Hoje Macau SociedadeTrês anos de prisão para agressor do advogado Jorge Menezes em ataque de máfia O tribunal de Segunda Instância de Macau condenou um cidadão chinês a três anos de prisão por um ataque da máfia chinesa em 2013 a um advogado português que reside em Macau. Em 2013, Jorge Menezes foi agredido em Macau, ficando ferido na cabeça, num braço, pescoço, ombro e mão direita, após um ataque que foi feito pelas costas por dois homens com um tijolo quando o advogado estava a acompanhar o filho, na altura com 5 anos, que ia levar à escola. O Tribunal Judicial de Base já tinha condenado, em julho de 2019, um arguido a um ano e nove meses de prisão, mas o segundo arguido tinha sido absolvido. Contudo, após recurso, o Tribunal de Segunda Instância aplicou agora ao segundo arguido três anos de prisão. Os juízes do Tribunal de Segunda Instância, explicou à Lusa o advogado, criticaram fortemente a decisão do Tribunal Judicial de Base, mesmo a do primeiro arguido que já tinha sido condenado, mas não puderam alterar a condenação porque o Ministério Público não recorreu da decisão. “Não me sinto aliviado, porque o Ministério Público [MP] nunca quis investigar a identidade do mandante. Quem mandou estes pode mandar outros. Foi preciso interpor quatro recursos e esperar oito anos para conseguir reverter decisões lamentáveis do Ministério Público e de juízes de instrução e do Tribunal Criminal. Tive de lutar sozinho, não ao lado do MP, mas contra o MP”, afirmou. Ainda assim, nenhum dos dois homens estiveram presentes em tribunal, sendo que os condenados só cumprirão a pena caso entrem em Macau, visto que não existe acordo de extradição com a China. “O Tribunal deu como provado que este ataque visava provocar-me lesões graves e que me poderia ter provocado a morte. Ainda assim, quando um dos atacantes foi detido na fronteira, não o prenderam, autorizaram-no a regressar à China de onde sabiam que nunca regressaria, como se comprovou”, acusou o advogado. “A polícia contra a criminalidade organizada disse-me que isto era um caso típico de máfias e os factos provados apontam nesse sentido. A minha família teve de regressar definitivamente para Portugal quase de imediato”, contou Jorge Menezes. Jorge Menezes está inscrito na Associação dos Advogados de Macau desde julho de 1998.
Hoje Macau SociedadeComeçou ontem o julgamento de Frederico Rosário no caso criptomoeda Frederico dos Santos Rosário, filho de Rita Santos, acusado de burla num caso de investimento em criptomoeda, disse ontem em tribunal que está inocente. Segundo a TDM – Rádio Macau, o empresário negou todas as acusações de que é alvo, culpou o outro arguido do processo, o empresário de Hong Kong Dennis Lau, de ser o principal responsável pelo plano e afirmou nunca ter recebido dinheiro de investidores. Dennis Lau não compareceu na primeira sessão de julgamento. O caso envolve 71 pessoas de Macau, com idades entre 22 e 63 anos, e envolve montantes na ordem das 20 milhões de patacas. Frederico Rosário disse ainda que acompanhou a situação de 40 investidores, na sua maioria seus familiares, onde se inclui esposa, pais e primos, bem como amigos de infância. Em tribunal, o arguido disse também que conheceu Dennis Lau num evento de e-sports, organizado pela sua empresa. Depois desse encontro, o empresário de Hong Kong terá convidado o residente a investir num projecto de criptomineração, em Dezembro de 2017. Frederico Rosário começou por investir 150 mil dólares de Hong Kong, tendo recebido 10 por cento das acções da empresa. Este admitiu que não verificou os dados financeiros da empresa e que o investimento foi feito com base em confiança pessoal, bem como no facto de o empresário de Hong Kong ter pergaminhos e hardware de ponta para a mineração de criptomoeadas. ATFPM metida ao barulho O investimento em criptomoeda chegou a ser promovido na sede da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, cuja assembleia-geral é presidida por Rita Santos. Ambos negaram quaisquer ilegalidades, mas muitos investidores acusaram Rita Santos de incitar ao investimento. Frederico dos Santos Rosário disse em tribunal ter tentado obter justificações e provas bancárias junto de Dennis Lau, mas que este primeiro furtou-se a apresentá-las e que depois apresentou provas alegadamente falsas, na versão de Frederico Rosário. Na sessão de ontem foram ouvidas cinco testemunhas que confessaram ter sabido da possibilidade de investimento por diversas vias, incluindo as sessões na ATFPM, e que fizeram os pagamentos em cheque a Dennis Lau e nunca a Frederico. As testemunhas acusaram, aliás, Dennis Lau de ser o responsável pela alegada burla.
Hoje Macau China / ÁsiaJCPOA | Pequim e Teerão procuram salvaguardar interesses comuns O presidente chinês, Xi Jinping, disse nesta segunda-feira, numa conversa telefónica com o presidente iraniano, Hassan Rouhani, que a China apoia as propostas razoáveis do Irão em relação ao Plano de Acção Abrangente Conjunto (JCPOA, em inglês) sobre a questão nuclear iraniana e está disposta a fortalecer a coordenação com o Irão para salvaguardar os interesses comuns dos dois lados. Segundo Xi, “a China e o Irão deram as mãos para lutar contra a pandemia de COVID-19 e alcançar resultados positivos na cooperação prática bilateral. Os dois países apoiam-se firmemente nos assuntos que envolvem os seus respectivos interesses essenciais e principais preocupações e consolidaram amplamente a sua confiança mútua estratégica, defendendo resolutamente a equidade e a justiça internacionais”. Observando que este ano marca o 50º aniversário do estabelecimento de laços diplomáticos entre a China e o Irão, Xi enfatizou que as relações bilaterais se encontram num momento histórico importante para construir sobre as conquistas do passado e seguir em frente no futuro. “A China dá grande importância ao seu relacionamento com o Irão e está pronta para trabalhar com o lado iraniano para aproveitar o 50º aniversário como uma oportunidade para fortalecer a cooperação em vários campos e esforçar-se-á por um progresso sólido no desenvolvimento da sua parceria estratégica abrangente”, sublinhou. Xi assinalou que a China também continuará a desempenhar um papel construtivo na busca de uma solução rápida e justa para a questão palestiniana e está disposta a trabalhar com o Irão para fortalecer a comunicação e a cooperação nos assuntos regionais e internacionais e promover conjuntamente a segurança e a estabilidade regionais. De sua parte, Rouhani afirmou que “a China controlou a pandemia com sucesso e forneceu ao Irão e a outros países um valioso apoio e ajuda para sua resposta, pelo que o Irão é sinceramente grato”. Observando que os dois países têm mantido uma cooperação amigável, disse que o Irã se mantém firmemente fiel à política de “Uma Só China” e apoia firmemente a China na salvaguarda da soberania nacional e integridade territorial. “O Irão está disposto a trabalhar com a China para fortalecer a cooperação estratégica, expandir a cooperação mutuamente benéfica em áreas como a economia, comércio e energia e promover a cooperação na iniciativa Uma Faixa, Uma Rota”, afirmou. “O plano de cooperação recentemente assinado pelos dois países abriu perspectivas mais amplas para a cooperação de benefício mútuo no futuro”, assinalou Rouhani. O presidente iraniano acrescentou que o Irão aprecia as posições justas da China nos assuntos regionais como o JCPOA e o conflito Palestina-Israel, e espera continuar a comunicação e a coordenação próximas com a China para se opor ao unilateralismo e ao hegemonismo, salvaguardar seus próprios interesses legítimos e manter a paz e a segurança regionais.
Hoje Macau China / ÁsiaVietname | Xi Jinping espera uma comunidade estratégica com um futuro partilhado Uma nova era desponta nas relações entre Pequim e Hanói. É hora de aprofundar a cooperação, entendem os dois líderes. O presidente chinês, Xi Jinping, disse na segunda-feira que a China está pronta para fazer esforços activos com o Vietname para transformar os dois países “numa comunidade com um futuro partilhado de significado estratégico”. O presidente chinês fez estas declarações numa conversa telefónica com o presidente vietnamita, Nguyen Xuan Phuc, e pediu-lhe que transmita “as suas sinceras saudações” ao secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista do Vietname, Nguyen Phu Trong. “A China e o Vietname estão ligados por montanhas e rios”, afirmou Xi, apontando que a amizade tradicional de “camaradagem e fraternidade” é o tesouro comum dos dois partidos e países e que a boa vizinhança é o grande quadro do desenvolvimento das relações entre os dois partidos e países. “O Partido Comunista da China está prestes a celebrar o seu centenário. A China embarcou numa nova jornada de construção plena de um país socialista moderno e o Vietname também se está a esforçar para alcançar as suas duas metas centenárias”, observou Xi. “Os dois lados devem ver e compreender as relações entre os dois partidos e países de uma perspectiva estratégica e de longo prazo e definir a direcção certa para o avanço das relações China-Vietname”, sugeriu Xi. Segundo o presidente, o partido comunista e o governo chinês aderem firmemente a uma política amigável em relação ao Vietname e apreciam que a nova liderança continue a dar prioridade aos laços com a China na sua política externa. Fiéis à amizade tradicional “A China está disposta a trabalhar com o Vietname para permanecer fiel à aspiração original da sua amizade tradicional, ter em mente os ideais e as missões históricas partilhados pelos dois lados, e tornar continuamente sua cooperação estratégica abrangente mais relevante na nova era, de modo a injectar um novo impulso no desenvolvimento das relações entre os dois partidos e países, bem como suas causas socialistas”, acrescentou. Xi destacou que os dois lados devem continuar a aproveitar as vantagens especiais de suas trocas interpartidárias para aprofundar a partilha de experiências sobre governação estatal. Xi também instou esforços concertados para expandir continuamente o comércio bilateral, acelerar a conexão da infraestrutura e explorar plenamente o potencial de cooperação de novas formas de negócios e novas forças motrizes, a fim de servir melhor o desenvolvimento económico e social de ambos os países. Os dois lados devem fortalecer os intercâmbios pessoais, acelerar a implementação dos projectos apoiados pela China para o bem-estar público no Vietname e trazer mais resultados de sua cooperação de benefício mútuo para as pessoas em ambos os países. “Devemos prosseguir a boa tradição de unidade e apoio recíproco, dar as mãos para abordar e controlar efectivamente a pandemia de COVID-19, e proteger substancialmente a vida e a saúde das pessoas”, assinalou Xi. “A China está pronta para continuar a fornecer toda a assistência dentro de sua capacidade para a luta do Vietname contra a pandemia”, acrescentou. Vietname saúda riqueza chinesa Por sua vez, Phuc transmitiu as saudações cordiais de Trong a Xi e felicitou calorosamente o Partido Comunista da China (PCC) pelo seu próximo centenário. Phuc disse que “sob a forte liderança do PCC com Xi no centro, a China superou o impacto do surto da COVID-19 e alcançou a vitória nas três grandes batalhas de combate à pandemia, restauração da economia e redução da pobreza, e que a vida do povo chinês nunca foi tão feliz como hoje”. “O lado vietnamita felicita sinceramente a China pela sua grande transformação bem-sucedida de se levantar para ficar rica e se tornar mais forte”, disse, acrescentando que seu país acredita e deseja que “a China alcance conquistas ainda maiores na sua jornada em direção à meta do segundo centenário”. Observando que o Vietname e a China são “irmãos e vizinhos”, Phuc afirmou que o lado vietnamita apoia a China socialista, busca firmemente uma política externa independente e continuará a promover convictamente sua amizade com a China. “O Vietname está pronto para implementar seriamente consensos de alto nível entre os dois países, intensificar os intercâmbios políticos, fortalecer a solidariedade e a confiança mútua e aprofundar a cooperação de benefício mútuo em áreas como a economia, comércio, controle epidémico, e intercâmbios de jovens e de pessoas, bem como em nível local. Isso ajudará a elevar as relações entre os dois partidos e os dois países a novos patamares e contribuirá para a paz regional e o desenvolvimento da causa socialista”, concluiu.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Hong Kong pode ter de deitar fora milhões de vacinas face à desconfiança da população Um especialista de Hong Kong alertou que a desconfiança da população em relação às vacinas contra a covid-19 poderá obrigar as autoridades a deitar fora milhões de doses da Pfizer-BioNTech, que expiram nos próximos três meses. “Todas as vacinas têm uma data de validade”, disse hoje Thomas Tsang, antigo responsável do Centro de Proteção da Saúde, à rádio estatal RTHK. “Não podem ser utilizadas após a data de expiração, e os centros de vacinação que administram a [vacina] BioNTech deixarão de funcionar após setembro, de acordo com o calendário atual”, acrescentou. “O mundo inteiro luta para conseguir vacinas”, sublinhou, considerando “injusto” que Hong Kong não esteja a utilizar as doses disponíveis. A antiga colónia britânica é um dos raros territórios do mundo a ter conseguido doses suficientes para vacinar toda a população, de 7,5 milhões de habitantes, mas a campanha de vacinação está longe do sucesso esperado, muito por causa da desconfiança em relação ao Governo local, considerado por muitos como o braço da repressão da China, após as manifestações de 2019. Na origem da fraca procura das vacinas poderá estar também a falta de informação e a baixa circulação do vírus em Hong Kong, levando muitas pessoas a considerar que não há urgência na vacinação. A relutância em relação à vacinação é partilhada até pelos trabalhadores do setor da saúde. Há algumas semanas, as autoridades hospitalares revelaram que apenas um terço do pessoal, considerado prioritário, tinha sido vacinado, de acordo com a agência France-Presse (AFP). Hong Kong comprou 7,5 milhões de doses da vacina desenvolvida pela empresa farmacêutica norte-americana Pfizer e a alemã BioNTech, e igual número de doses da vacina da farmacêutica chinesa Sinovac, que ainda não foi aprovada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Hong Kong também tinha encomendado previamente 7,5 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, antes de recuar, explicando que preferia utilizar o orçamento para vacinas de segunda geração. Até agora, Hong Kong recebeu quase 3,3 milhões de doses da vacina da Pfizer-BioNTech, mas apenas 1,2 milhões foram administradas. Segundo a AFP, 19% da população recebeu a primeira dose, tendo 14% completado a vacinação. Nas últimas semanas, políticos de Hong Kong sugeriram que a antiga colónia britânica deveria enviar as doses não utilizadas para o estrangeiro, se mais habitantes não solicitarem a vacina. No início deste ano, o Governo anunciou a distribuição de vales de compras de 5.000 dólares de Hong Kong para impulsionar a economia, tendo havido propostas de que fossem condicionados à vacinação. A chefe do executivo, Carrie Lam, rejeitou no entanto hoje a sugestão. “Oferecer dinheiro ou algo tangível para levar as pessoas a serem vacinadas não deve ser feito pelo governo”, disse, considerando que isso poderia “ter o efeito oposto ao pretendido”.
Hoje Macau SociedadeTimorenses em Macau recolhem mais de 63 mil patacas para ajudar vítimas das cheias A comunidade de Macau angariou 63.460 patacas para apoiar a localidade timorense de Laclubar, afectada pelas cheias, um montante que fará “enorme diferença”, disse à Lusa o delegado de Timor-Leste do Fórum de Macau. Através da Conta Solidariedade Timor-Leste do Banco Nacional Ultramarino em Macau (BNU), lançada pela delegação de Timor-Leste no Fórum de Macau e pela Associação de Amizade Macau-Timor, aberta de 28 de Abril a 20 de Maio, foram angariadas 47.460 patacas e o Fórum de Macau doou mais 16.000 patacas. À margem da cerimónia de Doação para as Vítimas da Inundações de Timor-Leste, que decorreu no antigo território administrado por Portugal, o delegado de Timor-Leste Fórum de Macau, Danilo Lemos Henriques explicou que após as inundações em Timor-Leste, ocorridas no início de abril, houve “muita dificuldade no acesso ao distrito”. “Três quilómetros de estrada caíram e também a ponte de ligação. Eles não tiveram oportunidade de comprar materiais, nem alimentos”, sendo que os alimentos que chegaram tiveram de ser transportados de helicóptero, detalhou o responsável. No total, “111 casas foram destruídas completamente” e “as famílias ficaram sem roupas, sem livros, sem brinquedos”, entre outros, disse. O dinheiro angariado, explicou, será coordenado pela Fundação Ordem Hospitalar de São João de Deus e pelas autoridades locais, que “vão administrar este fundo para depois comprar as necessidades básicas que as populações necessitam”. No Posto Administrativo de Laclubar, no município de Manatuto, a cerca de 90 quilómetros a leste da capital timorense, 111 casas foram totalmente destruídas e mais de 230 danificadas, num total de 345 famílias em seis aldeias afetadas. As cheias, que provocaram 32 mortos e nove desaparecidos, presumidos mortos, destruíram ou danificaram quase 29 mil casas em vários pontos do país, destruindo mais de 3.700 hectares de campos agrícolas, especialmente nos municípios de Manatuto, Bobonaro, Liquiçá e Viqueque. O último relatório preparado pelo Ministério da Administração Estatal, em coordenação com a Unidade de Missão da Proteção Civil e Gestão de Desastres Naturais, a que a Lusa teve acesso, mostra que até ao momento foram apoiadas menos de 15 mil famílias em todo o país. Mais de metade das 33 mil famílias afectadas pelas cheias do início de Abril em Timor-Leste continuam, um mês depois do desastre natural, sem receber apoio, com mais de 3.000 pessoas ainda desalojadas, segundo o último relatório. Durante a cerimónia realizada em Macau, que contou com representantes lusófonos do Fórum de Macau e do BNU, encontravam-se em directo por videoconferência, representantes das comunidades locais do posto Administrativo de Laclubar. Um deles, Francisco Reis de Araújo, professor de ensino superior em Díli, “em nome do povo de Laclubar, principalmente das famílias vítimas” o apoio financeiro que hoje receberam “fruto da contribuição do povo irmão de Macau, dos irmãos timorenses residentes em Macau, às associações dos países de língua portuguesa em Macau. A acrescentar a este desastre humanitário, Timor-Leste está a viver o pior momento da pandemia. Timor-Leste registou hoje mais 179 infeções com o SARS-CoV-2, dos quais 10% com sintomas da covid-19, segundo o balanço diário divulgado pelo Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC). Timor-Leste acumula actualmente 5.816 casos de infeção desde o início da pandemia. Sobre este ponto, o delegado de Timor-Leste no Fórum de Macau, frisou o papel que a China tem tido na ajuda ao país. “Desde o início do surto de covid-19 em Timor-leste, a China foi o primeiro país a oferecer assistência e doações”, como equipamentos pessoais de higiene, medidores de temperatura, indicou. “A China continua a ser, como outros países também, um dos grandes parceiros de Timor-Leste nesta luta contra a covid-19”, disse.
Hoje Macau EventosArquitectura | “Interligações” é o projecto de Macau na Bienal de Veneza Macau volta a estar representado, pela quarta vez, na Bienal de Arquitectura de Veneza, que ano chega à 17ª edição. O Pavilhão de Macau-China foi inaugurado no último sábado e trata-se de um projecto da autoria de quatro arquitectos locais, Ho Ting Fong, Che Chi Hong, Lao Man Si e Chan Ka Tat. A curadoria esteve a cargo do arquitecto Carlos Marreiros. O tema deste ano da Bienal de Arquitectura é “Como iremos viver juntos?”, tendo a equipa de Macau apresentado “quatro obras de diferentes estilos” sob a temática “Interligações – Vida Transfronteiriça na Grande Baía”. A ideia do projecto é “traçar o panorama urbano da futura cidade de Macau e reflectir sobre a simbiose e os desafios decorrentes da profunda integração da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”. O Pavilhão de Macau-China pode ser visitado até 21 de Novembro deste ano no espaço em frente ao Arsenal, o edifício principal da Bienal, em Campo della Tana. Criada em 1980, a Bienal de Arquitectura de Veneza é um dos mais importantes eventos no âmbito da arquitectura e das artes. A edição deste ano estava agendada para Maio do ano passado, mas foi adiada devido à pandemia. Um total de 112 entidades, oriundas de 46 países e regiões, participam na bienal. O Instituto Cultural esclarece que, com o objectivo de “aprofundar o conhecimento do público sobre a arte arquitectónica de Macau”, as obras estarão disponíveis para visita online, além de serem posteriormente expostas no território.
Hoje Macau Manchete SociedadeMacau regista 51.º caso importado de covid-19 Macau registou o 51.º caso importado de covid-19, num residente que viajou por vários países, anunciaram na segunda-feira as autoridades de saúde. O homem, de 39 anos, tinha já recebido as “duas doses de vacinas inactivadas da Sinopharm contra a covid-19”, entre 11 de Fevereiro e 11 de Março, de acordo com um comunicado do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. Entre 15 de Março e 19 de Maio, o indivíduo viajou de Hong Kong para o Nepal, depois da Turquia para França e depois para Taiwan. No dia 19 de Maio, ao chegar a Macau, proveniente de Taiwan, o resultado do teste de ácido nucleico foi negativo, tendo as autoridades de saúde encaminhado o residente para observação médica num hotel local. Na segunda-feira, “o resultado do teste de ácido nucleico regular, feito durante o período de observação médica, revelou-se fracamente positivo” e o “paciente não manifestou nenhuns sintomas e foi transferido ao Centro Clínico de Saúde Pública de Coloane para observação aprofundada”, indicou a mesma nota. Os últimos casos importados assintomáticos da covid-19 foram detectados em 16 de Maio e em 7 de Março. Macau, que diagnosticou o primeiro caso de covid-19 no final de Janeiro de 2020, contabilizou até agora 51 casos, não tendo registado nenhuma morte devido à doença. No comunicado, as autoridades de Macau apelaram, uma vez mais, à população para se vacinar contra a covid-19, “o mais rapidamente possível, enquanto a situação epidémica em Macau está estável”, para prevenir a propagação e um surto da doença na comunidade, através do estabelecimento de “barreiras imunológicas comunitárias”. Até agora, os Serviços de Saúde administraram cerca de 150 mil doses e há cerca de 93 mil residentes vacinados com pelo menos uma dose, ou seja, 13,7% da população local total.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Japão abre primeiros centros de vacinação em massa em Tóquio e Osaka O Japão abriu hoje em Tóquio e Osaka os primeiros centros de vacinação em massa contra a covid-19, para acelerar a campanha no país, quando faltam dois meses para o arranque dos Jogos Olímpicos. Os centros, geridos pelo exército, vão estar abertos 12 horas por dia, durante três meses, e vão administrar a vacina desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Moderna, cujo uso de emergência foi aprovado pelo Governo japonês na sexta-feira. O executivo espera vacinar até dez mil pessoas por dia no centro de vacinação de Tóquio e cinco mil no de Osaka, e tentar cumprir a meta de inocular a população com mais de 65 anos (cerca de 36 milhões de pessoas) até finais de Julho. Durante a primeira semana, os novos centros só vão administrar a vacina a residentes naquelas localidades, mas, mais tarde, também os residentes das prefeituras vizinhas poderão vacinar-se naqueles locais, mediante reserva prévia, incluindo os habitantes de Saitama, Chiba e Kanagawa, no caso de Tóquio, e os de Kyoto e Hyogo, no caso de Osaka. As 49 mil vagas disponíveis em Tóquio para esta semana e as 24.500 no centro de Osaka esgotaram-se rapidamente desde que se iniciou a inscrição, unicamente pela internet, em 17 de Maio. Espera-se a abertura de outros centros deste tipo, mas com gestão municipal, nas próximas semanas. A campanha de vacinação no Japão só arrancou em fevereiro e está muito atrasada em relação a outros países, o que gera preocupação dentro e fora do país, quando faltam dois meses para o início dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, previsto para 23 de Julho. Segundo os dados mais recentes, até sexta-feira só 5% da população tinha recebido pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19. Em 13 de Maio, o Sindicato Nacional de Médicos Japoneses apresentou uma petição ao Governo a pedir o cancelamento dos Jogos Olímpicos, alegando o risco elevado de propagação de novas variantes do novo coronavírus SARS-CoV-2. A organização sindical lembrou que os médicos estão a trabalhar acima das suas capacidades para dar resposta à pandemia da covid-19, e acusou o Governo de querer reduzir o número de profissionais de saúde disponíveis, ao serem destacados para a competição.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Índia é o terceiro país a ultrapassar 300.000 mortes A Índia registou 4.454 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, tornando-se no terceiro país a ultrapassar as 300.000 mortes desde o início da pandemia, depois dos Estados Unidos e do Brasil, segundo dados oficiais. Segundo o Ministério da Saúde indiano, o total de mortes eleva-se agora a 303.720, com 50.000 óbitos registados em menos de duas semanas. Depois dos Estados Unidos e do Brasil, o país é o terceiro do mundo com mais mortes provocadas por covid-19. Nas últimas 24 horas, a Índia contabilizou ainda 222.315 infeções, confirmando a redução gradual do número de casos, após os mais de 400 mil contágios diários, no início deste mês. Com mais de 26,7 milhões de infeções acumuladas, o país é o segundo com mais casos a nível mundial, depois dos Estados Unidos, de acordo com dados da Universidade norte-americana Johns Hopkins. A Índia está a braços com uma segunda vaga com um impacto sem precedentes no sistema de saúde, com falta de oxigénio e de camas, tendo atualmente mais de 2,7 milhões de casos activos. A grave crise sanitária atrasou a campanha de vacinação, com vários estados a criticarem as limitações no fornecimento das vacinas. O total de doses administradas ronda os 196 milhões, de acordo com os dados atualizados diariamente pelo Ministério da Saúde indiano, aquém do objectivo anunciado de vacinar 300 milhões de pessoas até Julho.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Líder da junta militar diz que planeia criar sistema democrático O líder da junta militar de Myanmar garantiu que planeia estabelecer um sistema federal democrático e multipartidário no país no prazo de um ano. Min Aung Hlaing afirmou também que a líder deposta, Aung San Suu Kyi, “fez o que pôde” no Governo e confirmou que a vencedora do Prémio Nobel da Paz está de boa saúde, que deve comparecer na segunda-feira em tribunal. O general, que tomou o poder no golpe de 1 de Fevereiro, fez estas declarações na sua primeira entrevista com a Phoenix Television, um canal de televisão pró-governamental em Hong Kong. A entrevista foi realizada na quinta-feira e ainda não foi transmitida, embora partes da mesma tenham sido publicadas nas redes sociais. Em contraste com os 815 civis mortos na repressão militar, tal como estimado pelos activistas pró-democracia, Min Aung Hlaing disse que o número de mortos é de 300 e que entre as forças de segurança registaram-se 45 óbitos desde o golpe. Na semana passada, os meios de comunicação locais birmaneses noticiaram que a junta militar isentou Min Aung Hlaing e o seu ‘número dois’, Soe Win, de terem de se reformar aos 65 anos, pelo que, em teoria, podem permanecer no poder indefinidamente. O chefe da junta, que faz 65 anos em Julho, já atrasou a sua reforma quando devia fazer 60 anos, o limite para a maioria dos funcionários públicos.
Hoje Macau China / ÁsiaCabo Verde recebe 31.200 doses da vacina pela Covax nos próximos dias Cabo Verde deverá receber este mês 31.200 doses da vacina contra a covid-19 pelo mecanismo Covax e espera 300.000 doses fornecidas pela China, para acelerar o processo de vacinação, disse à Lusa o ministro da Saúde. “Tudo indica que até finais deste mês, início do próximo essa quantidade chegará a Cabo Verde. Faltam receber 80.000 [pelo mecanismo Covax], neste momento está prevista a chegada de 31.200 doses”, disse o ministro da Saúde de Cabo Verde, em declarações à Lusa. Cabo Verde já tinha recebido 24.000 doses da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca em 12 de Março e 5.850 da Pfizer dois dias depois, no âmbito do mecanismo Covax, iniciativa fundada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que visa garantir uma vacinação equitativa contra o novo coronavírus. Através do mecanismo Covax, Cabo Verde tem atribuídas mais 80.000 doses de vacinas da AstraZeneca. Em 14 de Maio, Cabo Verde recebeu de Portugal uma doação de 24.000 doses de vacinas também da AstraZeneca, pelo que a garantia de entrega nos próximos dias de mais 31.200 doses é um “bom sinal”, segundo o ministro da Saúde. Acrescentou que Cabo Verde já aplicou desde 19 de Março, quando arrancou o plano de vacinação contra a covid-19 no arquipélago, aproximadamente 20.000 doses de vacinas, num processo que deverá acelerar a partir do próximo mês, com o aumento da disponibilidade de vacinas no país. “A previsão é que durante todo o mês de Junho possamos ter mais vacinas e acelerar todo esse processo de vacinação e atingir a meta de 70 por cento [da população elegível] até final do ano”, explicou Arlindo do Rosário. A grande remessa Avançou ainda que está em negociação a entrega de 300.000 doses de uma das vacinas chinesas contra a covid-19, das quais 50.000 serão doadas pelo Governo da China. “É um processo que está a decorrer, está a seguir os seus trâmites normais. Nós apontamos no mais breve possível que possamos ter essa vacina também aqui em Cabo Verde”, disse. Cabo Verde registava na quinta-feira 2.512 casos activos de covid-19, com um acumulado de 28.898 infectados, 26.116 recuperados e 253 mortes por complicações associadas à doença desde 19 de Março de 2020.
Hoje Macau China / ÁsiaGansu | Intempérie durante corrida de montanha faz 21 mortos Vinte e uma pessoas morreram devido ao mau tempo no noroeste da China que vitimou participantes de uma corrida de montanha de 100 quilómetros, num novo balanço divulgado ontem pelas autoridades locais O mau tempo extremo, com queda de granizo, chuva gelada e vento forte, fez 21 mortos ao atingir uma área onde decorria uma corrida, na reserva natural da Floresta de Pedra do Rio Amarelo, perto da cidade de Baiyin, na província de Gansu. No total, a prova contou com 172 participantes. Entre as vítimas estavam duas figuras da maratona nacional chinesa, Liang Jing e Huang Guanjun, segundo os meios de comunicação locais, que citam o treinador do primeiro, Wei Pulong, e um amigo do segundo, que disse ter a confirmação da morte de Huang por parte dos organizadores do evento. Liang tinha ganhado várias multimaratonas na China nos últimos anos. Huang, que era surdo e mudo, vencera a maratona masculina para deficientes auditivos nos Jogos Paraolímpicos Nacionais de 2019 em Tianjin. Oito participantes foram transportados para o hospital com ferimentos menores, adiantou o autarca de Baiyin, Zhang Xuchen. A agência de notícias oficial chinesa, a Xinhua, noticiou que alguns dos participantes foram encontrados com sinais de hipotermia. “Por volta do meio-dia, a secção de alta altitude da prova (…) foi subitamente afectada por condições meteorológicas desastrosas. Em pouco tempo, pedras de granizo e chuva gelada caíram subitamente nesta área, e houve ventos fortes. A temperatura caiu acentuadamente”, descreveu Zhang Xuchen. Pouco depois de receberem pedidos de ajuda, os organizadores da maratona enviaram uma equipa de salvamento que conseguiu salvar 18 participantes, segundo o presidente da câmara. Contudo, as condições meteorológicas pioraram e a corrida foi cancelada, enquanto as autoridades locais enviavam mais ajuda para o local, acrescentou. “Este incidente é um incidente de segurança pública causado por alterações súbitas do tempo numa área local”, concluiu. Na primeira pessoa No total, mais de 700 socorristas foram mobilizados para procurar os desaparecidos. “Todo o meu corpo estava encharcado, incluindo os meus sapatos e meias. Não me conseguia levantar e ficar direito por causa do vento, tinha muito medo de ser levado pelo vento. O frio tornou-se cada vez mais insuportável”, disse um sobrevivente aos meios de comunicação locais. “Ao descer a montanha, já estava a sentir sintomas de hipotermia”, sublinhou. As temperaturas caíram mais durante a noite, tornando o salvamento e a busca ainda mais difícil, de acordo com a Xinhua. A Floresta de Pedra do Rio Amarelo é uma reserva natural famosa pelas suas formações rochosas de quatro mil milhões de anos, que são frequentemente utilizadas como cenário de filmes e programas de televisão na China.
Hoje Macau VozesUm Presente ao Futuro: Macau – Diálogos sobre Arquitetura e Sociedade Por Bernardo Amaral, Arquitecto, Investigador No final do ano passado a editora Circo de Ideias lança “Macau – Diálogos sobre Arquitetura e Sociedade” – uma publicação que propõe fazer um ponto de situação do pensamento crítico sobre as transformações urbanas e sociais que a cidade viveu nos últimos 20 anos. Editado por Tiago Saldanha Quadros e Margarida Saraiva, o livro é composto por nove entrevistas a arquitetos, urbanistas e investigadores e por um ensaio visual da autoria de Nuno Cera. A iniciativa dos editores surge da necessidade de “dar corpo, reunir, arquivar, partilhar uma espécie de estado da arte no que ao urbanismo de Macau diz respeito, permitindo o alargamento do debate sobre o futuro da cidade e sua relação com as regiões vizinhas”, como afirma Margarida Saraiva no prefácio. O livro foi inicialmente publicado em 2015, em inglês, pela organização cultural BABEL, fundada em Macau, no ano de 2013, com o objetivo de gerar oportunidades de investigação e aprendizagem nas áreas da arte contemporânea, arquitetura e ambiente numa abordagem interdisciplinar. Em 2019, o livro é publicado em português pela Circo de Ideias, dando a conhecer aos leitores portugueses o conjunto de entrevistas conduzidas por Tiago Saldanha Quadros entre 2013 e 2014. Para Quadros, “a relevância deste livro passa por analisar o tempo da nossa condição contemporânea, lançando a partir de Macau olhares reflexivos acerca dos desafios que a vida urbana moderna em Macau supõe.” De facto, Macau é hoje mais uma cidade numa aldeia global, testemunho da maior revolução urbana de sempre, nomeadamente o atual processo de urbanização do território chinês. Fundada por mercadores portugueses no séc XVI, Macau é definida, a par de Hong Kong, como uma Região Administrativa Especial desde 1982. Enquanto tal, beneficiando de autonomia política e administrativa, estas duas cidades vão servir de tubo de ensaio para o “socialismo de mercado” planeado por Deng Xiaoping; processo também conhecido pelo mote “um país, dois sistemas”. Em 1999, a soberania administrativa de Macau é transferida para a China e desde então são implementadas uma série de medidas estratégicas no sentido de transformar a cidade numa atração turística e na capital mundial do jogo. O centro histórico de Macau, protegido pela UNESCO desde 2005, compete hoje com a monumentalidade dos edifícios dos casinos, cada vez em maior número (cerca de 38). É sobre este período que se centra o livro, sobre a rápida transformação da pacata cidade portuária, que nos últimos 20 anos ganhou 10 quilómetros quadrados de terreno ao mar e aumentou a sua população em mais 200 mil habitantes. Ao selecionar 9 pensadores com diferentes experiências vividas de Macau e de nacionalidades diversas, Tiago Quadros reúne distintas perspetivas sobre o tema, oferecendo ao leitor um retrato multifacetado da condição contemporânea da cidade. Nas entrevistas são abordados temas como a arquitetura, a representação, a história e a memória, questões inevitáveis perante a velocidade a que a paisagem urbana muda, mas também perante regimes de representação que manipulam despudoradamente os signos da história da arquitetura. Um dos entrevistados é o arquiteto Jorge Figueira, que visita Macau desde 2006, no quadro da sua investigação sobre a pós-modernidade na arquitetura portuguesa. Figueira demonstra particular interesse na vida e obra do arquiteto português Manuel Vicente, mas será igualmente fascinado pela condição contemporânea da cidade, como a alta densidade urbana e a sua constante transformação. Manuel Vicente, falecido em 2013, irá projetar e construir em Macau desde os anos 60. Marcado pela sua experiência profissional nos Estados Unidos com Louis Kahn e influenciado pela obra de Robert Venturi, Vicente desenvolve uma obra original, que seduz muitos arquitetos portugueses a descobrirem a exótica cidade, como é o caso de Manuel Graça Dias ou Diogo Burnay, este último também entrevistado por Tiago Quadros. Tendo lá vivido de 1992 -97, Diogo Burnay oferece um testemunho fascinante de como era trabalhar com Manuel Vicente e viver em Macau antes da transição para a administração chinesa. Também Wang Wejien, arquiteto formado em Taiwan e Berkeley e professor em Hong Kong, conhece a cidade desde essa altura, recordando o valor da arquitetura vernacular chinesa e do tecido urbano caracterizado pelos largos e pátios, que ainda hoje se encontram preservados. Por outro lado, Werner Breitung, geógrafo e urbanista alemão, professor em Hong Kong, que assistiu à transformação da cidade desde os anos 90, demonstra mais interesse no conceito de fronteira como lugar de contacto e gerador de urbanidade e de identidade coletiva ao longo dos últimos anos. Jianfei Zhu, historiador da arquitetura chinesa do século XX e formado na Universidade de Tianjin, faz uma leitura das transformações urbanas de Macau à luz da cultura urbana chinesa e enquadrada no processo de urbanização de todo o território continental. Outros pensadores e investigadores entrevistados por Tiago Quadros como Thomas Daniell, Mário Duque, Hendrick Tieben e Pedro Campos Costa, revelam, a par das suas reflexões pessoais sobre outros temas, preocupações com o impacto do turismo e do jogo na urbanização cidade, questionando a qualidade do espaço público, do acesso à habitação, e alertando para o perigo da transformação de Macau num “Parque Temático”. Alertas pertinentes, que espelham a condição contemporânea de uma sociedade de lazer e consumo, que Tiago Quadros irá aprofundar no texto do posfácio. O ensaio visual de Nuno Cera surge no início do livro como um preâmbulo, ilustrando as contradições de uma cidade em “permanente mutação”. Ao longo das 47 imagens realizadas em 2018, o leitor deambula por um território denso e tropical, estranhamente familiar e simultaneamente irreal. Como num palimpsesto, sobrepõem-se edifícios de diferentes tempos e lugares, caracterizando fielmente a condição urbana da cidade peninsular. Para além dos massivos prédios de habitação e suas características “gaiolas”, Nuno Cera capta também a arquitetura festiva dos casinos, que apesar da sua excentricidade surge integrada no quotidiano da cidade. Um ensaio visual que é também um diálogo entre o autor e a cidade, convidando o leitor a percorrer os seus passos. Na entrevista a Diogo Burnay e como resposta à questão sobre a importância da memória como mecanismo de “progresso”, Burnay responde citando Manuel Vicente: “O Manel costumava dizer-nos que o presente é um presente ao futuro e o passado é um presente ao presente.” Eu diria que esta frase atravessa todo o livro e que caracteriza exemplarmente o espírito deste bem sucedido projeto editorial. Um livro para conhecer Macau, enquanto espelho do mundo onde vivemos.
Hoje Macau SociedadeCovid-19 | Descartada ligação entre caso grave e vacinação As autoridades de saúde determinaram que um caso grave depois de vacinação contra a covid-19 notificado pelo Kiang Wu se tratou de epiglotite necrosante aguda, sem relação com a vacina. “O Grupo de Trabalho de Avaliação concluiu que o evento adverso do paciente não está relacionado com a vacinação e trata-se de um incidente ocasional”, comunicou o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. O utente foi vacinado a 13 de Maio num centro de saúde, com a primeira dose da vacina da BioNTech contra a covid-19, sem registar “desconforto significativo”. No dia 17 de Maio, o homem de 48 anos de idade manifestou dores de garganta. Com as dores a agravarem-se e falta de ar, acabou por recorrer a uma clínica privada na quarta-feira passada, que lhe prescreveu um tratamento anti-infeccioso oral. Horas mais tarde, quando se encontrava em casa, “desenvolveu dificuldades respiratórias, desmaiou e perdeu a consciência, foi transportado por ambulância para o Serviço de Urgência do Hospital Kiang Wu”. Depois de manobras de reanimação, o utente recuperou o batimento cardíaco e foi internado na Unidade de Cuidados Intensivos. O doente está em estado grave e a receber tratamento, tendo-lhe sido diagnosticada epiglotite necrosante aguda. Na sexta-feira de manhã, o centro de coordenação foi notificado pelo Hospital Kiang Wu de um caso grave após inoculação contra a covid-19. O Grupo de Trabalho de Avaliação de Eventos Adversos após a Inoculação da Vacina contra a Covid-19 analisou a situação e concluiu que o caso não tem ligação à vacina. “A epiglotite necrosante aguda é causada por infecção bacteriana e não há evidências de que a vacinação aumente o risco de epiglotite necrosante aguda”, indica a nota do centro de coordenação.
Hoje Macau SociedadeCrime | Detido suspeito de abuso sexual de menor Um jovem que já tinha registo criminal de violação é suspeito de ter abusado de uma menor com quem namorou três dias através de uma aplicação móvel. Segundo o jornal Ou Mun, a Polícia Judiciária (PJ) abriu uma investigação depois de ter recebido notificação do hospital na passada quinta-feira. A menor foi acompanhada ao hospital por familiares e pelo assistente social da escola, depois de ter denunciado que foi violada. Segundo a investigação, a vítima conheceu o suspeito a 16 de Maio através de uma aplicação de mensagens e começaram rapidamente um relacionamento online. Dias depois, a 19 de Maio, o suspeito encontrou-se com a menor num café na zona norte. No entanto, levou-a para sua casa sob o pretexto de visitar a irmã doente e terá acabado por violar a menor depois desta ter recusado envolver-se sexualmente. O residente de 25 anos, foi, entretanto, detido pela PJ e já tinha registo criminal por abuso sexual de menores, em 2012. O caso foi encaminhado para o Ministério Público por suspeitas de abuso sexual de criança.
Hoje Macau PolíticaAdministração | Ng Kuok Cheong quer responsabilização de chefias Ng Kuok Cheong questionou a responsabilização de titulares de altos cargos da Administração Pública e da máquina executiva. Em interpelação escrita, o deputado pergunta se o Governo desistiu de pedir a responsabilização das chefias que os relatórios do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) criticaram por abuso de competência. Além disso, pediu exemplos de pessoas que tenham sido responsabilizadas ou retiradas dos cargos. O deputado recordou que em resposta a uma interpelação, a Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública declarou que “o regime disciplinar geral dos trabalhadores da função pública é aplicado ao pessoal de direcção e chefia, deste modo, surgem situações de falta de articulação”, e como a inexistência de um regime disciplinar dirigido aos titulares de altos cargos é um entrave à sua responsabilização. Neste sentido, Ng Kuok Cheong questionou se Governo tem planos concretos para melhorias e a concretização de um novo regime.
Hoje Macau Manchete PolíticaCCAC | IPIM e DST dão “grande importância” a relatório Em reacção ao relatório divulgado pelo Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) comunicou que “dá grande importância aos pareceres e coopera activamente” com a entidade. A DST garante estar “atenta” à interpretação jurídica do CCAC sobre as sanções do processo disciplinar instaurado no seguimento de uma denúncia relativa a uma chefia funcional que se teria ausentado frequentemente durante o horário de trabalho. A DST diz que vai dar a conhecer a instauração e tratamento de todos os processos disciplinares. Por sua vez, também o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) nota que atribui “grande importância” às sugestões que o relatório do CCAC apresenta sobre a apreciação dos pedidos de fixação de residência, acrescentando que procede “de modo pré-activo e contínuo” à melhoria dos trabalhos. De acordo com um comunicado, o IPIM vai rever as autorizações de fixação de residência temporária concedidas. Além disso, pretende “elevar a transparência de informação” e rever periodicamente a eficácia dos procedimentos.
Hoje Macau EventosMuseu do Grande Prémio | Entradas à venda a partir de hoje Os bilhetes para o Museu do Grande Prémio estão à venda a partir de hoje, uma vez que o espaço abre oficialmente portas em Junho. O sistema de venda antecipada de bilhetes online foi optimizado, para facilitar as visitas de residentes e visitantes. Os bilhetes podem ser adquiridos para o dia seguinte ou até 30 dias antes da visita. A partir de 2 de Junho deixa de haver interrupção à hora de almoço, sendo acrescentada a venda de bilhetes para o dia no local do museu. A partir do próximo mês as entradas serão vendidas ao preço original, deixando de haver divisão de sessões de entrada, e será acrescentada a venda para o dia no local, excepto terça-feira, dia de encerramento do museu. No dia 1 de Junho, o horário de abertura ao público será excepcionalmente das 14h às 18h, sendo que, a partir do dia 2 de Junho o museu abre das 10h às 18h, sem interrupção à hora de almoço.
Hoje Macau PolíticaActivismo | Grupo sugere roupas pretas no dia 4 de Junho O grupo “Macau Student’s Concern Groups Alliance” sugeriu que quem queira homenagear as vítimas do Massacre de Tiananmen se vista de preto e use uma máscara da mesma cor no dia 4 de Junho. A iniciativa com o nome “Uma cidade toda vestida de preto a 4 de Julho” está a ser divulgada através de uma página do Facebook. Ao jornal All About Macau, o organizador da associação, Lireo, justificou a iniciativa com a obrigação moral de recordar o movimento de 4 de Junho, que considera um símbolo de liberdade. Quanto à tradicional vigília para recordar as vítimas, que foi proibida pela primeira vez no ano passado, Lireo admitiu acreditar na repetição da proibição. O organizador afirmou que como o Governo proibiu a vigília no ano passado, a manifestação contra os cupões electrónicos de consumo e a exposição fotográfica sobre o Massacre de Tiananmen, que o mais provável é que a vigília não seja autorizada. Em relação ao Macau Student’s Concern Groups Alliance, Lireo revelou que foi criado em Fevereiro deste ano por alunos do ensino secundário e universidades, que prestam atenção a assuntos como os direitos dos estudantes, democracia, direitos humanos, cultura e questões identitárias e sexuais.
Hoje Macau Manchete SociedadeNeto Valente, presidente da AAM: “Há alguns constrangimentos, as pessoas evitam dizer coisas” Jorge Neto Valente, presidente da Associação dos Advogados de Macau (AAM), comentou, à agência Lusa, o panorama político e social do território a propósito do 30º aniversário da Associação dos Advogados de Macau (AAM), que se celebra esta sexta-feira. Ao contrário do que aconteceu em Hong Kong, “onde havia muita gente a querer a independência” e “a hostilizar o Governo” chinês, recordou Neto Valente, Macau já tinha uma lei da segurança desde 2009, mas a situação na ex-colónia britânica levou à multiplicação de apelos ao patriotismo no antigo território sob administração portuguesa. “Hoje é difícil encontrar alguém que não se declare patriota convicto e extremo, toda a gente quer ser patriota”, ironizou Neto Valente. “Não tem a ver com a justiça, mas de facto, há alguns constrangimentos, e as pessoas evitam dizer coisas e falar de coisas que possam ser interpretadas contra elas”, apontou, negando, no entanto, a existência de “repressão pública contra pensamentos que não sejam ortodoxos”. “Na justiça não se vê isso. Não foi levado ninguém a tribunal por violação da lei da segurança nacional”, frisou. Em relação à advocacia, Neto Valente lembrou que a proporção de advogados de língua materna portuguesa em Macau diminuiu drasticamente, passando de 70% há 30 anos, quando a associação que regula a profissão foi criada, para menos de 30%. Em 1999 “havia 87 advogados de pleno direito e 13 estagiários, e a esmagadora maioria, seguramente 70%, eram de língua materna portuguesa”, recordou. “Neste momento, eu diria que 70% [dos inscritos] são de língua materna chinesa”, num universo de “436 advogados e 127 estagiários”, apontou o presidente da AAM. Menos português Nos últimos anos, o número de advogados de Portugal que vão para Macau para exercer a profissão tem vindo a diminuir, apontou. “Há muito poucos, porque, além da questão da pandemia, os advogados de Portugal não podem chegar aqui, bater à porta e dizer ‘estou cá'”, disse. Antes de poderem exercer no território, têm de obter autorização de residência e de trabalho, “o que não é fácil”, e “fazer um curso de adaptação ao Direito de Macau”. “Ou então têm de começar pelo estágio, e a maior parte dos advogados não quer ter de fazer estágio outra vez”, explicou. Neto Valente, que foi presidente da AAM em 1996, ainda antes da cessão de Macau à China, e voltou a assumir o cargo alguns anos após a transição, considerou que a língua portuguesa está em recuo também nos tribunais. “Os tribunais têm caminhado no sentido de privilegiar o uso da língua chinesa, embora os magistrados de Macau tenham de ser bilingues”, sublinhou. “Chinês todos sabem, e depois, português, uns sabem mais, outros menos, mas há magistrados que são muito bons, são bilingues perfeitos”, acrescentou. Segundo Neto Valente, “nos casos cíveis, há mais produção em língua portuguesa, nos criminais, há mais produção em língua chinesa, por uma razão de facto (…): os suspeitos são, na esmagadora maioria, chineses”. “Quando chega aos magistrados, muitos deles preferem escrever em chinês, porque o processo está todo em chinês”, explicou o advogado, frisando que o português continua a ter estatuto de língua oficial, consagrado na Lei Básica. “Está lá escrito”, sublinhou. O facto de algumas decisões serem escritas em chinês “cria algumas dificuldades, porque há muitos advogados, mesmo de língua chinesa e locais, sobretudo os que estudaram em Portugal, que ainda pensam o Direito em português”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia ameaçada por outro ciclone após tempestade Tauktae fazer 110 mortos Um ciclone está a formar-se na baía de Bengala, no leste da Índia, alertaram hoje meteorologistas indianos, depois da passagem pelo país da tempestade tropical Tauktae, que deixou pelo menos 110 mortos. De acordo com o departamento meteorológico da Índia, a zona de depressão deve formar-se no sábado na costa leste da Índia. É “muito provável” que o sistema gradualmente se transforme numa tempestade ciclónica que poderá atingir os estados de Bengala Ocidental e Odisha por volta de 26 de maio. O ciclone Tauktae atingiu fortemente os estados costeiros do oeste da Índia na segunda-feira, num momento em que o país está a enfrentar uma segunda onda da pandemia do novo coronavírus de grandes proporções desde o final de março. Mesmo antes de o sistema de furacões atingir a costa do Estado de Gujarat, rajadas de até 185 quilómetros por hora e chuvas torrenciais mataram cerca de 20 pessoas no oeste e no sul da Índia. Só neste estado registaram-se pelo menos 53 mortos, disseram autoridades na noite de quarta-feira. Mas o número de mortos pode aumentar, de acordo com a imprensa local, que relatou a morte de cerca de 80 pessoas em desabamentos de casas e paredes. A marinha indiana encontrou 37 corpos após o naufrágio de um navio de apoio a instalações petrolíferas e 40 pessoas ainda estão desaparecidas. O navio, que naufragou ao largo de Mumbai, capital do Estado de Maharashtra, tinha 273 pessoas a bordo e ficou à deriva devido aos fortes ventos que se abateram na costa ocidental da Índia. Em maio do ano passado, mais de 110 pessoas morreram depois de o ciclone Amphan ter devastado o leste da Índia e Bangladesh na baía de Bengala. Especialistas dizem que o Mar da Arábia, onde Tauktae teve a sua origem, está a proporcionar ciclones mais fortes do que no passado, devido ao aquecimento global. “O Mar da Arábia é uma das bacias de aquecimento mais rápido entre os oceanos do mundo”, disse à AFP Roxy Mathew Koll, do Instituto Indiano de Meteorologia Tropical.
Hoje Macau China / ÁsiaÁsia regressa a confinamentos com aumento de novos casos de covid-19 Uma nova vaga da pandemia de covid-19 está a obrigar partes da Ásia a introduzir intensivas medidas de confinamento, perante o aumento de número de contágios e de mortes. A escassa população da Mongólia viu o número de mortos subir de 15 para 239, enquanto Taiwan, que foi considerado um caso de sucesso na luta contra o novo coronavírus, registou mais de 1.200 casos desde a semana passada e colocou mais de 600.000 pessoas em isolamento por duas semanas. Hong Kong e Singapura adiaram pela segunda vez a possibilidade de retomar viagens entre si sem quarentena, após um surto de origem incerta em Singapura. A China, que praticamente tinha eliminado os casos de infeções, viu novos casos de covid-19, aparentemente devidos ao contacto com pessoas que chegam do exterior. A situação está a prejudicar os esforços para o regresso ao normal da vida social e económica na Ásia, especialmente em escolas e setores como o turismo, que depende do contacto pessoal. Em Taiwan, o aumento de novos casos de contágio está a ser impulsionado pela variante mais facilmente transmissível identificada pela primeira vez no Reino Unido, de acordo com Chen Chien-jen, epidemiologista e ex-vice-Presidente da ilha, que liderou a muito elogiada resposta à pandemia no ano passado. Em Wanhua, normalmente uma área movimentada de Taiwan com barracas de comida, lojas e locais de entretenimento, o mercado noturno de Huaxi e o templo budista Longshan estão encerrados. A ilha fechou todas as escolas e as restrições foram ampliadas a todo o território: restaurantes, ginásios e outros locais públicos foram encerrados e reuniões de mais de cinco pessoas em ambientes fechados e mais de 10 pessoas ao ar livre foram proibidas. A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, procurou tranquilizar as pessoas que procuravam voltar a circular livremente, mas foram confrontadas com novas medidas de confinamento. “Continuaremos a fortalecer a nossa capacidade médica”, disse Tsai, acrescentando que as vacinas devem chegar em breve. A Malásia impôs inesperadamente um confinamento de um mês, até 07 de junho, depois de as autoridades terem registado aumentos acentuados no número de novas contaminações e o aparecimento de novas variantes do vírus. Este é o segundo confinamento geral em pouco mais de um ano e ocorre depois de os casos terem quadruplicado desde janeiro no país, sendo agora mais de 485.000, incluindo 2.040 mortes. As viagens entre os estados da Malásia, bem como as atividades sociais, estão proibidas, as escolas estão fechadas e os restaurantes podem fornecer apenas serviço de entrega, quando os hospitais estão quase a esgotar a sua capacidade de atender mais doentes com covid-19. Singapura impôs severas medidas de distanciamento social até 13 de junho, restringindo as reuniões públicas a duas pessoas e proibindo o serviço de jantar em restaurantes, depois de um significativo aumento no número de novas infeções com o novo coronavírus. As escolas voltaram ao regime de ensino à distância, após os alunos de várias instituições de ensino terem sido contaminados. Hong Kong respondeu a novos surtos aumentando a exigência de quarentena de 14 para 21 dias para viajantes não vacinados que chegam de países de “alto risco”, incluindo Singapura, Malásia e Japão, bem como da Argentina, Itália, Holanda e Quénia. A China montou postos de controle em aeroportos e estações ferroviárias na província de Liaoning, onde novos casos foram registados esta semana. Os viajantes devem ter prova de um recente teste de vírus negativo e os testes em massa foram exigidos em Yingkou, uma cidade portuária com conexões marítimas para mais de 40 países. A Tailândia registou 35 mortes na terça-feira e 29 ontem, os mais elevados números desde o início da crise sanitária, elevando o número total de óbitos para 678. Nas Filipinas, o Presidente Rodrigo Duterte suavizou as medidas de combate à pandemia, procurando combater a crise económica e a fome, mas continua a impedir reuniões públicas, numa época de festividades religiosas no país. As infeções de covid-19 nas Filipinas aumentaram em março para os piores níveis da Ásia, ultrapassando 10.000 novos casos por dia e levando Duterte a impor confinamento em Manila, em abril. O secretário de Saúde filipino, Francisco Duque, disse que a retoma parcial das atividades económicas, o aumento do não cumprimento das restrições e o rastreio inadequado das pessoas expostas ao vírus combinaram-se para desencadear o aumento acentuado das infeções.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Voos para a China aceitam certificado de vacinação como alternativa ao teste IgG A companhia aérea Beijing Capital Airlines, que opera o voo entre Portugal e China, anunciou ontem que passa a permitir aos passageiros que apresentem um certificado de vacinação, como alternativa ao teste de anticorpos IgG. Em comunicado enviado à agência Lusa, a companhia esclarece que passa, desde ontem, a permitir que os passageiros que viajam para a China apresentem o certificado de vacinação ou o certificado negativo IgG. Para além de um daqueles dois certificados, o passageiro deve apresentar os resultados negativos dos testes de ácido nucleico PCR e de anticorpos IgM. A companhia aérea chinesa opera atualmente uma ligação entre Lisboa e Xi’an, cidade no centro da China, com a frequência de um voo por semana. Os certificados devem ser emitidos por um laboratório de análises português até 48 horas antes da partida, lê-se na mesma nota. Fonte da companhia aérea esclareceu à Lusa que qualquer vacina contra a covid-19 serve para o efeito. As autoridades chinesas reduziram as ligações aéreas com o exterior, no final de março do ano passado, à medida que o novo coronavírus se alastrou pelo mundo. A Beijing Capital Airlines retomou, no final de agosto passado, o voo entre Portugal e a China. O país, onde a covid-19 surgiu em dezembro, foi o primeiro a conter o surto, pelo que passou a temer uma ressurgência devido aos casos oriundos do exterior, sobretudo chineses que tentam regressar ao país.