Leong Sun Iok pede mais inspecções nos casinos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] recém-eleito deputado de Macau Leong Sun Iok, da Federação das Associações de Operários, pediu ao Governo que mobilize inspectores em permanência para os casinos, para garantir que a lei antitabaco não é violada.

No período de intervenções antes da ordem o dia na Assembleia Legislativa (AL), Leong criticou os casinos de Macau, dizendo que tudo fazem para contornar a Lei da Prevenção e Controlo do Tabagismo, adoptada em 2012 e que tem gradualmente vindo a alargar o seu âmbito, abrangendo também os casinos.

O antigo ‘croupier’ afirmou que os casinos encontraram, desde 2014, quando foram criadas salas de fumo, “vários métodos para contornar a lei (…) deixando os clientes fumar”.

O novo deputado dá como exemplo de má conduta casos em que não são afixados os dísticos necessários nas zonas onde não se pode fumar, áreas de fumadores que têm o seu âmbito alterado, bem como casos em que “enganam os clientes, afirmando que era permitido fumar nas áreas para não fumadores, e até impediram os seus trabalhadores de dizer aos clientes que era proibido fumar naquelas áreas”. “Os casinos violam a lei a seu bel-prazer e os trabalhadores já não conseguem tolerar isso”, criticou.

Leong disse que “o controlo do tabaco nos casinos não obteve resultados satisfatórios” e lamentou que as salas de fumo continuem a ser permitidas, ao contrário do que tinha sido anteriormente anunciado pelo Governo, que pretendia proibir totalmente o tabaco nestes espaços.

Dia e noite

Para combater “os riscos do tabagismo” para os trabalhadores dos casinos, o deputado sugeriu que o Governo “simplifique os procedimentos relacionados com a aplicação da lei por parte dos inspectores” e “mobilize esse pessoal para ficar nos casinos 24 horas por dia”.

A Lei da Prevenção e Controlo do Tabagismo entrou em vigor em 2012. Em 2015 passou a aplicar-se a bares, salas de dança, estabelecimentos de saunas e de massagens.

Os casinos foram abrangidos dois anos antes, a 1 de Janeiro de 2013, mas apenas parcialmente, dado que as seis operadoras de jogo foram autorizadas a criar zonas específicas para fumadores, que não podiam ser superiores a 50% do total da área destinada ao público.

Em Outubro de 2014, “as zonas para fumadores” foram substituídas por salas de fumo fechadas, passando a ser proibido fumar nas zonas de jogo de massas dos casinos e permitido apenas em algumas áreas das zonas de jogo VIP.

No Verão do ano seguinte foi aprovada, na generalidade, uma proposta de lei que proibia totalmente o fumo nos casinos, mas o Governo viria a recuar na promessa inicial de ‘tolerância zero’.

31 Out 2017

Bancos | Aprovado reforço de garantias a depositantes

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Conselho Executivo aprovou a proposta de lei que prevê mais garantias aos depositantes em caso de falência bancária. Foi também aprovado pelo mesmo organismo o regulamento administrativo que visa a reformulação da Direcção dos Serviços de Economia.

O Governo de Macau elaborou uma proposta de lei de alteração ao Regime de Garantia de Depósitos que prevê mexidas nos critérios a observar no valor da compensação a pagar pelos bancos, excluindo a dedução de dívidas.

Esta proposta de lei tem como finalidade “a simplificação do cálculo de compensação a pagar aos depositantes”, traduzindo-se nomeadamente “no reforço da garantia a conceder aos direitos e interesses razoáveis dos depositantes”, “contribuindo, assim, para a promoção da política de estabilidade financeira de Macau”, afirmou o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng.

Em concreto, o Governo propõe mexidas nos critérios a observar na determinação do valor da compensação, deixando cair a dedução das eventuais dívidas do depositante à respectiva instituição quando é accionada a garantia pelo Fundo de Garantia de Depósitos (FGD).

À luz da proposta de lei – que carece de ser aprovada pela Assembleia Legislativa – continuam a ser levados em conta os saldos dos depósitos garantidos do depositante na entidade participante em causa, acrescidos dos respectivos juros contados até àquela data, explicou Leong Heng Teng.

O actual regime prevê um limite máximo de reembolso de 500 mil patacas a cada depositante e por banco.

Todos os bancos autorizados a exercer actividade em Macau (com a excepção dos ‘offshore’) e a Caixa Económica Postal são obrigados a participar no Regime de Garantia de Depósitos, cuja gestão e financiamento é da competência do FGD, apoiado técnica e administrativamente pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM).

Reestruturação declarada

O Conselho Executivo anunciou que deu ‘luz verde’ a duas propostas de regulamento administrativo, com a primeira a dizer respeito à organização e funcionamento da Direcção dos Serviços de Economia (DSE).

“Devido à mudança rápida da conjuntura económica mundial verificada nos anos recentes e à realidade do desenvolvimento económico de Macau”, propõe-se uma “reconfiguração da estrutura orgânica” da DSE que “permita impulsionar o desenvolvimento industrial e comercial de Macau, promovendo a diversificação adequada da economia e satisfazendo as necessidades da sociedade”.

Não obstante as mudanças, incluindo fusões, a estrutura da DSE manter-se-á com cinco departamentos e nove divisões.

No entanto, vão ser retiradas ao Departamento de Desenvolvimento de Convenções e Exposições e das Actividades Económicas (DDCEAE) as competências relativas à promoção do desenvolvimento de convenções e exposições. Essas competências vão passar para o Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM) que, por via dessa mudança, vai ver o regime orgânico alterado.

Segundo Leong Heng Teng, sugere-se “alargar o âmbito das responsabilidades do IPIM, adicionando nomeadamente o impulso ao desenvolvimento da indústria de convenções e exposições e promoção das funções de Macau como plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa”.

Neste âmbito, vai ser criado o departamento de promoção comercial e económica dos países de língua portuguesa, complementou o presidente do IPIM, Jackson Chang.

31 Out 2017

Cartas de condução | Deputados temem agravamento do trânsito

Vários deputados debateram a questão do reconhecimento mútuo das cartas de condução de Macau e do interior da China, temendo um agravamento das condições do tráfego no território. Lam Hin San, director da DSAT, afasta essa possibilidade

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ste domingo a TDM promoveu um debate com cinco deputados da Assembleia Legislativa sobre a proposta de reconhecimento mútuo das cartas de condução de Macau e do interior da China, uma medida anunciada a semana passada pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT).

Segundo a imprensa chinesa, o deputado Si Ka Lon crê que a medida proposta pelo Governo segue uma tendência já verificada, uma vez que Hong Kong e o interior da China já colocam em prática esse reconhecimento dos documentos de condução há mais de dez anos.

Uma vez que a cooperação com a província de Guangdong está mais estreita, e também devido ao facto de vários residentes realizarem os exames de condução no continente, Si Ka Lon considera que a medida pode ser benéfica.

Leong Sun Iok, deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), disse estar preocupado com a possibilidade do aumento do número de veículos em circulação, o que pode trazer um grande impacto à vida da população local.

O número dois de Ella Lei na AL lembrou a existência de excesso de motoristas ilegais em Macau, sendo que, quando a proposta for implementada, haverá o risco da vinda de mais motoristas não residentes, o que pode piorar a situação de ilegalidade.

Ng Kuok Cheong considerou “óbvia” a possibilidade de piorar não só a situação dos motoristas ilegais como o panorama do tráfego em Macau.

A proposta anunciada pela DSAT já tinha sido abordada em 2013, mas não avançou por falta de viabilidade. O deputado pró-democrata frisou que as autoridades decidiram implementar a proposta dado o futuro planeamento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

Para Ng Kuok Cheong, este projecto de integração regional “visa melhorar as cidades e não torná-las iguais”. Tendo em conta as condições de Macau, Ng Kuok Cheong acha que “são sempre bem-vindos os visitantes, mas convém usarem transportes públicos”.

O deputado defendeu ainda que as autoridades comuniquem com a China, para que os futuros novos condutores tenham a percepção das características locais.

Na visão de Ho Ion Sang, deputado ligado à União Geral das Associações dos Moradores de Macau (Kaifong), esta não é a altura ideal para se avançar com a proposta de mútuo reconhecimento das cartas de condução, pelo facto do trânsito em Macau enfrentar problemas de planeamento.

Ho Ion Sang lembrou ainda o mau funcionamento dos autocarros públicos, as ilegalidades cometidas pelos taxistas e a entrada em funcionamento do metro ligeiro só em 2019, [e apenas no segmento da Taipa].

O deputado considera, portanto, que o Governo só deve implementar esta medida quando forem criadas melhores condições para o trânsito e transportes públicos. Ainda assim, defende que o reconhecimento mútuo das cartas de condução será uma tendência a seguir nos próximos tempos.

Mak Soi Kun defendeu, por sua vez, que o Governo de Macau deve comunicar de forma estreita com as autoridades da China, ao mesmo tempo que se devem melhorar os serviços de autocarros e garantir a execução das leis.

Sem pressão

Citado pelo Jornal do Cidadão, o director da DSAT, Lam Hin San, lembrou que a cada ano que passa há mais turistas a necessitar de conduzir em Macau, além de que o número de acidentes de viação tem diminuído nos últimos dois anos.

Tendo em conta o exemplo de Hong Kong, Lam Hin San frisou que o número de visitantes em Macau não será excessivo. Com as medidas de controlo da circulação de veículos e as opções de deslocação existentes, o responsável defende que, numa fase inicial, a nova medida não vai trazer um impacto significativo ao trânsito.

O chefe do departamento de trânsito do Corpo de Polícia de Segurança Pública, Vong Vai Hong, acredita que a proposta não vai aumentar as dificuldades de combate aos motoristas ilegais. Caso seja necessário, haverá um aumento da fiscalização, alertou. Também Vong Vai Hong não acredita num aumento exponencial do número de acidentes de viação.

31 Out 2017

Comércio | Exportações sobem de Janeiro a Setembro

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] comércio externo de Macau subiu 6 por cento nos primeiros nove meses do ano, em termos anuais homólogos, atingindo 63,03 mil milhões de patacas, indicam dados oficiais divulgados.

De acordo com a Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), entre Janeiro e Setembro, Macau exportou bens avaliados em 8,56 mil milhões de patacas – mais 10,7 por cento – e importou produtos avaliados em 54,47 mil milhões de patacas, ou seja, mais 5,3 por cento, em termos anuais homólogos.

Por conseguinte, o défice da balança comercial nos nove primeiros meses do ano atingiu 45,91 mil milhões de patacas, traduzindo um agravamento de 4,3 por cento em termos anuais homólogos.

Em termos de mercados, as exportações para a China totalizaram 1,63 mil milhões de patacas, reflectindo uma subida de 21,4 por cento relativamente a igual período do ano transato.

As vendas para Hong Kong, para a União Europeia e para os Estados Unidos subiram 16,8 por cento, 2,6 por cento e 22,2 por cento, respectivamente, em termos anuais homólogos, segundo a DSEC.

As exportações para os países de língua portuguesa cifraram-se em 700 mil patacas, traduzindo um ‘tombo’ de 88 por cento face ao período homólogo de 2016.

Já do lado das importações, Macau comprou à China produtos no valor de 17,85 mil milhões de patacas nos primeiros nove meses do ano, ou seja, menos 5,4 por cento em termos anuais homólogos.

A mesma tendência foi verificada nas importações de mercadorias dos países de língua portuguesa que diminuíram 3,3 por cento.

Em sentido inverso, as compras à UE aumentaram 12,3 por cento.

31 Out 2017

CEPA | Assinado acordo entre Hong Kong e Macau

Já foi assinado o acordo bilateral de comércio livre entre Macau e Hong Kong. No entanto, a sua operacionalidade vai no ínicio abranger apenas os serviços. Fica em falta o sector do comércio de mercadorias

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Governos de Macau e de Hong Kong, as duas Regiões Administrativas Especiais da China, assinaram sexta-feira um acordo bilateral de comércio livre que no arranque prevê apenas a liberalização de serviços.

O Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre Hong Kong e Macau (CEPA HK-Macau), indicou o Gabinete de Comunicação Social em comunicado, prevê a livre circulação de mercadorias, a facilitação dos procedimentos aduaneiros e de comércio e a abertura do comércio de serviços ou cooperação no domínio da propriedade intelectual.

No âmbito do Acordo CEPA HK-Macau, a região vizinha compromete-se a liberalizar 105 serviços a Macau que, em contrapartida, vai abrir 72 serviços a Hong Kong, diz a mesma nota, sem qualquer referência, porém, ao comércio de mercadorias.

O acordo foi firmado pelos titulares das pastas de Economia e Finanças de Macau e de Hong Kong, respectivamente, Lionel Leong e Paul Chan Mo-po, após a 10.ª reunião de alto nível de cooperação entre as duas Regiões Administrativas Especiais realizada na sexta-feira em Hong Kong.

Antes tarde que nunca

No encontro anterior, em Julho de 2016, em que os dirigentes rubricaram o “documento principal” do Acordo CEPA HK-Macau, que definiu as regras a serem aplicadas às áreas do comércio de mercadorias e serviços, do investimento ou propriedade intelectual, ficou a promessa de que o acordo seria celebrado até ao final desse ano.

Os três acordos CEPA – entre Hong Kong e Macau, entre a China e Hong Kong e entre a China e Macau – “vão contribuir para um melhor ambiente de comércio livre e um efeito activo de sinergias”, sublinha o mesmo comunicado oficial.

Desde a entrada em vigor do Acordo CEPA – entre Macau e a China –, em Janeiro de 2004, têm vindo a ser assinados vários suplementos, com vista ao alargamento das áreas, produtos e serviços.

De Janeiro de 2004 até Dezembro de 2016, o valor acumulado das exportações de mercadorias com isenção de direitos aduaneiros atingiu 764,44 milhões de patacas.

No plano do comércio de serviços, no mesmo período, foram emitidos 612 certificados de prestador de serviços de Macau, quase metade dos quais relativos a serviços de transporte.

O CEPA foi criado com o objectivo “promover a prosperidade e o desenvolvimento comum do Interior da China e da Região Administrativa Especial e reforçar a cooperação mútua económica e comercial”, estabelecendo “um relacionamento semelhante a parceiros de comércio livre, num país com duas regiões aduaneiras autónomas”.

31 Out 2017

Festival Literário de Cabo-Verde com representação de Macau

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau está representado com o escritor Carlos Morais José na Festa do Livro, na Cidade da Praia. O evento começou ontem e reúne 40 autores, numa programação que se estende às escolas, com espetáculos musicais e debates.

A organização, a cargo do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas e da Biblioteca Nacional de Cabo Verde com produção executiva da Booktailors, aponta o evento, que vai decorrer em vários espaços da capital cabo-verdiana, como “o maior evento literário dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)”.

O Morabeza “pretende assumir-se como um ponto de ligação entre os vários continentes onde a expressão portuguesa está presente e viva”, afirma a organização, referindo parcerias firmadas com o Festival Rota das Letras, de Macau, o Festival da Palavra, de Porto Rico e Nova Iorque, e o Literatura em Viagem, de Matosinhos.

A programação da festa tem prevista uma feira do livro, mesas de debate, concertos, sessões de poesia, acções de formação, visitas a escolas e universidades, um colóquio dedicado ao poeta Eugénio Tavares (1867-1930), um seminário internacional sobre o escritor cabo-verdiano Luís Romano, que se radicou no Brasil na década de 1960, e ainda a pintura de um mural pelo duo Acidum.

De acordo com o programa, o Morabeza abriu ontem com uma sessão especial por Olinda Beja, na livraria da Biblioteca Nacional de Cabo Verde, intitulada “Escrever como quem planta ocás” e dedicada ao público infantil e juvenil.

Também ontem foi apresentada a reedição da “Obra de Eugénio Tavares”, na Biblioteca Nacional de Cabo Verde.

Um pouco de tudo

Até domingo, quando encerra o evento, está prevista a realização de dez mesas-redondas sob diferentes motes como “É doce morrer no mar”, uma canção dos brasileiros Jorge Amado e Dorival Caymmi, ou “Tantu stória pa-m Kontâ-bu”, que aborda a tradição oral, um ciclo de conversas com os escritores “em diversas universidades das ilhas” cabo-verdianas, e a apresentação do livro “Debaixo da nossa Pele – Uma Viagem”, de Joaquim Arena.

Entre os cerca de 40 autores que vão participar neste evento, foram já anunciados os nomes de Germano Almeida, autor de “O Testamento do Senhor Napumoceno”, José Eduardo Agualusa, que recentemente publicou “A Sociedade dos Sonhadores Involuntários” e recebeu este ano o Prémio IMPAC de Dublin pelo romance “Teoria Geral do Esquecimento”, e ainda Afonso Cruz, Alexandra Lucas Coelho, José Rodrigues dos Santos, Valter Hugo Mãe, Vera Duarte e Álvaro Laborinho Lúcio.

Na área dos espectáculos, um trio composto pelos músicos Isabella Bretz, Matheus Félix e Rodrigo Lara apresentará “Canções para abreviar distâncias”, que inclui poemas de José Luís Peixoto (Portugal), Adélia Prado (Brasil), Mia Couto (Moçambique), Vera Duarte (Cabo Verde), Conceição Lima (São Tomé), Odete Semedo (Guiné-Bissau), Ana Paula Tavares (Angola) e Crisódio Araújo (Timor-Leste).

“Mais do que um encontro de escritores, esta festa literária procura ser um palco internacional para a produção literária cabo-verdiana e para o desenvolvimento do meio editorial local”, afirma a organização da Morabeza – Festa do Livro.

31 Out 2017

China | Nova comissão anti-corrupção criada em 2018

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]equim vai activar, em 2018, uma comissão anti-corrupção, paralela à do Partido Comunista da China (PCC) que puniu um milhão e meio de altos funcionários por más práticas nos últimos cinco anos, informou ontem o jornal Global Times.

A comissão nacional, que vai depender do governo em vez de estar adstrita ao PCC, vai alargar a todo o território chinês sistemas já aplicados de forma experimental em Pequim e nas províncias de Shanxi (norte) e Zhejiang (leste), de acordo com o jornal em inglês do grupo Diário do Povo, órgão central do PCC.

O anúncio da nova ferramenta anti-fraude foi feito depois da primeira reunião, no domingo, da comissão de inspecção e disciplina do PCC sob a nova liderança de Zhao Leji, em substituição de Wang Qishan que, nos últimos cinco anos, foi um dos líderes mais influentes do regime.

Zhao Leji afirmou no primeiro acto público como chefe do órgão máximo anti-corrupção do partido que a campanha vai continuar durante o seu mandato, com vista à conquista de uma “vitória total” contra a fraude no seio da formação.

Zhao, de 60 anos, também se converteu na semana passada num dos sete membros do Comité Permanente do Politburo, a cúpula do poder na China, encabeçada pelo Presidente do país e secretário-geral do PCC, Xi Jinping.

31 Out 2017

Ambiente | Poluição aumenta em Pequim

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] qualidade do ar na zona de Pequim-Tianji-Hebei piorou consideravelmente durante os primeiros nove meses do ano devido ao aumento dos poluentes, segundo dados do governo chinês divulgados pela agência Xinhua.

O chefe da monitorização ambiental, Liu Zhiquan, disse que as 13 cidades examinadas naquela área do norte da China registaram uma “boa” qualidade do ar em apenas 52,6% dos dias durante o período de Janeiro a Setembro, 8,7 pontos percentuais abaixo do mesmo período do ano anterior.

Assim, a densidade das partículas PM2,5 nessas áreas urbanas aumentou 10,3% em relação ao ano anterior e a densidade das PM10 sofreu um aumento de 10,7%.

Em Setembro, Pequim teve uma “boa” qualidade do ar em 53,3% dos dias, 13,4 pontos percentuais menos do que no mesmo mês de 2016, segundo o Ministério da Protecção Ambiental, que sublinhou que a densidade de PM10 aumentou nesse mês em 53,8%.

A nível nacional, nas 388 cidades monitorizadas houve uma “boa” ou “excelente” qualidade do ar em 19,4% dos dias correspondentes aos primeiros nove meses deste ano, um valor ligeiramente inferior ao do mesmo período de 2016.

A qualidade do ar geralmente piora no Inverno no norte da China, onde a queima de carvão usada no aquecimento agrava a situação.

31 Out 2017

China vai construir túnel mais longo do mundo

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China vai construir o túnel mais longo do mundo, com um total de mil quilómetros, para levar água desde o Tibete para o deserto de Taklimakan, na região do Xinjiang, extremo noroeste do país.

De acordo com a edição de ontem do jornal de Hong Kong South China Morning Post, a obra vai transportar água a partir do rio Brahmaputra até Taklimakan, deserto com 270.000 quilómetros quadrados, equivalente a três vezes o território português.

A proposta foi apresentada em Março ao Governo chinês e as equipas de investigação sobre o projecto integraram mais de 100 cientistas chineses, indicou o jornal.

De acordo com Zhang Chaunqing, investigador da Academia de Ciências chinesa, citado pelo diário, Pequim vai adoptar o projecto de forma faseada.

Obras em curso

Em Agosto passado, a China começou a construir um outro túnel, que terá 600 quilómetros, e vai demorar oito anos a concluir, em Yunnan, província no extremo sudoeste do país, que faz fronteira com Laos, Birmânia e Vietname.

A construção desta infra-estrutura, para circulação de comboios de alta velocidade, vai servir de ensaio aos métodos de engenharia que serão utilizados no futuro túnel entre as regiões do Tibete e Xinjiang.

O planalto do Tibete impede que a chuva trazida pela monção desde o oceano Índico alcance Xinjiang, região rodeada a norte pelo deserto de Gobi e a sul pelo Taklimakan, inviabilizando assim a actividade humana em 90% do território.

A primeira vez que se estudou a possibilidade de transportar água desde o Tibete para Xinjiang foi durante a dinastia Qing, no século XIX, mas o projecto nunca avançou, devido aos custos elevados, impactos ambientais e potenciais protestos dos países vizinhos.

O planalto do Tibete é uma das regiões do mundo com mais actividade sísmica.

31 Out 2017

Barcos da Volvo Ocean Race completaram primeira etapa

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s sete barcos da Volvo Ocean Race completaram sábado a primeira etapa, que ligou Alicante, em Espanha, a Lisboa, com o Vestas a ser o primeiro a cortar a meta.

O barco britânico, liderado pelo ‘skipper’ Charlie Enright, precisou de 138:08.26 horas para percorrer as 1.450 milhas náuticas (2.690 quilómetros). Na segunda posição, a 2:33.03 horas do Vestas, chegou o espanhol MAPFRE, com os chineses do Dongfeng a cortarem a meta 2:48.39 depois dos britânicos.

Os holandeses do AkzoNobel cortaram a meta 4:00.13 horas depois do Vestas, o Team Sun Hung Kai/Scallywag, de Hong Kong, precisou de mais 4:47.42, e o holandês Team Brunel gastou mais 6:19.37

A correr com a bandeira das Nações Unidas, o Turn the The Tide on Plastic, que tem o português Bernardo Freitas, foi o último a chegar à doca de Pedrouços, 6:30.44 horas depois do Vestas.

A chegada ao estuário do Tejo aconteceu três dias antes do previsto, uma vez que a abertura oficial do recinto está agendada apenas para terça-feira. O ‘stopover’ decorre até 5 de Novembro, dia em que as embarcações partem para uma ligação transatlântica até à Cidade do Cabo, na África do Sul. Dois dias antes haverá a corrida de porto.

A Volvo Ocean Race, antiga Whitbread, é a maior competição de vela oceânica do mundo. Esta edição tem chegada prevista para Haia (Holanda), a 30 de Junho de 2018, depois de 11 etapas em 12 países, com um total de 83.400 quilómetros (45.000 milhas náuticas).

31 Out 2017

WTCC no Japão | Tiago Monteiro cai para quarto lugar

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] húngaro Norbert Michelisz (Honda) e britânico Tom Chilton (Citröen) venceram este domingo as corridas japonesas do campeonato do mundo de carros de turismo (WTCC), no qual o português Tiago Monteiro (Honda), ausente por lesão, caiu para quarto.

No circuito de Motegi, Chilton venceu a primeira manga e Michelisz a corrida principal, enquanto o sueco Thed Bjork (Volvo), quarto e quinto, respectivamente, reforçou a liderança do campeonato, com 228,5 pontos.

Após oito das 10 provas do Mundial de WTCC, Tiago Monteiro, que falhou as últimas duas por estar a recuperar de um violento acidente ocorrido em 7 de Setembro, numa sessão de testes da Honda, em Barcelona, caiu para o quarto lugar, a 28,5 pontos do líder.

Michelisz subiu ao segundo lugar, com 212, mesmo depois de terem sido subtraídos os pontos conquistados na China pela Honda, devido a irregularidades nos injectores, e o holandês Nicky Catsburg (Volvo) ao terceiro, com 209,5

O Mundial de WTCC prossegue em Macau, entre 17 e 19 de Novembro, e termina no Qatar, entre 30 de Novembro e 1 de Dezembro.

31 Out 2017

Pólo-aquático | Macau com medalha em Hong Kong

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] equipa sénior de pólo-aquático Fishballs Macau conquistou a medalha de prata na Taça Lufthansa do 5.º Torneio Internacional de Pólo-Aquático de Praia de Hong Kong, frente a equipas locais, da China Continental e do Japão, este fim-de-semana em Repulse Bay.

O conjunto do Clube Internacional de Pólo-Aquático de Macau perdeu a final do troféu num disputado encontro frente à equipa da South China Athletic Association (SCAA), de Hong Kong. O clube de Macau levou igualmente ao torneio uma equipa júnior, que assegurou também a medalha de prata no seu escalão.

Num comunicado, a equipa Fishballs Macau considera que a “prova decorreu de forma satisfatória, tendo em conta que se apresentou bastante desfalcada, por impedimentos vários de alguns dos seus principais atletas”.

“Os Fishballs puderam colmatar as ausências graças à possibilidade de alinhar na equipa principal elementos do seu conjunto júnior que, com grande esforço e entrega, participaram nos jogos de ambos os escalões”, defendem ainda.

No sábado a equipa de Macau jogou com o BGI, de Hong Kong, em apenas dois parciais (3-0 e 5-1). Nesse mesmo dia somaram-se duas derrotas contra as equipas Beach Uncles e Beach Dudes, ambos de Hong Kong, e Poseidon, de Xangai.

À beira do ouro

“A vitória no primeiro encontro, contudo, permitiu à equipa de Macau apurar-se como terceiro classificado no seu grupo, para a disputa da Taça Lufthansa.”

No domingo “a equipa de Macau discutiu com a SCAA e com a Universidade de Ciência e Tecnologia (UST), dois disputados encontros que terminaram com empates só desfeitos no saldo de golos, contra e a favor dos Fishballs, respectivamente.”

Na final, Fishbals e SCAA voltaram a defrontar-se, com a equipa de Hong Kong a vencer o primeiro parcial (4-2) e os de Macau a dominarem o segundo (3-0), sucumbindo depois ao desgaste no terceiro período (3-0), em que a SCAA assegurou o troféu.

No escalão júnior, os Fishballs Macau viram-se também afastados do ouro pela formação das camadas jovens da SCAA.

31 Out 2017

Coreia do Norte | Pyongyang diz que vai lançar mais satélites

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte garantiu ontem que vai lançar mais satélites, apesar da pressão internacional, com o objectivo de contribuir para o desenvolvimento económico em virtude do “direito de explorar o Espaço” como nação soberana.

Pyongyang considerou que “promover o desenvolvimento económico através do desenvolvimento espacial” tem-se transformado “numa tendência internacional”, pelo que, à luz do plano quinquenal sobre a matéria, irá proceder ao lançamento de mais satélites, incluindo um geoestacionário, de acordo com um artigo publicado pelo jornal oficial Rodong Sinmun.

O regime norte-coreano acusou Washington de obstaculizar tanto o seu programa espacial como o de países em vias de desenvolvimento, por via da imposição de “condições irracionais para impedir que concretizem as suas ambições” espaciais.

“Manipular as resoluções de sanções da ONU e impedir o desenvolvimento espacial de um Estado soberano legítimo constituem um acto inaceitável e uma violação dos seus direitos ao desenvolvimento”, referiu o mesmo texto citado pela agência de notícias espanhola Efe.

O país asiático colocou em órbita dois satélites, o Kwangmyongsong-1 (Estrela Brilhante-1, nome que faz referência ao falecido Kim Jong-il, pai do actual líder) em Agosto de 1998. Em Fevereiro de 2016, lançou o Kwangmyongsong-4.

Enquanto Pyongyang reivindica o direito ao desenvolvimento espacial com fins pacíficos, a maioria da comunidade internacional vê neste tipo de lançamentos um teste encoberto e ilegal de mísseis de longo alcance, dado que a tecnologia dos seus foguetões é idêntica à dos mísseis balísticos intercontinentais

31 Out 2017

China | Cooperação marítima “essencial” na colaboração com Portugal

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] director da Administração do Oceano do Estado chinês (SOA), Wang Hong, disse ontem que a cooperação marítima é “parte essencial” da colaboração entre Portugal e a China, apontando o novo perfil da diplomacia chinesa.

“O oceano é uma porta importante para a China abraçar todo o mundo”, lembrou Hong, durante um seminário em Pequim, que contou com a presença da ministra do Mar portuguesa, Ana Paula Vitorino.

Vitorino encontra-se numa visita de oito dias à China, com uma comitiva que inclui 39 empresas portuguesas.

Wang Hong afirmou que o “Governo chinês está disposto a definir um novo quadro de parceria azul com diferentes países”, visando uma globalização económica “mais aberta, exclusiva e benéfica para todos”.

Pequim investiu nos últimos anos em dezenas de portos por todo o mundo, desde a Austrália à Europa, convertendo os operadores portuários chineses em líderes mundiais.

Em 2015, quase dois terços dos 50 maiores portos de contentores do mundo tinham recebido investimento chinês, segundo uma pesquisa realizada pelo jornal Financial Times.

Os investimentos fazem parte da nova dinâmica da diplomacia da China, que desde a ascensão ao poder do Presidente Xi Jinping quebrou com a presença discreta na cena internacional, para se assumir como uma grande potência, pronta a intervir nas questões globais.

Grande plano

O seminário de ontem foi dedicado à cooperação marítima entre Portugal e a China no âmbito de um gigante projecto de infra-estruturas lançado por Xi, que coloca a China no centro da futura ordem mundial.

Designado ‘Faixa e Rota’, o plano visa reactivar a antiga via comercial entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e sudeste Asiático.

Inclui uma malha ferroviária de alta velocidade, portos e auto-estradas, e vai abranger 65 países e 4,4 mil milhões de pessoas – cerca de 60% da população mundial.

Portugal já afirmou por várias vezes a intenção de integrar a iniciativa, com a inclusão do porto de Sines.

Na sua intervenção, Ana Paula Vitorino lembrou que “Portugal se quer afirmar como um ‘hub’ logístico e global na área atlântica” e “duplicar o valor da economia azul”, para passar a figurar entre as cinco economias do mundo em que as actividades marítimas têm maior peso no conjunto da economia.

“Somos um pequeno país em área imersa e um grande país já hoje em toda a área sob soberania nacional”, disse.

31 Out 2017

PCC exalta Presidente Xi Jinping como pensador marxista

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Partido Comunista Chinês (PCC) elogiou ontem Xi Jinping como um “pensador marxista”, parte da intensa propaganda em torno da imagem do Presidente da China difundida pelo regime no arranque do seu segundo mandato.

O partido acrescentou o nome de Xi à constituição da formação política esta semana, numa decisão que o porta-voz do PCC Wang Xiaohui justificou pela sua “enorme contribuição” para a ideologia da organização.

A propaganda oficial tem promovido a imagem pessoal de Xi com uma intensidade inédita desde Mao Zedong, o fundador da República Popular, levando alguns analistas a sugerir que Xi está a construir um culto de personalidade ao estilo de Mao.

Wang rejeitou essa possibilidade, afirmando que Xi é o núcleo de uma liderança colectiva, e não um homem-forte isolado.

Xi Jinping, 64 anos, tornou-se esta semana no terceiro líder a acrescentar o seu nome à constituição do PCC, depois de Mao e Deng Xiaoping, o arquitecto-chefe das reformas económicas que transformaram a China.

A referência à Teoria de Deng Xiaoping foi acrescentada apenas após a sua morte. Antes de Xi, apenas Mao teve o seu nome inserido na constituição do partido ainda em vida.

“Usar os nomes de líderes do partido para teoria ou orientação ideológica é uma prática comum no movimento comunista internacional. Por exemplo, Marxismo, Leninismo, ou no nosso país o Pensamento de Mao Zedong ou a Teoria de Deng Xiaoping”, disse Wang Xiaohui, numa conferência difundida pela televisão.

Nome do saber

“O ‘socialismo com características chinesas numa nova era’ é a cristalização da sabedoria do partido e das massas”, acrescentou.

Wang lembrou que “[Xi] fez uma contribuição significativa para a criação desta teoria” e que, “por isso, o uso do seu nome é merecido”.

Termos associados aos antecessores de Xi – Jiang Zemin e Hu Jintao – foram acrescentados à constituição do partido, mas nenhum teve o seu nome mencionado.

Xi é o secretário-geral, Presidente e comandante-chefe das forças armadas chinesas, sendo o líder chinês que mais poderes acumulou desde Deng.

A sua campanha anticorrupção puniu 1,5 milhões de membros do partido, incluindo altas patentes do exército e um antigo membro do Comité Permanente do Politburo, afastando rivais políticos e possíveis sucessores.

O segundo mandato permitirá a Xi governar até 2022, mas a ausência de um sucessor óbvio entre a nova cúpula do regime leva observadores a apontarem que este tentará ficar no poder além dessa data, algo inédito na China nos últimos vinte anos.

27 Out 2017

Ella Lei queixa-se de falta de acção contra condutores ilegais

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] deputada ligada à Federação das Associações dos Moradores de Macau (FAOM), Ella Lei, exige que o Governo tome medidas activas de combate aos condutores não-residentes de veículos pesados que abusam do sistema de licenças especiais. É este o conteúdo de uma interpelação escrita enviada ao Executivo pela deputada.

No documento a legisladora justifica que devido a “normas ambíguas” e falta de um mecanismo de acompanhamento das licenças especiais, que nunca foi instituído, os condutores não-residentes acabam por prestar serviços de forma ilegal no território.

“De acordo com a lei, os não-residentes não podem trabalhar como motoristas em Macau. Contudo, devido a várias falhas na lei e uma supervisão deficiente, os condutores não-residentes abusam do sistema de licenças especiais”, começa por apontar Ella Lei.

“Será que a administração já tomou medidas claras para que não haja abusos nas licenças especiais?”, questiona a deputada

Caso único

Informa também Ella Lei, que em resposta a uma interpelação anterior, a Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) revelou que entre Janeiro e Julho foram conduzidas 327 operações de inspecção a condutores de veículos pesados. Essas operações resultaram na detenção de um trabalhador ilegal e na detecção de 35 infracções. Porém, os números não convenceram a deputada, que refere que estes dados não reflectem a realidade do território.

Na interpelação, Ella Lei questiona também quando é que o Governo vai fazer uma revisão da lei que define as autorizações especiais para condução de veículos pesados por parte de não-residentes e recorda que a intenção de “aperfeiçoar” o estatuto foi anunciada há oito anos pelo Governo para combater a escalada deste fenómeno, mas que até agora a proposta ainda não foi apresentada.

27 Out 2017

Media | Grupo lança Macau News Agency a partir de 1 de Novembro

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] grupo Project Asia Corporation lança a 1 de Novembro o projecto Macau News Agency, que pretende operar como uma agência de notícias não intermediada com “notícias ao minuto”, em inglês, confirmou ontem o empresário Paulo Azevedo.

Com o projecto agora apresentado, o grupo de ‘media’ de Macau, dono das revistas Macau Business, Business Intelligence e Essencial Macau, extingue o jornal económico Business Daily e transfere os seus recursos, incluindo cinco jornalistas, para a Macau News Agency.

Paulo Azevedo, que na quarta-feira apresentou o projecto ao Canal Macau da emissora pública TDM, especificou que se trata de uma agência noticiosa, apesar da particularidade de não vender conteúdo a órgãos de comunicação social.

“O nosso consumidor é o leitor normal, o leitor de jornais. Tudo aquilo que vamos oferecer é gratuito, não vendemos nada, não é intermediado. Sejam as nossas histórias, sejam as que compramos a outros parceiros, nomeadamente a agências de notícias – Lusa, Reuters, Bloomberg, France Presse. Compramos, mas depois pomos na nossa linha aberta para qualquer consumidor de jornal”, explicou à Lusa.

Mini- Bloomberg

O empresário e jornalista diz ter sentido que havia “necessidade de avançar com um novo produto em Macau”, já que “não há uma agência de notícias” no território, apenas delegações de agências internacionais.

A Macau News Agency vai manter o pendor económico de grande parte dos produtos do Project Asia Corporation, mas pretende ser mais generalista que o jornal Macau Business Daily, passando a abranger também áreas sociais e culturais.

“[Queremos ser] uma espécie de Bloomberg de tamanho sardinha muito pequenina (…) Com notícias ao minuto, quer nossas, quer globais”, comentou.

Um portal agregador vai juntar todos os produtos do grupo, incluindo a MB.tv, um projecto televisivo online que passa também a contar com três jornalistas fixos. Regularmente, a Macau News Agency – que pode ser visualizada numa página independente – vai receber contribuições de profissionais que trabalham para outros títulos do grupo.

A redacção vai focar-se em produzir conteúdos de Macau, e Azevedo não receia sobreposição com os vários meios de comunicação do território.

“Isso era um problema se fosse um jornal. Já há muitos. Há 14 chineses, cinco portugueses e ainda há três jornais ingleses, e isto é uma cidadezinha pequena. Mas como agência [em inglês] vamos praticamente ser os primeiros”, afirmou.

“[O conteúdo] não será muito diferente [daquele que os jornais produzem]. A única diferença é que antes estávamos a trabalhar com esta mesma equipa para publicar sensivelmente a história que os outros publicam, mais vocacionada para a economia. Mas publicávamos só 24 horas depois, num jornal como todos os outros, e agora seremos praticamente os primeiros. Iremos eventualmente competir a nível de rapidez com a Lusa – mas a Lusa é em português – ou com a Rádio Macau – mas mais uma vez é em português e chinês. E eventualmente com o portal de jogo GGRAsia, mas eles são só da área de jogo”, explicou.

As receitas virão exclusivamente da publicidade, já que as publicações lideradas por Paulo Azevedo não recebem subsídio do Governo, por não serem publicadas numa das duas línguas oficiais de Macau, o português e o chinês. “Se formos mal sucedidos, fechamos”, rematou.

27 Out 2017

Portugueses lançam portal de turismo “Follow me Macau”

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ois portugueses lançaram um portal para vender experiências de lazer em Macau, com os olhos postos no mercado chinês.

Desde sexta-feira quem deseje visitar Macau pode adquirir, através do portal “Follow Me Macau”, actividades que abrangem tanto experiências gastronómicas, como culturais, desportivas, de aventura ou mesmo de beleza e relaxamento.

“É uma plataforma que agrupa todas as experiências de entretenimento e lazer em Macau. Vai daquelas ‘mainstream’, desde o [espectáculo] House of Dancing Water ou o salto da Torre de Macau, a outras, que podem ser um jogo de ténis, um ‘biking tour’ ou um ‘hiking’ em Coloane”, explicou à Lusa o fundador da ‘start-up’, Marco Duarte Rizzolio.

Segundo o empresário, as actividades podem ainda abranger os casinos ou “experiências fornecidas por pequenas e médias empresas, como [actividades com] ‘personal trainers’ ou, por exemplo, ioga”,

O “Follow Me Macau” foi lançado na passada sexta-feira durante a Feira Internacional de Macau e inspirou-se em projectos como o “A Vida é Bela” ou “Odisseias”. A diferença é que estes produtos apenas podem ser adquiridos ‘online’, disse Rizzolio.

Actualmente há 60 experiências à venda. “Mas nos próximos meses vamos chegar rapidamente a mais de 100”, sublinhou, já que estão a ser ultimados contratos com várias grandes empresas, nomeadamente operadoras de jogo.

Entre as “top experiencies” estão uma refeição no restaurante giratório da Torre de Macau, um passeio num junco, um ‘bootcamp’ urbano, uma viagem de limusine ou num iate, ou ‘paintball’, entre outras.

O portal está disponível em inglês e em chinês tradicional e simplificado. Segundo Rizzolio, o público-alvo são os turistas chineses, já que representam a maioria do grande mercado turístico de Macau. “Se juntarmos Macau e Hong Kong temos aqui o maior ‘hub’ de visitantes do mundo. É um mercado muito grande, considerando os 30 quilómetros quadrados deste território”, apontou.

Além do potencial numérico, Rizzolio salientou também o facto de os chineses terem uma nova geração que “está sempre conectada à Internet” e é adepta das compras ‘online’. Com o aumento gradual do poder de compra dos chineses, estes estão também a investir cada vez mais em lazer e entretenimento, destacou.

Actualmente, o “Follow Me Macau” conta com quatro funcionários, três em Macau e um em Xangai (leste da China). A expansão do conceito para outros países, como o Brasil, é uma possibilidade, mas “numa segunda fase”. “Agora queremos é sobreviver”, disse.

27 Out 2017

Casinos investem em autocarros eléctricos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s seis operadoras de jogo de Macau comprometeram-se a converter 15% da sua frota de ‘shuttles’ em autocarros eléctricos, ou abastecidos por combustíveis renováveis, foi ontem anunciado.

Macau, com cerca de 30 quilómetros quadrados, conta com 40 casinos, distribuídos por seis operadoras de jogo que fornecem transporte gratuito – pensado para os seus clientes, mas que pode ser usado por toda a gente – através de ‘shuttles’, que são frequentemente apontados como um dos principais causadores dos problemas de trânsito da cidade.

Ontem, num comunicado conjunto, as seis operadoras de jogo – Galaxy, Melco, MGM, Sociedade de Jogos de Macau, Sands e Wynn – anunciaram a introdução de “serviços de ‘shuttle’” ecológicos e comprometeram-se, junto do Governo de Macau, que “pelo menos 15% dos autocarros de passageiros de cada operadora vão ser com novas energias/eléctricos até Maio de 2018”.

Segundo o mesmo comunicado, um projecto-piloto com estes autocarros entrou em vigor a 19 de Setembro e está a ser monitorizado.

“Espera-se que o novo serviço de ‘shuttles’ com novas energias/eléctricos vá optimizar os transportes de Macau, melhorar o ambiente geral para residentes e visitantes, e apoiar o desenvolvimento de Macau numa capital mundial de turismo verde”, pode ler-se.

27 Out 2017

Colóquio | IPM vai discutir Camilo Pessanha

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto Politécnico de Macau (IPM) vai organizar um colóquio sobre o poeta Camilo Pessanha nos dias 13 e 14 de Novembro, disse à Lusa fonte da organização. A conferência, a propósito dos 150 anos do nascimento de Pessanha, vai contar com 12 oradores: quatro de Portugal e oito de Macau. Um deles será José Carlos Seabra Pereira, especialista em simbolismo, corrente literária a que pertence o poeta. Segundo a mesma fonte, com excepção de Seabra Pereira, o colóquio contará com intervenções de “pessoas que não têm o hábito de se dedicar a Camilo Pessanha”, como será o caso do Carlos André, director do Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa do IPM.

Nam Van | Energia para animar o lago

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s obras no sistema de energia eléctrica arrancam no fim deste mês no Anim’Arte NAM VAN. A intervenção abrange a escavação de valas para instalação de cabos e tubos, a substituição das tampas dos cabos eléctricos e a repavimentação de passeios. Durante o período da execução das obras, a “Feira de Artesanato do Lago Nam Van aos Fins-de-Semana” e os workshops programados são realizados conforme previsto. Os espaços expositivos da Galeria Junto ao Lago, a Loja Temática do “Mapa Cultural e Criativo de Macau” e o Smiling Workshop continuam a funcionar como habitualmente. Por sua vez, o IFT Café encerrará de 6 a 11 de Novembro.

 

26 Out 2017

Companhia argentina no palco do CCM em Dezembro

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hama-se “Deseos” e é o nome do espectáculo que vem directamente da Argentina para Macau, pela mão da companhia Estampas Porteñas, e que sobe ao palco nos dias 26 e 27 de Dezembro.

Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC), o espectáculo, que terá lugar no Centro Cultural de Macau, terá “um sólido elenco de bailarinos, músicos e um cantor a adornar uma sequência coreográfica de canções românticas e fatalistas, mesclando projecções interactivas com uma paleta de temas, alguns dos quais remontam aos anos 30”.

A história passa-se entre uma aldeia rural e Buenos Aires, capital argentina. “A trama desta peça de dança e teatro leva-nos numa viagem pelo tempo, das tradições folclóricas do Malambo gaúcho (cowboy sul-americano) à música de Astor Piazzolla.

“A acção é desencadeada quando Margot, a protagonista, decide mudar-se para a grande cidade, deixando tudo para trás. Pleno de paixão, ciúme e dança ardente, Deseos é uma produção de técnica primorosa e emocionante que nos leva através das inúmeras expressões do tango, demonstrando uma multiplicidade de passos e estilos”, explica o IC.

Por todo o mundo

A Estampas Porteñas foi fundada em 1997 por Carolina Soler, uma premiada directora artística cuja carreira se iniciou no ballet clássico. Desde então, a companhia tem actuado pelo mundo inteiro tendo subido aos palcos em mais de 20 países pelos cinco continentes.

Além dos dois dias de espectáculo, vão ser promovidas “diversas actividades, incluindo um workshop ministrado por bailarinos da Estampas Porteñas, concebido para desvendar alguns dos passos e técnicas aos entusiastas da dança”. No dia da estreia irá decorrer “uma tertúlia pré-espectáculo”.

Os bilhetes estarão à venda a partir de 29 de Outubro, disponíveis a vários preços (entre 150 e 300 patacas) e descontos nas bilheteiras do CCM e aos balcões da Rede Bilheteira de Macau.

26 Out 2017

Prémio José Saramago | Brasileiro Julián Fuks é o vencedor deste ano

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m valor superior a 230 mil patacas será entregue ao escritor brasileiro pelo romance “A Resistência”, publicado em 2015. Esta é a segunda vez que a obra  é premiada.

O Prémio José Saramago 2017, no valor pecuniário de 25 mil euros (mais de 230 mil patacas), distinguiu o romance “A Resistência” do autor brasileiro Julián Fuks, foi ontem anunciado na Casa dos Bicos, em Lisboa, sede da Fundação José Saramago.

“Estamos perante um excelente romance. Colocando-se no registo de atestação de uma experiência pessoal intensa, Julián Fuks conseguiu alcançar em ‘A Resistência’ o difícil patamar da contenção discursiva no interior daquele arco simultaneamente emocional e intelectual que define as construções literárias mais cativantes”, afirma, na sua declaração, o crítico literário Manuel Frias Martins, um dos membros do júri.

O Prémio José Saramago foi instituído pela Fundação Círculo de Leitores, em 1999, com o objectivo de distinguir jovens escritores de língua portuguesa, cuja idade não ultrapasse os 35 anos, aquando da publicação da obra.

A obra “A Resistência”, de Fuks, publicada em 2015, recebeu no ano passado, no Brasil, o Prémio Jabuti para o Melhor Romance.

Em “A Resistência”, segundo a Fundação Círculo de Leitores, o autor desenvolve a história de uma família argentina a partir de 1976, quando se deu o golpe de Estado que derrubou a Presidente María Estela Perón, e instaurou o poder ditatorial de uma junta militar, que governou o país até Dezembro de 1983.

“‘Meu irmão é adoptado, mas não posso e não quero dizer que meu irmão é adoptado’, anuncia, logo no início, o narrador deste romance. O leitor descobre-se à partida imerso numa memória pessoal que se revela também social e política”, lê-se na mesma informação à imprensa.

“Do drama de um país, a Argentina a partir do golpe de 1976, desenvolve-se a história de uma família, num retrato denso e emocionante. Adoptado por um casal de intelectuais que logo iria procurar exílio no Brasil, o rapaz cresce, ganha irmãos e as relações familiares tornam-se complexas. Cabe então ao irmão mais novo o exame desse passado e, mais importante, a reescrita do próprio enredo familiar”, refere o mesmo comunicado, que remata: “Um livro em que emoção e inteligência andam de mãos dadas, tocando o coração e a cabeça dos leitores”.

Percurso feliz

Julián Fuks, filho de pais argentinos, nasceu em São Paulo, no Brasil, em 1981.

O autor publicou o primeiro livro, “Fragmentos de Alberto, Ulisses, Carolina e eu”, em 2004, tendo ganhado o Prémio Nascente da Universidade de São Paulo.

Em 2007 e 2012 foi finalista do Prémio Jabuti, com os livros “Histórias de Literatura” e “Cegueira”, respectivamente. O autor foi também finalista do Prémio Portugal Telecom, actual Oceanos, e do Prémio São Paulo de Literatura, com “Procura do romance”.

A revista Granta apontou-o como um dos vinte melhores jovens escritores brasileiros. “A Resistência” é o seu quarto romance, com o qual recebeu o Prémio Jabuti Melhor Romance, se classificou entre os finalistas do Prémio Oceanos, no ano passado, e pelo qual recebeu a Menção Honrosa no Prémio Rio de Literatura.

O júri da edição deste ano do Prémio José Saramago foi constituído pela poetisa angolana Ana Paula Tavares, pela professora de Estudos Portugueses da Universidade Nova de Lisboa Paula Cristina Costa, pelo escritor português António Mega Ferreira, pela investigadora Nazaré Gomes dos Santos, da Universidade Autónoma de Lisboa, além de Manuel Frias Martins, crítico literário e ensaísta, doutorado em Teoria da Literatura e vice-presidente da Associação Portuguesa dos Críticos Literários, de Pilar del Rio, presidente da Fundação José Saramago, e da escritora Nelida Piñon.

O Prémio Saramago é bienal e, nas edições anteriores, distinguiu os escritores Paulo José Miranda, José Luís Peixoto, Adriana Lisboa, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe, João Tordo, Andréa del Fuego, Ondjaki e Bruno Viera Amaral.

26 Out 2017

Governo diz que Gui Minhai deixou o país após ser libertado

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês assegurou ontem que o activista e livreiro sueco de origem chinesa Gui Minhai deixou o país, após ter sido libertado na semana passada, enquanto a família diz desconhecer o seu paradeiro.

“Gui Minhai deixou o país após ter sido libertado, depois de dois anos preso por causar acidentes de trânsito”, afirmou em conferência de imprensa um porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang.

Gui Minhai, de 53 anos, é um dos cinco livreiros da “Mighty Current” – editora de Hong Kong conhecida por publicar livros críticos dos líderes chineses -, que desapareceram no final de 2015.

Gui desapareceu quando passava férias na Tailândia, tendo aparecido mais tarde na televisão estatal chinesa CCTV a confessar que se entregou às autoridades pelo atropelamento e morte de uma jovem em 2004.

O Governo sueco anunciou na terça-feira que as autoridades chinesas confirmaram a libertação do activista.

A sua filha, Angela Gui, não confirmou, no entanto, a libertação do pai, afirmando que não foi ainda contactada por ele.

“Nem eu, nem nenhum dos membros da minha família, ou algum dos seus amigos, fomos contactados” afirmou Angela Gui, em comunicado.

“Ainda não sabemos onde ele está. Estou profundamente preocupada com a sua saúde”, disse.

O consulado da Suécia em Xangai informou esta segunda-feira ter recebido uma “chamada estranha” de alguém que dizia ser livreiro e afirmou que iria pedir um passaporte sueco dentro de um ou dois meses, mas que antes queria passar tempo com a sua mãe, que estava doente.

Angela desmentiu, entretanto, essa possibilidade.

26 Out 2017

Encerradas 2.802 minas de carvão nos últimos cinco anos 

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m total de 2.802 minas de carvão foram encerradas na China, nos últimos cinco anos, para combater a poluição e fomentar o crescimento sustentável, informou ontem a Associação Nacional de Carvão do país.

Entre 2012 e 2016, o número de produtores de carvão passou de 7.869 a 5.067 e o Governo chinês estima que até ao final deste ano sejam encerradas mais mil minas, distribuídas por doze regiões do país.

Nos primeiros sete meses do ano, a capacidade produtiva do país reduziu-se em 128 milhões de toneladas de carvão, o equivalente a 85% da meta anual fixada pelo Governo.

Na última conferência de empresários das economias do G20, celebrada em Hamburgo, na Alemanha, em Julho passado, Xi Jinping reconheceu que o modelo económico da China não é sustentável e anunciou várias reformas para o sector do carvão.

Quase dois terços da energia consumida na China assenta na queima do carvão. A China é o maior emissor mundial de gases poluentes.

O Presidente chinês apontou como meta reduzir em 500 milhões de toneladas a capacidade de produção do país, através do encerramento de minas, e outros 500 milhões de toneladas através de reestruturações.

Apesar dos esforços de Pequim para reduzir o consumo de carvão e melhorar a eficiência no uso de energias renováveis, as grandes produtoras de carvão reportaram lucros, na primeira metade do ano, de 147.480 milhões de yuan, segundo a Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento.

26 Out 2017