Myanmar | Xi manifesta vontade de “acelerar cooperação”

O Presidente chinês, Xi Jinping, enviou ontem uma mensagem ao chefe da junta militar de Myanmar, Min Aung Hlaing, expressando a vontade de “acelerar a cooperação de alta qualidade” entre a China e a antiga Birmânia.

Xi sublinhou que a amizade entre a China e Myanmar “resistiu ao teste do tempo e saiu reforçada”, segundo um comunicado divulgado no âmbito do 75.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas bilaterais, citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

“Os dois países mantiveram uma boa vizinhança, aprofundaram a cooperação mutuamente benéfica e apoiaram-se firmemente nas questões relacionadas com os respectivos interesses fundamentais e preocupações essenciais, dando assim um excelente exemplo de intercâmbio amigável entre nações”, afirmou o chefe de Estado chinês.

A China atribui “grande importância” ao desenvolvimento dos laços com Myanmar e está disposta a trabalhar com o país, utilizando o 75.º aniversário dos laços diplomáticos “como uma oportunidade para acelerar a cooperação de alta qualidade no âmbito da Faixa e da Rota”, disse ainda Xi.

O Presidente chinês reuniu-se com Min Aung Hlaing no dia 09 de Maio em Moscovo, no que se acredita ter sido o primeiro encontro pessoal entre os dois desde o golpe de Estado levado a cabo pela Junta Militar em 01 de Fevereiro de 2021, com a prisão do Presidente eleito Win Myint, assim como da ex-lider do partido no Governo, Aung Suu Kyi, e de outros governantes e políticos.

Embora as trocas diplomáticas entre Myanmar e a China não tenham sido interrompidas pelo golpe, tornaram-se mais públicas ao longo dos anos, tal como a mediação de Pequim no conflito.

9 Jun 2025

Hong Kong usa IA para prever riscos de Alzheimer através de imagens da retina

Um centro de saúde de Hong Kong desenvolveu um sistema que utiliza tecnologias de inteligência artificial (IA) para prever o risco de doença de Alzheimer através da análise de imagens da retina, um avanço pioneiro no mundo.

O sistema analisa de forma não invasiva as imagens do fundo do olho, detectando alterações precoces nos vasos sanguíneos e nos nervos da retina que podem estar relacionadas com a doença de Alzheimer, permitindo identificar potenciais casos de risco anos antes do aparecimento de sintomas clínicos.

O Humansa Medical Center, um centro de saúde centrado na longevidade, desenvolveu o sistema em colaboração com a i-Cognitio Sciences, uma empresa de tecnologia oftalmológica da Universidade Chinesa de Hong Kong (CUHK).

A inteligência artificial da i-Cognitio foi validada com um vasto conjunto de dados, que inclui quase 13.000 imagens do fundo de olhos de 648 pacientes diagnosticados com Alzheimer e mais de 3.000 indivíduos com cognição normal.

Um estudo publicado em 2022 na revista Lancet Digital Health demonstrou que a tecnologia de inteligência artificial desenvolvida para a detecção do risco de Alzheimer atinge uma precisão de 80 por cento a 92 por cento em populações multiétnicas de diversos países.

A demência afecta cerca de um terço das pessoas com mais de 85 anos na região Ásia-Pacífico, segundo dados recentes. Em Hong Kong, a demência afecta 10 por cento da população com mais de 70 anos e a doença de Alzheimer é responsável por mais de metade dos casos diagnosticados.

Estudos científicos sublinham que até 45 por cento dos casos de demência poderiam ser evitados ou retardados através de intervenções precoces, salientando a importância da detecção precoce para atenuar o impacto da demência na população.

No entanto, os testes cognitivos convencionais e a imagiologia estrutural do cérebro apresentam uma precisão limitada, ao passo que os métodos avançados, como o PET amiloide e a análise do líquido cefalorraquidiano, são invasivos e menos acessíveis à população em geral.

Acção crucial

Neste contexto, este estudo desenvolveu um modelo baseado na aprendizagem profunda com uma abordagem que promete oferecer “uma solução simples, de baixo custo e pouco trabalhosa” para identificar potenciais doentes em ambientes comunitários e proporcionar uma precisão e sensibilidade adequadas.

Num esforço para realçar a relevância da IA no diagnóstico e nos cuidados de saúde do cérebro, Vincent Mok, director e fundador da i-Cognitio, destacou o papel fundamental da retina como janela para o cérebro. Segundo Mok, “através da fotografia do fundo do olho não invasiva, é possível identificar alterações nos vasos sanguíneos da retina e nos nervos da retina ligados à doença de Alzheimer”.

O especialista explicou que essas alterações na retina podem manifestar-se entre 10 a 15 anos antes que os sintomas clínicos da Alzheimer sejam evidentes, o que representa uma oportunidade crucial para uma intervenção precoce.

9 Jun 2025

Vice-primeiro-ministro chinês em Londres pra debater tarifas com os EUA

O vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, vai liderar a delegação chinesa nas negociações comerciais com representantes dos Estados Unidos, amanhã em Londres, anunciou sábado o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

Num comunicado citado pela agência espanhola de notícias Efe, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês indicou que He Lifeng visitará o Reino Unido de 08 a 13 de Junho “a convite do governo britânico” e aproveitará a sua estadia no país para participar na “primeira reunião do mecanismo de consulta económica e comercial China-Estados Unidos”.

He, muito próximo do Presidente da China, Xi Jinping, foi encarregado de liderar as negociações comerciais realizadas no mês passado em Genebra com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que terminaram com uma trégua tarifária entre as duas potências.

O anúncio foi feito um dia depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter antecipado que a reunião sobre tarifas entre delegados comerciais dos EUA e da China, acordada na quinta-feira numa chamada telefónica com Xi Jinping, vai realizar-se esta segunda-feira, em Londres.

A conversa entre os dois líderes ocorreu depois de, na semana passada, Trump ter acusado a China, sem dar detalhes, de violar o acordo bilateral de pausa tarifária alcançado em maio, após o encontro em Genebra. Pequim respondeu argumentando que foi Washington quem violou o acordo, ao impor novas restrições sobre chips e o cancelamento de vistos para estudantes chineses, anunciado na semana anterior.

Guerra aberta

Os dois países tinham iniciado uma escalada de tarifas no dia seguinte ao anúncio feito por Trump, no início de Abril, das suas tarifas ditas “recíprocas”, impondo pelo menos 10 por cento sobre todos os produtos que entram nos Estados Unidos, independentemente da sua origem.

Os produtos chineses foram sujeitos a uma sobretaxa de 34 por cento, para além dos 20 por cento impostos no âmbito da luta contra o tráfico de fentanilo, um opiáceo que está a provocar uma grave crise sanitária nos Estados Unidos, e dos direitos aduaneiros que existiam antes da reeleição de Donald Trump.

Pequim retaliou com tarifas equivalentes, o que levou a uma guerra aduaneira com Washington, atingindo 125 por cento e 145 por cento, respectivamente, sobre os produtos de cada país, provocando um forte abrandamento do comércio entre os dois gigantes.

9 Jun 2025

Hong Kong | Descartada retaliação tarifária que comprometa “ADN de sucesso”

John Lee defende o estatuto da região administrativa especial como um porto livre e quer diversificar o mercado do território afastando-o cada vez mais dos Estados Unidos

 

O Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, afirmou que as tensões entre Pequim e Washington não farão a cidade adoptar medidas de retaliação, que comprometeriam o seu “ADN de sucesso” e estatuto de zona portuária livre. Em entrevista ao diário de Hong Kong South China Morning Post, no terceiro aniversário da sua administração, Lee afirmou que o seu governo preparou “planos de contingência para os piores cenários”.

Garantiu também que está a tentar contrariar o impacto das taxas aduaneiras impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à China, que também afectam a região administrativa especial chinesa, apesar do regime “um país, dois sistemas”.

O líder de Hong Kong reafirmou que a metrópole manterá o seu estatuto de porto livre e excluiu a possibilidade de medidas de retaliação contra os EUA, mesmo que as relações entre Pequim e Washington se deteriorem. Lee rejeitou que esta atitude seja “passiva”, defendendo a estratégia como forma de preservar o estatuto económico de Hong Kong.

De acordo com a Lei Básica de Hong Kong, a mini-constituição que rege a cidade, a região manterá o seu papel de território aduaneiro independente da China e não imporá tarifas a não ser que a lei estipule o contrário, consolidando a posição de porto livre.

Por outras águas

Lee afirmou ainda que, nos dois anos que restam do seu mandato, o Governo de Hong Kong intensificará as medidas de diversificação dos mercados em benefício das empresas locais, reduzindo a exposição das mesmas aos Estados Unidos e incentivando a expansão para “oceanos azuis”, em regiões económicas de elevado potencial, como o Sudeste Asiático e o Médio Oriente.

“Com 180-190 economias globais, as oportunidades são vastas. Estamos a falar de reorientar estratégias, desenvolver novas capacidades e forjar alianças estratégicas”, afirmou, sublinhando a necessidade de consolidar a posição de Hong Kong enquanto centro financeiro e comercial mundial face às tensões geopolíticas.

Os Estados Unidos são o segundo maior mercado de exportação de Hong Kong, com um volume de 37,9 mil milhões de dólares em mercadorias em 2024, liderado por equipamentos e peças de telecomunicações e seguido por computadores, pedras preciosas, jóias, semicondutores e válvulas e tubos electrónicos.

9 Jun 2025

Fronteiras | Número de entradas e saídas ultrapassou 100 milhões

Desde o início do ano até às 14h de sábado, as autoridades contabilizaram 100 milhões de entradas e saídas nas fronteiras de Macau. Segundo os dados revelados ontem pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública, a fasquia dos 100 milhões de movimentos fronteiriços ocorreu 18 dias mais cedo do que no ano passado.

As autoridades acrescentam que foi assim “batido mais uma vez novo recorde de tempo mais curto a atingir as cem milhões de passagens fronteiriças, com uma média diária de 0,6 milhões entradas e saídas de Macau, representando um aumento de 10,8 por cento em relação ao mesmo período do ano passado”.

O CPSP destaca também que o volume de passageiros/passagens no Posto Fronteiriço das Portas do Cerco ultrapassou 50 milhões no dia 30 de Maio, e que os postos de Hengqin e da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau atingiram o “fluxo anual de 10 milhões passagens fronteiriças, sucessivamente em 7 e 9 de Maio, mais cedo que o ano anterior”.

Os 100 milhões de entradas e saídas, cerca de 36,2 milhões foram residentes de Macau, enquanto os movimentos fronteiriços de visitantes chegaram quase aos 34 milhões. Desde o início do ano, até ao passado sábado, 25,9 milhões de trabalhadores não-residentes e familiares entraram e saíram de Macau.

O CPSP explica o aumento do fluxo de pessoas nas fronteiras este ano com o “impulso das políticas favoráveis a Macau como ‘uma entrada por semana’, ‘um visto de múltiplas entradas’ e ‘Circulação de veículos de Macau na província de Guangdong’”.

9 Jun 2025

Facilitada entrada a estrangeiros através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau

O Corpo de Polícia de Segurança Pública anunciou que os turistas de 82 países, incluindo Portugal, Brasil e Cabo Verde, poderão entrar na região através da maior ponte marítima do mundo, sem precisar de sair do veículo.

A medida entra hoje em vigor na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e abrange todos os visitantes dos 82 países isentos de visto de entrada, disse o CPSP. Num comunicado divulgado na quinta-feira, a polícia adiantou que todos os turistas estrangeiros “munidos de passaporte válido”, independentemente da nacionalidade, poderão sair de Macau e entrar na ponte sem sair do veículo.

O objectivo da polícia é “promover o intercâmbio cultural internacional e ajudar Macau a tornar-se uma plataforma aberta ao exterior (…) e uma janela importante para o intercâmbio entre as civilizações chinesa e ocidental”. A polícia acrescentou que a medida, que abrange os veículos que possam transportar até nove pessoas, foi decidida “após uma avaliação aprofundada da procura de entrada e saída” no posto fronteiriço da ponte.

Para a outra margem

A Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, a mais longa travessia marítima do mundo, registou mais de 172 mil passageiros estrangeiros até ao final de Abril, um aumento de 70 por cento em comparação com o mesmo período de 2024. “Este aumento deve-se em grande parte à expansão das políticas de isenção de visto pela China, sendo que o posto fronteiriço terrestre de Zhuhai é o único no território continental chinês que oferece acesso rodoviário directo ao Aeroporto Internacional de Hong Kong”, avançou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.

No final de Abril, o secretário para a Segurança de Macau anunciou planos para acelerar o controlo fronteiriço de visitantes estrangeiros, sem estatuto de residente ou autorização de trabalho, através da utilização de canais electrónicos automáticos. As autoridades irão expandir os equipamentos de auto-serviço para o Sistema de Recolha de Dados Biométricos, que passará a aplicar-se a todos os visitantes estrangeiros, explicou Wong Sio Chak.

O secretário acrescentou que o Governo irá estudar a extensão da tecnologia de reconhecimento por íris nos controlos fronteiriços a não residentes em 2025.

9 Jun 2025

DSAMA | Arrancam passeios marítimos de fim-de-semana

O “Passeio marítimo no período de defeso de pesca 2025”, organizado pela Associação de Auxílio Mútuo de Pescadores de Macau, foi oficialmente inaugurado no sábado. Até 20 de Julho serão operadas três viagens marítimas diárias aos sábados e aos domingos, entre a doca da Ilha Verde e as águas próximas de Shizimen. As viagens, que duram cerca de uma hora e meia, têm partidas às 10h30, 14h30 e 16h30.

Os passeios custam 40 patacas por pessoa e estão limitados ao número máximo de 26 passageiros, sendo que cada pessoa só pode comprar um máximo de quatro bilhetes. A embarcação usada nos passeios é um barco tradicional de pesca de madeira com comprimento de cerca de 31 metros.

Num comunicado divulgado no sábado, a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) refere que o “itinerário permite ao público apreciar a paisagem do Porto Interior, das pontes e da modernização da zona comercial de Shizimen”.

A bordo da embarcação são exibidos aparelhos e equipamentos de pesca, assim como modelos de barco. Durante a viagem, os pescadores vão demonstrar técnicas tradicionais de tecelagem e partilhar histórias pessoais sobre a profissão. Os passeios contam o apoio da DSAMA e das concessionárias Galaxy, Melco, MGM e SJM.

9 Jun 2025

MUST | Sam Hou Fai promete ambiente favorável

O Chefe do Executivo discursou no sábado na cerimónia de graduação 2025 da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST), prometendo que o Governo, “em colaboração com todos os sectores da sociedade, irá proporcionar mais oportunidades, um palco maior e um ambiente mais favorável para os estudantes e a geração jovem desenvolverem os seus talentos, trabalharem, criarem os seus próprios negócios e concretizarem as suas aspirações”.

Além do sucesso profissional, Sam Hou Fai expressou o desejo de que “o espírito patriótico e amor a Macau continue a ser transmitido de geração em geração, e que o princípio de ‘Um País, Dois Sistemas’ prossiga”.

Sam Hou Fai salientou o estímulo dado pelo Presidente Xi Jinping, que visitou a MUST em Dezembro do ano passado, trocando impressões com professores, estudantes e investigadores da universidade, e dando “orientações e atenção valiosas”.

9 Jun 2025

Ouro | Governo prepara nova lei para comércio

O Conselho de Consumidores começou a ouvir os comerciantes de ouro com o objectivo de alterar a legislação em vigor. A informação foi divulgada através de uma nota de imprensa.

“À medida da evolução das técnicas no sector e da mudança dos modelos de consumo nos anos recentes, o CC propõe a optimização do regime jurídico dos artigos de ouro de Macau, no sentido de permitir que o sector corresponda às necessidades reais no desenvolvimento do mercado, aumentando a sua competitividade e protegendo os direitos e interesses do consumidor”, foi explicado.

Houve assim três sessões de consulta com os comerciantes, embora as datas não tenham sido reveladas. O objectivo passa também por fazer com que Macau seja um centro mundial para a compra e venda de ouro. “O CC procedeu à organização e à análise das respectivas opiniões e irá optimizar o regime jurídico […] conforme a situação real, de maneira de contribuir para o posicionamento de Macau enquanto Centro Mundial de Turismo e Lazer”, foi acrescentado.

9 Jun 2025

Eleições | Listas candidatas caem para menos de metade

A comissão eleitoral recebeu até ao final do prazo nove pedidos de candidatura por sufrágio directo ao parlamento de Macau, menos de metade do que nas anteriores eleições, em 2021. O próximo passo será a apresentação das listas de candidatos e programas políticos até 26 de Junho

 

A Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) recebeu nove pedidos de listas candidatas às próximas eleições legislativas, menos de metade das listas que tentaram participar no acto eleitoral de 2021. Há quatro anos, houve 19 listas de candidatos à Assembleia Legislativa (AL), embora cinco listas e 21 candidatos – 15 dos quais pró-democracia -, tenham depois sido excluídos por “não defenderem a Lei Básica” e não serem “fiéis à RAEM”.

Num comunicado divulgado na sexta-feira, a comissão eleitoral sublinhou que, após terminar o prazo para a apresentação de pedidos, as comissões de candidatura que foram reconhecidas poderão apresentar a lista de candidatos e programa político até 26 de Junho. A lista apenas será “definitivamente admitida” para as eleições “após passar a verificação” dos candidatos, sublinhou o órgão eleitoral.

A Comissão de Defesa da Segurança do Estado irá determinar “se os candidatos defendem a Lei Básica e são fiéis” à RAEM e emitir um parecer vinculativo, do qual “não cabe reclamação nem recurso contencioso”.

Esta Comissão de Defesa da Segurança do Estado irá anunciar, o mais tardar, até 15 de Julho, a decisão sobre a verificação da lista de candidatos para as legislativas, marcadas para 14 de Setembro. A comissão eleitoral prometeu aplicar “de forma rigorosa” a nova lei eleitoral, aprovada depois das exclusões de 2021, “que visa uma maior implementação do princípio ‘Macau governada por patriotas'”.

Em bom português

Na terça-feira, ao apresentar o seu pedido de candidatura, o deputado português José Pereira Coutinho garantiu estar confiante de que não será desqualificado, apesar de ser – juntamente com o deputado Ron Lam – uma das poucas vozes críticas do Governo na AL.

“O facto de ser crítico não significa que não sou patriota, eu também sou patriota”, disse o antigo candidato à Assembleia da República portuguesa, em 2015, pelo partido Nós Cidadãos.

“Nós temos aqui trabalhado sempre para o bem de Macau e para o bem dos cidadãos de Macau”, acrescentou Pereira Coutinho. Trinta e três deputados integram a AL, sendo que 14 são eleitos por sufrágio directo, 12 por sufrágio indirecto, através de associações, e sete são nomeados posteriormente pelo chefe do Governo local.

No caso do sufrágio indirecto, a comissão eleitoral disse ter recebido seis pedidos de candidatura, mais um do que em 2021, para os cinco sectores: industrial, comercial e financeiro; trabalhadores; profissionais liberais; serviços sociais e educacional; e cultural e desportivo. Há quatro anos, as 19 listas iniciais de candidatos por sufrágio directo contavam com três lusodescendentes.

Dois deles, José Pereira Coutinho e Lídia Lourenço, estavam na lista da Nova Esperança, ligada à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau. O terceiro, o arquitecto Rui Leão, secretário-geral da União Internacional de Arquitectos, integrou a lista Observatório Cívico, encabeçada pela então deputada Agnes Lam.

Pereira Coutinho não revelou a composição da lista, mas garantiu a presença de Rita Santos, que pediu em Outubro a suspensão do mandato de conselheira das Comunidades Portuguesas para preparar as eleições. Pereira Coutinho renunciou em 2021 ao mandato de conselheiro das Comunidades Portuguesas, para o qual tinha sido eleito em 2015, pelo círculo da China, Macau e Hong Kong.

9 Jun 2025

Camões foi “grande ‘amador'” de Moçambique, influenciando a sua poesia

O académico Lourenço do Rosário destacou na sexta-feira que Luís de Camões influenciou poetas moçambicanos como um “grande ‘amador’”, pedindo mais pesquisas para descobrir um Camões acolhido na Ilha de Moçambique, no norte do país.

“Camões foi um grande amador, gostava muito de mulheres e uma das razões de ele estar sempre na prisão era exactamente porque ele tinha vários problemas com mulheres, sobretudo casadas (…). Ele chega em 1567, não tinha dinheiro para continuar a viagem para Portugal, não tinha dinheiro também para viver na Ilha de Moçambique”, descreveu o académico moçambicano Lourenço do Rosário, em declarações à imprensa, após proferir a palestra da abertura do segundo congresso sobre os 500 anos de Camões.

Moçambique acolhe o segundo congresso dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões, dando ênfase à relação do poeta português com o oceano Índico e o território moçambicano. Lourenço do Rosário, ensaísta e professor de literatura, disse que Camões foi acolhido “no Macúti”, casas construídas com material local, “pelas mulheres muthianas” (mulher, na língua local de Nampula), quando chegou à Ilha de Moçambique.

“Ele faz aquele poema ‛Endechas a Bárbara Escrava’, que é um dos mais lindos poemas que escreveu sobre mulheres, portanto Camões sabia cantar a mulher”, acrescentou Lourenço do Rosário.

“Uma obrigação”

O ex-reitor da Universidade Politécnica de Maputo e também membro de júri do Prémio Leya criticou Portugal por não valorizar os feitos de Camões para o império português do Oriente, defendendo que não se pode “alienar esta realidade” de que o poeta “começou a escrever e terminou as suas obras em Moçambique”.

“Então, temos essa obrigação de resgatar essa leitura de Camões e ir ver o que ele de crítico tinha em relação à presença de Portugal no império do oriente”, disse o professor, pedindo pesquisa para assegurar a presença de Camões nas escolas a partir da sua ação no oriente.

A partir dessa perspectiva, Lourenço do Rosário lembrou também que Camões deve ser visto em Moçambique como alguém que foi “preso, expulso e degredado”, que lutou como militar e viveu pobre, tendo passado por “privações” no Oriente, antes de Portugal o apresentar ao mundo como um “grande poeta português”.

Lourenço do Rosário pediu mais pesquisas para influenciar as decisões políticas face à presença de Camões nos programas de ensino no país. “É preciso valorizar aquilo que é nosso, e Camões é nosso, porque ele escreveu aqui”.

“Há toda uma geração, grupo de [Eduardo] White, Nelson Saúte, Rui Knopfli, sobretudo os poetas que estão ligados à Ilha de Moçambique, têm muita influência da escrita do Camões, do olhar do Camões sobre o mundo, não só do ponto de vista do amor, mas também sobre a crítica social, portanto, acho que os pesquisadores moçambicanos têm muito material para descobrir e influenciar os nossos manuais escolares. Não aquele Camões heroico de Portugal, mas o Camões nosso, de Moçambique”, disse.

O embaixador de Portugal em Moçambique, também presente na abertura do congresso, destacou o movimento académico no enaltecimento de Camões como um “elemento unificador” de uma cultura e língua que “não é só dos portugueses”, apontando o poeta como “símbolo de projeção da comunidade de falantes do português no futuro”.

A Rede Camões em África e Ásia, que promove e incentiva estudos e publicações sobre Camões, realizou o primeiro congresso sobre os 500 anos do nascimento do poeta no ano passado, em Macau, sendo que, para 2026, se pretende levar o mesmo evento para Goa, fazendo um périplo por lugares onde este passou e viveu, explicou a organização.

Nascido há 501 anos, em 10 de Junho de 1524, em Lisboa, o poeta-soldado Luís Vaz de Camões viveu e escreveu cerca de dois anos na Ilha de Moçambique, na antiga rua do Fogo, onde também terá sentido que o amor “é fogo que arde sem se ver”.

8 Jun 2025

Citigroup | Despedidos 3.500 funcionários na China

O banco norte-americano Citigroup despediu cerca de 3.500 colaboradores da divisão de tecnologia na China continental, no âmbito de uma estratégia global de redução de custos e reestruturação operacional, informou ontem o jornal Financial Times.

Os cortes afectam uma divisão sediada nas cidades de Xangai e Dalian, responsável pela prestação de serviços informáticos a operações do Citigroup em mais de 20 países.

Segundo informou o banco, alguns dos postos de trabalho serão relocalizados para outros países, “para ficarem mais próximos dos negócios e produtos que apoiam”, sem, no entanto, revelar números ou destinos concretos. A instituição financeira indicou ainda que o processo deverá estar concluído “no início do quarto trimestre”.

“Apesar de ainda haver trabalho a fazer, muitos dos nossos esforços permitiram melhorar a eficiência da nossa forma de operar, da nossa força de trabalho e da presença global em termos de infraestruturas”, afirmou Marc Luet, responsável do Citi para o Japão, norte da Ásia e Austrália, citado pelo Financial Times.

O banco, que mantém presença na China continental desde 1902, garantiu que a decisão não terá impacto nas operações bancárias da sua subsidiária chinesa, com sede em Xangai, nem na equipa tecnológica baseada em Cantão, que continua a prestar serviços à China continental e a Hong Kong.

Terceiro maior banco dos Estados Unidos em termos de activos, o Citigroup tem procurado resolver desafios operacionais e de rentabilidade persistentes através de uma reestruturação profunda, que incluiu o despedimento de milhares de trabalhadores e uma simplificação da estrutura de gestão.

Este corte representa um dos maiores despedimentos registados entre grupos financeiros estrangeiros na China nos últimos anos, e reflecte uma tendência crescente de redução de quadros na área tecnológica.

6 Jun 2025

Mar do Japão | Seul resgata quatro norte-coreanos em barco à deriva

A Coreia do Sul anunciou ontem ter resgatado quatro norte-coreanos cujo barco estava alegadamente à deriva em águas territoriais no mar do Japão.

A Marinha sul-coreana “detectou um pequeno barco de madeira norte-coreano a cerca de 100 quilómetros da costa de Goseong”, na costa leste da Coreia do Sul, disse um porta-voz militar. De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, os resgatados tinham aparentemente atravessado a fronteira marítima acidentalmente e pediram para ser devolvidos à Coreia do Norte.

Os quatro foram entregues “às autoridades [sul-coreanas] competentes”, disseram os militares, acrescentando que o incidente aconteceu em maio. Os desertores norte-coreanos são normalmente sujeitos a interrogatórios pelos serviços de segurança sul-coreanos.

“Se desejarem regressar à Coreia do Norte, garantiremos o repatriamento rápido e seguro por razões humanitárias”, garantiu o Ministério da Unificação da Coreia do Sul. Seul afirmou que ainda aguarda uma resposta de Pyongyang sobre o repatriamento de dois norte-coreanos encontrados em circunstâncias semelhantes há três meses no mar Amarelo, localizado entre a China, a Coreia do Norte e a Coreia do Sul.

No discurso de posse, na quarta-feira, o novo Presidente de centro-esquerda da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, disse que queria aproximar-se da Coreia do Norte, num discurso que contrasta com a linha dura do antecessor deposto Yoon Suk-yeol.

6 Jun 2025

Hong Kong | Nomeado primeiro juiz estrangeiro em um ano

O parlamento de Hong Kong aprovou a primeira nomeação de um juiz estrangeiro para o tribunal superior da região semiautónoma chinesa no espaço de um ano, após uma série de demissões. O Conselho Legislativo do território votou na quarta-feira a favor de uma proposta do Governo para nomear William Young para o Tribunal de Última Instância de Hong Kong, para um mandato de três anos, que deverá começar ainda em Junho.

O número dois do executivo de Hong Kong, o secretário-chefe Eric Chan Kwok-ki, sublinhou aos deputados que o juiz liderou uma comissão de inquérito ao ataque de Março de 2019 contra duas mesquitas em Christchurch. Em Agosto de 2020, um supremacista branco foi condenado a pena perpétua sem direito a liberdade condicional – a primeira sentença deste tipo na Nova Zelândia – por ter morto 51 muçulmanos.

A nomeação de juízes de outras jurisdições que partilham o sistema conhecido como ‘Common Law’ (direito comum) herdado do Reino Unido “contribuiu para a manutenção de um elevado nível de confiança no sistema judicial” de Hong Kong, defendeu Eric Chan. O secretário-chefe disse ainda que a vinda de juízes estrangeiros “demonstra que a Lei Básica [a ‘mini-constituição’ de Hong Kong] garante o exercício independente do poder judicial”.

Volta ao mundo

Depois de se reformar do Supremo Tribunal da Nova Zelândia, em 2022, William Young, de 73 anos, serviu como juiz nos tribunais superiores das Seychelles, de Samoa e das ilhas Fiji. Em Julho de 2022, o neozelandês foi nomeado para os Tribunais do Centro Financeiro Internacional do Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, mas demitiu-se menos de um mês depois.

Na altura, Young deu como razão o risco de “percepções adversas”, após a organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional ter acusado o país de nomear juízes estrangeiros para tentar legitimar o regime político.

Cinco juízes estrangeiros não permanentes (dois do Reino Unido e três da Austrália) desempenham actualmente funções no tribunal superior de Hong Kong, que conta também com o lusodescendente Roberto Ribeiro. Vários magistrados estrangeiros, incluindo do Reino Unido e do Canadá, abandonaram o Tribunal de Última Instância do território nos últimos 12 meses.

6 Jun 2025

Alliance Française | Apresentado hoje documentário sobre Maria Callas

É hoje que o público pode recordar uma das grandes vozes do nosso tempo, Maria Callas, e também saber mais sobre a sua vida. Isto porque a Alliance Française de Macau acolhe a exibição do documentário “Callas – Paris, 1958”, do realizador francês Tom Volf. A exibição dá-se no contexto do festival French May, em parceria com Hong Kong

 

A Alliance Française de Macau, em colaboração com a Alliance Française de Hong Kong e com o French May Arts Fest, apresenta hoje em Macau o filme documentário “Callas – Paris, 1958”, da autoria de Tom Volf, datado de 2023. A exibição acontece a partir das 19h30 na sala 4 do Cinema do Studio City, integrando-se na secção “French May Cinema Programme” do festival French May.

Segundo uma nota de imprensa da organização, “a exibição será precedida de uma apresentação por Michel Reis, melómano, autor e apresentador do programa de música clássica da Rádio Macau, ‘Scherzo’, e por Peter Gordon, que vive em Hong Kong desde 1985 e trabalha com as principais companhias de ópera de Hong Kong e Guangdong”.

O filme documenta a estreia de “uma das maiores lendas da ópera, a diva por excelência, sensação mediática e rosto da ópera do século XX, a extremamente rara soprano ‘assoluto'” Maria Callas, em França. Este foi o concerto em que Maria Callas foi acompanhada pela Orchestre de l’Opéra Nationale de Paris e Choeurs, sob a direcção do maestro Georges Sébastian, “um espectáculo que se tornou uma verdadeira lenda”.

Tratou-se, segundo a mesma nota, de um espectáculo que integrou uma gala da caridade a favor das obras da “Légion d’Honneur”, tendo sido transmitido em directo pela televisão francesa e pelas televisões de outros países europeus, através da Eurovisão, o que era bastante raro na época. Anunciado pela imprensa como “Le plus grand spectacle du monde” [O maior espectáculo do mundo], “o concerto foi realmente excepcional”.

Encomenda de celebração

O filme foi encomendado pela Fondation Callas, através do Fundo de Doações Maria Callas, criado pelo próprio Volf, para a celebração do centenário do nascimento da célebre soprano greco-americana, que se assinalou no dia 2 de Dezembro de 2023. A Fundação foi criada em Paris em 2017 pelo mundialmente conhecido maestro Georges Prêtre, que desenvolveu uma relação de trabalho muito próxima com a cantora, que dirigiu por diversas vezes. Este documentário demorou seis anos a ser concluído e dois anos a colorir.

Volf foi também autor do documentário aclamado pela crítica “Maria by Callas”, lançado em 2017 em mais de 40 países, e que ganhou prémios em festivais de cinema na Europa e nos EUA. Lançou ainda três livros sobre a cantora: “Maria by Callas”, “Callas Confidential” e “Maria Callas: Memoirs & Letters”.

No espectáculo escolhido para este documentário, Maria Callas surgiu “com a sua indumentária de alta costura mais elegante e jóias no valor de mais de um milhão de dólares americanos”, sendo que o repertório escolhido “mostrou Callas no seu auge, tanto em recital como como actriz”.

“É de salientar que tinha cantado ‘Violetta’ numa produção de ‘La Traviata’ em Lisboa no início desse ano de 1958, no famoso Teatro Nacional de São Carlos, considerada a sua melhor Violetta das mais de 60 que interpretou”, lê-se ainda.

Os comentários do famoso actor e animador Pierre Tchernia, conhecido como “Magic Tchernia”, foram complementados pelos de Pierre Dumayet, durante os intervalos, tanto nos bastidores durante as mudanças de cenário como na plateia, que conduziu inúmeras entrevistas com figuras como Jean Cocteau, Patachou, Brigitte Bardot, Gilbert Bécaud, Zizi Jeanmaire e Roland Petit, além de de Begum Aga Khan, um programa dirigido por Roger Benarmou intitulado “La grande nuit de l’opéra” [A grande noite da ópera] , sob a tutela do Institut national de l’audiovisuel (INA).

As filmagens originais do concerto foram restauradas para os modernos ecrãs de grandes dimensões pelo produtor e especialista em colorização e restauro de filmes e imagens de arquivo, Samuel François-Steininger, a partir de bobinas originais de 16 milímetros, que, juntamente com as fitas matriz, foram recentemente descobertas no próprio arquivo de gravações de Callas em Atenas. O documentário exibido sexta-feira foi produzido em francês com legendas em inglês e “mostra a icónica cantora de ópera no auge da sua fama, preservando a sua voz em todas as suas cores e amplitude para a posteridade”.

“Na actuação, os elementos visuais são tão importantes como as dimensões vocais na sua arte. Apresentado a cores, resolução 4K e som surround Dolby Atmos, o trabalho meticuloso de Tom Volf proporcionou ao público uma imersão moderna nesta actuação histórica”, lê-se na mesma nota.

6 Jun 2025

Educação | China pede aos EUA para não politizarem intercâmbios

A China criticou ontem as novas restrições impostas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, à entrada de cidadãos estrangeiros, incluindo as que afectam a Universidade de Harvard, e apelou a Washington para que deixe de politizar a cooperação educacional.

“A cooperação educacional entre a China e os EUA é mutuamente benéfica. A China sempre se opôs à politização nesta área”, disse ontem o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Lin Jian, em conferência de imprensa.

Lin respondia à ordem assinada por Trump que suspende por seis meses a entrada de novos estudantes internacionais em Harvard, sob acusações de “radicalismo” e “ligações estrangeiras preocupantes” por parte do centro académico. Pequim advertiu que esta medida vai “prejudicar a imagem e a credibilidade internacional” dos EUA e garantiu que vai defender os direitos legítimos dos seus estudantes e académicos no estrangeiro.

Harvard, uma das universidades mais prestigiadas do mundo, acolhe actualmente 10.158 estudantes internacionais de 150 países, incluindo 2.126 da China, segundo dados relativos ao ano letivo 2024/2025 publicados no portal do gabinete internacional da instituição.

O porta-voz também reagiu à nova proibição de viajar para os Estados Unidos para cidadãos de 12 países, incluindo Irão, Haiti, Guiné Equatorial, Somália e Iémen, e às restrições impostas a cidadãos de outros sete, como Cuba e Venezuela.

“Os intercâmbios interpessoais são a base fundamental para promover a compreensão e a cooperação entre os países. Esperamos que todas as partes criem condições propícias para o efeito, em vez de erguerem barreiras”, afirmou Lin.

6 Jun 2025

Taiwan | Pequim oferece recompensas pela captura de piratas informáticos

O Gabinete de Segurança Pública da cidade chinesa de Cantão vai oferecer recompensas a quem ajudar a capturar mais de 20 indivíduos ligados a Taiwan acusados de terem realizado ciberataques contra uma empresa tecnológica chinesa.

Esta é a primeira vez que as autoridades de segurança pública chinesas tomam esta medida para “combater as forças separatistas de Taiwan”, segundo o jornal oficial Global Times. É também “a primeira acção coordenada de repressão das actividades criminosas organizadas pelo Comando da Força de Informação, Comunicações e Electrónica de Taiwan”, acrescentou.

Segundo o Global Times, estes “20 suspeitos da ilha de Taiwan” estiveram envolvidos em ciberataques contra uma empresa tecnológica chinesa local e estão ligados às autoridades do Partido Democrático Progressista (DPP), actualmente no poder em Taiwan.

“O ciberataque foi dirigido e executado pelo Comando da Força de Informação, Comunicações e Eletrónica do DPP, que realiza múltiplas actividades ilegais”, declarou o Gabinete de Segurança Pública Municipal de Cantão, que emitiu mandados de busca para os 20 suspeitos.

As autoridades chinesas acrescentaram que aqueles que fornecerem pistas válidas e ajudarem na captura dos suspeitos receberão uma recompensa de 10.000 yuan por cada um deles.

6 Jun 2025

AIE | Investimento de 2,9 biliões de euros em 2025 com China a liderar

As previsões da Agência Internacional de Energia para 2025 indicam o reforço da liderança chinesa na revolução energética em curso com a aposta nas energias “limpas” em detrimento do investimento em combustíveis fósseis

 

O investimento em energia deverá aumentar para 3,3 biliões de dólares (2,9 biliões de euros) em 2025, com a China a consolidar a sua posição de liderança, segundo um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE).

A análise, ontem divulgada pela agência, indica que as energias “limpas” deverão atrair duas vezes mais capital do que os combustíveis fósseis. “No meio das incertezas geopolíticas e económicas que ensombram as perspectivas do mundo da energia, vemos a segurança energética emergir como um motor fundamental do crescimento do investimento global este ano”, lê-se no relatório.

“Actualmente, a China é, de longe, o maior investidor mundial em energia, gastando duas vezes mais do que a União Europeia – e quase tanto como a UE e os Estados Unidos juntos”, acrescenta a análise, salientando que, em 2015, o país asiático estava apenas à frente dos Estados Unidos neste aspecto.

O investimento em energias renováveis e nucleares, armazenamento e combustíveis com baixas emissões, bem como em eficiência energética e eletrificação, deverá atingir um recorde de 2,2 biliões de dólares, segundo a AIE.

“As actuais tendências de investimento mostram claramente que se aproxima uma nova era da electricidade”, sublinhou a agência. O investimento neste sector deverá ser cerca de 50 por cento superior ao montante total gasto em petróleo, gás natural e carvão.

Há dez anos, o investimento em combustíveis fósseis era 30 por cento superior ao investimento na produção e nas redes de eletricidade, indicou o organismo. O petróleo, o gás natural e o carvão deverão absorver investimentos de 1,1 biliões de dólares, com forte concentração das despesas na exploração de petróleo e gás no Médio Oriente.

Sobe e desce

A AIE estimou que a queda dos preços e da procura de petróleo deverá conduzir ao primeiro declínio do investimento no sector desde a pandemia de covid-19, em 2020, principalmente devido a uma descida acentuada das despesas com o petróleo de xisto nos Estados Unidos.

Em contrapartida, o investimento em novas instalações de gás natural liquefeito (GNL) registará um forte crescimento. “Entre 2026 e 2028, o mercado mundial de GNL deverá registar o maior crescimento de capacidade de sempre”, estimou a AIE.

De acordo com a agência, o investimento mundial em energia solar deverá atingir 450 mil milhões de dólares até ao final de 2025, colocando-a em primeiro lugar, enquanto o investimento em energia nuclear deverá atingir cerca de 75 mil milhões de dólares, um aumento de 50 por cento nos últimos cinco anos.

No entanto, a AIE receia que o investimento nas redes eléctricas (cabos, postes, etc.), actualmente em 400 mil milhões de dólares por ano, “não acompanhe o ritmo das despesas de produção e electrificação”, o que constitui um “sinal preocupante para a segurança da electricidade”.

O investimento em redes teria de aumentar para atingir a paridade com as despesas de produção até ao início da década de 2030, mas “tal é dificultado por procedimentos de licenciamento morosos e por cadeias apertadas de abastecimento de transformadores e cabos”.

Por último, o forte crescimento da procura de electricidade está também a beneficiar o carvão, principalmente na China e na Índia.

Em 2024, a China lançou a construção de quase 100 gigawatts (GW) de novas centrais eléctricas alimentadas a carvão, elevando as aprovações globais para centrais deste tipo ao nível mais elevado desde 2015, salientou a AIE.

6 Jun 2025

IAM | Mais de 60 produtos com facilidades de exportação

Mais de 50 tipos de alimentos de Macau foram abrangidos pelo “Acordo de Cooperação no Controlo de Segurança dos Produtos Alimentares Fabricados em Macau e Exportados para o Interior da China” desde que foi assinado pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) com entidades da China, em 2019.

Segundo uma nota do IAM, além desses alimentos, “cerca de 10 tipos de produtos de carne foram recomendados pelo IAM à Administração Geral das Alfândegas da China para serem registados com sucesso” no país, como “produtos de pastelaria tradicionais, produtos de ninhos de andorinha prontos a comer, produtos de carne, entre outros”, ao abrigo do “Memorando sobre a inspecção sanitária e os requisitos veterinários de produtos de carne exportados por Macau para o Interior da China”, assinado em 2023.

As entidades chinesas que estabeleceram a cooperação com Macau são a Administração Geral das Alfândegas da China e a Secretaria para a Administração e Justiça, criando “um modelo inovador de supervisão cooperativa”.

6 Jun 2025

Eleições | FAOM entrega pedido de candidatura

A lista União para o Desenvolvimento, liderada pela Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), entregou na quarta-feira o pedido de reconhecimento da comissão de candidatura, com 500 assinaturas. O mandatário da lista, Kong Ioi Fai, falou das ideias preliminares do grupo para estas eleições.

A equipa que concorre é composta por 12 pessoas e procura alcançar os objectivos traçados para as últimas eleições. O mandatário falou ainda da longa experiência do grupo em actos eleitorais e no acompanhamento dos problemas dos residentes, em fases tão distintas como a recessão económica sentida em Macau depois da transição, a epidemia da SARS, em 2003; a crise financeira de 2008 e os anos da covid-19. Kong Io Fai destacou objectivos essenciais como a revitalização da economia, a garantia do bem-estar da população, o desenvolvimento dos jovens, a melhoria da Administração pública e a protecção dos direitos laborais.

União dos Interesses Empresariais entregou pedido de reconhecimento

A lista União dos Interesses Empresariais de Macau, ligada à Associação Comercial de Macau, entregou ontem o pedido de constituição da comissão de candidatura com o apoio de 103 pessoas colectivas. Esta é uma lista vai participar nas eleições de 14 de Setembro no sufrágio indirecto e que em 2021 elegeu como deputados os empresários Kou Hoi In, José Chui Sai Peng, Ip Sio Kai e Wang Sai Man.

A lista participa no sufrágio indirecto pelos sectores industrial, comercial e financeiro e desde 2021 concorreu sempre sem oposição. De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, o mandatário da lista, o empresário Ma Iao Lai, apontou que depois do pedido de reconhecimento ser confirmado pela Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa, a lista vai realizar palestras para recolher opiniões e estudar os quatros candidatos.

6 Jun 2025

Emigrantes | Associação TSP lança inquérito sobre eleições legislativas

A Associação TSP – Também Somos Portugueses, baseada em Portugal, vai lançar um novo inquérito sobre os problemas registados nas últimas eleições legislativas para a Assembleia da República em Portugal, que serviram para eleger os deputados e o primeiro-ministro.

Segundo uma nota da associação, a ideia é perceber “a forma como decorreram as recentes eleições legislativas portuguesas para quem vive no estrangeiro e quais são os problemas de que se queixam os emigrantes”, além de que se pretende chegar a respostas sobre a abstenção. “Para quem votou pretende-se saber se foi fácil votar, as dificuldades que tiveram e porque é que muitos não juntaram uma cópia do documento de identificação, cuja falta fez com que muitos milhares de votos fossem anulados”, lê-se no comunicado enviado às redacções.

No inquérito, que está disponibilizado no portal da associação e nas redes sociais da mesma, pretende-se também perceber “as modalidades de voto preferidas pelos portugueses no estrangeiro”, seja “o voto presencial nos consulados, o voto postal ou os métodos que, apesar de ainda não estarem disponíveis em Portugal, são usados noutros países”, ou mesmo “o voto digital e voto por procuração”.

O inquérito questiona ainda os principais problemas sentidos pelos portugueses que vivem no estrangeiro, tal como “o acesso aos serviços dos consulados, o ensino da língua portuguesa, o acesso à saúde em Portugal, problemas com os impostos portugueses, a reforma dos emigrantes, o regresso para Portugal, o processo de votação para as eleições portuguesas, ou outros”.

6 Jun 2025

Zona A | Aberto concurso público para cinco espaços comerciais

O Instituto de Habitação (IH) está a realizar um concurso público para a concessão de cinco espaços comerciais no empreendimento de habitação pública na Zona A dos Novos Aterros, nomeadamente para restaurantes, uma unidade bancária ou uma farmácia, sendo que quatro espaços se situam no Edifício Tong Chong e outro no Edifício Tong Kai, ambos na Avenida do Mar de Espelho, na Zona A dos Novos Aterros.

Segundo uma nota do IH, “tendo em conta que a Zona A dos Novos Aterros é uma nova zona comunitária, a fim de atrair os comerciantes, foram estabelecidas medidas preferenciais neste concurso público”, tal como a redução do preço base para as propostas a concurso, a isenção de renda nos primeiros três meses e o fornecimento de equipamentos de ar condicionado ao espaço comercial do supermercado. As candidaturas devem ser apresentadas até às 17h30 horas do dia 20 de Junho de 2025. O supermercado, por exemplo, terá uma área útil de 351,84 metros quadrados, sendo o preço base do concurso de 16 500 patacas.

Para esclarecer os interessados, o IH realiza, a 2 de Julho, às 10h, uma sessão pública informativa na Delegação das Ilhas do IH, na Rua de Zhanjiang, n.os 66-68, Edifício do Lago, 1.º andar D, Taipa. O acto público de licitação verbal terá lugar no dia 8 de Julho de 2025, às 10h30 horas, na Delegação das Ilhas do IH. “Os espaços a arrendar são adjudicados aos concorrentes que ofereçam a renda de valor mais elevado”, é explicado.

5 Jun 2025

Tarifas | Trump diz que é “extremamente difícil chegar a um acordo” com Xi Jinping

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse ontem que aprecia o homólogo chinês, mas que é “extremamente difícil chegar a um acordo” com Xi Jinping, numa altura em que os dois países travam uma guerra comercial.

“Gosto do Presidente XI da China, sempre gostei e sempre gostarei, mas ele é MUITO DIFÍCIL”, afirmou o líder norte-americano, na sua rede social Truth, no dia em que as taxas alfandegárias sobre o aço e o alumínio importados pelos EUA aumentaram para 50 por cento.

As declarações de Trump surgem numa altura em que a imprensa norte-americana avança com a possibilidade de os dois líderes abordarem, por telefone, um acordo final que atenue as tensões comerciais.

Não ficou claro se Trump falou com Xi, entretanto. O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, acusou na terça-feira os Estados Unidos de violarem o acordo comercial provisório alcançado em Genebra, no mês passado, ao imporem “medidas negativas”, como as últimas restrições à exportação de semicondutores ou a anulação de vistos de estudantes chineses. Wang fez aquelas afirmações durante um encontro com o novo embaixador dos Estados Unidos na China, David Perdue.

“Infelizmente, os EUA introduziram recentemente uma série de medidas negativas com base em fundamentos infundados, prejudicando os direitos e interesses legítimos da China”, afirmou Wang, durante o encontro, em Pequim, de acordo com um comunicado difundido pelo Governo chinês. Wang apelou aos EUA para que “criem as condições necessárias para que as relações [bilaterais] regressem ao caminho certo”.

Trump mostrou-se anteriormente confiante de que uma conversa com Xi poderá aliviar as tensões comerciais, embora não seja claro que esse telefonema esteja a ser organizado.

5 Jun 2025

Airbus | China negoceia compra de centenas de aviões

A China está a considerar a possibilidade de encomendar centenas de aviões à construtora europeia Airbus no próximo mês, por altura do 50.º aniversário das relações oficiais entre o país e a União Europeia, avançou ontem a Bloomberg.

De acordo com a agência de notícias, que cita fontes não identificadas, o negócio poderá incidir sobre cerca de 300 aviões de fuselagem larga e estreita, enquanto outra fonte avança com 500 aparelhos, o que constituiria uma das maiores compras de aviões da história e a maior para a China.

Em todo o caso, estas fontes afirmam que as negociações ainda estão em aberto e que o negócio pode não se concretizar ou ser fechado numa data posterior.

Até ao momento, nem a Airbus nem as autoridades chinesas responsáveis pelas negociações dos aviões emitiram qualquer confirmação oficial sobre o assunto. A França e a Alemanha, dois dos países que controlam a Airbus, poderão enviar os seus dirigentes, Emmanuel Macron e Friedrich Merz, à cimeira China – UE, que se realiza em Julho, em Pequim.

Novas alianças

Se o acordo for assinado nessa altura, poderá também ser interpretado como um sinal do Presidente chinês, Xi Jinping, ao seu homólogo norte-americano, Donald Trump, de que pretende estreitar os laços comerciais com a UE, numa altura em que os laços de Pequim com Washington se deterioram devido à guerra comercial entre as duas potências.

No entanto, a Bloomberg aponta a principal rival da Airbus, a norte-americana Boeing, como uma das potenciais vencedoras de um hipotético acordo comercial entre Pequim e Washington. No recente pacto comercial com o Reino Unido, um dos pontos mais importantes foi precisamente a venda de aviões.

Mas a Boeing está há anos em dificuldades no mercado chinês, face às tensões comerciais e às preocupações com a segurança dos seus aviões, que resultaram numa proibição de quase cinco anos do 737 Max, após dois acidentes com um total de 346 mortos na Etiópia e na Indonésia.

Este facto, associado a outras proibições temporárias, como a proibição, durante um mês, entre Abril e Maio, da entrega de aviões da Boeing a empresas chinesas devido à escalada da guerra comercial entre Pequim e Washington, permitiu à Airbus ganhar vantagem na China nos últimos anos. A Boeing não recebe uma grande encomenda da China desde, pelo menos, 2017.

5 Jun 2025