firme na proteção dos seus direitos e interesses e sincero na aplicação do consenso”. Washington “tem introduzido sucessivamente uma série de medidas restritivas discriminatórias contra a China”, acrescentou o comunicado, citando o controlo das exportações de chips de inteligência artificial e a revogação de vistos para estudantes chineses nos Estados Unidos. “Exortamos os Estados Unidos a encontrarem uma base comum com a China, a corrigirem imediatamente as suas acções repreensíveis e a respeitarem conjuntamente o consenso alcançado nas conversações comerciais de Genebra”, afirmou o ministério chinês do Comércio. Caso contrário, “a China continuará resolutamente a tomar medidas fortes para defender os seus direitos e interesses legítimos”, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaAutomóveis | Pequim insta empresas a cessarem guerra de preços O governo chinês instou sábado as empresas automóveis a pararem com as guerras de preços que, segundo as autoridades, ameaçam a saúde e o desenvolvimento sustentável da indústria no maior mercado automóvel do mundo. O Ministério da Indústria e das Tecnologias da Informação (MIIT) advertiu que estas estratégias de concorrência “desordenadas” afectaram gravemente o funcionamento normal do sector e a sua rentabilidade, especialmente no segmento dos veículos eléctricos. “Não há vencedores numa guerra de preços, muito menos no futuro”, afirmou um porta-voz do ministério, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. O aviso surge na sequência de uma nova ronda de descontos lançada a 23 de Maio por um grande fabricante – não identificado oficialmente – e seguida por gigantes da indústria como a BYD, a Geely e a Chery. Os descontos incluíram, no caso da BYD, incentivos que reduzem o preço do seu modelo Seagull para 55.800 yuan. A Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM) também lançou um apelo no sábado para acabar com as guerras de preços, afirmando que estas corroem o investimento em investigação e desenvolvimento, prejudicam a qualidade dos produtos e podem mesmo comprometer a segurança dos veículos. Em comunicado, a CAAM advertiu que esta “concorrência de tipo ‘involutivo’” – um termo utilizado na China para descrever dinâmicas autodestrutivas em sectores com elevada pressão concorrencial – gerou pânico no mercado. As autoridades anunciaram medidas para reforçar a supervisão do mercado, combater as práticas de concorrência desleal e promover um ambiente empresarial “justo e ordenado”. As acções previstas incluem inspecções de qualidade aleatórias, restrições às vendas abaixo do custo e uma maior cooperação entre as agências reguladoras. O MIIT também incentivou as empresas a melhorarem a sua capacidade de inovação, a aumentarem a qualidade dos seus produtos e serviços e a cumprirem as suas responsabilidades sociais.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | China avisa EUA para “não brincarem com o fogo” A China avisou domingo os Estados Unidos para “não brincarem com o fogo” em relação a Taiwan, depois de o responsável pela Defesa norte-americano ter acusado Pequim de estar a preparar a invasão da ilha. “A questão de Taiwan é puramente interna à China. Nenhum país estrangeiro tem o direito de interferir”, declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês num comunicado, citado pela agência de notícias espanhola EFE. Pequim manifestou a “firme oposição” e “profunda insatisfação” face ao que considerou ser um discurso “cheio de provocações e incitamento” de Pete Hegseth, no sábado, durante o fórum de defesa Diálogo Shangri-La, que terminou domingo em Singapura. Hegseth avisou que os militares chineses “ensaiam diariamente” uma possível invasão de Taiwan e aludiu a uma alegada intenção de o fazer antes de 2027. “Deixem-me ser claro: qualquer tentativa do Partido Comunista [chinês] de conquistar Taiwan pela força terá consequências devastadoras para o Indo-Pacífico e para o mundo. (…) A ameaça da China é real. E pode ser iminente”, afirmou. Embora nos últimos anos o ministro da Defesa chinês tenha participado no Diálogo de Shangri-La, onde deveria ter proferido domingo um discurso em que podia responder a Hegseth, Pequim decidiu não enviar Dong Jun este ano, sem explicação, e foi a diplomacia que reagiu. No comunicado, o ministério advertiu os Estados Unidos de que “não devem ter ilusões quanto à utilização da questão de Taiwan como moeda de troca para conter a China”. Anunciou também que apresentou um protesto formal a Washington. Espalhar conflitos Pequim acusou ainda a administração do Presidente Donald Trump de fomentar o confronto entre blocos e de transformar a região da Ásia-Pacífico “num barril de pólvora”. Também acusou Washington de colocar armas ofensivas no Mar do Sul da China, rico em recursos naturais, uma zona chave para o comércio mundial que Pequim reivindica na sua quase totalidade. Segundo o ministério, não há problemas de liberdade de navegação nas águas do Mar do Sul da China, onde Pequim tem disputas territoriais com países vizinhos como as Filipinas, a Malásia e o Vietname. A China “gere as suas diferenças através do diálogo e em conformidade com a lei”, acrescentou o Ministério dos Negócios Estrangeiros. A representação chinesa no Diálogo Shangri-La foi liderada pelo contra-almirante Hu Gangfeng, membro da Universidade de Defesa Nacional, que acusou os Estados Unidos de lançarem “acusações infundadas” para “semear problemas”.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong inaugura centro mundial de mediação “ao nível do Tribunal de Haia” Hong Kong inaugura sexta-feira a primeira sede não ocidental de um importante organismo jurídico mundial, a Organização Internacional para a Mediação (IOMed), numa altura em que Pequim procura impor-se como centro de resolução de disputas internacionais. O chefe do Governo de Hong Kong, John Lee, indicou, na terça-feira, que a instituição vai ter um estatuto “equivalente ao do Tribunal Internacional de Justiça” em Haia, o que “vai reforçar a posição internacional da cidade, atrair benefícios económicos e melhorar o Estado de direito”, escreveu ontem a agência de notícias Efe. O líder da região afirmou que o centro vai facilitar a cooperação comercial e económica de Hong Kong com parceiros internacionais, especialmente os países do projecto chinês de infraestruturas conhecido como Nova Rota da Seda, “criando mais oportunidades de negócios”. Numa reacção à criação do IOMed, o principal representante diplomático da China na região vizinha de Macau sublinhou ontem que será o primeiro centro “especializado na resolução de disputas internacionais”. O Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China em Macau, Liu Xianfa, que falava na abertura de um fórum sino-lusófono na Universidade de Macau, disse que a inauguração reflecte o desejo de Pequim de ser “uma força positiva para o desenvolvimento pacífico da humanidade”. A cerimónia de inauguração do IOMed vai contar com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, e altos representantes de cerca de 60 países, bem como delegados de cerca de duas dezenas de organizações internacionais, incluindo as Nações Unidas. A criação da IOMed foi proposta em 2022 pela China e cerca de 20 nações e, após intensas negociações, foi decidido que a sede estaria localizada em Hong Kong. O organismo vai ser a primeira entidade internacional intergovernamental dedicada exclusivamente à resolução de disputas internacionais através da mediação, defendendo os princípios da Carta das Nações Unidas num contexto de crescentes tensões globais e desafios aos sistemas tradicionais de resolução de conflitos. Jogada de mestre A nova instituição nasce num contexto em que mecanismos como o sistema de resolução de diferendos da Organização Mundial do Comércio e a arbitragem internacional em investimentos enfrentam críticas pelos longos procedimentos, altos custos e resultados inconsistentes. Sebastián Contin Trillo-Figueroa, analista das relações Ásia-Europa, disse à agência Efe que a criação da IOMed “é uma jogada magistral da China, consolidando a sua estratégia de ‘soft power’ [poder diplomático e cultural] sem gerar resistências abertas”. O especialista destacou que “este movimento demonstra a capacidade da China de identificar e ocupar nichos no sistema internacional, evidenciando uma construção institucional semelhante ao Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas, que reflete uma abordagem estratégica para expandir a sua influência global”. “Geopoliticamente, a ausência de rejeição por parte dos países ocidentais reforça a percepção de que a China executou uma operação diplomática eficaz. A aparente passividade dos EUA perante a liderança chinesa nas instituições internacionais sugere uma oportunidade perdida para contrariar o discurso chinês como potência moral e civilizacional”, acrescentou. Trillo-Figueroa notou que, “num mundo de tensões crescentes”, a mediação “pode ser mais significativa do que várias iniciativas das Nações Unidas, que enfrentam limitações ideológicas e burocráticas, consolidando assim o papel da China como actor central na diplomacia global”.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | China critica “acção discriminatória” contra estudantes chineses A China acusou ontem os Estados Unidos de adoptarem uma “acção discriminatória e politicamente motivada”, após terem anulado os vistos de estudantes chineses, o que, segundo Pequim, constitui uma violação dos seus direitos e um ataque aos intercâmbios académicos. “O lado americano, sob o pretexto da ideologia e da segurança nacional, cancelou injustificadamente os vistos dos estudantes chineses”, declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, numa conferência de imprensa. Pequim apresentou um protesto formal a Washington e expressou a sua “firme oposição” a uma medida que “prejudica seriamente os direitos e interesses legítimos” dos seus cidadãos e “impede os intercâmbios educativos e culturais normais”, segundo a porta-voz. “A medida expõe a falsidade da chamada liberdade e abertura que os EUA afirmam defender e só irá prejudicar ainda mais a sua imagem e credibilidade internacional”, disse Mao. O Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, anunciou esta semana a revogação de vistos para estudantes chineses, especialmente aqueles com alegadas ligações ao Partido Comunista ou matriculados em “áreas-chave”, sem entrar em pormenores. Na quarta-feira, Trump considerou excessivo que o número de estudantes estrangeiros em Harvard ultrapasse um quarto do total e considerou adequado limitar esta quota a 15 por cento. Harvard, uma das universidades mais prestigiadas do mundo, acolhe actualmente 10.158 estudantes internacionais de 150 países, incluindo 2.126 da China, segundo dados relativos ao ano lectivo 2024/2025 publicados no portal do gabinete internacional da organização.
Hoje Macau China / ÁsiaRestrições à exportação de terras raras podem paralisar fábricas europeias A Câmara de Comércio da União Europeia na China alertou ontem que as restrições impostas por Pequim às exportações de minerais de terras raras podem levar à paralisação da produção dos fabricantes europeus em poucos dias. No início de Abril, a China impôs restrições à exportação de sete elementos de terras raras utilizados numa vasta gama de produtos industriais, incluindo veículos eléctricos e armamento, pouco depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado tarifas contra os produtos chineses. “Temos um problema que está a ocorrer na Europa”, disse Jens Eskelund, presidente da câmara, aos jornalistas, em Pequim, apontando que algumas empresas estão prestes a ficar sem materiais para sustentar a sua produção. “Esta é uma questão que precisa de ser resolvida muito, muito em breve”, acrescentou. O facto de não se encontrar uma solução conduzirá a um “custo muito significativo [para] os fabricantes europeus”, afirmou. Pequim suspendeu algumas medidas não tarifárias desde que os EUA e a China concordaram, no início deste mês, em suspender a maioria das taxas adicionais impostas sobre os produtos um do outro. No entanto, os requisitos de licenciamento para a exportação de terras raras continuam em vigor. Eskelund afirmou que parece haver um “atraso significativo” no processamento dos pedidos. Paris na agenda O alarme surge numa altura em que os principais responsáveis pelo comércio da China e da Europa se preparam para reunir em Paris. Os dirigentes europeus deverão também deslocar-se a Pequim para uma cimeira em Julho. O secretário-geral da câmara, Adam Dunnett, afirmou que a questão do controlo das exportações foi levantada durante uma mesa redonda, na terça-feira, entre empresas de semicondutores da União Europeia e da China. Os funcionários do Ministério do Comércio da China que participaram na reunião explicaram que estão a trabalhar arduamente para dar resposta à crescente procura por licenças, segundo Dunnett. A China afirmou que “tem como objectivo proporcionar um ambiente político justo, estável, transparente e previsível para as empresas”, de acordo com uma declaração do Ministério do Comércio após a reunião de terça-feira.
Hoje Macau China / ÁsiaFronteiras | Soldados tailandeses e cambojanos em confronto Soldados da Tailândia e do Camboja trocaram ontem disparos numa zona fronteiriça disputada, informaram os exércitos dos dois países. De acordo com um comunicado da parte tailandesa, os soldados cambojanos entraram na área disputada e os tailandeses aproximaram-se para negociar. No entanto, devido a um mal-entendido, o lado cambojano abriu fogo e os soldados tailandeses retaliaram. O porta-voz do exército do Camboja, Mao Phalla, afirmou que as tropas do país estavam a efectuar uma patrulha de rotina ao longo da fronteira quando o outro lado abriu fogo. O confronto durou cerca de dez minutos até que os comandantes locais comunicaram e ordenaram um cessar-fogo. O exército tailandês afirmou que as duas partes estavam a negociar e que o confronto não fez vítimas. Já o representante de Phnom Penh notou não haver até ao momento informações sobre quaisquer vítimas. O ministro da Defesa tailandês, Phumtham Wechayachai, afirmou que a situação está resolvida e que as duas partes não tencionavam fazer os disparos. A Tailândia e o Camboja, países vizinhos, têm uma longa história de disputas territoriais. O incidente foi registado em vídeo e tornou-se viral nas redes sociais.
Hoje Macau China / ÁsiaONU critica novo modelo de distribuição de ajuda alimentar em Gaza O chefe da agência da ONU para os refugiados (UNRWA), Philippe Lazzarini, defendeu ontem que o novo modelo de distribuição de ajuda alimentar em Gaza, apoiado por Washington, é um “desperdício de recursos e uma distração das atrocidades”. “Acredito que seja um desperdício de recursos e uma distração das atrocidades. Já temos um sistema de distribuição de ajuda adequado. A comunidade humanitária em Gaza, incluindo a UNRWA, está pronta. Temos a experiência e o conhecimento necessários para chegar às pessoas necessitadas”, disse Lazzarini. O responsável acrescentou que o tempo para evitar a fome “está a esgotar-se” e que os funcionários humanitários “precisam de ter permissão para fazer o seu trabalho de salvar vidas agora.” A nova Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada pelos EUA, iniciou as suas operações na terça-feira, num centro de distribuição de ajuda no sul da Faixa de Gaza. Segundo relataram jornalistas da Agência France Presse, houve momentos de caos quando milhares de pessoas corriam deste novo centro para o centro em Rafah. Caos instalado O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reconheceu na terça-feira que houve uma “perda temporária de controlo” num novo centro de distribuição de ajuda na Faixa de Gaza. “Desenvolvemos um plano com os nossos amigos americanos para controlar os locais de distribuição onde uma empresa americana distribuiria alimentos às famílias palestinianas”, disse Netanyahu durante um discurso em Jerusalém, acrescentando que “houve uma perda temporária de controlo” quando os palestinianos acorreram a um centro aberto em Rafah [sul da Faixa de Gaza]”. O incidente ocorreu no momento em que Israel, que em meados de Maio intensificou a ofensiva no faminto território palestiniano, devastado por 19 meses de guerra, está a aplicar um novo sistema de distribuição de ajuda, contestado pela comunidade humanitária. As agências das Nações Unidas têm argumentado que o fluxo de ajuda ao território palestiniano é insuficiente e limitado por restrições como a travessia de áreas inseguras devido aos combates, risco de pilhagens e atrasos por causa da coordenação com os militares israelitas.
Hoje Macau China / ÁsiaAcidente | Seis pessoas desaparecidas após explosão em fábrica Seis pessoas continuam desaparecidas na sequência de uma explosão numa fábrica de produtos químicos no leste da China, que resultou na morte de cinco pessoas e feriu outras 19. A explosão de terça-feira, ocorrida num parque industrial na cidade de Weifang, na província de Shandong, derrubou janelas de edifícios próximos e lançou uma espessa nuvem de fumo branco, de acordo com vídeos partilhados nas redes sociais. Não ficou imediatamente claro o que causou a explosão, que ocorreu numa fábrica pertencente à Gaomi Youdao Chemical Co., uma produtora de pesticidas e produtos químicos para uso médico com mais de 500 empregados, de acordo com os registos da empresa. Os bombeiros locais enviaram mais de 230 efetivos para o local, segundo a televisão estatal CCTV. Um estudante de uma escola situada a cerca de um quilómetro de distância da fábrica disse à imprensa local que ouviu uma explosão e viu fumo amarelo sujo a sair da fábrica. O jovem afirmou ainda que havia um cheiro estranho e que foram dadas máscaras de protecção respiratória a todos os estudantes. Um funcionário do gabinete local do ambiente disse ao The Paper que uma equipa foi enviada para o local para controlar a potencial poluição, mas que ainda não apresentou qualquer relatório. No ano passado, a fábrica de produtos químicos foi citada por “riscos de segurança” pelo menos duas vezes, mas em Setembro foi elogiada pelo Gabinete de Gestão de Emergências de Weifang por confiar nos membros do Partido Comunista para gerir eficazmente os riscos no local de trabalho. Especificamente, os membros do Partido na Gaomi Youdao identificaram mais de 800 riscos de segurança nos primeiros oito meses de 2024 e rectificaram-nos a todos, disse o gabinete. A segurança no local de trabalho tem vindo a melhorar ao longo dos anos na China, mas continua a ser um problema persistente. O Ministério Nacional de Gestão de Emergências registou 21.800 incidentes e 19.600 mortes em 2024.
Hoje Macau China / ÁsiaTarifas | China aponta para imensa procura do mercado dos EUA após trégua de 90 dias A China destacou ontem o aumento do envio de contentores para os Estados Unidos, desde que os dois países acordaram uma trégua comercial de 90 dias, o que demonstra “imensa procura” e que os laços económicos “beneficiam ambos”. “Isto mostra que a cooperação entre as duas maiores economias do mundo trouxe benefícios tangíveis para as empresas e os consumidores dos dois países”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, em conferência de imprensa. Mao acrescentou que, na sequência do acordo alcançado na Suíça para baixar as taxas alfandegárias durante três meses – os EUA de 145 por cento para 30 por cento e a China de 125 por cento para 10 por cento -, “as encomendas dos Estados Unidos aumentaram”, demonstrando “enorme procura”. “O proteccionismo não leva a lado nenhum”, disse Mão. Pequim “dá as boas-vindas aos EUA e a outros países para cooperarem e fazerem negócios” na China, apontou. A suspensão das taxas termina a 10 de Agosto e alguns analistas estão otimistas quanto à possibilidade de um acordo comercial mais duradouro ajudar a reduzir o risco de perturbações na cadeia de abastecimento antes das férias do fim do ano.
Hoje Macau China / ÁsiaEmpresas europeias reduzem investimentos face a abrandamento económico As empresas europeias estão a cortar custos e a reduzir planos de investimento na China, à medida que a economia abranda e a concorrência feroz faz baixar os preços, segundo um inquérito anual divulgado ontem. “Muitas empresas continuam a reavaliar o seu envolvimento com o mercado chinês, com um grande número a cortar custos, a reduzir os planos de expansão, a transferir investimentos para outras regiões e a tomar medidas para isolar as suas cadeias de abastecimento na China e no resto do mundo”, lê-se no relatório que acompanha os resultados do inquérito realizado pela Câmara de Comércio da União Europeia na China. “Confrontados com uma série de desafios – incluindo a persistência de barreiras regulamentares e de acesso ao mercado, aumento das tensões geopolíticas, deflação dos preços, baixo consumo interno e redução das margens – o optimismo dos membros da Câmara em relação às perspectivas a curto e médio prazo situa-se agora num nível historicamente baixo”, acrescentou. Os desafios enfrentados pelas empresas europeias reflectem problemas mais amplos da segunda maior economia do mundo, afectada por uma prolongada crise no sector imobiliário, que tem contido os gastos dos consumidores. Outras guerras Pequim enfrenta também medidas proteccionistas por parte dos Estados Unidos e da Europa, em resposta aos persistentes excedentes comerciais da China. “O cenário deteriorou-se em muitos indicadores-chave”, afirmou a Câmara de Comércio da União Europeia na China, na introdução do seu Inquérito de Confiança Empresarial 2025. As mesmas forças que estão a impulsionar as exportações chinesas estão a penalizar os negócios no mercado interno. Empresas chinesas, frequentemente apoiadas por subsídios estatais, investiram de forma intensiva em sectores específicos, como o dos veículos eléctricos, levando a que a capacidade instalada das fábricas ultrapassasse largamente a procura. Este excesso de capacidade deu origem a ferozes guerras de preços, que reduziram os lucros e levaram as empresas a escoar o excedente de produção para o exterior, suscitando acusações de ‘dumping’ — venda abaixo do custo de produção. Na Europa, esta situação gerou receios de que as importações chinesas possam prejudicar as indústrias locais e os seus trabalhadores. No ano passado, a União Europeia aumentou as taxas alfandegárias sobre veículos eléctricos oriundos da China, alegando que o país subsidiou injustamente o sector. “Penso que existe uma percepção clara de que os benefícios das relações bilaterais de comércio e investimento não estão a ser distribuídos de forma equitativa”, afirmou o presidente da Câmara da UE na China, Jens Eskelund, durante a apresentação do inquérito. Prós e contras Eskelund saudou os esforços da China para estimular o consumo, mas defendeu que o governo deve também tomar medidas para garantir que o crescimento da oferta não ultrapasse o da procura. Os resultados do inquérito indicam que a pressão descendente sobre os lucros aumentou no último ano e que a queda da confiança empresarial ainda não atingiu o seu ponto mais baixo, afirmou. Cerca de 500 empresas associadas responderam ao inquérito entre meados de Janeiro e meados de Fevereiro. “É muito difícil para todos neste momento, num ambiente de margens em declínio”, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaTarifas | China, ASEAN e Estados do Golfo prometem solidariedade económica Além dos compromissos assumidos para combater a guerra económica lançada por Donald Trump, os países representados na cimeira tripartida na Malásia manifestaram ainda profunda preocupação com a situação em Gaza A China, os países do Sudeste Asiático e seis Estados do Golfo comprometeram-se ontem a promover uma cooperação mais estreita, com forte ênfase na integração económica e na colaboração energética, num contexto da guerra comercial lançada por Washington. Numa declaração conjunta, os dirigentes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) e da China reafirmaram o seu empenho num sistema comercial multilateral baseado em regras e na globalização económica, manifestando simultaneamente “sérias preocupações” com a situação em Gaza. O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, considerou a cimeira tripartida, que se realizou em Kuala Lumpur, “uma iniciativa inovadora” em matéria de cooperação transregional, num contexto internacional “volátil” e de fraco crescimento global. O primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, elogiou a declaração conjunta emitida no final da reunião, considerando-a “pormenorizada e elaborada” e uma forte mensagem de solidariedade e cooperação trilateral. Com base numa cimeira da ASEAN com o CCG em 2023, a reunião foi vista como um esforço para diversificar os vínculos comerciais e contrariar as tarifas lançadas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A declaração de 4.200 palavras não mencionou directamente os Estados Unidos, nem tocou em questões sensíveis como as disputas territoriais no mar do Sul da China ou o aprofundamento da crise em Myanmar (antiga Birmânia). A Malásia é o actual presidente rotativo da Asean, que inclui também o Brunei, o Camboja, a Indonésia, o Laos, Myanmar, as Filipinas, Singapura, a Tailândia e o Vietname. O CCG inclui as nações produtoras de petróleo do Barém, Kuwait, Arábia Saudita, Omã, Qatar e Emirados Árabes Unidos. Papel fulcral Na sua declaração conjunta, as partes reconheceram o “papel fundamental da China na promoção da paz, da estabilidade, da prosperidade e do desenvolvimento sustentável a nível regional e mundial”, bem como a centralidade da Asean nos assuntos regionais e o “papel fulcral” do CCG no Médio Oriente. Salientando o respeito mútuo, o direito internacional, o multilateralismo e o seu empenho comum na estabilidade regional, na integração económica e no desenvolvimento sustentável, a declaração delineou um amplo quadro de cooperação trilateral, em estreita consonância com a iniciativa chinesa Faixa e Rota e o seu impulso para expandir os laços económicos mundiais. As partes declararam ter reconhecido a necessidade de reforçar a confiança num sistema comercial multilateral baseado em regras, com a Organização Mundial do Comércio no seu cerne, e reafirmaram a sua determinação em tornar a globalização económica mais aberta, inclusiva, equilibrada e benéfica para os seus povos e para as gerações futuras. Condenação total No que diz respeito ao Médio Oriente, os líderes da China, do CCG e da Asean manifestaram “sérias preocupações” e condenaram todos os ataques contra civis, apelando simultaneamente a um cessar-fogo duradouro em Gaza e à “distribuição mais eficaz e acessível da ajuda humanitária”. Foi igualmente reiterado o apoio à implementação da “solução de dois Estados”, reconhecendo os esforços de mediação internacional desenvolvidos pela China, pelo Qatar e pela Arábia Saudita. Os participantes comprometeram-se ainda a procurar uma cooperação mais estreita para prevenir e combater a criminalidade transnacional, a cibercriminalidade, o terrorismo e o extremismo. No seu discurso de abertura da cimeira trilateral, na terça-feira, Li Qiang instou as partes a “aproveitarem firmemente esta oportunidade histórica para enriquecer a cooperação trilateral”. A China e a ASEAN são os principais parceiros comerciais entre si, enquanto o CCG fornece mais de um terço das importações de petróleo bruto da China. A ASEAN, o CCG e a China têm um PIB conjunto de quase 25 biliões de dólares e um mercado de mais de 2 mil milhões de pessoas.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Japão promete ajuda humanitária O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, prometeu ontem à Agência das Nações para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) que o Japão irá contribuir para a chegada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. “O Japão pretende trabalhar para garantir a manutenção de um ambiente sustentável no qual as actividades de assistência humanitária possam ser realizadas”, disse Ishiba ao director-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, durante uma reunião em Tóquio, segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês. Lazzarini fez uma visita de cortesia de cerca de 20 minutos ao Presidente japonês, que expressou o seu respeito pela organização internacional e as suas condolências aos funcionários que morreram durante o conflito com Israel na Faixa de Gaza. O director-geral da UNRWA expressou a sua gratidão pela assistência prestada pelo Japão até à data e explicou a atual situação humanitária na Faixa de Gaza, assim como as condições que enfrenta a UNRWA e os seus esforços para melhorar a sua gestão, após o congelamento temporário da ajuda de certos países, incluindo o Japão, devido às alegadas ligações de alguns dos seus funcionários com o grupo islamita Hamas. Ishiba e Lazzarini confirmaram que continuarão a colaborar para prestar apoio aos refugiados palestinianos que enfrentam “uma grave crise”, acrescentou o ministério.
Hoje Macau China / ÁsiaChina / UE | Responsáveis pelo comércio voltam a reunir-se em Junho Os responsáveis pelo comércio da China e da União Europeia (UE) vão voltar a reunir-se em Junho, avançou ontem a imprensa oficial chinesa, num período de reaproximação, face à guerra comercial lançada por Washington. O jornal Global Times referiu que o ministro chinês do Comércio, Wang Wentao, vai reunir-se com o comissário europeu para o Comércio e Segurança Económica, o eslovaco Maros Sefcovic, no âmbito de uma cimeira ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Paris. Após a visita de Sefcovic à China, no final de Março, os dois representantes comerciais “têm estado em estreita comunicação, mantendo discussões extensas e aprofundadas sobre questões relacionadas com a cooperação económica e comercial entre a China e a UE”, de acordo com o Global Times. E, numa videochamada realizada no início de Abril, as duas partes concordaram em iniciar consultas sobre questões de acesso ao mercado e em iniciar imediatamente negociações sobre as tarifas impostas por Bruxelas aos carros eléctricos importados da China. Um especialista citado pelo Global Times enquadrou o aumento dos contactos entre Pequim e Bruxelas num contexto de “crescente proteccionismo e unilateralismo de alguns países ocidentais”, numa clara referência aos Estados Unidos. A Câmara de Comércio da UE na China revelou recentemente que o Governo chinês estendeu o “tapete vermelho” às empresas europeias que operam no país, embora estas continuem a queixar-se de desigualdades no acesso ao mercado e também do tratamento favorável que Pequim dá às suas empresas estatais. A notícia do encontro surge depois de o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter aceitado prolongar o prazo para negociar um acordo comercial com a UE até 09 de julho, para evitar tarifas de 50 por cento. Desde meados deste mês, os EUA e a China estão numa trégua de 90 dias em que reduziram em 115 por cento as taxas adicionais que tinham aplicado um ao outro durante a escalada tarifária das semanas anteriores.