Coloane | Música, exercícios e workshops no final do mês

A terceira edição do “Connections – Music.Movement.Nature”, regressa a Coloane nos dias 27 e 28 de Setembro ao espaço “Urban Farm”. É lá que acontecem actividades para todos os gostos, mas sempre em conexão com a natureza, a música, as artes e até o próprio corpo, graças à prática de pilates e yoga

 

Imagem de Elói Scarva

No último fim de semana de Setembro, o espaço Urban Farm, no centro da vila de Coloane, vai acolher o evento “Connections – Music.Movement.Nature”. Trata-se de um evento de dois dias, a acontecer a 27 e 28 de Setembro, que reúne actividades artísticas, música e a prática de exercício físico, com yoga e pilates.

Esta é uma “iniciativa privada sem fins lucrativos que pretende reunir diferentes comunidades, oferecendo música, actividades para famílias, workshops corporais e holísticos, uma zona de comidas e bebidas e um mercado de artesanato com criadores locais”, destaca um comunicado da organização.

Quem está por detrás deste evento assume que o “Connections” é uma “criação colectiva que alia um modo de vida consciente com experiências únicas”, e que já existe desde 2018 e 2019, anos em que o evento se realizou junto à Barragem de Ka-Hó, também em Coloane.

Porém, o “Connections” passa agora para um espaço maior, o que irá permitir que possam decorrer diversas actividades espalhadas por sete zonas distintas. São elas o “Village”, descrita como “uma pitoresca área que se assemelha a uma aldeia tradicional chinesa, com casas de madeira num jardim oriental”, e que será a zona de refeições e bebidas e de venda de artesanato.

Aqui vão estar representados espaços de restauração de Macau, como é o caso do Larry’s Place, Concept H, Black Lotus, Cakes By Rose & Muse, Juk e Happy Stand. Haverá ainda 12 artesãos a vender os seus produtos nas várias casinhas de madeira do “Village”: Dreama, Neska, Zarja’s Selections, CeraGigi, Odoodoodo, Dollfie, Wickd, White Lodge Dreamland, Wutoyeah, Gems Awakening, Lylon Skincare e Knotme.

A “Urban Farm” contará ainda com o “Gypsy Camp”, uma “zona com almofadas e lugares de descanso à sombra que promete ser uma oferta interactiva, em que os participantes poderão explorar instrumentos musicais como o asalato, participar num círculo de tambores, ou assistir a um concerto de handpan com o duo Nàv, que faz a curadoria da área”.

“Será também aqui que se poderá assistir ao ritual da fogueira, a uma palestra sobre temáticas espirituais e participar em sessões individuais de tarot e leitura da alma”, explica ainda a organização.

As actividades para famílias irão ter lugar na “Family Tent”, oferecendo sessões de meditação para famílias, pinturas em desenhos de mandalas, crochet, construção de máscaras em cartolina e ainda momentos de leitura interactiva.

A organização pretende, com o “Connections”, levar “os mais novos a participar em qualquer actividade que esteja a decorrer no recinto, desde que acompanhados pelos pais, podendo também explorar a oferta do ‘Urban Farm’, que disponibiliza canas de pesca para pescar e actividades de agricultura”.

Árvore da meditação

Uma zona que merece destaque é a “Treetop”, uma “mezannine” construída na copa de uma árvore, e que foi o espaço escolhido para todas as actividades de exploração corporal e “momentos mais serenos”, de meditação e relaxamento. Com actividades a decorrer da manhã ao entardecer, o “Treetop” vai albergar sessões de dança, com Zumba, Bachata, Dança Consciente e “InsideFlow”, assim como de yoga, gyrokinesis [movimento que mistura princípios de yoga, dança e Tai Chi], e pilates. Estão igualmente previstas sessōes de “Sound Bath”, exploração de mantras e meditações ao pôr do sol e de ligação à natureza.

O “Urban Farm” também disponibiliza uma “yurte mongol” [tenda típica dos povos nómadas da Mongólia], decorrendo ainda uma sessão das “Noites de Quiz”, que já acontece regularmente em Macau. “Esta é a primeira vez também que a Noite de Quiz será orientada em inglês para que mais pessoas possam participar na sessão”, explicaram os organizadores.

Ao fundo da propriedade do Urban Farm, na zona “Concrete”, estão agendadas sessões de graffiti e arte urbana com os colectivos de artistas locais Outloud International Street Art Festival e Mid Age of Dawn Skateboards (M.A.O.D.).

Por último, no “Woods”, numa clareira de um pequeno bosque, situa-se o espaço de música electrónica e de dança ao ar livre, que contará com prestações de diversos djs locais e da região. A oferta musical irá também marcar presença na zona do “Village”, com uma selecção mais orgânica, lounge, e focada em músicas do mundo.

Os bilhetes para o “Connections” já estão em venda antecipada até amanhã, com preços que variam entre as 150 e as 250 patacas, para uma entrada de um ou dos dois dias do evento. O “Urban Farm” disponibiliza também espaços de estacionamento que podem ser reservados ao dia com antecedência.

3 Set 2025

Burlas | Duas mulheres perdem mais de 26 mil patacas

Duas mulheres de “cerca de meia idade” foram burladas em 26.468 patacas, após terem acreditado que estavam em contacto com os serviços ao cliente da plataforma Alipay.

A informação foi revelada ontem pela Polícia Judiciária e citada pelo jornal Ou Mun. De acordo com a versão apresentada pelas autoridades, os burlões apresentaram-se como funcionários da Alipay e disseram às vítimas que os seguros relacionados com a utilização da plataforma tinham expirado.

As vítimas foram depois encaminhadas para um portal onde inseriram os dados dos cartões de crédito, o que permitiu aos burlões fazer as transferências desejadas. Uma vítima perdeu 22.270 patacas e a outra 4.198 patacas. Após terem conhecimento das transferências não autorizadas, as duas vítimas apresentaram queixa junto das autoridades.

Refeições e concertos causam perdas de 35 mil patacas

Cinco residentes locais relataram a perda de 35.031 patacas relacionada com o roubo dos dados de cartões de crédito, que depois foram utilizados para fazer compras online, como o pagamento de buffets ou bilhetes para concertos.

A notícia foi divulgada pela Polícia Judiciária e citada pelo Jornal Ou Mun. Todos os burlados são do sexo feminino e foram identificados como tendo “meia idade”. Em relação aos cartões utilizados para pagar compras online, uma das transacções implicou gastos de 10.615 patacas e a outra 9.924 patacas.

Sobre os pagamentos de compras, houve mais duas vítimas com perdas de 5.210 patacas e 1.400 patacas,
respectivamente. Finalmente, a vítima cujo cartão foi utilizado para a compra de bilhetes para concertos registou uma perda de cerca de 7.882 patacas.

3 Set 2025

Fogo-de-Artifício | Concurso ilumina céus na noite de sábado

O 33.º Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício de Macau arranca no sábado com os espectáculos pirotécnicos protagonizadas pelas companhias da Austrália e da África do Sul.

O primeiro espectáculo, marcado para as 21h, estará a cargo da equipa australiana, que volta a marcar presença no evento pirotécnico de Macau, depois da participação em 2014. Segundo a Direcção dos Serviços de Turismo (DST), o espectáculo, intitulado “Great Southern Land”, irá tomar a forma de bouquet “Great Southern Land”. Às 21h40 será a vez da equipa da África do Sul tomar conta dos céus de Macau, com um espectáculo que tem como objectivo celebrar a beleza das paisagens do Serengeti.

Além dos espectáculos de pirotecnia, será montado um arraial no passeio ribeirinho do Centro de Ciência de Macau com ofertas gastronómicas, espectáculos e jogos.

Entre sábado e o dia 6 de Outubro, sempre aos fins-de-semana, serão realizados espectáculos de companhias pirotécnicas de 10 países de todo o mundo, incluindo a Pirotecnia de Barbeita, com sede em Monção, que irá representar este ano Portugal no Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício de Macau.

3 Set 2025

Tencent | Receitas em Hong Kong e Macau a subir

A empresa tecnológica Tencent revelou que nos últimos seis anos o negócio em nuvem (armazenamento de dados) em Hong Kong e Macau aumentou todos os anos acima de 10 por cento. Os dados foram apresentados pelo gerente geral da Tencent Cloud Hong Kong e Macau, Steven Choi, e relatado pelo jornal de Hong Kong Ming Pou.

Steven Choi apontou que apesar de a empresa não ter estatísticas sobre a quota de mercado nos serviços em nuvem em Hong Kong e Macau, não é por isso que deixa de acreditar que se tornou o principal fornecedor. O responsável ainda apontou que já em 2023, a empresa lançou o serviço de pagamento através da leitura da palma da mão Guangdong.

No ano passado, o serviço chegou a Macau, mas apenas está disponível em 60 comerciantes que trabalham com a concessionária Galaxy e para utilizadores da plataforma Wechat Pay.

3 Set 2025

Turismo | Gastronomia e cultura portuguesas em Wuhan

Os chefes Herlander Fernandes e Pedro Santos do Carmo vão preparar um ‘buffet’ com pratos portugueses e macaenses durante o festival gastronómico da Semana de Macau em Wuhan

 

Dança folclórica e gastronomia portuguesas vão integrar uma acção de promoção turística de Macau no centro da China, de 5 a 8 de Setembro, anunciaram as autoridades.

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) indicou que a Semana de Macau em Wuhan, capital da província de Hubei, vai levar espectáculos a uma popular praça pública na zona histórica de Hankou, um dos primeiros locais da China abertos ao comércio com o estrangeiro, em 1861.

Entre os espectáculos, vão estar o grupo de dança folclórica portuguesa Associação de Danças e Cantares Portugueses ‘Macau no Coração’, “para permitir a mais pessoas em Wuhan sentir a cultura e hospitalidade de Macau”, acrescentou a DST, em comunicado.

Na zona histórica de Hankou, vão também ser instaladas várias áreas temáticas, uma das quais apresentará produtos vindos dos países de língua portuguesa. A Semana de Macau em Wuhan, vai ainda apresentar um festival gastronómico, que irá decorrer entre 5 de Setembro e 8 de Outubro, num hotel da cidade chinesa, acrescentou a DST, na mesma nota.

Arte na cozinha

Dois Chefs portugueses radicados em Macau, Herlander Fernandes e Pedro Santos do Carmo, vão preparar um ‘buffet’ com pratos portugueses e macaenses, indicou a DST, referindo-se à gastronomia, considerada a primeira cozinha de fusão do mundo, da comunidade euro-asiática, com muitos luso-descendentes e raízes no território.

Ainda antes da Semana de Macau em Wuhan, a DST, o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau e as autoridades da zona económica especial de Hengqin (Ilha da Montanha), situada junto a Macau, vão ainda promover a cooperação com a província de Hubei.

As três entidades vão organizar uma sessão de bolsa de negócios e uma conferência de promoção de eventos, para encorajar empresários das duas cidades a “aprofundar o intercâmbio pragmático” em áreas como o turismo, convenções e exposições, economia e comércio, referiu a DST.

O Instituto Cultural lançou em Dezembro uma consulta pública, durante 30 dias, sobre a possível inscrição de 12 manifestações, incluindo a dança folclórica portuguesa, na Lista do Património Cultural Intangível do território.

Em Janeiro, o IC disse que os residentes presentes numa sessão de consulta pública, em 7 de Janeiro, “concordaram, de um modo geral com a escolha das manifestações recomendadas para inscrição” na lista.

Na quinta-feira passada, a presidente do ICM e líder do Conselho do Património Cultural, Leong Wai Man, disse à Lusa que o conselho tinha, numa reunião, discutido o relatório final da consulta pública, antes de o Governo tomar uma decisão final.

O Governo tem defendido a necessidade de apostar na prestação de serviços financeiros entre a China e o bloco lusófono, para diversificar a economia da região semiautónoma chinesa, muito dependente do turismo.

3 Set 2025

Formação jurídica | Kou Peng Kuan reforma-se e deixa liderança

Kou Peng Kuan deixou a posição de director do Centro de Formação Jurídica e Judiciária (CFJJ) a 1 de Setembro por se ter reformado. Embora pertencesse aos quadros da Direcção de Serviços de Administração e Finanças Pública (SAFP), onde assumiu o cargo de director durante vários anos, Kou estava em comissão de serviço na liderança do centro responsável pela formação dos magistrados da RAEM.

A informação sobre a reforma de Kou Peng Kuan foi publicada ontem no Boletim Oficial, num despacho assinado pela subdirectora dos SAFP, Joana Noronha, e explica que a aposentação foi voluntária.

De acordo com o portal oficial do Governo, a liderança do CFJJ passou assim a ser assumida por Tina Cheng Wai Yan, subdirectora, na condição de directora substituta. Esta é a segunda vez que Tina Cheng vai desempenhar o cargo de directora, como substituta, repetindo a situação de 2023, a aquando a saída do então director Manuel Trigo do CFJJ. Wai Yan desempenha as funções de subdirectora no CFJJ pelo menos desde 2013.

Kou Peng Kuan chega ao fim da carreira como funcionário público que começou em 1991. Ao longo de um percurso profissional com mais de 30 anos, assumiu diferente posições como técnico superior do Centro de Formação para a Administração Pública, adjunto da Divisão de Formação, chefe da Divisão de Formação e chefe do Departamento de Modernização Administrativa dos Serviços de Administração e Função Pública.

O momento alto da carreira chegou eme 2015, quando foi promovido a director dos SAFP, quando o Governo da RAEM era liderado por Chui Sai On. Enquanto director dos SAFP, Kou Peng Kuan foi responsável pela criação da aplicação Conta Única de Macau, em 2019.

3 Set 2025

China celebra 80º aniversário do fim da II Guerra Mundial com enorme parada militar

O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou hoje que o “rejuvenescimento da nação chinesa é imparável”, durante uma parada militar em Pequim que contou com os líderes da Rússia, Vladimir Putin, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un.

“O rejuvenescimento da nação chinesa é imparável e a nobre causa da paz e do desenvolvimento da humanidade triunfará certamente”, declarou Xi, num discurso perante dezenas de milhares de pessoas na Praça de Tiananmen.

“O mundo volta a enfrentar uma escolha entre a paz e a guerra, o diálogo e o confronto”, acrescentou o líder chinês, num momento de crescentes tensões geopolíticas e desafios à ordem internacional do pós-guerra.

Num discurso breve, Xi recordou as vítimas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e apelou à erradicação das causas da guerra, para evitar a repetição da História. A principal mensagem, contudo, foi de afirmação do papel da China no mundo: “O povo chinês é um povo que não teme a violência, é autossuficiente e forte”, disse.

“Seguiremos o caminho do desenvolvimento pacífico e trabalharemos de mãos dadas com os povos de todos os países para construir uma comunidade de futuro partilhado para a humanidade”, sublinhou. A parada teve início após o discurso de Xi, com tropas a marchar em passo ritmado na avenida Chang’an, para a revista do chefe de Estado, que também preside à Comissão Militar Central.

Xi percorreu o alinhamento militar numa limusina preta clássica, saudando os soldados e colunas de mísseis e veículos blindados, enquanto estes respondiam em uníssono com lemas como “Servimos o povo”.

O evento contou com a exibição de mísseis, caças modernos e outros equipamentos militares, muitos dos quais mostrados ao público pela primeira vez, num sinal do crescente peso que a China quer assumir no palco internacional. A cerimónia começou com uma salva de 80 tiros de artilharia e a execução do hino nacional, “Marcha dos Voluntários”, composto em 1935 durante a resistência à invasão japonesa.

Xi chegou à Porta de Tiananmen com os convidados de honra, incluindo o Presidente russo, Vladimir Putin, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Os três subiram juntos à tribuna de honra, após saudarem individualmente cinco veteranos da Segunda Guerra Mundial, alguns com mais de 100 anos.

Durante o desfile, o Presidente norte-americano, Donald Trump, questionou, nas redes sociais, se Xi reconheceria o contributo dos soldados dos EUA no conflito, e ironizou: “Transmita os meus calorosos cumprimentos a Vladimir Putin e Kim Jong-un, enquanto conspiram contra os Estados Unidos da América”.

Na sua intervenção, Xi não mencionou os Estados Unidos, mas agradeceu o apoio dos países estrangeiros que ajudaram a China na resistência contra a invasão japonesa.

O desfile, além de mostrar força militar, visa também reforçar o apoio interno ao Partido Comunista e projetar a China como alternativa à ordem internacional dominada pelos EUA desde o pós-guerra.

Milhares de pessoas assistiram à parada a partir de zonas delimitadas na Praça de Tiananmen, acenando bandeiras vermelhas enquanto coros entoavam canções patrióticas como “Defender o Rio Amarelo” e “Não há Nova China sem o Partido Comunista”.

3 Set 2025

Ucrânia | Putin recusa acordo de paz por questões de segurança

O Presidente russo reafirmou ontem em Pequim a recusa em comprometer a segurança da Rússia com um acordo de paz com a Ucrânia, que Moscovo invadiu em Fevereiro de 2022. “É uma decisão da Ucrânia escolher como garantir a sua segurança”, afirmou Vladimir Putin durante uma reunião com o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, transmitida pela televisão.

“Mas a sua segurança (…) não pode ser garantida em detrimento da segurança de outros países, incluindo a Rússia”, acrescentou, repetindo um argumento que tem usado desde que ordenou a invasão do país vizinho.

A Ucrânia, que pediu a adesão à NATO, a que a Rússia se opõe, pretende obter garantias de segurança para dissuadir Moscovo a invadir de novo o país no quadro de um acordo que permita o fim da guerra em curso.

A Ucrânia recebeu garantias de segurança em 1994, no âmbito do Memorando de Budapeste, que assinou com a Rússia, os Estados Unidos e o Reino Unido em troca do arsenal nuclear soviético estacionado no seu território. O acordo não impediu a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2014, quando anexou a Península da Crimeia e patrocinou um movimento separatista no Donbass (leste), e em Fevereiro de 2022.

Putin e Fico estão em Pequim para assistir ao desfile militar que celebrará os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a que presidirá o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping (ver páginas 10-11).

Assistirá também ao desfile, entre outros convidados, o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, que chegou ontem a Pequim num comboio blindado proveniente de Pyongyang, numa das suas raras viagens ao estrangeiro.

Fantasias europeias

Ao encontrar-se com Fico, Putin afirmou que as suspeitas de que a Rússia planeia lançar um ataque contra outro país europeu além da Ucrânia são “um disparate completo que não tem absolutamente nenhum fundamento”.

Putin acusou os europeus, a quem chamou de “especialistas em filmes de terror”, de tentarem provocar continuamente “histeria sobre a suposta intenção da Rússia de atacar a Europa”, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.

O líder russo disse que “qualquer pessoa em sã consciência sabe perfeitamente que a Rússia nunca teve, não tem e nunca terá o desejo de atacar ninguém”. “Trata-se de uma provocação ou de uma completa incompetência”, afirmou Putin, também citado pela agência espanhola Europa Press.

Insistiu novamente que o conflito na Ucrânia não começou com a invasão de 2022, mas sim com um alegado “golpe de Estado” em Kiev em 2014, quando o presidente pró-russo Viktor Yanukovych foi deposto por um movimento pró-europeu.

Reafirmou também que a entrada da Ucrânia na NATO é inadmissível, enquanto nunca se opôs à entrada do país vizinho na UE, algo que Fico também apoiou. Putin acusou a Aliança Atlântica de tentar absorver “praticamente todo o espaço pós-soviético”, o que inclui a Ucrânia. “Tínhamos de reagir”, afirmou, aludindo à decisão de mandar invadir a Ucrânia.

Margem de manobra

Apesar das divergências, Putin admitiu haver margem para um consenso sobre as garantias de segurança exigidas por Kiev. Disse que esse foi um dos pontos discutidos com o homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, no encontro inédito que mantiveram no Alasca, em 15 de Agosto.

Putin mostrou-se aberto a colaborar com os Estados Unidos noutras frentes, em particular na gestão da central nuclear de Zaporijia, considerada a maior da Europa e tomada pelas forças russas há mais de três anos. “Se as circunstâncias o permitirem, poderíamos cooperar a três na central”, afirmou, com vista a uma potencial aliança entre a Rússia, a Ucrânia e os Estados Unidos.

3 Set 2025

Eleições | Rita Santos diz que banner da lista foi danificado

Rita Santos, presidente da assembleia-geral da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), escreveu ontem nas redes sociais que um cartaz da lista Nova Esperança, liderada por José Pereira Coutinho, foi danificado de forma intencional, com um cigarro apagado na imagem do olho esquerdo do candidato. O cartaz em questão está colocado na Avenida do General Castelo Branco.

Rita Santos, que é figura próxima da lista Nova Esperança, liderada por Coutinho e candidata às eleições para a Assembleia Legislativa, não integra o grupo de candidatos, mas afirmou que Coutinho está preocupado com a sua segurança depois deste episódio.

Na publicação, a responsável disse mesmo que a lista Nova Esperança tem o direito de pedir responsabilidade legal depois de o cartaz ter sido danificado. Rita Santos não esqueceu ainda o facto de, depois do debate televisivo em que a lista participou, Pereira Coutinho continuar a ser alvo de difamações, acusado de informações falsas e desacreditado por uma lista concorrente.

A responsável destacou que as eleições para a escolha dos deputados pela via directa para o hemiciclo são importantes para a RAEM e para a implementação do princípio de Macau governada por patriotas. É, portanto, importante impedir as infracções cometidas e o cumprimento de eleições imparciais, frisou Rita Santos na mesma publicação.

3 Set 2025

Seul diz que dois mil norte-coreanos morreram no conflito na Ucrânia

Cerca de dois mil soldados da Coreia do Norte morreram no conflito entre a Rússia e a Ucrânia, de acordo com informação divulgada ontem pelos serviços de informação militar da Coreia do Sul.

Em Abril, “estimaram o número de mortos em pelo menos 600”, mas, com base em estimativas actualizadas, “agora estimam o número em cerca de dois mil”, disse o deputado Lee Seong-kweun aos jornalistas após uma reunião com o Serviço Nacional de Inteligência (NIS, na sigla em inglês da Coreia do Sul.

Durante a reunião à porta fechada do comité parlamentar de inteligência, o NIS estimou que Pyongyang enviou até ao momento cerca de 15 mil soldados para a Rússia.

De acordo com deputados dos dois principais partidos, citados pela agência de notícias sul-coreana Yonhap, o NIS acredita que a Coreia do Norte está a preparar um terceiro destacamento de cerca de seis mil homens, incluindo mil sapadores que já chegaram à frente de batalha.

A agência de notícias oficial norte-coreana KCNA noticiou no sábado que o líder norte-coreano Kim Jong-un tinha conversado no dia anterior com familiares de soldados mortos nos combates contra a Ucrânia em apoio da Rússia. Kim já se tinha encontrado com alguns deles na semana anterior, noutra cerimónia pública em homenagem aos militares.

Laços apertados

A Rússia e a Coreia do Norte consolidaram os laços bilaterais, através da assinatura de um pacto de defesa mútua no ano passado, durante uma visita do Presidente russo a Pyongyang. Em Abril, a Coreia do Norte confirmou, pela primeira vez, que tinha enviado um contingente de soldados para a linha da frente na Ucrânia, para combater ao lado das tropas russas.

O líder norte-coreano cruzou ontem a fronteira com a China a bordo do seu comboio blindado, rumo a Pequim, para participar numa importante parada militar com os presidentes chinês e russo. O líder norte-coreano estará em Pequim para participar no desfile militar, que se realiza hoje e contará também com a presença do Presidente da Rússia, Vladimir Putin.

O Kremlin declarou recentemente que está a considerar a realização de uma cimeira bilateral entre os dois líderes, em paralelo com o desfile. O NIS espera que Kim compareça no desfile ao lado de Xi Jinping e Putin e indicou ainda a possibilidade de ser acompanhado pela mulher, Ri Sol-ju, e pela influente irmã, Kim Yo-jong.

O serviço acrescentou que o regime de Pyongyang está a planear um grande desfile militar para Outubro, em comemoração do 80.º aniversário da fundação do Partido dos Trabalhadores, o partido único da Coreia do Norte.

3 Set 2025

Cooperação | Rússia, China e Mongólia assinam acordo para gasoduto Força da Sibéria 2

A Rússia, a China e a Mongólia assinaram ontem um memorando juridicamente vinculativo para a construção do gasoduto Força da Sibéria 2, que permitirá a entrega anual de 50 mil milhões de metros cúbicos de gás russo à China.

O anúncio foi feito pelo presidente da gigante energética russa Gazprom, Alexei Miller, após a reunião entre os líderes da Rússia, Vladimir Putin, da China, Xi Jinping, e da Mongólia, Ukhnaa Khurelsukh, realizada em Pequim, à margem das celebrações do 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico.

Miller sublinhou que a construção do gasoduto Força da Sibéria 2 e do chamado gasoduto União – Oriente, que inclui o trajecto de trânsito pela Mongólia e as infraestruturas correspondentes em território chinês, será “o maior projecto mundial no sector do gás, tanto em dimensão como em volume de investimento”. O acordo prevê o fornecimento de gás natural russo à China por um período de 30 anos.

Paralelamente, a Gazprom assinou com a Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC) um acordo para aumentar o fornecimento através do gasoduto Força da Sibéria, dos actuais 38 mil milhões para 42 mil milhões de metros cúbicos por ano.

Estes dois projectos reforçam a crescente cooperação energética sino-russa, num contexto de afastamento progressivo da Rússia dos mercados europeus, após as sanções ocidentais impostas pela invasão da Ucrânia, e da estratégia chinesa de diversificação do aprovisionamento energético.

Embora Pequim exclua a formação de uma aliança formal com Moscovo, tem prestado apoio político, diplomático e económico à Rússia desde o início da guerra na Ucrânia.

A parceria é vista como forma de Pequim assegurar estabilidade nas fronteiras terrestres no norte e nordeste da China e garantir o fornecimento energético, permitindo ao país asiático concentrar recursos nas áreas onde enfrenta maior pressão dos Estados Unidos e seus aliados, incluindo o Estreito de Taiwan e o Mar do Sul da China.

3 Set 2025

Moeda | Yuan atinge valor mais alto face ao dólar desde eleição de Trump

O yuan valorizou para o nível mais alto face ao dólar norte-americano desde a eleição de Donald Trump, num sinal de que Pequim está disposta a permitir um fortalecimento gradual da moeda chinesa.

Desde o início do ano, o yuan valorizou 2,3 por cento face à moeda norte-americana, fixando-se nos 7,14 yuan por dólar. Segundo analistas citados pelo jornal britânico Financial Times, a valorização da moeda poderá ter implicações nas negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos.

Durante o seu primeiro mandato, o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a acusar Pequim de manipulação cambial.

“É um sinal para os Estados Unidos”, afirmou Mitul Kotecha, responsável pela estratégia cambial do banco britânico Barclays. “A China quer mostrar, de boa-fé, que não pretende desvalorizar a moeda”, acrescentou.

Apesar do fortalecimento, o yuan tem tido um desempenho inferior ao de outras moedas importantes este ano, como o euro e o iene, que valorizaram 13,2 por cento e 6,2 por cento, respectivamente, face ao dólar.

O economista-chefe do banco de investimento Goldman Sachs para a Ásia-Pacífico, Andrew Tilton, sugeriu que as autoridades norte-americanas podem estar a incentivar vários países a permitirem a valorização das suas moedas.

A relativa estabilidade do yuan face ao dólar, que se encontra em queda, beneficia as exportações chinesas, mas aumenta a pressão sobre os sectores industriais de outros países, cujas moedas mais fortes encarecem as exportações para os EUA.

3 Set 2025

Xi pede ao PM paquistanês que garanta protecção dos projectos chineses

O Presidente da China, Xi Jinping, apelou ontem ao Paquistão para tomar “medidas concretas e eficazes” que garantam a segurança de cidadãos, projectos e instituições chinesas no país, após vários ataques contra trabalhadores chineses.

Durante um encontro em Pequim com o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, Xi afirmou que “a China e o Paquistão são amigos na adversidade e irmãos” e que “uma relação sólida entre ambos contribui para a paz e o desenvolvimento regionais”, segundo um comunicado divulgado pela diplomacia chinesa.

O chefe de Estado chinês reiterou o apoio de Pequim à “unidade, ao foco no desenvolvimento e ao fortalecimento nacional do Paquistão”.

Sharif garantiu que o seu Governo “não poupará esforços para proteger a segurança do pessoal, dos projectos e das instituições chinesas” em território paquistanês. “Cada geração de paquistaneses recorda a ajuda desinteressada da China. Nenhuma força pode quebrar esta amizade inquebrantável entre os nossos dois países”, afirmou.

Em Outubro de 2024, dois cidadãos chineses morreram e mais de uma dezena de pessoas ficaram feridas num atentado suicida no aeroporto de Karachi, no sul do país. Em Março do mesmo ano, outro atentado semelhante causou a morte de pelo menos cinco trabalhadores chineses e um paquistanês, envolvidos na construção de uma central hidroeléctrica em Dasu, na província de Khyber Pakhtunkhwa.

Na mesma região, em Março do ano passado, cinco engenheiros chineses e um condutor paquistanês morreram noutro ataque suicida.

Pedras no caminho

Estes atentados têm sido um obstáculo ao aprofundamento da parceria sino-paquistanesa, sobretudo no plano económico. A China comprometeu-se a investir 64 mil milhões de dólares (em infraestruturas no Paquistão, no âmbito do Corredor Económico China – Paquistão (CPEC), integrado na Iniciativa Faixa e Rota, que visa ligar o sul e o centro da Ásia a Pequim.

Shehbaz Sharif participou no domingo e na segunda-feira na 25.ª cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), realizada na cidade chinesa de Tianjin. O líder paquistanês assistirá hoje ao desfile militar em Pequim que assinala os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico, evento que contará com a presença dos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un, entre outros.

3 Set 2025

Parada | China exibe poder militar em desfile pelo fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico

A parada militar destinada a assinalar o fim da segunda guerra mundial no Pacífico conta com a presença de vários líderes mundiais da Ásia, da América Latina e da Europa de Leste. Xi Jinping irá passar revista às tropas

 

Caças furtivos de última geração, mísseis balísticos avançados e tanques equipados com drones vão desfilar em Pequim, hoje, para assinalar os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico.

O evento vai contar com a presença do Presidente chinês, Xi Jinping, e dos líderes da Rússia, Vladimir Putin, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un, além de vários outros chefes de Estado de países da Ásia, da América Latina e da Europa de Leste.

O único representante da UE vai ser o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que afirmou querer “prestar homenagem a todos os que se sacrificaram na luta contra o fascismo” e ao povo chinês.

A capital chinesa encontra-se sob apertadas medidas de segurança há várias semanas, com detectores semelhantes aos usados em aeroportos nas entradas de edifícios públicos e patrulhas permanentes em viadutos e pontos estratégicos da cidade.

O desfile, marcado para as 09:00, terá cerca de 70 minutos de duração e envolverá 45 formações militares, incluindo um sobrevoo de aviões de guerra.

Xi Jinping vai discursar na praça de Tiananmen e passar revista às tropas do Exército de Libertação Popular (ELP), no que será também uma demonstração de força num momento de crescente desconfiança face ao Ocidente, incertezas geopolíticas agravadas desde a chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e disputas territoriais com vários vizinhos.

Fontes do Ministério da Defesa indicaram que grande parte do armamento exibido será mostrado ao público pela primeira vez, sendo toda a tecnologia de fabrico chinês. O jornal de Hong Kong South China Morning Post noticiou que poderão ser exibidos mísseis com capacidade nuclear.

Últimas novidades

Song Zhongping, antigo instrutor do ELP, referiu ao mesmo jornal que o país poderá apresentar novos sistemas de ataque hipersónico de precisão capazes de “contrariar eficazmente adversários poderosos, incluindo os Estados Unidos”, como os mísseis DF-17, DF-26 (alcance superior a 4.000 quilómetros, apelidado de “Assassino de Guam”), JL-3 (lançado a partir de submarinos) e YJ-21 (concebido para ultrapassar sistemas avançados de defesa naval).

Entre os destaques esperam-se também tanques adaptados a veículos aéreos não tripulados (drones), aviões de alerta antecipado KJ-600 e caças furtivos de última geração. De acordo com Pequim, a invasão japonesa causou mais de 35 milhões de vítimas entre civis e militares chineses mortos e feridos, representando um terço das baixas totais da guerra.

Trio em destaque

O destaque da cerimónia será a presença conjunta de Xi, Putin e Kim Jong-un, este último numa rara deslocação ao estrangeiro – a primeira desde 2019 – para reforçar os laços com Pequim, num momento em que Pyongyang tem aprofundado a cooperação militar com Moscovo.

Estarão ainda presentes o Presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, o líder da junta militar de Myanmar (antiga Birmânia), Min Aung Hlaing, o Presidente do Irão, Masud Pezeshkian, e o primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, entre outros dirigentes do Sudeste Asiático, incluindo representantes de Camboja, Vietname, Laos e Malásia.

Pequim procura apresentar-se como um parceiro mais estável e fiável do que os Estados Unidos, numa região onde é o principal parceiro comercial colectivo. Entretanto, a cidade continua sob vigilância apertada. Guardas patrulham pontes e viadutos, medida de segurança recorrente desde 2022.

3 Set 2025

Exposição de Francisco Ricarte na Casa de Portugal até final do mês

A exposição “Macau: Dias de Ontem e Dias de Hoje”, com imagens do arquitecto Francisco Ricarte, foi estendida até ao final do mês, podendo ser visitada até 30 de Setembro na sede da Casa de Portugal em Macau (CPM). Trata-se de uma iniciativa integrada na programação das celebrações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas.

A mostra contém 20 “dípticos”, ou seja, “vinte propostas visuais comparativas entre imagens antigas de Macau, como registos fotográficos e iconográficos da cidade da primeira metade do Séc. XIX, ou existentes em postais antigos dos inícios do Séc. XX, com imagens contemporâneas desses espaços ou do que resta deles, onde se possam entender não só a presença dos antigos elementos construídos ou naturais ainda existentes, mas sobretudo a continuidade do seu significado social e humano relevantes”, explicou o arquitecto e fotógrafo ao HM.

Segundo Ricarte, o que se pretende fazer nesta mostra não é apenas “o registo meramente documental ou comparativo das modificações necessariamente ocorridas nos espaços e imóveis registados, mas sim captar como o seu ‘espírito’, sob o ponto de vista da sua presença, significado urbano ou presença humana significativa, mantêm a sua identidade e significado imagético para a cidade, hoje”.

Passado e presente

Em “Macau: Dias de Ontem e Dias de Hoje” faz-se a “introdução de registos cromáticos nas fotografias contemporâneas”, convidando-se o público a “identificar uma continuidade entre o antigo e o contemporâneo, encontrando novas identidades e significados nas imagens contemporâneas apresentadas, fazendo assim uma outra leitura interpretativa desses registos fotográficos”.

Aqui, a cor “articula a perenidade e identidade dos locais e seu significado, patente nos ‘dias de ontem’ com a contemporaneidade desses mesmos espaços, evidenciado pela sua presença e identidade nos ‘dias hoje'”, remata Ricarte.

Francisco Ricarte é arquitecto de profissão, estando em Macau desde 2006. É um dos membros da associação Halftone, dedicada à fotografia profissional e amadora que se faz no território e fora dele, tendo ajudado a criar este projecto em 2021. A Halftone publica também uma revista de fotografia de forma regular.

2 Set 2025

Livro | Pensamento do filósofo chinês Xun Kuang editado em português

A Livros do Meio, editora local criada por Carlos Morais José, juntou esforços à Fundação Macau para a edição de “Escritos de Mestre Xun”, que pela primeira vez traduz integralmente do chinês para português o pensamento do filósofo chinês Xun Kuang, também conhecido por Xun Zi. O lançamento desta obra dedicada ao pensamento sobre Confúcio acontece dia 10 deste mês na Fundação Rui Cunha

 

No pensamento confucionista chinês da antiguidade, os grandes nomes que surgem no imediato são Confúcio e Mencius. Mas inclui-se também nesta lista um homem nascido com o nome de Xun Kuang, que ficaria mais conhecido na história como Xun Zi e que é considerado um dos grandes filósofos confucionistas chineses do período antigo da China.

A editora de Macau Livros do Meio, de Carlos Morais José, prepara agora um lançamento inédito sobre os escritos e o pensamento deste filósofo, na medida em que pela primeira vez estarão disponíveis em português. A tradução esteve a cargo de Rui Cascais, Gong Yuhong e do próprio Carlos Morais José, que também fez a parte da edição e notas.

A edição de “Escritos de Mestre Xun” contou com a co-edição da Fundação Macau e será lançada no dia 10 de Setembro em Macau, na Fundação Rui Cunha. Segundo uma nota de imprensa divulgada pela Livros do Meio, trata-se de uma “pedra angular do pensamento filosófico chinês finalmente acessível ao leitor lusófono em edição definitiva”.

Esta é a “primeira tradução para língua portuguesa de todos os 32 capítulos do filósofo confuciano Xun Zi (c. 310 – c. 235 a.E.C)”, tratando-se de uma “edição histórica que preenche uma lacuna crucial nos estudos filosóficos e sinológicos em português”.

Segundo a descrição da editora, o livro “conta com extensas notas explicativas, comentários críticos e uma introdução abrangente que situa Xun Zi no contexto do período dos Reinos Combatentes e traça sua influência ao longo da história”.

“A Livros do Meio orgulha-se, depois de ter publicado recentemente o último dos ‘Quatro Livros’, de tornar este clássico acessível aos leitores de língua portuguesa”, acrescenta ainda.

Uma longa jornada

Traduzir aquilo que Xun Zi deixou constituiu “uma jornada de vários anos”. O filósofo deixou um pensamento pautado pelo “racionalismo, a defesa da cultura como antídoto para o caos e uma análise da linguagem”, elementos que “ressoam de forma poderosa nos dias de hoje”.

Neste processo de tradução, procurou-se “capturar a precisão e a força argumentativa do seu texto, permitindo que o leitor de língua portuguesa enfrente, pela primeira vez em toda a sua extensão, um dos pensadores mais lúcidos e desafiadores da humanidade”.

Se Mencius, contemporâneo de Xun Zi, “acreditava na bondade inata do ser humano”, o “Mestre Xun” defendia, por sua vez, “que a natureza humana é originalmente má (xing er), e que a bondade é adquirida através do esforço consciente, da educação ritualizada (li) e da orientação dos sábios e de um governo justo”.

Daí a Livros do Meio entender que ler e analisar Xun Zi permite ter acesso a um “tratado profundo sobre ética, política, educação, linguagem e cosmologia, oferecendo perspectivas surpreendentemente modernas sobre a natureza da sociedade”.

“Xun Zi é um gigante intelectual, cujo pensamento é fundamental para entender não apenas o Confucianismo, mas toda a história intelectual chinesa. Publicar as suas obras completas em português é um marco editorial e um presente para estudantes, académicos e todos os leitores que buscam compreender as bases da civilização chinesa”, descreve ainda a Livros do Meio.

A obra tem 422 páginas e um custo de 200 patacas. A Livros do Meio foca-se na edição de obras clássicas chinesas traduzidas para português em áreas como a poesia, o pensamento, Arte, História ou Etnologia, entre outras.

2 Set 2025

GP Consumo | Mais de 37 mil idosos com descontos imediatos

A Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) revelou que até às 10h da manhã de ontem, mais de 37 mil idosos tinham obtido descontos directos em compras, no âmbito do Grande Prémio para o Consumo nas Zonas Comunitárias.

De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, a subdirectora da DSEDT, Cheang Hio Man, afirmou também que cerca de 1.900 pessoas levaram o novo cartão para obter descontos, emitido apenas para titulares do Cartão de Registo de Avaliação da Deficiência do Instituto de Acção Social.

Ao mesmo tempo, Cheang Hio Man disse que o prazo para levantar o de cartão para idosos e cartão de cuidados sociais é suficiente para disfrutar dos descontos, pelos que os residentes não precisam de correr para os postos de levantamento.

2 Set 2025

Telecomunicações | Novos contratos conhecidos até ao fim do mês

A directora dos Serviços de Correios e Telecomunicações (CTT), Derby Lau Wai Meng, anunciou que os novos contratos das concessões da rede pública de telecomunicações fixas vão ser publicados no Boletim Oficial até ao final do mês, altura em que as concessões actuais terminam. A informação foi revelada na segunda-feira, à margem de uma conferência de imprensa.

A CTM e a MTel são actualmente as duas concessionárias. Todavia, a responsável recusou a ideia de que os novos contratos se limitem a ser mais uma renovação, como ocorridas em 2021 e 2022. Segundo Derby Lau, citada pelo jornal Cheng Pou, os novos contratos vão mais longe e incluem orientações para o futuro desenvolvimento das telecomunicações no território. A directora recusou entrar em mais pormenores, prometendo explicações para a altura em que os contratos forem divulgados.

2 Set 2025

DSEDJ | Aposta em visitas a bases de segurança nacional

A Direcção de Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) vai continuar a apostar nas visitas de estudo para professores e alunos à Base de Educação do Patriotismo para Jovens de Macau, em Shandong, e à Base de Formação de Educação sobre Perspectiva Geral da Segurança Nacional para Jovens de Macau, em Pequim, como parte dos esforços de promoção do nacionalismo. A orientação sobre a educação nacional foi revelada na resposta a uma interpelação do deputado Ho Ion Sang.

De acordo com a resposta assinada por Teng Sio Hong, subdirector da DSEDJ, as visitas têm como objectivo “aprofundar o sentimento patriótico e a consciência de segurança nacional”.

No documento, Teng Sio Hong garante que o “Governo da RAEM mantém-se firme na consolidação dos valores nucleares do amor pela Pátria e por Macau” e que o futuro desta política passa pela construção de “uma base de experiência imersiva, baseada em Macau e interligada com a Grande Baía”, realização de actividades para alunos e a criação de um Pavilhão de Exposições da Educação Patriótica em Seac Pai Van.

2 Set 2025

SCO | China revela plano de dez anos para mundo multipolar

Foi apresentada em Tianjin a Iniciativa de Governança Global, um plano de Pequim que defende o multilateralismo na ordem geopolítica mundial. Da Organização de Cooperação de Xangai saiu uma nova declaração de defesa do mundo multipolar, bem como novos “100 projectos pequenos e exemplares” de apoio financeiro para países membros do organismo

 

A Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês) aprovou uma estratégia de desenvolvimento para a próxima década, com o objectivo de promover um mundo multipolar, anunciou ontem o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi. A Iniciativa de Governança Global (GGI, na sigla inglesa) surge numa altura em que o bloco regional reconheceu, numa declaração conjunta, que o agravamento das tensões geopolíticas representa uma ameaça crescente à segurança dos seus membros.

Em declarações após a 25.ª cimeira da SCO, que decorreu em Tianjin, no nordeste da China, Wang afirmou que a estratégia de desenvolvimento até 2035 “define o tom e uma direcção clara para a próxima década”, considerando-a um dos principais resultados do encontro.

A cimeira teve como pano de fundo o aumento das fricções entre alguns dos principais membros da SCO e os Estados Unidos da América (EUA), nomeadamente devido a sanções e tarifas comerciais aplicadas pela administração de Donald Trump.

Wang classificou a reunião como a “mais frutífera” até à data, sublinhando que os participantes emitiram uma mensagem unificada contra acções unilaterais, numa referência implícita a Washington. “A cimeira defendeu firmemente um mecanismo de comércio multilateral centrado na Organização Mundial do Comércio, rejeitou medidas unilaterais que violem as regras da organização e enviou uma mensagem clara em apoio à equidade, contra a intimidação”, afirmou o chefe da diplomacia chinesa.

Wang anunciou também a criação de quatro novos centros de segurança no âmbito da SCO, com foco no combate a ameaças à segurança regional, crime organizado transnacional, tráfico de droga e segurança da informação.

Segundo a agência Xinhua, Wang Yi disse ainda que a GGI chegou “no momento certo”, dado que “o mundo enfrenta inúmeros desafios, incluindo frequentes turbulências a nível regional, um crescimento económico desacelerado e o aumento de [ideias e movimentos] anti-globalização”.

A GGI tem por princípios “o respeito pela igualdade soberana, a observação do Direito internacional, a prática do multilateralismo, a defesa de uma abordagem centrada nas pessoas e foco em acções concretas”, conceitos que estão “em consonância com os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas”, observou Wang Yi.

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês lembrou ainda que a GGI é a “quarta grande Iniciativa Global proposta pelo Presidente Xi Jinping nos últimos anos”, após o lançamento da Iniciativa de Desenvolvimento Global, a Iniciativa de Segurança Global e a Iniciativa de Civilização Global.

Segundo o ministro, “estas quatro iniciativas trazem estabilidade e previsibilidade a um mundo turbulento, reflectindo-se o papel activo e o sentido de responsabilidade da China nos assuntos internacionais”.

Uma nova declaração

Da cimeira saiu ainda a Declaração de Tianjin do Conselho de Chefes de Estado da SCO, onde o multilateralismo é palavra de ordem. “A política e economia mundiais, bem como outras áreas das relações internacionais, têm passado por profundas transformações históricas. O sistema internacional caminha na direcção de uma multipolaridade mais justa, igualitária e representativa, abrindo novas perspectivas para o desenvolvimento nacional e cooperação com benefícios mútuos”, pode ler-se.

No mesmo documento os Estados-membros da SCO comprometem-se a “aprofundar as parcerias de longo prazo e fortalecer ainda mais a Organização de Cooperação de Xangai, a fim de preservar de forma conjunta a paz, segurança e estabilidade regionais, promovendo-se o desenvolvimento sustentável” dos países.

Na declaração é também firmado que os países-membros da SCO “consideram inaceitável a interferência nos assuntos internos de outros Estados sob quaisquer pretextos, bem como o recurso a medidas unilaterais de coerção que não se baseiem no Direito internacional e que prejudiquem os interesses de outros Estados”.

“Os Estados-membros reafirmam a sua posição de princípio contra a imposição de sanções unilaterais extraterritoriais”, foi ainda declarado no documento.

Apoios a países

O Presidente Xi Jinping reafirmou na segunda-feira a visão de uma nova ordem mundial que desafie o domínio ocidental, apelando à construção de um sistema internacional mais justo e multipolar. “A SCO deve opor-se em conjunto à mentalidade de Guerra Fria, ao confronto entre blocos e a comportamentos de intimidação”, afirmou Xi, no discurso principal da cimeira, numa referência indirecta aos Estados Unidos.

O líder chinês defendeu uma reforma na governação global com maior representação para o Sul Global e apelou à aplicação “igual e uniforme” do Direito internacional, sem padrões duplos nem a hegemonia de poucos.

Xi anunciou ainda um conjunto de medidas concretas para enfrentar os desafios ao desenvolvimento, numa altura em que a guerra comercial com os EUA levanta receios de estagnação económica global.

Entre as iniciativas estão 100 “projectos pequenos e exemplares” de apoio ao bem-estar em países da SCO, mais de dois mil milhões de yuan em ajuda não reembolsável e dez mil milhões de yuan adicionais em empréstimos ao Consórcio Interbancário da SCO, nos próximos três anos.

Xi revelou também planos para acelerar a criação de um banco de desenvolvimento da SCO, com o objectivo de reforçar a cooperação em matéria de segurança e economia entre os Estados membros. “Devemos ampliar a base da cooperação e utilizar plenamente os recursos de cada país, assumindo a responsabilidade pela paz, estabilidade, desenvolvimento e prosperidade na região”, disse.

Relativamente ao papel da China no sistema geopolítico mundial, Xi Jinping destacou uma série de medidas e iniciativas em que considera que o país foi pioneiro. No discurso de segunda-feira, na SCO, destacou que “fomos os primeiros a lançar a cooperação da Iniciativa Faixa e Rota”, tendo sido desenvolvido “um grande número de projectos de assinatura”. Além disso, a “cooperação ao nível do investimento industrial tem avançado de forma significativa, disponibilizando forças condutoras em prol do desenvolvimento e prosperidade em toda a região”.

A China diz ter hoje dados que o comércio com os países-membros da SCO ultrapassou “os objectivos que tinham sido traçados”, além de que a rede de comunicações e transportes foi “bastante melhorada”, existindo uma rede de transportes terrestre de quase 14 mil quilómetros entre os Estados-membros.

Na segunda-feira, Xi Jinping destacou também que a China foi o primeiro país a “apresentar a visão de uma governança global baseada numa ampla consulta, uma contribuição conjunta e partilha de benefícios”, realizando-se um “esforço para a prática do verdadeiro multilateralismo”.

“Aprofundamos a cooperação com as Nações Unidas e outras organizações internacionais, e desempenhamos um papel construtivo nos assuntos internacionais e regionais. Estamos sempre ao lado da equidade e da justiça internacionais, defendemos a inclusão e a mútua aprendizagem entre civilizações. Opomo-nos ao hegemonismo e política de poder, pelo que nos tornamos uma força pró-activa pela paz e desenvolvimento mundial”, defendeu ainda o Presidente chinês.

De mãos dadas

Antes da sessão fotográfica oficial, na segunda-feira, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Índia, Narendra Modi, foram vistos a caminhar de mãos dadas na direcção de Xi Jinping, com quem mantiveram uma breve conversa, acompanhados por intérpretes. De acordo com o próprio Modi, os dois líderes viajaram juntos no mesmo carro para a sua reunião bilateral.

Criada em 2001 como uma aliança de segurança euro-asiática entre a China, a Rússia e quatro países da Ásia Central, a SCO alargou-se a áreas como cooperação económica e comercial. Segundo Pequim, a organização reúne actualmente 26 países da Ásia, Europa e África, entre membros plenos, observadores e parceiros de diálogo. Myanmar e Turquia estão entre os países que pretendem adesão plena.

Apesar da crescente influência, o grupo continua afectado por disputas internas – como entre Índia e Paquistão, ou entre Tajiquistão e Quirguistão – que comprometem a sua eficácia global. A.S.S. / Agências

2 Set 2025

Sam Hou Fai adia sem data visita a Portugal prevista para 16 de Setembro

O líder do Governo de Macau, Sam Hou Fai, adiou sem data prevista a visita a Portugal e Espanha, prevista para decorrer entre 16 e 23 de setembro, confirmou a Lusa e o HM junto de fonte oficial.

“A visita foi adiada e não há ainda data de quando será realizada”, confirmou à Lusa fonte oficial do Gabinete de Comunicação Social (GCS) da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).

A visita a Portugal seria a primeira deslocação ao estrangeiro desde que Sam Hou Fai tomou posse como chefe do executivo da RAEM, em dezembro de 2024. Esta deslocação, a ter ido por diante, teria início dois dias após a realização das eleições para o Parlamento da RAEM, agendadas para o próximo dia 14.

2 Set 2025

Afeganistão | China apresenta condolências e oferece ajuda após terramoto

A China apresentou ontem “profundas condolências” pelo sismo de magnitude 6 que atingiu o leste do Afeganistão, causando pelo menos 800 mortos e cerca de 2.700 feridos, e ofereceu ajuda para a recuperação.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun transmitiu ainda a “sincera compaixão” de Pequim às famílias das vítimas mortais e aos feridos, manifestando confiança de que “o povo afegão, sob a liderança do Governo, superará o impacto do desastre e reconstruirá os seus lares”.

O sismo de magnitude 6 na escala aberta de Richter ocorreu às 23:47 (e foi seguido por pelo menos dois abalos de magnitude 5,2.

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o epicentro do sismo situou-se a 42 quilómetros de Jalalabad, capital da província de Nangarhar. O hipocentro, a apenas oito quilómetros de profundidade, agravou o nível de destruição.

A ONU e a Cruz Vermelha afegã já mobilizaram operações de emergência, enquanto as autoridades receiam que o número de vítimas aumente à medida que as equipas de resgate consigam aceder às aldeias mais isoladas da cordilheira do Hindu Kush.

2 Set 2025

Ucrânia | Putin reconhece esforço diplomático da Turquia em reunião com Erdogan

O Presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu ontem os esforços de Ancara para resolver a guerra na Ucrânia, durante uma reunião com o homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, numa cimeira na China.

“Reconhecemos aos nossos amigos turcos a importante contribuição para os esforços políticos e diplomáticos com vista à resolução da crise na Ucrânia”, afirmou Putin, citado pela agência de notícias oficial russa TASS, à margem da 25.ª cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, que decorre na cidade chinesa de Tianjin.

O líder russo lembrou as três rondas de negociações directas realizadas em Istambul entre delegações da Rússia e da Ucrânia, encontros que permitiram avanços em “diversos problemas práticos no plano humanitário”, nomeadamente acordos de troca de prisioneiros.

“Estou confiante de que o papel essencial da Turquia vai continuar a ser necessário nestes assuntos”, acrescentou. Erdogan destacou o desenvolvimento das relações bilaterais nas áreas do comércio, do turismo, do investimento e energia.

O chefe de Estado turco expressou esperança de que as conversações entre o Azerbaijão e a Arménia conduzam a uma paz duradoura e que a estabilidade no Cáucaso vá ao encontro dos interesses mútuos da Turquia e da Rússia, de acordo com um comunicado da Presidência turca.

Erdogan renovou também o convite a Putin para visitar a Turquia. “A minha proposta continua válida. Esperamos recebê-lo no nosso país o mais brevemente possível. Mantemos uma relação sincera e baseada na confiança”.

O Presidente turco acrescentou que os laços entre os dois países “podem continuar a desenvolver-se sem serem afectados pelas circunstâncias actuais”.

Apesar de a Procuradoria do Tribunal Penal Internacional (TPI) ter emitido em 2023 um mandado de captura contra Putin, a Turquia não é signatária do Estatuto de Roma nem reconhece a jurisdição do tribunal. Os dois líderes abordaram também outros temas da actualidade internacional, incluindo a situação no Médio Oriente e no Norte de África.

2 Set 2025

Redacções de todo o mundo protestam contra assassínio de jornalistas em Gaza

Mais de duas centenas de órgãos de comunicação de 50 países, entre os quais a agência Lusa e o jornal Público, bloquearam ontem as primeiras páginas e interromperam as transmissões, exigindo o fim do assassínio de jornalistas em Gaza e acesso ao enclave.

Organizada pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF), pelo movimento de campanhas Avaaz e pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), a acção foi apresentada como o primeiro “protesto editorial em grande escala” da história moderna coordenado em simultâneo por redacções em todos os continentes.

“Jornais impressos terão capas inteiramente pretas com uma mensagem marcante. Emissoras de TV e rádio interromperão a programação com uma declaração conjunta. Portais ‘online’ apagarão suas ‘homepages’ ou exibirão ‘banners’ em solidariedade”, referiu a organização, em comunicado.

A Lusa manteve em manchete na sua página online durante todo o dia uma fotografia da guerra em Gaza com as palavras do director geral da RSF: “Ao ritmo em que jornalistas estão a ser mortos em Gaza pelas forças de defesa de Israel, em breve não haverá mais ninguém para manter o mundo informado”.

O número de jornalistas mortos em Gaza ultrapassa os 210 desde 07 de Outubro de 2023, segundo dados da RSF, o que faz deste “o conflito mais letal para repórteres nos tempos modernos”.

A organização assinala que “Israel tem impedido a entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza há quase dois anos, deixando apenas os jornalistas palestinianos para reportar sob fogo”.

Em declarações à Lusa, a directora de informação da agência de notícias portuguesa afirma que esta “não podia ficar indiferente e junta-se assim a este protesto mundial”.

“Como jornalistas, não podemos assistir impávidos aos assassínios deliberados ou colaterais dos jornalistas que, enfrentando todos os riscos e ameaças, deslocações sistemáticas, fome e até a morte, testemunham e informam o mundo sobre o que se está a passar em Gaza. Na sua guerra contra este enclave, Israel também faz guerra ao jornalismo e ao direito a informar e de ser informado”, sustenta Luísa Meireles.

Contra a notícia

Citado no comunicado, o director geral da RSF, Thibaut Bruttin, alerta que “não é apenas uma guerra contra Gaza, é uma guerra contra o próprio jornalismo. Jornalistas estão a ser mortos, alvo de ataques e difamados. Sem eles, quem vai falar da fome, quem vai denunciar crimes de guerra, quem vai expor genocídios”, questiona.

O director de campanhas da Avaaz, Andrew Legon, diz que “Gaza se está a transformar num cemitério de jornalistas” porque “o governo de extrema-direita de Israel está a tentar concluir o massacre no escuro, sem o escrutínio da imprensa”.

“Se as últimas testemunhas forem silenciadas, as mortes não cessarão – apenas deixarão de ser vistas. É por isso que estamos unidos hoje: Não podemos e não vamos permitir que isso aconteça”, afirma.

Os ataques mais recentes contra jornalistas em Gaza ocorreram em 25 de Agosto, quando forças israelitas bombardearam o complexo médico al-Nasser – um conhecido ponto de encontro de repórteres – matando cinco jornalistas. Duas semanas antes, outros seis jornalistas foram mortos num único ataque.

2 Set 2025