Lai Man Wa | Directora homenageada por Chefe do Executivo

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]fável, sincera, rigorosa nos seus actos e, mais que isso, amiga de longa data é assim que Chui Sai On, Chefe do Executivo homenageia Lai Man Wa, directora-geral dos Serviços de Alfândega, encontrada morta na passada sexta-feira.
Numa mensagem em homenagem à directora-geral, Chui Sai On escreve que Lai Man Wa era “uma figura com uma vida ímpar que amava a sua famílias e cultivava laços fortes com os seus familiares e amigos e óptimas relações com os colegas de trabalho”.
Conhecendo-a há mais de 16 anos, o líder admite que Lai Man Wa partilhava o “mesmo conceito quanto à missão de bem servir Macau”, do próprio. “Após o regresso de Macau à Pátria, continuámos, cada um na sua área, a trabalhar ao serviço do País e da RAEM, mantendo sempre boas relações institucionais”, aponta.
Um motivo de grande consternação é como Chui Sai On vê a perda da amiga. “Lamento profundamente a perda de tão distinta personalidade da RAEM, mas sobretudo da Amiga constante com quem partilhava os mesmos ideais”, escreve.
“Íntegra e cumpridora leal dos seus deveres”, a directora-geral é assim lembrada por Chui Sa On. Uma mulher que contribuiu para o “desenvolvimento estável dos Serviços de Alfândega de Macau” que irá permanecer sempre na memória.

5 Nov 2015

Criada Comissão de Construção de Centro Mundial de Turismo e Lazer

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oi ontem anunciada a criação da Comissão para a Construção do Centro Mundial de Turismo e Lazer, que deverá ter quatro funções distintas. A primeira é a de realizar um estudo para a construção deste centro e de elaborar a política de acção do mesmo. A Comissão fica também responsável por coordenar a elaboração do plano de desenvolvimento da RAEM nesta área para os próximos cinco anos, por implementar um regime sobre o plano a médio prazo e por emitir instruções adicionais. O colectivo vai ser presidido por Chui Sai On e constituído pelos Secretários para a Economia e Finanças, para os Assuntos Sociais e Cultura e para os Transportes e Obras Públicas. Aos governantes juntam-se a chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, O Lam, o porta-voz Victor Chan, dois outros representantes deste Gabinete e dois do Gabinete de Estudo das Políticas do Executivo. Todos os membros da Comissão são nomeados e têm mandatos fixos. O orçamento do novo organismo será suportado com dinheiros do cofre público.

5 Nov 2015

LAG | Chui Sai On prepara caminho com académicos locais

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Chui Sai On, presidiu a uma reunião com académicos e especialistas locais para preparar as Linhas de Acção Governativa (LAG), a começar já no próximo dia 17 de Novembro. Segundo comunicado à imprensa do Governo, o foco principal foi o ajustamento da economia “a vertente do desenvolvimento futuro a longo prazo e na configuração das várias áreas”. Consideraram, os especialistas, que, “com o ajustamento do sector do jogo, os efeitos positivos são maiores que os negativos, pelo que o Governo deve manter a atenção na vida da população e manter os benefícios da população”. Outros temas, tais como o trânsito e o planeamento e gestão das áreas marítimas sob a jurisdição da RAEM, foram também debatidos.

5 Nov 2015

Suncity prevê melhorias no negócio das salas VIP

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] director-geral do grupo Suncity, Alvin Chau, considera que as receitas do Jogo no próximo ano não vão ser piores do que as registadas este ano, defendendo que o negócio das salas VIP poderá voltar a ser estável a curto prazo. Ao jornal Exmoo News, Alvin Chau considerou que as empresas que tenham apenas jogo não correspondem ao desenvolvimento de Macau, tendo afirmado que o grupo Suncity vai seguir a tendência do sector de aposta em produtos turísticos diversificados.

5 Nov 2015

Mar do Sul da China | Impasse em encontro de chefes da Defesa da Ásia-Pacífico

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Mar do Sul da China está a criar um impasse no encontro dos chefes da Defesa da Ásia-Pacífico, com Pequim a pressionar para o tema ser excluído do comunicado conjunto, revelou ontem um dirigente norte-americano.
Os ministros da Defesa dos dez países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e os seus parceiros regionais estão em Kuala Lumpur para o encontro anual da organização, mas fonte norte-americana disse que há dúvidas quanto à realização da cerimónia de assinatura de acordos.
Washington e Pequim entraram em conflito devido à construção, por parte da China, de ilhas artificiais no Mar do Sul da China e à presença de navios de guerra norte-americanos na zona, na semana passada.
A China reivindica quase todo o mar e rejeita “interferência” exterior nas suas actividades na zona e disse não querer qualquer referência ao assunto na declaração final do encontro dos ministros da Defesa da ASEAN.
“Compreensivelmente, vários países da ASEAN acharam que isso era inapropriado”, disse o dirigente norte-americano, sob condição de anonimato, citado pela AFP. “[Esta situação] reflecte a divisão que a reivindicação e militarização da China sobre o Mar do Sul da China causam na região”, acrescentou.
Washington tem dito repetidamente que não reconhece as reivindicações da China sobre as águas em torno das ilhas artificiais.
Na semana passada, o contratorpedeiro lança-mísseis USS Lassen, da Marinha dos Estados Unidos, navegou a menos de 12 milhas das ilhas artificiais.
O gesto irritou Pequim, que convocou o embaixador norte-americano e avisou que o Governo chinês “defenderá resolutamente a sua soberania territorial e os seus interesses marítimos”.

5 Nov 2015

Crescimento anual na China não ficará abaixo dos 6,5% até 2020

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China pode manter um crescimento económico anual de cerca de 7% ao longo dos próximos cinco anos mas há incertezas que permanecem, incluindo o fraco comércio global e o alto nível de endividamento doméstico, disse o Presidente, Xi Jinping, segundo a agência de notícias estatal Xinhua esta terça-feira.
O crescimento anual não ficará abaixo de 6,5% nos próximos cinco anos para o país alcançar a meta de dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) e o rendimento per capita de 2010 até 2020, disse Xi, segundo a Xinhua.
“É possível para a economia da China manter o crescimento de cerca de 7% no futuro, mas também enfrentamos mais incertezas”, disse Xi, afirmando que as principais instituições de investigação nacionais e estrangeiras acreditam que o potencial de crescimento do país pode ficar entre 6% e 7% no período de 2016 a 2020.
O comércio global deve permanecer fraco e o crescimento do consumo e investimento da China pode desacelerar, e ainda podem haver riscos de altos níveis de endividamento, disse Xi.
O desenvolvimento ao longo dos próximos cinco anos não deve focar-se apenas no ritmo do crescimento, mas também na qualidade e no volume, disse Xi, explicando uma proposta para o 13º plano quinquenal do país, um projecto de desenvolvimento económico e social para o período de 2016 até 2020.

Meta esperada

O primeiro-ministro, Li Keqiang, disse que a China precisa de crescimento anual de ao menos 6,53% nos próximos cinco anos.
Os investidores estão à espera do anúncio de uma meta de crescimento económico para os próximos cinco anos. Um documento divulgado após reunião do Partido Comunista que discutiu o plano quinquenal afirmou que a China procura manter a economia num crescimento a “uma taxa de média a alta”.
As autoridades podem enfrentar mais desafios para decidir a meta de crescimento de longo prazo dadas as incertezas na economia global e sinais de fraqueza na procura doméstica, disseram fontes envolvidas nas discussões.
A meta de crescimento precisa da aprovação do Parlamento quando este se reunir em Março.
O crescimento chinês caiu para 6,9% no terceiro trimestre, o mais fraco desde a crise financeira global, afectado em parte pelo enfraquecimento dos investimentos e levando o banco central a cortar as taxas de juros novamente.

5 Nov 2015

Filipinas | Grupo islâmico pede 57 ME para libertar reféns

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m grupo islâmico das Filipinas exige mil milhões de pesos (19 milhões de euros) por cada um dos reféns estrangeiros, dois canadianos e um norueguês, sequestrados há seis semanas, num total de 57 milhões de euros, segundo um vídeo.
Neste vídeo divulgado pelo grupo SITE, de monitorização de ‘jihadistas’, baseado nos Estados Unidos, os sequestradores com máscaras identificam-se como membros do grupo Abu Sayyaf, listado nos Estados Unidos da América como terrorista e conhecido por vários raptos e atentados à bomba.
Os turistas canadianos John Ridsdel e Robert Hall, o gestor norueguês de um ‘resort’, Kjartan Sekkingstad, e a filipina Marites Flor foram levados de iates numa marina no sul das Filipinas a 21 de Setembro.
As autoridades filipinas dizem não saber onde estão os reféns, mas analistas de segurança indicam ser provável que se encontrem na ilha de Jolo, um bastião do Abu Sayyaf, a cerca de mil quilómetros de Manila.

Escondidos na selva

No vídeo, os três estrangeiros, rodeados por homens armados num cenário de selva, disseram que o preço para serem libertados era de mil milhões de pesos por cada um. Flor, que é namorada de Hall, não falou.
Acredita-se que o grupo tenha também cativos outros três estrangeiros, dois malaios e um holandês, de acordo com o exército.
Um italiano foi raptado do seu restaurante na cidade de Dipolog, no mês passado, mas as autoridades não confirmaram que tenha sido levado pelo Abu Sayyaf.
Um sul-coreano de 74 anos, sequestrado em Janeiro, foi encontrado morto em Jolo no fim de semana. O exército acredita que os ‘jihadistas’ o abandonaram depois de morrer com uma “doença grave”.
O Governo filipino mantém a sua política de não pagar resgates, mas é frequente que os familiares dos reféns o façam.
Em Outubro do ano passado, o Abu Sayyaf disse ter recebido 4,8 milhões de euros em troca de dois reféns alemães que mantive cativos durante seis meses.

5 Nov 2015

Violoncelo Stradivarius “Chevillard-Rei de Portugal” estrela em concerto solidário da Gulbenkian

Michel Reis

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] violoncelo Stradivarius Chevillard-Rei de Portugal, datado de 1725 e classificado como Tesouro Nacional, é uma das jóias da coroa do espólio do Museu Nacional da Música, em Portugal, tendo pertencido a S. M. o Rei Dom Luís I (1838-1889) e sendo o único instrumento de arco em Portugal com a assinatura do famoso construtor italiano de instrumentos musicais Antonio Stradivari (1644-1737).
Construído em 1725, quando Stradivari tinha 81 anos, foi primeiramente conhecido por Violoncelo Chevillard, por ter pertencido ao famoso violoncelista belga Pierre Chevillard (1811-1877) e foi posteriormente propriedade de um dos irmãos da família de luthiers franceses Vuillaume, que o vendeu ao Rei Dom Luís em 1878 por 20,000 francos. O Chevillard – Rei de Portugal tem a famosa forma “B”, a mais célebre entre as diferentes formas utilizadas por Antonio Stradivari na construção de instrumentos de arco, sendo o último construído segundo esta forma. Esta forma foi utilizada de 1707 a 1726, o período de ouro do construtor. Contudo, não estando o instrumento certificado, atribuem-no alguns a Jean-Baptiste Vuillaume (1798-1875), que imitava Stradivari com perfeição extrema. Restam hoje apenas 25 violoncelos deste tipo em todo o mundo, entre os quais o “Davidoff” (1712) , actualmente emprestado a Yo-Yo Ma, o “Duport” (1711), que pertenceu a Mstislav Rostropovich e é hoje propriedade dos seus herdeiros, o “Piatti” (1720), que pertence ao violoncelista mexicano Carlos Prieto, o “Mara” (1711), que pertence ao violoncelista austríaco Heinrich Schiff e o “Batta” (1714), que pertenceu ao violoncelista russo-americano Grigor Piatigorsky.
É conhecido o interesse que o Rei Dom Luís tinha pela música. Como compositor, deixou-nos algumas obras musicais: uma Barcarola, uma Missa (a parte de violoncelo), cinco valsas e uma Avé Maria, que o próprio Rossini elogia, pelo que não raras vezes comporá obras dedicadas a Dom Luís. Parte do seu acervo instrumental encontra-se hoje, no Museu Nacional da Música. São de realçar o violoncelo Stradivarius e um piano que pertenceu a Franz Liszt.
O valioso instrumento saiu há pouco tempo do Museu Nacional da Música para ser tocado pelo violoncelista russo Pavel Gomziakov num concerto de solidariedade para com a Plataforma de Apoio aos Refugiados, intitulado Música por uma Causa, realizado no passado dia 18 de Outubro, no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, no qual o violoncelista, juntamente com a Orquestra Gulbenkian, tocou a Suite Nº 2 em Ré menor de Johann Sebastian Bach e o Concerto para Violoncelo e Orquestra em Dó Maior de Joseph Haydn, sob a direcção de Michel Corboz. O concerto, que esgotou a lotação do auditório, obteve uma receita de 24 mil euros.
A saída do instrumento, avaliado em vários milhões de euros, do Museu Nacional da Música, esteve relacionada com a sua descoberta por Gomziakov, que esteve em Lisboa anteriormente para tocá-lo num concerto realizado no Museu da Música. Ficou tão emocionado com o som do instrumento, que pediu ao Museu para usá-lo numa gravação na Fundação Calouste Gulbenkian, com a orquestra da Fundação, do referido Concerto para Violoncelo de Haydn, que integra a sua próxima gravação discográfica dedicada a Haydn, da editora Onyx, a ser lançada no início de 2016.
Depois da primeira saída, Pavel Gomziakov pediu também ao Museu da Música para usar o violoncelo Stradivarius no concerto solidário da Gulbenkian, o que só foi possível com o apoio de mecenas do Museu Nacional da Música como a Lusitânia Seguros, visto que o valor do seguro é bastante elevado e a peça precisa de medidas de segurança muito especiais. Tratou-se da segunda saída, em poucos meses, de um instrumento que não foi tocado fora do museu desde que ingressou nas colecções que o viriam a constituir, em 1937, e que é um dos 11 tesouros nacionais que o museu tem à sua guarda.
Crê-se existirem ainda hoje em dia entre 630 a 650 violinos, violas e violoncelos construídos por Antonio Stradivarius, 512 dos quais são violinos.
Tivemos muito recentemente oportunidade de ter em Macau o agrupamento de origem suíça Stradivari Quartett, que realizou dois concertos integrados no XXIX Festival Internacional de Música de Macau, nos quais o público pôde ouvir os fabulosos Stradivarius “Aurea” (violino, 1715), “King George” (violino, 1710), que pertenceu ao Rei Jorge III de Inglaterra, “Gibson” (viola, 1734) e o “Bonamy Dobree – Suggia”, que pertenceu à famosa violoncelista portuguesa Guilhermina Suggia (1885-1950).

5 Nov 2015

ONU promete reformas após escândalo de corrupção

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] ONU comprometeu-se ontem a aplicar reformas no funcionamento do gabinete do presidente da Assembleia-geral, numa reacção ao escândalo de corrupção que está a envolver um ex-presidente daquele órgão plenário das Nações Unidas.
John Ashe, diplomata oriundo de Antígua e Barbuda e ex-presidente da Assembleia-geral das Nações Unidas entre Setembro de 2013 e Setembro de 2014, foi recentemente acusado pelas autoridades norte-americanas da prática de crimes de corrupção.
O ex-presidente da Assembleia-geral da ONU enfrenta duas acusações por delitos fiscais, após ter alegadamente recebido mais de um milhão de dólares de subornos de empresários chineses.
“A Assembleia deve tirar conclusões deste incidente e agir de forma decisiva”, afirmou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, num discurso diante daquele órgão.
Ban Ki-moon, que insistiu que as Nações Unidas não podem tolerar a corrupção, defendeu que os Estados-membros da organização devem “melhorar” o funcionamento do gabinete do presidente da Assembleia-geral para tornar aquela estrutura mais organizada, transparente e responsável.
“Isso é o essencial”, afirmou o secretário-geral, nomeando as várias medidas que a organização internacional está a colocar em prática para responder ao caso de John Ashe.
Entre essas medidas, Ban Ki-moon destacou a auditoria interna que está a ser realizada para estudar as relações entre a ONU e as organizações envolvidas no escândalo, mas também a criação de um grupo de trabalho para analisar o financiamento e os contratos realizados pelo gabinete do presidente da Assembleia-geral e, posteriormente, para propor melhorias.
O secretário-geral recordou, porém, que as possíveis reformas e decisões também passam pelos 193 países que têm assento naquele órgão plenário das Nações Unidas.

No mesmo tom

O actual presidente da Assembleia-geral, o dinamarquês Mogens Lykketoft, também se manifestou favorável a uma melhoria do funcionamento daquele órgão e defendeu uma avaliação de diversos aspectos, como é o caso da independência financeira e da transparência da instituição.
Mogens Lykketoft nomeou, por exemplo, a importância de clarificar os aspectos que envolvem as viagens dos presidentes da Assembleia-geral e quem paga essas deslocações.
Neste sentido, e com o objectivo de reforçar a transparência, Mogens Lykketoft anunciou ontem a criação de uma página na Internet na qual serão publicadas informações sobre o funcionamento do gabinete do presidente da Assembleia-geral.
Tanto Ban Ki-moon como Mogens Lykketoft garantiram que a ONU vai cooperar plenamente com as autoridades norte-americanas para tentar esclarecer o alegado caso de corrupção, cuja investigação está a ser conduzida pelo Ministério Público federal de Manhattan, Nova Iorque.
Até ao momento, segundo Lykketoft, a Assembleia-geral da ONU não foi contactada para colaborar na investigação.
John Ashe foi detido em 6 de Outubro, mas no passado dia 26 de Outubro um tribunal de Nova Iorque aceitou que o ex-presidente da Assembleia-geral das Nações Unidas ficasse em prisão domiciliária.
O diplomata conseguiu reunir o montante necessário para o pagamento de uma caução de um milhão de dólares e vai permanecer em prisão domiciliária, vigiado por pulseira electrónica.
No âmbito do mesmo caso também foram detidas outras cinco pessoas, incluindo um multimilionário chinês empresário da construção civil, Ng Lap Seng, suspeito de estar no centro do escândalo e de pagar subornos a Ashe para impulsionar a construção de um centro de conferências da ONU em Macau.
 

5 Nov 2015

Saúde | Protocolo de contingência em grande escala assinado

Foi ontem assinado um protocolo que em caso de emergência de saúde em grande escala irá permitir a Hong Kong, Macau e China unirem-se e trabalharem em conjunto. O momento foi marcado na 14ª reunião conjunta, em que Lei Chin Ion afirmou, ainda, que é preciso ter cuidado com o regulamento de transplante e registo de órgãos

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]acau, Hong Kong e China assinaram, ontem, um protocolo na área da pública que pretende criar um mecanismo de contingência, em grande escala. “O âmbito da cooperação abrange a comunicação em caso de emergências de saúde de grande escala e surtos de doenças transmissíveis; coordenações e cooperações conjuntas em resposta à emergência; cooperações e intercâmbios nas áreas técnicas e formativas assim como nas investigações científicas nesse âmbito”, apontou o director dos Serviços de Saúde de Macau, Lei Chin Ion, à Rádio Macau, durante a conferência de imprensa da 14ª reunião conjunta.
Em cima da mesa estiveram ainda temas como a prevenção e controlo de doenças transmissíveis, os cuidados de saúde comunitários, o controlo do tabagismo, o fomento da medicina tradicional chinesa e a medicina convencional, discutidos pelas entidades de saúde de cada região.
As autoridades garantiram assim o compromisso de entreajuda para a formação de profissionais, tendo Lei Chin Ion garantido o recrutamento de mais cem enfermeiros este ano.

Órgão em cima da mesa

Questionado sobre a regulação do transplante e registo de órgãos, Lei Chin Ion explicou que o assunto continuará a ser discutido pela Comissão de Ética para as Ciências da Vida.
“Sabemos que o transplante de órgãos tem de ser um regime muito bem formulado, muito bem apresentado para regularizar todas as situações a fim de evitar o aparecimento de irregularidades. Por isso, temos de ter muita cautela e prudência na sua elaboração”, afirmou o director dos Serviços de Saúde, à rádio, admitindo que este é um assunto muito sensível para a comunidade chinesa e por isso é preciso ter cuidado na forma da sua regulamentação.
“Já conseguimos um consenso e vamos agora preparar um projecto para que os serviços jurídicos façam o diploma legal”, rematou.

4 Nov 2015

Lusofonia | Nasce nova editora da diáspora na Alemanha

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] cidade alemã de Dortmund é agora sede para a Oxalá, uma nova editora da diáspora portuguesa. Fundada este mês, a Oxalá apresenta-se como sendo um refúgio e ponto de encontro da lusofonia para o mundo. “Os portugueses da diáspora são cinco milhões. Por detrás da vida de cada emigrante existe uma história de aventura com adaptação a uma nova cultura, aprendizagem de uma língua, criação de famílias interculturais, nostalgia e sentimentos ambíguos em relação à pátria que os viu partir”, define a Oxalá no seu comunicado. O foco da empresa é a literatura da diáspora, mas está também disponível para publicar romance, ensaio, poesia, biografia, entre outros géneros. “A Oxalá Editora tem sede em Dortmund na Alemanha e age globalmente no mundo lusófono, tendo por detrás a ampla experiência editorial do Grupo Portugal Post Verlag”, esclarece a empresa. Os interessados deverão aceder ao website oficial da Oxalá, em www. oxalaeditora.de.

4 Nov 2015

Mar do Sul | EUA vão operar onde o direito internacional permitir

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s Forças Armadas dos EUA vão continuar a operar sempre e onde o direito internacional o permitir, incluindo no Mar do Sul da China, disse ontem um almirante em Pequim.
“As águas internacionais e o espaço aéreo pertencem a toda a gente e não estão sob o domínio de uma só nação”, afirmou o almirante Harry Harris, de acordo com o discurso preparado para o Stanford Center, na Universidade de Pequim.
“O nosso exército vai continuar a voar, navegar e operar sempre e onde quer que o direito internacional o permita. O Mar do Sul da China não é – e não será – uma excepção”, afirmou.
Harris é o chefe das forças dos Estados Unidos no Pacífico e as suas declarações públicas na capital chinesa marcam a tomada de posição de Washington em relação a uma via marítima considerada vital e onde Pequim está a transformar rochas e corais em ilhas artificiais com instalações para uso militar.
Pequim reivindica soberania sobre quase todo o mar, com base numa linha que surge nos mapas chineses desde 1940.
Washington tem dito repetidamente que não reconhece as reivindicações da China sobre as águas em torno das ilhas artificiais.
Na semana passada, o contratorpedeiro lança-mísseis USS Lassen, da Marinha dos Estados Unidos, navegou a menos de 12 milhas das ilhas artificiais.
O gesto irritou Pequim, que convocou o embaixador norte-americano e avisou que o Governo chinês “defenderá resolutamente a sua soberania territorial e os seus interesses marítimos”.
 

4 Nov 2015

Mais de 40% dos produtos vendidos ‘online’ são falsos ou de baixa qualidade

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m total de 41,3% dos produtos vendidos nos portais de comércio electrónico da China em 2014 eram falsos ou de baixa qualidade, segundo um relatório oficial apresentado à Assembleia Popular Nacional, citado ontem pelo jornal China Daily.
O documento revela também que as queixas dos consumidores chineses relacionadas com as vendas através da Internet quadruplicaram no ano passado em relação a 2013, chegando às 77.800, representando 92,3% do total das reclamações.
Segundo o mesmo documento, só 58,7% dos produtos investigados cumpriam com os padrões de qualidade e eram autênticos.
O relatório, elaborado para dar seguimento à aplicação da Lei de Protecção dos Direitos e Interesses dos Consumidores, foi apresentado na segunda-feira numa reunião da comissão permanente da Assembleia Popular Nacional (APN) da China.
“Ignorar os direitos dos consumidores e vender falsificações são elementos notórios da indústria de comércio online”, disse Yan Junqi, vice-presidente da comissão permanente da APN, em declarações citadas pelo China Daily.
A investigação evidenciou algumas das falhas de um sector em expansão, que no ano passado aumentou as suas vendas em mais de 40% e facturou 2,8 biliões de yuan.
 

4 Nov 2015

Air China começa a voar para Cuba em Dezembro

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] companhia aérea Air China iniciará voos para Cuba a partir do próximo dia 27 de Dezembro, naquela que será a primeira ligação aérea entre o país asiático e a região do Caribe, avançou ontem a imprensa estatal. O Boeing 777 fará a nova rota, que liga Pequim a Havana, três vezes por semana, com uma escala em Montreal, no Canadá. O turismo é a segunda maior fonte de receitas da economia cubana e só no primeiro semestre de 2015 facturou 1.700 milhões de dólares, segundo dados oficiais. Em 2014, 109 milhões de chineses viajaram para fora da China Continental, transformando o país no maior emissor mundial de turistas, à frente dos Estados Unidos da América. No mesmo período, 113.200 chineses visitaram Portugal – o dobro de há dois anos – e gastaram 54 milhões de euros, quase 20 milhões a mais do que em 2013.
 

4 Nov 2015

Corrupção | Mais um alto quadro do PCC condenado

[dropcap style=’circle]L[/dropcap]i Chongxi, um antigo aliado de Zhou Yongkang, o mais alto líder da China condenado desde a fundação da República Popular, em 1949, foi condenado a 12 anos de prisão por corrupção.
O ex-presidente da Conferência Consultiva Política da província de Sichuan, no sudoeste da China, começou a ser investigado no ano passado, juntamente com outros altos quadros do Partido Comunista Chinês (PCC) vistos como próximos de Zhou.
Segundo a sentença do tribunal, Li recebeu subornos no valor de 11,1 milhões de yuan e todos os seus activos pessoais foram confiscados, noticiou a imprensa estatal. lichongxi_net
Li foi conselheiro de Zhou, ex-membro do Comité Permanente do Politburo do PCC, a cúpula do poder na China, onde tutelava o aparelho de segurança do país, incluindo polícias, tribunais e serviços de informação.
Nos últimos meses, vários aliados de Zhou foram detidos ou condenados, entre os quais Wang Tianpu, ex-presidente da petrolífera chinesa Sinopec, e Jiang Jiemin, ex-responsável pela supervisão das empresas estatais chinesas.

Outros ramos

Ontem, a comissão de disciplina do PCC expulsou do partido e do exército dois altos cargos militares, Zhang Genheng e Li Wenli, confirmando o alargamento da campanha anti-corrupção às forças armadas, até há pouco vistas como intocáveis.
Zhang era o chefe do regimento fronteiriço do exército chinês em Xinjiang, uma das províncias chinesas mais susceptíveis ao separatismo e frequente palco de incidentes violentos entre a minoria étnica muçulmana uiguir e o principal grupo étnico chinês han.
Li era o director do departamento militar do Gabinete de Segurança Pública na Mongólia Interior, noroeste do país.
Desde que subiu ao poder, em 2012, o actual líder chinês Xi Jinping prometeu “combater tanto as moscas como os tigres”, numa alusão aos altos quadros do PCC que durante muito tempo pareciam agir com total impunidade.
 

4 Nov 2015

Macau, Um Visão Metafísica

POR AURELIO PORFIRI

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]m mais do que uma ocasião tive oportunidade de falar sobre a minha visão de Macau. É evidente que tenho uma ligação a esta cidade, mesmo que algumas pessoas pensem que o meu olhar crítico revela ingratidão ou quaisquer outras razões insondáveis. Todos temos o direito de opinião, mesmo que essa opinião não tenha uma aparente ligação a factos concretos.
Na verdade, tenho uma teoria sobre Macau: esta cidade deve ser entendida, não do ponto de vista materialista, mas do ponto de vista metafísico. E com isto quero dizer exactamente o quê? A Enciclopédia Filosófica Routledge apresenta a seguinte definição de Metafísica:
“A Metafísica é uma disciplina da Filosofia. Possui um campo de estudo alargado e caracteriza-se por duas análises fundamentais. A primeira pretende levar a cabo uma investigação, o mais detalhada possível, sobre a natureza da Realidade: haverá princípios que se possam aplicar de forma constante ao Real, a tudo o que existe? – se nos abstrairmos da natureza particular de todas as coisas que as distinguem umas das outras o que é que podemos ficar a saber sobre cada uma, baseando-nos apenas no facto da sua mera existência?

THE LAST EMPEROR, director Bernardo Bertolucci on set, 1987, (c) Columbia
THE LAST EMPEROR, director Bernardo Bertolucci on set, 1987, (c) Columbia

A segunda análise pretende revelar a essência do Real, dando frequentemente respostas que contrastam vivamente com o nosso entendimento empírico do mundo. Entendida em função destas duas questões, a Metafísica relaciona-se de perto com a Ontologia, que se interroga sobre a questão da natureza da existência (do Ser) e também sobre as diferenças fundamentais entre todos os seres.”
E em que sentido é que esta definição se aplica a Macau? No sentido em que, para entender a estrutura profunda de uma entidade, é necessário ir além da experiência do dia a dia; no caso de Macau a estrutura mais profunda é o conceito platónico de fusão entre o Oriente e o Ocidente, que efectivamente permanece mais como uma ideia metafísica do que como uma realidade palpável.
Muito poucas pessoas que tenham vivido em Macau poderão afirmar que este encontro de culturas se realizou em pleno, existem demasiadas diferenças de perspectiva sobre a vida, para permitir que uma fusão cultural seja bem sucedida. Não nos podemos esquecer que, quando os ocidentais vieram inicialmente para Macau tinham dois objectivos em mente: fazer negócio e converter as pessoas ao Catolicismo. Nenhum destes propósitos requer um encontro com a população e com a cultura local numa base de igualdade. Se os missionários quiseram converter a população à mensagem de Jesus foi porque acreditavam que esta mensagem salvadora podia proporcionar o que nenhuma outra cultura, fora do cristianismo, podia. Isto não quer dizer que depreciassem outras culturas. É sabido que missionários como Matteo Ricci, ou Alessandro Valignano, tentaram compreender a cultura chinesa. Mas, em última análise, o objectivo era a evangelização da população chinesa.
Ver Macau como um local onde o Ocidente e o Oriente se encontram é certamente uma ideia apelativa e, tenho a certeza que, em termos metafísicos, é muito interessante e com potencial para ser explorada. Mas, por favor, não usemos esta entidade metafísica para representar uma realidade que, nunca o foi, não o é, e pelo caminho que a cidade está a levar, provavelmente, nunca o será.

De Aurelio Porfiri

4 Nov 2015

Jogo | Receitas da SJM caíram 37,9% no terceiro trimestre

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Sociedade de Jogos de Macau (SJM) anunciou ontem receitas de 11,243 mil milhões de dólares de Hong Kong, menos 37,9% do que no mesmo período de 2014.
Num comunicado, a SJM, fundada por Stanley Ho e a operadora de jogo de Macau com mais mesas no território, revelou ainda que nos primeiros nove meses do ano teve receitas de 37,562 mil milhões de dólares de Hong Kong, menos 39,6% do que em 2014.
Já o EBITDA ajustado da SJM (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) no terceiro trimestre deste ano (Julho a Setembro) baixou 49,5%, em comparação com o período homólogo de 2014, situando-se nos 884 milhões de dólares de Hong Kong.
No mesmo comunicado, o grupo disse que as receitas do terceiro trimestre lhe deram 21,3% do mercado do jogo em casino de Macau, quando no mesmo período de 2014 tinha 22,5%.

Contra o pessimismo

O presidente do Conselho de Administração da SJM, Ambrose So, citado no mesmo comunicado, disse que num momento de “condições desafiantes” para o jogo de Macau, em que as receitas dos casinos do território registam quedas há seis trimestres consecutivos (desde Junho de 2014), o grupo que lidera tem controlado custos e melhorado os serviços prestados aos clientes.
“Continuamos optimistas em relação ao futuro”, disse ainda Ambrose So, referindo a boa situação financeira da SJM, apesar das quedas das receitas, e que o grupo mantém o propósito de concluir o “Lisboa Palace”, o seu primeiro ‘resort’ no COTAI (a zona de casinos de Macau situada nos aterros que agora unem as ilhas da Taipa e de Coloane), no prazo previsto, ou seja, em 2017. SJM
As receitas dos casinos em Macau, pilar da economia do território, registam quedas mensais homólogas consecutivas desde Junho de 2014, tendo em Setembro descido para níveis de há cinco anos (17,13 mil milhões de patacas, cerca de 1,91 mil milhões de euros).
Em Outubro, manteve-se a tendência de queda, mas a descida homóloga de 28,4% nas receitas brutas dos casinos foi a de menor dimensão desde Fevereiro.
Por outro lado, as receitas brutas dos casinos voltaram em Outubro a superar a fasquia dos 20 mil milhões de patacas, barreira que levou o Governo da região a adoptar medidas de austeridade (cortes em despesas da Administração) que entraram em vigor a 1 de Setembro.
Lusa

4 Nov 2015

Níveis de poluição em Pequim caíram mais de 20%

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s níveis de poluição em Pequim caíram mais de 20% nos primeiros dez meses de 2015, em termos homólogos, avançou ontem a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. A densidade de PM 2.5 – as partículas mais pequenas e susceptíveis de se infiltrarem nos pulmões – diminuiu 21,8%, enquanto a densidade de PM 10 – dióxido de enxofre e dióxido de nitrogénio – caiu 21%, escreve a Xinhua, citando o Gabinete Municipal de Protecção Ambiental. Segundo a mesma fonte, comparando com os primeiros nove meses do ano passado, houve mais 31 dias com boa qualidade do ar e menos 16 dias com níveis de poluição graves. O gabinete atribuiu as melhorias às medidas de controlo da poluição adoptadas pelo Governo chinês e condições climatéricas favoráveis. No ano passado, foram encerradas na capital chinesa duas centrais eléctricas a carvão e 315 empresas consideradas poluidoras, indica a Xinhua.

3 Nov 2015

Hollande | Apoio da China “é essencial” para um acordo na conferência de Paris

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Presidente francês, Francois Hollande, disse ontem que o apoio chinês “é essencial” para um acordo efectivo nas conversas climáticas das Nações Unidas (COP21), a serem realizadas no final deste mês, em Paris.
No arranque de uma visita de Estado de dois dias à China, Hollande afirmou que deseja “um acordo global e ambicioso, que limite o aquecimento global a um máximo de dois graus centígrados”.
“O apoio chinês é essencial”, disse Holland, no município de Chongqing, no centro do país, acrescentando que “a luta contra o aquecimento global é uma questão humanitária – como poderá o planeta ser preservado – e um assunto de considerável importância económica, o chamado crescimento ‘verde'”. hollande
A China, o maior emissor de gases poluentes do mundo, será um elemento chave nas negociações que arrancam a 30 de Novembro, numa altura em que países desenvolvidos e em desenvolvimento discutem qual das partes deverá assumir maior responsabilidade na redução das emissões.
As conversas terão paralisado em torno do mecanismo que acompanhará os compromissos dos 195 países envolvidos: a França defende um vínculo jurídico, revisto a cada cinco anos, (ver caixa) enquanto a China excluiu qualquer tipo de sistema punitivo.
Pequim, que terá alegadamente dificultado as negociações durante a conferência de Copenhaga em 2009, já prometeu que as suas emissões de carbono vão atingir o pico máximo “por volta de 2030”.

Mais uma viagem

Esta é a segunda visita de um chefe de Estado europeu à China no espaço de uma semana, depois de a chanceler alemã, Angela Markel, ter concluído na sexta-feira passada uma deslocação de quatro dias ao país.
No mês passado, China e Reino Unido firmaram acordos no valor de 40 mil milhões de libras, durante a primeira visita de Estado do Presidente chinês, Xi Jinping, a Londres.
O segundo e último dia da visita será dedicado à cooperação entre as empresas dos dois países, com um fórum inaugurado pelo primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.
A China é o segundo maior parceiro comercial da França. Em média, as transacções comerciais diárias entre as duas nações somam 160 milhões de euros.
A França é o terceiro destino do investimento chinês na Europa, a seguir ao Reino Unido e Alemanha. Portugal disputa o quarto lugar com a Itália.
“Comparando com a recepção dos líderes da Alemanha e França ao Dalai Lama, apesar dos protestos chineses, em 2007 e 2008, as coisas mudaram dramaticamente, já que a China agora tem a iniciativa nas relações sino-europeias”, escreveu um jornal do Partido Comunista Chinês (PCC) na semana passada.
Em editorial, o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC, defende que “a China devia procurar uma interacção mais benéfica com a Europa”, argumentando que os laços com o continente europeu podem “contrabalançar as restrições impostas pela aliança EUA-Japão”.

Acordo vinculativo

A China e a França concordaram “estabelecer um acordo ambicioso e juridicamente vinculativo” na conferência de Paris sobre o clima, acompanhado de mecanismos de verificação dos compromissos esperados, indica uma declaração conjunta dos presidentes chinês e francês. Estes compromissos deverão ser alvo de uma “revisão completa todos os cinco anos”, refere a declaração conjunta divulgada à imprensa, em Pequim, por Xi Jinping e François Hollande, que sublinharam a sua “determinação em trabalhar em conjunto” para o êxito da conferência. Pequim e Paris declaram-se “favoráveis à realização de uma revisão completa todos os cinco anos sobre os progressos alcançados” e sublinham a necessidade de um “sistema de transparência melhorado para reforçar a confiança mútua”. O Presidente chinês considerou que esta declaração comum, composta por 21 pontos, demonstra “o compromisso comum de tornar a conferência de Paris um êxito”. François Hollande afirmou tratar-se de “um passo maior” para um acordo na COP21. “Com esta declaração, estabelecemos as condições que nos permitem antever um êxito”, disse Hollande, sublinhando que “a partir de agora é possível um acordo” em Paris.

3 Nov 2015

Pequim quer crescimento económico médio anual de “pelo menos 6,5%”

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China espera atingir um crescimento económico médio anual de “pelo menos 6,5%”, até 2020, disse o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, na primeira alusão do género desde que a liderança do país se reuniu na semana passada.
“Propomos uma meta que permita criar uma sociedade moderadamente próspera até 2020, o que exige um crescimento médio anual de pelo menos 6,5% ao longo dos próximos cinco anos”, afirmou Li, citado pela imprensa estatal.
A liderança chinesa está a encetar uma transição no modelo de crescimento do país, visando maior ênfase no consumo doméstico, em detrimento das exportações e investimento, que asseguraram três décadas de trepidante, mas “insustentável”, crescimento económico.
Na semana passada, o Comité Central do Partido Comunista Chinês, a cúpula do poder na China, definiu um “crescimento económico médio alto” como a meta para os próximos cinco anos e a partir de 2016.
O mesmo documento aponta como objectivo dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) e o PIB ‘per capita’ de ambos os residentes urbanos e rurais até 2020, face a 2010.
As decisões foram anunciadas após uma reunião de quatro dias à porta fechada, que serviu também para vaticinar o fim da política “um casal, um filho”, abolindo um rígido controlo da natalidade que durava desde 1980.
Em 2014, a economia chinesa cresceu 7,4%, o nível mais baixo das últimas duas décadas, enquanto no terceiro trimestre deste ano avançou 6,9%, o ritmo mais baixo desde o pico da crise financeira internacional, em 2009.

3 Nov 2015

China | Yang Jiechi diz que país assumirá maior responsabilidade global

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] conselheiro de Estado chinês, Yang Jiechi, o responsável máximo pelos Negócios Estrangeiros da China, disse ontem que o “gigante asiático” assumirá maiores responsabilidades políticas globais à medida que se desenvolve.
Yang, que falava num fórum com ex-líderes oriundos de vários países, sublinhou que a China trabalhará em conjunto com a comunidade internacional em questões como a luta contra o terrorismo, as alterações climáticas, ou epidemias globais.
“Também colaboraremos na resolução de assuntos pendentes como os da península Coreana, onde a China defende a desnuclearização”, afirmou o ex-ministro, que desde a ascensão ao poder do actual Presidente chinês Xi Jinping, em 2013, foi promovido a Conselheiro de Estado.
“A China procura uma relação estável e equilibrada com as grandes potências”, acrescentou, citado pela agência EFE, vincando os esforços em prol de uma nova relação mais cooperante com os Estados Unidos e parceiras estratégias com a Rússia e a União Europeia.
Segundo Yang, a ascensão da China na política e economia internacionais, “trará novas possibilidades a estes e outros actores”.
“Nos próximos cinco anos, e ao abrigo do 13.º plano quinquenal (2016-2020), a China fará transacções comerciais com outros países do mundo no valor total de dois biliões de dólares, investirá 500.000 milhões no exterior e 500 milhões de chineses farão turismo fora do país”, disse.
Políticos e economistas de todo o mundo reúnem até hoje na II conferência para a compreensão da China, com que Pequim procura divulgar a sua visão sobre o seu próprio desenvolvimento político e económico e o seu impacto global.

3 Nov 2015

Síria | Pequim insiste em procura de uma solução política

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China insistiu domingo na sua posição de que “uma solução política” é a única saída para o conflito na Síria que dura há quatro anos e que já causou mais de 250 mil mortos.
“A China sempre esteve comprometida com uma solução política para a questão síria”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Hua Chunying, em comunicado.
O Governo de Pequim “continua disposto para continuar a trabalhar com a comunidade internacional em busca de consenso”, e mais ainda depois da reunião que decorreu na capital austríaca a qual na perspectiva da China teve resultados positivos, refere a nota. 1377622268985-guerra-siria
No encontro em Viena estiveram presentes os actores internacionais envolvidos no conflito, como os principais aliados do Presidente sírio, Bashar al-Assad, Rússia e Irão, e os seus principais adversários, Estados Unidos, Arábia Saudita e Turquia.
Cerca de vinte países fizeram representar-se na reunião, assim como a União Europeia e a ONU, com o desafio de formular um plano aceitável tanto para o Governo sírio como para as milícias opositoras apoiadas pelos Estados Unidos e seus aliados árabes.
Os grandes ausentes na reunião são as próprias partes que se enfrentam na guerra Síria, tanto Al-Assad como as diferentes facções opositoras.

Nova fase

Ao fim de oito horas de intensos debates, em que a China também participou, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, declarou aos jornalistas o “começo de um novo processo diplomático”.
O chefe da diplomacia norte-americana disse que Washington continua a acreditar que a saída do poder de Assad irá facilitar o caminho para um acordo que determine o fim da guerra civil na Síria, bem como irá ajudar na luta contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI).
As 19 delegações estrangeiras presentes em Viena acordaram voltar a reunir-se daqui a duas semanas para uma nova ronda de conversações.
O conflito na Síria teve início em Março de 2011 e já deixou mais de 250 mil mortos e 13 milhões de refugiados, numa onda de deslocados sem precedentes desde a II Guerra Mundial, segundo dados da ONU.

3 Nov 2015

Notas Sobre o Método do Pincel «Bifa Ji»

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] pintor divino (ou inspirado) não faz nenhum esforço mas alcança as formas espontaneamente ao seguir as transformações da natureza. O pintor maravilhoso penetra com o seu pensamento a natureza de tudo no céu e na terra; e assim as coisas escorrem do seu pincel de acordo com a verdade do motivo. O pintor original (ou espantoso) desenha vastas linhas que não estão de acordo com a verdade do motivo; as coisas que ele faz são estranhas e fantásticas e bastante desajustadas. Este é o resultado de trabalhar com o pincel sem pensar. O pintor hábil esculpe e reúne pedaços de beleza que, cada um, parece estar de acordo com os grandes princípios. Ele força o desenho e trabalha de uma maneira extremamente exagerada. Deve ser dito que a realidade não é suficiente para ele, de tal modo faz alarde de tantos floreados. 20151023140418_001-cópia
Há quatro aspectos no trabalho do pincel, são os chamados; músculos, carne, ossos e espírito. As pinceladas curtas e cortadas são chamadas músculos; as pinceladas que sobem e descem e compõem a realidade são designadas de carne; as que são firmes e directas do princípio ao fim, são chamadas de ossos, enquanto as linhas que são invencíveis (nunca se partem) podem ser chamadas de espírito vital. Daqui pode deduzir-se que a tinta é um assunto fundamental; se se perde o corpo da tinta (i. e. se o tom é demasiado leve), o espírito é derrotado, os músculos morrem e não há carne. Quando as linhas são cortadas, não há músculos, apenas uma aparência descuidada e nada de ossos.

de Jing Hao

3 Nov 2015

Tachos de lata

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]m 2011, Passos Coelho prometia não levar para o Governo “amigos, colegas ou parentes, mas sim os mais competentes”. Já depois de convocadas as eleições de 2015, o Governo PSD/CDS contornou as suas próprias regras e nomeou centenas de dirigentes para a Função Pública.
Em 2011, Passos Coelho prometia não levar para o Governo “amigos, colegas ou parentes, mas sim os mais competentes”. Para isso até criou a Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública (CReSAP). O leitor pode espantar-se, mas é esse mesmo Governo que acaba por fazer 14 nomeações definitivas para os Centros Distritais da Segurança Social, todas atribuídas a quadros do PSD e do CDS. E logo no Ministério de Mota Soares, campeão da demagogia anti-tacho.
O que é que aconteceu? Ao que parece, a incapacidade da CReSAP para realizar todos os concursos bastou para que fossem feitas várias nomeações de substituição, livres de quaisquer regras. Chegado o momento do concurso, esse tempo de substituição exercido nos cargos da Administração Pública contou como “experiência” no currículo destes militantes. tumblr_me1rofg5wQ1rovfcgo12_1280
Os cargos intermédios também estão fora do crivo da CReSAP. E por isso foi possível ao Governo, já depois de convocadas as eleições, contornar a suas próprias regras e nomear centenas de dirigentes para a Função Pública. Segundo consta, no Ministério da Defesa até foram criados novos cargos na semana anterior às legislativas.
Apesar de todo o seu moralismo e arrogância, Passos Coelho não cumpriu nada do que prometeu. Só a hipocrisia do discurso se tornou mais sofisticada.
A nomeação de fiéis do partido para lugares no Estado é uma forma de recompensa às tropas, mas não é só isso. Em áreas tão delicadas como a Segurança Social, o assalto às esferas de direcção possibilita a concretização de uma visão ideológica, sem escrutínio ou contestação. Por isso ninguém desafia ou denuncia, e por isso é tão difícil travar o desmantelamento dos serviços de protecção social ou a sua entrega a instituições privadas (também elas, muitas vezes, controladas pela Direita).
Saibamos separar o trigo do joio. A Administração Pública não se confunde com os “boys”, muitas vezes incompetentes, colocados pelos partidos nos cargos dirigentes. Além deles, existe o esforço dos seus trabalhadores. Funcionários e quadros que o Governo prometeu proteger para acabar com os tachos, vindo a fazer exactamente o contrário.

Mariana Mortágua, in Esquerda.net

3 Nov 2015