Começou ontem o julgamento de Frederico Rosário no caso criptomoeda

Frederico dos Santos Rosário, filho de Rita Santos, acusado de burla num caso de investimento em criptomoeda, disse ontem em tribunal que está inocente. Segundo a TDM – Rádio Macau, o empresário negou todas as acusações de que é alvo, culpou o outro arguido do processo, o empresário de Hong Kong Dennis Lau, de ser o principal responsável pelo plano e afirmou nunca ter recebido dinheiro de investidores. Dennis Lau não compareceu na primeira sessão de julgamento.

O caso envolve 71 pessoas de Macau, com idades entre 22 e 63 anos, e envolve montantes na ordem das 20 milhões de patacas. Frederico Rosário disse ainda que acompanhou a situação de 40 investidores, na sua maioria seus familiares, onde se inclui esposa, pais e primos, bem como amigos de infância.

Em tribunal, o arguido disse também que conheceu Dennis Lau num evento de e-sports, organizado pela sua empresa. Depois desse encontro, o empresário de Hong Kong terá convidado o residente a investir num projecto de criptomineração, em Dezembro de 2017. Frederico Rosário começou por investir 150 mil dólares de Hong Kong, tendo recebido 10 por cento das acções da empresa. Este admitiu que não verificou os dados financeiros da empresa e que o investimento foi feito com base em confiança pessoal, bem como no facto de o empresário de Hong Kong ter pergaminhos e hardware de ponta para a mineração de criptomoeadas.

ATFPM metida ao barulho

O investimento em criptomoeda chegou a ser promovido na sede da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, cuja assembleia-geral é presidida por Rita Santos. Ambos negaram quaisquer ilegalidades, mas muitos investidores acusaram Rita Santos de incitar ao investimento. Frederico dos Santos Rosário disse em tribunal ter tentado obter justificações e provas bancárias junto de Dennis Lau, mas que este primeiro furtou-se a apresentá-las e que depois apresentou provas alegadamente falsas, na versão de Frederico Rosário.

Na sessão de ontem foram ouvidas cinco testemunhas que confessaram ter sabido da possibilidade de investimento por diversas vias, incluindo as sessões na ATFPM, e que fizeram os pagamentos em cheque a Dennis Lau e nunca a Frederico. As testemunhas acusaram, aliás, Dennis Lau de ser o responsável pela alegada burla.

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