Hoje Macau Grande Plano MancheteCovid-19 | Novas restrições preocupam hotéis, restaurantes e sector das convenções Associações ligadas ao turismo temem que o novo surto possa piorar ainda mais a frágil situação de Macau. Sector hoteleiro diz que as novas restrições vão deitar por terra a recuperação que se esperava no Verão. Chan Chak Mo espera mais apoios para a restauração e uma análise ampla das autoridades. O sector das convenções espera que o Governo siga os exemplos de Singapura e Tailândia e abra fronteiras, mediante condições Na sequência do novo surto de covid-19 detectado em Macau, associações ligadas ao turismo temem que as restrições impostas pelas autoridades, venham a agravar a situação já de si precária do sector. “Penso que os turistas do interior da China começaram a perder a confiança em termos de quando podem vir a Macau, porque estão preocupados, claramente, em ficar aqui presos”, disse à Lusa o vice-presidente da Associação de Hotéis de Macau, Rutger Verschuren. Recorde-se que na madrugada de domingo, as autoridades decretaram o estado de prevenção imediata, depois de terem sido detectados 12 casos de covid-19, tendo sido decidida a realização de uma testagem geral da população num período de 48 horas, medida que vai ser repetida hoje e amanhã. Além de aplicarem medidas de isolamento em várias zonas da cidade, as autoridades avançaram com novas restrições à entrada de turistas do Interior da China. Aqueles que atravessam as fronteiras têm de apresentar agora um certificado de teste de ácido nucleico com resultado negativo feito nas 48 horas anteriores, em vez de num período de sete dias. A Associação de Hotéis de Macau, que representa 59 estabelecimentos da região, de quatro e cinco estrelas, admitiu que, por questões de saúde pública, apoia a política de prevenção do Governo. Já no que diz respeito ao negócio, o organismo considerou que as medidas “extremamente stressantes” vieram deitar por terra os planos de recuperação para o Verão. “Perante a situação actual, podemos dizer adeus a Junho e pelo menos a metade de Julho, mas temos alguma esperança em Agosto”, notou Vershuren, apontando que “com um surto destes leva, pelo menos, dois meses para [o sector começar a] recuperar”. A pão e água Também o presidente da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restaurantes e Bebidas de Macau, Chan Chak Mo, notou que o mais recente surto e programa de resposta das autoridades “vão ter um impacto imediato” no negócio. “Mas depende de como o Governo consegue controlar a transmissão do vírus. Se tudo correr bem, prevejo que para a semana volte tudo ao normal”, disse Chan Chak Mo, realçando esperar que as autoridades criem, “mais tarde, se possível, um plano de auxílio económico”. De referir que, na sequência do mais recente surto, Governo anunciou no domingo sete medidas de apoio a empresas e residentes de Macau, no valor total de dez mil milhões de patacas, sustentadas pela reserva financeira, que vão desde benefícios fiscais a uma moratória por um ano do pagamento de empréstimos bonificados. “Para já, são boas medidas, mas tudo depende do avançar da pandemia. Se persistir e [os turistas] não puderem entrar em Macau, isso pode indicar um problema iminente e recorrente e penso que o Governo deve olhar para a situação”, constatou o também deputado da Assembleia Legislativa. Pouco convencionais Synthia Chan, representante da área das convenções e exposições (MICE, na sigla inglesa), um sector “continuamente afectado” pela pandemia, mostrou-se mais céptica quanto ao apoio económico anunciado pelo Executivo. “Não ajuda a indústria, pelo que entendi”, salientou a presidente da Associação de Comércio e Exposições de Macau. “O sector MICE depende muito dos turistas da China ou de fora para que os eventos tenham sucesso”, disse, frisando que “Macau é um destino muito turístico” e os viajantes MICE são “o topo dos turistas” e aqueles “que estão dispostos a gastar dinheiro”. “Este surto agora, com as restrições fronteiriças – que nós entendemos – não vão possibilitar a recuperação da economia”, completou. As medidas de restrição e controlo contra a covid-19 levaram Macau, que em 2019 contabilizou quase 40 milhões de visitantes, a fechar a fronteira a estrangeiros e a impor uma quarentena obrigatória a quem chega de fora, à excepção do Interior da China. Só no mês passado, o número de visitantes caiu 30,6 por cento em termos anuais, de acordo com dados divulgados na segunda-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Para fazer frente à baixa turística, aponta o vice-presidente da Associação de Hotéis de Macau, várias unidades hoteleiras têm “criado programas para reduzir custos e obter receitas”. “Muitos trabalhadores viajam entre Zhuhai [cidade fronteiriça] e Macau, e não o podendo fazer, têm de ficar em algum lado. Como não têm um apartamento, podem reservar um hotel, mas claro, [agora] não podem utilizar as instalações, porque não está nada aberto”, notou. No que diz respeito aos próximos passos, Synthia Chan sugeriu que Macau observe as regiões vizinhas e “entenda como se adaptar” a esta nova realidade. “Em Singapura ou na Tailândia, eles abriram [as fronteiras], mas com requisitos de entrada: precisa-se de pelo menos duas vacinas à covid-19 e testes feitos 24 ou 48 horas antes. Lembro-me de ir a uma exposição na China e antes de entrar no evento tive de fazer um teste no local”, contou.
Hoje Macau PolíticaOrçamento | Quase menos 2 mil milhões em apoios até Abril Até ao final de Abril, o Governo gastou menos 1,83 mil milhões de patacas em “transferências, apoios e abonos” em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com a Execução Orçamental. Segundo os dados disponíveis no portal da Direcção de Serviços de Finanças, no ano passado, até ao final de Abril, a despesa com “transferências, apoios e abonos” tinha sido de 17,61 mil milhões de patacas. No entanto, até ao final de Abril do corrente ano, o valor não foi além dos 15,78 mil milhões de patacas, o que representa uma diminuição de 1,83 mil milhões de patacas, ou seja, 10,4 por cento. O valor gasto em “transferências, apoios e abonos” representa uma taxa de execução de 28,2 por cento do montante orçamentado até ao mês de Abril para esta rubrica, que é de 55,96 mil milhões de patacas. O valor relatado ainda não tem em conta o valor distribuído com o cheque pecuniário que só deve ser contabilizado nos próximos meses. Apesar do corte de quase 2 mil milhões de patacas, numa altura em que a economia atravessa um período mais complicado do que no ano passado, e com um novo surto, os apoios são muito superiores aos montantes de 2019, antes do surgimento da pandemia. Em 2019, quando Fernando Chui Sai On ainda era o Chefe do Executivo, o Governo tinha gasto 9,43 mil milhões de patacas em “transferências, apoios e abonos”, o que significa uma diferença de 6,35 mil milhões de patacas face aos valores deste ano.
Hoje Macau Manchete SociedadeEducação | Exames decorrem na Escola Portuguesa apesar de surto A Escola Portuguesa de Macau está a tomar medidas especiais de segurança, como a realização de autotestes a professores e alunos. Apesar do estado de prevenção imediata, as autoridades locais autorizaram a realização dos exames nacionais A Escola Portuguesa de Macau (EPM) foi autorizada a realizar os exames nacionais, apesar dos estabelecimentos de ensino locais estarem encerrados devido ao novo surto de covid-19, afirmou na segunda-feira o director da instituição. “Foi-nos permitido realizar os exames, porque os serviços de Educação sabem que são exames nacionais e que se não forem feitos nesta altura, depois é mais complicado para os alunos realizá-los”, afirmou à Lusa o director da EPM, Manuel Machado. O responsável explicou que para cumprir o calendário das provas – que têm de ser feitas no mesmo horário que em Portugal – a escola teve de “obedecer a um conjunto de regras de segurança”, impostas pelas autoridades locais da Saúde e da Educação. “Facilitaram-nos a realização dos exames desde que fossem feitos autotestes a todos os alunos e a todos os professores intervenientes no processo, com as devidas separações de um metro entre os alunos que estão a realizar os exames enquanto estão à espera de ser chamados para as provas”, explicou. O director do estabelecimento de matriz portuguesa realçou ainda que a escola permanece em “contacto muito próximo” com as autoridades e que, neste momento, não tem informações sobre os passos a dar a partir de hoje. A primeira fase dos exames nacionais, que servem como critério para a selecção dos candidatos às universidades em Portugal, começou a 17 de Junho, com a prova de português, e prolongam-se até 6 de Julho, data em que é feito o exame de História B. A segunda fase começa a 21 de Julho, com a prova de Físico e Química A, e termina a 27 de Julho, com os exames de Alemão, Espanhol, Francês e Mandarim. No terreno Macau decretou no domingo de madrugada o estado de prevenção imediata, depois da cidade ser afectada por um novo surto de covid-19, e decidiu avançar para a testagem em massa da população de mais de 680 mil habitantes em 48 horas. As autoridades aplicaram medidas de isolamento em algumas zonas da cidade, onde é proibida a saída de todas as pessoas das residências. Entre as várias medidas, foi anunciado o encerramento das escolas até pelo menos quarta-feira. À semelhança do Interior da China, a região segue uma política de “zero casos”, em que os assintomáticos não entram para as contas oficiais do Governo, apesar de serem igualmente obrigados a cumprir as medidas de isolamento.
Hoje Macau Manchete SociedadeCaso Alvin Chau | Julgamento arranca a 2 de Setembro O caso que envolve o julgamento do antigo presidente do grupo Suncity, Alvin Chau, terá início no dia 2 de Setembro. De acordo com informações apuradas pela TDM-Rádio Macau, os valores envolvidos em apostas ilegais são de mais de 823 mil milhões de dólares de Hong Kong, levando o grupo a lucrar ilegalmente, entre 2013 e 2021, mais de 21 mil milhões de dólares de Hong Kong. Recorde-se que Alvin Chau é acusado de ter liderado uma sociedade secreta dedicada ao branqueamento de capitais e à promoção de jogo ilegal, tanto online como em apostas paralelas nos casinos de Macau. Segundo a mesma fonte, as acções de branqueamento de receitas e das apostas reais levadas a cabo pelo grupo, terão resultado no desfalque de milhões junto das concessionárias e, indirectamente, do próprio Governo, dado ter deixado de receber os impostos sobre os montantes reais. Segundo a TDM-Rádio Macau, algumas operadoras já começaram a reclamar os prejuízos, sendo expectável que o Executivo proceda da mesma forma no futuro. Recorde-se que Alvin Chau foi detido em Novembro de 2021, sendo um dos 21 arguidos envolvidos no caso. O processo está nas mãos da juiz presidente, Lou Heng Ha.
Hoje Macau PolíticaSurto | Lo Choi In pede mais um cheque pecuniário A deputada Lo Choi In considera que face ao novo surto é necessário prestar maior assistência financeira à população e sugere assim que seja distribuído um novo cheque pecuniário. As declarações foram prestadas ontem por Lo Choi In à margem do Plenário da Assembleia Legislativa, e citadas pelo jornal Ou Mun. Na opinião de Lo, o impacto do novo surto vai ser muito profundo, e em conjunto com o estado actual da economia, tem de ser combatido com uma nova ronda de medidas de apoio económico. No entanto, a deputada avisa que os apoios não podem ser só para as empresas ou para os cidadãos, têm de ser abrangentes. No que diz respeito aos cidadãos, a legisladora aponta que a melhor solução seria um novo cheque pecuniário. Mas, no caso de o Executivo não gostar da ideia, a opção de lançar mais uma fase do cartão de consumo electrónico também é vista como muito positiva por Lo Choi In . Em matéria de emprego, Lo pede que o período do subsídio do desemprego deve ser aumentado. Actualmente, quem tiver sido despedido pode pedir um subsídio de 150 patacas por dia, com um limite máximo de 90 dias, o que significa 13.500 patacas. Recebido esse montante, tem de esperar até ao próximo ano para poder voltar a receber o subsídio. A deputada vem agora dizer que face ao estado da economia o valor deve ser aumentado. Além disso, Lo apelou ainda aos senhorios para que baixem o valor das rendas, e considerou que o Governo devia insistir mais neste aspecto.
Hoje Macau EventosImprensa Nacional inicia publicação das Obras Completas de Maria Ondina Braga As autobiografias ficcionais de Maria Ondina Braga (1932-2003) compõem o primeiro volume das Obras Completas da escritora, de que a Imprensa Nacional inicia a publicação e que apresenta, na terça-feira, em Braga, cidade natal da autora. “Estátua de Sal”, “Passagem do Cabo” e “Vidas Vencidas” são os títulos reunidos neste primeiro volume, e faz parte da programação das comemorações do centenário do nascimento da autora de “A China Fica ao Lado”, de acordo com o anúncio da Imprensa Nacional (IN). A obra de Maria Ondina Braga encontrava-se ”há muito esgotada no mercado editorial português”, escreve a IN, no comunicado hoje divulgado, adiantando que a sua produção literária será publicada em sete volumes, sob a coordenação dos professores Isabel Cristina Mateus e Cândido Oliveira Martins, e contará também com “a colaboração de estudiosos da obra da escritora, de várias universidades internacionais”. Cândido Oliveira Martins, especialista em Teoria da Literatura, é o editor responsável pelo primeiro volume, que “permite ao leitor contemporâneo ‘descobrir a escritora mais cosmopolita da literatura em língua portuguesa do século XX’”, detentora de “um percurso multicultural único e uma voz pioneira na afirmação de uma escrita no feminino, anterior à sua polémica irrupção nas vésperas de Abril”. O segundo volume das Obras Completas será dedicado a “biografias femininas”, o terceiro, a “romances”, o quarto e o quinto, a “narrativas breves”, o sexto, a “outros textos” e, o sétimo e último volume, a “inéditos e dispersos”. Num excerto de uma carta inédita da escritora Agustina Bessa-Luís, datada de 1968, a autora de “A Sibila”, sobre Ondina Braga, afirmou: “A minha impressão mantém-se; é uma escritora e não uma informadora de achaques da sensibilidade, como outros e outras são. Só desejaria que pudesse escrever mais”. Sobre este primeiro volume, Cândido Oliveira Martins afirma, no prefácio, que “faz todo o sentido a reunião destes três livros num volume inicial das suas Obras Completas — ‘Estátua de Sal’, ‘Passagem do Cabo’ e ‘Vidas Vencidas'”. “Escritos e publicados em épocas bem distintas da sua vida, estas autobiografias ficcionais aproximam-se a nível da temática, da estilística e da mundividência que caracterizam esta poética autoficcional, assente num contrato ou pacto de leitura específico, com uma dicção literária muito própria, singularizando-se claramente face às outras obras da autora”, que “escolheu resolutamente para si uma vida singular — escritora, professora, tradutora”, acrescenta o investigador do Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos da Universidade Católica de Braga. Maria Ondina Braga foi precetora de crianças na Grã-Bretanha, onde concluiu estudos de língua inglesa na Royal Society of Arts, e em França, onde prosseguiu os estudos na Alliance Française. Foi professora em Angola, Goa, Macau e Pequim, além de tradutora. “O seu percurso de vida e literário confunde-se com a ideia de deslocação ou viagem, numa cartografia que passa pelos quatro continentes, do Brasil ao Sri Lanka ou Singapura. Esta condição itinerante e multicultural constitui a marca de água de uma escrita que experimenta vários géneros, da crónica ao conto, das memórias ao romance, além da poesia e diários ou notas de viagem. Com destaque para a autobiografia e autoficção, além das biografias breves de várias mulheres escritoras (algumas delas inéditas): Virginia Woolf, Irene Lisboa, Selma Lagerlöf, Katherine Mansfield, George Sand, Rosalía de Castro, Sei Shonagon e Anaïs Nin, entre outras”, escreve Cândido Oliveira Martins. Maria Ondina Braga colaborou em vários jornais, nomeadamente Diário de Notícias, Diário Popular, n’A Capital, e também em revistas, como Panorama, Mulher, Ação e Colóquio/Letras. Numa entrevista à jornalista e escritora Maria Teresa Horta, em abril de 1992 (Diário de Notícias), Maria Ondina Braga declarou: “Penso que a única coisa que me deu gosto na vida, o que na verdade me interessou, foi escrever”. Maria Ondina Braga recebeu o Prémio Ricardo Malheiros, da Academia das Ciências de Lisboa, o Prémio Eça de Queirós e o Grande Prémio de Literatura ITF/dst. Sobre os títulos reunidos neste primeiro volume, o cocoordenador do projeto recorda que “Passagem do Cabo” foi publicado pela primeira vez em 1965, pela ex-Agência-Geral do Ultramar, na sua coleção “Unidade”, sob a direção de Luís Forjaz Trigueiros, com o título de “Eu Vim para Ver a Terra”. Em 1994 voltou a ser publicado, pela Editorial Caminho, com “muito significativas alterações, incluindo um novo título, embora a belíssima frase do título original se mantenha no ‘incipit’ narrativo da obra”, assinala Cândido Oliveira Martins, acrescentando que o “livro foi objeto de outras mudanças consideráveis, com destaque para a introdução de novos textos, sobretudo significativamente alterados face à 1.ª edição”. “De facto, o aturado trabalho de reescrita opera uma revisão muito profunda do texto original de cada capítulo. No trabalho que preside à nova edição foram acrescentadas quatro secções, cujos títulos reforçam a ideia de etapas de uma viagem ou itinerário, desde África até Macau, bem como a inclusão de frequentes epígrafes poéticas, próprias e alheias (de Fernando Pessoa, Agostinho Neto, Vimala Devi, Camilo Pessanha, Almada Negreiros). Ao mesmo tempo, a reedição de ‘Passagem do Cabo’ é ainda enriquecida com múltiplas epígrafes entremeando os vários capítulos”, escreve Oliveira Martins, sugerindo que “seria muito elucidativo e proveitoso um trabalho de crítica genética que cotejasse analiticamente todo este trabalho de revisão”. Quanto a “Estátua de Sal”, escrito em Macau, em 1963, foi editado pela primeira vez em 1969, pela Sociedade de Expansão Cultural. “Entre outras particularidades, nesta edição inaugural, na capa e folha de rosto, continha apenas o nome de ‘Maria Ondina’, alterando depois para Maria Ondina Braga. Ao mesmo tempo, esta edição inicial contava com o elogioso prefácio de um prestigiado escritor nortenho, intitulado ‘Algumas palavras de Tomaz de Figueiredo’, texto prefacial onde a franca apreciação de qualidades da jovem escritora coexiste com um natural paternalismo do consagrado escritor, também ele de raízes bracarenses e minhotas”, escreve Cândido Oliveira Martins. Cândido Oliveira Martins revela que, num exemplar da primeira edição, atualmente na posse da família da escritora, Maria Ondina Braga deixou um comentário à sua própria obra: “’Estátua de Sal’ foi decerto um dos mais belos textos que escrevi. Palavras, pois, que pedi ao grande escritor Tomaz de Figueiredo, e assim com ele encontraria eu um verdadeiro livro. Acabei, pois, por ser simplesmente como sua filha que me chamava ‘alma’ e eu a pertencê-lo ao mundo do ‘alheamento e da solidão’”. “Vidas Vencidas”, terceiro título incluído neste volume, foi editado uma única vez, pela Caminho, em 1998, na coleção “O Campo da Palavra”. “Está estruturado em 17 capítulos breves, recorrendo à estratégia citacional de colocação de algumas epígrafes, apenas do poeta António Nobre”, afirma o coordenador do projeto. Quanto ao “processo de fixação do texto destas três obras, seguimos as edições mais recentes, publicadas em vida pela autora, embora sem desconhecer a [sua] evolução”, explica Cândido Oliveira Martins, sobre o trabalho de coordenação desenvolvido com a professora da Isabel Cristina Mateus, do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho, especialista em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea. De contos e crónicas como os reunidos em “Amor e Morte”, “A Revolta das Palavras” e no derradeiro “O Jantar Chinês”, à novela e ao romance, como em “A Personagem”, a obra de Maria Ondina Braga reúne perto de duas dezenas de títulos como “Os Rostos de Jano”, “Estação Morta”, “A Casa Suspensa”, “Noturno em Macau”, “A Rosa de Jericó” e “Filha do Juramento”, além de “Angústia em Pequim”, relato de uma vivência expatriada, como leitora de português. Uma “sagaz e ‘distanciada’ biógrafa da sensibilidade feminina, em conflito com as regras obsoletas, por vezes ferozes, por vezes ridículas, de uma sociedade masculina arcaica e repressiva”, escreveu Urbano Tavares Rodrigues, o autor de “Bastardos do Sol”, sobre a obra de Maria Ondina Braga, num artigo sobre a escritora, no antigo Jornal do Comércio. A sessão de apresentação do primeiro volume das Obras Completas de Maria Ondina Braga tem início marcado para as 21:00 de terça-feira, na Galeria do Paço, em Braga.
Hoje Macau China / ÁsiaNíveis de precipitação recorde levam à retirada de mais de 220.000 pessoas na China Níveis de precipitação recorde na China causaram inundações e deslizamentos de terra no sul do país, assim como a retirada preventiva de centenas de milhares de pessoas, informou hoje a imprensa estatal. Chuvas fortes são frequentes no final da primavera e início do verão, principalmente no centro e sul da China, regiões onde também estão localizadas cidades industriais importantes. Nos últimos dias, fortes chuvas atingiram a província de Guangdong, no sudeste da China, ameaçando os serviços logísticos e produção manufatureira, numa altura em que as cadeias de fornecimento estão já sob pressão devido às restritivas medidas de prevenção adoptadas pela China, no âmbito da política de ‘zero casos’ de covid-19. A cidade de Shaoguan, localizada a cerca de 200 quilómetros a norte de Cantão, a capital da província, emitiu hoje um alerta vermelho para inundações, o nível mais alto do serviço meteorológico chinês. As escolas foram transformadas em abrigos temporários e centenas de instalações provisórias foram montadas num centro desportivo, segundo imagens divulgadas pela imprensa. A região vizinha de Guangxi, no sul, foi atingida pelas piores chuvas desde 2005, segundo a imprensa local. Os moradores foram retirados, à medida que as águas lamacentas inundaram áreas residenciais. De acordo com os serviços meteorológicos locais, 28 rios da região subiram para níveis considerados perigosos. Em Fujian, no leste da China, mais de 220 mil pessoas foram também retiradas, como medida preventiva, desde o início do mês, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. As chuvas em Guangdong, Fujian e Guangxi atingiram uma média de 621 milímetros entre o início de maio e meados de junho, o nível mais alto desde 1961, de acordo com o boletim meteorológico da China. Em 2021, a China sofreu inundações severas, com chuvas muito fortes no centro do país, que resultaram em mais de 300 mortos. A maioria morreu em inundações e deslizamentos de terra na cidade de Zhengzhou, onde muitos motoristas ficaram presos, pelo aumento repentino das águas em túneis rodoviários.
Hoje Macau China / ÁsiaHistórico restaurante flutuante Jumbo de Hong Kong afunda no mar do Sul da China O famoso restaurante flutuante Jumbo de Hong Kong, conhecido pelas suas luxuosas salas de refeição e luzes, afundou no domingo no mar do Sul da China, anunciou a empresa proprietária. O Jumbo Floating Restaurant (Restaurante Flutuante Jumbo, em tradução simples) – ou Jumbo Kingdom (Reino Jumbo, em tradução simples) – havia sido rebocado na semana passada depois de ter encerrado durante a pandemia de covid-19. De acordo com a empresa Aberdeen Restaurant Enterprises, a embarcação foi atingida por condições meteorológicas adversas e naufragou perto das Ilhas Paracel, acrescentando que nenhum membro da tripulação ficou ferido. Com 260 metros de comprimento e três andares, o navio esteve atracado 46 anos nas águas de Hong Kong, tendo recebido “numerosos dignitários e celebridades internacionais”, incluindo a rainha de Inglaterra Isabel II e o ator norte-americano Tom Cruise. O afundamento surge depois de a Aberdeen Restaurant Enterprises ter dito que não tinha mais condições para assumir os custos de manutenção. No entanto, a chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, rejeitou os pedidos de alívio financeiro temporário. “Indicámos de forma clara que o Governo não tem planos para investir dinheiro na operação do restaurante (…), disse Carrie Lam. Mesmo antes da pandemia, o restaurante, que servia comida cantonense, estava a acumular dívidas, mas a proibição de turistas para conter a propagação do vírus SARS-CoV-2 atingiu o Jumbo e outras atrações em Hong Kong.
Hoje Macau EventosConselho de Imprensa timorense cria Prémio Max Stahl para documentários O Conselho de Imprensa de Timor-Leste anunciou hoje a criação de um novo prémio de jornalismo Max Stahl que reconhecerá anualmente o melhor documentário produzido no país, informou o órgão. “Decidimos em plenário criar um novo Prémio de Jornalismo Max Stahl que é também uma forma de honrar e reconhecer o jornalista Max Stahl, uma figura nacional, herói para todo o povo de Timor-Leste”, disse Virgílio Guterres. “O prémio reconhecerá documentários, trabalhos audiovisuais, com mais de 30 minutos produzidos sobre conteúdos de direitos humanos, conteúdos que elevam a dignidade das pessoas, publicado em órgão de comunicação social, televisão, rádio ou online”, frisou. O novo prémio soma-se a cinco outros já atribuídos pelo Conselho de Imprensa, incluindo o Prémio Adelino Gomes, que reconhece obras em língua portuguesa e o prémio Borja da Costa, para trabalhos da imprensa escrita. A organização atribui ainda o Prémio Grega Shackelton para trabalhos de televisão, o Prémio Bernardino Guterres para fotojornalismo e o Prémio Conselho de Imprensa para o melhor órgão de comunicação social. Os prémios anuais têm todos uma compensação de 1.500 dólares. O jornalista australiano Max Stahl, que morreu em outubro de 2021, foi fundamental na cobertura do conflito armado em Timor-Leste, nomeadamente do massacre no cemitério de Santa Cruz, provocado pelas tropas indonésias, em 12 de novembro de 1991.
Hoje Macau China / ÁsiaChina promete reforçar ajuda ao Corno de África em reunião com seis países da região A China prometeu reforçar o apoio de Pequim ao Corno de África, afetado por desafios como a pandemia, a guerra e a seca, disse o enviado especial da China numa reunião em Adis Abeba. “A China está a fazer muito para apoiar o Corno de África, onde existem desafios provocados pela pandemia de coronavírus, a seca, a guerra e as migrações”, disse o responsável chinês para o Corno de África, Xue Bing, no discurso de abertura da primeira Conferência de Paz da China e do Corno de África, que começou hoje na capital da Etiópia com a presença de altos representantes de seis países da região – Djibuti, Quénia, Somália, Sudão do Sul, Sudão e Uganda. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Etiopía anunciou, num breve comunicado, que a conferência se centrará en temas como a paz e a segurança, o desenvolvimento e a boa governação dos países do Corno de África. O assessor de segurança nacional do primeiro-ministro etíope, Redwan Hussein, agradeceu a Pequim o seu apoio para garantir a paz e a segurança na região, abalada por conflitos armados, ataques de extremistas islâmicos e a pior seca dos últimos 40 anos. Bing disse que a China continuará a reforçar o seu apoio aos países desta zona e a cooperar em setores como a segurança alimentar, o desenvolvimento tecnológico, as infraestruturas e a luta contra o terrorismo. A região do Corno de África é palco de vários conflitos, nomeadamente a guerra entre o Governo central da Etiópia e os rebeldes da Frente Popular de Libertação de Tigray (FPLT), que em mais de dois anos deixou cerca de 9,4 milhões de pessoas a precisar de ajuda humanitária. No Sudão do Sul – que enfrenta uma guerra há nove anos, apesar dos acordos de paz de 2018 -, os serviços sociais mais básicos, como a saúde ou a educação, dependem em grande medida das organizações não-governamentais. O grupo ‘jihadista’ Al Shabab, afiliado no grupo extremista Al Qaida desde 2012, perpetra ataques frequentes na capital da Somália, Mogadíscio, e em outros pontos do país para derrubar o Governo central e instaurar pela força um Estado islâmico ultraconservador. Estes extremistas realizaram também atentados em outros países da região, como o Quénia e o Uganda. Ao problema da insegurança juntou-se uma intensa seca, que está a deixar milhões de pessoas numa situação limite. Segundo um relatório publicado em maio pelas organizações não-governamentais Save The Children e Oxfam, mais de 23 milhões de pessoas enfrentam já “fome extrema” na Etiópia, Somália e Quénia A China tem vindo a revelar um interesse crescente em África, tornando-se o primeiro parceiro comercial do continente. Segundo dados da Universidade John Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos, entre 2000 e 2019 as entidades chinesas assinaram mais de 1.100 compromissos de empréstimo avaliados em 153.000 milhões de dólares com governos africanos ou com empresas estatais do continente. Além disso, Pequim abriu em 2017 a sua primeira base militar no estrangeiro num país do Corno de África, o Djibuti.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão planeia cimeira com Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia em Madrid O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, está a planear uma reunião com os líderes da Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia, em paralelo à cimeira da NATO que realiza na próxima semana em Madrid, avançaram fontes governamentais. A reunião quadripartida aproveitaria o convite da NATO aos líderes dos países da Ásia-Pacífico para participarem na cimeira em Madrid e centrar-se-ia na ascensão da China na região, informou esta segunda-feira o jornal diário japonês Yomiuri Shimbun. O porta-voz adjunto do Governo japonês, Yoshihiko Isozaki, admitiu numa conferência de imprensa que os preparativos para a reunião tinham começado, apesar de salientar que ainda não havia decisão. O gabinete do presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol também anunciou que tinha recebido a proposta de Tóquio e que estava atualmente a analisá-la. O encontro, que para além de Kishida e Yoon, incluiria ainda o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese e a sua homóloga neozelandesa Jacinda Ardern, terá como objetivo debater a ideia de um “Indo-Pacífico livre e aberto”, expressão usada por Tóquio e Washington para contrariar a crescente influência chinesa na região. Os líderes do Japão e da Austrália reafirmaram o seu compromisso em adotarem esta estratégia na cimeira do grupo Diálogo de Segurança Quadrilateral (Quad) no final de maio, em Tóquio, juntamente com os representantes de outros países do Quad, entre eles, os Estados Unidos (EUA) e a Índia. Kishida, cuja viagem a Madrid fará dele o primeiro chefe do Governo japonês a participar numa cimeira da NATO, pretende discutir com os restantes líderes a situação da Ucrânia e as suas preocupações sobre as atividades militares chinesas na Ásia-Pacífico, afirmou o chefe de governo nipónico numa conferência de imprensa na semana passada. O Japão não é membro da NATO e a sua Constituição é pacifista, mas este membro do G7 e aliado próximo dos Estados Unidos participa nas sanções internacionais contra Moscovo e entregou também equipamentos militares defensivos à Ucrânia. A cimeira da NATO, prevista para os dias 29 e 30 de junho em Madrid, Espanha, contará com a presença de cerca de 40 líderes internacionais e cerca de cinco mil participantes.
Hoje Macau PolíticaJustiça | Envio electrónico de peças processuais em Setembro A partir de 1 de Setembro, as partes processuais e os mandatários que preencham os requisitos legais podem recorrer à via electrónica para enviar peças aos tribunais e efectuarem o pagamento de custas. A medidas faz parte da lei recentemente aprovada na Assembleia Legislativa e segundo Gabinete do Tribunal de Última Instância resulta de um trabalho conjunto elaborado pelos tribunais e o Governo. O envio das peças e o pagamento pode ser feito “independentemente do horário de expediente dos tribunais e das instituições financeiras”, de acordo com o comunicado emitido ontem. “As peças processuais em suporte de papel que forem digitalizadas e enviadas através da plataforma electrónica dos tribunais têm os mesmos efeitos jurídicos dos respectivos documentos em suporte de papel”, é garantido. No entanto, o juiz pode exigir que sejam apresentados os documentos originais em formato físico, se assim o entender. No caso de processos de natureza penal, a entrega por via electrónica é apenas aplicável a partir da recepção dos autos pelo tribunal competente na fase de julgamento e “desde que se mostre compatível com a observância dos princípios do processo penal”.
Hoje Macau SociedadeCalçada do Gaio | UNESCO admite levar a Pequim queixa de grupo activista Um grupo para a salvaguarda do património de Macau disse que a UNESCO admitiu levar a Pequim a queixa sobre a altura de construção de um edifício perto do Farol da Guia, monumento de influência portuguesa. “O Centro do Património Mundial da UNESCO [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura], enquanto Secretariado do Comité do Património Mundial, vai chamar a atenção do partido único da China para este facto”, respondeu a UNESCO numa carta divulgada ontem pelo Grupo para a Salvaguarda do Farol da Guia. “Estamos muito gratos por a UNESCO tomar uma posição firme sobre os limites de altura dos edifícios em torno do Farol da Guia”, reagiu a associação, em comunicado. Na carta endereçada na quinta-feira passada ao organismo da ONU, o Grupo para a Salvaguarda do Farol da Guia defendeu que a altura de um edifício inacabado na Calçada do Gaio devia “ser reduzida para 52,5 metros” em vez dos 82,32 metros actuais, “um compromisso assumido pelos governos da China e da RAEM com a comunidade internacional e os cidadãos”. “O acompanhamento lento ou ineficaz da UNESCO já causou sérios danos à integridade visual e às principais linhas de visão do Farol da Guia. Um prédio novo, enorme e alto na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues bloqueou efectivamente a ligação visual entre a Guia Farol e Arco do Oriente, outro marco histórico de Macau”, realçou o Grupo na mesma carta.
Hoje Macau China / ÁsiaChina suspende voo directo a partir de Portugal após detectar casos de covid-19 em passageiros As autoridades chinesas anunciaram hoje a suspensão da ligação aérea entre Portugal e a China, pelo período de um mês, após detetarem dez casos de covid-19, em 12 de junho, num voo oriundo de Lisboa. Em comunicado difundido no seu portal oficial, a Administração de Aviação Civil da China informou que o voo entre Lisboa e a cidade chinesa de Xi’an, operado pela companhia aérea Beijing Capital Airlines, passa a estar suspenso a partir de 27 de junho. Os voos para a China estão sujeitos à política do “circuit breaker” (‘interruptor’, em português): quando são detetados cinco ou mais casos a bordo, a ligação é suspensa por duas semanas. Caso haja dez ou mais casos, a ligação é suspensa por um mês. Ao abrigo da estratégia de ‘zero casos’ de covid-19, a China mantém as fronteiras praticamente encerradas desde março de 2020. O país autoriza apenas um voo por cidade e por companhia aérea, o que reduziu o número de ligações aéreas internacionais para o país em 98%, face ao período pré-pandemia. A ligação aérea entre Portugal e a China foi retomada precisamente no dia 12 de junho, com a frequência de um voo por semana, após ter estado suspensa durante mais de seis meses. As autoridades de Xi’an, a capital da província de Shaanxi, no centro da China, suspenderam a ligação com Lisboa no dia 25 de dezembro passado, numa altura em que a região enfrentava um surto de covid-19. A cidade só retomou este mês as ligações internacionais. Quem chega à China tem que cumprir ainda uma quarentena de até três semanas, em instalações designadas pelo Governo.
Hoje Macau China / ÁsiaSismo de magnitude 6 atinge Taiwan Um sismo de magnitude 6 na escala de Richter atingiu hoje a região de Hualien, no leste de Taiwan, avançou o Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês). Segundo a imprensa de Taiwan, não há até ao momento registo de nenhuma vítima ou danos significativos do terramoto, que foi sentido em toda a ilha. O terramoto aconteceu a cerca de 10 quilómetros de profundidade às 9:05 locais, avançou o USGS. O serviço de metropolitano na capital Taipei foi brevemente interrompido, de acordo com um passageiro, citado pela agência France Presse. Um abalo de menor intensidade foi registado cerca de meia hora depois, de acordo com o Serviço Meteorológico de Taiwan. O USGS classificou como “verde” o risco representando pelo terramoto que atingiu Taiwan, prevendo poucas vítimas e danos. Este é o quarto sismo de magnitude 6 ou superior na escala de Richter a atingir Taiwan desde o início de 2022. Em março, um sismo de magnitude 6,7, registado ao largo de Taiwan, a cerca de 70 quilómetros a sul de Hualien, causou um ferido e destruiu uma ponte em construção nessa região. Taiwan é regularmente atingida por terramotos por se encontrar perto da junção de duas placas tectónicas. Sismos de magnitude 6 ou mais podem implicar um elevado número de vítimas mortais, mas os efeitos dependem da localização e da profundidade a que ocorrem. Em 2018, um sismo de magnitude 6,4 causou 17 mortos e mais de 300 feridos em Hualien, um popular ponto turístico de Taiwan. A catástrofe natural mais mortífera da história da ilha ocorreu em setembro de 1999, quando um sismo de magnitude 7,6 matou cerca de 2.400 pessoas.
Hoje Macau China / ÁsiaSismo de magnitude 6 atinge Taiwan Um sismo de magnitude 6 na escala de Richter atingiu hoje a região de Hualien, no leste de Taiwan, avançou o Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês). Segundo a imprensa de Taiwan, não há até ao momento registo de nenhuma vítima ou danos significativos do terramoto, que foi sentido em toda a ilha. O terramoto aconteceu a cerca de 10 quilómetros de profundidade às 9:05 locais, avançou o USGS. O serviço de metropolitano na capital Taipei foi brevemente interrompido, de acordo com um passageiro, citado pela agência France Presse. Um abalo de menor intensidade foi registado cerca de meia hora depois, de acordo com o Serviço Meteorológico de Taiwan. O USGS classificou como “verde” o risco representando pelo terramoto que atingiu Taiwan, prevendo poucas vítimas e danos. Este é o quarto sismo de magnitude 6 ou superior na escala de Richter a atingir Taiwan desde o início de 2022. Em março, um sismo de magnitude 6,7, registado ao largo de Taiwan, a cerca de 70 quilómetros a sul de Hualien, causou um ferido e destruiu uma ponte em construção nessa região. Taiwan é regularmente atingida por terramotos por se encontrar perto da junção de duas placas tectónicas. Sismos de magnitude 6 ou mais podem implicar um elevado número de vítimas mortais, mas os efeitos dependem da localização e da profundidade a que ocorrem. Em 2018, um sismo de magnitude 6,4 causou 17 mortos e mais de 300 feridos em Hualien, um popular ponto turístico de Taiwan. A catástrofe natural mais mortífera da história da ilha ocorreu em setembro de 1999, quando um sismo de magnitude 7,6 matou cerca de 2.400 pessoas.
Hoje Macau Manchete SociedadeSurto de covid-19 | Registados 34 casos de contágio Às 9h de hoje as autoridades confirmaram a existência de 34 casos de contágio por covid-19 no território em pessoas com idades compreendidas entre os oito meses e 89 anos. Segundo uma nota de imprensa, tratam-se de 23 mulheres e 11 homens, existindo 26 casos assintomáticos. As autoridades estão nesta fase a acompanhar 764 pessoas, das quais 178 são contactos próximos; 451 são contactos próximos não nuclear (ou seja, pessoas com os mesmos itinerários); 59 são contactos próximos por via secundária, 37 são contacto geral e sete acompanhantes. Esta manhã foi ainda divulgada outra nota de imprensa que dá conta que foram detectados seis conjuntos de dez amostras que, de forma preliminar, testaram positivo na testagem em massa. Estes dados estão agora a ser revistos, sendo feito um apelo para que a “população preste atenção à protecção pessoal e evite aglomerações”.
Hoje Macau China / ÁsiaCorrupção | Presidente apela à tolerância zero para fazer face ao problema Xi Jinping considera que a corrupção continua a ser um problema nacional grave, apesar da luta constante e dos progressos alcançados. Durante uma sessão de estudo do Comité Central do PCC, o Presidente chinês reiterou o apelo à tolerância zero em relação à corrupção O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou no sábado que a corrupção no país, um dos grandes desafios do seu mandato, continua a ser um problema sério e complicado, apesar dos progressos alcançados. Xi Jinping considerou que a “teimosia e perigo” da corrupção não pode ser subestimada, de acordo com declarações relatadas pela CCTV durante uma sessão de estudo do Politburo do Comité Central do Partido Comunista. Xi apelou à “tolerância zero” em relação à corrupção e exortou os altos funcionários do Governo a manterem-se a si próprios e às suas famílias “sob controlo”. Também apelou aos escalões superiores para aderirem a uma relação “moderada e limpa” entre o Governo e a comunidade empresarial. Estas declarações contrastam com o estado de espírito optimista do órgão executivo do partido no poder na China, que na sexta-feira descreveu as operações da sua rede de instituições financeiras anti-corrupção como um sucesso, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. “As investigações da Comissão Central de Controlo Disciplinar ajudaram a reforçar a liderança do partido sobre o sector financeiro e evitaram riscos” para salvar um ambiente cujo volume de negócios atingiu 55 mil milhões de euros, de acordo com o Politburo. Energia e alimento Xi Jinping pediu também um combate conjunto contra as crises energética e alimentar, renunciando às sanções unilaterais e ao protecionismo comercial. “É necessário promover a globalização económica…, garantir a consolidação das cadeias produtivas, superar conjuntamente as crises energética e alimentar em prol da recuperação da economia mundial”, disse o chefe de Estado numa mensagem de vídeo na sessão plenária do Fórum Económico Internacional de São Petersburgo, na Rússia. Xi Jinping considera necessário fortalecer “a coordenação das políticas de desenvolvimento e a harmonização dos regulamentos e padrões internacionais”. Além disso, o Presidente da República Popular da China pediu para “renunciar à prática de suspensão fornecimentos, sanções unilaterais e pressão máxima, e eliminar as barreiras comerciais”. A 12.ª Conferência Ministerial da Organização Mundial de Comércio (OMC) anunciou medidas para aliviar a crise alimentar. A declaração final compromete os membros da OMC a “tomar medidas para tomar a produção e o comércio agrícola mais previsíveis e, portanto, menos voláteis de preços”, embora os passos concretos para alcançar isso ainda tenham de ser definidos em reuniões futuras. Também ficou acordado limitar as restrições à aquisição de ajuda alimentar humanitária pelo Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas.
Hoje Macau Manchete SociedadeFronteiras | Zhuhai impõe quarentena de 7 dias. Testes mais apertados No seguimento da detecção dos novos casos de covid-19 em Macau, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da Cidade de Zhuhai emitiu uma nota a anunciar que todos os indivíduos que cheguem à região a partir de Macau estão obrigados a fazer quarentena de sete dias (domiciliária ou em hotel), mais sete dias de auto-gestão. A medida anunciada ontem tem efeitos retroactivos para todos aqueles que entraram em Zhuhai a partir de Macau desde a passada quarta-feira, 15 de Junho. Relativamente à validade dos testes para circular entre os dois territórios, o Comando de prevenção e controlo da cidade de Zhuhai revelou que a desde as 09h de ontem, o prazo de validade dos testes de ácido nucleico para quem entra em Macau passa a ser de 48 horas (em vez de sete dias). Já quem sai de Macau continua a ter que apresentar um resultado negativo emitido nas últimas 24 horas. “A partir das 09h do dia 19 de Junho de 2022, as pessoas que se deslocam a Macau através dos postos fronteiriços Zhuhai-Macau necessitam de ter o certificado de teste de ácido nucleico com resultado negativo emitido nas últimas 48 horas. A medida de apresentação do certificado de teste de ácido nucleico com resultado negativo emitido nas últimas 24 horas para pessoas que entram a Zhuhai através dos postos fronteiriços Zhuhai-Macau permanece inalterado”, pode ler-se na nota. Visitas, consultas, vacinas e cirurgias não urgentes suspensas Os Serviços de Saúde anunciaram que, durante o período de testagem em massa da população, vários serviços estarão suspensos ou condicionados. Assim, até à próxima quarta-feira, os serviços de consulta externa de especialidade, cirurgia programada não urgente, serviços de diálise peritoneal, e os postos de vacinação do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) e do Fórum de Macau estão suspensos. Também todas as visitas aos doentes internados estarão suspensas até “nova comunicação”. Por seu turno, o Serviço de Urgência (incluindo o Posto de Urgência das Ilhas), o Serviço de Internamento Hospitalar, o Hospital de Dia do Serviço de Hematologia-Oncologia, a Unidade de Hemodiálise e a Farmácia do CHCSJ manterão o seu funcionamento normal. Entre 19 e 21 de Agosto, aqueles que são afectados pelas alterações e não podem comparecer ou receber tratamento ou serviços de exames no CHCSJ, “dentro de 7 dias úteis, serão notificados pelos respectivos departamentos sobre a data da nova consulta de acompanhamento, do tratamento ou exame”. Ho Iat Seng: “É preciso quebrar a cadeia de transmissão rapidamente” Numa visita efectuada ao Centro de Operações de Protecção Civil, o Chefe do Executivo reforçou que, tendo em conta a concentração e a origem dos novos casos de covid-19 detectados em Macau, “é preciso quebrar a cadeia de transmissão comunitária o mais rapidamente possível”. Perante um surto que considerou ter surgido de forma “súbita” e quer se propagou rapidamente, Ho Iat Seng sublinhou ainda a resposta imediata dos diversos departamentos governamentais de acordo com o plano de prevenção e agradeceu o “árduo trabalho”, tanto da Protecção Civil como do Centro de Coordenação. Durante uma visita a vários postos de testagem em massa, Ho Iat Seng mostrou-se, contudo, preocupado com o número insuficiente de testes rápidos para distribuir à população. EPM | Exames decorrem nas datas previstas A direcção da Escola Portuguesa de Macau (EPM) vai manter o calendário dos exames nacionais de acesso ao ensino superior em Portugal, apesar de ter sido decretado o encerramento de escolas devido ao surto detectado no sábado à noite. Segundo a TDM – Rádio Macau, será apenas exigido aos alunos a apresentação de um auto-teste com resultado negativo 45 minutos antes das provas.
Hoje Macau China / ÁsiaFilha de Duterte toma posse como vice-presidente das Filipinas Sara Duterte-Carpio, filha do ainda presidente filipino, Rodrigo Duterte, prestou hoje juramento em Davao (sul) como vice-presidente do país, 11 dias antes de o seu companheiro de candidatura, Ferdinand “Bongbong” Marcos Jr, tomar posse como chefe de Estado. Após a esmagadora vitória eleitoral da candidatura, Sara Duterte quebrou a tradição de posse conjunta do presidente e do vice-presidente e escolheu tomar posse no feudo da família em Davao, na ilha de Mindanao, 11 dias antes de Marcos, que tomará posse em 30 de junho, em Manila. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram como o ainda presidente, Rodrigo Duterte, compareceu à tomada de posse, que encerrará o seu mandato de seis anos em 30 de junho, altura em que será substituído por “Bongbong” Marcos, vencedor das eleições presidenciais de maio passado, e que também esteve hoje na cerimónia. A nova vice-presidente do país, que substitui a progressista Leni Robredo, afirmou que, com a mudança de datas, quer possibilitar que a cerimónia seja realizada no feudo da família de Davao, onde tanto ela como o seu pai foram autarcas, e onde Rodrigo Duterte viveu boa parte do seu mandato como chefe de Estado, apesar de o palácio presidencial ser na capital, Manila. A herdeira do clã Duterte, com 43 anos, liderou por meses as sondagens como a candidata favorita dos filipinos à presidência do país, mas finalmente decidiu descartar essa opção e concorrer à vice-presidência, de mãos dadas com Marcos. A sua vitória esmagadora, com mais de 60% dos votos (o cargo é votado separadamente do de presidente), consolida o salto da dinastia Duterte do seu feudo local de Davao para a política nacional. “Bongbong” Marcos, filho do falecido ditador Ferdinand Marcos, venceu as eleições presidenciais de 09 de maio por maioria esmagadora, com mais do dobro dos votos do seu rival mais próximo, precisamente a então vice-presidente Leni Robredo.
Hoje Macau SociedadeMUST faz investigação pioneira sobre condições meteorológicas severas O presidente da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST) recebeu 1,14 milhões de patacas de financiamento para liderar uma investigação pioneira sobre condições meteorológicas severas no território. “É importante, por causa do impacto das alterações climáticas nas condições meteorológicas extremas e inundações em Macau”, começou por dizer à Lusa Joseph Lee Hun-wei, presidente da MUST. Atribuído pelo Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia de Macau (FDCT) e pelo Departamento de Ciência e Tecnologia da Província de Guangdong, o apoio vai subvencionar, segundo o responsável, uma “investigação fundamental para a previsão de tempestades e inundações” na região administrativa chinesa. “A ideia é progredir nesta capacidade de prever intempéries em Macau”, notou o especialista na área da engenharia hidráulica e ambiental. Trata-se de um projeto de três anos, que incide sobre a Baía de Hac Sa, na ilha de Coloane, uma zona “que ainda não foi bem estudada”, e que coloca a MUST na frente da investigação climática local: serão realizadas “as primeiras medições em campo de ondas e correntes marítimas de Macau”, com instrumentos e sensores a serem depositados no local. É, além disso, a primeira “colaboração a fundo” com um “importante centro de investigação hidráulica na província de Guangdong” – o Instituto de Estudo Científico de Recursos Hídricos do Rio das Pérolas. Este ano esperam-se entre cinco a oito ciclones tropicais na região, de acordo com uma antecipação feita em março pela Direção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) de Macau, que salientou que “os extremos climáticos continuam a ocorrer e os ciclones tropicais continuam a aumentar” no território. Joseph Lee tem-se dedicado nos últimos anos ao estudo de soluções no campo da engenharia para mitigar o impacto das alterações climáticas no património e nas cidades. Esteve envolvido em projetos nas áreas de Mong Kok e Happy Valley, em Hong Kong, onde, para reduzir os efeitos das inundações, se optou por soluções como a drenagem das águas pluviais através de túneis subterrâneos que transportam a água até ao mar. Para fazer face aos fenómenos meteorológicos severos em Macau, como tempestades, o engenheiro defendeu, no final de abril, durante um ‘webinar’ organizado pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS, na sigla inglesa), uma “combinação de soluções baseadas na natureza”, como o desenvolvimento de mangais que podem ajudar a reduzir o impacto das ondas em caso de tufões, e de “soluções estruturais”. “Aqui, as redes subterrâneas e de drenagem podem ser bastante relevantes, porque, no meu entendimento, quando chega o tufão, a água do mar pode retornar através da rede e inundar a cidade, ou seja, [as inundações] não são só causadas pela chuva”, referiu. “As soluções baseadas na natureza são importantes, mas precisam de uma base científica. A questão é: o governo poderia apoiar este tipo de investigação muito importante”, acrescentou. À Lusa, o presidente da MUST disse ainda que, em relação às outras cidades da Grande Baía, Macau “está apenas a começar” na investigação na área da Engenharia Ambiental e Hidráulica. “Não temos pessoas suficientes nem investigadores”, admitiu o especialista, sublinhando que seria importante trabalhar em conjunto com outras cidades da região. “Mas para trabalhar efetivamente com outros parceiros, tem de se ter já uma certa profundidade”, notou Lee, referindo que a pequena região ainda não alcançou esse nível.
Hoje Macau SociedadeReitor da MUST visita Portugal este mês para reforçar parceria científica O presidente da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST) vai visitar a partir de 27 de junho quatro universidades portuguesas para reforçar a parceria científica. Depois de uma viagem a Granada, em Espanha, para participar no Congresso Internacional da Associação Internacional de Engenharia e Pesquisa Hidroambiental (IAHR, em inglês), organismo que preside, Joseph Lee Hun-wei vai estar na Universidade de Évora, de Lisboa, de Coimbra e do Porto para explorar “oportunidades de colaboração científica com a MUST”, disse à Lusa o responsável. “Perguntei aqui [em Macau] aos meus colegas se há programas específicos que queiram melhorar e desenvolver, porque posso visitar a direção [destas universidades]”, acrescentou. Não se trata do primeiro contacto do presidente da MUST com Portugal. Nos anos 1970, quando ainda era estudante de Engenharia Civil no Massachusets Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, Lee projetou o sistema de refrigeração para a Central termoeléctrica de Setúbal – cidade onde, admite, nunca esteve. “Eles é que vieram cá. Ainda era júnior, só fiz o trabalho, mas Setúbal estava muito interessado em desenhar um sistema com o mínimo de impacto para o ambiente e a melhor eficiência (…). É bastante complicado e, naquele tempo, era muito avançado e Setúbal recorreu ao MIT”, explicou. Sobre o interesse da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau em Portugal, o professor elogiou o “desenvolvimento de tecnologia inovadora” no país e as várias alianças no campo científico com universidades norte-americanas, nomeadamente o programa ‘MIT Portugal’, uma colaboração com o Massachusets Institute of Technology, e o programa ‘Carnegie Mellon Portugal’, uma plataforma que reúne esta universidade de Pittsburgh, no estado da Pensilvânia, e instituições de ensino superior portuguesas. “Com o MIT trabalham precisamente em áreas que nos interessam, como é o caso da Inteligência Artificial, Informática e o Fabrico Avançado”, referiu. Mas além de Portugal, a MUST quer chegar a todo o universo lusófono. “É natural, é uma das nossas missões designadas pelo Governo Central” chinês, lembrou Lee, referindo-se ao facto de, em 2003, Pequim ter designado Macau como plataforma de cooperação entre a China e os países de língua portuguesa. “Há financiamento disponível para fazer isso acontecer”, acrescentou. Para já, o número de alunos dos países de língua portuguesa na universidade “não é significativo”, havendo “espaço para melhorias”, advertiu o responsável, defendendo que, para a internacionalização da instituição de ensino e captação de alunos são necessárias “as políticas e estratégias certas”. Estratégias que, segundo o académico, podem passar pela aposta em “áreas nicho”, como nos dois laboratórios de referência de Estado da MUST. Em 2010, a universidade inaugurou o laboratório para a Investigação de Qualidade em Medicina Chinesa e, em 2018, nasceu o laboratório para a Ciência Lunar e Planetária. Os espaços, com a aprovação do Ministério da Ciência e Tecnologia da China, têm como objetivo contribuir para a inovação científica e tecnológica, através da investigação e formação de quadros especializados. “Também a nossa futura Faculdade de Engenharia Inovadora deve ser bastante atrativa para qualquer estudante estrangeiro, digamos que para aqueles dos países [da iniciativa] Uma Faixa, Uma Rota e, não querendo excluir outros, os da Lusofonia – esse seria o nosso foco principal, estudantes que queiram ter uma ideia da Grande Baía”, concretizou.
Hoje Macau Manchete SociedadeMUST | Reitor quer liberdade académica mas admite “áreas cinzentas” Joseph Lee Hun-wei, reitor da Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau, defende que é possível uma conivência entre a internacionalização do ensino superior e o respeito pela soberania chinesa. Este defende que o que aconteceu em Hong Kong foi “ilegal” O presidente da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, na sigla inglesa) admite que existem “áreas cinzentas” no que respeita à liberdade académica, embora acredite na convivência entre a internacionalização do ensino superior e o reconhecimento da soberania chinesa. “Se estivermos certos de qual é a nossa missão e concentrarmo-nos na nossa política de diversidade e internacionalização e se conseguirmos provar ao mundo que podemos levar a cabo o intercâmbio internacional ao mesmo tempo que reconhecemos a soberania [chinesa], então qual é o problema?”, defendeu Joseph Lee Hun-wei. Lee, à frente da MUST desde Janeiro de 2021, nasceu em Xangai, cresceu em Hong Kong e formou-se em Engenharia Civil pelo Massachussets Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. Regressado a Hong Kong, nos anos 1980, ocupou vários cargos de liderança em instituições de ensino superior locais. Em entrevista à Lusa, o académico recordou ter acompanhado de perto as manifestações de 2019, que, como sublinha, “afectaram a saúde” da cidade “de uma forma muito séria”. “O que aconteceu em Hong Kong é claro para mim, foi ilegal, eu passei por isso e não me senti seguro”, recordou. Que liberdade? Questionado se os últimos acontecimentos nas duas regiões autónomas estão a afectar a liberdade académica em Macau, Joseph Lee relembrou que se vive actualmente uma conjuntura “geopolítica complexa” e que enquanto presidente de um organismo internacional – a Associação Internacional de Engenharia e Pesquisa Hidroambiental – “esta tensão e mal-entendidos” são perceptíveis. No entanto, o presidente da MUST frisou que Macau “é bastante diferente” de Hong Kong. E explicou: “O que me apercebi nos últimos 15 meses é que as pessoas aqui, em geral, têm um melhor entendimento da China continental”, sublinhou. Na MUST, exemplificou ainda o presidente, começou a hastear-se a bandeira chinesa três vezes por ano “antes de 2019, ainda antes de se impor essa regra”. “É porque sentimos que Macau é parte do país”, explicou. Joseph Lee admitiu “apoiar a diversidade e a liberdade académica”, mas chamou a atenção para a existência de “áreas cinzentas”. “E depende por vezes realmente da interpretação e da perceção. Mas eu diria, no geral, que Macau ainda é muito diferente da China Continental, e nós operamos nesse espaço da história, do tempo e fazemos o nosso melhor como ponte entre o Oriente e o Ocidente”, disse.
Hoje Macau EventosGoverno celebra Dia da Gastronomia Sustentável A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) lançou uma série de vídeos e programas especiais para celebrar o Dia da Gastronomia Sustentável, que se celebrou no sábado. Segundo um comunicado, esta iniciativa visa construir junto do público “uma noção mais aprofundada sobre a importância da gastronomia sustentável, reforçar o papel de Macau como Cidade Criativa da UNESCO na área da gastronomia”, sem esquecer a promoção “da transmissão da cultura gastronómica”. O objectivo é implementar a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. O vídeo lançado no sábado conta com a colaboração de dirigentes e membros da comunidade macaense, como é o caso de Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses, Miguel Senna Fernandes e o fundador da “It’s Pure Production”, Samuel Power, que falam “sobre a cultura gastronómica de Macau, a gastronomia macaense, a Base de Dados da Cozinha Macaense e o desenvolvimento da gastronomia sustentável”. Produzido pela DST, em colaboração com o jornal Plataforma Macau, o vídeo está disponível em websites como www.gastronomy.gov.mo e também em https://www.macaotourism.gov.mo/pt/video-playlists, entre outros canais. Foi também lançado no sábado, em parceria com a TDM, o primeiro episódio da série de programas televisivos especiais “Sabores de Macau, Um Legado Culinário”, que continuará a ser transmitido às sextas-feiras. Através do programa de oito episódios, é feita uma retrospectiva sobre o processo da candidatura de Macau à Rede das Cidades Criativas da UNESCO na área da gastronomia, apresentando-se também histórias do contexto da gastronomia de Macau e o alcance da criatividade interdisciplinar entre gastronomia e outros sectores, entre outros. A ideia é mostrar aos residentes e visitantes “o contributo de Macau para a transmissão, a inovação da cultura gastronómica e o desenvolvimento sustentável”. Entretanto, a DST continua a levar a cabo uma série de iniciativas promocionais mensais inseridas na campanha “Sentir Macau, Sem Limites”. Este mês será lançada uma página temática para um período determinado intitulada “Avenida de Gastronomia de Macau aberta 24 horas”, com o objetivo de promover lojas com características próprias de Macau e estabelecimentos de restauração de pequenas e médias dimensões. Serão também lançados vários vídeos sobre “turismo + gastronomia”, para divulgar as especialidades gastronómicas de várias zonas de Macau.