Hoje Macau PolíticaCiência | Sociedade de Oceanografia vai cooperar com Portugal A Sociedade de Oceanografia e Hidráulica de Macau (sigla inglesa MSOH) está empenhada em criar uma plataforma de cooperação entre académicos de Macau, Portugal e do Interior. O objectivo foi traçado na segunda-feira à noite, durante um encontro entre o presidente da associação, Ao Peng Kong, e o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng. A plataforma de académicos tem como objectivo partilhar conhecimentos sobre “os recursos hídricos, a prevenção de desastres, o planeamento marítimo e a ecologia aquática”. O projecto vai ser concretizado com a realização de “seminários e acções de formação com as regiões vizinhas”, de firma a alargar as perspectivas do sector e formar jovens quadros qualificados. Ao mesmo tempo, Ao Peng Kong comprometeu ainda a sociedade com os objectivos da integração de Macau no desenvolvimento nacional e em cumprir o papel no âmbito da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. Por sua vez, o Chefe do Executivo sublinhou que as áreas marítimas sob jurisdição da RAEM vieram proporcionar novas oportunidades e espaço para o desenvolvimento e construção de Macau. Nesse sentido, o líder do Governo prometeu “encontrar um equilíbrio entre o aproveitamento do mar de forma científica e a protecção do ecossistema marinho”.
Hoje Macau SociedadeCovid-19 | Vacinas no Hospital da MUST a partir de segunda-feira As autoridades de saúde vão instalar um novo local de vacinação no Hospital da Universidade de Ciência e Tecnologia, que entrará em funcionamento a partir de 17 de Maio (próxima segunda-feira). A marcação terá início às 10h de sexta-feira. Numa primeira fase, o local só terá vacinas da Sinopharm e disponibilizará 150 vagas por dia para residentes de Macau, trabalhadores não residentes e estudantes. Ao mesmo tempo, as autoridades estão a preparar a criação de um posto comunitário de vacinação de grande escala no Fórum de Macau, prevendo-se 2.000 vagas diárias.
Hoje Macau China / ÁsiaXinjiang | Embaixador nos EUA considera “genocídio uma mentira absoluta” Qualquer tentativa externa de desestabilizar Xinjiang, por uma força estrangeira intervencionista, nunca será consentida, explica embaixador chinês nos EUA “A China não consentirá com nenhuma tentativa externa de desestabilizar Xinjiang, ou mesmo de fragmentar a China e impedir a revitalização da nação chinesa”, disse o embaixador chinês, Cui Tiankai. Durante a reunião online “Xinjiang é uma Terra Maravilhosa”, organizada pela embaixada e pelo governo da Região Autónoma Uigur de Xinjiang, Cui afirmou que os assuntos de Xinjiang são assuntos internos da China e que, os 1,4 mil milhões de chineses de vários grupos étnicos não permitirão que nenhuma força intervencionista impeça o desenvolvimento da China. “Nos Estados Unidos e em outros países ocidentais, as mentiras sobre Xinjiang ainda prevalecem. Calúnias sistémicas e sanções unilaterais contra a China são frequentes”, disse o embaixador, “mas tais mentiras não suportam o escrutínio dos factos”, acrescentou. “O chamado ‘genocídio’ é apenas uma mentira absoluta”, assinalou Cui, citando números da população uigur em Xinjiang, que dobrou de 5,55 milhões para mais de 12 milhões nos últimos 40 anos. Descrevendo o “trabalho forçado” como “sem fundamento”, Cui enfatizou que “os trabalhadores em Xinjiang escolhem os seus empregos, incluindo os da indústria de colheita de algodão, por sua própria vontade. Eles assinam contratos de trabalho de forma livre e igualitária, seus direitos e interesses estão bem protegidos e recebem remuneração integral”. “Se ganhar a vida decentemente é ‘trabalho forçado’, então eles deveriam merecer apenas a ”pobreza forçada’ e o ”desemprego forçado”?” indagou o embaixador. “Suscitando preocupações com os direitos humanos de Xinjiang, pretendem usar Xinjiang para conter a China”, disse o embaixador, convidando esses países ocidentais a ouvir o que dizem os 25 milhões de habitantes de Xinjiang de variados grupos étnicos e os 1,4 mil milhões de chineses, e “falar a verdade partindo da falsidade, e o certo partindo do errado”. Shohrat Zakir, presidente do governo regional, afirmou que Xinjiang gasta mais de 70% de seus gastos anuais com o orçamento público geral para proteger e melhorar a subsistência de todos os seus grupos étnicos. “Não houve nenhum ataque terrorista violento em Xinjiang por mais de quatro anos”, destacou Zakir, acrescentando que a região obteve conquistas sem precedentes no desenvolvimento económico e social e na subsistência da população. “As pessoas de todos os grupos étnicos em Xinjiang são inabaláveis na sua determinação de salvaguardar a unidade e a segurança nacionais, assim como a solidariedade étnica e a prosperidade e estabilidade do país”, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim protesta por participação em organizações internacionais A embaixada da China em França apresentou um “vivo protesto” e expressou “firme oposição” após o Senado francês ter aprovado na quinta-feira uma resolução favorável à participação de Taiwan em algumas organizações internacionais. A resolução, aprovada largamente pelo Senado, é favorável, entre outros, à participação de Taiwan nos trabalhos da Assembleia Mundial da Saúde, da organização Mundial de Saúde (OMS), da Organização Internacional de Aviação Civil (OIAC), da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas e ainda da Interpol. “[A resolução é] manifestamente uma violação ao princípio de uma só China e constitui uma flagrante ingerência nos assuntos internos da China”, lê-se numa declaração publicada no portal da missão diplomática chinesa em Paris. Invocando o “respeito pela soberania nacional e a integridade territorial da China”, Pequim exorta a França a “tratar com prudência e judiciosamente os assuntos relativos a Taiwan”. “A unicidade da China […] não pode ser desafiada nem desprezada”, acrescenta o documento, defendendo que apenas os Estados soberanos podem tornar-se membros das organizações incluídas na resolução aprovada pelo Senado francês e nas restantes. “Taiwan, enquanto província da China, não tem o direito de aderir. […] O respeito pelo princípio de uma só China constitui a base política das relações sino-francesas e também um compromisso solene assumido por todos os sucessivos governos franceses perante a China desde o estabelecimento das relações diplomáticas sino-francesas em 1964”, realça-se no comunicado. Ao votar a resolução, a maioria dos senadores destacou a importância da participação de Taiwan no trabalho da OMS no contexto da pandemia covid-19. No entanto, a embaixada chinesa em Paris argumenta que existem canais de comunicação entre “o governo central chinês” e “a região de Taiwan”, bem como entre as autoridades de Taipé e a OMS. “A alegação de que a ausência de Taiwan da OMS criará uma ‘brecha’ no sistema de saúde pública global não tem sustentação. Este é um truque político das autoridades taiwanesas, que usam a epidemia para defender a ‘independência de Taiwan’”, termina o documento.
Hoje Macau China / ÁsiaONU | António Guterres quer cooperação reforçada com a China O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, expressou ao Presidente Xi Jinping o desejo de uma cooperação reforçada com a China, incluindo nas Alterações Climáticas e Direitos Humanos. António Guterres e Xi Jinping conversaram, por videoconferência, a propósito do 100º aniversário do Partido Comunista Chinês e do 50º aniversário da resolução 2758 da Assembleia Geral sobre a restauração dos direitos legais da República Popular da China nas Nações Unidas, que se assinalam este ano. Numa nota publicada pelo gabinete do secretário geral da ONU, a organização dá conta de que o Guterres “expressou o seu apreço pelo apoio chinês às Nações Unidas e ao multilateralismo”, bem como o “desejo de uma cooperação reforçada entre as Nações Unidas e a República Popular da China em todos os pilares do trabalho da Organização – Paz e Segurança, Desenvolvimento Sustentável, incluindo Alterações Climáticas e Biodiversidade, e Direitos Humanos”. António Guterres destacou também o compromisso da ONU com o sucesso do programa Covax – liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e seus parceiros internacionais, para o desenvolvimento conjunto de ferramentas de combate ao coronavírus – “com uma rede de distribuição equitativa”. Na conversa com Xi Jinping, o secretário-geral da ONU manifestou ainda o seu compromisso em garantir o sucesso da conferência da Biodiversidade COP15, na cidade chinesa de Kunming, e da COP26 do Clima, em Glasgow, na Escócia, por meio da mobilização da comunidade internacional, no sentido de limitar a subida da temperatura global em 1,5 graus Celsius e alcançar a neutralidade carbónica a nível global em meados do século XXI.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Timor-Leste regista 116 novos casos, a maioria em Díli Timor-Leste registou hoje 116 novos casos de infeção com a SARS-CoV-2, dos quais 11% com sintomas das covid-19, com a maioria a ocorrer na capital, Díli, onde a incidência é mais do triplo do resto do país. Rui Araújo, coordenação da ‘task-force’ para a prevenção e mitigação da Sala de Situação do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), explicou que se registaram 98 novos casos em Díli, 17 em Baucau e um em Covalima. Nas últimas 24 horas, houve ainda 81 casos recuperados pelo que o total de ativos é de 1.540 e o total de casos acumulados aumentou para 3.227. Os novos casos detetados em Díli correspondem a 7,8% dos 1.256 testes realizados pelo Laboratório Nacional, enquanto os registados fora da capital correspondem a 4,3 dos 374 testes realizados. A taxa de incidência nacional é de 7,8/100 mil habitantes e a de Díli é de 25,7/100 mil habitantes. Rui Araújo voltou a repetir os apelos à população que sinta sintomas que contacte o número de emergência da covid-19, 119, admitindo à Lusa que há uma crescente preocupação de que as pessoas não estejam a acorrer a serviços de saúde, por medo de serem identificados como positivos e isolados. “É preocupante. Estamos a recolher os dados todos, mas particularmente nos serviços de emergência temos registado um número decrescente de pessoas que recorrem a esse serviço de emergência. E vemos também nas últimas semanas, alguma resistência de pessoas que depois de serem detetadas com covid-19 rejeitam ser isoladas”, referiu. Ainda que do ponto de vista legal haja a “obrigatoriedade do isolamento terapêutico”, Rui Araújo admite que é necessário “ajustar as decisões no terreno às condições reais”, procurando convencer as pessoas “de que é para o benefício delas próprias estarem isoladas”. Questionado sobre o equilíbrio necessário entre medidas de saúde pública e de apoio à população afetada pelo confinamento e pela cerca, Rui Araújo disse que “ambas devem trabalhar em paralelo”. “Neste momento há desequilíbrio na aplicação dessas medidas [socio-económicas] e em sede própria o Governo terá de avaliar a situação real. As recomendações técnicas, avançadas pelo CIGC prevêem também intervenções socio-económicas para facilitar a implementação das medidas de saúde publica”, considerou. “As medidas de saúde publica normalmente têm de ser reforçadas com medidas socio-económicas para facilitar a adesão da população”, considerou. Rui Araújo considerou ainda lamentável que algumas pessoas se tenham manifestado de forma mais intimidatória e até violenta perante funcionários de saúde no terreno, notando que a ampla maioria da população compreende a necessidade de medidas. “Compreende-se a reação de algumas pessoas, mas verdade seja dita, não é a reação da maioria. A maioria sente que realmente este surto está a afetar as condições pessoais e socio-económicas de toda a sociedade e sente a necessidade de colaborar”, afirmou.
Hoje Macau Manchete SociedadeTurismo em Macau continua a crescer, mesmo com a pandemia Reportagem de Miguel Mâncio e Candice Lok, da agência Lusa O turismo em Macau continua a subir progressivamente e os visitantes ouvidos pela Lusa disseram que escolheram o território para viajar na popular semana de férias chinesa devido aos descontos promovidos e porque é um destino seguro de covid-19. Segundo dados oficiais, entre 1 e 5 de Maio visitaram o território 167 mil pessoas e os hotéis registaram uma taxa de ocupação de 83,5%. O número médio diário de passageiros aumentou 25,4% em relação a abril. No primeiro dia do mês, Macau bateu o recorde diário de visitantes desde o início da pandemia com 45.000 pessoas a chegarem ao território. O anterior recorde tinha sido registado no dia 16 de abril (34.353 visitantes). “O volume de passageiros e a taxa de acomodação aumentaram significativamente”, apontaram as autoridades. Ainda assim, o número diário de visitantes nestes feriados encontra-se a 21,1% do registado no último ano antes da pandemia. Stephen Anderson, dono do restaurante/bar Cathedral Café, contou à Lusa que nota mais gente nas ruas, principalmente jovens ansiosos “pela comida tradicional portuguesa, vinho e arquitetura”. “Vemos uma multidão mais jovem, com cerca de 20 e poucos anos de idade, e isso é mais vibrante. Eles teriam ido para Lisboa, teriam ido para Sydney, teriam ido para Banguecoque, mas como não podem ir, por agora, Macau é uma alternativa muito positiva”. Lu e Wang, duas amigas de 25 e 24 anos, da província oriental de Jiangsu, perto de Xangai, escolheram Macau para passar as férias na 1.ª Semana Dourada do ano, período em que os chineses têm feriados de 01 a 05 de maio, porque sentem que o território fez um ótimo trabalho na prevenção da covid-19. Há mais de 400 dias que Macau não regista qualquer caso local de covid-19, sendo considerada uma das regiões mais seguras do mundo em relação à pandemia de covid-19. Contabilizou apenas 49 casos, não tendo registado até hoje nenhuma morte causada pela covid-19. “Claro que só viemos para Macau com base na situação de Macau ser muito seguro”, contou à Lusa Wang, quando passeava com a sua amiga pelas pedras de calçada portuguesa na famosa Praça do Leal Senado, no coração do centro histórico do antigo território administrado por Portugal. Os visitantes provenientes da China continental não precisam de fazer quarentena ao entrar em Macau, e vice-versa, graças ao sucesso no controlo da pandemia. O que não acontece ainda com o vizinho Hong Kong, que apesar dos bons resultados, ainda regista diariamente casos de covid-19. “Porque a emissão do salvo-conduto está suspensa em Hong Kong, e Macau fez um trabalho melhor nas medidas da prevenção da epidemia, por isso, podemos entrar e viajar mais livremente”, explicou Lu. A poucos metros do Leal Senado, Poon, responsável pela loja de bolos Poon Vai Kei, notou que há um aumento significativo de turistas: “Esta rua tem mais turistas a passear, mais do que antes”, afirmou à Lusa. Entre os milhares de turistas chineses no centro histórico de Macau encontravam-se também duas jovens de Xangai, Su e Sun, que admitem ter vindo a Macau porque é, neste momento, o destino mais conveniente, seguro e com preços mais atractivos. “Quando chegamos aqui, descobrimos que realmente todas as pessoas aqui usam máscaras quando saem, por isso ainda nos sentimos mais seguros”, explicou à Lusa Su, de 25 anos. “Em Xangai, quando fazemos o teste de ácido nucleico, podemos receber o relatório no dia seguinte. Com o resultado permitimo-nos ficar em Macau por sete dias, porque a validade é sete dias, é muito conveniente, por isso, escolhemos vir aqui”, justificou a amiga Sun, de 29 anos, acrescentando que o facto de a Air Macau ter voos diretos para o território e de não ser necessário a quarentena ajudou, em muito, a tomada de decisão. As autoridades de Macau, juntamente com a Air Macau e outras instituições, têm promovido descontos em bilhetes de avião e estadia e têm realizado várias promoções turísticas em cidades, a próxima a ser realizada entre 13 e 17 de maio, em Nanjing, mostrando-se como “destino saudável e seguro” de covid-19. A mensagem parece estar a chegar: “a Direcção dos Serviços de Turismo de Macau, fortalece as medidas relativamente benefícios para os visitantes do Interior da China, incluindo hotel e bilhete de avião”, explicou Sun. Um pouco por todo o centro da cidade eram visíveis campanhas promovidas pelo turismo de Macau para que os turistas pudessem ter descontos em vários estabelecimentos através de um código QR. “Agora há algumas políticas em Macau, como os bilhetes de avião, compre um e receba um grátis, e os 50% de vales de desconto de hotel, era um bom negócio, por isso escolhemos Macau em primeiro lugar”, concluiu Su.
Hoje Macau China / Ásia MancheteMaior parte do foguetão chinês desintegra-se no regresso à Terra Um importante segmento do foguetão chinesa desintegrou-se hoje ao reentrar na atmosfera terrestre e caiu no oceano Índico, perto das Maldivas, anunciou a agência espacial da China. “De acordo com o percurso e análise, pelas 10:24 de 09 de maio de 2021, o primeiro andar do foguetão Longa Marcha 5B reentrou na atmosfera”, declarou o Gabinete de Engenharia Espacial Tripulada chinês, em comunicado. As coordenadas fornecidas pelas autoridades chinesas apontam para um local próximo das ilhas Maldivas, no oceano Índico, a sul da Índia. O tamanho do objeto, de cerca de 30 metros e entre 17 e 21 toneladas, e a velocidade a que viajava, perto de 28 mil quilómetros por hora, levaram à ativação das mais importantes agências de monitorização espacial do mundo, como o Pentágono ou o Serviço de Vigilância e Acompanhamento Espacial da UE (EUSST). Na sexta-feira, Pequim tinha classificado como “extremamente fraco” o risco de danos na superfície terrestre devido à entrada descontrolada na atmosfera do foguetão. Na semana passada, a China lançou, recorrendo ao foguetão Longa Marcha 5B, o módulo Tianhe, ou Harmonia Celestial, para a primeira estação espacial permanente, que visa hospedar astronautas a longo prazo. “A probabilidade de causar danos às atividades aéreas ou no solo é extremamente fraca”, disse à imprensa um porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin. “Devido à composição técnica deste foguete, a maioria dos componentes será incinerado e destruído ao entrarem na atmosfera”, acrescentou. O lançamento da semana passada foi o primeiro de 11 missões necessárias para construir e abastecer a futura estação espacial chinesa e enviar uma tripulação de três pessoas até ao final do próximo ano. Pelo menos 12 astronautas estão a treinar para viver na estação, incluindo veteranos de missões anteriores. A primeira missão tripulada, a Shenzhou-12, está prevista para junho. Quando concluída, no final de 2022, a Estação Espacial Chinesa deverá pesar cerca de 66 toneladas, consideravelmente menor do que a Estação Espacial Internacional, que pesará cerca de 450 toneladas e para a qual o primeiro módulo foi lançado em 1998.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Junta militar suspende mais de 1.600 trabalhadores do sector educativo A junta militar birmanesa suspendeu pelo menos 1.683 professores e outros trabalhadores do sector educativo que estão em greve para apoiar o movimento de desobediência civil contra o golpe de Estado de 1 de fevereiro. Os funcionários suspensos incluem 392 da Universidade de Artes e Ciências de Mandalay, 339 da Universidade de Rangum, 149 da Universidade de Línguas Estrangeiras de Mandalay e 60 da Universidade Tecnológica de Myitkyina, entre outros, segundo informação publicada hoje pelo Irrawaddy, citado pela agência Efe. Professores e trabalhadores de outros setores uniram-se ao movimento de desobediência civil iniciado por pessoal do sector de saúde contra os militares que em fevereiro passado acabaram com um período democrático de dez anos em Myanmar (antiga Birmânia). “Aconteça o que acontecer, continuaremos a participar no movimento de desobediência civil até ao fim. Temos que resistir porque não podemos deixar as gerações futuras sob um regime militar”, disse um professor da Universidade de Rangum em greve, que foi acusado de incitamento pela junta. Além de greves, os birmaneses responderam com protestos diários ao levantamento liderado pelo general Min Aung Hlaing contra o governo de Aung San Suu Kyi, que se encontra detida e enfrenta várias acusações, incluindo a de traição. A violenta repressão das manifestações provocou a morte de pelo menos 774 civis, incluindo mais de 40 menores e mantém detidas mais de 3.700 pessoas. Os militares justificaram o golpe de Estado com uma alegada fraude nas eleições de novembro passado, nas quais o partido de Suu Kyi venceu destacado, como já tinha acontecido em 2015, com o aval de observadores internacionais. Suu Kyi, que já esteve 15 anos em prisão domiciliária durante a anterior junta militar (1988-2011), governou com muitas limitações, já que os militares tinham amplos poderes, ocupando 25 por cento do parlamento e os ministérios da Defesa, Interior e Fronteiras.
Hoje Macau EntrevistaKevin Blackstone, embaixador dos EUA em Díli: Timor-Leste tem um ano para corrigir problemas de tráfico humano Por António Sampaio, da agência Lusa O apoio dos Estados Unidos a Timor-Leste pode ser condicionado se as autoridades timorenses não corrigirem problemas que continuam a existir na forma como lida com tráfico humano, disse à Lusa o embaixador daquele país em Díli. “É uma questão séria e razão pela qual o Congresso impõe consequências a países que não eliminem o que é, no essencial, escravatura moderna”, explicou Kevin Blackstone, em entrevista à Lusa. “É uma preocupação real e não pode perpetuar-se indefinidamente”, sublinhou. Desde meados do ano passado que Timor-Leste foi colocado na “lista de vigilância” do nível dois dos três usados pelo Governo norte-americano para determinar até que ponto os países cumprem as suas obrigações no combate ao tráfico humano. Uma queda para o nível três implicaria que os Estados Unidos não poderiam dar a Timor-Leste qualquer apoio de desenvolvimento, segundo as regras definidas em Washington. “Normalmente, um país pode ficar na lista de vigilância do nível 2 durante dois anos. Se Timor-Leste estiver novamente nessa lista este ano, terá mais um ano para demonstrar progresso significativo. Ou seja, até meados de 2022”, explicou. Considerando que Timor-Leste “está no caminho certo”, Blackstone referiu que os responsáveis com quem falou nos últimos três meses, desde que apresentou credenciais, mostram “empenho e compromisso” em lidar com os problemas que persistem. Como exemplo, e como primeiro passo “significativo” destaca a informação do Ministério da Justiça de que já está preparado e enviado para o Conselho de Ministros o rascunho da lei para a criação da comissão anti-tráfico de seres humanos. “Acho que é um passo significativo criar uma entidade que lide com este assunto”, sublinhou. O diplomata sublinha que na sua análise o Departamento de Estado olha para questões como o enquadramento legal e sua aplicação, incluindo processos judiciais e condenações e direitos e proteção das vítimas. “Em muitos casos as potenciais vítimas estão cá ilegalmente e tem sido tradição que são deportadas. E isso torna difícil avançar em acusações sem testemunhas e também em controlar os números ou registar testemunhos sobre o que está a acontecer”, explicou. “Penso que o sector judicial entende isso. E penso que com este novo enquadramento legal, com autoridade especifica a entidades, veremos melhor identificação de vítimas e potencialmente seguimento para processos judiciais”, frisou. Num relatório sobre o tema, a Organização Internacional das Migrações considera que Timor-Leste regista três tipos de trafico de pessoas (TIP na sua sigla em inglês), nomeadamente tráfico para o exterior (70%), de outros países para Timor-Leste (20%) e tráfico interno (10%). A OIM nota que Timor-Leste “é um país de destino para homens, mulheres e crianças traficadas com o propósito de trabalho forçado e exploração sexual comercial”, sendo que a maioria das vítimas de tráfico são mulheres oriundas da China, Indonésia, Tailândia e Filipinas. “As vítimas são frequentemente abordadas com promessas de melhores perspectivas de emprego e educação, oportunidades para pagar dívidas ou para ganhar grandes salários na economia do dólar norte-americano”, considerou. Timor-Leste, segundo a OIM, é ainda um país de origem para o tráfico humano, nomeadamente “associado à migração laboral para fora da província de East Nusa Tenggara, na Indonésia”, com a pobreza e o subemprego a serem os principais motores. “Esta migração ocorre frequentemente sob a forma de viagens irregulares para a Indonésia com base em informações de família, amigos, vizinhos e/ou comunidade. As mulheres e raparigas timorenses são particularmente vulneráveis a serem enviadas para a Indonésia e para outros países com o objetivo de servidão doméstica”, notou. No caso interno, a OIM refere haver “tráfico doméstico que envolve principalmente crianças e menores de 18 anos para fins de servidão doméstica, trabalho e exploração sexual”. Em 2018 a OIM diz que foram identificadas 64 vítimas de tráfico de um total de sete casos investigados. No seu relatório de meados do ano passado, em que Timor-Leste foi colocado na “lista de vigilância”, o Departamento de Estado considera que “o Governo de Timor-Leste não cumpre plenamente as normas mínimas para a eliminação do tráfico, mas está a fazer esforços significativos”. O executivo, considera o texto, “não confirmou quaisquer casos de tráfico e diminuiu significativamente o número de investigações de tráfico”, com serviços inadequados de apoio e proteção a vítimas e, pelo quinto ano consecutivo, sem finalizar ou aprovar “procedimentos operacionais padrão para a identificação das vítimas”. No relatório, Timor-Leste foi “desclassificado para a Lista de Vigilância de Nível 2”. Os EUA recomendam aumentar investigações a crimes de tráfico humano, iniciar processos judiciais e condenar e punir traficantes, “incluindo funcionários cúmplices”. Mais recursos para apoio e proteção de vítimas, oferecendo os mesmos serviços a vítimas do sexo masculino que do sexo feminino, a criação de uma comissão anti-tráfico humano e um plano de acção anual, com melhor recolha de dados, são também recomendados.
Hoje Macau EventosUCCLA lança livro de 75 autores lusófonos sobre a cultura em pandemia A União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) lançou ontem a obra “Literatura e Cultura em Tempos de Pandemia”, com textos de 75 autores lusófonos sobre a conjuntura actual por causa da covid-19, anunciou a entidade. A obra conta com as contribuições de autores laureados com o Prémio Camões, como Manuel Alegre, Mia Couto e Germano Almeida, mas também de escritores que estão “a afirmar-se no domínio das letras”, adiantou a UCCLA em comunicado. “São cerca de 40 escritores e 35 escritoras, naturais dos países de língua oficial portuguesa, a que se juntam escritores da Galiza e Olivença/Espanha, Goa/Índia e Macau/China”, sublinhou a organização. A obra, editada e coordenada pela UCCLA, será distribuída pela Guerra e Paz, e resulta de um desafio lançado pela organização a escritores e agentes culturais de todos os países de língua oficial portuguesa, “para elaborarem um texto (em prosa ou poesia) a propósito da pandemia que está a afetar, de forma traumatizante todo o mundo e, de modo especialmente profundo, o setor cultural”, referiu a nota. De entre as mensagens veiculadas pelos textos, a UCCLA destacou a “de esperança na capacidade de resistência à pandemia, como faz ‘o mais velho’, o decano dos poetas – Manuel Alegre”, citando no comunicado um seu poema: “(…) fechada dentro de si mesma ainda é Lisboa/ cidade aberta/ ainda é Lisboa de Pessoa alegre e triste/ e em cada rua deserta/ ainda resiste”. A apresentação do livro será feita hoje no Centro Nacional de Cultura, em Lisboa, pelo secretário-geral da UCCLA, Vítor Ramalho, e com um texto de investigação e contexto histórico sobre as pandemias no mundo, de Rui Lourido, o responsável pela coordenação da obra. A cerimónia de lançamento conta também com as intervenções de Manuel Fonseca, da Guerra e Paz, e de Goreti Pina, poetisa de São Tomé e Príncipe, em representação dos 75 autores. O livro dos escritores lusófonos, tal como o apoio à reabertura do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, são duas das iniciativas que se destacam no plano da comissão temática para a Promoção e Difusão da Língua Portuguesa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), apresentado em 13 de abril por Rui Lourido, o novo coordenador daquela comissão. O novo plano “tem iniciativas que vão de África ao Brasil, grande polo de difusão da língua portuguesa, naturalmente, pelo seu peso demográfico, mas também à Ásia, que tem na ponta do continente a China, e onde fica Macau, com mais de 500 anos de utilização e promoção da língua portuguesa”, afirmou então Rui Lourido, o novo coordenador da comissão temática da CPLP. A comissão temática é coordenada, desde janeiro, pela UCCLA e integra 14 instituições, todas com estatuto de observadores consultivos da CPLP. A UCCLA sucedeu na coordenação da comissão à Fundação Calouste Gulbenkian. A CPLP conta com nove Estados-membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | China suspende acordo económico com Austrália As relações entre a China e a Austrália continuam trajectória descendente. Em resposta à revogação de Camberra, em Abril, de um acordo sobre a “Nova rota da Seda”, Pequim anuncia agora a suspensão de todas as actividades relacionadas com o “Diálogo económico estratégico sino-australiano” firmado entre as duas nações A China anunciou ontem a suspensão um pacto de cooperação económica com a Austrália, depois de Camberra ter anunciado, no mês passado, a intenção de revogar um acordo relativo à iniciativa chinesa da “Nova rota da seda”. Esta atitude da Austrália “visa perturbar as trocas e a cooperação normais com a China, numa mentalidade de ‘guerra fria’ e de discriminação ideológica”, acusou a agência de planeamento chinesa, em comunicado. Pequim decidiu suspender indefinidamente o “Diálogo económico estratégico sino-australiano” e “todas as actividades” relacionadas, acrescentou. Desde 2018 que as tensões entre os dois países se têm agravado, devido a divergências sobre um crescente número de temas, da tecnologia das redes móveis de 5G a acusações de espionagem, Hong Kong ou ainda a origem do novo coronavírus SARS-CoV-2, responsável pela covid-19. Neste contexto de tensão, o Governo australiano anunciou, no mês passado, que ia rescindir um acordo assinado pelo estado de Victoria (sudeste da Austrália) para se juntar à “Nova rota da seda”. Lançado em 2013 por iniciativa do Presidente chinês, Xi Jinping, o projecto visa melhorar os laços comerciais entre Ásia, Europa e África, através da construção de portos, ferrovias, aeroportos ou parques industriais. Pequim tinha então denunciado uma “medida pouco razoável e provocatória” tomada por Camberra. Maus indícios As relações entre Pequim e Camberra têm sido particularmente tensas desde que o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison pediu, no ano passado, uma investigação internacional sobre as origens da covid-19. A China, o primeiro país afectado pela pandemia, considerou este pedido como hostil e politicamente motivado. Como resultado, Pequim tomou, no ano passado, uma série de medidas de retaliação económica contra mais de uma dúzia de produtos australianos, incluindo cevada, carne de vaca e vinho. Por seu lado, Camberra aprovou, também em 2020, novas leis que lhe permitem cancelar qualquer acordo entre representantes de um estado australiano e países terceiros que seja considerado como uma ameaça ao interesse nacional. De acordo com a Constituição australiana, o Governo federal é responsável pelos Negócios Estrangeiros e pela Defesa e os estados e territórios por áreas como Saúde e Educação.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Senadores brasileiros temem que ataque de Bolsonaro à China afecte vacinação A comissão criada pelo Senado brasileiro para investigar a gestão do Governo na pandemia manifestou temor de que as insinuações contra a China feitas na quarta-feira pelo Presidente, Jair Bolsonaro, prejudiquem a aquisição de vacinas. O temor foi manifestado durante a sessão de quarta-feira da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), criada pelo Senado brasileiro para identificar possíveis falhas e omissões do Governo de Bolsonaro no combate ao novo coronavírus no Brasil, um dos países mais afectados em todo o mundo e que totaliza 414.399 mortos e 14,9 milhões de infecções. Numa cerimónia pública na quarta-feira, em Brasília, Bolsonaro, sem citar explicitamente a China, insinuou que o novo coronavírus pode ter sido criado em laboratório para uma “guerra química”. Os legisladores avaliaram que as declarações do líder da extrema-direita brasileira possam incomodar o país asiático e prejudicar a importação de matéria-prima necessária à fabricação no Brasil da vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, a mais utilizada até agora na campanha brasileira de imunização contra a doença. “Acredito que a nossa situação de dependência de consumíveis (chineses) irá piorar com essa afirmação”, disse o presidente da CPI, senador Omar Aziz. “Ele (Bolsonaro) chama de guerra química e nós estamos nas mãos dos chineses para importar o princípio activo da vacina. Não produzimos esse princípio activo no nosso país e não o produziremos tão rapidamente. Dependemos da Índia para alguns consumíveis e da China para outros. Este não é o momento para incomodar ninguém”, acrescentou Aziz. Da boca para fora Nas suas polémicas declarações, o chefe de Estado frisou que o SARS-CoV-2 é um vírus novo e que ninguém sabe se nasceu em laboratório. “É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu porque um ser humano ingeriu um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos a enfrentar uma nova guerra?”, declarou Bolsonaro. Tais afirmações contradizem os estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS), que descartam que o vírus tenha sido fabricado em laboratório.
Hoje Macau PolíticaTDM | Cônsul desvaloriza caso e diz que o Governo português está a acompanhar Sobre a polémica em torno da liberdade de imprensa despoletada pelo caso TDM, o cônsul-geral de Portugal em Macau, Paulo Cunha Alves, assegurou que o governo português está a acompanhar a situação, sublinhando que “nem tudo o que transpareceu se baseou na realidade”. “Portugal acompanha, obviamente, o assunto, porque é fulcral a questão da liberdade de imprensa, prevista na Lei Básica e na Declaração Conjunta. Acredito como observador local que certamente nem tudo o que transpareceu se baseou na realidade. Houve alguns atropelos, algumas confusões, eventualmente falhas de comunicação”, disse na passada quarta-feira ao canal português da TDM –Canal Macau, à margem das celebrações do Dia Mundial da Língua Portuguesa que decorreram na Escola Portuguesa de Macau (EPM). Para Paulo Cunha Alves, nesta fase, o importante é que “o assunto tenha ficado resolvido e esclarecido pelas entidades competentes”. “Daqui para frente penso que temos de continuar a olhar para a frente, (…) e ser esperançosos na medida em que essa liberdade de imprensa continue a ser preservada aqui no território”, acrescentou.
Hoje Macau Entrevista MancheteFrancisco Manhão, presidente da APOMAC: “Governo deve construir casas para funcionários e pensionistas” Há 20 anos nascia a Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau, pronta para defender os interesses e direitos dos mais velhos. Hoje, Francisco Manhão, presidente da direcção, pede que o Governo construa mais casas para funcionários públicos e reformados e lembra que a isenção do pagamento do imposto profissional foi “uma grande vitória”. Quanto à expansão da associação para a abertura de uma clínica, o pedido foi, para já, recusado pelo Governo. Manhão diz que vai continuar a ser candidato à presidência da associação enquanto as forças o permitirem 20 anos depois, a APOMAC. Um grande sucesso. Não há dúvidas de que a maioria dos que têm acompanhado a APOMAC nos últimos 20 anos reconhece o nosso trabalho em prol da nossa classe, que são os aposentados e os que pertencem à terceira idade. Quais têm sido as maiores dificuldades que têm enfrentado? As dificuldades que temos é sempre com a Caixa Geral de Aposentações (CGA), devido à prova de vida e da isenção do pagamento do IRS. Depois tivemos também a dificuldade, sobretudo este ano, em fazer a prova de vida na devida altura, por causa da pandemia. A CGA enviou os impressos numa data mas só chegaram a Macau quase dois meses depois, e não para toda a gente. Criou-se um pânico porque uns receberam [a pensão] e outros não. As pessoas ficaram atrapalhadas e começaram a aparecer na APOMAC a perguntar o que se passava com as suas pensões. Esse atraso também se deveu ao funcionamento dos correios. Temos uma lista elaborada dos nossos associados e pedimos à CGA que enviasse, de acordo com a nossa lista, [os impressos] através da DHL, às expensas da APOMAC, para não haver dúvidas e falhas, mas a nossa sugestão não foi bem recebida. Só em finais de mês de Março é que houve outros pensionistas a receber o impresso para fazer a prova de vida. Agora tudo chegou à CGA, mas [o processo] foi uma anedota. Enviamos via DHL, chegou a Hong Kong, depois Alemanha, depois Espanha e Lisboa, mas não foi descarregado em Lisboa. Tudo voltou para o Quénia, depois Alemanha, Espanha e finalmente chegou a Lisboa outra vez. Na sua visão, qual o principal problema social que o Governo deve resolver? Já é altura de o Governo da RAEM construir também prédios para funcionários públicos e aposentados e pensionistas. Não é apenas pensar em casas económicas e sociais. Mas louvo esta atitude do Governo em resolver este problema para os residentes, mas não se pode esquecer desses grupos. Sabemos que todos têm dificuldades em adquirir um apartamento ou alugar. Na Assembleia Legislativa os direitos e interesses dos idosos têm sido bem defendidos? De um modo geral, penso que sim. Esta classe está bem protegida, tendo em conta tudo o que o Governo tem vindo a fazer. Nestes 20 anos como tem sido a relação da APOMAC com o Governo? Praticamente, temos tido um bom relacionamento com todo o Governo da RAEM, com os secretários também. Mas politicamente [a implementação de políticas] não depende só deles. Mas eles têm cumprido sempre e apoiado a nossa associação. Como vê agora os próximos dez anos, quais as expectativas? Há novos projectos? Neste momento só posso dizer bem do trabalho do actual Governo no aspecto do apoio aos residentes. Tudo depende se a pandemia vai desaparecer ou não, aí podemos ter novos planos. Por enquanto nada podemos fazer. Continuamos a defender os interesses desta classe junto do Governo na questão da habitação. Se a situação melhorar acredito que o Governo também vai pensar em questões como a pensão para idosos. Mas percebemos que, dada esta situação, o Governo despendeu muito dinheiro para o apoio não apenas para esta classe como para a população em geral. O novo Chefe do Executivo [Ho Iat Seng] tem dado esse apoio? Sem dúvida, sobretudo na questão da pandemia. Mas Macau também teve um bom momento e temos uma boa reserva financeira com capacidade para suportar todas estas despesas, apoiando os residentes. É natural que as receitas para o Governo tenham sofrido uma redução, mas todos percebem. Não podemos ser muito exigentes, o Governo também tem de olhar para o futuro, não é só para o presente. Um dos projectos que tinham era ocupar mais um piso no actual prédio onde se encontram para fazer uma clínica de atendimento aos idosos. O Governo já deu o aval? A última resposta dos Serviços de Saúde de Macau (SSM) foi negativa. Não sabemos porquê, não disseram mais nada. Não vamos insistir neste processo mas estou confiante de que, em termos de futuro, vamos atingir este objectivo. Acredito que os SSM podem vir a sair destas instalações. É difícil prever quando podem sair, mas estou confiante nisso. A vossa cantina é muito procurada, sobretudo pelos pratos macaenses que confeccionam. Em 20 anos foi também um espaço que cresceu. Sim, graças aos nossos associados e a pessoas que procuram pela comida macaense. Felizmente temos uma cozinha que prepara bastantes pratos macaenses e nem sempre as pessoas sabem onde podem saborear esses pratos. Com a pandemia, além das questões com a CGA, houve mais constrangimentos que sentiram no vosso funcionamento? Estávamos preparados, e conseguimos adquirir máscaras. Na entrada da associação temos um controlo da temperatura corporal. Seguimos as medidas do Governo e felizmente estamos bem controlados nesse aspecto. Gostava de ver alterações nos valores das pensões? O mais importante não é o aumento do valor das pensões mas sim o contributo da APOMAC em fazer isentar o pagamento do imposto dos aposentados e pensionistas de Macau. Isto é que foi algo para o qual contribuímos e conseguimos. Hoje estão isentos do pagamento de imposto profissional e, para mim, isso é que foi uma grande vitória. A APOMAC sempre defendeu os assuntos relacionados com a velhice, e a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau também faz um pouco esse trabalho. Não há aqui rivalidade? Não, cada qual desempenha o seu papel. Se acharem que também devem fazer esse trabalho, é lá com eles. Nós só nos preocupamos com a nossa parte, não nos interessa o resto. A APOMAC tem sido presidida por si e também conta com o Jorge Fão na direcção. Vai continuar a candidatar-se? Vou, enquanto tiver forças nas pernas, estarei sempre disponível. É uma coisa que fundamos e que gostamos de fazer, que é fazer o bem e não olhar a quem. Mas não haverá também o problema de não haver pessoas para o substituir? Gostaria, mas até hoje não conseguimos ter alguém com esta disponibilidade.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China salienta apoio à Índia, após publicação polémica em conta oficial A comparação entre imagens de um lançamento espacial chinês e uma fogueira de cremação de vítimas da covid-19 indianas não caiu bem em alguns sectores das redes sociais. No entanto, Pequim, através do seu embaixador na Índia, já veio pôr água na fervura, destacando o apoio que a China tem continuamente prestado ao lado indiano no combate à pandemia As autoridades chinesas salientaram nos últimos dias o apoio prestado à Índia no combate à nova vaga da pandemia de covid-19, depois de uma publicação polémica sobre a mesma numa conta oficial do Partido Comunista Chinês (PCC) na rede social Weibo. A publicação, na conta da Comissão Central Política e de Assuntos Jurídicos do PCC na rede social Weibo (semelhante ao Twitter), consistia numa comparação entre duas imagens – um lançamento espacial chinês, ao lado de uma fogueira de cremação de vítimas de covid-19 na Índia – ambas com a legenda depreciativa “a China a acender um fogo versus a Índia a acender um fogo”. De acordo com o site da cadeia de televisão australiano ABC, a publicação foi removida depois de alguns utilizadores da rede social se terem queixado do teor inapropriado, face à grave situação vivida na Índia. Por seu lado, o embaixador da China na Índia, Sun Weidong, disse a órgãos de comunicação social estatais chineses que Pequim enviou mais de cinco mil ventiladores e 21.569 geradores de oxigénio ao longo dos últimos meses. “Tanto quanto sei, as empresas chinesas estão a acelerar a produção de pelo menos 40 mil geradores de oxigénio, em encomendas feitas pelo lado indiano, e estão a trabalhar incessantemente para as entregar o quanto antes”, disse o diplomata. “Muitas empresas e organizações privadas chinesas estão a usar os próprios canais para providenciar” diferentes tipos de auxílio à Índia, adiantou. Tensões acumuladas As tensões entre os dois países mais populosos do mundo aumentaram no ano passado por causa da disputa fronteiriça nos Himalaias. A ABC indicou que utilizadores da rede social chinesa reagiram de forma negativa à publicação e questionaram a forma como é gerida a conta oficial em causa. Contudo, alguns utilizadores também apoiaram a publicação no Weibo, criticando algumas posições assumidas no passado pela Índia em relação à China.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Supremo exige ao Governo indiano plano para fornecimento de oxigénio O Supremo Tribunal indiano ordenou esta quarta-feira ao Governo que apresente um plano para atender às necessidades diárias de oxigénio dos hospitais de Nova Deli, sobrelotados devido a uma vaga devastadora da pandemia de covid-19. O Supremo Tribunal decidiu também contra a punição imediata de funcionários pela falha no fornecimento de oxigénio nas últimas duas semanas em hospitais sobrelotados. “Em última análise, colocar funcionários na prisão ou prendê-los por desacato não trará oxigénio. Diga-nos os passos para que isso seja resolvido”, disse o juiz Justice Chandrachud durante a audiência. O juiz suspendeu o aviso de desacato emitido por um tribunal superior de Nova Deli por desafiar a sua ordem de fornecimento de oxigénio adequado a mais de 40 hospitais de Nova Deli. Os funcionários do Governo considerados culpados poderiam ter enfrentado seis meses de prisão ou multa. Na terça-feira, o Tribunal Superior de Nova Deli, que convocou dois funcionários do Ministério do Interior indiano para uma audiência hoje, disse que a triste realidade é que os hospitais estão a reduzir o número de camas e a pedir aos pacientes que procurem outros locais para tratamento. O tribunal está a ouvir petições apresentadas por vários hospitais e lares de idosos que lutam contra o fornecimento irregular de oxigénio. Raghav Chaddha, porta-voz do Partido Aam Aadmi, que governa Nova Deli, disse que os hospitais estavam a receber apenas 40% das suas necessidades de 700 toneladas métricas por meio do Governo Federal, e o governo local estava a organizar suprimentos adicionais para atender ao défice. A última vaga de infeções por covid-19 levou o sistema de saúde da Índia ao limite, com pessoas implorando por botijas de oxigénio e camas de hospital nas redes sociais e canais de notícias. Corpos amontoam-se em crematórios e nos cemitérios os parentes esperam horas para os últimos ritos. Com 382.315 novos casos de covid-19 confirmados ontem, o número infecções da Índia aumentou para mais de 20,6 milhões desde o início da pandemia. O Ministério da Saúde indiano também divulgou 3.780 mortes nas últimas 24 horas, elevando o total para 226.188. Os especialistas acreditam que ambos os números estão subestimados. As autoridades estão a lutar para adicionar mais camas, enviando oxigénio de um canto do país para outro e a aumentar a produção dos poucos medicamentos eficazes contra a covid-19. Rahul Gandhi, líder do partido de oposição Congresso, disse esta semana que “um confinamento é agora a única opção por causa de uma total falta de estratégia por parte do Governo indiano”. O Governo do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, tem sido relutante em impor um confinamento nacional por medo das consequências económicas. Modi disse no mês passado que este deveria ser o último recurso, mas quase uma dúzia de Estados impôs restrições por conta própria. Os esforços para aumentar a campanha de vacinação são dificultados pela escassez de doses. A Índia, um país com 1,4 mil milhões de pessoas, administrou até agora 160 milhões de doses.
Hoje Macau China / ÁsiaLíngua portuguesa teve papel importante na união dos timorenses, defende Xanana Gusmão O grupo intergovernamental de 20 países frágeis em conflito e pós conflito g7+ associou-se às comemorações do Dia Mundial da Língua Portuguesa, que se assinalou ontem, com Xanana Gusmão a destacar o seu papel na “união dos timorenses”. Numa mensagem gravada, o ex-Presidente de Timor-Leste e considerado pessoa eminente do g7+, referiu que “a língua portuguesa foi e tem sido uma língua de comunicação, cultura e, acima de tudo, de liberdade”. “Foi um pilar na união dos timorenses e no reforço da nossa entidade nos tempos difíceis da resistência e hoje em dia na construção da paz”, prosseguiu o líder histórico timorense. Xanana Gusmão recordou os “tempos actuais, muito mais difíceis, em que a humanidade enfrenta a tragédia da calamidade da covid-19” para enviar “um abraço fraterno e amigo a todos os falantes da língua portuguesa e a todos aqueles que utilizam esta língua para promover o diálogo, a cooperação e a fraternidade entre povos”. Por seu lado, o secretário-geral do g7+, Helder da Costa, referiu-se à língua como “um instrumento de promoção da paz entre os povos”. O responsável aproveitou a ocasião para recordar a poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen, publicando nas páginas da organização o poema “A paz sem vencedor e sem vencidos”. Proclamado em 2019 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), este é o segundo ano em que se celebra o Dia Mundial da Língua Portuguesa. O programa das comemorações, coordenado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, contempla iniciativas que decorrerão em todas as regiões do mundo e abrangem as dimensões geográfica, da investigação, de tradução, da ligação a outras artes e de mobilização das populações. A agenda inclui conferências, colóquios, concertos, concursos literários e de poesia e iniciativas académicas.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Cerca de 200 ONG pedem ao Conselho de Segurança da ONU embargo de armas Cerca de 200 organizações humanitárias, incluindo a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, pediram ontem ao Conselho de Segurança da ONU para impor um embargo de armas a Myanmar (antiga Birmânia), apesar da oposição de Pequim e Moscovo. “Nenhum Governo deve vender nem que seja uma bala à Junta” Militar, que tomou o poder através de um golpe de Estado, em 1 de Fevereiro, defendeu o grupo de organizações não governamentais (ONG), em comunicado. “A imposição de um embargo global de armas à Birmânia é a medida mínima necessária que o Conselho de Segurança deve ter como resposta à escalada da violência militar”, acrescentou o grupo. Desde Fevereiro, várias ONG têm apresentado pedidos de embargo de armas a Myanmar. Na segunda-feira o embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, afirmou à imprensa que o momento é para usar a diplomacia e para apoiar os esforços da organização regional Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) para encontrar uma solução para a crise. “Não somos a favor da imposição de sanções”, sublinhou. “A condenação da comunidade internacional não surtiu efeito. É hora de o Conselho de Segurança da ONU usar os seus poderes únicos para impor um embargo global e abrangente de armas, como forma de acabar com os inúmeros assassinatos levados a cabo pelo Exército” birmanês, refere, por seu lado, em um comunicado à imprensa o responsável da Amnistia Internacional, Lawrence Moss. “O facto de o Conselho de Segurança da ONU não ter sequer discutido um embargo de armas contra a Junta é uma abdicação terrível das suas responsabilidades para com o povo” birmanês, acrescentou Louis Charbonneau, da Human Rights Watch. Dois dos países com direito de veto no Conselho de Segurança – a Rússia e a China – já assumiram ser absolutamente contra a imposição de sanções a Myanmar, pelo que nenhuma resolução nesse sentido será aprovada neste organismo. “Expressar preocupação de vez em quando sobre a repressão violenta do Exército a manifestantes pacíficos é, diplomaticamente, encolher os ombros e afastar-se” da realidade, criticou. Desde 1 de Fevereiro o Conselho de Segurança adoptou, por unanimidade, quatro declarações sobre Myanmar, cada vez menos impositivas. Um projecto de resolução da iniciativa do Liechtenstein e apoiado pela União Europeia, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Turquia, Costa Rica e Gâmbia foi apresentado à Assembleia-geral da ONU, onde está há várias semanas em discussão. De acordo com a primeira versão deste texto, que não é vinculativo – ao contrário das resoluções do Conselho de Segurança -, mas que tem um forte significado político, a Assembleia deve apelar para “uma suspensão imediata do fornecimento, venda ou transferência direta e indireta de todas as armas, munições e outros equipamentos militares” para Myanmar. Dois meses depois de ter sofrido um golpe de Estado, Myanmar está à beira de um colapso económico, já que grande parte das atividades económicas estão paralisadas, devido às greves dos trabalhadores que fazem parte do movimento de desobediência civil que contesta a Junta Militar. Além da situação interna, a economia de Myanmar é cada vez mais afetada pelas reações externas à violência crescente da junta militar relativamente aos manifestantes, enfrentando uma vaga de sanções económicas de potências ocidentais como os Estados Unidos, o Reino Unido e a União Europeia.
Hoje Macau Grande Plano MancheteDia Mundial da Língua Portuguesa | Marcelo diz que são precisas “mais condições” para se ler e falar o idioma O Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu ontem a necessidade de existirem “mais condições para se falar e ler mais português”, considerando que se tal não for feito “o português tenderá não a crescer, mas a morrer”. “É preciso haver mais condições para se falar mais e se ler mais o português”, afirmou o Presidente da República, à margem de uma visita à Escola Secundária Carolina Michaëlis, no Porto, a propósito do Dia Mundial da Língua Portuguesa. Marcelo Rebelo de Sousa destacou a importância de se dar “uma vida nova” ao Plano Nacional de Leitura, em Portugal, às escolas, às famílias e comunidade em geral. “Foi muito importante esse plano e a presença do português nos grandes órgãos de comunicação social, nos novos órgãos de comunicação social, no convívio do dia-a-dia dos portugueses, na relação de Portugal e dos países irmãos que falam português”, disse. Destacando que a língua portuguesa é “a mais importante no hemisfério sul e uma das quatro ou cinco línguas mais faladas no mundo”, o Presidente da República disse ser necessário “um esforço diário” para celebrar o português. Questionado pelos jornalistas sobre a actual situação das editoras portuguesas, o chefe de Estado afirmou ser necessário “olhar para o livro e para a política do livro”, mas também para a comunicação social. “Quanto menos se editarem jornais e revistas, quanto mais crítica for a situação das rádios e televisões que falam português, quanto mais difícil for o acesso e leitores à leitura em Portugal, naturalmente, mais o português tenderá não a crescer, mas a morrer”, salientou. Na visita à escola secundária, Marcelo Rebelo de Sousa assistiu a vários momentos que assinalaram o Dia Mundial da Língua Portuguesa, que se celebrou ontem, e em conversa com os alunos, alertou para a importância da leitura, mas também da escrita. PM destaca acordo de mobilidade da CPLP O primeiro-ministro português, António Costa, destacou a importância da assinatura, este ano, do tratado de mobilidade entre os cidadãos dos países de língua portuguesa, que constituem o modo de assinalar os 25 anos da CPLP. Este ano a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) assinala os 25 anos da sua fundação e ontem, nas celebrações oficiais do Dia Mundial da Língua Portuguesa, em Lisboa, António Costa disse esperar em breve a “aprovação do tão ambicionado tratado da mobilidade entre os cidadãos” da organização. A CPLP é hoje “uma comunidade que se une pela língua”, não é uma “comunidade que pode estar separada pelas fronteiras que existem”, afirmou. Em Julho, a CPLP organiza uma cimeira de chefes de Estado e de Governo em Luanda, ocasião em que deverá ser assinado o acordo. A língua portuguesa “é de todos e de cada um de nós”, transformando-se em cada uma das geografias onde existe um país que fala o português, considerou Costa. O governante português salientou a “relevância global do português, que oferece um contributo essencial para a afirmação dos países de língua portuguesa no contexto regional em que se inserem”. Essa é, considerou, “uma das maiores vantagens competitivas do português: tirar partido das diferentes dinâmicas demográficas, sociais e geopolíticas onde está presente”. “Hoje já somos 260 milhões de falantes que representam quase 5 por cento do PIB global”, recordou o primeiro-ministro português. Homenageando o escritor angolano Pepetela, a quem foi entregue o prémio dstangola/Camões pelo romance “Sua Excelência, de Corpo Presente”, António Costa estendeu o elogio a “todos os escritores” que “dão um contributo decisivo para o enriquecimento e renovação da língua portuguesa”. “Só não se renovam as línguas mortas” e “o português é uma língua viva que se diversifica”, afirmou, reafirmando o empenho em elevar o idioma a “língua oficial da ONU”, um “desígnio comum dos Estados que compõem a CPLP”. O português é uma língua que “garante a continuidade do conhecimento da cultura e da literatura entre gerações”, afirmou António Costa, acrescentando: “A língua une e nunca separa”. MNE: um “arco-íris onde todas as cores cabem” O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, destacou o português como uma “língua arco-íris onde todas as cores cabem”, defendendo o reforço preservação do idioma com projectos concretos. Presente na cerimónia oficial de celebração do Dia Mundial da Língua, o ministro salientou a importância do português como língua que une vários países, num património cultural e económico partilhado, e que deve ser protegida e valorizada na área da literatura, estudo linguístico, ensino e promoção das artes. “O Dia Mundial da Língua portuguesa é um dia de celebração da nossa língua”, mas também um momento de “consciencialização sobre o valor” do idioma, “pertença de um património comum”, afirmou Santos Silva. O português é hoje uma “língua pluricêntrica” que é “de todos e que pertence a todos sem nenhuma hierarquia nem nenhuma hierarquia nem nenhuma precedência” e que é “hoje bem da humanidade”, frisou. No seu discurso, o governante destacou vários projectos ligados à preservação da língua, entre os quais o programa de financiamento à tradução de obras de língua portuguesa para língua estrangeira que, no ano passado – primeira edição -, “apoiou 152 projectos editoriais de 110 editoras em 44 países”. Na sessão de ontem foi também apresentado o primeiro dicionário do português de Moçambique, dirigido por Inês Machungo, da universidade Eduardo Mondlane, um projecto “a todos os títulos emblemático”, porque é a primeira obra do género fora de Portugal e do Brasil. Trata-se do “primeiro dicionário atento às variedades africanas da língua portuguesa”, afirmou. Um dia especial O Dia Mundial da Língua Portuguesa, instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 2019, assinala-se a 5 de Maio e as celebrações decorrem em 44 países, com mais de 150 actividades, em formato misto, presencial e virtual, devido à pandemia de covid-19. O português é falado por mais de 260 milhões de pessoas nos cinco continentes, estimando-se que, em 2050, esse número cresça para quase 400 milhões e, em 2100, para mais de 500 milhões, segundo estimativas das Nações Unidas. Globalmente, 3,7% da população mundial fala português, que é língua oficial dos nove países membros da Comunidade dos Países (CPLP) e em Macau. Em conjunto, as economias lusófonas valem cerca de 1,54 biliões de euros, o que faria deste grupo a décima maior economia do mundo, se se tratasse de um país, de acordo com dados de maio de 2021 do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os países de língua portuguesa representam 3,6% da riqueza mundial. O português é também língua oficial ou de trabalho de cerca de 20 organizações internacionais.
Hoje Macau Manchete SociedadeComerciantes optimistas com novo plano de incentivo ao consumo local Alguns comerciantes ouvidos pela Lusa mostraram-se optimistas com o novo plano apresentado hoje pelo Governo para incentivar o consumo interno na economia local, afectada pela pandemia. “Temos sorte em Macau devido à boa gestão do Governo. Há dinheiro ‘no banco’ e este dinheiro é para as pessoas de Macau”, disse à Lusa Stephen Anderson, dono do restaurante/bar Cathedral Café. “É uma boa forma de estimular a economia”, frisou, acrescentando que “o cartão de consumo para os residentes é uma ação positiva, uma vez mais, por parte do Governo”. À semelhança do ano passado, os residentes de Macau vão voltar a receber um subsídio de cinco mil patacas, mas também um montante de três mil patacas em descontos imediatos, através de pagamento móvel ou de um cartão eletrónico. No total, os residentes podem beneficiar de vales no valor de oito mil patacas. Em conferência de imprensa, as autoridades explicaram hoje que o plano, que vai abranger 735.816 pessoas, terá um prazo de utilização a partir de 1 de Junho até 31 de Dezembro. Devido à pandemia e às restrições fronteiriças, os residentes do território estão praticamente confinados a Macau e à China continental, por isso, na opinião de Stephen Anderson, “estão a consumir a aprender mais coisas sobre esta cidade”. “O cartão de consumo incentiva as pessoas a saber mais sobre a própria cidade. Particularmente as gerações mais jovens”, frisou o australiano. Também à Lusa, Poon, responsável pela loja de bolos Poon Vai Kei, disse esperar que o novo plano do Governo vá ser bom para o consumo. “Há dinheiro de fora para impulsionar a economia”, disse, referindo-se às cerca de 5,88 mil milhões de patacas injectados pelo Governo para este novo plano. Ainda assim, o senhor Poon preferiu ser cauteloso nas suas projecções sobre o quanto o seu negócio pode vir a ganhar com este incentivo ao consumo local. As autoridades de Macau anunciaram hoje que os residentes podem inscrever-se a partir de sexta-feira para receberem vales de consumo eletrónico, uma medida para apoiar a população e o comércio local, afectados pela pandemia. A 12 de Abril, o executivo do território anunciou novos apoios ao consumo para os residentes em Macau, no valor total de 5,88 mil milhões de patacas, depois de ter estreado em 2020 esta medida em plena crise causada pela pandemia do novo coronavírus, com a atribuição de um subsídio direto de oito mil patacas, no total, também em vales de consumo eletrónico. Este ano, em Março, as autoridades chegaram a anunciar um plano de apoios, que consistia na atribuição de cupões de desconto, mas a medida do Governo de Macau foi recebida com várias críticas pela população. O plano de benefícios do consumo por meio eletrónico é uma das iniciativas que integram a estratégia governamental de salvaguarda do emprego e estabilização da economia. O objectivo, é “aliviar as dificuldades da população” e estabilizar a economia”, salientou o director dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico, Tai Kin Ip. A Assembleia Legislativa aprovou na passada semana o aumento das despesas do orçamento de 2021 em 8,3 mil milhões de patacas, recorrendo à reserva financeira para fazer face aos gastos no combate à pandemia. Cerca de sete mil milhões de patacas destina-se ao plano de garantia do emprego, estabilização da economia e para da qualidade de vida da população 2021″ e cerca de mil milhões de patacas aos “Serviços de Saúde para efeitos de prevenção e de combate ao surto epidémico”.
Hoje Macau EventosCinema | 13ª edição de “O Poder da Imagem” acontece no CCM em Junho O pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) recebe, entre os dias 10 e 13 de Junho, a 13ª edição de “O Poder da Imagem”, que visa mostrar algumas das produções locais na área do cinema. Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC) serão exibidos 13 filmes “que expressam as mais recentes impressões cinematográficas sobre a cidade”, e que serão projectados em seis sessões. “A edição deste ano leva o público para uma série de visões pessoais que transpõem para o grande ecrã uma diversidade de perspectivas, entre aventuras apaixonadas, comentário social e descrições de perseverança humana.” Além das histórias experimentais e dos novos contos visuais nascidos da pandemia, dos documentários às curtas-metragens e animações, cada filme retrata uma ligação particular entre o realizador e a sua própria visão da cidade. No dia 10 de Junho, às 19h30, serão exibidos os filmes “Entre Sombras”, de Jenny Wan, “Uma História de 2020”, de Peeko Wong e Wong Chi Kin, “Pelo Menos Hoje Não”, de Io Lou Ian, e “Casa Flutuante”, de Chang Seng Pong. No dia 11 de Junho, sexta-feira, serão exibidos os filmes “O Murmúrio dos Icebergues”, de Un Sio San, “Jantar de Família”, de Cheang Ka Hou, “O Sonho do Papá”, de Ray Loi, “Lado a Lado”, de Ng Ka lon e “A Casa do Boxe”, de Chao Kin Kuan. Na lista de filmes seleccionados incluem-se ainda “2020 visto por Man”, de Catherine Ho, “Mui”, de Wong Wen Chon, “Olhos Divinos”, de Lao Keng U, e “Quinhentas Cartas Depois”, de Lei Cheok Mei. “Macau – O Poder da Imagem” realiza-se há mais de dez anos e já promoveu a produção e exibição de mais de 130 filmes. Os bilhetes para a edição deste ano estão disponíveis para venda a partir deste domingo, dia 9, e têm o custo de 60 patacas.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Duterte diz que a China é benfeitor do país apesar de conflito territorial O Presidente das Filipinas apelidou a China de benfeitor do país, depois de o Ministério dos Negócios Estrangeiros ter denunciado “actos beligerantes” de navios militares chineses contra a guarda costeira filipina, no mar do Sul da China. “Só porque temos um conflito com a China, não significa que tenhamos de ser rudes e desrespeitosos. Temos muitas coisas a agradecer à China pela ajuda no passado”, disse Rodrigo Duterte, num discurso pronunciado na segunda-feira à noite. O Governo das Filipinas está a negociar a entrega mensal de quatro milhões de doses da vacina contra a covid-19 da Sinovac, de fabrico chinês. As declarações de Duterte surgiram depois de o Ministério dos Negócios Estrangeiros filipino ter alegado, na segunda-feira, que navios chineses efectuaram manobras de assédio contra barcos filipinos nas águas em redor do atol de Scarborough, a cerca de 198 quilómetros a oeste da costa filipina, entre 24 e 25 de Abril.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar| Embaixador chinês adverte que violência pode levar à guerra civil Zhang Jun, que representa a China nas Nações Unidas, voltou a apelar ao diálogo entre as principais forças do país asiático, indo ao encontro da mensagem do Conselho de Segurança da ONU para que se acabe com a violência e se dê início a conversações na antiga Birmânia O embaixador da China na ONU pediu esforços diplomáticos mais fortes para resolver o conflito em Myanmar e avisou que mais violência pode levar “mesmo a uma guerra civil”. Se a tensão aumentar “haverá mais confrontos, e com mais confrontos haverá mais violência, e com mais violência haverá mais baixas, e então poderemos ir mais longe na direcção errada”, frisou Zhang Jun, na segunda-feira. “Pode também significar uma situação caótica em Myanmar [antiga Birmânia] e mesmo uma guerra civil”, advertiu o diplomata. Myanmar é palco de manifestações contra a junta militar, no poder desde o golpe de 1 de Fevereiro, e confrontos entre manifestantes e forças de segurança. Na sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU tinha apoiado os apelos das nações do Sudeste Asiático para uma cessação imediata da violência e conversações como um primeiro passo para uma solução, na sequência do golpe, que depôs a líder civil Aung San Suu Kyi e o seu partido. O conselho voltou a exigir a restauração da democracia e a libertação de todos os detidos, incluindo Suu Kyi, e condenou o uso da violência contra manifestantes pacíficos e a morte de centenas de civis. Zhang, que descreveu Myanmar como “um vizinho amigo”, apoiou fortemente os esforços diplomáticos da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e da enviada especial da ONU para Myanmar Christine Schraner Burgener, e manifestou a esperança de que estes produzissem resultados. Apesar de “a China não ser a favor da imposição de sanções”, disse o embaixador. “Devíamos realmente estar a criar um ambiente mais favorável para trazer o país de volta à normalidade e encontrar uma solução política através de diálogos entre os partidos políticos relevantes dentro do quadro constitucional e legal”, salientou. Evitar males maiores As cinco décadas de regime militar em Myanmar levaram ao isolamento e às sanções internacionais. À medida que os generais afrouxaram o controlo e permitiram a realização de eleições que levaram Suu Kyi à liderança em 2015, a comunidade internacional respondeu com o levantamento da maioria das sanções e investimento no país. O golpe de Fevereiro ocorreu depois das eleições de Novembro, ganhas pelo partido de Suu Kyi, mas que a junta militar considerou ilegais. “Os partidos políticos devem ser capazes de encontrar uma solução para esta questão” das eleições, disse Zhang. É por isso que a China defende “mais esforços diplomáticos” e “está a trabalhar muito de perto com os partidos relevantes” para que se abstenham “de ir ao extremo” e tentem “encontrar uma solução com diálogo”. Sem uma solução diplomática e com uma maior deterioração da situação “será inevitável uma catástrofe ou crise humanitária”, que é necessário evitar, afirmou.