Hoje Macau BrevesAposta no Português agrada a Lionel Leong [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, considera que a aposta na formação de Língua Portuguesa é uma boa ideia. O Secretário reagia à sugestão avançado pelo deputado Mak Soi Kun durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa, durante a semana passada. Mak Soi Kun apontou a necessidade do Governo reforçar os seus quadros bilingues, de forma a melhorar a meta de diversificação da economia de Macau. Em resposta, Lionel Leong elogiou a sugestão e indicou ser “uma ideia excelente”. “Para ensinar o português, importamos mais professores de língua portuguesa que vai formar os nossos quadros. Isto pode ajudar a resolver as necessidades do desenvolvimento das diferentes indústrias”, indicou o Secretário.
Hoje Macau BrevesPME | Crédito reembolsado em quase 1,6 mil milhões [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] crédito concedido às pequenas e médias empresas (PME), no âmbito do Fundo de Desenvolvimento Comercial e Industrial, ultrapassou os dois mil milhões de patacas e já se registou um reembolso de 1,6 mil milhões. Os valores foram avançados na Assembleia Legislativa pelo director dos Serviços de Economia, Sou Tim Peng, que acompanhou o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, no debate das Linhas de Acção Governativa (LAG). Segundo o director, “o Fundo de Desenvolvimento Comercial e Industrial oferece planos de crédito às PME e já atribuímos 2,1 mil milhões de patacas e conseguimos reaver 1,6 mil milhões. Quanto ao plano de jovens empreendedores, já autorizámos 146 milhões – o reembolso foi superior a 40 milhões”. Sou Tim Peng falou, ainda, sobre a legislação relacionada com os direitos dos consumidores e explicou a opção de separar essa matéria do combate às irregularidades do mercado. “Nós pensámos em introduzir algumas medidas para combater as irregularidades no mercado. No entanto, o bem jurídico a regulamentar nos diplomas são diferentes e as entidades de execução da lei também são diferentes. Por isso, nós separámos as matérias em dois projectos de lei, um que é a defesa dos direitos dos consumidores e outro mais dedicado ao combate às irregularidades do mercado, nomeadamente a concorrência desleal, a formação de cartel para a prática de preços concertados, açambarcamento, etc. Já estamos a iniciar os trabalhos”.
Hoje Macau BrevesAlexis Tam avança com edifício de doenças infecto-contagiosas [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, confirmou que o Governo vai mesmo avançar com a construção do edifício de doenças infecto-contagiosas, sendo que para isso terá que demolir dois edifícios. O anúncio feito aos jornalistas chegou depois do aval do Conselho do Património Cultural. Segundo um comunicado, o Secretário confirmou que o edifício tem mesmo de ser construído ao lado do hospital público, para garantir o isolamento dos doentes infectados. Alexis Tam disse ainda que “com o objectivo de proteger a visão da Colina da Guia, a altura do edifício de doenças infecto-contagiosas já foi alterado e os trabalhos de arquitectura foram concluídos”. A construção do edifício deverá arrancar no próximo ano, sendo que está prevista a sua conclusão em 2018.
Hoje Macau SociedadeCEPA | China alarga facilidades de investimento de Macau [dropcap style=’circle’]R[/dropcap]epresentantes dos governos de Macau e da China continental assinaram no sábado um Acordo sobre Comércio de Serviços que alarga a liberalização a 153 sectores, facilitando o acesso ao mercado chinês, de acordo com uma nota oficial. A iniciativa decorreu no âmbito do Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre a China e Macau (CEPA). Segundo uma nota do gabinete do secretário para a Economia e Finanças, “a partir de 1 de Junho de 2016, 153 sectores do comércio de serviços de Macau serão liberalizados no interior da China”, sendo também acrescentadas 20 novas medidas de facilitação em áreas já liberalizadas. De acordo com o comunicado oficial, este acordo “é o primeiro a ser assinado” incluindo toda a China, na área da liberalização de comércio, sob um princípio de “tratamento nacional” a alguns sectores de serviços de Macau. O objectivo é diminuir gradualmente ou eliminar “medidas discriminatórias no domínio do comércio de serviços substancialmente existentes entre as duas partes”. Entre os sectores que vão beneficiar de tratamento nacional estão incluídos quatro novos liberalizados: serviços veterinários, serviços de transporte de passageiros, serviços de apoio ao transporte rodoviário e serviço desportivos. Nestes casos, explica a nota, as empresas de Macau gozam das mesmas condições de acesso ao mercado que as empresas da China. Vão ainda ser concedidas mais facilidades no acesso ao mercado a 28 sectores, incluindo serviços jurídicos, contabilidade, construção, bancários, entre outros. Após a implementação deste acordo, 153 sectores de serviços de Macau vão estar liberalizados na China, “representando 95,6% dos 160 sectores classificados segundo os critérios da Organização Mundial do Comércio”, indica a nota. Até ao final de Junho de 2015, o número de estabelecimentos industriais ou comerciais em nome individual instalados e registados por residentes de Macau na China atingiu 1.141 unidades, tendo estes estabelecimentos contratado 2.821 trabalhadores, envolvendo um capital social global de 83,25 milhões de yuans. Destas unidades, 825 são instaladas na província de Guangdong, cujo capital social global é de 57,21 milhões de yuans.
Hoje Macau SociedadeArbitragem não resolve problema de arrendatários desonestos [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]han Wa Keong, presidente da Associação de Investigação do Sistema Jurídico de Macau, afirma que é difícil resolver o problema dos “arrendatários desonestos” através de um sistema de arbitragem. Assim, sugeriu que o Governo aumente a multa compensatória. A advogada local Oriana Inácio Pun recomendou também ao Governo que se construa um painel específico para estudar esta matéria com o intuito de rever as cláusulas respeitantes ao despejo dos arrendatários, constante do Código Civil. Chan Wa Keong falava durante um seminário sobre legislação de arrendamento, que teve lugar na passada sexta-feira na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST). Durante o seminário, o representante opinou sobre a alteração ao Regime Jurídico de Arrendamento previsto no Código Civil, apresentada em meados de Novembro e aprovada pela AL. “Uma arbitragem não é comum em Macau e o Centro de Arbitragem de Administração Predial ainda não recebeu qualquer pedido ou caso desde a sua criação”, começou por dizer. “Os proprietários raramente pedem auxílio ao Centro quando enfrentam problemas relacionados com o arrendamento”, continuou o profissional. “Os proprietários conseguem forçar os arrendatários que não cumprem a lei a sair, mas o processo de despejo é bastante longo, podendo durar até dez anos”, exemplificou. Assim, sugeriu que os funcionários de justiça possam fazer o pedido directamente aos arrendatários. “Os funcionários podem entregar o despacho directamente quando este não estiver no imóvel e se isto for feito durante cinco dias sem resposta de volta, a polícia deve poder ser autorizada a forçar o despejo”, sublinha. Além disso, defende ser “muito difícil para os proprietários” não verem o seu dinheiro reposto. “O Governo deve implementar uma pena pesada, como por exemplo três ou quatro vezes o preço do aluguer para que os arrendatários sintam o efeito dissuasor”, defende. Já Oriana Pun fala da criação de um grupo específico de trabalho para lidar com estes assuntos, simultaneamente revendo a cláusula do Código Civil relativa ao despejo. “Embora o mecanismo de arbitragem consiga resolver o problema de arrendatário desonesto, é preciso discutir a melhor forma de empregar os serviços de arbitragem na resolução dos problemas. O mecanismo é bom para o uso residencial, mas não para o uso comercial”, criticou. Tomás Chio
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping admite que diminuir pobreza é “uma tarefa árdua” O Presidente chinês recomendou aos governantes locais das zonas menos desenvolvidas que considerem a redução da pobreza durante os próximos cinco anos como uma questão prioritária nas políticas regionais [dropcap style=’circle’]X[/dropcap]i Jinping, reconheceu que tirar da pobreza os 70 milhões de cidadãos que se calcula viverem nessa situação é ainda “uma tarefa árdua”, comprometendo-se a construir “uma sociedade moderadamente próspera” até 2020. “Nenhuma região ou indivíduo que viva na pobreza será deixado para trás”, disse Xi durante uma reunião do Conselho de Estado, no sábado, indicou ontem a agência oficial Xinhua. Xi apelou aos governantes locais, sobretudo os das regiões menos desenvolvidas, para que elevem a redução da pobreza a prioridade para os próximos cincos anos, e defendeu que os rendimentos dos agricultores das áreas mais desfavorecidas cresçam a um ritmo superior ao da média nacional nos próximos cinco anos. Por seu lado, o primeiro-ministro, Li Keqiang, também presente no encontro, defendeu a melhoria das infra-estruturas nas zonas rurais, incluindo estradas, acesso a água, electricidade e internet. Li propôs, como medida para tirar 10 milhões de chineses da pobreza até 2020, a aposta na relocalização, e sublinhou que os governos locais devem assegurar que as pessoas realojadas têm empregos estáveis no local de acolhimento. Os líderes manifestaram-se também a favor de um aumento do orçamento nacional para a educação nas áreas pobres, de modo a prestar mais serviços aos chamados “left-behind children” (crianças deixadas para trás), casos em que um ou dos pais se mudaram para outra zona do país em busca de emprego. Da desigualdade Na China ainda existem quase 70 milhões de menores separados dos seus pais, cerca de 30% da população infantil, segundo números da Unicef, um fenómeno que ganhou força em 1980 com o incentivo à industrialização do país e o aparecimento de novas oportunidades de emprego nas cidades. Xi assegurou que a despesa do Governo vai aumentar, bem como o investimento privado, as políticas fiscais preferenciais, os empréstimos e subsídios, entre outros incentivos financeiros para combater a pobreza. Nas últimas décadas a China conseguiu tirar 400 milhões de pessoas da pobreza graças ao seu rápido crescimento económico, uma situação que, no entanto, agravou o fosso entre ricos e pobres no país, que hoje tem um dos maiores índices de desigualdade do mundo. Após décadas de crescimento a dois dígitos, a China vive um momento de desaceleração económica que está a tentar aproveitar para implementar com um modelo mais sustentável, centrado no aumento da procura interna e não nas exportações e investimentos.
Hoje Macau China / ÁsiaYuan entra no clube das moedas fortes O FMI aprovou ontem a entrada da divisa chinesa na cesta de moedas usadas pela instituição. Muito vai mudar: na China e no mundo [dropcap style=’circle’]S[/dropcap]egunda maior economia do planeta e detentora da maior fatia do comércio global, a China conseguiu ontem uma vitória crucial no seu esforço de internacionalizar o yuan e transformá-lo em numa moeda da reserva global que possa desafiar a supremacia do dólar. Reunido em Washington, o Fundo Monetário Internacional (FMI) deve aprovar a inclusão do yuan na cesta de moedas utilizadas pela instituição em empréstimos de emergência como complemento às reservas dos seus países membros. A entrada do yuan no clube integrado pelo dólar, euro, libra esterlina e yen reflecte o crescente peso da China no comércio global e a expansão do uso do yuan em pagamentos internacionais. No ano passado, a China superou a União Europeia e respondeu pela maior fatia das exportações e importações mundiais, com 15,5%. Em 2014, a China aparecia em terceiro lugar no ranking, com 8,9%. Há três anos, o yuan era a 12.ª moeda mais usada em pagamentos globais, segundo dados da Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication (Swift), responsável pela rede que permite o envio de dados sobre movimentações financeiras entre instituições bancárias. Desde então, o yuan subiu sete posições e entrou no grupo das cinco moedas mais usadas em transacções internacionais. Com uma fatia de 2,45%, o yuan aparecia no mês passado atrás do yen (2,88%), da libra esterlina (9,02%), do euro (28,53%) e do dólar (43,27%). A decisão de ontem responderá a uma antiga aspiração chinesa, que esperava a entrada do yuan na cesta de moedas em 2010, quando foi realizada a última revisão da composição dos Direitos Especiais de Saque (SDR, na sigla em inglês), uma espécie de moeda internacional que pode ser usada para complementar as reservas dos membros do FMI. Com isso, os empréstimos de emergência desse tipo feitos pela instituição passarão a ter participação do yuan, em percentagem a definir. Além de elevar o estatuto da moeda chinesa, a mudança é importante pelas repercussões de longo prazo na economia do país. Para que o yuan entre no clube do SDR, o governo chinês comprometeu-se com uma série de reformas no seu sistema de câmbio e de transacções internacionais, com gradual liberalização das contas correntes e de capitais, na direcção de uma economia mais aberta e mais exposta às forças de mercado. Um desses ajustes foi a mudança no cálculo da cotação do yuan adoptada em Agosto, que levou à maior desvalorização da moeda desde 1994. Interpretado pelo mercado como um sinal de nervosismo das autoridades de Pequim em relação à desaceleração da economia do país, o movimento estava relacionado com exigência do FMI de um sistema de câmbio menos controlado. “A decisão do FMI fortalecerá os reformadores na China”, disse o economista David Dollar, que foi director do Banco Mundial na China de 2004 a 2009 e hoje está no Brookings Institution, em Washington. “É um sinal importante.” Em artigo publicado na revista Caixin no dia 10 de Novembro, o presidente do Banco do Povo da China, Zhou Xiaochuan, disse que as autoridades de Pequim adoptarão uma série de reformas com o objectivo de tornar o yuan uma moeda internacional livremente conversível até 2020. Entre as mudanças, mencionou a redução das restrições sobre o mercado de capitais e maior transparência e previsibilidade na comunicação do Banco Central. Três dias depois da publicação do seu artigo, Christine Lagarde divulgou uma nota na qual defendeu a inclusão da moeda chinesa no SDR. Segundo a directora do FMI, técnicos do Fundo concluíram que o yuan atende aos critérios definidos e recomendaram a inclusão da moeda chinesa.
Hoje Macau BrevesEstância de Madeira Lei Seng pede investigação de decisão sobre Tung Sin Tong [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Estância de Madeira Lei Seng pediu ao Conselho Superior de Advocacia que investigasse a decisão do Tribunal de Última Instância (TUI) sobre o caso que opõe a empresa à Tung Sin Ton. Depois de meses de luta em tribunal, a Lei Seng volta a acusar a Associação de ter feito uma assinatura falsa num contrato de venda do terreno onde está a fábrica. Segundo o Jornal do Cidadão, o pedido foi enviado numa carta escrita ao Conselho. Esta é a quarta vez que a empresa envia uma carta sobre o caso, depois de ter perdido em tribunal no caso que a opõe à Tung Sin Tong. Em causa está a propriedade de dois terrenos, de onde a Lei Seng teve de sair. A família Iong, que assegura ser a proprietária dos lotes, pede ajuda ao Conselho já desde 2013. “Fizemos a verificação da caligrafia do contrato de venda do terreno e a assinatura é falsa no contrato. A Tung Sin Tong também alterou a finalidade dos terrenos parcialmente no contrato, mas o nosso advogado também não entregou os documentos durante os oito anos em que decorre o processo judicial e isso levou-nos a perder o caso. Queremos, por isso, que o Conselho faça justiça, investigue a falta de documentos durante o processo”, explica a Lei Seng. A família conseguiu, inclusive, autorização do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), para se manifestar com cartazes. Algo que assegura que vai fazer. Tomás Chio
Hoje Macau BrevesUM | Ocupação ilegal por mais de uma centena de veículos [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais de uma centena de veículos ocuparam ilegalmente lugares públicos dos parques de estacionamento do novo campus da Universidade de Macau (UM). A ocupação acontece há meio ano, mas a UM ainda não sabe quem são os proprietários dos automóveis, ainda que a situação esteja a causar impacto entre estudantes, os funcionários e professores. A denúncia foi feit numa carta que foi publicada pela Associação de Estudos Sintéticos-Social de Macau no Jornal do Cidadão. “A UM não consegue tratar dos carros que ocuparam os espaços ilegalmente por causa da falta de autoridade legal para tal, mas pode discutir com os departamentos governamentais relacionados, enviando os carros para outro local.” Uma parte dos carros pertence a empresas que vendem veículos em segunda mão, outros são de proprietários que se aproveitam das tarifas mais baixas enquanto “passeiam ou vão trabalhar”. “A UM é quem manda no terreno, por que não tratou deste problema nem pediu a ajuda do Governo?”, questiona a Associação. Tomás Chio
Hoje Macau BrevesLuta antiterrorista | China vai “fortalecer a cooperação” com África [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China vai “fortalecer a cooperação” com África no “combate ao terrorismo e ao extremismo”, anunciou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, depois de três chineses terem morrido num ataque a um hotel no Mali. Sem detalhar como será reforçada a cooperação, Wang realçou que Pequim “nunca imporá condições políticas” nem “interferirá nos assuntos internos” dos países. “Não seguiremos o estilo dos antigos poderes coloniais”, realçou o ministro, recorrendo a palavras habitualmente utilizadas quando as autoridades chinesas se referem à cooperação com as nações africanas. Esta semana, o Governo chinês disse que fará “novas propostas” à comunidade internacional na luta contra o terrorismo e pela protecção dos seus cidadãos no exterior, após três executivos chineses terem morrido no ataque no Mali e a organização extremista Estado Islâmico (EI) ter confirmado que executou um consultor natural de Pequim. A China segue uma política de não-intervenção militar que teve como rara excepção o envio de soldados para o Mali em 2013, para participarem em missões das Nações Unidas. Wang falava à margem de um encontro diplomático que antecede o fórum de cooperação China-África, que se realizará entre 4 e 5 de Dezembro em Joanesburgo.
Hoje Macau BrevesRepatriados 91 suspeitos de corrupção [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m total de 91 pessoas procuradas pela China além-fronteiras, por alegados casos de corrupção, foram extraditadas de volta para o país desde Outubro do ano passado, avançou hoje o jornal oficial China Daily. Estas pessoas são suspeitas de envolvimento em casos de corrupção que, no total, ascendem a 776 milhões de yuan, segundo dados da Suprema Procuradoria Popular da China citados pelo jornal. A “caça ao homem” internacional faz parte da campanha anti-corrupção lançada no país pelo actual Presidente, Xi Jinping, desde que ascendeu ao poder, em 2012, e é directamente tutelada pela comissão de disciplina do Partido Comunista Chinês. No ano passado, a China publicou uma lista com os cem fugitivos mais procurados, que passaram assim a estar sujeitos aos avisos vermelhos emitidos pela Interpol, um mecanismo internacional de localização e detenção para extradição. A lista inclui a fotografia, género, antigos cargos, número de identificação pessoal na China e os países ou regiões para onde os fugitivos provavelmente fugiram. De acordo com a comissão de disciplina do Partido Comunista Chinês, os nomes na lista são apenas uma “fracção” do total de suspeitos de corrupção procurados a nível global.
Hoje Macau BrevesErro de contabilidade em corretora estatal [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas abriram uma investigação sobre alegadas irregularidades cometidas pela maior corretora do país, a estatal Citic Securities, por um erro contabilístico calculado em 166.000 milhões de dólares (156.000 milhões de euros). A Associação de Valores da China revelou na quarta-feira que as contas daquela corretora estatal, entre Abril e Setembro, estão “erradas”, avançou o jornal chinês Diário Nacional de Negócios. Segundo o organismo, que é subordinado da Comissão Reguladora do Mercado de Valores, o erro inclui uma sobrevalorização de alguns activos financeiros pela Citic Securities. A empresa financeira estatal tem sido alvo de escrutínio pelas autoridades chinesas desde que entre meados de Junho e o dia 9 de Julho a bolsa de Xangai desvalorizou-se 30%. Vários executivos da corretora foram detidos em Agosto por “práticas irregulares”, num período de grande volatilidade na principal praça financeira do país, que no dia 24 de Agosto encerrou a perder 8,49%. Na semana passada, o presidente da Citic Securities, Wang Dongming, anunciou a sua demissão.
Hoje Macau EventosNão existem imagens inócuas, na floresta do lucro dois seres humanos perdem-se de vista [dropcap style=’circle’]V[/dropcap]encendo a porta de entrada do Museu de História Natural, vindo da luz rasante e outonal de Lisboa, encontro, ao cimo da escadaria, umas estruturas transparentes de varas de bambu verde formando corredores de um labirinto. No dia em que visitei a exposição, ia acompanhado de uma pessoa. Entrámos em zonas diferentes do pequeno labirinto e, subitamente, uma sucessão exacta de transparências, uma justaposição certeira de varas, criou uma opacidade que nos ocultou um ao outro. Desconcertante. Perdemo-nos completamente de vista por um momento. Na floresta do lucro, dois seres humanos perdem-se de vista. Observada a partir do mezanino elevado sobre o átrio do Museu, a estrutura revela-se, desenhando o caracter chinês 利 (li), que se pode traduzir por “lucro” ou “ganho”, embora o seu radical aponte para uma clara conexão arbórea e florestal, o que também nos permitiria ler “lucro” enquanto “crescimento”. Todavia, é logo com estas estruturas que a exposição de Ó manifesta o seu lado crítico e político. Postadas nas varas de bambu, encontram-se resmas de folhas com citações da obra Da Amizade, Cem Máximas Para Um Príncipe Chinês, um tratado composto em 1595 por Matteo Ricci e oferecido ao príncipe Jian’an Wang. Folhas destinadas a serem colhidas pelos passantes, como lembretes. Por um lado, temos as ideias de lucro e amizade, duas noções tão potencialmente complementares como antagónicas, que nos recordam a noção marxista de “trabalho morto”, isto é, o capital que, por exemplo, está significado ou encerrado numa matéria-prima e que o labor operário vivifica ou liberta (como, neste caso, o fizeram os mestres do bambu trazidos de Macau por João Ó para edificar duas partes desta instalação tripartida). Por outro lado, um lado ainda mais criticamente político, este trabalho é uma nítida alusão ao nosso tempo, um tempo que se qualifica por uma transição avassaladora da idade da memória para a idade da informação. E o que pode tal coisa significar? Antes de tudo, antes de um juízo moral, significa uma alteração no ambiente interior dos homens: memorizar torna-se uma perda de tempo, pois sei que, algures fora de mim, todo o conhecimento está armazenado, à distância de um clique. O problema é que o modelo da memória enquanto armazém é, como se sabe há muito, falacioso. Armazenar não é conhecer, mas memorizar já é. Estamos talvez a construir um mundo despossuído de conhecimento, a tal ponto que um momento pode anunciar-se no qual somente haverá lugar para o mais radical capitalismo epistemológico governado por algoritmos, ou seja, tudo o que não tiver valor de uso imediato para fazer funcionar um conjunto de instruções eficazes (é isso um algoritmo) passará progressivamente à escuridão absoluta de um espaço cada vez mais exterior aos indivíduos e às comunidades. Poderemos um dia clicar e não ter resposta à nossa busca. Ou a distância de um clique pode tornar-se infinita. Ou o clique pode mesmo nunca vir a acontecer. Há uma crescente sensação de estarmos como que a desaprender de cor, aceleradamente e por decreto (veja-se, a titulo de curiosidade, o debate em torno da Declaração de Bolonha). E pode muito bem chegar um dia, uma espécie de vindicação heideggeriana, em que não saberemos que não sabemos. Numa sala lateral ao átrio, encontra-se a peça mais intimista da exposição-instalação Palácio da Memória: um objecto de bambu que gira, suspenso, por acção de um motor, num espiralar perpétuo. Dele emana uma beleza algo terrível, acentuada pelo reverberar acústico que o mecanismo gera na sala e pelo próprio título da peça: Modelo para impossível tulipa negra. O objecto combina leveza estrutural e gravidade simbólica, ilustrando a irrespirabilidade de uma existência, ou de um universo, em circuito fechado, assim como toda a negatividade de uma repetição alucinatória. Sim, há algo de alucinatório no constante retorno das imagens que hoje quase nos cegam; que, como esta tulipa negra ilustrará, nos mesmerizam e desmemoriam, pois um dos efeitos da repetição a longo termo é a impressão de se estar perante algo de novo. Esse é o momento, já pós-alucinatório, em que a capacidade de re-conhecimento se extinguiu por fim e por completo, reduzindo-nos a uma espécie de eterno presente. Por paradoxo, parece ser precisamente o excesso de imagens que conduz à hipotrofia da faculdade de imaginar e a uma hipertrofia da imitação e da cópia, as duas agências da produção repetitiva. Na terceira parte da instalação, montada no anfiteatro do Museu, uma outra grande estrutura de bambu, reminiscente das construções de suporte cenográfico das óperas de Cantão, segura tubos néon que escrevem a frase “There is no understanding without images”, uma tradução do dictum “Non est intelligere sine phantasmate”, no latim de São Tomás de Aquino. Podíamos, então, argumentar que um mundo com cada vez mais imagens se traduziria em cada vez mais e melhor entendimento. Mas não é assim. O problema, neste caso, é que a proliferação e transmissão de imagens (para além de causar uma real fadiga da imagem, isto é, uma indiferença derivada de hábito e stress/sobrecarga) serve apenas uma concupiscência mercantil assente na exploração do predomínio da visualidade nos seres humanos. Recordemos com algum cinismo: o cocktail de stress/sobrecarga e psicotrópicos foi justamente a primeira ferramenta dos processos de lavagem cerebral experimentados pela intelligence community durante a Primeira Guerra Fria. Um cliché já antigo retorna, amargo e hiper-realista: somos alvos, indivíduos e comunidades, de uma espécie de carpet-bombing imagético: as imagens são tão fáceis e baratas de produzir que, para atingir um alvo isolado, se esfacela tudo em volta, só por via das dúvidas. Do ponto de vista do vernáculo capitalista, esta é uma técnica que “sai mais em conta e é garantida”. Mais ainda, quem fornece imagens às indústrias da imagem, onde se agigantam a Internet e as redes sociais, somos todos nós: operários não pagos, trabalhadores a tempo inteiro e aproveitados nos mínimos gestos. O que João Ó e o seu Palácio da Memória talvez nos queiram dizer é, simplesmente, que vivemos, ontem como hoje, um mundo onde não existem gestos ou imagens inócuas. De Rui Parada Cascais
Hoje Macau BrevesFotografia | IC lança concurso sobre melhores momentos do “Desfile por Macau” [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) volta a lançar este ano um concurso de fotografia aberto a todos os residentes. A ideia é captar os melhores momentos do “Desfile por Macau, Cidade Latina”, que acontece em comemoração do 16.º aniversário da Transferência da Administração de Macau para a China e do 10.º aniversário da inscrição do Centro Histórico de Macau na Lista do Património Mundial. O evento acontece a 6 de Dezembro e pede trabalhos que reflictam “cenas alegres, diversas actuações, close-ups de participantes e destaques do evento”, entre outros. O concurso compreende as categorias Juvenil (dos 13 aos 24 anos) e Geral (idade superior a 25 anos) e os trabalhos devem ser carregados através da página electrónica photoblog.ecpz.net/latincity, permitindo-se a cada participante a apresentação de um máximo de dez fotografias. As candidaturas serão aceites até dia 26 de Dezembro e, em cada categoria, serão atribuídos prémios primeiros três lugares, havendo ainda uma dezena de prémios de Mérito.
Hoje Macau China / ÁsiaPonte Hong Kong-Macau-Zhuhai com atraso de um ano [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] ponte que vai ligar Hong Kong, Macau e Zhuhai vai falhar o prazo de conclusão de 2016 por um ano, diz o jornal South China Morning Post, citando o Governo da antiga colónia britânica. As instalações do posto fronteiriço e correspondente ligação viária não vão estar terminadas no final de 2016, de acordo com o actual progresso da construção, confirmou o departamento responsável pelas auto-estradas e ferrovias de Hong Kong na noite de quarta-feira. Referindo-se ao projecto como “enorme e complicado”, o departamento do Governo de Hong Kong apontou para a existência de vários desafios técnicos, tanto no desenho como nas diferentes fases da construção. Segundo este departamento, a conclusão da ponte foi adiada para o final de 2017 devido à instabilidade no fornecimento de materiais e falta de mão-de-obra, bem como dificuldades em relação aos limites de altura impostos pelas autoridades de aviação, critérios de protecção ambiental e atrasos na construção de aterros. A construção da ponte principal começou em Dezembro de 2009. Após atrasos devido ao impacto ambiental da ponte, a obra do lado de Hong Kong começou em Dezembro de 2011. A ligação de 50 quilómetros vai consistir em três pontes atirantadas, duas ilhas artificiais e um túnel de 6,7 quilómetros, situado na ilha de Lantau. O custo da ponte será dividido entre Hong Kong, Macau e as autoridades da China continental. Espera-se que esta ponte, uma das maiores do mundo, reduza o tempo de viagem entre Hong Kong e Zhuhai de mais de três horas para meia hora.
Hoje Macau BrevesPapa fala de ecologia [dropcap style=’circle’]É[/dropcap] necessário apostar numa educação que combata a cultura do descarte, disse o Papa, durante a sua visita à sede do Programa Ambiental da ONU, em Nairobi. O Papa considera que seria “catastrófico” que os países não consigam chegar a um acordo para travar a grave crise ambiental que afecta o mundo. “Dentro de poucos dias, começará em Paris uma reunião importante sobre as alterações climáticas, onde a comunidade internacional como tal se confrontará mais uma vez sobre esta problemática. Seria triste e – atrevo-me a dizer – até catastrófico se os interesses particulares prevalecessem sobre o bem comum e chegassem a manipular as informações para proteger os seus projectos.” O Papa, que este ano se tornou o primeiro da história a escrever uma encíclica dedicada exclusivamente ao tema da ecologia, disse que o encontro será um “passo importante no processo de desenvolvimento de um novo sistema energético que dependa o mínimo possível dos combustíveis fósseis, busque a eficiência energética e se estruture sobre o uso de energia com baixo ou nulo conteúdo de carbono.” “Estamos perante o grande compromisso político e económico de reconsiderar e corrigir as falhas e distorções no modelo actual de desenvolvimento.” “Por isso, espero que a COP21 leve à conclusão de um acordo global e ‘transformador’, baseado nos princípios de solidariedade, justiça, equidade e participação, e vise a consecução de três objectivos complexos e, ao mesmo tempo, interdependentes: a redução do impacto das alterações climáticas, a luta contra a pobreza e o respeito pela dignidade humana”, concluiu Francisco. Uma chave essencial para esta mudança de rumo é, segundo o Papa, a aposta na educação, numa pedagogia que sirva para combater a “cultura do descarte” a que Francisco tantas vezes se refere. “A mudança de rumo que precisamos não é possível realizá-la sem um compromisso substancial para com a educação e a formação. Nada será possível, se as soluções políticas e técnicas não forem acompanhadas por um processo educativo que promova novos estilos de vida. Um novo estilo cultural.” “Isto requer uma formação destinada a fazer crescer em meninos e meninas, mulheres e homens, jovens e adultos a adopção duma cultura do cuidado (cuidado de si próprio, cuidado do outro, cuidado do meio ambiente) em vez da cultura da degradação e do descarte (descarte de si mesmo, do outro, do meio ambiente)”, disse.
Hoje Macau BrevesBruxelas | Pó branco encerra mesquita [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] mesquita central de Bruxelas, Bélgica, foi esta quinta-feira evacuada por ter recebido vários envelopes com “pó suspeito”, que a polícia suspeita que pode ser antraz. As 11 pessoas que estiveram em contado com esses envelopes foram levadas para o hospital e estão a ser alvo de uma descontaminação. Nesse grupo estão nove fiéis, que se encontravam dentro do templo, e dois policias que foram os primeiros a chegar ao local, depois de ter sido dado o alerta. Os envelopes contendo o pó branco foram encontrados dentro de uma encomenda deixada à entrada da mesquita e, segundo um porta-voz dos bombeiros, foram tomadas medidas preventivas “no caso de se tratar de antraz, mas apenas por medida de precaução”.
Hoje Macau BrevesChina Three Gorges chega ao Brasil [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China Three Gorges (CTG), maior acionista da EDP (Energias de Portugal), arrematou na quarta-feira em leilão os direitos para operar duas importantes centrais hidroeléctricas no Brasil, anunciou a Agência Nacional de Energia Eléctrica brasileira. O negócio prevê o pagamento de 3,4 mil milhões de euros ao Estado brasileiro pelos direitos de concessão por 30 anos das centrais da Ilha Solteira e da Jupia. Localizadas nos estados São Paulo e Mato Grosso do Sul, respectivamente, aquelas instalações são as duas maiores entre as 29 centrais hidroeléctricas cujos direitos de operação foram leiloados na quarta-feira, num negócio que rendeu 4,2 mil milhões de euros ao Brasil. A CTG deverá pagar 65% do investimento antes do final deste ano, num período em que o governo brasileiro se esforça por reduzir a dívida pública.
Hoje Macau BrevesCoreias | Preparado encontro de alto nível Representantes da Coreia do Norte e da Coreia do Sul reuniram-se ontem para organizar um próximo encontro bilateral de alto nível que permita impulsionar as relações entre os dois países em linha com o acordo alcançado em Agosto. Três delegados de Seul e outros três de Pyongyang iniciaram o encontro na aldeia fronteiriça de Panmunjom – no lado norte-coreano –, do qual se espera que saiam detalhes relativos à próxima reunião de alto nível, como a data ou os temas de interesse mútuo a debater. O Governo sul-coreano prometeu “fazer esforços para chegar a um acordo” e considerou a reunião de hoje como “o primeiro passo para levar a cabo o pacto de Agosto”, indicou um porta-voz do Ministério da Unificação, em conferência de imprensa, em Seul, antes da reunião. A Coreia do Norte, por seu lado, mostrou-se menos optimista, ao criticar, através dos meios de comunicação estatais, que a “atitude da Coreia do Sul não mudou”, já que “fala de diálogo e de cooperação, mas conspira nas costas com potências estrangeiras [em referência aos Estados Unidos] para prejudicar os seus irmãos”, como assinala o editorial de quarta-feira do diário Rodong.
Hoje Macau PolíticaPrana – “Raiva” “Raiva” Raiva é amor mal canalizado É uma prenda enfim Que ofereço só a mim E aceito com agrado Raiva é saudade de tudo o que nunca foi teu É um tesouro achado Que estimo e que guardo Como se fosse meu E não tens de a esconder Quando ela vem Porque a raiva só é má Quando a alma é má também Porque a raiva só é má Quando a alma é má também E a raiva não dá murros Não dá turras nem pontapés Quem a tem sempre a experimenta Dos 8 aos 80 e de lés a lés Porque a raiva não é feia Não é crime nem é pecado É uma fogueira ao frio Uma santa com feitio um bocadinho ao lado E não tens de a temer Quando nada corre bem Porque a raiva só é má Quando a alma é má também Porque a raiva só é má Quando a alma é má também Deixa toda a tua raiva em mim! Deixa toda a tua raiva em mim! Deixa toda a tua raiva em mim! Deixa toda a tua raiva em mim! E se caso com a alma Não distingo o mal do bem Guarda longe essa raiva Antes que mates alguém Guarda longe essa raiva Antes que mates alguém Prana MIGUEL LESTRE / JOÃO FERREIRA / DIOGO LEITE
Hoje Macau h | Artes, Letras e IdeiasItzhak Perlman dá recital em Hong Kong *Por Michel Reis [dropcap style=’circle’]I[/dropcap]tzhak Perlman, um dos mais conceituados e virtuosos violinistas dos séculos XX e XXI, deu um raro recital em Hong Kong no passado dia 8 de Novembro, no Concert Hall do Centro Cultural de Hong Kong, no âmbito do Ciclo Encore do Leisure and Cultural Services Department do Governo da R.A.E. de Hong Kong. Perlman foi acompanhado pelo pianista cingalês Rohan de Silva, seu parceiro habitual. Este recital está inserido numa digressão asiática dos artistas que os leva ainda durante todo o mês de Novembro a Pequim, Xangai, Daejeon, Seul, Tóquio, Osaka e Nagoya. Neste extraordinário concerto, Perlman, que celebrou o seu 70º aniversário no passado dia 31 de Agosto, e de Silva, executaram obras de Jean-Marie Leclair, Johannes Brahms, César Franck e Igor Stravinsky, e vários encores, entre os quais o Tema da Lista de Schindler, de John Williams, Sevilla de Isaac Albéniz e a Dança Húngara No 1 em Sol menor de Johannes Brahms, entre outras peças. Inegavelmente o virtuoso reinante do violino, Itzhak Perlman goza de um estatuto de super-estrela raramente concedido a um músico clássico. Amado pelo seu charme e humanismo, bem como pelo seu talento, é estimado pelo público em todo o mundo, que responde não só ao seu notável talento artístico, mas também à sua alegria irreprimível de fazer música. Nascido em Tel Aviv em 1945, Perlman teve poliomielite aos quatro anos de idade, com graves sequelas, razão pela qual utiliza muletas ou uma scooter eléctrica para se deslocar e toca sempre sentado. Os seus pais, Chaim e Shoshana Perlman, oriundos da Polónia, haviam emigrado independentemente para o Mandato Britânico da Palestina (actualmente Israel) em meados dos anos 30 antes de se conhecerem e casarem. Ao ouvir na rádio um trecho de música clássica, o pequeno Itzhak interessou-se pelo violino mas a sua entrada no Conservatório Shulamit, em Tel Aviv, aos 3 anos de idade, foi recusada por ser pequeno demais para segurar um violino. Assim, aprendeu a tocar sozinho usando um violino de brinquedo até ter idade suficiente para entrar no Conservatório, onde estudou com Rivka Goldgart, e na Academia de Música de Tel Aviv, onde deu o seu primeiro recital aos 10 anos de idade, antes de partir para os Estados Unidos para estudar na The Juilliard School, em Nova Iorque, com os célebres professores do instrumento Ivan Galamian e Dorothy Delay. Aos 13 anos de idade ficou famoso pela sua interpretação do Concerto para Violino de Beethoven com a Orquestra Filarmónica de Berlim. Perlman foi apresentado ao grande público americano quando apareceu no “The Ed Sullivan Show” duas vezes em 1958. Pouco depois, iniciou digressões por todo o mundo. Fez a sua estreia no Carnegie Hall em 1963 e ganhou o altamente prestigiado Concurso Internacional Leventritt (hoje extinto) em 1964. Também em 1964, volta a participar no The Ed Sullivan Show, no mesmo programa em que participam os Rolling Stones. Além de inúmeras gravações começa a aparecer em emissões televisivas tais como “The Tonight Show” e “Sesame Street” e actua muitas vezes na Casa Branca. Em 1986, tocou no centésimo tributo da Orquestra Filarmónica de Nova Iorque à Estátua da Liberdade, no Central Park, dirigido pelo maestro Zubin Mehta e emitido ao vivo pela estação de televisão ABC. Em 1987 colaborou com a Orquestra Filarmónica de Israel (IPO) em concertos em Varsóvia e Budapeste, assim como noutros países de leste. Participou na “tournée” da IPO na Primavera de 1990, a sua primeira actuação na União Soviética, com concertos em Moscovo e Leningrado. Ainda com a IPO, actuou na China e na Índia em 1994. Sendo sobretudo um violinista solista, Perlman, para além da sua actividade como maestro e professor, tem actuado com muitos outros músicos notáveis, entre os quais Yo-Yo Ma, Jessye Norman, Isaac Stern e Yuri Temirkanov. Também actuou e gravou com o seu amigo violinista israelita Pinchas Zukerman em inúmeras ocasiões ao longo dos anos. Além de música clássica, Perlman também toca jazz, sendo de mencionar um álbum com o pianista de jazz Oscar Peterson. Perlman tem actuado como solista em muitos filmes, com destaque para “A Lista de Schindler” em 1993, com música de John Williams, premiado pela Academia de Cinema Americana. Mais recentemente foi o violinista solista do filme “Memórias de uma Gueisha” em 2005, juntamente com Yo-Yo Ma. Em 2009 interpretou Air and Simple Gifts, de John Williams, na cerimónia de inauguração presidencial de Barack Obama, juntamente com o violoncelista Yo-Yo Ma, a pianista Gabriela Montero e o clainetista Anthony McGill. No princípio da sua carreira usou um violino Carlo Bergonzi. Posteriormente comprou o Stradivarius “General Kid” de 1714, que vendeu em meados de 1980, tendo adquirido o violino de Yehudi Menuhin, o famoso Stradivarius “Soil” de 1714, considerado um dos melhores Stradivarius. Passado algum tempo também adquiriu o “Sauret” Guarneri ‘del Gesù’ de 1740-1744. Desde 2003 Perlman ocupa o lugar que pertenceu à sua professora Dorothy DeLay (já falecida), na Escola de Música Juilliard, como detentor da cátedra de Estudos de Volino da Fundação Dorothy Richard Starling. Dá aulas privadas no Perlman Music Program (Programa de Música Perlman), em Long Island, Nova Iorque. Também deu aulas no Centro Comunitário de Be’er Sheba, em Israel, partilhando generosamente o seu saber com o público fora das aulas formais. O Programa de Música Perlman foi fundado pela sua mulher, Toby Perlman, também violinista e por Suki Sandler, em 1995. Este programa permite aos estudantes serem treinados por Itzhak Perlman antes de se apresentarem em audições em locais como o Sutton Place Synagogue e escolas públicas. Também permite que os estudantes se encontrem e desenvolvam uma rede de amigos e colegas de profissão. Itzahk Perlman recebeu vários prémios e distinções, entre os quais 16 Prémios Grammy e 4 Prémios Emmy e ainda a Medalha da Liberdade atribuída pelo Presidente Reagan em 1986; a National Medal of Arts atribuída pelo Presidente Clinton em 2000, Kennedy Center Honors em 2003 e títulos honoríficos pelas Universidades de Harvard, Yale, Brandeis, Roosevelt, the Cleveland Institute of Music, Yeshiva e Hebrew. Itzhak Perlman deu um recital em Macau no âmbito do XXV Festival Internacional de Música de Macau, em 2011.
Hoje Macau PolíticaZheng Anting fala em esquecimento de Regime de Protecção Ambiental [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado Zheng Anting quer saber quando será tornado público o calendário para a implementação do Regime de Avaliação do Impacto Ambiental. Numa interpelação escrita, o deputado questionou a eficácia da Lista Classificativa dos Projectos de Construção que precisam de se sujeitar à avaliação do impacto ambiental, assim como as instruções de elaboração do relatório de avaliação, medidas sugeridas pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) para os anos de 2013 e 2014. Zheng Anting relembra que o Chefe de Executivo, Chui Sai On, afirmou, durante as Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2015, que o Governo iria realizar uma consulta pública sobre a definição de um regime de avaliação sobre o impacto ambiental, algo que até ao momento não aconteceu. “Os cidadãos ainda não receberam nenhuma notícia sobre a tal consulta pública”, argumentou. “Em que ponto está o trabalho de estabelecimento do regime e quando é que o Governo vai realizar a consulta pública sobre o regime de avaliação?”, perguntou, querendo ainda saber se a DSPA já recebeu as avaliações ao impacto ambiental das medidas que avançou para os dois últimos anos. “A direcção fez muitas exigências ao projecto de Pearl Horizon, a sua avaliação do impacto ambiental foi emendada muitas vezes nos últimos três anos e isto influenciou o processo de projecto”, exemplificou, adiantando que é preciso que o Governo se explique. Apesar da falta de leis e diplomas para a avaliação do impacto ambienta, rematou o deputado, a DSPA tem exigido muito aos projectos, por isso, é de direito dos cidadãos saber que medidas é que o Governo tem para garantir que os projectos não vão ser afectados e, ao mesmo tempo, o território conseguirá tornar-se ambientalmente eficiente.
Hoje Macau China / ÁsiaEleições Conselhos Distritais | Grupos pró-Pequim mantêm larga maioria. Geração Occupy consegue oito assentos Pouco mudou no panorama político de Hong Kong. As forças pró-Pequim conseguiram 70% dos lugares. Os representantes do Occupy Central ficaram-se por oito lugares [dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oram as primeiras eleições distritais pós-Umbrella Movement/Occupy no território vizinho e os resultados quase que não surpreendiam: os candidatos pró-Pequim, tradicionalmente os grandes vitoriosos das eleições da RAEHK, mantêm-se a maior força nos Conselhos Distritais com mais de metade do total dos lugares conseguidos. Mas uma reviravolta apelidada de “surpreendente” pela imprensa vizinha mostra pequenas mudanças – os “Umbrella Soldiers” conseguiram oito lugares e dois democratas veteranos saíram do posto que ocupavam há dezenas de anos. Teste ao Occupy As eleições para os Conselhos Distritais têm origem na governação britânica e têm como missão melhorar a vida dos residentes, incluindo transportes, infra-estruturas e ambiente. São eles o elo entre os moradores e o governo da RAEHK, funcionando sob a supervisão dos Assuntos Internos de Hong Kong. No domingo, a população saiu à rua para votar numas eleições que, tradicionalmente, têm influência nas eleições para o LegCo. Estas, em especial, eram vistas como um teste à opinião pública, depois de ter acontecido o movimento pró-democracia em Hong Kong e de ter sido chumbada a reforma política. Os resultados mostram uma variação inferior a 5% relativamente ao escrutínio de 2011, no qual os partidos da ala pró-Pequim conquistaram três quartos dos assentos em disputa. Desta vez, conseguiram quase 70% dos 431 lugares nos 18 distritos em jogo nas eleições – a Aliança Democrática para a Melhoria e Progresso de Hong Kong (DAB, na sigla inglesa), o maior partido político da antiga colónia britânica, manteve o seu estatuto da força com maior peso, ao garantir 119 assentos após as eleições de domingo. Os grupos do campo pan-democrático – como se autoproclamam as forças opositores ao regime comunista chinês – obtiveram cerca de 30% dos assentos restantes, contra os 25% que ostentavam há quatro anos. O Partido Democrata continua como a maior representação entre as forças liberais, com 43 lugares frente aos 47 conquistados nas eleições de 2011. Dos cinco assentos perdidos, três foram parar às forças emergentes derivadas dos protestos democráticos, compostas maioritariamente por jovens que defendem posturas mais radicais a favor de uma maior independência política de Hong Kong relativamente a Pequim. Estas novas forças, que se apresentaram na corrida com um total de 50 candidatos, granjearam oito assentos, segundo dados preliminares. Candidatos da Liga Social Democrata e do Poder do Povo, dois dos grupos liberais estabelecidos mais radicais, reduziram a sua presença em nove lugares. Recorde de participação As eleições de domingo registaram um recorde em termos de participação, com perto de um milhão e meio de votos, mais de 47%, contra 44% nas eleições municipais de 2003 que, tal como este ano, foram precedidas de meses de protestos nas ruas a favor de uma maior autonomia para a RAEHK. Além disso, a lista de candidatos aos distritos superou o recorde de participação, já que no total 867 candidatos disputaram 363 dos 431 assentos em jogo, dado que os 68 restantes foram automaticamente eleitos, por terem sido os únicos a apresentar-se no seu círculo, acabando por não se sujeitar a qualquer votação. Pela primeira vez na história destas eleições deixou de haver conselheiros distritais nomeados e todos os candidatos passam a ser eleitos pelo voto de eleitores recenseados com mais de 18 anos. À luz dos resultados eleitorais divulgados esta madrugada, os candidatos dos grupos democratas já estabelecidos em Hong Kong foram os que mais foram penalizados, em favor das novas forças políticas liberais mais radicais surgidas da “Revolução dos Guarda-Chuvas”. O advogado Albert Ho foi um dos históricos democratas que perdeu o seu posto como conselheiro distrital, ao fim de 16 anos. Os resultado Pró-Pequim DAB: 170 candidatos, 118 lugares conseguidos New People’s Party: 42 candidatos, 26 lugares conseguidos Federation of Trade Unions: 49 candidatos, 28 lugares conseguidos Liberal Party: 20 candidatas, 9 lugares conseguidos The Business and Professionals Alliance for Hong Kong: 14 candidatos, 9 lugares conseguidos Pan-democratas Democratic Party: 95 candidatos, 43 lugares conseguidos Civic Party: 25 candidatos, 10 lugares conseguidos Association for Democracy and People’s Livelihood: 26 candidatos, 18 lugares conseguidos Neo Democrats: 16 candidates, 15 lugares conseguidos Labour Party: 12 candidatos, 3 lugares conseguidos People Power: 10 candidatos, 1 lugar conseguido The Neighbourhood and Worker’s Service Centre: 6 candidatos, 5 lugares conseguidos League of Social Democrats: 5 candidatos, sem lugares conseguidos Quem saiu? Albert Ho, pan-democrata, perde o lugar passados 16 anos Frederick Fung, pan-democrata, perde o lugar do distrito de Sham Shui Po, que representava Chung Shu-kun, do Democratic Alliance for the Betterment of Hong Kong e pró-Pequim, perde o lugar após 21 anos 47% de três milhões de eleitores registados votaram. Um recorde 50 foi o número de candidatos que participaram no Umbrella Movement. Oito deles conseguiram lugares e são conhecidos agora como “Umbrella Soldiers” 2429 queixas foram recebidas pelas autoridades responsáveis pelas eleições de domingo, sobretudo referentes ao transporte de idosos para incentivar ao voto
Hoje Macau SociedadeProibido fumar | Um ano depois, quais as consequências? Nas salas VIP, ainda se fumega. E no mercado de massas, que efeito teve a proibição? [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais de um ano depois da interdição de fumar nas zonas comuns dos casinos de Macau, as operadoras de jogo tentam travar uma proibição total, que abranja as salas VIP, com receio de diminuição das receitas. A interdição parcial de fumo de outubro de 2014 deixou de fora as salas VIP dos casinos, dos grandes apostadores, e abrangeu apenas as áreas comuns do denominado mercado de massas. O receio é que a proibição de fumar nas salas VIP agrave ainda mais a tendência de queda das receitas dos casinos, que caem ininterruptamente desde Junho de 2014. E o mercado de massas? “É virtualmente impossível quantificar com precisão o impacto negativo da interdição de fumar no mercado de massas”, em vigor há pouco mais de um ano, observou Grant Govertsen, analista da Union Gaming, recordando que as receitas dos casinos já estavam em queda quando a legislação começou a ser aplicada, influenciadas pela convergência de uma série de fatores, como a campanha anticorrupção lançada por Pequim ou o abrandamento da economia chinesa. “Dito isto, e baseado em conversas com membros da indústria, parece que houve provavelmente um impacto negativo de três ou quatro pontos percentuais nas receitas do mercado de massas”, afirmou. Ricardo Siu, professor da Universidade de Macau, com artigos publicados sobre a indústria do jogo, afina pelo mesmo diapasão, quando estima um impacto directo de idêntica ordem e também com a ressalva de que, “de facto, muitos factores misturados e em conjunto contribuíram para a queda das receitas de jogo”. “O impacto da proibição parcial de fumar nas receitas de jogo do mercado de massas pode não ser significativo em comparação com outras medidas restritivas tomadas pelo governo chinês”, realçou. A queda das receitas dos casinos de Macau deve-se, por outro lado, aparentemente, a um maior declínio no segmento VIP. “Se forem permitidas salas para fumadores para o segmento VIP, o efeito negativo nas receitas brutas do jogo poderia ser menor”. Mas “só vai ser possível avaliar os efeitos reais quando os detalhes dos regulamentos relacionados forem confirmados”, observou Ricardo Siu. O Governo de Macau estima que a proibição total do fumo nos casinos em geral tenha um impacto nas receitas de jogo de entre 2,76 e 4,6 por cento, segundo uma avaliação preliminar dos Serviços de Saúde e da Direção de Inspecção e Coordenação de Jogos. As operadoras de jogo têm alertado para o impacto negativo na economia de tal medida, tendo, com base num estudo conjunto encomendado à consultora internacional KPMG, avançado a possibilidade de fazer cair o Produto Interno Bruto (PIB) em 16%, defendendo, portanto, a manutenção de salas de fumo.