Associações | Apelos à população para não sair de casa

Após terem sido diagnosticados cerca de 400 casos de covid-19 em Macau até segunda-feira, a presidente da Associação Geral das Mulheres de Macau, Lau Kam Ling desejou que os residentes se articulem com as medidas de prevenção pandémica do Governo e fiquem em casa.

Em declarações, citadas pelo jornal Ou Mun, Lau argumentou que as actividades desnecessárias devem ser reduzidas ao mínimo, para diminuir a circulação de pessoas nas ruas. Além disso, apesar de o Governo ter lançado várias medidas anti-pandémicas para diminuir o risco de transmissão comunitária, Lau Kam Ling apontou o dedo a quem se desloca às ilhas e às zonas de lazer, e deixou o desejo que o Governo tenha mão pesada para controlar a situação.

Adicionalmente, a vice-presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau, Chio Lan Ieng indicou que a situação da pandemia de Macau continua a ser relativamente grave, e espera que residentes e empregadores cumpram as indicações do Governo e fiquem em casa.

Construção | Estaleiros sem obrigação de suspender obras

Em declarações ao jornal Ou Mun, o chefe do Conselho de Juventude da Associação de Engenharia e Construção de Macau, Harry Lai Meng San, apontou que a maioria dos estaleiros continua a operar, porque não há uma obrigação legal de encerramento.

Harry Lai recordou que muitas obras têm de cumprir obrigações contratuais, e, se não for declarado o encerramento pelo Governo, ficam obrigadas a pagar multas, em caso de atraso. Porém, o responsável reconhece que se o Governo emitir uma ordem para a suspensão dos trabalhos, o sector vai respeitar as orientações.

A 27 de Junho, a Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana lançou instruções para que os trabalhadores só possam entrar nos estaleiros depois de fazer um teste rápido antigénio e mostrar código verde de saúde. Apesar de considerar as instruções simples de seguir, Harry Lai reconheceu estar preocupado que alguns estaleiros não cumpram.

29 Jun 2022

Covid-19 | População tem de realizar testes rápidos amanhã e quinta-feira

As autoridades decretaram que amanhã e quinta-feira a população terá de realizar novamente testes rápidos de despistagem à covid-19, numa altura em que o território contabiliza 414 casos. Tal como as últimas rondas de testes, os resultados devem ser declarados no portal https://app.ssm.gov.mo/generalrat

O código de saúde ficará vermelho caso o resultado positivo. Caso o resultado do teste de anti-génio não seja efectuado e carregado no dia 29 de Junho, o código de saúde será convertido na cor amarela às 00H00 de 30 de Junho. No dia 30 os residentes devem, também, efectuar o teste rápido de anti-génio e carregar imagem comprovativa no sistema. O código de saúde poderá ser convertido novamente na cor verde. Caso contrário, às 00H00 de 1 de Julho o código de saúde será bloqueado na cor amarela, sendo que, para alterar para a cor verde os interessados devem ser submetidos a testes de ácido nucleico pagos por si.

Caso o teste de anti-génio seja concluído de acordo com os requisitos e as pessoas vejam a cor do seu código convertido na cor vermelha ou amarela, podem requerer o levantamento desses códigos na plataforma de Pedido de informações e assistência sobre a prevenção de epidemia de COVID-19, https://www.ssm.gov.mo/covidq .

Caso o teste anti-génio seja positivo, além da declaração no Código de Saúde de Macau, independentemente de apresentar ou não febre, sintomas respiratórios e outro tipo de desconforto, as pessoas devem chamar uma ambulância (telefone nº: 119, 120 ou 2857 2222) para a realização de um teste PCR no Centro Hospitalar Conde de São Januário o mais rapidamente possível. A nota de imprensa dá conta que, “além da pessoa que tenha o teste positivo, os demais co-habitantes não podem sair de casa”.

28 Jun 2022

Negócios portugueses em Macau nos ‘cuidados intensivos’ lutam para não morrer da cura

Empresários portugueses em Macau disseram hoje à Lusa que estão a lutar pela sobrevivência dos negócios face às medidas mais apertadas de controlo da pandemia de covid-19.

“Não morremos da doença, vamos morrer da cura”, desabafou Nelson Rocha, do restaurante Mariazinha, num momento em que Macau está em estado de prevenção imediata, a insistir em quarentenas e com zonas da cidade isoladas, apostando na testagem massiva da população para controlar um surto local que se traduziu na deteção de centenas de casos numa só semana.

“Já estávamos pela hora da morte, agora foi pior. Estamos há dois anos e meio a perder dinheiro todos os meses. Estamos a ponderar fechar o restaurante, porque não temos dinheiro para pagar ordenados e rendas”, sublinhou o português.

Se no mês passado existiam alguns sinais que podiam alimentar a esperança de aguentar até outubro, a decisão de há uma semana de decretar o fecho dos restaurantes para apenas lhes permitir vender comida para fora “é a última facada”, lamentou.

“São medidas muito pesadas. Macau foi impecável no início, em 2020. Havia que preparar hospitais, esperar pela vacina, por um tratamento adequado. Mas agora, este vírus é como uma gripe e nós estamos aqui a tentar fazer uma coisa que não faz sentido”, insistiu, para concluir: “Não se consegue ver a luz ao fundo do túnel”.

Para o presidente da Macau Meetings, Incentives and Special Events (MISE) “enquanto a China não mudar de estratégia não há volta a dar”.

“Para nós, isto é um acumular de más notícias. Agora cancelaram-nos tudo e o mercado é cada vez mais pequeno”, explicou o empresário português Bruno Simões, ligado à indústria de eventos.

A dimensão internacional tinha-se perdido já em 2020, mas ao longo destes dois anos e meio “o mercado chinês mostrou-se cada vez mais volátil e arriscado”, contextualizou.

E agora “isto veio confirmar o que já todos suspeitavam: que qualquer dia chegava o vírus e que organizar um evento implicava assumir grandes riscos”, acrescentou.

Susana Diniz está à frente de um centro de formação desde 2019, o último ano pré-pandemia.

Apesar de a sua atividade ter sido quase sempre marcada pelas restrições, com constantes recuos e avanços das medidas restritivas das autoridades, explicou que não há forma de se habituar a esta indefinição.

“Desde domingo que mandaram fechar as portas, o que tem impacto direto no meu negócio”, com a inevitável perda de alunos, mesmo com a aposta no ‘online’.

“Não me parece que a situação fique resolvida tão depressa e não sei se será possível salvar seja o que for”, lamentou, lembrando que em 2020 fechou as portas do centro durante cinco meses e por três vezes em 2021.

“Começa-nos a faltar forças para lutar contra isto, porque vivemos dos clientes e sem eles não há negócios. Começa a faltar forças para recomeçar. Sem alunos não faço nada, mesmo que tenha o melhor produto do mercado. Eu, quando vou para casa sem fazer nada, não tenho ordenado”, notou.

Susana Diniz preparou o centro para as atividades do verão e abdicou das férias em Portugal “para salvar o negócio” e, de repente, surgiram “estas medidas desproporcionadas, que não resolvem nada, a fechar prédio sim, prédio não, com testes todos os dias”, salientou. “As regras que temos são essas, mas já não parece que seja muito lógico, tendo em conta o que se passa no mundo”, frisou.

O proprietário de “A Petisqueira” parece estar a ver “todo o filme outra vez”, depois de no início de 2020 os restaurantes, em desespero, terem fechado portas numa resposta à paralisação da economia, às ruas desertas de pessoas, refugiadas em casa. O mesmo filme, “mas para pior”, atreveu-se a descrever.

“As coisas estão muito complicadas. É só despesa com fornecimento, rendas, pessoal, que não despedi ninguém, e depois sai esta bomba. E não entra nada”, destacou. Nem clientes, nem dinheiro.

O restaurante voltou a fechar. Experimentou alguns dias manter as portas abertas com a venda de comida para fora, mas a procura foi tão reduzida que pensou que ganhava mais em encerrar o espaço.

“Sentimo-nos como se tivéssemos a corda na garganta”, resumiu, após regressar de um dos locais onde as autoridades organizam aquela que é a terceira testagem massiva a toda a população numa só semana.

28 Jun 2022

Credor estrangeiro avança em Hong Kong com petição de liquidação contra Evergrande

Um credor estrangeiro apresentou uma petição de liquidação contra o endividado gigante imobiliário chinês Evergrande junto do poder judicial de Hong Kong.

Num comunicado enviado à Bolsa de Hong Kong, onde está cotada, a Evergrande indicou que o autor é a Top Shine Global Limited, uma empresa registada em Samoa e propriedade do investidor local Lin Ho Man.

A empresa disse que a petição de liquidação diz respeito a uma “obrigação financeira” no valor de 862,5 milhões de Hong Kong dólares, sem fornecer mais pormenores.

A Evergrande garantiu que vai “opor-se vigorosamente” ao processo, e espera que este não tenha qualquer impacto nos planos de reestruturação ou no calendário que tem para os apresentar, mantendo o prazo até ao final de julho.

Na mesma informação à bolsa, o conglomerado confirmou que as suas ações vão permanecer suspensas da negociação, o que se arrasta desde 21 de março, um dia antes de reconhecer que não conseguia apresentar a tempo a declaração de rendimentos para 2021 devido ao “grande número de procedimentos de auditoria” que enfrentava.

O poder judicial de Hong Kong informou no ‘site’ que o julgamento que opõe a Top Shine Global Limited e a Evergrande terá lugar a 31 de agosto. Evergrande fez manchetes em 2021, quando acumulou dívidas superiores a 300 mil milhões de dólares, juntamente com uma crise de liquidez que a levou a falhar algumas das obrigações.

A situação financeira de muitas empresas imobiliárias chinesas piorou, depois de Pequim ter anunciado, em agosto de 2020, restrições no acesso ao financiamento bancário para promotores como a Evergrande, que acumulara um elevado nível de endividamento ao apoiar o crescimento durante anos em políticas agressivas de alavancagem.

As autoridades chinesas já intervieram na empresa, que anunciou, em janeiro, a apresentação aos credores de uma “proposta preliminar de reestruturação” no prazo de seis meses.

28 Jun 2022

Milhares de pessoas afetadas por inundações no centro e leste da China

Milhares de pessoas foram afetadas, esta semana, por inundações provocadas por chuvas torrenciais, nas regiões centro e leste da China, noticiou o jornal oficial Global Times. As áreas mais afetadas incluem as cidades de Qingdao (leste) e Chongqing (centro) e a província de Sichuan (centro). Nesta última, as chuvas obrigaram à retirada de 42 mil pessoas.

Várias zonas planas em Chongqing ficaram inundadas. Vídeos difundidos nas redes sociais chinesas mostram veículos a serem arrastados pelas correntes nas ruas da cidade.

A cidade portuária de Qingdao registou chuvas até 200 milímetros, no fim de semana passado, quando os bombeiros tiveram que atuar para bombear água de estacionamentos subterrâneos que ficaram inundados.

De acordo com o Centro Meteorológico da China, a chuva vai prolongar-se até hoje à noite e vai afetar também partes do norte e nordeste.

As autoridades meteorológicas alertaram que algumas áreas vão registar chuvas até 70 milímetros no espaço de uma hora, que podem ser acompanhadas por ventos fortes e até granizo.

Na semana passada, 3,7 milhões de pessoas foram afetadas por chuvas 1,6 vezes mais intensas do que o normal para este período do ano, na região autónoma de Guangxi, no sul da China, informou a agência de notícias oficial Xinhua.

As inundações causaram perdas económicas no valor de mais de 12 mil milhões de yuans. No ano passado, a região centro da China foi abalada por inundações, causadas por chuvas de intensidade sem precedentes nas últimas décadas, que fizeram mais de 300 mortos na província de Henan.

28 Jun 2022

Covid-19 | Restaurantes e PME em dificuldades devido a novo surto

Com o novo surto de covid-19 na cidade, Fong Kin Fu, representante da Associação dos Proprietários de Restaurantes de Macau, acredita que a proibição de tomar refeições nos restaurantes vai fazer com que apenas 20 a 30 por cento se mantenham operacionais.

Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, Fong apontou ainda que os restaurantes vão apostar cada vez mais em promoções e descontos para manter o negócio.

Sobre o impedimento de vários não-residentes atravessarem a fronteira, Fong considerou que não está a ter impacto no sector, e que a mão-de-obra é suficiente para fazer face ao volume de negócios. Porém, reconheceu que o impacto da pandemia está a ser muito forte e que a indústria está a sofrer perdas, apelando a medidas de apoio financeiro do Executivo.

Por sua vez, um representante da Associação Industrial e Comercial da Zona Norte de Macau, Ma Kin Chio, explicou ao canal chinês da Rádio Macau que apesar dos apelos do Governo há muitas Pequenas e Médias Empresas que não podem trabalhar de casa. Apesar disso, apelou para que se reduza o número de trabalhadores na empresa dentro das possibilidades, no sentido de cooperar com o Governo.

28 Jun 2022

Casa Branca | Joe Biden e Xi Jinping deverão falar nas próximas semanas

Segundo o conselheiro diplomático norte-americano, Jake Sullivan, os dois líderes deverão encontrar-se dentro de algumas semanas

 

Os Presidentes dos Estados Unidos e da China deverão reunir-se “nas próximas semanas”, confirmou ontem o principal conselheiro diplomático norte-americano, Jake Sullivan, à margem da cimeira do G7, na Alemanha.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, “terão a oportunidade de conversar nas próximas semanas”, afirmou Sullivan, sem especificar a forma nem a data desta reunião.

O encontro deverá acontecer numa altura em que as relações entre as duas superpotências estão extremamente tensas, por causa das posições assumidas face à guerra na Ucrânia e ao estatuto de Taiwan e por questões económicas.

Assegurando que, tanto ao nível do G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) como da NATO sempre houve “convergência relativamente aos desafios”, Jake Sullivan sublinhou que “competição não significa confronto”.

Um dos temas da conversa poderá ser a manutenção das tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos fabricados na China e a obrigação chinesa de aumentar a compra de produtos norte-americanos.

Questionado na semana passada pelos jornalistas, quando dava um passeio de bicicleta, Biden admitiu que ia falar com Xi Jinping, mas sublinhou não ter ainda tomado nenhuma decisão sobre as sobretaxas.

As sobretaxas, que somam o equivalente a 350 milhões de dólares (anuais, foram impostas pelo anterior Presidente norte-americano, Donald Trump, mas o prazo de validade não ficou explícito, podendo ser levantadas em 6 de Julho, em 23 de Agosto ou no período entre Setembro próximo e Setembro de 2023.

A expectativa de uma reunião entre Biden e Xi ganhou força na segunda-feira passada, depois de um encontro pessoal entre o principal conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos e o principal diplomata chinês.

28 Jun 2022

Projeto FILMar ajuda a perceber relação dos portugueses com mar

O projecto da Cinemateca de digitalização do cinema português ligado à temática do mar já permitiu “conhecer a fundo os arquivos” e perceber que os oceanos foram “uma matéria profundamente manipulada”, disse à Lusa o coordenador, Tiago Bartolomeu Costa.

Numa altura em que Lisboa se prepara para acolher a Conferência dos Oceanos da Organização das Nações Unidas, a Cinemateca Portuguesa tem em curso um programa, com financiamento europeu, de digitalização de pelo menos 10.000 minutos de filmes do cinema português, relacionados com a temática do mar e abrangendo mais de um século de produção cinematográfica.

Num balanço do trabalho já feito, desde 2020, a Cinemateca já digitalizou 55 curtas-metragens e sete longas-metragens, totalizando 1.440 minutos.

O projecto de digitalização, financiado com cerca de 880 mil euros, através do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants), prevê retrospectivas no final do programa, mas a Cinemateca está já a programar sessões com alguns dos filmes digitalizados, cumprindo um dos objectivos: Devolver o cinema português aos espectadores.

Com o trabalho já feito, a Cinemateca provou que “era possível traçar na história da produção de cinema em Portugal uma linha contínua, transversal a todos os géneros, que é o mar”, afirmou Tiago Bartolomeu Costa.
Foram já digitalizados documentários, filmes de promoção turística, filmes informativos sobre práticas culturais e sociais relacionadas com o mar, obras propagandísticas do Estado Novo e algumas obras de ficção, de vários géneros.

“Conseguimos encontrar títulos que vão permitir resgatar, ou do desconhecimento ou da sombra, determinadas filmografias ou reconhecer o papel que tiveram na construção do cinema contemporâneo”, sublinhou o coordenador.

Mais do que fazer uma simples digitalização e disponibilização ao público, a Cinemateca quer propor novas leituras do cinema português em estreita colaboração com festivais, cineclubes, museus ou no âmbito do Plano Nacional do Cinema e do Plano Nacional das Artes.

“Existem muitos filmes carregados de ideologia. Não basta digitalizar os filmes, é preciso encontrar formas de apresentação desses filmes, encontrar contextos adequados para que sejam relidos à luz daquilo que hoje sabemos”, explicou.

Do misticismo

Neste trabalho do FILMar foi possível, por exemplo, digitalizar o filme “Gente da Praia da Vieira” (1975), de António Campos, cujo centenário do nascimento será assinalado este ano pelo festival Curtas de Vila do Conde, ou a curta “Albufeira” (1968), de António de Macedo, que abriu o festival IndieLisboa.

Sobre o que já foi digitalizado, Tiago Bartolomeu Costa disse que já é possível tirar algumas conclusões e falar de “um lado mítico” da relação dos portugueses com o mar.

“Há sobretudo uma consciência muito grande de que o mar foi uma matéria profundamente manipulada e quem manipulava era consciente de que o mar lhe escapava permanentemente. Razão pela qual existem muitas sequências em que se acha que se está a filmar o mar, mas se está a falar de perda, de revelação, de desistência, de redescoberta”, disse.

O trabalho de restauro e digitalização está a decorrer nos laboratórios do Arquivo Nacional das Imagens em Movimento (ANIM), pertencente à Cinemateca, e que funciona numa quinta perto de Lisboa.

Linhas de montagem

Numa visita ao ANIM foi possível ver que os técnicos trabalham numa espécie de linha de montagem dos laboratórios, em diferentes salas, seguindo-se um percurso de tratamento, limpeza e restauro da película, tanto na imagem como no som.

O objectivo da digitalização não é retirar todas as imperfeições e desgastes da passagem do tempo. É corrigir e tratar uma obra para que seja exibida o mais aproximado possível das condições em que foi mostrada originalmente, explicou Tiago Bartolomeu Costa.

Numa sala, um dos técnicos está a corrigir a cor do filme “Sentinelas do mar” (1959), de Armando de Miranda, sobre exercícios militares da marinha, noutra sala trabalha-se o som do filme “Henrique, o Navegador” (1960), de João Mendes, de propaganda ideológica do Estado Novo.

No ANIM, onde estão preservados milhares de bobines e quilómetros de película, em cofres climatizados, foi criada também uma pequena sala de cinema, para simular uma exibição em sala dos filmes já restaurados.
Findo o programa FILMar, em 2024, Tiago Bartolomeu Costa diz que a Cinemateca entrará “num novo ciclo de vida”.

“O programa FILMar serviu para experimentar formas de programação e de contextualização que, quando o projecto foi idealizado, não estavam previstas e que a pandemia ajudou a revelar; e que o potencial e a grandeza destes ajudou a descobrir”, disse.

28 Jun 2022

Xanana Gusmão apela à junta militar de Myanmar para libertar Aung San Suu Kyi

O antigo Presidente timorense apelou hoje à junta militar de Myanmar para libertar Aung San Suu Kyi, e manifestou consternação pela decisão de transferir para um complexo prisional e de manter em isolamento a líder deposta.

“Apelo à Junta Militar, que governa o país, para libertar Aung San Suu Kyi e para seguir o caminho do diálogo e da tolerância, com vista a restauração da transição democrática do país”, disse Xanana Gusmão, num apelo público enviado à Lusa.

“A minha solidariedade está com o povo de Myanmar, o qual tem de ser ouvido e respeitado. As minhas preces são para a Junta Militar, para que os seus responsáveis tenham a abertura e a lucidez de enveredar pela reconciliação de diferendos que conduzam a paz política e social”, salientou.

À própria Aung San Suu Kyi, Xanana Gusmão endereçou “uma palavra de encorajamento por tudo o que tem feito pelo país em prol da democracia, quer antes da mudança de regime, quer, até recentemente, antes de ser privada da sua liberdade”.

Na semana passada, a líder deposta de Myanmar (antiga Birmânia) foi transferida de um local de detenção secreto para uma prisão na capital do país, Naypyidaw. Suu Kyi, de 77 anos, foi detida a 01 de fevereiro de 2021, na sequência de um golpe militar.

A ex-responsável tem estado a ser julgada por vários crimes, tendo sido já condenada a 11 anos de prisão por ter importado e ter ilegalmente na sua posse ‘walkie-talkies’ e violar as restrições de combate à pandemia de covid-19.

Nobel da Paz em 1991, Aung San Suu Kyi passou cerca de 15 anos detida durante um anterior regime militar, mas esteve quase todo esse período em prisão domiciliária na residência familiar, em Rangum, a maior cidade do país.

27 Jun 2022

Xi Jinping vai a Hong Kong dia 1 de Julho a propósito do aniversário da transição

A visita do Presidente chinês serve para celebrar os 25 anos do regresso à pátria da antiga colónia britânica e para assistir à tomada de posse do novo Governo de John Lee

 

O Presidente chinês Xi Jinping vai visitar Hong Kong na próxima sexta-feira, 1 de Julho, para assinalar os 25 anos da passagem da soberania da região administrativa especial chinesa, confirmou ontem a Xinhua.

Segundo a agência de notícias oficial chinesa, o líder chinês “irá participar num encontro comemorativo do 25.º aniversário do retorno de Hong Kong à pátria” e ainda na cerimónia de posse do novo governo da cidade, liderado pelo Chefe do Executivo John Lee.

A tradição dita que os presidentes chineses se desloquem a Hong Kong para marcar a tomada de posse dos novos governos. No entanto, a presença de Xi Jinping nas celebrações deste ano era incerta devido aos surtos de covid-19 em Hong Kong.

Hong Kong, com 7,4 milhões de habitantes, aplica actualmente uma política de saúde menos rígida do que a China continental e tem registado uma média de quase mil novos casos de covid-19 por dia. Na China continental, as autoridades de saúde anunciaram na sexta-feira 143 novos casos de covid-19, 106 dos quais assintomáticos.

Esta será, aliás, a primeira deslocação de Xi Jinping para fora da China continental desde o início da pandemia.
A última visita do líder chinês a Hong Kong foi em 2017, quando participou da posse da líder cessante Carrie Lam.

Só patriotas

O sucessor de Lam à frente do Governo de Hong Kong, John Lee, de 64 anos, antigo chefe de segurança da cidade, liderou em 2019 a campanha repressiva contra o movimento pró-democracia em Hong Kong.

Lee foi nomeado no início de Maio por um pequeno “comité eleitoral”, ao abrigo do novo sistema eleitoral, promovido pelo Governo central em 2021 para garantir que a região semi-autónoma seja governada exclusivamente por “patriotas” leais ao regime chinês.

No final de Maio, Xi Jinping prometeu apoiar e disse ter “total confiança” em John Lee. “O futuro governo definitivamente vai criar uma nova atmosfera e escrever um novo capítulo no desenvolvimento de Hong Kong”, disse Xi, segundo comentários divulgados pela Xinhua.

27 Jun 2022

DSEC | Dados apontam para diminuição do desemprego

A taxa de desemprego em Macau diminuiu no período entre Março e Maio, quando comparado com o período entre Fevereiro e Abril, de acordo com dados publicados na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

“Entre Março e Maio de 2022 a taxa de desemprego foi de 3,4 por cento e a taxa de desemprego dos residentes situou-se em 4,4 por cento, ambas decresceram 0,1 pontos percentuais, face às do período passado (Fevereiro a Abril de 2022)” pode ler-se em comunicado.

Também é deixada a indicação que a redução da taxa foi motivada por uma redução da população à procura de emprego, mais do que pela criação de postos de trabalho. “A população empregada fixou-se em 364.800 pessoas e o número de residentes empregados atingiu 275.900 pessoas, menos 5.600 e 2.900, respectivamente, em comparação com o período precedente”, foi justificado.

Os números mostram uma realidade diferente quando comparados com o ano passado. “Em comparação com o período de Março a Maio de 2021, a taxa de desemprego cresceu 0,4 pontos percentuais no período em análise, enquanto que as taxas de subemprego e de actividade desceram 0,8 e 0,6 pontos percentuais”.

Em sentido contrário, cada vez mais pessoas estão em layoff e a trabalhar, e receber, menos do que desejavam. “A taxa de subemprego correspondeu a 3,4 por cento, tendo aumentado 0,4 pontos percentuais”, é reconhecido.

A população subempregada fixou-se em 12.700 pessoas, mais 1.100, em relação ao período anterior. A DSEC indica que a maior parte da população subempregada pertence ao ramo de actividade económica das lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogos e ao ramo da construção.

27 Jun 2022

Covid-19 | Governo admite terceira ronda de testes à população

O Governo admitiu esta sexta-feira a possibilidade de uma terceira ronda de testes à população, na sequência do surto de covid-19 que antecipou o final do ano letivo e suspendeu total ou parcialmente serviços e comércios.

“É com grande probabilidade que vamos fazer uma nova ronda de testes para atingir a política de zero casos”, disse o diretor dos Serviços de Saúde de Macau, Alvis Lo, durante a conferência de imprensa diária sobre a situação da covid-19 no território.

Macau decretou no domingo o estado de prevenção imediata, na sequência do pior surto desde o início da pandemia, no qual foram detetados 170 casos.

Na quinta-feira, teve início um teste geral à população, que decorre até à meia noite de hoje, depois de no início da semana cerca de 677 mil pessoas se terem deslocado aos 53 postos disponíveis para uma primeira testagem.

Nesta segunda avaliação, disse Lo, “foram recolhidas até às 15:00 567.462 amostras, ou seja 84% do público-alvo”.

Entretanto, na quarta-feira foi pedido também aos residentes de Macau que realizassem um teste antigénio em casa. À população foram entregues até à data cinco ‘kits’ de testes rápidos.

Na sequência do novo surto, as autoridades locais anteciparam o encerramento do ano escolar, além de declararem a suspensão da atividade de todos os espaços de diversão e dos restaurantes, permitindo apenas o serviço de ‘takeaway’.

Em Macau estão suspensos também os serviços públicos, a atividade dos museus e dos equipamentos sociais que prestam serviços diurnos (creches, centros de cuidados especiais e centros comunitários) e as visitas a lares de idosos.

Macau definiu áreas de confinamento, tendo delimitados neste momento nove edifícios da cidade de onde não é permitida a saída dos residentes. A par destas zonas vermelhas, foram criadas zonas amarelas em prédios adjacentes, com medidas de controlo menos restritivas.

24 Jun 2022

Caso Alvin Chau | RAEM perdeu 8,2 mil milhões em impostos, diz acusação 

As alegadas acções criminosas de Alvin Chau e do grupo que liderava terão levado a uma perda, para a RAEM, de 8,2 mil milhões de dólares de Hong Kong em impostos sobre o jogo. Segundo a acusação do Ministério Público, a que a Macau News Agency (MNA) teve acesso, em causa está uma rede de jogo ilegal e de lavagem de dinheiro, ligada ao grupo Suncity, que operava nas salas de jogo VIP do território e que mantinha ligações com o mundo do jogo do Vietname, Cambodja e Filipinas.

Além de Alvin Chau, CEO do grupo, a rede continha nomes ligados à gestão da empresa, como é o caso de Lou Seak Fong, Si Tou Chi Hou, Ellute Cheung Yat Ping, Ali Celestino, Chau Chun Hee, Cheong Chi Kin, Philip Wong Pak Ling, Leong Su Weng, Ho Cheng I, Vincent Loi e Cheung Ling Ling.

As apostas ilegais terão gerado um total de 823.7 mil milhões de dólares de Hong Kong, num período entre 2013 e Março de 2021. Terão sido transferidos cerca de 3.6 mil milhões de dólares de Hong Kong em apostas ilícitas feitas por telefone e online.

O dinheiro estará associado a acções de lavagem de dinheiro de empresas e bancos clandestinos a operar na China e terá ficado misturado com os ganhos do grupo Suncity. As acções ilegais do grupo Suncity envolvem as salas VIP das seis concessionárias de jogo. A acusação aponta ainda que as marcas “Suncity Group” e “Suncity VIP Rooms” eram usadas pelo grupo como forma de esconder as apostas e ganhos ilícitos do grupo.

24 Jun 2022

Política monetária prudente evita inflação alta na China, diz Li Keqiang

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, defendeu ontem que a política monetária “prudente” que o país adoptou vai prevenir uma situação de inflação elevada, como a registada nos Estados Unidos ou nos países europeus.

Citado pelo jornal South China Morning Post, de Hong Kong, Li justificou assim a recusa de Pequim em adoptar políticas de flexibilização monetária em larga escala, apesar de a economia nacional, que já estava em desaceleração, ter sofrido impacto adicional, devido às restritivas medidas de prevenção epidémica, no âmbito da política de ‘zero casos’ de covid-19.

“Implementamos uma política monetária prudente e não imprimimos quantias excessivas de dinheiro nos últimos anos. Um dos motivos mais importantes foi evitar a inflação e deixar espaço para enfrentar desafios futuros”, disse.

Apesar do significativo aumento da inflação global nos últimos meses, o índice de preços ao consumidor (IPC) da China manteve-se em níveis notavelmente mais baixos, registando uma subida homóloga de 1,5 por cento, entre Janeiro e Maio, abaixo do limite oficial do governo para este ano, de “cerca de 3 por cento”.

Os comentários de Li surgem depois de a Reserva Federal dos EUA ter executado o maior aumento das taxas de juros dos últimos 28 anos, para combater a inflação.

Sem precedentes

O Banco Popular da China (banco central) optou por deixar as suas taxas de referência intactas para evitar uma desvalorização da moeda chinesa, o yuan, segundo os analistas.

O rendimento dos títulos do Tesouro norte-americano ultrapassou este ano, pela primeira vez desde 2010, os juros das obrigações do Estado chinês.

Esta situação causou já uma liquidação de títulos da dívida chinesa sem precedentes por parte de fundos e investidores estrangeiros, no mercado de dívida soberana.

A saída de capital ascendeu a 51,8 mil milhões de yuans, em Março, de acordo com um relatório compilado na terça-feira pela Western Securities, empresa de serviços financeiros com sede em Xi’an, centro da China.

O primeiro-ministro chinês expressou ainda confiança numa “boa colheita” de cereais, como o trigo, que permitirá manter a inflação baixa, e pediu o aumento da produção de carvão, para evitar uma escassez de energia, como a que provocou políticas de racionamento em importantes centros industriais do país, no segundo semestre do ano passado.

24 Jun 2022

Casinos | Autoridades voltam a afastar encerramento

Apesar de terem sido detectados casos positivos de covid-19 no seio dos trabalhadores dos casinos, afasta-se, para já, o encerramento dos espaços de jogo.

A confirmação chegou hoje através de uma nota de imprensa, uma vez que “após a realização de uma investigação epidemiológica, não se relacionou os itinerários dos trabalhadores em causa com os casinos onde trabalham”.

Além disso, “de entre os referidos trabalhadores, dois encontram-se a gozar férias, pelo que se conclui que não há necessidade de proceder ao encerramento de tais casinos”.

23 Jun 2022

Maior aplicação para encomenda de ‘takeaway’ regista aumento de 20%

A empresa de entrega de comida mFood, de Macau, registou um aumento médio de encomendas diárias entre 15% e 20% desde domingo, devido ao surto de covid-19 no território, disse à Lusa uma responsável.

No domingo, o Governo decretou o estado de prevenção imediata, depois de ter detetado 12 casos de covid-19, tendo pedido aos residentes para ficarem em casa e aos estabelecimentos comerciais para fecharem portas, à exceção de supermercados, mercados e restaurantes.

A estes últimos pediu que servissem apenas refeições para fora (‘takeaway’), como forma de evitar contágios. Desde domingo, “a média de encomendas diárias de ‘takeaway’ aumentou cerca de 15-20%”, sublinhou a diretora de operações da aplicação mFood, Bonnie Cheng.

Lançada em outubro de 2020, a aplicação mFood, ligada ao grupo Macau Pass, atingiu já uma quota de mercado superior a 50%, acrescentou a responsável, que se escusou a adiantar o volume de negócios no ano passado. Bonnie Cheng indicou que a aplicação “em breve irá expandir-se para diferentes segmentos de negócio para aumentar ainda mais a quota de mercado”. De acordo com o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), o território conta com 2.910 estabelecimentos de ‘takeaway’.

23 Jun 2022

Presidente da China critica alargamento de alianças militares

O Presidente da China, Xi Jinping, criticou ontem o “alargamento de alianças militares”, o fator responsável, segundo defendeu o governante, pela atual crise na Ucrânia.

O chefe de Estado chinês falava na cerimónia de abertura do Fórum Empresarial das grandes economias emergentes BRICS, evento que acontece antes da cimeira virtual do bloco (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que vai decorrer na quinta-feira a partir de Pequim.

Este grupo de economias emergentes representa mais de 40% da população mundial e quase um quarto da riqueza produzida no planeta, sendo que três dos seus membros – China, Índia e África do Sul – abstiveram-se de votar uma resolução da ONU a condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Pequim e Nova Deli têm laços militares estreitos com Moscovo e estão a comprar quantidades crescentes de petróleo.

“A humanidade conheceu a devastação de duas guerras mundiais e a névoa escura do confronto da Guerra Fria”, disse Xi Jinping, segundo a agência de notícias estatal Xinhua.

“Essa dolorosa história mostrou que o confronto entre blocos hegemónicos (…) não traz paz nem segurança, mas apenas guerra e conflitos”, sublinhou, adiantando que “a crise na Ucrânia é mais um alerta para o mundo”.

“A fé cega nas posições de força, o alargamento de alianças militares e a procura da própria segurança em detrimento da segurança de outros países conduzem inevitavelmente a um impasse de segurança”, defendeu Xi Jinping, numa aparente referência à NATO e aos Estados Unidos.

Durante uma conversa telefónica realizada na semana passada, o Presidente chinês assegurou ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, que Pequim continuará a apoiar Moscovo em questões de “soberania e segurança”.

A posição foi criticada pelos Estados Unidos, que pediram à China para evitar colocar-se “do lado errado da História”.

A guerra na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro com uma invasão das forças militares russas, levou dois países nórdicos historicamente neutros – a Suécia e a Finlândia – a pedir a adesão à NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), tendo a Aliança Atlântica iniciado já negociações para a sua concretização.

A cimeira dos BRICS acontece numa altura em que a China e a Rússia – que defendem abertamente a construção de uma nova ordem mundial – estão a tentar alargar o grupo, visando aumentar a sua influência política.

23 Jun 2022

Xi Jinping diz que uso de sanções vai acabar por afectar o mundo inteiro

O Presidente chinês assegurou ontem, na cerimónia de abertura do Fórum Empresarial do bloco BRICS, que aqueles que se aproveitam da sua posição para “impor sanções” vão acabar por afetar “pessoas em todo o mundo”.

Xi Jinping enfatizou que a guerra na Ucrânia “suou o alarme da humanidade”, e que está preocupado com os danos que os restantes países podem sofrer, “à custa dos outros”.

“Perante a turbulência e instabilidade no mundo, devemos ter firmemente em mente a aspiração original da Carta da ONU, bem como a nossa missão de promover a paz”, disse o governante chinês, pedindo esforços conjuntos para salvaguardar a paz.

Xi Jinping reiterou que “confrontos entre blocos” vão contra a paz e trazem “guerras e conflitos”, numa altura em que os Estados Unidos tentam construir alianças para contrapor a ascensão da China na região da Ásia–Pacífico.

O chefe de Estado chinês também sustentou que o desenvolvimento global deve ser orientado para uma “nova era”, especificando que as “aspirações dos povos e os interesses da comunidade internacional” devem ser aqueles que orientam todos os países.

Como em discursos anteriores, o líder chinês ressaltou a necessidade de o mundo inteiro se unir perante as dificuldades e defender os “benefícios mútuos”.

Perante as interrupções nas cadeias de fornecimento industrial, o aumento dos preços das matérias-primas e energia, Xi Jinping pediu a “remoção de todas as barreiras que impedem o desenvolvimento das forças produtivas, para promover o desenvolvimento sólido da globalização”.

“Toda a gente teme que a economia mundial se afunde num pântano de crises”, disse o governante, acrescentando que, neste “momento crucial, somente unidos em solidariedade e cooperação, podemos superar as crises económicas”.

O Presidente da China exortou a que se façam “esforços” para melhorar a governação económica global, dando “voz e representação aos mercados emergentes e países em desenvolvimento”.

O líder chinês apelou ao respeito pelas regras da Organização Mundial do Comércio e pediu que se defenda o sistema multilateral de comércio, em busca de uma economia mundial aberta.

O bloco BRICS, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, ganhou expressão, pela primeira vez, em 2001, quando o economista Jim O’Neill, da Goldman Sachs, publicou um estudo intitulado “Building Better Global Economic BRICs”, sobre as grandes economias emergentes.

O grupo reuniu-se pela primeira vez em 2009 e logo estabeleceu uma agenda focada na reforma da ordem internacional, visando maior protagonismo dos países emergentes em organizações como as Nações Unidas, o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional. O bloco passou a incluir a África do Sul no ano seguinte.

Segundo a visão de Pequim e Moscovo, a ascensão dos BRICS ilustra a emergência de “um mundo multipolar”, expressão que concentra a persistente oposição dos dois países ao “hegemonismo” ocidental, e em particular dos Estados Unidos.

A invasão russa da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

23 Jun 2022

Mais de 200 trabalhadores não-residentes protestam contra pagamento de quarentena

Mais de 200 trabalhadores chineses não-residentes manifestaram-se hoje à noite perto do Gabinete de Ligação, em Macau, contra o pagamento da quarentena no regresso a casa, apontou um comunicado da Direção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL).

“A DSAL está preocupada e enviou pessoal para o local, após tomar conhecimento do incidente. Entende-se que os trabalhadores exigem ao empregador o pagamento dos custos de quarentena na China continental”, lê-se na nota.

“De acordo com a lei da contratação de trabalhadores não-residentes, o acerto dos custos da quarentena não é uma obrigação dos empregadores”, acrescenta.

Macau decretou no domingo o estado de prevenção imediata, na sequência de um novo surto que já detetou 71 novos casos. Em resposta, a cidade vizinha Zhuhai impôs novas restrições a quem chega da região administrativa especial, nomeadamente a realização de uma quarentena de sete dias num hotel designado pelas autoridades.

“A DSAL pede aos trabalhadores que expressem as suas exigências racionalmente”, escreveu ainda o departamento laboral. “Devido à situação epidémica atual, as pessoas devem evitar reuniões para prevenir a transmissão do vírus”, completou.

23 Jun 2022

Diálogo com China e Coreia do Sul é chave para estabilidade, diz PM japonês

O primeiro-ministro japonês defendeu esta terça-feira que conversações com o líder chinês são fundamentais para a paz e a estabilidade regionais e internacionais, quando aumentam as tensões relacionadas com disputas territoriais e a actividade militar em torno do Japão.

“É importante manter relações estáveis e construtivas” entre o Japão e a China, declarou Fumio Kishida num debate de líderes partidários em Tóquio, antes das eleições legislativas de 10 de Julho.

Questionado sobre uma possível cimeira com o Presidente chinês, Xi Jinping, quando se assinalar o 50.º aniversário das relações diplomáticas entre os dois países, em Setembro, Kishida disse que nada foi decidido, acrescentando: “O diálogo é importante – em termos concretos”.

Segundo Kishida, tendo em conta o agravamento da situação da segurança na região, é igualmente importante o diálogo com a Coreia do Sul, apesar das relações conturbadas decorrentes das acções do Japão durante a Segunda Guerra Mundial.

Inquirido sobre uma eventual reunião com o novo Presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, quando os dois líderes se deslocarem a Madrid, a 29 e 30 de Junho, para participar na cimeira da NATO, Kishida voltou a dizer que não há nada decidido, “mas o diálogo é importante”.

O Chefe do Executivo japonês sustentou que relações estáveis entre as duas partes dependem de esforços de Seul para solucionar as suas disputas, incluindo uma sobre decisões judiciais sul-coreanas sobre indemnizações a trabalhadores coreanos em fábricas japonesas em tempo de guerra.

Kishida disse ainda que dará prioridade a políticas para aliviar o aumento dos preços da energia e dos produtos alimentares desencadeado pela invasão russa da Ucrânia, a 24 de Fevereiro.

Em campanha

A campanha oficial para a eleição de cerca de metade da câmara alta do parlamento japonês, a que tem menos poderes das suas duas câmaras, iniciou-se ontem.

O Partido Democrático Liberal de Kishida, no poder, incluiu um acentuado aumento da capacidade e da despesa militares no seu programa eleitoral.

“Protegerei as vidas e os meios de subsistência das pessoas”, sublinhou Kishida que, com um índice de apoio popular de cerca de 60 por cento, se espera obtenha a vitória eleitoral para o seu partido, o que poderá permitir-lhe manter-se ininterruptamente no poder por mais três anos.

Segundo os analistas, Fumio Kishida manteve a sua popularidade em grande parte evitando políticas polémicas, enquanto contava com a ajuda da desaceleração do número de infecções de covid-19 e do aumento das preocupações com a segurança, após a invasão russa da Ucrânia.

23 Jun 2022

Covid-19 | Bloqueios localizados tornam vida numa versão do jogo “Campo Minado”

A China está a substituir bloqueios totais com confinamentos localizados e testes em massa diários à covid-19, que transformaram a vida nas cidades chinesas numa espécie de versão real do popular jogo de computador “Campo Minado”.

Reduzir o impacto económico das medidas de prevenção epidémica é o objectivo desta abordagem agora adoptada pelas autoridades.

Praticamente vazias ao longo de um bloqueio de dois meses, que terminou no início deste mês, as ruas de Xangai, a “capital” económica da China, voltaram a ficar entupidas de automóveis nas últimas semanas.

No entanto, quarteirões inteiros continuam a ser encerrados, sempre que é detectado um caso positivo, ou apenas um contacto próximo nas suas imediações.

Os moradores continuam também a ser levados para instalações designadas pelo Governo, para cumprirem até três semanas de isolamento, caso habitem no mesmo prédio de alguém infectado.

Para aceder a supermercados, restaurantes ou transportes públicos é necessário ter um teste negativo para o vírus, realizado nas 48 horas anteriores.

Esta é a nova versão da estratégia de “zero casos” da China: bloqueios localizados, isolamento de infectados e contactos próximos, e testes em massa.

Isto é possível devido à obrigatoriedade do uso de uma aplicação para aceder a locais públicos ou residenciais. O utilizador deve primeiro digitalizar o código QR, uma versão bidimensional do código de barras, colocado na entrada de todos os edifícios, assim como nos transportes públicos ou táxis.

Sempre que um caso é diagnosticado, as autoridades acedem aos seus movimentos nos dias anteriores, identificando as pessoas com quem potencialmente teve contacto. A ida ao mesmo local onde esteve alguém que mais tarde testou positivo para o novo coronavírus resulta no isolamento num centro de quarentena.

“É como jogar ao ‘Campo Minado’”, ironiza um europeu radicado em Pequim ouvido pela Lusa, numa referência ao jogo de computador “Minesweeper”, que se tornou popular nos anos 1990 devido à sua distribuição juntamente com o sistema operacional Microsoft Windows.

A área de jogo consiste num campo de quadrados retangular. Cada quadrado pode ser revelado com um clique. Se o quadrado contiver uma mina, o jogador perde.

A dobrar

Foi o que aconteceu, por duas vezes, a um consultor português instalado em Pequim, que prefere não ser identificado.

Na semana passada, o seu bairro foi bloqueado, pela segunda vez em menos de um mês, após alguns moradores terem sido considerados contactos directos de casos de covid-19 confirmados.

O condomínio, situado na zona oeste de Pequim, é composto por 12 prédios e abriga mais de cinco mil pessoas.
Vídeos partilhados com a agência Lusa mostram um grupo de moradores a pedir explicações às autoridades, que se limitaram a explicar que há muitos jovens no condomínio que frequentam um bar de Pequim associado ao mais recente surto na cidade, registado no início da semana passada.

Centenas de casos foram vinculados ao bar Heaven Supermarket, próximo do Estádio dos Trabalhadores, onde está concentrada a vida nocturna na cidade, depois de uma pessoa infetada ter visitado o local. As autoridades locais tinham acabado de declarar o fim do último surto.

Firmes e hirtos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou já que a política de “zero casos” da China é “insustentável”, mas o país não dá sinais de desistência.

Pelo contrário: as principais cidades chinesas estão a construir centenas de milhares de centros permanentes de testagem à doença covid-19 e a expandir as instalações de quarentena.

As principais cidades chinesas devem agora ter locais de teste disponíveis a não mais de 15 minutos a pé das casas dos moradores, segundo as directrizes emitidas pelo Governo central.

As 31 províncias e regiões do país também estão a seguir ordens de Pequim para preparar novos hospitais e instalações de quarentena, para o caso de ocorrer um surto de grandes dimensões, como aquele que atingiu Xangai.

Yanzhong Huang, especialista em políticas de saúde pública do Conselho de Relações Externas, um centro de reflexão com sede em Nova Iorque, diz que as medidas demonstram o compromisso de Pequim com a estratégia de “zero casos”, “apesar do crescente custo social e económico associado a esta abordagem”. “O Governo acredita que pode superar o vírus”, aponta o especialista. “Mas sabemos que isto não é realista para a variante Ómicron. E, para uma variante ainda mais transmissível, isto tornar-se-á ainda menos viável”, conclui.

23 Jun 2022

Estudo | Mangais diminuíram para um terço nos últimos 30 anos

Florestas de mangues que depuram água de Macau caem para um terço em três décadas. No que diz respeito à poluição marítima, Macau está entre territórios do mundo com maior índice de contaminação de plástico no oceano

 

A extensão de florestas de mangues em Macau, que têm a capacidade de depurar as águas do território, foram reduzidas para um terço nas últimas três décadas, disse à Lusa uma investigadora universitária.

“Havia 60 hectares nos anos 90 e agora são cerca de 19, mais centradas em partes da Taipa, Cotai e Coloane. Foram-se destruindo pela pressão da urbanização, mas há agora um esforço muito grande das autoridades para reflorestar estas zonas com a colaboração da Universidade de São José”, explicou a engenheira do ambiente Cristina Calheiros, docente da instituição.

“A floresta de mangues é como uma estação de tratamento de águas natural, são ecossistemas habituados à salinidade e ajudam a depurar a água, a remover poluentes, metais pesados, servindo de apoio à descontaminação das águas”, contextualizou a académica, doutorada em biotecnologia.

Cristina Calheiros frisou que os mangais são um contributo ambiental importante com benefícios que passam pela fitorremediação, por se tratarem de sequestradores de carbono e locais de nidificação, mas também a nível económico, porque estas florestas “são maternidades para peixes, caranguejos, bivalves e outros animais marinhos”.

Ou seja, concluiu, “é um exemplo como Macau deve adoptar soluções baseadas na natureza”.
Para além da conservação de zonas húmidas, das florestas de mangues, outras respostas devem ser dadas em Macau, sustentou, onde as autoridades podem liderar pelo exemplo.

Soluções que passam também por acções até nos edifícios, como a criação de jardins verticais e coberturas ou telhados verdes, porque, salientou aquela que é também vice-presidente da Associação Nacional de Coberturas Verdes, “o que se fizer ao nível do edificado e em terra tem impacto directo no mar”, dando o exemplo a gestão e políticas relativas ao plástico, um dos grandes poluentes dos oceanos.

O que vem de cima

Macau, um dos territórios com maior densidade populacional a nível mundial, tem sido confrontado com “o tipo de pressões que se vê um pouco por todo o mundo”, de “crescente urbanização, impermeabilização da superfície, degradação das zonas costeiras, da qualidade do ar e da água, e de carência de espaços verdes”.

Com o problema acrescido das alterações climáticas, as condições mais extremas e mais eventos de súbita precipitação, as escorrências urbanas que vão para o mar afectam a qualidade da água, sendo necessário investimento ao nível do saneamento e da drenagem, num território que tem igualmente de contar com o factor potenciador de poluição a partir de regiões vizinhas.

A Universidade de São José tem também promovido acções de sensibilização/educação ambiental, para dar resposta à necessidade de envolver todos na mesma missão, em sintonia com a convicção de que é preciso ter “uma visão holística do problema”, insistiu. Afinal, concluiu, “é preciso apostar na literacia ambiental”. E “dar o exemplo”, acrescentou.

Mar de plástico

O director do Instituto de Ciência e Ambiente da Universidade de São José disse à Lusa que o território regista a nível mundial um dos maiores índices de contaminação de plástico no oceano e que este é um dos grandes desafios ambientais na região. David Gonçalves deu como exemplo o Rio das Pérolas, no sul da China, que está entre os dez que mais contribui ao nível da contaminação oceânica com plásticos, microplásticos e nanoplásticos.

Macau, a oeste da foz do rio, que atravessa várias províncias chinesas, tem dados de “um estudo feito há já algum tempo que revela que os índices de contaminação nas praias e zonas costeiras, que afecta plantas e animais, são dos mais elevados do mundo”, explicou David Gonçalves.

“Por um litro de areia, de sedimento, foram encontradas mais de duas mil partículas de microplástico, (…) o que se situa no extremo elevado do que é reportado na literatura, quando nos casos mais baixos se aponta para poucas dezenas ou menos até”, exemplificou o biólogo, especializado na área do comportamento animal e ciências ambientais.

Agora, avançou, está a ser conduzido um estudo que envolve a instituição de Macau e a Universidade do Algarve, em parceria com o Instituto de Oceanologia da Academia Chinesa de Ciência dedicado à quantificação da poluição de nanoplásticos na água em sedimentos e organismos, que irá permitir fazer uma análise comparativa.

“E Macau é um bom caso de estudo, neste caso mau, ao nível da contaminação de plástico em geral”, sendo que a investigação vai ser desafiante ao nível da técnica, baseada em análises físico-químicas que permitam a quantificação dos nanoplásticos, diferente daquela que permite obter os índices de contaminação dos microplásticos.

Para além disso, explicou, “a investigação vai procurar perceber o impacto destas nanopartículas nas células, nos organismos, e de que forma podem causar interferência na fisiologia e comportamento normal dos animais”.

Solução de aquacultura

Também devido à sua localização geográfica, em Macau não faltam desafios ambientais: a resposta a uma gestão ineficiente dos resíduos sólidos é um deles. E qualquer acção nesta área deve passar por reduzir a proporção de resíduos sólidos e em melhorar a qualidade de gestão dos mesmos, sustentou o académico.

Outro dos elementos de pressão para Macau, com impacto directo no mar, tem a ver com as alterações climáticas, frisou, associando as emissões de carbono na atmosfera, absorvido em parte pelo mar, cuja temperatura aumenta, enquanto, em sentido contrário, o oxigénio diminui, com impacto nas espécies marinhas.

Um factor a ter em conta, sobretudo quando é associado à sobre-exploração de recursos, como a pesca, especialmente numa zona como aquela em que a região de Macau está inserida, “onde há fraca regulamentação”, salientou.

Um sinal de esperança está no facto de se ter assistido recentemente à “transição das quantidades de captura no mar para a aquacultura “, até porque “a China é o produtor ‘número um’ de aquacultura”, lembrou, para concluir: “é um caminho que a meu ver tem de ser feito para aliviar a pressão”. Uma pressão que é visível na degradação dos ecossistemas costeiros. E que se traduz na degradação das florestas de mangais, ainda que se assista a uma recuperação nos últimos anos, mas ainda longe da cobertura anterior, notou.

Também aqui, a integração na Grande Baía pode ser benéfica para o território, “desde que os planos de integração ambientais passem do papel à prática”, ressalvou.

“Ao nível de Macau acho que temos feito relativamente pouco no sector energético e nos transportes, com a energia a ser praticamente toda importada – e de fontes maioritariamente de origem fóssil -, com Macau a registar um desempenho fraco, considerando até os objectivos da própria China de descarbonização”. Ou seja, Macau tem de fazer mais para se alinhar com esses objectivos”, concluiu.

23 Jun 2022

Operadoras e associações saúdam aprovação da nova lei do jogo

As concessionárias e uma subconcessionária de casinos em Macau consideraram a revisão da lei do jogo, aprovada na terça-feira, essencial para o desenvolvimento do território. A concessionária Sociedade de Jogos de Macau Resorts (SJM), fundada por Stanley Ho, afirmou confiar na “contínua futura presença em Macau” e estar a preparar a proposta para o novo concurso, uma vez que as actuais licenças de jogo terminam em 31 de Dezembro e o Governo quer avançar com um concurso público para atribuir novas concessões, de acordo com um comunicado.

Também a concessionária Galaxy Entertainment Group (GEG) indicou, numa nota, que, “encorajada pela aprovação da proposta”, vai apoiar o Governo de Macau e o desenvolvimento sustentável da indústria do jogo, ao mesmo tempo que se prepara para “o concurso de atribuição de novas concessões”.

A Melco Resorts, subconcessionária liderada por Lawrence Ho, filho de Stanley Ho, salientou, em comunicado, a importância o novo diploma que “promove a sustentabilidade e desenvolvimento saudável da indústria do jogo em Macau para benefício da comunidade” local.

Na terça-feira, a concessionária Wynn e as subconcessionárias Sands China e MGM China tinham destacado o processo legislativo eficiente e bem-sucedido, ferramenta necessária para “o desenvolvimento saudável e sustentável” da indústria do jogo no território, de acordo com comunicados das três empresas enviados à Lusa.

O jogo representa cerca de 80 por cento das receitas do Governo e 55,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) de Macau, numa indústria que dá trabalho a mais de 80 mil pessoas, ou seja, a 17,23 por cento da população empregada.

Associações também aplaudem

A aprovação da nova lei do jogo é vista com bons olhos por várias associações de Macau, que acreditam que o sector pode agora seguir o rumo certo em termos de desenvolvimento e exploração de mercado. No entanto, o futuro das salas VIP e a protecção do emprego dos funcionários dos casinos são temas que suscitam preocupação.

Para o presidente da União Geral das Associações dos Moradores, Chan Ka Leong, a nova lei encoraja as operadoras a apostar no mercado de massas e a explorar novos clientes em mercados estrangeiros. Também o director do Centro Pedagógico e Científico nas Áreas do Jogo e do Turismo, Wang Chang bin, considerou que a alteração irá trazer um “desenvolvimento estável” ao sector. Contudo, alerta para o impacto “muito negativo” que a nova lei vai trazer às salas VIP.

Por seu turno, Kou Ngon Fong, da Associação Choi In Tong Sam apontou que, apesar de a nova lei prever a defesa dos direitos laborais dos funcionários dos casinos, espera que sejam produzidos regulamentos complementares específicos para garantir o emprego e a ascensão profissional dos trabalhadores locais do sector.

23 Jun 2022

CPSP | Idoso expulso de autocarro por não mostrar código de saúde

Um homem de 70 anos que se recusou a apresentar o código de saúde ao entrar num autocarro foi forçado a sair do veículo e levado para a esquadra por três agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). De acordo com uma nota oficial, o incidente aconteceu pelas 9h00 de ontem na paragem situada em frente do Edifício Riviera, na Avenida Almirante Sérgio.

Após o homem se ter recusado a apresentar o código de saúde, o motorista decidiu chamar as autoridades. No entanto, “apesar dos repetidos conselhos e avisos dos agentes”, o homem recusou-se a cooperar, tendo sido levado à força para fora do autocarro. Segundo o CPSP, o código de saúde foi mais tarde confirmado ser de cor verde e o homem, que ficou em liberdade, “levou uma forte reprimenda por parte dos agentes”.

Recorde-se que desde segunda-feira, a apresentação do código de saúde de cor verde passou a ser obrigatória para utilizar autocarros, táxis e o Metro Ligeiro.

23 Jun 2022