Governo assegura estar atento a substâncias perigosas

O Chefe do Executivo, adianta o Governo em comunicado, deu orientações aos serviços competentes para tomarem mais atenção à gestão das substâncias perigosas em Macau, tendo ainda, em Dezembro, realizado uma reunião plenária do Conselho de Segurança sobre este assunto. A ordem surge depois do incidente ocorrido em Agosto do ano passado em Tianjin, quando um depósito de substâncias inflamáveis explodiu matando 173 pessoas e danificando mais de 17 mil edifícios. O Chefe do Executivo exigiu a todos os serviços que prestem um trabalho de acompanhamento mais avançado e melhorem a gestão da segurança das substâncias perigosas.
Adianta ainda o Governo que o Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, foi nomeado pelo Chefe do Executivo como responsável para organizar e coordenar o trabalho interdepartamental para revisão e optimização da legislação relacionada com substâncias perigosas que será “criada a curto prazo” pelo Governo. Este é visto como “um mecanismo destinado à gestão de circulação de substâncias perigosas, de comunicação e dos trabalhos de coordenação para resposta a possíveis acidentes, a fim de permitir uma capacidade eficiente para enfrentar riscos que se relacionem com todas as substâncias perigosas”.

20 Abr 2016

Clube Militar | IIM apresenta dois livros de João Guedes no sábado

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]Clube Militar vai ser palco no próximo sábado, pelas 15h45, do lançamento de dois livros recentemente publicados pelo Instituto Internacional de Macau e da autoria do jornalista João Guedes. Intitulados “Padre Áureo Nunes e Castro – Missionário, músico e pedagogo” e “Macau Confidencial”, os dois títulos ajudam a compreender melhor a história de Macau, adianta a organização.
O primeiro aborda uma “ilustre” figura, o padre Áureo Nunes e Castro, que nos remete para a identidade cultural de Macau e para a sua vida como missionário e pedagogo, que são acompanhadas por memórias musicais.
Já “Macau Confidencial” revela-nos a situação de um clima de conspiração, secretismo e aventura, durante o fim do século XIX, em que Macau foi palco de divergências entre diferentes ideologias até ao período da II Guerra Mundial, ou Guerra do Pacífico, conceito geopolítico que melhor se enquadra na peculiar situação geográfica da cidade do Rio das Pérolas, aquando do domínio da presença de japonesa.
A sessão contará com a presença do presidente do IIM Jorge Rangel e do autor João Guedes, enquanto as apresentações serão realizadas pelo Maestro Simão Barreto e por José Rocha Diniz. O evento conta ainda com a actuação do Coro Perosi, que interpretará duas obras do arranjo do Padre Áureo – “Donzela junto do Lago”, uma canção tradicional chinesa, e o “Te Deum”. A entrada é livre.

20 Abr 2016

UM | Seminário sobre Shakespeare

O Programa Académico da União Europeia em Macau (PAUE-M) promove o seminário “Shakespeare vive e revive em citações e na tradução”, enquanto assinala o 400º aniversário da morte do escritor. O evento tem lugar hoje, às 17h00, na Faculdade de Artes e Humanidade da UM. A iniciativa será orientada pela professora Sylvia Ieong que, segundo a organização, é portadora de um vasto currículo, tendo passado por diversas universidades a nível mundial sendo que os seus interesses académicos incluem a tradução e interpretação sequencial e simultânea. É ainda autora de mais de cem artigos e livros incluindo “Law, Justice and Mercy: Reflecting on Shakespeare’s The Merchant of Venice”, uma obra de referência aceite em 2012 na colecção da “Shakespeare Birthplace Trust Library”. A entrada é livre.

20 Abr 2016

“Territórios Lusófonos” sexta-feira no Arquivo de Macau

“Macau e os Territórios Lusófonos – Colecção Iconográfica Única de Postais Fotográficos”, de João Manuel Loureiro, é o livro a ser lançado nesta sexta-feira, pelas 18h30, no Arquivo de Macau. Segundo o Instituto Cultural, este livro, em Língua Portuguesa, reflecte sobre a colecção de postais fotográficos de países e regiões de língua lusa e Macau no arquivo de imagens, parte do acervo do Arquivo de Macau. Conta com mais de dez mil postais fotográficos entre 1898 e 1999, relatando a geografia, a economia e o comércio, a vida da população, os costumes culturais, as características religiosas, os edifícios da cidade e monumentos de oito países e regiões de Língua Portuguesa, incluindo Macau, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e a Índia Portuguesa. A sessão de apresentação será conduzida em Português e conta com entrada livre sendo que os interessados em adquirir o livro beneficiarão, nesta ocasião, de desconto.

20 Abr 2016

UM | A informação que alimenta a IA em palestra

Numa altura em que a Inteligência Artificial (IA) marca o quotidiano com o seu desenvolvimento, a Universidade de Macau (UM) apresenta a palestra “Para além do Alpha Go: Oportunidades e Desafios para profissionais e não profissionais das tecnologias de informação”. A ser proferida pelo reitor da UM, Wei Zhao, a conferência terá lugar na quinta-feira pelas 17h00.
O Alpha Go é um programa que na sua concepção e desenvolvimento tem ao dispor bases de dados capazes de lhe fornecer a informação necessária para poder desenvolver as suas decisões “inteligentes”. A questão colocada e que será debatida nesta palestra, segundo a organização, é dirigida à origem destes dados tão necessários ao desenvolvimento da IA, bem como a forma como são adquiridos ou usados para o benefício tanto de quem os gera, como de quem deles faz uso, levantando também questões relativas ao bom uso da informação.
Serão também abordados aspectos referentes ao Direito, Economia e Técnicos que estão implicados neste processo de troca de dados de forma a conceber o mesmo como capaz de ser benéfico para a humanidade em si. A palestra será realizada em Mandarim com tradução simultânea em Inglês e a participação na mesma requer uma inscrição prévia através do site da UM.

20 Abr 2016

Filhos das montanhas, filhos do mar* 人山人海

* por Julie O’yang

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s carreiras com que sonham ou pais chineses, ou leste asiáticos, para os seus filhos. E porquê.
Sou chinesa e vivo no Ocidente, e como tal sou uma destruidora de estereótipos. Há muito tempo atrás reconheci que, apesar de tudo, sou uma artista e que tenho desde sempre tentado suprimir a “cidadã responsável” que me habita. Ou seja: a cidadania existe em todos nós, e talvez seja por isso que o fenómeno da estereotipização me irrita. Estereotipar, na minha opinião, é uma espécie de lei natural em qualquer sistema social vigente, totalitário ou democrata e, como tal, os estereótipos fazem parte duma opressão consensual do dia a dia que ajudam a manter conceitos que reconhecemos.
Em primeiro lugar vamos dar uma espreitadela às carreiras que um chinês, ou asiático em geral, mais ambiciona A saber: médico, investigador na área de bio-fármacos, engenheiro, programador informático, contabilista ou cirurgião. 
E o que têm estas profissões em comum? São estáveis e bem pagas. Mas, acima de tudo, são profissões que requerem especialização intensa e, como tal, são garantia de emprego. Em geral, os pais chineses/asiáticos acreditam piamente que profissões pouco técnicas envolvem qualquer coisa de obscuro e que estão dependentes de atributos nebulosos e ambíguos como a aparência, o talento, a personalidade ou mesmo os relacionamentos pessoais.
Em muitos países do Leste asiático, onde se incluem a China e o Japão, quase não se ensina História nas escolas já que esta disciplina não parece ser relevante para formar as “competências” necessárias aos dias que correm. Os engenheiros e programadores asiáticos não possuem a cultura geral que se consideraria adequada na Europa. Para os asiáticos, um certo diletantismo europeu é indissociável de uma educação focada nas artes liberais. É talvez por isto que a maioria dos jovens chineses/asiáticos parecem apolíticos comparados com os seus congéneres europeus.
A inércia cultural é um facto. No entanto é preciso recuar bastante para procurar as raízes históricas deste fenómeno recorrente, como foi o caso do comunismo chinês, caracterizado por uma intensificação do autoritarismo.
A ausência de qualquer tradição de pluralismo marcou a China dinástica. A primeira dinastia Qin (séc. II AC) trouxe o fim de qualquer pluralismo cultural, artístico, ou político, entendido no sentido formal, e o impacto deste acontecimento fez-se sentir até aos dias de hoje. Durante os últimos dois milénios, os chineses sempre acreditaram que o povo vive sob o poder do Governo, sem esperança de um dia poder ter alguma influência, a menos que passe a fazer parte da classe dominante, o que pressupõe instrumentos. Ferramentas!
A China não quer pensadores, pelos quais os chineses “filhos das montanhas, filhos do mar” sentem uma profunda desconfiança.
No universo chinês, pensar equivale a ser irresponsável, e, infelizmente, os pensamentos cheiram a… esturro.

*Em chinês significa muita gente no mesmo lugar, multidão. O Pidgin chinês exprime de forma dinâmica a ideia de multidão, de uma forma mais precisa. Em minha opinião, articula a preferência chinesa por uma noção de ego difusa, sem rosto, com uma energia anti-criativa e inexpressiva.

20 Abr 2016

Que estamos nós aqui a fazer, tão longe de casa? – A viúva

* por José Drummond

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ntes de começarmos, e enquanto ainda tens consciência, quero fazer-te uma proposta. Vai ser necessário que tenhas ambos os cotovelos apoiados naquela mesa baixa. Ali perto do braseiro de carvão quente. Anda, vamos até lá. Isso. Agora, estica os braços, assim, ao longo da mesa. Isso. Deste modo posso prender-te as mãos nestas grilhetas. Perfeito. 
Reparei como prestaste atenção a esta sala. Assim deste modo terás uma nova perspectiva. Sabes que também eu ouvi o canto de um pássaro. E o bater das suas asas. Oiço tudo. Tanto oiço o sangue a correr-te nas veias como quase sou capaz de ouvir os teus pensamentos. E até de os antecipar. Não acreditas? E se eu te disser que até oiço o som das garrafas que estão a ser descarregadas dos camiões, em frente ao supermercado na esquina. Mas mais importante que isso, oiço, em algum lugar, lá fora, na colina, o canto de cisne, murmúrio atormentado de uma mulher ainda assustada. Oiço o seu ventre aberto a bombear sangue para fora. Oiço o persistente assobio do assassino. Está à entrada ou à saída do túnel. Digo isto pelo ligeiro eco. Oiço o grito fino de um bebé. Oiço tudo. Mas sei que nada pode ser feito para salvá-lo. E nada pode ser feito para salvar a mãe. Já é demasiado tarde. 

Eu sei que neste momento pensas que eu sou um monstro do mesmo calibre como o deste estripador. Eu sei que neste momento estás pronto para desatar a chorar, implorar perdão, tentar suprimir aquilo que julgas ser raiva em mim. Devo voltar a dizer-te que não tenho qualquer ressentimento em relação a ti ou ao que fizeste. A tua mulher nunca foi realmente importante para mim e aquilo que aconteceu ao meu filho foi apenas resultado da sua fraqueza. Tu estás aqui porque alguém assim o quer. Mas talvez exista uma saída. Uma solução que não envolva eu ter que te fazer aquilo para a qual fui contratada. Tudo depende de ti realmente. 
Lembras-te que eu te disse que tenho uma filha. Pois bem ela é tudo o que tenho na vida. É realmente a única coisa que me preocupa neste momento. Por isso presta atenção. Presta muita atenção. A minha filha não sabe que eu sei que está grávida. Não existe problema nenhum para mim que ela esteja grávida. O problema é que o pai é um homem que já tem filhos de outra mulher. O problema é que este verme nunca irá proteger a minha filha. E ela precisa de protecção. Agora mais do que nunca. Presta atenção. Presta muita atenção. Os segredos só se contam uma vez e depois devem ficar enterrados. Tenta perceber que a tua capacidade de manter este segredo pode resultar num pacto entre nós. Um pacto que se cumprires a tua parte te pode devolver a liberdade. Presta atenção. Presta muita atenção. Como sabes existe um assassino à solta a estripar mulheres. A escolha dele recai em mulheres com pouco mais que trinta anos. Que idade tinha a tua mulher quando… Estás a tremer? Ahhh! Não sabes! Interessante. Pensei que isso pudesse ter sido a razão maior para fazeres aquilo que fizeste. Estou deliciada com a tua inocência. Sim. É isso mesmo que estás agora a pensar. A tua mulher estava grávida. E o pai do bebé era o meu filho. Dói, não é? Somos sempre os últimos a saber aquilo que se passa na nossa vida.
Ela não ousou a injúria. Teve que fazer com que a gravidez ficasse em segredo. Ela não te ia deixar e tu irias ter um filho que não era teu. Quando ela morreu o meu filho ameaçou matar-se. Consegui que ele se acalmasse. Mas infelizmente um dia o segredo veio ao de cima quando a melhor amiga dela lhe contou tudo. Quando ele me encontrou os seus olhos tinham mudado para sempre. Aqueles olhos, que antes tinham lágrimas a brotar nos cantos, não eram olhos. Estavam vazios. Desprovidos de sentimento. “Ela estava grávida, não é? O bebé era meu e também está morto! Odeio-te! Não consigo respirar. Deixa-me ir.” Nunca mais o vi.

A pouco e pouco tudo fará sentido. Eu não fui sempre assim. Vou agora contar-te outra coisa. Há  muitos anos atrás existiu uma guerra entre as tríades. Ainda Macau era governado por portugueses e era um “território” – a palavra que usavam para disfarçar atitudes coloniais. Muito antes da Taipa ser um asilo psiquiátrico. Foi um dos meus primeiros trabalhos. A minha missão não era simples. Tinha que me infiltrar como se fosse uma jogadora de Xangai, conquistar o líder de determinado subgrupo, extrair informação e acabar com ele sem que ninguém percebesse. Na minha cabeça sabia que as coisas poderiam correr mal. Ainda me lembro de vacilar quando entrei no lobby do hotel com uma mala pequena. Na bagagem tinha uma pequena pistola automática com sete balas, um fio de aço, um pente que continha uma agulha fina e um batom de defesa com uma lâmina. Na minha cabeça repetia as palavras: “Calma. Respira fundo. Tudo vai correr bem. Este trabalho é importante e é mais difícil que o habitual mas tudo vai correr bem.” Mas na verdade não conseguia apagar a estranha sensação de que nada era normal e de que um movimento em falso resultaria na minha morte. A minha respiração, estranhamente controlada, não tinha nada a ver com a velocidade do meu coração. Um fio de suor humedeceu-me as axilas. Os dedos com formigueiros. A tensão transformou-se em premonição, em aviso repetido para eu sair. Mas era tarde demais. Olha há novidades na televisão…
“A TDM recebeu um vídeo do “Estripador”. Neste vídeo vê-se uma mulher aprisionada num local indeterminado. O vídeo chegou à nossa redacção com a ameaça de que se não for passado no telejornal a mulher morre. A polícia foi informada de imediato. O governo reuniu-se de emergência e expressou extrema preocupação através do seu porta-voz. Espera-se que novas medidas de segurança sejam anunciadas dentro da próxima hora. O vídeo, que veremos de seguida, contém imagens altamente chocantes que podem ferir a susceptibilidades de pessoas mais sensíveis.”

20 Abr 2016

Novo livro de António Caeiro conta relacionamento entre Portugal e China

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]novo livro do jornalista António Caeiro conta histórias do relacionamento Portugal-China entre 1949-1979 e da atracção que a revolução chinesa exerceu sobre alguns actuais líderes portugueses.
“A China está hoje muito presente na vida portuguesa, com empresas, lojas chinesas, um grande número de turistas, mas há uma relação mais antiga que não era conhecida do grande público”, desenvolvida ao longo de um período em que os dois países não mantinham relações diplomáticas, mas os contactos oficiosos nunca foram interrompidos, afirmou o antigo correspondente da agência Lusa em Pequim. Foi “uma surpresa” compreender esse relacionamento e a dimensão da influência do maoísmo em Portugal ao longo daquele período, declarou. “Foi uma surpresa para mim e para muitos portugueses da minha geração e mais novos”.
“Houve uma grande atracção de Portugal pelo comunismo chinês como não houve em outros países”, disse Caeiro, sublinhando que parte da actual elite portuguesa foi maoísta na juventude.
O autor citou o historiador José Pacheco Pereira, na apresentação da biografia do fundador do Partido Comunista Chinês “Mao, a História Desconhecida”, de Jung Chang e Jon Halliday, quando este disse que “a passagem pelo maoísmo é um elemento muito importante da História contemporânea” portuguesa.
Pacheco Pereira “passou” pelo maoísmo, no início da década de 1970. Após a queda da ditadura, aderiu à “esquerda liberal” e a seguir filiou-se no Partido Social-Democrata (PSD).

Caminho flexível

António Caeiro, que viveu mais de dez anos em Pequim, destacou Macau como um “fenómeno único do mundo”, que traduz a relação singular entre Portugal e a China.
“Ao longo de muito tempo conseguiram arranjar ali, através daquilo que podemos chamar ‘flexibilidade do bambu’, por muitos tufões políticos e económicos que surgissem, uma maneira de todos saírem bem”, sublinhou.livro antonio caeiro
Para contar estas histórias de vários intervenientes portugueses, chineses, macaenses e das ex-colónias, António Caeiro tentou encontrar “todas as pessoas que estiveram em contacto com a China ao longo desses trinta anos”.
“Consegui quase todos (…) Alguns poderão aparecer depois da publicação do livro, o que será ainda melhor”, considerou, explicando ter escrito “Peregrinação Vermelha: O Longo Caminho até Pequim” ao longo de uma década.
Para o jornalista, a história mais impressionante e dramática que contou foi a de Viriato da Cruz, poeta fundador do MPLA (Movimento Popular para a Libertação de Angola, actualmente no poder), que viveu e morreu em Pequim.
A 1 de Outubro de 1966, Viriato da Cruz discursou na praça Tiananmen perante um milhão e meio de pessoas e ao lado de Mao. Morreu em Junho de 1973, num hospital, depois de ter caído em desgraça e foi abandonado por todos. A mulher e a filha só conseguiram sair do país no verão de 1974, após a polícia política portuguesa ter autorizado a concessão de um passaporte.
“A amizade Portugal-China é uma história com ‘H’ grande e estas são as histórias de uma história maior e mal conhecida”, concluiu.
Este é o terceiro livro de António Caeiro sobre a China. O primeiro “Pela China Dentro: Uma Viagem de 12 Anos” foi publicado em 2004 e o segundo “Novas Coisas da China – Mudo, Logo Existo” em 2013.

19 Abr 2016

PSP | Registo criminal mais simples

O pedido de registo criminal vai ser mais simples. A Polícia de Segurança Pública, em conjunto com a Direcção dos Serviços das Forças de Segurança de Macau e a Direcção dos Serviços de Identificação, estabeleceu um protocolo para um serviço de auto-atendimento vocacionado para o requerimento do Certificado do Registo Criminal, sendo que os cidadãos vão poder fazer o pedido em quiosques. De acordo com um comunicado, estes vão funcionar junto ao Edifício do Serviço de Migração no Pac On a partir de amanhã. Com esta medida, aqueles organismos governamentais pretendem facilitar o requerimento do certificado, um documento essencial para a renovação da Autorização de Residência. O serviço confere ainda a possibilidade ao requerente de escolher o serviço de remessa pelo que o certificado será enviado directamente à PSP, sem necessidade de deslocar-se à DSI para o levantar.

19 Abr 2016

Projecto dedicado à gastronomia internacional passa pela RAEM

Gonçalo Loureiro e João Delicado são os mentores do projecto que quer pôr o mundo a saber o que nele se come, sendo Macau o ponto de partida numa “feliz coincidência”, dado o simbolismo que acarreta

[dropcap style=’circle’]”[/dropcap]Nas bocas do mundo” é o projecto de Gonçalo Loureiro e João Delicado, iniciado há cerca de dois anos e meio, que pretende abordar “tudo aquilo que anda literalmente nas bocas do Mundo” como sobressai na apresentação do blogue que concretiza o projecto. O primeiro, publicitário e crítico gastronómico, também colaborador da revista Sábado, e Luís Delicado, colega do mundo da publicidade, querem, através de imagens textos e vídeos, contar as histórias cujo enredo consista “nos segredos da gastronomia no mundo”, como diz Gonçalo Loureiro ao HM.
Foi com a introdução do vídeo que João Delicado foi convidado a participar: esta é uma plataforma importante em que, através do registo multimédia, é possível “transportar as pessoas aos lugares”, como afirma João Delicado.
Sendo seu intuito percorrer os sabores do mundo, muitos têm sido os esforços para que, nas suas tentativas de apoio, sejam vistos enquanto mais que “uns miúdos que querem comer e beber”, como diz um dos mentores referindo-se às dificuldades que têm tido no que respeita à aquisição das ajudas necessárias à continuidade do projecto.
No entanto, e numa “feliz coincidência”, a primeira resposta de interesse veio de Macau por parte do Rudolfo Faustino, coordenador do Centro de Promoção e Informação Turística de Macau em Portugal, que considerou relevante esta iniciativa de querer conhecer e divulgar “mais do que os casinos, museus ou os pastéis de nata de Macau”, adianta Gonçalo Loureiro ao HM. COMIDAS_JOAO_DELICADO_2
Para os criadores do projecto, a região tem ainda um interesse simbólico a ter em conta, na medida em que terá sido um importante ponto de chegada da gastronomia portuguesa e sendo agora o ponto de partida deste projecto na sua incursão por terras mais distantes.
Sem perder a oportunidade, Gonçalo Loureiro e Luís Delicado põem as mãos à obra e tiram férias para vir trabalhar. Ficaram cinco dias na região e, sem serem derrotados pelo jet lag, afirmam a gratificação que sentem com a abordagem nos sabores locais.

Da rua ao luxo

Em Macau, imperou o improviso num conjunto de experiências que andaram desde a comida de rua aos mais prestigiados restaurantes. Num primeiro momento, com a condução do chef Martinho Moniz, puderam ir à pesca com os pescadores locais e daí, em cooperação com uma loja de comida de rua, fizeram a tradicional cataplana portuguesa, tendo sido também confeccionada a feijoada macaense.
Gonçalo Loureiro adianta ainda a surpresa sentida quando verificaram o “crescente número de pessoas que os iam rodeando movidas pela curiosidade”.
Por outro lado, e com o gastroenterologista Shee Vá, surgiu a ideia que “no fundo dá mote a toda a iniciativa,” de fazer uma “viagem” que percorra a cozinha de Macau nos estômagos de cada um, sendo que foi ainda uma oportunidade de perceber tanto a autenticidade, como a segurança do que se vai ingerindo com a “comida de rua”. A experiência permitiu ao mesmo tempo salientar outros aspectos, como a ligação que sentiram entre as duas culturas – Portugal e Macau – ilustrada com as semelhanças sentidas entre mercearias e farmácias da medicina tradicional chinesa, bem como este “interface entre a gastronomia e a medicina”. COMIDAS_JOAO_DELICADO_3
O “Tacho” não foi esquecido e terá sido apreciado por ambos aquando do seu conhecimento por Florinda Morais Alves, da Confraria da Gastronomia Macaense, em que se fica com a sensação, dizem, de “um cozido à portuguesa de cá”.
Pela passagem de Macau fica ainda a ideia da necessidade de mais promoção da gastronomia macaense e de Macau, sendo que aqui a comida está “no melhor que se poderá encontrar na Ásia”. Além disso, diz, há que perceber que “as tradições da terra” se possam diluir, remata Gonçalo Loureiro.
Os dois mentores do “Bocas do mundo” chegaram a Macau, já passaram por Hong Kong e estão agora na Tailândia, sendo que a descoberta dos segredos das mesas onde se vão sentando podem ser acompanhados em https://nasbocasdomundo.com.

19 Abr 2016

Justiça | Joana Marques Vidal quer aprofundar cooperação

A Procuradora-geral da República portuguesa, Joana Marques Vidal, iniciou ontem uma visita oficial a Macau e garantiu que a cooperação vai ser reforçada nas áreas da corrupção e formação de magistrados

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Procuradora-geral da República (PGR), Joana Marques Vidal, disse ontem que o Ministério Público (MP) está disponível para aprofundar a cooperação com Macau em áreas como a luta contra a corrupção ou a formação de magistrados. Joana Marques Vidal iniciou uma visita a Macau com um encontro com a Associação dos Advogados de Macau (AAM).
À saída da reunião a PGR disse à agência Lusa que “o Ministério Público está consciente e percebe” a importância do legado [do Direito de Macau] e da manutenção da cooperação com as autoridades de Macau, que a AAM e outras vozes no território têm sublinhado, sobretudo nos últimos meses, na sequência da notícia avançada pelo HM sobre a não renovação de licenças ao abrigo das quais magistrados portugueses exercem funções em Macau.
“O MP está consciente e percebe essa importância e está disponível para aprofundar essa cooperação que pode passar por muitas formas”, como “acordos de cooperação na luta contra a corrupção” ou pela “formação de magistrados”, disse Joana Marques Vidal, prometendo novas declarações para depois de se reunir com o Procurador de Macau, Ip Son Sang, encontro que decorre hoje.
Joana Marques Vidal referiu que ouviu da AAM “o interesse na manutenção da cooperação com o MP”, tendo havido uma troca “de impressões” sobre “a forma como essa cooperação se pode concretizar”. A PGR manifestou também a “intenção de continuação do bom relacionamento e das relações institucionais e não institucionais” entre a associação e a Procuradoria-Geral da República portuguesa.
A PGR convidou, neste âmbito, o presidente da Associação, Jorge Neto Valente, a ir a Lisboa para se reunir com os órgãos do MP e da Procuradoria. “E continuaremos depois, após isso, o aprofundamento deste relacionamento”, acrescentou.

“Uma honra”

Jorge Neto Valente, presidente da AAM, disse à Lusa que, “sobretudo, foi uma honra” receber a PGR e que está satisfeito e optimista em relação à cooperação entre as autoridades de Macau e as de Portugal.
“É sempre útil podermos ter a oportunidade de trocar impressões e ver que há uma comunhão fácil de pontos de vista sobre a colaboração com o MP e a necessidade de trazer para Macau magistrados do MP da República portuguesa”, afirmou.
Joana Marques Vidal está até amanhã em Macau, a convite das autoridades do território. No âmbito desta “visita oficial”, foi mandatada pelo Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) para “estabelecer com as autoridades da RAEM um acordo relativo ao exercício de funções de magistrados do Ministério Público em tal região”.
“Esta visita oficial tem como objectivo prosseguir o aprofundamento da cooperação judiciária entre os dois Ministérios Públicos, designadamente no âmbito da formação de magistrados e do combate à corrupção e ao branqueamento de capitais. Será igualmente abordada a matéria relativa ao exercício de funções de magistrados do MP de Portugal na RAEM”, lê-se ainda numa nota da Procuradoria portuguesa.
Depois de Macau, a PGR segue para Pequim, na sequência de um convite da Suprema Procuradoria da China, segundo explicou à Lusa. HM/LUSA

18 Abr 2016

Biblioteca de Macau lança semana para promoção da leitura

Arranca no próximo sábado a Semana da Biblioteca de Macau, pelas 11h00 horas, no edifício do Antigo Tribunal. O dia serve, ao mesmo tempo, para comemorar o Dia Mundial do Livro, que se celebra anualmente nesta data, e dá início para uma série de actividades que visam a promoção de hábitos de leitura.
A iniciativa é subordinada ao tema “Livros que Aguardam a Sua Abertura”, compreendendo uma série de actividades de promoção da leitura a realizar durante os meses de Abril e Maio. As principais actividades estão agendadas entre os dias 23 e 26 de Abril, no edifício do Antigo Tribunal, e incluem acções organizadas pela Biblioteca Pública de Macau – com “Troca de Livros”, “Venda de Revistas Arquivadas para Fins de Caridade”, “Livros Livres” e “Workshop de Histórias Pop-Up” -, actividades organizadas pela DSEJ – com o “Workshop de Acessórios de Leitura”, a “Oficina de Manipulação de Balões” e o “Workshop de Barro Leve” e que são dirigidas a crianças acompanhadas pelos pais – e ainda as “Cabines de Jogos de Leitura” e a “Exposição de Fotografia de Bibliotecas Mundiais”, promovidas pela Associação de Bibliotecários e Gestores de Informação de Macau.
Também na agenda estão programas de extensão nos meses de Abril e Maio, nos quais se incluem o “Teatro de Marionetas de Livros Pop-up”, a “Cerimónia de Entrega de Prémios do Concurso Criativo (Macau) do Dia Mundial do Livro 23/04/2016 da Província de Cantão, Hong Kong e Macau”, a palestra “À Conversa com Celebridades”, o programa de promoção da leitura nas escolas, a “Exposição de Obras de Shakespeare”, o Concurso Infantil de Coloração e o 6º Concurso de Conhecimentos para Trabalhadores Voluntários e Trabalhadores-Estudantes da Biblioteca de Macau. A entrada é livre.

18 Abr 2016

Deficientes | Novo centro para crianças em funcionamento para o ano

[drocap style=’circle’]S[/dropcap]ão, no total, 366 as medidas que compõem o Planeamento dos Serviços de Reabilitação, que se encontra em processo de consulta pública até ao final do próximo mês de Maio. Sem grandes novidades, do grupo de propostas salienta-se um concurso para formação de 200 médicos especializados entre 2014 e 2018, da competência dos Serviços de Saúde (SS), e a redução do tempo de espera de diagnóstico.
Os responsáveis anunciaram que o centro para crianças portadoras de deficiências, prometido pelo Governo, estará pronto até 2017, mas não trará qualquer serviço novo, para além daqueles que já existem no Hospital Conde São Januário.
Choi Siu Un assegura que o plano vai trazer melhorias ao sistema de avaliação infantil, mas pede calma: “É preciso ter paciência. Os pais estão sempre preocupados com o período de avaliação. Os pais querem um diagnóstico, uma avaliação, rapidamente. Compreendemos, mas isso tem que ver com o nosso trabalho no futuro”.
“Para qualquer projecto novo, é preciso desenvolver com base nas coisas existentes. Alguns projectos já estão a ser desenvolvidos, procuramos melhorar”, explicou o Chefe de Departamento de Solidariedade Social, Choi Siu Un, à Rádio Macau.
O responsável do Instituto de Acção Social garante, no entanto, que “há projectos completamente novos”, como a oferta de serviços de reabilitação no Centro de Saúde do Carmo, na Taipa. E isto, destaca Choi Siu Un, é “só um exemplo”.
Está também prevista a interpretação de linguagem gestual em alguns programas de televisão e a criação de normas contra barreiras arquitectónicas em obras públicas ou financiadas pelo Governo.
O responsável explica ainda que qualquer criança com problemas de desenvolvimento recebe o apoio necessário, antes mesmo de haver um diagnóstico. Só que o resultado pode demorar mais de um ano.

18 Abr 2016

Abertas as candidaturas para o MultiFormas 2017

[drocap style=’circle’]E[/dropcap]stão abertas, até 9 de Maio, as candidaturas para a série MultiFormas 2017, numa iniciativa promovida pelo Instituto Cultural com o objectivo de incentivar a criatividade local num convite à exploração de novas possibilidades teatrais capazes de serem levadas a palco no próximo ano.
Este ano, a iniciativa envolve, segundo a organização, consultores artísticos já experientes no que respeita à orientação de sessões criativas e audições internas de modo a incentivar e dinamizar a criatividade, qualidade e praticabilidade das ideias apresentadas sendo que, desta forma, é dada aos finalistas a oportunidade de levarem os seus projectos a esta plataforma especialmente concebida para que possam mostrar o seu talento enquanto ousam explorar novos caminhos performativos.
Os espaços destinados à apresentação teatral não se resumem a um único local estando disponíveis diversas opções que incluem o Pequeno Auditório, a sala multi-usos ● ART, ou espaços ao ar livre de modo a dar um leque mais abrangente para as necessidades artísticas e criativas dos candidatos bem como estabelecer uma maior proximidade entre o palco e o público, adianta a organização.
As produções seleccionadas serão apresentadas no Centro Cultural de Macau em Fevereiro de 2017 e o convite é aberto a todos os artistas de Macau das mais diversas áreas.

18 Abr 2016

AFA | Tong Chong expõe pinturas na próxima semana

“Quanto mais depressa correres mais seguro estarás” dá o mote para “The Good World”. A mais recente exposição de pintura de Tong Chong convida a entrar num mundo em que, não havendo mais onde viver, é altura de fugir, de procurar um novo lar, de regressar a uma segurança desejada

[drocap style=’circle’]A[/dropcap]bre ao público no próximo dia 27 de Abril, pelas 18h30, a exposição de pintura de Tong Chong “The Good World”, na Art for All Society (AFA). A mostra inclui um total de 26 trabalhos da série “Wilderness”.
Nascido em 1977, Tong mudou-se para Macau em 1984 e tem-se dedicado à criação artística há mais de dez anos, tendo neste momento e segundo a organização, um papel central na arte contemporânea da região. O nome da exposição é inspirado no Cantonês “zau dak fai, ho sai gaai”, cujo significado será “quanto mais depressa correres, mais seguro estarás”. AFA_AFA
Ao olhar para as criações de Tong podem ser notados alguns elementos humorísticos, sendo que por detrás das suas pinturas há sempre uma questão digna de reflexão, adianta a organização. Tong recorre ao uso de animais enquanto personagens nos seus trabalhos da série “Wilderness”, em que os mesmos apesar de representados com características de felicidade, estão muitas vezes inseridos num fundo desértico e vazio constituindo um conceito marcado pelo contraste em que o artista pretende que o público se debruce, acerca da questão da relação entre o homem e o animal.
Numa sociedade contemporânea em que os desenvolvimentos tecnológicos também abarcam o levantamento de questões e dilemas relativos ao progresso e com o aumento das necessidades das pessoas, os animais que anteriormente viveriam entre a natureza também têm que mudar hábitos. Nas pinturas de Tong estes animais são representados constantemente a correr, a fugir, como quem perdeu o seu lar.
“Zau dak fai, ho sai gaai”, pode assim ser interpretado como aquando da chegada de problemas o melhor será fugir enquanto possível, levantando ainda a questão de se haverá ou não algum lugar de destino a salvo.
A exposição estará patente até 21 de Maio e conta com entrada livre.

18 Abr 2016

Céu – “Perfume do Invisível”

“Perfume do Invisível”

No dia em que eu me tornei invisível
Passei um café preto ao teu lado
Fumei desajustado um cigarro
Vesti a sua camiseta ao contrário
Aguei as plantas que ali secavam
Por isso o cheiro impregnava

O seu juízo
O meu juízo
Invisível
E o mundo a meu favor
Para me despir
E ser quem eu sou
Logo que o perfume do invisível
Te inebriou
Você me viu
E o mundo também
E o que tava quietinho ali
Se mostrou, meu bem…

Céu

16 Abr 2016

Índice de preços turísticos cai

O Índice de Preços Turísticos (IPT) voltou a cair no primeiro trimestre deste ano, depois de em 2015 ter registado a primeira diminuição desde que é divulgado. O IPT caiu 6,67% em comparação com o primeiro trimestre de 2015 e 3,43% em relação aos três meses anteriores, segundo dos dados divulgados pelos serviços de estatística.
O decréscimo mais acentuado foi nos preços dos alojamentos em que a queda foi de 23,80% em relação aos mesmos meses de 2015 e de 11,81% comparando com o trimestre anterior.
Mantém-se assim a tendência de queda iniciada no terceiro trimestre de 2015 dos preços dos bens e serviços adquiridos pelos visitantes.
Em 2015, o PIB de Macau caiu 20,3%, naquela que foi a primeira contracção anual da economia desde 1999.

15 Abr 2016

25 de Abril | João Afonso actua terça-feira no CCM

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] músico português João Afonso vai actuar em Macau na próxima terça-feira, num concerto integrado nas comemorações do 25 de Abril em que vai dar a conhecer o seu mais recente álbum “Sangue Bom”. O álbum foi editado em Fevereiro de 2014 e é constituído por 14 canções, todas compostas por João Afonso, exclusivamente com poemas dos escritores José Eduardo Agualusa e Mia Couto, de quem é amigo e “grande admirador das suas obras”.
“Neste concerto vamos apresentar as canções de ‘Sangue Bom’ mas iremos também viajar no universo do meu trabalho, desde [o álbum] ‘Missangas’, e apresentar canções do meu tio José Afonso relacionadas com o 25 de Abril e com a liberdade”, disse à agência Lusa João Afonso.
“Sangue Bom” é o sexto álbum de João Afonso, seguindo-se a “Missangas” (1997), “Barco Voador” (1999), “Zanzibar” (2002), “Outra Vida” (2006) e “Um Redondo Vocábulo” (2009).
“Com a excepção de ‘Um Redondo Vocábulo’, que se compõe de canções de José Afonso, “Sangue Bom” tem a particularidade de não ter palavras ou textos meus, ao contrário dos restantes CD. Este trabalho tem músicas minhas sobre os poemas de dois grandes escritores e grandes amigos: José Eduardo Agualusa e Mia Couto”, destacou.

Macau no coração

Com várias passagens por Macau e outras partes da Ásia, o músico recordou a actuação na RAEM em 2008 com o pianista João Lucas para fazer a apresentação do trabalho “Um Redondo Vocábulo”.
“Macau está presente na minha vida e no meu imaginário desde sempre pois o meu pai viveu aí na infância e ainda hoje tenho familiares muito próximos e alguns amigos em Macau. No ‘Barco Voador’ tenho uma canção dedicada a Macau chamada ‘Rio das Pérolas’”, afirmou. “Todos os públicos são especiais e com características diferentes. Macau é particular e, apesar da distância geográfica, sinto que há uma atenção especial pelo que se faz em Portugal. Tenho sido sempre recebido com muito carinho por um público atento e participativo com o qual tenho muita vontade de partilhar as novas canções”, acrescentou.
Por outro lado, considerou emocionante cantar e comemorar em Macau a “Revolução da Liberdade”.
O concerto de terça-feira, que acontece no Centro Cultural de Macau às 20h00, é promovido pela Casa de Portugal em Macau. No âmbito das comemorações do 25 de Abril vai ser ainda apresentado um disco com poemas alusivos à data de vários poetas portuguesas e musicados por artistas que trabalham com esta associação, disse a presidente Casa de Portugal, Amélia António, à Rádio Macau. Os bilhetes custam 50 patacas. LUSA/HM

15 Abr 2016

Casa Garden | Exposição de pintura a óleo inaugura na terça-feira

Levou oito anos a ler o livro “O Sonho do Pavilhão Vermelho” e agora retrata-o em diversas pinturas a óleo. Obras para ver na Casa Garden a partir da próxima semana

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] galeria principal da Casa Garden vai inaugurar a 19 de Abril, pelas 18h30, a exposição de pintura a óleo de Zhang Bin “O Sonho do Pavilhão Vermelho”, numa iniciativa da Fundação do Oriente. Segundo o curador Yao Feng, esta exposição tem origem num desafio a que o artista se propôs para uma interpretação do livro homónimo do título da exposição.
O “Sonho do Pavilhão Vermelho” de Cao Xueqin é um livro clássico com uma forte conotação cultural. “Na China, não há nenhuma outra obra de literatura que expresse de forma tão magistral a beleza da natureza humana como este livro”, acrescenta o curador, sendo que existe um grande número de artistas na área da literatura, pintura, teatro, cinema e outras formas de arte que têm interpretado este clássico da literatura. Em forma de pintura, Zhang Bin é um dos poucos que terá posto mãos à obra.
“Não importa de que forma, para mostrar o profundo significado do Sonho do Pavilhão Vermelho é preciso lê-lo e amá-lo.” 15416P10T1
Zhang Bin, após oito anos de leitura, mostra agora ao mundo uma série de pinturas inspiradas na obra em que “o objecto da pintura é a alma, tentando, na sua forma original, mostrar uma ideia bonita e irreal através da alternância da cor do mundo, com a expectativa de conduzir o observador através do sonho que ele pretende representar”, remata o curador.

Identidade

O artista é natural da cidade de Harbin e estudou na Faculdade de Design e Belas Artes e no Centro de Artes Performativas em Pequim, de 1989 a 1994. Em 1994, formou-se e foi destacado pelo Governo Central para o “Orient Song and Dance Group” como designer. Tem desempenhado sempre funções de designer e foi responsável pela concepção de palcos em algumas grandes companhias de arte performativa de música e de dança, como a Beijing TV Party, a Shangai TV Party, a Shanghai International Automobile Expo, etc.
Tem exposto na China e em diversas partes do mundo, como nos Estados Unidos, Coreia, etc. As suas obras já foram referidas em diversas publicações e fazem parte de colecções nacionais e estrangeiras.
A exposição estará patente até 19 de Maio e conta com entrada livre.

15 Abr 2016

Mais de 350 punidos por venda ilegal de vacinas na China

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais de 350 funcionários chineses foram despromovidos ou afastados por negligência na sequência do desmantelamento de uma rede de venda ilegal de vacinas, no maior escândalo de saúde pública ocorrido na China nos últimos oito anos.
O caso envolve o armazenamento sem condições, transporte e venda ilegal de vacinas – muitas fora de prazo – avaliadas em 570 milhões de yuan, segundo a imprensa estatal.
Na sequência do desmantelamento daquela rede, que operava desde 2011 em 24 províncias e cidades, entre as quais Pequim, a polícia chinesa deteve já 202 pessoas e abriu 192 processos criminais.
Funcionários da Administração Estatal de Alimentação e Fármacos e da Comissão Nacional da Saúde e Planeamento Familiar chinês, assim como 17 autoridades locais “serão responsabilizados”, segundo uma decisão do Conselho de Estado chinês.
“A qualidade e segurança das vacinas estão relacionadas com a vida e saúde das pessoas, especialmente das crianças, sendo por isso uma linha vermelha que não pode ser ultrapassada”, lê-se na decisão tomada após uma reunião presidida pelo primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.
O escândalo “expôs uma supervisão negligente das vacinas e a inércia de alguns funcionários”, acrescenta.

Farmacêuticas sob investigação

Entre as vacinas vendidas, destaca-se as contra a poliomielite, raiva, garrotilho, encefalite ou hepatite B.
Segundo a agência oficial chinesa Xinhua, a polícia está a investigar 29 companhias farmacêuticas por alegado envolvimento.
O caso voltou a aumentar a preocupação entre a população chinesa para com a insegurança em vários sectores, como o alimentar.
Em 2008, a adulteração de leite infantil com melanina por 22 marcas locais resultou na morte de seis bebés e em 300 mil intoxicações.

15 Abr 2016

MP Português vai estabelecer acordo com Macau sobre magistrados

Joana Marques Vidal chega a Macau em breve para falar com as autoridades sobre a saída obrigatória de magistrados portugueses do território

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Ministério Público português vai “estabelecer” com Macau um acordo sobre o exercício de funções de magistrados portugueses, segundo informação publicada no último boletim do Conselho Superior do Ministério Público (CSMP). “O Conselho deliberou, por unanimidade, mandatar a senhora conselheira procuradora-geral da República [Joana Marques Vidal] para estabelecer com as autoridades da RAEM um acordo relativo ao exercício de funções de magistrados do Ministério Público em tal região”, lê-se no boletim, que dá conta das decisões tomadas num plenário realizado na semana passada.
Segundo o mesmo texto, esta deliberação está relacionada com a “visita oficial” que Joana Marques Vidal vai fazer a Macau, anunciada em Janeiro passado. A 26 de Janeiro, o Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) mostrou “total disponibilidade” para substituir os magistrados portugueses que exercem funções em comissão de serviço em Macau, segundo uma informação da Procuradoria-Geral da República à agência Lusa. A informação foi enviada em resposta a questões sobre os magistrados que se encontram em comissão de serviço em Macau a quem o CSMP não pretende renovar a comissão de serviço, como avançado pelo HM.

Dos limites

Na mesma nota, a Procuradoria-Geral da República (PGR) referia que “entende o CSMP que, como acontece em todos os outros casos, tais funções devem ter limitações temporais”. “Isto, sem prejuízo da total disponibilidade do CSMP para autorizar outros magistrados, com iguais qualificações, para o exercício dessas funções”, acrescentava.
O CSMP “tem entendido que as comissões de serviço devem ter uma duração limitada no tempo, tendo mesmo deliberado no sentido da duração da comissão de serviço ser, por regra, de três anos, podendo ser renovada por igual período. Pode ainda ser autorizada, depois, por motivos de excepcional interesse público, nova renovação até ao limite máximo de três anos”, acrescentava a mesma nota.
A PGR referia ainda, no mesmo documento, que a procuradora-geral da República aceitou um convite e se deslocará, nos próximos meses, em visita oficial a Macau, na qual abordará a questão da prestação de serviço de magistrados do Ministério Público português no Ministério Público da região.
Joana Marques Vidal estará em Macau já na próxima semana, onde vai encetar contactos com Sónia Chan, Secretária para a Administração e Justiça, Chui Sai On, Chefe do Executivo, Ip Son Sang, Procurador da RAEM, entre outros, segundo a rádio Macau.

14 Abr 2016

Exposição da arte de Weingart estará patente em Macau

[dropcap style=’circle’]I[/dropcap]naugura amanhã, pelas 18h30, na Galeria do Tap Seac, a exposição  “Tipografia Weingart” do designer internacional homónimo. Com a exibição de mais de 200 obras, esta mostra foi curada especialmente pelo Museu de Design de Zurique para o artista, sendo que todas as peças são pertença das colecções do próprio museu.
Weingart, segundo a organização, é visto como “enfant terrible da tipografia moderna suíça”, cabendo-lhe ainda o título de mentor da revolução desta arte na medida em que representa a “escrita de um novo capítulo na história internacional do design”. Terá dado início à violação das regras estabelecidas na tipografia a partir de meados dos anos 60, “libertando as letras do espartilho do ângulo recto, reajustando os espaços entre as letras e reorganizando a sua composição topográfica”.
Nos anos 70 começou o processo de transformação de filmes de reticula em colagens depois impressas em offset numa espécie de prelúdio da amostragem digital da “Nova Vaga” pós-moderna, ao mesmo tempo que esgotava a manualidade da impressão tipográfica. São também conhecidos os seus trabalhos posteriores em que faz uso da fotocopiadora nas suas criações. Actualmente é também professor na Escola de Design de Basileia e tem deixado marca em várias gerações de designers.

Mais abrangente

De modo a proporcionar aos visitantes a possibilidade de apreciação da arte e da composição tipográfica característica dos trabalhos do designer, marcada pelo uso da colagem e da combinação de diversas técnicas no desenvolvimento das suas obras, a organização adianta que a exposição foi especialmente concebida de modo a que incluísse um leque abrangente e representativo de trabalhos, tendo sido seleccionadas peças que contemplam diferentes temas entre os quais obras experimentais provenientes do projecto “Composições Circulares” das “Imagens de Linhas” bem como vários estudos e experiências de “ A Letra M” e ensinamentos do próprio autor através de obras dos seus alunos em que o visitante poderá aceder aos seus métodos de ensino.
Este evento é organizado pelo Instituto Cultural e conta com o apoio do Consulado Geral da Suíça em Hong Kong e Macau, do Instituto de Design, o Instituto de Educação Vocacional e da “Conecting Spaces” e estará patente até 12 de Junho, com entrada livre.

14 Abr 2016

Música | Rádio Macau convida população a assinalar dia do disco

Idos os tempos de andar na rua com o disco debaixo do braço para emprestar ao amigo, há ainda quem não queira deixar este objecto de lado. O “Record Store day” existe para o lembrar e o território também quer fazer parte. Assim, a Rádio Macau vai dar essa possibilidade a quem quiser mostrar o seu vinil preferido, num programa durante todo o dia de amanhãPessoal e transmissível

O convite é “mesmo para todos” e as escolhas são pessoais, do mais antigo ao mais recente amante do vinil e aos djs que possuem colecções substanciais. Os interessados devem dirigir-se amanhã ao longo do dia, de vinil na mão, às instalações da Rádio Macau, no sétimo andar do Edifício Nam Kwong.
O “Record Store Day” foi criado em 2007 por um conjunto de lojas de discos independentes e dos seus funcionários de forma a celebrar e divulgar a sua cultura única. O primeiro foi celebrado a 19 de Abril de 2008 e desde aí todos os terceiros sábados desse mês são festejados, sendo que actualmente a comemoração já cobre o mundo inteiro. O dia é ainda assinalado com a promoção das mais diversas iniciativas que incluem vários eventos, lançamentos de edições especiais de CDs e vinil e de produtos promocionais associados.


14 Abr 2016

Quarto caso de dengue importado

Os Serviços de Saúde (SS) confirmaram esta terça-feira a detecção de um caso de febre de dengue importado, o quarto registado. O caso foi detectado numa mulher com 35 anos de idade, residente na Avenida do Almirante Lacerda, que esteve na Malásia de 24 a 28 de Março deste ano. Após regressar à RAEM, a 3 de Abril, a doente manifestou entre outros sintomas, febre, dores de cabeça e musculares. A 9 de Abril, após a febre ter baixado, apresentou erupções cutâneas nos quatros membros. O Laboratório de Saúde Pública confirmou os resultados positivos a dengue. O caso foi classificado como o quarto importado na RAEM desde o início do ano.

14 Abr 2016