Metro Ligeiro | Primeiras carruagens chegam ao Parque de Materiais

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Parque de Materiais e Oficina recebeu ontem as primeiras quatro carruagens do metro ligeiro, estando previsto que seis outras sejam transportadas hoje a partir do Porto de Ká-Hó, em Coloane.

Segundo o Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT), os trabalhos de construção do Parque de Materiais e Oficina “estão a ser promovidos de forma ordenada”. “A construção principal da zona de estacionamento de comboio, linha de ensaio, e edifícios funcionais encontra-se basicamente concluída, estando em condições para armazenamento e ensaio das carruagens”, indicou o GIT em comunicado.

No início de Março, o Tribunal de Segunda Instância anulou a adjudicação da empreitada de construção da superestrutura do Parque de Materiais, que é fundamental para o metro ligeiro. Segundo a decisão judicial, a Comissão de Avaliação das Propostas violou critérios previamente definidos e a obra terá que voltar a ser atribuída. Dias depois, o Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, garantiu que o Governo ia recorrer.

27 Mai 2018

Entrevista | Eduardo Lourenço marca 95º aniversário com o documentário “O labirinto da saudade”

“O labirinto da saudade” é o filme de Miguel Gonçalves Mendes baseado na obra homónima do ensaísta português que celebrou, na passada quarta-feira, o 95º aniversário. Em entrevista à agência LUSA, Eduardo Lourenço fala do filme em que participou inadvertidamente, da vida e da morte, e do que é ser português. Além disso, o ensaísta sublinha que o passado colonizador do país não é motivo para que o país seja “crucificado”

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ensaísta Eduardo Lourenço, actor dele próprio no filme “O Labirinto da Saudade”, que teve ante-estreia na quarta-feira na RTP1, no dia em que fez 95 anos, afirma-se feliz com esta homenagem, mas confessa que lhe é “difícil assumir” este aniversário.

“O Labirinto da Saudade”, de Miguel Gonçalves Mendes, adapta a obra homónima de Eduardo Lourenço e transporta os espectadores por uma viagem através da cabeça do pensador português, com o próprio como protagonista e narrador da história, percorrendo os caminhos da memória e cruzando-se com personalidades da cultura, com quem troca breves diálogos em busca da resposta à questão “o que é ser português”.

No entanto, Eduardo Lourenço admitiu, em entrevista à Lusa, que “entrou no filme sem saber que estava a entrar num filme” e considera haver uma “tal incompatibilidade” entre ele e ser actor, que não se vê nesse papel, embora ainda não tenha visto o resultado final e nem tenha “vontade particular” de se “mirar nesse espelho”.

“Aquilo era uma espécie de visita ao Buçaco [ambiente onde é filmado], sem programa propriamente dito, e a gente tinha que inventar umas situações e umas falas com muitas personagens, meus amigos ou não, quase todos eles meus amigos, e eu não podia adivinhar o que é que saía dali e continuo na mesma porque ainda não o vi”, disse.

Desses diálogos, gostou particularmente do que teve com Álvaro Siza Vieira, que faz de empregado do “Bar Eternidade”, por este ser “um criador no sentido forte do termo”.

“É um criador em si e isso impõe um respeito absoluto, eu estava a falar com alguém que a gente tem impressão que o que ele está, o que ele faz, o que ele propõe, o que ele fará ainda é qualquer coisa que merece atenção e que nós temos a certeza que são coisas que o futuro olhará e guardará como dignas do tempo presente que estamos vivendo”, afirmou.

Relações bem dispostas

Outro diálogo que achou particularmente curioso foi o que teve com o actor e humorista brasileiro Gregório Duvivier sobre a relação de Portugal com o Brasil.

Eduardo Lourenço teve de responder à questão “como é que a perda do Brasil não nos tinha traumatizado”, uma pergunta que o obrigou a admitir que de facto a perda do Brasil não representou “um traumatismo no sentido forte do termo”. “Mas também nós não perdemos o Brasil, não perdemos nenhum sítio onde estivemos, perdemos o que devíamos perder, em relação a actos que cometemos enquanto colonizadores ao longo dos séculos”, disse, sublinhando a relação que existe com aquele país, para onde os portugueses emigravam em busca de fortuna.

Sobre a ante-estreia do filme no mesmo dia em que faz 95 anos, Eduardo Lourenço considera que “será uma coincidência, que as pessoas diriam uma coincidência festiva”. “[É também] uma gentileza da parte do cineasta, de se lembrar disso, e eu parti para isso sem saber o que estava ali a fazer, pensando que fazia parte de uma leitura específica de um cineasta a respeito de uma pessoa que não é um ícone cultural propriamente dito, mas tive de me resignar a envergar esse facto durante algum tempo”, acrescentou.

Eduardo Lourenço admite que é “um bom presente de aniversário”, ainda para mais tendo a ideia do filme partido de um grupo de amigos, mas confessa que, para ele, fazer 95 anos é uma “coisa sempre rara e difícil de assumir, porque é o princípio do fim”.

“Todos nós estamos confrontados com essa exigência, não encaro isso como uma coisa trágica, era só o que faltava. A tragédia já é em si nós não podermos escapar àquilo que nos espera, seria uma injustiça para todas as outras pessoas, que eram os nossos, que já morreram, que nós não fossemos capazes de suportar aquilo que eles suportaram quando chegou o fim deles. É ir para a morte como se todos aqueles que nos conheceram e nós amámos estivessem connosco”.

Não é preciso “crucificar” Portugal

Relativamente ao país, o ensaísta afirma não compreender a necessidade de “crucificar” Portugal por causa do seu passado de colonizador, sublinhando que não houve maldade na génese e que o mal feito já não pode ser reparado.

Eduardo Lourenço comentava, em entrevista à agência Lusa, a polémica relacionada com um possível “Museu das Descobertas”, em Lisboa, que motivou uma carta aberta, publicada em Abril no jornal Expresso, de dezenas de historiadores que se opõem ao conceito por trás da designação, e teve já várias outras – a favor e contra – desde então.

“Não sei por que é que neste momento parece haver uma necessidade de crucificar este velho país em função de uma intenção louvável, mas que ainda não redime aqueles que querem realmente a redenção, aqueles que foram objecto de uma pressão forte como o do nosso domínio enquanto colonizadores, de uma certa época”, afirmou.

O filósofo confessou ainda não entender este movimento, quando, independentemente das consequências negativas, como a escravidão, as descobertas tiveram na génese uma motivação “louvável” e quando tantos outros países da Europa cometeram “crueldades” muito maiores.

“Já não podemos reparar nada, que essas coisas não têm reparação, mas podia ser [este movimento] um gesto que se justificasse por uma espécie de maldade particular e única que nos afastasse da consideração de país civilizado, de um continente civilizado chamado Europa, mas não”, afirmou.

Na opinião de Eduardo Lourenço, as “crueldades” de Portugal não podem ser queimadas “na mesma fogueira” de outros, para salvar o país ‘a posteriori’ daquilo que já não se pode emendar.

“Uma parte desses senhores que subscrevem esse documento têm as suas razões, são historiadores, conhecem, mas houve tragédias na Europa que não são da nossa alçada, que fomos os mais pacíficos, dos povos do sul da Europa”, disse, lembrando “outras nações, outras culturas, que fizeram passar a Europa por períodos de facto muito difíceis de aprovar nas suas intenções, caso da Alemanha, da França e de outros países”.

O ensaísta, que comemora 95 anos, no mesmo dia em que se deu a ante-estreia de um documentário inspirado na aua obra “O Labirinto da Saudade”, acrescentou ainda nunca ter visto “um grande discurso a autojustificar aquilo que se passou no Leste durante mais de 100 anos e que também não foi nada de que [se possam gloriar] enquanto europeus, ou simplesmente enquanto seres humanos”.

“Mas enfim, cada um faz a penitência que julga mais adequada à visão que tem da História. Eles são historiadores, terão as suas razões, eu tenho a minha: acho extraordinário, num momento em que a Europa é quase toda ela democrática, que, de facto, um país com menos problemas graves e de difícil resolução no mundo seja objecto desta espécie de penitência pública”, afirmou.

Evocando ainda colonizações mais violentas, como a dos espanhóis no México ou no Peru, disse: “nunca vi este acto quase de tribunal de inquisição ser convocado metaforicamente para pôr na pira a história do nosso pequeno país, que não o merece”.

27 Mai 2018

Coreias | Presidente dos EUA cancela cimeira com Kim Jong-un

O Presidente norte-americano, Donald Trump, cancelou ontem a cimeira com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, prevista para 12 de Junho em Singapura, invocando uma “raiva tremenda e hostilidade aberta” da Coreia do Norte

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]uma carta dirigida a Kim Jong-un, Trump informa que o encontro não terá lugar. “Estava muito ansioso por me encontrar lá consigo. Infelizmente, tendo em conta a raiva tremenda e hostilidade aberta demonstrada na sua declaração mais recente, considero ser inapropriado, neste momento, realizar este encontro, há muito planeado”, diz o Presidente dos EUA, na missiva.

O cancelamento da cimeira acontece depois dos Estados Unidos e Coreia Sul terem realizado exercícios militares na península e das declarações do vice-presidente norte-americano. Aliás, uma alta responsável da diplomacia norte-coreana classificou também ontem de “idiotas e estúpidos” os comentários do vice-Presidente norte-americano e avisou que a Coreia do Norte poderia reconsiderar a cimeira planeada com o Presidente Donald Trump.

“Não posso esconder a minha surpresa perante as observações idiotas e estúpidas vindas da boca do vice-Presidente norte-americano”, salientou a vice-ministra norte-coreana dos Negócios Estrangeiros, Cheo Son-hui, em declarações citadas pela agência de notícias oficial do país, a KCNA.

A governante norte-coreana referia-se a uma entrevista ao vice-presidente norte-americano, Mike Pence, no canal de televisão Fox News, na segunda-feira, e na qual este afirmava que o processo de desnuclearização da Coreia do Norte podia seguir o modelo da Líbia, que terminou com a morte de Muammar Kadhafi, após este ter renunciado ao projecto de construir a bomba atómica.

Cheo Son-hui questionou ainda se valeria a pena realizar a cimeira com Donald Trump se estas declarações reflectem a posição de Washington. “Não iremos nem implorar aos Estados Unidos por diálogo, nem ter o trabalho de os convencer, se não quiserem sentar-se connosco”, acrescentou, de acordo com a KCNA.

A vice-ministra norte-coreana qualificou ainda a entrevista de “imprudente”, prevenindo que Pyongyang não irá sentar-se à mesa das negociações sob ameaça.

Voos cancelados

A Coreia do Sul e os Estados Unidos terminaram ontem, um dia antes do previsto, os exercícios militares aéreos que decorriam perto da fronteira norte-coreana, disse à agência de notícias EFE um porta-voz do Ministério da defesa sul-coreano. “O exercício Max Thunder fica concluído hoje [sexta-feira] como estava previsto, mas a manobras de voo terminaram ontem e os pilotos só participarão hoje numa sessão informativa”, adiantou a mesma fonte.

O porta-voz não quis adiantar os motivos pelos quais os exercícios de voo iriam terminar antes da data programada, mas nos últimos dias a operação Max Thunder levou o regime da Coreia do Norte a congelar o diálogo com Seul.

Na passada semana, Pyongyan mudou drasticamente o tom utilizado nos últimos meses com Seul e Washington, considerando que os exercícios se tratavam de um ensaio para invadir o seu território e que a utilização “de activos estratégicos norte-americanos” nestas manobras – numa referência aos bombardeiros B-52 – contrariavam o que havia sido expresso na declaração conjunta firmada entre os líderes das duas Coreias a 27 de Abril.

O próprio Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, considerou durante a sua última viagem à capital norte-americana, esta semana, que o fim dos ‘jogos de guerra’ contribuiria para que fossem retomados os contactos entre os dois países.

Mais de 100 aeronaves participaram nos exercícios, incluindo caças furtivos F-22.

 

25 Mai 2018

Impostos | China contra “abuso” de Washington da lei de segurança nacional

A China opôs-se ontem a que os Estados Unidos “abusem da cláusula da segurança nacional”, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter sugerido um aumento dos impostos sobre veículos importados com aquele argumento

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]quela decisão “prejudicará o sistema de comércio multilateral e perturbará a ordem do comércio internacional”, afirmou Gao Feng, porta-voz do ministério chinês do Comércio, numa conferência de imprensa, em Pequim. “Seguiremos de perto o desenvolvimento da investigação nos EUA e faremos uma revisão sobre o possível impacto”, acrescentou o porta-voz, insistindo que Pequim velará pelos seus interesses e direitos legítimos.

A reacção chinesa surge depois de Trump aludir a motivos de segurança nacional para justificar novos impostos, como fez anteriormente, quando subiu as taxas alfandegárias sobre o aço e alumínio importados.

A possibilidade de Washington subir os impostos sobre veículos importados surge dois dias depois de a China anunciar um corte nas taxas alfandegárias para veículos importados, de 25 por cento para 15 por cento, e para 6 por cento, nos componentes automóveis.

Os dois países têm estado em negociações, ao longo do último mês, para evitar uma guerra comercial, depois de Trump ter ameaçado subir os impostos sobre um total de 150.000 milhões de dólares de exportações chinesas para os EUA. O Presidente norte-americano, Donald Trump, exige a Pequim uma redução do défice dos EUA em “pelo menos” 200.000 milhões de dólares, até 2020, visando cumprir com uma das suas principais promessas eleitorais.

Trump quer ainda taxas alfandegárias chinesas equivalentes às praticadas pelos EUA e que Pequim ponha fim a subsídios estatais para certos sectores industriais estratégicos.

Na próxima semana, o secretário norte-americano do Comércio, Wilbur Ross, deve visitar Pequim para continuar as negociações. “A China dá boas-vindas a que os EUA enviem uma delegação de alto nível (…) e espera que, através dos esforços conjuntos de ambos os países, se promova a colaboração económica e comercial entre ambas as partes e se obtenham resultados positivos”, disse Gao.

Numa declaração conjunta, difundida no domingo passado, ao fim de dois dias de conversações, em Washington, Pequim concordou em “aumentar significativamente” as suas compras de produtos agrícolas e recursos energéticos norte-americanos. O documento não prevê, no entanto, que a China pare de subsidiar indústrias chave e garanta uma melhor protecção dos direitos de propriedade intelectual das empresas norte-americanas, as principais fontes de tensões entre os dois lados.

Pelas contas de Washington, no ano passado, a China registou um excedente de 375,2 mil milhões de dólares – quase o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) português – no comércio com os EUA.

25 Mai 2018

IIM | Personalidades da diáspora macaense ganham Prémio Identidade

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]rederico Alberto Silva (Jim Silva), ex-presidente da União Macaense Americana, e António Manuel Pacheco Jorge da Silva, ex-presidente do Lusitano Clube da Califórnia, foram os distinguidos pelo Instituto Internacional de Macau (IIM) para a edição deste ano do Prémio Identidade.

De acordo com um comunicado, esta distinção aconteceu dado que estas personalidades, a residir nos Estados Unidos há muitos anos, deram a “contribuição para o reforço do sentimento de pertença a Macau”.

Jim Silva foi profissional da área financeira em Hong Kong e, depois de se radicar nos EUA, preparou textos que foram publicados em livros sobre as suas memórias da guerra do Pacífico e os seus conhecimentos sobre o patuá, a religião, a culinária e o legado cultural dos seus avós, elementos esses agregadores de uma comunidade. Este macaense publicou seis livros e redigiu em inglês uma introdução à História de Portugal para divulgação entre a juventude macaense da diáspora.

Por sua vez, António Pacheco Jorge da Silva, que exerceu funções de arquitecto em Macau, Hong Kong, Reino Unido e EUA, dedicou-se, após a sua aposentação, a escrever a geração dos descendentes dos portugueses em Macau, incluindo as suas experiências em muitas regiões da China e integração nos países da diáspora, analisando as suas implicações sociais e culturais. O IIM adianta que “de forma desinteressada e persistente têm ambos dedicado grande parte da sua vida a este esforço consequente de divulgação da história e da cultura de Macau, impulsionando a valorização e o reforço da Identidade Macaense”.

24 Mai 2018

FSS | 41 empregadores inscritos no regime de previdência central não obrigatório

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]esde a entrada em vigor do regime de previdência central não obrigatório, no início do ano, 41 empresas procederam a respectiva inscrição. De acordo com Chan Pou Wan, vice-presidente do Conselho de Administração do Fundo de Segurança Social (FSS), trata-se de uma adesão satisfatória. De acordo com informação veiculada pelo jornal Ou Mun, até ao dia 21 de Maio, foram contabilizados mais de 7,5 mil participantes nos planos individuais e 41 empregadores nos planos conjuntos, sendo que estes são, na sua maioria, instituições ligadas a serviços sociais. De acordo com a mesma fonte, a Caritas Macau vai integrar o regime brevemente.

24 Mai 2018

Óbito| Philip Roth morreu aos 85 anos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] escritor norte-americano Philip Roth morreu de insuficiência cardíaca na terça-feira, aos 85 anos, disse o agente literário, Andrew Wilie, à agência noticiosa Associated Press. Natural de Newark, Nova Jérsia, o premiado romancista, habitualmente mencionado como candidato ao Nobel da Literatura, era considerado um dos maiores escritores norte-americanos da segunda metade do século XX. Autor de cerca de três dezenas de livros, tinha anunciado a decisão de deixar de escrever a partir de 2012, aos 78 anos. Entre várias distinções, Philip Roth foi premiado com dois National Book Awards, dois National Book Critics Circle e, em 1998, com o Pulitzer a partir da ficção “Pastoral Americana”. Roth foi ainda galardoado com o Prémio Internacional Man Booker em 2011 e, um ano depois, venceu o Prémio Príncipe das Astúrias de Literatura. O livro “O Complexo de Portnoy” teve grande impacto junto do grande público em 1969, devido às cruas descrições sexuais e à maneira de abordar a vivência judaica.

24 Mai 2018

Diplomacia | Washington emite alerta após lesão de funcionário

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] embaixada norte-americana na China emitiu ontem um alerta depois de um funcionário do seu Governo ter sofrido uma lesão cerebral, com sintomas semelhantes aos sofridos por diplomatas dos Estados Unidos em Cuba, que mais tarde adoeceram.

As autoridades norte-americanas e chinesas estão actualmente a investigar o caso do funcionário, que trabalhava em Cantão, sul do país, onde os EUA têm um consulado, e que foi diagnosticado com lesão cerebral traumática leve, segundo Jinnie Lee, porta-voz da embaixada. O alerta de saúde foi enviado via correio electrónico para cidadãos norte-americanos residentes na China.

A embaixada diz desconhecer o motivo dos sintomas, ou se há outros casos no país.

No ano passado, os Estados Unidos anunciaram que 24 diplomatas e respectivos familiares estacionados em Cuba experimentaram misteriosos “ataques acústicos”, que provocaram sintomas como perda auditiva, náuseas, tonturas, dor facial, dor abdominal, problemas cognitivos e danos cerebrais. Também o Canadá reportou dez pessoas com sintomas semelhantes.

“Não podemos relacionar (o incidente na China) com o que aconteceu em Havana, mas estamos a estudar todas as possibilidades”, disse um representante da embaixada dos EUA, que pediu anonimato, aos jornalistas em Pequim.

24 Mai 2018

ONU rejeita pedido de Lula da Silva contra a sua prisão

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Comité de Direitos Humanos da ONU rejeitou um pedido do ex-Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva que reclamava uma ação urgente contra a sua prisão, disse um porta-voz do organismo.

Lula da Silva pediu ao Comité que impusesse uma “medida cautelar” – uma disposição prevista apenas se a pessoa corresse o risco de sofrer danos sérios ou irreparáveis como tortura ou execução – contra a sua prisão.

“O Comité dos Direitos Humanos não aplicará medida cautelar no caso de Lula da Silva”, disse a porta-voz Julia Gronnevet, através de um e-mail, à agência francesa AFP.

O pedido de Lula da Silva foi apresentado a 06 de abril, para evitar a sua prisão, que ocorreu a 07 de abril.

Em outubro de 2016, Lula da Silva, que já estava sob investigação por corrupção em conexão com o escândalo na petrolífera Petrobras, havia apresentado uma queixa junto do Comité, alegando que os seus direitos haviam sido violados.

Julia Gronnevet assinalou hoje também que a comissão ainda não havia decidido sobre o mérito do caso relativo ao ex-Presidente Lula da Silva e que o processo poderia durar pelo menos mais um ano.

O Comité de Direitos Humanos é um órgão de supervisão do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. É responsável por garantir o cumprimento do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos.

O antigo chefe de Estado brasileiro, que quer concorrer à Presidência novamente em outubro, foi condenado a 12 anos e um mês de prisão, em regime fechado, no Tribunal Regional da 4.ª Região (TRF4, segunda instância) em janeiro.

A prisão do ex-chefe de Estado está relacionada com um dos processos da Operação Lava Jato, o maior escândalo de corrupção do Brasil. Lula da Silva foi condenado por ter recebido um apartamento de luxo como suborno da construtora OAS em troca de favorecer contratos com a petrolífera estatal Petrobras.

24 Mai 2018

Buscas pelo avião da Malaysia Airlines desaparecido em 2014 acabam dia 29 deste mês

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s buscas de uma empresa norte-americana para encontrar o avião da Malaysia Airliners desaparecido em 2014 no Oceano Índico terminam na próxima terça-feira, 29 de maio, anunciou o ministro dos Transportes malaio.

“As buscas prosseguem até 29 de maio”, disse Anthony Loke aos jornalistas.

Ao abrigo de um acordo com o Governo da Malásia, a empresa privada Ocean Infinity, que iniciou novas buscas em janeiro, um ano depois da suspensão das buscas oficiais das autoridades australianas, malaias e chinesas, só seria remunerada se encontrasse o aparelho ou as caixas negras.

Até ao momento, as buscas não permitiram encontrar nada que possa contribuir para explicar o misterioso desaparecimento do voo MH370, a 8 de março de 2014, quando fazia a ligação entre Kuala Lumpur e Pequim com 239 pessoas a bordo.

O ministro precisou que o acordo com a empresa tinha a validade de 90 dias, devendo terminar em abril, mas foi prolongado um mês a pedido da Ocean Infinity.

“Não haverá mais prolongamentos. Não pode continuar para sempre. Vamos esperar até 29 de maio e depois decidimos como proceder”, disse.

O acordo previa o pagamento de 70 milhões de dólares (cerca de 59,8 milhões de euros) se a missão tivesse êxito no prazo de três meses. As autoridades afirmaram na altura haver 85% de hipóteses de encontrar destroços numa nova área de buscas de 25.000 quilómetros quadrados definida por peritos.

As buscas foram dificultadas por não haver qualquer transmissão durante os primeiros 38 minutos de voo, dado que os sistemas que transmitem automaticamente a posição do avião não funcionaram, segundo um relatório de janeiro de 2017 pela autoridade de segurança de transportes da Austrália.

A organização Voice 370, que representa os familiares das pessoas a bordo, pediu hoje ao Governo para rever todo o processo sobre o desaparecimento do avião, incluindo “alguma possível falsificação” ou eliminação de registos de manutenção ou alguma omissão que possa ter prejudicado a localização, busca, salvamento ou recuperação do aparelho.

24 Mai 2018

Andebol | FC Porto e Sporting defrontam-se na Taça de Portugal

FC Porto e Sporting disputam o acesso à final da Taça de Portugal de andebol, nas meias-finais da competição, no Peso da Régua, onde Benfica e o ‘outsider’ FC Gaia disputam a outra vaga no jogo decisivo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] encontro entre o recém bicampeão nacional Sporting e o FC Porto, numa reedição do último duelo da fase final, que os portistas venceram no sábado por 31-26, no Pavilhão João Rocha, em Lisboa, é o jogo ‘grande’ das meias-finais da Taça de Portugal.

Arredado das grandes conquistas – o campeonato ‘foge’ há três épocas -, depois de ter somado sete consecutivos, o FC Porto tem nesta prova a derradeira oportunidade de não ficar em branco na época de 2017/18 e suceder no historial ao ausente ABC. Para marcar presença nas meias-finais da Taça de Portugal, o FC Porto afastou nos quartos de final o Belenenses (32-18), nos ‘oitavos’ a Académica de São Mamede (44-21) e nos 16 avos o Marítimo (37-23).

O Sporting, que viu abalada a sua estrutura com suspeitas de corrupção na conquista do título de campeão de 2016/17, tem marcado presença nas principais decisões das últimas épocas e pretende juntar a conquista da Taça ao campeonato. A equipa ‘leonina’ eliminou nos quartos de final o Avanca (40-24), na altura treinado pelo actual treinador do FC Porto, Carlos Martingo, nos ‘oitavos’ afastou o Santo Tirso (36-17) e nos 16 avos de final o Alto do Moinho (41-18).

O Sporting procura alcançar pelo terceiro ano consecutivo a final da Taça de Portugal. Em 2016/17 e 2015/16, a formação ‘leonina’ saiu derrotada no prolongamento nas finais disputadas com ABC (35-33) e Benfica (36-35), respectivamente.

Quando FC Porto e Sporting iniciarem sábado o seu jogo, pelas 17h30, no Pavilhão Municipal do Peso da Régua, já terá sido encontrado o primeiro finalista, a sair do encontro que opõe o Benfica ao FC Gaia, a ter início pelas 15h.

A outra metade

O Benfica, vice-campeão nacional, em igualdade pontual com o FC Porto, terceiro, e a seis pontos do campeão Sporting, parte para o jogo com o secundário FC Gaia com o estatuto de superfavorito.

A formação ‘encarnada’ chegou à ‘final four’ depois de afastar o São Bernardo (28-25), depois de ter eliminado Benavente (45-18) e Arsenal Devesa (39-25).

O Benfica terá como opositor na meia-final o surpreendente FC Gaia, da segunda divisão, sobrevivente desde a primeira ronda da Taça de Portugal, que foi o ‘tomba-gigantes’ dos quartos de final ao eliminar o Madeira SAD (29-27).

O percurso do FC Gaia até à inédita presença na ‘final four’ fez-se ainda às custas da eliminação nos oitavos de final do AC Fafe (32-27), nos 16 avos de final do AA Almeirim (46-18), na segunda eliminatória do Estarreja (36-26) e na primeira do CP Natação (30-22).

O Sporting, com 15 triunfos, é o clube que por mais vezes ergueu a Taça de Portugal, seguido a curta distância pelo ABC, com 12, do FC Porto, com sete, e do Benfica, com cinco. O FC Gaia procura conquistar a sua primeira taça de Portugal.

24 Mai 2018

Austrália | Acusação envolve milionário chinês em suborno na ONU

Um deputado acusou na terça-feira um milionário australiano, nascido na China, de conspiração para subornar um quadro de topo da ONU, na sequência de uma alegada doação de somas generosas de dinheiro a partidos da Austrália

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]ndrew Hastie disse ao Parlamento australiano que o milionário Chau Chac Wing, que beneficia de dupla nacionalidade, era o promotor imobiliário referido numa acusação dos Estados Unidos como “CC-3”, uma abreviatura para designar o terceiro co-conspirador.

Hastie afirmou ter recebido das autoridades norte-americanas a confirmação da identidade de “CC-3”, durante uma visita realizada aos Estados Unidos no mês passado, declarações que podem inflamar ainda mais a tensão diplomática entre a China e a Austrália. A China já havia protestado face ao anúncio do primeiro-ministro Malcolm Turnbull’s, em Dezembro, de que a Austrália iria banir as interferências estrangeiras na política, fossem realizadas através de espionagem ou de doações financeiras.

O primeiro-ministro da Austrália afirmou que não tinha sido avisado com antecedência sobre as declarações do deputado que preside ao Comité Conjunto de Inteligência e Segurança do Parlamento, mas sublinhou que estas não constituíam uma novidade.

Esta terça-feira, a China pediu “acções concretas” por parte da Austrália para que fossem melhoradas as relações entre os dois países. Malcolm Turnbull respondeu ontem: “O Ministro dos Negócios Estrangeiros tem o direito de fazer as declarações que entender, mas nós temos um forte relacionamento, que é franco”.

Mexer nos media

“Chau Chac Wing tem processados os meios de comunicação social que têm publicado acusações similares, mas Andrew Hastie contornou essa ameaça ao depor no Parlamento australiano, o que lhe confere imunidade, bem como aos ‘media’ que o citarem.

“‘CC-3’ é um cidadão chinês e australiano. Ele foi um financiador significativo para os dois maiores partidos [australianos]. Os australianos merecem a verdade”, sublinhou o deputado.

As declarações daquele que preside ao comité parlamentar foram motivadas pelo alegado envolvimento da Rússia nas eleições de 2016 nos Estados Unidos e pela crescente influência da China no cenário político global. “Na Austrália, é claro que o Partido Comunista Chinês está a trabalhar para, dissimuladamente, interferir nos ‘media’ e universidades, bem como para influenciar o nosso sistema político e debate público”, concluiu o Andrew Hastie.

24 Mai 2018

Uma China | Companhias aéreas obedecem a Pequim em relação a Taiwan

Vinte companhias áreas passaram a referir-se a Taiwan como parte da República Popular da China, cumprindo com as exigências de Pequim, que Washington classificou de “absurdo orwelliano”, apesar de a ilha funcionar como um Estado soberano.

[dropcap style≠’circle’]B[/dropcap]ritish Airways, Lufthansa e Air Canada são algumas das companhias que se referem já a Taiwan como parte da China, quando faltam apenas três dias para dezenas de operadoras decidirem se cumprem com as ordens de Pequim ou enfrentam consequências que podem paralisar os seus negócios no país, incluindo sanções legais.

A 25 de Abril, a Administração de Aviação Civil da China enviou uma carta a 36 companhias aéreas, na qual exige explicitamente que se refiram a Taiwan como parte da China.

A Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) não inclui Taiwan entre os seus destinos, mas nos casos de Macau e Hong Kong, também alvos de discórdia com outras companhias, a empresa refere-se já aos territórios como parte da República Popular da China. Pesquisando no portal da TAP por destinos na Ásia, Macau surge identificado como ‘Macau, República Popular da China’.

A adopção de “Taiwan, China” ou “Taiwan, República Popular da China” nos portais electrónicos e mapas das companhias aéreas representa outra vitória nos esforços do Partido Comunista Chinês (PCC) em forçar empresas estrangeiras a aderir à sua visão geopolítica, mesmo em operações fora do país.

Críticos afirmam que a crescente pressão exercida pela China, usando o seu poderio económico para forjar novas normas internacionais – neste caso o status de Taiwan – gera preocupações sem precedentes. “O que está aqui em jogo é que nós estamos a permitir que um regime revisionista, com um historial terrível no que toca a liberdade de expressão, dite o que nós dizemos e escrevemos nos nossos países”, afirmou J. Michael Cole, pesquisador do China Policy Institute e do programa de estudos de Taiwan na Universidade de Nottingham, citado pela Associated Press. “Se Pequim não se deparar com limites, vai continuar a pedir mais”, acrescentou.

Reunificação à vista

Taiwan, a ilha onde se refugiou o antigo governo chinês depois de o PCC tomar o poder no continente, em 1949, assume-se como República da China, mas Pequim considera-a uma província chinesa e não uma entidade política soberana.

“Nós opomo-nos veementemente aos esforços da China para atingir os seus objectivos políticos através da intimidação, coação e ameaças”, reagiu o ministério taiwanês dos Negócios Estrangeiros, num comunicado enviado à AP.

“Apelamos a todos os países do mundo que se mantenham unidos na defesa da liberdade de expressão e liberdade para fazer negócios. Apelamos também às empresas privadas que rejeitem colectivamente a exigência insensata da China para que alterem a designação de ‘Taiwan’ para ‘Taiwan, China'”, lê-se na mesma nota.

O Presidente chinês, Xi Jinping, avisou já Taiwan de que a questão da reunificação não pode ser adiada para sempre, e as forças armadas chinesas têm enviado aviões de combate para a costa taiwanesa.

Várias multinacionais têm cedido à pressão de Pequim para alterarem as referências a Taiwan, apesar de o Governo dos Estados Unidos ter garantido que vai “apoiar os americanos que resistem aos esforços do PCC em impor as suas noções de politicamente correcto às empresas e cidadãos norte-americanos”. Na semana passada, o retalhista de vestuário norte-americano Gap pediu desculpa à China por ter vendido t-shirts com um mapa “errado” do país, que exclui Taiwan.

Em Janeiro, a marca têxtil espanhola Zara, a companhia aérea norte-americana Delta Air Lines e a fabricante de equipamento médico Medtronic pediram também desculpa por se referirem a Taiwan como um país nos seus ‘sites’. “Não é possível dizer não”, disse Carly Ramsey, especialista da Control Risks, consultora com sede em Xangai, a “capital” económica da China, citado pela AP. “Cada vez mais, em situações como esta, o incumprimento não é uma opção, se queres fazer negócios na China e com a China”, explicou.

24 Mai 2018

Macau quer destacar profissionais da saúde para Timor-Leste

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo de Macau afirmou ontem estar a traçar um plano para o destacamento de profissionais de saúde para os países que integram a iniciativa “Uma faixa, uma rota”, em particular Timor-Leste.

De acordo com um comunicado, o programa de investimento do Presidente da China, Xi Jinping, prevê a prestação de apoio a esses países na criação de uma rede de cuidados de saúde primários.

As políticas de saúde pública em Macau e Hong Kong foram discutidas durante a Assembleia Mundial de Saúde, em Genebra, num encontro entre o director da comissão nacional de saúde, Ma Xiaowei, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau, Alexis Tam, e a directora dos serviços para a alimentação e saúde de Hong Kong, Sophia Chen.

Durante o encontro, Alexis Tam ressalvou a assinatura, no início do ano, de um acordo de cooperação nas áreas da saúde e higiene na Região Metropolitana da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

Formação para o mundo

Segundo o secretário, o acordo tem como objectivo a intensificação do intercâmbio e cooperação das três regiões nas áreas da assistência médica e saúde pública.

Além de Guangdong, Hong Kong e Macau, a região da Grande Baía abrange nove localidades: Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing. Ao todo, conta com mais de 110 milhões de habitantes.

Alexis Tam sublinhou, ainda, a formação de quadros no âmbito da medicina tradicional chinesa para o mundo.

Por sua vez, o director Ma considerou o plano de constituição da Grande Baía favorável ao intercâmbio e à cooperação entre os médicos e enfermeiros da região, disponibilizando a Hong Kong e a Macau um grande espaço em termos de desenvolvimento dos serviços de saúde. Por fim, garantiu que a Comissão Nacional de Saúde apoiará Macau na candidatura da criação de uma Equipa Internacional de Emergência Médica. Caso tenha sucesso, Macau será a quarta equipa de emergência médica a nível nacional.

24 Mai 2018

Turismo | Número de visitantes aumenta oito por cento em Abril

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau recebeu 2.960.879 turistas no mês de Abril, um número que representa um aumento de oito por cento em termos anuais. Os visitantes vindos da China continental subiram um termos homólogos 16,5, para um total de cerca de dois milhões de visitantes, por cento enquanto o número de visitantes de Taiwan subiu 5,6 por cento.

Já os visitantes oriundas de Hong Kong e da Coreia do Sul registaram uma descida de 12 e 5.9 por cento, respectivamente. O número de visitantes com visto individual atingiu os 962.704, mais 16,9 por cento em termos homólogos.

Nos quatro primeiros meses deste ano entraram no território 11.506.592 visitantes, ou seja, mais 8,4 por cento, face ao período homólogo do ano transacto.

24 Mai 2018

Economia | Macau regista taxa de inflação de 1,8 por cento em Abril

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] taxa de inflação em Macau foi de 1,8 por cento no mês de Abril, indicam dados oficiais divulgados ontem. De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou as maiores subidas nos preços da educação (+5,26 por cento) e da saúde (+4,90 por cento).

Só em Abril, o IPC geral, que permite conhecer a influência da variação de preços na generalidade das famílias de Macau, cresceu 2,88 por cento em termos anuais, sendo este crescimento superior ao de Março passado (+2,66 por cento). Em relação a Março, o IPC geral registou uma ligeira subida de 0,32 por cento, segundo a DSEC.

Nos quatro primeiros meses do corrente ano, o IPC geral médio cresceu 2,6 por cento em relação ao mesmo período do ano transacto. Em 2017, a taxa de inflação em Macau foi de 1,23 por cento, uma diminuição relativamente aos 2,37 por cento registados em 2016.

24 Mai 2018

Toponímia | Ma Man Kei dá nome a avenida nos novos aterros

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]a Man Kei, que morreu em Maio de 2014, vai dar nome a uma avenida nos novos aterros. A informação consta de um edital publicado ontem pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) em Boletim Oficial. A Avenida Doutor Ma Man Kei figura como uma via principal na zona A.

Além de empresário e de ser considerado o líder da comunidade chinesa de Macau, Ma Man Kei foi deputado e vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. A decisão foi tomada em 16 de Março, numa reunião em que o Conselho de Administração do IACM deliberou sobre a designação e definição dos novos arruamentos públicos. Segundo o edital, também na zona A dos novos aterros, vão entrar para a toponímia a Avenida de Tun Seng e a Rotunda de Hou Kong.

Na mesma reunião, foi ainda ‘baptizada’ uma nova via pública, desta feita na península. Trata-se da Rua de Mong Sin, que começa na Rampa dos Cavaleiros e termina na Avenida de Venceslau de Morais.

24 Mai 2018

Função Pública | Deputados pedem planeamento de espaços públicos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado Leong Sun Iok pretende que o Executivo apresente um planeamento concreto para a coordenação de espaços públicos destinados aos serviços da Função Pública. Em interpelação escrita, Leong recorda que o Governo tem gasto dinheiro dos cofres públicos no arrendamento de imóveis, sendo que há espaços disponíveis que não estão a ser bem geridos.

Para Leong Sun Iok, é necessário que se proceda o mais rapidamente possível à fiscalização das obras que decorrem em edifícios públicos para que estes fiquem operacionais quanto antes. Por outro lado, o Governo deve fazer um planeamento de terrenos a longo prazo tendo em conta as necessidades que tem para alojar os seus serviços.

O deputado aproveita a missiva dirigida ao Executivo para pedir um ponto de situação sobre a construção do centro de serviços da RAEM na Taipa e do imóvel multifuncional no Pak On. O tribuno exige ainda mais informações sobre o edifício público no lote 6K na ZAPE.

Ng Kuok Cheong, por seu lado, referiu ao Jornal do Cidadão que não está de acordo com a criação de um Fundo de Desenvolvimento do Investimento para adquirir imóveis ou construir prédios para arrendar ao Governo. A ideia que partiu, refere, do presidente da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas, Mak Soi Kun, é para Cheong inoportuna. O deputado pró-democrata considera a sugestão viável mas desnecessária.

Para Ng Kuok Cheong a medida não é oportuna numa altura em que se sabe que os serviços públicos vão ser alargados e em que os preços no mercado imobiliário estão a subir. No entender do deputado, o Governo deve aproveitar as zonas destinadas a órgãos administrativos e judiciais já definidas na zona B dos novos aterros, assim como os terrenos recuperados, para os seus serviços.

24 Mai 2018

Tailândia | Impedida manifestação no aniversário do golpe de Estado

A polícia tailandesa impediu ontem a realização de uma manifestação para exigir o restabelecimento da democracia na Tailândia, no quarto aniversário do golpe de Estado que levou os militares ao poder no país

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] protesto foi convocado pelo movimento “Queremos votar”, que exige à junta militar do general Prayut Chan-Ocha a realização de eleições. Prayut anunciou um escrutínio um ano depois do golpe, em 2014.

Centenas de activistas concentraram-se no centro de Banguecoque, no recinto da universidade Thammasat, empunhando bandeiras do país e cartazes onde se podia ler: “Queremos votar. O poder pertence ao povo. O povo é dono do país”, “Não temos medo”.

Um milhar de agentes policiais foram destacados para a zona em torno da universidade, bloquearam os acessos e a saída do recinto. Através de megafones, a polícia disse aos manifestantes que o protesto era ilegal e as concentrações de carácter político de mais de cinco pessoas estavam proibidas, antes de impedir a marcha até à sede do Governo.

Nos últimos dias, as autoridades intensificaram os controlos em Banguecoque e a repressão contra os dissidentes. Na segunda-feira, oito líderes, incluindo três antigos ministros, do Pheu Thai, o partido do Governo deposto no golpe de 2014, foram acusados de sedição. Estes antigos responsáveis acusaram o Conselho Nacional para a Paz e a Ordem (NCPO, nome oficial da junta) de ter violado os direitos fundamentais dos tailandeses e de ter aumentado o défice público sem melhorar as condições de vida no país.

Promessa adiada

As forças armadas, lideradas por Prayut, actual primeiro-ministro, tomaram o poder a 22 de Maio de 2014 com a promessa de acabarem com a corrupção, a crise política no país e realizar eleições o mais depressa possível.

O golpe deu-se poucos dias depois de a então primeira-ministra e líder do Pheu Thai Yingluck Shinawatra ter sido destituída do cargo pelo Tribunal Constitucional por abuso de poder.

Em 2016, a Tailândia aprovou em referendo uma nova Constituição mais restritiva e que entrou em vigor em 2017.

As eleições foram sucessivamente adiadas e a última indicação de uma data foi dada por Prayut, que se referiu ao início de 2019.

As plataformas políticas relacionadas com a família Shinawatra ganharam todas as eleições realizadas no país desde 2001. A Tailândia já foi palco de 12 golpes de estado desde o fim da monarquia absoluta em 1932. A família Shinawatra é apoiada pelo poderoso movimento popular dos Camisas Vermelhas. As duas principais figuras do Pheu Thai, os dois antigos primeiros-ministros Yingluck e Thaksin Shinawatra estão no exílio em fuga de processos judiciais que denunciaram terem motivações políticas.

De acordo com analistas, as consecutivas vitórias do partido dos Shinawatra em todas eleições organizadas têm levado ao adiamento consecutivo de um novo escrutínio, que as autoridades receiam perder para a oposição.

23 Mai 2018

Coreias | Pyongyang proíbe jornalistas sul-coreanos de aceder a base nuclear

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades norte-coreanas proibiram a presença de jornalistas sul-coreanos para assistir ao desmantelamento de uma base nuclear, disse ontem fonte do Ministério da Unificação sul-coreano.

A lista de jornalistas sul-coreanos, que se encontrava já em Pequim para seguir viagem rumo a Pyongyang, foi rejeitada, disse a mesma fonte, citada pela agência noticiosa sul-coreana Yonhap. No início do mês, a Coreia do Norte tinha garantido que os jornalistas da Coreia do Sul, dos Estados Unidos, da China e do Reino Unido iam ser convidados a assistir à destruição dos túneis, ao desmantelamento dos postos de observação e das instalações de pesquisa na central de Punggye-ri, previsto entre quarta e sexta-feira.

Muitos analistas declararam duvidar das promessas norte-coreanas, até porque há precedentes: em 2008, Pyongyang derrubou uma parte do centro de reprocessamento de urânio, mas continuou a desenvolver o programa nuclear. O cancelamento de convites surgiu depois de Pyongyang ter cancelado, na semana passada, um encontro entre as Coreias devido à realização de manobras militares conjuntas de Seul e Washington.

23 Mai 2018

Religião | Autoridades obrigam mesquitas a içar bandeira do país

Todas as mesquitas na China deverão içar uma bandeira do país e “estudar a Constituição, os valores socialistas e a cultura tradicional” chinesa, segundo uma directriz das autoridades islâmicas chinesas, ligadas ao Partido Comunista

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] normativa foi emitida este fim-de-semana pela Associação Islâmica da China, noticiou o jornal oficial Global Times.

Várias mesquitas na região de Ningxia (noroeste da China e a única onde a maioria da população é islâmica) começaram já a aplicar esta ordem. Segundo especialistas citados pelo Global Times, a iniciativa visa “assimilar a religião na sociedade socialista”.

A directriz surge depois de a agência noticiosa Associated Press ter reportado a criação de centros de doutrinação política para muçulmanos, que obriga os detidos a comer carne de porco ou beber álcool.

Estes centros estão concentrados na região do Xinjiang, também no noroeste da China, palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional, que causaram 156 mortos e mais de mil feridos.

Símbolos de perigo

Pequim decidiu, entretanto, banir ou controlar várias práticas muçulmanas, incluindo manter a barba longa e jejuar durante o mês do Ramadão, afirmando que são símbolos do “extremismo islâmico”.

Segundo a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), as autoridades chinesas estão também a impor a famílias no noroeste do país que recebam funcionários públicos em suas casas.

Os funcionários estão encarregues de recolher e actualizar informação sobre as famílias, incluindo religião ou opiniões políticas, e reportar e “corrigir problemas” ou “situações inusuais”.

Os funcionários fazem ainda doutrinação política, incluindo promover o “Pensamento de Xi Jinping [o Presidente chinês]” e advertir contra os perigos do “pan-islamismo”, e outras ideologias que o Governo considera uma ameaça.

Estima-se que existam cerca de 23 milhões de muçulmanos na China, país mais populoso do mundo, com quase 1.400 milhões de habitantes.

23 Mai 2018

Secretário do Tesouro dos EUA satisfeito com acordo comercial

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, mostrou-se satisfeito sobre os progressos nas negociações comerciais com a China, mas não afastou o recurso a novas tarifas se não for cumprido o acordado.

“Creio que fizemos progressos muito significativos”, afirmou Mnuchin em declarações ao canal televisivo de informação financeira CNBC, dois dias após representantes de Washington e de Pequim terem anunciado o final das conversações.

De acordo com o comunicado oficial, os dois países chegaram a um consenso para reduzir o défice comercial norte-americano com a China e as autoridades de Pequim comprometeram-se a aumentar “significativamente” a compra de bens e serviços aos Estados Unidos. Não foram avançados números concretos, apesar de os Estados Unidos terem solicitado que a China reduza em 200 mil milhões de dólares o excedente comercial que tem com os Estados Unidos.

Depois do acordo, os Estados Unidos anunciaram que suspendem provisoriamente a imposição de novas taxas à importação de produtos chineses. “Agora depende de nós assegurarmos que o podemos implementar”, afirmou Mnuchin ao resumir o que foi negociado com a China.

Possível retorno

O secretário do Tesouro não afastou, no entanto, que se recorra a novas taxas aduaneiras se as autoridades chinesas não cumprirem “o acordo com um quadro muito completo” que foi definido nas negociações que decorreram em Washington na semana passada. “Se as coisas não resultarem e não conseguirmos o que queremos, o Presidente pode sempre voltar a impor tarifas”, adiantou.

A administração de Donald Trump tinha ameaçado impor tarifas no valor de 150 mil milhões de dólares a centenas de produtos chineses para equilibrar a balança comercial entre os dois países.

O acordo alcançado, acrescentou Mnuchin, abre caminho às empresas dos dois países para desenvolverem os seus próprios negócios. Nesse sentido, o responsável dos Estados Unidos disse que as empresas de energia norte-americanas podem chegar a acordo com as chinesas para vender produtos num valor entre 40 mil e 50 mil milhões de dólares.

23 Mai 2018

Espaço | Lançado satélite de retransmissão para lado oculto da Lua

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China lançou ontem um satélite de retransmissão para assegurar a comunicação com a sonda lunar Chang’e-4, que será lançada em breve, para explorar o lado oculto da Lua.

O satélite Queqiao foi transportado por um foguetão Longa Marcha-4C, a partir do centro de lançamento de satélites Xichang, no sudoeste da China, informou a agência noticiosa oficial Xinhua, que cita a Administração Nacional Espacial da China.

“O lançamento é um passo chave para que a China atinja o seu objectivo, de ser o primeiro país a enviar uma sonda para aterrar no lado mais longínquo da Lua”, afirmou Zhang Lihua, responsável pelo lançamento. Vinte e cinco minutos após o lançamento, o satélite separou-se do foguetão e entrou em órbita.

Está previsto que o satélite, que pesa uns 400 quilos, opere durante os próximos três anos. O país prevê iniciar, em 2019, a construção de uma estação espacial, que deverá estar concluída em 2022, e terá presença permanente de tripulantes.

23 Mai 2018

Arcebispo australiano condenado por encobrir abusos sexuais de menores

[dropcap style=’circle’] U [/dropcap] m tribunal australiano declarou ontem o arcebispo Philip Wilson culpado de encobrir casos de pedofilia durante os anos de 1970, crime pelo qual enfrenta agora uma pena máxima de dois anos de prisão.
Dirigente da Arquidiocese de Adelaide desde 2001, Philip Wilson, de 67 anos, foi acusado de omitir crimes de abuso sexual perpetrados pelo padre James Fletcher contra um rapaz de 10 anos, nos anos 1970, numa paróquia no Hunter Valley, a norte de Sydney. Fletcher foi condenado em 2004 a oito anos de prisão por nove casos de abuso sexual, mas morreu 13 meses depois, na sequência de um enfarte.
Durante o julgamento, a defesa argumentou que o arcebispo, recentemente diagnosticado com a doença de Alzheimer, foi incapaz de comparecer perante o juiz devido ao impacto da doença nas “funções cognitivas”.
“Estou obviamente aborrecido com a decisão divulgada hoje”, disse ontem Philip Wilson, num breve comunicado, depois de conhecer a decisão do tribunal. “Agora devo considerar as razões e consultar os meus advogados para determinar os próximos passos”, concluiu o arcebispo, que está em liberdade condicional até à divulgação da sentença final, marcada para o dia 19 de Junho.
A Igreja Católica, com forte presença na Austrália, recebeu queixas de 4.500 pessoas por alegados abusos cometidos por cerca de 1.880 membros da instituição entre 1980 e 2015, embora alguns casos datem dos anos de 1920. No início deste ano, vários arcebispos australianos admitiram que a resposta da Igreja Católica no país aos casos de pedofilia estava errada e levou a uma situação de “negligência criminosa”.

23 Mai 2018