Hoje Macau SociedadeJogo | Mercado VIP já não vai ser o que era, diz especialista Ou alguma coisa muda, ou então o mercado do jogo vai deixar de ser interessante. É o que defende Muhammad Cohen, especialista em Jogo, que indica não ter visto muitos ajustes das operadoras para mudar o rumo da economia [dropcap style=circle’]O[/dropcap]especialista do jogo Muhammad Cohen considerou que o sector em Macau “não vai voltar a ser o que era”, a propósito da queda das receitas dos casinos da região em Setembro para o valor mais baixo em cinco anos. Para Cohen, um dos editores da revista Inside Asian Gaming e colaborador da revista Forbes, que habitualmente analisa o sector do jogo em Macau, “o antigo mercado”, assente nos designados “jogadores VIP” e de sucessivos recordes, não vai voltar e não se vislumbra fim à tendência descendente, enquanto as operadoras não se adaptarem a uma nova realidade. “O antigo mercado de Macau não vai voltar, o mercado VIP não vai voltar a ser o que era. Os casinos continuam a fazer muito dinheiro, mas é muito menos [que no passado] e vai continuar a ser muito menos”, disse à Lusa o especialista. Os casinos de Macau, que chegaram a gerar uma receita de 38 mil milhões de patacas em Fevereiro de 2014, registaram em Setembro o 16.º mês de quedas sucessivas, mesmo depois de previsões que apontavam para que o segundo semestre deste ano seria de retoma ou, pelo menos, estabilização. Na base destas previsões estava a expectativa de que dois novos projectos – Galaxy e Studio City – viessem a impulsionar o sector, mas mesmo com a abertura de um deles em Maio, não houve sinais positivos. Factores de inibição A campanha anti-corrupção da China não dá sinais de abrandamento e continua, para o especialista, a ser o principal factor a inibir os grandes apostadores de irem a Macau. No entanto, salientou que a cidade também não foi ainda capaz de se adaptar às novas tendências, ou seja, de se focar no sector de massas. “Os chineses viajam cada vez mais para o estrangeiro e querem visitar outros sítios, ver outras coisas. Vão ao Japão, vão à Coreia. Querem jogar mas também querem fazer outras coisas. Macau não tem um plano B. [As receitas do sector VIP] eram fruta ao alcance da mão, apanharam-na e agora que não há mais, ninguém está pronto a subir à árvore”, criticou. É preciso oferecer “coisas novas e entusiasmantes” que tornem Macau atraente para o jogador médio, acrescentou, considerando ser “difícil dizer se abrir ‘resorts’ novos é suficiente”. “Não tenho visto sinais de grandes ajustes [das operadoras de jogo]”, afirmou Cohen, ressalvando que o Studio City, que abrirá no final deste mês, anunciou um hotel de quatro estrelas, mais acessível à classe média. Questionado sobre a possibilidade de este abrandamento ser propositado – uma forma de, a par de combater a lavagem de dinheiro, arrefecer uma economia pautada por incessantes subidas no imobiliário e inflação –, o especialista hesitou. “[Se foi propositado] passaram das marcas. Uma coisa é arrefecer a economia, outra coisa é ter o PIB a cair com a taxa mais elevada do mundo. Fala-se que o Governo chinês gostava de ver o crescimento de Macau mais alinhado com o crescimento da economia da China. Mas isso talvez quisesse dizer crescimento a um dígito, agora, estamos a ver contracção a dois dígitos”, considerou. No primeiro semestre do ano, o PIB de Macau caiu 25,4% em termos reais. Por outro lado, para Cohen, o Governo de Macau “tem pouca margem para operar”. E, se estes dois factores não se alterarem – adaptação do sector ou introdução de políticas pelo Governo –, Cohen não prevê um fim próximo para a tendência descendente das receitas do jogo em Macau. “Não há grandes motivos para termos esperança, a não ser que algo dramático aconteça: um novo projecto, uma atracção nova, um espectáculo ou então grandes mudanças nas medidas políticas”, concluiu.
Hoje Macau PolíticaEconomia | Albano Martins prevê recessão até primeiro semestre de 2016 [dropcap style=circle’]O[/dropcap]economista Albano Martins previu que Macau se mantenha em recessão pelo menos até ao final do primeiro semestre de 2016 devido à queda continuada das receitas de Jogo. Este cenário de “continuada e pesada” recessão vai manter-se este ano e, “pelo menos, até ao primeiro semestre de 2016, muito dificilmente Macau sairá da recessão”, defendeu Albano Martins, em declarações à agência Lusa, no dia em que foram publicados os dados oficiais das receitas dos casinos em Setembro. Com base no prognóstico de que nos próximos três meses as receitas dos casinos não devem ficar abaixo de 17 mil milhões de patacas, Albano Martins calculou que “o PIB deverá contrair provavelmente à volta dos 21%”, dado que já se verificaram diminuições substanciais em Outubro e Dezembro do ano passado (23,2% e 30,4%, respectivamente). O economista notou, porém, ser “preocupante a quebra continuada da receita acumulada”: “Se continuar a esse ritmo – acima de 36% – pode fazer com que a contracção do PIB dispare e, muito provavelmente, pode ir até aos 25% no final deste ano”. Ideias absurdas Neste contexto, o economista considerou que surge com “grande preocupação” a insistência na “absurda” taxa de aumento anual de 3% do número de mesas de jogo, a qual “não tem sentido” em face dos avultados investimentos. “Se continuar, então, o nível da recessão vai ser ainda mais complicado. A manutenção dos 3% é uma política para esquecer”, defendeu, considerando que outras medidas teriam de ser tomadas e que é também relevante “saber até que ponto as políticas chinesas relativamente ao branqueamento e saída de capitais vão continuar a ser tão restritas”. Para Albano Martins, “resta saber se [este cenário] não é deliberado para forçar um abrandamento, devido aos problemas que o crescimento exponencial do jogo criou no sector económico: a necessidade de muito mais mão-de-obra, uma inflação elevada e um [mercado] imobiliário descontrolado a nível de preços e, portanto, se não é essa de facto a intenção da China”. Face à queda das receitas do jogo, o Executivo colocou em marcha, a 1 de Setembro, “medidas de austeridade” que prevêem cortes nas despesas da administração, sem tocar em áreas sociais. Para Albano Martins, “em período de recessão, o Governo deve abrir os cordões à bolsa e intervir e não o contrário”. “Deve fomentar a procura interna através das suas despesas – que são receitas do sector privado. Fazer assim não tem sentido, até porque continua a ter saldos positivos”, afirmou. Para o economista, quando 80% das receitas da região têm origem no jogo, o “impacto é colossal” na economia e a “prova é que faz baixar o PIB em mais de 20%”. “Se o Governo quer estabilidade tem de tentar permitir que o jogo – enquanto não tem alternativa – não esteja numa situação complicada e apoiá-lo, porque é a única indústria que cria riqueza no território”. Relativamente à meta de diversificação da actividade, diz que “quem tem capacidade para diversificar é a indústria do jogo”. “É isso que o Governo vai ter que impor quando renovar os contratos [das operadoras]”, afirmou.
Hoje Macau SociedadeCasinos | Setembro com quebra de 33% . Valor mais baixo desde 2010 [dropcap style=circle’]O[/dropcap]s casinos encerraram Setembro com receitas brutas de 17.133 milhões de patacas, uma queda de 33% face ao período homólogo de 2014 e o valor mais baixo dos últimos cinco anos. Dados oficiais da Direcção dos Serviços de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) indicam que, em termos acumulados, entre Janeiro e Setembro deste ano, as receitas brutas dos casinos totalizaram 176.015 milhões de patacas, ou seja, menos 36,2% relativamente aos primeiros nove meses do ano passado. Desde Junho de 2014 que os lucros tem sofrido uma rota descendente, com Setembro a ser o 16.º mês consecutivo de quedas homólogas. O resultado do mês passado é também o pior em cinco anos, desde que, em Setembro de 2010, as receitas dos casinos atingiram 15.302 milhões de patacas. SJM lidera A Sociedade de Jogos de Macau (SJM) liderou o mercado ainda que com uma quota quase igual à de outros dois operadores, a Sands China e a Galaxy, noticiou ainda a TDM. A SJM, fundada pelo magnata Stanley Ho, foi responsável por 21% das receitas em Setembro, seguida pela Sands China, do norte-americano Sheldon Adelson, cuja quota de mercado representou também cerca de 21%. Já a Galaxy, de interesses de Hong Kong e liderada por Lui Che Woo, conseguiu 20,5% do mercado em Setembro. Neste ‘ranking’, segue-se a Melco Crown (com cerca de 14,5% do mercado), que tem em Lawrence Ho, filho de Stanley Ho, um dos dois principais accionistas; a MGM China, dirigida por Pansy Ho, também filha de Stanley Ho (11%, aproximadamente) e a Wynn, do norte-americano Steve Wynn, com uma fatia de cerca de 10% do mercado. As acções das seis operadoras de casinos fecharam sexta-feira na bolsa de Hong Kong no valor mais baixo do último ano, com a sessão a ficar marcada por perdas entre os 5,7% e os 9,34%. As acções da Sands China valiam no final da sessão 24,25 dólares de Hong Kong, menos 9,34% do que no dia anterior. Os títulos da Galaxy caíram 6,9%, para 19,86 dólares de Hong Kong, e os da MGM China desceram 8,9%, para 9,27 dólares de Hong Kong. A Wynn Resorts caiu 5,7%, para 8,87 dólares de Hong Kong e a Sociedade de Jogos de Macau desceu 6,8%, para 5,47 dólares de Hong Kong. A Melco Crown perdeu 8,68% do valor, para 9,57 dólares de Hong Kong. A quebra contínua das receitas abaixo dos 18 mil milhões de patacas pode originar a implementação de novas medidas de austeridade, tal como previamente anunciado pelo Governo.
Hoje Macau SociedadePatrão da Galaxy lança prémio internacional de 60 milhões de HKD [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]magnata dos casinos Lui Che Woo lançou na quinta-feira em Hong Kong um prémio internacional de cerca de 7,75 milhões de dólares norte-americanos para distinguir quem torna o mundo um sítio melhor e mais sustentável. Com o valor de 60 milhões de dólares de Hong Kong, o “Prémio Che Woo Lui – Civilização Mundial” foi apresentado como o primeiro do género a nível mundial, por fazer um apelo global para um futuro sustentável, melhoria no bem-estar social humano e promoção da energia positiva. Cada uma destas três áreas terá um prémio anual de 20 milhões de dólares de Hong Kong. O montante é superior ao do Prémio Nobel e Prémio Shaw, criado em 2002 pelo magnata da indústria cinematográfica Run Run Shaw, refere o jornal South China Morning Post (SCMP). “Acredito que além da tecnologia, devemos enaltecer o ecossistema, a civilização e o respeito pelos outros”, disse Lui Che-woo, de 86 anos. “Espero que a geração [mais nova] possa gradualmente perceber como [pôr de parte] as diferenças e apreciar o mundo”, acrescentou. Os primeiros vencedores vão ser escolhidos no próximo ano, altura em que o foco na categoria de desenvolvimento sustentável do mundo será a segurança no fornecimento da cadeia alimentar. Já a categoria de melhoria de bem-estar social da humanidade estará centrada no tratamento e controlo de epidemiais, doenças infecciosas e doenças crónicas. A última categoria – promoção de uma atitude positive em relação à vida – vai centrar-se em “indivíduos ou organizações cujos feitos inspiram e dão esperança a outros”. Além de Lui Che Woo, o conselho do prémio inclui “nomes de peso” como o antigo chefe do Executivo de Hong Kong Tung Chee-hwa, a antiga secretária de Estado norte-americana Condoleezza Rice – que marcou presença na apresentação em Hong Kong – e o antigo presidente do Banco Mundial James Wolfensohn. Lui Che Woo é o presidente do K Wah Group e fundador do Galaxy Entertainment Group, com presença em Macau. Recuperação a dois anos, diz Lui Chee-woo O magnata do jogo Lui Chee-Woo defende que o mercado do jogo, em queda desde Junho de 2014, estabilizou. Lui Chee-woo, em entrevista à BBC, afirmou que a situação está agora mais calma, mostrando-se optimista que a recuperação possa acontecer dentro de um a dois anos, cita a rádio Macau. Lui Chee-woo considera ainda que o abrandamento da economia chinesa vai permitir ao país seguir numa “nova direcção”. Para o empresário, na última década, a expansão da economia chinesa aconteceu de uma forma extremamente rápida e teve, agora, de abrandar.
Hoje Macau BrevesIPM | Durão Barroso vai receber título de professor honorário [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso vai receber a 20 de Outubro o título de Professor Coordenador Honorário do Instituto Politécnico de Macau (IPM), revelou à agência Lusa o presidente da instituição académica. Lei Heong Iok explicou que Durão Barroso receberá o título de professor coordenador honorário e, depois, irá proferir uma conferência sob o tema “Globalização do século XXI: Novas Rotas da Seda, Outras Ligações entre os Continentes”. “Para nós, IPM, será uma cerimónia com grande significado porque Durão Barroso, como antigo primeiro-ministro de Portugal e antigo presidente da Comissão Europeia, é uma figura portuguesa de prestígio internacional”, explicou. O presidente do Politécnico acrescentou que Durão Barroso “é também um amigo da China e ao longo dos anos, nos diversos cargos que ocupou, contribuiu também para fortalecer a amizade e as boas relações económicas e culturais entre a China, Portugal e toda a União Europeia”. “É uma forma de reconhecimento pelo seu trabalho”, concluiu. A cerimónia de distinção de Durão Barroso será presidida pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam.
Hoje Macau PolíticaLegislativas | José Cesário acredita na continuidade do actual Governo [dropcap style=’circle’]J[/dropcap]osé Cesário não comenta se houve negociações com José Pereira Coutinho para uma possível participação do deputado de Macau na coligação “Portugal à Frente” (PAF). Em entrevista à Rádio Macau, o cabeça-de-lista da PAF pelo Círculo de Fora da Europa diz não colocar em causa a legitimidade da candidatura de Pereira Coutinho, mas mostra dúvidas em relação à possibilidade de se ser deputado, ao mesmo tempo, em dois parlamentos. “Prefere ser candidato à Assembleia da República do que ser deputado em Macau, é legítimo, não tenho mais nenhuma consideração a fazer. Parece-me que não é possível estar nos dois parlamentos, mas não sou jurista. É uma questão que depois será analisada por quem de direito”, afirma, citado pela rádio. O também Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas diz que a candidatura de Pereira Coutinho pelo movimento “Nós, Cidadãos!” não terá impacto no resultado que a coligação vai ter em Macau. “Muito francamente acho que não. A candidatura de Pereira Coutinho, fruto do recenseamento que foi feito, terá votos novos, pessoas que se recensearam de novo. Dificilmente retirará votos em relação aos que já tivemos”. No programa Rádio Macau Entrevista Especial, Cesário frisou ainda que acredita que o actual Governo vai continuar no poder depois das eleições de 4 de Outubro. “De um modo geral, aquilo que fizemos era aquilo de que o país necessitava e as pessoas reconhecem isso – a maioria das pessoas reconhece isso. É por isso que acho que a maioria das pessoas vai dar a confiança para que este Governo continue”, vinca. Sobre o processo eleitoral, José Cesário defende que é necessário pensar no voto electrónico, mas propõe uma solução mista para minimizar os problemas que se têm sentido. “Uma coisa que deveríamos fazer no imediato é avançar para um método misto, que concilie a votação presencial para quem está próximo dos postos consulares com a votação por correspondência para quem está longe, embora o objectivo seja podermos evoluir, a prazo, para o método de votação electrónica”, sugere Cesário, citado pela rádio. Consulado melhor, mas a precisar de mais Vítor Sereno fez um bom trabalho de aproximação do Consulado-geral de Macau à comunidade, mas há aspectos da representação diplomática que precisam de ser melhorados. É o que defende José Cesário à Rádio Macau, dizendo que o “atendimento do Consulado, que já melhorou muito, tem de melhorar ainda mais. Precisamos de fazer ainda mais, no sentido de, tanto quanto possível, personalizar mais o atendimento”, diz. “Há pouco entrei no Consulado-geral em Macau e fiquei muito satisfeito por ver já os nossos funcionários com crachá identificativo, com o nome de cada um, a começar pelo cônsul-geral”, acrescenta. Para o ainda secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, “Vítor Sereno fez aqui um trabalho muito importante, muito interessante de aproximação do consulado aos diversos sectores da comunidade”, mas é preciso mais. “Não está em causa só o número de funcionários, está em causa a própria organização do posto”.
Hoje Macau Manchete PolíticaLegislativas | “Nós, Cidadãos!” admite impugnar eleições pelo círculo Fora da Europa Os erros nos boletins de voto levaram o partido por que José Pereira Coutinho se candidata às legislativas portuguesas a fazer queixa à Comissão Nacional de Eleições. O “Nós, Cidadãos!” diz que a situação compromete objectivamente, “e de forma ilegal”, a participação dos eleitores [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]líder do partido “Nós, Cidadãos!”, Mendo Castro Henriques, admitiu a impugnação da eleição pelo círculo Fora da Europa, caso venham a confirmar-se “irregularidades” nas votações dos emigrantes para as eleições legislativas. O partido apresentou ainda, na quinta-feira, uma queixa à Comissão Nacional de Eleições motivada pelas falhas “gravíssimas” que têm marcado a votação. “Queremos acreditar que haja falta de meios, não queremos dar uma interpretação pior, mas é inaceitável”, disse Mendo Castro Henriques, acrescentando que o partido admite a impugnação da eleição do deputado pelo círculo Fora da Europa, em caso de “irregularidades”. Em conferência de imprensa à porta do Banco de Portugal, em Lisboa, o também cabeça de lista do partido por Lisboa adiantou que a impugnação da eleição por Fora da Europa será tomada depois das eleições legislativas de 4 de Outubro, tendo em conta que, neste momento, quer “acreditar que [as dificuldades sentidas com a votação no exterior] é uma disfunção do sistema”. Realçando ser possível a eleição do candidato do “Nós, Cidadãos!” pelo círculo Fora da Europa, José Pereira Coutinho, o dirigente do partido considerou “escandaloso” o que se está a passar com a votação dos emigrantes. “Esperemos que venha a ser revertida a situação que se está a passar, são vários os problemas. Em primeiro lugar, o atraso no envio dos boletins, depois as cartas de endereço não vêm sequer com a palavra Portugal e, em terceiro lugar, há moradas erradas, isto é, pessoas com cartas extraviadas”, afirmou. Para o partido, “a situação compromete objectivamente, e de forma ilegal a participação dos eleitores recenseados nestes círculos”. Já José Pereira Coutinho tinha referido ao HM acreditar que os erros “não foram inocentes”. Macau às pingas O partido apresentou uma queixa à Comissão Nacional de Eleições relativa às “irregularidades gravíssimas”, depois de, nas redes sociais, vários cidadãos eleitores portugueses residentes em Macau terem revelado que os boletins de voto ainda não chegaram, uma situação que pode também derivar de algum erro nas moradas. Na quarta-feira, os Serviços de Correios de Macau informaram que os eleitores portugueses residentes no território deveriam enviar até sábado os boletins de voto das legislativas para Lisboa, devido aos feriados que serão celebrados na cidade na próxima semana. Na sexta-feira, a agência Lusa noticiou que os boletins para os emigrantes recenseados em Timor-Leste já tinham sido enviados há mais de uma semana, mas ainda não tinham chegado a Díli, sendo difícil garantir que, depois de preenchidos, possam chegar a Portugal a tempo.
Hoje Macau PolíticaLegislativas | José Cesário lamenta erro nos boletins de voto [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]cabeça de lista da coligação “Portugal à Frente” pelo círculo Fora da Europa, José Cesário, chegou ontem a Macau, onde ficará até dia 26 de Setembro. Cesário lamenta a omissão do país de destino nos envelopes de voto para as eleições legislativas portuguesas, mas considera que esta situação “não leva a que [os boletins] não cheguem a tempo”. “Há outros [problemas] que sempre se verificaram no passado. Sabemos que há países, como é o caso da Venezuela, por exemplo, fruto do mau funcionamento dos correios, de onde provavelmente não virá um voto. Se vierem, serão muito poucos. Também sabemos que em África há problemas sérios. Até há data de hoje há eleitores que ainda não receberam o voto. Esse é um factor que já conhecido. Este factor da não colocação do país no endereço do postal não nos parece que venha a limitar a chegada de qualquer voto a Portugal”, afirmou o candidato às legislativas de 4 de Outubro à rádio Macau. Em campanha eleitoral, o candidato às legislativas portuguesas visitou ontem o Consulado Geral de Portugal em Macau, passando ainda pela Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC), Casa de Portugal, Instituto Internacional de Macau. Houve ainda tempo para uma arruada na Taipa velha, terminando o primeiro dia com a visita à Feira da Gastronomia na Doca dos Pescadores. Hoje, o tempo é de visita ao Instituto de Estudos Europeus de Macau, assinalando os 40 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e a União Europeia. O almoço será com os órgãos sociais da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM). Durante a tarde, José Cesário marcará presença na Santa Casa da Misericórdia, passando pela casa na Sé Catedral, Associação dos Macaenses e nova arruada pelo Largo do Senado e centro de Macau. A noite termina com um jantar de apoio à coligação no Portus Cale, no jockey Club. Como tem sido hábito nas suas visitas, José Cesário, também Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, aproveitará o último dia para visitar a comunidade portuguesa em Hong Kong.
Hoje Macau Manchete PolíticaSteve Wynn pondera apoiar, pela primeira vez, um candidato democrata Nos EUA refere-se com insistência que, face à miséria dos candidatos republicanos, Wynn poderá ser apoiante de Hillary Clinton [dropcap style=’circle’]S[/dropcap]teve Wynn pondera, pela primeira vez, apoiar um candidato democrata, na corrida à Casa Branca. O magnata do Jogo manteve, recentemente, um encontro com Hillary e Bill Clinton, no qual poderá ter ficado alinhavado o seu apoio à ex-Primeira Dama dos Estados Unidos, soube o HM junto de fonte bem informada. Isto para além do seu hotel em Las Vegas ter sido escolhido para albergar o debate entre os candidatos democratas, no próximo dia 13 de Outubro, o que já levantou algumas interrogações nos EUA. Este cenário, que está a surpreender muita gente, uma vez que Wynn sempre apoiou candidatos republicanos, poderá estar relacionado com a candidatura de Donald Trump e com o apoio milionário que Sheldon Adelson proporciona, geralmente, ao candidato republicano. “O poder de Las Vegas é maior do que se pode imaginar. Todos os CEO têm o ouvido dos presidentes”, disseram ao HM. Ainda segundo as nossas fontes, Wynn estará desapontado, embora não o admita, com o perfil dos candidatos republicanos, apesar de não acreditar que Trump vá até ao fim. “A candidatura de Trump é um excelente golpe de estratégia publicitária para ele. Quando sair disto, fará imenso dinheiro à conta desta exposição mediática que a candidatura confere.” Contudo, Steve Wynn, que é há muito tempo das relações dos Clinton, poderá nas próximas eleições surpreender tudo e todos com o seu apoio a Hillary. Trump e Wynn estiveram envolvidos, no passado, numa feroz guerra de negócios e palavras, a propósito de Atlantic City, mas as relações parecem ter melhorado ao longo dos anos. Trump chegou mesmo a assistir ao último casamento de Wynn. Contudo, dizem, no fundo ainda ruge algum ódio entre os dois. Dinheiro “chinês” Nas últimas eleições presidenciais, Sheldon Adelson terá disponibilizado pelo menos cem milhões de dólares americanos a Mitt Romney, o candidato republicano que correu contra Obama, tornando-se no maior contribuinte da campanha republicana. Este apoio extremo terá feito erguer alguns sobrolhos, na medida em que Adelson é acusado de utilizar o dinheiro “chinês”, de Macau, para financiar campanhas nos EUA. “Há quem diga que o presidente Obama terá mesmo referido o facto a Xi Jinping, em tom de brincadeira, mas o presidente chinês terá levado o assunto muito a sério, por não gostar de ver dinheiro tirado do seu país a financiar as campanhas daqueles que mostram mais hostis ao crescimento e à crescente importância da China no mundo global”, foi referido ao HM. Steve Wynn não terá ainda tomado a sua decisão, tendo de esperar pela nomeação democrata, pois parece muito improvável que apoie um candidato como Bernie Sanders. No entanto, se Hillary Clinton vencer as primárias é muito provável que, pela primeira vez, Wynn se coloque ao lado – com todo o seu poder, influência e dinheiro – de um candidato democrata. No entanto, o magnata do Jogo ainda não assumiu qualquer posição, tendo mesmo afirmado que existem “candidatos maravilhosos em ambos os partidos”, o que soou estranho devido às suas críticas ferozes ao desempenho de Obama, que chega a comparar ao malogrado presidente Nixon numa entrevista recente. Wynn afirmou ainda que vai esperar para ver a quem realmente dará o seu apoio. Por seu lado, Sheldon Adelson, o mega-contribuinte das campanhas republicanas, também ainda não decidiu quem vai apoiar, sendo certo que não será nenhum democrata. Assim, pela primeira vez, poderemos talvez assistir a apoio diferenciado por parte dos tycoons de Las Vegas e Macau. Os Clintons e o Jogo As relações ente o casal Clinton e os casinos não têm sido estáveis. Em 1984, enquanto Primeira Dama do Arkansas, Hillary opôs-se à introdução do Jogo naquele estado. No entanto, já em 2000, a então Primeira Dama dos EUA apoiou um plano de criação de casinos em Nova Iorque. Para já, o tema Jogo ainda não surgiu durante a pré-campanha democrata, embora a escolha de Las Vegas para o debate democrata seja, talvez, uma indicação de que os democratas querem mudar a relação, nem sempre boa, que têm mantido com os donos da Sin City. Já Bill Clinton é conhecido por ter mantido sempre relações próximas com alguns magnatas do Jogo, entre os quais Steve Wynn, que nunca escondeu a sua simpatia pessoal pelo ex-presidente, embora não seja conhecido qualquer apoio aquando das suas campanhas presidenciais. Algo poderá agora ser diferente.
Hoje Macau SociedadeEstoril | Processo parado devido a petição. Visita de Siza adiada A entrega de uma petição para avaliar o possível valor patrimonial do Hotel Estoril está a atrasar o projecto do Governo para o antigo edifício [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, afirmou que a visita do arquitecto Siza Vieira, profissional convidado para elaborar o projecto que vai substituir o antigo Hotel Estoril, poderá ter de ser adiada devido a uma petição que pretende avaliar o valor patrimonial do edifício. De acordo com a Rádio Macau, o projecto do Governo está parado por causa de uma “minoria”. Na semana passada, uma petição da associação de urbanistas Macau Root Planning, que quer avaliar o valor do edifício. O processo só vai entrar numa nova fase depois de analisada a petição. “Eu não queria que as pessoas dissessem que o Governo quer forçar. Não quero. Só quero dizer que este processo fica prejudicado por causa de pouca gente, uma minoria. Mas grande parte das pessoas está connosco”, disse o Secretário em declarações à Rádio Macau. “O Executivo está a respeitar esta iniciativa.” Com a necessidade de efectuar a avaliação requerida, o futuro do Hotel Estoril fica adiado assim bem como, possivelmente, a visita do arquitecto Siza Vieira, que deveria chegar a Macau no próximo mês. Costa Antunes assume funções como assessor O actual coordenador do Grande Prémio e engenheiro de estruturas João Manuel Costa Antunes vai assumir funções de assessor do Gabinete para os Assuntos Sociais e Cultura, dirigido pelo Secretário Alexis Tam. O engenheiro vai ficar responsável por obras como o projecto do Hotel Estoril e o novo hospital das Ilhas. A notícia foi avançada ontem na voz do próprio Secretário. “Ele vai ficar no meu gabinete como meu assessor. Temos muito projectos, por exemplo, este projecto da construção do Centro de Actividades para Jovens e mais, também outros projectos enormes. Por isso o engenheiro Costa Antunes vai ficar muito bem na minha tutela”, disse à Rádio Macau. Costa Antunes irá assumir funções depois de abandonar o cargo actual.
Hoje Macau Vozes“Aprende com o material geológico sob os teus pés” * Mário Duarte Duque [dropcap style=’circle’]”[/dropcap]Aprende com o material geológico sob os teus pés” era a proposição 33 das 50 Ideas for the New City, in The Urbanomnibus net, 2011 [https://urbanomnibus.net/ideas/]. Proposição que assentava no princípio de que o que permite fazer melhores escolhas sobre o modo de construir é a compreensão sobre a constituição e sobre o modo como os impactos do tempo geológico afectam o nosso ambiente edificado. Tais processos, designados por geomorfológicos, desenvolvem-se em diferentes escalas de tempo e de espaço, que tanto podem respeitar a uma região como apenas a um local dessa região, mas também processos que tanto se podem manifestar num instante, como numa escala temporal tão dilatada que os tornam imperceptíveis ao longo de gerações. Disso resulta que a interpretação e a definição desses enquadramentos geográficos e temporais, constitui uma base de conhecimento próprio que é intrínseca e essencial desenvolver e organizar em cada localização urbana. Ou seja, o património geológico faz parte da tradição urbanística e física dos lugares, tal como a paisagem edificada e a paisagem natural sobre as quais já recaem convenções de protecção. Por isso, o património geológico, no qual também se inclui o património hídrico, deveriam ser igualmente contemplados como acervo de um grupo cultural. Chegados aqui, a entrevista do Sr. Eng. Lee Hay Ip publicada ontem neste jornal, é pertinente porque não só denuncia a falta de sensibilidade para as questões da geotecnia na RAEM, mas também, senão principalmente, denuncia ignorância dos actuais habitantes da RAEM no que diz respeito a essa realidade que é intrínseca à cultural local. Em verdade, o conhecimento de que era lodo, grande percentagem do solo no local designado hoje para o parque de materiais e oficina do metro ligeiro, poderá ter sido uma incógnita para o Gabinete para as Infra-Estruturas de Transportes (GIT), mas já não seria incógnita para qualquer pescador da região com 60 anos, que poderia assegurar que já não era possível aproximar-se de barco do istmo entre taipa e Coloane, antes da construção do aterro do COTAI, exactamente por causa do lodo. Como está ao alcance de qualquer um interpretar que as encostas de granito da ilha da Taipa descem até ao actual aterro do COTAI, aí afundam, para voltar a emergir na ilha de Coloane. E que, assim sendo, é sob o COTAI que está o vale mais profundo dessa formação rochosa e onde terão que se cravar as estacas mais profundas. Tirando pela distância entre as ilhas, por mera lógica morfológica, admitir-se-ia até que tais estacas fossem as mais profundas que alguma vez se cravaram na RAEM. Mas também nada que qualquer empreendimento efectuado em torno não pudesse confirmar em função das prospecções que necessariamente tiveram que mandar efectuar ao solo. E é assim que, em vez de as sociedades desenvolverem soluções mais adequadas e melhor suportadas no que já deveriam conhecer, protelam tais soluções, porque primeiro há que recuperar o que entretanto desaprenderam.
Hoje Macau SociedadeUSJ | Stilwell disponível para ficar e à espera de 60 alunos do continente [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Universidade de São José (USJ) espera ter quota para 60 novos alunos da China continental no próximo ano. O reitor da entidade falava à margem de uma visita ao novo campus da instituição, na Ilha Verde. Só as instituições de ensino superior públicas podem receber alunos da China continental. Mas o Governo já apresentou uma proposta, em Pequim, para mudar as regras e Alexis Tam mostra-se confiante no processo. “Temos a consciência que os alunos que vêm da China continental precisam de um tratamento especial. Falam Mandarim, precisam da integração social, precisam de ser acompanhados aqui nas suas residências, portanto não quisemos ter uma espécie de tsunami de estudantes a quem depois não pudéssemos dar o apoio de qualidade que gostaríamos de dar”, disse Peter Stilwell, reitor da USJ, em declarações à Rádio Macau. O reitor falava aos jornalistas durante a visita às futuras novas instalações da instituição de ensino, na Ilha Verde, que, apesar de atrasadas, se prevêem que respeitem o valor orçamentado inicialmente. Português e creches na mira Sobre o apoio do Governo dado a esta universidade, o Secretário indica que isto acontece devido ao plano da Administração de aposta na Língua Portuguesa. “Queria tornar Macau num centro de formação da Língua Portuguesa na Ásia Pacífico, nesta região. A Universidade de Macau não chega, por isso esta universidade também vai ser nossa parceira”, explicou Alexis Tam. O Secretário explicou ainda que parte das antigas instalações da USJ irão servir para uma nova creche que irá aumentar o número de vagas para o próximo ano lectivo. Ainda assim, esta hipótese ainda está a ser estudada e discutida pelo Instituto de Acção Social e pela USJ. Reitor disponível O actual reitor mostrou-se disponível para assumir um segundo mandato. “Acho que seria pouco elegante construir isto, até esta fase e, depois, bater a porta e ir-me embora”, disse Peter Stilwell, à Rádio Macau, frisando que não depende da sua vontade. “Não me compete dizer se continuo ou não. Quem convida são os meus superiores: a Fundação Católica e o chanceler que, neste momento, ainda é o patriarca de Lisboa”, explicou Stilwell. Apesar do atraso, está prevista a conclusão da obra no final do ano.
Hoje Macau SociedadeCanídromo | Associações internacionais criticam Chui Sai On [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]rganizações internacionais de defesa dos animais criticaram Chui Sai On por, na semana passada, ter dito que “não é justo” encerrar “de um dia para o outro” o Canídromo, cujo contrato de concessão termina em Dezembro. “Compreendo que Chui Sai On tem de ter muitos factores em consideração, mas a história das corridas de cães em Macau deve, de facto, ser um dos motivos mais fortes para apoiar o encerramento do Canídromo”, afirmou, em resposta à agência Lusa, Lyn White, representante da Animals Australia, uma das nove organizações envolvidas na campanha para encerrar a pista de corrida de galgos. Lyn White reagia às palavras do Líder do Executivo que, na quinta-feira, sugeriu que o Canídromo pudesse não ser encerrado no final do ano, ao fim de 50 anos de funcionamento. “A indústria de jogo foi sempre a indústria principal de Macau. As corridas de galgos têm a sua história e são uma componente importante para a diversificação do sector. Não é de um dia para o outro que vamos suspender as corridas de galgos, isso também não é justo”, disse aos jornalistas, indicando, ao mesmo tempo, que foi encomendado um estudo sobre o assunto a uma universidade local. A representante da maior organização de defesa dos animais da Austrália, de onde chega a maioria dos cães que corre em Macau, lembrou que “há mais de quatro décadas que [o Canídromo] mantém dezenas de milhares de cães em condições miseráveis e inapropriadas, ao mesmo tempo que matou milhares de animais cujo único ‘crime’ foi não correrem rápido o suficiente”. Lyn White disse ainda que, mesmo sabendo que o prazo da concessão estava a chegar ao fim, os operadores do Canídromo, a Companhia de Corridas de Galgos de Macau (Yat Yuen), “falharam em apresentar uma única razão legítima para que continue a operar” e, assim sendo, “a não renovação da concessão não pode ser vista como súbita ou injusta”. “O facto de o Canídromo continuar descaradamente a importar cães, sabendo que as instalações podem vir a fechar, revela como não se importam com as vidas e o bem-estar destes animais. Pedimos a Chui Sai On que suspenda imediatamente a importação de mais galgos para Macau, enquanto os estudos encomendados pelo Governo estão a ser conduzidos”, apelou. De todos os lados Reacção semelhante teve a presidente da Grey2K USA, Christine Dorchak: “O Canídromo é a pior pista de corrida de cães do mundo porque nenhum cão sai de lá vivo”. Reafirmando os esforços da organização norte-americana para o encerramento do espaço, Dorchak lembrou a vigília que se realiza no dia 30 deste mês, em homenagem aos galgos de Macau e que vai decorrer em 26 cidades mundiais. Nestas vigílias, será lida uma carta do presidente da associação local Anima, Albano Martins. O documento indica que cerca de 30 animais são mortos por mês, quando deixam de ser competitivos. “Só nos últimos dez anos, estimamos que o número de animais mortos chegou aos quatro mil”, lê-se na carta, que termina com um pedido de apoio à petição que insta o Governo de Macau a não renovar a concessão, uma campanha já com 340 mil apoiantes. Além das questões do bem-estar animal – a Anima estima que só este ano tenham sido abatidos 160 a 170 cães -, Albano Martins invocou ainda motivos de ordem financeira e comunitária. O Canídromo está localizado na zona norte da cidade, a mais densamente populosa do mundo, onde escasseiam espaços públicos. “Qual é a razão para que uma área daquelas, que não tem equipamentos sociais, que não tem zonas verdes, continue a ter às suas portas animais a ganir a noite inteira e, sobretudo, instalações totalmente degradadas, e uma das pistas consideradas das piores do mundo?”, questionou. O canídromo paga também menos impostos que os outros espaços de jogo, disse Martins: 25% ao invés de cerca de 40%. Para o presidente da Anima, só com esta benesse é que o espaço pode operar.
Hoje Macau EventosFundação Macau promove música, teatro e dança [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]té ao final do ano há uma agenda bem preenchida com muita música, teatro e arte em Macau. Da organização da Fundação Macau, o festival “Produções em Macau, Paixão por Macau” conta com vários momentos lúdicos para a população. Este mês é marcado por três concertos, sendo eles “As Melhores músicas de Filmes”, o “MACA Festival de Música 2015 – Guitarra: A Alma da Música” e “Os Três Músicos Chineses e Coreanos – Concerto de Flautas de Dragão e Fénix”. A abrir Outubro está a peça em teatro silencioso “Fuga do Mimo de Macau” e também o concerto “Na Rua – A Cappella”. Novembro e Dezembro, os meses mais frios, os interessados podem dançar enquanto assistem ao Teatro de Dança “Viajante”, ou ao concerto “Tentação de Vozes”. Como sorrir é o melhor do mundo, em Dezembro está ainda marcada a exibição da peça de comédia de música clássica “Hanky-Panky Rhapsody” III. Feitas as contas, até ao final do ano os amantes da música terão ao seu dispor cinco concertos. No dia 20 de Setembro, subirão ao palco “Os Três Músicos Chineses e Coreanos – Concerto de Flautas de Dragão e Fénix”. Caberá ainda à Associação dos Compositores, Autores e Editores de Macau apresentar o Concerto “MACA Festival de Música 2015 – Guitarra: A Alma da Música”. No dia 1 de Outubro, o grupo coral da Associação A Cappella de Macau cantará, sem acompanhamento de instrumento musical, várias canções populares, algumas produzidas localmente, mostrando a complexidade e a flexibilidade das vozes. Em meados de Novembro, “Dream Theater Association” apresentará o Concerto “Tentação de Vozes”, cuja ideia é contar, a vozes, a viagem de uma rapariga, fazendo com que a “música possa ser vista e a imagem possa ser ouvida”. O último concerto deste ano será“Hanky-Panky Rhapsody-Comédia de Música Clássica 2015”, apresentado pela Associação de Piano de Macau, que volta a tocar um concerto que combina a música clássica com a música popular, no sentido de juntar a harmonia entre os dois tipos de músicas, transmitindo a sintonia que existe hoje em dia entre “comunicação”, “convívio” e “respeito”. Nos dias 20 e 29 de Setembro, a Rota Artes Associação irá organizar uma “Fuga para os Mimos de Macau”. Nos dias 28 e 29 de Novembro, a Associação de Dança Ieng Chi apresentará um teatro de dança com o título “Viajante”. Os bailarinos irão dançar com objectos e movimentos corporais de modo a explorar a existência e a perplexidade de todos os sentidos que acompanham uma viagem. Para os interessados os bilhetes estão à venda na Fundação Macau.
Hoje Macau BrevesCPP | Resultados oficializados [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Assembleia do Apuramento Geral do Círculo Eleitoral China, Macau e Hong-Kong para o Conselho das Comunidades Portuguesas anunciou ontem que a lista de José Pereira Coutinho conseguiu um total de 2161 votos. A contagem final oficial teve lugar em Pequim, pelo Embaixador de Portugal na capital chinesa, Jorge Torres Pereira. Do total de 15.863 recenseados, votaram 2327 pessoas. Houve 41 votos em branco e 125 nulos. A lista A, a única concorrente, obteve 2161, mais três votos do que os que saíram de Macau. Fica, assim, oficializada a eleição de José Pereira Coutinho, Rita Botelho dos Santos e Armando de Jesus para o Conselho das Comunidades Portuguesas.
Hoje Macau BrevesSands vai distribuir 200 mil kits de higiene [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] grupo Las Vegas Sands vai juntar-se à ONG Clean the World para distribuir, em 24 horas, 200 mil kits de higiene pessoal a quem mais precisa. O acontecimento vai ter lugar no próximo dia 26, onde mais de quatro mil voluntários se disponibilizaram para o efeito em Singapura, Bethlehem e Las Vegas. A medida faz parte do programa solidário Sands Cares, desenvolvido pela marca para dar aos mais necessitados alguma qualidade de vida. “Este kit global, criado em parceria com a Clean the World, vai ajudar centenas de pessoas pobre e sem-abrigo que não têm acesso a bens básicos como sabonete ou champô – incluindo aqueles com necessidades na nossa comunidade. Os kits ajudam a prevenir doenças e promovem a saúde e dignidade”, disse o vice-presidente de Comunicações da empresa, Ron Reese.
Hoje Macau Sociedade“Governo deve promover veículos eléctricos” [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m estudo levado a cabo por académicos de Macau, Hong Kong e da China recomenda que o “Governo de Macau deve fazer mais para promover os veículos eléctricos”. Segundo a rádio Macau, que cita os resultados de um estudo intitulado “Factores que Influenciam as Intenções Comportamentais face a Veículos Eléctricos: Um Estudo Empírico em Macau”, a introdução de veículos eléctricos requer políticas ambientais determinadas e a aceitação do público face aos veículos eléctricos tem base em “preocupações ambientais”, mas também em “benefícios económicos de longo prazo”, devido à “poupança nos gastos com combustível”. A rádio cita o documento dizendo que há razões que “encorajam” os residentes de Macau a pensarem em adquirir veículos eléctricos, mas que as intenções do público esbarram na falta de medidas governamentais. Os académicos responsáveis pelo estudo, entre os quais se conta Yide Liu, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, notam que, apesar de o Executivo oferecer incentivos fiscais na compra de veículos amigos do ambiente as isenções abrangem também os veículos híbridos. “Tal como acontece com muitos outros países Ocidentais”, referem os investigadores, “os apoios do Governo de Macau não estão alinhados com o objectivo de fazer descer o consumo de gasolina de forma consistente e eficiente”. Neste sentido, defende-se que “o Governo de Macau deve fazer mais para promover os veículos eléctricos”, ou então “a falta de infra-estruturas de apoio pode dificultar a aceitação” deste tipo de veículos por parte dos consumidores.
Hoje Macau BrevesPequim vê crescimento como antídoto para problemas cambiais [dropcap style=’circle]A[/dropcap]s autoridades chinesas acreditam poder conter a rápida queda das suas reservas em moeda estrangeira e aliviar a pressão sobre o câmbio estimulando a economia para que se alcance a meta de crescimento deste ano, disseram fontes envolvidas com as discussões políticas. Pequim irá canalizar fundos sobretudo para projectos de infra-estrutura, incluindo caminhos-de-ferro, estradas e aeroportos, e o banco central também irá cortar a taxa de juros disseram fontes internas, reaquecendo os temores de reversão para um antigo programa de estímulos em conflito com a decisão oficial de reformar a economia. “Se conseguirmos estabilizar o crescimento, as expectativas de depreciação do yuan podem ser alteradas”, disse um economista influente que aconselha o governo. “Precisamos de estabilizar o crescimento reforçando o suporte à política fiscal”, disse. Mas cumprir uma meta arbitrária de crescimento pode não satisfazer os mercados globais, que estão cada vez mais preocupados com os desequilíbrios da economia. Pequim, ciente das lições aprendidas em 2008 e 2009 quando um forte pacote de estímulo sobrecarregou a economia com dívidas, pode avaliar os planos de gastos mais cuidadosamente desta vez e garantir que os projectos são financeiramente sólidos, disseram as fontes.
Hoje Macau BrevesVice-presidente da Comissão de Valores investigado por corrupção [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] vice-presidente da Comissão Reguladora do Mercado de Valores da China, Zhang Yujun, está a ser investigado por corrupção, informou esta terça-feira a Comissão Central de Controlo e Disciplina do Partido Comunista chinês. Zhang é suspeito de “graves violações da disciplina”, disse a Comissão em comunicado, utilizando a terminologia que descreve habitualmente os casos de corrupção. O organismo não esclarece se a investigação está relacionada com as irregularidades registadas durante a recente crise na bolsa chinesa, e que já resultou na detenção de 11 pessoas. Cheng Bomin, diretor geral da Citic Securities, que pertence ao gigante estatal Citic, e Wang Jinling, sub-diretor do centro informação tecnológica, são outros do altos cargos que foram detidos para investigação, segundo revelou esta semana a agência chinesa Xinhua. Terça-feira, as autoridades anunciaram que vão fechar milhares de contas nas bolsas de Xangai e Shenzhen, devido a “operações ilegais”.
Hoje Macau BrevesConsultora portuguesa em missão empresarial [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) e a Confederação Internacional dos Empresários Portugueses (CIEP) organizam, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI), uma Missão Empresarial à China, a decorrer de 7 a 13 de Novembro. A Missão contempla a participação na 10ª edição da UE-China Business Cooperation Fair, uma importante plataforma de comércio, investimento e cooperação tecnológica entre a União Europeia e a China, que se realiza na cidade de Chengdu, no sudoeste daquele país. O programa inclui ainda sessões de Business-to-business em Pequim e Langfang, na província vizinha de Hebei. Segunda maior economia mundial, a China é também a primeira potência comercial do planeta, tratando-se do maior exportador e terceiro maior importador de mercadorias do mundo. Desde o primeiro trimestre de 2014 o país asiático entrou para o top 10 dos principais destinos das exportações portuguesas. Fundada em 1997, a Sociedade Portuguesa de Inovação é uma consultora privada que actua nas áreas da inovação, da promoção da internacionalização de empresas e da gestão do conhecimento.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping reúne com empresários norte-americanos [dropcap style=’circle]O[/dropcap] presidente chinês, Xi Jinping, recebeu esta quinta-feira em Pequim os participantes norte-americanos da 7ª ronda de diálogo de empresários e ex-líderes governamentais entre a China e Estados Unidos, realizada nos dias 17 e 18 na capital chinesa. Na reunião, Xi Jinping reforçou que a essência do relacionamento sino-norte-americano reside em benefícios mútuos. Neste momento, as cooperações nos âmbitos, tanto bilateral como internacional, não apenas trazem benefícios aos dois povos como também contribuem para a paz, desenvolvimento e prosperidade do mundo, disse. Olhando para o futuro, a China e os EUA gozam de espaços ainda mais amplos para promover a parceria, enfatizou o presidente chinês. Xi reconheceu a existência de divergências, mas apontou que as duas nações conseguem controlá-las desde que se respeitem uma à outra, nos interesse vitais, e evitem mal entendidos em relação às respectivas estratégias. Xi Jinping assinalou que a China se dedica à construção de um novo modelo de relações entre grandes países com os EUA, acrescentando que a cristalização desta meta favorece dois povos e o povo de todo o mundo. De partida Xi Jinping avançou que é convidado do presidente norte-americano Barack Obama para visitar os EUA na próxima semana, afirmando que gostaria de discutir com Obama assuntos de interesse comum e manter um contacto com as personalidades de diversos sectores da comunidade norte-americana. Os representantes norte-americanos disseram saudar a viagem de Xi Jinping aos EUA e esperar que esta visita possa impulsionar o relacionamento dos dois países. No actual cenário mundial, os EUA e a China enfrentaram mesmas oportunidades e os mesmos desafios, o que suscita sua interdependência. Prometeram dedicação no reforço das cooperações entre os EUA e a China nas áreas de comércio e investimento, sustentando a assinatura, o mais cedo possível, de um acordo de investimento bilateral. Salientaram ainda o apoio às iniciativas do Banco Asiático de Investimentos de Infra-estruturas.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Lei de segurança motiva luta entre deputados [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]eputados japoneses envolveram-se ontem em confrontos físicos durante um debate no parlamento sobre um projecto de lei de segurança que poderá autorizar, pela primeira vez em décadas, o envio de militares do Japão para conflitos no estrangeiro. Membros da oposição e da coligação no poder protagonizaram cenas bastante incomuns no parlamento nipónico, ao começaram aos empurrões e socos uns aos outros, enquanto o presidente de uma comissão foi cercado. O deputado da oposição Tetsuro Fukuyama fez de seguida um discurso emocionado para explicar porque é que o seu partido tinha apresentado uma moção para tentar impedir a adopção da reinterpretação da Constituição pacifista do Japão. “Será que o partido no poder ouve a voz do povo? Vocês fazem tudo o que vos apetece porque são a maioria. Isto parece-vos bem?”, afirmou quase em lágrimas. A tensão cresceu após o adiamento da votação de uma comissão esta noite, durante a qual os deputados bloquearam as portas e lotaram os corredores em protesto. Eventos raros Treze pessoas foram presas na noite de quarta-feira, de acordo com a imprensa japonesa, “por obstrução à polícia” durante uma manifestação que reuniu cerca de 13.000 pessoas no parlamento. Milhares de pessoas têm saído à rua quase todos os dias nas últimas semanas, num país onde as manifestações são raras. Segundo as alterações propostas, os militares – conhecidos como Forças de Autodefesa – teriam a opção de ir combater para proteger aliados como os Estados Unidos, mesmo nos casos em que não haja uma ameaça directa para o Japão ou o seu povo. Embora a Constituição, que proíbe as tropas de participarem em combate, excepto em autodefesa, tenha sido imposta pelos ocupantes norte-americanos após a II Guerra Mundial, em 1945, muitos japoneses receiam que as alterações propostas na lei ponham em causa o carácter pacifista do país e o coloque ao lado dos norte-americanos nos conflitos mundiais. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, defende as alterações como necessárias para fazer face ao que descreve como ameaças oriundas da China e da Coreia do Norte.
Hoje Macau EventosCinema | Filme de Miguel Gomes proposto para os Goya “[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] desolado”, o segundo filme de “As mil e uma noites”, de Miguel Gomes, foi proposto pela Academia Portuguesa de Cinema para o prémio de melhor filme ibero-americano dos Goya, os prémios de cinema de Espanha. Depois de uma candidatura aos Óscares, a Academia Portuguesa de Cinema anunciou ontem que propõe o mesmo filme de Miguel Gomes para os Goya, que serão entregues em Espanha em Fevereiro de 2016. “O desolado”, que se estreia nos cinemas portugueses no dia 24, é o segundo de três filmes que Miguel Gomes rodou sob o título “As mil e uma noites” e que retratam Portugal à luz da intervenção da troika, com ficções inspiradas em factos e relatos verídicos, sobre desemprego, austeridade, casos de justiça ou luta sindical. Nos filmes, as histórias são narradas por Xerazade, remetendo para a estrutura dos contos de “As mil e uma noites”. Em “O desolado”, Miguel Gomes ficciona a história do suicídio de um casal em Santo António dos Cavaleiros, nos arredores de Lisboa, e o caso de Manuel Baltazar, o homem que andou a monte vários dias depois de ter assassinado duas mulheres e ferido outras duas em Valongo dos Azeites. É ainda encenado um julgamento de vários casos judiciais em simultâneo, numa espécie de resumo do estado da justiça portuguesa. “As mil e uma noites”, exibido em Cannes, premiado na Austrália e na Polónia, e com estreia garantida em trinta países, integra os volumes “O inquieto” – já estreado em Portugal -, “O Desolado” e “O Encantado”, com estreia marcada para 8 de Outubro.
Hoje Macau EventosRolling Stones vão gravar novo álbum [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Rolling Stones decidiram gravar um novo álbum, o primeiro nos últimos dez anos, anunciou na quarta-feira o guitarrista da banda de ‘rock’, Keith Richards. O artista britânico fez o anúncio em Nova Iorque, onde se encontrava a fazer a promoção do seu último álbum a solo. Os Rolling Stones decidiram gravar um novo álbum, o primeiro nos últimos dez anos, anunciou na quarta-feira o guitarrista da banda de ‘rock’, Keith Richards. O artista britânico fez o anúncio em Nova Iorque, onde se encontrava a fazer a promoção do seu último álbum a solo. Keith Richards precisou que o grupo de ‘rock’ dos septuagenários irá regressar aos estúdios após uma digressão na América do Sul no início de 2016, cujas datas não são ainda conhecidas. “De facto, estava em Londres na semana passada e estive com os rapazes, e sim, nós temos planos concretos para gravar”, declarou o guitarrista no decorrer de um fórum organizado pela iHeartRadio, uma rádio na Internet. Sem parar O grupo formado em 1962 lançou o seu último álbum de originais – A Bigger Bang – em 2005, oito anos depois de Bridges to Babylon. Os Stones continuam, no entanto, a realizar concertos, tendo mesmo feito uma digressão pela América do Norte este Verão. Representados de forma sistemática pela imagem dos grossos lábios pintados de vermelho, os Rolling Stones são muitas vezes classificados como os velhos rivais dos The Beatles na história do rock’n’roll dos últimos 50 anos. Este ano reeditaram o álbum Sticky Fingers. A banda é formada por Mick Jagger (vocalista), Keith Richards (guitarra), Ron Wood (guitarra), Bill Wyman (baixo) e Charlie Watts (bateria), além do falecido Brian Jones. Keith Richards, de 71 anos, lança na sexta-feira o seu primeiro álbum a solo em 23 anos, Crosseyed Heart, no qual canta e divide o microfone com vários artistas, como a cantora de jazz Narah Jones.